01 - Introdução Merge

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Lei 8.112 - R.J.

U
Luis Henrique de Morais Alves
e
Brenda da Costa Silva
Luis Henrique de Morais Alves
Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia pela UFPI. É
especialista em Gestão Pública e Licitações. Foi o Aprovado
em 1o lugar no IFPI e em 6o no TRT/22.

Contato:

[email protected]

� https://www.instagram.com/lhnopodio/

Brenda da Costa Silva


Graduada em História e especialista em História do Brasil.
Aprovada em 4o no cargo de técnico judiciário - área admi-
nistrativa no TRT22 e em 4o no cargo de analista judiciário -
área administrativa também no TRT22

Contato:

[email protected]
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos CIVIS da União, das
autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo
público.

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na


estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por
lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento
em caráter efetivo ou em comissão.

Art. 4o É PROIBIDA a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

TÍTULO II - PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E


SUBSTITUIÇÃO

PROVIMENTO

Disposições Gerais
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I. nacionalidade brasileira;
II. gozo dos direitos políticos;
III. quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV. nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V. idade mínima de 18 anos;
VI. aptidão física e mental.

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§1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos


estabelecidos em lei.
§2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em
concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a
deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas
oferecidas no concurso.
§3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão
prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as
normas e os procedimentos desta Lei.

Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente
de cada Poder.

Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Art. 8o São formas de provimento de cargo público:


I. Nomeação;
II. Promoção;
V. Readaptação;
VI. Reversão;
V. Aproveitamento;
VI. Reintegração;
VII. Recondução.

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Nomeação
Art. 9o A nomeação far-se-á:
I. Em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de
carreira;
II. Em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial
poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem
prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela
remuneração de um deles durante o período da interinidade.

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo
depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos,
obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor
na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do
sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.

Concurso Público
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em 02
etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira,
condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando
indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente
previstas.

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma
única vez, por igual período.
§1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em
edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande
circulação.
§2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso
anterior com prazo de validade não expirado.

Posse e do Exercício
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar
as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado,
que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os
atos de ofício previstos em lei.
§1o A posse ocorrerá no prazo de 30 dias contados da publicação do ato de provimento.
§2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento,
em licença prevista nos incisos I, III e V do Art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos
I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do Art. 102, o prazo será contado
do término do impedimento.

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Art. 81.
I. doença em pessoa da família;
II. serviço militar;
III. capacitação

Art. 102
I. férias;
II. programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação
stricto sensu no País;
III. júri;
IV. licença:
a) gestante, à adotante e à paternidade;
b) tratamento da própria saúde, até o limite de 24 meses, cumulativo ao longo do tempo
de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;
d) acidente em serviço ou doença profissional;
e) capacitação;
f) serviço militar.

§3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica.


§4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
§5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem
seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou
função pública.
§6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto
no §1o deste artigo [30 dias].

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e
mentalmente para o exercício do cargo.

Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função
de confiança.
§1o É de 15 dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício,
contados da data da posse.
§2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação
para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo,
observado o disposto no Art. 18.
§3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado
o servidor compete dar-lhe exercício.
§4o O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação
do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer

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outro motivo legal, hipótese em que recairá no 1º dia útil após o término do impedimento,
que não poderá exceder a 30 dias da publicação.

Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados


no assentamento individual do servidor.
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente
os elementos necessários ao seu assentamento individual.

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo
posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no
mínimo, 10 e, no máximo, 30 dias de prazo, contados da publicação do ato, para a
retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo
necessário para o deslocamento para a nova sede.
§1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a
que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.
§2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições
pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de
44 horas e observados os limites mínimo e máximo de 6 horas e 8 horas diárias,
respectivamente.
§1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de
integral dedicação ao serviço, observado o disposto no Art. 120, podendo ser convocado
sempre que houver interesse da Administração.
§2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis
especiais.

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo
ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 meses 36 meses, durante o qual a sua
aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados
os seguintes fatores:
I. Assiduidade;
II. Disciplina;
III. Capacidade de iniciativa;
IV. Produtividade;
V. Responsabilidade.
[ACaDiProRé]
§1o 4 meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação
da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão
constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da

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respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores


enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo.
§2o O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável,
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no Parágrafo único
do Art. 29.
§3o O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em
comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de
lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de
Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
§4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os
afastamentos previstos nos Arts. 81, incisos I a IV [doença na família, afastamento
cônjuge, serviço militar e atividade política], 94 [mandato eletivo], 95 [missão no
exterior] e 96 [servir ONG que Brasil faça parte], bem assim afastamento para
participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo
na Administração Pública Federal.
§5o O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos
nos Arts. 83 [Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família], 84,§1o [licença
por motivo de afastamento do cônjuge], 86 [licença para atividade política] e 96
[servir em organismo internacional de que o Brasil participe/coopere], bem assim na
hipótese de participação em curso de formação, e será retomado a partir do término do
impedimento.

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Estabilidade
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de
provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 anos 3 anos
de efetivo exercício.

Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada
em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla
defesa.

Readaptação
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental verificada em inspeção médica.
§1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação
exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de
inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
ocorrência de vaga.

Reversão
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:
I. Por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da
aposentadoria; ou
II. No interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos 05 anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
§1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
§2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da
aposentadoria.
§3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas
atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
§4o O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em
substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer,
inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à
aposentadoria.
§5o O servidor de que trata o inciso II [interesse da administração] somente terá os
proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos 5 anos no
cargo.
§6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.

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Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 anos 75 anos de
idade.

Reintegração
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão
por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade,
observado o disposto nos arts. 30 e 31.
§2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo
de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto
em disponibilidade.

Recondução
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e
decorrerá de:
I. Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II. Reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será
aproveitado em outro, observado o disposto no Art. 30.

Disponibilidade e Aproveitamento
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante
aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
anteriormente ocupado.

Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato


aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou
entidades da Administração Pública Federal.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no §3o do Art. 37, o servidor posto em
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de
Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em
outro órgão ou entidade.
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o
servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta
médica oficial.

VACÂNCIA

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:


I. Exoneração;
II. Demissão;
III. Promoção;

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VI. Readaptação;
VI. Aposentadoria;
VII. Posse em outro cargo inacumulável;
VIII. Falecimento.

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.


Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I. Quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II. Quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo
estabelecido.

Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-


se-á:
I. A juízo da autoridade competente;
II. A pedido do próprio servidor.

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TÍTULO III - DIREITOS E VANTAGENS

REMOÇÃO e REDISTRIBUIÇÃO

Remoção
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do
mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de
remoção:
I. de ofício, no interesse da Administração;
II. a pedido, a critério da Administração;
III. a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar,
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
que foi deslocado no interesse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às
suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação
por junta médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de
interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas
pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

Redistribuição
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou
vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo
Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes
preceitos:
I. interesse da administração;
II. equivalência de vencimentos;
III. manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV. vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
V. mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
VI. compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão
ou entidade.
o
§1 A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de
trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou
criação de órgão ou entidade.
§2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão
central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos.
§3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou
declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts.
30 e 31.

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§4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser
mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em
outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento.

Substituição
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes
de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no
caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
§1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que
ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo,
hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo
período.
§2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou
chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos
legais do titular, superiores a 30 dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva
substituição, que excederem o referido período.

Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas
organizadas em nível de assessoria.

VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com
valor fixado em lei.

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens


pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
§1o A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comissão será paga na
forma prevista no Art. 62.
§2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da de sua
lotação receberá a remuneração de acordo com o estabelecido no §1o do Art. 93.
§3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é
irredutível.
§4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou
assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
§5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário-mínimo.

Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração,


importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a
qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por
membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal.

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Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previstas nos incisos


II a VII do Art. 61.
Art. 61
II. gratificação natalina;
IV. insalubres, perigosas ou penosas;
V. serviço extraordinário;
VI. noturno;
IV. férias;

Art. 44. O servidor perderá:


I. a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;
II. a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas,
ressalvadas as concessões de que trata o Art. 97 [concessões], e saídas antecipadas,
salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência,
a ser estabelecida pela chefia imediata.
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior
poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como
efetivo exercício.

Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá
sobre a remuneração ou provento.

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994,


serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para
pagamento, no prazo máximo de 30 dias, podendo ser parceladas, a pedido do
interessado.
§1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a 10% da
remuneração, provento ou pensão.
§2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento
da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela.
§3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a decisão liminar,
a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles
atualizados até a data da reposição.

Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver
sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar o débito.
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em
dívida ativa.

Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto,


sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão
judicial.

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VANTAGENS

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I. Indenizações;
II. Gratificações;
III. Adicionais.
§1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos
casos e condições indicados em lei. [não é sempre!].

Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito
de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título
ou idêntico fundamento.

Indenizações
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
I. Ajuda de custo;
II. Diárias;
III. Transporte.
IV. Auxílio-moradia.

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Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a III do Art. 51, assim
como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.

Ajuda de Custo
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor
que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de
domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer
tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor,
vier a ter exercício na mesma sede.
§1o Correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua
família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.
§2o À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e
transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 ano, contado do óbito.
§3o Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos incisos II
e III do Parágrafo único do Art. 36 [a pedido].

Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se


dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 meses.

Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou
reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da União, for
nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio.
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do Art. 93 [servidor cedido para
FG ou cargo em comissão], a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando
cabível.

Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando,


injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 dias.

Diárias
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório
para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias
destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação
e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.
§1o A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o
deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio
diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.
§2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo,
o servidor não fará jus a diárias.

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§3o Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região
metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios
limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com
países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores
brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em
que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território
nacional.

Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo,
fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o
previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo
previsto no caput.

Indenização de Transporte
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com
a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por
força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Auxílio-Moradia
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente
realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem
administrado por empresa hoteleira, no prazo de 01 mês após a comprovação da despesa
pelo servidor.

Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes


requisitos
I. não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;
II. o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;
III. o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário,
promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município
onde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de
construção, nos 12 meses que antecederem a sua nomeação;
IV. nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;
V. o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou
função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4,
5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes.
VI. o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se
enquadre nas hipóteses do Art. 58, §3o, [região metropolitana, aglomeração,
microrregião etc.] em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;
I. o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos 12
meses, onde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança,
desconsiderando-se prazo inferior a 60 dias dentro desse período;

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

I. o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para
cargo efetivo.
II. O deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o
servidor estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V.

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% do valor do cargo em


comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado.
§1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% da remuneração de Ministro de
Estado.
§2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comissionada, fica
garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$
1.800,00.

Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à


disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago
por um mês.

Gratificações e Adicionais
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos
servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
I. retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;
II. gratificação natalina;
IV. adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
V. adicional pela prestação de serviço extraordinário;
VI. adicional noturno;
IV. adicional de férias;
V. outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
VI. gratificação por encargo de curso ou concurso.

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Função de Direção, Chefia e Assessoramento.


Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia
ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida
retribuição pelo seu exercício.
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em comissão de
que trata o inciso II do Art. 9o.

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Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI


a incorporação da retribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se
referem os arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e oArt. 3o da Lei no 9.624,
de 2 de abril de 1998.
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo somente estará sujeita às
revisões gerais de remuneração dos servidores públicos federais.

Gratificação Natalina
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 da remuneração a que o servidor
fazer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 dias será considerada como mês
integral.

Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 do mês de dezembro de cada ano.

Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente


aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.

Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem
pecuniária.

Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas


Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em
contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus
a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.
§1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá
optar por um deles.
§2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das
condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais


considerados penosos, insalubres ou perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a
gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas
atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.

Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e de


periculosidade, serão observadas as situações estabelecidas em legislação específica.

@LHNOPODIO 18
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em
zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos,
condições e limites fixados em regulamento.

Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias
radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação
ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames
médicos a cada 6 meses.

Serviço Extraordinário
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação à
hora normal de trabalho.

Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações
excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 horas por jornada.

Adicional Noturno
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 horas de um dia
e 5 horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25%, computando-se cada hora
como 52’30’’.
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este
artigo incidirá sobre a remuneração prevista no Art. 73 [serviço extraordinário].

Férias
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias,
um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das férias.
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou
assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será
considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

Encargo de Curso ou Concurso


Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que,
em caráter eventual:
I. [2,2%] atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de
treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;
II. [2,2%] participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para
análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de
provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;
III. [1,2%] participar da logística de preparação e de realização de concurso público
envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e
avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas
atribuições permanentes;

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

IV. [1,2%] participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de


concurso público ou supervisionar essas atividades;
o
§1 Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este artigo serão
fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:
I. o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a
complexidade da atividade exercida;
II. a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 horas de trabalho anuais,
ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente
aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o
acréscimo de até 120 horas de trabalho anuais;
III. o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes
sobre o maior vencimento básico da administração pública federal:
a) 2,2% em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;
b) 1,2% em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.
§2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será paga se as atividades
referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições
do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária
quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do §4o do Art. 98 desta
Lei.
§3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento
ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de
cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da
aposentadoria e das pensões.

FÉRIAS

Art. 77. O servidor fará jus a 30 dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo
de 2 períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja
legislação específica.
§1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 meses de exercício.
§2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
§3o As férias poderão ser parceladas em até 3 etapas, desde que assim requeridas pelo
servidor, e no interesse da administração pública.

Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 dias antes do início
do respectivo período, observando-se o disposto no§1o deste artigo.
§3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização
relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de 1/12
por mês de efetivo exercício, ou fração superior a 14 dias. [atenção a esse prazo!]
§4o A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado
o ato exoneratório.
§5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional previsto no inciso
XVII do Art. 7o da Constituição Federal quando da utilização do 1º período.

@LHNOPODIO 20
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias
radioativas gozará 20 dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional,
proibida em qualquer hipótese a acumulação.

Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade
pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.
Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez,
observado o disposto no Art. 77.

LICENÇAS

Disposições Gerais
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I. por motivo de doença em pessoa da família;
II. por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
III. para o serviço militar;
IV. para atividade política;
V. para capacitação;
VI. para tratar de interesses particulares;
VII. para desempenho de mandato classista.

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

§1o A licença prevista no inciso I [doença pessoa da família] do caput deste artigo bem
como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame por perícia médica
oficial, observado o disposto no Art. 204 desta Lei.
§3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença prevista
no inciso I deste artigo.

Art. 82. A licença concedida dentro de 60 dias do término de outra da mesma espécie
será considerada como prorrogação.

Doença em Pessoa da Família


Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou
companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que
viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por
perícia médica oficial.
§1o A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável
e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
compensação de horário, na forma do disposto no inciso II do Art. 44.
§2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada
período de 12 meses nas seguintes condições:
I. por até 60 dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e
II. por até 90 dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
§3o O início do interstício de 12 meses será contado a partir da data do deferimento da
primeira licença concedida.
§4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as
respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12 meses, observado o
disposto no §3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do

Afastamento do Cônjuge
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou
companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior
ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
§1o A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
§2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor
público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da
Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de
atividade compatível com o seu cargo.

Serviço Militar
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma
e condições previstas na legislação específica.

@LHNOPODIO 22
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias sem
remuneração para reassumir o exercício do cargo.

Atividade Política
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que
mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a
véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
§1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e
que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele
será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça
Eleitoral, até o 10º dia seguinte ao do pleito.
§2o A partir do registro da candidatura e até o 10º dia seguinte ao da eleição, o servidor
fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período
de 03 meses.

Capacitação
Art. 87. Após cada quinquênio (05 anos) de efetivo exercício, o servidor poderá, no
interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva
remuneração, por até 03 meses, para participar de curso de capacitação profissional.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.

Interesses Particulares
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de
cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de
assuntos particulares pelo prazo de até 03 anos consecutivos, sem remuneração.
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do
servidor ou no interesse do serviço.

Desempenho de Mandato Classista


Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o
desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito
nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída
por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observado o disposto na
alínea c do inciso VIII do Art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e
observados os seguintes limites:
I. para entidades com até 5.000 associados, 2 servidores;
II. para entidades com 5.001 a 30.000 associados, 4 servidores;
III. para entidades com mais de 30.000 associados, 8 servidores.
§1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de direção ou de
representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no órgão competente.
§2o A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no caso de
reeleição.

@LHNOPODIO 23
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AFASTAMENTOS

Servir a Outro Órgão ou Entidade


Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos
Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes
hipóteses:
I. para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
II. em casos previstos em leis específicas.
§1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade
cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos (União).
§2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia
mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou
pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão
ou entidade de origem.
§3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União.
§4o Mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor do Poder
Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta que não
tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo.
§5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela requisitado, as
disposições dos §§1º e 2º deste artigo.
§6º As cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de economia mista,
que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de
pagamento de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e §§1º e
2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a autorização
específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de
ocupação de cargo em comissão ou função gratificada.
§7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade de
promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor,
independentemente da observância do constante no inciso I e nos §§1º e 2º deste artigo.

Mandato Eletivo
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
I. tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;
II. investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela sua remuneração;
III. investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo;

@LHNOPODIO 24
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado


optar pela sua remuneração.
o
§1 No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como
se em exercício estivesse.
§2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou
redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

Estudo ou Missão no Exterior


Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem
autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§1o A ausência não excederá a 4 anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido
igual período, será permitida nova ausência.
§2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou
licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do
afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu
afastamento.
§3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática.
§4o As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo, inclusive
no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.

Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o


Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

Pós-Graduação Stricto Sensu no País


Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação
não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação
de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para
participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior
no País.
§1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a
legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em
programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
avaliados por um comitê constituído para este fim.
§2o Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente
serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou
entidade há pelo menos 3 anos para mestrado e 4 anos para doutorado, incluído o
período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de
assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo
nos 2 anos anteriores à data da solicitação de afastamento.
§3o Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão
concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há
pelo menos 04 anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se

@LHNOPODIO 25
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo,
nos 04 anos anteriores à data da solicitação de afastamento.
§4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§1o, 2o e 3o deste artigo
terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período
igual ao do afastamento concedido.
§5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de
cumprido o período de permanência previsto no §4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão
ou entidade, na forma do Art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos
com seu aperfeiçoamento.
§6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período
previsto, aplica-se o disposto no §5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força
maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.
§7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos
termos do Art. 95 desta Lei, o disposto nos §§1o a 6o deste artigo.

CONCESSÕES
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:
I. por 1 dia, para doação de sangue;
II. pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento
eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 dias;
III. por 8 dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados,
menor sob guarda ou tutela e irmãos.

@LHNOPODIO 26
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a
incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do
cargo.
§1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horário no órgão
ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.
§2o Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência,
quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de
compensação de horário.
§3o As disposições constantes do §2o são extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho
ou dependente com deficiência.
§4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário a
ser efetivada no prazo de até 1 ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos
incisos I e II do caput do Art. 76-A desta Lei [instrutor curso de formação e banca
examidora].

Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é


assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em
instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga.
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos
filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob
sua guarda, com autorização judicial.

@LHNOPODIO 27
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

TEMPO DE SERVIÇO
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive
o prestado às Forças Armadas.

Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em
anos, considerado o ano como de 365 dias.

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no Art. 97, são considerados como de
efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
I. férias;
II. exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes
da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
III. exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do
território nacional, por nomeação do Presidente da República;
IV. participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de
pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;
V. desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal,
exceto para promoção por merecimento;
VI. júri e outros serviços obrigatórios por lei;
I. missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o
regulamento;
II. licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 meses, cumulativo ao longo do
tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou
administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar
serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
f) por convocação para o serviço militar;
III. deslocamento para a nova sede de que trata o Art. 18;
IV. participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
específica;
V. afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com
o qual coopere.

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:


I. o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;
II. a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com
remuneração, que exceder a 30 dias em período de 12 meses.
III. a licença para atividade política, no caso do Art. 86, §2o;

@LHNOPODIO 28
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

IV. o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual,


municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;
V. o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;
VI. tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
I. o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que se
refere a alínea "b" do inciso VIII do Art. 102.
o
§1 O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova
aposentadoria.
§2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em operações
de guerra.
§3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente
em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado,
Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista
e empresa pública.

DIREITO DE PETIÇÃO
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa
de direito ou interesse legítimo.

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e


encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o
requerente.

Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou
proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos
anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 dias e decididos dentro de 30 dias.

Art. 107. Caberá recurso:


I. do indeferimento do pedido de reconsideração;
II. das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
§1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o
ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais
autoridades.
§2o O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver
imediatamente subordinado o requerente.

Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30


dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade
competente.

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso,


os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 110. O direito de requerer prescreve:


I. em 5 anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações
de trabalho;
II. Em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato
impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a


prescrição.

Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.

Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou


documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de
ilegalidade.

Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo
motivo de força maior.

TÍTULO IV - REGIME DISCIPLINAR

Deveres
Art. 116. São deveres do servidor:
I. exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II. ser leal às instituições a que servir;
III. observar as normas legais e regulamentares;
IV. cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V. atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas
por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
I. levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
II. zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

III. guardar sigilo sobre assunto da repartição;


IV. manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
V. ser assíduo e pontual ao serviço;
VI. tratar com urbanidade as pessoas;
VII. representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via
hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
assegurando-se ao representando ampla defesa.

Proibições
Art. 117. Ao servidor é proibido:
I. ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
II. retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto
da repartição;
III. recusar fé a documentos públicos;
IV. opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de
serviço;
V. promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI. cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho
de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
I. coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou
sindical, ou a partido político;
II. manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o 2º grau civil;
III. valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública; (5 anos)
I. participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não
personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
II. atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando
se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 2º grau, e de
cônjuge ou companheiro; (5 anos)
III. receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de
suas atribuições;
I. aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
II. praticar usura sob qualquer de suas formas;
III. proceder de forma desidiosa;
IV. utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares;
V. cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações
de emergência e transitórias;

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

VI. exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou
função e com o horário de trabalho;
VII. recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X [participar de gerência] do
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
I. participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que
a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e
II. gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do Art. 91 desta Lei,
observada a legislação sobre conflito de interesses.

Acumulação
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação
remunerada de cargos públicos.
§1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias,
fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do
Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.
§2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da
compatibilidade de horários.
§3o Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego
público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram
essas remunerações forem acumuláveis na atividade.

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso
previsto no Parágrafo único do Art. 9o, nem ser remunerado pela participação em órgão
de deliberação coletiva.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela
participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades
de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social,
observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente 02 cargos
efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e
local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou
entidades envolvidos.

Responsabilidades
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular
de suas atribuições.

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou


culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

§1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na


forma prevista no Art. 46 [30 dias], na falta de outros bens que assegurem a execução do
débito pela via judicial.
§2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda
Pública, em ação regressiva.
§3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada,
até o limite do valor da herança recebida.

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao


servidor, nessa qualidade.

Art. 124. A responsabilidade civil -administrativa resulta de ato omissivo ou


comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo


independentes entre si.

Art. 126. A responsabilidade administra-tiva do servidor será afastada no caso de


absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou


administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de
envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.

Penalidades
Art. 127. São penalidades disciplinares:
I. advertência;
II. suspensão;
III. demissão;
IV. cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V. destituição de cargo em comissão;
VI. destituição de função comissionada.

@LHNOPODIO 33
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da


infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias
agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento
legal e a causa da sanção disciplinar.

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição
constante do Art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional
previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de
penalidade mais grave.

Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com
advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a
penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 dias.
§1o Será punido com suspensão de até 15 dias o servidor que, injustificadamente, recusar-
se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando
os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
§2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o
servidor obrigado a permanecer em serviço.

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados,


após o decurso de 3 e 5 anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não
houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

Art. 132. A DEMISSÃO será aplicada nos seguintes casos:


I. crime contra a administração pública;
II. abandono de cargo;
III. inassiduidade habitual;
IV. improbidade administrativa; (indisp)
V. incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI. insubordinação grave em serviço;
I. ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria
ou de outrem;
II. aplicação irregular de dinheiros públicos; (indisp)
III. revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
IV. lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; (indisp)

@LHNOPODIO 35
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

V. corrupção; (indisp)
VI. acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
I. transgressão dos incisos IX a XVI do Art. 117.
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou
funções públicas, a autoridade a que se refere o Art. 143 notificará o servidor, por
intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de 10
dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento
sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo
disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
I. instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por
02 servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da
transgressão objeto da apuração;
II. instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
III. julgamento.
§1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do
servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em
situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de
ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico.
§2o A comissão lavrará, até 03 dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de
indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem
como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia
imediata, para, no prazo de 05 dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista
do processo na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164.
§3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência
ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará
sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e
remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento.
§4o No prazo de 05 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora
proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no §3o do Art. 167.
§5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé,
hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
§6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão,
destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos,
empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os
órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.
§7o O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito
sumário não excederá 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
comissão, admitida a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o
exigirem.
§8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no
que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.

@LHNOPODIO 36
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver


praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo
efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de
demissão.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada
nos termos do Art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão.

Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV,
VIII, X e XI do Art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
sem prejuízo da ação penal cabível.

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do Art.


117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo
público federal, pelo prazo de 5 anos
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for
demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do Art. 132, incisos I, IV,
VIII, X e XI.

Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por
mais de 30 dias consecutivos.

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada,
por 60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses.

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será


adotado o procedimento sumário a que se refere o Art. 133, observando-se
especialmente que:
I. a indicação da materialidade dar-se-á:
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência
intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias;
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem
causa justificada, por período igual ou superior a 60 dias interpoladamente, durante
o período de 12 meses;
II. após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à
inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos
autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de
cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a 30 dias e remeterá o
processo à autoridade instauradora para julgamento.

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

I. pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e


dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de
demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao
respectivo Poder, órgão ou entidade;
II. pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas
mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 dias;
III. pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos
ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias;
IV. pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de
cargo em comissão.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:


I. em 5 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II. em 2 anos, quanto à suspensão;
III. em 180 dias, quanto à advertência.
§1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.
§2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares
capituladas também como crime.
§3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a
prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.
§4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que
cessar a interrupção.

TÍTULO V - PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Disposições Gerais
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada
a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
§3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a que se refere, poderá
ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido
a irregularidade, mediante competência específica para tal finalidade, delegada em caráter
permanente ou temporário pelo Presidente da República, pelos presidentes das Casas do
Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no
âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências para o
julgamento que se seguir à apuração.

Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que
contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito,
confirmada a autenticidade.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou
ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

@LHNOPODIO 38
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Art. 145. Da sindicância poderá resultar:


I. arquivamento do processo;
II. aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias;
III. instauração de processo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 dias, podendo
ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade
de suspensão por mais de 30 dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de
processo disciplinar.

Afastamento Preventivo
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração
da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o
seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 dias, sem prejuízo da
remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual
cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

Processo Disciplinar
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de
servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com
as atribuições do cargo em que se encontre investido.

@LHNOPODIO 39
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de 03


servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no
§3o do Art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de
cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior
ao do indiciado.
§1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a
indicação recair em um de seus membros.
§2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge,
companheiro ou parente do acusado, consanguíneos ou afim, em linha reta ou colateral,
até o 03º grau.

Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade,


assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
administração.
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.

Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:


I. instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II. inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
III. julgamento.

Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 dias,
contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua
prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
§1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos,
ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.

@LHNOPODIO 40
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

§2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as


deliberações adotadas.

Súmula nº 611 do STJ: desde que devidamente motivada e com amparo em investigação
ou sindicância, é possível instauração de processo administrativo disciplinar com base
em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração

Inquérito
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada
ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça


informativa da instrução.
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está
capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao
Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos,


acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa
elucidação dos fatos.

Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou


por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
§1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes,
meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
§2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer
de conhecimento especial de perito.

Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo
presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado
aos autos.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será
imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e
hora marcados para inquirição.

Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito
à testemunha trazê-lo por escrito.
§1o As testemunhas serão inquiridas separadamente.
§2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à
acareação entre os depoentes.

@LHNOPODIO 41
LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o


interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.

§1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre
que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a
acareação entre eles.
§2o O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe,
porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.

Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão
proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial,
da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e
apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com
a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
§1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para
apresentar DEFESA ESCRITA, no prazo de 10 dias, assegurando-se-lhe vista do
processo na repartição.
§2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 dias.
§3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas
indispensáveis.
§4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para
defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que
fez a citação, com a assinatura de 2 testemunhas.

Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o
lugar onde poderá ser encontrado.

Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital,
publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do
último domicílio conhecido, para apresentar defesa.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 dias a partir
da última publicação do edital.

Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar
defesa no prazo legal.
§1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a
defesa.

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§2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um


servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá
as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua
convicção.
§1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
servidor.
§2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal
ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade
que determinou a sua instauração, para julgamento.

Julgamento
Art. 167. No prazo de 20 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade
julgadora proferirá a sua decisão.
§1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do
processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
§2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à
autoridade competente para a imposição da pena mais grave.
§3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I do Art. 141.
§4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora do
processo determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos
autos.

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas
dos autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a
autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la
ou isentar o servidor de responsabilidade.

Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a


instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou
parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de
novo processo.
§1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.
§2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o Art. 142, §2o, será
responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título IV.

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Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o


registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será
remetido ao Ministério Público para instauração da ação penal, ficando trasladado na
repartição.

Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a
pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento
da penalidade, acaso aplicada.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o Parágrafo único, inciso I do Art.
34, o ato será convertido em demissão, se for o caso.

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:


I. ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na
condição de testemunha, denunciado ou indiciado;
II. aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede
dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Revisão do Processo
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de
ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
§1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa
da família poderá requerer a revisão do processo.
§2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo
curador.

Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para
a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.

Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado


ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao
dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a
constituição de comissão, na forma do Art. 149.

Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.


Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de
provas e inquirição das testemunhas que arrolar.

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Art. 179. A comissão revisora terá 60 dias para a conclusão dos trabalhos. [mesmo
prazo do PAD].

Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e
procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.

Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos termos do Art.
141.
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 dias, contados do recebimento do
processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.

Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada,
restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo
em comissão, que será convertida em exoneração.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de
penalidade.

TÍTULO VI - SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR

Disposições Gerais
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família.
§1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente, ocupante
de cargo ou emprego efetivo na administração pública direta, autárquica e fundacional
não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da assistência
à saúde [comissionado só recebe isso].
§2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem direito à remuneração,
inclusive para servir em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro
efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no
exterior, terá suspendido o seu vínculo com o regime do Plano de Seguridade Social do
Servidor Público enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste
período, os benefícios do mencionado regime de previdência.
§3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção
da vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o
recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pelos
servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no
exercício de suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens
pessoais.
§4o O recolhimento de que trata o §3o deve ser efetuado até o 2º dia útil após a data do
pagamento das remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de
cobrança e execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de vencimento.

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Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão
sujeitos o servidor e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que
atendam às seguintes finalidades:
I. garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente em
serviço, inatividade, falecimento e reclusão;
II. proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
III. assistência à saúde.
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e condições definidos em
regulamento, observadas as disposições desta Lei.

Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem:


I. Quanto ao servidor:
a) aposentadoria;
b) auxílio-natalidade;
c) salário-família;
d) licença para tratamento de saúde;
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde;
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;
II. Quanto ao dependente:
a) pensão vitalícia e temporária;
b) auxílio-funeral;
c) auxílio-reclusão;
d) assistência à saúde.
§1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos órgãos ou entidades
aos quais se encontram vinculados os servidores, observado o disposto nos arts. 189 e
224.
§2o O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou má-fé, implicará
devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

Benefícios

Aposentadoria
Art. 186. O servidor será aposentado:
I. por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;
II. compulsoriamente, aos 70 anos [75, CF/88] de idade, com proventos proporcionais ao
tempo de serviço;
III. voluntariamente:
a) aos 35 anos de serviço, se homem, e aos 30 se mulher, com proventos integrais;

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b) aos 30 anos de efetivo exercício em funções de magistério se professor, e 25 se


professora, com proventos integrais;
c) aos 30 anos de serviço, se homem, e aos 25 se mulher, com proventos proporcionais
a esse tempo;
d) aos 65 anos de idade, se homem, e aos 60 se mulher, com proventos proporcionais
ao tempo de serviço.
o
§1 Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I
deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença
de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina
especializada.
§2o Nos casos de exercício de atividades consideradas insalubres ou perigosas, bem como
nas hipóteses previstas no Art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, "a" e "c",
observará o disposto em lei específica.
§3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta médica oficial, que atestará
a invalidez quando caracterizada a incapacidade para o desempenho das atribuições do
cargo ou a impossibilidade de se aplicar o disposto no Art. 24.

Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada por ato, com
vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de
permanência no serviço ativo.

Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da


publicação do respectivo ato.
§1o A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por
período não excedente a 24 meses.
§2o Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo ou
de ser readaptado, o servidor será aposentado.
§3o O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato da
aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.
§4o Para os fins do disposto no §1o deste artigo, serão consideradas apenas as licenças
motivadas pela enfermidade ensejadora da invalidez ou doenças correlacionadas.
§5o A critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de saúde ou
aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento, para avaliação das
condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria.

Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com observância do disposto no


§3o do Art. 41, e revisto na mesma data e proporção, sempre que se modificar a
remuneração dos servidores em atividade.

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Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens


posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço se


acometido de qualquer das moléstias especificadas no §1o do Art. 186 desta Lei e, por
esse motivo, for considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber
provento integral, calculado com base no fundamento legal de concessão da
aposentadoria.

Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior a 1/3
da remuneração da atividade.

Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia 20 do mês
de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento
recebido.

Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de operações bélicas,


durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de
1967, será concedida aposentadoria com provento integral, aos 25 anos de serviço
efetivo.

Auxílio-Natalidade
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho,
em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de
natimorto.
§1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50%, por nascituro.
§2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a parturiente
não for servidora.

Salário-Família
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente
econômico.
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do
salário-família:
I. o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 anos de idade ou,
se estudante, até 24 anos ou, se inválido, de qualquer idade;
II. o menor de 21 anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às
expensas do servidor, ou do inativo;
III. a mãe e o pai sem economia própria.

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Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-


família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou
provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.

Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-
família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com
a distribuição dos dependentes.
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes,
os representantes legais dos incapazes.

Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base
para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social.

Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão
do pagamento do salário-família.

Tratamento de Saúde
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de
ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

Art. 203. A licença de que trata o Art. 202 desta Lei será concedida com base em perícia
oficial.
§1o Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou
no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.
§2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício
em caráter permanente o servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos
parágrafos do Art. 230, será aceito atestado passado por médico particular.
§3o No caso do §2o deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos depois de
recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou entidade.
§4o A licença que exceder o prazo de 120 dias no período de 12 meses a contar do
primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial.
§5o A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo, bem
como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por
cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.

Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 dias, dentro de 1 ano, poderá
ser dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento.

Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da
doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença
profissional ou qualquer das doenças especificadas no Art. 186, §1o.

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Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será
submetido a inspeção médica.

Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos termos e
condições definidos em regulamento.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e suas entidades autárquicas
e fundacionais poderão:
I. prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo órgão ou entidade à qual se
encontra vinculado o servidor;
II. celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parceria com os órgãos e entidades
da administração direta, suas autarquias e fundações;
III. celebrar convênios com operadoras de planos de assistência à saúde, organizadas na
modalidade de autogestão, que possuam autorização de funcionamento do órgão
regulador, na forma do Art. 230; ou
IV. prestar os exames médicos periódicos mediante contrato administrativo, observado o
disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes.

Gestante, Adotante e Licença-Paternidade


Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 dias consecutivos, sem
prejuízo da remuneração.
§1o A licença poderá ter início no 1º dia do 09º mês de gestação, salvo antecipação por
prescrição médica.
§2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§3o No caso de natimorto, decorridos 30 dias do evento, a servidora será submetida a
exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
§4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 dias de
repouso remunerado.

Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-
paternidade de 5 dias consecutivos.

Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de 06 meses, a servidora lactante
terá direito, durante a jornada de trabalho, a 01 hora de descanso, que poderá ser
parcelada em 02 períodos de meia hora.

Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 ano de idade,
serão concedidos 90 dias de licença remunerada.
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 ano
de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 dias.

Acidente em Serviço
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço.

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Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor,
que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
I. decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;
II. sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado


poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial constitui medida
de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em
instituição pública.

Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 dias, prorrogável quando as
circunstâncias o exigirem.

Pensão
Art. 215. Por morte do servidor, os seus dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à
pensão por morte, observados os limites estabelecidos no inciso XI do caput do Art. 37
da Constituição Federal e no Art. 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004.

Art. 217. São beneficiários das pensões:


I. o cônjuge;
II. o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão
alimentícia estabelecida judicialmente;
III. o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar;
IV. o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos:
a) seja menor de 21 anos;
b) seja inválido;
d) tenha deficiência intelectual ou mental;
V. a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e
VI. o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e
atenda a um dos requisitos previstos no inciso IV.
o
§1 A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os incisos I [cônjuge, ex-
cônjuge, companheiro e filho] a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos
V e VI [mãe, pai e irmão].
§2o A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o inciso V [mãe e pai]
do caput exclui o beneficiário referido no inciso VI [irmão].
§3o O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do servidor
e desde que comprovada dependência econômica, na forma estabelecida em regulamento.

Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído
em partes iguais entre os beneficiários habilitados.

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Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que
falecer, aposentado ou não, a contar da data:
I. do óbito, quando requerida em até 180 dias após o óbito, para os filhos menores de 16
anos, ou em até 90 dias após o óbito, para os demais dependentes;
II. do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I do caput deste
artigo; ou
III. da decisão judicial, na hipótese de morte presumida.
§1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de
outro possível dependente e a habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão
de dependente só produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de concessão
da pensão ao dependente habilitado.
§2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este poderá
requerer a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente
para fins de rateio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da
respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de
decisão judicial em contrário.
§3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela concessão da pensão por
morte, este poderá proceder de ofício à habilitação excepcional da referida pensão, apenas
para efeitos de rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das demais
cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva
ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário.
§4º Julgada improcedente a ação prevista no §2º ou §3º deste artigo, o valor retido será
corrigido pelos índices legais de reajustamento e será pago de forma proporcional aos
demais dependentes, de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios.
§5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor da pensão por morte a
cobrança dos valores indevidamente pagos em função de nova habilitação.

Art. 220. Perde o direito à pensão por morte:


I. após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de crime de que tenha
dolosamente resultado a morte do servidor;
II. o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo,
simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com
o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial
no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida do servidor, nos
seguintes casos:
I. declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;
II. desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não
caracterizado como em serviço;
III. desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de
segurança.

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Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou temporária,


conforme o caso, decorridos 5 anos de sua vigência, ressalvado o eventual
reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente
cancelado.

Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:


I. o seu falecimento;
II. a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao
cônjuge;
III. a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido, ou o afastamento da
deficiência, em se tratando de beneficiário com deficiência, respeitados os períodos
mínimos decorrentes da aplicação das alíneas a e b do inciso VII do caput deste
artigo;
IV. o implemento da idade de 21 anos, pelo filho ou irmão;
V. a acumulação de pensão na forma do Art. 225;
VI. a renúncia expressa; e
I. em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III do caput do Art. 217:
a) o decurso de 4 meses, se o óbito ocorrer sem que o servidor tenha vertido 18
contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados
em menos de 2 anos antes do óbito do servidor;
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do pensionista
na data de óbito do servidor, depois de vertidas 18 contribuições mensais e pelo
menos 2 anos após o início do casamento ou da união estável:
1. 3 anos, com menos de 21 anos de idade;
2. 6 anos, entre 21 ~ 26 anos de idade;
3. 10 anos, entre 27 ~ 29 anos de idade;
4. 15 anos, entre 30 ~ 40 anos de idade;
5. 20 anos, entre 41 ~ 43 anos de idade;
6. vitalícia, com 44 ou mais anos de idade.
§1o A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja preservação seja motivada
por invalidez, por incapacidade ou por deficiência poderá ser convocado a qualquer
momento para avaliação das referidas condições.
§2o Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no inciso III ou os prazos previstos
na alínea “b” do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do servidor decorrer de acidente
de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do
recolhimento de 18 contribuições mensais ou da comprovação de 2 anos de casamento
ou de união estável.
§3o Após o transcurso de pelo menos 3 anos e desde que nesse período se verifique o
incremento mínimo de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos,
correspondente à expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, poderão ser
fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins previstos na alínea “b” do inciso
VII do caput, em ato do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão,
limitado o acréscimo na comparação com as idades anteriores ao referido incremento.

@LHNOPODIO 53
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§4o O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) ou ao


Regime Geral de Previdência Social (RGPS) será considerado na contagem das 18
contribuições mensais referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput.
§5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por
determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou
ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do
óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício.
§6º O beneficiário que não atender à convocação de que trata o §1º deste artigo terá o
benefício suspenso, observado o disposto nos incisos I e II do caput do Art. 95 da Lei nº
13.146, de 6 de julho de 2015.
§7º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor
individual, não impede a concessão ou manutenção da cota da pensão de dependente com
deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave.
§8º No ato de requerimento de benefícios previdenciários, não será exigida apresentação
de termo de curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.

Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva cota reverterá
para os cobeneficiários.

Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e na mesma


proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no
Parágrafo único do Art. 189.

Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de pensão


deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou companheira e de mais de 2 pensões.

Auxílio-Funeral
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou
aposentado, em valor equivalente a um 01 mês da remuneração ou provento.
§1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do
cargo de maior remuneração.
§3o O auxílio será pago no prazo de 48 horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à
pessoa da família que houver custeado o funeral.
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado, observado o
disposto no artigo anterior.

Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho,


inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da
União, autarquia ou fundação pública.

Auxílio-Reclusão
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores:

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

I. 2/3 da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou


preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;
II. 1/2 da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença
definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.
o
§1 Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à integralização da
remuneração, desde que absolvido.
§2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o
servidor for posto em liberdade, ainda que condicional.
§3o Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será devido, nas mesmas
condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão.

Assistência à Saúde
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família compreende
assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como
diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e
será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade
ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma
de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou
inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados de
assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.
§1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avaliação ou inspeção
médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou
entidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do
sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública,
ou com o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
§2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação do disposto no parágrafo
anterior, o órgão ou entidade promoverá a contratação da prestação de serviços por pessoa
jurídica, que constituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando os nomes
e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação de suas habilitações e de que
não estejam respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da
profissão.
§3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a União e suas entidades
autárquicas e fundacionais autorizadas a:
I. celebrar convênios exclusivamente para a prestação de serviços de assistência à saúde
para os seus servidores ou empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem como
para seus respectivos grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por
elas patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e
publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam autorização de funcionamento
do órgão regulador, sendo certo que os convênios celebrados depois dessa data
somente poderão sê-lo na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 dias da
vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existentes até 12
de fevereiro de 2006;

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LEI 8.112 – REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES FEDERAIS

II. contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993,


operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde que possuam
autorização de funcionamento do órgão regulador;
o
§5 O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido pelo servidor ou
pensionista civil com plano ou seguro privado de assistência à saúde.

TÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a 28 de outubro.

Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, os seguintes incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos
planos de carreira:
I. Prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que favoreçam o aumento
de produtividade e a redução dos custos operacionais;
II. Concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, condecoração e elogio.

Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o
dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia
útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o


servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em
sua vida funcional, nem se eximir do cumprimento de seus deveres.

Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o
direito à livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o final do mandato, exceto
se a pedido;
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor
das mensalidades e contribuições definidas em assembleia geral da categoria.

Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer


pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual.
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro, que
comprove união estável como entidade familiar.

Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município onde a repartição estiver
instalada e onde o servidor tiver exercício, em caráter permanente.

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