9 Como Manejar As Emocoes em Tempos de Pandemia e Crise

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//// COMO MANEJAR AS EMOÇÕES NA FAMÍLIA EM TEMPOS DE PANDEMIA E CRISE

COMO MANEJAR AS
EMOÇÕES EM TEMPOS
DE PANDEMIA E CRISE

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//// COMO MANEJAR AS EMOÇÕES NA FAMÍLIA EM TEMPOS DE PANDEMIA E CRISE

As emoções são extremamente necessárias para nossa


sobrevivência e adaptação a novas situações e cenários.
Deste ponto de vista, nós estamos cada vez mais
conscientes da importância das emoções para nossa
sobrevivência enquanto indivíduos e espécie. Emoções
como tristeza, ansiedade e medo são normais dentro
de uma situação como a que vivemos e elas podem
afetar toda a família. Se uma pessoa está ansiosa, por
exemplo, isso pode levar os demais membros daquele
lar a também se estressarem. É um efeito cascata,
que tende a estar ainda mais exacerbado durante o
período de confinamento que todos estamos sendo
obrigados a enfrentar.

Nossas emoções são diretamente influenciadas


pelos nossos pensamentos e pela maneira como
representamos nas nossas mentes os acontecimentos.

SITUAÇÃO PENSAMENTOS EMOÇÕES


COMPORTAMENTO

Deste modo, é importante entendermos que não são


os problemas em si que fazem com que soframos,
mas sim a representação mental que fizemos deles.
Algo que pode ser um grande problema para mim,
pode não ser para você. Isso precisa ser levado em
consideração quando falamos sobre convivência
familiar e relacionamentos interpessoais.
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Um aspecto importante a destacarmos é que nos-


sas emoções não são nossas inimigas, mas sim, elas
nos ajudam a lermos adequadamente as situações.
Aprender a lidar com elas é fundamental para que
possamos utilizá-las a nosso favor. Precisamos
aprender que elas não vão embora se
tentarmos ignorá-las e podem se tor-
nar particularmente problemáticas
se tentarmos suprimi-las.
Elas crescem!
O objetivo deste
material é levar
as famílias
um conhe-
cimento
útil e práti-
co acerca de
como manejar
suas emoções
mais intensas em
tempos de CO-
VID19. Aprender a
identificar os seus
pensamentos e
questioná-los a
fim de que possa-
mos ter uma
interpretação mais realística das situações que fazem

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com que soframos. Também é nosso objetivo ajudá-


-los a desenvolver habilidades para como lidar com
as emoções e fazer coisas que ajudem a se sentirem
melhor. Toda a família vai se beneficiar deste trabalho
de autocuidado!

Considerar os pensamentos como hipóteses ao invés


de fatos é uma excelente forma de nos protegermos
de interpretações distorcidas dos eventos que nos
angustiam. Chamamos isso de checagem de fatos.
Olhar a realidade como ela é! Isso significa melhorar
nossas capacidades de interpretar os eventos com
menos distorções. Uma verdade do ser humano é que
distorcemos os fatos uma vez que nossa mente é um
processador de informações. Isso acontece, comigo,
com você e com sua família!

Outra habilidade muito útil para aprendermos a lidar

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melhor com o sofrimento é trabalharmos a aceitação


dos fatos. Aceitar não significa concordar ou achar
bom! Aceitar significa tomar as coisas como elas são
postas. Para isso, toda a família precisa aprender a
aceitar aquelas coisas que não têm o poder de mo-
dificar. Isso significa aceitar o momento exatamente
como é, sem rejeitar a realidade e se envolver em ten-
tativas fúteis de exercer controle sobre ela. Aceitação
dessas emoções negativas e práticas de mindfulness
estão bastante indicadas. Aprenda a fazer uma coisa
de cada vez!

A família precisa aprender a ser efetiva em lidar com


as situações difíceis. Ser efetivo significa fazer aquilo
que funciona. Um comportamento verdadeiramente
hábil significa saber quando as coisas não podem ser
mudadas (aceitação) e agir quando puderem (solução
de problemas).

SE TEMOS UM PROBLEMA TEM SOLUÇÃO


ESTRATÉGIA DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Por outro lado...

SE TEMOS UM PROBLEMA NÃO TEM SOLUÇÃO


ACEITAÇÃO

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Outra ferramenta fundamental para o com convívio


e relacionamento familiar é a capacidade de validar
as emoções do outro. Precisamos também validar as
emoções das pessoas as quais amamos, especialmente
dentro da família. Tendemos a ser mais críticos com
aquelas pessoas mais próximas de nós mesmos como
companheiros e familiares. Neste momento, mais do
que nunca, é importante ouvirmos uns aos outros.
Precisamos também ajudar aqueles que necessitam,
especialmente aqueles com menores condições de
conforto, pois isso também nos fará bem e melhores.

Por fim, algumas dicas para a família que pode me-


lhorar a qualidade de vida, com ações simples e efe-
tivas. É fundamental destacarmos a importância do
sono. Descansar quando possível. Privação do sono
tem efeitos colaterais graves, a curto e a longo prazo.
Pergunte a si mesmo: “É realmente necessário que eu
esteja perdendo o sono para fazer isso?”. Acumule
eventos positivos no seu dia-a-dia e ajude os seis fa-
miliares a fazer o mesmo. Inicie um novo hobby em
casa. Crie maestria, domínio em alguma área, de modo
que isso traga uma sensação de realização. Pegue
algo que realmente o levará a fazer o seu melhor e
ajude os seus familiares a fazerem o mesmo. Cuide
da saúde física! Pratique atividades físicas dentro das
suas possibilidades atuais. Tente incluir seus familia-
res nesta proposta. Evite o uso de álcool em excesso
e outras drogas que alterem o humor. Procure ali-
mentar-se adequadamente. Aprenda a conviver com

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opiniões contrárias, especialmente se as pessoas que


discordam de você são próximas ou da sua família. A
dialética nos ensina a encontrar o núcleo da verdade
na perspectiva dos outros. Lembre-se sempre de que a
família é o núcleo da nossa sociedade e que devemos
cuidar muito bem dela!

Autor: Wilson Vieira Melo


Doutor em Psicologia (UFRGS), com estágio de
pesquisa na University of Virginia (USA) estudando
o viés cognitivo nos transtornos de ansiedade. Mestre
em Psicologia Clínica (PUCRS) e com Treinamento
Intensivo em Terapia Comportamental Dialética
(The Linehan Institute Behavioral Tech), foi professor
de Graduação em Psicologia durante dez anos
(FACCAT / ULBRA / IBGEN). Atualmente, é professor
de Pós-Graduação em nível de Especialização em
Terapia Cognitiva em diversos estados do Brasil.
Ministrou curso como Professor Convidado na Palo
Alto University (USA) sobre Terapia Comportamental
Dialética (DBT) para o Transtorno da Personalidade
Borderline e também Adaptações culturais da DBT
no Brasil. Participa dos Estudos de Campo para
elaboração do Código Internacional de Doenças - CID
11 (OMS). Atualmente é o Presidente da Federação
Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC (Gestão
2019-2021). Membro da Association for Contextual
Behavioral Science (ACBS). Também é autor de mais
de 60 publicações entre livros, capítulos de livros e
artigos científicos.

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