Apresentação - Circuitos Elétricos II - Aula 1

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ENGENHARIA ELÉTRICA

CIRCUITOS ELÉTRICOS II
AULA 1
Professor: Daniel Butters – [email protected]
TEMAS ABORDADOS NESTA AULA

• Capacitores
• Capacitância
• Construção de um capacitor
• Associação de capacitores
• Relação entre tensão e corrente em um capacitor
• Energia armazenada no capacitor
• Chaveamento de uma tensão CC em um circuito RC
CAPACITORES

Um capacitor é formado por duas placas condutoras • Contrastando com um


resistor , que “gasta” ou
separadas por um isolante (ou dielétrico).
dissipa energia de
forma irreversível, um
capacitor armazena ou
libera energia.

• Armazenar cargas
elétricas sob a atuação
de uma diferença de
potencial significa
A principal característica de um capacitor é a de armazenar energia.
armazenar cargas elétricas.
CAPACITÂNCIA

Capacitância é a razão entre a carga • A capacitância é


depositada em uma placa de um representada pela letra C.
capacitor e a diferença de potencial • A unidade de medida no
entre as duas placas, medidas em SI é o farad (F)
farads (F). • A quantidade de carga
armazenada,
𝑞𝑞 representada por q, é
𝑞𝑞 = 𝐶𝐶𝐶𝐶 → 𝐶𝐶 = diretamente proporcional
𝑣𝑣 à tensão aplicada v.
• Em aplicações práticas,
Curiosidade: geralmente encontramos
A unidade farad foi atribuída em homenagem ao físico inglês microfarad (µF) e o
Michael Faraday (1791-1867). picofarad (pF).
1 farad = 1 coulomb/volt
CONSTRUÇÃO DE • Na fórmula A é a área de
cada placa, d é a distância
UM CAPACITOR entre as placas e 𝜺𝜺 é a
permissividade do material
dielétrico entre as placas.
1. Quanto maior a área das
placas, maior a
capacitância;
A capacitância C de um
2. Quanto menor o
espaçamento entre as
capacitor depende das placas, maior a
capacitância.
dimensões físicas do 3. Quanto maior a
permissividade do
capacitor. Para o capacitor material, maior a
capacitância.
• Os capacitores são descritos
de placas paralelas: de acordo com o seu material
𝜀𝜀𝜀𝜀 dielétrico, exemplo: (a)
capacitor fixo de poliéster,
𝐶𝐶 = (b) capacitor cerâmico e (c)
𝑑𝑑 capacitor eletrolítico.
(a) (b) (c)
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
EM PARALELO

A capacitância equivalente de N capacitores ligados em paralelo é a


soma de suas capacitâncias individuais.

A capacitância equivalente pode ser


encontrada a partir da carga total
armazenada: 𝑞𝑞𝑇𝑇 = 𝑞𝑞1 + 𝑞𝑞2 + 𝑞𝑞3 + ⋯ + 𝑞𝑞𝑛𝑛

𝑞𝑞 = 𝐶𝐶. 𝑉𝑉

𝐶𝐶𝑇𝑇 𝑉𝑉 = 𝐶𝐶1 𝑉𝑉 + 𝐶𝐶2 𝑉𝑉 + 𝐶𝐶3 𝑉𝑉 + ⋯ + 𝐶𝐶𝑛𝑛 𝑉𝑉 𝑪𝑪𝑻𝑻 = 𝑪𝑪1 + 𝑪𝑪2 + 𝑪𝑪3 + ⋯ + 𝑪𝑪𝒏𝒏
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
EM SÉRIE

A capacitância equivalente de N capacitores ligados em série é o


inverso da soma dos inversos das capacitâncias individuais.
A capacitância equivalente pode ser encontrada a partir da lei
da conservação de cargas e da LKT, onde: 𝑉𝑉𝑆𝑆 = 𝑉𝑉1 + 𝑉𝑉2 + ⋯ + 𝑉𝑉𝑛𝑛
𝑞𝑞 𝑞𝑞 𝑞𝑞 𝑞𝑞 𝑞𝑞 1 1 1 1
𝑉𝑉 = = + +⋯+ = + +⋯
𝐶𝐶 𝐶𝐶𝑇𝑇 𝐶𝐶1 𝐶𝐶2 𝐶𝐶𝑛𝑛 𝑪𝑪𝑻𝑻 𝑪𝑪1 𝑪𝑪2 𝑪𝑪𝒏𝒏
• Para o caso de N capacitores em • Para o caso de apenas 2
série com a mesma capacitância C: capacitores em série:
𝐶𝐶 𝐶𝐶1 × 𝐶𝐶2
𝐶𝐶𝑇𝑇= 𝐶𝐶𝑇𝑇=
𝑁𝑁 𝐶𝐶1 + 𝐶𝐶2
RELAÇÃO ENTRE TENSÃO E
CORRENTE EM UM CAPACITOR

A corrente em um capacitor não depende do valor instantâneo de tensão aplicada, mas depende
do valor da variação da tensão aplicada em relação ao tempo e é diretamente proporcional ao
valor da capacitância do capacitor.

𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑 1. Se a tensão é constante no capacitor, a corrente no capacitor é zero.


𝑖𝑖 = 𝑞𝑞 = 𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑖𝑖 = 𝐶𝐶𝐶𝐶
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 2. Em regime permanente o capacitor é um circuito aberto para circuitos
CC.
• relação CORRENTE- • relação TENSÃO-
TENSÃO CORRENTE 3. A tensão em um capacitor não pode mudar de um valor a outro
instantaneamente.

𝒅𝒅𝒅𝒅 1 𝒕𝒕 4. A tensão de um capacitor após uma operação de chaveamento é


𝒊𝒊 = 𝑪𝑪 𝒗𝒗 𝒕𝒕 = � 𝒊𝒊 𝒕𝒕 𝒅𝒅𝒅𝒅 + 𝒗𝒗(𝒕𝒕0 )
𝒅𝒅𝒅𝒅 𝑪𝑪 𝒕𝒕0 instantaneamente igual a tensão antes do chaveamento.

A tensão em um capacitor depende de todo o histórico de corrente aplicada ao capacitor e é


inversamente proporcional ao valor da capacitância do capacitor.
ENERGIA ARMAZENADA NO
CAPACITOR

• A potência instantânea liberada para um capacitor é: 𝑑𝑑𝑑𝑑


𝑝𝑝 = 𝑣𝑣𝑣𝑣 = 𝐶𝐶𝐶𝐶
𝑑𝑑𝑑𝑑

• Sabendo que a energia é a integral da potência no 𝑡𝑡 𝑣𝑣(𝑡𝑡)


𝑡𝑡
𝑑𝑑𝑑𝑑
tempo, temos que a energia armazenada em um 𝜔𝜔 = � 𝑝𝑝 𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝜔𝜔 = 𝐶𝐶 � 𝑣𝑣 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝜔𝜔 = 𝐶𝐶 � 𝑣𝑣 𝑑𝑑𝑑𝑑
−∞ −∞ 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑣𝑣(−∞)
capacitor pode ser calculada como:

• Sabendo que o capacitor estava descarregado no 1


𝝎𝝎 = 𝑪𝑪𝒗𝒗2
tempo 𝑡𝑡 = −∞, temos: 2

Observação:
A energia 𝝎𝝎 é dada em joules, C em farads e v em volts. Observe que a energia armazenada não
depende da corrente no capacitor.
CHAVEAMENTO DE UMA TENSÃO
CC EM UM CIRCUITO RC

Consideremos uma associação em série de um resistor e um capacitor, cuja fonte


que inicialmente carregou o capacitor foi abruptamente retirada do circuito.

• Aplicando da lei de Kirchhoff das correntes ao nó superior temos: 𝑖𝑖𝐶𝐶 + 𝑖𝑖𝑅𝑅 = 0

𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑣𝑣
Logo: 𝐶𝐶 + =0
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑅𝑅

• Resolvendo a equação diferencial de primeira ordem temos: 𝒗𝒗 𝒕𝒕 = 𝑽𝑽0 𝒆𝒆−𝒕𝒕⁄𝑹𝑹𝑹𝑹

Observação:
A resposta em tensão do circuito RC é uma queda exponencial da tensão inicial. Como a fonte foi
retirada do circuito, esta é a resposta natural do circuito.
CHAVEAMENTO DE UMA TENSÃO
CC EM UM CIRCUITO RC

Observe que em t = 0 temos a condição inicial e à Observação:


medida que t aumenta, a tensão diminui em direção a Um circuito com uma
constante de tempo
zero. A rapidez com que a tensão decresce depende do pequena dá uma resposta
mais rápida, já que atinge
valor de RC, o qual chamaremos de constante de o regime estacionário mais
rapidamente, enquanto um
tempo, representado 𝝉𝝉. Dessa forma, se 𝝉𝝉 = 𝑹𝑹𝑹𝑹, temos:
circuito com constante de
tempo maior dá uma
𝒗𝒗 𝒕𝒕 = 𝑽𝑽0 𝒆𝒆−𝒕𝒕⁄𝝉𝝉 resposta mais lenta.

A constante de tempo de um circuito é o


tempo necessário para a resposta de Os valores finais só seriam atingidos com t = ∞. Por isso, na prática,
decaimento a um fator igual a 1/e ou a 36,8% considera-se que o circuito atingiu seu estado final ou regime estacionário
de seu valor inicial. após cinco constantes de tempo (5 𝝉𝝉), onde: v(t) < 1% de V0.
CHAVEAMENTO DE UMA TENSÃO
CC EM UM CIRCUITO RC

Consideremos um circuito cuja chave interligará a fonte CC a um circuito RC de


forma repentina. Nesta situação, a resposta é conhecida como resposta a um degrau.

• Aplicando da lei de Kirchhoff das correntes ao nó superior temos:

𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑣𝑣 − 𝑉𝑉𝑠𝑠 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑣𝑣 − 𝑉𝑉𝑠𝑠


𝐶𝐶 + =0 =−
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑅𝑅 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑅𝑅𝑅𝑅

• Resolvendo a equação diferencial de primeira ordem temos: 𝒗𝒗 𝒕𝒕 = 𝑽𝑽𝑺𝑺 + (𝑽𝑽𝟎𝟎 − 𝑽𝑽𝑺𝑺 )𝒆𝒆−𝒕𝒕⁄𝝉𝝉

A resposta a um degrau é a resposta do circuito decorrente de uma aplicação súbita de uma


fonte de tensão ou de corrente CC.
CHAVEAMENTO DE UMA TENSÃO
CC EM UM CIRCUITO RC

Em um tempo igual a uma constante de tempo, a


tensão assume 63,2% de seu valor final, que é o
valor de tensão da fonte CC (Vs).

Os valores finais só seriam atingidos com t = ∞. Por


isso, na prática, considera-se que o circuito atingiu seu
estado final ou regime estacionário após cinco constantes
de tempo (5 𝝉𝝉), onde: v(t) = 99,3% de VS.

Observação:
Um circuito com uma constante de tempo pequena dá
uma resposta mais rápida, já que atinge o regime estacionário
mais rapidamente, enquanto um circuito com constante de
tempo maior dá uma resposta mais lenta. 𝒗𝒗 𝒕𝒕 = 𝑽𝑽𝑺𝑺 + (𝑽𝑽𝟎𝟎 − 𝑽𝑽𝑺𝑺 )𝒆𝒆−𝒕𝒕⁄𝝉𝝉
CHAVEAMENTO DE UMA TENSÃO
CC EM UM CIRCUITO RC

Resumidamente, para verificarmos a


resposta transiente ou transitória de um
circuito RC devemos conhecer três coisas:

1. A tensão inicial v(0) ou corrente


inicial i(0) no capacitor.

2. A tensão final v(∞) ou corrente


final i(∞) no capacitor.
𝒗𝒗 𝒕𝒕 = 𝒗𝒗 ∞ + 𝒗𝒗 0 − 𝒗𝒗(∞) 𝒆𝒆−𝒕𝒕⁄𝝉𝝉 𝑽𝑽
3. A constante de tempo τ.
𝒊𝒊 𝒕𝒕 = 𝒊𝒊 ∞ + 𝒊𝒊 0 − 𝒊𝒊(∞) 𝒆𝒆−𝒕𝒕⁄𝝉𝝉 𝑨𝑨
Obrigado e bom estudo!

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