Resumo
Resumo
Resumo
É uma área da psicologia que estuda a interação humana: as suas manifestações, causas, consequências e
processos psicológicos envolvidos nesta interação. Gordon Allport definiu Psicologia Social como “a investigação
científica de como os pensamentos, sentimentos e comportamentos dos indivíduos influenciam a presença real,
imaginada ou implicada dos outros.”
Investiga como os pensamentos, sentimentos e comportamentos dos indivíduos (ações, mas também o que
dizem) são influenciados pela presença real, imaginada ou implicada pelos outros (e.g. normas)
As conclusões sobre estados internos dão-se devido ao estudo de processos sociais e cognitivos relativamente
à perceção, influencias e relacionamentos com os outros.
Processos sociais: as formas como o input dos outros e dos grupos que nos rodeiam afetam os nossos
pensamentos, sentimentos e ações;
A psicologia social procura o comum nos indivíduos, relativamente aos pensamentos, comportamentos.
Típico/comum psicologia social tenta criar situações que permitam associar erro;
A psicologia social tem uma abordagem científica, tendo métodos sistemáticos de investigação da realidade,
tendo por base o falsificacionismo (tentar comprovar o contrário para provar que está certo). “procura demonstrar o
conhecimento do senso comum que é contraditório e inconsciente”.
Pensamento social- como percecionamos os outros e nos mesmo, no que acreditamos, os julgamentos
e as nossas atitudes;
Influência social- cultura, pressões para o conformismo, persuasão e grupos de pessoas;
Relações sociais- prejuízos, agressões, atração, intimidade e ajuda
Os axiomas fundamenteis da psicologia social são hipóteses que sabemos ser verdade sobre o funcionamento da
mente humana.
PRESSUPOSTOS MOTIVACIONAIS
Os indivíduos guiam-se por 3 motivos básicos na construção da sua realidade, enquanto influenciam e se deixa
influenciar:
4- Busca de consistência
O ser humano evita estados de inconsistência, desequilíbrio sendo que este tem um caracter negativo e
que nos leva a sentir mau estar.
Para evitar o mal-estar causado pela falta de consistência, o ser humano procura-a entre crenças,
perspetivas, visão do mundo a priori e até em situações atuais. Esta procura pode levar à alteração de
elementos para reduzir a inconsistência e originar enviesamentos na perceção, memória e
julgamentos.
PRINCÍPIOS DE PROCESSAMENTO
Princípios que orientam os processos sociais e cognitivos na construção de uma realidade, enquanto se influencia
e se é influenciado:
1. Conservacionismo
Conhecimentos antigos são difíceis de alterar, sendo que o desenvolvimento é lento ou não chega
sequer a acontecer (e.g. primeiras impressões, estereótipos sobre grupos)
2. Acessibilidade
Informação mais acessível é geralmente mais fácil de absorver e impactante nos nossos pensamentos
e comportamentos. (e.g. cena do filme Focus em que o nº 5 esteve acessível durante o dia inteiro para
manipulação da escolha do jogador com camisola 5)
3. Superficialidade vs. Profundidade
Normalmente as pessoas costumam esforçar-se pouco a lidar com informação, mas as vezes estão
motivados com informação mais profunda. Assim, lidamos com informação de duas maneiras: com
superficialidade - menos esforço possível e aumentamos a canalização da informação caso preciso;
profundidade - com ajuda da motivação.
procura de eficiência- todos os nossos processos são moldados pela nossa motivação e capacidade
cognitiva.
Por default, na compreensão de estímulos (pessoas e situações), usamos de regra simples, por exemplo,
heurísticas, TIPs, estereótipos. Sendo que também há custos da eficiência- enviesamentos na perceção, memória,
julgamentos de situações ou pessoas.
Quando motivados e com capacidade: formamos o conteúdo da informação, corrigimos primeiras inferências,
baseamos mais as nossas impressões e inferências em detalhes da situação e do outro.
Efeito primação (priming)- exposição a um estimulo influencia a resposta a um outro estimulo subsequente. a
Ativação de uma representação mental para aumentar sua acessibilidade e, portanto, a probabilidade de que ela seja
usada
NÍVEIS DE ANÁLISE
Ao utilizar um dos níveis, não implica que os outros níveis não sejam
capazes de explicar o mesmo, tem a ver com a escolha do nível usado para
explicar determinado fenómeno.
Ideológicos ou societal Comportamento explicado com base nos valores, ideologias, crenças e normas
partilhadas por membros de uma determinada cultura ou sociedade;
Intergrupal ou posicional Comportamento explicado pela diferente posição social dos sujeitos ou grupos,
com base em processos intra e inter grupos: relações de poder, discriminação,
dinâmica de grupos, etc.
Inter-individual e situacional Comportamento explicado pela dinâmica das relações interpessoais que, num
dado momento, influenciam indivíduos, numa determinada situação. Com base
nos processos ativados entre indivíduos como amizade, atração interpessoal,
reciprocidade, competição.
Intra-individual Comportamento explicado ao nível do individuo, com base em processos que se
passam dentro de um individuo: sua perceção; crenças; comportamentos; atitudes,
sentimentos.
Procura a resolução de problemas específicos (e.g., mudança de hábitos de saúde, melhoria da aprendizagem
escolar; redução de conflitos);
Não se preocupa com a explicação dos processos psicológicos em si e tem uma abordagem técnica (“what
works?”)
Esta pode ser: ambiental, legal, desporto, educacional, politica, organizacional, saúde.
PERGUNTAS FOCO:
O que é uma tomada de decisão? Processo pelo qual uma pessoa, grupo ou organização identifica uma escolha a
efetuar, reúne e avalia a informação sobre as alternativas e selecionam uma entre diversas.
Quando se age automaticamente não há tomada de decisão. Apenas quando se tem de escolher entre 2 ou mais
opções é que existe uma decisão.
Somos bons decisões? Não . Há características que alteram a nossa tomada de decisão
Teorias normativas: descrevem o comportamento do decisor ideal/ racional, como as decisões devem de ser
tomadas com génese em modelos matemáticos.
Teorias descritivas: descrevem e preveem o comportamento real dos decisores, como as pessoas de fato tomam
decisões.
Teorias prescritivas: descrevem estratégias de decisão contingenciais (com limites), que permitem aproximar o
desempenho humano do comportamento racional.
É o modo ideal, superinteligente de tomada de decisão em que a escolha é igual à troca, relacionada então
com a escassez de recursos, custo e benefícios, à margem e autointeresse
Seguimos regras de lógica e probabilidade estatística em que definimos as estratégias para conseguirmos
tomar decisões. Diz também que estas regras são independentes do conteúdo e do contexto porque, de acordo com
o descrito, as nossas preferências reveladas no momento da decisão seriam consistentes e não existiriam indecisão,
incerteza ou conflito, mas sim uma clara identificação e ordenação de preferências.
Provindo da economia, as teorias descritivas dizem que uma decisão (escolha) envolve a uma troca. Esta
escolha é feita consoante todas as possibilidades existentes para qualquer situação, através de critérios como a
ponderação entre os custos e os benefícios dessa troca, a escassez de recursos, o peso do autointeresse e a margem, de
modo a maximizar os ganhos.
Se fossemos racionais, fatores preferenciais seriam revelados no momento de decisão, seriam também
consistentes, sendo que não haveria lugar para indecisão ou incerteza, e fatores contextuais não afetariam a escolha.
Uma identificação e ordenação clara de preferências levam a uma boa decisão, pois esta decisão iria de acordo com
as alternativas disponíveis, havendo noção do balanço custo-benefício e seguindo o princípio da maximização do
ganho (valor, utilidade).
Através de teorias descritivas e prescritas em que a racionalidade é limitada, dá-se violação de princípios de
racionalidade, acontecem decisões satisfatórias e não ótimas. Estas teorias consideram que utilizamos atalhos
cognitivos, como as heurísticas, para que o processamento seja mais rápido e com menores esforços cognitivos. No
entanto, estas estratégias de decisão acabam por originar, muitas vezes, a indecisão, inconsistências, enviesamentos
e erros no julgamento de preferência de decisão. É por este e outros motivos que somos previsivelmente
irracionais.
As nossas preferências são construídas no momento da decisão vão variar também com o contexto desviando-
se muitas vezes de decisões racionais. Por exemplo: sabemos que não devemos meter no telemóvel quando
conduzimos e na mesma se aparecer uma notificação olhamos para o telemóvel ou sabemos que fumar mata, mas há
pessoas que fumam na mesma. Ainda, a nossa necessidade de satisfação imediata também influencia a tomada de
decisão, por tendemos para tomar decisões que têm mais prazer a curto do que a longo prazo.
Efeitos de Enquadramento
Efeitos De Contexto
Heurísticas
o Heurística da Representatividade – estratégia para julgar se o alvo pertence a uma certa categoria baseado
no quão representativo parece ser. Baseia-se na semelhança da descrição com os estereótipos.
Negligência de base rates - associação de características e detalhes a pessoas comuns (bibliotecário é retraído,
tranquilo, arrumado, procura ordem e estrutura e não gosta muito de falar com as pessoas) (bibliotecário vs
empresário)
Consequência da representatividade: falácia da conjunção- quando a conjunção de dois eventos é julgada
como mais provável de ocorrer do que seus eventos constituintes
Um processamento racional conduz a uma melhor tomada de decisão (do pov normativo) não gerando erros e
enviesamentos, no entanto, uma tomada de decisão menos racional, portanto mais intuitiva, é muitas vezes vista como
mais adaptativa (sendo especialmente relevante em situações de ambiguidade e complexidade elevadas).
PRÁTICA 3- DILEMAS SOCIAIS
Garrett Hardin (1918-2003) originou o conceito do dilema social, em que os objetivos individuais ganham
perceção dos objetivos grupais, levando a uma perda de ambos.
Um dilema social é um conflito em que estão em jogo os nossos interesses e necessidades e os do coletivo em
que estamos inseridos (frequentemente também chamado efeito perverso).
Este é uma forma de interdependência em que a ação mais compensadora para cada individuo produzirá um
resultado negativo para todo o grupo se for escolhida por cada elemento. O interesse pessoal opõe-se aos do grupo
e vice-versa, dai a importância para o estudo dos comportamentos de ajuda e cooperação.
Do ponto de vista individual é mais racional competir, sendo que a rentabilidade destes
comportamentos é maior quando todos os outros cooperam;
o Os ganhos individuais, a curto prazo, são mais palpáveis e os grupais são menos visíveis. Sendo que
também está muito envolvido a desconfiança pelos nossos companheiros de grupo para um objetivo
grupal.
Recursos renováveis
Bens públicos
Módulo de ética – como ensino de dilemas socais como ilustração, experiência de dilemas sociais com experiencias
destes em que há discussão de exemplos de problemas e de soluções com benefícios do grupo. Com o foco em duas
mensagens:
Acções individuais afectam os outros, por vezes negativamente, consequentemente, vantagens individuais no
imediato podem levar a custos sociais no longo prazo;
Comportamentos não-éticos são, em última análise, autodestrutivos, visto que podemos assumir que os outros
farão o mesmo.
A formação ética leva ao aumento de comportamentos cooperativos e de reciprocidade. Segundo os autores, isto
acontece devido à ilustração do conceito de dilemas sociais e à experiência das consequências de decisões pessoais
num contexto.
ATITUDES
CONCEITO DE ATITUDE
Atitude é um constructo hipotético referente à “tendência psicológica que é expressa através de uma avaliação
de uma certa entidade ou objeto num certo nível de acordo/desacordo”
Existem “Atitudes” no Senso Comum: temperamento; tomada de decisão; motivação, crenças, e percepções.
Constructo hipotético porque atitudes não são diretamente observáveis, tratando-se de uma inferência sobre
processos psicológicos internos (estáveis temporariamente, aprendidos e alteráveis) de um individuo a partir da análise
dos seus comportamentos e como este se “posiciona” quanto a um tópico.
As atitudes expressam-se através de um julgamento avaliativo que as diferenciam devido a 3 características:
o Intensidade- posições extremas ou posições fracas (atitudes com a mesma direção podem ter uma posição
mais radical do que outra). É muito difícil mudar crenças e opiniões muito extremadas.
A entidade ou objeto que faz ativar uma atitude, diverge em vários contextos podendo tomar a pose de pessoa
(atração interpessoal), social (políticas ou grupos sociais), organizacional (relacionados com empresas), ambiental
(problemas ambientais), próprio (auto-estima). Sendo que dentro destes contextos podemos ainda avaliar se a
entidade é concreta (específica) ou abstrata (abrangente).
Por exemplo, no contexto de pessoas a concreta seria o nome de uma pessoa real (e.g. Trump) enquanto a abstrata
seria falarmos de um conjunto de pessoas não específicos com alguma característica em comum (e.g. pessoas
mentirosas)
A formação de uma atitude desenvolve uma disposição individual ou tendência psicológica de resposta.
Relativamente á individual: nós temos uma “fronteira entre individual/social”, sendo que temos as nossas atitudes
individuais perante um assunto devido à influência social. As atitudes não existem isoladas, no vazio.
Relativamente à tendência: Quando esta se encontra estável, a atitude é estabelecida e armazenada na memória e
ativada quando o objeto estiver presente.
!A atitude não é necessariamente uma ação, pode ser um pensamento ou posição perante algo!
As medidas de atitude pode ser por exemplo um questionário de 0-10 de quanto a pessoa concorda/discorda, se
identifica/não identifica... isto pode não aceder às verdadeiras atitudes por serem facilmente influenciadas pelo social.
Cognitiva- declarações verbais de crenças, pensamentos, atributos associados ao objeto; e.g. serpentes
controlam a população roedores, as serpentes atacam tudo o que mexe.
Afetiva- resposta do sistema simpático, declarações verbais de afeto, sentimentos e emoções perante o objeto.
E.g. tenho medo quando vejo uma serpente.
Comportamental- ações e declarações verbais relativa a ações. Comportamentos passados/experiencias
relativas a um objeto altitudinal. E.g. sempre que vejo uma serpente fujo.
Novas abordagens
As 3 classes de antecedentes têm vias independentes da formação das atitudes. Portanto, não é necessário que
as 3 estejam representadas numa atitude, no entanto, quando presentes, exercem relações de sinergia (esforço
simultâneo) entre si, reforçando mutuamente.
A atitude é então um sumário avaliativo da informação derivada das 3 dimensões, o que leva a uma avaliação
que reflete o que sabemos, sentimos e como agimos em relação a um objeto atitudinal ou o resultado da recuperação
em memoria das associações relativas aos objetos atitudinais.
o Função Expressiva- As atitudes são a nossa definição de nos próprios e dos grupos a que fazemos parte e
estas ajudam a adquirir ou reforçar ligações com os outros. Ao transmitirmos valores ou identidade
permite proteger-nos contra conflitos internos e externos e também a preservar a nossa autoimagem. Uma
ameaça a estas atitudes transforma-se numa ameaça ao self ou ao grupo.
No entanto:
Existem objetos altitudinais para os quais temos uma atitude associada fortemente a uma das funções (e.g.
consumo de café tem mais uma função de controlo do ambiente);
O mesmo objeto pode estar associado às duas funções. E.g. atitudes em relação a uma marca de óculos de sol
por causa da qualidade do produto e ao mesmo tempo estar associada ao prestígio da marca.
Por serem um posicionamento face a um objeto, as atitudes têm também o caracter social, nos processos de
apropriação das atitudes a nível individual como nas suas funções. Assim podemos brevemente dizer que o
desenvolvimento de atitudes positivas em relação a grupos sociais de pertença em comparação a outros grupos e que
as diferenciações intergrupais estão relacionadas podem ser consideradas funções de atitudes.
O principio diz que a perceção do nosso meio pode ser representado em tríades que podem ser consideradas
equilibradas (1ª linha) – indivíduo percebe concordância (+ objeto) de posição em relação a alguém de quem que
gosta (+ pessoa) ou discordância (- objeto) em relação a alguém que não gosta (- objeto) – ou desequilibradas (2ª
linha)– discordância (- objeto) em relação a alguém de quem gosta (+ pessoa) ou concordância (+ objeto) em
relação a alguém de quem não gosta (- pessoas).
O estado de equilíbrio sugere uma harmonia entre entidades e os seus sentimentos ajustam-se sem tensão, sendo
estas mais estáveis e resistentes à mudança.
Pensar no exemplo: eu (p) gosto (+) ou não gosto (-) da Maria (o) ou da Joana (x). Só há uma relação harmoniosa
nos tríades de cima devido à relação de (o) e (x).
Com o intuito de estudar a consistência interna de uma atitude, Festinger, postula que indivíduos têm necessidades
de encontrar consonância entre diversas cognições face ao mesmo objeto.
Aqui temos de ter em conta que com cognição nos referimos a pensamentos, atitudes, crenças e comportamentos
conscientes (E.g. 2 cognições: “sou atencioso”, “esqueci-me do aniversario da minha mãe”). E que dissonância é a
existência simultânea de cognições que não se ajustam entre si, ou até que se contrariam (E.g. “sou uma pessoa
atenciosa, mas esqueci-me do aniversário da minha mãe”).
Escolha livre Consequências negativas
Justificação insuficiente Consequências previsíveis
Postulados:
A inconsistência entre duas ou mais cognições é sentida como um estado de tensão psicologicamente
desagradável. Este estado dissonante constitui uma motivação, uma ativação do organismo no sentido da
redução ou da eliminação da dissonância.
Quanto maior for a dissonância cognitiva, tanto maior é a tendência para a sua redução.
Redução da dissonância:
Princípios:
o É possível medir atitudes através de crenças, opiniões e avaliações de indivíduos acerca de um objeto;
o Autodescrição do posicionamento individual constitui a forma mais direta de acedermos a este conteúdo
cognitivo.
Thurstone
Desvantagens: ordem não prática, metodologia e ordem cientifica não adequada (ordinal).
Likert
1. Elaboração das afirmações que manifestem uma posição favorável ou desfavorável, por parte do investigador
2. Pré-teste
3. Cotação das respostas (frases favoráveis concordo-5 discordo-1; frases desfavoráveis concordo-1 discordo-5)
4. Verificação geral da escala e seleção das afirmações
5. Aplicação da versão final
6. Cálculo do valor individual da atitude
Guttman
Osgood
RGP – resposta galvânica da pele, atenta à mudança da condutividade eletrica da pele devido à atividade diferencial
das glândulas soporíferas, controladas pelo SNS
Medidas indiretas- comportamentais
Ou medidas não obstrutivas, recorrem a observação (despercebido ao alvo) de comportamentos que revelam atitudes.
IAT- associação entre dois conceitos alvo com avaliações positivas vs negativas, comparando resultados (mais
positivo/negativo entre grupos). Baseia-se na associação de um conceito a uma avaliação tendo em contro o tempo de
realização da tarefa.
Técnicas projetivas- através da interpretação de material e acrescentando informação nova nos mesmos.
Enviesamento linguístico- informação de grau abstrato da linguagem para descrever comportamentos positivos e
negativos
Priming afetivo- ativação de uma atitude tem implicações nas respostas posteriores, e que através destas respostas é
possível inferir as atitudes das pessoas
FORMAÇÃO DE ATITUDES
Consistência- em que formamos atitudes consistentes com o que sabemos, sentimos e experienciamos.
Portanto, temos atitudes que vão de acordo com o sentimento das consequências ou da posição fixa que temos
sobre elas ou com as suas consequências. Se uma atitude tiver valor negativo, toda a sua informação vai ser negativa e
vice-versa.
Se as atitudes não tiverem consistência (e.g. fumar) temos diferentes valores entre informação cognitiva (-
porque faz mal), afetiva (+ faz me sentir mais calma) e comportamental (+ porque fumo). Estas atitudes vão ser
ambíguas, com um valor total “mais ou menos”.
A formação de atitudes com base em informação inconsistente, favorável e desfavorável, é determinada pela
informação mais acessível (a que vem à nossa cabeça com facilidade e prende a atenção ou se destaca). A formação
de atitudes nestas condições não resulta em atitudes “mais ou menos”.
Acessibilidade- a informação acessível, a que prende a atenção é a que determina as atitudes. Podemos formar
atitudes diferentes se antes estivermos expostos a informação diferente.
Nem sempre ativamos as informações que temos a cerca de um tópico na formação de uma atitude.
Para formar uma atitude, as pessoas combinam as partes importantes, salientes e acessíveis de informação
cognitiva, afetiva e comportamental positiva e negativa que adquirem sobre um objeto atitudinal.
Essa combinação determina a direção e intensidade da atitude em relação ao objeto e pode produzir atitudes
fortes ou atitudes ambivalentes.
As atitudes predizem o comportamento mas os comportamentos têm impacto nas atitudes que vão
influenciar outros comportamentos. Portanto ambos se influenciam mutuamente. As atitudes podem também ser
influenciadas por outras variáveis sem ser os comportamentos.
Comportamento Atitude
Os indivíduos avaliam os seus comportamentos e inferem as suas atitudes. Podemos aprender sobre nós
próprios através da observação dos nossos comportamentos. E.g. eu posso me afastar de pessoas que fumam, por não
gostar do cheiro e , por isso, afastar-me da pessoa em si por não estar tanto tempo com ela.
Os indivíduos avaliam os comportamentos dos outros e inferem as atitudes dos outros. E.g. por outras pessoas
se afastarem de mim quando fumo eu evito fumar até deixar de o fazer de todo.
Em ocasiões de motivação intrínseca no decorrer da tarefa, conseguimos inferir mais facilmente as nossas atitudes
do que em situações de motivação extrínseca (o mesmo referente à atitude dos outros)
Portanto as atitudes são definidas como constructos hipotéticos acedidos por processos de inferência.
Atitude Comportamento
LaPiere, 1934
Com isto vemos que as atitudes podem, por vezes, guiar o comportamento.
Atitudes ≠ Comportamento
Este estudo levantou muitas questões e originou linhas de investigação que abordam modelos preditivos,
métodos e medidas.
Ao mesmo tempo a pessoa pode ter a crença se deve ou não agir (avaliação) e motivação para seguir um
pensamento sobre o comportamento, que vai também formar uma intenção.
Portanto este modelo vê a atitude como um dos preditores do comportamento, sendo que a norma subjetiva –
perceção que o individuo tem acerca da forma como os outros pretendem que ele aja (crença+motivação) – vai ser
mais ou menos peso que a atitude – posição favorável ou desfavorável face ao desempenho do comportamento
(crença+avaliação) – na determinação de uma intenção que vai levar ao comportamento final
E.g. do covid, nos sabemos que devemos manter a distância de segurança para nossa proteção, então vou manter
essa distancia porque tenho uma avaliação negativa face ao vírus e não o quero contrair.
1. Apenas pode ser aplicado em situações nas quais conseguimos ter controlo
2. Não contempla o poder preditivo do comportamento anterior em relação ao qual estamos a tentar predizer
(impacto do consumo de drogas na previsão do mesmo tipo de comportamentos)
3. O modelo prevê que consiga explicar 25% a 30% do comportamento
Na junção destes 2 modelos as atitudes predizem o comportamento indiretamente. Via intenção comportamental,
em que a atitude prediz a intenção comportamental, que por sua vez prediz o comportamento.
A definição de acontecimentos vai também influenciar a definição do acontecimento e por sua vez o
comportamento. A definição de acontecimento (e.g. perigo) vai influenciar a definição do acontecimento (e.g.
características)
Concluímos então que tanto a atitude pode influenciar o comportamento como o comportamento pode
influenciar a atitude.
Podemos definir a persuasão como um processo que visa convencer pessoas a mudar as suas atitudes, crenças
ou comportamentos através da transmissão de mensagens. A persuasão engloba um contexto em que uma fonte
transmite uma informação sob a formação de argumentos (mais ou menos explícitos, verbais ou não verbais), com
intenção de mudar a atitude de um alvo num determinado sentido.
Para existir mudança de atitude tem de existir aceitação privada da nova atitude (contrário de dizer que sim
para o outro parar a persuasão)
Com o objetivo de tornar campanhas de comunicação eficazes, estudam as condições que fazem alterar as atitudes
e opiniões de uma audiência passiva, sendo este processo unidirecional.
Praticamente este modelo propõe a persuasão através de várias etapas sequências (o término de uma etapa não
implica que a seguinte seja iniciada), em que a fonte ou mensagem estimulam o recetor a mudar. Sendo que nestas
etapas se incluem: atenção, compreensão, aprendizagem, aceitação da mensagem.
A primeira etapa seria a atenção, para que seja recebida a mensagem, depois a compreensão da mesma, a
aprendizagem da mensagem e a aceitação desta para que a atitude seja alterada.
O sujeito tem então um papel ativo no processo. Sendo que só há sucesso da mensagem se houver uma atenção
aos argumentos produzidos pelos pensamentos do recetor e da direção destes. A persuasão ocorre quando o recetor é
levado a produzir uma proporção superior de argumentos favoráveis, caso ocorra o oposto (argumentos
desfavoráveis), dá-se um efeito de boomerang em que a atitude vai na direção oposta à suposta.
1. Fonte – Variáveis estudadas: credibilidade da fonte; atratividade (física ou agradabilidade); uma ou mais
fontes; semelhança com o recetor; intenção de persuadir; poder/status.
2. Mensagem – Variáveis estudadas: apelo ao medo pode ter relação não direta, compreensibilidade, tamanho da
mensagem, a mensagem retirada vs. Não retira conclusões
3. Canal – Canal específico (e.g. pessoal, digital); atributos dos canais
4. Recipiente – Alvo da persuasão: estado emocional; inteligência; auto-estima; género; conhecimento sobre o
tema.
5. Contexto – Hetero (fonte e alvo são pessoas diferentes) vs. Auto-persuasão (com base no discurso interno que
temos)
Os estudos clássicos assumiam o recetor da mensagem enquanto ser racional. No entanto, nem sempre as pessoas
têm capacidade ou motivação para processar a informação que recebem. Este modelo faz parte de teorias de
processamento dual por defenderem que o tratamento de informação persuasiva é feito por dois modos distintos.
o Via Central
o Processamento atento de toda a informação relevante;
o Quando existe elevada capacidade e elevada para processar;
o Ênfase em aspetos do conteúdo: força e qualidade dos argumentos.
o Via Periférica
o Presta pouca atenção à informação e recorre a atalhos cognitivos;
o Quando existe baixa capacidade ou motivacional para processar;
o Ênfase em aspetos situacionais: regras simples de decisão; informação superficial.
Este modelo advoga que a mudança de atitudes pode ocorrer ou através da via central ou da via periférica,
dependendo da: " Capacidade para elaborar”(elaborar = gerar reações favoráveis ou desfavoráveis ao conteúdo
persuasivo).
Quanto maior a probabilidade de elaboração, maior será o impacto dos processos da via central e menor da via
periférica.
Postulados:
1. As pessoas estão motivadas para ter atitudes corretas- se nos convencerem que o seu argumento é melhor
que o nosso, tendemos a mudar a nossa opinião.
3. Variáveis intervenientes podem ter diferentes papeis (e.g. atratividade pode servir como argumento para
validar uma mensagem, ou para chamar a atenção)
a. Argumentos persuasivos (se estiver a elaborar).
b. Pistas periféricas (se estiver a elaborar pouco).
c. Moderadoras da probabilidade de elaboração – aumentando ou diminuindo a motivação para
elaborar.
4. (V e VI) As variáveis individuais e situacionais que afetam a capacidade ou motivação para elaborar
podem influir na avaliação do mérito da posição defendida/informação na mensagem, influenciando a via
pela qual é pressuposto ocorrer a mudança
5. Persuasão por via central é mais persistente, preditiva de comportamentos e mais resistente a
contrapersuasão
Críticas ao modelo:
Modelo descritivo- “Não explica, apenas descreve, porque certos argumentos são fortes ou fracos, porque é que
certas variáveis servem de pistas ou porque é que certas variáveis afetam o processamento” (Petty & Cacioppo, 1986,
p. 192).
Modelo assume que as duas vias são mutuamente exclusivas- Assume que quando se segue uma via (e.g.,
central), assume-me também que as pistas periféricas não influenciam....
No entanto, o modelo tem muita relevância e continua a dar origem a investigação sobre as condições em que a
persuasão ocorre.
FORMAÇÃO DE IMPRESSÕES
Somos psicólogos intuitivos: percebemos o outro formando uma impressão e avaliando a sua personalidade.
No entanto, este processo é complexo pois as pessoas são inconsistentes nas suas crenças, atitudes e
comportamentos tanto no tempo, como no contexto em que se encontram. Então, é necessário a operação de processos
cognitivos complexos de modo a organizar, combinar e integrar toda a informação sobre o alvo, num todo unificado e
coerente.
A psicologia social coloca então questões como: como o fazemos? O que fazemos? Quando o fazemos? E com
que qualidade?
Um bom juiz de personalidade seria alguém melhor que os outros a identificar valores, motivos e preferências
distintivas de outra pessoa com base em informação limitada.
Este estudo é útil para a seleção e treino de peritos e profissionais com ocupação de estabelecer e gerir relações
interpessoais ou até validar testes de personalidade.
Efeito de halo (Thorndike, 1920)- avaliar o alvo em termos mais gerais positivos ou negativos (se tivermos
uma pessoa simpática achamos que todas as características são positivas)
Erros lógicos (Guildford, 1936)- cria-se uma lógica de correlação entre características. Inferência de um
atributo a partir de outro, sendo que estes não são necessariamente relacionados
Efeitos de leniência (Bruner & Tagiuri, 1954)- favorecer os traços positivos e desvaloriza os negativos
Estas características e erros comuns levam a resultados inconsistentes de juiz para juiz.
Conclusão: Esta não parecer ser a melhor estratégia para sermos o mais fiáveis possíveis no julgamento e
formação de impressões sobre alguém. Pois pode haver variabilidade de julgamentos não são so um conjunto de
competências de julgamento mas também um conjunto de enviesamentos de julgamento ao qual os juízes estão
sujeitos.
É uma unidade organizada e integrada, sendo mais do que a simples coleção de atributos independentes e não
relacionados atributos interagem entre si oara formar um todo.
A Gestalt é definida por traços centrais e periféricos. A mudança de um traço pode mudar a polaridade do
todo.
Centralidade dos traços frio e caloroso são traços centrais por influenciar a polaridade de uma impressão
numa lista de características iguais. Portanto, impressões de um alvo com o traço caloroso cria uma impressão
positiva enquanto com o traço frio cria uma impressão negativa. Sendo estes (não aplicável a qualquer traço)
mais influenciáveis que os traços periféricos. Estes traços são também bons representantes da dimensão social
(ver mais a frente).
Periferia dos traços estes servem de foco orientador, divergindo dos centrais por serem mais discretos. Por
exemplo, invés de se utilizar traços centrais como caloroso e frio, substituir por educado e rude.
“o significado que tomam depende do conjunto em que está”. O significado das partes depende do todo:
Em síntese, é fundamental que a informação que vamos obtendo acerca da sua personalidade vá sendo organizada,
na formação de uma impressão relativamente à personalidade de com quem interagimos. Pois, na presença de vários
traços de personalidade de determinado individuo, o percepiente é capaz de formar impressões unitárias onde vários
elementos estabelecem uma relação entre si.
Esta descoberta pode ainda ajudar a explicar erros de julgamento (efeito halo, erros lógicos...)
Um traço é central quando se encontra no extremo de uma dimensão (ver imagem)
Modelos de soma- a avaliação global da personalidade de alguém é obtida pela soma dos valores de traços
independentes.
Modelos de média- em vez de se somar diferentes itens de informação, realiza-se a média das avaliações de
cada traço individual da pessoa.
R resposta
Soma :
F muito favorável; M+ moderadamente favorável; M– moderadamente desfavorável; Dmuito
desfavorável
Média :
P muito positiva; N muito negativa; M+ medianamente positivas; M– medianamente negativas
Abordagem da Cognição Social e Formação de Impressões
Esta abordagem valoriza o modo como pensamos e processamos a informação acerca dos outros. Estudando
questões envolvidas nos processos cognitivos de perceção e julgamento de estímulos sociais, desenvolvendo
um modelo de memória de pessoas: quando formamos uma impressão acerca da personalidade de alguém, o
esforço de integração da informação uma impressão coerente leva a que se desenvolva uma rede complexa de
associações entre essas informações conhecidas.
Abordagem de Memória de Pessoas:
1- Perceção da informação disponível acerca dos outros que recorre a atenção seletiva quando temos muita
informação junta. Esta é fortemente determinada pelas características do estímulo (bottom-up) mas também
pela influencia dos conhecimentos prévios (top-down). Muitas vezes o percepiente pode ir para alem da
informação dada usando inferências e interpretações.
2- Codificação através de estruturas cognitivas do percepiente, utilizando mecanismos de codificação
(elaboração e organização) que convertem a informação percetiva em estruturas simbólicas, com significado.
O que permite ao percepiente completar ou inferir também a informação dada.
3- Representação cognitiva da informação em memória, que pode diferenciar esta da real.
4- Recuperação
Então para se formar uma impressão, cria-se uma representação cognitiva do alvo. Sendo esta impressão
“uma representação cognitiva organizada que o percepiente tem acerca de outra pessoa” (Hamilton et al.,
1980).
Percipientes organizam diversos itens de informação numa impressão coerente que levam ao desenvolvimento
de associações entre estes;
Esta tendência de formar uma rede associativa de memoria tem reflexos na recordação da informação.
Pegando na representação mnésica de uma pessoa, que resulta da junção dos falados traços e
comportamentos, Hamilton e colaboradores realizaram um estudo que visava comparar a formação de
impressões com testes de memória. Este teve como resultados que os participantes recordaram mais itens ao
serem instruídos que a informação servia para a formação de uma impressão, comparativamente a
participantes que foram instruídos que a informação seria útil para o teste de memória. Estes resultados são
uma forte evidencia de que processos de organização cognitiva, subjacente à formação de impressões,
promovem o estabelecimento de uma estrutura de associação coerente, que facilita a recordação.
Nesta rede de associação, nota-se que comportamentos incongruentes podem estar ligados tanto a outros
comportamentos incongruentes, como a congruentes. No entanto, comportamentos congruentes não se ligam
entre si, sendo que estes mantêm uma relação estável com o traço sem terem outros comportamentos
interfiram nessa impressão.
INFERÊNCIA DE TRAÇOS
Percebemos os outros criando representações mentais que têm por base o traço. Portanto, observamos
comportamentos e aparências físicas.
Inferimos traços por um comportamento não ter significado por si só, este tem de ser interpretado de acordo com
os nossos conhecimentos prévios sobre pessoas, comportamentos, traços e situações. Com conhecimento prévio
referimo-nos a simples heurísticas/pistas, teorias implícitas de personalidade e categorias socias/estereótipos.
Portanto:
Inferimos traços a partir dos comportamentos de cada pessoa
Observamos comportamentos e inferimos disposições (características nas pessoas que permitem justificar os
seus comportamentos)
A formação de uma impressão pode ser feita através de (observações que fazemos):
o Aparência física – registamos na memória da pessoa traços
o Comportamentos – registamos na memória da pessoa traços
A inferência de traços num processo cognitivo:
Atribuição causal
Enquanto processo cognitivo, é constituída por dois subprocessos que ocorrem sucessivamente no
tempo:
Inferência Disposicional a Partir do Comportamento Observado - Numa primeira fase realizamos inferências
correspondentes independentemente da causa percebida do comportamento ser a pessoa (ator do comportamento)
ou a situação (em que o comportamento ocorre).
Exemplo - O João pisou a namorada a dançar - imediatamente se infere o traço “desajeitado”.
Ajustamento da Inferência Realizada em Função do Contexto ou da Situação em que o Comportamento
ocorre, numa segunda fase, o individuo ajusta estas inferências de traço iniciais levando em conta as pressões
situacionais que possam ter facilitado ou inibido o comportamento. |
Exemplo - Depois de inferir que o João é desajeitado ajustam esta inferência com informação situacional (“mas
afinal foi empurrado o que quer dizer que não é assim tão desajeitado”).
A proposta de atribuição causal é completamente oposta à das teorias clássicas que defendem a
primazia da atribuição causal à situação ou à pessoa eventualmente seguida pela realização de inferências
mais específicas como a inferência de certos traços de personalidade. Isto significa que as pessoas procuram
compreender o mundo social que as rodeia através da identificação das causas (situacionais ou disposicionais)
e só depois realizam inferências mais específicas (e.g. intenções ou disposições). A visão clássica defende de
que só se realizam inferências correspondentes se houver previamente uma atribuição causal do
comportamento ao ator foi claramente refutada.
Codificação: Leitura das frases. Solicitação, aos participantes, para estudarem cada frase e a memorizarem o
mais exactamente possível, sem formarem impressões sobre os respectivos actores.
Tarefa distratora (decifrar 6 anagramas)
Recordação: Realização de posterior teste de memória
Condições Experimentais:
Resultados: Verificou-se uma melhor recordação na condição “pista disposicional” (traço). O facto de ter
havido uma melhor recordação com os traços enquanto pista disposicional sugere que estes foram inferidos
espontaneamente (sem intenção) aquando da codificação (leitura da frase).
Paradigma de Reaprendizagem
Baseado no Efeito Clássico de Re-aprendizagem (Savings Effect-Ebbinghaus, 1885/1964), diz-nos
que o efeito de “re- aprendizagem” corresponde à menor dificuldade (menos erros e menos tempo) para re-
aprender o mesmo material.
Consiste na apresentação sequencial de fotos de faces com uma breve descrição comportamental.
Fases do Paradigma
1. Fase de Exposição a Pares de Atores-Comportamentos
É apresentado aos participantes, fotografias de autores ao mesmo tempo que uma frase que caracteriza um
comportamento, sendo pedido aos mesmos que se familiarizem com o material.
Exemplo - Fotografia com a frase “Ganhou um torneio de xadrez com mais de 50 participantes”.
Exemplo - Fotografia do ator da frase do torneio apresenta o traço de “inteligente” e fotografia de um ator de
controlo apresenta o traço de “antipático”.
Hipótese- Se traços foram espontaneamente associados à face na primeira fase, então os pares de
reaprendizagem devem ser mais fáceis de “reaprender” do que os pares de controlo.
Resultados- Recordação superior nos ensaios de “reaprendizagem”, ou seja, nos atores que foram
apresentados tanto na primeira fase como na segunda. O que significa que a ligação inferencial implícita ator-
traço não está dependente de processos conscientes de recuperação de informação e que esta ligação é
duradoura.
Paradigma dos Falsos Reconhecimentos
Pressuposto: As pessoas têm dificuldade em distinguir o inferido daquilo que foi realmente apresentado,
devido a erros de monitorização da fonte (será que realmente aconteceu ou foi só um pensamento meu?).
Durante o Paradigma dos Falsos Reconhecimentos é apresentado uma frase ao participante que caracteriza um
comportamento de um ator (“Ganhou um torneio de xadrez com mais de 50 participantes”) seguindo da
apresentação de um traço e a pergunta se o traço apresentado se encontrava na frase (“Inteligente encontrava-
se explicito na frase?”). Se o participante afirmar a presença explicita do traço na frase, este encontra-se a
realizar um falso reconhecimento.
Fases do Paradigma
Baby faces são mais imaturos/as, simpáticos/as, mas menos competentes e inteligentes
Beleza é percebida como positiva e exerce efeitos de halo
As caras variam em 2 dimensões essenciais, sendo que traços específicos associam-se a estes:
Confiabilidade- generalização da perceção dos sinais faciais que sinalizam se devemos abordar ou fugir da
pessoa.
Dominância- generalização da perceção dos sinais faciais que sinalizam força física ou fraqueza
O processo de inferência de traços é espontâneo, mas a correção situacional não é espontânea.
Gillbert, Pelham e Krull (1988) avançam com um modelo teórico que articulou as diversas peças
inferenciais, juntando a visão dos processos atribucionais sequenciais (Quattrone), identificação de
comportamentos em termos de traços (Trope), a esponteneadade das inferências disposicionais (Winter e
Uleman) e ainda processos dualistas (Automáticos vs. Controlados). Criando assim um modelo de 3
operações:
Sendo que os primeiros dois processos se dão de forma automática e o terceiro de forma controlada. Por
exemplo, se virmos uma pessoa a roer as unhas vamos associar a um comportamento nervoso (categorizar) e
associar à pessoa que será nervosa (caracterização). No entanto, de acordo com o contexto e de modo
deliberado com processos de cognição conscientes vamos avaliar e ajustar (correção) o julgamento de acordo
com o que sabemos da pessoa e da sua situação se ela é mesmo ansiosa ou se pode estar só nervosa com a
situação ou impaciente por exemplo.
ESTERIÓTIPOS
Quando falamos de estereotipo falamos de grupos, categorias sociais, enquanto na formação de impressões,
falamos de individuais.
A nossa mente pensa em categorias, agrupamos informação que estão na base dos julgamentos que fazemos, já na
altura de Allport, 1954, pensava-se assim. Isto relaciona-se com a busca de eficiência, que nos ajuda a lidar com o
mundo social.
A categorização é um processo fundamental na perceção e pensamentos de qualquer objeto e também o é quando
o alvo são pessoas. Assim, julgamos uma pessoa pertencente a uma categoria grupal.
A categorização social é este processo de identificar um individuo como elemento de um grupo social por
partilhar certas características tipas desse grupo. Subestimamos o que é uniforme e a unidade individual desse grupo.
A categorização social permite-nos:
Estes têm características como podem ter ou não uma verdade, podem ser negativos ou positivos, podem ser
conscientes ou implícitos(inconscientes), podem ou não ter impacto no comportamento.
Conceitos relacionados:
Preconceito- atitude (normalmente negativa) em reação a uma pessoa baseada somente na sua pertença a um
determinado grupo ou categoria social. É uma avaliação positiva ou negativa de um grupo e dos seus membros.
Discriminação- comportamento (normalmente negativa) em relação a um grupo de pessoas, ou apenas uma desse
grupo, tendo por base somente a sua pertença grupal.
Podemos ter uma determinada crença sobre um grupo, mas não nos comportarmos de acordo com essas
crenças, ou até, podemos ter sentimentos negativos em relação a um grupo para o qual não possuímos uma
crença definida.
Como é que se formam os estereótipos? – Vários fatores operam em conjunto e são identificados por
diferentes abordagens. Com níveis diferentes sobre o funcionamento humano.
Abordagem socio-cultural- com uma assimilação de valores centrais numa dada cultura.
As aprendizagens de normas sociais, cultuais (escolas, media, linguagem), sociais (família, amigos), reforço de
convecção com outros e justificação de desigualdades entre grupos (crenças no mundo justo) são exemplos destes
valores centrais
Esta apresenta um grau elevado de estabilidade (consenso), inter-individual e temporal, que são extremamente
difíceis de modificar.
Abordagem socio-cognitivo- processos cognitivos básicos de perceção e compreensão do mundo.
Ocorrendo a categorização, correlação ilusórias (quando temos a impressão de que dois elementos estão
associados mas afinal são distintivos (e.g. minorias sociais), que não são associados factualmente (e.g. distintividade))
e enviesamentos correspondentes (papeis socias atribuídos por grupos que nos levam à inferência da presença de
características necessárias para o desempenho desses papeis).
Alguns estereótipos são adquiridos muito cedo (3-4 anos), como a Etnia, Peso, Idade, Religião, Aparência
Física, Orientação Sexual. Estes são transmitidos socialmente pelos pais durante a educação dos filhos, estruturando
crenças e iniciando o processo de categorização nas mesmas. Assim, as crianças começam a assimilar valores de
acordo com a categorização social.
Mapa BIAS associação de controlo/intenção/intuito- ativo- ou não-passivo- das dimensões com a polaridade
das mesmas. Sendo que a simpatia-antipatia prediz comportamentos ativos e a competência-incompetência
comportamentos passivos por serem algo que nasce naturalmente em nós sem controlo.
Estereótipos como funcionamento normal da mente humana
Estes são instrumentos para categorizar e economizar processos cognitivos pois:
Correção Supressão
Propõe que o contacto direto entre membros de grupos hostis irá reduzir os estereótipos, preconceito e
discriminação. É uma intervenção condicional
O contacto tem de ser com estatuto igual, objetivo comum (interdependência), tem de haver cooperação, tem
de ser monitorizado “institucionalmente”, fornecer enquadramento de amizade (Allport, 1954);
Tem de fornecer informação inconsistente com o estereótipo de forma repetida (para que não possa ser
justificada), envolver muitos membros do grupo (para que não ocorra sub-classificação), e ser proveniente de
membros do grupo típicos (prevenir efeitos de contraste).
ATRIBUIÇÃO CAUSAL
Usa-se pois o comportamento possui motivação Por vezes, assumimos que a causa do
interna que carateriza as pessoas. comportamento é exterior ao sujeito
Pressupostos fundamentais:
1. Só através da análise sistemática das formas como o homem comum descreve e percebe o mundo social
é possível aspirar à compreensão da sua psicologia.
É o conhecimento psicológico intuitivo/ senso-comum/leigo do homem comum que nos leva longe na
compreensão do comportamento humano e que guia parte da interação com o mundo que nos rodeia, temos de nos
focar nisto para entendermos as ações humanas. Pouco entenderemos das ações humanas, dos seus objetivos e das
representações que lhe subjazem, sem uma análise profunda do conhecimento que os fundamentam.
Este pretende antecipar os efeitos que o seu comportamento e o dos outros terão nas outras pessoas, no contexto
social e em si próprio. Este pode ser alcançado se o homem comum for capaz de identificar os seus antecedentes
causais.
No mundo social em que vivemos, a explicação leiga dos acontecimentos passa mais por achar agentes do que
causas.
O ator e as suas ações formam uma unidade mais forte do ponto de vista percetivo do que as ações e a situação em
que estas ocorrem. Portanto, a junção do actor com a situação mais o acto em si resulta na unidade causal
“As mudanças verificadas no ambiente são quase sempre causadas por ações de pessoas em associação com
outros fatores. Mas a tendência é para imputar essas mudanças inteiramente às pessoas”. Portanto , os percipientes
tendem a tomar ações como “sinónimas” da disposição do ator, pois, esta é a principal causa à frequente falta de
“validade” na perceção dos objetos sociais.
Mais tarde, Ross (1997) vai designar esta tendência como erro fundamental e Jones (1979) como enviesamento
correspondente.
Segundo Heider (1944, 1958), uma ação seria percebida como dependendo de dois conjuntos de condições. Este
considera fundamental para o percipiente, a distinção entre:
o Causalidade impessoal/situacional- todos os fatores que não sejam pessoais, incluindo um acidente
provocado por uma pessoa, por não ser intencional.
Estas duas causalidades distinguem-se devido a duas propriedades distintas: pessoal equifinidade – adapta
os meios em função das circunstancias para a produção do efeito desejado e local – a mudança das circunstâncias não
alteram o efeito; impessoal multifinal- a mesma causa leva a efeitos diferentes dependendo da circunstancia e
distribuída- mudança das circunstancias levam a mudança dos efeitos.
Para Heider (1958), o homem comum seria como um cientista que entenderia explicação como identificação de
invariantes do comportamento humano. Este homem comum tem de ser capaz de separar as causas que
sistematicamente promovem os comportamentos que pretendemos prever das condições acessórias e inconstantes que
os acompanham de forma intermitente.
Para um determinado comportamento, o homem comum teria de discriminar entre aquilo que seria atribuível ao
meio e aquilo que seria atribuível à pessoa que o exibira.
Para tentar entender como o homem comum atribui causas a um comportamento, Heider analisa o vocabulário do
senso comum:
o Tentar o Intenção
o Capacidade o Esforço
o Conseguir: resultado de dois componentes estáveis das Forças Pessoal e Situacional, respetivamente a
Capacidade e a Dificuldade da Tarefa. Quando nos questionamos se o resultado de uma ação se deve ao facto
de a pessoa ter conseguido ou não nós questionamos se o conseguir se deveu a:
o Força situacional- a dificuldade da tarefa
o Força pessoal- a capacidade
o Tentar: possui duas componentes: a Intenção (aspeto direcional do tentar) e o Esforço (aspeto quantitativo).
Quando nos questionamos acerca do resultado de uma ação, pensamos se esta se deveu a uma componente
motivacional (tentar ou não) ou a uma componente de capacidade (pessoal). Ainda que a motivação se deva à
intenção ou ao esforço.
Para Heider, a intencionalidade é o critério mais importante para a sinonímia das ações e disposições humanas.
Este critério vai ser central em modelos de inferência de traços como o de Jones e Davis (1965).
Num resultado relacionado com sorte, questionamos se este é devido a um fator situacional.
A nível de contributos pessoais (motivação e capacidade) estes estariam relacionados de forma multiplicativa,
portanto, se um deles se igualar a 0 a força pessoal efetiva seria nula. Já no caso de oposição de forças situacionais a
forças pessoais, que é frequente, verifica-se uma relação proporcional de soma entre estas forças (quanto maior uma,
menor a outra). Aqui a causalidade impessoal e pessoal (intenções) funcionam como um contínuo.
Para compreender melhor esta relação hidráulica, Heider (1958) definiu níveis de responsabilidade pessoal na
produção de efeitos:
Associação- Uma pessoa é responsabilizada por um acontecimento através de uma mera associação com
a causa. Por exemplo, os pacientes com Hipertricose Lanuginosa Congénita são temidos e perseguidos por
terem um crescimento patológico de pêlo por todo o corpo e por assim se tornarem um pouco mais
semelhantes aos lobos (mas não muito...). Essa doença poderá ter contribuído para o aparecimento do
mito da licantropia (o mito dos lobisomens) um pouco por todo o mundo.
Produção Efectiva- Neste nível o actor é responsabilizado por ter sido o agente instrumental do efeito a
explicar. Exemplo: um homem não repara nos óculos de um colega e senta-se em cima deles.
Antecipação das consequências- A este nível o ator é responsabilizado, não só por ter sido o agente
instrumental do efeito a explicar, mas também, por poder ter antecipado as consequências das suas ações.
Exemplo: um trabalhador entra com um escadote numa loja de cristais.
Intencionalidade- O ator pretendeu realmente produzir o efeito a explicar. De acordo com Heider é este o
ponto onde começa a causalidade pessoal. Exemplo: um homem aproxima-se de um automóvel da polícia,
pega numa chave-de-fendas e risca a pintura.
Justificação- A este nível, apesar do ator ter pretendido causar o efeito a explicar, a sua intenção justifica-
se por pressões situacionais. Exemplo: o mesmo do nível anterior, só que bandidos tinham como refém o
filho do homem e exigiam-lhe aquela manobra de diversão, enquanto eles assaltavam um banco. A este
nível a causalidade pessoal diminui.
A análise leiga da Ação: O percipiente comporta-se como um cientista ingénuo e realiza uma espécie de Análise
Fatorial implícita para decidir da contribuição de cada um dos fatores, cujos resultados o levam a concluir ter havido
uma:
Combinação De Ambos
Exemplo:
“Um Chef prova o soufflé de um cozinheiro-estagiário. O soufflé está péssimo.” – Como explicar o fracasso
do cozinheiro-estagiário?
Se o Chef quiser saber se pediu algo demasiadamente difícil (dificuldade da tarefa) a um estagiário, pode
sempre pedir aos outros estagiários que tentem fazer um soufflé. Se a maioria se sair bem – então a razão de ser do
fracasso do estagiário não se pode ficar a dever à dificuldade de fazer soufflés.
E será que o estagiário tinha capacidade? O Chef poderá usar os seus conhecimentos de desempenhos
culinários anteriores desse estagiário para o saber.
E se não foi uma questão de não conseguir (porque a capacidade do estagiário deveria prevalecer sobre a
dificuldade da tarefa), então terá sido uma questão de o estagiário nem ter tentado? Não tentou porque não se esforçou
o suficiente? O que e que o Chef observou durante a realização do soufflé? Ou será que o estagiário não tinha a
intenção de fazer um bom soufflé? Teria alguma razão para isso? Será que o seu sonho era dedicar-se exclusivamente
à doçaria?
Para concluir:
“(...) a causa de uma diferença reside na condição variante e não nas condições comuns às diversas instâncias”
(Heider, 1958, p. 69).
Por exemplo, “[s]e o Chef quiser saber se pediu algo demasiadamente difícil (dificuldade da tarefa) a um
estagiário, pode sempre pedir aos outros estagiários que tentem fazer um soufflé. Se a maioria se sair bem – então a
razão de ser do fracasso do estagiário não se pode ficar a dever à dificuldade de fazer soufflés” (Ferreira et al., 2017,
p. 108).
Baseados no trabalho de Heider, Jonas e Davis (1965) criam o seu modelo mais direcionado à aplicação da
distinção entre causalidade pessoal e impessoal.
A pertinência deste modelo limita-se aos casos em que o percepiente, através da observação de um
comportamento atribui as suas consequências à inferência de disposição, estão relacionadas com as causas pessoais
(intencionais).
Jones e Davis, estabelecem uma ligação ação-disposição que passa sempre pela atribuição de uma
intenção. Ou seja, para que o observador considere que uma ação revela algo do actor, tem de consegui encontrar uma
correspondência entre a ação, intenção e disposição.
o Intenção- pode ser consciente ou não, mas não pode refletir apenas pressões situacionais. Tem de
referir-se a algum aspeto relativo ao livre arbítrio do actor liberdade de escolha percebida.
Assim sendo, se o observador se der conta de fortes pressões situacionais sobre o comportamento de um ator,
a inferência correspondente deixa de ser realizada.
Exemplo:
Voltando ao cozinheiro aprendiz... o Conhecimento de que se juntasse os ingredientes necessários e a preceito faria
um bom soufflé. E a Capacidade de fazer um soufflé é consistente. (Não foi sorte de principiante!)
Na inferência correspondente (ação - disposição) decorre uma observação das consequências dessa ação.
Se o comportamento for intencional, o conteúdo deste é revelado pelas suas consequências (efeito) – o conteúdo da
intenção permite então inferir uma disposição. A intenção de uma disposição é, sempre posterior e indireta a esta
liação de ação.
Mas a ação humana pode produzir várias consequências, como saber qual das consequências é a
procurada pelo ator? Jones e Davis propõem dois critérios que comandam os procedimentos prévios a uma inferência
correspondente (ligação ação – intenção - disposição):
Efeitos Não-Comuns:
1. Identificar as alternativas
2. Agrupar os efeitos de todas as alternativas
Comuns e não-comuns
3. Eliminar os efeitos comuns a todas as alternativas
Pois, estes não podem servir como critério para a escolha de uma dessas alternativas
4. Selecionar os efeitos não-comuns (considerados desejados) de acordo com a alternativa escolhida
Considera-se outros efeitos não-comuns de cada alternativa como irrelevantes. E efeitos comuns às
alternativas preteridas e ausentes na escolha como indesejáveis.
5. Inferência correspondente
Em suma, para o observador inferir uma disposição a partir da observação de uma ação e dos seus efeitos, o
observador tem de:
Sendo que cada ação produz múltiplos efeitos. Como é que se dá a seleção das consequências percebidas que terão
sido procuradas pelo actor?
Palavras-chave:
Exemplo: imaginemos que a Ana se emocionou a ver o filme dos Queen com o namorado. Porque é que a Ana se
emocionou? (pode-se não chegar a uma causa exata)
De acordo com o modelo de Kelley, deve-se fazer uma série de comparações.
Pessoas ≠ (ausente)
Estímulo = (presente)
Circunstância = (presente)
Elevado consenso as outras (P) comportam-se da mesma forma que o sujeito face ao mesmo (E)
em iguais (C);
Baixo Consenso as outras (P) comportam-se de froma diferente face ao mesmo (E) em iguais (C).
NOTA: elevado consenso causa externa; baixo consenso interna
No exemplo da Ana, várias pessoas (maioria) chorou a ver o filme, por isso a causa é externa à Ana Elevado
Consenso. Caso nenhuma pessoa tenha chorado a ver o filme, a causa seria interna à Ana
Pessoa = (presente)
Estímulo ≠ (ausente)
Circunstância = (presente)
Elevada Distintividade a mesma (P) comporta-se de forma diferente face a outros (E) nas mesmas (C);
Baixa Distintividade a mesma (P) comporta-se da mesma forma face a outros (E) nas mesmas (C).
NOTA: elevada distintividade causa externa; baixa distintividade causa interna
No exemplo, ela não se emociona com praticamente nenhum outro filme que viu na mesma circunstância (com o
namorado)
Circunstância – define uma dimensão chamada Consistência (A causa é a Ana ter visto o filme com o
namorado?)
Como é que o ator reage ao mesmo estímulo noutras circunstâncias?
Esta dimensão preenche-se através da observação/comparação do comportamento da mesma Pessoa (P)
face ao mesmo Estímulo (E) em diferentes Circunstâncias (C).
Pessoa = (presente)
Estímulo = (presente)
Circunstância ≠ (ausente)
Elevada Consistência a (P) comporta-se da mesma forma face ao mesmo (E) e outra (C);
Baixa consistência a (P) comporta-se de forma diferente face ao mesmo (E) e outra (C).
Pessoa Estímulo Circunstânc Efeito Dimensão
ia Atribuciona
l
Ausente Presente Presente Ocorre Alto
consenso
Ausente Presente Presente Não ocorre Baixo
consenso
Presente Ausente Presente Ocorre Baixa
distintividad
e
Presente Ausente Presente Não ocorre Alta
distintividad
e
Presente Presente Ausente Ocorre Alta
consistência
Presente Presente Ausente Não ocorre Baixa
consistência
Externas ao atribuidor:
o Escassez de informação possuída pelo percipiente (uma única observação do efeito ocorrida):
Um problema evidente com que se depara o modelo de Kelley é a habitual pobreza
informacional do atribuidor leigo.
Quer dizer, só em condições muito favoráveis, é que podemos esperar que o atribuidor leigo
possua informação de consenso, distintividade e consistência de uma ocorrência que pretende
explicar.
Internas ao atribuidor:
o Deficiente disponibilidade (recursos cognitivos, tempo) e/ou deficiente motivação para o percipiente
realizar múltiplas observações
PRINCÍPIO DA
CONFIGURAÇÃO
(ESQUEMA CAUSAL)
o Estas conceções permitem que o indivíduo realize uma análise atribucional de modo mais económico e mais
rápido.
o O indivíduo possui um repertório destas ideias abstratas acerca da operação e interação de fatores causais.
o Da experiência em observar relações de causa e efeito, tendo por base processamentos de tipo Anova, cujos
resultados o indivíduo foi armazenando.
o De experiências em que foi exercido controlo deliberado sobre fatores causais (ex., dei benuron à minha filha
e não chá e vi se a dor de cabeça passava)
o De lições, implícitas e explícitas, acerca da estrutura causal do mundo.
o Inibitórias – causa que atua no sentido da supressão do efeito observado (ex., elevada dificuldade da tarefa)
o Facilitadoras – causa que atua no sentido da produção do efeito observado (ex., reduzida dificuldade da
tarefa)
ENVIESAMENTOS ATRIBUCIONAIS
De acordo com o modelo das inferências correspondentes de Jones & Davis, defendem que perante
constragimentos situacionais, as pessoas deixcam de fazer inferências (pressões situacionais que se exercem
sobre o ator têm um impacto moderador na realização de inferências correspondentes pelo observador). No
entanto, o erro fundamental vem contrariar:
Modo em que as tendências assumem são múltiplas porque inúmeras são as formas pelas quais as
situações constrangem o comportamento. Exemplo: o desempenho de papeis socias carrega
constrangimentos situacionais inevitáveis (educadora- materna; bibliotecária- silenciosa...)
Papeis sociais também carregam vantagens e desvantagens relativas em termos de poder,
conhecimento ou capacidades aparentes. Assim, em certos contextos, a desatenção aos
constrangimentos situacionais decorrentes do desempenho de papeis sociais pode induzir perceções
curiosas.