Brasil
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1. Brasil Colônia
Eurocentrismo
O eurocentrismo é a visão de mundo que considera a Europa como o centro de tudo, impondo sua cultura, valores e
crenças sobre outros povos. No período colonial, esse pensamento justificava a exploração e a dominação de
territórios, como o Brasil, e seus habitantes, vistos como inferiores e “selvagens”.
Acordo entre Portugal e Espanha que dividiu o “Novo Mundo” em duas partes: a leste da linha imaginária (a 370
léguas das ilhas de Cabo Verde) pertenceria a Portugal, e a oeste, à Espanha. Isso influenciou a expansão territorial e
a formação do Brasil, pois garantiu a Portugal a posse inicial de uma pequena faixa de terra, que se ampliaria com o
tempo.
Capitanias Hereditárias
Sistema de divisão do território brasileiro em grandes lotes chamados capitanias, concedidos a nobres que eram
responsáveis pela colonização e administração. As capitanias de Pernambuco e São Vicente foram as mais bem-
sucedidas, principalmente devido ao cultivo de açúcar. Administração: os donatários tinham poderes
administrativos, mas enfrentavam desafios como falta de recursos e resistência indígena.
O que é Latifúndio?
Um latifúndio é uma grande propriedade rural, geralmente dedicada a um único tipo de cultivo para exportação,
como a cana-de-açúcar. No Brasil, os latifúndios consolidaram-se desde o período colonial, favorecendo a
concentração de terras e influenciando a economia e a política.
O que é Sesmarias?
As sesmarias eram terras distribuídas pela Coroa Portuguesa aos colonos com o objetivo de estimular a produção
agrícola. Quem recebia as sesmarias deveria cultivá-las, mas com o tempo, muitas foram transformadas em
latifúndios improdutivos.
Os engenhos de açúcar eram complexos produtivos que envolviam plantações de cana, instalações para moer e
processar a cana e a fabricação do açúcar. Dividiam-se em engenho propriamente dito, moenda e casa de purgar o
açúcar. O trabalho era pesado e realizado por mão de obra escrava, principalmente africana.
A escravidão africana tornou-se lucrativa para os colonos, mas enfrentou resistência dos próprios africanos. Houve
tentativas de fuga, formação de quilombos (comunidades de escravos fugitivos) e outros atos de resistência. A Igreja
Católica, no início, pressionava para não escravizar indígenas, facilitando a importação de africanos.
Colônia Francesa
No século XVI, os franceses tentaram colonizar o Brasil, fundando a França Antártica no Rio de Janeiro. Foram
expulsos pelos portugueses, mas demonstraram que a ocupação do Brasil não era segura, estimulando a Coroa a
investir mais na colônia.
Invasões Holandesas
Os holandeses invadiram o Brasil durante o período da União Ibérica (1580-1640), ocupando o Nordeste
(especialmente Pernambuco) para controlar a produção de açúcar. Após anos de conflitos, foram expulsos em 1654.
Sua presença teve impacto na cultura e na economia local.
Bandeirantes
Os bandeirantes eram exploradores que adentraram o território brasileiro em busca de indígenas para escravizar e
de riquezas minerais. Eles contribuíram para a expansão territorial, mas também para a violência contra povos
indígenas.
Descoberta de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, provocando um ciclo econômico intenso e
mudanças na sociedade colonial, com a migração de milhares de pessoas e a transferência da capital de Salvador
para o Rio de Janeiro.
Primeiro movimento separatista inspirado pelas ideias iluministas e pela independência dos EUA. Liderado por
Tiradentes, buscava a independência de Minas Gerais e foi brutalmente reprimido pela Coroa.
Movimento popular na Bahia com participação de negros, mulatos e pobres que buscavam uma república igualitária
e o fim da escravidão. Foi duramente reprimida, mas destaca-se pela luta contra as desigualdades sociais.
Nações Amigas
Apoio econômico e comercial que Portugal buscava com outras nações europeias, inclusive a Inglaterra, a fim de
defender a colônia e o comércio contra ataques de rivais, como França e Holanda.
Movimento liberal em Portugal que exigiu o retorno de D. João VI a Portugal e a criação de uma monarquia
constitucional. Esse evento pressionou a independência do Brasil.
Fuga da família real portuguesa para o Brasil devido às invasões napoleônicas. A chegada de D. João VI promoveu
várias melhorias no Brasil, como a abertura dos portos e a criação de instituições como o Banco do Brasil.
2. Independência do Brasil
Melhorias no Brasil
A presença de D. João VI trouxe desenvolvimento, como a criação de escolas, a imprensa régia e a Academia Militar.
Essas mudanças prepararam o Brasil para uma eventual independência, pois fomentaram a economia e o
sentimento de autonomia.
A Revolução do Porto forçou o retorno de D. João VI para reorganizar a política em Portugal. Antes de partir, deixou
seu filho D. Pedro I como regente, o que facilitou a independência.
3. Brasil Império
Primeira tentativa de criar uma constituição brasileira, chamada de “Constituição da Mandioca” por vincular o poder
político ao cultivo da mandioca. D. Pedro I rejeitou-a, levando ao fechamento da Assembleia Constituinte.
Constituição de 1824
Primeira constituição oficial do Brasil, instituída por D. Pedro I, estabelecendo o regime monárquico constitucional e
criando o poder moderador, que dava ao imperador ampla autoridade.
Revolta no Nordeste contra o autoritarismo de D. Pedro I e em favor de uma república. Foi reprimida violentamente
pelo governo, revelando tensões entre o imperador e as elites regionais.
Conflito entre Brasil e Argentina pelo controle da Província Cisplatina (atual Uruguai), que terminou com a
independência do Uruguai e foi um grande prejuízo econômico para o Brasil.
Conflito entre brasileiros e portugueses nas ruas do Rio de Janeiro, motivado pela insatisfação com o governo de D.
Pedro I. Esse evento aumentou a pressão para a abdicação do imperador.
D. Pedro I, desgastado com as revoltas e impopularidade, abdicou em favor de seu filho, D. Pedro II, que tinha
apenas 5 anos. O Brasil entrou no Período Regencial até que o jovem príncipe alcançasse a maioridade.
Após a abdicação de D. Pedro I em 1831, o Brasil foi governado por uma série de regências devido à menoridade de
D. Pedro II. O Período Regencial foi caracterizado por instabilidade política e disputas entre grupos de poder:
• Regência Trina Provisória (1831):Governou de forma temporária até a eleição dos regentes permanentes.
• Regência Trina Permanente (1831-1835): Tentou conter as revoltas e estabelecer reformas para estabilizar o
país.
• Regência Una (1835-1840): Com a criação do Ato Adicional de 1834, foi instituída a regência una, permitindo
que apenas um regente governasse. Destaque para Diogo Antônio Feijó (1835-1837) e Araújo Lima (1837-1840).
Revoltas Regenciais
Esse período foi marcado por várias revoltas, expressões do descontentamento social e regional com o governo
central:
• Cabanagem (1835-1840): No Pará, liderada por indígenas, negros e mestiços, buscava maior
autonomia e inclusão dos pobres. Teve grande repressão, resultando em muitas mortes.
• Balaiada (1838-1841): No Maranhão, contou com a participação de escravos e pobres contra as elites
locais, sendo também fortemente reprimida.
• Revolução Farroupilha (1835-1845): No Rio Grande do Sul, foi uma guerra civil que defendia a
formação da República Rio-Grandense. Destacou-se por ser a mais longa das revoltas.
A instabilidade gerada pelas revoltas e a insatisfação popular com o governo regencial levaram ao Golpe da
Maioridade em 1840, que antecipou a maioridade de D. Pedro II e deu início ao Segundo Reinado.
5. Segundo Reinado (1840-1889)
Em meio às revoltas e à instabilidade do Período Regencial, políticos decidiram antecipar a maioridade de D. Pedro II
aos 14 anos, permitindo que ele assumisse o trono e tentasse estabilizar o país.
Parlamentarismo às Avessas
D. Pedro II implementou um sistema parlamentar em que o imperador controlava o poder executivo. Diferente do
parlamentarismo tradicional, o imperador tinha grande influência sobre a escolha dos primeiros-ministros e
gabinetes.
Última revolta do período, ocorreu em Pernambuco e foi motivada por disputas entre facções locais e pela oposição
ao governo central. Os rebeldes defendiam reformas sociais e econômicas, mas foram derrotados.
Ciclo do Café
A economia brasileira se baseava cada vez mais no café, especialmente no Sudeste. Esse ciclo trouxe prosperidade e
intensificou a presença da mão de obra escrava e, mais tarde, do trabalho imigrante.
Estabeleceu que as terras públicas só poderiam ser adquiridas por compra, dificultando o acesso de camponeses e
consolidando a estrutura latifundiária.
O Brasil, junto com Argentina e Uruguai, enfrentou o Paraguai em um dos maiores conflitos da América do Sul. A
guerra causou grandes perdas, mas fortaleceu o exército brasileiro.
• Exército: Crescente insatisfação entre militares com a monarquia, especialmente após a Guerra do Paraguai,
onde o exército ganhou prestígio e independência.
• Igreja Católica: Conflitos entre o imperador e a Igreja surgiram quando D. Pedro II apoiou maçons,
contrariando autoridades eclesiásticas.
Escravos resistiam através de fugas, formação de quilombos e revoltas. Houve também pressão abolicionista
crescente no Brasil, reforçada por movimentos internacionais.
• Lei Feijó (1831): Declarava ilegal o tráfico de escravos, mas pouco foi aplicada.
• Lei Bill Aberdeen (1845): Lei britânica que autorizava o governo inglês a capturar navios negreiros brasileiros.
• Lei do Ventre Livre (1871): Declarou livres os filhos de escravas nascidos a partir da data da lei. • Lei
dos Sexagenários (1885): Libertou escravos com mais de 60 anos.
A crescente insatisfação com a monarquia, associada à abolição da escravidão e à perda de apoio das elites, resultou
na proclamação da república em 1889, encerrando o Segundo Reinado.
Sistema de alternância de poder entre as oligarquias de São Paulo (produtores de café) e Minas Gerais (produtores
de leite), que dominava a política nacional durante a Primeira República (1889-1930).
Constituição de 1891
A primeira constituição republicana do Brasil estabeleceu um governo federalista e o sistema presidencialista, com
estados autônomos.
Nepotismo
Prática comum na política da época, onde cargos e benefícios eram distribuídos entre familiares e aliados das elites
no poder.
• Revolta da Vacina (1904): Oposição popular ao programa de vacinação obrigatória contra a varíola no Rio de
Janeiro.
• Convênio de Taubaté (1906): Acordo que visava estabilizar os preços do café através da compra do
excedente pelo governo.
• Revolta da Chibata (1910): Motim dos marinheiros contra os castigos físicos impostos na Marinha.
• Revolução de 1930: Movimento liderado por Getúlio Vargas, que depôs o presidente Washington Luís e
marcou o fim da Primeira República.
• Canudos (1896-1897) e Contestado (1912-1916): Revoltas de caráter messiânico e social contra o governo e
a exploração de terras.
• Semana de Arte Moderna (1922): Movimento cultural que modernizou as artes no Brasil.
• Tenentismo e Coluna Prestes (1922-1927): Movimento de jovens oficiais (tenentes) que exigiam reformas e
maior participação popular. A Coluna Prestes percorreu o país denunciando o governo.
Após a Revolução de 1930, Vargas assumiu o poder de forma provisória, com promessas de modernização e
reformas. Iniciou centralizações e reorganizou a administração pública.
Em 1934, Vargas promulgou uma nova constituição que ampliou direitos trabalhistas e criou a Justiça Eleitoral. O
período foi marcado pela concessão do voto secreto e do voto feminino.
Estado Novo (1937-1945)
Período ditatorial instaurado por Vargas, que governou com poderes centralizados. Houve forte repressão aos
opositores e censura, mas também intensas reformas econômicas e sociais.
• Greves e Salário Mínimo: Vargas regulamentou o salário mínimo e atendeu às demandas dos trabalhadores,
mas reprimiu greves.
• Justiça Eleitoral e Centralização do Poder: Criou um sistema eleitoral mais controlado e concentrou o poder
em nível federal.
• Voto Secreto e Feminino: A constituição de 1934 estabeleceu o voto secreto e deu às mulheres o direito ao
voto.
• Legislação Trabalhista: A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garantiu direitos como jornada de trabalho
regulamentada, férias e descanso semanal.
• Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e Rádio: O DIP foi criado para censurar conteúdos críticos ao
governo e para promover propaganda oficial.
• Petrobras: Criada no período Vargas para explorar o petróleo, tornando-se uma das principais estatais.
• Educação Pública e Ministérios: Expansão do sistema educacional e a criação de novos ministérios para áreas
estratégicas.
• Vale do Rio Doce e Acesita: Empresas mineradoras fundadas para explorar e aproveitar os recursos minerais
do país.
Queremismo
Movimento popular que, no fim do Estado Novo, apoiava a permanência de Vargas no poder, simbolizando a
influência de Vargas sobre os trabalhadores e setores populares.
Após o fim do Estado Novo, em 1945, o Brasil entrou em um período de redemocratização, marcado pela eleição
direta de presidentes, liberdades civis e o fortalecimento dos partidos políticos. A Constituição de 1946, promulgada
durante o governo Dutra, trouxe um arcabouço democrático para o país.
• Principais pontos:
• Política econômica: Seguiu uma linha liberal, com foco na contenção de gastos públicos e controle da
inflação, mas teve dificuldades em lidar com a crise econômica do pós-guerra.
• Relações internacionais: Dutra alinhou o Brasil aos Estados Unidos e às democracias ocidentais,
rompendo relações com a União Soviética.
• Constituição de 1946: Foi aprovada durante seu governo, restabelecendo as garantias democráticas
e limitando o poder do Executivo.
• Plano SALTE: Um plano de investimentos nas áreas de Saúde, Alimentação, Transporte e Energia,
visando modernizar a infraestrutura, mas com resultados limitados.
2.Getúlio Vargas (1951–1954) (retorno pela eleição direta):
• Principais pontos:
• Nacionalismo econômico: Vargas seguiu uma política de defesa dos recursos naturais do Brasil,
criando a Petrobras em 1953 para garantir o controle estatal sobre o petróleo.
• Conflitos políticos: Sofreu oposição intensa da União Democrática Nacional (UDN) e de líderes como
Carlos Lacerda, que criticavam seu governo e o acusavam de corrupção.
• Crise política e suicídio: Em meio à pressão crescente, Vargas cometeu suicídio em 1954. Sua morte
provocou uma grande comoção popular, com protestos em apoio a seu legado.
Após o suicídio de Vargas, o Brasil viveu uma sequência de presidentes interinos e uma nova eleição presidencial:
3. Café Filho (1954–1955): Vice-presidente de Vargas, assumiu o cargo interinamente após a morte de Vargas,
mas seu governo foi instável, e ele sofreu pressões políticas.
4. Carlos Luz (1955): Presidente da Câmara, assumiu brevemente a presidência, mas foi retirado do poder em
um movimento liderado pelo general Henrique Lott, defensor da posse do presidente eleito.
5. Nereu Ramos (1955–1956): Presidente do Senado, assumiu até a posse do presidente eleito Juscelino
Kubitschek.
Após seu retorno ao poder como presidente eleito em 1951, Vargas enfrentou uma conjuntura política complexa,
com uma oposição feroz e uma economia em dificuldades.
Principais tópicos
• Partido fundado em 1945 com uma plataforma liberal, antipopulista e antinacionalista, que se
opunha fortemente a Vargas. A UDN era o principal partido de oposição e atraía apoio da classe média urbana e dos
setores empresariais.
• Carlos Lacerda:
• Um dos principais líderes da UDN e grande crítico de Vargas, Lacerda usava o jornalismo para
denunciar o que considerava corrupção e autoritarismo do governo. Em 1954, ele sofreu um atentado, o que
aumentou a pressão contra Vargas, acusando-o de envolvimento indireto no episódio.
• A pressão da oposição, o caso do atentado contra Lacerda e a crise interna levaram Vargas a
suicidar-se em 24 de agosto de 1954. Sua carta-testamento, divulgada ao público, responsabilizava os “inimigos do
povo” e provocou uma reação popular, com protestos em várias cidades do país.
10. Presidentes
• Campanha da Vassourinha:
• Durante sua campanha presidencial, Jânio utilizou o símbolo de uma vassoura, prometendo “varrer a
corrupção” e renovar a política brasileira, ganhando apoio popular com uma imagem moralizadora.
• Medidas Polêmicas:
• Renúncia:
• Com foco nos trabalhadores, Goulart sancionou aumentos salariais que buscavam combater a perda
do poder de compra e melhorar as condições sociais, mas causou insatisfação entre setores empresariais e políticos
conservadores.
• Parlamentarismo:
• Como funcionou no Brasil: Para evitar a posse plena de Goulart, considerado “de esquerda” e mal
visto pelos militares, o Congresso instaurou o parlamentarismo em 1961, limitando seus poderes. Tancredo Neves
foi o primeiro-ministro escolhido. Em 1963, no entanto, um plebiscito restaurou o presidencialismo, devolvendo a
Goulart plenos poderes, o que intensificou a crise política.
• A instabilidade, as reformas propostas por Goulart e o medo do comunismo foram usados como
justificativa para o golpe militar em 1964, que depôs o presidente e deu início à ditadura militar.
O regime militar trouxe profundas mudanças políticas e econômicas para o Brasil, consolidando um governo
autoritário marcado pela censura e repressão.
Principais tópicos
• AI-1 (1964): Autorizou a cassação de mandatos e direitos políticos de opositores do regime. Também
permitiu que os militares controlassem diretamente o governo.
• AI-2 (1965): Aboliu os partidos políticos existentes e estabeleceu o bipartidarismo (ARENA, partido
de apoio ao governo, e MDB, oposição permitida).
• AI-3 (1966): Determinou que as eleições para governadores fossem indiretas, aumentando o
controle do regime sobre os estados.
• AI-4 (1967): Instituiu uma nova Constituição, que oficializou o regime militar e consolidou a
repressão.
• AI-5 (1968): Considerado o mais repressivo, suspendeu direitos civis, fechou o Congresso e instituiu a
censura, dando aos militares poder absoluto sobre o país.
•Milagre Econômico (1968–1973):
• Período de crescimento econômico acelerado, com grande aumento do PIB. No entanto, o modelo
dependia de empréstimos externos e aprofundou as desigualdades sociais.
• O SNI e o DOPS eram órgãos de repressão política. O SNI coletava informações sobre qualquer
atividade considerada subversiva, enquanto o DOPS prendia e interrogava opositores do regime.
• Fim da Ditadura:
• A abertura política começou com o governo de Ernesto Geisel (1974–1979) e continuou com João
Figueiredo (1979–1985), até as campanhas pelas Diretas Já e a eleição de Tancredo Neves em 1985, encerrando o
regime militar.
Com o fim da ditadura, o Brasil iniciou a redemocratização, voltando a eleições diretas e à criação de uma nova
Constituição.
• Conhecida como “Constituição Cidadã”, trouxe ampliação de direitos sociais e políticos, restabeleceu as
eleições diretas e consolidou as bases da democracia brasileira.
• Processo de Redemocratização:
• As campanhas populares, como as “Diretas Já”, foram fundamentais para pressionar pela democratização.
Com a morte de Tancredo Neves antes de tomar posse, José Sarney assumiu como o primeiro presidente civil.
José Sarney (1985–1990): Enfrentou alta inflação, com o Plano Cruzado tentando congelar preços e salários, mas os
resultados foram limitados.
Fernando Collor (1990–1992): Implementou o Plano Collor, que bloqueou parte das poupanças dos brasileiros. Após
acusações de corrupção, foi alvo de um impeachment e renunciou.
Itamar Franco (1992–1995): Sucedendo Collor, estabilizou a economia com o Plano Real, que controlou a inflação.
Fernando Henrique Cardoso (1995–2003): Consolidou o Plano Real, adotou políticas de privatizações e enfrentou
crises econômicas globais.
Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2011): Enfatizou políticas sociais e combate à pobreza, com o Bolsa Família e
crescimento econômico, além do aumento da influência do Brasil no cenário internacional.
Constituições Brasileiras
1. Constituição de 1824
Contexto: Primeira Constituição do Brasil, foi outorgada por D. Pedro I após a independência, dando início ao
Império brasileiro.
• Principais pontos:
• Monarquia constitucional: Instituiu o Brasil como uma monarquia constitucional e hereditária, com o
imperador no comando.
• Poder Moderador: Introduziu o Poder Moderador, exclusivo do imperador, que permitia interferir
nos outros poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), dando a ele grande controle.
• Religião oficial: O catolicismo foi declarado religião oficial do Estado, mas outras religiões foram
permitidas para a prática privada.
• Voto censitário: Apenas homens com uma certa renda podiam votar, o que restringia o direito de
voto aos mais ricos.
2. Constituição de 1891
Contexto: Após a Proclamação da República, o Brasil adotou sua primeira constituição republicana, inspirada na
Constituição dos Estados Unidos.
• Principais pontos:
• Separação Igreja-Estado: Rompeu com a religião oficial, separando o Estado da Igreja Católica.
• Voto aberto e restrito: O voto era aberto (não secreto) e limitado aos homens alfabetizados,
excluindo mulheres, analfabetos, soldados e clérigos.
3. Constituição de 1934
Contexto: Após a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, essa Constituição refletiu mudanças econômicas e
sociais no país.
• Principais pontos:
• Direitos trabalhistas: Estabeleceu direitos como jornada de trabalho de oito horas, descanso semanal
e férias remuneradas.
• Voto secreto e voto feminino: Implementou o voto secreto e concedeu o direito de voto às
mulheres, ampliando o direito ao sufrágio.
• Justiça Eleitoral: Criou a Justiça Eleitoral, responsável por organizar e fiscalizar eleições.
Contexto: Outorgada por Getúlio Vargas, marcou o início do Estado Novo, um regime autoritário.
• Principais pontos:
• Poder centralizado: Concentrava poder nas mãos do presidente, ampliando sua autoridade e
controle sobre o Legislativo e o Judiciário.
• Fim das eleições: As eleições foram canceladas, e os direitos políticos, como o voto, foram
suprimidos.
• Política trabalhista: Manteve os direitos trabalhistas, mas com uma abordagem controladora e
nacionalista.
5. Constituição de 1946
Contexto: Com a queda de Vargas e o fim do Estado Novo, essa Constituição trouxe a redemocratização do país.
• Principais pontos:
• Garantiu direitos civis e políticos, como a liberdade de expressão, o direito de reunião, e o direito de
voto para todos os adultos, incluindo mulheres.
• Eleições diretas:
• Incluiu dispositivos que permitiam ao Estado intervir na economia para promover o bem-estar social,
embora a economia fosse majoritariamente liberal.
6. Constituição de 1967
Contexto: Elaborada durante o regime militar que se instalou em 1964, essa constituição consolidou o autoritarismo
do governo militar.
• Principais pontos:
• Eleições indiretas: As eleições para presidente foram mantidas indiretas, limitando a participação
popular.
• Emenda Constitucional: Permitiu a inclusão de emendas que poderiam restringir direitos individuais
sem a necessidade de aprovação pelo Congresso.
7. Constituição de 1988
Contexto: Conhecida como “Constituição Cidadã”, foi o resultado de um longo processo de redemocratização e de
mobilizações sociais.
• Principais pontos:
• Ampliação dos direitos sociais: Garantiu uma série de direitos fundamentais, incluindo saúde,
educação, moradia e trabalho.
• Direitos humanos: Firmou a proteção dos direitos humanos e a dignidade da pessoa humana como
princípios fundamentais da República.
• Voto secreto: Consolidou o voto secreto e universal, garantindo a inclusão de todos os cidadãos nas
eleições.
• Direitos das minorias: Reconheceu direitos de grupos minoritários, como indígenas, e promoveu
políticas afirmativas.
• Processo legislativo: Criou um sistema que permite a iniciativa popular para propostas de lei, onde
cidadãos podem apresentar projetos.