Brasil

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História do Brasil

1. Brasil Colônia

Eurocentrismo

O eurocentrismo é a visão de mundo que considera a Europa como o centro de tudo, impondo sua cultura, valores e
crenças sobre outros povos. No período colonial, esse pensamento justificava a exploração e a dominação de
territórios, como o Brasil, e seus habitantes, vistos como inferiores e “selvagens”.

Tratado de Tordesilhas (1494)

Acordo entre Portugal e Espanha que dividiu o “Novo Mundo” em duas partes: a leste da linha imaginária (a 370
léguas das ilhas de Cabo Verde) pertenceria a Portugal, e a oeste, à Espanha. Isso influenciou a expansão territorial e
a formação do Brasil, pois garantiu a Portugal a posse inicial de uma pequena faixa de terra, que se ampliaria com o
tempo.

Capitanias Hereditárias

Sistema de divisão do território brasileiro em grandes lotes chamados capitanias, concedidos a nobres que eram
responsáveis pela colonização e administração. As capitanias de Pernambuco e São Vicente foram as mais bem-
sucedidas, principalmente devido ao cultivo de açúcar. Administração: os donatários tinham poderes
administrativos, mas enfrentavam desafios como falta de recursos e resistência indígena.

O que é Latifúndio?

Um latifúndio é uma grande propriedade rural, geralmente dedicada a um único tipo de cultivo para exportação,
como a cana-de-açúcar. No Brasil, os latifúndios consolidaram-se desde o período colonial, favorecendo a
concentração de terras e influenciando a economia e a política.

O que é Sesmarias?

As sesmarias eram terras distribuídas pela Coroa Portuguesa aos colonos com o objetivo de estimular a produção
agrícola. Quem recebia as sesmarias deveria cultivá-las, mas com o tempo, muitas foram transformadas em
latifúndios improdutivos.

Como Funcionavam os Engenhos

Os engenhos de açúcar eram complexos produtivos que envolviam plantações de cana, instalações para moer e
processar a cana e a fabricação do açúcar. Dividiam-se em engenho propriamente dito, moenda e casa de purgar o
açúcar. O trabalho era pesado e realizado por mão de obra escrava, principalmente africana.

Mão de Obra Africana

A escravidão africana tornou-se lucrativa para os colonos, mas enfrentou resistência dos próprios africanos. Houve
tentativas de fuga, formação de quilombos (comunidades de escravos fugitivos) e outros atos de resistência. A Igreja
Católica, no início, pressionava para não escravizar indígenas, facilitando a importação de africanos.

Colônia Francesa

No século XVI, os franceses tentaram colonizar o Brasil, fundando a França Antártica no Rio de Janeiro. Foram
expulsos pelos portugueses, mas demonstraram que a ocupação do Brasil não era segura, estimulando a Coroa a
investir mais na colônia.

Invasões Holandesas

Os holandeses invadiram o Brasil durante o período da União Ibérica (1580-1640), ocupando o Nordeste
(especialmente Pernambuco) para controlar a produção de açúcar. Após anos de conflitos, foram expulsos em 1654.
Sua presença teve impacto na cultura e na economia local.
Bandeirantes

Os bandeirantes eram exploradores que adentraram o território brasileiro em busca de indígenas para escravizar e
de riquezas minerais. Eles contribuíram para a expansão territorial, mas também para a violência contra povos
indígenas.

Ciclo do Ouro (séc. XVIII)

Descoberta de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, provocando um ciclo econômico intenso e
mudanças na sociedade colonial, com a migração de milhares de pessoas e a transferência da capital de Salvador
para o Rio de Janeiro.

Inconfidência Mineira (1789)

Primeiro movimento separatista inspirado pelas ideias iluministas e pela independência dos EUA. Liderado por
Tiradentes, buscava a independência de Minas Gerais e foi brutalmente reprimido pela Coroa.

Conjuração Baiana (1798)

Movimento popular na Bahia com participação de negros, mulatos e pobres que buscavam uma república igualitária
e o fim da escravidão. Foi duramente reprimida, mas destaca-se pela luta contra as desigualdades sociais.

Nações Amigas

Apoio econômico e comercial que Portugal buscava com outras nações europeias, inclusive a Inglaterra, a fim de
defender a colônia e o comércio contra ataques de rivais, como França e Holanda.

Revolução do Porto (1820)

Movimento liberal em Portugal que exigiu o retorno de D. João VI a Portugal e a criação de uma monarquia
constitucional. Esse evento pressionou a independência do Brasil.

Chegada da Família Real (1808)

Fuga da família real portuguesa para o Brasil devido às invasões napoleônicas. A chegada de D. João VI promoveu
várias melhorias no Brasil, como a abertura dos portos e a criação de instituições como o Banco do Brasil.

2. Independência do Brasil

Melhorias no Brasil

A presença de D. João VI trouxe desenvolvimento, como a criação de escolas, a imprensa régia e a Academia Militar.
Essas mudanças prepararam o Brasil para uma eventual independência, pois fomentaram a economia e o
sentimento de autonomia.

O Motivo para D. João Retornar a Portugal

A Revolução do Porto forçou o retorno de D. João VI para reorganizar a política em Portugal. Antes de partir, deixou
seu filho D. Pedro I como regente, o que facilitou a independência.

3. Brasil Império

Constituição da Mandioca (1823)

Primeira tentativa de criar uma constituição brasileira, chamada de “Constituição da Mandioca” por vincular o poder
político ao cultivo da mandioca. D. Pedro I rejeitou-a, levando ao fechamento da Assembleia Constituinte.
Constituição de 1824

Primeira constituição oficial do Brasil, instituída por D. Pedro I, estabelecendo o regime monárquico constitucional e
criando o poder moderador, que dava ao imperador ampla autoridade.

Confederação do Equador (1824)

Revolta no Nordeste contra o autoritarismo de D. Pedro I e em favor de uma república. Foi reprimida violentamente
pelo governo, revelando tensões entre o imperador e as elites regionais.

Guerra Cisplatina (1825-1828)

Conflito entre Brasil e Argentina pelo controle da Província Cisplatina (atual Uruguai), que terminou com a
independência do Uruguai e foi um grande prejuízo econômico para o Brasil.

Noite das Garrafadas (1831)

Conflito entre brasileiros e portugueses nas ruas do Rio de Janeiro, motivado pela insatisfação com o governo de D.
Pedro I. Esse evento aumentou a pressão para a abdicação do imperador.

Abdicação de D. Pedro I (1831)

D. Pedro I, desgastado com as revoltas e impopularidade, abdicou em favor de seu filho, D. Pedro II, que tinha
apenas 5 anos. O Brasil entrou no Período Regencial até que o jovem príncipe alcançasse a maioridade.

4. Período Regencial (1831-1840)

Regentes que Governam

Após a abdicação de D. Pedro I em 1831, o Brasil foi governado por uma série de regências devido à menoridade de
D. Pedro II. O Período Regencial foi caracterizado por instabilidade política e disputas entre grupos de poder:

• Regência Trina Provisória (1831):Governou de forma temporária até a eleição dos regentes permanentes.

• Regência Trina Permanente (1831-1835): Tentou conter as revoltas e estabelecer reformas para estabilizar o
país.

• Regência Una (1835-1840): Com a criação do Ato Adicional de 1834, foi instituída a regência una, permitindo
que apenas um regente governasse. Destaque para Diogo Antônio Feijó (1835-1837) e Araújo Lima (1837-1840).

Revoltas Regenciais

Esse período foi marcado por várias revoltas, expressões do descontentamento social e regional com o governo
central:

• Cabanagem (1835-1840): No Pará, liderada por indígenas, negros e mestiços, buscava maior
autonomia e inclusão dos pobres. Teve grande repressão, resultando em muitas mortes.

• Balaiada (1838-1841): No Maranhão, contou com a participação de escravos e pobres contra as elites
locais, sendo também fortemente reprimida.

• Sabinada (1837-1838): Na Bahia, foi um movimento separatista que defendia a independência da


província durante o período regencial.

• Revolução Farroupilha (1835-1845): No Rio Grande do Sul, foi uma guerra civil que defendia a
formação da República Rio-Grandense. Destacou-se por ser a mais longa das revoltas.

Queda do Período Regencial

A instabilidade gerada pelas revoltas e a insatisfação popular com o governo regencial levaram ao Golpe da
Maioridade em 1840, que antecipou a maioridade de D. Pedro II e deu início ao Segundo Reinado.
5. Segundo Reinado (1840-1889)

Golpe da Maioridade (1840)

Em meio às revoltas e à instabilidade do Período Regencial, políticos decidiram antecipar a maioridade de D. Pedro II
aos 14 anos, permitindo que ele assumisse o trono e tentasse estabilizar o país.

Parlamentarismo às Avessas

D. Pedro II implementou um sistema parlamentar em que o imperador controlava o poder executivo. Diferente do
parlamentarismo tradicional, o imperador tinha grande influência sobre a escolha dos primeiros-ministros e
gabinetes.

Revolução Praieira (1848-1850)

Última revolta do período, ocorreu em Pernambuco e foi motivada por disputas entre facções locais e pela oposição
ao governo central. Os rebeldes defendiam reformas sociais e econômicas, mas foram derrotados.

Ciclo do Café

A economia brasileira se baseava cada vez mais no café, especialmente no Sudeste. Esse ciclo trouxe prosperidade e
intensificou a presença da mão de obra escrava e, mais tarde, do trabalho imigrante.

Lei de Terras (1850)

Estabeleceu que as terras públicas só poderiam ser adquiridas por compra, dificultando o acesso de camponeses e
consolidando a estrutura latifundiária.

Guerra do Paraguai (1864-1870)

O Brasil, junto com Argentina e Uruguai, enfrentou o Paraguai em um dos maiores conflitos da América do Sul. A
guerra causou grandes perdas, mas fortaleceu o exército brasileiro.

Conflitos com o Exército e Igreja Católica

• Exército: Crescente insatisfação entre militares com a monarquia, especialmente após a Guerra do Paraguai,
onde o exército ganhou prestígio e independência.

• Igreja Católica: Conflitos entre o imperador e a Igreja surgiram quando D. Pedro II apoiou maçons,
contrariando autoridades eclesiásticas.

Revoltas dos Escravos e Resistência à Escravidão

Escravos resistiam através de fugas, formação de quilombos e revoltas. Houve também pressão abolicionista
crescente no Brasil, reforçada por movimentos internacionais.

Principais Leis Abolicionistas

• Lei Feijó (1831): Declarava ilegal o tráfico de escravos, mas pouco foi aplicada.

• Lei Bill Aberdeen (1845): Lei britânica que autorizava o governo inglês a capturar navios negreiros brasileiros.

• Lei Eusébio de Queirós (1850): Proibiu efetivamente o tráfico de escravos.

• Lei do Ventre Livre (1871): Declarou livres os filhos de escravas nascidos a partir da data da lei. • Lei
dos Sexagenários (1885): Libertou escravos com mais de 60 anos.

• Lei Áurea (1888): Aboliu definitivamente a escravidão no Brasil.


Fim de D. Pedro II

A crescente insatisfação com a monarquia, associada à abolição da escravidão e à perda de apoio das elites, resultou
na proclamação da república em 1889, encerrando o Segundo Reinado.

6. Proclamação da República (1889)

Política do Café com Leite

Sistema de alternância de poder entre as oligarquias de São Paulo (produtores de café) e Minas Gerais (produtores
de leite), que dominava a política nacional durante a Primeira República (1889-1930).

Constituição de 1891

A primeira constituição republicana do Brasil estabeleceu um governo federalista e o sistema presidencialista, com
estados autônomos.

Nepotismo

Prática comum na política da época, onde cargos e benefícios eram distribuídos entre familiares e aliados das elites
no poder.

Principais Revoltas e Movimentos

• Revolta da Vacina (1904): Oposição popular ao programa de vacinação obrigatória contra a varíola no Rio de
Janeiro.

• Convênio de Taubaté (1906): Acordo que visava estabilizar os preços do café através da compra do
excedente pelo governo.

• Revolta da Chibata (1910): Motim dos marinheiros contra os castigos físicos impostos na Marinha.

• Revolução de 1930: Movimento liderado por Getúlio Vargas, que depôs o presidente Washington Luís e
marcou o fim da Primeira República.

Movimentos Sociais e Revoltas

• Canudos (1896-1897) e Contestado (1912-1916): Revoltas de caráter messiânico e social contra o governo e
a exploração de terras.

• Semana de Arte Moderna (1922): Movimento cultural que modernizou as artes no Brasil.

• Tenentismo e Coluna Prestes (1922-1927): Movimento de jovens oficiais (tenentes) que exigiam reformas e
maior participação popular. A Coluna Prestes percorreu o país denunciando o governo.

7. Era Vargas (1930-1945)

Governo Provisório (1930-1934)

Após a Revolução de 1930, Vargas assumiu o poder de forma provisória, com promessas de modernização e
reformas. Iniciou centralizações e reorganizou a administração pública.

Governo Constitucional (1934-1937)

Em 1934, Vargas promulgou uma nova constituição que ampliou direitos trabalhistas e criou a Justiça Eleitoral. O
período foi marcado pela concessão do voto secreto e do voto feminino.
Estado Novo (1937-1945)

Período ditatorial instaurado por Vargas, que governou com poderes centralizados. Houve forte repressão aos
opositores e censura, mas também intensas reformas econômicas e sociais.

Principais Conquistas e Reformas

• Greves e Salário Mínimo: Vargas regulamentou o salário mínimo e atendeu às demandas dos trabalhadores,
mas reprimiu greves.

• Justiça Eleitoral e Centralização do Poder: Criou um sistema eleitoral mais controlado e concentrou o poder
em nível federal.

• Voto Secreto e Feminino: A constituição de 1934 estabeleceu o voto secreto e deu às mulheres o direito ao
voto.

• Legislação Trabalhista: A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garantiu direitos como jornada de trabalho
regulamentada, férias e descanso semanal.

• Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e Rádio: O DIP foi criado para censurar conteúdos críticos ao
governo e para promover propaganda oficial.

Investimentos e Criação de Empresas

• Petrobras: Criada no período Vargas para explorar o petróleo, tornando-se uma das principais estatais.

• Educação Pública e Ministérios: Expansão do sistema educacional e a criação de novos ministérios para áreas
estratégicas.

• Vale do Rio Doce e Acesita: Empresas mineradoras fundadas para explorar e aproveitar os recursos minerais
do país.

Queremismo

Movimento popular que, no fim do Estado Novo, apoiava a permanência de Vargas no poder, simbolizando a
influência de Vargas sobre os trabalhadores e setores populares.

8. Período Democrático Após Vargas/ República Populista(1945–1954)

Após o fim do Estado Novo, em 1945, o Brasil entrou em um período de redemocratização, marcado pela eleição
direta de presidentes, liberdades civis e o fortalecimento dos partidos políticos. A Constituição de 1946, promulgada
durante o governo Dutra, trouxe um arcabouço democrático para o país.

Presidentes de Dutra até o Retorno de Vargas

1.Eurico Gaspar Dutra (1946–1951):

• Principais pontos:

• Política econômica: Seguiu uma linha liberal, com foco na contenção de gastos públicos e controle da
inflação, mas teve dificuldades em lidar com a crise econômica do pós-guerra.

• Relações internacionais: Dutra alinhou o Brasil aos Estados Unidos e às democracias ocidentais,
rompendo relações com a União Soviética.

• Constituição de 1946: Foi aprovada durante seu governo, restabelecendo as garantias democráticas
e limitando o poder do Executivo.

• Plano SALTE: Um plano de investimentos nas áreas de Saúde, Alimentação, Transporte e Energia,
visando modernizar a infraestrutura, mas com resultados limitados.
2.Getúlio Vargas (1951–1954) (retorno pela eleição direta):

• Principais pontos:

• Nacionalismo econômico: Vargas seguiu uma política de defesa dos recursos naturais do Brasil,
criando a Petrobras em 1953 para garantir o controle estatal sobre o petróleo.

• Conflitos políticos: Sofreu oposição intensa da União Democrática Nacional (UDN) e de líderes como
Carlos Lacerda, que criticavam seu governo e o acusavam de corrupção.

• Crise política e suicídio: Em meio à pressão crescente, Vargas cometeu suicídio em 1954. Sua morte
provocou uma grande comoção popular, com protestos em apoio a seu legado.

Após o suicídio de Vargas, o Brasil viveu uma sequência de presidentes interinos e uma nova eleição presidencial:

3. Café Filho (1954–1955): Vice-presidente de Vargas, assumiu o cargo interinamente após a morte de Vargas,
mas seu governo foi instável, e ele sofreu pressões políticas.

4. Carlos Luz (1955): Presidente da Câmara, assumiu brevemente a presidência, mas foi retirado do poder em
um movimento liderado pelo general Henrique Lott, defensor da posse do presidente eleito.

5. Nereu Ramos (1955–1956): Presidente do Senado, assumiu até a posse do presidente eleito Juscelino
Kubitschek.

9. Vargas no Poder Novamente (1951–1954)

Após seu retorno ao poder como presidente eleito em 1951, Vargas enfrentou uma conjuntura política complexa,
com uma oposição feroz e uma economia em dificuldades.

Principais tópicos

• UDN (União Democrática Nacional):

• Partido fundado em 1945 com uma plataforma liberal, antipopulista e antinacionalista, que se
opunha fortemente a Vargas. A UDN era o principal partido de oposição e atraía apoio da classe média urbana e dos
setores empresariais.

• Carlos Lacerda:

• Um dos principais líderes da UDN e grande crítico de Vargas, Lacerda usava o jornalismo para
denunciar o que considerava corrupção e autoritarismo do governo. Em 1954, ele sofreu um atentado, o que
aumentou a pressão contra Vargas, acusando-o de envolvimento indireto no episódio.

• Suicídio de Vargas e Revolta Popular:

• A pressão da oposição, o caso do atentado contra Lacerda e a crise interna levaram Vargas a
suicidar-se em 24 de agosto de 1954. Sua carta-testamento, divulgada ao público, responsabilizava os “inimigos do
povo” e provocou uma reação popular, com protestos em várias cidades do país.

10. Presidentes

Jânio Quadros (1961)

• Campanha da Vassourinha:

• Durante sua campanha presidencial, Jânio utilizou o símbolo de uma vassoura, prometendo “varrer a
corrupção” e renovar a política brasileira, ganhando apoio popular com uma imagem moralizadora.
• Medidas Polêmicas:

• Jânio implementou proibições controversas, como o uso de biquínis em concursos, eventos de


beleza e cassinos, gerando críticas de diversos setores da sociedade por essas interferências nos costumes e
liberdades individuais.

• Renúncia:

• Em 25 de agosto de 1961, renunciou inesperadamente, possivelmente tentando criar uma crise


institucional para retornar com maior apoio. No entanto, o Congresso aceitou a renúncia, resultando em uma crise
política.

João Goulart (1961–1964)

• Aumento do Salário Mínimo:

• Com foco nos trabalhadores, Goulart sancionou aumentos salariais que buscavam combater a perda
do poder de compra e melhorar as condições sociais, mas causou insatisfação entre setores empresariais e políticos
conservadores.

• Parlamentarismo:

• O que é o Parlamentarismo: No sistema parlamentarista, o chefe de governo é o primeiro-ministro,


que possui maior poder de decisão, enquanto o presidente atua como chefe de Estado com funções mais limitadas.
O governo depende do apoio do parlamento para governar.

• Como funcionou no Brasil: Para evitar a posse plena de Goulart, considerado “de esquerda” e mal
visto pelos militares, o Congresso instaurou o parlamentarismo em 1961, limitando seus poderes. Tancredo Neves
foi o primeiro-ministro escolhido. Em 1963, no entanto, um plebiscito restaurou o presidencialismo, devolvendo a
Goulart plenos poderes, o que intensificou a crise política.

• Golpe Militar de 1964:

• A instabilidade, as reformas propostas por Goulart e o medo do comunismo foram usados como
justificativa para o golpe militar em 1964, que depôs o presidente e deu início à ditadura militar.

11. Ditadura Militar (1964–1985)

O regime militar trouxe profundas mudanças políticas e econômicas para o Brasil, consolidando um governo
autoritário marcado pela censura e repressão.

Principais tópicos

•Atos Institucionais (AI-1 a AI-5):

• AI-1 (1964): Autorizou a cassação de mandatos e direitos políticos de opositores do regime. Também
permitiu que os militares controlassem diretamente o governo.

• AI-2 (1965): Aboliu os partidos políticos existentes e estabeleceu o bipartidarismo (ARENA, partido
de apoio ao governo, e MDB, oposição permitida).

• AI-3 (1966): Determinou que as eleições para governadores fossem indiretas, aumentando o
controle do regime sobre os estados.

• AI-4 (1967): Instituiu uma nova Constituição, que oficializou o regime militar e consolidou a
repressão.

• AI-5 (1968): Considerado o mais repressivo, suspendeu direitos civis, fechou o Congresso e instituiu a
censura, dando aos militares poder absoluto sobre o país.
•Milagre Econômico (1968–1973):

• Período de crescimento econômico acelerado, com grande aumento do PIB. No entanto, o modelo
dependia de empréstimos externos e aprofundou as desigualdades sociais.

• SNI (Serviço Nacional de Informações) e DOPS (Departamento de Ordem Política e Social):

• O SNI e o DOPS eram órgãos de repressão política. O SNI coletava informações sobre qualquer
atividade considerada subversiva, enquanto o DOPS prendia e interrogava opositores do regime.

• Apoio dos EUA:

• Os Estados Unidos apoiaram o golpe e o regime militar, temendo o avanço do comunismo na


América Latina. Forneceram assistência financeira e militar ao Brasil.

• Fim da Ditadura:

• A abertura política começou com o governo de Ernesto Geisel (1974–1979) e continuou com João
Figueiredo (1979–1985), até as campanhas pelas Diretas Já e a eleição de Tancredo Neves em 1985, encerrando o
regime militar.

12. Período de Redemocratização até Hoje

Com o fim da ditadura, o Brasil iniciou a redemocratização, voltando a eleições diretas e à criação de uma nova
Constituição.

• Nova Constituição de 1988:

• Conhecida como “Constituição Cidadã”, trouxe ampliação de direitos sociais e políticos, restabeleceu as
eleições diretas e consolidou as bases da democracia brasileira.

• Processo de Redemocratização:

• As campanhas populares, como as “Diretas Já”, foram fundamentais para pressionar pela democratização.
Com a morte de Tancredo Neves antes de tomar posse, José Sarney assumiu como o primeiro presidente civil.

José Sarney (1985–1990): Enfrentou alta inflação, com o Plano Cruzado tentando congelar preços e salários, mas os
resultados foram limitados.

Fernando Collor (1990–1992): Implementou o Plano Collor, que bloqueou parte das poupanças dos brasileiros. Após
acusações de corrupção, foi alvo de um impeachment e renunciou.

Itamar Franco (1992–1995): Sucedendo Collor, estabilizou a economia com o Plano Real, que controlou a inflação.

Fernando Henrique Cardoso (1995–2003): Consolidou o Plano Real, adotou políticas de privatizações e enfrentou
crises econômicas globais.

Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2011): Enfatizou políticas sociais e combate à pobreza, com o Bolsa Família e
crescimento econômico, além do aumento da influência do Brasil no cenário internacional.
Constituições Brasileiras

1. Constituição de 1824

Contexto: Primeira Constituição do Brasil, foi outorgada por D. Pedro I após a independência, dando início ao
Império brasileiro.

• Principais pontos:

• Monarquia constitucional: Instituiu o Brasil como uma monarquia constitucional e hereditária, com o
imperador no comando.

• Poder Moderador: Introduziu o Poder Moderador, exclusivo do imperador, que permitia interferir
nos outros poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), dando a ele grande controle.

• Religião oficial: O catolicismo foi declarado religião oficial do Estado, mas outras religiões foram
permitidas para a prática privada.

• Voto censitário: Apenas homens com uma certa renda podiam votar, o que restringia o direito de
voto aos mais ricos.

2. Constituição de 1891

Contexto: Após a Proclamação da República, o Brasil adotou sua primeira constituição republicana, inspirada na
Constituição dos Estados Unidos.

• Principais pontos:

• República federativa presidencialista: Instituiu o sistema republicano e presidencialista, dividindo o


país em estados com autonomia.

• Separação Igreja-Estado: Rompeu com a religião oficial, separando o Estado da Igreja Católica.

• Voto aberto e restrito: O voto era aberto (não secreto) e limitado aos homens alfabetizados,
excluindo mulheres, analfabetos, soldados e clérigos.

• Federalismo: Os estados ganharam autonomia para legislar e administrar, formando a estrutura


federativa do Brasil.

3. Constituição de 1934

Contexto: Após a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, essa Constituição refletiu mudanças econômicas e
sociais no país.

• Principais pontos:

• Direitos trabalhistas: Estabeleceu direitos como jornada de trabalho de oito horas, descanso semanal
e férias remuneradas.

• Voto secreto e voto feminino: Implementou o voto secreto e concedeu o direito de voto às
mulheres, ampliando o direito ao sufrágio.

• Justiça Eleitoral: Criou a Justiça Eleitoral, responsável por organizar e fiscalizar eleições.

• Educação: Tornou o ensino primário gratuito e obrigatório.

• Inspiração corporativista: Introduziu elementos corporativistas, como a representação de classes


(trabalhadores e empresários) na política.
4. Constituição de 1937

Contexto: Outorgada por Getúlio Vargas, marcou o início do Estado Novo, um regime autoritário.

• Principais pontos:

• Poder centralizado: Concentrava poder nas mãos do presidente, ampliando sua autoridade e
controle sobre o Legislativo e o Judiciário.

• Extinção do Congresso Nacional: Vargas fechou o Congresso, assumindo plenos poderes.

• Fim das eleições: As eleições foram canceladas, e os direitos políticos, como o voto, foram
suprimidos.

• Censura e repressão: Instituiu censura à imprensa e perseguição a opositores.

• Política trabalhista: Manteve os direitos trabalhistas, mas com uma abordagem controladora e
nacionalista.

5. Constituição de 1946

Contexto: Com a queda de Vargas e o fim do Estado Novo, essa Constituição trouxe a redemocratização do país.

• Principais pontos:

• Restauração da democracia: Restaurou a democracia, com a separação dos poderes e a


independência do Legislativo e do Judiciário.

• Federalismo: Reafirmou a autonomia dos estados e municípios.

Direitos individuais e políticos:

• Garantiu direitos civis e políticos, como a liberdade de expressão, o direito de reunião, e o direito de
voto para todos os adultos, incluindo mulheres.

• Estabeleceu a inviolabilidade do domicílio e a liberdade de associação.

• Eleições diretas:

• Restabeleceu o sistema de eleições diretas para presidentes e governadores, além de eleições


diretas para o Congresso Nacional.

• Controle sobre a economia:

• Incluiu dispositivos que permitiam ao Estado intervir na economia para promover o bem-estar social,
embora a economia fosse majoritariamente liberal.
6. Constituição de 1967

Contexto: Elaborada durante o regime militar que se instalou em 1964, essa constituição consolidou o autoritarismo
do governo militar.

• Principais pontos:

• Poder Executivo forte: Aumentou os poderes do presidente, permitindo a decretação de atos e


medidas que limitavam a democracia.

• Legitimidade do regime militar: Estabeleceu a legitimidade do governo militar e manteve a repressão


política.

• Supressão de direitos: Limitou severamente os direitos civis e políticos, permitindo a censura e a


repressão a opositores.

• Eleições indiretas: As eleições para presidente foram mantidas indiretas, limitando a participação
popular.

• Emenda Constitucional: Permitiu a inclusão de emendas que poderiam restringir direitos individuais
sem a necessidade de aprovação pelo Congresso.

7. Constituição de 1988

Contexto: Conhecida como “Constituição Cidadã”, foi o resultado de um longo processo de redemocratização e de
mobilizações sociais.

• Principais pontos:

• Ampliação dos direitos sociais: Garantiu uma série de direitos fundamentais, incluindo saúde,
educação, moradia e trabalho.

• Direitos humanos: Firmou a proteção dos direitos humanos e a dignidade da pessoa humana como
princípios fundamentais da República.

• Democracia direta: Estabeleceu mecanismos de participação popular, como plebiscitos e referendos.

• Voto secreto: Consolidou o voto secreto e universal, garantindo a inclusão de todos os cidadãos nas
eleições.

• Direitos das minorias: Reconheceu direitos de grupos minoritários, como indígenas, e promoveu
políticas afirmativas.

• Divisão de poderes: Reafirmou a separação e a independência entre os poderes Executivo,


Legislativo e Judiciário.

• Processo legislativo: Criou um sistema que permite a iniciativa popular para propostas de lei, onde
cidadãos podem apresentar projetos.

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