Colectanea de Legislacao Fiscal de Angola
Colectanea de Legislacao Fiscal de Angola
Colectanea de Legislacao Fiscal de Angola
DE LEGISLAO
FISCAL
ANGOLA
COORDENAO
Srgio Vasques
Jaime Carvalho Esteves
Catarina Gonalves
DEZEMBRO 2013
FISCAL
ANGOLA
Parte Geral
Procedimento e Processo Tributrio
Impostos sobre o Rendimento
Impostos sobre o Consumo
Impostos sobre o Patrimnio
Impostos sobre Actividades Extractivas
Obrigaes dos Contribuintes
Benefcios Fiscais
PESQUISA E COMPILAO
Alexandra Lopes
Daniela Geraldes
Edmundo Caetano
Gerard Everaert
Joana Pereira
Miguel Verssimo
ACTUALIZADO DATA DE
31 DE OUTUBRO DE 2013
Nota de Apresentao
A abertura de Portugal ao mundo passa de modo decisivo pela relevantssima parte
desse mundo que, em frica, fala a lngua portuguesa. E, sabemo-lo bem, a fiscalidade
tem hoje um papel decisivo nas escolhas pblicas e nas decises do sector privado, seja
na esfera individual seja na esfera empresarial.
Assim, a fiscalidade dos pases africanos de expresso portuguesa constitui hoje material
de trabalho para um nmero muito vasto de profissionais. medida que as economias
daqueles pases se abrem e desenvolvem, ensaiam-se reformas legislativas que tm trazido
uma transformao profunda dos seus impostos. A necessidade de actualizao por isso
uma constante para quadros da administrao pblica e das empresas, para advogados e
consultores, bem como para os estudantes do direito fiscal, dentro e fora de portas.
Esta colectnea da legislao fiscal angolana constitui o primeiro fruto de uma colaborao entre o projecto Catlica Tax, da Universidade Catlica Portuguesa, e a PwC. Atravs
da recolha da legislao em vigor e da sua publicao electrnica, a Universidade Catlica
Portuguesa e a PwC procuram oferecer comunidade de profissionais e estudantes o acesso
fcil ao que so as suas ferramentas de trabalho essenciais.
Colectnea de Legislao Fiscal de Angola seguir-se-o outras dedicadas aos demais
pases africanos de expresso portuguesa, num formato simples, de acesso livre, e que
se procurar actualizar sempre que necessrio.
O projecto Catlica Tax, da Universidade Catlica Portuguesa e a PwC esperam que esta
iniciativa, a par de outras que se lhe seguiro, possam contribuir para a abertura quer
de Portugal, quer dos pases africanos de lngua oficial portuguesa e, simultaneamente,
tambm para a evoluo da fiscalidade neste relevantssimo espao do mundo actual.
Jaime Carvalho Esteves (PwC)
Srgio Vasques (Catlica Tax, Universidade Catlica Portuguesa)
ndice geral
PARTE GERAL .....................................................................................
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25
45
72
73
82
89
90
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139
157
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161
205
207
224
225
228
229
230
280
350
359
362
412
736
FISCAL
ANGOLA
Parte Geral
Parte Geral
Constituio
da Repblica
de Angola
Conscientes de que uma Constituio como a presente , pela partilha dos valores,
princpios e normas nela plasmados, um importante factor de unidade nacional e uma
forte alavanca para o desenvolvimento do Estado e da sociedade;
Empenhando-nos, solenemente, no cumprimento estrito e no respeito pela presente
Constituio e aspirando a que a mesma postura seja a matriz do comportamento dos
cidados, das foras polticas e de toda a sociedade angolana;
Assim, invocando e rendendo preito memria de todos os heris e de cada uma das
angolanas e dos angolanos que perderam a vida na defesa da Ptria;
Fiis aos mais altos anseios do povo angolano de estabilidade, dignidade, liberdade,
desenvolvimento e edificao de um Pas moderno, prspero, inclusivo, democrtico e
socialmente justo;
Comprometidos com o legado para as futuras geraes e no exerccio da nossa soberania;
Aprovamos a presente Constituio como Lei Suprema e Fundamental da Repblica de
Angola.
(...)
TTULO III
Organizao Econmica, Financeira e Fiscal
CAPTULO I
Princpios Gerais
Artigo 89.
(Princpios fundamentais)
1. A organizao e a regulao das actividades econmicas assentam na garantia
geral dos direitos e liberdades econmicas em geral, na valorizao do trabalho,
na dignidade humana e na justia social, em conformidade com os seguintes princpios fundamentais:
a) Papel do Estado de regulador da economia e coordenador do desenvolvimento
econmico nacional harmonioso, nos termos da Constituio e da lei;
b) Livre iniciativa econmica e empresarial, a exercer nos termos da lei;
c) Economia de mercado, na base dos princpios e valores da s concorrncia, da
moralidade e da tica, previstos e assegurados por lei;
d) Respeito e proteco propriedade e iniciativa privadas;
e) Funo social da propriedade;
f) Reduo das assimetrias regionais e desigualdades sociais;
g) Concertao social;
h) Defesa do consumidor e do ambiente.
2. As formas e o regime de interveno do Estado so regulados por lei.
Artigo 90.
(Justia social)
O Estado promove o desenvolvimento social atravs de:
a) Adopo de critrios de redistribuio da riqueza que privilegiem os cidados e em
particular os extractos sociais mais vulnerveis e carenciados da sociedade;
b) Promoo da Justia social, enquanto incumbncia do Estado, atravs de uma poltica
fiscal que assegure a justia, a equidade e a solidariedade em todos os domnios da vida
nacional;
c) Fomento, apoio e regulao da interveno do sector privado na realizao dos direitos
sociais;
d) Remoo dos obstculos de natureza econmica, social e cultural que impeam a real
igualdade de oportunidades entre os cidados;
e) A fruio por todos os cidados dos benefcios resultantes do esforo colectivo do
desenvolvimento, nomeadamente na melhoria quantitativa e qualitativa do seu nvel
de vida.
Artigo 91.
(Planeamento)
1. O Estado coordena, regula e fomenta o desenvolvimento nacional, com base num sistema
de planeamento, nos termos da Constituio e da lei e sem prejuzo do disposto no artigo
14. da presente Constituio.
2. O planeamento tem por objectivo promover o desenvolvimento sustentado e harmonioso do Pas, assegurando a justa repartio do rendimento nacional, a preservao do
ambiente e a qualidade de vida dos cidados.
3. A lei define e regula o sistema de planeamento nacional.
Artigo 92.
(Sectores econmicos)
1. O Estado garante a coexistncia dos sectores pblico, privado e cooperativo, assegurando
a todos tratamento e proteco, nos termos da lei.
2. O Estado reconhece e protege o direito ao uso e fruio de meios de produo pelas
comunidades rurais, nos termos da Constituio, da lei e das normas consuetudinrias.
Artigo 93.
(Reservas pblicas)
1. Constitui reserva absoluta do Estado o exerccio de actividades de banco central e
emissor.
2. A lei determina e regula as actividades econmicas de reserva relativa do Estado, bem
como as condies de acesso s demais actividades econmicas.
Artigo 94.
(Bens do Estado)
Os bens do Estado e demais pessoas colectivas de direito pblico integram o domnio
pblico ou o domnio privado, de acordo com a Constituio e a lei.
Artigo 95.
(Domnio pblico)
1. So bens do domnio pblico:
a) As guas interiores, o mar territorial e os fundos marinhos contguos, bem como os
lagos, lagoas e cursos de guas fluviais, incluindo os respectivos leitos;
b) Os recursos biolgicos e no biolgicos existentes nas guas interiores, no mar territorial, na zona contgua, na zona econmica exclusiva e na plataforma continental;
c) O espao areo nacional;
d) Os jazigos minerais, as nascentes de gua mineromedicinais, as cavidades naturais
subterrneas e outros recursos naturais existentes no solo e subsolo, com excepo das
rochas, terras comuns e outros materiais habitualmente utilizados como matria-prima
na construo civil;
e) As estradas e os caminhos pblicos, os portos, os aeroportos e as pontes e linhas
frreas pblicas;
f) As praias e a zona martimo-terrestre;
g) As zonas territoriais reservadas defesa do ambiente, designadamente os parques e
reservas naturais de preservao da flora e fauna selvagens, incluindo as infra-estruturas;
h) As zonas territoriais reservadas aos portos e aeroportos, como tais classificados por lei;
i) As zonas territoriais reservadas para a defesa militar;
j) Os monumentos e imveis de interesse nacional, como tais classificados e integrados no domnio pblico, nos termos da lei;
k) Outros bens determinados por lei ou reconhecidos pelo direito internacional.
2. Os bens do domnio pblico so inalienveis, imprescritveis e impenhorveis.
3. A lei regula o regime jurdico dos bens do domnio pblico e define os que integram o
do Estado e o das pessoas colectivas de direito pblico, o regime e formas de concesso,
bem como o regime de desafectao dos referidos bens.
Artigo 96.
(Domnio privado)
Os bens que no estejam expressamente previstos na Constituio e na lei como fazendo
parte do domnio pblico do Estado e demais pessoas colectivas de direito pblico integram
o domnio privado do Estado e encontram-se sujeitos ao regime de direito privado ou a regime especial, sendo a sua administrao regulada por lei.
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Artigo 97.
(Irreversibilidade das nacionalizaes e dos confiscos)
So considerados vlidos e irreversveis todos efeitos jurdicos dos actos de nacionalizao
e confisco praticados ao abrigo da lei competente, sem prejuzo do disposto em legislao
especfica sobre reprivatizaes.
Artigo 98.
(Direitos fundirios)
1. A terra propriedade originria do Estado e integra o seu domnio privado, com vista
concesso e proteco de direitos fundirios a pessoas singulares ou colectivas e a
comunidades rurais, nos termos da Constituio e da lei, sem prejuzo do disposto no
n. 3 do presente artigo.
2. O Estado reconhece e garante o direito de propriedade privada sobre a terra, constitudo
nos termos da lei.
3. A concesso pelo Estado de propriedade fundiria privada, bem como a sua transmisso,
apenas so permitidas a cidados nacionais, nos termos da lei.
CAPTULO II
Sistema Financeiro e Fiscal
Artigo 99.
(Sistema financeiro)
1. O sistema financeiro organizado de forma a garantir a formao, a captao, a capitalizao e a segurana das poupanas, assim como a mobilizao e a aplicao dos recursos
financeiros necessrios ao desenvolvimento econmico e social, em conformidade com a
Constituio e a lei.
2. A organizao, o funcionamento e a fiscalizao das instituies financeiras so regulados
por lei.
Artigo 100.
(Banco Nacional de Angola)
1. O Banco Nacional de Angola, como banco central e emissor, assegura a preservao do
valor da moeda nacional e participa na definio das polticas monetria, financeira e
cambial.
2. A lei dispe sobre a organizao, o funcionamento e as atribuies do Banco Nacional
de Angola.
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Artigo 101.
(Sistema fiscal)
O sistema fiscal visa satisfazer as necessidades financeiras do Estado e outras entidades
pblicas, assegurar a realizao da poltica econmica e social do Estado e proceder a
uma justa repartio dos rendimentos e da riqueza nacional.
Artigo 102.
(Impostos)
1. Os impostos s podem ser criados por lei, que determina a sua incidncia, a taxa, os
benefcios fiscais e as garantias dos contribuintes.
2. As normas fiscais no tm efeito retroactivo, salvo as de carcter sancionatrio, quando
sejam mais favorveis aos contribuintes.
3. A criao de impostos de que sejam sujeitos activos os rgos do poder local, bem
como a competncia para a sua arrecadao, so determinadas por lei.
Artigo 103.
(Contribuies especiais)
1. A criao, modificao e extino de contribuies especiais devidas pela prestao
de servios pblicos, utilizao do domnio pblico e demais casos previstos na lei
devem constar de lei reguladora do seu regime jurdico.
2. As contribuies para a segurana social, as contraprestaes devidas por actividades ou
servios prestados por entidades ou organismos pblicos, segundo normas de direito privado, bem como outras previstas na lei, regem-se por legislao especfica.
Artigo 104.
(Oramento Geral do Estado)
1. O Oramento Geral do Estado constitui o plano financeiro anual ou plurianual consolidado do Estado e deve reflectir os objectivos, as metas e as aces contidos nos instrumentos
de planeamento nacional.
2. O Oramento Geral do Estado unitrio, estima o nvel de receitas a obter e fixa os limites
de despesas autorizadas, em cada ano fiscal, para todos os servios, institutos pblicos,
fundos autnomos e segurana social, bem como para as autarquias locais e deve ser elaborado de modo a que todas as despesas nele previstas estejam financiadas.
3. A lei define as regras da elaborao, apresentao, adopo, execuo, fiscalizao e
controlo do Oramento Geral do Estado.
4. A execuo do Oramento Geral do Estado obedece ao princpio da transparncia e
da boa governao e fiscalizada pela Assembleia Nacional e pelo Tribunal de Contas,
em condies definidas por lei.
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TTULO IV
Organizao do Poder do Estado
()
CAPTULO III
Poder Legislativo
()
SECO IV
Competncia
()
Artigo 165.
(Reserva relativa de competncia legislativa)
1. Assembleia Nacional compete legislar com reserva relativa, salvo autorizao
concedida ao Executivo, sobre as seguintes matrias:
a) Bases do regime e mbito da funo pblica, incluindo as garantias dos administrados,
o estatuto dos funcionrios pblicos e a responsabilidade civil da Administrao Pblica;
b) Bases do estatuto das empresas pblicas, dos institutos pblicos e das associaes
pblicas;
c) Regime geral do arrendamento rural e urbano;
d) Regime geral das finanas pblicas;
e) Bases do sistema financeiro e bancrio;
f) Bases do regime geral do sistema nacional do planeamento;
g) Regime geral dos bens e meios de produo no integrados no domnio pblico;
h) Regime geral dos meios de comunicao social;
i) Bases dos sistemas nacionais de ensino, de sade e de segurana social;
j) Sistema monetrio e padro de pesos e medidas;
k) Definio dos sectores de reserva do Estado no domnio da economia;
l) Bases de concesso de explorao dos recursos naturais e da alienao do patrimnio
do Estado;
m) Definio e regime dos bens de domnio pblico;
n) Regime geral da requisio e da expropriao por utilidade pblica;
o) Criao de impostos e sistema fiscal, bem como o regime geral das taxas e demais
contribuies financeiras a favor das entidades pblicas;
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Parte Geral
Projecto Executivo
para a Reforma
Tributria
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Artigo 3.
(Misso)
1. O PERT - Projecto Executivo para a Reforma Tributria tem, genericamente, a misso
de conduzir a implementao da reforma tributria, respeitando a lei e as Linhas
Gerais para a Reforma Tributria em Angola que vierem a ser aprovadas.
2. Para o cabal cumprimento dos seus objectivos, o PERT - Projecto Executivo para a
Reforma Tributria deve:
a) Dinamizar o processo de aprovao das Linhas Gerais da Reforma Tributria em
Angola, pelas entidades competentes do Estado;
b) Calendarizar, nos termos da sua misso, a execuo das tarefas a seu cargo, de
curto e mdio prazos;
c) Promover a execuo das medidas prticas, realizar estudos e propor os projectos
de diplomas respeitantes concretizao da reforma tributria;
d) Garantir que na sua implementao a reforma do sistema tributrio seja estvel,
progressiva e integrada;
e) Promover a simplificao fiscal, de forma a tornar a actuao da Administrao fiscal
alm de mais eficiente para o Estado, mais inteligvel para o contribuinte;
f) Indicar as opes, no mbito da reforma tributria, num sentido tendente elevao,
ainda que gradual, das receitas no petrolferas, assegurando um desenvolvimento harmonioso da economia, reduzindo os desequilbrios e assimetrias regionais e melhorando
a distribuio do rendimento nacional;
g) Coordenar eventuais concertaes ou contactos que venham a ser necessrios com
organizaes ou entidades internacionais que possam desempenhar um papel relevante
no mbito da reforma tributria.
3. Constituem ainda misses do PERT - Projecto Executivo para a Reforma Tributria no
mbito da reforma tributria nos domnios da reforma da Administrao tributria,
da reforma do sistema tributrio e da reforma da justia tributria, nomeadamente, as
seguintes:
a) No domnio da reforma da administrao tributria:
i) Efectuar os estudos tendentes implementao, num curto prazo, da reestruturao e modernizao da administrao fiscal, tendo em vista a criao de uma nica
entidade administrativa responsvel das receitas fiscais;
ii) Promover o recrutamento e a formao de quadros jovens dotados de competncias acadmicas e tcnicas (na especialidade) de realce;
iii) Fomentar o refrescamento dos quadros das direces nacionais dos impostos
e das alfndegas, dos seus servios executivos locais e dos demais agentes que directa ou indirectamente intervm no processo da tributao;
iv) Propor, sem prejuzo do direito dos particulares justia tributria, medidas que
garantam a qualidade, celeridade e eficcia da fase administrativa da apreciao dos
actos fiscais, de modo a que se possa reduzir o nmero de situaes em que os particulares recorrem via judicial;
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v) Propor mecanismos eficazes para viabilizar, nos termos da lei, a cobrana coerciva das dvidas para com o Estado de mbito tributrio;
vi) Criar condies, num esforo conjugado com os rgos competentes, para a
expanso das administraes fiscais para os principais pontos de entrada e sada
de pessoas, mercadorias e meios de transporte e naqueles locais onde o desenvolvimento econmico ou a orientao poltica assim o determinem;
vii) Garantir a extenso da informatizao da administrao fiscal, obedecendo a
princpios de eficcia e eficincia, e que se estabelea tambm uma integrao em
rede entre os servios notariais e registais do Ministrio da Justia, com a informao fiscal;
viii) Promover a melhoria da comunicao e da relao entre o fisco e os contribuintes, garantindo os direitos dos cidados em matria fiscal.
b) No domnio da reforma do sistema tributrio:
i) Propor novas frmulas para tributar, mais eficaz e justamente, o rendimento, a
despesa e o patrimnio;
ii) Analisar e harmonizar as opinies sobre os projectos de diplomas legais, de natureza substantiva e adjectiva, da reforma tributria;
iii) Propor a reforma ou ajustamentos necessrios aos impostos sobre o rendimento do trabalho, industrial, de selo, de consumo e sisa, tendo em vista os princpios
da equidade, justia e eficcia fiscal, e ainda uma maior adequao destas contribuies realidade socioeconmica;
iv) Promover a concluso e aprovao dos projectos legislativos transversais, designadamente o Cdigo Geral Tributrio, o Cdigo de Processo Tributrio e o Cdigo
das Execues Fiscais;
v) Propor a reforma, a reviso ou os ajustamentos eventualmente necessrios s
taxas e contribuies especiais;
vi) Elaborar projectos de leis reguladoras para o domnio parafiscal, nomeadamente, por via de uma Lei de Bases sobre a criao, e o regime jurdico das taxas;
vii) Promover a harmonizao entre os projectos legislativos, de natureza substantiva ou adjectiva, que venham a ser aprovados no mbito da reforma tributria e a
legislao aduaneira em vigor;
viii) Elaborar o projecto de lei sobre o regime jurdico das receitas locais no quadro
do regime financeiro local.
c) No domnio da reforma da justia tributria:
i) Projectar a reformulao do sistema judicial tributrio, em concertao com o
Ministrio da Justia e com os Conselhos Superiores das Magistraturas Judicial
e do Ministrio Pblico, equacionando a autonomizao da Sala do Contencioso
Fiscal e Aduaneiro;
ii) Promover estudos para eventual adopo de mecanismos alternativos e de representao conjunta para a resoluo de dissdios e litgios respeitantes fixao e reviso da matria colectvel.
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ou entidade, desde que esta seja igualmente especializada e internacionalmente reconhecida no domnio em causa, e tenha havido autorizao prvia do Coordenador
do PERT - Projecto Executivo para a Reforma Tributria, mediante parecer do Director da Unidade Tcnica Executiva para a Reforma Tributria (UTERT).
4. A entidade consultora a contratar em matria de impostos no deve ser a mesma que
j presta, no momento, assessoria Direco Nacional dos Impostos ou Direco
Nacional das Alfndegas.
5. O Director da Unidade Tcnica Executiva para a Reforma Tributria (UTERT) deve
propor, no prazo mximo de 30 dias, contados a partir da data da entrada em vigor
do presente diploma, trs sociedades ou consrcios de sociedades que preencham os
requisitos do nmero anterior, para efeito de realizao de um concurso pblico sem
apresentao de candidaturas, nos termos da legislao vigente.
6. O Coordenador do PERT - Projecto Executivo para a Reforma Tributria deve submeter aprovao prvia do Presidente da Repblica e Chefe do Executivo, as sociedades
seleccionadas para o concurso.
7. O Director da Unidade Tcnica Executiva para a Reforma Tributria (UTERT) o elo
de ligao entre a entidade consultora e o PERT - Projecto Executivo para a Reforma
Tributria, cabendo-lhe assegurar a coordenao e fiscalizao das tarefas e projectos
nos vrios domnios da Unidade Tcnica Executiva para a Reforma Tributria (UTERT)
e os servios directamente encomendados entidade consultora, que lhe deve prestar
contas regularmente.
8. Pontualmente, o Coordenador do PERT - Projecto Executivo para a Reforma Tributria,
pode contratar outras consultorias especializadas, de entidades singulares ou colectivas,
nacionais ou estrangeiras, para aconselhamento, assessoria ou execuo de tarefas especficas que no possam ou no devam ser realizadas por quaisquer estruturas internas do
PERT - Projecto Executivo para a Reforma Tributria, ou pela entidade de consultoria
externa especializada.
Artigo 8.
(Recrutamento de quadros no mbito da reforma tributria)
O processo de admisso de novos quadros para as carreiras da administrao pblica em
geral, no mbito da implementao da reforma tributria, promovido pelo Coordenador
do PERT - Projecto Executivo para a Reforma Tributria, em coordenao com os titulares
dos respectivos departamentos ministeriais, atravs da abertura de concursos pblicos,
nos termos da legislao vigente sobre o ingresso na funo pblica.
Artigo 9.
(Autonomia oramental)
1. Durante a sua vigncia, o PERT - Projecto Executivo para a Reforma Tributria constitui uma unidade oramental independente, podendo gerir autonomamente o patrimnio
que estiver a seu cargo.
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ANEXO I
(Segundo o artigo 5., n. 8)
CONSELHO TRIBUTRIO
CONSULTICO
UNIDADE TCNICA EXECUTIVA PARA
SECRETARIADO PARA
ADMINISTRAO
DOMNIO DA REFORMA DA
ADMINISTRAO FISCAL
DOMNIO DA REFORMA DO
SISTEMA TRIBUTRIO
DOMNIO DA REFORMA DA
JUSTIA TRIBUTRIA
DOMNIO DO RECRUTAMENTO E
FORMAO ESPECIALIZADA
DOMNIO DA MODERNIZAO
E DAS TECNOLOGIAS
DE INFORMAO
24
Parte Geral
Linhas Gerais do
Executivo para a
Reforma Tributria
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momento iniciar uma nova estratgia de tributao: a de inverter, pelo menos numa
primeira fase, as tradicionais prioridades dos impostos no petrolferos. Em vez de,
como agora sucede, tais impostos se destinarem essencialmente a arrecadar receitas, eles
poderiam servir como um importante elemento de atraco ou reteno de investimento,
a par de outros factores de carcter geral, como a situao de paz, de estabilidade poltica
e de construo de um Estado de direito democrtico, ou carcter mais especfico, como a
Reforma Judicial ou a desburocratizao e simplificao administrativa.
A consolidao, desenvolvimento e diversificao da economia angolana, propiciada por um
sistema tributrio favorvel ao investimento nacional e estrangeiro nos diversos sectores
da economia, em particular no sector produtivo, surgiria, igualmente, como um elemento
essencial de receitas fiscais futuras, num eventual cenrio de menores receitas petrolferas.
Atravs de mecanismos de incentivo/desincentivo, o sistema tributrio poderia igualmente
servir de instrumento de regulao de actividades produtivas, do consumo e do comrcio
externo.
Nesse contexto, um sistema tributrio globalmente incentivador do investimento, baseado numa reduo significativa da taxa dos impostos sobre o rendimento e demais impostos e encargos parafiscais que incidem sobre a actividade empresarial (pessoas singulares
e pessoas colectivas) e no alargamento progressivo da base tributria (enquadramento
gradual da economia informal) permitiria no apenas a reduo e supresso progressiva
de incentivos fiscais inadequados que corroem o grau de arrecadao de receitas (como,
at recentemente, sucedia na rea aduaneira), mas tambm a concentrao da despesa
fiscal em factores decisivos de desenvolvimento econmico e social.
De facto, os Estados usam frequentemente o sistema tributrio, atravs da fiscalidade
derrogatria (isenes e outros incentivos que constituem uma despesa fiscal), para promover o carcter atractivo do seu territrio na captao de empresas, investimentos ou
capitais ou para impedir a sada destes factores do seu territrio para outros mais atractivos. A fiscalidade s , na verdade, um factor decisivo quando outros factores de atraco
(como a estabilidade poltica e legislativa, o respeito pela legalidade, uma justia e uma
administrao credveis ou um eficiente e funcional sistema de infra-estruturas bsicas
(estradas, electricidade, gua, saneamento e comunicaes) e de equipamentos sociais
(escolas, servios de sade) existem, ou que os investidores tenham a convico de que
esto a ser criados.
Deste modo, a fiscalidade, no sendo, pelo menos abstractamente, um factor decisivo
para os investidores, pode contudo ter um papel relevante em reas como a investigao
e o desenvolvimento, a diminuio de assimetrias regionais ou a promoo de emprego.
Com vista a apoiar e favorecer o desenvolvimento do empresariado angolano, devem ser
previstas medidas que desonerando, simplificando ou mesmo isentando, temporariamente,
as micro e as pequenas empresas, as apoiem no domnio da assistncia tcnica, comercial e
financeira, tendo em vista seu enquadramento na economia e a reduo do sector informal.
A Reforma Tributria deve ainda, no curto prazo, conduzir ao incremento do combate
fraude e evaso fiscais, nomeadamente atravs da melhoria dos sistemas de cobrana, de
reteno na fonte, de implementao e alargamento de uma rede informtica e de sistemas
de informao modernos, da coordenao entre os sistemas de inspeco fiscal e aduaneiro,
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da melhoria das tcnicas de gesto, de uma utilizao mais intensiva do nmero do contribuinte, da efectiva realizao de execues fiscais e da penalizao dos infractores. Este
um objectivo que possibilitar no apenas um maior nvel de arrecadao de receitas, mas
tambm a realizao de uma maior justia fiscal e de uma concorrncia mais saudvel
entre agentes econmicos.
A reforma deve, igualmente, responder a objectivos de justia social, e, em particular,
contribuir para uma repartio dos rendimentos e da riqueza mais equitativa. Esta deve
ser obtida quer pela aplicao da progressividade do imposto sobre o rendimento e da
consagrao de um mnimo de existncia socialmente satisfatrio, quer pela tributao
da despesa, a partir de um modelo que onere mais fortemente os consumos suprfluos e
de luxo e que desonere os bens de primeira necessidade.
A reforma do sistema tributrio deve tambm promover sinergias nos planos legislativos e
orgnico. Nesse sentido, ela implica uma forte articulao entre a reforma fiscal no aduaneira e a reforma aduaneira em curso. Por isso, a reforma do sistema tributrio dever procurar uniformizar, tanto quanto possvel, no plano substantivo e procedimental, as solues
do direito fiscal aduaneiro com as do direito fiscal no aduaneiro.
A reforma deve ainda prever uma melhor articulao entre as finanas do Estado e as
finanas locais, definindo quais as receitas que so prprias de cada nvel de jurisdio
territorial e qual a participao que os diferentes nveis tero nas receitas nacionais,
tendo em conta a poltica que for estabelecida no mbito da desconcentrao e descentralizao poltica e administrativa.
Por ltimo, para alm da sua finalidade reditcia, em que os impostos internos sobre o consumo e sobre o rendimento devem, a mdio prazo, contribuir para uma menor dependncia do Estado com relao s receitas petrolferas e aduaneiras, o sistema tributrio dever
contribuir, no seu conjunto, para uma melhor insero de Angola na integrao econmica da frica Austral e na economia global.
Todos estes objectivos implicam um grande esforo de modernizao da Administrao
Tributria no seu conjunto, uma modernizao que, sem prejuzo da tutela poltica do
Governo, permita uma gesto autonomizada e a adopo de uma poltica remuneratria
baseada no mrito e em funo de resultados e objectivos.
1.4. Estratgia de aco:
1.4.1. Filosofia de interveno:
O desenho de um sistema tributrio deve, por definio, tomar em considerao o conjunto dos impostos, a estrutura da Administrao Tributria, o contexto da tributao internacional, hoje cada vez mais importante e as solues para as finanas locais. Mas deve
igualmente procurar que as solues a propor se adequem ao nvel de desenvolvimento, ao
grau de abertura da economia ao exterior, ao contexto urbano, ao grau de monetarizao
da economia, aos conhecimentos da sociedade civil, s prticas e tradies locais, etc.
Definido o desenho global do sistema tributrio, da reforma da Administrao Tributria
ou do sistema de justia fiscal, a sua concretizao, na lei e na prtica, implica opes
34
que, em tempo oportuno, devem obter uma resposta poltica, orientando a preparao dos
documentos legislativos e as solues da sua implantao administrativa.
A filosofia subjacente a este processo assenta em princpios como o da participao
pblica, da consensualidade, do gradualismo na implantao e da praticabilidade.
A coordenao deste processo pertence Unidade Tcnica criada pelo recente Projecto
Executivo para a Reforma Tributria, em articulao com os Ministrios das Finanas,
da Justia, da Economia e da Administrao Pblica, Emprego e Segurana Social, sem
prejuzo da participao pontual de outros Ministrios em assuntos que sejam de seu
interesse.
A Unidade Tcnica dever pronunciar-se sobre os projectos de diplomas transversais
com particular incidncia no funcionamento da justia e das garantias dos contribuintes
(Cdigo Geral Tributrio, Cdigo de Processo Tributrio e Cdigo das Execues Fiscais)
elaborados no quadro da Reforma da Justia e do Direito em articulao com o extinto
Comit da Reforma Fiscal, com auscultao das principais entidades interessadas.
Dever ainda efectuar propostas de criao e extino de impostos ou de alterao da
legislao tributria, bem como da legislao e regulamentao relativa a alteraes na
Administrao Tributria.
O processo de implementao da Reforma Tributria deve ser acompanhado por um debate
pblico, em especial junto dos principais meios interessados (meios polticos, empresariais
e sindicais, magistrados, universidades e outros estabelecimentos de ensino, associaes
privadas e pblicas, ordens profissionais, etc).
A participao destas entidades, com anlise dos temas mais importantes que a criao
ou reforma de cada imposto venha a suscitar e das respostas dadas por experincias
estrangeiras relevantes para Angola, permitir um aprofundamento e consolidao da
deciso poltica de forma a procurar que esta seja to consensual quanto possvel. Ela
permitir ainda criar um clima favorvel a uma aplicao mais clere e eficaz das medidas que vierem a ser aprovadas.
Por outro lado, necessrio um certo pragmatismo (no se pode exigir, na situao
actual, a consagrao de um sistema de tributao ptimo), e ter em considerao a
capacidade de a reforma ser implantada de acordo com as possibilidades da sua absoro pela Administrao Tributria e pelos contribuintes. Deste modo, a reforma deve
ser efectuada por fases (gradualismo) e, mesmo, em certas reas, a partir de projectos-piloto bem escolhidos.
1.4.2. Uma Questo Prvia: A Reestruturao da Administrao Tributria:
A Administrao Fiscal e Aduaneira constitui uma pea central no processo de Reforma
Tributria, quer na sua concepo, quer, sobretudo, quanto a assegurar a sua implementao. A tecnicidade e a complexidade da matria determinam que os aspectos fundamentais da tributao sejam de difcil apreenso e, por isso, central a influncia da
Administrao num processo de Reforma Tributria.
Por isso, a Reforma Tributria deve ser extensiva Reforma da Administrao Tributria,
sendo esta a prioridade das prioridades.
35
A reestruturao da Administrao no ser fcil, nem uma tarefa de curto prazo: ela
s ser possvel se os principais constrangimentos sua realizao forem superados e se
houver persistncia na sua concretizao.
Os diagnsticos efectuados mostram que um dos maiores constrangimentos, na rea dos
impostos internos, so os recursos humanos disponveis. Estes recursos so escassos,
desmotivados e com formao acadmica e profissional insuficientes, em particular nas
matrias tributrias e nas disciplinas auxiliares da cincia e tcnica tributria, nomeadamente as contabilsticas. Para tal, tem, em grande parte, contribudo a natureza desses
Servios, como rgos internos da Administrao Pblica, caracterizados por uma elevada
rigidez estrutural e salarial.
Por outro lado, so igualmente mltiplos os constrangimentos culturais (formao dos
contribuintes), administrativos, jurdicos e tcnicos.
No entanto, hoje existem novos meios (sistemas de informao e de comunicao, novas
tcnicas e meios de formao, populao jovem com formao universitria) que podem
e devem constituir a base de uma reestruturao da Administrao Tributria.
O recurso consultoria externa, s por si, no produzir resultados eficazes e duradouros se o suporte interno dos recursos humanos no for reforado, multiplicado e
consolidado. Uma efectiva transferncia de know-how questo decisiva nesta matria.
A rigidez estrutural dos dois rgos nacionais (DNI e SNA), tpica dos organismos da Administrao Pblica clssica e dos condicionamentos que da advm, como anteriormente
se j referiu, contribui, de forma significativa, para a actual situao da Administrao
Tributria, particularmente na rea de gesto dos impostos internos, sob responsabilidade da Direco Nacional dos Impostos.
Neste contexto, as medidas de reestruturao de fundo, a efectuar a mdio prazo, no
devero pr em causa a possibilidade de imediatamente serem levadas a cabo medidas
essenciais para o prprio desenvolvimento da Reforma, como o caso de uma auditoria
aos sistemas de informao e de formar quadros em matrias de poltica e gesto fiscal.
Prope-se assim que a Reforma da Administrao Tributria seja orientada pela seguinte
filosofia de interveno:
i) Criar, no curto prazo, mecanismos institucionais de forte coordenao entre a Direco Nacional de Impostos e o Servio Nacional das Alfndegas, com vista gesto,
em comum, de certas estruturas (cadastro dos contribuintes, sistema informtico,
conta corrente dos contribuintes, fiscalizao, justia, formao profissional), de
forma a gerar sinergias e economias de escala e a proporcionar as condies de um
processo de integrao progressiva daqueles dois rgos da Administrao Tributria, desembocando numa entidade administrativa nica. Para alm da articulao
organizacional, tambm os princpios jurdicos de tributao, a legislao processual
e procedimental, a legislao sancionatria de infraces constituem elementos centrais dessa articulao;
ii) Recrutar e formar novos tcnicos para apoio Reforma e melhoria de funcionamento
da Administrao Tributria;
iii) Criar estruturas de formao permanente em matrias fiscais, aduaneiras, contabilsticas
e outras disciplinas auxiliares da tributao, no apenas dos funcionrios dos impostos
36
e das alfndegas, mas tambm dos tcnicos privados (contabilistas, auditores, juristas,
economistas, gestores) e, eventualmente, de funcionrios dos PALOP que lidem com
matrias fiscais e aduaneiras. Numa primeira fase, uma soluo alternativa, mas menos
eficaz, seria a da capacitao de dirigentes e funcionrios ser levada a cabo pela Escola
Nacional de Administrao Pblica;
iv) Prosseguir com a modernizao dos Servios Aduaneiros, nomeadamente a sua implantao nos principais pontos de entrada e sada de pessoas, mercadorias e meios de
transporte, sem prejuzo da progressiva aproximao das estruturas das entidades da
Administrao Tributria.
A definio e implementao da futura estrutura da Administrao Tributria devem
prever a existncia de autonomia administrativa e financeira.
1.4.3. Prioridades de Interveno no Plano Legislativo:
Para alm da reforma da Administrao Tributria, a Reforma implica importantes
alteraes no plano legislativo, quer das leis que estruturam cada imposto, quer das
leis transversais que se aplicam a todos os impostos, independentemente da entidade
(DNI, SNA, eventualmente outra) que os gere.
No plano legislativo, a reforma do sistema fiscal deve obedecer a uma definio de prioridades, de acordo com as necessidades de interveno. Ela deve ser acompanhada por estudos econmicos para escolha do nvel de fiscalidade adequado, para verificao da capacidade contributiva potencial, para definio da estrutura fiscal (peso relativo de cada tipo
de imposto nas receitas previstas) e para avaliao do impacto da fiscalidade nas diversas
variveis econmicas. Estes estudos deveriam ser extensivos ao financiamento por via fiscal
da segurana social.
Numa primeira fase (curto prazo) trata-se de corrigir situaes menos justas ou mais
burocrticas existentes nos actuais impostos, sem pr em causa as intervenes mais de
fundo no desenho da tributao do rendimento, do consumo ou do patrimnio.
Trata-se ainda de proceder a uma profunda reviso e actualizao de diplomas transversais aos diversos impostos, como o Cdigo Geral Tributrio de 1968. Este deve, a partir
do modelo existente, ser transformado numa lei fundamental da tributao, com funes
de lei de bases do sistema fiscal, com mbito de aplicao alargado a outras entidades e a
todos os impostos, incluindo os indirectos.
Esta reviso dever assim permitir que nele constem os princpios gerais aplicveis ao
sistema tributrio e aos impostos, em especial os princpios fundamentais relativos ao
acto tributrio e relao jurdico-tributria, aos benefcios fiscais, s garantias dos
contribuintes e ao procedimento tributrio, tendo em conta as solues das Normas de
Procedimento e da Actividade Administrativa, e s infraces fiscais.
Quanto aos rgos de justia administrativa fiscal e aos procedimentos administrativos
fiscais e aduaneiros dever caminhar-se, quando estiverem em causa procedimentos
especficos justificados pela natureza da matria, para a sua harmonizao, e, quando
inexistir qualquer especificidade que fundamente uma regulamentao prpria, para a
sua unificao.
37
Urge ainda criar um regime que garanta os direitos dos contribuintes impugnao
judicial dos actos tributrios. A importncia desse novo regime decorre, desde logo, da
inexistncia de um sistema que corresponda ao recente quadro poltico-constitucional
do Pas, sendo capaz de assegurar a concretizao das garantias que a lei confere aos
contribuintes. No mbito da Reforma do sistema de justia judicial tributria, assim
urgente a criao de um Cdigo de Processo Tributrio que substitua o obsoleto Regulamento do Contencioso das Contribuies e Impostos de 1948, bem como a definio de
uma nova orgnica do sistema de administrao de justia que, no plano judicial, assegure uma justia clere e independente. Afasta-se assim as solues que unificam, num
nico cdigo, o procedimento e o processo tributrio. igualmente importante aprovar
um Cdigo de Execues Fiscais que substitua o diploma de 1950. A natureza hbrida
deste tipo de processo aconselha existncia de um diploma autnomo para proceder
sua regulao.
A harmonizao entre o direito fiscal e aduaneiro, no que concerne s infraces tributrias
aduaneiras e no aduaneiras, igualmente uma meta a prazo, dever igualmente fazer-se de
modo gradual, atravs de futuros reajustamentos do Cdigo Geral Tributrio ou eventualmente da unificao em um instrumento normativo dos regimes das infraces tributrias
aduaneiras e no aduaneiras.
A premncia em resolver questes de adequao da lei aos princpios constitucionais,
justifica que, antes ainda da reforma dos impostos propriamente ditos, se deva proceder
prioritariamente adopo das novas leis transversais aos diversos tributos (Cdigo Geral
Tributrio, Cdigo de Processo Tributrio, Cdigo das Execues Fiscais), sem prejuzo
de, mais tarde, estas leis serem readaptadas aos impostos e entidade administrativa que
venham a substituir a estrutura fiscal existente.
Nesta fase ainda imprescindvel atacar de frente a questo da parafiscalidade.
De facto, os encargos de natureza parafiscal, como sejam as taxas e as contribuies
de diversos tipos que so devidas pela realizao de actos administrativos, notariais,
registrais ou judiciais, ou privados como as respeitantes constituio, modificao ou
registos de actos societrios ou de empresrios individuais, registam hoje uma carga
excessiva com repercusso negativa na vida dos cidados das empresas.
A realizao de alguns estudos recentes evidenciou que, para alm de uma excessiva
burocracia, esses encargos tm funcionado como um factor inibidor da formalizao de
micro ou pequenas empresas, pelo que urge rever a sua necessidade e os seus valores.
Com relao aos actos notariais e registrais que devem ser obrigatoriamente praticados
pelas sociedades comerciais foi, igualmente, constatado que esses encargos apresentam valores diferentes entre os diversos servios pblicos, mesmo para actos idnticos, o que , em
parte, explicado pela sua complexa base de clculo (de natureza varivel), que os aproximam
mais da natureza de impostos do que de taxas, uma vez que os valores cobrados por tais
actos no so proporcionais ao valor do servio prestado.
Por outro lado, a inexistncia de um regime geral que defina as regras para a criao e
fixao de taxas tem conduzido a uma fixao e divulgao desregrada de taxas e outros
encargos parafiscais por parte de organismos pblicos centrais e locais, recomendando-se
38
a aprovao, a mdio prazo, desse diploma regulador relativo criao de taxas e outros
encargos parafiscais, independentemente da sua fonte.
Por ltimo, no caso das taxas devidas pelos servios de registo e de notariado, aconselha-se a
sua reviso, preferentemente no sentido da sua transformao em valores fixos e com afixao obrigatria nos respectivos servios, para conhecimento pblico.
Numa segunda fase, dever-se- preparar as intervenes de fundo no desenho do sistema
fiscal.
Assim, a tributao do rendimento das pessoas fsicas dever ter em considerao, pela
sua natureza, a separao do rendimento global em duas bases tributrias: a que respeita
aos rendimentos do trabalho e a que inclui os rendimentos do capital em sentido amplo.
Por seu lado, a tributao das pessoas colectivas deve distinguir claramente mecanismos
de tributao aplicveis s grandes empresas dos aplicveis a pequenas e mdias empresas.
Do ponto de vista formal, a tributao do rendimento poder constar de um nico diploma.
A tributao do consumo far-se- essencialmente a partir da introduo ou evoluo do
actual imposto de consumo para um imposto tipo IVA, sem efeitos de cascata, adequado
estrutura scio-econmico angolano, devendo para o efeito a administrao dominar
a lgica de funcionamento do imposto e colher experincias estrangeiras, em especial as
existentes em contextos scio-econmicos afins.
A tributao do patrimnio deve ter em conta os princpios do benefcio e da capacidade contributiva e ser uma fonte de financiamento das finanas locais. No que toca
ao patrimnio imobilirio, poder caminhar para a sua concentrao num imposto
incidente sobre o seu uso e fruio, em detrimento do momento da transmisso, sem
prejuzo da modernizao, a breve prazo, dos aspectos mais inadequados ou arcaicos
dos impostos de transmisso existentes.
No que se refere tributao internacional, necessrio que se elabore uma estratgia
para a preparao de quadros, tendo em vista a negociao e celebrao de Acordos
sobre dupla tributao com os pases com os quais Angola mantem relaes econmicas
mais estreitas. Devem, tambm, ser acauteladas as obrigaes que Angola assumiu ou
se ver confrontada no futuro, ao nvel da integrao econmica na SADC, no quadro de
uma progressiva harmonizao fiscal, incluindo a aduaneira.
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40
II - Mdio Prazo:
i) Definio e implementao da futura estrutura da Administrao Tributria, sob tutela do Ministrio das Finanas, dotada de autonomia administrativa e financeira;
ii) Progressiva implantao de novos sistemas de informao tributria;
iii) Implantao do Instituto de Formao Tributria e elaborao de um plano de formao, priorizando a formao de formadores e a formao distncia, com apoio
em novas tecnologias, para responsveis, tcnicos superiores e mdios;
iv) Melhoria dos mecanismos de articulao entre a futura estrutura da Administrao
Tributria e o Instituto Nacional de Segurana Social.
2.2. No Domnio do Sistema Tributrio:
I - Curto Prazo:
Ao nvel da reforma do sistema tributrio, devem ser adoptados, em primeiro lugar, os
diplomas transversais de adaptao do sistema existente nova realidade econmica,
poltica e constitucional. Alm disso, dado que a reforma aduaneira est em curso e sem
prejuzo da necessidade da sua compatibilizao e harmonizao com o sistema fiscal,
dever cuidar-se prioritariamente dos impostos internos, definindo-se medidas pontuais
de simplificao e de resoluo de injustias mais graves e notrias. Estas intervenes
devem inserir-se no projecto de reforma mais amplo, sendo particularmente relevantes
as seguintes:
Reviso do Cdigo Geral Tributrio a partir do modelo existente, com alargamento do seu
campo de aplicao a outras entidades e impostos, com insero nesta lei estruturante dos
princpios gerais que sejam aplicveis aos diversos impostos, incluindo, sem prejuzo da
sua especificidade, os de natureza aduaneira, bem como ao procedimento tributrio e
matria de infraces fiscais;
i) Regulamentao do Cdigo Geral Tributrio das normas que dela devam carecer;
ii) Harmonizao dos diplomas tributrios existentes com os princpios do Cdigo Geral
Tributrio;
iii) Simplificao e racionalizao do imposto de selo, concentrando a receita em verbas
financeiramente importantes e que sejam de difcil tributao noutros impostos, em
articulao com a reforma da tributao indirecta;
iv) Introduo de maior simplicidade e neutralidade no imposto de consumo, preparando o caminho para a introduo do IVA;
v) Racionalizao e consolidao legislativa do imposto industrial, de modo a clarificar
a base de incidncia do imposto, bem como as bases de clculo, terminando com a
disperso legislativa, corrigindo certos regimes (empreitadas), actualizando as taxas
das provises e das reintegraes e amortizaes, alargando a base tributria e diminuindo taxas de tributao;
vi) Reviso do imposto sobre os rendimentos do trabalho, por contra prpria e por contra de outrem, tendo em vista objectivos de capacidade contributiva e de justia, simplicidade e maior adequao s transformaes econmicas existentes;
41
vii) Reviso do regime de consignao de receitas fiscais que devero ser atribudas ao
poder local;
viii) Reforma do imposto sobre sucesses, doaes e sisa, com eventual extino ou
modificao do imposto sucessrio e desagravamento do imposto de sisa;
ix) Consagrao de regimes simplificados de desalfandegamento e de utilizao dos diferentes regimes aduaneiros a conceder aos operadores econmicos de maior dimenso
que renam os indispensveis requisitos de idoneidade e que forneam garantias de
cumprimento das suas obrigaes;
x) Criao, reviso ou aperfeioamento de sistemas simplificados de tributao (incluindo aduaneira) para as actividades econmicas de natureza familiar, bem como para
as micro e pequenas empresas;
xi) Regulamentao do Cdigo Aduaneiro, tendo em conta a experincia da sua aplicao e progressiva harmonizao com os princpios fundamentais de direito tributrio,
bem como alargamento da base tributria e utilizao de taxas moderadas que promovam a reactivao da produo nacional.
II - Mdio Prazo:
A - Reforma da Tributao do Rendimento:
i) Elaborao e divulgao de um estudo sobre as opes polticas de fundo para a introduo de um novo modelo de tributao do rendimento das pessoas singulares e
colectivas, incluindo o enquadramento fiscal das actividades e produtos financeiros,
tais como os decorrentes da actividade seguradora, de fundos de penses, de leasing,
de factoring, etc;
ii) Aprovao dos diplomas tendentes implantao do novo modelo de tributao das
pessoas singulares e colectivas.
B - Reforma da Tributao do Consumo:
i) Realizao de estudos conducentes substituio do actual imposto de consumo por
um tipo de IVA adequado estrutura scio-econmica angolana, em conjuno com
o aprofundamento da harmonizao comunitria no quadro do SADC;
ii) Elaborao do ante-projecto de diploma que introduz um imposto de tipo IVA;
iii) Desenho dos procedimentos administrativos, informticos, de sistemas de informaes, necessrios para pr em prtica o novo modelo de tributao do consumo;
iv) Divulgao do novo modelo de tributao junto dos funcionrios e dos contribuintes,
atravs de processos de formao e informao especficos, como uma questo decisiva
para o xito da Reforma;
v) Instituio de certos impostos especiais de consumo, justificados por razes financeiras e
por razes extra-financeiras (lcool e bebidas alcolicas, tabacos, eventualmente, veculos
pesados ou de luxo, e sobre os derivados do petrleo);
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vi) Racionalizao e modernizao do imposto de selo que dever abranger realidades como
as operaes financeiras que no sejam tributadas no IVA e constar de um instrumento
normativo autnomo com as caractersticas dos actuais cdigos tributrios.
C - Reforma da Tributao do Patrimnio:
i) Realizao dos estudos necessrios para definio do modelo de tributao do
patrimnio;
ii) Elaborao dos diplomas para a introduo das novas normas de tributao do
patrimnio, de acordo com o que for estabelecido em relao descentralizao
poltica e s finanas locais. Neste contexto, a reforma poder efectuar-se atravs
da criao de projectos-piloto, em reas geogrficas a determinar;
iii) Preparao da mquina administrativa para proceder a uma efectiva cobrana dos
impostos sobre o patrimnio;
iv) Actualizao informatizada de matrizes e cadastros, modernizao de procedimentos
e de sistemas de avaliao de prdios.
D - Reforma da Tributao Aduaneira:
i) Definio de polticas e estratgias para a criao de um Guich nico Virtual, em articulao especialmente com o Ministrio da Justia, de modo a racionalizar as intervenes
ao longo da cadeia de comrcio internacional e a diminuir significativamente os tempos
de retirada das mercadorias dos recintos porturios e aeroporturios;
ii) Actualizao da Pauta Aduaneira com vista promoo da produo nacional.
2.2. No Domnio da Parafiscalidade:
I - Curto Prazo:
Reviso das taxas e outros encargos parafiscais que oneram gravosamente a actividade
dos particulares e das empresas.
II - Mdio Prazo:
Criao de uma lei que regule a criao e publicao de taxas e de outras receitas parafiscais,
pelos rgos centrais e locais do Estado, mesmo que descentralizados, e pelo poder local.
2.3. No Domnio da Justia Fiscal:
I - Curto Prazo:
i) Aprovao de um Cdigo de Processo Tributrio, contendo as normas relativas ao
processo judicial, ligada reorganizao da justia tributria, em substituio do
Regulamento do Contencioso das Contribuies e Impostos de 1948;
ii) Reviso do regime das execues fiscais, com a adopo de um Cdigo especfico.
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II - Mdio Prazo:
i) Ponderao, de acordo com a evoluo do sistema de justia tributria, da criao de
tribunais fiscais especializados para deciso das questes tributrias que no tenham
natureza criminal;
ii) Constituio do Conselho Superior de Contribuintes como instncia da Administrao
Tributria especializada para apreciar e julgar processos administrativos de determinao e exigncia de crditos tributrios, de modo a diminuir o recurso, demorado e
oneroso, ao processo judicial;
iii) Progressiva unificao dos rgos de justia administrativa tributria, abrangendo
os actos e processos de natureza tcnica ou administrativa que sejam suscitados em
qualquer imposto, sob gesto da DNI ou do SNA, articulando-se com o direito dos
contribuintes sua impugnao judicial, consagrado na Constituio;
iv) Anlise do regime de infraces fiscais e aduaneiras, tendo em vista a integrao no
Cdigo Geral Tributrio de um regime unificado dessas infraces.
2.4. No Domnio da Tributao Internacional:
I - Curto Prazo:
Preparao de uma equipa especializada para as negociaes tendentes a estabelecer
acordos de dupla tributao.
II - Mdio Prazo:
i) Realizao de cursos de fiscalidade internacional (convenes de dupla tributao,
cooperao administrativa, etc);
ii) Continuidade e acelerao das negociaes visando a convergncia da legislao aduaneira e adopo de um Cdigo Aduaneiro nico a nvel da SADC, sem prejuzo da sua
compatibilidade com os princpios e normas constitucionais;
iii) Celebrao de acordos de cooperao com instituies e organismos internacionais
e de protocolos entre instituies internas, pblicas e privadas, tendo em vista o intercmbio de informaes para uma luta mais eficaz contra a fraude e criminalidade
organizada aduaneira e fiscal;
iv) Definio de uma rede de convenes de dupla tributao, comeando pelos pases
com os quais Angola tem relaes scio-econmicas ou polticas (pases investidores
ou de exportao, pases de emigrao ou de imigrao, pases da SADC e da CPLP)
mais intensas.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
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Parte Geral
Cdigo Geral
Tributrio
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46
Artigo 1.
aprovado o Cdigo Geral Tributrio, que faz parte integrante do presente diploma
legislativo.
Artigo 2.
1. O Cdigo comear a vigorar em todo o territrio da Provncia, no dia 1 de Janeiro de
1969.
2. Na determinao da matria colectvel da contribuio industrial, do imposto sobre as exploraes, do imposto de rendimento sobre os petrleos, criado pelo Decreto n. 41 357,
de 11 de Novembro de 1957, e do imposto de produo e consumo, regulado pelo Diploma
Legislativo n. 3754, de 28 de Agosto de 1967, no sero aplicadas as disposies dos artigos
20. a 31. do Cdigo, na parte em que contrariarem a legislao actualmente em vigor.
Artigo 3.
Todas as modificaes que de futuro se faam, sobre matria contida no Cdigo sero consideradas como fazendo parte dele e inseridas no lugar prprio, mediante a substituio
dos artigos alterados, a supresso das disposies que devam ser eliminadas, ou o adicionamento dos preceitos que se mostrem necessrios.
Artigo 4.
Desde que principie a vigorar o Cdigo fica revogada toda a legislao fiscal da provncia
relativa s matrias que esse diploma abrange, com ressalva da respeitante ao Imposto
Geral Mnimo.
Publique-se e cumpra-se como nele se contm.
Residncia do Governo-Geral de Angola, em Luanda, 30 de Dezembro de 1968.
O Governador-Geral, Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz.
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CAPTULO II
Das garantias gerais do contribuinte
Artigo 6.
1. Constituem garantias gerais do contribuinte:
a) No pagar impostos que no tenham sido estabelecidos de harmonia com a Constituio Poltica;
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CAPITULO III
Das isenes
Artigo 7.
S em casos de superior interesse pblico poder a lei conceder isenes de impostos,
redues das respectivas taxas ou outros benefcios fiscais.
Artigo 8.
1. Esto isentos de tributao em qualquer imposto sobre o rendimento e sobre o
patrimnio:
a) O Estado e quaisquer dos seus servios, estabelecimentos e organismos, ainda que
personalizados;
b) As instituies pblicas de previdncia e segurana social;
c) Os partidos polticos, sindicatos, associaes de classe e instituies religiosas legalmente constitudas.
2. As disposies referidas nas alneas b) e c) do nmero anterior no se aplicam ao
patrimnio e rendimentos relacionados com a explorao de actividades econmicas
regidas pelas normas aplicveis a empreendimentos privados.
3. O disposto no artigo anterior e no n. 1 do presente artigo no prejudica a atribuio
de isenes ou outros benefcios fiscais a organizaes sociais, culturais, cientficas,
artsticas, humanitrias e profissionais, pblicas ou privadas, de reconhecido interesse
nacional e sem finalidade lucrativa que satisfaam os requisitos previstos na lei.
(Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
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Artigo 9.
1. As isenes resultantes de acordo entre o Estado e quaisquer pessoas, de direito pblico
ou privado, so mantidas na forma da respectiva lei.
2. Tratando-se de empresas concessionrias, a iseno limitar-se- aos rendimentos provenientes do objecto da concesso e s aquisies de bens que se destinem especificamente
consecuo do mesmo objecto.
Artigo 10.
Sempre que a iseno se encontre de algum modo condicionada, a no observncia
das condies estabelecidas determinar a imediata sujeio do contribuinte s regras
gerais de tributao.
CAPITULO IV
Da obrigao fiscal
SECO I
Da constituio da obrigao
Artigo 11.
Salvo nos casos exceptuados por lei, a obrigao fiscal constitui-se com a verificao dos
factos previstos nas normas que definem a incidncia do respectivo imposto.
SECO II
Dos sujeitos da obrigao
Artigo 12.
(Revogado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 13.
Os contribuintes ou os seus representantes legais podem conferir mandato, sob a forma
prevista na lei, para a prtica de actos tributrios, salvo nos casos em que a lei expressamente declare que se trata de acto pessoal.
Artigo 14.
Aos representantes legais dos incapazes cabe, com a inerente responsabilidade pessoal,
o cumprimento dos deveres fiscais dos representados.
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Artigo 15.
1. Nas sociedades civis no constitudas sob forma comercial, a obrigao do imposto
recair directamente sobre cada scio, na medida da sua participao nos lucros.
2. As sociedades comerciais que se no acharem legalmente constitudas, mas que de
facto procedam como se o estivessem, tero as mesmas obrigaes e sero tributadas
nos mesmos termos das constitudas regularmente.
Artigo 16.
A obrigao do imposto transmite-se por morte, mesmo que no esteja ainda liquidada
quando esta ocorrer, mas os sucessores no respondem pela dvida do imposto para
alm das foras da herana, nos termos gerais de direito.
Artigo 17.
1. A sede das pessoas colectivas a fixada nos respectivos estatutos ou, na falta de designao estatutria, o lugar da sua direco efectiva.
2. As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial com sede estatutria na metrpole ou noutra provncia ultramarina que tenham a direco efectiva em Angola,
sero consideradas, para efeitos fiscais, como tendo a sua sede na Provncia.
3. Entende-se que as pessoas colectivas tm direco efectiva no lugar em que so praticados os actos de sua gesto global.
Artigo 17.-A
1. Para efeitos da legislao fiscal a expresso estabelecimento estvel significa uma
instalao fixa, atravs da qual a empresa exera toda ou parte da sua actividade.
2. A expresso estabelecimento estvel compreende, nomeadamente:
a) Um local de direco;
b) Uma sucursal;
c) Um escritrio;
d) Uma fbrica;
e) Uma oficina;
f) Uma mina, um poo de petrleo ou gs, uma pedreira ou qualquer local de extraco
de recursos naturais.
3. A expresso estabelecimento estvel compreende igualmente:
a) Um estabelecimento de construo ou de montagem ou actividades de fiscalizao a
exercidas, mas apenas quando este estaleiro ou estas actividades tenham uma durao
superior a noventa dias, em qualquer perodo de doze meses;
51
Artigo 18.
Aquele que por fora de disposies legais, ainda que a ttulo de reteno na fonte, for
obrigado ao pagamento do imposto em vez de outrem, por factos ou situaes que a este
digam respeito, tem direito de regresso.
SECO III
Da determinao da matria colectvel
Artigo 19.
1. Tratando-se de valores expressos em moeda estrangeira, a sua equivalncia em escudos
ser estabelecida pela cotao mdia do trimestre anterior ao da liquidao.
2. Quando os valores forem em gneros, a sua reduo a dinheiro far-se- pelo preo
mdio do ano anterior ao do vencimento.
52
Artigo 20.
A matria colectvel ser fixada pela Repartio Fiscal com base na declarao do sujeito
passivo ou atravs dos elementos disponveis nos restantes casos.
(Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 21.
Da determinao colectiva da matria colectvel feita na forma do artigo anterior, podero
os contribuintes reclamar administrativamente para o Chefe da Repartio Fiscal, no prazo
de quinze dias.
(Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 22.
1. Da deciso proferida pelo Chefe da Repartio, caber recurso para o Director Nacional
de Impostos, dentro dos quinze dias seguintes data da notificao, em petio devidamente fundamentada.
2. Sem prejuzo do disposto no artigo 35. do Cdigo Geral Tributrio, o Director Nacional
de Impostos poder, tambm, ordenar oficiosamente a reviso da matria colectvel
quando em face de elementos concretos se verifique ter havido prejuzo para a Fazenda
Nacional.
(Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 23.
As reclamaes a que se refere o artigo 21. sero deduzidas nos prazos fixados, para
cada imposto, nos diplomas que o regulam.
Artigo 24.
1. Durante o prazo de reclamao, o valor apurado da matria colectvel ser patente aos
contribuintes, na Repartio de Fazenda, o que se anunciar por editais, tempestivamente afixados nos lugares pblicos do costume e divulgados atravs da imprensa e da
rdio.
2. Durante o prazo a que alude o nmero anterior, qualquer contribuinte poder tomar
conhecimento da matria colectvel dos que exeram actividade da mesma ou anloga
natureza.
Artigo 25.
Sempre que a reclamao do contribuinte for atendida na totalidade ou em parte e dela resultar a exonerao do sujeito passivo da obrigao tributria do pagamento de importncia
53
superior a NKz 500.000.00 (quinhentos mil Novos Kwanzas), a deciso do Chefe da Repartio Fiscal dever ser confirmada pelo Director Nacional de Impostos.
(Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 26.
(Revogado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 27.
(Revogado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 28.
(Revogado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 29.
1. As deliberaes das comisses sero tomadas por maioria, tendo o respectivo presidente
voto de qualidade, no caso de empate.
2. Os representantes dos contribuintes interviro apenas nas deliberaes relativas ao
ramo de actividade que representam.
3. A falta de designao ou de comparncia dos representantes dos contribuintes, quando devidamente notificados, no invalidar o funcionamento nem as deliberaes das
comisses.
4. Das actas das reunies constaro as deliberaes tomadas e os respectivos fundamentos.
5. Os presidentes das comisses podem designar um funcionrio dos Servios de Fazenda
para servir de secretrio, o qual no ter direito de voto e dever dar andamento ao
expediente e lavrar as actas das sesses.
Artigo 30.
1. Quando, nos cinco anos seguintes quele a que a matria colectvel respeite, se verifique
ter havido erro para menos na sua determinao, proceder-se- a necessria rectificao
com vista a liquidao adicional pela diferena.
2. O resultado da nova determinao da matria colectvel ser notificada ao contribuinte,
que dela poder reclamar nos termos do artigo 21.
(Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 31.
(Revogado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
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Artigo 32.
1. A determinao da matria colectvel dos contribuintes que, por qualquer motivo,
tenham sido omitidos no lanamento, poder fazer-se nos cinco anos seguintes
quele a que essa matria colectvel respeite.
2. (Revogado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
SECO IV
Da liquidao
Artigo 33.
Salvo nos casos exceptuados por lei, a liquidao de cada imposto compete Repartio
de Fazenda da rea fiscal em que deve efectuar-se a determinao da respectiva matria
colectvel.
Artigo 34.
Sero includos na liquidao os adicionais que devam ser cobrados juntamente com os
impostos, bem como a importncia do agravamento previsto no artigo 27.
Artigo 35.
S poder ser liquidado imposto nos cinco anos seguintes quele a que a matria colectvel
respeite.
Artigo 36.
Quando se verificar que na liquidao se cometeram erros de facto ou de direito, ou houve
quaisquer omisses, de que resultou prejuzo para o Estado, a Repartio de Fazenda
dever repar-lo mediante liquidao adicional, mas sempre com observncia do prazo
fixado no artigo anterior.
Artigo 37.
1. Quando, por motivos imputveis aos servios, tenha sido liquidado imposto superior
ao devido, proceder-se- anulao oficiosa se ainda no tiverem decorrido cinco anos
sobre a abertura dos cofres para a respectiva cobrana, ou sobre o pagamento eventual.
2. O mesmo se observar quando, em exame escrita dos contribuintes, se verificar que
estes indicaram nas suas declaraes valores superiores aos que resultam da aplicao
das regras de determinao da matria colectvel.
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Artigo 38.
1. Anulada a liquidao, quer oficiosamente, quer por deciso dos tribunais competentes
com trnsito em julgado, processar-se- imediatamente o respectivo ttulo de anulao,
para ser pago a dinheiro ou abatido em imposto da mesma espcie, arrecadado por
cobrana virtual.
2. Quando o valor da anulao for igual totalidade do imposto, dispensar-se- ttulo
de anulao para encontro e incluir-se- o conhecimento da cobrana anulado na
relao modelo n. 27 do Regulamento da Fazenda.
3. Contar-se-o juros de 4 por cento ao ano a favor do contribuinte sempre que, estando
pago o imposto, a Fazenda seja convencida, em reclamao ou recurso da liquidao,
de que nesta houve erro de facto imputvel aos Servios.
4. Os juros sero contados dia a dia, desde a data do pagamento do imposto at data
do processamento do ttulo de anulao e acrescidos importncia deste.
Artigo 39.
1. Sempre que, por facto imputvel ao contribuinte, for retardada a liquidao de parte
ou da totalidade do imposto devido, a este acrescer o juro de 2,5 por cento ao ms,
sem prejuzo da multa cominada ao infractor.
2. O juro ser contado por cada ms ou fraco, desde o termo do prazo para cumprimento da obrigao de que resultou atraso na liquidao at a data em que vier a
ser suprida ou corrigida a falta.
(Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 40.
(Limite mnimo de liquidao) 1
1. A Administrao Fiscal no proceder a qualquer liquidao ou anulao, ainda que oficiosas ou adicionais, quando o seu quantitativo seja inferior a 0,5 Unidades de Correco
Fiscal (UCF), nos termos da legislao em vigor.
2. O imposto, os adicionais e os juros devidos, quando terminarem em fraco da unidade monetria em vigor, sero sempre arredondados para esta unidade, por excesso.
(Alterado por Lei n. 14/96, de 31 de Maro)
Artigo 40.-A
(Unidade de Correco Fiscal)
1. Sempre que hajam de ser liquidadas ou pagas quaisquer importncias, fora do seu prazo normal, a ttulo de imposto, taxa e outras receitas devidas ao Estado, nos termos das
1 As epgrafes constantes deste diploma foram introduzidas pela Lei n. 14/96, de 31 de Maro somente em
alguns artigos.
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leis fiscais ou parafiscais, dever o seu valor ser actualizado por aplicao da unidade
de correco fiscal (UCF).
2. A actualizao a efectuar obedecer ao seguinte regime:
a) No momento da liquidao, os montantes calculados em unidades monetrias
sero convertidos em UCFs, por aplicao do valor da UCF em vigor nesse perodo;
b) Na data do pagamento efectivo, reconverter-se- o nmero de UCFs em unidades
monetrias, por aplicao do valor da UCF em vigor nessa data.
(Aditado por Lei n. 14/96, de 31 de Maro)
SECO V
Do cumprimento da obrigao
Artigo 41.
1. A cobrana dos impostos poder ser virtual ou eventual.
2. Na cobrana virtual, o recebedor recebe previamente os respectivos ttulos, constituindo-se por esse acto na obrigao da cobrana, a qual s se extingue pelo pagamento
voluntrio ou coercivo, pelo encontro com ttulo de anulao ou pela anulao da
prpria dvida.
3. Na cobrana eventual, o ttulo apresentado pelo interessado ao recebedor no acto do
pagamento, que deve ser efectuado no dia da liquidao, salvo prazo especial previamente determinado.
4. Se o pagamento no for efectuado no prazo determinado, a cobrana converter-se-
em virtual.
Artigo 42.
1. O pagamento dos impostos liquidados pelas Reparties de Fazenda ser efectuado
mediante ttulos de cobrana denominados conhecimentos ou guias.
2. As guias sero processadas em dois ou mais exemplares, um dos quais ser entregue
ao interessado, depois de anotado do respectivo recibo.
3. Os conhecimentos de cobrana so constitudos por um conhecimento principal e por
tantos conhecimentos parciais quantas as prestaes em que a colecta porventura for
dividida, mencionando no primeiro a totalidade do imposto liquidado.
4. Os conhecimentos sero de modelo nico, tero uma cor diferente para cada imposto e
autenticar-se-o com o selo branco da Direco Distrital de Fazenda ou com o carimbo
em uso nos servios mecanogrficos, quando processados mecnicamente.
Artigo 43.
Se o contribuinte satisfizer por uma s vez todo o imposto devido, o recebedor entregar-lhe- apenas o conhecimento principal, inutilizando os conhecimentos parciais.
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Artigo 44.
1. A moratria, seja a que ttulo for, proibida, incorrendo em responsabilidade subsidiria aquele que a conceder.
2. tambm vedado aos recebedores receber qualquer prestao deixando por cobrar
outras anteriores.
3. A inobservncia do disposto no nmero anterior importa para o recebedor a obrigao de pagar as prestaes que deixou de cobrar, devendo a importncia delas ser
logo includa na relao de cobrana, sem prejuzo de regresso sobre o contribuinte,
nos termos da lei civil.
Artigo 45.
Independentemente da expedio dos avisos, o recebedor anunciar previamente a
abertura do cofre para a cobrana de cada um dos impostos, em editais afixados nos
lugares pblicos, na recebedoria e na Repartio de Fazenda, e promover a divulgao
do contedo desses editais pela imprensa e pela rdio.
Artigo 46.
1. Sempre que se proceda a liquidao por omisso no lanamento, ou a liquidao
adicional nos termos do artigo 36., bem como em todos os demais casos em que
qualquer imposto venha a ser liquidado fora dos prazos normais, o contribuinte ser
notificado para pagar o imposto ou satisfazer a diferena dentro de quinze dias.
2. Se o no fizer proceder-se- a cobrana virtual, sem prejuzo do direito de reclamao, devendo ento o pagamento efectuar-se durante o ms seguinte ao do dbito ao recebedor.
Artigo 47.
1. O pagamento dos impostos pode ser feito pelo contribuinte ou por terceiro, mas
este s ficar sub-rogado nos direitos da Fazenda Nacional verificadas as seguintes
condies:
a) Ter decorrido o prazo para o pagamento voluntrio;
b) Haver requerido previamente a declarao de sub-rogao e a mesma ter sido deferida.
2. Para beneficiar dos efeitos da sub-rogao, o terceiro que pretender pagar antes de
instaurada a execuo dever requer-la ao secretrio de Fazenda, que decidir no
prprio requerimento.
3. Se estiver pendente execuo, o pedido ser feito ao juiz e o pagamento, quando
autorizado, compreender a quantia exequenda, juros de mora, custas e selos.
4. O pagamento com sub-rogao, requerido depois da venda dos bens, s poder ser
autorizado pela parte que ficar em dvida.
5. O despacho que autorizar a sub-rogao ser notificado ao devedor.
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Artigo 48.
1. A dvida paga pelo sub-rogado conserva as garantias, privilgios e processo de cobrana
e vencer juros pela taxa fixada na lei civil, se o sub-rogado o requerer.
2. O sub-rogado pode requerer a instaurao ou o prosseguimento da execuo fiscal para
cobrar do executado o que por ele tiver pago, salvo tratando-se de segunda sub-rogao.
SECO VI
Do no cumprimento da obrigao
Artigo 49.
No sendo paga qualquer das prestaes ou a totalidade do imposto, no ms do vencimento, comearo a correr imediatamente juros de mora.
Artigo 50.
(Juros de mora: regime; taxa)
1. Os juros de mora so calculados a taxa de 2,5% ao ms.
2. Os juros vencem-se no dia um de cada ms, contando-se por inteiro o ms em que se
efectua a cobrana.
3. No sero exigidos juros de mora vencidos h mais de cinco anos, nem juros de juros,
mesmo vencidos.
(Alterado por Lei n. 14/96, de 31 de Maro)
Artigo 51.
Dez dias antes de terminar o prazo de pagamento com juros de mora, o recebedor expedir um segundo aviso para os contribuintes efectuarem o referido pagamento, sob
pena de relaxe.
Artigo 52.
1. Proceder-se- ao relaxe das dvidas do imposto e correspondentes multas e juros de
mora se uns e outros no forem satisfeitos dentro dos prazos fixados pelos respectivos
avisos de lanamento/conhecimento de cobrana. (Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
2. O relaxe efectivar-se- decorridos sessenta dias aps o prazo referido no nmero anterior. (Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
3. 2
a) Sero arquivados, sem mais formalidades todos os processos de execuo fiscal j
instaurados ou cuja certido de relaxe tenha sido j extrada, de quantia exequenda
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c) As reparties fiscais elaboraro listas das dvidas arquivadas nos termos do presente
diploma, discriminando a natureza da dvida e o valor do imposto, cujas cpias remetero
Direco Nacional de Impostos para verificao dos montantes arquivados. (Aditado por
Lei n. 14/96, de 31 de Maro)
SECO VII
Formas de extino diversas do pagamento
Artigo 53.
1. O pagamento dos impostos poder ser efectuado atravs de vales de correio ou de
cheques emitidos ou visados por qualquer estabelecimento bancrio da Provncia ou
que nela possua representao.
2. Os vales de correio ou cheques sero emitidos ou endossados ordem do recebedor
de Fazenda da rea fiscal em que o pagamento deva efectuar-se.
3. Os vales de correio ou cheques devero conter a sobrecarga, a vermelho Pagamento
de dvidas Provncia.
Artigo 54.
Os bancos ou casas bancrias que tiverem visado cheques, nos termos do n. 1 do artigo
anterior, ficaro responsveis pelo valor dos mesmos, devendo, para isso, cativar logo,
nos depsitos sacados, as respectivas importncias.
Artigo 55.
Os cheques e vales de correio destinados a pagamentos nas recebedorias de Fazenda
sero enviados, sob registo, acompanhados de um sobrescrito devidamente endereado,
para devoluo imediata dos respectivos recibos como correspondncia oficial.
Artigo 56.
Se for aceite como meio de pagamento algum cheque sem os requisitos indicados nos
artigos precedentes, ser devolvido ao respectivo recebedor com as formalidades e as consequncias inerentes aos documentos de despesa considerados indevidamente pagos.
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Artigo 57.
1. Salvas as prescries especiais, de vinte anos, sem distino de boa ou m f, o prazo
de prescrio das dvidas fiscais, comeando tal prazo a contar-se da autuao do
processo executivo.
2. A prescrio interrompe-se se o devedor empregar no processo executivo qualquer
meio que o juiz declare, por despacho, impertinente ou dilatrio.
3. Correndo o processo revelia at terminar o prazo de prescrio, pode esta ser julgada
oficiosamente a favor do devedor.
4. Embora no haja processos instaurados, o competente juzo fiscal dever conhecer
oficiosamente da prescrio relativamente a todos os impostos vencidos nos anos
aps os quais hajam decorridos trinta anos.
Artigo 58.
A obrigao do imposto pode extinguir-se por compensao, total ou parcial, com crdito do
devedor restituio de imposto da mesma espcie, consubstanciado em ttulo de anulao.
Artigo 59.
A confuso, na mesma pessoa, das qualidades de sujeito activo e sujeito passivo de uma
obrigao de imposto extingue o respectivo crdito, nos termos aplicveis da lei civil.
Artigo 60.
So proibidas todas as formas de extino da obrigao de imposto que impliquem
qualquer poder de disposio do respectivo crdito por parte da administrao fiscal.
SECO VIII
Das garantias da obrigao
Artigo 61.
1. A Provncia goza de privilgio mobilirio geral para pagamento dos impostos indirectos
e tambm pelos impostos directos relativos ao ano corrente na data da penhora, ou acto
equivalente, e aos dois anos anteriores.
2. Exceptuam-se do disposto no nmero anterior os crditos por:
a) Contribuio Predial Urbana, cuja cobrana est garantida por privilgio mobilirio
geral sobre os bens de que derivam os rendimentos a ela sujeitos;
b) A sisa e imposto sobre as sucesses e doaes, cuja cobrana est garantida por
privilgio mobilirio especial e por privilgio imobilirio sobre os bens transmitidos.
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Artigo 62.
1. O pagamento da contribuio predial urbana ainda garantido por hipoteca legal
sobre os bens que produzem os rendimentos sobre que aquela recai.
2. O secretrio de Fazenda dever promover o registo da hipoteca na conservatria competente, a favor da Fazenda Nacional, se a contribuio no for paga nem registada a
penhora dos bens que so objecto de garantia, 90 dias antes de caducar o privilgio.
3. Se data da instaurao do processo executivo se verificar ter caducado o privilgio,
o registo da hipoteca dever promover-se imediatamente.
4. O requerimento para o registo ser acompanhado de certido comprovativa da dvida
e de outros documentos que se mostrem necessrios.
Artigo 63.
Pelo pagamento dos impostos devidos por sociedades de responsabilidade limitada, so
pessoal e solidariamente responsveis, pelo perodo da sua gerncia, os respectivos administradores ou gerentes e os membros do conselho fiscal se as dvidas no puderem ser cobradas dos originrios devedores, sendo nula qualquer clusula estatutria em contrrio.
Artigo 64.
Na liquidao de qualquer sociedade, devero os liquidatrios comear por satisfazer os dbitos fiscais sob pena de ficarem pessoal e solidariamente responsveis
pelas importncias em dvida.
CAPTULO V
Da fiscalizao
Artigo 65.
1. O cumprimento das obrigaes fiscais ser fiscalizado, em geral, e dentro do limite da
respectiva competncia, por todas as autoridades, servios pblicos e pessoas colectivas
de natureza pblica e, em especial, pela Direco Nacional de Impostos, directamente,
ou atravs das suas representaes provinciais ou municipais.
2. A administrao fiscal, atravs dos seus representantes ou tcnicos devidamente credenciados poder examinar os arquivos das reparties pblicas, de institutos pblicos,
de pessoas colectivas pblicas ou privadas, as mercadorias, os livros e os documentos
dos contribuintes, ou responsveis, sejam ou no comerciantes, constituindo embarao
aco de fiscalizao qualquer dificuldade ou obstruo.
3. A Direco Nacional de Impostos e as suas representaes provinciais e municipais
podero solicitar a realizao de exames periciais, por entidades ou tcnicos especializados, quando a situao assim o exigir e para a obteno de provas materiais em processos
de natureza fiscal.
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CAPTULO VI
Da infraco fiscal
SECO I
Disposies gerais
Artigo 66.
Constitui infraco fiscal todo o acto ilcito e culposo declarado punvel pelas leis fiscais.
Artigo 67.
As infraces fiscais por omisso consideram-se praticadas na rea fiscal da Repartio
de Fazenda em que devia ser cumprido o dever violado e no momento em que houver
terminado o respectivo prazo de cumprimento.
Artigo 68.
1. Sendo infractor uma pessoa colectiva, respondero pelo pagamento da multa,
solidariamente com ela, os directores, administradores, gerentes, membros do
conselho fiscal, liquidatrios ou administradores da massa falida, ao tempo em
que foi cometida a infraco.
2. A responsabilidade solidria prevista no nmero anterior abrange apenas as pessoas
nele referidas que hajam praticado ou sancionado a omisso ou o acto delituoso.
3. Aps a extino das pessoas colectivas, respondero solidariamente entre si as pessoas
mencionadas no n. 1.
Artigo 69.
1. Quando os actos ou omisses tiverem sido praticados por procurador, ou gestor de
negcios, e lhe couber a responsabilidade da inexactido ou omisso, contra ele correr
o procedimento para aplicao das multas.
2. Pelas multas impostas aos mandatrios respondero solidariamente os mandantes.
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Artigo 70.
1. So circunstncias dirimentes da responsabilidade por infraces fiscais as admitidas
na lei penal.
2. Pelas infraces cometidas por menores de 16 anos ou outros incapazes, so responsveis os seus representantes.
SECO II
Das penas fiscais
Artigo 71.
1. As infraces fiscais sero punidas com multa, independentemente das penas
acessrias especialmente previstas na lei.
2. Se, porm, qualquer funcionrio pblico, no exerccio das suas funes, praticar uma
infraco fiscal, incorrer apenas em responsabilidade disciplinar, se for caso disso,
sem prejuzo da responsabilidade penal prevista em outras leis.
Artigo 72.
As multas por infraces fiscais no so convertveis em priso.
Artigo 73.
1. A recusa de exibio da escrita e dos documentos com ela relacionadas, assim como
a sua ocultao, destruio, inutilizao, falsificao ou viciao e o desacato e embarao autoridade fiscal no desempenho das suas funes, sero punidas com a multa
de NKz 50.000.00 a NKz 1.000.000.00, na qual incorrero, solidariamente entre si,
os directores, administradores, gerentes, membros do conselho fiscal, liquidatrios,
administradores da massa falida e tcnicos de contas, que forem responsveis, sem
prejuzo do procedimento criminal, que no caso couber.
2. Transitada em julgado a deciso que aplicou a multa, a Repartio Fiscal particip-la-,
nos oito dias seguintes, ao agente do Ministrio Pblico competente, nos termos e para
os efeitos do artigo 164. do Cdigo do Processo Penal, independentemente da participao, no mesmo prazo, a outras entidades que devam tomar conhecimento da infraco
para eventual procedimento disciplinar contra o respectivo tcnico de contas ou outros
responsveis.
(Alterado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
64
Artigo 74.
(Clusula penal genrica)
Por qualquer infraco no especificamente prevenida nas leis fiscais, ser aplicada multa
varivel a fixar entre 1 e 25 UCFs.
(Alterado por Lei n. 14/96, de 31 de Maro)
Artigo 75.
(Falta de pagamento de imposto)
1. O no pagamento de qualquer prestao ou da totalidade do imposto, dentro do prazo
legal previsto para o seu vencimento, sujeitar o infractor a multa igual a metade do
imposto em falta, com o mnimo correspondente a 2 UCFs.
2. No caso de se efectuar o pagamento do imposto em falta nos 30 dias seguintes ao
termo do prazo, a multa fixada ser reduzida a metade.
3. O disposto no nmero anterior no prejudica a aplicao das disposies contidas em
lei especial vigente, sempre com observncia do limite mnimo estabelecido no n. 1
deste artigo.
(Alterado por Lei n. 14/96, de 31 de Maro)
Artigo 76.
(Revogado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 77.
(Revogado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 78.
1. Se qualquer infraco fiscal for praticada com dolo e o quantitativo da multa exceder
100 000$, ser dada publicidade condenao do transgressor, mediante insero
na imprensa peridica de um extracto da sentena, nos 30 dias seguintes ao do seu
trnsito em julgado.
2. O extracto ser organizado pelo Tribunal e publicado, a expensas do infractor, no
Boletim Oficial e em um dos jornais da rea fiscal onde o infractor residir, entrando
as despesas da publicao em regra de custas.
3. Do extracto dever constar a identificao do infractor, a natureza da infraco, as circunstncias mais reprovveis em que foi cometida e a importncia da respectiva multa.
65
SECO III
Da aplicao das penas fiscais
Artigo 79.
1. Salvo no caso de pagamento espontneo, as multas sero impostas mediante auto de
transgresso.
2. No caso do pagamento espontneo, a multa, se for varivel, ser fixada pelo secretrio
de Fazenda, segundo os critrios estabelecidos neste Cdigo.
Artigo 80.
A multa varivel, se a lei no determinar os termos da sua fixao, ser graduada em
funo da gravidade objectiva e subjectiva da infraco, atendendo, designadamente,
aos elementos seguintes:
a) Dolo ou simples negligncia;
b) Valor do imposto que deveria ser pago se a infraco no fosse cometida;
c) Existncia ou inexistncia de prejuzo efectivo para a Fazenda Nacional;
d) Carcter acidental ou frequente da sua ocorrncia;
e) Actos de ocultao, na medida em que dificultem a descoberta da infraco;
f) Utilizao de meios fraudulentos;
g) Tentativa de suborno ou de obteno de vantagem ilegal junto dos funcionrios;
h) Especial obrigao de no cometer a infraco.
Artigo 81.
1. A reincidncia s factor agravante da multa nos casos em que a lei expressamente o
determine.
2. D-se reincidncia quando o infractor, tendo sido condenado por sentena transitada
em julgado ou efectuado o pagamento espontneo da multa, comete a mesma infraco
antes de terem decorrido cinco anos sobre aquela condenao ou aquele pagamento,
ainda que a pena da primeira infraco tenha sido prescrita.
Artigo 82.
1. No caso de pagamento espontneo, a multa ser reduzida a metade.
2. Apenas se considera espontneo o pagamento efectuado pelo infractor que, antes de ter
entrado em qualquer servio da administrao fiscal o auto de transgresso, a participao ou a denncia, comunique o facto ou solicite a regularizao da respectiva situao
tributria.
3. A liquidao da multa paga espontaneamente dever ser corrigida quando, depois de
efectuada, se verificar a falta dos requisitos indicados no nmero anterior.
66
Artigo 83.
A multa, no caso de pagamento espontneo, dever ser satisfeita eventualmente no
prazo de quinze dias, sem o que o infractor perder o benefcio correspondente ao
aludido pagamento.
Artigo 84.
1. Quando a mesma aco ou omisso viole mais de uma obrigao fiscal, aplicar-se-
somente uma das penalidades ou, sendo diferentes, a mais grave. (Alterado por Lei n. 17/92,
de 3 de Julho)
2. As infraces continuadas esto sujeitas a uma nica pena, com o aumento de 10%
para cada repetio da falta. (Aditado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
3. Para efeitos do disposto no nmero anterior, entende-se por infraco continuada o
estado de repetio da mesma infraco, em que se acha o contribuinte, ao serem as
suas faltas verificadas pelo fisco. (Aditado por Lei n. 17/92, de 3 de Julho)
Artigo 85.
Se a infraco for praticada por vrias pessoas, a cada uma delas se aplicar uma multa.
Artigo 86.
As penas cominadas nas leis fiscais no so susceptveis de suspenso.
SECO IV
Da extino da responsabilidade por infraces fiscais
Artigo 87.
Extinguem a responsabilidade por infraces fiscais:
a) O pagamento, voluntrio ou coercivo, das multas;
b) A prescrio do procedimento judicial ou da pena;
c) A amnistia;
d) A morte do infractor.
Artigo 88.
1. S poder ser levantado auto de transgresso, para aplicao das multas cominadas nas
leis fiscais, dentro de cinco anos contados da data em que a infraco foi cometida.
2. Se o auto de transgresso estiver parado durante cinco anos, ficar extinto o procedimento para aplicao das multas.
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Artigo 89.
A obrigao de pagar qualquer multa prescrever passados dez anos sobre o trnsito em
julgado da condenao.
Artigo 90.
A obrigao de pagar qualquer multa s passa aos herdeiros do infractor se, em vida
deste, a deciso condenatria tiver transitado em julgado.
CAPTULO VII
Das disposies diversas
Artigo 91.
O ano fiscal coincide com o ano civil.
Artigo 92.
1. Os prazos estabelecidos nas leis fiscais ficam sujeitos ao regime fixado no Cdigo Civil.
2. Quando a lei fiscal determinar que qualquer acto deve ser praticado no ms ou meses seguintes verificao de certo evento, entende-se que se reporta aos meses do
calendrio.
Artigo 93.
Os contribuintes podem pedir, ao competente servio fiscal, todos os esclarecimentos de
que necessitem sobre a interpretao das normas fiscais e acerca do modo mais cmodo
e seguro de as cumprir.
Artigo 94.
1. As declaraes a apresentar pelos contribuintes, bem como os documentos que as
acompanham, devem ser escritos em lngua portuguesa, devendo ser expressos em
escudos os valores que deles constem.
2. Quando o original de qualquer documento for escrito em outra lngua, ser obrigatria
a sua verso em portugus.
Artigo 95.
1. As declaraes a que se refere o artigo anterior devero ser assinadas pelos contribuintes
ou pelos seus representantes legais ou mandatrios, os quais rubricaro tambm os documentos que as acompanhem.
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70
Legislao
complementar
71
DESPACHO N. 174/11
DE 11 DE MARO
Convindo actualizar os valores fixados para liquidao de impostos, multas e juros, bem
como de outras receitas de natureza fiscal;
Em conformidade com os poderes delegados pelo Presidente da Repblica nos termos
do artigo 137. da Constituio da Repblica de Angola e de acordo com as disposies
conjugadas do n. 2, do artigo 1., da Lei n. 10/03, de 25 de Abril e do artigo 1. do
Decreto Presidencial n. 6/10, de 24 de Fevereiro; determino:
1. O valor da Unidade de Correco Fiscal (UCF), para actualizao de impostos, taxas,
multas e outras receitas de natureza tributrias, conforme determinado no artigo
40.-A do Cdigo Geral Tributrio fixado em Kz: 88.00 para o ms de Janeiro de
2011.
2. O valor da Unidade de Correco Fiscal ora fixado, relativo ao ms de Janeiro de 2011,
vigorar at a fixao de novo valor.
Publique-se.
Luanda, aos 21 de Fevereiro de 2011.
O Ministro, Carlos Alberto Lopes.
72
Parte Geral
Regime Geral
das Taxas
73
LEI N. 7/11
DE 16 DE FEVEREIRO
Tendo em conta que entre os tributos, a figura das taxas vem ganhando, nos ltimos
anos, uma importncia cada vez maior, em larga medida resultando da concepo de
que os particulares que recebem, em concreto, vantagens ou benefcios por parte dos
entes pblicos devem suportar os encargos especficos que decorrem dessa actividade;
Considerando que a exigncia das taxas s pode resultar como contrapartida de prestaes
efectivas por parte do Estado, no mbito das suas atribuies;
Tendo em conta a necessidade de se estabelecer o regime geral das taxas, a favor das entidades pblicas, regulando as relaes jurdico-tributrias geradoras desta obrigao;
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das disposies combinadas do n. 1 do artigo 103. da alnea o) do n. 1 do artigo 165. e da alnea d) do n. 2 do
artigo 166., todos da Constituio da Repblica de Angola, a seguinte:
74
Artigo 3.
(Aplicao subsidiria s autarquias locais)
Os princpios e conceitos fundamentais consagrados na presente lei so aplicveis s
autarquias locais com as necessrias adaptaes e especificidades a regular em diploma
prprio.
Artigo 4.
(Definies)
1. Para efeitos da presente lei, considera-se:
a) Taxas: prestaes avaliveis em dinheiro, exigidas por uma entidade pblica
como contrapartida individualizada pela prestao concreta de um servio pblico,
pela utilizao de um bem do domnio pblico, ou pela remoo de um obstculo
jurdico actividade dos particulares;
b) Relaes jurdico-tributrias geradoras da obrigao de pagamento: as estabelecidas entre entidades pblicas e as pessoas singulares ou colectivas e outras entidades
legalmente equiparadas;
c) Entidades pblicas: a administrao central e indirecta do Estado, assim como
os seus servios e fundos autnomos e, ainda, as entidades s quais o Estado delega a
prossecuo dum fim pblico, designadamente:
i) Agncias reguladoras;
ii) Associaes pblicas profissionais;
iii) Empresas concessionrias de servios pblicos.
Artigo 5.
(Responsabilidades dos funcionrios, agentes e titulares de
cargos de direco e chefia da administrao pblica)
Os funcionrios, agentes e titulares de cargos de direco e chefia da Administrao Pblica
que, de forma voluntria e culposa, cobrarem taxas indevidamente ou em quantia superior
devida, incorrem em responsabilidade disciplinar, civil e criminal.
Artigo 6.
(Aplicao territorial)
Na cobrana de taxas pela prestao ou realizao de servios ou actividades por entidades
pblicas no relevante o lugar onde os mesmos sejam prestados.
Artigo 7.
(Legislao subsidiria)
De acordo com a natureza das matrias, s relaes jurdico-tributrias geradoras da
obrigao de pagamento de taxas ao Estado aplicam-se, subsidiariamente:
75
CAPTULO II
Princpios Fundamentais do Regime de Taxas
Artigo 8.
(Princpios fundamentais)
A criao de taxas a favor das entidades pblicas est subordinada aos princpios de
proporcionalidade, da justa repartio dos encargos pblicos, do interesse pblico e da
publicidade, incidindo sobre utilidades concretas, prestadas aos particulares, e geradas
pela actividade do Estado ou de outras entidades pblicas, ou resultantes da realizao
de investimentos pblicos.
Artigo 9.
(Princpio da proporcionalidade)
1. O valor das taxas fixado de acordo com o princpio da proporcionalidade, e no deve
ultrapassar o custo da actividade pblica ou o benefcio auferido pelo particular.
2. O valor das taxas, respeitando a necessria proporcionalidade, pode ser fixado com
base em critrios de desincentivo prtica de certos actos ou operaes.
Artigo 10.
(Princpio da justa repartio dos encargos pblicos)
1. A criao de taxas a favor das entidades pblicas respeita o princpio da prossecuo do
interesse pblico e visa a satisfao das suas necessidades financeiras e a promoo de
finalidades sociais.
2. O Estado pode criar taxas para o financiamento de utilidades geradas pela realizao
de despesa pblica, quando desta resultem utilidades divisveis que beneficiem um
grupo determinado de sujeitos, independentemente da sua vontade.
Artigo 11.
(Princpio da publicidade)
O Estado e demais entidades pblicas devem disponibilizar, quer em formato papel, em
local visvel nos seus edifcios, quer na sua pgina electrnica, os actos normativos que
criam as taxas previstas nesta lei.
76
CAPTULO III
Relao Jurdico-Tributria das Taxas
SECO I
Criao de Taxas
Artigo 12.
(Criao de Taxas)
1. As taxas a favor de entidades pblicas so criadas por acto normativo prprio do
Chefe do Executivo, com faculdade de delegao aos seus rgos auxiliares.
2. Os actos normativos que criem taxas devem conter, obrigatoriamente, sob pena de
nulidade:
a) A indicao da base de incidncia objectiva e subjectiva:
b) O valor ou a frmula de clculo do valor das taxas a cobrar;
c) A fundamentao econmico-financeira relativa ao valor das taxas, designadamente,
os custos directos e indirectos, os encargos financeiros amortizaes e futuros investimentos realizados ou a realizar pelas entidades pblicas;
d) O modo de pagamento e outras formas de extino da prestao tributria admitidas;
e) A admissibilidade do pagamento em prestaes.
3. As taxas previstas em instrumentos internacionais ratificados por Angola so directamente aplicveis, sem prejuzo da sua regulamentao, nos termos da presente lei e
demais legislao aplicvel.
Artigo 13.
(Incidncia objectiva)
1. Podem-se estabelecer taxas sobre utilidades prestadas aos particulares ou geradas
pela actividade das entidades pblicas, que consistam, nomeadamente, em:
a) Tramitao ou expedio de licenas, vistos, matrculas ou autorizaes administrativas e, em geral, a prtica de actos administrativos e satisfao administrativa de
outras pretenses de carcter particular;
b) Expedio de certificados ou documentos a pedido do particular;
c) Legalizao e selagem de livros ou documentos;
d) Actuaes tcnicas e facultativas de superintendncia, direco, inspeco, investigao, estudos, informaes, assessoria, comprovao, reconhecimento ou prospeco;
e) Exame de projectos, verificaes, contrataes, ensaios e homologaes;
f) Avaliaes, vistorias e exames;
g) Inscries e anotaes em registos oficiais e pblicos;
h) Servios escolares, acadmicos e complementares;
i) Servios porturios, aeroporturios, rodovirios;
j) Servios econmicos;
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k) Servios sanitrios;
l) Prestao de servios no domnio da preveno de riscos e da proteco civil;
m) Realizao e manuteno de infra-estruturas urbansticas;
n) Gesto de trfego e de equipamento rural e urbano;
o) Aproveitamento do domnio pblico e privado;
p) Actividades ou servios relacionados com os controlos aduaneiros ou de fronteiras;
q) Actividades de promoo do desenvolvimento e competitividade nacional e local;
r) Servios ou actividades em geral que afectem ou beneficiem pessoas determinadas,
ou que hajam sido solicitados por estas, directa ou indirectamente.
2. As taxas podem, ainda, ser estabelecidas para a remoo de um obstculo jurdico
actividade de particulares.
Artigo 14.
(Incidncia subjectiva)
1. So sujeitos activos da relao jurdico-tributria as entidades pblicas titulares do
direito de exigir o cumprimento de uma determinada prestao tributria.
2. So sujeitos passivos da relao jurdico-tributria:
a) As pessoas singulares ou colectivas e outras entidades legalmente equiparadas que,
nos termos da lei e dos regulamentos, estejam vinculadas ao cumprimento da prestao
tributria, de natureza material ou formal;
b) Os substitutos tributrios que, por imposio da lei, estejam obrigados a cumprir
prestaes materiais e formais da obrigao tributaria em lugar do contribuinte.
3. So equiparados a sujeitos passivos as heranas jacentes e os patrimnios autnomos
semelhantes.
Artigo 15.
(Iseno)
Esto isentos do pagamento de taxas o Estado, as autarquias locais e demais entidades
pblicas e pessoas colectivas de utilidade pblica, salvo disposio legal ou regulamentar
em sentido contrrio.
Artigo 16.
(Elementos quantitativos das taxas)
1. O montante das taxas devidas pela utilizao de um bem do domnio pblico fixa-se tomando como referncia o valor de mercado correspondente ou o da utilidade derivada
da utilizao.
2. Em geral, e respeitando o disposto no n. 1, o montante das taxas pela prestao de
um servio ou pela realizao de uma actividade no poder exceder, no seu conjunto,
o custo real ou previsvel do servio ou actividade de que se trate, ou, na sua falta, o
valor da prestao recebida.
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3. Para a determinao do montante das taxas, consideram-se os custos directos e indirectos, os encargos financeiros, a amortizao do imobilizado e, consoante os casos,
os custos necessrios para garantir a manuteno e um desenvolvimento razovel do
servio ou actividade, por cuja prestao ou realizao se exige a taxa.
4. A quota tributria pode constituir-se em quantia fixa, pode ser determinada em funo
de um tipo de encargo aplicvel sobre os elementos quantitativos que sirvam de base
tributria, ou pode ser determinada por ambos os procedimentos.
Artigo 17.
(Devoluo)
Quando a contraprestao no se realizar por causa no imputvel ao sujeito passivo, a
entidade beneficiria da taxa deve proceder sua respectiva devoluo.
Artigo 18.
(Actualizao de valores)
1. As taxas podem ser actualizadas, de acordo com a taxa de inflao ou o ndice de preos
no consumidor, sempre que tal estiver previsto no acto normativo da sua criao.
2. A alterao dos valores das taxas de acordo com qualquer outro critrio que no o referido
no nmero anterior efectua-se mediante alterao ao acto normativo de criao, e deve
conter a fundamentao econmico-financeira subjacente ao novo valor.
SECO II
Liquidao e Pagamento das Taxas
Artigo 19.
(Liquidao e pagamento)
1. O acto normativo de criao de taxas estabelece as regras relativas liquidao e
cobrana daqueles tributos.
2. Salvo casos excepcionais, previstos legalmente, o Estado e demais entidades pblicas
no podem negar a prestao de servios, a emisso de autorizaes, ou a continuao
da utilizao de bens do domnio pblico em razo do no pagamento de taxas, quando
o sujeito passivo deduzir reclamao ou impugnao e for prestada garantia idnea.
Artigo 20.
(Pagamento)
1. Constitui obrigao principal do sujeito passivo efectuar o pagamento das taxas a
favor das entidades pblicas, o qual extingue a dvida.
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2. As dvidas por taxas podem ainda extinguir-se, total ou parcialmente, por dao em
cumprimento ou compensao, quando tal seja compatvel com o interesse pblico,
ou por outras formas de extino, nos termos do Cdigo Geral Tributrio.
Artigo 21.
(Incumprimento)
1. So devidos juros de mora pelo cumprimento extemporneo da obrigao de pagamento
de taxas s entidades pblicas.
2. As dvidas que no forem pagas voluntariamente so objecto de cobrana coerciva,
atravs de processo de execuo fiscal, nos termos da Legislao Sobre o Processo
Tributrio.
Artigo 22.
(Caducidade)
O direito de liquidar as taxas caduca se a liquidao no for validamente notificada ao sujeito
passivo, no prazo de cinco anos, a contar da data em que o facto tributrio ocorreu.
Artigo 23.
(Prescrio)
1. As dvidas por taxas a favor das entidades pblicas prescrevem no prazo de dez anos,
a contar da data em que o facto tributrio ocorreu.
2. A citao, a reclamao e a impugnao interrompem a prescrio.
3. A paragem dos processos de reclamao, impugnao e execuo fiscal por prazo superior a dois anos, por facto no imputvel ao sujeito passivo, faz cessar a interrupo da
prescrio, somando-se o tempo que decorreu aps aquele perodo ao que tiver decorrido
at data da autuao.
Artigo 24.
(Garantias graciosas e impugnatrias dos sujeitos passivos)
1. Os sujeitos passivos podem reclamar ou impugnar a respectiva liquidao, com os
fundamentos previstos no Cdigo Geral Tributrio, com as devidas adaptaes.
2. A reclamao deduzida perante o rgo que efectuou a liquidao da taxa, no prazo
de 30 dias a partir da notificao da liquidao.
3. A reclamao presume-se indeferida para efeitos de impugnao judicial-tributria
se no for decidida no prazo de 90 dias.
4. Do indeferimento tcito ou expresso cabe impugnao para o tribunal territorialmente
competente, no prazo de 60 dias a partir do indeferimento.
5. A impugnao depende da prvia deduo da reclamao prevista no n. 2.
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CAPTULO IV
Disposies Finais
Artigo 25.
(Regime transitrio)
As taxas a favor das entidades pblicas actualmente existentes caducam no incio do
quinto ano financeiro subsequente entrada em vigor da presente lei, salvo se:
a) Os actos normativos vigentes forem conformes ao regime jurdico aqui disposto;
b) At esta data, os actos normativos vigentes forem alterados de acordo com o regime
jurdico aqui previsto.
Artigo 26.
(Entrada em vigor)
A presente lei entra em vigor noventa dias aps a data da sua publicao.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 19 de Janeiro de 2011.
O Presidente da Assembleia Nacional. Antnio Paulo Kassoma.
Promulgada aos 10 de Fevereiro de 2011.
Publique-se.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo Dos Santos.
81
Parte Geral
Estatuto
dos Grandes
Contribuintes
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CAPTULO II
Grandes Contribuintes
Artigo 3.
(Classificao)
1. O Ministro das Finanas deve publicar a lista dos Grandes Contribuintes, de acordo
com os critrios julgados razoveis pelos rgos da Administrao Tributria.
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2. A lista dos Grandes Contribuintes deve renovar-se, sempre que se julgar conveniente,
mediante Despacho do Ministro das Finanas.
Artigo 4.
(Direitos dos Grandes Contribuintes)
O Grande Contribuinte tem os seguintes direitos:
a) Proceder liquidao e pagamento do imposto junto da Repartio Fiscal dos Grandes
Contribuintes;
b) Manter uma relao de proximidade com a administrao fiscal, atravs da designao de
dois tcnicos da Repartio Fiscal dos Grandes Contribuintes, que sirvam de interlocutor
privilegiado das suas relaes com a Administrao Tributria;
c) Beneficiar de planos especiais para parcelamento de eventuais dividas fiscais, a serem
definidos pelo Director Nacional de Impostos, sempre que se repute necessrio.
Arigo 5.
(Deveres do Grande Contribuinte)
1. So deveres do Grande Contribuinte:
a) Proceder auditoria e certificao da sua contabilidade, atravs de perito contabilista,
ou de sociedade de peritos contabilistas, nos termos do Estatuto da Ordem dos Contabilistas e dos Peritos Contabilistas;
b) Proceder entrega da Declarao Modelo 1 do Imposto Industrial, acompanhada
de relatrio tcnico do contabilista responsvel pela preparao das suas demonstraes financeiras;
c) Comunicar, por escrito, administrao fiscal, sempre que haja alteraes na sua
estrutura de participaes sociais, gerncia e/ou administrao, ou da sua sede ou
local de direco efectiva.
CAPTULO III
Repartio Fiscal dos Grandes Contribuintes
Artigo 6.
(Sede)
A Repartio Fiscal dos Grandes Contribuintes tem sede em Luanda.
Artigo 7.
(Competncia)
1. A liquidao, pagamento e cobrana dos impostos devidos pelos grandes contribuintes classificados nos termos do presente diploma, bem como a correco das
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CAPTULO IV
Regimes Especiais dos Grandes Contribuintes
SECO I
Regime de Tributao de Grupos de Sociedades
Artigo 8.
(Requisitos)
1. O Grande Contribuinte, integrante de um grupo de sociedades, pode ser tributado pela
soma algbrica dos resultados, positivos ou negativos, das entidades que compreendem
o permetro do grupo.
2. Para efeitos do nmero anterior, considera-se grupo de sociedades, aquele em que
uma sociedade, dita dominante, detm, de forma directa ou indirecta, pelo menos
90% do capital de outra, ou outras sociedades, ditas dependentes, desde que tal
participao lhe confira mais de metade dos direitos de voto.
3. A aplicao anual do presente regime tem de ser precedida da entrega da Declarao
Modelo 5, na Repartio Fiscal dos Grandes Contribuintes, com uma antecedncia
mnima de trs meses em relao data limite de entrega da Declarao Modelo 1
do Imposto Industrial, estando o deferimento da pretenso, que deve ser decidido e
notificado pelo Chefe da Repartio, sujeito verificao cumulativa dos seguintes
requisitos:
a) A sociedade dominante e as sociedades dominadas devem ter sede e direco efectiva
em Angola;
b) A participao da sociedade dominante na sociedade dependente tem de ter
uma antiguidade superior a dois anos, com excepo das sociedades constitudas
pela prpria sociedade dominante, que podem utilizar o regime, logo que lhes seja
possvel cumprir o disposto no n. 3 deste artigo;
c) A sociedade dominante no pode ser considerada dependente de nenhuma outra
sociedade, com sede ou direco efectiva em Angola.
4. No podem integrar o permetro do grupo as sociedades que, no incio ou durante a
aplicao do presente regime especial de liquidao e pagamento, se encontrem nas
seguintes situaes:
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SECO II
Preos de Transferncia
Artigo 10.
(mbito de aplicao)
1. A Direco Nacional de Impostos pode efectuar as correces que sejam necessrias
para a determinao da matria colectvel, sempre que, em virtude de relaes especiais entre o contribuinte e outra entidade, sujeita ou no a imposto industrial, tenham
sido estabelecidas para as suas operaes condies diferentes das que seriam normalmente acordadas nas operaes entre entidades independentes, conduzindo a que o
lucro apurado com base na contabilidade, seja diverso do que o que se apuraria na
ausncia dessas relaes.
2. Nos termos do nmero 1 deste artigo, deve-se entender por operaes comerciais
quaisquer transaco de bens, direitos ou servios, bem como, operaes financeiras.
Artigo 11.
(Conceito de relaes especiais)
Para efeitos do disposto no n. 1 do artigo anterior, existem relaes especiais entre duas
entidades quando uma tem poder de exercer, directa ou indirectamente, uma influncia
significativa nas decises de gesto da outra, nomeadamente:
a) Quando os administradores ou gerentes de uma sociedade, bem como os cnjuges, ascendentes e descendentes destes, detenham directa ou indirectamente uma participao no
inferior a 10% do capital, ou dos direitos de voto na outra entidade;
86
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Artigo 13.
(Mtodos de determinao dos preos de transferncia)
Para determinao das condies que seriam acordadas nas operaes entre entidades
independentes, a Direco Nacional de Impostos apenas aceita os seguintes mtodos:
a) O mtodo do preo comparvel de mercado;
b) O mtodo do preo de revenda minorado;
c) O mtodo do custo majorado.
CAPTULO V
Disposies Finais
Artigo 14.
(Dvidas e omisses)
As dvidas e omisses suscitadas na interpretao e aplicao do presente Diploma so
resolvidas pelo Presidente da Repblica.
Artigo 15.
(Entrada em vigor)
O presente Decreto Presidencial entra em vigor 5 dias aps a data da sua publicao.
Apreciado pelo Conselho de Ministros em Luanda, aos 21 de Agosto de 2013.
Publique-se.
Luanda, aos 19 de Setembro de 2013.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
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FISCAL
ANGOLA
Procedimento e
Processo Tributrio
Procedimento e
Processo Tributrio
Regulamento
do Contencioso
das Contribuies
e Impostos
90
91
II - Reclamaes contenciosas.
Artigo 4.
As reclamaes sobre contribuies e impostos sero apresentadas na Repartio ou
Delegao de Fazenda respectiva, devendo ser assinadas por advogado ou solicitador
legalmente constitudo, ou pelo interessado, mas neste caso a assinatura do reclamante
ser reconhecida, ou a seu rogo dado perante notrio, quando no saiba escrever.
1. - O prazo para a apresentao das reclamaes ser de sessenta dias, o qual se contar
do dia imediato ao da abertura do cofre, quando se trate de contribuies e impostos
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de lanamento, e do dia imediato ao da liquidao ou da sua notificao, se a lei a determinar, quando se trate de contribuies e impostos liquidados eventualmente. Exceptuam-se os prazos especiais prescritos no Regulamento da contribuio de registo.
2. - As reclamaes permitidas no corpo deste artigo no tm efeito suspensivo, excepto
as referidas no artigo 61. do Regulamento da contribuio de registo aprovado pelo
Diploma Legislativo n. 230, de 18 de Maio de 1931.
Artigo 5.
Na reclamao indicar o interessado at trs testemunhas por cada facto, no podendo
contudo o seu nmero exceder a cinco, se entender que deve fazer por esse meio a prova
dos factos alegados e o regulamento do imposto respectivo se no opuser a esse meio de
prova, e requerer qualquer outra diligncia que lhe seja permitida por lei e destinada a
comprovar a sua reclamao.
1. - As testemunhas sero notificadas para prestar o seu depoimento, se o reclamante
no se tiver comprometido a apresent-las e elas residirem na sede do Tribunal; no
residindo na sede do Tribunal, apresent-las- o reclamante no dia e hora fixados
para a inquirio, de que ser notificado com a antecedncia necessria.
2. - Os depoimentos das testemunhas sero sempre reduzidos a escrito com a maior
conciso possvel.
Artigo 6.
Todos os documentos devem ser juntos com a reclamao, salvo se se provar que a juno no foi possvel nessa altura ou se se verificar que os documentos se destinam a fazer
a prova de factos ou ocorrncias posteriores apresentao da reclamao. Nestes casos
a juno pode ter lugar at ao momento em que o processo for concluso para sentena.
nico. - Os Secretrios e Delegados de Fazenda devero passar os competentes recibos
com a data da apresentao das reclamaes e recursos e documentos que os acompanhem, sempre que isso lhes seja exigido pela parte e esta lhe apresente o duplicado
da petio para tal efeito.
Artigo 7.
Produzida a prova e ouvidas por escrito as entidades oficiais que sobre a matria possam
ou devam prestar informaes, o secretrio ou delegado de Fazenda lavrar sentena.
1. - As informaes oficiais, quando fundamentadas, fazem f e constituem prova jurdica
at outra prova bastante em contrrio.
2. - Todas as reclamaes sero julgadas dentro de trinta dias a contar daquele em
que termine o prazo para a sua apresentao.
3. - As decises sero notificadas nos reclamantes no prazo de cinco dias, pessoalmente
ou pelo correio com aviso de recepo.
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oito horas posteriores ao termo do prazo referido no 1., proferir sentena condenatria, da qual, bem como da liquidao, se extrair certido, a fim de se instaurar imediatamente a execuo fiscal que ter por base aquela certido. Por toda a
dvida se processar no mesmo acto um nico conhecimento, que ser debitado ao
recebedor.
Artigo 12.
Com a contestao, na qual ser deduzida toda a defesa, sero juntos os documentos e
naquela poder o transgressor indicar at trs testemunhas para serem ouvidas sobre
os factos alegados.
Aos documentos que no tenha sido possvel obter at apresentao da contestao,
aplicvel o que, quanto a eles, est preceituado no artigo 6.
Artigo 13.
Se o transgressor apresentar a contestao, o secretrio ou delegado de Fazenda proceder
a instruo do processo, na qual deve ouvir as testemunhas do auto, quando o autuante o
repute necessrio, e as testemunhas oferecidas pelo transgressor, s quais aplicvel o que
fica disposto nos 1. e 2. do artigo 5.
Artigo 14.
Ouvidas as testemunhas, cujos depoimentos embora escritos com a maior conciso
possvel devero indicar a razo da cincia das testemunhas quanto matria dos autos, e completada a instruo do processo, o secretrio ou delegado de Fazenda, desde
que no seja autuante ou o auto no tenha sido levantado pelo director dos Servios
de Fazenda e Contabilidade ou por director de Fazenda Provincial, proferir sentena fundamentada, julgando subsistente ou insubsistente a transgresso, fixando no
primeiro caso a importncia da multa e adicionais, bem como a contribuio, juros
e outros acrscimos legais em dvida e designando a pessoa ou pessoas responsveis
pelo pagamento.
nico. - Esta sentena ser notificada ao transgressor no prazo de cinco dias.
Artigo 15.
Se o secretrio ou delegado de Fazenda for o autuante, o processo de transgresso, devidamente instrudo, subir ao director de Fazenda Provincial, que proferir a sentena a
que se refere o artigo anterior, a qual ser notificada ao contribuinte no prazo de cinco
dias, a contar da entrada na Repartio ou Delegao de Fazenda.
nico. - Na rea fiscal de Luanda os processos sobem ao Chefe da Repartio dos Servios
Extraprovinciais.
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Artigo 16.
Se o auto tiver sido levantado por um director de Fazenda Provincial subir o processo,
devidamente instrudo, ao director dos Servios de Fazenda e Contabilidade. Se o auto
tiver sido levantado pelo director dos Servios de Fazenda e Contabilidade, subir o
processo ao Tribunal Administrativo para julgamento.
Artigo 17.
Em qualquer estado do processo pode o transgressor pagar voluntariamente as contribuies, multas, custas e mais despesas, solicitando para esse efeito guias ao respectivo
secretrio ou delegado de Fazenda.
nico. - Se dentro de quarenta e oito horas, contadas da data em que foram entregues
as guias, no for apresentando na Repartio ou Delegao de Fazenda um dos seus
duplicados, com o competente recibo, seguir o processo seus termos at final sem
que o transgressor possa mais aproveitar-se da faculdade conferida no corpo deste
artigo.
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Custas e selos.
Artigo 23.
Nos processos de contencioso das contribuies e impostos em que a Fazenda Nacional
fique vencedora, sero os reclamantes ou transgressores condenados nas custas e selos
dos autos.
nico. - Nos processos de reclamao ordinria no so em qualquer hiptese devidas
custas nem selos em primeira instncia.
Artigo 24.
As custas sero contadas nos termos da parte cvel da tabela dos emolumentos e salrios
judiciais, em vigor, e constituem receita do Estado.
Artigo 25.
As importncias depositadas, no caso de recurso, sero restitudas aos interessados se
obtiverem provimento, ou aplicadas, no caso contrrio, aos respectivos pagamentos.
Artigo 26.
Pelos selos e custas que no forem pagos no prazo de dez dias, depois de o interessado
para isso ser notificado, ser este executado nos termos do Regulamento das execues
fiscais, servindo de base execuo uma certido de onde conste qual a sua importncia.
IV - Reclamaes extraordinrias.
Artigo 27.
Fora dos prazos estabelecidos para as reclamaes e recursos ordinrios, podero os
contribuintes e a Fazenda Nacional reclamar extraordinariamente:
1. - Fazenda Nacional sob qualquer fundamento, desde que sobre a mesma matria no
tenha recorrido ordinariamente;
2. - Os contribuintes que no tenham reclamado ordinariamente, sobre o mesmo objecto:
a) Quando tenham sido colectados sem fundamento algum para o serem e no devessem presumir a liquidao ou a sua inscrio nas matrizes, cadastro ou verbetes;
b) Quando tenha havido duplicao de colecta;
c) Quando em qualquer processo de que no caiba ou em que se no tenha admitido
recurso ordinrio, se atribuir aos agentes ou autoridades fiscais, alguma violncia,
preterio de formalidades essenciais, denegao e recurso contra a expressa determinao da lei ou qualquer injustia grave ou notria.
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Artigo 28.
Os prazos para a interposio das reclamaes extraordinrias sero:
1. - Para a Fazenda Nacional, dentro do ano em que a contribuio tiver de ser paga e
no seguinte;
2. - Para os contribuintes ou seus representantes dentro de um ano a contar do pagamento voluntrio da primeira ou nica prestao da colecta;
3. - Tendo havido cobrana coerciva, o prazo ser de seis meses depois de efectuada a
respectiva citao, contanto que esta tenha sido feita na pessoa do prprio devedor
ou do seu representante;
4. - Quando a citao for feita por outra forma ou noutras pessoas, o prazo de seis meses contar-se- desde a penhora;
5. - Quando o contribuinte fundamentar a sua reclamao em sentena ou documento
superveniente, o prazo de um ano contar-se- desde a data em que lhe for possvel
obt-lo.
nico. - Em imposto sobre sucesses e doaes o prazo de dois anos em que a Fazenda
Nacional pode reclamar extraordinariamente, contar-se- a partir da data da notificao da liquidao definitiva.
Artigo 29.
As reclamaes extraordinrias por parte da Fazenda Nacional sero interpostas pelo director dos Servios de Fazenda e Contabilidade ou pelos directores de Fazenda Provinciais.
Artigo 30.
As reclamaes extraordinrias so interpostas com as mesmas formalidades e seguem
os mesmos trmites das reclamaes e recursos ordinrios.
nico. - Exceptua-se a reclamao extraordinria interposta pelos contribuintes com
o fundamento da alnea c) do n. 2. do artigo 27., a qual ser directamente apresentada ao Tribunal Administrativo, que a julgar depois de obtidas as informaes
necessrias, e a reclamao extraordinria interposta pelo director dos Servios de
Fazenda e Contabilidade ou pelos directores de Fazenda Provinciais que depois de
instruda na primeira instncia subir ao mesmo Tribunal para julgamento.
Artigo 31.
Quando a reclamao extraordinria seja interposta pela Fazenda, far o reclamante
notificar o interessado para, no prazo de quinze dias, contados da notificao, alegar por
escrito o que julgar a bem do seu direito sobre a matria da reclamao de que se lhe
entregar cpia.
99
Artigo 32.
aplicvel s reclamaes extraordinrias o disposto no nico do artigo 6.
V - Disposies gerais.
Artigo 33.
Alm da Fazenda Nacional, so pessoas legtimas para interpor as reclamaes e recursos de que trata este diploma, os contribuintes ou seus representantes e os indivduos
solidrios ou subsidiariamente responsveis pelo pagamento do imposto.
nico. - Os recursos por parte da Fazenda Nacional s podem ser interpostos pelos
secretrios ou delegados de Fazenda, quando se recorra da primeira instncia para o
Tribunal Administrativo e pelo Procurador da Repblica que a representa junto deste
tribunal, quando o recurso seja para o Conselho do Imprio Colonial.
Artigo 34.
Podem o interessados reclamar e recorrer com qualquer dos fundamentos indicados nas
leis e regulamentos das diferentes contribuies e impostos e designadamente com os
fundamentos seguintes:
1. - Inexistncia ou cessao dos factos tributrios;
2. - Erro na determinao da matria colectvel e do seu valor;
3. - Erro na designao ou transferncia da inscrio de prdios, pessoas, factos ou valores;
4. - Duplicao ou omisso relativa inscrio de contribuintes ou descrio dos factos
tributrios;
5. - Aplicao de taxa diferente da dvida ou erro de clculo na fixao da colecta ou
quaisquer adicionais;
6. - Duplicao de colectas;
7. - legalidade da contribuio ou imposto;
8. - Incompetncia do funcionrio que o liquidar;
9. - Incompetncia do Tribunal.
Artigo 35.
Nos processos de contencioso de que trata este diploma s sero nulidades insuprveis:
1. - A ineptido da reclamao quando se no possa deduzir qual o pedido e o seu fundamento, ou quando aquele estiver em contradio com este;
2. - A falta de notificao ao interessado para apresentar a sua contestao, quando o
mesmo interessado no esteja em juzo ou quando no se defenda no processo;
3. - A falta das formalidades determinadas no artigo 9. para os autos de transgresso,
exceptuada a falta de citao da lei ou regulamento infringido.
100
nico. - Quando ao auto faltam as formalidades legais, valer apenas como simples
participao.
Artigo 36.
Todas as notificaes em processos de contencioso das contribuies e impostos podero
ser feitas pessoalmente, por meio de mandato ou pelo correio com aviso de recepo,
observando-se, na parte aplicvel, o diposto nos artigos 254. e seguintes do Cdigo do
Processo Civil.
Artigo 37.
A prova por arbitramento e testemunhas s pode ter lugar na primeira instncia. Exceptua-se o exame dos documentos quando juntos em instncia superior e arguidos de falsos.
Artigo 38.
No so admissveis, em processo de contencioso das contribuies e impostos, recursos
de despachos interlocutrios, sendo unicamente permitidos os das decises que julguem
as transgresses ou reclamaes.
Artigo 39.
Podem juntar-se documentos com as alegaes de recurso nos termos do artigo 706. do
Cdigo de Processo Civil.
Artigo 40.
Nos processos de contencioso das contribuies e impostos observam-se apenas as normas
e prazos fixados neste diploma e legislao complementar, s se aplicando os preceitos consignados no Cdigo de Processo Civil na falta daqueles.
Artigo 41.
Os despachos, sentenas ou acrdos sero sempre fundamentados, principiando por
uma resumida exposio em relatrio em que se exponham todas as questes de facto
ou de direito, objecto da reclamao ou recurso.
Artigo 42.
permitido s partes requerer a aclarao da deciso quando for obscura ou ambgua,
pedir a sua reforma quanto a custas e selos e a rectificao de erros materiais e o suprimento de nulidades.
101
nico - A petio ser apresentada ao Tribunal dentro de quarenta e oito horas contadas da notificao da deciso e o tribunal proferir a aclarao na sesso imediata, em
acrdo se for na segunda ou na ultima instncia, mas no poder alterar a deciso.
At ento ficar suspensa a sua execuo.
Artigo 43.
Os secretrios e delegados de Fazenda cumpriro ex oficio as sentenas ou acrdos
proferidas em processo do contencioso.
1. - Quando tais sentenas ou acrdos importem ou determinem a anulao parcial
ou total da colecta impugnada e esta for de natureza virtual, proceder-se- o competente ttulo de anulao para ser encontrado pela forma que estiver estabelecida.
2. - No sendo possvel o encontro do ttulo, tratando-se de receitas eventuais ou ainda
de receitas de qualquer espcie convertidas por fora de lei em operaes de tesouraria, a
restituio far-se- a dinheiro, pela verba para tal fim inscrita no oramento ou pela sada competente na epgrafe da operao de tesouraria respectiva, devendo o interessado
juntar ao requerimento, que formular, o ttulo de anulao ou a certido da sentena,
quando se trate de contribuio ou imposto pago eventualmente ou cuja entrada tenha
sido considerada em operaes de tesouraria.
Artigo 44.
Reclamaes e recursos de que trata este diploma suspendem qualquer processo executivo
fiscal que lhe respeite, at resoluo definitiva do pleito, desde que, feita a penhora, esta
garanta a totalidade das dvidas, custas e selos do processo.
1. - Se ainda no houver penhora ou, havendo-a, esta no d suficiente garantia, a
suspenso s poder ter lugar mediante depsito a fazer nos termos do artigo 19.
2. - O requerimento em que se pedir a suspenso da execuo dever ser acompanhado de documento comprovativo de estar correndo seus termos de reclamao ou
recurso respeitante divida.
Artigo 45.
medida que forem sendo remodeladas as diferentes contribuies e impostos, far-se-
constar dos respectivos regulamentos que, relativamente ao contencioso, so aplicveis
as disposies do presente diploma.
Artigo 46.
Fora dos casos estabelecidos no artigo 43. as restituies de dinheiro de impostos, taxas
ou descontos nos vencimentos dos funcionrios do Estado, s podero efectuar-se:
102
a) Quando referentes a restituies de sisa nos casos estabelecidos no respectivo regulamento e desde que se junte o conhecimento comprovativo do pagamento que no
poder ser substitudo por certido, pblica-forma ou cpia;
b) Quando ordenadas pelo Ministrio das Colnias;
c) Quando derivadas de decises de tribunais e no haja lugar a passagem de ttulos de
anulao;
d) Quando respeitem a taxas ou impostos no liquidados nas Reparties ou Delegaes
de Fazenda, que por despacho do Governador Geral venham a ser reconhecidos indevidos, desde que se requeira a restituio no prazo de trinta dias aps o pagamento;
e) Quando se trate de descontos feitos a serventurios do Estado, em todo o tempo em
que reconhecerem indevidos.
nico. - Para o efeito da utilizao da verba inscrita no oramento para fazer face a
restituies, estas consideram-se do ano em que for proferido o despacho que as
autorizar ou ordenar.
Artigo 47.
No tem cabimento reclamao ou recurso algum para o Governo, sob qualquer motivo ou
pretexto a respeito da aco fiscal para a imposio de multas, fundamento e formalidades
dos autos, ou competncia dos funcionrios, nem sobre o objecto das transgresses arguidas,
porque estas s podero ser apreciadas e julgadas nos termos estabelecidos neste diploma.
Artigo 48.
Os processos actualmente em poder das Juntas Fiscais de Provncia transitam, sem
qualquer formalidade por parte dos recorrentes, para o Tribunal Administrativo que os
julgar.
Artigo 49.
Fica revogado o Diploma Legislativo n. 1.044, de 1 de Novembro de 1938.
Publique-se e cumpra-se como nele se contm.
Residncia do Governo Geral de Angola, em Luanda, aos 10 de Maro de 1948.
O Governador Geral, Jos Agapito da Silva Carvalho.
103
Procedimento e
Processo Tributrio
Regime
Simplificado de
Execues Fiscais
104
105
Artigo 3.
(Disposio transitria)
O Regime Simplificado de Execues Fiscais publicado em anexo aplicvel aos processos
pendentes e aos que se venham a instaurar aps a sua entrada em vigor.
Artigo 4.
(Norma revogatria)
1. Com a entrada em vigor do Regime Simplificado de Execues Fiscais publicado
em anexo fica revogado o Cdigo das Execues Fiscais, aprovado pelo artigo 1. do
Decreto n. 38 088, de 12 de Dezembro de 1950, bem como as alteraes posteriormente introduzidas.
2. As remisses feitas para os preceitos revogados consideram-se efectuadas para as
correspondentes normas do Regime Simplificado de Execues Fiscais publicado em
anexo.
3. Ficam igualmente revogadas todas as normas avulsas que permitam a cobrana,
atravs do processo de execuo fiscal, das dvidas a outros entes pblicos ou exercendo
funes pblicas, constitudas no mbito de relaes jurdicas de direito pblico sem
prejuzo da sua aplicao aos processos pendentes no momento da entrada em vigor
deste diploma, at sua extino.
Artigo 5.
(Reduo das multas por pagamento fora de prazo)
1. Findo o prazo para pagamento voluntrio do imposto devido, pode o contribuinte
apresentar-se a pagar o imposto nos cinco dias seguintes, beneficiando da reduo
automtica da multa a pagar, sendo esta fixada em 6,25% do valor do imposto devido.
2. Caso o contribuinte se apresente a pagar o imposto nos 30 dias seguintes ao termo
do prazo para pagamento voluntrio, mas aps o prazo referido no nmero anterior,
beneficia da reduo automtica da multa a pagar, sendo esta fixada em 25% do valor
do imposto devido.
3. Caso o contribuinte se apresente a pagar o imposto nos cinco dias seguintes ao termo
do prazo referido no nmero anterior, beneficia da reduo automtica da multa a
pagar, sendo esta fixada em 31,25% do valor do imposto devido.
4. Findo o prazo referido no nmero anterior, a multa a pagar fixada em 50% do imposto
devido.
5. Cumulativamente com o disposto nos nmeros anteriores, reduzida para metade a
multa a que haja lugar relativamente aos pagamentos de imposto em falta que sejam
feitos nos 90 dias seguintes entrada em vigor do Regime Simplificado de Execues
Fiscais.
106
Artigo 6.
(Entrada em vigor)
Sem prejuzo do disposto no artigo 3., o Regime Simplificado de Execues Fiscais entra
em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 30 de Maro de 2011.
Publique-se.
Luanda, aos 8 de Junho de 2011.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo Dos Santos.
107
108
Artigo 5.
(Competncia material do Tribunal)
1. Compete ao Tribunal, em especial, decidir sobre:
a) A oposio execuo fiscal, quando deduzida por embargos do executado, incluindo
quando recaia sobre os pressupostos da responsabilidade solidria ou subsidiria;
b) A oposio penhora;
c) As reclamaes dos actos praticados pela Repartio Fiscal, no exerccio dos seus
poderes legais de direco e gesto do processo;
d) As aces subordinadas de verificao e graduao de crditos;
e) As aces subordinadas de anulao da venda;
f) As reclamaes da conta de custas;
g) Os demais actos que por lei recaiam sobre a sua competncia.
Artigo 6.
(Competncia territorial da Repartio Fiscal)
1. competente para a direco e gesto do processo de execuo fiscal:
a) A Repartio Fiscal da rea do domiclio ou estabelecimento do executado;
b) A Repartio Fiscal da localizao dos bens imveis, quando a dvida exequenda
for relativa a tributo sobre a propriedade imobiliria.
2. Quando o executado no estiver habitualmente domiciliado ou estabelecido
no territrio angolano, territorialmente competente para a direco e gesto
do processo de execuo fiscal a Repartio Fiscal onde se situem os bens penhorveis de maior valor ou, no caso de impossibilidade de determinao dos
bens penhorveis de maior valor, a 1. Repartio Fiscal de Luanda.
Artigo 7.
(Competncia territorial do Tribunal)
competente para o exerccio das competncias referidas no artigo 5. a Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Provincial da rea da Repartio Fiscal a que couber a
direco e gesto do processo ou a Sala do Cvel e Administrativo quando aquela no exista.
Artigo 8.
(Ttulos executivos que servem de base execuo)
1. S podem servir de base execuo fiscal os seguintes ttulos executivos:
a) Certides de dvidas tributrias;
b) Certides de decises exequveis de aplicao de multas em processo de transgresso
fiscal;
c) Quaisquer outros ttulos a que lei especialmente atribua fora executiva.
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2. Os ttulos executivos a que se refere o nmero anterior devem ser sempre assinados
e autenticados e conter a meno da entidade emissora, da data da emisso, do nome
e domiclio ou residncia dos devedores e da natureza e provenincia da dvida, bem
como a indicao por extenso do seu montante e da data a partir da qual so devidos
juros de mora e da importncia sobre que incidem.
3. Caso os ttulos executivos emitidos por outras entidades no preencham os requisitos
previstos no n. 2, so devolvidos ao funcionrio competente para que proceda ao seu
aperfeioamento ou substituio.
Artigo 9.
(Certides de dvidas tributrias)
1. A Repartio Fiscal ou outro rgo legalmente competente para o exerccio de funes
de Administrao Tributria procede extraco de certido da dvida tributria, no
termo do prazo do pagamento voluntrio da prestao tributria autoliquidada ou
oficiosamente liquidada pela Administrao Tributria, com base nos elementos ao
seu dispor.
2. A certido de dvida tributria, alm dos referidos no n. 2 do artigo anterior, deve
conter os seguintes elementos:
a) O nmero de contribuinte do devedor e, no caso de dvidas de responsabilidade
comum do casal, do seu cnjuge, bem como dos responsveis solidrios, quando
demandados conjuntamente com o devedor;
b) Quando o tributo incidir sobre prdios ou rendimentos de prdios, a descrio
sucinta, descries e artigos matriciais que originaram a colecta;
c) O estabelecimento, local e objecto da actividade tributada;
d) A identificao do tributo em dvida e do ano a que respeita;
e) A identificao da autoliquidao ou da liquidao oficiosa da dvida tributria cuja
falta de pagamento originou a dvida exequenda;
f) Em caso de garantia pessoal prestada anteriormente emisso do ttulo executivo,
a identificao do garante e do tipo de montante da garantia prestada;
g) Em caso de garantia real, a identificao dos bens abrangidos pela garantia e dos
terceiros a quem tais bens tiverem sido transmitidos.
Artigo 10.
(Nulidades)
1. Sem prejuzo do aproveitamento dos termos subsequentes do processo que delas absolutamente no dependam, so nulidades insanveis:
a) A falta de citao, quando possa prejudicar os direitos do executado, cnjuge,
responsveis solidrios ou subsidirios, garantes e seus sucessores, bem como os
titulares dos direitos reais de garantia sobre os bens penhorados e o devedor dos
crditos do executado objecto de penhora;
110
111
impugnao judicial referida no n. 1 quando da sua prestao resultarem graves dificuldades econmicas para o executado e a dispensa da garantia constituir o nico meio de
o executado obter condies para futuramente gerar os meios financeiros necessrios ao
pagamento da dvida exequenda.
5. A competncia para a dispensa de garantia referida no nmero anterior do Director
Nacional de Impostos.
6. Uma vez voluntariamente prestada, a garantia apenas pode ser substituda por outra
de igual ou maior valor.
7. A garantia da penhora, quando no tenha sido prestada por iniciativa do executado,
pode ser substituda por qualquer outro tipo de garantia admissvel nos termos do
presente diploma, desde que o reclamante, impugnante ou oponente o requeiram nos
15 (quinze) dias posteriores ao conhecimento da primeira penhora.
8. O efeito suspensivo da execuo fiscal cessa em caso de superveniente extino ou
insuficincia da garantia para o pagamento da dvida exequenda e acrescido.
9. No caso previsto no nmero anterior, o executado obrigado a proceder substituio
ou ao reforo da garantia no prazo de 15 (quinze) dias aps a notificao para o efeito
pelo chefe da Repartio Fiscal, sob pena de prosseguimento da execuo.
10.A garantia pode ser reduzida, a requerimento do executado, em caso de anulao ou
pagamento parcial da dvida exequenda.
11. Se o levantamento da garantia for requerido por sucessor do executado, deve aquele
provar que tem a qualidade de sucessor e que est pago ou assegurado o imposto
devido pela transmisso da quantia ou valores a levantar, que haviam sido dados em
garantia.
Artigo 12.
(Valor do processo)
1. Os valores actualizados atendveis para efeitos de custas em processo de execuo
fiscal so:
a) Na execuo fiscal, ainda quando prossiga por requerimento do sub-rogado, o
montante da ou das dvidas exequendas reduzido das anulaes parciais que tiverem
tido lugar;
b) Na oposio de executado, metade da dvida ou parte da dvida exequenda contestada;
c) Na oposio penhora, metade do valor dos bens penhorados abrangidos na
oposio;
d) No levantamento da penhora, metade do valor dos bens penhorados;
e) No concurso de credores, conforme os casos, metade da soma dos crditos graduados,
excepto os exequendos, do produto dos bens liquidados, quando inferior, ou da soma dos
crditos reclamados, sempre que o reclamante tiver ficado vencido;
f) Na anulao da venda, quando rejeitada, metade do produto dos bens vendidos.
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TTULO II
Instncia
CAPTULO I
Disposies Gerais
Artigo 13.
(Instaurao da execuo)
1. Aps verificao da legalidade e correco das eventuais insuficincias apresentadas,
quando possam ser supridas, ou a substituio do ttulo executivo inicialmente apresentado, quando tais insuficincias no possam ser supridas, a execuo instaurada mediante simples despacho do chefe da Repartio Fiscal a lavrar no ou nos respectivos ttulos
executivos ou relao destes, no prazo de 5 (cinco) dias aps a emisso ou o recebimento.
2. Nos 5 (cinco) dias posteriores ao despacho de instaurao da execuo fiscal, deve o
chefe da Repartio Fiscal promover o respectivo registo.
Artigo 14.
(Suspenso da execuo)
1. A execuo apenas se suspende em caso de:
a) Prestao de garantia idnea, em virtude de reclamao administrativa, impugnao
judicial da liquidao da dvida exequenda ou do acto administrativo de que essa liquidao dependa, impugnao judicial do acto administrativo declarando ou determinando o
pagamento da dvida exequenda e oposio do executado por requerimento ou por embargos, podendo ser considerada garantia idnea a garantia bancria em que a instituio
de crdito garante se obrigue como principal pagadora, a cauo, o seguro-cauo, a hipoteca, o penhor e a penhora na execuo fiscal de bens de valor suficiente para assegurar o
pagamento da dvida exequenda e acrescido;
b) Citao do cnjuge do executado, aps a penhora dos bens comuns do casal em
execuo por dvida no comunicvel, para requerer a separao judicial de bens
no prazo de 15 (quinze) dias, sem prejuzo de a execuo poder prosseguir em bens
prprios do devedor;
c) Citao do outro membro da unio de facto legalmente reconhecida, quando seja
penhorado o direito metade indivisa da casa de habitao de que seja comproprietrio
com o executado, para requerer a diviso no prazo de 15 (quinze) dias;
113
d) Oposio penhora;
e) Pedido de pagamento em prestaes da dvida exequenda e acrescido;
f) Aco subordinada de verificao e graduao de crditos;
g) Aco subordinada de anulao da venda;
h) Falncia ou insolvncia do executado, devendo para o efeito o administrador da
massa falida ou insolvente requerer ao Director Nacional de Impostos, no prazo de 10
(dez) dias aps a sua designao, a avocao de todos os processos de execuo fiscal
que se encontrem pendentes nas Reparties Fiscais contra os falidos ou insolventes
cujas massas administrem;
i) Pender aco judicial sobre a propriedade ou posse dos bens penhorados, sem
prejuzo de a execuo continuar noutros bens do devedor.
2. A autorizao do pagamento a prestaes requerido no prazo de pagamento voluntrio no prejudica, quando a garantia oferecida pelo devedor for a penhora de bens
de valor suficiente para o pagamento da dvida exequenda e acrescido, a instaurao e
prosseguimento do processo de execuo fiscal at realizao da diligncia.
3. O disposto no nmero anterior aplicvel nos mesmos termos ao prosseguimento
da execuo fiscal quando o pagamento a prestaes tiver sido requerido no prazo de
oposio execuo.
4. A aco subordinada de verificao e graduao dos crditos apenas tem efeito suspensivo aps a venda dos bens.
5. Vale como reclamao no processo de falncia a avocao dos processos pelo administrador da massa falida ou insolvente a que se refere a alnea h) do n. 1 do presente artigo.
Artigo 15.
(Cessao da suspenso)
1. A suspenso da execuo cessa em caso de:
a) Trnsito em julgado da impugnao judicial da liquidao, do acto administrativo
de que a liquidao dependa ou do acto administrativo declarando ou determinando o
pagamento da dvida exequenda e da deciso judicial sobre a oposio de executado;
b) Cessao ou insuficincia supervenientes da garantia prestada nos termos do artigo
11., sem que o executado a tenha substitudo ou reforado;
c) Termo do prazo de 15 (quinze) dias para o cnjuge do executado ou o membro da
unio de facto legalmente reconhecida requerem respectivamente a separao e a
diviso dos bens comuns;
d) Paragem do processo de separao ou indiviso a que se refere a alnea anterior
durante mais de 30 (trinta) dias por inrcia ou negligncia do requerente;
e) Partilha dos bens em processo de separao judicial de bens ou diviso da coisa
comum;
f) Trnsito em julgado da deciso sobre a oposio penhora total ou parcialmente
desfavorvel ao executado;
114
CAPTULO II
Chamamento Execuo
Artigo 16. 1
(Chamamento execuo)
1. Conquanto tal seja necessrio para prosseguimento da execuo, so chamados
execuo os seguintes interessados:
a) Cnjuge do executado, relativamente a bens comuns;
b) Terceiro adquirente dos bens;
c) Possuidores dos bens sobre que incida a penhora;
d) Sucessores do executado.
Artigo 17.
(mbito da reverso)
O processo de execuo fiscal pode reverter:
a) Contra os responsveis solidrios que no tiverem sido demandados simultaneamente
com o devedor originrio;
b) Contra os responsveis subsidirios a partir da constituio dos pressupostos da
responsabilidade subsidiria;
c) Contra os garantes pessoais da dvida exequenda;
115
116
117
CAPTULO III
Incidentes
SECO I
Oposio Execuo
Artigo 24.
(Meios de oposio a execuo)
1. A oposio pode ser deduzida por requerimento ou por embargos, no podendo utilizar-se simultaneamente os dois meios de oposio, ainda quando os fundamentos no sejam
idnticos.
2. Caso o executado deduza posteriormente oposio por requerimento, oposio por
embargos com o mesmo fundamento, a oposio por requerimento arquivada pelo
chefe da Repartio Fiscal.
3. A oposio por requerimento visa a reviso da deciso de instaurao do processo
de execuo fiscal, ainda que com fundamentos supervenientes, pela entidade que a
determinou.
4. A oposio por embargos visa a anulao total ou parcial da deciso de instaurao do
processo de execuo fiscal, ainda que com fundamentos supervenientes, pelo Tribunal.
118
Artigo 25.
(Prazo)
1. A oposio pode ser deduzida at ao termo dos 30 (trinta) dias posteriores:
a) citao do executado;
b) Ao conhecimento pelo executado de documento superveniente que possa servir de
fundamento oposio.
2. Para efeitos da alnea b) do nmero anterior, considera-se superveniente no s o facto
que tiver ocorrido posteriormente ao termo do prazo da oposio, mas ainda aquele
que, embora ocorrido antes, s posteriormente venha ao conhecimento do executado e
o conhecimento anterior no seja da sua responsabilidade.
3. Cabe ao oponente provar a supervenincia do fundamento da oposio nos termos do
nmero anterior.
4. Para o efeito da alnea b) do n. 1, considera-se superveniente o documento apresentado
ou junto ao processo posteriormente ao termo do prazo de oposio cuja genuinidade o
oponente pretenda impugnar.
5. Havendo vrios executados, os prazos correm independentemente para cada um deles.
Artigo 26.
(Requisitos da petio da oposio por requerimento)
1. A petio, a apresentar na Repartio Fiscal em que correr a execuo, apresentada
em triplicado, juntando logo o executado toda a documentao necessria.
2. A petio no carece de ser articulada, podendo ser assinada pelo executado ou seu
mandatrio legalmente constitudo.
3. Quando a citao for efectuada com fundamento em carta precatria, a oposio por
requerimento deduzida na Repartio Fiscal deprecada, devolvendo-se a carta depois
de contada para seguimento da oposio Repartio Fiscal deprecante.
4. Mediante prestao de garantia idnea, a que se refere a alnea a) do n. 1 do artigo
14., a petio tem efeito suspensivo da execuo, at deciso do requerimento.
Artigo 27.
(Prova)
A prova oferecida na oposio por requerimento s pode ser documental.
Artigo 28.
(Deciso da oposio por requerimento)
1. Examinada a prova, o chefe da Repartio Fiscal toma a deciso, por despacho fundamentado, e promove a sua notificao ao executado.
2. A deciso deve ser emitida no prazo mximo de 15 (quinze) dias contados da data de
recepo do requerimento.
119
Artigo 29.
(Oposio por embargos)
1. A oposio por embargos obrigatoriamente articulada dirigida Sala do Contencioso
Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Provincial, sendo, no entanto, apresentada junto da
Repartio Fiscal onde correr a execuo fiscal.
2. Se o chefe da Repartio Fiscal julgar a oposio por requerimento total ou parcialmente
improcedente, pode o executado ainda deduzir embargos junto da Sala do Contencioso
Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Provincial da rea da Repartio Fiscal, no prazo de 10
(dez) dias aps a notificao do indeferimento.
3. Neste caso, podem os embargos versar sobre matria diferente da que tiver fundamentado a oposio por simples requerimento.
Artigo 30.
(Prova)
1. A prova, a apresentar ou a indicar na petio de oposio por embargos, pode ser
documental ou testemunhal, devendo neste caso as testemunhas ser apresentadas no
Tribunal pelo embargante.
2. No podem ser oferecidas testemunhas que tiverem de ser ouvidas por carta precatria,
nem oferecidas mais de trs por cada um dos factos alegados, at ao mximo de dez.
3. S admissvel prova testemunhal relativamente aos factos que no puderem ser
provados documentalmente.
Artigo 31.
(Prestao de garantia)
Os embargos s prosseguem aps a penhora dos bens suficientes para o pagamento da
dvida exequenda e acrescido, a prestao de outra garantia idnea a que se refere a alnea
a) do n. 1 do artigo 14. ou, no caso de o valor dos bens penhorados ser insuficiente para
o pagamento da dvida exequenda, depois da extraco de certido comprovativa dessa
insuficincia.
SECO II
Oposio Penhora
Artigo 32.
(Legitimidade)
1. A oposio penhora pode ser deduzida pelo executado ou por terceiro cuja posse
tiver sido ofendida pela diligncia.
2. O proprietrio dos bens penhorados que no seja seu possuidor no tem legitimidade
para se opor penhora.
120
3. Para efeitos do disposto no presente artigo, quando o bem imvel penhorado estiver
arrendado ou locado, considera-se possuidor o senhorio ou locador.
Artigo 33.
(Fundamentos)
1. A oposio penhora pode ser deduzida com base nos seguintes fundamentos:
a) Inadmissibilidade da penhora dos bens concretamente apreendidos, por serem
absoluta ou relativamente impenhorveis;
b) Violao do princpio da proporcionalidade da penhora;
c) Incidncia da penhora sobre bens que apenas subsidiariamente poderiam responder
pela dvida exequenda ou que legalmente no podiam responder pela dvida exequenda;
d) Determinao indevida da prestao de garantia ou da prestao de garantia superior
dvida;
e) Ofensa da posse de boa-f, real e efectiva de terceiro.
2. O disposto na alnea a) do n. 1 inaplicvel quando, sendo os bens apenas relativamente
impenhorveis, o executado os tiver indicado para a penhora no prazo de oposio.
3. Na oposio penhora deduzida por terceiro no pode ser discutida a propriedade
dos bens.
4. A genuinidade do documento em que se baseou a penhora pode ser impugnada no
prazo de 10 (dez) dias, a partir da apresentao ou juno do documento.
Artigo 34.
(Prazo)
1. O prazo de oposio penhora do executado de 10 (dez) dias aps a notificao ou
efectivo conhecimento da penhora, no podendo, no entanto, a oposio ser deduzida
aps a venda dos bens.
2. Em caso de citao posterior primeira penhora, o prazo para o executado se opor
penhora o prazo de oposio por requerimento.
3. O prazo de oposio penhora de terceiro, a deduzir exclusivamente com o fundamento
da alnea e) do n. 1 do artigo anterior, de 30 (trinta) dias aps a penhora ou o conhecimento pelo terceiro da mesma, no podendo, no entanto, a oposio ser deduzida aps a
venda dos bens.
4. No se considera terceiro em qualquer caso o executado em processo de execuo fiscal
ou outra entidade que, a qualquer ttulo, tiver intervido no processo.
Artigo 35.
(Efeito suspensivo)
1. A oposio penhora suspende os termos do processo de execuo fiscal posteriores
diligncia apenas relativamente aos bens a que respeita.
121
CAPTULO IV
Penhora
SECO I
Disposies Gerais
Artigo 38.
(Competncia para a penhora e notificao da diligncia)
1. A competncia para ordenar a penhora do chefe da Repartio Fiscal.
2. A penhora sempre determinada por despacho.
3. Para efeitos do cumprimento do despacho de penhora, a Repartio Fiscal da execuo
passa mandado de penhora, que deve ser cumprido pelo funcionrio da Repartio Fiscal
no prazo de 15 (quinze) dias, se no tiver sido fixado outro.
4. Nos casos em que tenha sido realizada sem a sua presena, a penhora obrigatoriamente
notificada ao executado aps a sua realizao pela Repartio Fiscal, para que aquele
possa deduzir oposio penhora.
Artigo 39.
(Mandado para a penhora)
1. Quando no tiver sido feita anteriormente, findo o prazo referido na citao sem que
tenha sido requerido o pagamento a prestaes e sem precedncia de qualquer termo de
identificao dos bens, o chefe da Repartio Fiscal ordena por despacho a penhora.
122
SECO II
Regimes Especiais de Penhora
Artigo 43.
(Penhora de imveis)
1. No despacho que ordenar a penhora de bens imveis, o chefe da repartio discrimina
os bens objecto da penhora, com meno situao, confrontaes, nmero de inscrio
matricial e descrio do registo predial, sempre que possvel, e simultaneamente ordena,
conforme os casos, a citao ou a notificao do executado de que, sobre os referidos prdios, foi determinada a penhora.
123
124
4. A penhora sempre notificada entidade depositante por carta registada com aviso
de recepo, ficando a partir da data de recepo da carta o saldo credor da conta
bancria at ao valor da penhora ou o objecto penhorado colocados em situao de
indisponibilidade.
5. A comunicao da penhora deve identificar, alm do executado e do processo executivo
no mbito do qual se realiza a penhora, o montante ou objecto a penhorar, procedendo
igualmente indicao que, salvo nos casos previstos na lei, as quantias depositadas
nas contas e os bens guardados ficam indisponveis a partir da data da penhora.
6. A instituio de crdito depositria obrigada a comunicar Repartio Fiscal, sempre
que solicitada, todas as movimentaes da conta bancria penhorada efectuadas at
extino do processo de execuo fiscal.
7. Feita a penhora, a entidade depositante comunica ao chefe da Repartio Fiscal o
saldo da conta ou contas objecto da penhora na data em que esta foi efectuada ou a
inexistncia de saldo susceptvel de penhora, indicao que acompanhada, sempre
que a Repartio Fiscal o solicite, de um extracto de onde constem todas as operaes
que tiverem afectado os depsitos penhorados aps a realizao da diligncia.
8. A realizao da penhora , aps a notificao efectuada nos termos do nmero anterior,
notificada pelo chefe da Repartio Fiscal ao executado.
9. Caso posteriormente penhora ocorram novas entradas de que resultem saldo credor
a favor do depositante, deve a instituio de crdito comunicar de imediato esse facto
ao chefe da Repartio Fiscal para que este ordene de imediato a penhora ou informe
da sua desnecessidade.
10. O saldo referido no nmero anterior fica disponvel quando o chefe da Repartio
Fiscal no proceder penhora nem nada disser nos 15 (quinze) dias posteriores
comunicao das novas entradas.
CAPTULO V
Venda dos bens penhorados
SECO I
Regimes de Venda
Artigo 45.
(Modalidades admitidas)
A venda pode efectuar-se por:
a) Proposta em carta fechada;
b) Negociao particular, aps o esgotamento das possibilidades legais de os bens serem
vendidos por proposta em carta fechada.
125
Artigo 46.
(Aquisio pelo Estado)
1. O Estado e qualquer dos seus entes territoriais pode, em caso de bens de elevado interesse
histrico e cultural ou aptos imediata instalao de servios pblicos, exercer o direito
de preferncia, mediante o pagamento do preo por que o bem a vender tiver sido proposto pelo licitante que tiver apresentado proposta de maior valor.
2. A aquisio a que se refere o nmero anterior depende do Estado manifestar essa inteno at ao momento da abertura das propostas e de prvia concordncia da Direco
Nacional do Patrimnio do Estado.
SECO II
Disposies Comuns
Artigo 47.
(Suspenso da venda)
Caso o valor reclamado pelos credores titulares de garantia real que deva preferir sobre as garantias dos crditos do exequente se mostre manifestamente superior ao da
dvida exequenda e acrescido, pode a Repartio Fiscal suspender a realizao da venda,
prosseguindo ento a execuo em outros bens.
Artigo 48.
(Exerccio do direito de remisso)
Os direitos de remisso e preferncia so exercidos nos termos do Cdigo de Processo Civil.
Artigo 49.
(Incompatibilidades)
No podem ser proponentes, por si ou por outra pessoa, os magistrados judiciais, os funcionrios da Direco Nacional de Impostos ou da Direco Nacional das Alfndegas,
quaisquer outras pessoas que prestem trabalho subordinado entidade exequente e seus
familiares directos.
Artigo 50.
(Formalidades da venda)
1. A venda dos bens imveis efectua-se por auto no prprio processo de execuo fiscal.
2. Lavra-se um auto por cada prdio.
3. Feita a venda, a Repartio Fiscal procede emisso do ttulo de cobrana para
pagamento do preo.
126
Artigo 51.
(Depsito do preo)
1. O preo da venda deve ser depositado pelo adquirente no prazo de 30 (trinta) dias
aps o auto.
2. O Estado e demais entes pblicos no esto sujeitos obrigao do depsito do preo
enquanto tal no for necessrio para o pagamento de credores mais graduados no
processo de reclamao de crditos.
3. Pago integralmente o preo e os impostos de transmisso eventualmente devidos, o
bem adjudicado ao proponente.
Artigo 52.
(Consequncias da falta de pagamento do preo)
1. Caso o preo no seja depositado nos 30 (trinta) dias posteriores realizao da venda, o processo de execuo fiscal prossegue com a penhora de bens do proponente ou
preferente suficientes para o pagamento da dvida exequenda e acrescido.
2. Caso o proponente no disponha de bens suficientes para o pagamento da dvida
exequenda e acrescido, fica a venda sem efeito, sem prejuzo das sanes aplicveis
nos termos do Cdigo de Processo Civil.
Artigo 53.
(Insuficincia da importncia arrecadada na venda)
1. Sempre que a importncia arrecadada na venda no seja suficiente para o pagamento
da dvida exequenda e acrescido, o processo continua os seus termos para penhora
de novos bens ou, se o patrimnio do devedor e responsveis solidrios j tiver sido
executados, reverte contra os responsveis subsidirios.
2. Os montantes arrecadados so sucessivamente aplicados nas custas do processo, no capital da dvida, comeando-se pela amortizao da dvida mais antiga e no pagamento dos
juros de mora.
3. Os juros de mora so devidos relativamente parte que for paga at ao ms, inclusive,
em que se realizou a venda dos bens e, se a penhora tiver sido de dinheiro, at ao ms
em que esta se efectuou.
Artigo 54.
(nus ou encargos)
1. Os bens so sempre vendidos livres de nus ou encargos, caducando todos os que
incidem sobre o bem vendido aquando da celebrao da venda.
2. Cabe obrigatoriamente Repartio Fiscal da execuo, nos 15 (quinze) dias subsequentes realizao da venda, promover o cancelamento dos registos que tiverem caducado
com a realizao da venda, salvo quando o adquirente o j tenha feito.
127
CAPTULO VI
Aces Especiais
Artigo 55.
(Aco subordinada de anulao da venda)
1. O prazo de anulao da venda no processo de execuo de:
a) Um ano, no caso de a anulao da venda se fundar na existncia de nus que no tenha
sido tomado em considerao ou haja caducado, que exceda os limites normais inerentes
aos direitos da mesma categoria, bem como erro sobre o objecto transmitido ou sobre as
suas qualidades por comparao com o que foi anunciado;
b) 30 (trinta) dias nos restantes casos previstos no Cdigo do Processo Civil.
2. O fundamento da anulabilidade previsto na alnea b) do nmero anterior abrange toda
e qualquer causa de nulidade da venda, incluindo os seus actos preparatrios, cuja procedncia apenas seja declarada em agravo da deciso deduzido anteriormente venda,
mas decidido apenas posteriormente.
3. O prazo conta-se da data da venda ou daquela em que o requerente tome conhecimento do facto que servir de fundamento da anulao, cabendo-lhe provar a data
desse conhecimento.
4. A declarao de ineficcia da venda com o fundamento da coisa vendida no pertencer
ao executado, sem prejuzo do usucapio, no est sujeita a prazo.
Artigo 56.
(Efeitos de anulao da venda)
Em caso de anulao ou declarao de ineficcia da venda, o adquirente tem direito
restituio pelo exequente do preo e das demais despesas com a venda, incluindo dos
impostos sobre a transmisso que sobre ela recaram, salvo se, no momento da venda,
estiver registada aco de propriedade da coisa vendida intentada pelo proprietrio com
o fundamento desta no pertencer ao executado.
Artigo 57.
(Verificao e graduao de crditos)
1. Os credores com garantia real podem reclamar junto da Repartio Fiscal da execuo
os respectivos crditos nos 30 (trinta) dias posteriores citao pessoal ou, no caso de
no terem sido pessoalmente citados, at realizao da penhora.
2. O disposto no nmero anterior no prejudica o direito de os credores que no tiverem
sido pessoalmente citados at realizao da penhora demandarem o exequente com
fundamento nos danos sofridos.
3. Os credores ausentes ou desconhecidos podem reclamar os crditos at 15 (quinze)
dias antes da realizao da penhora.
4. O crdito do exequente no tem de ser reclamado.
128
CAPTULO VI
Extino da Instncia
Artigo 58.
(Extino da execuo)
1. O processo de execuo fiscal extingue-se, conforme os casos, por:
a) Pagamento da dvida exequenda;
b) Anulao da liquidao ou declarao de nulidade ou inexistncia da dvida exequenda;
c) Anulao total do processado, em virtude de nulidade insanvel;
d) Procedncia da oposio, salvo quando o seu fundamento for mera causa de suspenso
da execuo;
e) Declarao de prescrio da dvida exequenda;
f) Declarao em falhas, sem prejuzo da possibilidade da sua renovao nos termos
do presente diploma.
2. Nas execues por multas, o processo de execuo fiscal extingue-se igualmente por:
a) Morte do infractor;
b) Dissoluo da pessoa colectiva, sem prejuzo dos casos de responsabilidade extracontratual dos administradores ou gerentes por culpa na falta de pagamento das multas
aplicadas pessoa colectiva;
c) Amnistia;
d) Anulao da deciso condenatria;
e) Prescrio da multa.
Artigo 59.
(Declarao em falhas)
1. declarada em falhas a dvida exequenda quando em auto de diligncia se verifique:
a) Inexistirem bens penhorveis do executado, seus sucessores, responsveis solidrios
ou subsidirios ou garantes pessoais, quando existam;
b) Ser desconhecido o executado e, no caso de tributos sobre a propriedade imobiliria,
no ser possvel identificar o prdio;
c) Estar o devedor do crdito penhorado ausente em parte incerta e no dispor o
executado de outros bens penhorveis.
2. A declarao em falhas pode ser parcial, caso o produto da venda dos bens penhorados
ao executado se mostre insuficiente para o pagamento da dvida exequenda e acrescido.
Artigo 60.
(Renovao da execuo declarada em falhas)
Logo que haja conhecimento de novos bens do executado, seus sucessores, responsveis solidrios ou subsidirios e garantes pessoais, salvo se j tiver decorrido o prazo
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TTULO III
Reclamaes e Recursos
CAPTULO I
Reclamaes
Artigo 61.
(Reclamaes)
Os actos praticados pela Repartio Fiscal que no sejam de mero expediente ou no sejam
efectuados no exerccio de poderes discricionrios so susceptveis de reclamao, a deduzir
pelo executado ou por terceiros directa e efectivamente prejudicados, no prazo de 10 (dez)
dias aps a notificao ou efectivo conhecimento da deciso pelos reclamantes junto da Sala
do Contencioso Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Provincial competente.
Artigo 62.
(Apresentao de reclamao)
A reclamao deve conter fundamentos e concluses e ser apresentada na Repartio
Fiscal reclamada que, no prazo de 10 (dez) dias, caso entenda no deferir a reclamao,
remete o processo para o Tribunal, juntamente com a posio processual do exequente.
Artigo 63.
(Efeito suspensivo)
1. Sem prejuzo das sanes aplicveis litigncia de m-f, a reclamao suspende a
execuo quando o reclamante invoque causa legal de suspenso da execuo fiscal.
2. Nos restantes casos, a reclamao apenas apreciada, quando, aps a realizao da
totalidade das diligncias do processo, este for remetido a final a Tribunal.
CAPTULO II
Recursos
Artigo 64.
(mbito do recurso ordinrio)
1. So susceptveis de recurso ordinrio para a Cmara do Cvel e Administrativo do Tribunal Supremo a interpor, processar e julgar, no que no estiver previsto no presente
diploma, nos termos do recurso de agravo em processo civil, as seguintes decises da
Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Provincial sobre:
130
131
Artigo 68.
(Subida do recurso)
1. Apenas sobem imediatamente as decises que conheam do mrito da causa, entendendo-se como tais as que recaiam sobre as aces, incidentes ou reclamaes
que, no conhecendo do mrito da causa, ponham termo ao processo, declarem
o Tribunal absolutamente incompetente ou conheam de qualquer impedimento
oposto pelos participantes processuais nos termos da legislao processual civil
aplicvel.
2. Sobem tambm imediatamente os recursos dos actos interlocutrios cuja reteno os
tornasse absolutamente inteis.
3. Os recursos dos actos interlocutrios que no devam subir imediatamente sobem apenas
com o recurso da deciso que puser termo ao processo, ficando sem efeito se da deciso
que puser termo ao processo no houver recurso.
4. O recurso sobe ao Tribunal recorrido mediante simples despacho do juiz, que, se
entender, pode sustentar a deciso recorrida.
TTULO IV
Disposies Finais
Artigo 69.
(Medidas punitivas adicionais)
1. A Administrao Tributria pode divulgar, tendo em conta o interesse pblico da preveno da evaso fiscal e com respeito pela legislao aplicvel proteco de dados pessoais,
a lista dos devedores cuja situao tributria no estiver regularizada.
2. A publicao s pode ser efectuada sempre que o devedor reclamar ou impugnar a
dvida exequenda ou o acto administrativo de que a sua liquidao dependa, ou se
opuser execuo fiscal, quando, aps o termo do respectivo prazo legal, o executado
no tiver prestado garantia, nem obtido a sua dispensa.
3. A lista dos devedores ordenada hierarquizadamente em funo do montante da dvida.
4. O contribuinte visado em processo de execuo fiscal no suspenso fica ainda sujeito
s seguintes medidas:
a) Proibio do acesso a concursos pblicos e concesso de servios pblicos;
b) Reteno pelo Estado de pagamentos do preo devidos por servios prestados por
esses contribuintes;
c) Reteno dos financiamentos de mdio e longo prazos que no sejam destinados
aquisio de habitao prpria e permanente.
132
Artigo 70.
(Organizao das reparties)
Compete ao Director Nacional dos Impostos determinar, em funo dos recursos disponveis
e das necessidades identificadas, a organizao das Reparties Fiscais para a prtica de
actos materiais de penhora, bem como a possvel criao de rgos centrais de cobrana
coerciva que abarquem a jurisdio de uma ou vrias Reparties Fiscais.
Artigo 71.
(Acompanhamento peridico da actividade das reparties)
O rgo auxiliar do Titular do Poder Executivo responsvel pela reforma tributria promove
uma avaliao da execuo e eficcia das medidas previstas neste diploma seis meses aps
a sua entrada em vigor.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo Dos Santos.
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Procedimento e
Processo Tributrio
Medidas
Excepcionais
de Controlo
de Contribuintes
em Circunstncia
de Irregularidade
Reiterada
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136
137
FISCAL
ANGOLA
Impostos sobre o
Rendimento
Impostos sobre
o Rendimento
Cdigo do
Imposto sobre os
Rendimentos do
Trabalho
139
LEI N. 10/99
DE 29 DE OUTUBRO
(Alterado por Lei n. 8/11, de 16 de Fevereiro)
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143
Artigo 5.
O imposto devido pelas pessoas singulares, quer residam, quer no, em territrio nacional,
cujos rendimentos sejam obtidos por servios prestados ao Pas.
Artigo 6.
Considera-se sempre obtido no Pas o rendimento derivado da:
a) Actividade dos tripulantes de navios ou aeronaves pertencentes a empresas que neste
territrio tenham residncia, sede, direco efectiva ou estabelecimento estvel;
b) Actividade dos membros dos corpos gerentes, conselhos fiscais, mesas de assembleias
gerais ou de outros rgos de sociedades que nele tenham a sua sede, direco efectiva
ou estabelecimento estvel.
CAPTULO II
(Isenes)
Artigo 7.
1. Esto isentos de Imposto Sobre os Rendimentos do Trabalho:
a) Os agentes das misses diplomticas e consulares sempre que haja reciprocidade
de tratamento;
b) O pessoal ao servio de organizaes internacionais, nos termos estabelecidos em
acordos ratificados pelo rgo competente do Estado;
c) O pessoal ao servio das organizaes no governamentais ou similares nos termos
estabelecidos nos acordos com entidades nacionais, com anuncia prvia do Ministro
das Finanas;
d) Os deficientes fsicos e mutilados de guerra, cujo grau de invalidez ou incapacidade
seja igual ou superior a 50%, comprovada por entidade competente;
e) Os cidados nacionais com idade superior a 60 anos pelos rendimentos do trabalho
percebidos por conta de outrem;
f) Os cidados nacionais portadores de deficincias motoras congnitas.
2. As isenes previstas neste artigo respeitam exclusivamente aos rendimentos derivados
do exerccio das actividades enunciadas.
Artigo 8.
1. Ficam isentos de imposto os cidados cuja remunerao mensal seja de quantitativo
igual ou inferior ao valor mnimo a isentar constante da tabela do Imposto sobre o
Rendimento do Trabalho em vigor.
2. Os cidados que estejam a cumprir servio militar nos rgos de Defesa e Ordem
Interna, esto igualmente isentos do pagamento deste imposto.
144
CAPTULO III
(Determinao da Matria Colectvel)
Artigo 9.
1. Os contribuintes que exeram actividade por conta prpria, apresentam, durante o ms de
Janeiro de cada ano, uma declarao, conforme o modelo 1, de todas as remuneraes ou
rendimentos por eles recebidos ou postos sua disposio no ano antecedente.
2. A declarao entregue na Repartio de Finanas do domiclio do contribuinte. No
tendo a domiclio mas apenas escritrios, consultrios ou estabelecimentos, a declarao
entregue na repartio da respectiva rea.
3. No caso de falecimento do contribuinte, a declarao incumbe aos sucessores.
Artigo 10.
1. No apuramento do rendimento colectvel dos contribuintes constantes da lista anexa
no exerccio da sua actividade, so deduzidos s receitas os seguintes encargos:
a) Renda da instalao;
b) Remunerao do pessoal permanente no superior a trs;
c) Consumo de gua e energia elctrica;
d) Telefone;
e) Seguros com o exerccio da actividade;
f) Trabalhos laboratoriais efectuados em estabelecimentos diferenciados dos que estejam
afectados ao exerccio da actividade profissional do contribuinte;
g) Outras despesas indispensveis formao do rendimento, includas as verbas
para reintegrao das instalaes.
2. considerado como despesa, para aplicao do nmero anterior, 30% do rendimento
bruto do contribuinte ou montante que prove ter pago, desde que no possua contabilidade organizada e tenha livro de registo de compra e venda e servios prestados,
visado pela Repartio Fiscal competente.
Artigo 11.
A determinao do rendimento colectvel das actividades exercidas por conta prpria,
far-se-:
a) Com base na contabilidade ou registos contabilsticos do sujeito passivo;
b) Com base nos elementos disponveis no livro de registo de compra e venda e servios
prestados, ou com base nos dados de que a administrao fiscal disponha.
145
Artigo 12.
1. A administrao fiscal pode rever e corrigir o valor dos rendimentos declarados pelo
contribuinte sempre que, em face de elementos oferecidos pela fiscalizao, ou de
quaisquer outros meios de que se disponha, neles reconhea faltas, insuficincias ou
inexactides.
2. Na falta das declaraes, cumpre Repartio Fiscal determinar o rendimento colectvel
com base nos elementos disponveis.
Artigo 13.
1. Devem acrescer aos rendimentos, para efeitos da determinao da matria colectvel,
os valores pagos em espcie, alimentao e alojamento e quaisquer outros encargos
ou obrigaes suportadas pela entidade empregadora a favor do contribuinte, salvo
as limitaes impostas por lei.
2. As remuneraes em espcie so computadas pelo seu custo, determinado prioritariamente pelos elementos constantes dos registos em poder da entidade patronal ou
do beneficirio.
Artigo 14.
Da fixao da matria colectvel prevista no n. 2 do artigo 13. podem os contribuintes
reclamar na forma prevista no Cdigo Geral Tributrio.
CAPTULO IV
(Taxas)
Artigo 15.
1. Sobre os rendimentos mensais dos contribuintes a que se refere a alnea a) do n. 1 do
artigo 3., aplicar-se-o as taxas constantes na tabela do Imposto sobre os Rendimentos
do Trabalho em vigor.
2. Sobre os rendimentos auferidos pelo exerccio de actividades por conta prpria, aplicar-se- a taxa nica de 15%.
3. No caso previsto no artigo 23., aplicar-se- igualmente a taxa nica de 15%.
4. Sobre os rendimentos referidos na alnea b) do n. 3 do artigo 1., aplicar-se- a taxa
de 20%.
146
CAPTULO V
(Liquidao)
Artigo 16.
1. As entidades a quem competir o pagamento ou entrega dos rendimentos ou remuneraes
referidas no artigo 1., devem deduzir-lhes, na altura da sua atribuio ou pagamento aos
trabalhadores abrangidos pela alnea a) do n. 1 do artigo 3., a importncia que resultar
da aplicao das taxas referidas no n. 1 do artigo 15., quando:
a) A remunerao mensal ajustada, depois de deduzidos os encargos para a segurana
social, exceda o limite mnimo a isentar, constante da tabela em vigor;
b) Essa remunerao, adicionada de qualquer outro rendimento atribudo ou pago,
durante o ms ao trabalhador, ultrapasse aquele limite;
c) No havendo remunerao mensal ajustada ao trabalhador sejam atribudos ou
pagos rendimentos que excedam o referido limite.
2. Tratando-se de contribuintes por conta prpria os descontos referidos no nmero anterior so feitos na altura da atribuio da remunerao, se esta for da responsabilidade de
pessoas colectivas de direito pblico ou privado, calculados sobre 70% da remunerao.
Artigo 17.
1. As entidades que contratarem artistas de teatro, bailado, cinema, variedades, rdio, televiso ou circo, desportistas, msicos ou cantores, bem como conferencistas, cientistas
ou tcnicos e outros, nacionais ou estrangeiros, domiciliados ou no no Pas, deduzem
s remuneraes que lhes atriburem ou pagarem por espectculo ou conferncia, a importncia do imposto correspondente aplicao da taxa prevista no n. 2 do artigo 15.
2. Tratando-se de trabalhadores que actuem integrados em agrupamentos e contratados
em conjunto, devem os responsveis pelos agrupamentos fornecer s pessoas que os
contratarem os elementos relativos decomposio das remuneraes auferidas por
cada componente, procedendo-se para cada um como estipulado no nmero anterior.
Artigo 18.
Para efeitos de entrega do Imposto Sobre os Rendimentos do Trabalho devem os salrios
ser processados por todas as entidades pblicas ou privadas e outras, em folhas de remunerao, sempre que se trate de mais de trs trabalhadores, nela incluindo os isentos.
Artigo 19.
1. As importncias do imposto liquidado, nos termos do n. 1 do artigo 17., so entregues nas agncias bancrias autorizadas, por meio do Documento de Arrecadao de
Receitas, (DAR) at ao ltimo dia de cada ms, relativos aos impostos retidos no ms
anterior atravs da declarao Modelo D (Documento de Liquidao de Impostos).
147
148
CAPTULO VI
(Cobrana)
Artigo 25.
1. A responsabilidade do pagamento do imposto cabe:
a) s entidades a quem incumbe as dedues previstas no artigo 16., at ao limite
das importncias que deviam ter sido deduzidas;
b) Aos prprios contribuintes, tratando-se de trabalhadores por conta prpria.
2. As pessoas sujeitas a imposto so subsidiariamente responsveis pelo pagamento da
diferena entre o que tenha sido deduzido e o que devesse t-lo feito.
Artigo 26.
1. O imposto ou o saldo remanescente do imposto referente aos rendimentos mencionados
na alnea b) do n. 1 do artigo 3., pago no acto da apresentao da declarao.
2. Tratando-se de imposto calculado por fora das disposies do artigo 12., dever ser
pago no prazo de 15 dias aps a notificao, conjuntamente com os acrscimos legais,
se os houver, respeitando o direito do contribuinte, de poder apresentar reclamao
do valor fixado, na forma da lei.
Artigo 27.
1. Quando nas liquidaes efectuadas nos termos do artigo 16. tiverem sido praticados
erros de que possa resultar a entrega nos Cofres do Estado de imposto em importncia superior devida, o Chefe da Repartio, pode, a requerimento do interessado
autorizar a entidade patronal a proceder a respectiva compensao por deduo em
futuras entregas, a efectuar dentro do mesmo ano econmico. Quando a compensao no possa ser efectuada no mesmo ano econmico, extrair-se- ttulo de anulao
para encontro nas entregas do imposto, relativas ao ano seguinte.
2. A correco prevista neste artigo, no pode ser feita quando j estiverem expirados os
prazos estabelecidos para a sua entrega.
Artigo 28.
1. Nos casos em que se verificar falta de liquidao do imposto ou em que este tenha sido
liquidado por importncia inferior devida, a entidade responsvel pela entrega podem,
espontaneamente, proceder s liquidaes adicionais que se mostrem necessrias, salvo
se antes houver sido iniciado exame escrita ou qualquer visita de fiscalizao ou se j
tiver decorrido o prazo para a entrega das relaes nominais a que se refere o artigo 31.
2. As liquidaes adicionais efectuadas nos termos deste artigo devem constar, devidamente discriminadas, da folha de remuneraes relativa ao ms em que tenham
lugar e sero sempre averbadas de forma a tornar conhecida a posio tributria do
contribuinte.
149
Artigo 29.
1. Havendo lugar liquidao adicional, a responsabilidade pelo pagamento do imposto
pertence s entidades a que se refere o n. 1 do artigo 16., sem prejuzo do direito de
regresso que possa caber-lhe e subsidiariamente, s pessoas sujeitas a imposto.
2. No caso da liquidao adicional decorrer de aco fiscal, o imposto dever ser entregue
no prazo de 15 dias aps a notificao.
CAPTULO VII
(Fiscalizao)
Artigo 30.
1. As entidades mencionadas no n. 1 do artigo 16., devem possuir registos de que
constem, quanto a cada um dos sujeitos passivos do imposto abrangidos pelas alneas
a) e b) do n. 1 do artigo 3., todas as remuneraes que lhes pagarem ou puseram
sua disposio, com indicao dos nomes completos e do domiclio dos beneficirios
e dos perodos a que tais remuneraes respeitam, os quais devem ser mantidos em
ordem de ser fiscalizados, pelo prazo de 5 anos.
2. Pelo mesmo prazo previsto no nmero anterior, devem ser conservados os documentos e
registos que sirvam de suporte s declaraes dos contribuintes que exeram actividades
por conta prpria.
3. Na escriturao dos registos no so permitidos atrasos superiores a 30 dias.
Artigo 31.
1. Os chefes, directores ou administradores dos servios pblicos, civis e militares, das
empresas estatais e bem assim de quaisquer outras entidades pblicas ou de sociedades
e associaes privadas, comunicam Repartio Fiscal da respectiva rea, durante o
ms de Janeiro, os factos de que tenham conhecimento atravs de elementos existentes
nas suas reparties, estabelecimentos ou organizaes e que hajam produzido ou sejam susceptveis de produzir rendimentos a pessoas que exeram quaisquer actividades
referidas na alnea b) do n. 1 do artigo 3.
2. Da comunicao devem constar os honorrios, preos ou remuneraes, quando conhecidos, assim como os nomes e residncias dos beneficirios.
Artigo 32.
1. Durante o ms de Fevereiro de cada ano, as entidades referidas no artigo 16., apresentam na Repartio Fiscal competente declarao em duplicado, conforme o modelo n. 2.
2. As declaraes so organizadas por reas fiscais e delas constam o nmero total dos
beneficirios, o montante global das remuneraes ou rendimentos pagos ou postos
disposio dos mesmos no ano anterior e as importncias deduzidas a ttulo de
imposto.
150
CAPTULO VIII
(Reclamaes e Recursos)
Artigo 36.
Sempre que a pessoa sujeita a imposto, na condio de contribuinte responsvel, discorde
da determinao da matria colectvel, da liquidao do imposto ou da aplicao de penalidades efectuadas pela administrao fiscal, pode apresentar reclamao administrativa,
na forma e nos prazos dos artigos 21. e 22. do Cdigo Geral Tributrio, ou impugnar
judicialmente junto dos rgos competentes.
151
CAPTULO IX
(Penalidades)
Artigo 37.
1. A falta ou inexactido das declaraes modelo n. 1 a que se refere o artigo 9., bem
como as omisses nelas praticadas, so punidas, com multa de 40 UCFs.
2. A falta de apresentao da declarao modelo n. 2, punida com multa de 40 UCFs
por cada nome que nela deveria estar relacionado, mas nunca inferior a 80 UCFs.
Artigo 38.
A omisso de contribuintes, ou a indicao por quantitativos inexactos das respectivas
remuneraes, nas relaes a que alude o artigo 32. e bem como a mesma infraco praticada nos registos a que se refere o n. 1 do artigo 30. ou a sua falta, so punidas com
multa de 40 UCFs por contribuinte omitido e o dobro do imposto em falta, no mnimo de
80 UCFs.
Artigo 39.
1. Os atrasos superiores a 30 dias na escriturao dos registos a que se refere o artigo 30.
so punidos com multa de 40 UCFs, pela primeira vez e 80 UCFs, pelas restantes.
2. Verificado o atraso, e independentemente do procedimento para a aplicao da multa,
a Repartio Fiscal manda notificar o transgressor para regularizar a sua escrita dentro
do prazo de 30 dias, com a cominao de que no o fazendo, ficar ainda sujeito a multa
de 100 a 200 UCFs.
Artigo 40.
No sendo arquivados, na forma e pelo tempo estabelecidos no artigo 30., as folhas
das remuneraes pagas e os registos, aplicar-se- sempre a multa de 100 a 200 UCFs.
Artigo 41.
Pela reteno e entrega do imposto liquidado nos termos do n. 1 do artigo 16. e
seguintes respondero, solidariamente entre si e com a entidade patronal, relativamente
as omisses, inexactides e outras infraces praticadas, os directores, administradores,
gerentes e demais pessoas referidas no artigo 68. do Cdigo Geral Tributrio.
Artigo 42.
No sendo feita a reteno prevista no n. 1 do artigo 16., ou tendo esta lugar por valores
inferiores ao imposto que se mostrar devido, aplicar-se- multa igual ao quantitativo do
imposto no liquidado, com o mnimo de 40 UCFs.
152
Artigo 43.
A falta de entrega nos cofres do Estado das receitas do imposto, ou a entrega de quantia
inferior descontada, punida com multa igual ao dobro do quantitativo do imposto
em falta, com o mnimo de 40 UCFs, sem prejuzo de procedimento criminal se houver
abuso de confiana.
Artigo 44.
As anulaes ou rectificaes da liquidao do imposto efectuadas sem observncia do
disposto no artigo 27. so equiparadas falta de entrega do imposto e so punidas nos
termos dos artigos antecedentes.
Artigo 45.
As multas constantes dos artigos anteriores so sempre reduzidas a metade quando o
cumprimento da obrigao fiscal se efectuar voluntariamente dentro dos 30 dias subsequentes quele em que devesse s-lo feito.
CAPTULO X
(Disposies Gerais)
Artigo 46.
Cumpre entidade empregadora a emisso de comprovantes relativos s remuneraes
pagas e s dedues efectuadas e entregues por conta do imposto, a simples rogo dos
interessados.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 24 de Junho de 1999.
O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto Antnio Vctor Francisco de Almeida.
Promulgada em 15 de Outubro de 1999.
Publique-se.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
153
154
155
Legislao
complementar
156
DESPACHO 3/12/1982
Atravs da Lei n. 12/81, de 23 de Novembro, foi aprovado o Cdigo do Imposto sobre os
Rendimentos do Trabalho, que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1982.
No obstante a existncia de alguns condicionalismos que ainda se verificam na implantao do sistema de cobrana e arrecadao do referido imposto, julga-se conveniente
impor nesse domnio novas regras no sentido de permitir a gradual execuo da Caixa
do Oramento Geral do Estado pelo Banco Nacional de Angola, orientao expressa pelo
1. Congresso Extraordinrio do nosso Partido.
Este novo sistema de arrecadao e cobrana do Imposto funcionar ainda como experincia que vir possibilitar a sua extenso a outros impostos.
Assim, de acordo com o estatudo no artigo 42. da Lei n. 12/81, de 23 de Novembro.
Nos termos do artigo 62. da Lei Constitucional, determino:
1. As instrues para a arrecadao do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho so
as publicadas em anexo ao presente despacho, fazendo dele parte integrante.
2. A partir do dia 1 de Janeiro de 1983, o Banco Nacional de Angola e as Delegaes
Municipais de Finanas das reas fiscais passaro a arrecadar o Imposto sobre os
Rendimentos do Trabalho nos termos das instrues referidas no nmero anterior.
Luanda, aos 3 de Dezembro de 1982.
O Ministro, Augusto Teixeira de Matos.
Instrues para a arrecadao do Imposto sobre os
Rendimentos do Trabalho a que se refere o ponto 1. do
despacho que antecede
1. Caso: Existindo Agncia do BNA e Tesouraria de Finanas
1 - Da conta Bancria
A - Abertura da Conta:
Nas sedes de Provncia, onde j funcionam Delegaes Municipais de Finanas e Agncias do Banco Nacional de Angola, deve ser aberta uma conta sob a designao Imposto Sobre os Rendimentos do Trabalho,
onde ser escriturada a receita desta provenincia, descontada nas folhas ou ttulos de salrios pagos por
intermdio da mesma Agncia.
B - Recebimento da Receita:
Para entrega do imposto devem os interessados aquando do levantamento dos salrios fazer acompanhar a
folha ou ttulo, elaborado em duplicado, de um talo de depsito relativo ao desconto para o Imposto sobre
os Rendimentos do Trabalho.
Verificada a conformidade dos elementos da folha ou ttulo e do talo de depsito, o Banco apor o carimbo de
pago ou qualquer outra forma de certificao em todos os documentos, destinando-se um exemplar da folha o
ttulo de salrios e do talo de depsito ao Banco, outro exemplar do talo de depsito Delegao Municipal
de Finanas e o restante ao depositante.
157
158
B - Recebimento da Receita:
Para entrega do imposto, devem os interessados aquando do levantamento dos salrios fazer acompanhar a
folha ou ttulo, elaborado em duplicado, de um talo de depsito relativo ao desconto para o Imposto Sobre
os Rendimentos do Trabalho.
Verificada a conformidade dos elementos da folha ou ttulo e do talo de depsito, o Banco apor o carimbo
de pago ou qualquer outra forma de certificao em todos os documentos, destinando-se um exemplar da
folha ou ttulo de salrios e do talo de depsito ao Banco, um exemplar do talo de depsito Delegao
Municipal de Finanas competente e o restante ao depositante.
C - Levantamento dos documentos pelas Delegaes Municipais:
Diariamente, a Delegao Municipal de Finanas atravs do trabalhador responsvel pelo Imposto ou outro
da sua inteira confiana, levantar no Banco os tales dos depsitos efectuados no dia anterior.
A entrega de documentos pelo Banco dever ser feita mediante protocolo ou sinopse.
D - Verificao dos lanamentos:
Para efeitos de controlo da receita, o trabalhador responsvel pelo levantamento dos tales de depsito do
Imposto dever trocar informao com o Banco sobre os totais da cobrana do dia anterior por forma a no
se prosseguir a escriturao sem esta conformidade.
E - Movimentao da receita para a conta Cofre Claviculrio da Recebedoria de Finanas de:
Quinzenalmente, a Agncia Bancria, aps a conferncia da receita arrecadada, transferir para a conta
Cofre Claviculrio da Recebedoria de Finanas de o total arrecadado, constituindo este procedimento
instruo de carcter permanente sem outro qualquer formalismo.
Por sua vez, Delegao Municipal de Finanas, competir debitar o recebedor de Finanas atravs de guia
modelo B, pelo movimento efectuado.
3. Caso: No existindo Agncia Bancria nem Tesouraria de Finanas
A - As receitas desta provenincia devero ser entregues pelas entidades patronais directamente na
Recebedoria de Finanas, mediante guia modelo B, por si devidamente elaborada e as correspondentes
folhas ou ttulos de salrios, processados em duplicado, nos quais o recebedor passar recibo e anotar a
data do pagamento, retendo o duplicado das folhas ou ttulos de salrios que sero enviados Agncia do
Banco Nacional de Angola da sede da Provncia.
B - A tramitao da guia modelo B deste Imposto obedecer aos termos regulamentares da receita eventual,
procedendo-se transferncia da receita assim arrecadada conjuntamente com os demais crditos e com
a periodicidade habitual.
159
25 000,00
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .
De
25 001,00
30 000,00
Isento
De
30 001,00
35 000,00
Parcela fixa
250,00
De
35 001,00
40 000,00
Parcela fixa
De
40 001,00
45 000,00
Parcela fixa
De
45 001,00
50 000,00
De
50 001,00
De
70 001,00
De
5%
sobre o excesso de
25 000,00
6%
sobre o excesso de
30 000,00
550,00
7%
sobre o excesso de
35 000,00
900,00
8%
sobre o excesso de
40 000,00
Parcela fixa
1 300,00
9%
sobre o excesso de
45 000,00
70 000,00
Parcela fixa
1 750,00
10%
sobre o excesso de
50 000,00
90 000,00
Parcela fixa
3 750,00
11%
sobre o excesso de
70 000,00
90 001,00
5 950,00
12%
sobre o excesso de
90 000,00
De
110 001,00
8 350,00
13%
sobre o excesso de
110 000,00
De
140 001,00
14%
sobre o excesso de
140 000,00
De
170 001,00
15%
sobre o excesso de
170 000,00
De
200 001,00
16%
sobre o excesso de
200 000,00
17%
sobre o excesso de
230 000,00
Impostos sobre
o Rendimento
Cdigo do Imposto
Industrial
161
1. O presente cdigo que, como todos os outros que com ele integram a reforma do
sistema de tributao do rendimento institudo em Angola em 1948, se pauta pelo
princpio da harmonizao fiscal dentro do espao portugus, tomando por base o
regime vigente na metrpole, decerto aquele em que se revela com maior nitidez
o elemento dominante deste novo regime, ou seja, a preocupao de atingir o mais
aproximadamente possvel o rendimento real dos contribuintes.
Se bem que o imposto extraordinrio para a defesa de Angola, em especial aps a reviso
a que foi sujeito atravs do Decreto n. 48 272, de 11 de Maro de 1968, haja acolhido j o
princpio da tributao do lucro real dos contribuintes que exercem actividades de natureza comercial ou industrial, seguindo muito de perto o regime da contribuio industrial
metropolitana, o seu carcter de imposto global e o seu relativamente restrito mbito de
incidncia pessoal, aliados ao facto de a sua liquidao estar centralizada na Direco dos
Servios de Fazenda, s em muito reduzida escala retiram ao presente cdigo carcter
profundamente inovador para a grande maioria dos contribuintes e para os prprios servios, pelas radicais diferenas existentes entre ele e o sistema actual.
2. O regime vigente, resultante da adaptao a Angola da reforma fiscal metropolitana de
1929, veio substituir o anterior sistema de taxas fixas em que assentava a contribuio
industrial da provncia por uma tributao incidente sobre rendimentos ilquidos presumveis, a qual, durante os dois decnios da sua vigncia, tem suscitado as maiores
objeces e controvrsias.
Embora a lei haja procurado definir um critrio orientador da determinao desse rendimento ilquido presumvel, tanto para o comrcio como para a indstria, nunca foi
possvel chegar a uma soluo uniforme e pacificamente aceite, acontecendo que, na
generalidade dos casos, os rendimentos fixados se situavam abaixo do quantitativo dos
encargos administrativos dos contribuintes e das rendas dos seus estabelecimentos, pois
que a aplicao rigorosa dos textos legais seria, a breve trecho, causa de irremedivel
aniquilamento das actividades comerciais e industriais da provncia.
Graas, porm, a uma prudente e sensata aplicao da reforma de 1948, que, se por um
lado, ter prejudicado o fisco, por outro contribuiu decisivamente para no impedir o
surto de desenvolvimento da provncia, assistiu-se, nos ltimos anos, instalao de novas indstrias e criao de empresas que, merc da sua dimenso, utilizam tcnicas
contabilsticas regulares e suficientemente uniformes, permitindo assim que o novo sistema tributrio dos lucros comerciais e industriais se apoie com segurana nos elementos
revelados por essa mesma contabilidade.
Por outro lado, numa fase da vida econmica marcada pela liberalizao do comrcio
internacional e interterritorial e pela integrao em grandes espaos, a tributao incidente sobre o rendimento real afigura-se a nica capaz de evitar que a capacidade
162
de concorrncia de cada pas ou de cada territrio venha a ser agravada nos perodos
de recesso, devido ao modo quase imediato por que nela se reflectem as variaes
conjunturais.
3. Quanto incidncia do imposto, industrial - nova designao que se atribui antiga
contribuio industrial, pelas mesmas razes j indicadas no prembulo do Cdigo do
Imposto Predial Urbano - so trs as principais alteraes introduzidas pelo presente
cdigo no regime vigente.
Refere-se a primeira transferncia para esta cdula, que se afigura a mais apropriada,
da tributao dos rendimentos provenientes da actividade piscatria e das exploraes
mineiras ou salineiras, pois se trata de verdadeiras actividades industriais.
Tratando-se de sociedades comerciais ou civis sob forma comercial com sede ou direco
efectiva na provncia, a matria colectvel abranger, alm dos rendimentos obtidos em
Angola, ainda uma tera parte dos lucros realizados no estrangeiro, pela considerao de
que da gesto global da empresa exercida na provncia depender em parte no dispicienda o xito da sua actividade no estrangeiro, parte que, no sendo possvel determinar caso
a caso, se afigurou poder fixar genericamente num tero dos lucros ali obtidos, seguindo
a soluo acolhida nos outros territrios nacionais cujo sistema de tributao do lucro
comercial ou industrial idntico ao do presente cdigo.
Pelo que respeita ainda s sociedades comerciais e civis sob forma comercial de maior
dimenso, e cuja tributao recair sobre os lucros efectivamente obtidos, determinados com base na sua contabilidade, entendeu-se que, sendo a sua finalidade prpria
a obteno de lucros, desde que exeram qualquer actividade de natureza comercial
ou industrial, pressuposto indefectvel da tributao nesta cdula, todo o resultado
da sua actividade, ainda que proveniente de prdios, exploraes agrcolas ou da aplicao de capitais, dever ser considerado como lucro e, como tal, sujeito a imposto
industrial, suprimindo-se depois as duplicaes tributrias da decorrentes deduzindo ao rendimento lquido os rendimentos daquelas provenincias ou, no caso de tal
no ser tecnicamente possvel, abatendo colecta do imposto industrial os impostos
parcelares que hajam recado sobre tais rendimentos.
4. Na definio do rendimento lquido dos contribuintes, que constitui matria colectvel do presente imposto, houve a preocupao de, aproveitando embora a vlida colaborao que pode ser prestada pela cincia econmica e pela contabilidade, chegar
formulao de uma noo autnoma, capaz de ajustar-se s necessidades e objectivos
do sistema fiscal.
No se esqueceu tambm, por outro lado, no ser aconselhvel nem possvel usar um mtodo uniforme na determinao da matria colectvel, pois a diversidade de condies de
exerccio da actividade e de dimenso das empresas justificam uma diversificao daqueles mtodos, necessariamente tanto mais perfeitos e complexos quanto maior e melhor
organizada se deva supor a unidade empresarial, e mais eficiente e segura a colaborao
que poder prestar na determinao correcta do lucro tributvel.
Da que se hajam repartido os contribuintes em trs grupos diferenciados pela dimenso
das empresas que neles cabem e, consequentemente, pelo grau de rigor com que poder
proceder-se ao apuramento do seu rendimento colectvel.
163
5. Assim, pelo que respeita s grandes empresas, a sua tributao recair sobre lucros
reais efectivos, apurados com base na contabilidade, a partir do saldo revelado pela
conta de ganhos e perdas, no qual so introduzidos os ajustamentos e correces que
se consideraram necessrios, ao mesmo tempo que se reduzem os encargos relevantes
aos que, dentro de limites tidos por razoveis, tenha sido indispensvel suportar para a
obteno dos rendimentos e para a manuteno da fonte produtora.
Por outro lado, a confiana que pode merecer ao fisco uma contabilidade correctamente
organizada torna tambm possvel admitir a solidariedade entre os diversos exerccios,
permitindo-se que as perdas de determinado ano venham a ser deduzidas dos lucros apurados de um, ou mais, dos trs anos posteriores, com o que se julga conseguir minorar
ou eliminar alguns dos inconvenientes resultantes da ciso artificialmente introduzida na
real continuidade da vida das empresas ou da irregularidade da produo dos prprios
rendimentos.
Dado que a tributao no grupo A pressupe uma contabilidade organizada em condies
de garantir um correcto apuramento do lucro efectivamente obtido, teria de limitar-se
este grupo aos contribuintes cuja natureza ou dimenso inquestionavelmente imponham
a manuteno de uma escrita em moldes capazes de servir os objectivos pretendidos pelo
legislador, permitindo-se, no entanto, que outros contribuintes que, para tal renam os
necessrios requisitos, solicitem a sua sujeio s normas reguladoras do apuramento do
lucro tributvel prprias do grupo A.
De igual modo, teriam de ser includos neste grupo os contribuintes que exeram a
sua actividade na provncia e noutros territrios nacionais ou estrangeiros, pois assim
o exigem as normas de incidncia que lhes dizem respeito.
6. Quanto s mdias empresas, que constituem o grupo B, o lucro a considerar na sua
tributao, se bem que real, no poder ser o efectivamente obtido, mas apenas o presumivelmente realizado, pois no possvel exigir-lhes o mesmo rigor na organizao
contabilstica que aos contribuintes do grupo A.
Note-se, contudo, que tanto num grupo como no outro se pretende tributar o mesmo
rendimento, s diferindo ambos entre si na forma de determinao desse rendimento
e na maior ou menor confiana que merecem os mtodos de apuramento dos lucros
dos contribuintes que neles cabem.
Assim, no s se no pretende que esta dualidade de sistemas de determinao do rendimento real venha a traduzir-se numa fonte de discriminaes contra os contribuintes
de qualquer dos grupos, por indevida benevolncia ou arbitrrio rigorismo quanto aos
contribuintes do grupo B, como se permite que estes optem pela sua passagem para o
grupo A desde que para tal renam s necessrias condies.
7. Pelo que respeita s empresas de muito pequena dimenso, s quais no , naturalmente,
possvel fazer quaisquer exigncias quanto a organizao contabilstica, o princpio da tributao do lucro real, ainda que apenas presumvel, apresentava-se de todo inaplicvel,
pelo que s entre duas vias podia optar-se: ou se adoptava um sistema de taxas fixas ou se
preferia instituir uma tributao baseada em rendimentos normais.
A primeira soluo, se poderia abonar-se com a tradio da provncia em matria de
contribuio industrial, conduziria situao aberrante de os pequenos contribuintes
164
deverem pagar imposto todos os anos, quer tivessem lucros quer registassem prejuzos,
enquanto os restantes s seriam tributados quando obtivessem rendimentos.
Optou-se, por isso, tal como na metrpole e em Moambique, por fazer incidir o imposto
do grupo C sobre os lucros que os contribuintes possam ter obtido, em condies normais
de produo e de mercado, os quais sero determinados por comisses constitudas nos
termos do artigo 20. do Cdigo Geral Tributrio, s devendo estes rendimentos ser revistos quando a comisso tenha razes para admitir que hajam aumentado ou diminudo
em mais de 25 por cento.
8. O regime vigente da contribuio industrial, porque no incidente sobre rendimentos
reais, no permitia obter elementos teis para a fixao da nova taxa do imposto.
De um inqurito por amostragem feito pela comparao, relativamente a uma centena
e meia de contribuintes dos trs bairros fiscais de Luanda, dos rendimentos tributveis
apurados para efeitos de contribuio industrial e de imposto extraordinrio para a
defesa de Angola, concluiu-se, todavia, haver uma diferena, para menos, de 27,5 por
cento da matria colectvel da primeira para a do segundo.
Tendo em conta que a tributao actual, incluindo adicionais, o selo de conhecimento
e o selo especial de licena, que por este diploma so abolidos, excede os 20 por cento,
bem como a convenincia de diferenciar a taxa do presente imposto da do imposto
predial urbano, entendeu-se dever fixar em 23 por cento a sua taxa.
Todavia, com o intuito de fomentar a expanso das actividades industriais de especial
interesse para o progresso econmico e social da provncia, admite-se a possibilidade
de a taxa do imposto industrial a pagar pelos contribuintes que exeram tais actividades
ser reduzida para 18 por cento, assim como, procurando contribuir para a ocupao e
povoamento no interior de Angola, se mantm os benefcios estabelecidos no Diploma
Legislativo n. 3703, de 28 de Janeiro de 1967.
De igual modo, tratando-se de organismos corporativos pareceu tambm razovel sujeitar os lucros que porventura obtenham a uma taxa consideravelmente mais baixa do que
a geral, no s por se tratar de entidades que prosseguem fins de interesse pblico, como
ainda por no ser possvel determinar com a preciso indispensvel o montante dos seus
encargos administrativos, do que resultar apresentar o seu rendimento colectvel uma
expresso muito superior ao real.
9. Incidindo o imposto, em regra, sobre rendimentos reais, a sua liquidao s poder
fazer-se no ano seguinte obteno do lucro tributvel e depois de encerradas as
contas dos contribuintes, pois s ento estaro eles em condies de declarar esses
rendimentos, do que resultar s em perodo j relativamente avanado do ano ser
possvel proceder cobrana.
Para obviar aos inconvenientes que de tal situao adviriam para o regular abastecimento
da tesouraria, prev-se que, a exemplo do imposto predial urbano, o imposto industrial
relativo aos grupos A e B seja objecto de liquidao provisria dentro do prprio ano a que
respeitem os rendimentos e de consequente cobrana antecipada, em prestaes, logo a
partir do incio do ano imediato.
Com idntica preocupao se determina igualmente a realizao de uma liquidao provisria, baseada nos lucros mnimos constantes da respectiva tabela, aos contribuintes
165
que iniciem a sua actividade, a qual, como as restantes, ser depois corrigida a partir dos
lucros oportunamente apurados.
Quanto aos contribuintes do grupo C, dado o pequeno volume da receita que deles advir
e a estabilidade da sua matria colectvel, cuja determinao se reveste de relativa simplicidade, a nica liquidao provisria a que ficaro sujeitos a respeitante ao incio da
actividade.
10. Na reviso de um imposto com a natureza e a estrutura do presente, no poderia esquecer-se a necessidade de o sistema fiscal ser elemento vlido e dinamizador da poltica de
desenvolvimento econmico em que a provncia se encontra empenhada, pelo que houve
a preocupao de delinear um quadro amplo de benefcios fiscais capazes de actuar como
motores decisivos do progresso de Angola.
De entre eles justificam referncia especial as medidas tendentes a estimular o reinvestimento dos lucros no distribudos ou a incentivar a descentralizao industrial; os benefcios atribudos aos estabelecimentos de ensino ou a proteco concedida a investigao
cientfica e racionalizao ou reorganizao e reestruturao das empresas; o tratamento fiscal favorvel previsto para as sociedades que, atravs da gesto de uma carteira de
ttulos, se propem conseguir maior coordenao e produtividade dos capitais; finalmente, os incentivos destinados a fomentar a criao de servios de carcter social, cultural ou
assistencial a favor do pessoal das empresas.
Nestes termos:
Ao abrigo da autorizao concedida pelo artigo 1. do Decreto n. 47965, de 26 de
Setembro de 1967;
Ouvido o Conselho Econmico e Social;
Usando da competncia atribuda pela alnea b) do artigo 135. da Constituio, o
Governador-Geral de Angola determina o seguinte:
Artigo 1.
aprovado o Cdigo do Imposto Industrial, que faz parte do presente diploma legislativo.
Artigo 2.
1. O cdigo comear a vigorar em toda a provncia no dia 1 de Janeiro de 1973.
2. Sem prejuzo do disposto no n. 1 do artigo 9. do Cdigo Geral Tributrio, as isenes permanentes de contribuio industrial previstas na legislao em vigor, e que
pelo cdigo no sejam mantidas, caducam a partir da sua entrada em vigor.
3. Sobre as colectas a cobrar nos termos do cdigo no incide o selo especial de licena.
Artigo 3.
1. O imposto industrial a liquidar em 1973 ter por base o lucro tributvel de 1972.
166
167
Artigo 8.
1. Os contribuintes podero proceder, a 31 de Dezembro de 1972, reavaliao dos seus
activos para efeito de actualizao de balanos.
2. S podem ser objecto de reavaliao os elementos do activo imobilizado corpreo que
estejam actualmente ao servio da empresa, embora se encontrem j completamente
reintegrados.
3. O Governador-Geral fixar, por portaria, as normas a observar na reavaliao, a qual
dever ser precedida de requerimento e sujeita a verificao por contabilistas qualificados.
4. A portaria a que se refere o nmero anterior fixar os coeficientes a tomar em conta
para atender desvalorizao da moeda.
Artigo 9.
O Governador-Geral fixar at 31 de Julho de 1972:
a) As taxas de reintegrao e amortizao para efeitos de imposto industrial;
b) As taxas e limites das provises a que se refere o n. 2 do artigo 36. do cdigo;
c) A tabela de lucros mnimos prevista no artigo 76. do cdigo;
d) Os investimentos a que se aplica o benefcio previsto no artigo 47. do cdigo;
e) As actividades que beneficiaro da reduo da taxa prevista no n. 3 do artigo 72. do
cdigo;
f) As condies para a inscrio dos tcnicos de contas responsveis a que alude o artigo
56. do cdigo;
g) As normas a observar na reavaliao de elementos do activo imobilizado corpreo
referidas no artigo 8. deste diploma.
Artigo 10.
As infraces ao disposto no artigo 4. do presente diploma sero punidas com a multa
prevista no artigo 110. do cdigo e as infraces ao preceituado no artigo 5. com multa
at 1000$.
Artigo 11.
As modificaes que de futuro se fizerem sobre matria contida no cdigo sero consideradas como fazendo parte dele e inseridas no lugar prprio, devendo ser sempre
efectuadas por meio de substituio dos artigos alterados, supresso dos artigos inteis
ou pelo adicionamento dos que forem necessrios.
168
Artigo 12.
1. O Governador-Geral poder por meio de despacho publicado no Boletim Oficial, e
ouvido o Conselho Econmico e Social, elevar at mais 2 por cento as taxas referidas
no artigo 72. do cdigo, quando no decurso do ano se certifique que, no conjunto dos
impostos sobre o rendimento, o seu lanamento venha a ter uma produtividade que
ponha em risco a realizao da correspondente previso oramental.
2. A cobrana da diferena que ao abrigo do nmero anterior venha a ser liquidada adicionalmente, ser feita, de uma s vez, no ms de Outubro.
Artigo 13.
O Governador-Geral poder, por meio de despacho, alterar os modelos dos impressos
que fazem parte do cdigo, competindo Direco Provincial dos Servios da Fazenda
e Contabilidade mandar adoptar os mais que se tornem necessrios execuo interna
dos servios de que trata o mesmo cdigo.
Artigo 14.
O Governador-Geral poder determinar, por despacho publicado no Boletim Oficial, as
alteraes processuais exigidas pela realizao mecanogrfica de quaisquer operaes
previstas no cdigo.
Artigo 15.
Por infraces ao disposto no cdigo, cometidas durante o corrente ano, s podero ser
levantados autos de transgresso com prvia autorizao do Governador-Geral, que a
conceder unicamente quando julgue ter havido culpa grave.
Artigo 16.
A receita do presente imposto ser repartida na proporo seguinte:
Para o Estado
68,3
21,7
por cento
6,5
2,2
1,3
169
Artigo 2.
Ficam sujeitos a Imposto Industrial pelos lucros realizados no pas as pessoas singulares
ou colectivas, nacionais ou estrangeiras que exeram no pas as actividades referidas no
nmero anterior.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 3.
As pessoas singulares ou colectivas que tenham domiclio, sede, ou direco efectiva no
pas, sero tributadas em imposto industrial pela totalidade dos lucros obtidos quer no
pas, quer no estrangeiro.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 4.
As pessoas singulares ou colectivas que tenham domiclio, sede ou direco efectiva no
estrangeiro e estabelecimento estvel no pas, sero colectadas em imposto industrial:
a) Pelos lucros imputveis ao estabelecimento estvel aqui situado;
b) Pelos lucros imputveis s vendas, no pas, de mercadorias da mesma natureza das
vendidas pelo estabelecimento estvel, ou de natureza similar;
c) Pelos lucros imputveis a outras actividades comerciais exercidas no pas, da mesma
natureza das exercidas pelo estabelecimento estvel, ou de natureza similar.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
170
Artigo 5.
No imposto industrial haver trs grupos:
1. O grupo A, com tributao incidente nos lucros efectivamente obtidos pelos contribuintes, e determinados atravs da sua contabilidade.
2. O grupo B, com tributao sobre os lucros que presumivelmente os contribuintes
obtiveram.
3. O grupo C, com tributao baseada nos lucros que os contribuintes normalmente
podiam ter obtido.
Artigo 6.
So obrigatoriamente tributadas pelo grupo A:
a) As empresas estatais;
b) As sociedades annimas e em comandita por aces;
c) As demais sociedades comerciais e civis sob forma comercial, com capital superior a dez
milhes de Novos Kwanzas;
d) As instituies de crdito, casas de cmbio e sociedades de seguros;
e) Os contribuintes que estiverem nas condies previstas nos artigos 3. e 4.;
f) Os contribuintes cujo volume de negcios seja, na mdia dos ltimos trs anos, superior
a vinte milhes de Novos Kwanzas.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 7.
1. Podero optar pela sua incluso no grupo A quaisquer contribuintes desde que
mencionem a sua pretenso at ao dia 31 de Janeiro do ano a que o imposto industrial respeite, mediante a alterao no Registo Geral do Contribuinte e apresente a
declarao a que se refere o artigo 48.
2. Os contribuintes que tiverem optado pela sua incluso no grupo A s decorridos trs
anos podero requerer o seu regresso ao grupo B.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 8.
So tributados pelo grupo B os contribuintes no abrangidos nos grupos A e C, e bem
assim os que devam imposto somente pela prtica de alguma operao ou acto isolado
de natureza comercial ou industrial.
171
Artigo 9.
So tributados pelo grupo C os contribuintes que, sendo pessoas singulares preencham
cumulativamente as seguintes condies:
a) Exeram, por contra prpria, uma das actividades constantes da tabela referida no
artigo 63.;
b) Trabalhem sozinhos, ou sejam apenas auxiliados por familiares ou estranhos em nmero
no superior a trs;
c) No disponham de escrita, ou a tenham to rudimentar que no permita verificar o seu
movimento comercial ou industrial;
d) No utilizem mais de dois veculos automveis;
e) O volume anual de negcios no seja superior a trs milhes e quinhentos mil
Novos Kwanzas.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 10.
1. Quando houver lugar a mudana de grupo, as condies que a determinam devero
verificar-se no princpio do ano a que o imposto industrial respeite.
2. No prazo de oito dias a contar da fixao definitiva do rendimento tributvel do ltimo
ano, a repartio de Fazenda notificar da sua incluso no grupo A os contribuintes referidos na alnea g) do artigo 6. e no grupo B daqueles cujos rendimentos tributveis, para
efeitos de tributao pelo grupo C, sejam, na mdia dos ltimos trs anos, superiores a
180 contos mas no excedam 1000.
3. Se, posteriormente, em trs anos consecutivos, os rendimentos colectados pelo grupo A
ou B forem inferiores, respectivamente, a 1000 ou 180 contos, podero os contribuintes
mencionados no nmero anterior requerer a sua passagem para o grupo a que devam
pertencer segundo os artigos 8. e 9.
Artigo 11.
Sob proposta, devidamente fundamentada, do secretrio de Fazenda da repartio competente para a liquidao do imposto, a elaborar at 31 de Maio, com prvia audincia
dos interessados, o director de Fazenda poder, por simples despacho, determinar a
incluso nos grupos A ou B de quaisquer contribuintes do grupo C que para tal renam
as necessrias condies.
Artigo 12.
1. As actividades sujeitas a imposto industrial tero a designao que lhes competir na
Tabela de Lucros Mnimos. (Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
2. Sendo omissa qualquer actividade, aplicar-se-lhe- a designao correspondente
quela que mais se lhe assemelhe.
172
CAPTULO II
Isenes
Artigo 13.
1. Esto isentos de imposto industrial:
a) As cooperativas operrias de produo;
b) As cooperativas de construo, com estatutos aprovados na forma da legislao aplicvel, quando se limitem a construir prdios para os seus associados ou a emprestar-lhes
dinheiro para esse fim;
c) As cooperativas de consumo que negociem exclusivamente com os seus associados;
d) As cooperativas agrcolas ou pecurias que tenham como objectivo a compra de
materiais, gado ou equipamento para as exploraes agrcolas ou pecurias dos seus
associados ou a venda das produes destes, quer em natureza, quer depois de transformadas, bem como as que mantenham instalaes, equipamentos ou servios no
interesse comum dos scios;
e) As associaes de instruo, cultura, recreio, educao fsica ou desporto, com estatutos aprovados pela autoridade competente, relativamente explorao directa de
servios utilizados apenas pelos scios;
f) As sociedades que limitem a sua actividade simples administrao de prdios
prprios;
g) As companhias estrangeiras de navegao martima ou area, se, no pas da
sua nacionalidade, as companhias angolanas de igual objecto gozarem da mesma
prerrogativa;
h) Os rendimentos de natureza comercial ou industrial sujeitos ao regime tributrio
especial;
i) O Banco Nacional de Angola, nos termos do artigo 91. da Lei n. 4/91, de 20 de Abril.
2. Esto ainda isentos do imposto industrial os seguintes contribuintes:
a) As pessoas singulares ou colectivas que exeram exclusivamente a actividade agrcola, silvcola, ou pecuria, legalmente constitudas por um perodo at dez anos contados
desde a sua constituio ou registo;
b) Sem prejuzo do disposto na alnea anterior, as actividades agrcolas, silvcolas,
pecurias e de pesca cujo volume de vendas no ultrapasse KNz 3.500.000.00.
3. As isenes previstas na alnea a) do n. 2 deste artigo, sero reconhecidas pelo Director
Nacional de Impostos, a requerimento dos interessados que dela beneficiem directamente, devidamente comprovados e com parecer favorvel da Repartio Fiscal competente.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 14.
1. O Ministro das Finanas, com base em parecer da Direco Nacional de Impostos,
poder conceder iseno do imposto industrial:
173
a) Por um perodo de trs a cinco anos, contados da sua efectiva constituio, aos rendimentos derivados da instalao de novas indstrias no pas, bem como aos rendimentos
da actividade comercial ou industrial exercida em reas consideradas de interesse para o
desenvolvimento econmico;
b) totalidade ou parte dos lucros, quando se trate de actividades exercidas ocasionalmente com o fim de angariar meios para aplicao em realizaes de assistncia,
beneficncia ou outras de interesse social.
2. Consideram-se como estabelecimentos que exploram indstrias novas no pas:
a) Os estabelecimentos industriais que produzam bens ainda no fabricados no pas;
b) Os estabelecimentos industriais que produzam bens j fabricados no pas mas cuja
dimenso, volume de investimento, processos tecnolgicos, qualidade dos produtos,
valor das matrias-primas locais, utilizao de mo de obra em grande quantidade,
relativamente s unidade j existentes que exploram as mesmas indstrias, levem,
pelo notvel diferencial de interesse econmico, a considerar a indstria como nova,
devendo como tal ser declarada por despacho do Ministro do Plano.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 15.
(Revogado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 16.
(Revogado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 17.
(Revogado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 18.
(Revogado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 19.
(Revogado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 20.
Aos estabelecimentos de ensino edificados fora da capital da provncia, que disponham
de internato, ginsio, campos de jogos e balnerios, poder o Governador-Geral, nos
termos do artigo 25. do Decreto n. 34 627, de 25 de Maio de 1945, conceder iseno de
imposto industrial quanto aos rendimentos conexos com a actividade do ensino, como
sejam os provenientes do regime de internato ou de semi-internato, ou de fornecimento
de material escolar.
174
Artigo 21.
Beneficiam temporariamente de iseno de imposto industrial as empresas exploradoras
de estabelecimentos hoteleiros ou similares classificados de utilidade turstica, de harmonia
com as Leis n. 2073 e 2081, respectivamente de 23 de Dezembro de 1954 e 4 de Junho de
1956, aplicveis ao ultramar por fora da Portaria n. 17 673, de 14 de Abril de 1960.
CAPITULO III
Determinao da matria colectvel
SECO I
Do grupo A
Artigo 22.
1. A matria colectvel , em regra, determinada com base em declarao do contribuinte,
a ser apresentada anualmente, na forma do artigo 48., deste Cdigo, sem prejuzo do
controlo pela administrao fiscal.
2. Na falta de declarao, compete administrao fiscal quando for caso disso, a determinao da matria colectvel.
3. O lucro tributvel reportar-se- ao saldo revelado pela conta de resultados do exerccio
ou de ganhos e perdas, elaborada em obedincia a sos princpios de contabilidade,
e consistir na diferena entre todos os proveitos ou ganhos realizados no exerccio
anterior quele a que o ano fiscal respeitar e os custos ou perdas imputveis ao mesmo
exerccio, uns e outros eventualmente corrigidos nos termos deste Cdigo.
4. Os contribuintes organizaro a sua escrita de modo que os resultados das actividades
sujeitas ao regime geral do imposto industrial possam claramente distinguir-se dos
das restantes.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 23.
1. Consideram-se proveitos ou ganhos realizados no exerccio os provenientes de quaisquer
transaces ou operaes efectuadas pelos contribuintes em consequncia de uma aco
normal ou ocasional, bsica ou meramente acessria, e designadamente os derivados:
a) Da explorao bsica, tais como os resultantes da venda de quaisquer bens ou servios,
de bnus e abatimentos conseguidos, e de comisses e corretagens;
b) De exploraes complementares ou acessrias, incluindo as de carcter social e
assistencial;
c) De rendimentos de bens ou valores mantidos como reserva ou para fruio, salvo os
que provierem de quaisquer ttulos de dvida pblica metropolitana ou ultramarina;
175
d) De operaes de natureza financeira, tais como juros, dividendos e outras participaes em lucros de sociedades, descontos, gios, transferncias, oscilaes cambiais
e prmios de emisso de obrigaes;
e) De remuneraes auferidas pelo exerccio de cargos sociais noutras empresas;
f) De rendimentos da propriedade industrial ou outros anlogos;
g) Da prestao de servios de carcter cientfico ou tcnico.
2. Tambm so havidos como proveitos ou ganhos:
a) Os valores de construes, equipamentos, ou outros bens de investimentos produzidos
e utilizados na prpria empresa, na exacta medida em que os respectivos encargos sejam
considerados custos do exerccio;
b) As indemnizaes que, de algum modo, representem compensao dos proveitos
ou ganhos que deixaram de ser obtidos;
c) As mais-valias realizadas.
3. Consideram-se mais-valias, para efeitos deste imposto, os proveitos ou ganhos realizados,
mediante transmisso onerosa, qualquer que seja o ttulo por que se opere, em elementos
do activo imobilizado ou em bens ou valores mantidos como reserva ou para fruio.
4. A mais-valia dada pela diferena entre o valor de realizao e o valor de aquisio,
eventualmente corrigido.
5. O Governador-Geral fixar, por portaria, os coeficientes a tomar em conta para atender
desvalorizao da moeda.
6. No se consideram proveitos ou ganhos as rendas recebidas pelo exerccio de qualquer
actividade que sejam sujeitas a imposto predial urbano. (Aditado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 24.
Tratando-se de contribuintes individuais, os rendimentos referidos no artigo anterior
s so considerados como proveitos ou ganhos quando provenientes de bens ou valores
que faam parte do activo da respectiva empresa.
Artigo 25.
As pessoas singulares ou colectivas referidas no artigo 4. somente podero imputar os
custos ou perdas, mencionados no nmero anterior, realizados pelas suas representaes no pas.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 26.
1. Para a determinao do lucro tributvel das sociedades de seguros consideram-se
igualmente custos do exerccio as importncias destinadas constituio ou reforo
das reservas tcnicas que, nos termos da lei, sejam obrigadas a manter.
176
2. O lucro tributvel das agncias das sociedades de seguros com sede no estrangeiro ser
determinado aplicando receita total dos respectivos prmios de seguros directos e de
resseguros aceites a percentagem obtida pela relao percentual que existir em cada
exerccio entre a soma algbrica dos resultados lquidos das contas de ganhos e perdas
de todas as sociedades nacionais que exeram a actividade na provncia e a receita total
das mesmas sociedades em prmios de seguros directos e de resseguros aceites.
Artigo 27.
O lucro tributvel dos organismos corporativos determinar-se- tendo apenas em conta
os proveitos ou ganhos derivados de operaes de natureza comercial ou industrial e
os custos ou perdas imputveis a estas operaes, no compreendidos os encargos de
natureza administrativa.
Artigo 28.
Na determinao do lucro tributvel das empresas concessionrias da explorao
de minas que tenham domiclio ou sede no estrangeiro, haver-se-o como custos do
exerccio os impostos directos sobre o rendimento proveniente daquela explorao
nesta provncia, que provem ter pago no pas da sua nacionalidade.
Artigo 29.
So tidos como custos ou perdas do exerccio, at ao limite das taxas anuais que
se encontrarem fixadas, em tabela a publicar por portaria do Governador-Geral,
os encargos de reintegrao e amortizao dos elementos do activo imobilizado
sujeitos a deperecimento.
Artigo 30.
1. S podero considerar-se encargos de reintegrao ou de amortizao superiores aos
que resultem da aplicao das taxas referidas no artigo anterior nos casos seguintes:
a) Quando ocorra a hiptese prevista no n. 2 do artigo 34.;
b) Quando os elementos do activo imobilizado corpreo estejam sujeitos a desgaste
mais rpido do que o normal em consequncia de laborao de dois ou mais turnos
ou de outras causas devidamente justificadas;
c) Quando as reintegraes e amortizaes efectuadas resultem de disposies legais
ou de clusulas de contratos de concesso;
d) Quando tenham de considerar-se desvalorizaes excepcionais provenientes de
causas anormais, devidamente comprovadas.
2. Nos casos previstos nas alneas a) e d), dever o contribuinte, em exposio devidamente comprovada, solicitar autorizao Direco Provincial dos Servios de
Fazenda e Contabilidade.
177
178
2. Tratando-se de bens patrimoniais totalmente amortizados no perodo anterior ao da aplicao do citado decreto, as quotas mximas s sero consideradas se se comprovar que
foram observados os procedimentos previstos no n. 2 do artigo 4. conjugados com as
disposies previstas na alnea b) do n. 3 do artigo 5. do diploma legal citado.
3. Para efeitos de reintegrao no sero considerados os valores resultantes da reavaliao na parte em que se considerem excedidos os limites que tiverem sido legalmente
estabelecidos.
(Alterado por Lei n. 7/96, de 19 de Abril)
Artigo 33.
Os encargos com grandes reparaes e beneficiaes efectuadas em elementos do activo
imobilizado, entendendo-se como tais as que aumentem o valor real ou a durao provvel
de utilizao dos mesmos, sero reintegrados mediante a aplicao de taxas calculadas com
base no perodo de utilidade esperada dessas reparaes ou beneficiaes.
Artigo 34.
1. O clculo dos encargos de reintegrao e de amortizao far-se-, em regra, pelo mtodo
das quotas constantes.
2. Podero, todavia, utilizar-se outros mtodos, quando a natureza do deperecimento ou a
tradio contabilstica da empresa o justifiquem, e se a Direco Provincial dos Servios
de Fazenda e Contabilidade no se opuser ao critrio utilizado pelo contribuinte.
Artigo 35.
1. As reintegraes ou amortizaes que no tiverem sido contabilizadas como custos ou
perdas do exerccio a que respeitariam no podero ser deduzidas dos proveitos ou
ganhos de qualquer outro exerccio.
2. Consideram-se como respeitantes a cada exerccio as reintegraes ou amortizaes
que lhe caberiam se fossem calculadas com base em taxas iguais a metade das que
vierem a ser fixadas.
Artigo 36.
1. Apenas so de considerar como provises para efeito do disposto na alnea h) do
artigo 25.:
a) As que se destinarem a ocorrer a obrigaes e encargos derivados de processos
judiciais em curso por factos que determinariam a incluso daqueles entre os custos
ou perdas do exerccio;
b) As que visarem a constituio da reserva tcnica necessria cobertura dos encargos
das entidades patronais que no transfiram para outrem as responsabilidades emergentes de acidentes de trabalho e doenas profissionais, no podendo o montante anual
179
das provises exceder 80 por cento dos prmios que seriam devidos se o seguro fosse
efectuado em qualquer empresa seguradora nacional;
c) As que tiverem por fim a cobertura de crditos de cobrana duvidosa, calculadas em
funo da soma dos crditos resultantes da actividade normal da empresa existentes no
fim do exerccio;
d) As que se destinarem a cobrir as perdas de valor que sofrerem as existncias;
e) As que tiverem sido constitudas de harmonia com a disciplina imposta pela Inspeco
Provincial de Crdito e Seguros s empresas submetidas sua fiscalizao.
2. As taxas e os limites das provises a que se referem as alneas c) e d) sero fixadas em
portaria do Governador-Geral para cada ramo de comrcio ou indstria, ouvidos os
organismos representativos das actividades comerciais ou industriais da provncia.
3. As provises que no devam subsistir por no se terem verificado os eventos a que se
reportam, e bem assim as que forem utilizadas para fins diversos dos expressamente
previstos neste artigo, considerar-se-o proveitos ou ganhos do respectivo exerccio.
Artigo 37.
Os crditos incobrveis s so de considerar como custos ou perdas do exerccio na
medida em que tal resulte de processos de execuo, falncia ou insolvncia.
Artigo 38.
So custos ou perdas do exerccio os gastos suportados com assistncia mdica, cirrgica e hospitalizao e com a manuteno facultativa de creches, lactrios, cantinas,
bibliotecas e escolas, bem como outras realizaes de utilidade social, devidamente
reconhecida pela Direco Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade, em
benefcio do pessoal da empresa e seus familiares.
Artigo 39.
1. Os donativos concedidos pelos contribuintes sero tambm considerados como custos
ou perdas do exerccio para os efeitos do artigo 25., at ao limite de 2 por cento do
rendimento tributvel do ano anterior, nos seguintes termos:
a) Se a entidade beneficiria for uma instituio angolana de ensino ou de investigao cientfica, que, pelo Ministro das Finanas, ouvido o Ministrio que tutela a
actividade, seja considerada de interesse para o desenvolvimento econmico do pas,
ou, em particular para o aperfeioamento do pessoal, organizao, equipamento ou
processo de fabrico do contribuinte;
b) Se as entidades beneficirias forem museus, bibliotecas, escolas, institutos e
associaes de ensino ou de educao, de cultura, cientficas, literrias ou artsticas, e de caridade, assistncia ou beneficncia.
180
Artigo 40.
No se consideram custos ou perdas do exerccio:
a) As despesas de representao escrituradas a qualquer ttulo, e ainda que devidamente
documentadas, na parte em que a Direco Provincial dos Servios da Fazenda e Contabilidade as repute exageradas;
b) O imposto industrial e quaisquer outros encargos que a empresa no esteja legalmente
autorizada a suportar; (Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
c) As importncias de multas e demais encargos pela prtica de infraces fiscais, bem
como as indemnizaes pela verificao de eventos cujo risco seja segurvel;
d) Os juros intercalares pagos nos termos do 2. do artigo 192. do Cdigo Comercial.
Artigo 41.
1. Enquanto no forem fixadas pela Direco Provincial dos Servios de Fazenda e
Contabilidade regras prprias para cada ramo de actividade, os valores das existncias de materiais, produtos ou mercadorias a considerar nos proveitos e custos, ou a
ter em conta na determinao dos lucros ou perdas do exerccio sero os que resultarem da aplicao de critrios valorimtricos que, podendo ser objecto de contrle
inequvoco, estejam nas tradies da indstria e sejam geralmente reconhecidos
pela tcnica contabilstica como vlidos para exprimirem o resultado do exerccio,
e, alm disso:
a) Venham sendo uniformemente seguidos em sucessivos exerccios;
b) Utilizem preos de aquisio realmente praticados e documentados, ou preos
de reposio ou de venda constantes de elementos oficiais ou de outros considerados idneos.
2. O clculo dos valores a que se refere este artigo no poder assentar, sem autorizao
prvia da Direco Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade, em critrios
que utilizem custos-padres ou preconizem uma valorimetria especial para as existncias tidas por bsicas ou normais.
Artigo 42.
No so permitidas, para os efeitos do artigo anterior, quaisquer dedues aos custos
das existncias, a ttulo de depreciao, obsolescncia ou possveis perdas de valor
dos seus elementos, salvo nos casos devidamente justificados e aceites pela Direco
Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade.
181
Artigo 43.
1. Sempre que se verificar mudana de critrio valorimtrico, alm da sua fundamentao
no relatrio a que se refere a alnea f) do artigo 49., devero constar expressamente da
conta de resultados do exerccio ou de ganhos e perdas os montantes das valorizaes ou
desvalorizaes resultantes da alterao, acrescendo os das primeiras aos proveitos ou
lucros sem que os das ltimas se acrescentem aos custos ou perdas do exerccio, salvo
se a Direco Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade autorizar o contrrio.
2. No clculo dos resultados do exerccio ou dos exerccios seguintes, tomar-se-o como
custos das existncias a que este artigo se reporta os que acabaram por ser considerados
para os fins nele referidos.
Artigo 44.
No caso de liquidao das existncias em grande escala em virtude de mudana ou
alterao profunda do ramo de actividade, pode a Direco Provincial dos Servios de
Fazenda e Contabilidade, sobre exposio fundamentada do contribuinte, fixar o critrio de determinao dos resultados dessa liquidao, tendo em conta a manuteno do
capital normalmente aplicado na constituio das referidas existncias.
Artigo 45.
1. Para a determinao do lucro tributvel deduzir-se-o do lucro lquido apurado nos
termos dos artigos anteriores, e at concorrncia deste, as importncias seguintes:
a) Rendimentos de aces nominativas ou ao portador registadas, e de quotas ou partes
sociais de sociedades nacionais sujeitas a imposto industrial ou a qualquer dos impostos
especiais referidos na alnea p) do artigo 13., que sejam propriedade do contribuinte durante dois anos consecutivos, ou desde a fundao da empresa, se tiver ocorrido h menos
de dois anos, contando que, em qualquer dos casos, a participao no capital daquelas
sociedades no seja inferior a 25 por cento;
b) Dividendos e juros de ttulos nacionais em que tenham sido aplicadas as reservas
tcnicas das sociedades de seguros, ou que pertenam a sociedades cuja actividade
consista na mera gesto de uma carteira de ttulos, desde que estas tenham capital
superior a 50 000 contos;
c) Rendimentos sobre que haja sido liquidada, na metrpole ou noutras provncias
ultramarinas e por actividade a exercida, contribuio predial ou outro imposto
parcelar, ou rendimentos dessa actividade que ali estejam isentos de qualquer de
tais impostos.
2. A deduo estabelecida na alnea a) s aproveitar a sociedades comerciais ou civis
sob forma comercial.
3. As importncias a deduzir sero lquidas de impostos, quando devidos.
182
Artigo 46.
1. Os prejuzos verificados em determinado exerccio sero deduzidos aos lucros tributveis,
havendo-os, de um, ou mais, dos trs anos posteriores.
2. Os prejuzos sofridos em actividade que beneficie de iseno ou reduo de taxa do
imposto industrial no sero deduzidos dos lucros de outras actividades sujeitas ao
regime geral do mesmo imposto.
3. Os prejuzos verificados em actividades exercidas no estrangeiro s podero ser deduzidos dos lucros referidos no n. 2 do artigo 2. e na proporo a estabelecida.
4. Salvo nos casos de sucesso por morte, a deduo no aproveita ao contribuinte que
substituir, por qualquer ttulo, aquele que suportou o prejuzo.
Artigo 47.
1. Os lucros levados a reservas e que dentro dos trs seguintes tenham sido reinvestidos na
prpria empresa, em instalaes ou equipamentos novos, de interesse para o fomento
da economia provincial ou nacional, podero ser deduzidos dos lucros tributveis nos
trs anos imediatos ao da concluso do investimento, at concorrncia de metade ou
da totalidade do seu valor, consoante derivem da explorao normal ou da realizao de
mais-valias.
2. A deduo ser escalonada pelo perodo de trs anos referido no nmero anterior, mas
a parte que no pode deduzir-se num determinado ano, por insuficincia de matria colectvel, ser deduzida nos anos seguintes, desde que no ultrapasse o ltimo daqueles
exerccios.
3. Sero definidos pelo Governador-Geral, em portaria publicada no Boletim Oficial, os
investimentos abrangidos neste artigo, com indicao das percentagens a deduzir.
4. A deduo efectivar-se- mediante despacho do Governador-Geral sobre requerimento
da entidade interessada, precedendo exame escrita e ouvidos os servios provinciais
que superintendam na actividade.
5. O requerimento referido no nmero anterior ser apresentado na repartio de Fazenda
competente para a liquidao do imposto, no ms de Janeiro do ano seguinte ao da concluso do investimento, importando a sua entrega fora desse prazo a perda da deduo
relativa aos anos que tenham decorrido at ao fim daquele em que o requerimento tiver
sido apresentado.
6. Para efeitos do disposto neste artigo, a concluso do investimento referida data em
que as instalaes ou os novos equipamentos comecem a ser utilizados.
Artigo 48.
1. Os contribuintes do grupo A apresentaro anualmente, no ms de Maio, na Repartio Fiscal da rea onde tiverem a sua sede ou estabelecimento principal, uma declarao, em duplicado, modelo n. 1.
183
Artigo 49.
1. A declarao de que trata o artigo precedente ser acompanhada dos seguintes
documentos:
a) Relao dos representantes permanentes, administradores, gerentes e membros
do conselho fiscal;
b) Cpia da acta da reunio ou assembleia de aprovao de contas, ou documento
comprovativo dessa aprovao, quando legalmente deva ser feita por modo diverso;
c) Balanos de verificao (balancetes progressivos do Razo-Geral), antes e depois
dos lanamentos de rectificao ou regularizao e de apuramento dos resultados do
exerccio;
d) Mapa do balano final do exerccio, extrado dos livros competentes, com a indicao
das pessoas que o assinaram;
e) Mapas da conta de resultados do exerccio ou de ganhos e perdas e, sempre que
necessria ao esclarecimento dela, da conta ou contas de explorao;
f) Relatrio tcnico onde, com base em mapas discriminativos, sero comentados
sucintamente:
1. As reintegraes e amortizaes contabilizadas, com indicao do mtodo
utilizado, das taxas aplicadas e dos valores iniciais e actuais dos diversos elementos sobre que aquelas recaram;
2. As alteraes sofridas pelas existncias de todas as categorias e os critrios que
presidiram sua valorimetria;
3. As provises constitudas ou as alteraes nelas ocorridas;
4. Os crditos incobrveis verificados;
5. As mais-valias realizadas;
6. Os gastos gerais de administrao, com especial referncia s remuneraes, de
qualquer espcie, atribudas aos corpos gerentes, bem como a todas as despesas de
representao suportadas durante o exerccio;
7. As mudanas nos critrios de imputao de custo ou atribuies dos proveitos
s diferentes actividades ou estabelecimentos da empresa;
8. Quaisquer outros elementos reputados de interesse justa determinao do lucro
tributvel e ao esclarecimento do balano e da conta de resultados do exerccio ou de
ganhos e perdas, mormente se ela no contiver as contas necessrias a uma anlise
conveniente dos proveitos ou ganhos e dos custos ou perdas referidos nos artigos 23.
e seguintes.
g) Certido em que se indique a importncia dos rendimentos e dos impostos dedutveis nos termos dos artigos 45. e 81.
184
185
Artigo 54.
1. Os contribuintes devem organizar e conservar a sua escrita de modo a que se possa
apurar clara e inequivocamente e controlar o lucro tributvel, com inteira observncia
das disposies deste cdigo e nomeadamente do n. 2 do artigo 22. e dos n.os 2 e 3 do
artigo 46.
2. Poder o Governador-Geral, ouvidas a Direco Provincial dos Servios de Fazenda
e Contabilidade e a Inspeco Provincial de Fazenda e Contabilidade ou a Inspeco
Provincial de Crdito e Seguros, consoante o caso, tornar obrigatria, por portaria,
a existncia de determinados livros, documentos ou outros elementos de escrita e a
observncia de certas normas na sua arrumao.
Artigo 55.
1. A Direco Nacional de Impostos poder efectuar as correces que sejam necessrias
para a determinao da matria colectvel sempre que, em virtude das relaes especiais
entre o contribuinte e outra pessoa, sujeita ou no a imposto industrial, tenham sido estabelecidas condies diferentes das que seriam normalmente acordadas entre pessoas
independentes, conduzindo a que o lucro apurado com base na contabilidade seja diverso
do que o que se apuraria na ausncia dessas relaes.
186
Artigo 56.
1. S podem ser considerados contabilistas responsveis, para efeitos do artigo 53., os
que estiverem inscritos como tal na Entidade Representativa dos Contabilistas e dos
Peritos Contabilistas.
2. Os Contribuintes do Grupo A devem comunicar Direco Nacional de Impostos do
Ministrio das Finanas os elementos de identificao do seu contabilista responsvel,
dentro dos 30 dias que se seguirem respectiva contratao.
(Alterado por Lei n. 10/01, de 31 de Maio)
Artigo 57.
1. A verificao da correcta determinao da matria colectvel sujeita a imposto
industrial compete Repartio Fiscal da rea em que deva ser apresentada a
declarao modelo n. 1.
2. Na falta ou insuficincia das declaraes, proceder-se- a determinao do lucro
tributvel por presuno tendo por base todos os elementos de que a administrao
fiscal disponha e, designadamente, os seguintes:
a) Elementos de escrita do contribuinte;
b) Matria colectvel de anos anteriores;
c) Margens mdias de lucro bruto ou lquido sobre as vendas e prestao de servios
ou compras e fornecimentos de terceiros;
187
SECO II
Dos grupos B e C
Artigo 58.
1. Os contribuintes do grupo B devero apresentar anualmente, no ms de Abril, a declarao modelo 2, em duplicado, relativamente ao conjunto de actividades exercidas durante
o ano anterior.
2. O contribuinte do grupo B dever efectuar o apuramento da matria colectvel, na declarao de rendimentos apresentada repartio fiscal, na forma referida, no nmero
anterior, mediante a aplicao de 25% (vinte e cinco por cento) do valor das vendas e/
ou dos servios prestados. No sendo possvel identificar o valor das vendas e/ou dos
servios prestados, para o apuramento da matria colectvel, aplicar-se- 35% (trinta e
cinco por cento) do valor das compras ou dos custos dos servios prestados.
3. Verificando-se a cessao da actividade antes do termo do prazo estabelecido no nmero
anterior, a declarao ser apresentada conjuntamente com a exigida no artigo 61.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 59.
1. A declarao a que alude o artigo anterior ser apresentada na repartio da Fazenda
da rea fiscal onde o contribuinte tiver o estabelecimento principal ou sede consoante
se trate de pessoa singular ou colectiva.
2. Na falta de estabelecimento, a declarao ser apresentada na repartio de Fazenda
da rea fiscal em que o contribuinte tiver o seu domiclio.
3. Havendo estabelecimentos ou instalaes do mesmo contribuinte situados em reas fiscais
diferentes das da sede ou estabelecimento principal, a declarao de que trata o artigo 58.
dever totalizar o movimento obtido pelo contribuinte relativamente as actividades exercidas em todas as suas dependncias. (Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
188
Artigo 60.
Os que praticarem algum acto isolado de natureza comercial ou industrial devero tambm
apresentar, na repartio de Fazenda da rea fiscal onde tiverem domiclio, a declarao de
que trata o artigo 58., mencionando o lucro auferido no ano anterior.
Artigo 61.
1. No caso de cessao total do exerccio da actividade, devero os contribuintes do grupo
B apresentar, no prazo de trinta dias, a declarao modelo n. 2.
2. Sendo o contribuinte uma sociedade regularmente constituda, a cessao s ter lugar,
para efeito do disposto neste artigo, quando forem aprovadas as contas do liquidatrio ou
administrador.
3. Relativamente aos outros contribuintes, a cessao entender-se- verificada desde que:
a) Deixem de praticar habitualmente actos de natureza comercial ou industrial, se
no houver imveis afectos ao exerccio da actividade;
b) Termine a liquidao das existncias e a venda dos equipamentos, se os imveis
afectos ao exerccio da actividade pertencerem ao dono do estabelecimento;
c) Se extinga o direito do contribuinte ao uso e fruio do local ocupado, quando este
lhe no pertena, ou lhe seja dado outro destino;
d) Seja partilhada a herana indivisa de que o estabelecimento faa parte, mas sem
prejuzo do disposto nas alneas anteriores;
e) Se d a transferncia, a qualquer outro ttulo, da propriedade ou explorao do
estabelecimento.
4. Os contribuintes que exeram simultaneamente actividades isentas e actividades
no isentas deste imposto devero cumprir o preceituado no presente artigo quando cessarem totalmente o exerccio das actividades no isentas, entendendo-se que
essa cessao ocorrer, relativamente s mesmas actividades na data em que se
verifiquem os requisitos indicados no nmero anterior.
Artigo 62.
A declarao referida no artigo 58. ter como base a documentao a seguir especificada, a qual dever ficar em poder do contribuinte, disposio da fiscalizao, pelo
prazo legal estabelecido:
a) Livros de registo de compras, vendas e servios prestados a que se refere o artigo
105., se no tiver contabilidade regularmente organizada;
b) Cpia do balano e da conta resultados dos exerccio ou de ganhos e perdas assinados
por quem for responsvel pela sua organizao, se tiver contabilidade.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
189
Artigo 63.
1. Os contribuintes do grupo C apresentaro durante o ms de Janeiro do ano seguinte
quele em que tiverem iniciado a sua actividade a declarao modelo 4, em duplicado,
na Repartio Fiscal em que estiverem situados os seus estabelecimentos ou na do
seu domiclio, se no tiverem estabelecimento.
2. A matria colectiva dos contribuintes do grupo C ser a constante de tabela prpria, a
ser aprovada por Decreto executivo do Ministro das Finanas.
3. A tabela referida no nmero anterior dever ser periodicamente revista, no podendo
a sua vigncia, em caso algum, ser superior a cinco anos.
4. Sempre que se proceda reviso da tabela referida no n. 1 esta dever processar-se
at ao dia 31 de Outubro do ano anterior quele em que se dever cobrar o imposto.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 64.
1. Os contribuintes do grupo C tero tambm de apresentar, na repartio de Fazenda
referida no artigo, anterior, declarao modelo n. 4, em duplicado, no ms de Janeiro
do ano imediato quele em que ocorrer algum dos seguintes factos:
a) Mudana do estabelecimento ou do domiclio, na falta daquele;
b) Alterao da espcie das actividades exercidas, do nmero de pessoas ao servio da
explorao comercial ou industrial, ou do nmero de mquinas ou veculos e respectivas
espcies;
c) Aumento ou diminuio, superior a 20 por cento, da renda ou da taxa de ocupao,
ou da soma anual dos ordenados e salrios.
2. Tratando-se, porm, de actividades de exerccio peridico ou interpolado, a declarao
a que se refere este artigo dever ser renovada todos os anos.
Artigo 65.
1. Verificando-se a cessao total do exerccio da actividade em qualquer rea fiscal, os
contribuintes do grupo C devero apresentar a declarao modelo n. 4, nos trinta
dias imediatos.
2. Os contribuintes que, na mesma rea fiscal, exeram simultaneamente actividades
isentas e actividades no isentas deste imposto, devero cumprir o preceituado no
presente artigo quando cessem totalmente o exerccio das actividades no isentas.
Artigo 66.
Na falta de declarao ou de registos do contribuinte, cumpre Repartio Fiscal,
atravs da fiscalizao, levantar os elementos indispensveis determinao da matria
colectvel.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
190
Artigo 67.
(Revogado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 68.
A Direco Nacional de Impostos, periodicamente, realizar estudos para determinar os
resultados que, em condies normais de produo e de mercado, adviriam a cada um
dos contribuintes do grupo C para subsidiar a actualizao da tabela referida no n. 2,
do artigo 63.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 69.
(Revogado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 70.
No caso de cessao do exerccio da actividade, dever proceder-se ao apuramento
dos lucros tributveis no prazo de 15 dias, contados da apresentao das declaraes,
notificando-se em seguida os contribuintes das respectivas deliberaes.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 71.
1. As reclamaes para a comisso distrital prevista no artigo 21. do Cdigo Geral
Tributrio devero ser apresentadas nos prazos seguintes:
a) De 1 a 15 de Julho, tratando-se de contribuintes do grupo B;
b) De 11 a 25 de Fevereiro, relativamente aos contribuintes do grupo C;
c) Nos quinze dias imediatos notificao dos contribuintes, no caso referido no n. 2
do artigo anterior.
2. O presidente da comisso dever tomar as providncias necessrias para que a apreciao de todas as reclamaes e a sua devoluo s reparties de Fazenda respectivas se
faa no mais curto prazo, e, salvo nos casos de que tratam os artigos 61. e 65., nunca
alm de 15 de Agosto ou de 10 de Maro do ano em que sejam apresentadas, consoante
respeitem a contribuintes dos grupos B ou C.
CAPTULO IV
Taxas
Artigo 72.
1. A taxa do Imposto Industrial de 35%.
191
Artigo 73.
1. As empresas exploradoras de estabelecimentos hoteleiros ou similares, declarados de
utilidade turstica, beneficiam durante quinze anos, nos termos das Leis n.os 2073 e
2081, respectivamente, de 23 de Dezembro de 1954 e de 4 de Junho de 1956, aplicveis ao Ultramar por fora da Portaria n. 17 673, de 14 de Abril de 1960, da reduo
a metade da taxa estabelecida no n. 1 do artigo anterior.
2. O prazo ser contado do termo da iseno referida no artigo 21. ou do incio do primeiro
ano de explorao posterior declarao de utilidade turstica no caso de que trata o
artigo 4. da Lei n. 2081.
Artigo 74.
Sobre este imposto no recaem quaisquer adicionais nem o selo de conhecimento de
cobrana.
CAPTULO V
Liquidao
Artigo 75.
A liquidao do imposto industrial ser efectuada, tratando-se de contribuintes dos grupos
A e B, pelo prprio contribuinte na respectiva declarao, quando esta for apresentada ou
pela Repartio Fiscal em que deva ser apresentada a declarao, nos restantes casos.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 76.
1. O incio da actividade d lugar a imediata liquidao de imposto industrial com base
nos rendimentos fixados na tabela de lucros mnimos da relao geral das indstrias
e comrcios e em presena da declarao a que se refere o artigo 88.
192
193
Artigo 79.
1. A liquidao definitiva do imposto industrial, a efectivar-se nas respectivas declaraes
com base nos elementos que dela constam, dever efectuar-se dentro dos seguintes
prazos:
a) At 30 de Abril de cada ano, para os contribuintes do grupo B;
b) At 31 de Maio de cada ano, para os contribuintes do grupo A.
2. Sem prejuzo da liquidao a que deva proceder-se nos termos do nmero anterior,
deixar de efectuar-se a liquidao provisria a partir do momento em que, por parte
do contribuinte, cesse a prtica de actos de natureza comercial ou industrial.
3. No tendo havido liquidao provisria at o ltimo dia do ms que antecede ao da
entrega da declarao, o imposto ser totalmente liquidado quando da entrega da declarao, acrescidos dos juros compensatrios correspondentes, relativos ao imposto
no pago dentro do prazo legal.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 80.
A liquidao do imposto industrial, grupo C, dever efectuar-se at 28 de Fevereiro de cada
ano a que respeita o imposto, e ter por base a tabela a que alude o n. 2 do artigo 63.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 81.
1. colecta liquidada aos contribuintes do grupo A, e at concorrncia da respectiva
importncia, deduzir-se-:
a) O imposto sobre a aplicao de capitais que houver recado sobre rendimentos no
expressamente mencionados no artigo 45. pertencentes a sociedades comerciais ou
civis sob forma comercial;
194
Artigo 84.
1. As liquidaes do imposto industrial far-se-o nos verbetes manuais ou electrnicos
de lanamento, registando-se seguidamente o ndice dos verbetes e emitindo-se relao ou arquivo electrnico para a descarga dos documentos de cobrana.
2. Depois de concludo o lanamento do imposto industrial, efectuada a sua confirmao ou agravamento, devero ser extrados os respectivos avisos de lanamento, em
duplicado, destinando-se a 1. via a notificar o contribuinte e o duplicado para o controlo da Repartio Fiscal.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
CAPTULO VI
Cobrana
Artigo 85.
(Revogado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
195
Artigo 86.
1. O imposto industrial dever ser pago:
a) Por uma s vez, com vencimento em Janeiro quando respeitar liquidao provisria
do grupo B;
b) Em trs parcelas iguais e consecutivas, com vencimento em Janeiro, Fevereiro e
Maro, quando respeite a liquidao provisria do grupo A;
c) Previamente, em at trs parcelas de valor no inferior a NKz 25.000.00 (vinte e
cinco mil Novos Kwanzas) vencveis nos meses de Janeiro, Fevereiro e Maro, quando
respeitar a liquidao definitiva do grupo C;
d) No dia da apresentao da respectiva declarao, tratando-se de contribuinte do grupo
A ou B pelo valor correspondente a diferena do imposto liquidado provisoriamente e o
apurado na declarao;
e) Por uma s vez, no prazo de quinze dias, da data da notificao, quando relativo a
correco de liquidaes a que se referem as alneas anteriores ou liquidao prevista
no artigo 79.
2. Na diviso da colecta em prestaes, estas sero arredondadas para a dezena de KNz,
podendo a primeira delas ser adicionado o resto obtido se essa diviso no for exacta.
3. A importncia do agravamento a que se refere o artigo 27. do Cdigo Geral Tributrio
ser cobrada com a primeira prestao da colecta, quando esta no deve ser paga por
uma s vez.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 87.
1. Nos casos de cessao total da actividade, observar-se- o disposto no artigo 46. do
Cdigo Geral Tributrio.
2. Quando a liquidao adicional ou por omisso no lanamento se faa antes da poca
do vencimento de alguma das prestaes em que a cobrana normalmente deveria ser
efectuada, o disposto no n. 2 do artigo 46. do Cdigo Geral Tributrio observar-se-
apenas em relao parte do imposto correspondente s prestaes que, na ausncia
de erro ou omisso, j se teriam vencido ou cujo prazo de cobrana estaria em curso.
CAPTULO VII
Fiscalizao
Artigo 88.
1. As pessoas singulares ou colectivas sujeitas ao imposto industrial, isentos ou no,
devero apresentar, antes de iniciar as suas actividades, o formulrio de inscrio no
Registo Geral de Contribuintes, nas reparties fiscais das reas onde tiverem a sua
sede, estabelecimento principal ou estabelecimento estvel.
196
Artigo 89.
As reparties de Fazenda organizaro, para cada entidade isenta ou que no deve ser
tributada na rea fiscal respectiva, um processo em que se incorporem a declarao e
documentos apresentados nos termos do n. 4 do artigo anterior e os demais elementos
que se relacionem com o exerccio da actividade.
Artigo 90.
As declaraes dos contribuintes do imposto industrial, aps receberem os tratamentos
fiscais convenientes, sero arquivados nas reparties fiscais das suas respectivas reas,
sendo vedada a divulgao de qualquer informao nelas constante excepto se por ordem judicial.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 91.
1. As escritas dos contribuintes do grupo A sero examinadas pelo menos uma vez em
cada quinqunio, devendo a seleco dos contribuintes, objecto de exame fiscal, ser
feita de maneira objectiva, atravs de critrios aleatrios a serem desenvolvidos pela
administrao fiscal.
2. Os exames s escritas das pessoas singulares ou colectivas sujeitas a imposto industrial, ainda que dele isentas, sero da competncia da administrao fiscal.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 92.
Os contribuintes do grupo C devero apresentar, na Repartio Fiscal da rea onde exercerem a sua actividade, declarao de informao em modelo apropriado, nos trinta dias
seguintes, sempre que ocorrer qualquer um dos seguintes factos:
a) Mudana de estabelecimento ou domiclio, na falta daquele;
b) Alterao da espcie de actividade, do nmero de pessoas ao servio;
c) Existncia de escrita;
d) O volume de negcios exceda os trs milhes e quinhentos mil Novos Kwanzas;
e) Cessao total do exercido da actividade.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
197
Artigo 93.
1. As peties respeitantes a actos que se relacionem com o exerccio do comrcio ou indstria no podero ter seguimento ou ser atendidas em juzo, nem perante qualquer
autoridade, corpo administrativo, repartio pblica, corporao administrativa, pessoa
colectiva de utilidade pblica administrativa, organismo de coordenao econmica ou
corporativo, sem se mostrar pago o ltimo imposto industrial, cujo prazo de cobrana
voluntria j tenha decorrido ou que est pendente reclamao ou recurso da sua liquidao.
2. As autoridades administrativas no podero consentir, sem igual prova, o exerccio
do comrcio ou indstria nos mercados, feiras e outros lugares pblicos sob a sua
jurisdio.
3. Se o contribuinte beneficiar de iseno ou no tiver havido liquidao por se tratar de
actividade recentemente iniciada, dever provar-se que foi apresentada a declarao
referida no artigo 88., quando exigvel.
4. No tendo sido liquidado o imposto por qualquer outro motivo, a repartio de Fazenda certificar o facto, em documento isento de imposto de selo, ou no duplicado da
declarao a que se refere o artigo 88., se for apresentado para tal efeito.
Artigo 94.
1. A prova do pagamento a que se refere o artigo anterior ser feita pela apresentao
do conhecimento.
2. A prova tambm poder ser feita por certido, pblica-forma ou fotocpia, devidamente
legalizada, do conhecimento, ou por certido comprovativa do seu pagamento.
Artigo 95.
A apresentao dos documentos referidos nos artigos anteriores ser averbada no requerimento, processo ou registo de petio, devendo o averbamento ser datado e rubricado pelo funcionrio competente, que restituir os documentos ao apresentante.
Artigo 96.
1. Os rgos do governo, incluindo os dotados de autonomia administrativa ou financeira, e os das entidades locais, bem como as pessoas colectivas de utilidade pblica administrativa e as empresas concessionrias de servios pblicos, devero comunicar
repartio local da administrao fiscal, nos trinta dias seguintes ao da realizao
do contrato, a adjudicao de obras ou fornecimentos e aquisio de quaisquer bens,
enviando cpia do respectivo contrato. (Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
2. O mesmo se observar relativamente aos contratos de prestao de servios, salvo
aqueles cuja remunerao constitua rendimento do trabalho, abrangida pelo artigo
37. do Cdigo do Imposto Profissional.
198
Artigo 97.
1. As estncias aduaneiras comunicaro repartio de Fazenda da rea fiscal de cada
contribuinte, em verbetes conforme os modelos n.os 6, 7 e 8, todo o movimento de
entradas, sadas e endossos das mercadorias cujos despachos hajam corrido pela
respectiva estncia.
2. Os verbetes modelos n.os 6 e 7 sero preenchidos em duplicado pelo despachante oficial e
apresentados com o bilhete de despacho de importao ou exportao, respectivamente.
3. Os verbetes a que se refere o nmero anterior, cuja numerao se iniciar em cada
ano civil e em relao a cada uma das reparties de Fazenda, sero elaborados em
duplicado, ficando um dos exemplares arquivado na casa fiscal e sendo o outro enviado repartio de Fazenda respectiva, no prazo de cinco dias a contar da sua
entrega pelo despachante.
4. Quando o despacho se fizer sem interveno do despachante oficial, o preenchimento
dos verbetes compete ao respectivo funcionrio aduaneiro.
5. Se na altura do despacho se no fizer a prova do pagamento do imposto industrial,
nos casos em que isso permitido, tal facto se far constar do verbete.
6. O verbete modelo n. 8 servir para rectificao dos respectivos verbetes modelos n.os 6
ou 7 quando os elementos deles constantes tenham sido alterados por verificao.
7. Nas reparties de Fazenda proceder-se- ao ordenamento dos verbetes por forma a
que, em relao a cada contribuinte, se apurem os elementos destinados a fiscalizar a
matria colectvel do imposto industrial.
Artigo 98.
Para efeitos da fiscalizao do preenchimento dos verbetes referidos no artigo anterior,
as reparties de Fazenda enviaro, durante o ms de Janeiro, Direco Provincial dos
Servios de Fazenda e Contabilidade, uma relao discriminativa de todos os contribuintes includos no lanamento do imposto industrial, com indicao dos correspondentes valores de importao e exportao apurados at ao fim do ano.
Artigo 99.
1. Os Servios Provinciais de Geologia e Minas remetero Direco Provincial dos Servios
de Fazenda e Contabilidade, at 30 de Abril de cada ano, mapas dos quais conste, relativamente a cada concesso ou couto mineiro, a quantidade e teor dos minrios e produtos
metalrgicos vendidos ou exportados no ano anterior, o seu valor no mercado, bem como
uma estimativa do lucro obtido por cada explorador.
2. Em iguais termos e prazo remetero os mesmos servios uma nota das instalaes ou
oficinas acessrias dos trabalhos de minerao ou mineiros que tiverem licenciado no
ano antecedente.
199
Artigo 100.
O Banco Nacional de Angola remeter Direco Nacional de Impostos no ms de Janeiro
de cada ano uma nota indicativa do valor das operaes por conta prpria ou por conta
alheia realizadas no ano anterior pelas instituies autorizadas a exercer o comrcio de
cmbios.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 101.
As empresas distribuidoras de gasolina ou de produtos derivados da refinao do petrleo
remetero anualmente Direco Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade,
durante o ms do Fevereiro, notas das quantidades e valores daqueles produtos vendidos
no ltimo ano por cada um dos seus agentes.
Artigo 102.
Os servios de viao remetero anualmente Direco Provincial dos Servios de Fazenda
e Contabilidade, no ms de Fevereiro, uma nota em que, relativamente a cada instrutor ou
escola de conduo, seja indicado o nmero de instruendos, repartidos por classes de veculos automveis, que no ano anterior tenham requerido exame de conduo, com meno
das tarifas aprovadas.
Artigo 103.
Decorridos que sejam trs anos aps a remessa dos dbitos fiscais para relaxe e verificando-se a existncia de processos no pagos, e sendo estes de valor inferior ao que o
Ministro das Finanas fixar como limite mnimo para execuo fiscal, sero estes arquivados e extrada uma relao nominal dos devedores, a qual servir para divulgao
pela imprensa, rgos do governo e s restries definidas na legislao fiscal.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 104.
A Direco Nacional de Impostos, directamente ou atravs de suas reparties locais,
poder requisitar aos servios do Estado ou que estejam sob a superintendncia ou fiscalizao deste, bem como s entidades locais, os elementos no especificados nos artigos
deste Cdigo de que carea para a determinao e fiscalizao da matria colectvel sujeita
a imposto industrial.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
200
Artigo 105.
1. Os contribuintes do grupo B, quando no tiverem contabilidade regularmente organizada, devero possuir livros de registo de compras, vendas e servios prestados, os
quais sero registados na repartio de Fazenda respectiva e a autenticados.
2. As vendas a retalho, efectuadas a pronto pagamento, podero ser registadas em globo,
diariamente.
3. Os livros devero ser apresentados na repartio de Fazenda da rea fiscal da situao
dos estabelecimentos, antes de utilizados, para que o respectivo secretrio de Fazenda
assine os termos de abertura e encerramento, numere as folhas e as rubrique.
Artigo 106.
1. Os comerciantes ou industriais so obrigados a arquivar os livros da sua escriturao
e os documentos com ela relacionados, devendo conserv-los em boa ordem durante
os cinco anos civis subsequentes.
2. Na mencionada escriturao no sero permitidos atrasos superiores a 30 dias nos
livros de que trata o artigo anterior e a 90 nos restantes.
Artigo 107.
O servio de fiscalizao a cargo de cada repartio de Fazenda deve organizar e manter
actualizados verbetes individuais de todas as pessoas sujeitas a imposto industrial, embora dele isentas, nos quais sero registados os elementos colhidos durante as fiscalizaes peridicas ou extraordinrias a que procederem, bem como os constantes das notas
e relaes a que se referem os artigos 96. a 103.
CAPTULO VIII
Reclamaes e recursos
Artigo 108.
Os contribuintes dos grupos A e B podero reclamar da determinao da matria colectvel
que servir de base liquidao do imposto industrial, nos termos dos artigos 21. e seguintes
do Cdigo Geral Tributrio.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 109.
Das decises proferidas pela administrao fiscal nas reclamaes e recursos sero os
contribuintes notificados.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
201
CAPTULO IX
Penalidades
Artigo 110.
1. A falta de apresentao de qualquer declarao de rendimentos, bem como omisses e
inexactides nelas praticadas, sujeitaro o infractor multa de NKz 50.000.00, independentemente dos acrscimos legais incidentes sobre o imposto deixado de arrecadar
em face da falta, omisso ou inexactido praticada.
2. Havendo dolo, a multa ser igual ao dobro do imposto no liquidado, com o mnimo
de NKz 50.000.00.
3. Presumem-se dolosas:
a) O inicio das actividades sem a competente inscrio no Registo Geral de Contribuintes;
b) A falta das declaraes referidas nos artigos 48., 58. e 63., quando devessem ser
apresentadas por contribuinte abrangido pelo artigo 10. do Cdigo Geral Tributrio;
c) As declaraes inexactas sobre a cessao do exerccio das actividades.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 111.
As infraces dos artigos 93. a 95. e a falta das comunicaes ou informaes a que
aludem os artigos 96. e 101., bem como as omisses ou inexactides nelas praticadas,
sero punidas com multa de NKz 25.000.00, a 250.000.00, salvo sendo cometidas por
funcionrios pblicos, aos quais ser aplicvel o disposto no n. 2 do artigo 71. do Cdigo
Geral Tributrio.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 112.
Incorrem na multa de NKz 50.000.00 a NKz 650.000.00 os contribuintes do grupo A
que no possuam escrita regularmente organizada ou no observem na sua organizao
as disposies expressamente mencionadas no artigo 54.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 113.
Os contribuintes do grupo A que deixarem atrasar a sua escrita por tempo superior a 90
dias sero punidos com multa de NKz 50.000.00 a NKz 250.000.00.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
202
Artigo 114.
Os contribuintes do grupo B que no observarem o disposto nos artigos 105. e 106.
sero punidos com multa de NKz 50.000.00.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 115.
Por quaisquer inexactides ou omisses, que no constituam falsificao ou viciao,
praticadas nos livros ou documentos relacionados com a sua escriturao, sero aplicadas multas de NKz 25.000.00 a 250.000.00.
(Alterado por Lei n. 18/92, de 3 de Julho)
Artigo 116.
(Revogado por Lei n. 10/01, de 31 de Maio)
Artigo 117.
O Ministro das Finanas pode notificar, para efeitos de instaurao do competente processo disciplinar, a Entidade Representativa dos Contabilistas e dos Peritos Contabilistas dos casos em que um contabilista que tenha subscrito declaraes nas quais se
verifiquem omisses ou inexactides cuja responsabilidade deva imputar-se-lhes, sem
prejuzo das penalidades aplicveis aos contribuintes.
(Alterado por Lei n. 10/01, de 31 de Maio)
CAPTULO X
Disposies diversas
Artigo 118.
O ano social das sociedades comerciais e civis sob forma comercial coincidir sempre
com o ano civil, sendo obrigatrio o encerramento das contas com referncia a 31 de
Dezembro de cada ano.
Artigo 119.
Os lugares marcados nas feiras e mercados onde se efectuem transaces comerciais
imediatas sero havidos, para efeitos deste cdigo, como estabelecimentos.
Publique-se e cumpra-se como nele se contm.
Residncia do Governo-Geral de Angola, em Luanda, 29 de Abril de 1972.
O Governador-Geral, Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz.
203
Legislao
complementar
204
PORTARIA N. 668/72
DE 28 DE SETEMBRO
Dispe o artigo 9. do Diploma Legislativo n. 35/72, de 29 de Abril, que o Governador-Geral fixar as taxas e limites das provises que tiverem por fim a cobertura de
crditos de cobrana duvidosa e as que se destinarem a cobrir as perdas de valor que
sofrerem as existncias, provises que sero de considerar custos ou perdas imputveis ao exerccio, para efeitos de determinao da matria colectvel sujeita a imposto
industrial.
Ouvidos nos termos do n. 2 do artigo 36. do Cdigo do Imposto Industrial, aprovado
pelo mencionado diploma legislativo, os organismos representativos das actividades comerciais e industriais da provncia;
Visto o parecer do Conselho Econmico e Social;
No uso da competncia atribuda pela alnea c) do artigo 135. da Constituio, o Encarregado do Governo-Geral de Angola manda:
Nmero nico. aprovada a tabela das taxas e dos limites das provises a que se referem as alneas c) e d) do artigo 36., n. 1 do Cdigo do Imposto Industrial, aprovado
pelo Diploma Legislativo n. 35/72, de 29 de Abril, a qual faz parte integrante da presente portaria.
Cumpra-se.
Residncia do Governo-Geral de Angola, em Luanda, 28 de Setembro de 1972.
O Encarregado do Governo-Geral, Mrio Governo Montez.
Taxas Anuais
Limites
2%
6%
Para cobertura, por ramos de actividade, das perdas de valor sofridas pelas existncias:
I - Indstria e outras actividades, com excepo do comrcio:
1) Pesca
1%
4%
2) Indstrias extractivas
1%
4%
1%
4%
2%
5%
1%
4%
3) Indstrias transformadoras:
Matrias-primas
Produtos acabados:
205
0,5%
2,5%
1%
4%
II - Comrcio:
a) Acessrios e sobresselentes de mquinas, veculos a motor e
2%
8%
1,5%
5%
1,5%
5%
1,5%
5%
1%
4%
bicicletas
206
PORTARIA N. 755/72
DE 26 DE OUTUBRO
(Alterado por Portaria n. 57/74, de 24 de Janeiro)
TABELA I
TAXAS ESPECFICAS
Actividade (CAE)
Diviso 0
Percentagens
Construes:
1. Armazns, celeiros, abegoarias e similares
207
B.
Plantaes:
1. Bosques e florestas (a).
2. Pomares:
2.1. De citrinos, macieiras, pessegueiros, pereiras e ameixeiras
2.2. Outros
12,5
4
3. Cana de acar
20
4. Sisal
10
C.
Tractores e motocultivadores
D.
Equipamento especfico:
1. Sem motor (charruas, ceifeiras, etc.)
2. Com motor (atomizadores, enfardadeiras, ceifeiras-debulhadoras, etc.)
E.
Animais de trabalho
F.
16,66
10
16,66
12,5
25
Pescas:
A.
Barcos de pesca:
1. Costeiros (traineiras e embarcaes de pequeno calado)
15
2. De alto mar:
2.1 De ferro
2.2 De madeira
3. Navios-fbricas e navios frigorficos
8,33
10
8,33
16,66
5. Aprestos de pesca
33,33
6. Ponte-cais:
6.1. De madeira
6.2. De ferro
(b) 7. Equipamento transportador de bordo para a fbrica do peixe
208
6,25
16,66
12,5
15
25
10
Actividades (CAE)
Diviso I
Indstrias extractivas:
A.
B.
C.
D.
20
1. De superfcie
10
2. De subsolo
14,28
E.
F.
G.
12,5
20
33,33
Divises II e III
Indstrias transformadoras:
Indstrias de alimentao, com excluso das indstrias das bebidas:
A.
Silos
B.
Depsitos:
C.
1. De cimento
6,66
2. Metlicos
7,14
Fornos fixos:
1. Elctricos e de combustveis lquidos ou gasosos
10
2. A lenha ou a carvo
7,14
D.
Fornos mveis
12,5
E.
Prensas
F.
Torradores:
1. Fixos
2. Mveis
G.
10
12,5
8,33
12,5
3. Outras indstrias
10
H.
Moldes e formas
25
I.
J.
20
12,5
209
7,14
2. Metlicos
6,66
3. De beto e similares
B.
Caldeiras e alambique
6,66
C.
10
D.
20
B.
C.
5
8,33
D.
10
8,33
12,5
2. No automticas
10
E.
Instalaes frigorficas
10
F.
20
Indstria do tabaco:
A.
B.
12,5
25
Indstrias txteis:
A.
B.
C.
D.
E.
210
16,66
10
12,5
10
16,66
25
B.
C.
D.
12,5
20
33,33
25
B.
Maquinaria:
1. De serrao e fabrico de mveis e alfaias de madeira
2. Para fabrico de folheados, contraplacados e aglomerados de partculas e fibras de
madeira
C.
10
12,5
10
25
Geradores de vapor
6,25
B.
Lixiviadores
12,5
C.
8,33
7,14
10
12,5
25
B.
Mquinas de impresso
C.
D.
E.
Tipos e cortantes
F.
16,66
12,5
16,66
10
33,33
20
12,5
B.
12,5
C.
25
Indstria de borracha:
A.
12,5
211
B.
Moldes e formas
C.
33,33
25
Indstrias qumicas:
Fabricao de fibras artificiais e sintticas, resinas sintticas e outras matrias plsticas:
A.
B.
Prensas
12,5
C.
Moldes e formas
D.
Material de laboratrio
20
E.
25
5
33,33
Edifcios industriais
B.
C.
16,66
D.
33,33
10
B.
C.
D.
E.
5
10
16,66
20
33,33
B.
16,66
C.
16,66
D.
16,66
E.
16,66
F.
G.
H.
10
14,28
25
B.
C.
D.
8,33
E.
Bombas de gs (petrleo)
12,5
212
10
14,28
F.
25
B.
10
C.
25
D.
10
12,5
Indstrias de produtos minerais no metlicos, com excepo dos derivados de petrleo bruto
e do carvo:
Fabricao de materiais de barro para construo:
A.
Terrenos de explorao
B.
Edifcios industriais
C.
D.
E.
F.
Cubos e matrizes
G.
H.
(c)
5
12,5
15
12,5
20
33,33
25
Fornos
B.
C.
Moldes
D.
12,5
10
20
33,33
Fornos
B.
C.
12,5
12,5
33,33
Edifcios industriais
B.
Fornos
12,5
C.
12,5
D.
25
10
B.
Moldes
20
C.
Edifcios industriais
D.
Fornos
5
10
213
E.
25
Edifcios industriais
B.
Fornos
C.
D.
5
10
12,5
25
Edifcios industriais
B.
Fornos
C.
D.
E.
5
2,5
14,28
12,5
33,33
Fornos de secagem
B.
C.
Instalaes de vcuo
D.
E.
Equipamento de soldadura
F.
G.
Prensas:
16,66
12,5
20
12,5
16,66
10
1. De tipo ligeiro
12,5
2. De tipo pesado
8,33
H.
Mquinas de bobinar
I.
20
16,66
J.
L.
Moldes
33,33
12,5
M.
33,33
Docas flutuantes
B.
C.
D.
214
8,33
4
1. De ferro
6,66
2. De madeira
8,33
Fornos
12,5
E.
F.
G.
10
14,28
25
A.
B.
10
C.
Fornos
D.
12,5
10
33,33
10
B.
C.
12,5
33,33
10
B.
16,66
C.
Moldes
33,33
D.
33,33
Diviso IV
Construo civil e obras pblicas:
A.
B.
C.
12,5
14,28
1. De madeira:
1.1 Andaimes
100
1.2 Cofragem
100
2. Metlicos:
D.
2.1 Andaimes
12,5
2.2 Cofragem
25
2.3 Diversos
20
Equipamentos:
1. De transporte geral
20
2. De oficinas:
2.1 Carpintaria
14,28
2.2 Serralharia
12,5
215
12,5
12,5
20
16,66
7. De sondagem e fundaes
16,66
16,66
16,66
33,33
Diviso V
Electricidade, gs e gua:
Produo, transporte e distribuio de energia elctrica (e):
A.
B.
Equipamento de centrais:
1. Hidroelctricas
2. Termoelctricas
3,33
5
7,14
C.
D.
Linhas de A. T. e suportes
E.
Linhas de B. T. e suportes
7,14
F.
10
G.
25
B.
Comportas
C.
Reservatrios:
1. De torre ou de superfcie
2. Subterrneos
D.
Condutas
E.
Redes de distribuio:
1. De ferro
2. De fibrocimento ou similares
3,33
5
4
2,5
4
5
6,25
F.
10
G.
10
H.
25
216
Diviso VII
Transportes, armazenagem e comunicaes:
Transportes:
Caminhos de ferro:
A.
B.
Vias frreas
C.
D.
E.
12,5
F.
Locomotivas
6,25
G.
Automotoras:
H.
2
6,25
1. Ligeiras
7,14
2. Pesadas
6,25
Vages:
1. Cubas, cisternas e frigorficos
2. No especificados
6,25
5
I.
J.
L.
10
M.
25
7,14
33,33
33,33
3. Ligeiros e mistos
33,33
B.
10
C.
25
Navios de ferro:
1. Cisternas e frigorficos
2. Outros
10
8,33
B.
Navios de madeira
10
C.
7,4
D.
10
E.
F.
8,33
10
217
G.
25
Transportes areos:
A.
Avies:
1. Com motores de reaco
14,28
14,28
25
B.
Frota terrestre
20
C.
10
D.
10
E.
25
Comunicaes:
A.
B.
10
C.
D.
20
E.
8,33
F.
5
12,5
25
Diviso VIII
Servios:
Servios de sade:
A.
20
B.
Mobilirio (f)
10
C.
Colchoaria e cobertores
25
D.
50
E.
F.
G.
33,33
H.
12,5
33,33
20
Servios recreativos:
Casas de espectculos:
A.
B.
C.
D.
12,5
4
16,66
10
218
Instalaes radiofnicas
10
B.
C.
14,28
D.
E.
F.
12,5
20
16,66
20
Servios pessoais:
Hotis, restaurantes, cafs e actividades similares:
A.
20
B.
Mobilirio (f)
10
C.
Colchoaria e cobertores
D.
E.
F.
G.
A.
B.
C.
16,66
50
33,33
25
12,5
Lavandarias e tinturarias:
12,5
10
16,66
16,66
B.
10
C.
Roupas brancas
50
D.
20
TABELA II
TAXAS GENRICAS
Diviso I
Activo corpreo
Grupo I Imveis (g):
1.
2.
Edifcios:
10
2.1. Habitacionais
3.
Fornos
4.
10
4
219
5.
6.
Pontes e aquedutos:
6.1. De beto ou alvenaria
6.2. De madeira
6.3. Metlicos
7.
3,33
20
8,33
Reservatrios de gua:
7.1. De torre ou de superfcie
7.2. Subterrneos
8.
Silos
9.
5
3,33
5
10
8,33
4
Grupo II Instalaes:
1.
2.
De aquecimento central
6,66
10
3.
8,33
4.
5.
De caldeiras e alambiques
6.
7.
7,14
8.
8,33
9.
10
10.
De embalagem
10
11.1. De beto
10
7,14
5
11.2. De madeira
6,66
11.3. Metlicos
8,33
12.
De lagares e prensas
7,14
13.
Postos de transformao
14.
10
15.
10
16.
17.
10
18.
No especificadas
10
220
6,66
Aparelhagem electrnica
16,66
2.
16,66
3.
4.
Compressores
5.
12,5
20
10
12,5
6.
Ferramentas
25
7.
Guindastes
10
8.
9.
Mquinas-ferramentas:
9.1. Ligeiras
14,28
16,66
9.2. Pesadas
10
10.
Mquinas no especificadas
10
11.
Motores
10
Aeronaves
2.
Barcos:
2.1. De ferro
2.2. De madeira
3.
4.
Tractores e atrelados
5.
Vages
6.
7.
8.
9.
Veculos automveis:
9.1. Funerrios
10.
20
8,33
10
25
14,28
4
12,5
4
10
10
33,33
33,33
33,33
Tanques
20
221
2.
10
2.1. De madeira
20
2.2. De metal
14,28
33,33
3.
Encerados
50
4.
Filmes (i)
25
5.
10
6.
Mobilirio (f)
10
7.
25
Diviso II
Activo incorpreo
1.
33,33
e outras preliminares)
2.
33,33
Patentes
10
4.
Trespasses
(j)
5.
Marcas
(j)
6.
(l)
(j)
(a) De acordo com o regime de explorao; mas as espcies arbreas cuja vida normal igual ou superior a
100 anos, no so reintegrveis.
(b) As fbricas de farinhas e de conservas de peixe situam-se noutras classificaes.
(c) Em funo do esgotamento.
(d) Em funo da superfcie degradada.
(e) Tratando-se de concesses, tomar-se-o, como taxas mximas, as que se deduzem dos respectivos
contratos ou de disposies legais.
(f) Excluem-se os mveis e objectos de arte, antigos ou de alto valor.
(g) Os terrenos no podero ser objecto de reintegrao.
222
(h) As embalagens facturadas, ainda que recupervel, no so objecto de reintegrao, por serem havidas
como existncias.
(i) Podero tambm aplicar-se as seguintes taxas sobre os valores de aquisio: no 1. ano - 40 por cento;
no 2. ano - 30 por cento; no 3. ano - 20 por cento; no 4. ano - 10 por cento.
(j) S em casos de deperecimento efectivo, devidamente comprovados, poder aceitar-se a sua amortizao dentro dos limites que a Direco Provincial dos Servios de Finanas considere razoveis.
(l) A taxa da amortizao ser calculada com base no perodo fixado na lei, no podendo ser excedida sem
que a Direco Provincial dos Servios de Finanas o autorize.
223
224
LEI N. 7/97
DE 10 DE OUTUBRO
Sendo de primordial importncia garantir a operacionalidade de tributao sobre alguns
sujeitos passivos que, por efeito da natureza das actividades que desenvolvem no territrio nacional, s muito esporadicamente se encontram ligadas de forma normal ao mesmo
territrio, importa editar normas que permitam efectivar aquela tributao, da forma mais
eficiente possvel.
Nesta situao se encontram as empresas ou operadores responsveis por empreitadas,
sub-empreitadas e prestadores de servios a desenvolver actividades no territrio nacional, de nacionalidade ou com sede no estrangeiro.
O Cdigo do Imposto Industrial, prevendo a possibilidade de tributao destas actividades
e sujeito passivo, no estabelece, no entanto, mecanismos capazes de assegurar a sua tributao efectiva.
Assim e no sentido de garantir o tratamento tributrio justo para todos os operadores econmicos, quer nacionais, quer estrangeiros, permitindo a igualdade de nus e
oportunidades e assegurando tambm a certeza e eficcia da sujeio dos rendimentos
gerados no exerccio daquela actividade, se institui no presente diploma um regime de
liquidao especial do Imposto Industrial devido pelo exerccio de actividade de empreitada, sub-empreitada ou prestao de servios, em substituio das normas institudas
pelo Decreto executivo n. 18/88, de 20 de Agosto.
Nestes termos, ao abrigo da alnea b) do artigo 88. da Lei Constitucional, a Assembleia
Nacional aprova a seguinte:
225
2. No conceito de empreitada consideram-se includas as actividades que concorram parcial ou totalmente para completamento de obras ou servios, que sejam ou possam vir a
ser considerados custos, contabilizados ou no em territrio nacional pelo adjudicador,
contratante ou beneficirio dos servios.
3. Consideram-se como contratos de prestao de servios, para efeitos deste diploma,
os contratos de assistncia tcnica, de gesto e outros da mesma ou idntica natureza.
Artigo 3.
(Determinao da matria colectvel)
Constitui matria colectvel relativa a cada empreitada, sub-empreitada ou prestao
de servios:
a) Tratando-se de construo, beneficiao, reparao ou conservao de bens do activo
fixo imobilirio: - 10% do valor do contrato, qualquer que seja a forma que se apresente;
b) Nos restantes casos: - 15% daquele valor.
Artigo 4.
(Taxas)
A taxa a aplicar a prevista no n. 1 do artigo 72. do Cdigo do Imposto Industrial, no
recaindo quaisquer adicionais sobre o imposto assim calculado.
Artigo 5.
(Liquidao e pagamento)
1. O imposto determinado nos termos deste diploma retido na fonte pela entidade
contratante por cada pagamento efectuado e entregue nos cofres do Estado nos 15
dias seguintes, atravs do preenchimento do respectivo Documento de Arrecadao
de Receitas (DAR).
2. O imposto liquidado na moeda em que se tenha fixado o pagamento no respectivo contrato, procedendo-se sua converso em moeda nacional, para efeitos de aplicao do
disposto no artigo 76. do Cdigo Geral Tributrio, na sua redaco actual.
Artigo 6.
(Responsabilidade)
A liquidao e entrega do imposto devido da responsabilidade da entidade contratante,
que responde pela totalidade do imposto e acrscimos, no caso de no pagamento, sem
prejuzo do direito de regresso contra o devedor do imposto, mas apenas quanto dvida
principal.
226
Artigo 7.
(Converso de regime)
Quando o contribuinte venha a adoptar sede, residncia ou estabelecimento estvel
em territrio nacional, com sujeio s regras de tributao do Imposto Industrial pelo
exerccio das actividades previstas no artigo 1. so os respectivos pagamentos efectuados levados conta de antecipao colecta do exerccio respectivo.
Artigo 8.
(Cpia de contrato)
No prazo de 30 dias a contar da data da adjudicao, a entidade adjudicante deve entregar
na Repartio de Finanas respectiva uma cpia do contrato, documento equivalente ou
qualquer alterao, aditamento ou complemento no sujeito a selo.
Artigo 9.
(Revogao)
1. Com a entrada em vigor do presente diploma no dia 1 de Janeiro do ano seguinte ao
da sua publicao, consideram-se revogadas todas as disposies que contrariem o
regime institudo pelo presente diploma.
2. Em tudo o que no contrarie o presente diploma, so aplicveis as disposies previstas no Cdigo do Imposto Industrial e demais legislao em vigor.
Artigo 10.
(Resoluo de dvidas)
As dvidas e omisses resultantes da interpretao e aplicao da presente lei so resolvidas pela Assembleia Nacional.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 24 de Junho de 1997.
O Presidente da Assembleia Nacional em exerccio, Lzaro Manuel Dias.
Publique-se.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo do Santos.
227
DESPACHO N. 6/99
DE 22 DE JANEIRO
O Decreto n. 6/96, de 26 de Janeiro, dispe no n. 1 do seu artigo 2. o estabelecimento
por despacho do Ministro das Finanas dos coeficientes de correco monetria a aplicar
pelas empresas no processo de reavaliao do seu activo imobilizado corpreo.
Tendo em conta que se torna necessria a reviso dos coeficientes estabelecidos para os
anos de 1994, 1995, 1996 e 1997, pelo Despacho n. 53/96, de 3 de Junho; a definio do
coeficiente para o ano de 1997 e a correco da impreciso do texto do Despacho n. 1/99,
de 8 de Janeiro;
Nos termos do disposto no n. 3 do artigo 114. da Lei Constitucional, determino:
Taxa de Cmbio
(KzR/USD
ndice
1994
529,6230
81,4805
515,2174
1995
5.920,0000
11,1778
46,0931
1996
209.099,0000
35,3208
1,3050
1997
272.871,0000
1,3050
1,0000
228
Coeficiente
DESPACHO N. 7/99
DE 22 DE JANEIRO
O Decreto n. 6/96, de 26 de Janeiro, dispe no n. 1 do seu artigo 2. o estabelecimento por despacho do Ministro das Finanas dos coeficientes de correco monetria a
aplicar pelas empresas no processo de reavaliao do seu activo imobilizado corpreo.
Assim, tendo em conta a necessidade de se fixar o coeficiente para o ano de 1997 referido
ao ano fiscal de 1998;
Nos termos do disposto no n. 3 do artigo 114. da Lei Constitucional, determino:
nico: - Os coeficientes de correco monetria a aplicar aos bens do activo imobilizado corpreo das empresas, para os anos de 1997 e 1998, so os que constam da tabela
anexa ao presente despacho e que dele parte integrante.
Publique-se.
Luanda, aos 13 de Janeiro de 1999.
O Ministro, Mrio de Alcntara Monteiro.
Taxa de Cmbio
Coeficiente
(KzR/USD
ndice
1997
272.871,0000
1,3050
2,3491
1998
641.000,0000
2,3491
1,0000
229
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Seco A - Agricultura, produo animal, caa e silvicultura
Agricultura, produo
animal, caa e activi-
01
Agricultura
Cultura de cereais e
0111
230
01111
Cerealicultura
01
50 000,00
35 000,00
25 000,00
01112
Cultura de algodo
02
50 000,00
25 000,00
12 500,00
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
01113
01114
Cultura de plantas
oleaginosas
Cultura de cana de
acar
03
70 000,00
35 000,00
17 500,00
04
60 000,00
30 000,00
15 000,00
25 000,00
01115
Cultura do tabaco
05
100 000,00
50 000,00
01116
Cultura da mandioca
06
50 000,00
17 500,00
8 750,00
01117
Cultura de sisal
07
60 000,00
30 000,00
15 000,00
01118
08
40 000,00
20 000,00
10 000,00
09
50 000,00
25 000,00
12 500,00
Horticultura, especia0112
01120
lidades hortcolas e
produtos de viveiro
Cultura de frutos, de
frutos de casca rija, de
0113
produtos destinados
preparao de bebidas
e de especiarias:
01131
Cafeicultura
10
70 000,00
35 000,00
17 500,00
01132
Fruticultura
11
70 000,00
35 000,00
17 500,00
01133
Viticultura
12
70 000,00
35 000,00
17 500,00
13
80 000,00
40 000,00
20 000,00
14
100 000,00
50 000,00
25 000,00
15
150 000,00
100 000,00
75 000,00
Cultura de plantas
01134
012
Produo animal:
0121
01210
Bovinicultura
Criao de gado
0122
01220
0123
01230
Suinicultura
16
100 000,00
50 000,00
25 000,00
0124
01240
Avicultura
17
80 000,00
40 000,00
20 000,00
18
60 000,00
30 000,00
15 000,00
19
100 000,00
50 000,00
25 000,00
0125
013
0130
01300
Apicultura
Outra produo animal, n.e
Produo agrcola e
animal associadas:
231
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Actividades dos servios relacionados com
014
a agricultura e com
0140
a produo animal,
excepto servios de
veterinria:
Actividades dos servi-
0141
01410
os relacionados com
20
100 000,00
50 000,00
25 000,00
21
100 000,00
50 000,00
25 000,00
22
100 000,00
50 000,00
25 000,00
a agricultura
Actividades dos servios relacionados com
0142
01420
a produo animal,
excepto servios de
veter.
Caa, repovoamento
015
0150
01500
02
florestal e actividades
020
0201
o florestal:
02011
Silvicultura
23
100 000,00
50 000,00
50 000,00
02012
Explorao florestal
24
100 000,00
50 000,00
50 000,00
25
100 000,00
50 000,00
50 000,00
02020
os relacionados com
a silvicultura e a explorao florestal
232
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, Ben-
Subcl.
Designao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Seco B - Pesca
Pesca, aquacultura e
05
050
0501
servios relacionados:
05011
05012
Pesca martima
Pesca em guas
interiores
26
60 000,00
30 000,00
15 000,00
27
50 000,00
25 000,00
12 500,00
28
100 000,00
50 000,00
25 000,00
29
80 000,00
50 000,00
30 000,00
Apanhas de algas e
05013
de outros produtos
do mar e de guas
interiores
Aquacultura e activi-
0502
05020
10
linhite e turfa:
Extraco e aglome101
1010
10100
rao de hulla e de
30
150 000,00
100 000,00
75 000,00
31
150 000,00
100 000,00
75 000,00
32
150 000,00
100 000,00
75 000,00
33
1000 000,00
800 000,00
500 000,00
antracite
102
1020
10200
103
1030
10300
11
1110
1100
Extraco de petrleo
bruto e gs natural
233
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Actividades dos servios relacionados com
112
1120
1200
12
120
1200
12000
Extraco de minrios
de urnio e de trio
34
800 000,00
400 000,00
400 000,00
rao de minrios
metlicos:
Extraco e prepa131
1310
13100
rao de minrios de
35
800 000,00
400 000,00
200 000,00
36
800 000,00
400 000,00
200 000,00
37
800 000,00
400 000,00
200 000,00
38
800 000,00
400 000,00
200 000,00
39
100 000,00
80 000,00
50 000,00
ferro
Extraco e preparao de minrios me132
1320
tlicos no ferrosos,
excepto minrios de
urnio e de trio:
Extraco e prepa13201
rao de minrios de
cobre
Extraco e prepa-
13202
rao de minrios de
metais preciosos
Extraco e preparao de minrios
13203
metlicos no ferrosos
(excepto minrios de
urnio e trio), n.e.
Outras indstrias
14
extractivas:
Extraco de pedra,
141
areias e argilas:
1411
234
14110
Extraco de pedra
para construo
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
1412
14120
1413
14130
1414
14140
Extraco de calcrio,
gesso e cr
Extraco de saibro,
areia e pedra britada
Extraco de argila e
caulino
40
150 000,00
100 000,00
75 000,00
41
100 000,00
60 000,00
40 000,00
42
50 000,00
40 000,00
20 000,00
43
200 000,00
100 000,00
50 000,00
44
30 000,00
20 000,00
10 000,00
Indstrias extractivas,
142
n.e.:
Extraco de minerais
1421
14210
1422
do sal:
14221
Extraco de sal
marinho
14222
45
30 000,00
15 000,00
7 500,00
14223
Refinao do sal
46
40 000,00
20 000,00
10 000,00
47
1 500 000,00
48
1 000 000,00
Outras indstrias
1423
extractivas, n.e.:
14231
Extraco de diamantes
1 000
000,00
750 000,00
Extraco de outros
14232
minerais no metli-
750 000,00
375 000,00
cos, n. e.
Seco D - Indstrias transformadoras
Subseco DA - Indstrias alimentares, das bebidas e do tabaco
Indstrias alimentares
15
e das bebidas:
Abate de animais, preparao e conservao de carne, transfor151
mao e conservao
de peixe, de frutos e
de produtos hortcolas,
produo de leos e
gorduras:
235
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Abate de animais,
preparao e conser1511
vao de carne e de
produtos base de
carne:
15111
49
200 000,00
100 000,00
80 000,00
50
150 000,00
80 000,00
60 000,00
51
200 000,00
100 000,00
80 000,00
52
100 000,00
80 000,00
50 000,00
53
80 000,00
60 000,00
40 000,00
54
100 000,00
80 000,00
60 000,00
55
80 000,00
60 000,00
40 000,00
56
80 000,00
50 000,00
40 000,00
Abate de aves e de
15112
coelho (produo de
carne)
15113
1512
e de outros produtos
de pesca e da aquacultura:
Preparao de pro15121
dutos de pesca e da
aquacultura
Congelao de pro-
15122
dutos de pesca e da
aquacultura
Congelao de produtos de pesca e da
15123
aquacultura em azeite
e outros leos vegetais
e outros molhos
Secagem, salga e
outras actividades
15124
de transformao de
produtos da pesca e
da aquacultura
Indstria de conser-
1513
vao de frutos e de
produtos hortcolas:
Fabricao de sumos
15131
de frutos e produtos
hortcolas
236
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
15132
Congelao de frutos
de produtos hortcolas
57
80 000,00
50 000,00
40 000,00
58
80 000,00
50 000,00
40 000,00
59
100 000,00
80 000,00
50 000,00
60
100 000,00
80 000,00
50 000,00
61
50 000,00
25 000,00
20 000,00
62
50 000,00
25 000,00
20 000,00
63
50 000,00
25 000,00
20 000,00
64
50 000,00
25 000,00
20 000,00
65
50 000,00
25 000,00
20 000,00
66
60 000,00
50 000,00
40 000,00
Secagem e desidrata15133
15134
compotas, geleias e
marmelada
Preparao e conser-
15135
vao de frutos e de
produtos hortcolas
por processos, n.e.
Produo de leos e
1514
gorduras animais e
vegetais:
15141
Produo e refinao
de leos e gorduras
Fabricao de mar-
15142
garinas e de gorduras
alimentares similares
152
Indstria de lacticnios:
1521
15210
1522
15220
Indstria do leite e
derivados
Fabricao de gelados
e sorvetes
Transformao de
cereais e legumes,
fabricao de amidos,
153
fculas e produtos
afins, fabricao de
alimentos compostos
para animais:
Transformao de ce-
1531
reais e leguminosas:
15311
Moagem de cereais
Descasque, branque-
15312
amento e glaciagem
de arroz
237
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Transformao de
15313
cereais e leguminosas
67
80 000,00
40 000,00
20 000,00
68
50 000,00
25 000,00
20 000,00
69
50 000,00
25 000,00
20 000,00
n.e.
Fabricao de amidos,
1532
15320
fculas e produtos
afins
Fabricao de alimen-
1533
15330
154
produtos alimentares:
Panificao e pas-
1541
telaria:
15411
Panificao
70
100 000,00
50 000,00
25 000,00
15412
Pastelaria
71
100 000,00
50 000,00
25 000,00
72
100 000,00
50 000,00
25 000,00
73
120 000,00
100 000,00
60 000,00
74
120 000,00
100 000,00
60 000,00
75
50 000,00
17 500,00
8 750,00
76
120 000,00
100 000,00
60 000,00
77
50 000,00
17 500,00
8 750,00
78
120 000,00
60 000,00
30 000,00
79
50 000,00
25 000,00
20 000,00
Fabricao de bola1542
15420
1543
15430
Indstria do acar
Indstria do cacau, do
1544
15440
1545
15450
massas alimentcias,
cuscs e similares
1546
15460
1547
15470
Indstria do caf e
do ch
Fabricao de outros
produtos alimentares,
n.e.
155
238
15510
1552
15520
Fabricao de bebidas
alcolicas destiladas
Fabricao de lcool
etlico de fermentao
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Produo de vinho e
1553
15530
de bebidas fermenta-
80
60 000,00
40 000,00
30 000,00
81
150 000,00
75 000,00
50 000,00
82
120 000,00
60 000,00
30 000,00
83
150 000,00
100 000,00
75 000,00
das de frutos
1554
15540
Fabricao de cerveja
e malte
Produo de guas
minerais e de bebi-
1555
das refrescantes no
alcolicas:
Engarrafamento de
15551
15552
gerantes e de outras
bebidas no alcolicas, n.e.
16
160
1600
16000
Indstria do tabaco:
Subseco DB** - Indstria Txtil
17
Fabricao de txteis:
Preparao, fiao,
171
1711
tecelagem de txteis:
Preparao, fiao e
17111
tecelagem de algodo,
de fibras artificiais,
84
50 000,00
25 000,00
20 000,00
85
50 000,00
25 000,00
20 000,00
86
50 000,00
25 000,00
20 000,00
87
60 000,00
30 000,00
25 000,00
sintticas e mistas
17112
Fabricao de linhas
de costura
Preparao, fiao e
17113
tecelagem de outras
fibras txtis
1712
172
17120
Acabamento de txteis
Fabricao de artigos
txteis:
239
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de artigos
1721
17210
txteis confecciona-
88
80 000,00
40 000,00
30 000,00
89
100 000,00
80 000,00
50 000,00
90
100 000,00
80 000,00
50 000,00
91
60 000,00
30 000,00
15 000,00
92
60 000,00
30 000,00
15 000,00
93
60 000,00
30 000,00
15 000,00
94
60 000,00
30 000,00
15 000,00
95
60 000,00
30 000,00
15 000,00
96
60 000,00
30 000,00
15 000,00
17220
1723
17230
txteis, n.e.:
17241
17242
1730
e carpetes
Fabricao de artigos
1724
173
Fabricao de tapetes
17300
18
e fabricao de artigos
de peles com plo:
Fabricao de artigos
e acessrios de ves-
181
18110
rio de trabalho e de
uniformes
Confeco de outro
1812
vesturio exterior:
Confeco de outro
18121
vesturio exterior em
srie
Confeco de outro
18122
1813
18130
artigos e acessrios de
vesturio, n.e.
240
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Preparao, tingimento
182
1820
18200
e fabricao de artigos
97
300 000,00
150 000,00
75 000,00
artigos de viagem, de
marroquinaria, artigos
de correeiro, seleiro e
calado:
Curtimenta e acabamento de peles sem
plo; fabricao de
191
artigos de viagem, de
marroquinaria, artigos
de correeiro e seleiro:
Curtimento e acaba1911
19110
98
70 000,00
35 000,00
17 500,00
99
60 000,00
40 000,00
30 000,00
100
60 000,00
40 000,00
30 000,00
101
50 000,00
17 500,00
8 750,00
plo
Fabricao de artigos
de viagem e de uso
1912
19120
192
1920
Indstria do calado:
19201
19202
Fabricao de calado
Fabricao de componentes para calado
20
bilirio; fabricao de
obras de cestaria e de
espartaria:
Serrao, aplainamen201
2010
20100
to e impregnao da
102
200 000,00
100 000,00
50 000,00
madeira
241
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de obras
de madeira, de cortia,
202
de cestaria e de espartaria:
Fabricao de folheados, contraplacados,
2021
20210
painis lamelados, de
103
250 000,00
125 000,00
62 500,00
104
250 000,00
125 000,00
62 500,00
105
200 000,00
100 000,00
50 000,00
106
200 000,00
100 000,00
50 000,00
107
80 000,00
60 000,00
40 000,00
108
60 000,00
30 000,00
15 000,00
109
60 000,00
30 000,00
15 000,00
partculas, de fibras e
de outros pains
Fabricao de obras
2022
20220
de carpintaria para
construo
2023
20230
2024
bricao de obras em
cortia, em cesteira e
em espartaria
20241
Fabricao de caixes
morturios em madeira
Fabricao de artigos
20242
de cestaria e de espartaria
Fabricao de artigos
20243
de cortia e de outras
obras de madeira, n.e.
210
de papel e carto e
seus artigos:
Fabricao de pasta,
2101
21010
de papel e carto
110
30 000,00
15 000,00
7 500,00
111
30 000,00
15 000,00
7 500,00
excepto canelado
Fabricao de papel e
2102
21020
carto canelados e de
embalagens de papel
e carto
242
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de artigos
2103
21030
112
30 000,00
15 000,00
7 500,00
113
30 000,00
15 000,00
7 500,00
114
100 000,00
50 000,00
30 000,00
115
150 000,00
100 000,00
50 000,00
116
200 000,00
150 000,00
100 000,00
117
100 000,00
50 000,00
30 000,00
118
100 000,00
80 000,00
60 000,00
119
120 000,00
100 000,00
80 000,00
120
250 000,00
200 000,00
150 000,00
tico e sanitrio
Fabricao de artigos
2104
21040
de pasta de papel, de
papel e de carto, n.e.
Edio, impresso e
reproduo de su-
22
portes de informao
gravados:
221
Edio:
Edio de livros,
2211
22110
brochuras, partituras e
similares
Edio de jornais,
2212
22120
2213
22130
2214
22140
Edio de gravaes
de som
Edio, n.e.
Impresso e actividades dos servios
222
relacionados com a
impresso:
2221
223
23
22210
2222
22220
2230
22300
Impresso
Actividades relacionadas com a impresso
Reproduo de suportes gravados
2310
23100
232
2320
23200
Fabricao de coque
121
300 000,00
200 000,00
150 000,00
122
500 000,00
400 000,00
300 000,00
123
1 500 000,00
2330
23300
1 000
000,00
900 000,00
243
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Subseco DG - Fabricao de produtos qumicos e de fibras sintticas ou artificiais
Fabricao de produ-
24
tos qumicos:
Fabricao de produ-
241
excepto de adubos e
124
400 000,00
200 000,00
100 000,00
125
400 000,00
200 000,00
100 000,00
126
400 000,00
200 000,00
100 000,00
127
450 000,00
225 000,00
112 500,00
128
450 000,00
225 000,00
112 500,00
129
400 000,00
200 000,00
100 000,00
130
350 000,00
125 000,00
100 000,00
131
300 000,00
150 000,00
75 000,00
de compostos azotados
24111
Fabricao de gases
industriais
Fabricao de outros
24112
produtos qumicos
de base
Fabricao de adu-
2412
24120
bos e de compostos
azotados
Fabricao de matrias
2413
24130
plsticas e borracha
sinttica sob formas
primrias
Fabricao de outros
242
produtos qumicos:
Fabricao de pestici2421
24210
2422
24220
vernizes e produtos
similares, mastiques e
tintas de impresso
Fabricao de produ-
2423
24230
tos farmacuticos e
preparaes para uso
medicinal
244
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de sabes
e detergentes, produ2424
tos de limpeza e de
polimento, perfumes e
produtos de higiene:
Fabricao de sabes,
24241
detergentes, produtos
de limpeza e de poli-
132
250 000,00
125 000,00
62 500,00
133
300 000,00
150 000,00
75 000,00
134
350 000,00
250 000,00
125 000,00
135
350 000,00
250 000,00
125 000,00
136
350 000,00
250 000,00
125 000,00
mento
Fabricao de perfu24242
mes, cosmticos e de
produtos de higiene
Fabricao de explosi-
2425
plosivos e artigos de
pirotecnia
Fabricao de outros
24252
produtos qumicos,
n.e.
243
2430
24300
Fabricao de fibras
sintticas ou artificiais
de borracha e de
matrias plsticas:
Fabricao de artigos
251
252
de borracha:
2511
25110
2512
25120
2513
25130
Fabricao de pneus e
de cmaras-de-ar
Reconstruo de
pneus
Fabricao de produtos de borracha, n.e.
137
300 000,00
150 000,00
75 000,00
138
100 000,00
50 000,00
25 000,00
139
150 000,00
700 000,00
75 000,00
Fabricao de artigos
de matrias plsticas:
245
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de chapas,
2521
25210
140
200 000,00
100 000,00
50 000,00
141
200 000,00
100 000,00
50 000,00
de plsticos
2522
25220
Fabricao de artigos
de plsticos n.e.
produtos minerais no
metlicos:
261
2610
26100
Fabricao de vidro e
artigos de vidro
142
300 000,00
150 000,00
75 000,00
143
200 000,00
100 000,00
50 000,00
144
200 000,00
100 000,00
50 000,00
145
160 000,00
80 000,00
40 000,00
146
160 000,00
80 000,00
40 000,00
147
350 000,00
175 000,00
100 000,00
148
250 000,00
125 000,00
62 500,00
Fabricao de produtos
269
minerais no metlicos,
n.e.:
Fabricao de produtos
2691
26910
2692
26920
Fabricao de produtos
cermicos refractrios
Fabricao de produ-
2693
ladrilhos, mosaicos e
placas de cermica
Fabricao de tijolos,
26932
telhas e de outros
produtos de barro para
construo
Fabricao de cimen-
2694
Fabricao de cimento
Fabricao de cal e
gesso
Fabricao de produ-
2695
246
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de beto
26951
pronto e produtos de
beto para a cons-
149
500 000,00
250 000,00
200 000,00
150
300 000,00
150 000,00
75 000,00
151
200 000,00
100 000,00
50 000,00
152
500 000,00
250 000,00
200 000,00
truo
26952
2696
26960
2697
26970
27
de base:
Siderurgia e actividade
271
2710
27100
153
600 000,00
300 000,00
150 000,00
154
200 000,00
180 000,00
120 000,00
155
200 000,00
180 000,00
120 000,00
156
200 000,00
180 000,00
120 000,00
157
300 000,00
150 000,00
75 000,00
158
250 000,00
125 000,00
62 500,00
do ao
Obteno e primeira
272
2720
transformao de
metais no ferrosos:
Obteno e primeira
27201
transformao de
metais preciosos
Obteno e primeira
27202
transformao do
zinco
Obteno e primeira
27203
273
Fundio de metais:
2731
27310
2732
27320
Fundio de metais
ferrosos
Fundio de metais
no ferrosos
Fabricao de produ-
28
247
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de elementos de construo em
281
metal, reservatrios,
recipientes e de geradores de vapor:
Fabricao de estru2811
28110
159
200 000,00
100 000,00
75 000,00
160
250 000,00
125 000,00
100 000,00
161
500 000,00
400 000,00
200 000,00
162
400 000,00
300 000,00
200 000,00
163
180 000,00
90 000,00
70 000,00
164
200 000,00
200 000,00
100 000,00
165
200 000,00
200 000,00
100 000,00
metlicos
Fabric. de reservat.,
2812
28120
recipient., caldeiras e
radiad. metlicos para
aquecimento central
Fabricao de gerado-
2813
28130
289
28910
2892
28920
timento de metais;
actividades de mecnica geral
Fabricao de cute-
2893
laria, ferramenta e
ferragens:
28931
28932
duras, dobradias e de
outras ferragens
2894
248
Fabricao de outros
produtos metlicos:
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
28941
Fabricao de embalagens
166
150 000,00
100 000,00
50 000,00
167
200 000,00
200 000,00
100 000,00
168
200 000,00
200 000,00
100 000,00
Fabricao de produ28942
28943
produtos metlicos,
n.e.
291
29110
2912
29120
Fabricao de motores
e turbinas
1 200
1 000
000,00
000,00
1 000 000,00
750 000,00
500 000,00
171
750 000,00
500 000,00
250 000,00
172
1 000 000,00
750 000,00
500 000,00
173
1 000 000,00
750 000,00
500 000,00
174
1 000 000,00
750 000,00
500 000,00
175
1 500 000,00
169
1 500 000,00
170
29130
2914
29140
2915
29150
Fabricao de fornos e
queimadores
Fabricao de equipamento de elevao e
movimentao
2916
29160
292
29210
quinas e de tractores,
para a agricultura,
1 500
1 000
000,00
000,00
pecuria e sivicultura
249
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
2922
29220
2923
29230
Fabricao de mquinas-ferramentas
Fabricao de mquinas para metalurgia
176
1 000 000,00
177
1 500 000,00
178
1 500 000,00
179
1 500 000,00
180
1 500 000,00
181
750 000,00
500 000,00
1 500
1 000
000,00
000,00
Fabricao de mqui2924
29240
1 500
1 000
000,00
000,00
construo
Fabricao de mqui2925
29250
1 500
1 000
000,00
000,00
e do tabaco
Fabricao de mqui2926
29260
1 500
1 000
000,00
000,00
600 000,00
500 000,00
400 000,00
182
600 000,00
500 000,00
400 000,00
183
600 000,00
500 000,00
400 000,00
184
600 000,00
500 000,00
400 000,00
do couro
2927
29270
2928
29280
Fabricao de armas e
munies
Fabricao de mquinas de uso especfico,
n.e.
Fabricao de apare-
293
29310
2932
29320
Fabricao de electrodomsticos
Fabricao de aparelhos no elctricos
para uso domstico
300
3000
30000
equipamento para o
tratamento automtico
da informao
Fabricao de mqui-
31
250
185
700 000,00
350 000,00
300 000,00
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de moto311
3110
31100
186
2 000 000,00
187
1 200 000,00
188
formadores elctricos
2 000
1 500
000,00
000,00
Fabricao de material
312
3120
31200
de distribuio e de
controlo para instala-
1 200
1 000
000,00
000,00
200 000,00
150 000,00
100 000,00
189
200 000,00
150 000,00
100 000,00
190
200 000,00
150 000,00
100 000,00
191
200 000,00
150 000,00
100 000,00
192
200 000,00
150 000,00
100 000,00
193
400 000,00
300 000,00
200 000,00
194
400 000,00
300 000,00
200 000,00
es elctricas
313
3130
31300
314
3140
31400
Fabricao de fios e
cabos isolados
Fabricao de acumulamento e de pilhas
elctricas
Fabricao de lm-
315
3150
31500
padas elctricas e
de outro material de
iluminao
Fabricao de outro
319
3190
31900
32
de rdio, televiso e
comunicao:
321
3210
32100
322
3220
32200
rdios e de televiso e
aparelhos de telefonia
por fios
Fabricao de aparelhos receptores e
material de rdio e de
323
3230
32300
televiso, aparelho
de gravao ou de
reproduo de som e
imagens e de material
associado
251
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, Ben-
Subcl.
Designao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de aparelhos e instrumentos
mdicos, mdico-ci-
33
rrgicos, ortopdicos,
de preciso, de ptica
e de relojoaria:
Fabricao de aparelhos mdicos, de
medida, verificao,
331
controlo, navegao
e outros fins, excepto
instrumentos pticos:
Fabricao de material
3311
33110
mdico-cirrgico e
195
200 000,00
150 000,00
100 000,00
196
400 000,00
300 000,00
200 000,00
197
400 000,00
300 000,00
200 000,00
198
400 000,00
300 000,00
200 000,00
199
400 000,00
300 000,00
200 000,00
ortopdico
Fabricao de instrumentos e aparelhos de
medida, verificao,
3312
33120
controlo, navegao
e outros fins (excepto
controlo de processos
industriais)
Fabricao de equipa-
3313
33130
mento de controlo de
processos industriais
Fabricao de material
332
3320
33200
ptico e cinematogrfico
333
3330
33300
Fabricao de relgios
e material de relojoaria
automveis, reboques
e semi-reboques:
341
252
3410
34100
Fabricao de veculos
automveis
200
1 500 000,00
1 500
1 000
000,00
000,00
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, Ben-
Subcl.
Designao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de
342
3420
34200
carroarias, reboques
1 000
201
1 000 000,00
202
1 000 000,00
203
800 000,00
400 000,00
200 000,00
204
800 000,00
400 000,00
200 000,00
205
1 000 000,00
206
2 000 000,00
207
e semi-reboques
000,00
750 000,00
Fabricao de com343
3430
34300
ponentes e acessrios
para veculos autom-
1 000
000,00
750 000,00
35
material de transporte:
Construo e repara-
351
o naval:
Construo e repara3511
35110
o de embarcaes,
excepto de recreio e
desporto
Construo e repara-
3512
35120
o de embarcaes
de recreio e de desporto
Fabricao e repara-
352
3520
35200
1 000
000,00
750 000,00
de ferro
353
3530
35300
2 000
1 500
000,00
000,00
600 000,00
500 000,00
400 000,00
208
300 000,00
150 000,00
75 000,00
209
300 000,00
150 000,00
75 000,00
Fabricao de outro
359
material de transporte:
3591
35910
3592
35920
Fabricao de motociclos
Fabricao de bicicletas e de veculos para
deficientes fsicos
Fabricao de outro
3593
35930
253
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Fabricao de mobili-
361
rio e de colches:
3611
36110
3612
36120
3613
36130
210
200 000,00
150 000,00
100 000,00
211
200 000,00
150 000,00
100 000,00
212
200 000,00
150 000,00
100 000,00
213
300 000,00
200 000,00
100 000,00
214
200 000,00
150 000,00
100 000,00
215
200 000,00
150 000,00
100 000,00
216
200 000,00
150 000,00
100 000,00
217
100 000,00
50 000,00
25 000,00
218
80 000,00
40 000,00
20 000,00
219
80 000,00
40 000,00
20 000,00
220
100 000,00
50 000,00
25 000,00
221
100 000,00
50 000,00
25 000,00
222
200 000,00
100 000,00
50 000,00
223
100 000,00
50 000,00
25 000,00
369
doras, n.e.:
Fabricao de joa3691
36910
lharia, ourivesaria e
artigos similares
3692
36920
3693
36930
3694
36940
3695
36950
3696
36960
3697
36970
3698
36980
3699
36990
37
371
3710
37100
e de desperdcios
metlicos
372
254
3720
37200
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Seco E - Produo e distribuio de electricidade, gs e gua
Produo e distribuio de electricidade,
40
de gs, de vapor e
gua quente:
Produo, transporte e
401
4010
distribuio de electricidade:
40101
40102
40103
Produo de electricidade
Transporte de electricidade
Distribuio de electricidade
224
300 000,00
200 000,00
150 000,00
225
250 000,00
200 000,00
100 000,00
226
350 000,00
250 000,00
200 000,00
227
500 000,00
300 000,00
200 000,00
228
200 000,00
150 000,00
100 000,00
229
100 000,00
100 000,00
50 000,00
230
200 000,00
150 000,00
100 000,00
231
150 000,00
100 000,00
75 000,00
232
500 000,00
500 000,00
300 000,00
233
600 000,00
600 000,00
400 000,00
Produo e distri402
4020
40200
buio de gs por
conduta
Produo e distribui-
403
o de vapor e de
4030
o de vapor e de
gua quente
40302
41
410
4100
41000
Produo de gelo
Captao, tratamento
e distribuio de gua
Seco F - Construo
45
Construo:
451
4510
452
4520
45100
45201
45202
Construo geral de
edifcios
Engenharia civil
255
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
45203
453
4530
zadas de construo
234
600 000,00
600 000,00
400 000,00
235
200 000,00
200 000,00
150 000,00
236
150 000,00
100 000,00
50 000,00
237
150 000,00
100 000,00
50 000,00
238
150 000,00
120 000,00
80 000,00
239
150 000,00
100 000,00
50 000,00
240
100 000,00
100 000,00
50 000,00
Instalaes especiais:
45301
45302
45303
454
Instalao elctrica
Instalao de canalizaes e de climatizao
Instalaes, n.e.
Actividades de acaba-
4540
mento:
Montagem de traba45401
lhos de carpintaria e
de caixilharia
45402
455
4550
45500
mento de construo
e de demolio com
operador
Seco G - Comrcio por grosso e a retalho; reparao de veculos automveis, motociclos e de bens de uso pessoal e domstico
Comrcio, manuteno e reparao de
veculos automveis e
50
motociclos; comrcio
a retalho de combustveis para veculos:
501
5010
50100
502
5020
50200
Comrcio de veculos
automveis
1 500
1 000
000,00
000,00
200 000,00
150 000,00
100 000,00
300 000,00
200 000,00
150 000,00
241
1 500 000,00
242
243
5030
50300
504
5040
o e reparao de
motociclos, de suas
peas e acessrios:
256
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Comrcio por grosso
50401
244
500 000,00
300 000,00
200 000,00
245
100 000,00
75 000,00
50 000,00
246
60 000,00
40 000,00
20 000,00
247
300 000,00
200 000,00
150 000,00
248
400 000,00
400 000,00
200 000,00
249
350 000,00
250 000,00
200 000,00
acessrios
Manuteno e repara50402
o de motociclos, de
suas peas e
acessrios
Comrcio a retalho
505
5050
50500
de combustvel para
veculos a motor
Comrcio por grosso e
agentes do comrcio,
51
excepto de veculos
automveis e de
motociclos:
511
Agentes do comrcio
5110
por grosso:
Agentes do comrcio
por grosso de mat51101
rias-primas agrcolas e
txteis, animais vivos
e produtos semiacabados
Agentes do comrcio
por grosso de combustveis, minrios,
51102
metais, produtos
qumicos, mquinas,
equipamento industrial, embarcaes e
aeronaves
Agentes do comrcio
por grosso de madeira,
51103
257
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Agentes do comrcio
51104
250
300 000,00
200 000,00
150 000,00
251
300 000,00
200 000,00
150 000,00
252
300 000,00
200 000,00
150 000,00
253
300 000,00
200 000,00
150 000,00
254
50 000,00
30 000,00
20 000,00
255
300 000,00
200 000,00
150 000,00
256
250 000,00
150 000,00
100 000,00
257
150 000,00
100 000,00
50 000,00
das e tabaco
Agentes especializa51105
51106
512
de produtos agrcolas
brutos e animais vivos:
Comrcio por grosso
de cereais, sementes,
51211
51212
51213
de animais vivos, de
peles e couro
51214
5122
de fruta e de produtos
hortcolas
258
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Comrcio por grosso
51223
de leite e derivados,
ovos, azeite, leos e
258
150 000,00
100 000,00
50 000,00
259
150 000,00
100 000,00
50 000,00
260
150 000,00
100 000,00
50 000,00
261
150 000,00
100 000,00
50 000,00
262
200 000,00
150 000,00
100 000,00
263
60 000,00
30 000,00
15 000,00
264
120 000,00
60 000,00
30 000,00
265
120 000,00
60 000,00
30 000,00
266
350 000,00
250 000,00
200 000,00
gorduras alimentares
51224
51225
51226
51227
de peixe, crustceos e
moluscos
Comrcio por grosso
51228
de outros produtos
alimentares
Comrcio por grosso
de bens de consumo,
513
excepto alimentares,
bebidas e tabaco:
Comrcio por grosso
5131
de txteis, vesturio e
calado:
51311
51312
5132
de outros bens de
consumo:
Comrcio por grosso
de electrodomsticos,
51321
aparelhos de rdio,
de televiso e de
telefones
259
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Comrcio por grosso
de louas em cermica
51322
e em vidro, de papel
267
250 000,00
200 000,00
150 000,00
268
120 000,00
100 000,00
60 000,00
269
100 000,00
50 000,00
30 000,00
270
100 000,00
50 000,00
40 000,00
271
200 000,00
150 000,00
100 000,00
272
120 000,00
60 000,00
30 000,00
273
300 000,00
200 000,00
150 000,00
de perfumes, produtos
de higiene e de produtos farmacuticos
Comrcio por grosso
51324
51325
grosso de bens de
consumo
Comrcio por grosso
de bens intermdios
514
51410
5142
51420
de minrios e de
metais
Comrcio por grosso
de madeira, materiais
de construo, equipamento sanitrio,
5143
de madeira em bruto
de produtos derivados
260
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Comrcio por
grosso de materiais de
51432
construo (excepto
274
300 000,00
200 000,00
150 000,00
275
400 000,00
300 000,00
200 000,00
276
400 000,00
300 000,00
200 000,00
277
500 000,00
400 000,00
300 000,00
278
250 000,00
150 000,00
75 000,00
279
500 000,00
400 000,00
300 000,00
280
400 000,00
200 000,00
150 000,00
5144
51442
de bens intermdios
(no agrcolas), n.e., de
desperdcios e sucatas
Comrcio por grosso
515
5150
de mquinas e de
equipamentos:
Comrcio por grosso
de mquinas51501
-ferramentas e de
mquinas para a construo, agricultura e
explorao florestal
Comrcio por grosso
51502
de mquinas e material
de escritrio
Comrcio por grosso
de outras mquinas
51503
e equipamentos para
indstria, comrcio e
navegao
519
5190
51900
261
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Comrcio a retalho
(excepto de veculos
automveis para
52
veculos); reparao
de bens pessoais e
domsticos:
Comrcio a retalho em
521
estabelecimentos no
especializados:
Comrcio a retalho
em estabelecimentos
no especializados,
5211
com predominncia de
produtos alimentares,
bebidas ou tabacos:
Comrcio a retalho
52111
em supermecados e
281
200 000,00
100 000,00
75 000,00
282
100 000,00
50 000,00
25 000,00
283
100 000,00
50 000,00
25 000,00
hipermercados
Comrcio a retalho
em estabelecimentos
no especificados,
51112
com predominncia de
produtos alimentares,
bebidas ou tabaco,
n.e.
Comrcio a retalho
em estabelecimentos
5212
52120
no especificados,
sem predominncia de
produtos alimentares,
bebidas ou tabaco
Comrcio a retalho de
produtos alimentares,
522
5220
bebidas e tabaco,
em estabelecimentos
especificados:
262
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Comrcio a retalho de
52201
frutas e de produtos
284
60 000,00
30 000,00
15 000,00
285
80 000,00
40 000,00
20 000,00
286
80 000,00
40 000,00
20 000,00
287
50 000,00
25 000,00
17 500,00
288
80 000,00
40 000,00
20 000,00
289
100 000,00
50 000,00
25 000,00
290
100 000,00
50 000,00
25 000,00
291
50 000,00
25 000,00
17 500,00
292
100 000,00
50 000,00
25 000,00
hortcolas
Comrcio a retalho de
52202
carne e de produtos
base de carne
Comrcio a retalho
52203
de peixe, crustcios e
moluscos
Comrcio a retalho
52204
de po, produtos de
pastelaria e de confeitaria
52205
Comrcio a retalho de
bebidas
Comrcio a retalho de
produtos alimentares
52206
n.e. e de tabaco, em
estabelecimentos
especializados
Outro comrcio a retalho de produtos novos
523
em estabelecimentos
especificados:
Comrcio a retalho de
5231
52310
5232
de txteis, calado e
artigos de couro:
52321
Comrcio a retalho de
txteis e de vesturio
Comrcio a retalho de
52322
calado e de artigos
de couro
Comrcio a retalho de
5233
electrodomsticos,
artigos e equipamentos para o lar:
263
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Comrcio a retalho de
52331
electrodomsticos,
aparelhos de rdio e
293
150 000,00
100 000,00
50 000,00
294
250 000,00
175 000,00
100 000,00
295
100 000,00
50 000,00
25 000,00
296
100 000,00
50 000,00
25 000,00
297
200 000,00
150 000,00
100 000,00
298
75 000,00
37 500,00
18 750,00
299
150 000,00
75 000,00
37 500,00
300
200 000,00
100 000,00
50 000,00
301
100 000,00
50 000,00
25 000,00
302
100 000,00
50 000,00
25 000,00
de televiso
Comrcio a retalho de
52332
mobilirio e artigos de
iluminao
Comrcio a retalho de
52333
louas, cutelaria e de
outros artigos similares
para uso domstico
Comrcio a retalho de
52334
5234
52340
vidros, equipamento
sanitrio, ladrilhos e
similares
Outro comrcio a
retalho de produtos
5235
em estabelecimentos
especializados:
Comrcio a retalho de
52351
52352
52353
artigos e de artigos de
ourivesaria
Comrcio a retalho de
52354
52355
264
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Comrcio a retalho de
524
5240
52400
artigos em segunda
mo em estabeleci-
303
90 000,00
45 000,00
22 500,00
304
100 000,00
50 000,00
17 500,00
305
50 000,00
17 500,00
8 750,00
306
50 000,00
17 500,00
8 750,00
307
50 000,00
17 500,00
8 750,00
308
30 000,00
15 000,00
7 500,00
309
40 000,00
20 000,00
10 000,00
310
30 000,00
15 000,00
7 500,00
mentos
Comrcio a retalho
525
no efetuado em
estabelecimentos:
5251
52510
5252
bancas e feiras:
Comrcio a retalho
52521
em bancas e feiras de
produtos no alimentares e bebidas
Comrcio a retalho
52522
em bancas e feiras de
bebidas no alimentares e bebidas
Comrcio a retalho por
5253
52530
outros mtodos, no
efectuado em estabelecimentos
Reparao de bens
526
5260
pessoais e domsticos:
Reparao de calado
52601
e outros artigos de
couro
52602
Reparao de electrodomsticos
Reparao de rel-
52603
gios e de artigos de
joalharia
265
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Reparao de bens
52604
pessoais e domsti-
311
30 000,00
15 000,00
7 500,00
312
250 000,00
175 000,00
100 000,00
313
100 000,00
50 000,00
25 000,00
314
250 000,00
175 000,00
100 000,00
315
80 000,00
40 000,00
20 000,00
316
150 000,00
100 000,00
50 000,00
317
100 000,00
50 000,00
25 000,00
318
60 000,00
30 000,00
15 000,00
319
60 000,00
30 000,00
15 000,00
320
60 000,00
30 000,00
15 000,00
cos, n.e.
Alojamento e restau55
rao (restaurantes e
similares):
55111
55112
55113
5512
55122
5513
55130
e outros locais de
alojamento de curta
durao
Restaurantes, estabe-
552
lecimentos de bebidas
e cantinas:
5521
Restaurantes:
55211
Restaurantes de tipo
tradicional
Restaurantes com
55212
lugares ao balco
(snack-bares)
55213
266
Restaurantes, n.e.
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Estabelecimentos de
5522
bebidas:
55221
Cafs e pastelarias
321
50 000,00
25 000,00
12 500,00
55222
Cervejarias e bares
322
50 000,00
25 000,00
12 500,00
323
50 000,00
25 000,00
12 500,00
324
50 000,00
25 000,00
12 500,00
55223
5523
55230
mento de refeies ao
domiclio (catering)
6010
60100
Caminhos de ferro
325
100 000,00
50 000,00
25 000,00
326
200 000,00
100 000,00
50 000,00
327
150 000,00
75 000,00
37 500,00
328
300 000,00
150 000,00
75 000,00
329
300 000,00
150 000,00
75 000,00
330
500 000,00
250 000,00
125 000,00
331
200 000,00
100 000,00
50 000,00
332
500 000,00
250 000,00
125 000,00
333
300 000,00
150 000,00
75 000,00
Outros transportes
602
terrestres:
Outros transportes
6021
60210
terrestres regulares de
passageiros
Outros transportes
6022
60220
terrestres ocasionais
de passageiros
6023
60230
603
6030
60300
611
6110
61100
61
612
6120
61200
62
Transportes martimos
Transportes por vias
navegveis interiores
Transportes areos:
621
6210
62100
622
6220
62200
Transportes areos
regulares
Transportes areos
no regulares
267
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Actividades anexas e
63
630
portes, agncias de
viagem e turismo:
6301
63010
6302
63020
Manuseamento de
carga
Armazenagem
334
100 000,00
50 000,00
25 000,00
335
80 000,00
40 000,00
20 000,00
336
80 000,00
40 000,00
20 000,00
337
80 000,00
40 000,00
20 000,00
338
80 000,00
40 000,00
20 000,00
339
150 000,00
75 000,00
32 500,00
340
150 000,00
75 000,00
32 500,00
341
100 000,00
50 000,00
25 000,00
342
150 000,00
75 000,00
32 500,00
343
700 000,00
350 000,00
175 000,00
Outras actividades
6303
63032
63033
6304
63040
Agncias de viagens e
de turismo
Actividades dos agen-
6305
63050
64
caes:
Actividades dos
641
correios:
6411
64110
6412
64120
Actividades dos
correios nacionais
Actividades postais
independentes dos
correios nacionais
642
268
6420
64200
Telecomunicaes
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Seco J - Actividades Financeiras
Intermediao finan65
651
monetria:
6511
65110
Banco Central
344
1 000 000,00
345
2 000 000,00
346
2 000 000,00
347
2 000 000,00
348
2 000 000,00
349
2 000 000,00
1 000
1 000
000,00
000,00
Outra intermediao
6512
monetria:
65121
65122
Instituies bancrias
Outra intermediao
monetria, n.e.
1 000
000,00
1 000
000,00
500 000,00
500 000,00
Outra intermediao
659
financeira:
6591
65910
6592
65920
6593
65930
Locao financeira
Outras actividades de
crdito
Outra intermediao
financeira, n.e.
1 000
000,00
1 000
000,00
1 000
000,00
500 000,00
500 000,00
500 000,00
Seguros, fundos de
66
penses, excepto
660
segurana social
obrigatria:
6601
66010
Seguros de vida
350
400 000,00
200 000,00
100 000,00
6602
66020
Fundos de penses
351
500 000,00
250 000,00
125 000,00
6603
66030
Seguros no vida
352
200 000,00
100 000,00
50 000,00
Actividades auxiliares
67
de intermediao
financeira:
269
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Actividades auxiliares
de intermediao
671
financeira, excepto
seguros e fundos de
penses:
6711
67110
6712
67120
353
500 000,00
250 000,00
125 000,00
354
500 000,00
250 000,00
125 000,00
355
400 000,00
200 000,00
100 000,00
67130
de intermediao
financeira, n.e.
Actividades auxiliares
672
6720
67200
de seguros e fundos
de penses:
70
rias:
701
7010
70100
702
7020
70200
356
500 000,00
250 000,00
125 000,00
357
400 000,00
200 000,00
100 000,00
358
200 000,00
100 000,00
50 000,00
359
100 000,00
50 000,00
25 000,00
71
pessoal e de bens
pessoais e domsticos:
Aluguer de meios de
711
270
transporte:
7111
71110
7112
71120
Aluguer de meios de
transporte terrestre
Aluguer de meios de
transporte por gua
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
7113
71130
Aluguer de meios de
transportes areos
360
300 000,00
150 000,00
75 000,00
361
100 000,00
50 000,00
25 000,00
362
200 000,00
100 000,00
50 000,00
363
100 000,00
50 000,00
25 000,00
364
100 000,00
50 000,00
25 000,00
365
100 000,00
50 000,00
25 000,00
366
100 000,00
50 000,00
25 000,00
367
100 000,00
50 000,00
25 000,00
368
50 000,00
17 500,00
8 750,00
369
80 000,00
40 000,00
20 000,00
370
100 000,00
50 000,00
25 000,00
Aluguer de mquinas e
712
de equipamentos:
Aluguer de mqui7121
71210
nas e equipamentos
agrcolas
Aluguer de mquinas
7122
71220
e equipamento para a
construo e engenharia civil
Aluguer de mquinas
7123
71230
e equipamento de
escritrio (inclui computadores)
7124
71240
7130
71300
Aluguer de mquinas e
equipamentos, n.e.
Aluguer de bens de
713
72
cas e conexas:
721
7210
72100
722
7220
72200
723
7230
72300
724
7240
72400
725
7250
72500
271
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
729
7290
72900
Outras actividades
conexas informtica
371
80 000,00
40 000,00
20 000,00
372
100 000,00
50 000,00
25 000,00
373
100 000,00
50 000,00
25 000,00
374
300 000,00
150 000,00
75 000,00
375
300 000,00
150 000,00
75 000,00
376
200 000,00
100 000,00
50 000,00
377
300 000,00
150 000,00
75 000,00
Investigao e desen-
73
volvimento:
Investigao e desen731
7310
73100
732
7320
73200
74
principalmente s
empresas:
Actividades jurdicas,
de contabilidade e de
auditoria; consultoria
fiscal; estudos de
741
mercado e sondagens
de opinio; consultoria empresarial e de
gesto:
7411
74110
Actividades jurdicas
Actividade de conta-
7412
74120
bilidade, auditoria e
consultoria fiscal
7413
74130
7414
74140
Estudos de mercado e
sondagens de opinio
Actividades de consultoria para os negcios
e a gesto
Actividades de agricul-
742
tura, de engenharia e
tcnicas afins, ensaios
e anlises tcnicas:
272
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Actividades de arqui7421
74210
tectura, de engenharia
378
300 000,00
150 000,00
75 000,00
379
300 000,00
150 000,00
75 000,00
380
200 000,00
100 000,00
50 000,00
381
60 000,00
30 000,00
15 000,00
382
100 000,00
50 000,00
25 000,00
383
100 000,00
50 000,00
25 000,00
384
80 000,00
40 000,00
20 000,00
385
50 000,00
25 000,00
12 500,00
386
100 000,00
50 000,00
25 000,00
e tcnicas afins
743
7422
74220
7430
74300
Actividades de ensaios
e anlises tcnicas
Publicidade
Outras actividades de
servios prestados
749
principalmente s
empresas, n.e.:
7491
74910
7492
74920
7493
74930
7494
74940
7495
74950
Seleco e colocao
de pessoal
Actividade de investigao e segurana
Actividades de limpeza
industrial
Actividades fotogrficas
Actividades de embalagem
Outras actividades de
7496
74960
servios prestados
principalmente s empresas diversas, n.e.
defesa e segurana
social obrigatria:
Administrao pblica
751
em geral, econmica
e social:
Administrao pblica
7511
geral:
75111
Administrao central
387
100 000,00
50 000,00
25 000,00
75112
Administrao local
388
50 000,00
25 000,00
12 500,00
273
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Administrao pblica - actividades de
sade, educao,
7512
Administrao pblica
- actividade de sade
389
100 000,00
50 000,00
25 000,00
390
100 000,00
50 000,00
25 000,00
391
200 000,00
100 000,00
50 000,00
392
100 000,00
50 000,00
25 000,00
393
100 000,00
50 000,00
25 000,00
Administrao p75122
blica - actividade de
educao
Administrao pblica
- actividade da cultura,
desporto, recreao,
75123
ambiente, habitao
e de outras actividades sociais, excepto
segurana social
obrigatria
7513
75130
7514
75140
752
753
274
7521
75210
Negcios estrangeiros
394
200 000,00
100 000,00
50 000,00
7522
75220
Actividades de defesa
395
100 000,00
50 000,00
25 000,00
7523
75230
Justia
396
150 000,00
75 000,00
32 500,00
397
100 000,00
50 000,00
25 000,00
398
75 000,00
32 500,00
16 250,00
399
100 000,00
50 000,00
25 000,00
7524
75240
7525
75250
7530
75300
Segurana e ordem
pblica
Actividades de proteco civil
Segurana social
obrigatria
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Seco M - Educao
80
Educao:
80101
80102
802
(pr-primria)
Ensino primrio
400
70 000,00
35 000,00
17 500,00
401
70 000,00
35 000,00
17 500,00
402
70 000,00
35 000,00
17 500,00
403
100 000,00
50 000,00
25 000,00
404
70 000,00
35 000,00
17 500,00
405
100 000,00
50 000,00
25 000,00
406
100 000,00
50 000,00
25 000,00
407
200 000,00
100 000,00
50 000,00
408
200 000,00
100 000,00
50 000,00
409
200 000,00
100 000,00
50 000,00
410
200 000,00
100 000,00
50 000,00
Ensino secundrio:
80211
80212
Formao profissional
bsica
secundrio:
80221
80222
80223
8030
Ensino geral
2. ciclo do ensino
8022
803
Educao pr-escolar
80300
Ensino geral
Formao mdia
tcnica
Formao mdia
normal
Ensino superior
Ensino para adultos
809
8090
e outras actividades
educativas:
80901
80902
80903
Escolas de conduo
e pilotagem
Formao profissional
Outras actividades
educativas, n.e.
851
humana:
Actividades dos esta8511
85110
belecimentos de sade
411
250 000,00
125 000,00
62 500,00
412
100 000,00
50 000,00
25 000,00
413
200 000,00
100 000,00
50 000,00
com internamento
Actividades de prtica
8512
85120
8513
85130
275
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
852
8514
85140
8515
85150
8520
85200
Actividades de enfermagem
Actividades de sade
humana, n.e.
Actividades veterinrias
414
100 000,00
50 000,00
25 000,00
415
100 000,00
50 000,00
25 000,00
416
70 000,00
35 000,00
12 500,00
417
100 000,00
50 000,00
25 000,00
418
50 000,00
25 000,00
12 500,00
419
50 000,00
25 000,00
12 500,00
420
50 000,00
25 000,00
12 500,00
421
40 000,00
20 000,00
10 000,00
422
40 000,00
20 000,00
10 000,00
423
40 000,00
20 000,00
10 000,00
424
40 000,00
20 000,00
10 000,00
Actividades de aco
853
social:
Aco social com
8531
alojamento:
Aco social para
85311
infncia e juventude,
com alojamento
Aco social para
85312
85313
85314
8532
alojamento:
Aco social para
85321
infncia e juventude,
sem alojamento
Aco social para
85322
85323
85324
276
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, BenDesignao
Subcl.
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Seco O - Outras actividades de servios colectivos, sociais e pessoais
Saneamento, higiene
90
900
9000
90000
pblica e actividades
425
60 000,00
30 000,00
15 000,00
426
150 000,00
75 000,00
37 500,00
427
150 000,00
75 000,00
37 500,00
428
150 000,00
75 000,00
37 500,00
429
100 000,00
50 000,00
17 500,00
430
150 000,00
75 000,00
37 500,00
431
150 000,00
75 000,00
37 500,00
432
200 000,00
100 000,00
50 000,00
433
250 000,00
125 000,00
62 500,00
similares
Actividades de organizaes econmicas,
911
patronais e profissionais:
Actividades de organi9111
91110
zaes econmicas e
patronais
912
9112
91120
9120
91200
919
associativas:
9191
91910
9192
91920
9193
91930
92
de televiso e outras
actividades de espectculo:
Produo e distribui9211
92110
o de filmes e de
vdeos
9212
92120
Projeco de filmes e
de vdeos
277
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Subcl.
Luanda, BenDesignao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
9213
92130
Actividades de rdio e
televiso
434
300 000,00
150 000,00
75 000,00
435
100 000,00
50 000,00
17 500,00
436
100 000,00
50 000,00
17 500,00
437
200 000,00
100 000,00
50 000,00
438
150 000,00
75 000,00
32 500,00
439
90 000,00
45 000,00
22 500,00
440
100 000,00
50 000,00
17 500,00
441
100 000,00
50 000,00
25 000,00
442
50 000,00
17 500,00
8 750,00
443
50 000,00
17 500,00
8 750,00
444
100 000,00
50 000,00
17 500,00
445
100 000,00
50 000,00
17 500,00
Actividades de teatro,
9214
92140
msica e outras
actividades artsticas e
literrias
Outras actividades de
9215
92150
922
9220
92200
9233
92330
924
93
924
92410
9242
92420
9243
92430
Actividades desportivas
Lotarias e outros jogos
de aposta
Outras actividades
recreativas, n.e.
Outras actividades de
930
servios:
9301
93010
9302
93020
Lavagem e limpeza a
seco de txteis e peles
Actividades de sales
de cabeleireiro e institutos de beleza
278
9303
93030
9304
93040
Actividades funerrias
e conexas
Outras actividades de
servios, n.e.
Classificao nacional
Div.
Grup
Class.
Luanda, Ben-
Subcl.
Designao
N. da
verba
guela, Lobito,
Restantes
Huambo,
sedes das
Lubango e
provncias
Outras
localidades
Cabinda
Seco P - Famlias com empregados domsticos
95
950
9500
95000
446
30 000,00
15 000,00
7 500,00
990
9900
99000
447
300 000,00
150 000,00
75 000,00
extra-territoriais
279
280
281
282
283
Impostos sobre
o Rendimento
Cdigo do Imposto
sobre a Aplicao
de Capitais
284
285
Artigo 4.
(Entrada em vigor)
O presente Decreto Legislativo Presidencial entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2012.
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 28 de Setembro de 2011.
Publique-se.
Luanda, aos 30 de Dezembro de 2011.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
286
SECO A
Artigo 3.
(Juros)
1. So compreendidos na seco A:
a) Os juros dos capitais mutuados, em dinheiro ou gneros qualquer que seja a forma
por que o mtuo se apresente;
b) Os rendimentos provenientes dos contratos de abertura de crdito;
c) Os rendimentos originados pelo diferimento no tempo de uma prestao ou pela
mora no pagamento, ainda que auferidos a ttulo de indemnizao ou de clusula
penal, estipuladas nos contratos.
2. At prova em contrrio, presumem-se mutuados os capitais entregues em depsito e
cuja restituio seja garantida por qualquer forma.
3. As letras e livranas cujo sacador ou sacado seja comerciante no acto do saque so
havidas, para efeitos deste imposto, como meros ttulos de pagamento, quando delas
conste que provm de transaces comerciais, podendo a Direco Nacional dos Impostos, no entanto, exigir sempre a prova desta circunstncia.
4. Nos casos no previstos no nmero anterior, as letras e livranas so havidas como
ttulos de colocao de capitais, cabendo aos interessados ilidir esta presuno.
5. As letras e livranas havidas como meros ttulos de pagamento, se no forem pagas no
prazo em que o devam ser, ficam sujeitas a imposto desde a data do vencimento, salvo
se lhes aproveitar a iseno estabelecida na alnea b) do artigo 12.
287
Artigo 4.
(Constituio da obrigao do imposto)
1. A obrigao de imposto tanto pode resultar da atribuio efectiva dos rendimentos
como da presuno da sua existncia nos termos do presente diploma, ou ainda da
simples possibilidade legal de os exigir.
2. Na hiptese, porm, de exigibilidade dos rendimentos com base em situaes legalmente
constitudas, no h lugar a tributao se o credor provar que, tendo usado todos os meios
facultados pela lei para os receber, no lhe foi possvel cobr-los.
Artigo 5.
(Presuno do valor da taxa de juro)
1. Presume-se que os mtuos e as aberturas de crdito vencem juros taxa anual de 6%,
se outra mais elevada no constar do ttulo constitutivo ou no houver sido declarada,
entendendo-se que o juro comea a vencer-se, nos mtuos, desde a data do contrato
e, nas aberturas de crdito, desde a data da sua utilizao.
2. A taxa referida no nmero anterior pode ser revista anualmente por Decreto Executivo
do Ministro das Finanas.
3. As presunes a que se refere o n. 1 s podem ser ilididas atravs de contrato assinado
e selado em data anterior ao pagamento dos juros ou por deciso judicial proferida em
aco intentada, nos tribunais comuns, pelo contribuinte contra o Estado, em que se
declare ter ficado provado que no foram recebidos juros antecipadamente, nem eram
ou so devidos, ou, sendo-o, tm taxa inferior a 6%.
4. No caso de ser intentada aco judicial nos termos do nmero anterior, o Ministrio Pblico deve sempre requisitar repartio fiscal competente os elementos que esta possua,
ou possa obter, para esclarecimento da verdade dos factos e eventual condenao em
multa dos litigantes de m f.
Artigo 6.
(Taxa de juros nos crditos litigiosos)
1. As presunes estabelecidas no artigo anterior no se aplicam aos emprstimos efectuados por organismos corporativos nem aos crditos litigiosos em que tenha havido
julgamento final da causa.
2. Tratando-se de crditos litigiosos, a matria colectvel determina-se de harmonia
com a deciso proferida.
Artigo 7.
(Sujeio ao imposto)
1. Para que os rendimentos referidos nos artigos anteriores fiquem sujeitos a imposto necessrio que sejam produzidos em Angola ou atribudos a pessoas singulares
ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que aqui tenham residncia, sede, direco
288
SECO B
Artigo 9.
(Juros, dividendos e outros rendimentos)
1. So compreendidos na seco B:
a) Os lucros, seja qual for a sua natureza, espcie ou designao, atribudos aos scios
das sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial;
b) As importncias ou quaisquer outros valores atribudos aos scios das sociedades
cooperativas, desde que constituam remuneraes do capital;
c) Os juros das obrigaes emitidas por qualquer sociedade;
d) Os juros de suprimentos ou de outros abonos feitos pelos scios s sociedades, bem
como os rendimentos dos lucros que, tendo sido atribudos aos scios das sociedades
no annimas nem em comandita por aces, por eles no sejam levantados at ao
fim do ano da respectiva atribuio;
e) O saldo dos juros apurados em conta corrente, nos termos previstos no artigo 344.
e seguintes do Cdigo Comercial, e bem assim os juros escriturados em conta corrente,
nos demais casos;
f) As importncias atribudas a empresas singulares ou colectivas a ttulo de indemnizao pela suspenso da sua actividade;
289
g) Os lucros que as pessoas singulares ou colectivas aufiram pelo facto de um comerciante as interessar nos seus negcios, em regime de conta em participao, nos termos da
respectiva legislao;
h) A emisso de aces em que tenha havido reserva de preferncia na subscrio;
i) Royalties;
j) Os juros dos depsitos ordem e dos depsitos a prazo constitudos junto das instituies financeiras regularmente constitudas;
k) Os juros dos bilhetes do tesouro e das obrigaes do tesouro;
l) Os juros dos ttulos do banco central;
m) Quaisquer ganhos decorrentes da alienao de participaes sociais ou outros instrumentos que gerem rendimentos sujeitos a imposto sobre a aplicao de capitais, desde
que no obtidos no mbito da actividade comercial do sujeito passivo e como tal sujeitos
a Imposto Industrial ou Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho;
n) Prmios de jogo de fortuna ou azar, rifas, lotarias ou apostas, qualquer que seja a
sua natureza ou provenincia;
o) Quaisquer outros rendimentos derivados da simples aplicao de capitais, no
compreendidos na seco A.
2. No caso da alnea h), constitui matria colectvel a diferena que se verificar entre o
preo da emisso e o valor das aces emitidas por virtude do aumento de capital.
3. Considera-se feita com reserva de preferncia a emisso de aces em que estas sejam
oferecidas aos accionistas por valor mais baixo do que o estabelecido para o pblico.
4. O termo royalties usado na alnea i) significa as retribuies de qualquer natureza
atribudas ou pela concesso de uso de um direito de autor sobre uma obra literria, artstica ou cientfica, incluindo os filmes cinematogrficos, bem como os filmes
ou gravaes para transmisso pela rdio ou pela televiso, de uma patente, de uma
marca de fabrico ou de comrcio, de um desenho ou de um modelo, de um plano, de
uma frmula ou de um processo secreto, bem como pelo uso ou pela concesso do uso
de um equipamento industrial, comercial ou cientfico ou por informaes respeitantes a uma experincia adquirida no sector industrial, comercial ou cientfico.
5. No caso da alnea m) constitui matria colectvel a diferena positiva que se verifique
entre o preo de alienao e o preo de aquisio.
Artigo 10.
(Constituio da obrigao do imposto)
1. A obrigao do imposto tanto pode resultar da atribuio efectiva dos rendimentos
como da presuno da sua existncia nos termos deste diploma.
2. Entende-se que os suprimentos, abonos e lucros referidos na alnea d) do n. 1 do
artigo anterior produzem sempre rendimento, cujo quantitativo no pode ser inferior
ao resultante da aplicao da taxa mxima anual dos juros activos estabelecidos pelo
290
Banco Central, para as operaes de crdito realizadas pelos bancos comerciais com
as empresas.
Artigo 11.
(Sujeio ao imposto)
Para que os rendimentos referidos no artigo 9. fiquem sujeitos a imposto necessrio que:
a) Os rendimentos sejam pagos por uma pessoa singular ou colectiva com domiclio,
sede ou direco efectiva em territrio angolano;
b) Os rendimentos sejam postos disposio atravs de um estabelecimento estvel em
territrio angolano;
c) Os rendimentos sejam recebidos por pessoas singulares ou colectivas com domiclio,
sede ou direco efectiva em territrio angolano;
d) Os rendimentos sejam atribudos a um estabelecimento estvel em territrio angolano.
CAPTULO II
Isenes
Artigo 12.
(Isenes seco A)
Esto isentos de imposto, seco A:
a) Os rendimentos das instituies financeiras e das cooperativas, quando sujeitos a imposto industrial, ainda que dele isentos;
b) Os juros das vendas a crdito dos comerciantes relativos a produtos ou servios do
seu comrcio ou indstria, bem como o juro ou qualquer compensao da mora no
pagamento do respectivo preo;
c) Os juros dos emprstimos sobre aplices de seguros de vida, feitos por sociedades de
seguros.
Artigo 13.
(Isenes seco B)
1. Esto isentos de imposto, seco B:
a) Os lucros distribudos por uma entidade com sede ou direco efectiva em territrio
angolano no caso em que a entidade beneficiria seja uma pessoa colectiva ou equiparada com sede ou direco efectiva em territrio angolano sujeita a Imposto Industrial,
ainda que dele isenta, que detenha no capital social da entidade que distribui os lucros
uma participao no inferior a 25% por um perodo superior a um ano anterior distribuio dos lucros;
b) Os juros de instrumentos que se destinem a fomentar a poupana que sejam devida
e previamente aprovados pelo Ministro das Finanas sob parecer da Direco Nacional
291
CAPTULO III
Determinao da Matria Colectvel
SECO A
Artigo 15.
(Obrigaes declarativas)
1. As pessoas obrigadas liquidao do imposto nos termos do presente Cdigo apresentam
uma declarao de todos os rendimentos recebidos, pagos ou postos disposio dos seus
titulares, at ao final do ms de Janeiro do ano seguinte quele em que o recebimento,
pagamento ou colocao disposio ocorram.
2. Ficando os crditos sujeitos a imposto por fora do n. 3 do artigo 8., o prazo para
apresentao da declarao conta-se a partir da data em que o credor, ou o devedor,
fixe residncia em Angola.
3. Exceptuam-se do disposto neste artigo os emprstimos efectuados pelos organismos
corporativos.
Artigo 16.
(Dever de informao)
Os titulares dos crditos, ou seus representantes, so obrigados a declarar, dentro do prazo
de trinta dias, as alteraes ocorridas em relao aos elementos constantes da declarao
que possam originar agravamento do imposto, devendo igualmente declarar os recebimentos parciais e quaisquer outras modificaes que importem diminuio de colecta.
292
Artigo 17.
(Crditos litigiosos)
1. Os credores de dvidas litigiosas podem requerer a suspenso da determinao da
matria colectvel e da liquidao do imposto at extino da instncia.
2. O pedido acompanhado de certido comprovativa da existncia da instncia.
3. Enquanto durar a instncia, os credores tm de apresentar, no 1. trimestre de cada
ano, nova certido do estado da causa em 31 de Dezembro do ano anterior.
4. Extinta a instncia por qualquer das formas previstas no Cdigo de Processo Civil, o
credor fica obrigado a declarar essa extino no prazo de 30 dias, com vista liquidao
do imposto, conforme houver sido julgado e sem limitao do nmero de anos.
5. Decorrido o prazo fixado no nmero anterior, o chefe da Repartio Fiscal, sempre
que tenha notcia da extino da instncia procede oficiosamente liquidao.
6. Consideram-se litigiosas as dvidas cuja declarao ou pagamento seja pedido em juzo.
Artigo 18.
(Livro de registos)
Os organismos corporativos ficam obrigados a organizar, um livro de registo dos emprstimos concedidos, que deve ser patenteado aos funcionrios a quem incumbe a fiscalizao
do imposto.
SECO B
Artigo 19.
(Obrigaes declarativas)
As pessoas obrigadas liquidao do imposto nos termos do presente Cdigo apresentam
uma declarao de todos os rendimentos recebidos, pagos ou postos disposio dos seus
titulares, at ao final do ms de Janeiro do ano seguinte quele em que o recebimento,
pagamento ou colocao disposio ocorram.
Artigo 20.
(Determinao do valor das aces)
1. Para efeitos do disposto na alnea h) do artigo 9., tem-se como valor das aces emitidas
o que resultar da cotao mdia na Bolsa nos 180 dias anteriores data do encerramento
da subscrio, ou no havendo cotao, o produto de 20 vezes o dividendo que caberia
quelas aces, o qual determinado pela mdia dos dividendos distribudos nos ltimos
trs exerccios, ou, no caso de transformao de sociedades por quotas em sociedades
annimas, pela mdia dos lucros dos trs ltimos exerccios correspondentes a idntico
capital nominal.
293
294
Artigo 25.
(Contagem dos rendimentos)
A contagem dos rendimentos sujeitos a imposto feita dia a dia, salvo tratando-se dos
referidos na parte final da alnea d) do n. 1 do artigo 9., em que tem incio em 1 de
Janeiro seguinte.
Artigo 26.
(Reduo dos rendimentos)
Nas hipteses no previstas no Cdigo Geral Tributrio, a reduo dos rendimentos a
dinheiro faz-se com observncia do disposto Cdigo de Processo Civil.
CAPTULO IV
Taxas
Artigo 27.
(Taxas do imposto)
1. A taxa de imposto para os rendimentos previstos no n. 1 do artigo 3. de 15%.
2. A taxa de imposto para os rendimentos previstos no n. 1 do artigo 9. de 10%, salvo
quando se trate dos rendimentos a que se referem as alneas e), f), n) e o), casos em
que a taxa de 15%.
3. A taxa de imposto de 5% nos casos dos rendimentos referidos nas alneas k) e l) do
n. 1 do artigo 9., no caso de juros pagos relativamente a ttulos que apresentem uma
maturidade igual ou superior a trs anos.
Artigo 28.
(Adicionais)
Sobre este imposto no recai qualquer outro adicional.
CAPTULO V
Liquidao
SECO A
Artigo 29.
(Autoliquidao)
1. O imposto liquidado pelos titulares dos respectivos rendimentos.
2. Se, todavia, os titulares dos rendimentos no possurem em Angola, residncia, sede,
direco efectiva ou estabelecimento estvel, o imposto liquidado pelos devedores.
295
SECO B
Artigo 30.
(Reteno na fonte)
1. Nos casos referidos nas alneas a) a g), i) a l) e n) do n. 1 do artigo 9., a liquidao
efectuada pelas entidades a quem incumbe o pagamento dos rendimentos, que ficam
responsveis pela totalidade do imposto e acrscimos no caso de no pagamento, sem
prejuzo do direito de regresso contra o devedor do imposto, mas apenas quanto
dvida principal.
2. As entidades referidas no nmero anterior ficam obrigadas a efectuar sempre o desconto
do imposto devido nos rendimentos que paguem ou coloquem disposio.
3. Nos demais casos, o imposto liquidado pelos titulares do rendimento sujeito a imposto.
Artigo 31.
(Base de liquidao da emisso de aces com
reserva de preferncia)
O imposto devido pelos rendimentos a que se refere a alnea h) do n. 1 do artigo 9.
liquidado tomando por base as indicaes fornecidas pelas sociedades, cuja exactido
verificada pelas reparties fiscais, que as devem corrigir oficiosamente quando nelas
reconheam quaisquer inexactides.
Artigo 32.
(Caducidade da liquidao)
O prazo de caducidade da liquidao previsto no Cdigo Geral Tributrio no aplicvel
ao caso do n. 4 do artigo 17.
CAPTULO VI
Pagamento
SECO A
Artigo 33.
(Pagamento do imposto seco A)
O pagamento do imposto devido faz-se at ao ltimo dia do ms seguinte quele a que
respeite o imposto.
296
SECO B
Artigo 34.
(Pagamento do imposto seco B)
1. O pagamento do imposto no sujeito a reteno na fonte nos termos do n. 1 do artigo
30. faz-se at ao ltimo dia do ms seguinte quele a que respeite o imposto.
2. A entrega do imposto retido faz-se na repartio fiscal da rea do domiclio ou, na
falta desta, na do principal estabelecimento da entidade que a ela deva proceder ou,
da situao do estabelecimento estvel, at ao fim do ms seguinte quele em que se
verifique:
a) A aprovao das contas de gerncia, ou a colocao dos rendimentos disposio
dos seus titulares antes de encerradas as contas ou independentemente da sua aprovao formal, nos casos abrangidos pelas alneas a), b) e d) do n. 1 do artigo 9.;
b) O vencimento dos juros nos casos das alneas c), e), j), k), e l) do n. 1 do artigo 9.;
c) A liquidao ou colocao disposio dos rendimentos, nos restantes casos.
Artigo 35.
(Modo de pagamento)
1. O pagamento do imposto realiza-se atravs do preenchimento e entrega na dependncia bancria ou entidade legalmente indicada para o efeito do Documento de
Arrecadao de Receita (DAR) e dos meios de pagamento adequados, nos termos
do Cdigo Geral Tributrio.
2. Se o pagamento no for efectuado dentro do prazo legal, extrada certido de dvida
tributria sendo o processo encaminhado para cobrana coerciva.
CAPTULO VII
Fiscalizao
SECO A
Artigo 36.
(Notrios)
1. Os notrios so obrigados a enviar s reparties fiscais competentes para a liquidao, at ao dia 10 de cada ms, uma relao em duplicado, da qual constem todos os
actos e contratos em que tenham intervindo no ms anterior e mediante os quais se
tenham constitudo, modificado ou extinguido dvidas sujeitas a imposto.
2. Nesta relao so tambm mencionadas as letras e livranas que no se encontrem na
posse de instituies de crdito e em que os notrios tenham feito reconhecimento de
assinaturas ou por qualquer outra forma hajam intervindo.
297
Artigo 37.
(Escrives de direito)
Os escrives de direito devem enviar s reparties fiscais competentes para a liquidao
at ao dia 10 de cada ms, uma relao em duplicado, dos inventrios e demais processos
a seu cargo, cujas decises tenham transitado em julgado no ms anterior e dos quais se
mostre haver fundamento para a exigncia do imposto.
Artigo 38.
(Titulares de letras e livranas)
1. Os aceitantes de letras e livranas que titulem situaes sujeitas a imposto so obrigados a participar repartio fiscal da rea do domiclio do credor, a existncia dos
mesmos ttulos, dentro dos prazos de 30 dias a contar da data do aceite.
2. Quando o credor no tenha residncia ou sede em Angola, a participao feita
repartio fiscal da rea do domiclio do aceitante.
3. Da participao, a apresentar em duplicado, devem constar os nomes e moradas do
credor e devedor, data do saque, origem e importncia da dvida e taxa de juro.
Artigo 39.
(Conservadores)
Os conservadores do registo predial e do registo de propriedade automvel no podem
proceder a qualquer registo definitivo de actos e contratos em relao aos quais seja
devido imposto, sem que este se mostre pago.
Artigo 40.
(Deveres dos entes pblicos)
Os documentos que titulem actos ou situaes que dem lugar a tributao em imposto
sobre a aplicao de capitais no podem ser recebidos em juzo ou em qualquer repartio pblica sem que se prove ter sido pago o imposto, quando devido.
Artigo 41.
(Fiscalizao tributria em juzo)
No pode ter seguimento em juzo qualquer aco em que se peam juros, quer desde a
mora ou desde a citao do ru, quer anteriores, sem que do respectivo processo conste
que se encontra pago o imposto devido.
Artigo 42.
(Ordem de pagamento por entidade pblica)
1. Nenhum tribunal ou repartio pblica autoriza pagamentos ou adjudicaes de
bens, nem nenhuma entidade d cumprimento a precatrio, mandado ou ordem de
298
299
Artigo 47.
(Notrios)
Durante o ms de Janeiro de cada ano, os notrios enviam s reparties fiscais competentes
para liquidar o imposto devido pelos rendimentos referidos na alnea h) do n. 1 do artigo
9., relaes de que constem todas as escrituras, celebradas no ano anterior, de aumentos
de capital de sociedades annimas, em comandita por aces, ou por quotas, quando realizados mediante incorporao de reservas ou emisso de aces com reserva de preferncia
na subscrio.
Artigo 48.
(Envio de relao de aumentos de capital social)
Durante o ms de Janeiro de cada ano, as reparties fiscais enviam Direco Nacional
de Impostos uma relao mencionando todos os aumentos de capital das sociedades
com sede na respectiva provncia realizados no ano anterior, e que tenham chegado ao
seu conhecimento por qualquer forma.
CAPTULO VIII
Garantias dos Contribuintes
Artigo 49.
(Reclamaes e recursos)
1. Contra a liquidao do imposto podem os contribuintes e as entidades responsveis
pela sua entrega nos cofres do Estado reclamar e recorrer com os fundamentos e nos
termos estabelecidos no Cdigo Geral Tributrio e no Cdigo do Processo Tributrio.
2. Sem prejuzo do disposto no Cdigo Geral Tributrio e Cdigo do Processo Tributrio,
os prazos para as reclamaes ordinrias e extraordinrias referentes liquidao do
imposto sobre a aplicao de capitais, seco B, contam-se:
a) Quando apresentadas pelos titulares dos rendimentos, desde a data em que se
verificou o pagamento que originou o desconto do imposto;
b) Quando apresentadas pelas entidades responsveis pela entrega, desde a data em
que esta tenha ocorrido ou, tratando-se de liquidao adicional, desde a data da sua
notificao.
CAPTULO IX
Penalidades
Artigo 50.
(Falta de liquidao)
1. A falta de liquidao do imposto no prazo legal punida com multa igual ao dobro do
imposto devido por todo o tempo decorrido at data da liquidao.
300
301
Artigo 55.
(No liquidao do imposto por insolvncia)
O credor a requerimento do qual se houver julgado a insolvncia incorre na multa de 100
UCF a 1.000 UCF se no proceder liquidao do imposto logo que tenha conhecimento de
que o devedor ou os outros responsveis adquiriram bens com que possam solver a dvida.
Artigo 56.
(Livro de registos)
A falta do livro a que se refere o artigo 18. punida com multa de 100 UCF e a omisso
de registos no mesmo livro punida com a multa de 20 UCF por cada registo em falta.
Artigo 57.
(No pagamento do imposto)
A falta de pagamento de imposto no prazo fixado nos artigos 33. e 34. punida com
multa igual ao dobro do imposto devido no mnimo de 10 UCF.
Artigo 58.
(Entrega extempornea do imposto)
1. A entrega do imposto fora do prazo fixado no n. 2 do artigo 34. punida com multa
igual ao dobro do imposto devido no mnimo de 100 UCF.
2. No aplicvel a esta infraco o benefcio correspondente ao pagamento espontneo
das multas.
Artigo 59.
(No entrega do imposto)
1. A falta, total ou parcial, da entrega do imposto punida com a multa igual ao dobro
do quantitativo em dvida, no mnimo de 20 UCF, sem prejuzo das sanes previstas
no Cdigo Geral Tributrio e Cdigo Penal se houver abuso de confiana.
2. Quando a infraco prevista no nmero anterior seja acompanhada de falta de desconto prescrito no n. 2 do artigo 30., multa nele cominada acrescenta, pela primeira vez, a de 250 UCF a 5.000 UCF e, no caso de reincidncia, a de 2.500 UCF a
50.000 UCF.
Artigo 60.
(No realizao da reteno na fonte)
A infraco do disposto no n. 2 do artigo 30., quando, no obstante, se proceda entrega
do imposto, punida, pela primeira vez, com a multa de 100 UCF a 10.000 UCF, e, no caso
de reincidncia, com a de 5.000 UCF a 100.000 UCF.
302
Artigo 61.
(No envio do balano e relatrio de contas)
1. O no cumprimento do disposto no artigo 43. punido com multa de 100 UCF a
2.000 UCF.
2. O Director Nacional dos Impostos pode no entanto relevar a falta de cumprimento
do disposto no artigo 43. quando se trate de pequenas actividades, com reduzido
movimento comercial ou industrial.
Artigo 62.
(Envio extemporneo do balano e relatrio de contas)
Pelo envio fora do prazo dos exemplares dos balanos e demais elementos a que se refere
o artigo 43. aplicada a multa de 50 UCF a 1.000 UCF.
Artigo 63.
(No participao do aumento do capital social)
1. A falta de apresentao da participao exigida pelo artigo 21. ou de qualquer dos
documentos que a devam acompanhar punida com multa de 100 UCF a 2.000 UCF.
2. No sendo devido imposto aplica-se sempre o mnimo da multa.
Artigo 64.
(Dolo)
Havendo dolo, as multas estabelecidas nos artigos anteriores, quando fixas, so elevadas
ao dobro.
Artigo 65.
(Simulao)
1. Realizando-se acto ou contrato simulado, com prejuzo do imposto sobre a aplicao de
capitais que, de outro modo, seria pago, ficam os simuladores solidariamente sujeitos a
multa igual ao dobro do imposto que se deixou de pagar, no mnimo de 500 UCF.
2. O auto para a aplicao da multa prevista s pode ser levantado depois de declarada a
nulidade dos actos ou contratos simulados, em aco proposta pelo Ministrio Pblico perante o competente tribunal comum, dentro do prazo de cinco anos a contar da
realizao do acto.
3. O chefe da repartio fiscal, tendo fundadas suspeitas de que se simulou qualquer
acto ou contrato em prejuzo da administrao fiscal, comunicar o facto ao agente
do Ministrio Pblico junto do tribunal competente, para que proponha a respectiva
aco de anulao.
303
4. Transitada em julgado a sentena que declarar a nulidade, o tribunal deve remeter cpia,
nos oito dias seguintes, repartio fiscal competente para proceder ao levantamento do
auto.
CAPTULO X
Disposies Diversas
Artigo 66.
(Envio da relao de manifesto)
Os chefes das reparties fiscais devem enviar aos conservadores do registo predial, at ao
ltimo dia til de cada ms, uma relao dos manifestos cujos efeitos cessaram por extino
dos crditos que hajam sido assegurados com garantia real sobre prdios, devendo referir na
relao o nmero da sua descrio na conservatria.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
304
Impostos sobre
o Rendimento
Cdigo do Imposto
Predial Urbano
305
1. De todos os impostos agora objecto de reforma, aquele cuja estrutura sofrer menores
alteraes o que incide sobre os rendimentos da propriedade urbana.
No obstante, so em no pequeno nmero as modificaes de fundo, os aperfeioamentos tcnicos e as correces formais que nele se introduzem, o primeiro dos quais
, precisamente, o relativo nova designao atribuda actual contribuio predial
urbana.
A realizao de uma reforma do sistema fiscal com a profundidade e a amplitude da
presente afigurou-se oportunidade adequada para abandonar definitivamente a dualidade de designaes por que, merc de razes histricas cuja validade cessou, ainda
hoje so conhecidos alguns dos mais antigos impostos portugueses.
Forjado na poca em que ao imposto andava ligada a ideia de uma concesso voluntria e quase contratual feita ao soberano pelos representantes das diversas classes
sociais reunidos em Cortes, o termo contribuio perdeu o seu inicial sentido medida que a centralizao do poder e uma nova formulao da teoria jurdica do Estado
deram ao imposto a natureza de acto unilateral do poder poltico, vinculado embora
a regras de fora constitucional e subordinado ao supremo imprio da legalidade que
caracteriza o moderno Estado de direito.
Deste modo, a distino entre contribuio e imposto, hoje, no direito portugus mais
no indica do que a maior ou menor antiguidade das espcies tributrias, pelo que
adoptar uma designao uniforme para realidades de idntica natureza se afigura
vantajosa exigncia de rigor tcnico e conceitual. Esta a razo das novas denominaes que, pela presente reforma, se atribui actual contribuio predial urbana.
2. Quanto incidncia, o presente cdigo introduz importantes alteraes no regime
vigente, nomeadamente pelo que respeita ao conceito de prdio urbano e ao novo
tratamento fiscal dado aos casos de sublocao.
Relativamente ao primeiro, houve a preocupao de substituir uma enumerao mais
ou menos casustica por um conceito de carcter genrico, em que a afectao real ou
potencial da coisa elemento decisivo, e o qual fosse capaz de contemplar as novas
situaes entretanto surgidas, evitando assim a evaso e a fuga ao imposto.
Pelo que respeita sublocao, entendeu-se que, quando as rendas recebidas pelos
sublocadores excedam as rendas por eles pagas, se justificava se lhes exigisse imposto
pela diferena entre a renda paga ao senhorio e a recebida pelo arrendatrio, j que a
normal modstia dos seus recursos, que os leva precisamente a recorrer sublocao,
desaconselhava que a tributao a que passaro a ficar sujeitos incidisse igualmente
sobre o valor representado pela utilizao directa de uma parte do prdio.
3. Se evidente o notvel surto de construo por toda a provncia, em especial nos
meios urbanos, para o que decerto no deixou de contribuir a iseno de dez anos de
306
que beneficiam os rendimentos dos prdios construdos de novo, prevista na legislao em vigor, tem de reconhecer-se porm, que muitas vezes as novas casas construdas o tm sido com meros intuitos especulativos, descurando totalmente as reais
necessidades habitacionais dos diversos ncleos e os recursos econmicos da grande
maioria da populao.
Assim, a experincia colhida da execuo do regime vigente parece desaconselhar o
estmulo indiscriminado da construo, que tantas vezes tem absorvido os capitais
necessrios ao desenvolvimento da produo industrial, e a substituio do sistema
actual por um esquema malevel, susceptvel de se adaptar aos diversos condicionalismos das vrias regies e localidades da provncia, visando, em primeira linha,
fomentar e apoiar a construo de habitaes que, pelo nvel das suas rendas, estejam
ao alcance das camadas populacionais de mais modestos recursos.
4. Na determinao da matria colectvel do presente imposto tem tambm projeco o
princpio de tributao do rendimento real que norteia a reforma em que se integra,
pelo que, tratando-se de prdios arrendados, se atender, como base de tributao, ao
rendimento ilquido representado pelas rendas contratuais efectivamente recebidas
pelo senhorio, ao qual se abatem depois diversos encargos por aquele suportados,
como os respeitantes a energia para elevadores, retribuio de porteiros, iluminao
ou climatizao central, prmios de seguro, etc.
Tratando-se de prdios no arrendados, no poderia fazer-se mais do que manter
a actual tributao baseada num rendimento estimado, obtido por confronto com
prdios idnticos dados de arrendamento, na qual se introduzem, no entanto, alguns
ajustamentos de pormenor.
Pelo que respeita ao processo de apuramento do rendimento colectvel, alm de nele
se haverem introduzido diversos aperfeioamentos de carcter tcnico, cabe referir o
regime previsto para os prdios isentos, cujo rendimento passa a constar da respectiva matriz, e a adopo de cadernetas prediais para registo dos principais elementos
respeitantes ao prdio, documento que a lei vigente desconhece e se afigura de grande
utilidade para os servios e os contribuintes.
5. Seguindo a mesma orientao j consagrada na reforma do imposto profissional, incorpora-se no presente imposto o adicional criado pelo Diploma Legislativo n. 3767,
de 7 de Outubro de 1967, e suprime-se o selo de conhecimento que incidia sobre o
somatrio da colecta da contribuio predial e do referido adicional.
Assim, a taxa de 20 por cento prevista no cdigo mais no representa do que a actual
taxa de 12 por cento, acrescida do adicional (50 por cento para os corpos administrativos e 3 por cento para o Fundo de Turismo) e do selo de conhecimento (8 por cento
sobre o montante da colecta e respectivo adicional).
6. A incidncia do Imposto Predial Urbano sobre rendimentos reais implica que, tal
como acontece com a restante tributao do rendimento, a determinao da matria
colectvel e a correspondente liquidao s possam realizar-se no ano seguinte ao da
percepo dos rendimentos, o que poderia, contudo, ser fonte de dificuldades para o
tesouro da provncia.
307
Para obviar a tais inconvenientes, determina-se que o imposto referente aos prdios
arrendados seja, em cada ano, objecto de liquidao provisria, com base no rendimento colectvel inscrito nas matrizes e correspondente s ltimas rendas contratuais declaradas pelo contribuinte, procedendo-se, depois de apurado o montante
exacto da matria tributvel, ou liquidao adicional, pela diferena, ou anulao,
pelo excesso.
Nestes termos:
Ao abrigo da autorizao concedida pelo artigo 1. do Decreto n. 47 965, de 26 de
Setembro de 1967;
Ouvido o Conselho Econmico e Social;
Usando da competncia atribuda pelo artigo 151. da Constituio, o Governador-Geral
de Angola determina o seguinte:
Artigo 1.
aprovado o Cdigo do Imposto Predial Urbano, que faz parte do presente diploma
legislativo.
Artigo 2.
1. O Cdigo comear a vigorar em toda a provncia no dia 1 de Janeiro de 1971.
2. Sem prejuzo do disposto no n. 1 do Artigo 9. do Cdigo Geral Tributrio, as isenes permanentes de contribuio predial urbana previstas na legislao em vigor e
que pelo Cdigo no sejam mantidas caducam a partir da sua entrada em vigor.
3. As isenes temporrias de contribuio predial urbana previstas na legislao vigente e j concedidas ou reconhecidas data do presente diploma subsistiro at ao fim
do respectivo prazo.
4. Enquanto no for revisto o regime da contribuio industrial, manter-se- em vigor
a iseno de contribuio predial urbana a favor de estabelecimentos particulares de
ensino prevista no n. 17 do artigo 3. do regulamento aprovado pelo Diploma Legislativo n. 2149 de 4 de Maio de 1949.
5. O servio de conservao das matrizes do ano de 1970, ser encerrado nos termos da
legislao vigente, liquidando-se o imposto a pagar em 1971 sobre os rendimentos
colectveis nelas inscritos, referentes ao ano corrente.
6. A liquidao a que se refere o nmero anterior ser rectificada nos termos do n. 2 do
artigo 104. do Cdigo, no que respeita aos prdios arrendados, e com base nos rendimentos colectveis constantes das matrizes, quanto aos no arrendados, devendo
cobrar-se ou anular-se as diferenas no ms de Outubro de 1971, conforme o disposto
nos artigos 118. e 119. do Cdigo, com as adaptaes necessrias.
7. A cobrana do imposto incidente sobre os rendimentos de 1970, nos casos em que
a determinao da matria colectvel deva ter unicamente por base a declarao do
contribuinte, ser tambm efectuada em Outubro de 1971.
308
Artigo 3.
As dvidas que surgirem quanto entrada em vigor de qualquer disposio do cdigo,
com excepo das relativas a incidncias e a isenes, sero resolvidas pelo Governador-Geral, em despacho a publicar no Boletim Oficial.
Artigo 4.
At se proceder renovao das actuais matrizes, com observncia do disposto no artigo
59. do cdigo, continuaro as mesmas a ser utilizadas, corrigindo-se, porm, os rendimentos dos prdios no arrendados pela forma seguinte:
a) A correco efectuar-se- multiplicando os rendimentos inscritos na matriz por factores apurados com base em ndices que exprimam as variaes sofridas pelos mesmos rendimentos;
b) Os ndices sero estabelecidos por cada rea fiscal com base em avaliaes de prdios-tipo, seleccionados por poca de inscrio e por escales de rendimentos matriciais;
c) A avaliao de prdios-tipo ter em vista determinar o seu rendimento colectvel
por comparao com prdios que se encontrem arrendados e que melhor sirvam de
padro;
d) Os factores referidos na alnea a) sero fixados pelo Governador-Geral, em despacho
proferido sob proposta da Direco Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade
e publicado no Boletim Oficial.
Artigo 5.
S depois da correco dos rendimentos colectveis se proceder reviso das inscries matriciais.
Artigo 6.
Das correces feitas nos termos do artigo 4. podero os contribuintes reclamar com os
fundamentos previstos no artigo 133. do cdigo, no prazo de trinta dias, anunciado por
editais, logo que as respectivas operaes se encontrarem concludas em cada rea fiscal.
Artigo 7.
Os secretrios de Fazenda mandaro incluir em proposta de avaliao, organizada nos
termos do n. 2 do artigo 51. do cdigo, os prdios cujos rendimentos colectveis resultantes da correco sejam, em seu entender, manifestamente inferiores queles com que
os mesmos prdios deveriam estar inscritos, e bem assim os que se encontrem inscritos
nas matrizes sem rendimento, ainda que por motivo de iseno.
309
Artigo 8.
Concludas, em relao a cada rea fiscal ou zona administrativa, as correces previstas
nos artigos anteriores, a Direco Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade
anunciar no Boletim Oficial a data a partir da qual as respectivas matrizes, reorganizadas, comearo a ser utilizadas para fins fiscais.
Artigo 9.
As modificaes que de futuro se fizerem sobre matria contida no cdigo sero consideradas como fazendo parte dele e inseridas no lugar prprio, devendo ser sempre
efectuadas por meio de substituio dos artigos alterados, supresso dos artigos inteis
ou pelo adicionamento dos que forem necessrios.
Artigo 10.
O Governador-Geral poder, por meio de despacho, alterar os modelos dos impressos
que fazem parte do cdigo, competindo Direco Provincial dos Servios de Fazenda
e Contabilidade mandar adoptar os mais que se tornem necessrios execuo interna
dos servios de que trata o mesmo cdigo.
Artigo 11.
Por infraces ao disposto no cdigo, cometidas durante o ano de 1971, s podero ser
levantados autos de transgresso com prvia autorizao do Governador-Geral, que a
conceder unicamente quando julgue ter havido culpa grave.
Artigo 12.
A receita do presente imposto ser repartida na proporo seguinte:
Para o Estado
Para os corpos administrativos e circunscries
administrativas
Para o Fundo de Turismo
310
Artigo 2.
1. No caso de prdios arrendados o imposto incide sobre o valor da respectiva renda
expresso em moeda corrente.
2. No caso de prdios no arrendados o imposto incide sobre o valor patrimonial.
(Alterado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 3.
1. Para efeito deste imposto, prdio urbano toda a fraco de territrio, abrangendo os
edifcios e construes de qualquer natureza nela incorporados ou assentes com carcter
de permanncia, desde que faa parte do patrimnio de uma pessoa singular ou colectiva, seja susceptvel, em circunstncias normais, de produzir rendimento e esteja afecto
a quaisquer fins que no sejam a agricultura, silvicultura ou pecuria; e bem assim todo
o edifcio ou construo que se encontre nas condies anteriores, ainda mesmo quando
situado numa fraco de territrio que constitua parte integrante de um patrimnio diverso ou no tenha natureza patrimonial.
2. Os edifcios ou construes, ainda que mveis por natureza, sero havidos como tendo carcter de permanncia quando se acharem assentes no mesmo local por um
perodo superior a seis meses.
Artigo 4.
1. No caso de prdios arrendados, o imposto devido pelos titulares do direito aos rendimentos dos prdios, presumindo-se como tais as pessoas em nome de quem os
mesmos se encontrem inscritos na matriz, sendo devido pelo proprietrio, usufruturio ou beneficirio do direito de superfcie relativos ao prdio no caso de prdios no
arrendados. (Alterado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
1 A presente lei aplica-se s liquidaes de Imposto Predial Urbano que ocorram aps a sua entrada em vigor.
2 A expresso valor locativo deve ser entendida como valor patrimonial no que respeita a imveis no arrendados. (Cfr. o art. 4. e art. 5. da Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
311
2. Nos casos em que os rendimentos se repartam por diversos titulares, o imposto recair
sobre cada um consoante o seu direito.
3. (Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
4. Tratando-se de propriedade resolvel, o imposto ser devido por quem tenha o uso e
fruio do prdio.
5. As pessoas singulares ou colectivas que beneficiem da cedncia gratuita, a ttulo precrio, de quaisquer prdios pertencentes a entidades isentas de imposto predial so
obrigadas ao pagamento de imposto pelos rendimentos dos mesmos prdios.
CAPTULO II
Isenes
Artigo 5.
1. Ficam isentos de imposto predial urbano:
a) O Estado, institutos pblicos e associaes que gozem do estatuto de utilidade pblica;
b) Estados estrangeiros, quanto aos imveis destinados s respectivas representaes
diplomticas ou consulares, quando haja reciprocidade;
c) Instituies religiosas legalizadas, quanto aos imveis destinados exclusivamente
ao culto.
2. A iseno a que se referem as alneas b) e c) do n. 1 reconhecida por despacho do
Director Nacional de Impostos, a requerimento das entidades interessadas e aps
parecer favorvel do Ministrio das Relaes Exteriores e do Instituto Nacional para
os Assuntos Religiosos (INAR, I.P.), respectivamente.
3. Para efeitos de Imposto Predial Urbano, consideram-se revogadas todas as previses
de iseno que no se encontrem contidas no n. 1.
(Alterado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 6.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 7.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 8.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 9.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
312
Artigo 10.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 11.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 12.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 13.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 14.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 15.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
CAPTULO III
Determinao da matria colectvel
SECO I
Dos prdios arrendados
Artigo 16.
1. O rendimento colectvel dos prdios urbanos, quando arrendados, igual s rendas
efectivamente recebidas em cada ano, lquidas de 40% correspondentes a despesas
relacionadas com o imvel. (Alterado por Lei 18/11, de 21 de Abril)
2. Considera-se renda tudo quanto o senhorio receba do arrendatrio, ou este satisfaa
em sua vez, por efeito directo da cedncia dos prdios e dos servios que porventura neles tenha estabelecido, quer estes servios sejam especiais para o arrendatrio,
quer comuns a outros arrendatrios do mesmo ou de diversos prdios e ainda que
tambm aproveitem ao prprio senhorio.
3. Considera-se ainda renda dos prdios urbanos:
a) O que o arrendatrio pagar pelo aluguer de maquinismos e mobilirios dos estabelecimentos fabris e comerciais instalados nos mesmos prdios;
b) Tudo o que o senhorio receba pelo arrendamento de casas mobiladas;
c) O preo da cedncia da explorao de estabelecimentos mercantis ou industriais;
313
Artigo 18.
Os encargos mencionados no artigo 16. so os resultantes de despesas com:
a) Assistncia tcnica e energia para elevadores, monta-cargas e elevao de gua;
b) Retribuio de porteiros e pessoal de limpeza;
c) Iluminao de vestbulos e escadas;
d) Climatizao central;
e) Administrao de propriedade horizontal quando o nmero de condminos no for
inferior a dez;
f) Prmio de seguro dos prdios.
Artigo 19.
1. O rendimento colectvel dos prdios urbanos, total ou parcialmente arrendados,
determina-se atravs de declarao dos contribuintes, conforme o modelo n. 1, a
apresentar na Repartio de Fazenda da rea fiscal onde aqueles se situem, no ms de
Janeiro de cada ano e em separado para cada prdio.
2. A renovao desta declarao apenas obrigatria quando haja alterao em qualquer dos seus elementos.
3. Os contribuintes devero indicar as rendas convencionadas e as efectivamente recebidas no ano anterior, com discriminao dos correspondentes encargos, e juntar, quando
ainda o no tenham feito, os contratos ou as certides de escrituras de arrendamento, ou
os duplicados das declaraes para pagamento do imposto de selo relativo aos contratos
oralmente celebrados.
4. Sempre que as rendas efectivamente recebidas no coincidam com as convencionadas, devero os declarantes justificar as divergncias existentes e provar documentalmente os motivos alegados, se a Repartio de Fazenda o julgar necessrio.
5. A declarao ser assinada pelo contribuinte, seu representante legal ou mandatrio, com a assinatura reconhecida por notrio ou autenticada com o selo branco do
314
315
2. Para os efeitos da alnea d), haver-se- como recusa injustificada o facto de o senhorio
pedir renda exorbitante, como tal se considerando a que exceda em mais de 30 por cento
a ltima renda contratual, quando actualizada, ou o valor locativo da matriz, se o prdio
ou parte do prdio no se encontrava anteriormente em regime de arrendamento.
3. Quando no prdio se tenham introduzido melhoramentos apreciveis, ou a ltima
renda se encontre desactualizada, a pretendida pelo senhorio deve comparar-se com
a de prdio ou parte do prdio, arrendado em regime de liberdade contratual, e que
melhor sirva de padro.
Artigo 24.
1. Os abatimentos referidos no artigo 16. sero calculados pela forma seguinte:
a) A percentagem para despesas de conservao dos prdios, fixada na avaliao e
constante da matriz, recair sobre o valor da renda anual convencionada;
b) Os encargos suportados pelo senhorio so os constantes da tabela a aprovar em
portaria pelo Governador-Geral.
2. Nas sublocaes e cedncias da explorao de estabelecimentos mercantis ou industriais, a diferena entre a renda ou preo recebidos pelo sublocador ou cedente e os
por ele pagos ao senhorio ou cessionrio no beneficiar de qualquer abatimento.
Artigo 25.
As reparties de Fazenda devero confrontar as declaraes de rendas com os contratos e
certides das escrituras dos arrendamentos e declaraes, para efeito do imposto do selo,
dos contratos oralmente celebrados, com as participaes de prdios ou parte de prdios
devolutos e, se necessrio, com outros elementos que se encontrarem ao seu alcance.
Artigo 26.
1. Para determinao do rendimento colectvel que h-de servir de base liquidao
das colectas definitivas, ser preenchido um verbete, mencionando as rendas recebidas separadamente por andares ou divises, os abatimentos a efectuar e o rendimento lquido sujeito a tributao.
2. As divises e andares no arrendados durante todo ou parte do ano a que o lanamento respeite, e que, nos termos do artigo 23., no devam considerar-se devolutos, sero inscritos no respectivo verbete pelos correspondentes valores locativos que
constem da matriz.
Artigo 27.
Por cada prdio inscrito na matriz ser organizado um processo em que sero reunidos
todos os documentos que respeitem ao mesmo prdio, incluindo o verbete a que se refere
o artigo anterior.
316
SECO II
Dos prdios no arrendados
Artigo 28.
1. O rendimento colectvel dos prdios urbanos no arrendados corresponde ao valor
patrimonial.
2. O valor patrimonial corresponde ao valor que resulte da avaliao feita de acordo com
o disposto no artigo 31. e seguintes ou ao valor pelo qual o imvel tenha sido alienado,
conforme o que seja maior.
3. Enquanto o valor patrimonial dos imveis no for estabelecido, nos termos do nmero
anterior, continua a usar-se o valor que estiver inscrito na matriz.
4. Quando o prdio arrendado passar situao de no arrendado fica sujeito a imposto
como prdio no arrendado incidindo o imposto, nesse ano, sobre a proporo do
valor patrimonial que corresponda ao remanescente do ano.
(Alterado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 29.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 30.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
SECO III
Das avaliaes directas
Artigo 31.
1. O procedimento de avaliao tem como finalidade definir o valor patrimonial dos
prdios no arrendados.
2. competente para efectuar a avaliao a repartio fiscal da situao do imvel, sendo
o procedimento desencadeado por via de despacho do chefe dessa repartio.
3. A avaliao feita com base em tabelas para o efeito que so publicadas nos 30 dias
posteriores entrada em vigor desta lei.
4. As tabelas referidas no nmero anterior tm como base o valor por metro quadrado,
sendo esse valor ajustado por meio de coeficientes de correco tendo em conta as
caractersticas especficas do imvel a avaliar.
5. Os valores constantes das tabelas devem ser revistos e actualizados anualmente.
(Alterado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
317
Artigo 32.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 33.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 34.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 35.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 36.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 37.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 38.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 39.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 40.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 41.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 42.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 43.
1. A orientao e fiscalizao dos trabalhos das comisses pertencem aos secretrios de
Fazenda.
318
319
a) Os jardins, quintais, parques, alamedas, lugares de recreio e similares, que constituam anexos a prdios urbanos, servindo de mero logradouro aos ditos prdios, sero
includos na descrio destes sem indicao de rendimento, mas na avaliao do valor
locativo dos prdios no deixar de atender-se ao benefcio e comodidade resultantes
de tais logradouros;
b) Se os terrenos, lugares de recreio e similares referidos na alnea anterior tiverem
afectao diferente da que neles se prev, sero objecto de atribuio de rendimento
em separado;
c) Os prdios construdos em terreno alheio com consentimento do proprietrio sero
descritos em nome de quem fez a construo, mencionando-se como encargo, se o
houver, a penso ou a renda do terreno, com indicao da pessoa a quem for paga;
d) O valor locativo dos prdios arrendados no pode ser inferior renda anual convencionada, tal como se encontra definida nos n.os 2 e 3 do artigo 16., devendo discriminar-se a
parte correspondente moblia;
e) (Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
f) Na descrio e avaliao dos prdios discriminar-se-o os andares ou divises susceptveis de arrendamento separado e as construes referidas na alnea h) do artigo 44.;
g) (Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
h) (Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
i) Para o abatimento dos encargos referidos no artigo 18. devem mencionar-se todos
os indicadores aplicveis, com especificao dos quantitativos correspondentes;
j) O rendimento colectvel de cada prdio dever repartir-se entre os diversos titulares, na medida do que couber a cada um e, quando necessrio, em face da prova
documental produzida.
2. Se a penso ou renda do terreno a que se refere a alnea c) forem, no todo ou em parte,
antecipadamente recebidas, ou se para a constituio do direito de superfcie se convencionar o pagamento por uma s vez, observar-se- o disposto no n. 5 do artigo 16.
Artigo 47.
1. Logo que se conclua qualquer avaliao geral ordenada nos termos do artigo 31., as
reparties de Fazenda devero proceder numerao seguida, segundo a ordem topogrfica adoptada, dos prdios inscritos nas cadernetas a que se refere o artigo 44.
2. Das cadernetas extrair-se-o verbetes auxiliares, que sero dispostos pela ordem alfabtica de nomes dos titulares dos rendimentos, com meno das respectivas moradas
e nmeros dos artigos dos prdios correspondentes.
Artigo 48.
1. Aps a ordenao dos verbetes referidos no artigo anterior, anunciar-se- por editais
que as cadernetas estaro patentes, durante trinta dias, para exame e reclamao dos
contribuintes.
320
321
Artigo 53.
So aplicveis apresentao, instruo e julgamento das reclamaes de que tratam os
artigos anteriores as disposies do Captulo VIII, relativas s matrizes prediais.
Artigo 54.
1. Depois de apreciadas as reclamaes, dever proceder-se, no prazo de trinta dias, s
rectificaes das cadernetas.
2. As alteraes sero feitas com observncia, na parte aplicvel, do disposto nos artigos
82. e 83. devendo constar, por extracto, na inscrio respectiva, os elementos em
que se basearem.
3. Concludas as rectificaes, sero alterados em conformidade os verbetes de que trata
o n. 2 do artigo 47., que serviro para organizar os previstos no artigo 69.
Artigo 55.
1. Quando se encontrem concludas as operaes de que trata o artigo anterior, ser
lavrado, na ltima caderneta de cada localidade, termo de encerramento, em que, por
extenso, se mencionaro:
a) O nmero de prdios inscritos;
b) A soma do rendimento colectvel dos mesmos prdios;
c) O nmero de folhas efectivamente utilizadas e a circunstncia de haverem sido
numeradas e rubricadas pelo secretrio de Fazenda e de no conterem emendas ou
rasuras de que no se tenha feito ressalva.
2. As rubricas podero ser de chancela, mas o termo ser subscrito e assinado pelo secretrio de Fazenda.
3. Do referido termo ser passada a certido a que alude o n. 2 do artigo 68. e logo
enviada respectiva Direco de Fazenda.
4. O director de Fazenda, com base na mencionada certido, organizar uma nota dos rendimentos colectveis, que ser remetida Direco Provincial dos Servios de Fazenda e
Contabilidade.
322
SECO IV
Das matrizes prediais
SUBSECO I
Organizao das matrizes
Artigo 56.
1. A matriz predial o tombo de todos os prdios de um concelho ou circunscrio, ou
de uma zona de concelho ou circunscrio, consoante a diviso que for adoptada.
2. As inscries matriciais s para efeitos tributrios constituem presuno de propriedade.
Artigo 57.
1. A organizao das matrizes incumbe s reparties de Fazenda da rea onde os prdios
se encontrem situados.
2. Poder a Direco Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade chamar a si a
competncia para a organizao das matrizes de qualquer rea fiscal.
Artigo 58.
1. A matriz ser constituda pelo conjunto de folhas separadas, segundo o modelo n. 3,
uma para cada artigo.
2. A numerao dos artigos ser seguida em cada matriz.
Artigo 59.
Se um prdio se encontrar situado em duas reas das referidas no artigo 56. ser inscrito
na matriz da zona em que se localize a parte onde tenha a serventia principal.
Artigo 60.
Quando um prdio faa parte de herana indivisa, ser inscrito na matriz respectiva em
nome do autor da herana com o aditamento Cabea-de-casal da herana de.
Artigo 61.
1. A propriedade comum dever inscrever-se em nome de todos os comproprietrios,
com indicao da parte que caiba a cada um deles e das correspondentes fraces
de rendimento colectvel, sem prejuzo do que vai disposto no artigo 65. quanto
propriedade horizontal.
2. Quando no seja conhecida a parte que caiba a cada um dos comproprietrios, o prdio
ser inscrito em nome de todos eles, por ordem alfabtica.
323
Artigo 62.
Os prdios isentos, com excluso dos referidos na alnea e) do artigo 5. sero inscritos
nos termos gerais, mencionando-se sempre na coluna das observaes o preceito legal que
estabelea a iseno, devendo, quando esta seja temporria, indicar-se ainda, na referida
coluna, as datas em que tenha incio o termo e o processo em que haja sido reconhecida.
Artigo 63.
1. Nas matrizes devero ser reproduzidas as inscries definitivas das cadernetas de
avaliao, seguindo-se a ordem topogrfica adoptada.
2. O rendimento colectvel total de cada matriz ser apurado em relao anexa, devidamente autenticada.
Artigo 64.
1. Devem tambm ser inscritas nas matrizes mas independentemente de avaliao, as
casas mandadas construir por entidades pblicas, quando as rendas sejam fixadas
por essas entidades.
2. Os prdios referidos neste artigo sero inscritos na matriz a pedido das pessoas ou entidades que os tenham construdo, com rendimento correspondente renda estabelecida.
3. O rendimento colectvel a inscrever na matriz ser igual ao valor locativo, abatida
a percentagem para despesas de conservao e os encargos referidos no artigo 18.,
segundo o que constar do parecer da comisso de avaliao, o qual poder englobar
grupos de prdios do mesmo tipo.
Artigo 65.
1. A cada edifcio em regime de propriedade horizontal corresponder uma s inscrio
na matriz.
2. Na descrio genrica do edifcio deve mencionar-se o facto de se encontrar em regime
de propriedade horizontal.
3. Cada uma das fraces autnomas ser pormenorizadamente descrita e individualizada
pela letra maiscula que lhe competir segundo a ordem alfabtica.
Artigo 66.
As cadernetas de avaliao, depois de organizadas as matrizes, devero ser arquivadas
na Direco Distrital de Fazenda.
Artigo 67.
1. As novas matrizes sero postas reclamao pelo prazo de 60 dias.
324
2. As reclamaes s podero ter por fundamento qualquer dos factos enumerados nas
alneas a) a i) do artigo 133.
3. Na instruo e julgamento das reclamaes observar-se- o disposto no captulo VIII,
devendo as mesmas ser apreciadas no prazo de 30 dias.
4. As correces a efectuar tero de ficar concludas at trinta dias depois de terminado
o prazo estabelecido no nmero anterior.
Artigo 68.
1. Logo que as inscries se tenham tornado definitivas, sero encerradas as relaes a
que se refere o n. 2 do artigo 63., para apuramento do rendimento colectvel total
de cada matriz.
2. O secretrio de Fazenda passar certido, que conter o nmero total de artigos de
cada matriz, e correspondente rendimento colectvel e as respectivas somas.
3. A certido dever ser passada em triplicado, ficando um exemplar em arquivo e remetendo-se os dois restantes competente Direco de Fazenda.
4. A Direco Distrital de Fazenda, com base nas certides referidas no n. 2, organizar
uma nota dos rendimentos colectveis, que remeter Direco Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade acompanhada de um exemplar de cada certido.
SUBSECO II
Verbetes de lanamento
Artigo 69.
1. Das matrizes extrair-se-, por cada titular de rendimentos, um verbete de lanamento,
contendo, alm do nome e morada do contribuinte, referncia s inscries matriciais,
com indicao das zonas administrativas referidas no artigo 56., artigos da matriz e
respectivos rendimentos colectveis.
2. No mesmo verbete, que ser rubricado pelo secretrio de Fazenda, efectuar-se- a
soma dos rendimentos colectveis e anotar-se-o as datas em que devam findar as
isenes temporrias dos prdios que delas beneficiem.
Artigo 70.
As alteraes introduzidas nas matrizes devero tomar-se em conta nos verbetes de lanamento, quando se reportem a indicaes que deles constem.
325
SUBSECO III
Cadernetas prediais
Artigo 71.
1. Por cada prdio inscrito na matriz ser preenchida e entregue ao contribuinte uma
caderneta predial conforme o modelo n. 2.
2. O preenchimento das cadernetas compete ao servio que organizar as respectivas matrizes.
3. Todos os impressos para as cadernetas sero gratuitamente fornecidos pela Direco
Provincial dos Servios de Fazenda e Contabilidade.
Artigo 72.
1. A distribuio das cadernetas far-se- na Repartio de Fazenda da respectiva rea fiscal,
em prazo designado por editais afixados em todas as localidades, com a antecedncia
necessria.
2. Se, no prazo estabelecido nos editais, no forem levantadas as cadernetas de contribuintes residentes fora da rea fiscal da situao dos prdios, sero as mesmas enviadas
s reparties de Fazenda das reas das residncias ou sedes dos interessados, para a
lhes serem entregues.
3. A entrega das cadernetas ser feita contra recibo.
Artigo 73.
1. As alteraes nos artigos da matriz determinaro sempre as correspondentes rectificaes nas cadernetas.
2. Para os efeitos deste artigo, o Secretrio de Fazenda avisar os contribuintes de que,
em prazo no inferior a trinta dias, devero apresentar as cadernetas, a fim de serem
actualizadas.
3. A falta de apresentao da caderneta no prazo fixado importa a sua substituio oficiosa,
a expensas do contribuinte, como se de extravio se tratasse.
4. Na coluna da matriz destinada a observaes anotar-se-o a substituio das cadernetas
ou a indicao de os averbamentos terem sido efectuados.
5. Se a alterao resultar de transmisso de prdio, a caderneta ser apresentada na
Repartio de Fazenda respectiva, para ser entregue ao adquirente, depois de feito o
necessrio averbamento.
6. Quando se tratar de transmisso parcial, dever-se- inscrever na caderneta do transmitente a parte que lhe ficar pertencendo, ou simplesmente se lhe far referncia, se no
tiver de modificar-se a descrio, preenchendo-se, com meno da parte transmitida,
nova caderneta, que ser entregue ao adquirente.
326
Artigo 74.
1. As cadernetas prediais sero substitudas quando se extraviem ou sempre que no
comportem mais averbamentos.
2. No caso de extravio, dever preencher-se uma segunda via logo que seja requisitada
pelo interessado.
3. O custo das cadernetas que hajam de ser substitudas por motivo de extravio ficar a
cargo do contribuinte e ser fixado por despacho do Governador-Geral, arrecadando-se
como receita eventual no acto da entrega.
4. Os contribuintes sero notificados para, no prazo de 30 dias, procederem ao pagamento do custo das segundas vias das cadernetas, sempre que previamente avisados,
o no tenham feito.
5. Depois de esgotado o prazo estabelecido no nmero anterior sem que se mostre efectuado o pagamento, debitar-se- a importncia ao recebedor de Fazenda para efeitos
de relaxe.
Artigo 75.
As cadernetas prediais sero gratuitamente conferidas com a matriz sempre que os
interessados o solicitem, devendo o secretrio de Fazenda datar e rubricar, na coluna
prpria, a nota de conferncia.
Artigo 76.
1. As segundas vias e as cadernetas alteradas ou conferidas sero entregues aos interessados
no prazo de oito dias, contados, respectivamente, da data da requisio ou da apresentao na Repartio de Fazenda.
2. Da entrega das cadernetas para alteraes ou conferncias passar-se- recibo, que
dever ser restitudo quando aquelas forem devolvidas.
Artigo 77.
1. Nos concelhos em que venha a estabelecer-se o registo predial obrigatrio, a anotao
das cotas de referncia da descrio dos prdios e das inscries em vigor e respectivos
cancelamentos ser feita no lugar prprio das cadernetas, ou em folhas anexas, conforme o modelo n. 4, que os contribuintes apresentaro na competente conservatria a
fim de serem numeradas e includas nas cadernetas correspondentes.
2. As folhas anexas sero utilizadas quando a caderneta no comporte mais averbamentos
e quando se trate de modelos que para eles no tenham lugar, devendo a conservatria
respectiva anotar sempre a incluso daquelas folhas.
327
SUBSECO IV
Conservao das matrizes
Artigo 78.
1. Cumpre Repartio de Fazenda averbar oficiosamente em nome dos adquirentes, ou
dos que figurarem como tais, e dos novos possuidores as inscries dos prdios por
cuja transmisso tenha sido liquidada sisa ou imposto sobre as sucesses e doaes
ou se tenha mostrado no serem devidos estes impostos.
2. Quando os prdios estejam situados em rea fiscal diversa daquela em que existam
os elementos necessrios para o averbamento, ser enviada Repartio de Fazenda
competente nota desses elementos.
3. Se, depois do averbamento na matriz, vierem a ser anulados ou restitudos os impostos referidos neste artigo, dar-se- oficiosamente o averbamento sem efeito.
4. Quando herana concorra mais de um interessado e o documento da partilha no
se encontre junto ao processo de liquidao do imposto sobre as sucesses e doaes,
observar-se- o disposto no artigo 60.
5. Se um prdio que era objecto de propriedade singular passar ao regime de compropriedade, cumprir-se- o estabelecido no artigo 61.
6. Dever sempre mencionar-se nos averbamentos o ano em que tenham sido efectuados, e bem assim, em forma resumida, os elementos que os justifiquem.
Artigo 79.
A eliminao na matriz das inscries dos prdios demolidos ser feita oficiosamente,
aps o pedido da liquidao referida no artigo 109. e perante informaes dos servios
de fiscalizao relativas ao termo das demolies.
Artigo 80.
O servio anual de conservao das matrizes ser encerrado em 30 de Junho.
Artigo 81.
1. Alm das alteraes previstas nos artigos 78. e 79. devero ser levadas s matrizes
as que resultem:
a) Das avaliaes efectuadas nos termos deste diploma, quer promovidas pela Fazenda
Nacional, quer determinadas para apreciao das reclamaes dos contribuintes;
b) Das avaliaes motivadas pela omisso de prdios na matriz ou efectuadas nos
termos da legislao sobre direito locativo;
c) Da inscrio de prdios, nos termos do artigo 51.;
328
329
SUBSECO V
Renovao de matrizes
Artigo 84.
1. Sempre que as matrizes se encontrem em estado de deteriorao tal que, no todo ou
em parte, no possam continuar a servir, dever a Direco Provincial dos Servios de
Fazenda e Contabilidade ordenar a sua renovao.
2. A renovao das matrizes consiste na cpia fiel do que nelas se encontre em vigor
data em que se efectue a mesma renovao, e far-se- apenas na medida em que se
mostre necessria.
3. A renovao incumbe Repartio de Fazenda competente para a organizao das matrizes, devendo ser autenticadas, com a rubrica do respectivo secretrio de Fazenda, todas
as folhas da matriz renovada.
SUBSECO VI
Substituio de matrizes
Artigo 85.
As matrizes prediais devero ser substitudas quando, por inutilizao acidental, deteriorao irremedivel ou inexactido manifesta, no possam continuar em servio.
Artigo 86.
1. Compete ao Governador-Geral, sob proposta da Direco Provincial dos Servios de
Fazenda e Contabilidade, mandar proceder substituio das matrizes.
2. Consoante as razes que a determinem, a substituio poder ser ordenada para todas
as matrizes de um distrito ou s para algumas delas.
330
Artigo 87.
1. Quando for ordenada a substituio das matrizes prediais, todos os titulares de direito
aos rendimentos dos prdios nelas inscritos sero obrigados a apresentar, na Repartio
de Fazenda da rea em que se situam os prdios, declarao conforme o modelo n. 5.
2. As declaraes devero ser apresentadas em duplicado para cada prdio, no prazo de
60 dias, anunciado por editais.
Artigo 88.
Na prestao das declaraes prescritas no artigo anterior dever observar-se o seguinte:
a) O prdio em regime de usufruto dever ser descrito pelo usufruturio;
b) O prdio foreiro dever s-lo pelo senhorio til, com meno do encargo do foro;
c) O senhorio directo de prdios enfituticos declarar os foros que receba, com a indicao
do nome dos foreiros;
d) Nos demais casos em que o rendimento se reparta por mais de um titular, analogamente
se observar o disposto nas alneas b) e c).
Artigo 89.
1. Os servios de fiscalizao de cada rea fiscal devero verificar se as declaraes apresentadas correspondem a todos os prdios urbanos nela situados.
2. Esta verificao ter de ficar concluda dentro de noventa dias, a contar do termo do
prazo para entrega das declaraes.
3. Quando os contribuintes no tenham apresentado declaraes acerca de quaisquer
prdios, a fiscalizao preencher e assinar os respectivos impressos, salvo na parte
destinada indicao do valor locativo dos prdios no arrendados.
Artigo 90.
As declaraes e os elementos a que se refere o artigo anterior sero entregues s comisses
de avaliao.
Artigo 91.
So aplicveis substituio das matrizes as disposies das Seces I a III do presente
captulo.
331
SUBSECO VII
Prdios omissos na matriz e prdios construdos de
novo, modificados e melhorados
Artigo 92.
1. Os adquirentes, por qualquer ttulo, de prdios omissos na matriz ou de direito a rendimento desses prdios so obrigados a declarar a omisso na Repartio de Fazenda, no
prazo de um ano, contado da data da transmisso, salvo o disposto no artigo seguinte.
2. As declaraes sero feitas em impressos do modelo n. 5, devendo as mesmas conter
a situao, descrio e confrontaes dos prdios, bem como a data a partir da qual
ficaram sujeitos a este imposto.
3. Consideram-se omissos os prdios urbanos definidos no artigo 3. que se no encontrem
inscritos nas matrizes.
Artigo 93.
1. Em caso de construo, reconstruo, modificao ou melhoramento de prdio dever o
facto ser declarado no impresso do modelo n. 5, no ms imediato quele em que tenha
sido concedida a licena exigida pela legislao relativa s edificaes urbanas.
2. Se os prdios forem ocupados para qualquer fim antes de a licena ser concedida, ou
se a sua ocupao no depender de nova licena, a declarao dever ser apresentada,
consoante os casos, no ms seguinte ao da utilizao dos prdios ou ao da concluso
das obras.
3. Se qualquer fraco de territrio adquirir a qualidade de prdio urbano, dever tal
circunstncia ser declarada no ms seguinte ao da sua utilizao.
Artigo 94.
1. As declaraes a que se refere o artigo anterior, quando respeitem a prdios construdos
em regime de propriedade horizontal ou posteriormente a ele submetidos, devero ser
apresentadas pelo administrador dos bens comuns e, na falta da sua nomeao, por
todos os condminos.
2. Se as modificaes ou melhoramentos ocorrerem apenas em alguma das unidades
autnomas, a declarao ser prestada pelo respectivo condmino.
Artigo 95.
Decorridos os prazos estabelecidos nos artigos 92. e 93. sem que as declaraes neles
previstas tenham sido apresentadas, sero os faltosos responsveis pelas omisses, sem
prejuzo das penalidades que hajam tambm de ser impostas aos alheadores.
332
Artigo 96.
1. A taxa do Imposto Predial de 30%.
(Alterado por Lei n. 18/77, de 7 de Outubro)
Artigo 97.
1. Em presena das declaraes referidas nos artigos anteriores e dos elementos de que
tratam os artigos 128. e 129., a Repartio de Fazenda organizar, at ao ltimo dia
do ms de Fevereiro de cada ano, relaes separadas dos prdios que tenham sido
construdos de novo, reconstrudos, modificados, melhorados ou estejam omissos na
matriz, com excluso daqueles a que se refere a alnea e) do artigo 5.
2. As relaes sero entregues s comisses constitudas nos termos do artigo 35. para
avaliao dos prdios no prazo que lhes for designado.
CAPTULO IV
Taxas
Artigo 98.
1. A taxa de imposto predial urbano para prdios arrendados de 25%.
2. Do disposto no nmero anterior no pode resultar imposto a 1 pagar em montante
inferior a 1% do valor patrimonial do imvel.
3. A taxa de imposto predial urbano para prdios no arrendados determinada de
acordo com a tabela seguinte:
Valor patrimonial (AKZ)
Taxa (percentagem)
At 5 000 000
0,5
4. Tendo em ateno a desvalorizao monetria e flutuaes de valor no mercado imobilirio, e atendendo a princpios de economicidade, o Ministro das Finanas pode alterar
os valores patrimoniais previstos no nmero anterior.
(Alterado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 99.
(Revogado por Lei n. 18/11, de 21 de Abril)
Artigo 100.
s liquidaes previstas no artigo 107., no n. 3 do artigo 108. e no artigo 109. ser aplicada a taxa do imposto predial do ano em que as mesmas liquidaes hajam de efectuar-se.
333
Artigo 101.
Sobre este imposto no recaiem quaisquer adicionais nem o selo de conhecimento de
cobrana.
CAPTULO V
Liquidao
Artigo 102.
O imposto predial ser liquidado anualmente na Repartio de Fazenda em cujas matrizes se encontrem inscritos os prdios que produzam os rendimentos sobre que o mesmo
imposto incide.
Artigo 103.
O imposto relativo aos prdios no arrendados ser liquidado sobre os rendimentos colectveis que constem das matrizes data do ltimo encerramento, mas sem prejuzo do
disposto nos artigos 110. e 112.
Artigo 104.
1. Os contribuintes que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, incluindo organismos pblicos e qualquer pessoa, singular ou colectiva, de direito pblico ou
privado, a quem competir o pagamento ou entrega de rendas relativas a imveis, devem
deduzir-lhes, na altura da sua atribuio ou pagamento, a importncia que resultar da
aplicao das taxas referidas nos artigos 98. e 16.
2. Podem igualmente proceder, nos termos do nmero anterior outras entidades contratantes a quem competir o pagamento ou entrega de rendas relativas a imveis.
3. O disposto nos nmeros anteriores no prejudica as obrigaes constantes dos artigos
19. e 117. que impendem sobre os sujeitos passivos do imposto.
4. No que respeita aos restantes prdios arrendados, o imposto liquidado tomando por
base o valor da renda estabelecida no contrato.
5. Nos casos previstos nos n.os 1 e 2, a liquidao e pagamento do imposto so da responsabilidade do arrendatrio, que responde pela totalidade do imposto e acrscimos, no caso
de no pagamento, sem prejuzo do direito de regresso contra o devedor do imposto, mas
apenas quanto dvida principal.
6. No obstante o disposto no nmero anterior, o sujeito passivo do Imposto Predial Urbano fica obrigado a comprovar o cumprimento da obrigao prevista no n. 1 do artigo
117., sob pena de ser considerado responsvel pelo pagamento do imposto em falta.
7. Considera-se cumprida a obrigao prevista no nmero anterior, nos casos em que o
sujeito passivo de imposto predial urbano receba do substituto tributrio o Documento
de Arrecadao de Receitas (DAR) que comprove a entrega do imposto retido ou, assim
334
Artigo 105.
1. Depois de definitivamente determinado o rendimento colectvel de cada prdio, pela
forma estabelecida no artigo 26., sero os verbetes ali referidos dispostos por ordem
alfabtica de nomes dos contribuintes, a fim de serem confrontados com os rendimentos
colectveis provisoriamente tributados nos termos do artigo anterior.
2. Nos verbetes de lanamento anotar-se-o as diferenas resultantes do confronto e
proceder-se- ao clculo das colectas adicionais e das anulaes a efectuar.
3. Considerar-se- definitiva a liquidao provisria quando a diferena da colecta, apurada
na rectificao, seja inferior a 20$.
4. Rectificando o lanamento provisrio pela forma estabelecida neste artigo, sero os
verbetes auxiliares novamente dispostos pela ordem numrica das inscries matriciais
a que respeitem e incorporados nos processos a que se refere o artigo 27.
Artigo 106.
Quando o rendimento dos prdios pertena a mais de um titular e o foro, censo, penso
ou quinho exceda o rendimento colectvel, s este ser atribudo a quem deva receber
aquelas prestaes.
Artigo 107.
1. A transmisso contratual da propriedade imobiliria, quando origine mudana dos titulares dos rendimentos, importar a liquidao imediata do imposto predial devido,
quanto aos duodcimos correspondentes aos meses anteriores quele em que tenha
sido paga a sisa, se a liquidao desta preceder a transmisso, ou quele em que se haja
celebrado o respectivo contrato, havendo liquidao posterior da sisa ou tratando-se de
transmisses a ttulo gratuito.
2. At ao fim do ms seguinte ao do pagamento da sisa ou da celebrao da escritura,
conforme o caso, dever o alheador solicitar que o imposto predial lhe seja liquidado
e, se o prdio tiver estado em regime de arrendamento, cumprir-lhe- apresentar logo
a declarao a que se refere o artigo 19.
335
Artigo 108.
1. Nas transmisses dos bens a que se refere o artigo anterior e que venham a realizar-se
por venda judicial ou administrava, o juiz da execuo far notificar oportunamente o
respectivo secretrio de Fazenda para que proceda, com vista graduao de crditos,
liquidao do imposto predial devido pelo executado e lhe remeta certido do seu quantitativo, no prazo de dez dias, o qual poder ser prorrogado por motivos atendveis.
2. O mesmo se observar, com as necessrias adaptaes, em todos os demais casos de
venda ou adjudicao em processo judicial ou administrativo.
3. Na verificao e graduao dos crditos atender-se- no s ao imposto constante da
certido a que se refere este artigo, mas ainda ao que deva ser liquidado at data da
venda ou da adjudicao do prdio.
Artigo 109.
Sobre os rendimentos dos prdios que forem demolidos ou expropriados ser liquidado o
imposto predial devido, com referncia aos meses decorridos at ao incio da demolio ou
at data da expropriao, observando-se sempre as formalidades estabelecidas no n. 2,
do artigo 107.
Artigo 110.
1. Relativamente aos prdios novos, o imposto liquidar-se- a partir do ms em que
tenham sido ocupados ou daquele em que haja terminado a iseno temporria.
2. Cada habitao ou parte de prdio novo susceptvel de arrendamento separado ser
tomada autonomamente para efeito de determinao de rendimento colectvel sobre
que haja de incidir a liquidao.
3. O imposto relativo aos rendimentos de quaisquer outros prdios cuja iseno tenha
cessado liquidar-se- tambm nos termos deste artigo.
Artigo 111.
Quando a avaliao de prdio omisso se torne definitiva, liquidar-se- imposto por todo
o tempo durante o qual a omisso se tenha verificado, com o limite mximo dos cinco
anos civis imediatamente anteriores ao do lanamento.
Artigo 112.
O rendimento que acrescer em virtude de alterao em prdios j inscritos ser colectado
pelo imposto que lhe corresponda, desde o ms em que o aumento se verifique.
336
Artigo 113.
No caso de avaliao dos prdios de uma rea fiscal ou de uma das suas zonas e enquanto
se no proceder organizao de novas matrizes, devero as cadernetas ser utilizadas
para o lanamento do imposto predial a partir da data do encerramento a que se refere o
artigo 55.
Artigo 114.
1. A liquidao do imposto predial far-se- nos verbetes de lanamento, preenchendo-se
seguidamente o ndice dos verbetes e relao para descarga dos documentos de cobrana.
2. Na coluna dos rendimentos isentos escriturar-se-o todos os que se encontrem nessas
circunstncias, ainda que temporariamente.
Artigo 115.
Depois de concludo o lanamento do imposto predial, devero extrair-se os conhecimentos
de cobrana e elaborar-se uma certido, em duplicado, na qual se mencionem o nmero e
montante das colectas.
CAPTULO VI
Cobrana
Artigo 116.
1. Os conhecimentos de cobrana sero entregues ao recebedor at ao dia 25 de Novembro
de cada ano, ou at 15 de Junho no caso de que trata o n. 3 do artigo 104.
2. O recebedor dever expedir at 20 de Dezembro ou at 20 de Junho, consoante o caso, os
avisos para pagamento boca do cofre.
Artigo 117.
1. Relativamente a prdios arrendados quando o imposto haja sido liquidado por reteno
na fonte com base nos n.os 1 e 2 do artigo 104., o Imposto Predial Urbano entregue,
pelo contribuinte que procedeu a reteno, at ao dia 30 do ms seguinte quele a que
respeita a reteno, na repartio fiscal da situao do imvel, atravs do preenchimento
do correspondente Documento de Liquidao de Imposto (DLI).
2. O imposto liquidado na moeda em que se tenha fixado o pagamento no respectivo
contrato, procedendo-se a sua converso em moeda nacional para efeitos de aplicao
do artigo 76. do Cdigo Geral Tributrio.
3. Os contribuintes que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, incluindo embaixadas, organismos pblicos e qualquer pessoa, singular ou colectiva, de
direito pblico ou privado, e que estejam sujeitos a Imposto Predial Urbano relativamente a um imvel do qual sejam tambm arrendatrios tm, nos casos previstos no
337
Artigo 118.
1. O imposto predial liquidado adicionalmente, nos termos do n. 2 do artigo 104., ser
cobrado por uma s vez, durante o ms de Julho.
2. Os conhecimentos devero ser entregues ao recebedor at 15 de Junho de cada ano,
com averbamento do nmero do conhecimento da colecta provisria a que respeitem.
Artigo 119.
1. A anulao referida no n. 2 do artigo 104. ser efectuada por deduo nas prestaes da colecta que se encontrem por cobrar no ms de Julho, processando-se ttulo
de anulao pelo que exceda a importncia em dvida, ou pelo total anulado se o imposto provisoriamente liquidado no tiver sido dividido em prestaes.
2. Para efeito do disposto neste artigo, as reparties de Fazenda averbaro at 15 de Junho,
nos conhecimentos das colectas provisrias, as anulaes a que haja lugar, creditando o
recebedor atravs da relao modelo n. 27 anexo ao Regulamento de Fazenda, de 3 de
Outubro de 1901, documentada com os conhecimentos anulados na totalidade e com um
certificado das anulaes parciais, devidamente discriminadas, indicando o nmero do
conhecimento, o nome do contribuinte e a importncia que se anulou.
Artigo 120.
A cobrana do imposto liquidado nos termos dos artigos 107. e 109. ser eventual e
efectuada por uma s vez, nos prazos seguintes:
338
CAPTULO VII
Fiscalizao
Artigo 124.
1. Os notrios so obrigados a enviar Repartio de Fazenda da rea onde estejam
situados os prdios, at ao dia 10 de cada ms, relaes separadas das escrituras de
arrendamento lavradas nas notas do ms anterior, com indicao dos nomes e moradas dos contraentes e da qualidade em que outorgaram, das inscries matriciais dos
prdios, das rendas contratuais e das demais condies convencionadas.
339
Artigo 125.
1. Nos casos de constituio ou transmisso de direitos sobre prdios urbanos devero os
oficiais pblicos que intervenham nos respectivos actos ou contratos exigir a apresentao das cadernetas prediais.
2. Verificando-se justo impedimento de apresentao da caderneta, ser exigido documento comprovativo de estar o prdio inscrito na matriz ou de, para tal ter sido feita
participao, devendo constar do mesmo documento o nmero da inscrio ou mencionar-se aquela circunstncia.
3. Quando, no caso de disposies testamentrias ou de doao, no seja possvel dar
cumprimento ao preceituado neste artigo, far-se- referncia expressa no documento
razo justificativa da impossibilidade.
Artigo 126.
1. As conservatrias de registo predial no podero efectuar quaisquer registos sem que
lhes seja apresentada a caderneta respeitante ao prdio ou documento comprovativo
de ter sido feita a participao mencionada no n. 2 do artigo anterior.
2. Se o requerente do registo no for titular da caderneta ou, sendo-o, fizer a prova da
impossibilidade de a apresentar, dever aquela caderneta ser substituda por uma
certido de teor da respectiva inscrio na matriz.
Artigo 127.
No podero ser pagas indemnizaes de prdios sem que tenha sido efectuada cobrana
do imposto liquidado nos termos do artigo 109.
Artigo 128.
Os servios de fiscalizao devem apresentar aos secretrios de Fazenda, durante o ms de
Janeiro de cada ano, relao dos prdios de que no haja ainda participao ou declarao
e que tenham sido construdos, reconstrudos melhorados ou ampliados no ano anterior,
ou estejam omissos na matriz, e ainda daqueles cujo rendimento inscrito os mesmos servios suspeitem seja inferior ao que deva corresponder-lhes.
340
Artigo 129.
1. Para exacta averiguao do rendimento dos prdios, devero os secretrios de Fazenda
procurar obter o maior nmero possvel de esclarecimentos, utilizando, para esse efeito,
entre outros, os elementos seguintes:
a) Registos das conservatrias;
b) Inventrios judiciais;
c) Livro de notas para actos e contratos entre vivos;
d) Relaes das licenas para obras;
e) Processos de expropriao;
f) Termos de declarao para pagamento da sisa e processos de liquidao de imposto
sobre as sucesses e doaes;
g) Avaliaes de prdios efectuadas por estabelecimentos oficiais de crdito para
concesso de emprstimos.
2. Os elementos mencionados na alnea g) sero facultados ou fornecidos pelas entidades
competentes, mediante requisio do secretrio de Fazenda.
Artigo 130.
1. Os secretrios de Fazenda, em presena dos elementos obtidos nos termos do artigo
anterior e da relao de que trata o artigo 128., organizaro anualmente proposta de
avaliao dos prdios cujos rendimentos inscritos na matriz se suspeite serem inferiores aos que devam corresponder-lhes.
2. A proposta ser enviada ao respectivo director de Fazenda, at ao ltimo dia do ms
de Fevereiro, para os efeitos do disposto no artigo 32.
Artigo 131.
Das avaliaes que se efectuarem depois de organizadas as matrizes sero enviados
mensalmente aos respectivos directores de Fazenda mapas em que se indiquem os
artigos matriciais, os motivos das avaliaes e os rendimentos colectveis anteriores
e posteriores a elas.
Artigo 132.
1. Os titulares dos rendimentos de quaisquer prdios sero obrigados a prestar aos funcionrios dos Servios de Fazenda e Contabilidade e aos louvados e peritos os esclarecimentos necessrios s avaliaes.
2. A colaborao entre os contribuintes e a Fazenda, para efeitos deste artigo, efectivar-se-
atravs de informaes prestadas, oralmente ou por escrito, pelos titulares dos rendimentos, ou pelos seus representantes ou mandatrios, com o mnimo de perturbao para a
vida e ocupaes daqueles e destes.
341
CAPTULO VIII
Reclamaes e recursos
Artigo 133.
1. Os contribuintes podero reclamar das matrizes prediais com os fundamentos seguintes:
a) Indevida incluso do prdio na matriz;
b) Erro na designao das pessoas e suas residncias ou sedes, ou na descrio dos prdios;
c) Erro de transcrio dos elementos ou das inscries das cadernetas de avaliao;
d) Duplicao ou omisso de inscrio dos prdios;
e) Omisso, modificao ou extino de quaisquer foros, penses ou outros encargos
a estes equiparveis;
f) Falta de averbamento de iseno j reconhecida;
g) Alterao na composio dos prdios, em resultado de diviso ou anexao de outros
confinantes ou rectificao de extremas;
h) Falta de discriminao do rendimento dos prdios por andares ou divises susceptveis
de arrendamento separado;
i) Passagem do prdio ao regime de propriedade horizontal;
j) Erro na correco dos rendimentos matriciais;
l) Fixao insuficiente das percentagens a deduzir na renda dos prdios;
m) Erro na aplicao da tabela de encargos;
n) Exagero na atribuio de rendimento colectvel.
2. As reclamaes com qualquer dos fundamentos previstos nas alneas a) a j) podero
ser deduzidas a todo o tempo, mas s sero tomadas em conta no lanamento seguinte
quando hajam sido atendidas at 30 de Junho.
3. Quando a reclamao tenha por fundamento algum dos factos especificados nas alneas
l) a n), dever ser apresentada durante o ms de Janeiro.
Artigo 134.
1. Quando ocorram sinistros que, no todo ou em parte, destruam prdios, podero os
contribuintes reclamar com esse fundamento, pedindo a eliminao ou diminuio
do rendimento colectvel inscrito na matriz.
2. As reclamaes devero ser apresentadas no prazo de 60 dias a contar da data em que
o sinistro se tenha verificado.
3. Quando se trate de sinistros que atinjam globalmente uma rea administrativa e causem dano generalidade dos proprietrios, poder o corpo administrativo local apresentar uma reclamao colectiva no prazo referido no nmero anterior.
4. O rendimento colectvel dever sofrer a reduo correspondente diferena entre o
rendimento inscrito na matriz e o que, aps o sinistro, o prdio seja ainda susceptvel
de produzir.
342
5. O rendimento a que se refere a parte final do nmero anterior ser determinado por
avaliao, efectuada pelas comisses constitudas nos termos do artigo 35., e regulada pelos artigos 44. e seguintes.
Artigo 135.
A apreciao das reclamaes respeitantes a matrizes da competncia dos secretrios
de Fazenda, aplicando-se o disposto no artigo 49. s que tiverem por fundamento erro
na designao das pessoas, nas suas residncias ou na descrio dos prdios.
Artigo 136.
O processo das reclamaes previstas no artigo 133., com excepo das que sejam
apresentadas com qualquer dos fundamentos das suas alneas l) e n), ser formado
pela petio inicial e documentos juntos pelo reclamante, pelas informaes prestadas pelos servios de fiscalizao cerca dos factos alegados, bem como pelos demais
elementos pertinentes que existam na Repartio de Fazenda, devendo a deciso ser
exarada no prprio documento que der origem ao processo.
Artigo 137.
As reclamaes previstas nas alneas l) e n) do artigo 133. daro lugar a nova avaliao
a cargo das comisses a que se refere o artigo 35., com observncia do disposto nos
artigos 44. a 46.
Artigo 138.
1. O resultado de quaisquer avaliaes que venham a efectuar-se depois de organizadas
as matrizes ser sempre notificado aos contribuintes que tenham legitimidade para
impugn-lo.
2. O disposto no presente artigo observar-se- tambm quanto aos prdios cujo rendimento
colectvel tenha sido fixado em avaliaes autorizadas pelos directores de Fazenda nos
termos do artigo 32.
Artigo 139.
1. Quando o contribuinte ou o secretrio de Fazenda no concordarem com o resultado
das avaliaes, poder ser requerida ou promovida, no prazo de oito dias, contados da
data em que o primeiro tenha sido notificado, uma segunda avaliao, a efectuar por
louvados diferentes, em nmero de trs, sendo dois nomeados pela Direco Provincial
dos Servios de Fazenda e Contabilidade e o terceiro pelo contribuinte, seguindo-se,
quanto ao mais, o estabelecido para a primeira avaliao.
2. Aos louvados de nomeao da Fazenda aplicar-se-, quanto a impedimentos, o disposto
nos artigos 40. e 41.
343
3. Um dos louvados referidos no nmero anterior ter apenas voto de desempate, devendo
conformar-se com qualquer dos laudos apresentados.
Artigo 140.
1. Os contribuintes que requeiram primeira ou segunda avaliao devero descrever os
prdios, com todas as suas confrontaes ou com a indicao do respectivo nmero
de polcia, se o tiverem, designar os artigos matriciais correspondentes e declarar o
rendimento que atribuam aos mesmos prdios.
2. Se a petio no satisfazer aos requisitos estabelecidos, ser o reclamante notificado
para suprir a omisso, no prazo que para o efeito lhe for designado.
3. Se, dentro daquele prazo, a omisso no for suprida, o processo ficar sem efeito.
Artigo 141.
1. Quando o secretrio de Fazenda promova segunda avaliao, o contribuinte ser notificado para, no prazo de oito dias, nomear o seu perito, em declarao avulsa ou por termo
no processo.
2. Se o contribuinte no indicar perito no prazo referido, a competncia para a sua nomeao devolver-se- ao secretrio de Fazenda.
Artigo 142.
1. O perito de nomeao do contribuinte, depois de notificado, prestar compromisso de
honra perante o secretrio de Fazenda, no dia e hora por este designados, lavrando-se
o respectivo termo.
2. O perito do contribuinte poder ser substitudo a requerimento deste, quando, por motivos
atendveis, no possa prestar compromisso de honra ou comparecer avaliao.
3. Quando, sem motivo justificado, o perito no preste compromisso de honra ou no comparea avaliao, ser substitudo por outro que o secretrio de Fazenda nomear.
Artigo 143.
1. A avaliao dever efectuar-se dentro do prazo designado pelo secretrio de Fazenda,
podendo, porm, os peritos requerer, com justo motivo, prorrogao at ao dobro do
prazo.
2. Nesta avaliao observar-se- o disposto nos artigos 44. e 46., devendo notificar-se
o resultado ao contribuinte.
Artigo 144.
1. O rendimento fixado em avaliao no susceptvel de impugnao contenciosa.
344
345
CAPTULO IX
Penalidades
Artigo 151.
1. O senhorio que receba do arrendatrio de prdio urbano, ou parte dele, em regime de
iseno temporria, qualquer compensao ou importncia a ttulo de chave ou outro,
relacionando com o arrendamento, incorrer em multa igual ao dobro do valor recebido.
2. Havendo mera exigncia, pelo senhorio, da compensao ou importncia a que se
refere o nmero precedente, a multa variar entre 1000$ e 20 000$.
Artigo 152.
A falta de apresentao das declaraes previstas nos artigos 19. e 20. ser punida com
multa igual a 20 por cento do rendimento colectvel correspondente s rendas convencionadas, mas nunca inferior a 100$.
Artigo 153.
1. Por qualquer indicao inexacta ou omisso nas declaraes a que alude o artigo anterior,
de que resulte falta de liquidao do imposto ou liquidao inferior devida, ser paga,
havendo simples negligncia, multa de 100$ a 20 000$, mas nunca superior ao quantita-
346
tivo do imposto no liquidado, e, havendo dolo, multa igual ao dobro do mesmo imposto,
mas nunca inferior a 200$.
2. Considerar-se- sempre dolosa a inexactido praticada com a conivncia do inquilino
ou do sublocatrio, quando qualquer destes aceite recibos que mencionem quantia
inferior efectivamente paga.
3. Provados os factos a que se refere o nmero antecedente, incorrer o inquilino ou
sublocatrio em multa de 100$ a 500$.
Artigo 154.
1. A declarao efectuada nas condies do artigo 21. ter por efeito conferir ao arrendatrio ou sublocatrio a faculdade de se desobrigar pelo pagamento da renda declarada, sem
prejuzo do lanamento do imposto incidir sobre o rendimento colectvel resultante da
renda convencionada entre as partes.
2. Sempre que for apresentada declarao de que constem rendas fixadas em contratos
orais, o secretrio de Fazenda expedir ao arrendatrio ou sublocatrio, no ms seguinte,
aviso devidamente autenticado.
3. O aviso documento bastante para desobrigar o inquilino do pagamento de renda
superior que foi comunicada, a partir da primeira que houver de ser paga aps a
recepo do aviso.
Artigo 155.
A falta de apresentao das declaraes previstas no artigo 87., ser punida com a multa
100$ a 2000$.
Artigo 156.
1. Os titulares do direito aos rendimentos de prdios que se encontrem omissos nas matrizes incorrero em multa igual ao dobro do imposto a liquidar nos termos do artigo 111.,
ou ao que deveria ser liquidado se o prdio no gozasse de iseno.
2. Se as declaraes de que tratam os artigos 92. e 93. houverem sido apresentadas
antes de iniciado o procedimento para aplicao das multas, sero estas liquidadas
com base no imposto correspondente aos meses que tenham decorrido, depois de
findos os prazos estabelecidos naqueles artigos at ao termo do ms em que a entrega
da declarao se tenha verificado.
Artigo 157.
O contribuinte que no solicite a liquidao nos termos dos artigos 107. e 109. dentro
dos prazos estabelecidos no artigo 120. incorrer na multa de 100$ a 10 000$, e a igual
multa fica sujeito aquele que no apresente a declarao mencionada no artigo 15.,
dentro do prazo ali estabelecido.
347
Artigo 158.
1. O contribuinte que no apresente no prazo estabelecido pelo n. 2 do artigo 124., na
repartio de Fazenda, os escritos particulares de arrendamento de prdios ou partes
de prdios, bem como os notrios que transgridam o disposto no artigo 124., n. 1,
incorrero em multa igual ao imposto predial equivalente a um ano, correspondente ao
rendimento colectvel resultante da renda convencionada, multa essa nunca inferior a
500$.
2. Idntica penalidade ser aplicada aos senhorios que tendo arrendado prdios ou partes
de prdios, no hajam celebrado o respectivo contrato.
3. No caso de prdios omissos na matriz ou de nesta figurarem sem rendimento, este
ser obtido, para efeitos do clculo da multa, por qualquer dos meios ao alcance da
repartio de Fazenda, incluindo o de avaliao.
(Aditado por Diploma Legislativo n. 4183, de 20 de Dezembro de 1971)
348
Legislao
complementar
349
350
Vi = Vb Ac Cl Cv Cc Ca.
em que:
Vi = Valor patrimonial do imvel;
Vb = Valor base;
Ac = rea de construo;
Cl = Coeficiente de localizao;
Cv = Coeficiente de vetustez;
Cc = Coeficiente de conforto;
Ca = Coeficiente de afectao.
Luanda
1100
Benguela
618
Huambo
618
Huila
618
Cabinda
618
Nambe
618
Uige
328
Bengo
328
Zaire
328
Kwanza-Norte
328
Kwanza-Sul
328
Malange
328
Lunda-Norte
328
Lunda-Sul
328
Moxico
328
Kuando Kubango
328
Cunene
328
Bi
328
351
Coeficientes
1,5
Zona 2
Zona 3
0,5
352
Zona
Maianga
Zona 1
Ingombota
Zona 1
Zona 2
Zona 2
Samba
Zona 2
Sambizanga
Zona 2
Viana
Zona 3
Cazenga
Zona 3
Cacuaco
Zona 3
Rangel
Zona 3
Kilamba Kiaxi
Zona 3
Zona
Capitais de provncia
Zona 2
Zona 2
Zona 2
Zona 3
Artigo 6.
(Coeficiente de vetustez)
O coeficiente de vetustez destina-se a corrigir o valor base em funo do nmero de
anos que tenha decorrido desde a mais antiga de entre a data da emisso de licena de
habitao, quando exista, e a da data de concluso das obras, variando entre 0,7 e 1 de
acordo com a seguinte tabela:
Anos
Coeficientes
Mais de 10 anos
0,7
Entre 5 e 10 anos
0,8
Menos de 5 anos
Artigo 7.
(Coeficiente de conforto)
1. O coeficiente de conforto destina-se a corrigir o valor base em funo do nmero de
servios em condies operacionais de que o imvel efectivamente dispe, variando
entre 0,5 e 1 de acordo com a seguinte tabela:
Servios
Coeficientes
1 Servio ou menos
0,5
2 Servios
0,8
3 Servios
353
Artigo 8.
(Coeficiente de afectao)
1. O coeficiente de afectao destina-se a corrigir o valor base em funo da utilizao dada
ou prevista para o imvel, variando entre 0,4 e 1,2, de acordo com a seguinte tabela:
Utilizao
Coeficientes
0,4
Indstria e outros
0,8
Habitao - apartamento
Habitao - vivenda
1,2
1,2
2. O coeficiente aplicado ou a aplicar deve ser corrigido caso se verifique uma alterao
na utilizao dada ou prevista para o imvel.
Artigo 9.
(Pedido de reavaliao)
1. No prazo de 30 dias contados da data de notificao do resultado da avaliao efectuada
nos termos dos artigos anteriores, pode o sujeito passivo requerer a reavaliao do imvel, com efeito suspensivo da obrigao de pagar o imposto, tendo em vista a correco do
valor patrimonial inicialmente fixado.
2. O requerimento referido no nmero anterior deve ser dirigido ao Chefe da Repartio
Fiscal competente para a avaliao que o admite, caso entenda que o valor real do imvel
inferior a 80% do valor que tiver resultado da avaliao efectuada nos termos dos artigos anteriores.
3. Pelo pedido de reavaliao devida uma taxa de 200UCF, cujo montante devolvido
no caso de o valor que resulte da reavaliao ser inferior a 80% daquele que tenha
sido inicialmente fixado.
4. O procedimento de reavaliao pode tambm ser despoletado por iniciativa da repartio
no prazo previsto no n. 1, quando considere verificado o requisito previsto no n. 2, ambos deste artigo, no havendo, neste caso, lugar ao pagamento de qualquer taxa.
5. O procedimento de reavaliao fixa definitivamente o valor do imvel, qualquer que
seja o seu resultado.
354
CAPTULO II
Reavaliao de Prdios Urbanos
Artigo 10.
(Procedimento e frmula de reavaliao)
1. A reavaliao efectuada pelo Chefe da Repartio Fiscal competente, ou tcnico por
ele nomeado, atravs de uma avaliao presencial a realizar nos termos do presente
captulo.
2. O valor do imvel determinado atravs da seguinte frmula:
Vi = Vb Ac Cl Cv Cc Ca.
em que:
Vi = Valor patrimonial do imvel;
Vb = Valor base;
Ac = rea coberta;
Cl = Coeficiente de localizao;
Cv = Coeficiente de vetustez;
Cc = Coeficiente de conforto;
Ca = Coeficiente de afectao.
355
2. No caso de edifcios com mais do que um piso, cada piso deve ser contabilizado para
efeitos de clculo da rea coberta.
Artigo 13.
(Coeficiente de localizao)
Na aplicao do coeficiente de localizao deve observar-se o disposto no artigo 5. do
presente Decreto Presidencial.
Artigo 14.
(Coeficiente de vetustez)
Na aplicao do coeficiente de vetustez deve observar-se o disposto no artigo 6. do
presente Decreto Presidencial.
Artigo 15.
(Coeficiente de conforto)
1. O coeficiente de conforto destina-se a corrigir o valor base em funo das caractersticas
do imvel, sendo igual a 1 acrescido dos seguintes factores minorativos e majorativos:
Habitao
Minorativos
Coeficientes
Inexistncia de cozinha
- 0,1
- 0,15
- 0,1
- 0,1
- 0,03
- 0,05
- 0,1
Habitao
Majorativos
Condomnio fechado
0,15
Garagem individual
0,04
Garagem colectiva
0,03
Piscina individual
0,08
Piscina colectiva
0,04
Recinto desportivo/ginsio
0,04
Localizao excepcional
Sistema central de climatizao
356
Coeficientes
At 0,1
0,03
0,02
Proximidade de servios
At 0,1
At 0,15
Coeficientes
- 0,15
- 0,1
- 0,1
- 0,03
- 0,05
- 0,1
Coeficientes
0,25
0,1
0,05
0,03
Localizao excepcional
At 0,1
Proximidade de servios
At 0,2
1. O coeficiente aplicado ou a aplicar deve ser corrigido caso se verifique uma alterao
em algum dos factores referidos no nmero anterior.
CAPTULO III
Disposies Finais e Transitrias
Artigo 16.
(Norma transitria)
O presente Decreto Presidencial aplica-se s liquidaes de Imposto Predial Urbano que
corresponda ao ano fiscal de 2011 e seguintes.
Artigo 17.
(Dvidas e omisses)
As dvidas e omisses resultantes da interpretao e aplicao do presente diploma so
resolvidas pelo Presidente da Repblica.
357
Artigo 18.
(Entrada em vigor)
O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data da sua publicao.
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 30 de Maro de 2011.
Publique-se.
Luanda, aos 14 de Abril de 2011.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
358
DESPACHO N. 1069/11
DE 29 DE DEZEMBRO
Havendo a necessidade de se proceder a actualizao do valor base correspondente ao
valor mdio por metro quadrado do prdio urbano nos termos do diploma que aprova
as tabelas de avaliao e reavaliao de prdio urbanos;
Em conformidade com os poderes delegados pelo Presidente da Repblica, nos termos
do artigo 137. da Constituio da Repblica de Angola, do art. 2. do Decreto Presidencial n. 6/10, de 24 de Fevereiro, e de acordo com o n. 3, do artigo 3. do Decreto
Presidencial n. 81/11, de 25 de Abril, determino:
Artigo 1.
(Objecto)
aprovada atravs do presente despacho a actualizao dos valores base constantes das
tabelas de avaliao aprovadas pelo Decreto Presidencial n. 81/11, de 25 de Abril.
Artigo 2.
(Valor base)
O valor base determinado nos termos do n. 2 do artigo 3. do Decreto Presidencial
n. 81/11, de 25 de Abril, consta da tabela em anexo que parte integrante do presente
despacho.
Artigo 3.
(Dvidas e omisses)
As dvidas e omisses na interpretao e aplicao do presente despacho so resolvidas
por Despacho do Ministro das Finanas.
Artigo 4.
(Entrada em vigor)
O presente despacho entra imediatamente em vigor.
Publique-se.
Luanda, aos 26 de Dezembro de 2011.
O Ministro, Carlos Alberto Lopes.
359
Anexo
Provncia
Luanda
1100
Benguela
618
Huambo
618
Huila
618
Cabinda
618
Nambe
618
Uige
328
Bengo
328
Zaire
328
Kwanza-Norte
328
Kwanza-Sul
328
Malange
328
Lunda-Norte
328
Lunda-Sul
328
Moxico
328
Kuando Kubango
328
Cunene
328
Bi
328
Anexo I
Habitao alta renda
Coeficiente
rea
360
Imposto a pagar
(m2)
Localizao
Vetustez
Conforto
Afectao
Vb = 1.100
50
1,5
1,2
18.560,00Kz
100
1,5
1,2
62.120,00Kz
150
1,5
1,2
105.680,00Kz
200
1,5
1^
1,2
149.240,00Kz
300
1,5
1,2
236.360,00Kz
Anexo II
Habitao mdia renda
rea (m2)
Coeficiente
Imposto a pagar
Localizao
Vetustez
Conforto
Afectao
Vb = 1.100
50
0,8
0,00
100
0,8
13.720,00Kz
150
0,8
33.080,00Kz
200
0,8
52.440,00Kz
300
0,8
91.160,00Kz
Anexo III
Habitao baixa renda
rea (m2)
Coeficiente
Imposto a pagar
Localizao
Vetustez
Conforto
Afectao
Vb = 1.100
50
0,5
0,7
0,5
0,00
100
0,5
0,7
0,5
0,00
150
0,5
0,7
0,5
0,00
200
0,5
0,7
0,5
0,00
300
0,5
0,7
0,5
410,00Kz
361
362
363
364
Artigo 9.
(Licenciamento)
As operaes urbansticas de iniciativa do Estado ou de interesse pblico no carecem
de licenciamento, devendo, contudo, ser remetidas cpias das peas escritas e desenhadas para efeitos de cadastro ao Governo Provincial.
Artigo 10.
(Restries)
As operaes de loteamento s podem ser licenciadas quando incidam sobre reas ou
terrenos classificados como urbanos ou urbanizveis ou contidos em permetros urbanos j definidos em planos anteriores.
Artigo 11.
(Negcios Jurdicos sobre terrenos loteados ou a lotear)
No podem ser celebradas escrituras pblicas de primeira transmisso de prdios
construdos nos lotes singulares, de fraces autnomas desses prdios ou unidades
edificadas autnomas construdas em condomnios sem que seja exibida perante o
notrio certido emitida pela autoridade licenciadora urbanstica, comprovativa da
recepo provisria das obras de urbanizao.
Artigo 12.
(Imveis adquiridos ao abrigo da Lei de Venda do
Patrimnio Habitacional do Estado e do Redimensionamento Empresarial)
Para a regularizao jurdica dos imveis adquiridos ao abrigo da Lei de Venda do
Patrimnio Habitacional do Estado e do redimensionamento Empresarial, os beneficirios devem dirigir-se aos Governos Provinciais.
CAPTULO II
Organizao Institucional e Tarefas a Realizar
SECO I
rgos
Artigo 13.
(rgos responsveis e tarefas gerais para regularizao fundiria)
1. No domnio da regularizao jurdica dos imveis so competentes para conceder ttulos fundirios para fins urbanos, em funo da dimenso as seguintes entidades ou
rgos:
365
366
SECO II
Tarefas em Matria de Ordenamento do Territrio e Urbanismo
Artigo 15.
(Tarefas da Administrao Municipal)
Administrao Municipal compete, em matria de regularizao jurdica dos imveis,
as seguintes tarefas:
a) Conceder ou legalizar terrenos em reas urbanizadas ou urbanizveis at 1000 metros
quadrados;
b) Elaborar ou promover a elaborao de esquemas de ocupao do solo, planos de pormenor e planos directores municipais e submet-los aprovao do Governo Provincial, nos termos da legislao em vigor;
c) Licenciar projectos de construo, nos limites da respectiva competncia;
d) Fornecer croquis de localizao dos terrenos;
e) Emitir certides de propriedade horizontal, nos termos da lei;
f) Prestar toda a colaborao institucional ao processo de regularizao jurdica dos
imveis.
Artigo 16.
(Tarefas do Governo Provincial)
Ao Governo Provincial compete, em matria de regularizao jurdica dos imveis, o
seguinte:
a) Proceder regularizao jurdica de terrenos ocupados por imveis, at 5ha;
b) Elaborar ou promover a elaborao de planos urbansticos;
c) Aprovar os esquemas de ocupao do solo, planos de pormenor, projectos de construo;
d) Licenciar projectos de construo;
e) Emitir certides de converso ao regime de propriedade horizontal;
f) Promover a inscrio dos terrenos e benfeitorias omissos na Conservatria do Registo
Predial competente;
g) Manter actualizado o cadastro jurdico e geomtrico;
h) Manter actualizadas as cartas das cidades e vilas.
Artigo 17.
(Tarefas do Ministrio do Urbanismo e Construo)
Ao Ministrio do Urbanismo e Construo compete, em matria de regularizao jurdica dos imveis, as seguintes tarefas:
a) Efectuar regularizao jurdica dos terrenos ocupados pelos imveis superiores a 5ha;
367
SECO III
Tarefas em Matria Registal
Artigo 18.
(Tarefas do Ministrio das Finanas)
Ao Ministrio das Finanas compete, em matria de regularizao jurdica de imveis,
as seguintes tarefas:
a) Proceder a inscrio matricial dos imveis e emitir as respectivas certides matriciais;
b) Manter actualizado em coordenao com os Governos Provinciais e Administraes
Municipais, o tombo da propriedade urbana e rstica.
Artigo 19.
(Tarefas do Ministrio da Justia)
Ao Ministrio da Justia compete, em matria de regularizao jurdica de imveis, as
seguintes tarefas:
a) Efectuar o registo dos ttulos constitutivos de direitos fundirios e proceder ao averbamento das benfeitorias a requerimento dos Governos Provinciais, Administraes
Municipais e outros interessados;
b) Efectuar o registo dos planos urbansticos;
c) Proceder ao registo dos contratos de concertao urbansticas;
d) Produzir instrues procedimentais relativas ao registo.
CAPTULO III
Regularizao Jurdica dos Imveis do Estado
SECO I
Imveis do Estado j Construdos
Artigo 20.
(Imveis do domnio pblico)
A regularizao jurdica dos imveis do domnio pblico do Estado compete ao Ministrio
das Finanas com o apoio do rgo a que os mesmos se encontrem afectos.
368
Artigo 21.
(Imveis do domnio privado do Estado)
A regularizao jurdica dos imveis do domnio privado do Estado compete, nomeadamente, aos departamentos ministeriais, governos provinciais, administraes municipais, institutos pblicos e outros servios a que se encontrem afectos.
SECO II
Imveis do Domnio Privado do Estado Omissos na
Matriz Predial Urbana e na Conservatria do Registo Predial
Artigo 22.
(Procedimento)
A regularizao jurdica dos imveis do domnio privado do Estado destinados habitao, comrcio ou mistos alienados nos termos da lei, omissos na matriz predial urbana
e na Conservatria dos Registo Predial cabe ao Governo Provincial, a requerimento dos
beneficirios.
Artigo 23.
(Converso ao regime de propriedade horizontal)
1. Quando no processo de regularizao jurdica haja lugar a converso ao regime de
propriedade horizontal, este deve preceder ao pedido de registo junto da Conservatria do Registo Predial competente.
2. Para efeitos do n. 1, qualquer engenheiro ou arquitecto regularmente inscrito no
Governo Provincial ou Administrao Municipal pode preparar e assinar as peas
tcnicas que instruem o pedido de converso ao regime de propriedade horizontal.
CAPTULO IV
Regularizao Jurdica dos Imveis do Domnio Privado
do Estado e Particulares
SECO I
Urbanizao de Iniciativa do Estado
Artigo 24.
(Procedimento)
A regularizao jurdica dos imveis do domnio privado do Estado, em urbanizaes de
sua iniciativa obedece ao seguinte procedimento:
a) Aprovao pelo rgo competente do plano de urbanizao que compreende peas
escritas e desenhadas;
369
SECO II
Urbanizaes de Iniciativa Pblico-Privada
Artigo 26.
(Requisitos)
As urbanizaes de iniciativa pblico-privada obedecem aos seguintes requisitos:
a) terreno do domnio privado do Estado classificado para fins urbanos devidamente
titulado;
b) plano de urbanizao aprovado;
c) contrato de concesso urbanstica ou contrato de concertao urbanstica.
Artigo 27.
(Contrato de concesso ou de concertao urbanstica)
O contrato de concesso ou de concertao urbanstica segue o regime previsto pelo Decreto n. 80/06, de 30 de Outubro, e visa fundamentalmente a definio e classificao
dos lotes.
Artigo 28.
(Operao de loteamento)
1. Aprovada e executada a operao de loteamento com a determinao dos lotes para os
mais variados fins constitudo, sobre estes, o direito de superfcie favor do promotor imobilirio.
Artigo 29.
(Registo e averbamento das benfeitorias)
1. Os lotes devidamente identificados em pea escrita e desenhada, esto sujeitos a registo
na Conservatria do Registo Predial competente.
2. O promotor submete a aprovao do Governo Provincial os projectos de construo dos
edifcios que, aps concluso, lavrado o certificado de habitabilidade que o habilita a
registar as benfeitorias na matriz predial urbana e na Conservatria do Registo Predial.
370
Artigo 30.
(Licenas)
As licenas podem ser concedidas pelos Governadores Provinciais a ttulo oneroso ou
gratuito consoante a natureza e fim da operao de loteamento.
Artigo 31.
(rgo competente)
O rgo competente para a prtica de todos os actos autorizativos inerentes operao
de loteamento o Governador Provincial, podendo delegar no Administrador Municipal
da rea competente.
SECO III
Urbanizao de Iniciativa Privada
Artigo 32.
(Procedimento)
1. O promotor que pretender desenvolver actividade imobiliria privada, em terreno do
domnio privado do Estado ou privado deve requerer ao Governo Provincial competente, juntando os seguintes documentos:
a) titularidade do terreno;
b) plano de urbanizao, detalhando os lotes e as reas pblicas e privadas;
b) licena de loteamento ou contrato de concertao urbanstica.
Artigo 33.
(Registo)
O plano de urbanizao e os projectos de construo esto sujeitos a registo.
SECO IV
Construes Particulares
Artigo 34.
(Procedimento)
Os cidados que detm construes no regularizadas podem dirigir-se ao Governo Provincial competente para o efeito.
371
Artigo 35.
(Regularizao jurdica da titularidade do terreno
e registo das benfeitorias)
A regularizao jurdica da titularidade do terreno e registo das benfeitorias fica condicionada a obteno das licenas e certificado de habitabilidade.
CAPTULO V
Disposies Finais
Artigo 36.
(Encargos de regularizao)
Os Ministrios da Justia e das Finanas devem fixar os encargos devidos pela regularizao jurdica dos imveis.
Artigo 37.
(Contratao de empresas especializadas)
Para a execuo das tarefas previstas no presente Diploma podem ser contratadas empresas especializadas.
Luanda, aos 27 de Julho de 2012.
372
FISCAL
ANGOLA
Impostos sobre o
Consumo
Impostos sobre
o Consumo
Regulamento
do Imposto
de Consumo
374
DECRETO N. 41/99
DE 10 DE DEZEMBRO
(Alterado por Decreto n. 29/02 de 21 de Maio, e
Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11 de 30 de Dezembro)
Prembulo
Considerando a necessidade de se adequar o sistema fiscal s novas realidades econmica
e social que se vm definindo no pas;
Tendo em conta que a tributao equilibrada do consumo passa pelo alargamento da base
de imposio e adopo de uma taxa uniforme, sem prejuzo da aplicao de outras taxas de
tipo agravado aos bens considerados suprfluos ou nocivos, permitindo assim estabelecer
uma relao trilateral estvel, conjugando os nveis de rendimento dos cidados com o gasto
do consumo e o volume de receitas fiscais;
Havendo necessidade de se proceder ao ajustamento da base de incidncia do imposto
sobre o consumo com os objectivos de poltica fiscal definida para este sector da actividade
econmica;
Nos termos das disposies combinadas da alnea h) do artigo 110. e do artigo 113.,
ambos da Lei Constitucional, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.
aprovado o Regulamento do Imposto de Consumo anexo ao presente diploma e que
dele faz parte integrante.
Artigo 2.
So revogados os Decretos n.os 24/98, de 27 de Maio, 20-M/92, de 15 de Maio, 13/93,
de 14 de Abril e 75/97, de 24 de Outubro, bem como toda a legislao que contrarie o
disposto no presente decreto.
Artigo 3.
As dvidas e omisses resultantes da interpretao e aplicao deste decreto, sero resolvidas por despacho do Ministro das Finanas.
Artigo 4.
O presente decreto entra em vigor na data da sua publicao.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 26 de Outubro de 1999.
Publique-se.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
375
de Dezembro)
376
(Aditado por
q) Aluguer de viaturas, transportes martimos e areos de passageiros, cargas e contentores, inclusive armazenagem relacionada com estes transportes, desde que realizados
exclusivamente em territrio nacional. (Aditado por Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11, de
30 de Dezembro)
2. Para efeitos deste imposto consideram-se bens produzidos no pas, produtos a produzidos ou manufacturados, aqueles cujo processo de produo teve o seu termo em
territrio nacional.
3. Para efeitos do disposto na alnea n) do n. 1 apenas se considera sujeito a Imposto
de Consumo o valor cobrado pelo servio de agenciamento ou intermediao prestado pelas agncias de viagens ou operadores tursticos equiparados, excluindo-se o
valor de quaisquer passagens, reservas ou quaisquer outros bens ou servios por eles
vendidos, quer em seu nome quer em nome de terceiros. (Aditado por Decreto Legislativo
Presidencial n. 7/11, de 30 de Dezembro)
Artigo 2.
(Sujeito passivo)
So sujeitos passivos deste imposto as pessoas singulares, colectivas ou outras entidades
que:
a) Pratiquem operaes de produo, fabrico ou transformao de bens, quaisquer que
sejam os processos ou meios utilizados;
b) Procedam a arrematao ou venda em hasta pblica de bens;
c) Procedam a importao de bens;
d) Procedam ao fornecimento de gua e energia;
n. 7/11, de 30 de Dezembro)
f)
Artigo 3.
(No sujeio)
No se consideram, tributveis no mbito deste imposto a produo dos seguintes bens:
a) Produtos agrcolas e pecurios no transformados;
b) Produtos primrios de silvicultura;
c) Produtos de pesca no transformados;
d) Produtos minerais no transformados.
377
CAPTULO II
Isenes
Artigo 4. 1
(mbito da iseno)
1. Esto isentos do Imposto de Consumo:
a) Os bens exportados, quando a exportao seja feita pelo prprio produtor ou entidade
vocacionada para o efeito, reconhecida nos termos previstos na lei;
b) Os bens importados pelas representaes diplomticas e consulares, quando haja
reciprocidade de tratamento;
c) Os bens manufacturados em resultado de actividades desenvolvidas por processos
artesanais;
d) As matrias-primas e os materiais subsidirios, incorporados no processo de fabrico,
os bens de equipamento e peas sobressalentes, desde que devidamente certificados
pelos Ministrios de tutela, com declarao de exclusividade; (Alterado por Decreto n. 29/02
de 21 de Maio)
2. Entende-se que uma actividade exercida em moldes artesanais quando, cumulativamente, se verifiquem os seguintes requisitos:
a) Seja utilizada matria-prima nacional ou de origem nacional, mesmo quando tenha
havido incorporao de outro tipo de matria-prima ou produto semi-acabado;
b) O nmero de empregados ou artfices familiares do dono da actividade, no seja
superior a 5 (cinco);
c) A produo se desenvolva em instalao de reduzida dimenso ou se faa na prpria
casa de habitao do dono da actividade;
d) A produo seja exercida atravs do uso de processos rudimentares de produo.
CAPTULO III
Determinao da Matria Colectvel
Artigo 5.
(Obrigao declarativa)
1. Os sujeitos passivos referidos no artigo 2., apresentaro na Repartio Fiscal da sua
1 Princpio da equiparao das isenes: qualquer benefcio ou vantagem fiscal que tenha sido, ou venha a ser
concedida em sede de Imposto de Consumo s operaes de importao de bens determinados deve ser estendida produo desses mesmos bens. (Cfr. art. 2. do Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11, de 30 de
Novembro)
378
rea, at ao ltimo dia til de cada ms, uma declarao em duplicado, conforme modelo
D, em que procedam liquidao do imposto de consumo devido relativamente ao volume de operaes tributveis realizadas no ms anterior.
2. A declarao referida no nmero anterior, sujeita a reviso pela administrao tributria,
ser sempre apresentada em duplicado, quer tenha ou no havido operaes tributveis.
3. Conjuntamente com a declarao referida no n. 1, os sujeitos passivos referidos na
alnea a) do artigo 2., apresentaro um mapa, em duplicado, onde conste os elementos
referidos no n. 2 do artigo 18. do presente regulamento.
4. O duplicado do mapa, com a nota de recebimento devidamente autenticada, dever
ser devolvido ao contribuinte.
Artigo 6.
(Determinao oficiosa do imposto)
1. Verificando-se a falta de entrega da declarao prevista no n. 1 do artigo 5. deste
diploma, a fixao do valor base para liquidao ser feita pelo chefe da Repartio
Fiscal competente para recepo da mesma.
2. A mesma entidade proceder tambm rectificao das declaraes quando, com
fundamento, considere que nelas figura um imposto inferior ou uma deduo superior ao devido.
3. A fixao referida nos nmeros anteriores ter por base os elementos recolhidos em
visita de fiscalizao, por confronto com as declaraes entregues pelo contribuinte
em perodos ou outros de que os servios disponham, bem como informaes obtidas
junto dos fornecedores ou clientes do contribuinte fiscalizado, os dados referentes
aquisio de matria-prima e tambm de coeficientes tcnicos medianamente obtidos
nos processos produtivos do seu ramo de actividade.
4. As inexactides ou omisses podero igualmente ser constatadas em visitas de fiscalizao efectuadas nas instalaes do contribuinte, atravs de exame sua contabilidade, quer ainda por verificao das existncias do estabelecimento.
5. Os contribuintes sero notificados do resultado da fixao, e bem assim dos fundamentos que determinaram a mesma, para, no prazo de 15 dias, efectuar o pagamento
do imposto apurado. A falta de pagamento determina a imediata extraco da respectiva certido para efeitos de cobrana coerciva.
Artigo 7.
(Reclamaes contra as fixaes oficiosas)
As reclamaes contra as fixaes efectuadas pela administrao fiscal devero ser apresentadas na Repartio Fiscal da rea do contribuinte na forma e nos prazos previstos
no Cdigo Geral Tributrio.
379
Artigo 8.
(Aplicao da lei no tempo)
O imposto devido e torna-se exigvel:
a) Na produo, no momento em que os bens so postos disposio do adquirente;
b) Nas importaes, no momento de desembarao alfandegrio;
c) Na arrematao ou venda, no momento em que tais actos so praticados;
d) No consumo de gua e energia, no momento da sua liquidao;
e) Nos servios previstos nas alneas e) a q) do n. 1 do artigo 1., no momento da sua
liquidao; (Alterado por Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11, de 30 de Dezembro)
f)
Artigo 9.
(Base de clculo do imposto)
1. O valor tributvel sujeito a imposto ser:
a) Para os bens produzidos no pas, o preo de custo porta do armazm;
b) Para os bens importados, o seu valor aduaneiro;
c) Nas arremataes ou vendas, o valor por que tiverem sido efectuadas;
d) No consumo de gua e energia e nas prestaes de servios referidas nas alneas e)
a q), o preo pago pelo consumo de gua e energia ou pelo servio prestado. (Aditado
por Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11, de 30 de Dezembro)
CAPTULO IV
Taxas
Artigo 10.
(Taxas)
1. A taxa deste imposto de 10%.
2. Exceptuam-se do nmero anterior, as taxas constantes das tabelas I, II e III anexas
ao presente regulamento e que dele fazem parte integrante.
380
Artigo 11.
(Competncia para liquidao)
1. A competncia para a liquidao do imposto sobre o consumo pertence:
a) Aos produtores, nos casos dos bens produzidos no pas, referidos no n. 2 do artigo 1.;
b) Aos servios aduaneiros, no caso da importao de bens;
c) Ao servio que realizar a arrematao ou venda, nos casos referidos na alnea b) do
n. 1 do artigo 1.;
d) s entidades que forneam os bens ou prestem os servios previstos nas alneas d)
a q) do n. 1 do artigo 1.; (Alterado por Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11, de 30 de Dezembro)
e) s entidades residentes em Angola e sujeitas a Imposto Industrial que contratem,
a entidades no residentes, os servios referidos nas alneas g) a q) do n. 1 do artigo
1.; (Alterado por Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11, de 30 de Dezembro)
f) Repartio Fiscal, para os restantes casos.
2. Compete administrao fiscal homologar ou alterar as liquidaes referidas nas alneas
a) a d) do nmero anterior. (Alterado por Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11, de 30 de Dezembro)
Artigo 12.
(Momento da liquidao)
1. A liquidao deve ser feita:
a) Quando competir aos produtores, fornecedores de bens ou prestadores de servios,
no acto do processamento das facturas ou documentos equivalentes; (Alterado por Decreto
Legislativo Presidencial n. 7/11, de 30 de Dezembro)
381
2. O regime previsto no nmero anterior ser tambm aplicado aos casos de omisses e
irregularidades praticadas na referida declarao, liquidando-se os respectivos juros
desde a data de apresentao daquela declarao at ao ms, inclusive, em que os
servios tomem conhecimento do facto.
CAPTULO VI
Pagamento
Artigo 14.
(Momento da liquidao)
1. O pagamento do imposto efectuado pela entidade obrigada liquidao, nos termos
do artigo 11. e realiza-se atravs do preenchimento e entrega na dependncia bancria
ou entidade legalmente indicada para efeito, do Documento de Arrecadao de Receitas (DAR) e dos meios de pagamento adequados, nos termos do Cdigo Geral Tributrio. (Alterado por Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11, de 30 de Dezembro)
2. Se o pagamento no for efectuado dentro do prazo legal, proceder-se- de conformidade com os preceitos do Cdigo Geral Tributrio, at cobrana coerciva do imposto
pelo Juzo das Execues Fiscais.
CAPTULO VII
Fiscalizao
Artigo 15.
(Dever legal de fiscalizao)
1. O cumprimento das obrigaes impostas pelo presente diploma ser fiscalizado, em
geral e dentro dos limites legais da sua competncia, por todas as entidades pblicas
ou equiparadas, e em especial pela Direco Nacional dos Impostos.
2. No exerccio das suas funes de fiscalizao especial, os servios competentes esto
autorizados a utilizar os mecanismos previstos neste diploma e, em especial, os do
artigo 65. do Cdigo Geral Tributrio.
Artigo 16.
(Obrigao de facturao)
1. Relativamente a cada uma das operaes tributveis realizadas, previstas neste regulamento, ser obrigatrio a emisso de factura ou documento equivalente, nos termos
do artigo 22. e seguintes.
2. Os documentos referidos no nmero anterior devero ser processados em duplicado,
excepto quando existir disposio legal que exija um maior nmero de exemplares ou
quando o contribuinte o entenda necessrio.
382
Artigo 17.
(Requisitos da facturao)
1. As facturas ou documentos equivalentes, quaisquer que sejam os modelos adoptados,
devero conter os seguintes elementos:
a) O nome, firma ou denominao social, a sede ou domiclio, o nmero de identificao fiscal do emitente e do destinatrio ou adquirente, quando legalmente exigvel;
b) Discriminao exaustiva dos bens e/ou servios prestados, com indicao das
quantidades, preos, valores ilquidos e descontos ou abatimentos concedidos;
c) Especificao das embalagens, quando pagas ou debitadas, bem como as quantidades, preos e valores respectivos;
d) As taxas aplicveis e o montante do imposto devido.
2. As facturas ou documentos equivalentes sero numerados por anos econmicos, sequencialmente, devendo conservar-se na respectiva ordem os seus duplicados e bem assim
todos os exemplares dos que tiverem sido anulados ou inutilizados, com os averbamentos
indispensveis identificao daqueles que os substituram.
3. Seja qual for o modelo adoptado para a facturao, o valor do imposto e a taxa aplicvel devero estar bem legveis e destacados dos demais elementos.
Artigo 18.
(Organizao da contabilidade)
1. A contabilidade dos sujeitos passivos deste imposto deve estar organizada de forma a
possibilitar o conhecimento claro e inequvoco dos elementos necessrios ao correcto clculo do imposto, permitir o seu controlo imediato e evidenciar todos os dados referidos
no n. 1 do artigo 17.
2. Simultaneamente, os sujeitos passivos deste imposto, referidos na alnea a) do artigo
2., so obrigados a registar em livro prprio com referncia a cada bem e em relao
a cada ms:
a) As quantidades produzidas;
b) As quantidades vendidas, com indicao dos respectivos compradores;
c) As quantidades exportadas;
d) As quantidades existentes em armazm no fim de cada ms e que transitam para
o ms seguinte.
3. Para efeitos de fiscalizao do cumprimento das obrigaes de facturao, competente
a Repartio Fiscal da rea onde se situa o respectivo estabelecimento.
Artigo 19.
(Atraso de escriturao e emisso de factura)
1. Na escriturao do livro a que se refere o presente diploma, salvo disposies legais
que imponham prazo mais curto, no so permitidos atrasos superiores a 30 dias.
383
384
CAPTULO IX
Penalidades
Artigo 25.
(Delimitao de competncia)
As infraces ao disposto no presente diploma sero sancionadas de acordo com as disposies constantes dos artigos seguintes, salvo quando constituam infraces previstas
e punidas pela legislao aduaneira.
385
Artigo 26.
(Falta de pagamento do imposto)
A falta de pagamento de todo ou parte do imposto devido ser punida nos termos do
artigo 75. do Cdigo Geral Tributrio.
Artigo 27.
(Entrega de declarao fora de prazo)
1. A apresentao da declarao modelo D ou do mapa nos 10 dias seguintes ao termo
do prazo legal fixado e antes de iniciada qualquer aco de fiscalizao ou antes do
levantamento do respectivo auto de transgresso, beneficiar da reduo de 25% da
multa fixada nos termos do artigo 75. do Cdigo Geral Tributrio.
2. Se a apresentao da declarao modelo D ou do mapa se verificar depois daquele prazo,
a multa a aplicar ser a prevista no referido artigo 75. do Cdigo Geral Tributrio.
3. No sendo entregue a declarao modelo D ou o mapa, mas procedendo o contribuinte
liquidao e entrega do imposto devido no perodo, a Repartio Fiscal competente
notificar o contribuinte para, no prazo de 15 dias regularizar a infraco mediante o
pagamento do mnimo da multa prevista no artigo 75. do Cdigo Geral Tributrio,
reduzida de 50%.
4. No sendo regularizada a infraco no prazo referido no nmero anterior, ser levantado o respectivo auto de transgresso, considerando-se existir culpa grave para efeitos
de graduao da multa a aplicar.
Artigo 28.
(Inexistncia ou recusa de exibio de escrita)
1. A inexistncia dos registos ou de escrita, nos termos previstos neste diploma, bem como
de quaisquer elementos com eles relacionados, determinam a liquidao oficiosa do
imposto a efectuar nos termos do artigo 6., e ser punida com multa entre 10 a 200
UCFs, graduada conforme previsto no artigo 80. do Cdigo Geral Tributrio.
2. A recusa de exibio dos registos, da escrita ou dos elementos referidos no nmero
anterior, bem como a sua ocultao, destruio, falsificao ou viciao, e bem assim
a falta de colaborao intencional, o desacato ou embarao aco da autoridade
fiscal, sero punidas com multa entre 50 a 250 UCFs.
3. A aplicao das multas a que se referem os nmeros anteriores no prejudica a aplicao
das penalidades previstas no artigo 26., sendo caso disso.
Artigo 29.
(Atraso de escrita)
1. O atraso na escriturao do livro a que se refere o artigo 19., para alm do prazo nele
referido, ser punido com multa entre 25 a 125 UCFs, sem prejuzo da aplicao da
multa prevista no artigo 26. do presente diploma, sendo caso disso.
386
2. Fixado um prazo para a sua regularizao e findo o qual continuar a verificar-se que no
est a escrita regularizada, ser punvel com multa nos termos do n. 2 do artigo 28.
Artigo 30.
(Outras infraces)
Por qualquer infraco no especialmente prevenida, que no constitua falsificao dos
livros e documentos referidos no presente diploma, ser punida com multa varivel entre
2 a 100 Unidades de Correco Fiscal.
Artigo 31.
(Responsabilidade das pessoas colectivas)
Sendo infractor uma pessoa colectiva, a responsabilidade solidria pelo pagamento das
multas aplicadas mesma, efectivar-se- nos termos dos artigos 68. e 69. do Cdigo
Geral Tributrio.
Artigo 32.
(Auto de transgresso)
1. As multas previstas no presente diploma sero impostas mediante deciso a proferir
em processo de transgresso, instaurado com base no auto de notcia levantado pelas
entidades competentes.
2. Os autos de notcia ou participaes levantados por entidades diferente da Administrao Fiscal, sero remetidos Repartio Fiscal competente para efeitos de instaurao, aplicao e cobrana do imposto, das multas, juros e demais importncias que
se mostrem em dvida, no respectivo processo.
3. Sempre que o infractor se apresente a regularizar a sua situao referente ao imposto
de consumo, antes de ser notificado para contestar ou efectuar o pagamento das multas
devidas, sero estas fixadas a 75% do montante anteriormente fixado.
4. A aplicao do regime enunciado no nmero anterior no cumulvel com o regime
previsto no artigo 26.
5. A reincidncia no punida autonomamente, concorrendo apenas como circunstncia
agravante na graduao da multa.
6. Sem prejuzo das disposies constantes do presente diploma, a tramitao do processo de transgresso far-se- de acordo com o disposto nos artigos 8. a 17. do
Regulamento do Contencioso das Contribuies e Impostos, aprovado pelo Diploma
Legislativo n. 2026, de 19 de Maro de 1948, com as necessrias adaptaes.
Artigo 33.
(Responsabilidade dos funcionrios pblicos)
Os trabalhadores da funo pblica que no exerccio dos seus deveres funcionais deixarem
de cumprir algumas das obrigaes impostas neste diploma, incorrero em responsabili-
387
dade disciplinar, sem prejuzo da responsabilidade penal que ao caso couber na lei geral.
Artigo 34.
(Extenso da responsabilidade penal)
As penalidades cominadas nos artigos anteriores so aplicveis aos sujeitos passivos do
imposto, sem prejuzo da responsabilidade subsidiria em que incorrem os seus representantes legais, gerentes, scios-gerentes ou administradores em exerccio no perodo
em que se verificou a infraco.
Artigo 35.
(Extino do procedimento e prescrio da multa)
O direito ao exerccio do procedimento penal, bem como a obrigao de pagar qualquer
multa seguir o regime estabelecido nos artigos 87. a 89. do Cdigo Geral Tributrio.
Artigo 36.
(Distribuio do produto das multas)
As multas que nos termos deste diploma forem aplicadas, sero distribudas nos termos
da legislao em vigor sobre a matria.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
ANEXO I
Tabela do Imposto de Consumo de bens
sujeitos taxa reduzida
(Aprovada por Decreto n. 41/99, de 10 de Dezembro)
Posio pautal
Designao
Taxa %
O201
O20110
O20120
O20130
Desossadas
O202
O20210
O20220
O20230
Desossadas
O207
O20711
388
De galos e galinhas:
Posio pautal
Designao
Taxa %
O20712
O20713
O20714
O401
O40110
O40120
O40130
O402
O40210
O404
2
2
2
2
2
O40490
Outros
O713
O71333
1001
100110
Trigo duro
100190
Outros
1005
Milho:
100510
Para sementeira
100590
Outro
1006
Arroz:
100610
100620
100630
100640
Trina de arroz
110100
1102
110220
Farinha de milho
a) 2
389
Posio pautal
1507
Designao
leo de soja e respectivas fraces, mesmo refinados, mas no
quimicamente modificados:
Taxa %
150710
150790
Outros
1508
150810
150890
Outros
1511
151110
leo em bruto
151190
Outros
1512
151211
leo em bruto
151219
Outros
leo em bruto
151229
Outros
1515
Outras gorduras e leos vegetais, (incluindo o leo de jojoba) e respectivas fraces, fixos, mesmo refinado, mas no quimicamente
modificados:
leo de milho e respectivas fraces:
151521
leo em bruto
151529
Outros
151550
1701
170111
De cana
170112
De beterraba
230400
230500
2306
2
2
230610
De algodo
230630
De girassol
230670
De grmen de milho
390
Posio pautal
Designao
Taxa %
293500
Sulfonamidas
2941
Antibiticos:
294110
294120
294130
294140
294150
3002
300220
300230
300290
Outros
3003
300310
Contendo penicilinas ou seus derivados, com estrutura de cido penicilnico, estreptomicinas ou seus derivados
300320
2
2
Contendo insulina
300339
Outros
300340
300390
Outros
3004
300410
Contendo penicilinas ou seus derivados, com estrutura de cido penicilnico, ou estreptomicinas ou seus derivados
300420
2
2
391
Posio pautal
Designao
Taxa %
Contendo insulina
300432
300439
Outros
300440
300450
300490
Outros
3005
2
2
2
300590
Outros
3006
3401
340120
3702
matrias diferentes do papel, do carto ou dos txteis; filmes fotogrficos de revelao e cpias instantneas, em rolos sensibilizados no
impressionados:
370210
Para raios X
4901
tas:
490110
Outros:
490191
490199
Outros
490300
490400
4905
2
2
Obras cartogrficas de qualquer espcie, includas as cartas murais, as plantas topogrficas e os globos, impressos:
490510
392
Globos
Posio pautal
Designao
Taxa %
Outros:
490591
490599
Outros
7108
710820
7118
Moedas:
71810
711890
Outras
7222
722211
De seco circular
722219
Outras
722220
722230
Outras barras
722240
Perfis
722300
843710
843710
843780
843790
Partes
8438
843810
Mquinas e aparelhos para a indstria de panificao, pastelaria, bolachas e biscoitos e de massas alimentcias
843830
843850
843860
843880
843890
Partes
393
Posio pautal
8440
Designao
Taxa %
844010
Mquinas e aparelhos
844090
Partes
8713
871310
871390
Outros
8714
871420
8802
880212
880220
880230
2
2
880240
8803
880310
880330
880340
880390
Outras
880400
8805
880520
8905
Dragas
890520
394
2
2
Posio pautal
Designao
890590
Outros
890600
Outras embarcaes, includos os navios de guerra e os barcos salvavidas, excepto os barcos a remos
8907
Taxa %
2
2
Outras estruturas flutuantes, (por exemplo: balsas, reservatrios, caixes, bias de sinalizao e semelhantes):
890710
Balsas insuflveis
890790
Outras
890800
9012
901210
901290
Partes e acessrios
9018
901811
Electrocardigrafos
901812
901813
901814
Aparelhos de cintigrafia
901819
Outros
901820
901832
901839
Outros
901849
Outros
901850
901890
9019
901910
395
Posio pautal
901920
Designao
Taxa %
respiratria
902000
filtrantes
9021
Artigos e aparelhos ortopdicos, includas as cintas e fundas mdico-cirrgicas e muletas; talas, goteiras e outros artigos e aparelhos
de prtese; aparelhos para facilitar a audio dos surdos e outros
aparelhos para compensar deficincias ou enfermidades, que se
destinam a ser transportados mo ou sobre as pessoas ou ser
implantados no organismo:
902111
Prteses articulares
902119
Outros
902130
902140
902150
902190
Outros
9022
902212
902213
902214
902219
902229
902230
Tubos de raios X
902290
396
Posio pautal
902300
Designao
Instrumentos, aparelhos e modelos, concebidos para demonstrao, (por
exemplo no ensino e nas exposies), no susceptveis de outros usos
930100
9306
Taxa %
2
2
munies e projcteis e suas partes, includos os zagalotes, chumbos de caa e buchas para cartuchos:
93069010
970600
Po
ANEXO II
Tabela do Imposto de Consumo das mercadorias importadas e de
produo nacional
(Aprovada pelo Decreto n. 41/99, de 10 de Dezembro)
Posio pautal
2202
Taxa %
guas, includas as guas minerais e as guas gaseificadas, adicionadas de acar ou de outros edulcorantes ou aromatoizadas
e outras bebidas no alcolicas, excepto sumos de frutos ou de
produtos hortcolas, da posio 2009:
220210
20
220290
Outras
20
220300
Cerveja de malte
20
2204
220410
30
30
220429
Outros
30
220430
20
2205
220510
30
220590
Outros
30
220600
30
397
Posio pautal
2207
Taxa %
220720
2208
30
30
220830
Uisques
30
220840
Rum e tafi
30
220850
Gin e genebra
30
220860
Vodka
30
220870
Licores
30
220890
Outros
30
2402
240210
30
240220
30
240290
Outros
30
2403
240310
30
Outros:
240391
30
240399
Outros
30
330300
30
3304
330410
30
330420
30
330430
30
Outros:
330491
30
330499
Outros
30
3305
Preparaes capilares:
398
Posio pautal
Taxa %
330520
20
330530
20
330590
Outras
20
3307
Preparaes para barbear (antes, durante ou aps), desodorizantes corporais, preparaes para banhos, depilatrios, outros
produtos de perfumaria ou de toucador preparados e outras preparaes cosmticas, no especificados nem compreendidos em
outras posies; desodorizantes de ambiente, preparados mesmo
no perfumados, com ou sem propriedades desinfectantes:
330730
330741
30
30
330749
Outras
30
330790
Outros
30
4202
420211
420221
20
20
Outros:
4203
420310
Vesturio
420329
Outras
4301
20
20
30
30
30
430120
30
399
Posio pautal
430130
Taxa %
30
30
430150
30
430160
30
430170
30
430180
30
430190
4302
30
De vison
30
430212
De coelho ou de lebre
30
430213
De cordeiros denominados astrac, breitschwanz, caracul, Persianer ou semelhantes, de cordeiros da ndia, da China, da Monglia ou
30
do Tibete
430219
Outros
30
430220
Caudas
30
430230
30
4303
430310
30
430390
Outros
30
430400
30
4601
460110
460120
Outros:
460191
De matrias vegetais
400
20
20
20
Posio pautal
460199
Outros
6214
Taxa %
20
20
621420
De l ou de plos finos
20
621430
De fibras sintticas
20
621440
De fibras artificiais
20
621490
20
6215
621510
De seda
20
621520
20
621590
20
621600
20
670100
30
penas, trabalhados
6702
Flores, folhagem e frutos; artificiais e suas partes; artefactos confeccionados com flores, folhagens e frutos; artificiais:
670210
De plstico
20
670290
De outras matrias
20
670300
Cabelos dispostos no mesmo sentido, adelgaados, branqueados ou preparados de outro modo; l, plos e outras matrias txteis, preparados para
30
670411
Perucas completas
30
670419
Outros
30
670420
De cabelo
30
670490
De outras matrias
30
6913
691310
De porcelana
20
691390
Outros
20
7013
Objectos de vidro para servio de mesa, cozinha, toucador, escritrio, ornamentao de interiores ou usos semelhantes, excepto
os das posies 7010 ou 7018:
701321
De cristal de chumbo
30
401
Posio pautal
Taxa %
701331
De cristal de chumbo
Outros objectos:
701391
De cristal de chumbo
7018
30
30
Contas, imitaes de prolas naturais ou cultivadas, imitaes de pedras preciosas ou semi-preciosas e artefactos semelhantes de vidro
20
701820
20
701890
Outros
20
7101
Prolas naturais ou cultivadas, mesmo trabalhadas ou combinadas, mas no enfiadas, nem montadas, nem engastadas; prolas
naturais ou cultivadas, no combinadas, enfiadas temporariamente
para facilidade de transporte:
710110
Prolas naturais
30
Prolas cultivadas:
710121
Em bruto
30
710122
Trabalhadas
30
7102
710210
No seleccionados
Industriais:
710221
30
710229
Outros
30
No Industriais:
710231
30
710239
Outros
30
7103
402
30
Posio pautal
Taxa %
710310
710391
30
710399
Outros
30
7104
30
30
710420
30
710490
Outras
30
7105
710510
De diamantes
30
710590
Outros
30
7106
710610
Outras:
710691
Em formas brutas
30
710692
Em formas semi-manufacturadas
30
710700
7108
30
30
710811
30
710812
30
710813
30
710900
30
7110
Platina:
711011
Em formas brutas ou em p
30
711019
Outras
30
Paldio:
711021
Em formas brutas ou em p
30
711029
Outras
30
403
Posio pautal
Taxa %
Rdio:
711031
Em formas brutas ou em p
30
711039
Outras
30
711041
Em formas brutas ou em p
30
711049
Outras
30
711100
7112
30
711210
711220
711290
Outros
7113
30
30
30
711319
711320
7114
30
30
30
711419
711420
7115
30
30
30
30
711590
Outras
30
7116
711610
404
30
Posio pautal
711620
Taxa %
30
7117
Bijutarias:
711711
20
711719
Outras
20
8516
Aquecedores elctricos de gua, includos os de imerso, aparelhos elctricos para aquecimento de ambientes, do solo ou para
usos semelhantes; aparelhos electro-trmicos para arranjos de
cabelos (por exemplo: secadores de cabelo, frisadores, aquecedores de ferros de frisar) ou para secar as mos; ferros elctricos de
engomar; outros aparelhos electro-trmicos, para usos domsticos; resistncias de aquecimento, excepto as da posio 8545:
851621
Radiadores de acumulao
30
851629
Outros
30
851631
Secadores de cabelo
20
851632
20
851633
30
8525
Aparelhos emissores, (transmissores), para radio-telefone, radiotelegrafia, radiodifuso ou televiso, mesmo incorporando um aparelho de recepo ou um aparelho de gravao ou reproduo de
som; cmaras de vdeo, de imagens fixas e outras cmaras:
852540
8527
20
852721
20
852729
Outros
20
8528
Aparelhos receptores, de televiso, mesmo incorporando um aparelho receptor de radiodifuso ou um aparelho de gravao ou de
reproduo de som ou de imagens, monitores e projectores de
vdeo:
405
Posio pautal
Taxa %
852812
A cores
852830
Projectores de vdeo
8703
a) 20
20
870323
20
870324
30
870332
20
30
8903
Outros:
890391
890392
890399
Outros
9006
b) 20
20
c) 20
900651
20
900652
20
900653
20
900659
Outros
20
9007
Cmaras:
900711
30
900719
Outros
30
900720
Projectores
30
Partes e acessrios:
406
Posio pautal
Taxa %
900721
30
900729
Outros
30
Partes e acessrios:
900791
De cmaras
30
900792
De projectores
30
9008
9000830
9101
20
910111
30
910112
30
910190
Outros
30
910121
De corda automtica
30
910129
Outros
30
Outros:
910191
Funcionando electricamente
30
910199
Outros
30
9102
Relgios de pulso, relgios de bolso e relgios semelhantes, (includos os contadores de tempo, dos mesmos tipos), excepto os da
posio 9101:
910211
20
910212
20
910219
Outros
20
910221
De corda automtica
20
910229
Outros
20
Outros:
910291
Funcionando electricamente
20
910299
Outros
20
407
Posio pautal
9105
Taxa %
Despertadores e outros relgios e aparelhos de relojoaria semelhantes, excepto com mecanismo de pequeno volume:
Despertadores:
910511
Funcionando electricamente
20
910519
Outros
20
Relgios de parede:
910521
Funcionando electricamente
20
910529
Outros
20
Outros:
910591
Funcionando electricamente
20
910599
Outros
20
9111
911110
911120
9113
911310
911320
911390
Outros
9201
30
20
30
20
d) 20
Pianos verticais
20
920120
Pianos de cauda
20
920190
Outros
20
9401
940161
Estofados
30
940169
Outros
20
940171
Estofados
9403
Outros mveis:
940330
20
940340
20
940350
20
940360
20
408
30
Posio pautal
940390
Partes:
94039020
9405
Taxa %
20
20
950410
30
950420
30
950430
Outros jogos accionados por ficha ou moeda, excepto os jogos de paulitos automticos (boliche, por exemplo)
950440
Cartas de jogar
950490
Outros
9601
30
30
e) 30
30
960190
Outros
30
9701
970110
20
970190
Outros
20
970200
20
970300
970400
20
20
destino
a) S sujeitos os aparelhos desde que incorporados com outros aparelhos.
b) No inclui as pequenas embarcaes destinadas ao desporto.
c) No inclui as canoas e barcos a remos.
d) As manufacturadas em couro natural ou reconstitudo ou de coro envernizado.
e) No inclui os jogos educativos ou didcticos.
409
ANEXO III
Tabela do Imposto de Consumo de Servios
(Alterado por Decreto Legislativo Presidencial n. 7/11, de 30 de Dezembro)
Designao
Taxa %
10
Sevios de Telecomunicaes;
Consumo de gua;
Consumo de Energia;
5
10
10
Servios de turismo e viagens promovidos por agncias de viagens ou operadores tursticos equiparados;
10
410
Legislao
complementar
411
412
413
Impostos sobre
o Consumo
Cdigo do
Imposto do Selo
414
415
Artigo 3.
(Regulamentao)
A regulamentao que seja necessria para garantir uma efectiva aplicao do Cdigo do
Imposto de Selo deve ser publicada logo aps a sua entrada em vigor.
Artigo 4.
(Revogao)
1. Com a entrada em vigor do Cdigo do Imposto de Selo ficam revogados designadamente o Diploma Legislativo n. 3841/68, de 6 de Agosto, que aprovou o Regulamento de
Imposto de Selo, com as alteraes que lhe foram introduzidas pelo decreto n. 7/89,
de 15 de Agosto, bem como a actualizao que lhe foi conferida pelo Decreto Executivo
n. 85/99, de 11 de Junho, igualmente o Decreto n. 18/92, de 15 de Maio, sobre a liquidao de Imposto de Selo por Guia, o Decreto Executivo Conjunto dos Ministrios
das Finanas e Justia, sobre a liquidao do Imposto de Selo por Verba, e o Decreto
Executivo n. 71/04, de 9 de Julho, que aprovou a Tabela Geral de Imposto de Selo,
bem como demais legislao contrria ao disposto no presente diploma.
Artigo 5.
(Dvidas e omisses)
As dvidas e omisses resultantes da interpretao e aplicao do presente diploma so
resolvidas pelo Presidente da Repblica.
Artigo 6.
(Entrada em vigor)
O presente Decreto Legislativo Presidencial entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2012.
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 28 de Setembro de 2011.
Publique-se.
Luanda, aos 30 de Dezembro de 2011.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
416
417
418
419
420
o) Nos livros, antes da sua utilizao, salvo se forem utilizadas folhas avulsas escrituradas
por sistema informtico ou semelhante para utilizao ulterior sob a forma de livro, caso
em que o imposto se considera devido nos 60 dias seguintes ao termo do ano econmico
ou da cessao da actividade;
p) Sem prejuzo do disposto na alnea seguinte, nos restantes casos na data da emisso
dos documentos, ttulos e papis ou da ocorrncia dos factos;
q) Nos emprstimos efectuados pelos scios s sociedades em que seja estipulado
prazo no inferior a um ano e sejam reembolsados antes desse prazo, no momento
do reembolso;
r) Em caso de actos, contratos, documentos, ttulos, livros, papis e outros factos previstos na Tabela anexa ao presente Cdigo em que no intervenham a qualquer ttulo
pessoas colectivas ou pessoas singulares no exerccio da actividade de comrcio, indstria
ou prestao de servios, quando forem apresentados perante qualquer entidade pblica;
s) Nos actos relativos a entradas de capital, conforme descritos na Tabela anexa ao
presente Cdigo, no momento da celebrao da escritura pblica;
t) Nas matrculas de veculos sujeitos a registo, no momento da requisio;
u) Nas aces de usucapio, na data em que transitar em julgado a aco de justificao
judicial ou for celebrada a escritura de justificao notarial;
v) Nas aces de usucapio, na data em que transitar em julgado a aco de justificao
notarial.
CAPTULO II
Isenes
Artigo 6.
(Isenes)
1. So isentos de imposto do selo, quando este constitua seu encargo, o Estado e quaisquer dos seus servios, estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados,
excludas as empresas pblicas.
2. So tambm isentos de imposto, excepto quando actuem no mbito do desenvolvimento
de actividades econmicas de natureza empresarial:
a) As instituies pblicas de previdncia e segurana social;
b) As associaes de utilidade pblica reconhecida nos termos da lei, bem como as
instituies religiosas legalmente constitudas.
3. Esto ainda isentos de imposto:
a) Os crditos, concedidos at ao prazo mximo de 5 dias, o micro crdito, bem como,
os crditos concedidos no mbito de contas jovem e contas terceira idade, e outras
com diferente designao mas igual propsito, cujo montante no ultrapasse, em cada
ms, 17.600 Kwanzas, podendo este valor ser ajustado, mediante Decreto Executivo do
Ministro das Finanas;
b) Os crditos derivados da utilizao de cartes de crdito quando o reembolso
421
entidade emitente do carto for efectuado sem que haja lugar ao pagamento de juros
nos termos contratualmente definidos;
c) Os crditos relacionados com exportaes, quando devidamente documentados
com os respectivos despachos aduaneiros;
d) As contraprestaes devidas no mbito dos contratos de financiamento destinados
aquisio de casa de morada de famlia;
e) O depsito-cauo constitudo a favor do Servio Nacional das Alfndegas, para
efeitos de desalfandegamento de bens;
f) As garantias inerentes s operaes realizadas, assim como, os escritos de quaisquer contratos que devam ser celebrados no mbito das operaes realizadas, ambos
registados, liquidados ou compensados atravs de entidade gestora de mercados regulamentados ou atravs de entidade por esta indicada ou sancionada no exerccio
de poder legal ou regulamentar, que tenham por objecto, directa ou indirectamente,
valores mobilirios, de natureza real ou terica, direitos a eles equiparados, contratos
de futuros, taxas de juro, divisas ou ndices sobre valores mobilirios, taxas de juro
ou divisas;
g) Os juros e comisses cobrados no mbito das operaes de financiamento provenientes das operaes referidas nas alneas a) e c);
h) Os juros provenientes de Bilhetes de Tesouro e de Ttulos do Banco Central; penses;
i) As comisses cobradas em virtude da subscrio, depsito ou resgate de unidades
de participao em fundos de investimento, bem como as que constituem encargos
de fundos de penses;
j) As comisses cobradas na abertura e utilizao de quaisquer contas de poupana;
k) As operaes, incluindo os respectivos juros, por prazo no superior a um ano, desde
que exclusivamente destinadas a cobertura de carncias de tesouraria, quando realizadas por detentores de capital social a entidades nas quais detenham directamente uma
participao no capital no inferior a 10% e desde que esta tenha permanecido na sua
titularidade durante um ano consecutivo ou desde a constituio da entidade participada,
contanto que, neste ultimo caso, a participao seja mantida durante aquele perodo;
l) Os emprstimos com caractersticas de suprimentos, incluindo os respectivos juros
efectuados por scios sociedade em que seja estipulado um prazo inicial no inferior
a um ano e no sejam reembolsados antes de decorrido esse prazo;
m)O reporte de valores mobilirios ou direitos equiparados realizado em bolsa de
valores;
n) Os prmios recebidos por resseguros tomados a empresas operando legalmente
em Angola;
o) Os prmios e comisses relativos a seguros do ramo Vida, seguros de acidentes
de trabalho, seguros de sade e seguros agrcolas ou pecurios;
p) As operaes de gesto de tesouraria entre sociedades em relao de grupo;
q) Os documentos de representao forense nomeadamente procuraes forenses ou
substabelecimento de idntica natureza.
422
Artigo 7.
(Averbamento da iseno)
Sempre que haja lugar a qualquer iseno, deve averbar-se no documento ou ttulo a
disposio legal que a prev.
CAPTULO III
Valor Tributvel
Artigo 8.
(Valor Tributvel)
1. O valor tributvel do imposto do selo o que resulta da Tabela anexa, sem prejuzo do
disposto nos nmeros seguintes.
2. Nos contratos de valor indeterminado, a sua determinao efectuada pelas partes de
acordo com os critrios neles estipulados ou, na sua falta, segundo juzos de equidade.
3. O valor tributvel dos negcios jurdicos sobre bens imveis previstos na Tabela,
determinado atravs das tabelas avaliao de imveis do Imposto Predial Urbano.
Artigo 9.
(Valor representado em moeda sem curso legal em Angola)
1. Sempre que os elementos necessrios determinao do valor tributvel sejam expressos
em moeda sem curso legal em Angola, aplica-se a taxa de cmbio diria do Banco Nacional de Angola.
2. Nos contratos de valor indeterminado, a sua determinao efectuada pelas partes, de
acordo com os critrios neles estipulados ou, na sua falta, segundo juzos de equidade.
Artigo 10.
(Valor representado em espcie)
A equivalncia em unidade monetria nacional dos valores em espcie faz-se de acordo
com as regras seguintes e pela ordem indicada:
a) Pela cotao oficial de compra, nos termos da Bolsa de Valores;
b) Pelos preos dos bens ou servios homlogos publicados pelo Instituto Nacional de
Estatstica;
c) Pelo valor de mercado;
d) Por declarao das partes.
Artigo 11.
(Contrato de valor indeterminado)
Sem prejuzo do disposto no artigo 9., a Repartio Fiscal da rea do domiclio ou sede
do sujeito passivo pode alterar o valor tributvel declarado sempre que, nos contratos
423
CAPTULO IV
Taxas
Artigo 12.
(Taxas)
1. As taxas do imposto so as constantes da Tabela anexa em vigor no momento em que
o imposto devido.
2. No deve haver acumulao de taxas do imposto relativamente ao mesmo acto ou
documento.
3. Para efeitos do nmero anterior, quando mais de uma taxa estiver prevista, aplica-se
a maior.
CAPTULO V
Liquidao
Artigo 13.
(Liquidao)
1. A liquidao do imposto de selo efectua-se por meio de verba e paga-se por meio da
respectiva guia.
2. A liquidao do imposto compete aos sujeitos passivos referidos no artigo 2.
3. Tratando-se de imposto devido por operaes de crdito ou garantias prestadas por um
conjunto de instituies de crdito ou de sociedades financeiras, a liquidao do imposto pode ser efectuada globalmente por qualquer daquelas entidades, sem prejuzo
da responsabilidade, nos termos gerais, de cada uma delas em caso de incumprimento.
4. O imposto devido pelas operaes aduaneiras liquidado pelo Servio Nacional das
Alfndegas, e depositado na Conta nica do Tesouro, at ao dia 15 do ms seguinte ao
da arrecadao, atravs de Documento de Arrecadao de Receita.
5. Nos documentos, ttulos e livros sujeitos a imposto, so mencionados o valor do imposto
e a data da liquidao.
Artigo 14.
(Caducidade do direito liquidao)
S pode ser liquidado imposto nos prazos e termos previstos no Cdigo Geral Tributrio.
424
CAPTULO VI
Pagamento
Artigo 15.
(Pagamento)
1. O pagamento do imposto efectuado pelas pessoas ou entidades referidas nos artigos
2. e 13.
2. O imposto do selo pago mediante apresentao do Documento de Liquidao de
Impostos (DLI), discriminando, em anexo, o imposto cobrado nos termos de cada um
dos artigos da Tabela, devendo as entidades escriturar, em conformidade, a sua contabilidade e os respectivos livros de registo, a fim de serem conferidos pelos Servios
de Fiscalizao Tributria.
3. O imposto pago at final do ms seguinte quele em que a obrigao tributria se
tenha constitudo.
4. Para efeitos dos prazos constantes dos nmeros 3 e 4, aplicam-se as regras do artigo
279. do Cdigo Civil.
Artigo 16.
(Responsabilidade tributria)
1. Sem prejuzo do disposto no artigo 13., so solidariamente responsveis com o sujeito
passivo pelo pagamento do imposto as pessoas que, por qualquer forma intervenham
nos actos, contratos e operaes ou recebam ou utilizem os livros, papis e outros documentos desde que tenham colaborado dolosamente na omisso de liquidao e pagamento do imposto, na data daquela interveno, recepo ou utilizao, no tenham
dolosamente exigido a meno a que alude o n. 5 do artigo 13.
2. Tratando-se das operaes referidas nas alneas i) e j) do artigo 2., a entidade a quem
os servios so prestados sempre responsvel solidariamente com as instituies de
crdito, sociedades financeiras e demais entidades nela referidas.
3. O disposto no n. 1 aplica-se aos funcionrios do Estado que tenham sido condenados
disciplinarmente pela no liquidao ou falta de entrega dolosa da prestao tributria
ou pelo no cumprimento da exigncia prevista na parte final do mesmo nmero.
CAPTULO VII
Garantias
Artigo 17.
(Compensaes e anulaes do imposto)
1. Se, depois de efectuada a liquidao do imposto, for anulada a operao, reduzido
o seu valor tributvel em consequncia de quaisquer factos de que tenha resultado
imposto liquidado e pago superior ao devido, as entidades referidas no artigo 13. po-
425
CAPTULO VIII
Fiscalizao
SECO I
Obrigaes dos Sujeitos Passivos
Artigo 19.
(Declarao anual)
1. Os sujeitos passivos do imposto ou os seus representantes legais so obrigados a
apresentar anualmente declarao discriminativa do imposto do selo liquidado.
2. A declarao a que se refere o nmero anterior de modelo oficial e deve ser apresentada at ao ltimo dia til do ms de Maro do ano seguinte ao da realizao dos
actos, contratos e operaes previstos na Tabela anexa.
3. Sempre que aos servios da administrao fiscal se suscitem dvidas sobre quaisquer
elementos constantes das declaraes, notificam os sujeitos passivos para prestarem
por escrito, no prazo que lhes for fixado, nunca inferior a 10 dias, os esclarecimentos
necessrios.
426
Artigo 20.
(Obrigaes contabilsticas)
1. Os contribuintes que sejam obrigados a dispor de contabilidade nos termos do Plano
Geral de Contabilidade, devem organiz-la de modo a possibilitar o conhecimento
claro e inequvoco dos elementos necessrios verificao do imposto do selo liquidado, bem como a permitir o seu controlo.
2. Para cumprimento do disposto no n. 1, so objecto de registo as operaes e os actos
realizados sujeitos a imposto de selo.
3. O registo das operaes e actos a que se refere o nmero anterior efectuado da seguinte
forma:
a) O valor das operaes e dos actos realizados sujeitos a imposto, segundo a verba
aplicvel na Tabela;
b) O valor das operaes e dos actos realizados isentos de imposto segundo o artigo
aplicvel da Tabela;
c) O valor do imposto liquidado segundo o artigo aplicvel da Tabela;
d) O valor do imposto compensado.
4. Os documentos de suporte aos registos referidos neste artigo e os documentos comprovativos do pagamento do imposto so conservados em boa ordem durante o prazo
de 5 anos.
SECO II
Obrigaes de Entidades Pblicas e Privadas
Artigo 21.
(Declarao anual das entidades pblicas)
Os servios, estabelecimentos e organismos do Estado, bem como outras pessoas colectivas
de direito pblico, as pessoas colectivas de utilidade pblica, as instituies particulares de
solidariedade social e as empresas pblicas remetem aos servios da Repartio Fiscal da
respectiva rea a declarao a que se refere o artigo 19.
Artigo 22.
(Obrigaes das entidades pblicas)
Nenhum documento ou ttulo que, encontrando-se sujeito a imposto, o no o tiver pago
em conformidade com o disposto neste Cdigo e correspondente Tabela, admitido em
juzo, perante qualquer autoridade ou reparties pblicas, sem que se encontre revalidado com o pagamento do correspondente imposto, multas e juros aplicveis.
427
Artigo 23.
(Ttulos de crdito passados no estrangeiro)
Os ttulos de crdito passados no estrangeiro no podem ser sacados, aceites, endossados,
pagos ou por qualquer modo negociados em territrio nacional sem que se mostre pago o
respectivo imposto.
CAPTULO IX
Actos societrios
Artigo 24.
(Actos societrios)
No se consideram actos de constituio de sociedade, para efeitos do presente Cdigo,
quaisquer alteraes do acto constitutivo ou dos estatutos de uma sociedade de capitais,
designadamente:
a) A transformao societria;
b) A alterao do objecto social de uma sociedade;
c) A prorrogao do prazo de durao de uma sociedade.
Artigo 25.
(Envio das declaraes)
Sem prejuzo do disposto nos nmeros anteriores, as declaraes podem ser submetidas
atravs de meios electrnicos nos termos que venham a ser regulamentados.
428
Actos/Documentos/Papis/Livros/Contratos/Operaes/Ttulos
Aquisio onerosa ou gratuita do direito de propriedade ou de figuras parcelares
Taxa
%
desse direito, sobre imveis, bem como a resoluo, invalidade ou extino, por
mtuo consenso, dos respectivos contratos - sobre o valor
Arrendamento e subarrendamento:
0,003
%
renda operado pela reviso de clusulas e a promessa quando seguida da disponibilizao de bem locado ao locatrio - sobre a renda ou o seu aumento convencional
0,004
AKZ
1.000
Depsito civil, qualquer que seja a sua forma - sobre o respectivo valor
AKZ 100
% 0,01
AKZ
4.400
%
7.1 Constituio de uma sociedade - sobre o valor real dos bens de qualquer natureza
entregues ou a entregar pelos scios aps deduo das obrigaes assumidas e dos
0,1
0,1
qualquer espcie - sobre o valor real dos bens de qualquer natureza entregues ou a
entregar pelos scios aps deduo da obrigao assumidas e dos encargos supor-
0,1
0,1
qualquer natureza entregues ou a entregar pelos scios aps deduo das obrigaes assumidas e dos encargos suportados pela sociedade em consequncia de
cada entrada
429
N.O
8
Actos/Documentos/Papis/Livros/Contratos/Operaes/Ttulos
Taxa
AKZ
300
AKZ
3.000
%
Garantias das obrigaes, qualquer que seja a sua natureza ou forma, designadamente o aval, a cauo, a garantia bancria autnoma, a fiana, a hipoteca, o penhor e
o seguro-cauo, salvo quando materialmente acessrias de contratos especialmente
tributados na presente tabela, considerando-se como tal as que sejam constitudas
no mesmo dia do contrato constitutivo da obrigao garantida ainda que em instru10
mentos ou ttulo diferente, ou no caso de penhor de bens futuros desde que o mesmo
seja inscrito no contrato principal - sobre o respectivo valor, em funo do prazo,
considerando-se sempre como nova operao a prorrogao do prazo do contrato
11
0,3
0,2
0,1
AKZ
100
AKZ
que no seja devido o respectivo preo pelo cliente e mesmo que o pagamento do
acesso seja dispensado pelas empresas concessionrias
Licenas:
100
AKZ
1.300
1.300
12
12.3.1.1 Em Luanda
53.000
27.000
14.000
12.3.2 Restaurantes:
12.3.2.1 Em Luanda
6.000
3.000
1.500
1.500
1000
430
500
N.O
Actos/Documentos/Papis/Livros/Contratos/Operaes/Ttulos
12.4.1 I Categoria ou luxo (pelo menos 4 ou mais estrelas)
12.4.2. II Categoria (3 estrelas)
Taxa
100.000
60.000
12.4.3. Restantes:
12.4.3.1 Luanda
12.4.3.2 Restantes capitais de provncia e no Lobito
12
53.000
3.000
15.000
3.000
12.6 Outras licenas no designadas especialmente nesta tabela, concedidas pelo Estado, pelas Provncias, ou qualquer dos seus servios, estabelecimentos, organismos
2.000
AKZ 3.000
AKZ
2.000
1000
1000
14.4 Procuraes e outros instrumentos relativos atribuio de poderes de representao voluntria, incluindo os mandatos e substabelecimentos
14
1000
500
500
AKZ
Operaes aduaneiras:
100
100
%
Operaes de financiamento:
0,5
0,4
0,3
431
N.O
Actos/Documentos/Papis/Livros/Contratos/Operaes/Ttulos
Taxa
0,001
0,001
16.2 Operaes realizadas por ou com intermediao de instituies de crdito, sociedade financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas e quaisquer
outras instituies financeiras - sobre o valor cobrado:
16.2.1 Juros por, designadamente, desconto de letras e por emprstimos, por
contas de crditos e por crditos sem liquidao
16.2.2 Prmios e juros por letras tomadas, de letras a receber por conta alheia, de
16
0,002
0,5
0,5
0,7
financeiras
16.3 Outras operaes:
16.3.1 Saque sobre o estrangeiro, guias emitidas, ouro e fundos pblicos ou ttulos
negociveis vendidos, sobre o respectivo valor
16.3.2 Ttulo de dvida pblica, emitidos por governos estrangeiros, quando sejam
postos a venda no Pas - sobre o valor nominal
16.3.3 Cmbio de notas em moedas estrangeiras, converso de moeda nacional
em moeda estrangeira a favor de pessoas singulares
17
18
19
1
0,5
0,001
%
0,3
%
0,4
%
existentes:
Sobre a importncia a levantar ou a entregar
0,01
Publicidade:
AKZ
25.00
432
25.000
N.O
Actos/Documentos/Papis/Livros/ Contratos/Operaes/Ttulos
Registos e averbamentos em conservatrias de bens mveis Sobre a respectiva
potncia:
Taxa
AKZ
21
45.000
18.000
23.000
3.000
7.000
5.000
% 0,5
%
23.1.2 Seguro do ramo Martimo e fluviais que inclui transporte, embarcaes e responsabilidade civil
23.1.3 Seguro do ramo Areo que inclui aeronave, responsabilidade civil mercadorias
e pessoa transportadas
23.1.4 Seguro do ramo Mercadorias transportadas, no previstas nos ramos Martimos
e fluviais e Areos
0,3
0,2
0,1
0,3
0,4
Ttulos de crdito
24
0,3
0,1
0,1
24.3 Ordens e escritos de qualquer natureza, com excluso dos cheques, nos quais se
determine pagamento ou entrega de dinheiro com clusulas ordem ou a disposio,
ainda que sob a forma de correspondncia - sobre o respectivo valor, com o mnimo
0,1
de Kz: 100
24.4 Recibos de quitao emitidos pelo efectivo recebimento de crditos dos comerciantes, em dinheiro ou em espcie
25
26
1%
%
0,5
%
0,2
26.2 Subconcesses e trespasses de concesses feitos pelo estado e pelas provncias para explorao de empresas ou de servios de qualquer natureza tenha ou no
0,2
433
FISCAL
ANGOLA
Impostos sobre o
Patrimnio
Impostos sobre o
Patrimnio
Regulamento
para a Liquidao
e Cobrana do
Imposto sobre
as Sucesses
e Doaes e
Sisa sobre as
Transmisses de
Imobilirios por
Ttulo Oneroso
435
436
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
437
de cinco anos depois de findo, se fizer qualquer contrato que importe a prorrogao ou
renovao do mesmo arrendamento, e a soma dos anos convencionados em todos os
respectivos ttulos for igual ou superior a vinte, devida tambm a sisa;
12. - As sublocaes de arrendamento a longo prazo, considerando-se como tais as que
forem feitas por vinte ou mais anos;
13. - Os contratos de consignao de rendimento a longo prazo, na conformidade do
n. 11 deste artigo;
14. - A venda ou cedncia onerosa do direito a determinadas guas;
15. - A venda ou autorizao onerosa para minar ou explorar guas em terreno alheio;
16. - Os contratos de servido perptua ou temporria, assim como os de quinho e
compscuo;
17. - As redues de foros, censos ou penses, que sero consideradas como remisso
parcial;
18. - O aumento do foro pelo incmodo da cobrana dividida, nos termos do artigo
1662., 6., do Cdigo Civil;
19. - Os bens imobilirios com que os scios entrarem para o capital social das sociedades
comerciais e das sociedades civis sob forma comercial, recaindo a sisa, por inteiro, sobre
o valor total desses bens.
1. - Dissolvida a sociedade, o individuo ou indivduos para quem passar o domnio
dos referidos bens, pagaro da mesma forma a sisa ainda que a sociedade tenha sido
constituda anteriormente publicao deste regulamento.
2. - Na constituio de quaisquer outras sociedades civis em que algum dos scios entrar
para o capital social com bens imobilirios, a sisa recai somente na parte em que os outros
scios adquirem comunho, ou qualquer outro direito, nesses imobilirios, procedendo-se correspondentemente quando da dissoluo das mesmas.
20. - A aquisio de partes sociais em qualquer sociedade constituda, nos termos da
Lei das Sociedades Comerciais ou Cdigo Civil que possua bens imveis quando,
por via dessa aquisio, amortizao ou quaisquer outros factos, algum dos scios
passe a deter 50% ou mais do capital social e se demonstre que a aquisio das
participaes sociais teve como principal objectivo a aquisio dos bens imveis.
(Aditado por Lei n. 16/11, de 21 de Abril)
Artigo 4.
So sujeitos a imposto sobre as sucesses e doaes:
1. - As transmisses por ttulo gratuito de bens mobilirios ou imobilirios, de qualquer
espcie ou natureza, de valor excedente a Ags. 100,00, compreendendo dinheiro, ttulos
da dvida pblica, aces e obrigaes de bancos, companhias ou sociedades annimas.
Se os bens imobilirios forem licitados, e algum coerdeiro receber por virtude da licitao
ou encabeamento, dinheiro para complemento ou em substituio da sua cota hereditria, deve pagar imposto sobre as sucesses e doaes pelo que assim receber:
438
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
de 21 de Abril)
439
440
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 8.
1. fixada em 2% a taxa de Sisa sobre as Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso.
2. Nos contratos de permuta tomar-se- por base da liquidao o maior dos valores
permutados, pagando cada um dos permutantes metade da Sisa.
3. Sobre a taxa definida neste artigo no incide imposto algum, adicional ou complementar.
(Alterado por Lei n. 16/11, de 21 de Abril)
Artigo 9.
As taxas do imposto sobre as sucesses e doaes aplicveis s transmisses de bens,
sero as seguintes:
Percentagens
Nas Transmisses
At 3.000.000.
Mais de 3.000.000.
10
15
20
30
441
442
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
443
Nesta disposio ficam compreendidos os arrendamentos a longo prazo feitos administrativa ou judicialmente.
Se o arrendatrio comprar o prdio, para a liquidao da contribuio no se abate a
importncia das rendas que tiver pago adiantadamente.
Artigo 12.
Quando a transmisso se operar por ttulo gratuito, deduzir-se- do valor liquidado a importncia das dvidas passivas, ou das penses, a que ficar obrigada a pessoa para quem for feita
a transmisso, e dos encargos impostos sobre as propriedades transmitidas, salvo, porm,
as disposies do artigo 11. e seus pargrafos.
nico. - As penses e encargos a deduzir so s os que constiturem legado a favor de
um terceiro, o qual sujeito respectiva contribuio.
Artigo 13.
Quando se der o usufruto em favor de mais de uma pessoa sucessivamente, a contribuio
ser paga tantas vezes quantas forem as pessoas que receberem o usufruto, logo que este
se verifique.
Artigo 14.
Para os efeitos da sisa so consideradas as promessas de venda como vendas efectivas,
pagando-se por tais promessas a respectiva contribuio, verificada a tradio da cousa,
objecto da estipulao, ao aceitante, ou que este a esteja usufruindo.
A resciso da promessa de venda, com tradio ou posse, no d direito restituio da
contribuio paga por ela.
Artigo 15.
O imposto sobre as sucesses e doaes regular-se- pelas taxas em vigor data em
que se operar a transmisso, mas quando a propriedade se transmitir em separado do
usufruto, a liquidao ao proprietrio efectuar-se- somente quando este consolidar o
usufruto com a propriedade ou quando pretenda alienar o seu direito, regulando-se a
liquidao pelas taxas em vigor data em que se operar a consolidao ou alienao,
devendo estas incidir sobre o valor que os bens tiverem nessa data.
Fica declarado que nas transmisses sujeitas a qualquer condio suspensiva a liquidao
do imposto dever fazer-se pelas taxas em vigor data em que se verificar essa condio e
pelo valor que os bens tiverem nessa data.
444
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 16.
O imposto e a sisa, depois de terem sido devidamente liquidados, sero sempre pagos por
inteiro por aqueles para quem passarem os bens, qualquer que seja o prazo decorrido,
sempre que haja transmisso. Nas permutaes, porm, cada permutante paga metade;
e nas arremataes e adjudicaes judiciais ou administrativas, o arrematante ou adjudicatrio, posto que deva pag-la por inteiro, tem todavia direito a receber do produto
da execuo, ou da herana, metade do que houver pago, salvo se tiver sido estipulada e
declarada, antes da praa, alguma condio em contrrio.
nico. - Sobre os bens transmitidos, quaisquer que sejam, tem a Fazenda Nacional
privilgio mobilirio ou imobilirio, para ser integralmente paga do imposto sobre
as sucesses e doaes e sisa, com preferncia a quaisquer crditos, ainda os mais
privilegiados, podendo executar esses bens, embora tenham passado para o poder
de terceiro.
CAPTULO II
Da liquidao da sisa sobre a transmisso de imobilirios
por ttulo oneroso
Artigo 17.
O secretrio ou delegado de Fazenda do concelho ou circunscrio civil onde estiverem
situados os bens que fazem objecto da transmisso o competente para proceder
liquidao da sisa.
nico. - Nas permutaes de bens situados em diversos concelhos ou circunscries
civis, ser competente para proceder liquidao da sisa o secretrio ou delegado de
Fazenda do concelho ou circunscrio civil onde estiver situada a maior parte desses
bens, sendo esta parte calculada pelo rendimento colectvel inscrito nas matrizes. Se
for igual este rendimento, poder fazer-se a liquidao em qualquer dos concelhos ou
circunscries civis escolha dos permutantes.
Artigo 18.
A sisa ser sempre liquidada em vista dos valores que constarem dos respectivos ttulos; ou
que forem declarados pelos contratantes, contanto que esses valores no sejam inferiores
a vinte vezes o rendimento colectvel inscrito nas matrizes prediais, abatidos os encargos
perptuos que onerarem as propriedades transmitidas.
nico. - Nas vendas, renncias ou cedncias de direito e aco herana ilquida,
ou indivisa, a sisa ser calculada sobre o preo declarado, em relao aos bens
imobilirios; ficando, porm, o comprador ou cessionrio obrigado ao pagamento
da diferena da sisa que se liquidar relativamente ao valor dos imobilirios que
receber na partilha da herana. O conhecimento que for extrado por virtude desta
segunda liquidao ter fora de sentena, para ser cobrado por execuo fiscal na
falta de pagamento voluntrio.
445
Artigo 19.
Nas transmisses operadas por arrematao judicial ou administrativa, por adjudicao,
por transaco ou por partilha judicial, a liquidao ser feita em vista da certido do respectivo auto passada pelo escrivo do processo.
nico. - Nas transmisses operadas por actos de conciliao, a liquidao ser feita
em vista das certides dos competentes autos e das declaraes das partes, quando
daqueles no constar o valor das propriedades transmitidas, contanto que este valor
seja igual ou superior a vinte vezes o rendimento colectvel inscrito nas matrizes.
Artigo 20.
Quando os contratantes julgarem excessivo o valor que resultar do rendimento colectvel
inscrito nas matrizes prediais, podero contest-lo, requerendo se proceda avaliao dos
prdios que se pretende transmitir.
1. - Nesse caso, a sisa ser paga sobre o valor que resultar da respectiva avaliao
devidamente confirmada, salvo se os contribuintes tiverem urgncia em lavrar o
respectivo contrato, porque, nesta hiptese, a sisa ser paga segundo o valor declarado pelas partes, e a diferena entre essa importncia e a que resultaria de ser
paga segundo o rendimento colectvel, entrar desde logo como depsito no cofre
respectivo para ser entregue Fazenda Nacional, ou restituda aos contratantes,
conforme dos respectivos processos de avaliao e liquidao se mostrar.
2. - Se os contratantes ou o Ministrio Pblico no se conformarem com a avaliao de
que trata o pargrafo antecedente, podero usar dos recursos estabelecidos no artigo 59.
deste regulamento.
3. - Se pela avaliao se verificar que o valor dos prdios superior a vinte vezes
o rendimento colectvel inscrito nas matrizes, liquidar-se- a sisa correspondente a
esse excesso de valor, tendo o respectivo conhecimento fora de sentena para efeito
de ser cobrado por execuo fiscal.
4. - Se pela avaliao se verificar que o valor dos prdios superior ao que foi indicado
pelos reclamantes, sero estes condenados nos selos e custas do processo.
Artigo 21.
O depsito de que trata a segunda parte do pargrafo primeiro do artigo antecedente ser
feito por meio de guia passada aos interessados pelo respectivo secretrio ou delegado de
Fazenda, na qual se declarar a importncia da diferena que se vai depositar, e o motivo
que determina o depsito.
A restituio far-se- por meio de precatrio expedido pelo secretrio ou delegado de
Fazenda respectivo (depois de findo o processo), e processado de harmonia com as
disposies dos artigos 147. e seguintes do Regulamento Geral da Administrao de
Fazenda e da Contabilidade Pblica, de 3 de Outubro de 1901.
446
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 22.
Os secretrios e delegados de Fazenda procedero, em regra, liquidao pelos valores
declarados pelos contratantes, ou designados nos ttulos, se forem iguais ou superiores
aos que resultarem do rendimento colectvel inscrito nas matrizes; mas quando houver
fundamento para supor-se que o valor declarado inferior ao valor real dos prdios,
devero fazer proceder avaliao, nos termos deste regulamento. A intimao para a
nomeao dos louvados deve ser feita no prazo de dez dias, contados da apresentao da
declarao do contribuinte. Findo este prazo, j no pode ser feita nem levantada dvida
acerca do valor do prdio, salvo no caso do artigo 24.
nico. - Se pela avaliao se reconhecer que o valor dos prdios superior ao declarado,
proceder-se- nos termos dos 3. e 4. do artigo 20.
Artigo 23.
Nas avaliaes a que houver de proceder-se em virtude dos artigos 20. e 22., observar-se-o as disposies dos artigos 54. e seguintes.
Artigo 24.
Se houver fundamento para se suspeitar simulao de valor, os secretrios e delegados de
Fazenda levantaro, sem prejuzo do andamento do processo da liquidao, autos em que
declarem todos os meios de prova da suposta simulao, e os remetero aos respectivos
agentes do Ministrio Pblico, para promoverem a aplicao das penas legais.
Artigo 25.
Quando no possa ter-se em ateno o rendimento colectvel inscrito na matriz predial
por no estar nela compreendido o prdio sobre que versar o contrato, ou, estando,
figure sem rendimento colectvel por estar, temporria ou permanentemente, isento de
contribuio predial, deve calcular-se a sisa sobre o valor que for declarado pelas partes
contratantes, e proceder-se em seguida avaliao do prdio nos termos dos artigos
131., 134., 135., 139., 141. e seu e 142. a 145. do Regulamento da Contribuio
Predial, aprovado por Portaria Provincial n. 222, de 13 de Setembro de 1918.
1. - Nesta avaliao ter-se- em vista que o rendimento colectvel no pode ser inferior
ao que corresponder ao preo do contrato.
2. - Da avaliao se lavrar termo, que ser intimado ao contribuinte para poder reclamar
nos termos prescritos no artigo 59. deste regulamento.
3. - No caso de se verificar, depois de fixado definitivamente o rendimento colectvel
do prdio, que ainda devida sisa pelo contrato, dever extrair-se conhecimento pela
importncia que de menos tiver sido paga. Este conhecimento tem fora de sentena
para ser cobrado por execuo fiscal, na falta de pagamento voluntrio, se o contrato
j estiver perfeito segundo a lei civil.
447
CAPITULO III
Da liquidao do imposto sobre as sucesses e doaes
SECO I
Competncia para a liquidao
Artigo 28.
O secretrio ou delegado de Fazenda do concelho ou circunscrio civil onde o finado
tivesse o seu domiclio, ou onde se houver realizado o contrato de doao ou de qualquer
outra natureza de que se dever imposto sobre as sucesses ou doaes, o competente
para proceder liquidao deste imposto.
1. - Se o finado tivesse diversas residncias onde vivesse alternadamente, ser havido por
domiciliado, para os efeitos do imposto, naquela onde se achasse ao tempo da morte,
excepto se tivesse declarado perante a respectiva Cmara Municipal que preferia alguma
delas.
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
SECO II
Obrigaes dos cidados
Artigo 30.
Aqueles em favor de quem se fizer doao, nomeao ou legado, instituio de herdeiro, e
em geral qualquer contrato, ou acto judicial, e o cabea do casal nas heranas por sucesso
legtima, de que se deva imposto, ou os seus representantes legais, so obrigados a declar-lo ao secretrio ou delegado de Fazenda do respectivo concelho ou circunscrio civil, nos
prazos estabelecidos nos nmeros seguintes:
1. - Dentro de trinta dias da data do contrato ou acto, quando outorguem pessoalmente
ou por seus procuradores, ou da aceitao nas doaes;
2. - Dentro de trinta dias da data do contrato ou acto, no outorgando, e sendo moradores
no concelho ou circunscrio civil onde o contrato se celebrar ou o acto se praticar;
3. - Dentro de trinta dias da data da abertura do testamento, sendo moradores no concelho
ou circunscrio civil, onde o testamento se abrir;
4. - Dentro de trinta dias contados do bito, no havendo testamento, e sendo moradores
no concelho ou circunscrio civil onde ocorrer o bito.
1. - No sendo moradores no concelho ou circunscrio civil, mas tendo o seu domiclio
na Colnia, o prazo ser de sessenta dias. Nas ilhas adjacentes e metrpole ser de trs
meses, e de um ano nas outras colnias. Se o autor da herana tiver falecido em pas estrangeiro, os prazos s comeam a contar-se depois que o participante teve conhecimento
do bito.
449
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
SECO III
Obrigao dos funcionrios
Artigo 34.
At ao dia quinze de cada ms, os tabelies e notrios que no ms antecedente tiverem lavrado instrumentos ou escrituras, que operem ou venham a operar transmisso de bens
sujeita a imposto sobre as sucesses e doaes, devero remeter ao secretrio ou delegado
de Fazenda do concelho ou circunscrio civil em que tiver de se fazer a liquidao, uma participao por escrito, em duplicado e numerada, na qual se declarem as datas das mesmas
escrituras ou instrumentos, os nomes e moradas das pessoas que nelas figuram, e todas as
mais indicaes e substncias dos contratos.
nico. - No mesmo prazo, e pela mesma forma, os escrives dos juzos remetero ao secretrio ou delegado de Fazenda do respectivo concelho ou circunscrio civil participaes
por escrito, em duplicado, com relao aos autos de conciliao, ou termos de conveno,
ou transaco, que operem ou venham a operar transmisso de quaisquer valores pelo
mesmo ttulo.
Artigo 35.
Os tabelies e notrios so tambm obrigados a organizar mensalmente mapas em duplicado, da sisa que tiver sido paga pelos actos exarados em suas notas no ms antecedente, contendo o nmero do conhecimento, a importncia total da sisa, os nomes dos contratantes, o
concelho ou circunscrio civil onde foi liquidada e a data.
nico. - Estes mapas sero enviados at ao dia quinze de cada ms ao secretrio ou
delegado de Fazenda que houver feito a liquidao, podendo os tabelies e notrios
remet-los pelo correio, como correspondncia oficial, sem franquia, os duplicados
sero enviados, no ms no prazo, s Direces ou Reparties Distritais das reas
onde se efectuar o pagamento da sisa.
Artigo 36.
Os escrives dos inventrios, no prazo de trinta dias contados da data das sentenas que
julgarem as partilhas, remetero ao respectivo agente do Ministrio Pblico uma declarao circunstanciada, em que mencionem os nomes do inventariado, inventariantes,
herdeiros, legatrios ou sucessores, estejam ou no sujeitos ao imposto, com a nica
diferena de que no primeiro caso as declaraes devem conter, alm dos nomes dos
451
herdeiros, legatrios ou sucessores, a designao do grau de parentesco em que se achava cada um com o finado, e dos bens que lhe ficaram pertencendo, com a especificao
do seu valor.
1. - Estas participaes sero feitas em duplicado e numeradas em ordem sucessiva,
devendo ser enviadas pelo agente do Ministrio Pblico ao secretrio ou delegado de
Fazenda.
2. - O agente do Ministrio Pblico exigir mensalmente aos escrives do juzo uma
nota dos inventrios comeados, em andamento e concludos, a fim de fiscalizar o
cumprimento do disposto neste artigo, e promover, no caso de infraco, a aplicao
das respectivas multas.
Artigo 37.
Os procos e administradores de concelho ou circunscrio civil enviaro ao secretrio ou
delegado de Fazenda respectivo, at ao dia 8 de cada ms, uma relao numerada, conforme
o modelo n. 1, de todas as pessoas falecidas no ms anterior, declarando os seus nomes, idades, estado, quem sucedeu nos bens, por que ttulo e qual o seu parentesco com os falecidos.
1. - No caso de no haver, durante o ms, falecimento algum, devero os referidos funcionrios enviar ao secretrio ou delegado de Fazenda do concelho ou circunscrio civil um
exemplar do mesmo modelo n. 1, com a declarao de no ter havido bitos.
2. - Os funcionrios referidos neste artigo que no cumprirem as citadas obrigaes,
incorrem nas multas estabelecidas no artigo 106., nico, deste regulamento, e ficam
obrigados a apresentar ao secretrio ou delegado de Fazenda, ou ao empregado que o
represente, os livros de registo dos bitos, quando assim lhes for exigido.
3. - Sero fornecidos pelos secretrios e delegados de Fazenda, aos procos e administradores, os impressos necessrios para a organizao das relaes a que se refere
este artigo.
Artigo 38.
Os administradores dos concelhos e circunscries civis so obrigados a enviar at o dia
8 de cada ms, aos respectivos secretrios ou delegados de Fazenda, as cpias dos testamentos das pessoas falecidas no ms antecedente; da entrega ser passado recibo pelo
secretrio ou delegado de Fazenda.
Artigo 39.
Das participaes e relaes a que se referem os artigos 34. a 37. os secretrios ou delegados de Fazenda passaro recibo no duplicado, que remetero ao signatrio delas, sendo
por este averbado nos livros de notas ou de conciliaes, nos inventrios, e margem dos
respectivos contratos, ou sentenas do julgamento de partilhas, e convenientemente guardado, para comprovar as mesmas verbas.
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 40.
Todas as vezes que ocorrer mudana nos possuidores de bens, o secretrio ou delegado
de Fazenda do concelho ou circunscrio civil em que essa mudana se verificar sem
que, dentro do prazo de trinta dias, se lhe tenham feito as participaes ordenadas nos
artigos antecedentes, nem as declaraes prescritas nos artigos 30. e seguintes; ou se,
no caso de se no deverem fazer perante ele, no se lhe tiver apresentado certido de se
terem feito onde se deviam fazer, ou provado por competente documento que se pagou
ou que no se devia por aquela mudana imposto algum, intimar os novos possuidores
para, no prazo de quinze dias, lhe apresentarem os ttulos da sua posse.
1. - Se dentro deste prazo, ou de outro igual, que por motivos atendveis o secretrio
ou delegado de Fazenda lhes poder conceder, no forem apresentados, ser aquela
aquisio considerada como proveniente de estranho, e sujeita ao respectivo imposto,
que dever ser liquidado sem que seja depois admitida prova em contrrio, ficando,
alm disso, os intimados sujeitos s penas em que tiverem incorrido.
2. - proporo que os secretrios ou delegados de Fazenda forem recebendo as relaes
de que tratam os artigos 35. e 37. as iro numerando por ordem cronolgica e emmaando, classificando-as por freguesias.
3. - As participaes e cpias referidas nos artigos 34., 36. e 38., sero juntas ao
respectivo processo, se j estiver instaurado, e, no o estando, sero autuadas, devendo preencher-se logo as quatro primeiras colunas do livro modelo n. 2, junto a este
regulamento.
4. - No se efectuar alterao alguma nas matrizes prediais, em relao ao domnio
de qualquer prdio, sem que fique arquivado na respectiva repartio de Fazenda
um documento comprovativo da transmisso operada a favor do novo proprietrio,
e do pagamento do imposto ou sisa, quando devido, salvo se da mesma transmisso
tiver sido pago imposto sobre as sucesses e doaes, ou sisa liquidado no concelho
da situao do prdio a que disser respeito a alterao, observando-se, porm, o
disposto no artigo 89., 2., deste regulamento.
SECO IV
Liquidao
Artigo 41.
O secretrio ou delegado de Fazenda, tendo notcia de qualquer acontecimento que
possa dar lugar a imposto sobre as sucesses e doaes, instaurar o processo para a
competente liquidao dentro do prazo de trs dias, contados da data dessa notcia; e,
proporo que receber as participaes correlativas, as ir juntando ao mesmo processo,
lavrando disso o respectivo termo.
nico. - A liquidao deve ser feita pelo valor que os bens tiverem ao tempo do bito do
autor da herana, salvo as disposies peciais expressas neste regulamento.
453
Artigo 42.
Se os funcionrios a que se referem os artigos 34. a 38. no cumprirem as obrigaes
que lhes so impostas, os secretrios ou delegados de Fazenda procedero nos termos
do artigo 115. e requisitaro do competente registo uma cpia do testamento, quando o
houver, que lhes ser remetida no prazo de trs dias.
nico. - No se achando ainda o testamento registado, o secretrio ou delegado de
Fazenda intimar a pessoa que o tiver para, dentro de trs dias, o levar ao registo, sob
pena de ficar sujeito multa legal.
Artigo 43.
Reunidas as participaes e documentos necessrios para se proceder liquidao, em
conformidade com os artigos anteriores, se o secretrio ou delegado de Fazenda entender
que no h imposto a liquidar, por se verificar algumas das hipteses previstas no artigo
7. deste regulamento, ou que somente devido em parte, continuar, dentro de trs dias
depois da recepo do ltimo desses esclarecimentos, vista do processo ao competente
agente do Ministrio Pblico para responder em vinte e quatro horas sobre esse ponto;
e cobrado o processo logo que finde esse prazo, declarar, por seu despacho, dentro de
outros trs dias, contados da recepo do processo, que procede logo liquidao ou que
esta no tem lugar.
1. - Quando o secretrio ou delegado de Fazenda declarar que a liquidao no tem
lugar, remeter o processo dentro de vinte e quatro horas, contadas da data desse
despacho, ao Director ou Chefe da Repartio Distrital de Fazenda respectiva, para
que este confirme ou revogue a sua deciso.
2. - O Director ou Chefe da Repartio Distrital de Fazenda, dentro de quinze dias
contados daquele em que receber o processo, o devolver ao secretrio ou delegado
de Fazenda com despacho em que se confirme, modifique ou revogue a sua deciso;
arquivando-se o processo no primeiro caso, e seguindo-se, no segundo, os termos da
liquidao.
3. - Quando no mesmo processo houver diferentes hipteses e o secretrio ou delegado
de Fazenda entender que numas se deve e noutras se no deve imposto, observar-se-o
a respeito das hipteses em que houver dvida os termos prescritos neste artigo, suspendendo-se todo o processo at se resolverem as dvidas, e prosseguindo a liquidao
depois da resoluo delas, por despacho do Director ou Chefe da Repartio Distrital
de Fazenda.
Artigo 44.
Se, em vista das participaes a que aludem os artigos 36. e 37. se no conhecer o grau de
parentesco entre o donatrio e legatrio ou herdeiro, e o doador ou autor da herana, ser
pelo secretrio ou delegado de Fazenda intimado o donatrio, legatrio, herdeiro, testamenteiro, cabea de casal ou inventariante, para dentro de um prazo nunca inferior a oito dias,
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
nem superior a trinta, fixado pelo mesmo secretrio ou delegado de Fazenda, apresentar
as provas legais do grau de parentesco; assim como proceder sempre mesma intimao,
quando se trate dos actos inter-vivos a que se refere o artigo 34.
1. - Para se fazerem estas provas, s sero admitidas certides dos registos legais do
estado civil, acompanhadas de atestados das respectivas autoridades administrativas,
ou de sentena, ou de justificao judicial sobre a identidade da pessoa.
2. - Se, dentro do prazo fixado, no forem apresentadas estas provas, o imposto ser liquidado como a estranho, restituindo-se, porm, a diferena ao interessado que provar
o seu grau de parentesco, se a intimao tiver sido feita unicamente ao testamenteiro,
inventariante ou cabea de casal, e no a ele prprio ou a seu procurador que tenha
poderes para receb-la.
Artigo 45.
Se dos esclarecimentos obtidos se conhecer que algum dos interessados menor, proceder-se- liquidao com intimao do seu legtimo representante, e, quando o no
haja, o secretrio ou delegado de Fazenda lhe nomear para esse fim um curador, ao
qual deferir o competente compromisso de honra.
Artigo 46.
No caso de entender, em vista dos esclarecimentos recebidos, que h direito a fazer-se a
liquidao do imposto, por no se verificar nenhuma das hipteses previstas no artigo 7.
deste regulamento, dever o secretrio ou delegado de Fazenda proceder liquidao dentro
de oito dias, contados daquele em que tiver recebido a ltima participao ou esclarecimento, quando se no mostrar necessria a avaliao de alguns bens.
Artigo 47.
O imposto sobre as sucesses e doaes ser liquidado em vista dos valores que constarem
do balano da herana a que se refere o artigo 32., 3., excepto se houver inventrio ou
existir qualquer outro ttulo de partilhas, porque neste caso ser feita a liquidao em vista
dos valores que os bens tiverem nestes documentos.
1. - No caso, porm, do valor declarado ou que constar do inventrio, ou ttulo de partilhas, atribudo aos prdios, ser inferior ao que respectivamente estiver inscrito na matriz
predial, o imposto ser liquidado tomando-se por base o valor resultante da matriz. O
secretrio, ou delegado de Fazenda juntar sempre ao processo a certido do rendimento
colectvel dos prdios, antes de proceder liquidao, intimando o contribuinte a declarar, dentro do prazo de trs dias, se se conforma com o valor fixado, ou a requerer, em
caso contrrio, a avaliao dos bens.
Se, pela comparao do balano com a certido da matriz, se conhecer que h prdios
omissos, proceder-se-, quanto a esses, nos termos do artigo 25. e seus pargrafos.
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
14. - Para efeito da liquidao do imposto devido pela transmisso das concesses
para explorao de empresas industriais, o material da explorao das empresas,
transmitido com a respectiva concesso, segue a condio dos imobilirios.
15. - Os secretrios ou delegados de Fazenda so incompetentes para conhecer da
legalidade dos actos ou contratos que importam transmisso de propriedade.
Artigo 51.
Feita a liquidao provisoriamente, dentro de vinte e quatro horas, ser o processo continuado com vista ao Ministrio Pblico por trs dias, para promover o que se lhe oferecer sobre a mesma liquidao.
1. - Findo esse prazo, o secretrio ou delegado de Fazenda cobrar o processo, e, dentro de trs dias, confirmar a liquidao, se o Ministrio Pblico no tiver reclamado
contra ela ou se julgar improcedente a sua reclamao, ou reformar a mesma liquidao, no caso de ter o Ministrio Pblico feito alguma reclamao justa.
2. - Dentro de trs dias intimar a sua deciso ao Ministrio Pblico, somente no caso
deste ter feito alguma reclamao que tenha sido desatendida no todo ou em parte,
a fim de recorrer, se o entender conveniente, para a Junta Fiscal das Matrizes, nos
termos do artigo 60. deste regulamento.
3. - No mencionado prazo sero tambm os contribuintes intimados da liquidao
confirmada. Se os contribuintes concordarem com a liquidao devem, no prazo de
trs dias contados da data da intimao, declarar se querem pagar em prestaes ou
se preferem pagar de pronto. No se conformando com a liquidao, ou negando a
obrigao de pagar o imposto, podem reclamar para a Junta Fiscal das Matrizes, no
prazo e forma declarados no artigo 60. e seguintes deste regulamento.
4. - Dentro de trs dias, depois de feitas as declaraes, ou terminado o prazo para o
recurso sem ter sido interposto, extrair-se-o os respectivos conhecimentos, em conformidade das declaraes dos contribuintes sobre a forma de pagamento; e, no caso
de no ter sido feita declarao alguma, ser extrado um s conhecimento para ser
pago no prazo de oito dias.
Extrados os conhecimentos, ser a competente verba da liquidao lanada no livro
modelo n. 2, ou adicionada que j estiver lanada como ilquida ou de liquidao
em parte ou de pronto.
Os conhecimentos sero sempre extrados pela totalidade do imposto, e nessa conformidade ser feito o dbito ao recebedor, ainda que os contribuintes tenham pedido o
pagamento com antecipao.
Artigo 52.
A intimao ao contribuinte, para os efeitos do artigo antecedente, ser feita pessoalmente,
se estiver no concelho ou circunscrio onde a liquidao se fizer e no tiver procurador
constitudo no processo de liquidao; tendo procurador, ser a este feita a intimao. Se o
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SECO V
Avaliao
Artigo 54.
Se for necessrio proceder avaliao de alguns bens, o secretrio ou delegado de Fazenda
intimar, dentro de trs dias, contados da data do acto que deu origem avaliao, o respectivo
agente do Ministrio Pblico e o contribuinte, pela forma estabelecida no artigo 52. para, no
dia que lhes designar, que nunca exceder o oitavo, contado do ltimo dos trs, comparecerem
perante ele para nomearem louvados, ou serem estes nomeados sua revelia.
1. - O contribuinte, por sua parte, e o agente do Ministrio Pblico, por parte da
Fazenda Nacional, nomear cada um o seu louvado. Quando o mesmo louvado no
for competente para a avaliao de todos os bens, nomear cada uma das partes um
louvado para cada qualidade desses bens.
2. - Os mesmos louvados podem avaliar diferentes espcies de bens, e qualquer das
partes pode conservar o mesmo louvado, ainda quando a outra nomear diferentes.
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
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4. - O valor do domnio til dos bens subenfituticos ser o seu rendimento multiplicado
por vinte, abatida a soma de vinte foros, e um laudmio, se for devido.
5. - O valor do domnio directo ser o produto do foro multiplicado por vinte, e um laudmio, quando for devido. Nas redues de foro, censo, ou penso, o seu valor ser a
importncia da parte reduzida, multiplicada por vinte. Quando o foro for aumentado por
incmodo da cobrana dividida, o valor daquele ser a importncia do parte aumentada,
multiplicada por vinte. Na encampao s sujeito contribuio o valor do prdio na
parte superior a vinte foros.
6. - Para o efeito da liquidao da sisa, o valor do usufruto vitalcio ser o produto do
rendimento lquido anual multiplicado por vinte. Se for deixado por tempo certo, ser o
produto do rendimento de um ano, multiplicado por tantos anos quantos forem aqueles
por que for deixado o usufruto, sem que possa exceder a vinte anos; e, passando este a
terceira pessoa, o seu valor ser o produto do rendimento de um ano multiplicado por
tantos anos quantos faltaram para completar o tempo do usufruto.
7. - O valor da propriedade sem usufruto, para os efeitos da sisa, ser o produto do seu
rendimento lquido anual multiplicado por vinte, sem deduo do usufruto.
8. - O valor do usufruto vitalcio, separado da propriedade, quando a transmisso se
operar por ttulo gratuito, ser o produto do seu rendimento lquido anual multiplicado
por vinte. Se for por tempo certo, proceder-se- como vai estabelecido na segunda parte
do 6.
O direito de habitao ser avaliado nas mesmas condies do usufruto.
Se o usufruto for de inscries, ou outros ttulos de dvida pblica, de aces ou obrigaes
de bancos, companhias ou sociedades, o seu valor ser o do preo que tais ttulos tiverem no
mercado. Na falta de cotao oficial, o valor ser determinado pela declarao dos interessados, ou pelo que obtiverem em venda judicial, se a ela se proceder.
9. - O valor da propriedade separada do usufruto, quando a transmisso se operar
por ttulo gratuito, ser o produto do seu rendimento lquido anual multiplicado por
vinte, sem deduo do usufruto.
10. - Quando a propriedade for transmitida por ttulo gratuito, com o encargo
de qualquer penso vitalcia ou temporria, a contribuio relativa penso ser
calculada segundo as regras estabelecidas para o usufruto no 8.
11. - As penses vitalcias ou temporrias que forem vendidas ou doadas por ttulo
oneroso so avaliadas da mesma forma que se acha disposta para o usufruto no
pargrafo 6.
Na venda de prdios no se abate a importncia do usufruto ou das penses que sobre
eles tenham sido estabelecidas, vitalcia ou temporariamente, nem as reservas a favor
do vendedor.
Artigo 57.
Concluda a avaliao, se os contribuintes no concordarem com ela, podero reclamar
em conformidade dos artigos 59. e seguintes.
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 58.
Se os contribuintes recorrerem, e no obtiverem provimento, pagaro o juro de mora
legalmente estabelecido.
nico. - Os secretrios ou delegados de Fazenda separaro na respectiva liquidao a
importncia que pertencer a imposto ou sisa da que provier destes juros com a seguinte
designao: - Juros de mora.
CAPITULO IV
Reclamaes e recursos
Artigo 59.
Se os contribuintes ou o agente do Ministrio Pblico se no conformarem com a avaliao,
podero reclamar contra ela, dentro de cinco dias contados da data em que lhe for intimada,
para o secretrio ou delegado de Fazenda, por meio de um requerimento, em que deduzam
as razes que tm contra essa avaliao.
1. - Havendo reclamao, o secretrio ou delegado de Fazenda, logo que receber o requerimento o continuar com vista ao Ministrio Pblico, se este no for o reclamante, ou
ao contribuinte, por quarenta e oito horas, e cobrando o processo findas elas, decidir a
reclamao dentro de cinco dias.
2. - No caso de negar-lhe provimento, o secretrio ou delegado de Fazenda condenar
o reclamante, se no for o Ministrio Pblico, nos juros de mora da importncia da
contribuio, alm das custas e selos.
3. - Se o secretrio ou delegado de Fazenda julgar conveniente, ou necessrio para decidir
a reclamao, que se faa avaliao, mandar proceder a ela por diferentes louvados, em
nmero dobrado, seguindo a forma estabelecida para a primeira avaliao.
4. - Da deciso do secretrio ou delegado de Fazenda podem as partes recorrer para a
Junta Fiscal das Matrizes dentro de vinte e quatro horas, sendo aplicvel a estes recursos,
na parte correlativa, o que vai disposto nos artigos seguintes, ainda no tocante aos recursos, para as instncias superiores, das decises respectivas.
5. - Depois de feita a liquidao da sisa, o contribuinte que se julgar lesado, por erro de
clculo, poder reclamar, dentro do prazo de cinco dias, perante o secretrio ou delegado
de Fazenda. Na falta de reclamao dentro deste prazo, nenhum outro recurso lhe permitido. Das decises do secretrio ou delegado de Fazenda podem as partes recorrer para
a Junta Fiscal das Matrizes.
Artigo 60.
Se os contribuintes ou o Ministrio Pblico se no conformarem com a liquidao do imposto sobre as sucesses ou doaes ou da sisa, no caso de se ter procedido avaliao, podem
recorrer para a Junta Fiscal das Matrizes.
1. - Este recurso ser feito dentro de cinco dias, contados daquele em que for intimada a
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 65.
Da deciso do Tribunal Administrativo, Fiscal e de Contas cabe recurso para o Conselho
Superior das Colnias. O Ministrio Pblico interpor sempre recurso quando a deciso
for contrria Fazenda Nacional.
nico. - Este recurso dever ser interposto nos prazos e pela forma estabelecida no
Regimento do Conselho Superior das Colnias, aprovado por Decreto n. 17:759, de
14 de Dezembro de 1929.
Artigo 66.
Para a interposio dos recursos para o Conselho Superior das Colnias, so competentes,
por parte da Fazenda Nacional, o Ministrio Pblico e o Director dos Servios de Fazenda
da Colnia.
nico. - Estes recursos no tm efeito suspensivo.
Artigo 67.
O Director dos Servios de Fazenda da Colnia, como representante da Fazenda Nacional,
assistir s sesses do Tribunal Administrativo, Fiscal e de Contas em que se tratar dos
recursos a que se refere o artigo 63. deste regulamento e dar as informaes que julgar
convenientes.
nico. - Para este fim o Presidente do mesmo Tribunal lhe dar conhecimento do dia e
hora em que o Tribunal se h-de reunir para resolver os referidos recursos, dos quais
aquele magistrado lhe dar tambm vista por vinte e quatro horas.
Artigo 68.
Dos processos de liquidao do imposto ou sisa passar-se-o s partes todas as certides
que precisarem, pagando os emolumentos respectivos, salvo quando forem pedidas pelo
Ministrio Pblico ou pelos Directores ou Chefes de Repartio Distrital de Fazenda.
Artigo 69.
Alm dos recursos estabelecidos, e fora dos prazos fixados neste Regulamento, s podero
recorrer extraordinariamente e sem efeito suspensivo para o Tribunal Administrativo, Fiscal
e de Contas:
1. - A Fazenda Nacional, dentro de dois anos, contados da data de intimao da liquidao
definitiva;
2. - Os colectados indevidamente por no serem contemplados na transmisso que
motivou a liquidao, ou no serem sujeitos ao imposto que lhes exigido, quando
contemplados.
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
CAPTULO V
Forma de pagamento
SECO I
Sisa
Artigo 71.
A sisa, depois de devidamente liquidada, ser sempre paga por inteiro por aqueles para
quem passaram os bens; nas permutaes por ambos os permutantes, e nas arremataes
e adjudicaes judiciais e administrativas, pelo executado e arrematante ou adjudicatrio,
salvo condio em contrrio, expressa antes da praa ou contida na sentena.
Artigo 72.
O pagamento da sisa ser feito, nas transmisses por ttulo oneroso, antes de celebrado
o acto que as opera.
1. - Esta disposio no compreende as transmisses de propriedade operadas por escritos particulares, em hasta pblica ou por transaco ou adjudicao judicial, actos de
conciliao ou subrogao de bens dotais, licitao e tornas, cuja contribuio ser paga
dentro de trinta dias contados da celebrao dos contratos, da assinatura do termo de
arrematao ou de transaco, da sentena da adjudicao, do auto de conciliao, da
sentena que autorizou a subrogao ou da que julgou as partilhas.
2. - Nas transmisses de que trata o 1. o pagamento da contribuio poder fazer-se
ainda depois do prazo ali designado, no caso de justo impedimento, devidamente comprovado, e pagando os contribuintes o juro de mora. Para este fim dirigiro os interessados os seus requerimentos ao Governo Geral, pela Direco dos Servios de Fazenda, que
depois de obtidas as necessrias informaes, ou em vista dos documentos que provem o
alegado impedimento, os submeter a despacho.
3. - Se o requerimento for atendido, passar-se- portaria dispensando o lapso de tempo,
pela qual se pagaro emolumentos.
4. - Os requerimentos podero ser tambm apresentados nas reparties de Fazenda
dos respectivos distritos ou concelhos. Neste caso, sero logo enviados Direco dos
Servios de Fazenda, devidamente informados.
5. - O pagamento da sisa devida por tornas em partilha judicial, deve ser efectuado dentro
do prazo de dez dias e antes da sentena que homologar a partilha. Para tanto, sero os
interessados notificados, entregando-se-lhes no acto da notificao, a competente guia,
em duplicado. (Alterado por Diploma Legislativo n. 1:568, de 26 de Setembro de 1944)
6. - No se efectuando o pagamento nas condies referidas no pargrafo anterior, o
juiz homologar a partilha e condenar os remissos na sisa em dobro, promovendo
o Ministrio Pblico, nos prprios autos, dentro do prazo de oito dias, contados do
trnsito em julgado da sentena, a execuo pela sisa em dvida e juros de mora.
467
SECO II
Imposto sobre as doaes e sucesses
Artigo 74.
Nas transmisses por ttulo gratuito, o imposto s ser pago quando a transmisso real e
efectivamente se operar, e assim no ser pago nas doaes condicionais sem se verificar
a condio, nas doaes mortis-causa, enquanto no se verificar a morte do doador sem
revogao da doao, e nas doaes inter-vivos, com reserva do usufruto, sem este acabar.
1. - O herdeiro ou legatrio de bens deixados com separao do usufruto, pode antecipar
o pagamento do imposto relativo propriedade de parte ou de todos os bens.
Este pagamento no tem desconto pela antecipao, salvo o disposto no artigo 79.
deste regulamento.
2. - As transmisses onerosas de bens imobilirios para pagamento de dvidas, so
consideradas como transmisses por ttulo gratuito, para os efeitos do pagamento do
imposto, sem embargo de ter este de ser liquidado e calculado separadamente por
ttulo gratuito e oneroso.
Artigo 75.
O pagamento ser feito pela maneira seguinte:
1. - Se a transmisso for de mobilirios e o imposto, no exceder Ags. 500,00, ser pago
no prazo de oito dias, contados da intimao da liquidao definitiva do imposto, no
tendo havido reclamao nos termos do artigo 51.
2. - Excedendo a Ags. 500,00, ser pago em duas prestaes iguais, se o contribuinte
tiver feito a declarao mencionada no 3. do artigo 51.; a primeira ser satisfeita
no prazo de oito dias, contados da intimao da liquidao definitiva, e a segunda
por meio de um conhecimento garantido por pessoa de reconhecido crdito, ou por
hipoteca registada sobre bens livres de encargos, que valham o dobro, cobrvel a seis
meses, contados do mesmo modo.
468
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
469
semestrais, segundo a sua maior ou menor importncia, fazendo-se, porm, o desconto de 5% ao ano logo desde a primeira prestao. O pagamento antecipado de uma
s anuidade no d direito a desconto.
Artigo 77.
Quando a propriedade for transmitida com o encargo de qualquer penso vitalcia ou temporria, o imposto relativo penso ser pago pelo proprietrio anualmente, deduzindo este
a sua importncia ao do pagamento da penso a que a propriedade estiver sujeita.
nico. - O proprietrio ser obrigado a pagar as anuidades em dvida e as que no
estiverem vencidas data da morte do pensionista.
Todas as anuidades em dvida, ou por vencer, respeitantes a usufrutos, direitos de habitao ou penses, que sejam renunciadas ou cedidas, sero pagas por quem aproveitar com
a renncia ou cesso, seja qual for o seu grau de parentesco com o testador ou autor da
herana donde tenha provindo o usufruto, direito de habitao ou penso cedida.
Se o proprietrio falecer, deixando herdeiro o pensionista, este tem obrigao de pagar
todas as anuidades em dvida, vencidas ou por vencer.
Artigo 78.
Os conhecimentos de que trata o artigo 75. sero feitos segundo o modelo n. 4, e extrados
contra os contribuintes e seus fiadores, quando os houver, pela totalidade do imposto.
Artigo 79.
Se os contribuintes quiserem pagar logo todo ou parte do imposto devido pela propriedade,
ou remir todas ou algumas das prestaes antes do vencimento, far-se-lhes- o desconto de
5% ao ano, calculado, no sobre a soma total das prestaes que se pretender remir, mas
sobre cada uma delas conforme o maior ou menor prazo do seu vencimento, deduzindo-se
na prestao que se vencer a seis meses, 2 por cento; na que se vencer a doze meses, 5 por
cento; na que se vencer a dezoito meses, 7 por cento, e assim por diante. A primeira prestao que o contribuinte deve pagar de pronto no tem desconto algum.
No usufruto e direito de habitao ter-se- em vista o 5. do artigo 76.
Artigo 80.
Os contribuintes que pretenderem satisfazer de pronto ou remir os conhecimentos contra
eles extrados, entregaro a respectiva importncia lquida do desconto de 5 por cento
ao ano, desde o dia em que se efectuar o pagamento at ao do vencimento dos mesmos
conhecimentos, e um recibo assinado pelos mesmos contribuintes a favor do recebedor de
Fazenda pela quantia em que importar o mencionado desconto, que servir de ttulo para
crdito nos livros modelos n.os 19 e 48 do Regulamento de Fazenda de 3 de Outubro de
1901, da conta daquele exactor.
470
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
CAPTULO VI
Da cobrana
Artigo 81.
Se os contribuintes que deverem pagar de pronto o imposto ou sisa no realizarem o
pagamento dentro de oito dias contados da intimao da liquidao definitiva, ou da sua
declarao sobre a forma de pagamento, quando esta tiver sido feita, ser lanada nos
respectivos conhecimentos uma verba assinada pelo secretrio ou delegado de Fazenda
e recebedor, em que se declare a falta de pagamento, e ser organizada imediatamente
uma relao, em duplicado, daqueles devedores, a fim de ser autorizado o procedimento
executivo.
Artigo 82.
aplicvel s execues de que trata o presente regulamento, o processo e mais disposies do Cdigo das Execues Fiscais em vigor.
Artigo 83.
Quando aqueles que tiverem preferido pagar em prestaes no pagarem alguma no
prazo do vencimento, considerar-se-o desde logo vencidas as que no o estiverem, e
proceder-se- nos termos dos artigos antecedentes.
nico. - Esta disposio no aplicvel s anuidades de que tratam os artigos 76. e
77., devendo, quanto a cada uma destas, proceder-se de conformidade com o que se
acha determinado neste captulo.
CAPTULO VII
Fiscalizao
SECO I
Fiscalizao geral
Artigo 84.
A fiscalizao da sisa e imposto sobre as sucesses e doaes pertence, em geral, a todas
as autoridades, corporaes e reparties pblicas, e, em especial, Direco dos Servios
de Fazenda da Colnia.
471
Artigo 85.
No podero ser admitidos em juzo, ou perante qualquer autoridade, corporao ou repartio pblica, os actos ou contratos pelos quais se no tiver pago a sisa ou imposto
referido, sendo a ele sujeitos. So inexequveis as sentenas, autos de conciliao e formais
de partilhas, pelos quais se no pagou o respectivo imposto ou sisa.
1. - Os contratos de transmisso de propriedade celebrados por escritos particulares no
podero ser admitidos a registo predial ou produzidos em juzo, como prova desses contratos, nem mesmo no prazo de trinta dias concedidos para o pagamento da respectiva
sisa, sem que se mostre que esta foi paga.
2. - Nenhum documento ou ttulo comprovativo do pagamento de legado ou herana,
ou do cumprimento de doao, ou qualquer outro contrato pelo qual se deva imposto,
ser atendido em juzo ou perante qualquer autoridade, corporao ou repartio pblica, sem que se mostre, por documento legal, ter sido pago ou devidamente garantido o
imposto liquidado.
3. - As partilhas amigveis de heranas, pelas quais se no tiver pago o imposto que for
devido, no podero igualmente ser atendidas em juzo, perante qualquer autoridade,
corporao ou repartio pblica.
Artigo 86.
Nenhuma autoridade, repartio, banco, corporao, companhia ou sociedade de qualquer natureza ou denominao, mandar entregar dinheiro que esteja em depsito,
averbar ttulos, aces, obrigaes, ou pagar letras de que se deva imposto ou sisa, sem
que este seja previamente pago, ou sem que fique em depsito a importncia do mesmo
imposto ou sisa, expressamente separada, para que o seu pagamento seja feito ordem
da Direco dos Servios de Fazenda da Colnia, ou dos seus delegados.
1. - Nos livros de registo de aces e obrigaes sero averbados ou mencionados o
nmero e data do conhecimento do imposto ou sisa, e a recebedoria onde tiver sido
paga a importncia respectiva, se nos ttulos comprovativos da transmisso, que
ficarem arquivados nas corporaes e sociedade annimas, no estiver transcrito
aquele conhecimento, ou no se lhe fizer referncia alguma.
2. - Aqueles que deixarem de cumprir as procedentes disposies deste artigo ficam
responsveis pelo pagamento do imposto ou sisa.
3. - Os juros, dividendos, partilhas de lucros e amortizao, ou outro qualquer pagamento
de ttulos da dvida do Estado ou de corporaes administrativas, e de aces ou obrigaes de companhias, ou quaisquer associaes, transmitidas por herana ou legado, no
podero ser satisfeitos, por qualquer forma, sem que se mostre o pagamento efectivo, ou
eficazmente assegurado, do imposto devido, excepto enquanto correr o inventrio nos
termos permitidos na lei civil.
A falta de observncia deste preceito obriga pessoalmente os chefes de reparties pblicas,
gerentes, directores ou administradores de corporaes administrativas e de companhias ou
associaes a indemnizarem a Fazenda dos prejuzos que lhe causarem.
472
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 87.
Os testamenteiros, cabeas de casal, e inventariantes no podero fazer entrega de
quaisquer legados ou quinhes de heranas, aos interessados sem que esteja pago ou
garantido o respectivo imposto.
Artigo 88.
Os tabelies privativos de notas, os escrives e tabelies e os secretrios das Cmaras Municipais arquivaro os conhecimentos da sisa, mencionando nas escrituras o seu nmero, data
e recebedoria onde foi paga, e transcrevero integralmente os mesmos conhecimentos nos
traslados e certides que dessas escrituras expedirem.
nico. - A disposio deste artigo extensiva s juntas de parquia, ordens, irmandades,
confrarias, e quaisquer outras entidades, a cargo das quais estiver a administrao de
cemitrios, quanto s concesses de terrenos para jazigos, nos casos em que a lei permita
a sua realizao por meio de acta ou de termo.
Artigo 89.
(Revogado por Diploma Legislativo n. 2389, de 14 de Maio de 1942)
Artigo 90.
Contra os que sonegarem bens, ou fizerem contratos simulados para defraudar a Fazenda
Nacional, sero admitidas denncias pela forma estabelecida no artigo 386. e seus pargrafos do Cdigo do Processo Civil.
1. - Os secretrios ou delegados de Fazenda e quaisquer outros empregados fiscais podem
dar em juzo as denncias, ou levantar auto, que enviaro ao Ministrio Pblico afim
deste requerer o processo necessrio para a imposio das penas.
2. - Se as simulaes ou sonegaes forem julgadas procedentes e provadas, as respectivas multas sero divididas, como determina o artigo 118. deste regulamento.
3. - A parte das multas pertencentes aos denunciantes ser-lhes- entregue por ordem
do respectivo juizo, independentemente de autorizao.
SECO II
Fiscalizao especial
Artigo 91.
No desempenho das atribuies que, segundo o artigo 84., pertencem Direco dos
Servios de Fazenda da Colnia, cumpre-lhe:
1. - Exercer a devida fiscalizao sobre todo o servio da sisa e imposto sobre as sucesses
e doaes pelos meios designados neste regulamento, alm de quaisquer outros de que
julgue conveniente usar;
473
2. - Expedir as ordens necessrias para que sejam observadas as disposies legais que
regulam a sisa e o referido imposto, e propor as providncias convenientes para corrigir
os abusos e aperfeioar a fiscalizao;
3. - Inspeccionar o servio da sisa e imposto por meio dos empregados seus subordinados,
os quais podero examinar os arquivos de todos os cartrios, reparties pblicas, corporaes e sociedades annimas e lavrar auto de quaisquer infraces que descubram,
remetendo-o ao agente do Ministrio Pblico para imposio das penas legais. Este auto
dispensa a formao do corpo de delito.
Artigo 92.
Os secretrios e delegados de Fazenda remetero at ao dia 15 de cada ms, aos respectivos
Directores ou Chefes de Repartio Distrital de Fazenda, uma relao em duplicado, formulada segundo o modelo n. 5, da importncia do imposto sobre as sucesses e doaes que
tiverem liquidado no ms antecedente.
nico. - Na coluna das observaes devero declarar se o processo est definitivamente
concludo ou se fica pendente alguma liquidao futura.
Artigo 93.
Os secretrios ou delegados de Fazenda remetero tambm, at o dia 8 de cada ms, aos
Directores ou Chefes de Repartio Distrital de Fazenda, uma nota com os dizeres do
modelo n. 2, referente aos processos instaurados no ms anterior.
Por estas notas ser escriturado o livro modelo n. 2, da Direco ou Repartio Distrital
de Fazenda.
nico. - Alm destas notas, os secretrios ou delegados de Fazenda so tambm obrigados a enviar, dentro do mesmo prazo, s Direces e Reparties Distritais de
Fazenda, os duplicados das relaes modelo 1, uma nota das anulaes de imposto
sobre as sucesses e doaes, outra nota da liquidao e cobrana da sisa e imposto,
comparadas com a de igual ms do ano anterior, e outra nota dos abonos efectuados
pelo pagamento antecipado do imposto sobre as sucesses e doaes e, finalmente,
todos os elementos de servio que as Direces e Reparties de Fazenda Distritais,
ou a Direco dos Servios de Fazenda da Colnia, julguem essenciais para a boa
fiscalizao deste imposto.
Artigo 94.
Quando, em vista das participaes a que se referem os artigos 34. a 38., ou por qualquer
outro meio, os Directores ou Chefes das Reparties Distritais de Fazenda tiverem conhecimento de que as liquidaes no foram feitas nos prazos legais, nomearo outro empregado
fiscal para ultimar a liquidao.
474
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 95.
Nas reparties de Fazendas dos distritos sero classificadas por concelhos as relaes
modelo n. 5, recebidas dos secretrios e delegados de Fazenda, e no fim do ano sero
encadernadas para formarem o registo das liquidaes efectuadas.
O duplicado ser enviado para a Direco dos Servios de Fazenda da Colnia at o dia
20 de cada ms.
Artigo 96.
Os Directores ou Chefes de Reparties Distritais de Fazenda devem dar conta Direco
dos Servios de Fazenda da Colnia dos secretrios ou delegados de Fazenda e dos agentes
do Ministrio Pblico que se mostrarem menos zelosos no desempenho das suas obrigaes, com relao ao servio da sisa e imposto, a fim de se providenciar como for justo. No
o fazendo, considerar-se-o responsveis pelas omisses ou abusos daqueles funcionrios.
Artigo 97.
Aos secretrios e delegados de Fazenda pertence:
1. - Fiscalizar se as autoridades, empregados e interessados cumprem as obrigaes que
lhes esto impostos neste regulamento;
2. - Levantar os competentes autos, no caso de infraco dos preceitos deste regulamento,
e remet-los aos respectivos agentes do Ministrio Pblico, a fim de serem impostas as
multas legais. Estes autos dispensam a formao do corpo de delito;
3. - Corresponder-se com todos os funcionrios que lhes deverem prestar esclarecimentos
e, quando alguns lhos no prestarem em tempo razovel, participar essa falta ao respectivo Director ou Chefe da Repartio Distrital, para que este d as providncias que couberem nas suas atribuies, ou as pea Direco dos Servios de Fazenda da Colnia;
4. - Remeter nos prazos estabelecidos as relaes a que so obrigados por este regulamento.
Artigo 98.
Os agentes do Ministrio Pblico e todas as autoridades civis e militares auxiliaro os Directores, Chefes de Repartio e secretrios ou delegados de Fazenda no que lhes requisitarem
para cumprimento da lei.
Artigo 99.
Nos inventrios judiciais de herana, sujeita no todo ou em parte a imposto sobre as sucesses e doaes, intervir sempre, por despacho ex-ofcio do juiz, o representante do
Ministrio Pblico, o qual assistir a todos os termos, tais como conferncias e arremataes, requerendo neles quanto seja a bem da Fazenda Pblica, e opondo-se aprovao
de quaisquer verbas do passivo, quando no estejam provadas na forma legal; podendo,
475
tambm, nos termos do artigo 699. do Cdigo do Processo Civil, impugnar a legitimidade
dos herdeiros.
1. - Havendo oposio do Ministrio Pblico, as verbas arguidas no so descontadas
como encargo da herana, para o clculo do imposto.
2. - Nos inventrios orfanolgicos o Ministrio Pblico representado pelo respectivo
curador geral dos rfos.
CAPTULO VIII
Disposies penais
Artigo 100.
So nulos e nenhum efeito produziro em juzo todos os actos ou contratos pelos quais
se no tiver pago a sisa ou imposto sobre as sucesses e doaes que for devido, sendo a
ele sujeitos nos termos da lei. So igualmente nulos os contratos simulados, celebrados
em fraude das leis sobre a sisa ou imposto referido. So inexequveis as sentenas e autos
de conciliao e formais de partilhas que, devendo sisa ou imposto, no o tiverem pago.
1. - A simulao de valor nos actos ou contratos, que operam transmisso por ttulo
gratuito ou oneroso, de propriedade mobiliria ou imobiliria sujeita a sisa ou imposto, ser punida com multa igual quarta parte do valor dissimulado, pelo qual
respondem solidariamente ambas as partes, salvo o direito de cada uma delas exigir
da outra a metade que por ela for paga.
2. - Alm da nulidade dos actos e contratos determinada, incorrero os contratantes
em multa igual ao dobro da sisa ou imposto que haveriam de pagar se fosse vlida a
transmisso, sendo essa sisa ou imposto liquidado pelo rendimento colectvel inscrito
na respectiva matriz.
Artigo 101.
Aquele que, para defraudar a Fazenda Pblica, com dolo e m f, sonegar bens em
inventrio judicial ou particular, perder para a mesma Fazenda metade da parte que
lhe couber nos bens que sonegar; e se neles no tiver parte alguma, sofrer uma multa
igual a metade do valor dos bens sonegados.
Artigo 102.
As autoridades e empregados de administrao e de justia, que deixarem de cumprir as obrigaes a que por este regulamento ficam sujeitos, incorrero na multa de
Ags. 200,00 at 1.000,00.
nico. - Quando se prove ter havido dolo, a pena ser a suspenso de um a seis meses,
ou demisso; alm da indemnizao pelos prejuzos causados Fazenda.
476
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 103.
Os secretrios ou delegados de Fazenda e agentes do Ministrio Pblico so sujeitos
multa de Ags. 100,00 a 500,00, tantas vezes quantas forem as que deixarem de satisfazer
s obrigaes que por este regulamento lhe so impostas, alm da indemnizao pelos
prejuzos causados Fazenda Nacional.
nico. - Os secretrios ou delegados de Fazenda so tambm responsveis Fazenda
Pblica pela importncia das cotas e salrios pagos pelas quantias que se mandarem restituir, por terem sido indevidamente liquidadas e arrecadadas, bem como
pelos prejuzos resultantes de no terem sido impostas as multas legais, por falta de
levantamento dos competentes autos.
Artigo 104.
Os secretrios ou delegados de Fazenda que no tiverem feito a liquidao do imposto
sobre as sucesses e doaes, ou que, depois de feita a liquidao, no tiverem extrado
os respectivos conhecimentos nos prazos determinados neste regulamento, alm das
multas em que incorrerem, perdero o direito s respectivas cotas.
nico. - A disposio deste artigo aplicvel aos agentes do Ministrio Pblico que no
tiverem respondido nos prazos legais, e demais funcionrios que, dentro dos mesmos
prazos, no tiverem feito as participaes a que so obrigados.
Artigo 105.
Os testamenteiros, cabeas de casal e inventariantes que no cumprirem as disposies do
artigo 87., so solidariamente responsveis pela importncia da contribuio, e pessoalmente sujeitos, cada um, multa de cinco por cento da mesma importncia, no podendo a
multa exceder a Ags. 1.000,00.
Se deixarem de cumprir as outras obrigaes que lhes so impostas pelos artigos 30. e
seguintes, ficam sujeitos s penas estabelecidas no artigo 107. e seu pargrafo.
Artigo 106.
Os tabelies e os escrives de direito que no cumprirem as obrigaes que lhe so impostas
neste regulamento, incorrero na multa de Ags. 100,00 at 500,00 pela primeira vez, e no
caso de reincidncia, no dobro da multa e na demisso.
nico. - Os procos e administradores de concelho ou circunscrio civil que faltarem
ao cumprimento das obrigaes que lhes so impostas no artigo 38., alm da perda
das cotas, incorrero na multa de Ags. 200,00 a 1.000,00 pela primeira vez, e no caso
de reincidncia, no dobro da multa.
477
Artigo 107.
Aqueles que, no sendo testamenteiros, cabeas de casal e inventariantes, deixarem de
cumprir as obrigaes que lhes so impostas pelos artigos 30. e seguintes, incorrero na
multa de Ags. 100,00 a 1.000,00 pela primeira vez, e na do dobro no caso de reincidncia.
nico. - Se os infractores forem herdeiros ou legatrios, a multa ser de Ags. 50,00 at
500,00.
Artigo 108.
Os contribuintes que, na falta de cotao oficial dos ttulos de dvida pblica estrangeira,
do Estado, ou de corporaes administrativas, e aces ou obrigaes de companhias ou
associaes, igualmente estrangeiras, fizerem falsas declaraes do preo dos mesmos
ttulos, aces ou obrigaes, ficam sujeitos s penas aplicveis aos que fizerem falsas
declaraes perante a autoridade pblica, e ao dobro do imposto.
Artigo 109.
Se, depois de instaurados os processos para a liquidao do imposto ou sisa, se no
cumprirem rigorosamente as disposies deste regulamento, o Director ou Chefe de Repartio Distrital de Fazenda mandar por um empregado competente averiguar a quem
cabe a responsabilidade das faltas cometidas.
1. - O empregado nomeado vencer, enquanto durar a visita, a ajuda de custo legal
que ser paga pelo empregado ou empregados que tenham dado causa sindicncia.
2. - Quando a visita se realizar em virtude do secretrio ou delegado de Fazenda ou do
agente do Ministrio Pblico no cumprirem as disposies deste regulamento, ser
descontada a estes funcionrios, nos seus vencimentos, a quantia necessria para pagamento da gratificao ao empregado que fez a visita. Este desconto ser feito pelo
Director ou Chefe de Repartio Distrital de Fazenda, na competente folha, em coluna separada, sob a epgrafe: Indemnizao Fazenda.
3. - Estes descontos sero sempre comunicados Direco dos Servios de Fazenda
da Colnia, e tambm Procuradoria da Repblica no caso de terem sido feitos aos
agentes do Ministrio Pblico.
Artigo 110.
Da resoluo do Director ou Chefe de Repartio Distrital de Fazenda que mandar efectuar
os descontos mencionados no artigo antecedente, h recurso, sem efeito suspensivo, para a
Direco dos Servios de Fazenda da Colnia e desta para o Tribunal Administrativo, Fiscal
e de Contas.
nico. - Este recurso ser apresentado na Repartio de Fazenda do distrito dentro de
oito dias, contados daquele em que o empregado tiver conhecimento do desconto, e
enviado com informao do respectivo Director ou Chefe de Repartio Distrital de
Fazenda, Direco dos Servios de Fazenda da Colnia.
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Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 111.
Todas as infraces que no so especialmente prevenidas neste regulamento sero punidas
com a multa de Ags. 50,00 a 500,00.
CAPTULO IX
Processo para aplicao das penas
Artigo 112.
As penas de nulidade por falta de pagamento da sisa ou imposto sobre sucesses e doaes, ou por simulao de contrato, de que trata o artigo 100., sero impostas em aco
cvel, intentada pelos respectivos agentes do Ministrio Pblico perante os competentes
tribunais civis.
As aces por falta de pagamento da sisa ou imposto nos contratos, ou por simulao
em fraude da Fazenda Pblica, sero intentadas na comarca onde forem situados os
bens transmitidos, sendo imobilirios e situados numa s comarca; ou em qualquer das
comarcas onde forem situados, sendo mais do que uma.
Se a transmisso versar unicamente sobre direitos ou bens mobilirios, a aco ser intentada no foro do domiclio do ru, ou no de qualquer dos rus, havendo mais do que um.
Se versar conjuntamente sobre bens imobilirios e mobilirios, prevalecer o foro respectivo
aos primeiros.
nico. - O pedido da nulidade dos actos ou contratos ser cumulado com o das multas
estabelecidas no 2. do artigo 100.
Artigo 113.
A pena aplicvel simulao do valor, de que trata o 1. do artigo 100., ser imposta
em aco cvel intentada pelos agentes do Ministrio Pblico segundo as prescries
do artigo antecedente e independente da aco criminal que, porventura, couber nos
termos da lei comum.
1. - A simulao pode ser provada por todos os meios admitidos em direito.
2. - O direito aco cvel prescreve no prazo de cinco anos, a contar da celebrao do
acto ou contrato em que for praticada a simulao.
3. - Intentada a aco cvel por simulao de valor, s depois da sua deciso ter passado
em julgado poder ser promovida a aco criminal.
nico. - Da condenao em multa excedente a Ags. 300,00 cabe apelao para a Relao
do distrito.
Artigo 114.
As multas mencionadas neste regulamento, com excepo daquelas a que se referem
os dois artigos antecedentes, sero impostas em processo de transgresses pelos juzos
respectivos de direito.
479
Artigo 115.
Para a imposio das multas de que trata o artigo antecedente, devero os secretrios ou
delegados de Fazenda lavrar os competentes autos que sero remetidos aos agentes do
Ministrio Pblico. Estes autos dispensam a formao do corpo de delito.
Artigo 116.
Em todo o estado do processo administrativo ou judicial para a imposio de multas
poder o responsvel suspender e pr fim instncia, pagando as custas que dever, e, na
competente recebedoria, a multa em que tiver incorrido, por meio de guia em duplicado
passada pelo respectivo secretrio ou delegado de Fazenda, e se aquele processo estiver
instaurado, por meio de guia passada pelo escrivo, por mandado da autoridade perante
quem o processo estiver pendente.
1. - No caso de no ser determinada a importncia da multa, dever considerar-se
imposta a que corresponder ao mnimo legal.
2. - As guias de que trata este artigo sero passadas pela importncia total da multa,
entrando em receita a parte da Fazenda, na respectiva recebedoria de Fazenda, e ficando a parte da multa pertencente aos denunciantes, ou empregados fiscais que tiverem
promovido a sua aplicao, em poder do recebedor, que ficar responsvel pela sua
importncia para com os interessados.
3. - Se dentro de trs dias contados daquele em que foram passadas as guias, no for
apresentado ao escrivo que as passou um dos duplicados com o competente recibo,
seguir o processo os seus termos, devendo neste caso aplicar-se ao transgressor o
mximo da multa.
Artigo 117.
As multas que no puderem ser cobradas por falta de bens dos condenados sero substitudas por priso por tantos dias quantos forem necessrios para satisfao da multa, na razo
de Ags. 10,00 por dia, no podendo, porm, a priso exceder a cem dias, e cessando logo que
o pagamento se faa.
Artigo 118.
A quarta parte das multas, estabelecidas por violao das leis e regulamentos sobre sisa e
imposto sobre as sucesses e doaes, entrar na Tesouraria de Fazenda Distrital, para ser
levantada ordem do Director ou Chefe da Repartio Distrital de Fazenda, nos termos
do disposto no artigo 132.; e as outras trs quartas partes sero divididas, metade para a
Fazenda e outra metade para os denunciantes ou empregados fiscais que promoverem a
sua aplicao.
nico. - Os agentes do Ministrio Pblico no tm parte na diviso das trs quartas
partes das multas por infraco das leis e regulamentos da sisa e imposto sobre as
sucesses ou doaes.
480
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
CAPTULO X
Restituio da sisa e imposto
Artigo 119.
A sisa e imposto, depois de terem dado entrada nos cofres da Fazenda, no podem ser
restitudos sem prvio despacho do Governo Geral, ainda que a sua importncia no
tenha sido includa em tabela ao tempo em que for reclamada a restituio.
Artigo 120.
O imposto e a sisa pagos pela transmisso de qualquer propriedade, logo que ela se tenha
operado nos termos e com as formalidades da lei civil, ainda que o acto ou contrato se
desfaa, somente sero restitudos pela Fazenda quando a mesma transmisso for nula e
assim julgada por sentena, e no quando for desfeita por acordo das partes.
Nesta disposio esto compreendidos os contratos de venda por ttulo particular.
Artigo 121.
A restituio s poder ser ordenada por despacho do Governo Geral, pela Direco dos
Servios de Fazenda da Colnia, com recurso para o Conselho Superior das Colnias.
CAPTULO XI
Prescries
Artigo 122.
A obrigao de pagar a sisa e o imposto, bem como as dvidas dela provenientes, prescreve
pelo lapso exigido pelo artigo 535., do Cdigo Civil para as obrigaes civis.
Artigo 123.
A aco criminal para a imposio das multas, e obrigaes do seu pagamento, prescreve
pelo lapso de cinco anos contados da data da transgresso.
Artigo 124.
Prescreve igualmente por cinco anos o direito aco cvel para a aplicao da multa por
simulao de valor.
Artigo 125.
A aco de nulidade dos actos ou contrato sujeitos sisa ou imposto, por simulao ou falta
de pagamento da mesma sisa ou imposto, prescreve tambm por lapso de cinco anos.
481
CAPTULO XII
Da remunerao aos interventores no servio do imposto
sobre as sucesses e doaes e da sisa
Artigo 126.
(Revogado por Diploma Legislativo n. 2123)
Artigo 127.
(Revogado por Diploma Legislativo n. 2123)
Artigo 128.
Os secretrios e delegados de Fazenda competentes para a liquidao do imposto sobre
as sucesses e doaes, faro processar e remeter Direco ou Repartio de Fazenda
do distrito a folha das cotas pertencentes aos agentes do Ministrio Pblico, secretrios
e delegados de Fazenda, e procos ou administradores, e a dos salrios pertencentes
aos louvados, quando seja a Fazenda que haja de lhos pagar. Esta folha dever ser feita
conforme o modelo n. 6, junto a este regulamento.
Artigo 129.
As folhas de que trata o artigo antecedente s sero aprovadas depois de se ter verificado,
em vista das relaes de que tratam os artigos 92. e 93., que no foram excedidos os
prazos legais.
1. - Sempre que os Directores ou Chefes de Repartio Distrital de Fazenda o julguem
necessrio, devero exigir a remessa dos processos da liquidao, para os examinar
antes da aprovao das folhas.
2. - Se se verificar que foi excedido qualquer dos prazos legais nos processos de liquidao,
sero aprovadas as folhas com a deduo das cotas pertencentes aos funcionrios que
tiverem deixado de observar as disposies deste regulamento.
3. - Se as cotas pertencerem aos secretrios ou delegados de Fazenda, atribuir-se- a sua
importncia aos empregados designados pelos directores ou chefes de Reparties Distritais de Fazenda para os substiturem. Se pertencerem a outros funcionrios, revertero
em favor da Fazenda Pblica.
Artigo 130.
Pela Direco dos Servios de Fazenda da Colnia se expediro as necessrias ordens para
habilitar os funcionrios competentes a fazer com a devida regularidade os pagamentos
das folhas de que trata o artigo antecedente.
482
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
Artigo 131.
S haver condenao em custas em processos de liquidao do imposto sobre as sucesses
e doaes no caso de negao de provimento de reclamaes ou recursos e no de que trata
o 3. do artigo 47.
nico. (Revogado por Diploma Legislativo n. 2123)
Artigo 132.
A quarta parte das multas que entra na Tesouraria de Fazenda, conforme determina o
artigo 118., ser levantada no fim do ano econmico por meio de requisio do Director
ou Chefe da Repartio Distrital de Fazenda respectiva, e distribuda por este funcionrio
como prmio aos secretrios e delegados de Fazenda e agentes do Ministrio Pblico que
se tenham mostrado mais zelosos no servio da liquidao e cobrana do imposto.
CAPTULO XIII
Disposies especiais
Artigo 133.
As delegaes de Fazenda, a cargo do pessoal do Quadro Administrativo, nos termos do
nico do artigo 51. do Decreto n. 3:059, de 30 de Maro de 1917, no tm competncia
para praticar quaisquer dos actos referidos neste regulamento.
nico. - Quando, nas reas das referidas delegaes ocorra qualquer facto que d lugar
liquidao e pagamento de sisa ou imposto sobre as sucesses e doaes, competente
para a respectiva liquidao o secretrio de Fazenda ou delegado de Fazenda, quando
do Quadro Privativo, da localidade mais prxima da delegao referida neste artigo.
Artigo 134.
Nos concelhos ou circunscries civis, cuja sede no seja a de comarca judicial ou de julgado
municipal, o respectivo administrador de concelho ou circunscrio civil nomear, a pedido
do secretrio ou delegado de Fazenda, para cada processo, um agente do Ministrio Pblico
ad-hoc, que, depois de prestar compromisso de honra no respectivo processo, exercer
as funes que lhe so designadas neste regulamento, com excepo das consignadas no
captulo IX.
nico. - Aos emolumentos e custas contadas ao agente do Ministrio Pblico nomeado
nos termos deste artigo, no so aplicveis as disposies do nico do artigo 196.
da Organizao Judiciria das Colnias, aprovada por Decreto n. 14:453, de 20 de
Outubro de 1927.
483
Artigo 135.
Nos concelhos ou circunscries civis onde no haja juntas fiscais das matrizes, os recursos
das decises dos secretrios e delegados de Fazenda sero directamente interpostos para o
Tribunal Administrativo, Fiscal e de Contas.
Artigo 136.
Nos casos do artigo 17. e seus do Decreto de 21 de Novembro de 1908, os secretrios
ou delegados de Fazenda, logo que recebam da Direco dos Servios de Fazenda da
Colnia qualquer traslado de escritura de compra e venda de propriedades situadas nas
reas da sua jurisdio e de que se tenha liquidado provisoriamente a sisa no Ministrio
das Colnias, nos termos do artigo 139. do Decreto n. 3:059, de 30 de Maro de 1917,
autu-lo-o para que prossiga seus termos a liquidao definitiva, em harmonia com o
preceituado no presente regulamento.
1. - Ultimados que sejam os autos de liquidao da sisa, sero processados os competentes
recibos m/3, sempre pelas importncias totais da sisa liquidada definitivamente.
2. - Os recibos m/3 a que alude o pargrafo anterior, logo depois de processados sero
presentes ao recebedor ou seu delegado, que os assinar, incluindo as suas importncias
na Tabela de cobrana mensal anexa ao Regulamento da Administrao de Fazenda e
Contabilidade Pblica, de 3 de Outubro de 1901.
3. - Os secretrios e delegados de Fazenda passaro em acto contnuo as competentes
guias do m/51 anexo ao mesmo Regulamento, s quais daro o devido destino depois
de a elas juntarem os referidos recibos m/3, ficando desta forma feita a passagem de
fundos que, para todos os efeitos, considerada em numerrio.
4. - Em troca da guia m/51 a que se refere o nmero antecedente, receber a repartio
ou delegao que fizer a remessa dela, o recibo de crdito do m/52 anexo tambm ao
Regulamento de 3 de Outubro de 1901.
5. - Para os efeitos do 2. do artigo 17. do citado decreto de 21 de Novembro de
1908, a Direco dos Servios de Fazenda da Colnia far o necessrio movimento
com o Ministrio das Colnias.
Artigo 137.
No obstante o disposto no artigo 17. e seu nico deste regulamento, sempre que os
contratantes se encontrem em localidade diferente daquela onde forem situados os bens,
e nela desejem lavrar o contrato de transmisso, permitido aos secretrios e delegados
de Fazenda dessa localidade liquidarem, provisoriamente, a sisa devida, enviando, depois,
ao secretrio ou delegado de Fazenda da rea onde ficarem situados os bens uma cpia autntica da declarao dos contribuintes e do recibo m/3, a fim de se proceder liquidao
definitiva nos termos deste regulamento.
nico. - O conhecimento que haja de extrair-se em face do processo de liquidao, para
pagamento da diferena da sisa, tem fora de sentena com trnsito em julgado, para
484
Regulamento para a Liquidao e Cobrana do Imposto sobre as Sucesses e Doaes e Sisa sobre as
Transmisses de Imobilirios por Ttulo Oneroso
CAPTULO XIV
Disposies gerais
Artigo 138.
Quanto a termos e formas de processo observar-se-o, na parte omissa neste regulamento,
as disposies aplicveis do Cdigo do Processo Civil e leis complementares.
Artigo 139.
Todas as peas dos processos de liquidao do imposto e sisa de que trata este regulamento,
so isentas de selo, nos termos da tabela que faz parte da lei vigente do selo, enquanto no
haja condenao.
Artigo 140.
Quaisquer dvidas que se suscitarem sobre o imposto ou sisa, sero resolvidas pelo Director
dos Servios de Fazenda da Colnia, salvo o disposto em contrrio neste regulamento.
CAPTULO XV
Disposies transitrias
Artigo 141.
At 31 de Dezembro de 1931, podem ser validados os actos e contratos pelos quais se
no tenha pago a devida sisa ou imposto, pelas taxas constantes deste regulamento, se
contra eles no tiver sido julgada definitivamente a nulidade por esse motivo.
1. - Para se efectuar esta validao, os interessados apresentaro ao respectivo secretrio
ou delegado de Fazenda, declaraes escritas, precisando a data do acto ou contrato que
se pretende validar, onde foi celebrado, e mais esclarecimentos necessrios identificao dos bens e clculo da sisa ou imposto.
2. - Sero adicionados os juros da mora legais sobre a importncia das taxas do imposto
ou sisa, contados da data em que ela era devida, cumprindo ter-se em vista o disposto
no artigo 543. do Cdigo Civil.
3. - Estas disposies s tm aplicao aos actos ou contratos celebrados anteriormente
data da publicao deste regulamento.
485
Artigo 142.
A liquidao do imposto ou sisa para validao dos actos ou contratos referidos nos artigos
anteriores no pode ser feita com base em valor inferior ao que resultar do rendimento
actual descrito nas matrizes prediais, ou, no caso dos bens sujeitos sisa ou imposto, no
estarem descritos nas mesmas matrizes, ao que resultar da respectiva avaliao, a que se
proceder previamente.
Artigo 143.
Fica revogada a legislao em contrrio, geral e especial, e nomeadamente o Regulamento
aprovado por decreto de 4 de Dezembro de 1902 e a alnea c) do artigo 2. do Diploma
Legislativo n. 740, de 23 de Maro de 1928.
As autoridades e mais pessoas, a quem o conhecimento e execuo deste diploma competir,
assim o tenham entendido e cumpram.
Residncia do Governo Geral de Angola, em Luanda, 18 de Maio de 1931.
O Governador Geral, Jos Dionsio Carneiro de Sousa e Faro.
486
FISCAL
ANGOLA
Impostos sobre
Actividades
Extractivas
Impostos sobre
Actividades
Extractivas
Lei sobre
a Tributao
das Actividades
Petrolferas
488
LEI N. 13/04
DE 24 DE DEZEMBRO
O incio da tributao das actividades petrolferas em Angola remonta dos anos cinquenta
atravs dos Decretos 41 356 e 41 357, ambos datados de 11 de Novembro de 1957, que acompanharam as primeiras descobertas comerciais em concesses petrolferas angolanas.
O regime fiscal criado pelos diplomas atrs citados correspondia ao sistema de concesses
tradicionais nas quais aos investidores era reconhecida a propriedade das instalaes existentes na rea de concesso e do petrleo extrado, cabendo ao Estado a percepo das receitas tributrias previstas na lei.
As profundas mutaes que os regimes tradicionais de concesso conheceram nos fins
da dcada de sessenta e no incio da dcada de setenta, no podiam deixar de se reflectir
na estrutura de tributao das actividades petrolferas.
A partilha do risco pelos investidores e a defesa dos interesses nacionais na explorao
de recursos no renovveis conduziu criao de novos regimes fiscais caracterizados,
essencialmente, pelo agravamento dos encargos tributrios, acompanhando o aumento
da produo e do preo do petrleo no mercado internacional.
Angola, ao ascender independncia nacional, definiu na sua lei fundamental o regime
dominial dos recursos naturais, o que se mantm como princpio constitucional at hoje.
Ao longo dos anos que se seguiram foram introduzidas as alteraes necessrias nos
contratos existentes, bem como nos regimes fiscais aplicveis s respectivas concesses.
A diversidade de regimes fiscais ento criados conduziu necessidade de se procurar
uniformizar esses regimes aplicveis s diferentes modalidades de associao para a
pesquisa e produo de petrleo, respectivamente nos contratos de partilha de produo
e nos contratos de associao em participao.
Nesse sentido, a partir do Decreto n. 52/89, de 8 de Setembro, passou a vigorar um regime fiscal idntico para os contratos de partilha de produo, at que o rgo legislativo
aprovasse um regime fiscal uniforme para as actividades petrolferas.
A presente lei que agora se aprova e publica o resultado do trabalho de sistematizao dos
diferentes regimes fiscais que se encontravam dispersos em legislao avulsa, tornando a
sua consulta e aplicao complexa e de difcil acesso para os contribuintes.
Para alm da sistematizao operada, foram introduzidas algumas modificaes, de
modo a permitir um tratamento fiscal mais justo e uniforme de todos os contribuintes
sujeitos ao regime fiscal constante da presente lei.
Ao mesmo tempo foram simplificados alguns procedimentos da administrao fiscal,
ajustando-os nova realidade tecnolgica dos dias de hoje, bem como ao contexto institucional do Estado e da administrao fiscal em particular.
A uniformizao dos regimes fiscais aplicveis s actividades petrolferas constante da
presente lei no deixa de atender s especificidades das principais modalidades associativas nas operaes petrolferas, designadamente nos contratos de partilha de produo
e nos contratos de associao em participao, no respeitante, nomeadamente taxa
do imposto sobre o rendimento do petrleo, determinao da matria colectvel, bem
489
490
492
Recebimentos da Concessionria Nacional, a parte do petrleo lucro pertencente Concessionria Nacional, conforme previsto na alnea b) do n. 1 do artigo 19. da presente lei,
excepto o petrleo levantado nos casos de risco independente.
Taxa de superfcie, a taxa de natureza tributria calculada em funo da rea sobre a
qual podem ser executadas actividades de desenvolvimento e produo.
Vendas de boa-f a terceiros, as vendas imparciais e sem favoritismo entre entidades
independentes de petrleo efectuadas a prazo ou a pronto por vendedores a compradores no afiliados, mas excluindo vendas que envolvam acordos de processamento,
acordos de troca e compensao e excluindo tambm quaisquer vendas efectuadas por
governos ou companhias nacionais a companhias nacionais ou governos, a no ser que
estas sejam aceites como verdadeiros acordos comerciais.
Artigo 3.
(mbito)
A presente lei aplica-se a todas as entidades, nacionais ou estrangeiras que exeram
operaes petrolferas em territrio nacional, bem como em outras reas territoriais ou
internacionais sobre as quais o direito ou os acordos internacionais reconheam poder
de jurisdio tributria Repblica de Angola.
Artigo 4.
(Encargos tributrios)
1. Os encargos tributrios aplicveis s entidades referidas no artigo 3. so os seguintes:
a) Imposto sobre a produo do petrleo;
b) Imposto sobre o rendimento do petrleo;
c) Imposto de transaco do petrleo;
d) Taxa de superfcie;
e) Contribuio para a formao de quadros angolanos.
2. Os encargos tributrios referidos no n. 1 deste artigo no excluem a sujeio das entidades referidas no artigo anterior a outros impostos ou taxas, bem como direitos e
demais imposies aduaneiras, devidos por lei pela prtica de actos complementares
ou acessrios das actividades referidas no artigo 1. da presente lei, excepto quando
eles estejam expressamente isentos.
Artigo 5.
(Independncia dos encargos e das obrigaes tributrias)
1. Nas sociedades comerciais, associaes em participao ou quaisquer outras formas de
associao, bem como nos contratos de servio com risco, o clculo da matria colectvel
e a liquidao dos encargos tributrios relativos a cada concesso petrolfera fazem-se de
forma completamente autnoma, sendo inteiramente independentes entre si as obrigaes tributrias relativas a uma determinada concesso petrolfera e a quaisquer outras.
493
2. Nos contratos de partilha de produo e com excepo das despesas previstas na alnea
b) do n. 2 do artigo 23. em relao s quais se aplica o disposto no nmero anterior, o
clculo da matria colectvel e a liquidao dos encargos tributrios relativos a cada rea
de desenvolvimento fazem-se de forma completamente autnoma, sendo inteiramente
independentes entre si as obrigaes tributrias relativas a uma determinada rea de desenvolvimento e a quaisquer outras.
TTULO II
Disposies Comuns
Artigo 6.
(Determinao do preo do petrleo bruto e de outras substncias)
1. Para efeitos de clculo do rendimento tributvel relativamente aos encargos tributrios
referidos na presente lei, excepo da taxa de superfcie, o petrleo bruto produzido
valorizado ao preo do mercado calculado na base dos preos reais FOB obtidos nas vendas de boa-f a terceiros de acordo com as regras estabelecidas nas alneas seguintes:
a) A Concessionria Nacional e cada uma das suas associadas apresentam separadamente ao Ministrio dos Petrleos, pelo menos 15 dias antes do incio de cada trimestre, um
relatrio informativo tendo por objecto as suas previses de consumo e ofertas mundiais
de petrleo e as suas estimativas quanto aos preos de mercado que se podem obter para
o petrleo bruto a produzir na rea da respectiva concesso, durante o referido trimestre.
b) No prazo de 15 dias aps o termo de cada trimestre ou em data posterior a fixar pelo
Ministrio dos Petrleos, a Concessionria Nacional e cada uma das suas associadas
apresentam, em separado, naquele Ministrio, relatrios formais contendo os preos
reais obtidos nas respectivas vendas de boa-f a terceiros, diferenciando vendas a prazo e vendas a pronto. Estes relatrios pormenorizam volumes de vendas, compradores,
preos recebidos, condies de crdito, ajustamento de densidades e incluem os clculos
reais das mdias volumetricamente ponderadas dos preos, numa base comparvel de
densidade e condies de crdito. A Concessionria Nacional e as suas associadas podem
tambm facultar quaisquer outros dados informativos relativos ao mercado que reputem
relevantes para apoio da veracidade das informaes prestadas;
c) O Ministrio dos Petrleos examina os dados fornecidos, bem como quaisquer outros
dados fiveis que reflictam as condies do mercado e que o Ministrio considere que
possam vir a ser teis para a determinao de um preo de mercado apropriado para o
petrleo bruto vendido durante o referido trimestre. Se necessrio, o Ministrio pode
reunir-se, em separado, com a Concessionria Nacional e cada uma das suas associadas
para discutir todas as informaes pertinentes que tenham sido fornecidas ou que de
outra maneira estejam disponveis. Os dados fornecidos e os dados adicionais fiveis
que reflictam as condies de mercado, se estes ltimos dados existirem, so os nicos
critrios usados para a determinao do preo de mercado;
d) O Ministrio dos Petrleos e o Ministrio das Finanas analisam os dados referidos
nas alneas anteriores e determinam conjuntamente o preo de mercado, o qual deve ser
notificado Concessionria Nacional e s suas associadas no prazo de 15 dias a contar da
494
495
496
Artigo 9.
(Reconhecimento de assinatura)
obrigatrio o reconhecimento da assinatura dos contribuintes sempre que estes no
autentiquem as suas declaraes com carimbo a tinta de leo ou selo branco da sua
empresa.
Artigo 10.
(Ano fiscal)
1. O ano fiscal dos contribuintes abrangidos por esta lei coincide sempre com o ano
civil, sendo obrigatrio o encerramento de contas com referncia a 31 de Dezembro
de cada ano.
2. A aprovao das contas a que se refere o ponto anterior, deve ocorrer at ao dia 31 de
Maro do ano seguinte quele a que disser respeito, nos termos previstos pelos artigos
294. e 396. da Lei n. 1/04, de 13 de Fevereiro, Lei das Sociedades Comerciais.
Artigo 11.
(Isenes)
1. As cesses de interesses realizadas pelas entidades a quem a presente lei se aplica
so isentas de quaisquer impostos ou encargos de natureza tributria directamente
relacionados com a concretizao ou transmisso dos mesmos, sendo os lucros ou
as mais valias realizadas, contabilizadas ou no, englobadas no cmputo geral dos
lucros sujeitos a tributao nos termos previstos na presente lei.
2. Nenhum imposto, taxa, contribuio de natureza tributria, prmio ou encargo incide sobre as aces ou quaisquer ttulos representativos do capital social dos contribuintes a quem a presente lei se aplica, bem como sobre a transferncia de lucros para
fora de Angola ou sobre o pagamento de dividendos atribudos por qualquer forma
relativamente a essas aces ou ttulos representativos de capital e obrigaes.
3. O Governo pode ainda, mediante autorizao legislativa da Assembleia Nacional, conceder a iseno dos encargos tributrios previstos na presente lei, a reduo das taxas ou
quaisquer outras modificaes s regras aplicveis aos respectivos encargos, a projectos
de petrleo bruto ou gs natural (incluindo a sua liquefaco e/ou processamento) quando as condies econmicas da sua explorao o justifiquem.
4. A pedido devidamente fundamentado da Concessionria Nacional, pode o Governo,
mediante autorizao legislativa da Assembleia Nacional, conceder a reduo de taxa
ou a iseno dos impostos ou taxas, bem como direitos e demais imposies aduaneiras
devidos por lei, pela prtica de actos complementares ou acessrios das actividades
referidas no artigo 1. da presente lei.
497
TTULO III
Encargos Tributrios
CAPTULO I
Imposto sobre a Produo do Petrleo
Artigo 12.
(Incidncia)
1. O imposto sobre a produo do petrleo, incide sobre a quantidade de petrleo bruto
e gs natural medida boca do poo e das outras substncias referidas no artigo 1.
deduzidas das quantidades consumidas in natura nas operaes petrolferas.
2. A deduo das quantidades consumidas in natura nas operaes petrolferas s pode
ser aceite aps parecer favorvel da Concessionria Nacional.
3. Quando por negligncia ou falta grave do operador na conduo das operaes petrolferas se verifique acidente ou deficincia de operao, as quantidades tecnicamente
susceptveis de terem sido produzidas, se tal acidente ou deficincia se no verificasse,
so consideradas como produzidas, para efeitos deste imposto.
4. O petrleo e as outras substncias referidas no artigo 1. produzidas ao abrigo dos
contratos de partilha de produo no esto sujeitos ao imposto sobre a produo do
petrleo previsto na presente lei.
Artigo 13.
(Declarao)
1. Os contribuintes sujeitos ao imposto sobre a produo do petrleo devem apresentar
na Repartio Fiscal competente, uma declarao em quintuplicado, de acordo com o
modelo 1, em anexo.
2. Os exemplares da declarao referida no nmero anterior, depois de verificados e
recebidos pela Repartio Fiscal competente, destinam-se:
a) Dois para o processo da respectiva repartio;
b) Um para a Direco Nacional de Impostos;
c) Um para o Ministrio dos Petrleos;
d) Um para o contribuinte.
2. 1 Os contribuintes devem apresentar a declarao a que se refere este artigo dentro
dos seguintes prazos:
a) No caso de liquidao provisria, o previsto no n. 2 do artigo 59.;
b) No caso de liquidao definitiva, no decurso do ms de Maro de cada ano.
3. No tendo havido produo de petrleo ou de outras substncias descritas no artigo
1., fica o contribuinte obrigado a declarar tal facto nos termos e prazos previstos nos
nmeros anteriores.
1 esta a numerao constante do diploma original.
498
Artigo 14.
(Taxa)
1. A taxa do imposto sobre a produo do petrleo de 20%.
2. A taxa referida no nmero anterior pode ser reduzida at 10%, nos seguintes casos:
a) Explorao de petrleo em jazigos marginais;
b) Explorao de petrleo em reas martimas com coluna de gua superior a 750 metros;
c) Explorao de petrleo em reas terrestres de difcil acesso previamente definidas
pelo Governo.
3. Compete ao Governo, a pedido devidamente fundamentado da Concessionria Nacional,
conceder a reduo a que se refere o nmero anterior.
Artigo 15.
(Forma de liquidao)
A liquidao do imposto sobre a produo do petrleo feita em espcie ou em dinheiro,
de acordo com a opo do Estado.
Artigo 16.
(Liquidao em dinheiro)
1. Quando o imposto sobre a produo do petrleo for liquidado em dinheiro, a respectiva taxa recai:
a) Sobre o valor calculado nos termos do artigo 6.;
a.1) Das quantidades de petrleo produzidas e medidas boca do poo por mtodo
aprovado pelos servios competentes;
a.2) Das quantidades de petrleo susceptveis de terem sido produzidas, no caso
previsto no n. 3 do artigo 12., calculadas de acordo com a seguinte frmula:
P = (T / 3) M:
Em que:
P = quantidades de petrleo susceptveis de terem sido produzidas;
T = total da produo realizada nos trs meses imediatamente anteriores;
M = produo realizada no ms em que ocorreu o acidente ou a deficincia;
499
Artigo 17.
(Liquidao em espcie)
1. Quando, relativamente ao petrleo, o Estado houver optado pelo recebimento do
imposto sobre a produo do petrleo em espcie, a obrigao da entrega da receita
respectiva nos cofres do tesouro nacional cabe Concessionria Nacional que fica
encarregue de receber, dar quitao e administrar aquelas substncias dadas em
pagamento pelo contribuinte.
2. A Concessionria Nacional fica obrigada a entregar nos cofres do tesouro nacional,
no prazo estabelecido no n. 2 do artigo 59., as receitas realizadas com a venda do
petrleo ou a comunicar, dentro do mesmo prazo, a circunstncia de no ter havido
vendas, se esse for o caso.
3. Caso a liquidao do imposto sobre a produo do petrleo se faa nos termos do
presente artigo, a Concessionria Nacional deve apresentar uma declarao conforme
previsto no artigo 13.
4. A Concessionria Nacional para alm de estar sujeita s inspeces previstas nos
regulamentos do Ministrio das Finanas relacionadas com o imposto sobre a
produo do petrleo, fica obrigada prestao anual de contas pelo recebimento
previsto no n. 1 deste artigo, perante o Tribunal de Contas.
5. Quando o recebimento em espcie incidir sobre as substncias referidas no artigo
1. desta lei e que no sejam petrleo, o Estado deve determinar a entidade a quem
as mesmas devem ser entregues, devendo esta executar os demais procedimentos
previstos neste artigo.
6. A Repartio Fiscal competente, mediante a apresentao pelo contribuinte do documento de quitao subscrito pela Concessionria Nacional, referido em 1 ou pela entidade que
o Governo determinar nos termos do n. 5, deve emitir a favor do mesmo uma certido
comprovativa do cumprimento da sua obrigao fiscal.
CAPTULO II
Imposto Sobre o Rendimento do Petrleo
SECO I
Incidncia
Artigo 18.
(Incidncia)
1. O imposto sobre o rendimento do petrleo incide sobre o rendimento tributvel apurado
nos termos desta lei e auferido no exerccio de qualquer das seguintes actividades:
a) Pesquisa, desenvolvimento, produo, armazenagem, venda, exportao, tratamento
e transporte de petrleo;
b) Comrcio por grosso de quaisquer outros produtos provenientes das operaes
referidas na alnea a);
500
c) Outras actividades das entidades primariamente ocupadas com a realizao das operaes referidas na alnea a), resultantes de aces ocasionais ou meramente acessrias,
desde que tais actividades no revistam a forma de indstria ou comrcio.
2. Sobre os recebimentos da Concessionria Nacional, prmios, bnus e excesso sobre o
preo limite auferidos por esta, nos termos contratualmente estabelecidos, no incide
o imposto referido neste captulo.
SECO II
Determinao da Matria Colectvel
Artigo 19.
(Rendimento tributvel)
1. O rendimento tributvel deve reportar-se ao lucro apurado no final de cada exerccio,
em obedincia aos princpios de contabilidade, eventualmente corrigido nos termos
desta lei e consiste num dos seguintes mtodos:
a) Em cada uma das concesses petrolferas relativamente s sociedades comerciais,
associaes em participao ou quaisquer outras formas de associao e contratos de
servio com risco, o resultado da diferena entre todos os proveitos ou ganhos realizados e os custos ou perdas imputveis ao mesmo exerccio, determinado respectivamente nos termos dos artigos 20., 21., 22. e n. 1 do artigo 23. da presente lei;
b) Em cada uma das reas de desenvolvimento relativamente aos contratos de partilha
de produo, o petrleo lucro resultante da deduo, totalidade do petrleo produzido,
do petrleo para recuperao dos custos e dos recebimentos da Concessionria Nacional,
conforme estabelecido no respectivo contrato de partilha de produo e de acordo com as
regras contidas nos artigos 20., 21., 22. e n. 2 do artigo 23. da presente lei.
2. Salvo se de outro modo no for estabelecido na presente lei, os proveitos ou ganhos e os
custos ou perdas comuns a diferentes reas de desenvolvimento no caso dos contratos
de partilha de produo e as diferentes concesses petrolferas no caso das sociedades
comerciais, associaes em participao ou quaisquer outras formas de associao, bem
como nos contratos de servio com risco, so repartidos respectivamente pelas referidas
reas de desenvolvimento e concesses petrolferas com base na proporcionalidade da
produo anual respectivamente de cada rea de desenvolvimento e concesso petrolfera ou por outro mtodo aceite pela Administrao Fiscal.
3. O exerccio, a que se refere este artigo, corresponde ao ano fiscal previsto no artigo
10. da presente lei.
Artigo 20.
(Proveitos ou ganhos)
1. Consideram-se proveitos ou ganhos do exerccio os provenientes de quaisquer transaces
ou operaes realizadas em consequncia de uma aco normal ou ocasional, bsica ou
meramente acessria e designadamente os resultantes:
501
a) Da actividade bsica, tais como os resultantes da venda de petrleo, outras substncias referidas no artigo 1., bens e servios, de atribuies de produtos em espcie, inclusive o ttulo de imposto e bem assim bnus e abatimentos conseguidos de comisses
e corretagens;
b) De actividades complementares ou acessrias, incluindo as de carcter social e
assistencial;
c) Do rendimento de bens ou valores mantidos como reserva ou para fruio, incluindo
rendas e alugueres;
d) De operaes de natureza financeira, tais como juros, dividendos e lucros de
sociedades, descontos, gios, transferncias, oscilaes, cambiais e prmios de
emisso de obrigaes;
e) De remuneraes auferidas pelo exerccio de cargos sociais noutras empresas;
f) De rendimentos da propriedade industrial, intelectual ou outros anlogos;
g) Da prestao de servios de carcter administrativo, comercial, tcnico e de
investigao.
2. So tambm havidos como proveitos ou ganhos:
a) Os valores de construes, equipamentos ou outros bens de investimento produzidos
e utilizados na prpria empresa, na exacta medida em que os respectivos encargos sejam
considerados custos do exerccio;
b) As indemnizaes que, de algum modo, representem compensao dos proveitos ou
ganhos que deixaram de ser obtidos, bem como as mais-valias realizadas, contabilizadas
ou no, o lucro obtido com as cesses de interesses e quaisquer variaes patrimoniais
positivas no reflectidas nos resultados;
c) Os proveitos diferidos relativos diferena negativa (badwill) entre o valor de
aquisio e o valor dos custos a recuperar acrescido do valor lquido dos restantes
activos. Este proveito tributado medida e na exacta proporo em que forem sendo
recuperados os custos que lhe esto adjacentes.
3. So ainda considerados proveitos fiscais, nos termos deste artigo, os seguintes:
a) As receitas brutas de quaisquer indemnizaes de seguros;
b) Quaisquer ajustamentos ou abatimentos feitos pelos fabricantes, fornecedores ou
seus agentes, recebidos pelos contribuintes e pelas suas afiliadas relativamente ao
material defeituoso, cujo custo tenha sido anteriormente considerado como custo fiscal nos termos do artigo 21.;
c) As receitas recebidas de terceiros pelo uso de bens e activos adquiridos pelos
contribuintes para utilizao exclusiva nas operaes petrolferas;
d) As rendas, reembolsos, outros crditos, bem como as indemnizaes decorrentes
de qualquer natureza, nomeadamente as provenientes de sentena judicial ou deciso
arbitral, recebidas pelos contribuintes.
502
Artigo 21.
(Custos ou perdas dedutveis)
1. Consideram-se custos ou perdas imputveis ao exerccio os que, dentro dos limites considerados razoveis pelo Ministrio das Finanas tendo em conta a prtica comum da
indstria petrolfera internacional e a legislao angolana aplicvel, se tornou indispensvel despender para a obteno dos proveitos ou ganhos sujeitos a imposto e para a
manuteno da fonte produtora, designadamente os seguintes:
a) Os encargos com a actividade bsica, acessria ou complementar, relativos produo
ou aquisio de quaisquer bens ou servios, tais como:
I) As despesas com o pessoal, que incluem:
i) A totalidade dos salrios e vencimentos, incluindo gratificaes e prmios
dos trabalhadores empregues pelos contribuintes e directamente integrados
nas operaes petrolferas, desde que justificados atravs de folhas de afectao de tarefas, as quais registam o tempo expendido do pessoal nas operaes
petrolferas, em tempo integral ou parcial e por projecto;
ii) As despesas respeitantes a frias, feriados, trabalho extraordinrio, pagamentos
por doena e incapacidades, aplicveis aos salrios e vencimentos imputveis nos
termos do nmero anterior;
iii) As contribuies e outros encargos de natureza social, aplicveis aos salrios
e vencimentos imputveis de acordo com o estabelecido no n. i), acima, devidos
pelas entidades sujeitas ao presente imposto, nos termos da lei aplicvel;
iv) As despesas de carcter social em benefcio dos trabalhadores do contribuinte,
desde que aprovadas pelo Ministrio dos Petrleos;
v) As despesas efectuadas pelos contribuintes nos programas de formao do
pessoal angolano integrado nas operaes petrolferas e em outros planos de
formao, desde que aprovados pelo Ministrio dos Petrleos;
vi) As despesas relacionadas com os planos estabelecidos para seguros de vida,
assistncia mdica, penses, outras regalias ou benefcios laborais de natureza
semelhante desde que concedidos generalidade dos trabalhadores do contribuinte, nos termos das suas polticas internas aprovadas pelo Ministrio dos
Petrleos e da legislao angolana aplicvel;
vii) As despesas consideradas razoveis de viagem, alojamento e subsistncia e despesas pessoais dos trabalhadores, incluindo aquelas realizadas como resultado de
viagens e recolocaes dos trabalhadores no residentes afectos s operaes petrolferas realizadas pelos contribuintes na Repblica de Angola, desde que estejam de
acordo com a prtica normal na indstria petrolfera internacional e conforme com
a legislao angolana aplicvel;
viii) As despesas de viagem das famlias dos trabalhadores pagas pelos contribuintes
de acordo com as suas polticas e prticas internas de transporte do pessoal, as quais
devem estar conforme com a prtica normal da indstria petrolfera internacional e
com a legislao angolana aplicvel;
503
ix) As despesas de viagem inerentes ao retorno aos pases de origem dos trabalhadores no residentes e seu agregado familiar.
II) Os custos dos materiais, de acordo com as seguintes regras:
i ) O material novo ou usado adquirido para uso nas operaes petrolferas, avaliado ao preo da factura deduzido de todos os descontos comerciais e abatimentos, despesas de seguro, fretes e manuseamento entre o ponto de fornecimento
e o ponto de destino, direitos aduaneiros, impostos, taxas e outras imposies
aplicveis sobre a mercadoria importada.
1. - No caso de material adquirido a terceiros, o seu valor no deve exceder os preos
que geralmente prevalecem no mercado livre em transaces imparciais e sem favoritismo para material da mesma qualidade disponvel em tempo oportuno, tendo em
conta o frete e os outros custos afins.
2. - No caso de material adquirido a afiliadas da Concessionria Nacional ou dos contribuintes, o seu valor deve, para material comparvel, ser o menor dos valores entre o
preo de custo para tais afiliadas e o preo geralmente prevalecente no mercado livre
para transaces imparciais e sem favoritismo.
ii) O material novo ou usado para uso das operaes petrolferas s considerado
custo fiscal na medida em que seja consistente com uma operao prudente, eficiente e econmica, razoavelmente necessrio num futuro previsvel e desde que sejam
evitadas existncias em excesso.
III) Os encargos de servios que incluem:
i) O
s contratos com terceiros, entendendo-se como tais os custos reais dos contratos
de servios tcnicos e outros celebrados no mbito das operaes petrolferas pelos contribuintes com terceiros no afiliados destes ou da Concessionria Nacional,
desde que os preos pagos pelos contribuintes sejam competitivos com os que geralmente so praticados no mercado internacional ou local para trabalhos e servios
similares;
ii) Os servios de assistncia tcnica e administrativa no mbito das operaes
petrolferas prestados por uma afiliada da Concessionria Nacional ou dos contribuintes nos termos estabelecidos no contrato respectivo;
iii) Os outros servios prestados pelos contribuintes ou suas afiliadas, desde que
os preos no sejam superiores aos preos mais favorveis praticados por terceiros
para servios similares.
IV) As despesas de transporte dos materiais e aprovisionamentos necessrios para
a execuo das operaes petrolferas;
b) Os encargos de natureza administrativa referentes s despesas gerais e administrativas
incorridas em Angola pelos contribuintes, quando operadores, relativos manuteno
dos seus escritrios, instalaes de apoio s operaes petrolferas e s residncias afectas
s mesmas;
c) As reintegraes e amortizaes dos custos nos termos previstos no artigo 23.;
d) As rendas pagas a terceiros pela ocupao de imveis necessrios execuo das
operaes petrolferas;
504
e) Os custos dos servios de gesto de riscos das operaes petrolferas contratados nos
termos do Decreto n. 39/01, de 22 de Junho, do respectivo diploma regulamentar e da
legislao angolana aplicvel. Incluem-se nestes custos, todas as despesas com o financiamento de riscos, fundeamento de fundos de penses e de fundos de abandono.
1. - Os custos ou prejuzos sofridos como consequncia de acidentes ou danos ocorridos
durante as operaes petrolferas apenas so fiscalmente dedutveis na parte no coberta
pelos contratos de seguro celebrados nos termos indicados.
2. - Se no se implementarem as actividades de gesto de riscos nos termos anteriormente referidos, todos os custos suportados no pagamento de quaisquer perdas,
reclamaes, prejuzos ou sentenas, bem como de quaisquer despesas, incluindo a
prestao de servios jurdicos, no so custos fiscais.
f) As despesas decorrentes de litgios, servios jurdicos e outros servios afins necessrios ou apropriados para a obteno, conservao e proteco da rea da concesso, bem
como os servios jurdicos e outros servios afins com a instaurao ou a defesa de aces
judiciais ou reclamaes relativas s operaes petrolferas.
nico - Quando os servios jurdicos forem prestados com relao aos assuntos referidos
na alnea f) por advogados efectivos ou avenados de uma afiliada do contribuinte, os
respectivos custos recaem no mbito da assistncia tcnica e administrativa indicada em
ii) do iii) da alnea a) do n. 1 deste artigo.
g) As perdas ou prejuzos sofridos durante o ano social que no tenham sido susceptveis
de serem cobertos ou compensados por seguro ou outra qualquer forma, desde que no
resultem de falta grave, negligncia grave ou dolo do contribuinte ou de quem actue por
conta deste;
h) As despesas com a limpeza e restaurao do ambiente, desde que no resultem de
falta grave, negligncia grave ou dolo do contribuinte ou de quem actue por conta
deste e se forem incorridas de acordo com a legislao em vigor;
i) Todos os impostos, contribuies, encargos, taxas ou qualquer outra obrigao de
natureza tributria relacionada com as operaes petrolferas, devidos e pagos pelo
contribuinte, com excepo do imposto sobre o rendimento do petrleo;
j) As perdas provenientes de pedidos de indemnizao contra o contribuinte, designadamente destruies ou diferenas de inventrio sofridas durante o exerccio, resultantes de
eventos aleatrios cujo risco no seja segurvel e no resultem de falta grave, negligncia
grave ou dolo do contribuinte ou de quem actue por conta deste;
k) as dvidas incobrveis resultantes da actividade normal do contribuinte quando
reconhecidas como tais pelo tribunal competente.
2. Podem tambm ser aceites como custos fiscais, aps prvia autorizao dos Ministros das Finanas e dos Petrleos, os juros e outros encargos relativos a emprstimos e financiamentos efectivamente pagos, destinados a operaes petrolferas
de desenvolvimento e produo, quando contrados em bancos ou casas de crdito
situados em territrio nacional.
3. Salvo o disposto no artigo 22., podem ainda ser aceites como custos fiscais, nos termos
a regulamentar pelos Ministrios das Finanas e dos Petrleos, os seguintes:
505
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507
g) Os custos que advenham dos danos causados por falta grave, negligncia grave ou
dolo do contribuinte ou de quem actue por conta deste;
h) As indemnizaes pagas Concessionria Nacional a ttulo de clusula penal;
i) Os juros pagos a scios, ainda que sejam de suprimentos;
j) As importncias relativas a gratificaes, ofertas, regalias, vencimentos ou honorrios
atribudos a scios ou accionistas do contribuinte, na parte em que tais remuneraes
excedam a maior remunerao atribuda a trabalhadores no scios;
k) As despesas de carcter pessoal de scios ou accionistas do contribuinte;
l) As despesas de representao, ainda que escrituradas sob qualquer outro ttulo e devidamente documentadas, na parte em que a administrao fiscal as repute exageradas.
Artigo 23.
(Apuramento dos custos fiscais)
1. O apuramento dos custos fiscais para determinao do rendimento tributvel nas
sociedades comerciais, associaes em participao ou quaisquer outras formas de
associao, bem como nos contratos de servio com risco, processa-se de acordo com
as seguintes regras:
a) Os custos a seguir indicados so amortizados ou reintegrados taxa uniforme de
16.666%, a partir do incio do ano em que forem efectuados ou do ano em que se verificar
a primeira produo comercial de petrleo, consoante o que mais tarde ocorrer:
i) Custos suportados com as operaes de pesquisa, incluindo os custos de sondagem de poos secos ou produtivos, de petrleo bruto ou gs natural e os custos de
servios prestados por terceiros;
ii) Custos suportados com a perfurao de poos de desenvolvimento, incluindo os
relativos a servios prestados por terceiros;
iii) Custos suportados com as instalaes de produo, transporte, stockagem e de
suporte a estas actividades incluindo os servios prestados por terceiros.
1. - O valor dos mveis e imveis sobre o qual se determinar o montante das dedues por desgaste ou desuso e o montante das dedues por imveis destrudos e no
cobertos por seguros o custo original dos mesmos, aumentado do montante das
aquisies subsequentes da mesma natureza, incluindo as grandes reparaes e abatido de perdas, prejuzos e destruies sofridos e do desgaste, depreciao e desuso j
aceites e considerados em anos anteriores.
2. - Se em qualquer momento, a Concessionria Nacional adquirir gratuitamente a propriedade de quaisquer activos que se encontravam em regime de compropriedade com as
suas associadas e que no estejam integralmente amortizados, prossegue-se a amortizao desses activos mas apenas na proporo da sua anterior participao na titularidade
dos mesmos e relativamente ao valor no amortizado data da aquisio.
iv) Encargos suportados com as cesses de interesses participativos por parte das
associadas da Concessionria Nacional, relativos diferena entre o preo de aquisio e o valor dos custos capitalizados acrescido do valor lquido dos restantes activos
508
(valor de trespasse ou goodwill), desde que essa diferena tenha sido tributada na
esfera do cedente.
b) Os encargos suportados no perodo anterior ao ano do incio da produo so acumulados e so capitalizados no referido ano, sendo o valor anual da sua amortizao calculado
taxa uniforme de 25% ao longo de um perodo de quatro anos contados a partir de 1 de
Janeiro do sobredito ano;
c) Quando no fecho de contas de cada ano se verificar que o total de desembolsos e despesas que, ao abrigo deste artigo, permitido deduzir no cmputo do rendimento lquido
tributvel do ano excede o rendimento bruto anual obtido das operaes mencionadas no
artigo 20., tal excesso transportado para os anos seguintes e considerado nos mesmos
como uma deduo adicional ao cmputo do rendimento lquido tributvel. Tal deduo
adicional deve ser considerada, tanto quanto possvel, no primeiro subsequente ano tributvel e, no caso de no poder ter lugar nesse ano, no ano tributvel seguinte e assim
sucessivamente, mas no excedendo cinco anos e s pode efectuar-se desde que se verifique pelo sistema de contabilidade usado que essas importncias no foram j deduzidas
por outra forma.
2. O apuramento dos custos fiscais, para efeito de determinao do rendimento tributvel,
nos contratos de partilha de produo, processa-se de acordo com as seguintes regras:
a) O levantamento e a livre disposio do petrleo para recuperao de custos limitam-se,
em cada ano, a uma percentagem mxima do total do petrleo produzido e arrecadado
em cada rea de desenvolvimento, conforme for estabelecido no respectivo contrato de
partilha de produo;
b) As despesas de pesquisa so recuperveis a partir do saldo no utilizado do petrleo
para recuperao dos custos, existente em cada rea de desenvolvimento, aps recuperao das despesas de produo, das despesas de desenvolvimento e das despesas de administrao e servios, com sujeio ao montante mximo de petrleo para a recuperao
dos custos, indicado na alnea anterior. Em cada ano, as despesas de pesquisa so recuperveis, em primeiro lugar, a partir de qualquer saldo de petrleo para recuperao dos
custos, obtido da rea de desenvolvimento na qual mais recentemente tenha havido uma
descoberta comercial e seguidamente qualquer saldo do total das despesas de pesquisa
ainda no recuperado, recupervel a partir das reas de desenvolvimento com datas
de descoberta comercial sucessivamente mais recentes. As despesas de pesquisa no so
contabilizadas como activo imobilizado e, por esse facto, no so amortizadas;
c) As despesas de desenvolvimento so contabilizadas da forma seguinte:
i) As despesas de desenvolvimento em cada rea de desenvolvimento so apenas
recuperadas a partir do petrleo para recuperao de custos dessa rea de desenvolvimento. Estas despesas so contabilizadas como activo imobilizado e os seus montantes, acrescidos do prmio de investimento estabelecido no respectivo contrato de
partilha de produo, so amortizadas taxa de 25% ao ano, com incio no ano em
que forem efectuadas ou com incio no ano em que comear a exportao de petrleo
da rea de desenvolvimento, consoante o que mais tarde ocorrer;
ii) Tratando-se de despesas de desenvolvimento referentes a obras ou projectos especficos cuja construo ou execuo se prolongue por mais de um ano, a amortizao
509
de tais despesas s iniciada no ano da sua concluso e a sua classificao como imobilizado firme, ocorre ento;
iii) As despesas de desenvolvimento comuns a mais de uma rea de desenvolvimento, so repartidas pelas referidas reas de desenvolvimento com base na
proporcionalidade da produo anual de cada rea de desenvolvimento, aps
a respectiva imputao das despesas de administrao e servios nos termos
indicados na alnea e) deste artigo;
d) As despesas de produo so contabilizadas da seguinte forma:
i) As despesas de produo em cada rea de desenvolvimento so apenas recuperadas
a partir do petrleo para recuperao de custos da mesma rea de desenvolvimento e
so contabilizadas como encargos do ano;
ii) As despesas de produo comuns a mais de uma rea de desenvolvimento so repartidas pelas referidas reas de desenvolvimento com base na proporcionalidade da
produo anual de cada rea de desenvolvimento, aps a respectiva imputao das
despesas de administrao e servios nos termos indicados na alnea e) deste artigo;
iii) As despesas de produo podem incluir uma proviso para os custos de abandono,
cujos limites so calculados e contabilizados de acordo com as regras estabelecidas nos
contratos celebrados entre a Concessionria Nacional e as suas associadas;
e) As despesas de administrao e servios so contabilizadas da seguinte forma:
i) A parte das despesas de administrao e servios referente construo ou aquisio de instalaes ou quaisquer activos fsicos para apoio logstico e administrativo genrico das actividades de pesquisa, desenvolvimento e produo, que pela sua
natureza especfica, elevado valor ou lenta extino sejam susceptveis de serem
capitalizadas, so contabilizadas como activo imobilizado;
ii) As despesas referidas no nmero anterior so amortizadas taxa de 25% ao ano,
com incio no ano em que foram efectuadas ou com incio no ano em que comear
a exportao do petrleo da rea da respectiva concesso, consoante o que mais
tarde ocorrer;
iii) Tratando-se de despesas de administrao e servios referentes a obras ou projectos especficos cuja construo ou execuo se prolongue por mais de um ano, a
amortizao de tais despesas s iniciada no ano da sua concluso e a sua classificao
como imobilizado firme, ocorre ento;
iv) As despesas de administrao e servios que no possam ser contabilizadas como
activo imobilizado em funo do seu valor, intangibilidade ou rpida extino atravs
do consumo, so contabilizadas como encargos do ano;
v) Para efeitos de apuramento dos custos fiscais dedutveis para a determinao do
rendimento tributvel, as despesas de administrao e servios so imputadas em
cada ano s despesas de pesquisa, desenvolvimento e produo, da forma seguinte:
i) O montante de amortizao anual das despesas de administrao e servios contabilizadas como activo imobilizado nos termos desta alnea, afectado s despesas
de pesquisa, desenvolvimento e produo, proporcionalmente s despesas directas
anuais em cada uma dessas actividades;
510
ii) O montante das despesas de administrao e servios contabilizadas como encargos do ano de acordo com IV) desta alnea, afectado s despesas de pesquisa,
desenvolvimento e produo segundo o mtodo indicado no nmero anterior;
iii) A afectao das despesas de administrao e servios feita nos termos dos
nmeros anteriores considerada como um custo indirecto das actividades de
pesquisa, desenvolvimento e produo;
iv) Para efeitos de deduo fiscal das despesas de desenvolvimento, a afectao
da amortizao das despesas de administrao e servios contabilizadas como
activo imobilizado, adicionada s despesas directas de desenvolvimento e o
total multiplicado pelo prmio de investimento referido em I) da alnea c) do
n. 2 deste artigo;
f) Os materiais adquiridos pelo contribuinte para a execuo do programa de trabalho e oramento em cada ano, cuja utilizao no seja imediata nas operaes
petrolferas na respectiva rea de concesso, so contabilizados na rubrica de existncias e s so imputados s actividades de pesquisa, desenvolvimento, produo
e administrao e servios na proporo da sua efectiva utilizao ou consumo em
benefcio das operaes petrolferas;
g) Os materiais classificados pelo contribuinte como peas de reserva estratgica,
constituindo um aprovisionamento de segurana para garantia da boa conduo
das operaes petrolferas, so imputados s despesas de pesquisa, desenvolvimento, produo e administrao e servios de acordo com os termos estabelecidos no
contrato de partilha de produo respectivo;
h) Os encargos suportados com as cesses de interesses participativos por parte das
associadas da Concessionria Nacional relativos diferena entre o preo de aquisio
e o valor dos custos a recuperar acrescido do valor lquido dos restantes activos (valor
de trespasse ou goodwill), so considerados despesas de desenvolvimento e como tal
contabilizadas, no lhes sendo, no entanto, aplicado qualquer prmio de investimento
estabelecido no contrato de partilha de produo respectivo, desde que essa diferena
tenha sido tributada na esfera do cedente;
i) Na medida em que o limite de petrleo para recuperao de custos de um determinado
ano for insuficiente para permitir a completa deduo dos custos recuperveis no ano
em questo de acordo com os termos do respectivo contrato de partilha de produo, a
parte no recuperada dos custos que competiam a esse ano transportada para os anos
subsequentes;
j) Caso se verifique insuficincia de petrleo para a recuperao das despesas incorridas
numa determinada concesso, tais despesas permanecem como no recuperadas;
k) Se em qualquer momento, a Concessionria Nacional adquirir gratuitamente a
propriedade de quaisquer activos que se encontravam em regime de compropriedade
com as suas associadas e que no estejam integralmente amortizados, prossegue a
amortizao desses activos mas apenas na proporo da sua anterior participao na
titularidade dos mesmos e relativamente ao valor no amortizado data da aquisio.
511
Artigo 24.
(Livros)
1. Os contribuintes abrangidos pela presente lei obrigam-se a manter a escrita nos termos
estabelecidos na legislao comercial e demais legislao contabilstica aplicvel.
2. Na elaborao da escrita prevista no nmero anterior no so permitidos atrasos
superiores a 90 dias.
3. Os contribuintes podem isentar-se da obrigatoriedade de escriturar os livros exigidos
neste artigo, desde que apresentem Repartio Fiscal competente os elementos contabilsticos adequados, datados e assinados por dois responsveis, para que aquela os
autentique.
4. Os elementos contabilsticos autenticados nos termos do nmero anterior, so arquivados pelos contribuintes e tm o mesmo valor dos livros que substiturem, para efeitos
do disposto na presente lei.
5. Desde que o procedimento adequado seja o da autenticao dos elementos contabilsticos, no h lugar a pagamento do imposto de selo.
6. Os contribuintes devem organizar o conservar a sua escrita de modo a que se possa
apurar de forma inequvoca e controlar o rendimento tributvel, com inteira observncia das disposies da presente lei.
7. O Ministro das Finanas pode tornar obrigatria, por decreto executivo, a existncia
de determinados livros, documentos ou outros elementos da escrita, bem como a observncia de certas normas na sua arrumao.
Artigo 25.
(Centralizao da contabilidade)
obrigatria a centralizao na sua sede ou direco efectiva situada no pas, da contabilidade de todas as operaes realizadas na sede, nas filiais, sucursais ou dependncias
dos contribuintes, devendo observar-se o princpio da independncia dos encargos e das
obrigaes tributrias constante do artigo 5. da presente lei.
Artigo 26.
(Declarao fiscal)
1. Para efeitos de apuramento do rendimento tributvel do imposto sobre o rendimento do
petrleo, os contribuintes ficam obrigados a apresentar na Repartio Fiscal competente
e nos prazos a seguir indicados, uma declarao em sextuplicado, conforme modelos 1,
2, 3, 4 e 5, em anexo, para liquidao dos encargos tributrios previstos nesta lei com
excepo da contribuio para a formao de quadros angolanos:
a) Durante o ms de Maro de cada ano, tratando-se da liquidao definitiva;
b) No caso de liquidao provisria, conforme previsto no n. 2 do artigo 59.
2. Os exemplares da declarao referida no nmero anterior, depois de verificados e
recebidos pela Repartio Fiscal competente, destinam-se:
512
513
iv) O preo unitrio da venda (em moeda nacional e dlares dos Estados Unidos da
Amrica e sistema mtrico decimal);
v) A importncia da venda (em moeda nacional e dlares dos Estados Unidos da
Amrica);
vi) Uma relao discriminativa das importncias e sua designao consideradas
como encargos na escrita do contribuinte, mas que, em obedincia ao disposto
no artigo 22., no se deduziram receita bruta na declarao fiscal apresentada;
g) Um relatrio tcnico onde, com base em mapas discriminativos, deve ser comentado
sucintamente o seguinte:
i) As reintegraes e amortizaes contabilizadas com indicao do mtodo utilizado, da taxa aplicada e dos valores iniciais e actuais dos diversos elementos sobre
que aqueles recarem;
ii) As alteraes sofridas pelas existncias de todas as categorias e os critrios que
presidiram sua valorimetria;
iii) As provises constitudas ou as alteraes nelas ocorridas;
iv) Os crditos incobrveis verificados;
v) As mais valias realizadas ou contabilizadas e o lucro obtido com as cesses de
interesses;
vi) Os gastos gerais de administrao com especial referncia s remuneraes de
qualquer espcie atribudas aos corpos gerentes, bem como todas as despesas de
representao suportadas durante o exerccio;
ii) As mudanas nos critrios de imputao de custos ou atribuio dos proveitos
v
s diferentes actividades ou estabelecimentos do contribuinte;
iii) Os demais gastos do contribuinte com as operaes petrolferas, bem como
v
os relativos ao seu funcionamento geral e em especial os provenientes de dbitos
processados do exterior do pas;
i x) Outros elementos reputados de interesse justa determinao do rendimento
tributvel e ao esclarecimento do balano e da conta de resultados do exerccio,
especialmente se esta no contiver as contas necessrias a uma anlise adequada
dos proveitos ou ganhos e dos custos ou perdas.
2. No estando aprovadas as contas, pode o contribuinte requerer ao chefe da Repartio
Fiscal competente, um prazo adicional no superior a 30 dias, para o efeito, indicando os
motivos que a tal obstaram. Se a aprovao das contas tiver sido efectuada judicialmente,
deve o contribuinte juntar um documento comprovativo do facto.
Artigo 28.
(Fixao da matria colectvel)
1. A fixao da matria colectvel para efeitos do imposto sobre o rendimento do petrleo
feita pela comisso de fixao referida no artigo seguinte, com base na declarao do
contribuinte e nos documentos que a acompanham.
514
515
Artigo 31.
(Funes do Presidente da Comisso de Fixao)
1. O chefe da Repartio Fiscal competente, na qualidade de presidente da Comisso de
Fixao, promove as reunies desta e dirige os seus trabalhos.
2. De todas as sesses se lavram actas, em livro prprio, cuja elaborao fica a cargo de
um funcionrio a designar pelo chefe da Repartio Fiscal competente.
Artigo 32.
(Decises da Comisso de Fixao)
1. As decises da Comisso de Fixao so tomadas por maioria de votos.
2. Os vogais so sempre convocados por escrito com, pelo menos, 20 dias de antecedncia
para tomarem parte nas reunies, indicando-se-lhes o dia e hora das mesmas.
3. Se hora marcada faltar algum dos vogais, a reunio adiada para uma hora depois
da inicialmente estabelecida. Caso a reunio da Comisso de Fixao se realize sem a
presena do vogal, as decises tomadas no podem ser impugnadas por motivo da sua
ausncia.
Artigo 33.
(Notificao das decises da Comisso de Fixao)
O chefe da Repartio Fiscal competente notifica o contribuinte da fixao da matria
colectvel at 15 dias aps a concluso dos trabalhos da Comisso de Fixao.
Artigo 34.
(Comisso de Reviso)
1. Da fixao da matria colectvel notificada pela comisso, a que se refere o artigo
anterior, pode o contribuinte reclamar para uma Comisso de Reviso, at 30 dias
contados a partir da data de recepo da notificao.
2. A Comisso de Reviso constituda pelas seguintes entidades:
a) O Director Nacional dos Impostos, que preside e tem voto de qualidade;
b) Um representante do Ministrio dos Petrleos, na qualidade de seu vogal delegado;
c) Dois representantes do contribuinte, na qualidade de seus vogais delegados, a indicar
por este no requerimento da sua reclamao.
3. A Comisso de Reviso funciona na Direco Nacional de Impostos e assistida por um
funcionrio designado pelo Director Nacional de Impostos, que desempenha funes de
secretrio, cabendo-lhe lavrar as actas e fazer o expediente necessrio de todo o servio
que considerado confidencial.
516
Artigo 35.
(Apresentao da reclamao)
1. A reclamao deve ser entregue na Repartio Fiscal onde foi proferida a deciso
da Comisso de Fixao, devendo, o respectivo chefe faz-la subir no prazo de oito
dias e confidencialmente ao Director Nacional de Impostos acompanhada de todos
os elementos relativos fixao.
2. A reclamao e os documentos que a acompanham esto sujeitos a imposto do selo e
so assinados pelo prprio requerente.
Artigo 36.
(Convocatria da Comisso de Reviso)
1. Recebida a reclamao, o presidente da Comisso de Reviso marca o dia e hora da
reunio, fazendo expedir por ofcio as comunicaes necessrias aos vogais delegados.
2. So aplicveis s comisses de reviso o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 32.
Artigo 37.
(Competncia da Comisso de Reviso)
1. da competncia da Comisso de Reviso apreciar e decidir os factos reclamados,
corrigindo ou confirmando-os e fixando definitivamente a matria colectvel do
requerente.
2. Quanto s decises da Comisso de Reviso deve observar-se o disposto no n. 1 do
artigo 32.
Artigo 38.
(Prazo para deliberao da Comisso de Reviso)
As reclamaes para a Comisso de Reviso devem ser por esta decididas impreterivelmente
at 31 de Dezembro do 2. ano seguinte ao exerccio a que disserem respeito.
Artigo 39.
(Notificao das decises da Comisso de Reviso)
1. O Director Nacional dos Impostos notifica o contribuinte das decises proferidas at
10 dias contados a partir da data da deliberao.
2. Quando o pedido de reviso for totalmente desatendido, o contribuinte paga a ttulo
de custas administrativas uma importncia no superior a 5% sobre o valor negado.
Artigo 40.
(Recurso contencioso)
1. Da deciso da Comisso de Reviso, de que tratam os artigos anteriores, no cabe
reclamao ou recurso quanto ao montante do rendimento tributvel fixado, mas
517
SECO III
(Taxa)
Artigo 41.
(Taxas)
As taxas do imposto sobre o rendimento do petrleo so as seguintes:
a) No caso de a Concessionria Nacional no se associar a nenhuma entidade, bem como
nas sociedades comerciais, associaes em participao ou quaisquer outras formas
de associao e nos contratos de servio com risco, celebrados com a Concessionria
Nacional, a taxa de 65.75%;
b) Nos contratos de partilha de produo, a taxa de 50%.
SECO IV
(Liquidao)
Artigo 42.
(Liquidao)
A liquidao do imposto sobre o rendimento do petrleo deve processar-se nos termos
do artigo 59. da presente lei.
518
SECO V
(Incentivos fiscais)
Artigo 43.
(Prmios de investimento)
1. Para alm do incentivo referido no I) da alnea c) do n. 2 do artigo 23. o Governo,
a pedido devidamente fundamentado dos Ministrios dos Petrleos e das Finanas,
pode aprovar a atribuio de prmios de investimento, cujo montante e condies
constam dos respectivos diplomas de concesso.
2. Os incentivos propostos pelos Ministrios dos Petrleos e das Finanas a que se refere
o nmero anterior devem ser-lhes submetidos pela Concessionria Nacional e obedecer
aos seguintes critrios:
a) Economicidade do contrato;
b) Potencial geolgico da concesso.
CAPTULO III
Imposto de Transaco do Petrleo
Artigo 44.
(Incidncia)
O imposto de transaco do petrleo incide sobre o rendimento tributvel calculado nos
termos das alneas a) e b) do n. 1 do artigo 23. da presente lei e obedece ainda s regras
previstas nos artigos seguintes.
nico - O petrleo produzido ao abrigo dos contratos de partilha de produo, no est
sujeito ao imposto de transaco do petrleo previsto nesta lei.
Artigo 45.
(Encargos dedutveis)
1. Para alm dos custos ou perdas dedutveis previstas no artigo 21. permitido deduzir
os seguintes encargos, no clculo do rendimento tributvel:
a) Um prmio de produo, sobre os volumes de petrleo bruto e gs lquido tidos em
conta no clculo do rendimento bruto;
b) Um prmio de investimento que corresponde a uma dada percentagem das
importncias investidas e capitalizadas em cada ano fiscal a partir de 1 de Janeiro
do ano do incio da produo.
2. O prmio de produo e o prmio de investimento so fixados nos respectivos diplomas
de concesso.
519
Artigo 46.
(Custos no dedutveis)
Para alm dos custos ou perdas no dedutveis previstos no artigo 22., no permitido
deduzir os seguintes encargos no clculo do rendimento tributvel:
a) Imposto sobre a produo do petrleo;
b) Imposto de transaco do petrleo;
c) taxa de superfcie;
d) Contribuio para formao de quadros angolanos;
e) Custos de financiamento, incluindo os juros e outros encargos.
Artigo 47.
(Declarao)
1. Os contribuintes sujeitos ao imposto de transaco do petrleo devem apresentar
na Repartio Fiscal competente uma declarao em sextuplicado, de acordo com o
modelo 3 em anexo.
2. Os exemplares da declarao referida no nmero anterior, depois de verificados e
recebidos pela Repartio Fiscal competente, destinam-se:
a) Dois para o processo da respectiva repartio;
b) Um para a Direco Nacional de Impostos;
c) Um para o Ministrio dos Petrleos;
d) Um para a Concessionria Nacional;
e) Um para o contribuinte.
3. Os contribuintes devem apresentar a declarao a que se refere este artigo dentro dos
seguintes prazos:
a) No caso de liquidao provisria, o previsto no n. 2 do artigo 59.;
b) No caso de liquidao definitiva, no decurso do ms de Maro de cada ano.
Artigo 48.
(Taxa)
A taxa do imposto de transaco do petrleo de 70%.
Artigo 49.
(Liquidao)
A liquidao do imposto de transaco do petrleo deve processar-se nos termos do
artigo 59. da presente lei.
520
CAPTULO IV
Taxa de Superfcie
Artigo 50.
(Incidncia)
A taxa de superfcie incide sobre a rea de concesso ou sobre as reas de desenvolvimento, caso o contrato celebrado nos termos da Lei das Actividades Petrolferas
preveja a sua existncia.
Artigo 51.
(Declarao)
1. Os contribuintes sujeitos a taxa de superfcie devem apresentar na Repartio Fiscal
competente uma declarao em sextuplicado de acordo com o modelo 4 em anexo.
2. Os exemplares da declarao referida no nmero anterior, depois de verificados e
recebidos pela Repartio Fiscal competente, destinam-se:
a) Dois para o processo da respectiva repartio;
b) Um para a Direco Nacional de Impostos;
c) Um para o Ministrio dos Petrleos;
d) Um para a Concessionria Nacional;
e) Um para o contribuinte.
3. Os contribuintes devem apresentar a declarao a que se refere este artigo, dentro do
prazo estabelecido para o pagamento previsto no artigo 53.
4. Os contribuintes apresentam em anexo declarao, prevista no n. 2 deste artigo,
um documento emitido pela Concessionria Nacional certificando a dimenso da
rea sujeita taxa de superfcie.
Artigo 52.
(Liquidao)
A taxa de superfcie corresponde, em moeda nacional, ao valor equivalente USD 300,00,
por Km2 e devida pelas associadas da Concessionria Nacional.
Artigo 53.
(Pagamento)
A taxa de superfcie paga anualmente na Repartio Fiscal competente e nas seguintes
datas:
a) Nas concesses onde no se prev a existncia de reas de desenvolvimento, durante
o ms seguinte ao da atribuio da respectiva concesso;
b) Nas concesses onde se prev a existncia de reas de desenvolvimento, durante o
ms seguinte ao da declarao de cada descoberta comercial.
521
TTULO IV
Outros Encargos Tributrios
CAPTULO I
Regime da Concessionria Nacional
Artigo 54.
(Recebimentos da Concessionria Nacional)
1. A Concessionria Nacional deve entregar ao Oramento Geral do Estado as receitas
provenientes dos recebimentos da Concessionria Nacional.
2. A Concessionria Nacional pode reter at 10% das receitas mencionadas no nmero
anterior, para fazer face s despesas com a superviso e controlo das suas associadas
e das operaes petrolferas.
3. Para efeitos do estabelecido no nmero anterior, a Concessionria Nacional deve
apresentar na Repartio Fiscal competente uma declarao em quintuplicado, de
acordo com o modelo 5 em anexo, respeitante ao petrleo lucro recebido, bem como a
discriminao das despesas que se revelem indispensveis realizar para uma eficiente
fiscalizao e controlo das suas associadas e das operaes petrolferas.
4. Os exemplares da declarao referida no nmero anterior, depois de verificados e
recebidos pela Repartio Fiscal competente, destinam-se:
a) Dois para o processo da respectiva repartio;
b) Um para a Direco Nacional de Impostos;
c) Um para o Ministrio dos Petrleos;
d) Um para a Concessionria Nacional.
5. A Concessionria Nacional deve apresentar a declarao a que se refere este artigo,
dentro dos seguintes prazos:
a) No caso de liquidao provisria, o previsto no n. 2 do artigo 59.;
b) No caso de liquidao definitiva, no decurso do ms de Maro de cada ano.
6. A liquidao dos recebimentos da Concessionria Nacional deve processar-se nos termos
do artigo 59. da presente lei.
7. A Concessionria Nacional para alm de estar sujeita s inspeces previstas nos regulamentos do Ministrio das Finanas relacionadas com as receitas referidas neste artigo,
fica sujeita prestao anual de contas perante o Tribunal de Contas.
Artigo 55.
(Bnus contratuais e excesso sobre o preo limite)
1. Os bnus auferidos pela Concessionria Nacional nos termos dos contratos celebrados
ao abrigo da Lei das Actividades Petrolferas, bem como o excesso sobre o preo limite
previsto em alguns contratos de partilha de produo, no esto sujeitos ao regime da
presente lei.
522
CAPTULO II
Contribuio para formao de quadros angolanos
Artigo 57.
(Contribuio para formao de quadros angolanos)
1. As associadas da Concessionria Nacional esto sujeitas ao pagamento ao Estado de
uma contribuio para formao de quadros angolanos.
2. O Governo deve regular no prazo de 180 dias, por decreto-lei, o montante da contribuio para formao de quadros angolanos, bem como outras regras incluindo a sua
arrecadao.
3. O diploma referido no nmero anterior pode determinar a sua aplicao a outras
entidades directa ou indirectamente envolvidas nas operaes petrolferas.
TTULO V
Liquidao
Artigo 58.
(Previso de receitas)
1. Os contribuintes sujeitos aos encargos tributrios previstos nesta lei, com excepo da
contribuio para formao de quadros angolanos, devem apresentar na Repartio
Fiscal competente, at 30 de Novembro de cada ano, uma declarao em sextuplicado,
conforme modelos 1, 2, 3, 4 e 5 em anexo, sobre a previso de pagamentos a efectuar
relativamente ao exerccio seguinte.
2. Os exemplares da declarao referida no nmero anterior, depois de verificados e
recebidos pela Repartio Fiscal competente, destinam-se:
a) Dois para o processo da respectiva repartio;
b) Um para a Direco Nacional de Impostos;
c) Um para o Ministrio dos Petrleos;
d) Um para a Concessionria Nacional;
e) Um para o contribuinte.
523
524
TTULO VI
Cumprimento da Obrigao Fiscal
CAPTULO I
Cumprimento e Prazos
Artigo 62.
(Pagamento)
1. Os contribuintes sujeitos aos encargos tributrios previstos nesta lei, com excepo
da contribuio para formao de quadros angolanos e da taxa de superfcie, devem
efectuar o pagamento desses encargos no prazo fixado para a liquidao provisria,
conforme estabelecido no n. 2 do artigo 59. da presente lei.
2. O pagamento respeitante liquidao definitiva dos encargos referidos no nmero
anterior efectuado at 30 dias contados a partir da data de notificao da liquidao
definitiva.
3. Havendo lugar liquidao adicional, o contribuinte deve proceder ao pagamento do
imposto respectivo, at 15 dias contados a partir da data de notificao da liquidao
adicional.
Artigo 63.
(Editais)
Ficam dispensados os editais ou anncios quanto cobrana dos encargos tributrios
previstos na presente lei.
525
Artigo 64.
(Do processo e da sua confidencialidade)
1. Na Repartio Fiscal competente, h um processo para cada contribuinte abrangido
por esta lei, arquivando-se nele todos os documentos e elementos relativos determinao da matria colectvel para efeito de liquidao dos encargos tributrios
previstos na presente lei.
2. No processo a que se refere o nmero anterior, so igualmente registados os Documentos
de Arrecadao de Receitas, os quais do quitao aos encargos tributrios previstos na
presente lei.
3. Os funcionrios que revelarem ou fornecerem quaisquer elementos constantes do processo a que se refere o n. 1 deste artigo, respondem sob o ponto de vista disciplinar pela
quebra de sigilo, sem prejuzo de outras responsabilidades previstas na lei.
Artigo 65.
(Registos anuais)
Os encargos tributrios aplicveis a cada contribuinte, devem constar de registos
electrnicos anuais que mostram os valores da cobrana mensal dos mesmos, por
natureza de encargo e o respectivo valor acumulado.
CAPTULO II
Fiscalizao
Artigo 66.
(Fiscalizao)
1. As entidades referidas no artigo 3. ficam sujeitas fiscalizao nos termos previstos pela
Lei n. 1/04, de 13 de Fevereiro, Lei das Sociedades Comerciais, do Decreto n. 38/00, de
6 de Outubro e demais legislao aplicvel.
2. Para efeitos de fiscalizao dos encargos tributrios de que trata a presente lei, ficam
os servios pblicos, bem como os organismos de coordenao econmica, obrigados
a prestar Repartio Fiscal competente e Direco Nacional de Impostos todos os
elementos, informaes ou esclarecimentos que estejam ao seu alcance e lhes forem
solicitados referentes ao perodo a que se reportem as declaraes dos contribuintes.
3. Compete ao Director Nacional de Impostos supervisionar a observncia dos prazos
fixados na presente lei, bem como o bom funcionamento das comisses de fixao,
nos termos previstos no artigo 65. do Cdigo Geral Tributrio.
Artigo 67.
(Exames escrita)
1. Para efeitos tributrios a Repartio Fiscal competente deve determinar exames
escrita dos contribuintes abrangidos pela presente lei.
526
2. Sempre que se reconhea absoluta necessidade, tais exames podem ser extensivos
escrita de quaisquer sociedades ou entidades que tenham ligao com os contribuintes.
Artigo 68.
(Confidencialidade)
1. Todos os elementos relativos aos encargos tributrios de que trata a presente lei so
considerados de natureza confidencial.
2. Os contribuintes podem requerer certides de elementos relativos sua prpria colecta.
TTULO VII
Penalidades
Artigo 69.
(Falta de declarao)
1. A falta das declaraes dos contribuintes exigidas na presente lei, bem como
as omisses ou inexactides nelas praticadas ou nos documentos que as devem
acompanhar, so punidas com a multa em moeda nacional de valor equivalente
de USD 50 000,00 a USD 500 000,00, mas havendo dolo a multa igual ao dobro
do imposto no liquidado, com o mnimo em moeda nacional correspondente ao
valor de USD 500 000,00.
2. A falta de remessa de elementos de controlo exigidos por lei ou solicitados pela administrao fiscal, bem como as omisses ou inexactides neles verificados so punidos
com a multa em moeda nacional de valor equivalente a USD 100 000,00.
Artigo 70.
(Recusa de exibio de escrita)
1. A recusa de exibio da escrita e dos documentos com ela relacionados, assim como a
sua ocultao, destruio, inutilizao ou viciao punida de acordo com a gravidade do acto, com a multa em moeda nacional de valor equivalente de USD 500 000,00
a USD 5 000 000,00, sem prejuzo do procedimento criminal que no caso couber aos
directores, administradores, gerentes, membros do Conselho Fiscal, liquidatrios e
tcnicos de contabilidade que forem responsveis por tais actos.
2. As mesmas sanes so aplicadas no caso de no serem arquivados ou registados,
na forma e pelo tempo devidos, os livros de escriturao ou qualquer outra forma de
registo aprovada pela administrao fiscal e os documentos com eles relacionados.
3. Os contribuintes que no observarem na organizao da sua escrita as normas fixadas
pelo Ministrio das Finanas ou que obstruam ou por qualquer meio dificultem o servio
de fiscalizao dos agentes da administrao fiscal ou de quem actue em seu nome, so
punidos com a multa em moeda nacional de valor equivalente a USD 800 000,00.
4. Os contribuintes que deixarem atrasar a sua escrita por tempo superior a 90 dias so
punidos com multa em moeda nacional de valor equivalente a USD 800 000,00.
527
528
TTULO VIII
Reclamaes e Recursos
Artigo 76.
(Reclamaes e recursos)
Os contribuintes sujeitos aos encargos tributrios previstos nesta lei, podem reclamar e
recorrer dos actos praticados pela administrao fiscal, nos termos da lei.
TTULO IX
Disposies Finais e Transitrias
Artigo 77.
(Lei subsidiria)
Em tudo o que no estiver previsto na presente lei aplicado subsidiariamente o Cdigo
Geral Tributrio e demais legislao avulsa de natureza fiscal e administrativa.
Artigo 78.
(Competncia para liquidao e pagamento)
1. O Departamento de Regimes Especiais de Tributao da Direco Nacional de Impostos
substitui as reparties fiscais competentes para efeitos de liquidao provisria e definitiva dos encargos tributrios referidos no n. 1 do artigo 59. at deciso em contrrio do
Ministro das Finanas.
2. A Direco Nacional de Impostos designa a Repartio Fiscal em que se processam os
pagamentos previstos no artigo 62. dos encargos tributrios, enquanto a liquidao
se efectuar nos termos do n. 1 deste artigo.
Artigo 79.
(Taxa de superfcie)
O pagamento da taxa de superfcie que at data da entrada em vigor da presente lei era
feito Concessionria Nacional, passa a efectuar-se, a partir daquela data, na Conta nica
do Tesouro Nacional sujeito aos procedimentos constantes do Captulo IV do Ttulo III
desta lei.
Artigo 80.
(Declarao fiscal)
O Ministro das Finanas pode, por decreto executivo, alterar a declarao fiscal constante
dos modelos 1, 2, 3, 4 e 5 anexos, bem como introduzir novos modelos de declarao fiscal.
529
Artigo 81.
(Vigncia)
A presente lei s aplicvel s concesses petrolferas que venham a ser atribudas aps
a sua entrada em vigor, excepto quanto s matrias seguintes cuja aplicao tambm
obrigatria para as concesses existentes naquela data:
a) Mais valias realizadas ou contabilizadas e o lucro obtido com as cesses de interesses,
nos termos das alneas b), no respeitante s mais valias, e c), do n. 2 do artigo 20.
pargrafo IV da alnea a) do n. 1 do artigo 23. e alnea h) do n. 2 do artigo 23.;
b) Livros, nos termos do artigo 24.;
c) Centralizao da contabilidade, nos termos do artigo 25.;
d) Declarao fiscal, nos termos dos artigos 26. e 27.;
e) Fixao e reviso da matria colectvel, nos termos dos artigos 28., 29., 30., 31.,
32., 33., 34., 35., 36., 37., 38. e 39.;
f) Recurso contencioso, nos termos do artigo 40.;
g) Regime da Concessionria Nacional, nos termos dos artigos 54., 55. e 56.;
h) Contribuio para formao de quadros angolanos, nos termos do artigo 57.;
i) Liquidao, nos termos dos artigos 58., 59., 60, e 61.;
j) Cumprimento da obrigao fiscal, nos termos dos artigos 62., 63., 64. e 65.;
k) Fiscalizao, nos termos dos artigos 66., 67. e 68.;
l) Penalidades, nos termos dos artigos 69., 70., 71., 72., 73., 74. e 75.;
m) Reclamaes e recursos, nos termos do artigo 76.;
n) Disposies finais e transitrias, nos termos dos artigos 77., 78., 79. e 80..
Artigo 82.
(Revogao)
So revogadas todas as disposies legais que contrariem o disposto na presente lei, sem
prejuzo do disposto no artigo anterior.
Artigo 83.
(Dvidas e omisses)
As dvidas e omisses suscitadas pela interpretao e aplicao da presente lei so
resolvidas pela Assembleia Nacional.
Artigo 84.
(Entrada em vigor)
A presente lei entra em vigor a partir do dia 1 de Janeiro de 2005.
530
531
Impostos sobre
Actividades
Extractivas
Cdigo Mineiro
532
Cdigo Mineiro
LEI N. 31/11
DE 23 DE SETEMBRO
Angola possui no seu subsolo, abundantes e variados recursos minerais. A explorao e
aproveitamento racionais desses recursos constituem um importante meio de crescimento
e desenvolvimento econmico sustentados, contribuindo para o bem-estar e a felicidade das
geraes actuais e futuras.
Por razes ligadas nossa histria econmica e social e realidade do nosso sistema
jurdico, a actividade geolgica e mineira no petrolfera tem sido regulada por um conjunto de legislao avulsa, dispersa por vrias leis, decretos e outros actos normativos,
maioritariamente aprovados num contexto econmico e social diferente do actual.
A actual realidade econmica e social caracterizada pela dinmica de mercado e por
um crescimento econmico que clama cada vez mais por investimento privado no sector
mineiro no petrolfero.
Torna-se, por isso, necessrio criar um sistema normativo moderno e abrangente, que
englobe o conjunto das regras e dos princpios jurdicos sobre a actividade mineira num
mesmo diploma, conferindo-lhe maior facilidade de manuseamento, de conhecimento e
de cumprimento das normas nele consagradas.
Por outro lado, o aumento da competitividade no sector mineiro, tanto ao nvel da regio
austral do continente, quanto a nvel internacional, exigem clareza nos mecanismos de
acesso e exerccio dos direitos mineiros e o estabelecimento de regimes adequados proteco dos direitos de explorao de minerais e da sua disposio, ao mesmo tempo que se
deve proteger eficazmente o interesse pblico inerente natureza dominial dos recursos
naturais por parte do Estado, necessidade de aumentar empregos e de arrecadar receitas
fiscais e, dessa forma, contribuir para o combate pobreza e para a melhoria das condies de vida das populaes.
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos da alnea l) do n. 1 do
artigo 165. e da alnea c) do n. 2 do artigo 166., ambos da Constituio da Repblica
de Angola, a seguinte:
533
Artigo 3.
(Preservao do ambiente)
As disposies do Cdigo Mineiro em matria de ambiente aplicam-se proteco e conservao da flora e da fauna, sem prejuzo de normas sobre a mesma matria que sejam
mais benficas conservao desses bens, com destaque para a legislao sobre parques
nacionais e zonas de reserva natural.
Artigo 4.
(Regulamentao)
O Titular do Poder Executivo competente para regulamentar as regras e princpios
jurdicos contidos no Cdigo Mineiro, sempre que tal necessidade se imponha.
Artigo 5.
(Revogao)
revogada toda a legislao que contrarie o disposto no Cdigo Mineiro, designadamente:
a) Lei n. 1/92, de 17 de Janeiro, das Actividades Geolgicas e Mineiras;
b) Lei n. 16/94, de 7 de Outubro, Lei dos Diamantes;
c) Lei n. 17/94, de 7 de Outubro, Lei sobre o Regime Especial das Zonas de Reserva
Diamantfera;
d) Decreto n. 12-B/96, de 24 de Maio, sobre o Regime Aduaneiro Aplicvel ao Sector
Mineiro;
e) Decreto n. 4-B/96, de 31 de Maio, sobre o Regulamento Fiscal para a Indstria Mineira;
f) Decreto n. 7-A/00, de 11 de Fevereiro, sobre a Delimitao das reas de Concesso
de Direitos Mineiros;
g) Decreto n. 7-B/00, de 11 de Fevereiro, sobre o Exerccio da Actividade de Comercializao de Diamantes;
h) Decreto n. 36/03, de 27 de Junho, sobre a Poltica de Atribuio de Direitos Mineiros
para o Sub-sector Diamantfero;
i) Decreto executivo n. 156/06, de 22 de Dezembro, sobre a Comercializao de
Diamantes;
j) Decreto n. 33/08, de 7 de Maio, que regula a Atribuio de Direitos Mineiros sobre
alguns Minerais Estratgicos;
k) Decreto-lei n. 2/08, de 4 de Agosto, que regula os Novos Procedimentos para Iseno
na Actividade Mineira.
534
Cdigo Mineiro
Artigo 6.
(Processos pendentes)
As regras do Cdigo Mineiro aplicam-se aos casos pendentes altura da sua entrada em
vigor, desde que tal aplicao seja mais favorvel proteco dos interesses particulares
em causa.
Artigo 7.
(Dvidas e omisses)
As dvidas e omisses resultantes da interpretao e aplicao do presente Cdigo Mineiro
so resolvidas pela Assembleia Nacional.
Artigo 8.
(Entrada em vigor)
A presente lei entra em vigor noventa dias aps a data da sua publicao.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 19 de Junho de 2011.
O Presidente da Assembleia Nacional, Antnio Paulo Kassoma.
Promulgada aos 9 de Setembro de 2011.
Publique-se.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
535
CDIGO MINEIRO
PARTE I
Regime Jurdico Comum
LIVRO I
Dos Direitos Mineiros em Geral
CAPTULO I
Disposies Gerais
SECO I
Objecto e mbito de Aplicao
Artigo 1.
(Objecto)
O presente Cdigo regula toda a actividade geolgico-mineira, designadamente, investigao geolgica, descoberta, caracterizao, avaliao, explorao, comercializao, uso e
aproveitamento dos recursos minerais existentes no solo, no subsolo, nas guas interiores,
no mar territorial, na plataforma continental, na zona econmica exclusiva e nas demais
reas do domnio territorial e martimo sob jurisdio da Repblica de Angola, bem como o
acesso e exerccio dos direitos e deveres com eles relacionados.
Artigo 2.
(mbito de aplicao)
1. A actividade descrita no artigo anterior compreende, designadamente:
a) Estudos geolgicos e de cartografia geolgica;
b) Reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao dos recursos minerais;
c) Explorao, lapidao e beneficiao dos recursos minerais;
d) Comercializao dos recursos minerais ou outras formas de dispor do produto da
minerao;
e) Restaurao ou recuperao das reas afectadas pela actividade mineira;
f) Reconhecimento, prospeco, pesquisa, avaliao, explorao, tratamento e comercializao de guas minero-medicinais;
g) Reconhecimento, prospeco, pesquisa, avaliao, explorao e comercializao
de recursos minerais existentes no mar territorial, na plataforma continental e na
zona econmica exclusiva.
2. Quaisquer outras actividades geolgico-mineiras como tal classificadas pelos rgos
competentes, ficam sujeitas s regras estabelecidas neste Cdigo e na legislao especial
que sobre a mesma venha a ser aprovada.
536
Cdigo Mineiro
SECO II
Princpios e Objectivos do Sector Mineiro
SUB-SECO I
Minerais em Geral
Artigo 6.
(Poltica mineira)
1. Compete ao Poder Executivo aprovar a poltica mineira e a estratgia para a sua
implementao, definindo os meios, as metas e os prazos para a sua aplicao.
2. Ao elaborar a poltica mineira, o Poder Executivo deve respeitar os princpios e regras
fundamentais da Constituio, o regime econmico em vigor, as normas deste Cdigo,
bem como os princpios jurdicos e os objectivos estratgicos da actividade mineira estabelecidos, nos artigos seguintes.
537
Artigo 7.
(Planeamento da actividade mineira)
1. Compete ao Poder Executivo orientar e planificar o desenvolvimento da actividade
mineira nacional, em conformidade com os princpios e regras estabelecidos neste
Cdigo e com a poltica e estratgia do Executivo para o sector mineiro.
2. Ao planificar a actividade mineira, o Poder Executivo deve prever medidas eficazes de
desenvolvimento econmico sustentvel e de proteco dos direitos e interesses legtimos
das comunidades locais, bem como o desenvolvimento dos recursos humanos nacionais.
Artigo 8.
(Objectivos estratgicos do sector mineiro)
Constituem objectivos estratgicos do sector mineiro os seguintes:
a) Garantir o desenvolvimento econmico e social sustentado do Pas;
b) Criar emprego e melhorar as condies de vida das populaes que vivem nas reas
de explorao mineira;
c) Garantir receitas fiscais para a Administrao Central e Local do Estado;
d) Apoiar e proteger o empresariado privado, dando preferncia aos empresrios angolanos
na concesso de direitos mineiros;
e) No mbito das parcerias pblico-privadas, estimular com a participao da Banca
Pblica e Privada, o surgimento de grupos econmicos angolanos, tcnica e financeiramente capazes, de competirem no mercado mineiro nacional e regional, sobretudo
na regio da Comunidade de Desenvolvimento da frica Austral (SADC);
f) Harmonizar na medida do possvel a legislao mineira nacional com a legislao
mineira regional e internacional, tendo em conta as boas prticas em vigor;
g) Garantir a integrao do gnero e o combate s prticas discriminatrias na indstria
mineira;
h) Proteger o ambiente atravs da reduo do impacto negativo que as operaes
geolgico-mineiras possam causar ao ambiente, bem como a reparao dos efeitos
nefastos que forem provocados;
i) Combater as prticas que atentem contra as regras ambientais;
j) Combater o garimpo e outras prticas mineiras ilegais;
k) Estabelecer um regime eficaz, clere e transparente de concesso de direitos mineiros,
baseado no princpio do livre acesso, no cumprimento estrito da lei e no enquadramento
na poltica e estratgia mineira aprovada pelo Executivo;
l) Garantir o desenvolvimento sustentvel dos quadros e trabalhadores nacionais, particularmente atravs de programas de formao e desenvolvimento de recursos humanos;
m) Usar preferencialmente os recursos minerais para a sua transformao e comercializao
no Pas, ou como matria prima para a indstria transformadora, materiais de construo, aditivos para a agricultura e outras aplicaes nacionais;
538
Cdigo Mineiro
539
Artigo 12.
(Direito de requisio de produes mineiras)
1. Sempre que os interesses comerciais do Pas o exijam, relativamente ao tratamento,
enriquecimento, ou acrscimo no mercado local de valor aos minerais produzidos, o
Estado pode requisitar a compra das produes, ou parte delas, e adquir-las a preos
do mercado, destinando-as indstria local.
2. O direito de requiso do Estado definido neste artigo aplica-se independentemente
do uso, ou no, das produes na indstria local de minerais, sempre que estes tenham
interesse estratgico para a segurana nacional.
Artigo 13.
(reas disponveis para a actividade mineira)
1. As reas do domnio territorial e martimo sob jurisdio da Repblica de Angola
que no tenham sido atribudas para efeitos do exerccio de outras actividades, ou a
elas no estejam afectadas, so consideradas disponveis para efeitos de concesso de
direitos mineiros.
2. O Executivo pode, nos termos do artigo 204. declarar zonas de reserva mineira as
partes do territrio nacional que apresentem potencial mineiro considervel e que,
em funo disso, exijam a observncia de restries quanto circulao de pessoas e
bens nessas reas.
3. A declarao e criao de zonas de reserva mineira deve ter em conta a necessidade
de garantir ou perturbar o menos possvel o desenvolvimento econmico e social integrado das regies, a estabilidade social e cultural das populaes locais e a segurana
dos direitos e dos bens patrimoniais pblicos e privados.
Artigo 14.
(reas excludas da actividade mineira)
1. Tendo em vista assegurar o desenvolvimento harmonioso da economia nacional, proteger os interesses relacionados com a defesa nacional, a fauna, a flora e o ambiente, o
Poder Executivo pode, nos termos da lei, estabelecer reas excludas ou condicionadas
para a actividade geolgico-mineira.
2. So considerados indisponveis para a actividade mineira, sem prejuzo de outros casos de indisponibilidade que venham a ser definidos por lei, os terrenos que fazem
parte do domnio pblico, para uso comum ou privativo do Estado, enquanto dele
no forem desafectados, e as reas que, para efeitos do disposto no nmero anterior,
estejam excludas da actividade geolgica e mineira.
540
Cdigo Mineiro
Artigo 15.
(Configurao das reas)
A configurao das reas geogrficas objecto dos ttulos de concesso de direitos mineiros tm forma poligonal, to regular e simples quanto possvel, e identificada atravs
de pontos fixos definidos por coordenadas geogrficas ou geodsicas ou por acidentes
naturais, em conformidade com o que vier a ser estabelecido pelo rgo de tutela.
Artigo 16.
(Direitos das comunidades)
1. A poltica mineira deve sempre ter em conta os costumes das comunidades das reas
em que desenvolvida a actividade de minerao e contribuir para o seu desenvolvimento econmico e social sustentvel.
2. O rgo de tutela, em coordenao com os rgos locais do Estado e os titulares dos
direitos mineiros, deve criar mecanismos de consulta que permitam s comunidades
locais afectadas pelos projectos mineiros participar activamente nas decises relativas proteco dos seus direitos, dentro dos limites constitucionais.
3. O mecanismo de consulta referido no nmero anterior deve integrar pessoas de reconhecida idoneidade e reputao junto das comunidades, escolhidas de acordo com os
usos e costumes locais, desde que no contrariem a Constituio.
4. A consulta obrigatria em todos os casos em que da implementao dos projectos
mineiros possa resultar a destruio ou danificao de bens materiais, culturais ou
histricos pertencentes comunidade local como um todo.
Artigo 17.
(Direitos de realojamento)
1. As populaes locais que sofram prejuzos habitacionais que impliquem a sua deslocao ou a perturbao das suas condies normais de alojamento por causa das
actividades mineira tm direito a ser realojadas pelo titular da concesso respectiva.
2. O processo de realojamento deve respeitar os hbitos, costumes, tradies e outros
aspectos culturais inerentes s referidas comunidades, desde que no contrariem a
Constituio.
Artigo 18.
(Fora de trabalho local)
Os titulares de direitos mineiros devem assegurar o emprego e a formao de tcnicos e
trabalhadores angolanos, preferencialmente dos que residirem nas reas da concesso
mineira, de acordo com o que estiver estabelecido legalmente.
541
Artigo 19.
(Proteco do mercado nacional)
1. Em condies de preos que no excedam 10% e de prazos de entrega que no ultrapassem oito dias teis, os titulares dos direitos mineiros devem dar preferncia
utilizao de materiais, servios e produtos nacionais, cuja qualidade seja compatvel
com a economia, segurana e eficincia das operaes mineiras.
2. As entidades que se sentirem prejudicadas no direito de proteco legal definido no n. 1
deste artigo podem requerer das autoridades, administrativas ou judiciais competentes,
a proteco ou o restabelecimento do mesmo, nos termos gerais do direito.
SUB-SECO II
Minerais Estratgicos
Artigo 20.
(Classificao legal)
1. Sempre que a sua importncia econmica ou as especificidades tcnicas da sua explorao o justifiquem, alguns minerais podem ser classificados como estratgicos.
2. Os elementos para se classificar um mineral estratgico so:
a) Raridade;
b) Dimenso da procura no mercado internacional;
c) Impacto relevante no crescimento da economia;
d) Criao de um nmero elevado de empregos;
e) Influncia positiva relevante na balana de pagamentos;
f) Importncia para a indstria militar;
g) Importncia relevante para as tecnologias de ponta.
3. Os elementos referidos no nmero anterior podem ser considerados isolados ou
cumulativamente.
Artigo 21.
(Competncia para classificar)
1. Compete ao Titular do Poder Executivo conceder a devida anuncia para que os minerais
sejam classificados como estratgicos.
2. So desde j entre outros considerados minerais estratgicos, os diamantes, o ouro e
os minerais radioactivos.
542
Cdigo Mineiro
Artigo 22.
(Regime aplicvel)
1. O reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao, explorao, tratamento e comercializao de minerais legalmente considerados estratgicos est sujeita aos princpios e regras da poltica e estratgia para os minerais em geral, com as adaptaes
que resultarem dos artigos seguintes, das regras especficas estabelecidas neste Cdigo e da legislao complementar.
2. Fora dos casos previstos no presente Cdigo e sempre que se justificar, compete ao
Poder Executivo aprovar as normas avulsas destinadas a regular os aspectos especficos da explorao de certos minerais estratgicos.
3. As normas referidas no nmero anterior devem ser criadas e interpretadas de harmonia com as regras e princpios consagrados neste Cdigo.
Artigo 23.
(Concessionrias nacionais)
1. Os direitos mineiros de prospeco e de explorao, tratamento e comercializao
de minerais estratgicos em todo o territrio nacional, incluindo o mar territorial, a
plataforma continental e zona econmica exclusiva, podem ser atribudos em exclusividade a uma entidade pblica especfica, que assume o papel de concessionria
nacional desses direitos.
2. As concessionrias nacionais de direitos mineiros sobre minerais estratgicos so
criadas pelo Poder Executivo, competindo-lhes representar o Estado na regulao e
fiscalizao do exerccio dos direitos mineiros do mineral estratgico respectivo pelos
operadores mineiros.
3. As concessionrias nacionais tm natureza de empresa pblica, regendo-se pela respectiva legislao.
4. As competncias especficas das concessionrias nacionais no prejudicam os poderes e competncias genricas do Poder Executivo, da tutela e de outras instituies do
Estado com competncias atribudas, nos termos deste Cdigo e da lei.
5. As concessionrias nacionais no podem exercer directamente direitos mineiros de
explorao, tratamento e comercializao de minerais, podendo, no entanto, exercer
esses direitos mediante a constituio de empresas por si totalmente detidas.
SUB-SECO III
Minerao no Mar
Artigo 24.
(Regime legal)
1. O regime legal para o reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao, explorao, tratamento e comercializao estabelecido neste Cdigo aplicvel aos recursos minerais
543
544
Cdigo Mineiro
CAPTULO II
Investigao, Cadastro e Registo Geolgico-Mineiro
SECO I
Investigao e Informao Geolgico-Mineira
Artigo 29.
(Servios pblicos geolgico-mineiros)
A investigao geolgico-mineira e a produo de informao geolgica competem ao
Poder Executivo, atravs de servio pblico especializado, designado Servios Pblicos
Geolgico-Mineiros, podendo em casos devidamente fundamentados ser autorizadas
545
pelo rgo de tutela outras entidades, pblicas ou privadas, a exercer tal actividade em
parceria pblica-privada sob dependncia metodolgica do referido servio.
Artigo 30.
(Competncias dos servios pblicos geolgico-mineiros)
1. No domnio da investigao geolgico-mineira constituem competncias dos Servios
Pblicos Geolgico-Mineiros as seguintes:
a) Elaborao da cartografia geolgica de todo o territrio nacional;
b) Tratamento, guarda e controlo da informao geolgica e mineira nacional;
c) Compilao, publicao e divulgao da informao geolgico-mineira nacional;
d) Realizao de estudos geolgicos, estratigrficos, petrogrficos, cristalogrficos,
paleontolgicos, geoqumicos e geofsicos que forem necessrios para a cartografia
geolgica do territrio nacional e a sua caracterizao metalognica.
2. A execuo da cartografia e dos estudos geolgicos referidos nas alneas anteriores
pode ser feita por empresas ou entidades idneas especializadas, nacionais ou estrangeiras, mediante contratos ou acordos.
3. As entidades titulares de direitos mineiros podem realizar estudos geolgicos, no mbito
dos seus programas contratuais ou dos respectivos ttulos de concesso.
4. As instituies de ensino e de investigao cientfica podem realizar estudos geolgicos,
mediante protocolos de cooperao com os servios pblicos especializados referidos
no artigo anterior.
Artigo 31.
(Propriedade da informao geolgico-mineira)
1. A informao geolgico-mineira sobre os recursos minerais existentes no territrio
nacional propriedade do Estado, ficando a entidade terceira que for contratada para
realizar os estudos respectivos interdita de dispor delas para fins diferentes daqueles
para os quais for autorizada contratualmente.
2. As entidades autorizadas a realizar estudos geolgicos so obrigadas a prestar ao rgo
especializado referido no n. 1 do artigo 30. (Sobre competncias dos servios pblicos
geolgico-mineiros), informaes regulares sobre o trabalho realizado e a fazer entrega
de toda a informao geolgica recolhida.
3. As entidades que executarem trabalhos de sondagem, escavaes e perfuraes, bem
como de geofsica e geoqumica, fora do mbito de um ttulo mineiro, independentemente do seu objecto, so obrigadas a comunicar a realizao dos mesmos ao rgo
de tutela, remetendo posteriormente quele rgo as informaes e dados obtidos.
546
Cdigo Mineiro
Artigo 32.
(Acesso informao geolgica)
1. Sempre que devidamente requerido, o rgo pblico especializado de informao e
investigao geolgica deve fornecer aos interessados em realizar estudos geolgicos
a informao geolgica pertinente disponvel, nos termos definidos no artigo 100. do
presente Cdigo.
2. A informao a que se refere o nmero anterior fornecida mediante o pagamento
de emolumentos e taxas que cubram os servios prestados e o custo dos trabalhos
realizados, nos termos gerais da arrecadao de receitas pblicas.
Artigo 33.
(Confidencialidade da informao geolgica)
O acesso informao geolgica prestada pelas entidades referidas neste Cdigo est
sujeita a classificao, nos termos da lei, sendo obrigatrio garantir o nvel de confidencialidade das mesmas, sob pena de responsabilidade penal e civil dos responsveis pela
falta cometida, nos termos da lei.
SECO II
Cadastro e Registo Geolgico-Mineiro
Artigo 34.
(Cadastro mineiro)
O cadastro mineiro o conjunto de actos de registo e gesto do processo de licenciamento da actividade mineira a nvel nacional, com base em informao electrnica, digital,
grfica ou textual, realizada pelos servios de cadastro mineiro, nos termos estabelecidos neste Cdigo.
Artigo 35.
(Organizao e subordinao do cadastro mineiro)
1. Os servios de cadastro mineiro organizam-se segundo os nveis nacional, local e junto das concessionrias nacionais.
2. O servios de cadastro mineiro a nvel nacional funcionam subordinados ao ministrio da tutela responsvel pelo licenciamento da actividade mineira.
3. O ministrio da tutela pode autorizar que sejam criadas estruturas cadastrais nas direces provinciais do rgo de tutela, que funcionam subordinadas e em coordenao com o cadastro nacional.
4. As concessionrias nacionais possuem estruturas cadastrais vocacionadas para o tipo
de mineral sob sua concesso exclusiva, funcionando como extenses especializadas
do cadastro mineiro nacional.
547
Artigo 36.
(Registo mineiro)
1. Os processos de atribuio, modificao, transmisso e de extino de direitos mineiros so registadas no Servio Pblico Geolgico-Mineiro.
2. Compete ao Poder Executivo aprovar as normas de funcionamento do registo mineiro
e os respectivos trmites.
Artigo 37.
(Troca de informao entre instituies)
1. O Servio Pblico Geolgico-Mineiro presta regularmente aos rgos do Executivo
responsveis pelo registo e cadastro fundirio, petrolfero e agrcola, informao relativa s reas mineiras outorgadas, devendo aqueles reciprocamente fornecer informaes relevantes sobre o uso e aproveitamento da terra para fins fundirios, petrolferos ou agrcolas ao Servio Pblico Geolgico-Mineiro.
2. O modo como a informao trocada e a sua periodicidade objecto de protocolo
estabelecido entre as instituies competentes.
Artigo 38.
(Armazenamento e registo de informao)
O Servio Pblico Geolgico-Mineiro deve armazenar e registar, dentre outras, a seguinte informao mineira:
a) reas vedadas actividade mineira;
b) reas requeridas para o exerccio de direito mineiros e identificao dos seus
requerentes;
c) reas outorgadas e dados sobre o ttulo de outorga respectivo;
d) reas livres;
e) reas declaradas legalmente reserva pblica;
f) reas para explorao mineira artesanal;
g) Outras reas que exijam autorizao especial.
Artigo 39.
(Acesso informao registada)
permitido o acesso do pblico interessado informao registada no cadastro mineiro, competindo ao rgo responsvel pelo licenciamento e cadastro definir as normas
respectivas de requisio, autorizao e acesso.
548
Cdigo Mineiro
Artigo 40.
(Publicidade dos actos de registo)
1. Os resultados dos processos de atribuio, modificao, transmisso, extino de direitos mineiros e as decises em que se consubstanciam os respectivos actos devem
ser publicados.
2. Todas as decises sobre actos que resultem da interveno e aprovao do Executivo
ou do ministrio da tutela so publicadas no Dirio da Repblica.
3. As demais decises sobre actos que caream de publicao exigida pelo presente Cdigo ou pela legislao conexa, so publicados no Dirio da Repblica, ou num dos
jornais de maior circulao no Pas, ou em editais a afixar nos locais apropriados,
conforme o que se mostrar mais adequado para a sua eficaz publicidade.
Artigo 41.
(Sobreposio de reas registadas)
1. H sobreposio de reas mineiras registadas quando uma mesma rea geogrfica
concedida, total ou parcialmente, a requerentes diferentes.
2. A sobreposio de boa-f quando ocorre sem inteno de prejudicar e tenha ocorrido observando-se os pressupostos legais, e de m f ou com dolo quando feita com
inteno de prejudicar e conseguida com uso de meios ilcitos.
3. Havendo sobreposio de reas mineiras registadas ocorridas de boa-f, a competncia para decidir do Poder Executivo, quando se trate de minerais estratgicos ou de
investimentos de valor da alada do Poder Executivo, e do titular do rgo de tutela,
nos outros casos.
4. A deciso sobre disputas resultantes de sobreposio de reas mineiras registadas
assenta no critrio da antiguidade das concesses, prevalecendo os direitos atribudos em primeiro lugar.
5. Havendo sobreposio de reas mineiras registadas de m f ou com dolo, competente para dirimir o conflito o tribunal da comarca onde se situam as reas sobrepostas, cabendo a iniciativa judicial parte que se sentir prejudicada, depois de obtidos
os indcios ou a prova da m f ou do dolo, sem prejuzo das competentes sanes
disciplinares se a elas houver lugar.
CAPTULO III
Dos Direitos Mineiros
SECO I
Disposies Gerais
Artigo 42.
(Propriedade dos recursos minerais)
Os recursos minerais existentes no solo, no subsolo, no mar territorial, na plataforma
549
550
Cdigo Mineiro
SECO II
Natureza Jurdica dos Direitos Mineiros
Artigo 47.
(Autonomia jurdica dos direitos mineiros)
Os direitos mineiros so autnomos, devendo ser tratados juridicamente como distintos
de outros direitos, designadamente dos direitos de propriedade do solo onde os mesmos
so explorados e dos bens sobre ele existentes.
Artigo 48.
(Transmissibilidade dos direitos mineiros)
1. Os direitos mineiros so transmissveis em vida ou por morte do seu titular, podem ser
dados em garantia de crdito e so susceptveis de execuo judicial, nos termos da lei.
2. A transmissibilidade dos direitos mineiros da produo artesanal aceite se respeitados
os requisitos e restries preceituados nos artigos 177. e 178. do presente Cdigo.
Artigo 49.
(Falncia e dissoluo de titulares de direitos mineiros)
1. A falncia e a dissoluo de sociedades comerciais ou outras entidades empresariais
titulares de direitos mineiros so reguladas pela Lei n. 1/07, de 14 de Maio - Lei das
Sociedades Comerciais, em vigor.
2. Pela falncia ou dissoluo a entidade titular dos direitos mineiros no perde a sua
titularidade, podendo tais direitos serem adjudicados aos credores concorrentes que,
reunindo os requisitos legais e regulamentares exigidos, apresentarem a proposta de
preo mais elevada.
3. Em igualdade de preos e condies de aquisio, o Estado tem direito de preferncia
relativamente a direitos de titulares falidos ou de sociedades dissolvidas, quando em concurso com credores da entidade falida ou da sociedade dissolvida, sendo esta preferncia
absoluta, quando no haja credores com quem concorrer.
Artigo 50.
(Penhor de direitos mineiros)
1. Os direitos mineiros s podem ser dados em penhor para efeito de garantia dos crditos
contrados pelo concessionrio para financiar as actividades geolgico-mineiras objecto
do ttulo de concesso.
2. Os documentos a que se refere o artigo 682. do Cdigo Civil so substitudos pela
entrega ao credor pignoratcio da pblica-forma do ttulo e do contrato de concesso
de direitos mineiros respectivos.
551
SECO III
Suspenso e Extino de Direitos Mineiros
Artigo 53.
(Suspenso das actividades mineiras)
1. O rgo de tutela pode ordenar a suspenso das operaes mineiras em caso de risco grave para a vida e para a sade das populaes, para a segurana das minas, a salubridade
dos locais de trabalho, o ambiente, a fauna, a flora ou como sano prevista no presente
Cdigo ou na legislao complementar.
2. Antes de ordenar a suspenso, nos termos do nmero anterior deste artigo, o rgo
de tutela deve notificar os interessados para que possam solucionar as causas que
fundamentaram a suspenso no prazo de trinta dias.
3. Em casos de risco grave para a vida e a sade das populaes e dos trabalhadores, ou
para a segurana da mina, a obrigao de suspender impende sobre o concessionrio,
552
Cdigo Mineiro
que deve informar ao rgo de tutela as medidas a tomar para ultrapassar a situao,
no prazo de at oito dias.
4. O rgo de tutela pode, a pedido do concessionrio e por razes de natureza tcnica e
econmica devidamente justificadas pelo requerente, autorizar a suspenso ou reduo
das actividades geolgico-mineiras por um perodo que no comprometa a revitalizao
das operaes.
5. A suspenso ou reduo das actividades mineiras abaixo do nvel estabelecido nos planos
de trabalho, que no forem determinados por razes de fora maior ou quaisquer outras
razes atendveis, nos termos do diploma de concesso, do presente Cdigo ou da legislao complementar, so consideradas como incumprimento do contrato de concesso e
susceptveis de penalidades, nos termos da lei.
Artigo 54.
(Causas de extino de direitos mineiros)
Os direitos mineiros extinguem-se por qualquer das seguintes causas:
a) Caducidade;
b) Resciso do contrato ou revogao do ttulo de concesso;
c) Resgate;
d) Acordo entre as partes contratuais;
e) Suspenso das actividades mineiras por um perodo de seis meses, sem justificao;
f) Abandono da actividade mineira.
Artigo 55.
(Caducidade)
Os direitos mineiros caducam nos seguintes casos:
a) Pelo decurso do prazo de vigncia do ttulo de concesso e respectivas prorrogaes,
feitas nos termos dos artigos 125. e 134. deste Cdigo;
b) Por se terem concludo antes do prazo as operaes mineiras ou esgotados os recursos
minerais objecto da concesso, devidamente comprovado pelo rgo de tutela;
c) Pelo abandono da rea de concesso.
Artigo 56.
(Resciso e revogao)
1. Constituem fundamento de resciso do contrato de concesso ou de revogao do
ttulo de concesso os seguintes:
a) Clusulas contratuais especficas que a ela do lugar;
b) Inviabilidade tcnico-econmica superveniente do projecto;
553
Cdigo Mineiro
4. Para calcular a indemnizao devida em caso de resgate da concesso, deve atender-se aos factores seguintes:
a) Valores dos investimentos realizados na fase de prospeco, pesquisa, reconhecimento e avaliao;
b) Na fase de explorao, o valor do investimento realizado na fase de prospeco,
pesquisa, reconhecimento e avaliao, no recuperado;
c) Valor dos bens referidos no n. 2 deste artigo, o lucro mdio estimado para os dez
anos seguintes de explorao e as dvidas que houver a pagar.
5. O resgate da concesso da competncia exclusiva do Titular do Poder Executivo, por
proposta do titular do rgo de tutela.
Artigo 58.
(Extino por acordo entre as partes)
1. Quando a extino dos direitos mineiros resultar de acordo entre as partes, os termos
do respectivo acordo deve ser reduzido a escrito e assinados pelas entidades com a
qualidade das que intervieram na assinatura no contrato de concesso, definindo-se
as condies da extino.
2. Salvo se de outro modo for convencionado entre as partes, extinta a concesso, revertem a favor do Estado todas as construes edificadas e outras benfeitorias realizadas
pelos concessionrios, nos terrenos abrangidos pela concesso ou a ela afectos.
CAPTULO IV
Responsabilidades dos Titulares de Direitos Mineiros
SECO I
Higiene, Sade, Segurana e Formao
Artigo 59.
(Higiene, sade e segurana)
Os titulares de direitos mineiros devem adoptar as medidas para assegurar a higiene,
a sade e a segurana no trabalho, bem como a preveno dos riscos profissionais e
acidentes nos locais de trabalho, nos termos regulamentados pelos rgos competentes
a aprovar pelos ministrios da tutela da Geologia e Minas, da Administrao Pblica,
Emprego e Segurana Social e da Sade, sem prejuzo do disposto no presente cdigo e
na demais legislao aplicvel.
Artigo 60.
(Formao)
1. Os titulares de direitos mineiros devem promover as aces de formao necessrias
em matria de higiene, sade e segurana no trabalho, bem como a observncia de
uma correcta utilizao das mquinas, dos materiais e dos utenslios de trabalho.
555
SECO II
Responsabilidades Financeiras
Artigo 61.
(Taxas e emolumentos)
1. Os servios prestados a entidades terceiras pelas instituies pblicas na realizao dos
actos e procedimentos formais previstos no presente Cdigo e na legislao complementar esto sujeitos a emolumentos e taxas.
2. Compete ao Ministro das Finanas e ao titular do rgo de tutela da Geologia e Minas
aprovar o valor das taxas e dos emolumentos a que se refere o nmero anterior, bem
como o seu destino.
3. As despesas decorrentes da publicao dos actos so custeadas pelos interessados.
4. Para garantia do pagamento de taxas, emolumentos e de outras despesas , nos termos
a determinar pelo rgo da tutela, exigido aos requerentes o adiantamento de preparos.
Artigo 62.
(Cauo)
1. s empresas privadas titulares ou co-titulares de direitos mineiros de prospeco ou
explorao de recursos minerais escala industrial exigida a prestao de uma cauo para garantia do cumprimento das obrigaes contratuais.
2. A garantia bancria prestada a favor do Estado na Conta nica do Tesouro e a sua
gesto efectuada, nos termos que o Ministrio das Finanas definir.
3. A cauo prestada por garantia bancria, ou por qualquer outra forma de garantia
admitida por lei.
4. A cauo deve ser reposta pelo concessionrio, no valor primitivo e no prazo de trinta
dias, sempre que, por conta da mesma, for efectuado algum pagamento devido por
obrigao contratual ou legal.
5. O valor da cauo na fase de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao de
at 2% do valor do investimento e na fase de explorao este valor de at 4%.
6. A cauo deve ser realizada antes da assinatura do contrato, constituindo o documento de prova da sua realizao condio legal para a assinatura do contrato pelo
rgo competente, sem o qual qualquer assinatura eventualmente feita se considera
inexistente.
7. O valor da cauo restitudo assim que seja concluda a fase do reconhecimento,
prospeco, pesquisa e avaliao, ou quando estiver realizada pelo menos 35% do
investimento na fase da explorao.
556
Cdigo Mineiro
SECO III
Preservao do Ambiente
Artigo 63.
(Legislao aplicvel)
1. Sem prejuzo do disposto no presente Cdigo, os titulares dos direitos mineiros devem observar as normas sobre preservao do ambiente na actividade mineira, a ser
aprovado conjuntamente pelos rgos que tutelam o ambiente e a geologia e minas.
2. Na aprovao de normas complementares regulao da proteco ambiental na actividade mineira deve-se ter sempre em considerao a relao entre os riscos para o
ambiente e as vantagens que a actividade mineira pode trazer para as comunidades,
procurando-se equilibrar os dois interesses.
3. So aplicveis actividade mineira a estratgia e programas sectoriais nacionais e
regionais em matria de ambiente e desenvolvimento sustentvel, bem como os instrumentos internacionais que tenham sido subscritos por Angola, designadamente, a
Conveno da Biodiversidade, o Protocolo de Cartagena, a Agenda 21 e a Conveno
Internacional sobre os Resduos.
Artigo 64.
(Outras regras sobre proteco do ambiente)
1. Os titulares de direitos mineiros devem zelar pela conservao e proteco da natureza e do ambiente, cumprindo as respectivas normas legais.
2. Sem prejuzo do estabelecimento de normas ambientais especficas para a actividade
mineira, o aproveitamento dos minerais deve ser feito com observncia das leis de
base do ambiente, dos recursos biolgicos e aquticos, de guas e das normas sobre a
avaliao de impacte ambiental.
3. Os titulares de direitos mineiros esto especialmente obrigados a observar os seguintes preceitos:
a) Cumprir as obrigaes decorrentes do estudo de impacte ambiental e do plano de
gesto ambiental, nos termos neles estabelecidos;
b) Tomar as medidas necessrias para reduzir a formao e propagao de poeiras,
resduos e radiaes nas reas de explorao e nas zonas circundantes;
c) Prevenir ou eliminar a contaminao das guas e dos solos, utilizando os meios
adequados a esse fim;
d) No reduzir nem, de qualquer outro modo, prejudicar o abastecimento normal de
gua s populaes;
e) Executar as operaes mineiras de forma a minimizar os danos aos solos;
f) Reduzir o impacto do rudo e das vibraes a nveis aceitveis, determinados pelas
autoridades competentes, quando usar explosivos na proximidade das povoaes;
557
558
Cdigo Mineiro
3. Cabe aos operadores mineiros, em colaborao com os organismos competentes do Estado, reforar as infra-estruturas, servios e sistemas de informao, formao e qualificao dos trabalhadores em matria de gesto ambiental nas operaes mineiras.
4. Em funo dos resultados das auditorias, o rgo de tutela pode decidir que o sistema
de gesto ambiental implantado nas empresas seja revisto, tendo como finalidade a
correco de medidas que no assegurem eficazmente a implementao das regras e
princpios jurdicos ambientais estabelecidos neste Cdigo, na legislao especfica,
na legislao internacional aplicvel e na poltica ambiental do Executivo.
Artigo 68.
(Participao das comunidades na preservao do ambiente)
1. s comunidades locais das reas de implantao de projectos mineiros assegurado o direito de ser informada sobre a Avaliao do Impacte Ambiental, sempre que
este revele poder vir a afectar o ambiente da zona em que habitam, devendo serem
informadas das medidas que o titular dos direitos mineiros vai tomar para evitar ou
mitigar eventuais prejuzos decorrentes da explorao de minerais.
2. A informao s comunidades locais referida no nmero anterior deste artigo feita aos habitantes da rea da concesso atravs das autoridades tradicionais locais e
de outras entidades representativas, devendo realizar-se preferencialmente antes da
execuo do projecto.
Artigo 69.
(Proteco da flora e da fauna)
Sempre que seja desenvolvida actividade mineira numa rea de comprovado potencial
vegetal ou animal, os operadores mineiros devem realizar estudos que prevejam a preservao desse potencial e desenvolver uma base de dados com informao organizada e
de fcil consulta sobre a biodiversidade local, podendo obter o concurso e a parceria de
instituies especializadas pblicas ou privadas.
Artigo 70.
(Proteco dos recursos hdricos)
Durante o processo de explorao mineira, os operadores mineiros devem tomar as seguintes medidas de proteco dos recursos hdricos:
a) Criar as bacias de decantao para sedimentos retirados durante a fase de tratamento
do minrio, evitando deste modo a poluio e/ou assoreamento dos rios e lagoas;
b) Criar circuitos de reciclagem de gua, de modo a permitir o reaproveitamento da
mesma nas vrias fases da produo mineira;
c) Analisar regularmente a gua em diversos pontos dos rios dentro da concesso, de
modo a permitir o controlo da qualidade da mesma;
d) Manter registos actualizados com informao relativa s alneas a), b) e c) deste artigo.
559
Artigo 71.
(Regras sobre o ordenamento urbano e territorial)
1. A libertao das zonas onde a actividades geolgico-mineira no tiver resultados positivos deve ser feita com a recuperao ou reposio da cobertura vegetal e aproveitamento das infra-estruturas, estradas e terrenos para o cultivo em benefcio das
comunidades, sendo obrigatrio informar do facto o rgo competente da tutela.
2. Os titulares dos direitos mineiros devem proteger as vias de acesso, estradas, pontes e
outros meios de comunicao viria por si construdas que deixem de ser necessrias
para o projecto, para que sejam aproveitadas para o assentamento populacional ou
para outros fins pblicos, devendo informar sobre a sua existncia o rgo do Estado
responsvel pelas obras pblicas e o rgo de tutela da geologia e minas, mediante
meios de identificao cartogrfica.
3. Ao construir os estaleiros e outras instalaes mineiras, os titulares de direitos mineiros devem prever dimenses e ordenamento dos mesmos que evitem ou reduzam ao
mnimo um impacto e uma esttica negativos na paisagem.
SECO IV
Responsabilidades sobre o Uso e Aproveitamento do Solo
Artigo 72.
(Utilizao dos solos)
1. A concesso de direitos mineiros no implica a transferncia da propriedade sobre as
reas atribudas para investigao geolgico-mineira ou sobre os terrenos onde se localizam as jazidas minerais, mas confere aos titulares dos direitos mineiros respectivos, sempre que tais terrenos pertenam ao domnio pblico do Estado e no estejam
afectos a fins determinados, o direito de os utilizar e aproveitar nos termos e para os
fins constantes das alneas c), e) e f) do artigo 92., contra o pagamento das taxas de
superfcie estabelecidas.
2. Sendo os terrenos pertena de particulares ou do domnio privado do Estado ou de
pessoas colectivas de direito pblico, os titulares de direitos mineiros s podem utiliz-los ou aproveit-los com o consentimento dos respectivos donos ou possuidores e
nos termos autorizados ou convencionados entre eles.
3. S depois de suprido o consentimento referido no nmero anterior o titular dos direitos mineiros em causa pode realizar os trabalhos de investigao geolgico-mineira
que impliquem a utilizao dos terrenos.
4. Para alm do acordo expresso, referido no n. 2 deste artigo, considera-se suprido
o consentimento com o depsito da renda anual e da cauo provisria, fixadas nos
termos do n. 1 do artigo 77.
5. Na fase de explorao, no chegando o concessionrio a acordo com os donos ou
possuidores dos terrenos situados dentro da rea demarcada, as operaes no podem iniciar-se sem o concessionrio os adquirir ou o Estado obter a sua expropriao por utilidade pblica, nos termos da lei.
560
Cdigo Mineiro
Artigo 73.
(Servides)
1. Os titulares de direitos mineiros tm o direito de exigir servides necessrias ao pleno exerccio dos seus direitos, abrangendo no s as servides de passagem, como
tambm as demais previstas na lei que se considerem necessrias ao exerccio da
respectiva actividade mineira.
2. As servides so constitudas, nos termos da lei geral, sem prejuzo da possibilidade
de o ministrio da tutela ordenar a sua constituio precria.
3. As servides, constitudas nos termos do presente cdigo, cessam com a extino dos
direitos mineiros para o exerccio dos quais foram constitudas.
Artigo 74.
(Proteco dos solos e da paisagem)
1. Os trabalhos de prospeco e pesquisa devem ser executados por forma a perturbar o
menos possvel o uso normal dos solos pelos seus donos ou possuidores e, concludos
os trabalhos, devem os titulares dos direitos de prospeco tratar ou remover os entulhos e tapar as sanjas e trincheiras, procurando devolver aos terrenos a sua antiga
configurao.
2. As operaes de extraco dos recursos minerais e de tratamento dos minerais extrados devem efectuar-se de forma a no comprometer a reintegrao paisagstica, a
recuperao dos solos e o seu futuro aproveitamento.
Artigo 75.
(Restaurao e recuperao de solos)
1. As actividades geolgicas e mineiras devem processar-se de acordo com as normas
tcnicas e regulamentares de racionalidade mineira, porforma a permitir, na medida
do possvel, a restaurao dos solos para os fins a que se destinavam antes de iniciadas as actividades mineiras, ou a sua recuperao para usos alternativos, sem prejuzo do ambiente.
2. Os titulares de direitos mineiros devem, depois de terminados os trabalhos, proceder
restaurao dos terrenos e recuperao paisagstica, conforme previsto pelo Estudo de Avaliao do Impacte Ambiental.
3. Antes de abandonar definitivamente a rea da concesso, os titulares de direitos mineiros devem solicitar ao ministrio da tutela a vistoria da respectiva rea de operaes mineiras, a qual se faz nos termos do plano de encerramento e abandono das
operaes mineiras aprovado pelo rgo de tutela nos termos deste Cdigo.
561
Artigo 76.
(Deveres e direitos dos possuidores de solos)
Os possuidores ou proprietrios de solos tm direito a uma renda pelo tempo que durarem as actividades correspondentes de prospeco e pesquisa, e a serem indemnizados
pelos prejuzos que lhes causarem, mas devem ter na devida considerao o interesse
relativo da produo mineira para a economia nacional, abstendo-se de criar entraves
injustificados aos trabalhos de investigao geolgico-mineira.
Artigo 77.
(Fixao de renda anual e de cauo por ocupao de terrenos)
1. Na falta de acordo com os donos ou possuidores dos terrenos a que se refere o artigo
anterior, pode o titular de direitos mineiros de prospeco e/ou de explorao requerer aos ministros que tutelam a actividade mineira e as actividades exercidas pelo
dono ou possuidor da terra que, de acordo com o seu prudente arbtrio, procedam,
por despacho conjunto, fixao da renda anual, correspondente respectiva utilizao durante as operaes de prospeco e/ou de explorao e de uma cauo que
garanta o pagamento dos prejuzos que aquelas operaes possam vir a causar.
2. Na fixao da renda referida no nmero anterior deve ter-se em considerao o rendimento lquido estimado da terra cuja utilizao possa vir a ser perturbada, ou deixada
de ser utilizada, ou prejudicada para a actividade a que se encontrar afecta.
3. O valor da cauo a ser fixado deve ter em conta a renda estabelecida nos termos do
nmero anterior, bem como as infra-estruturas que previsivelmente venham a ser
danificadas ou destrudas.
4. Se o titular dos direitos sobre o terreno no concordar com os valores fixados, pode,
no prazo de quinze dias a contar da data de notificao do despacho conjunto dos ministros, referido no n. 1 deste artigo, recorrer ao tribunal territorialmente competente, que decide de harmonia com os preceitos do artigo 1425. do Cdigo do Processo
Civil, com as adaptaes necessrias natureza do pedido.
5. Da deciso do tribunal territorialmente competente cabe recurso, com efeito meramente devolutivo.
SECO V
Responsabilidades Sobre o Uso de Explosivos
Artigo 78.
(Regime aplicvel)
1. A aquisio, transporte, armazenamento e uso de substncias explosivas para uso
na actividade mineira so regulados pelas leis e regulamentos actualmente em vigor
e aplicadas pela Polcia Nacional, ou por diploma especfico que as substitua, o qual
deve ser aprovado pelo Titular do Poder Executivo mediante proposta do Ministrio
do Interior e do rgo de tutela da geologia e minas.
562
Cdigo Mineiro
2. Em cada mina devem ser adoptadas tcnicas e medidas de segurana sobre o planeamento, a execuo e o monitoramento do uso de explosivos, que devem constar do
Plano de Explorao da Mina.
Artigo 79.
(Explosivos permitidos na actividade mineira)
As substncias explosivas permitidas na actividade mineira so as plvoras e os explosivos, podendo apresentar-se a granel ou encartuchadas.
Artigo 80.
(Aquisio, transporte e uso de explosivos)
A aquisio, transporte e uso de produtos explosivos, plvoras e artifcios de iniciao
deve ser feito por pessoal devidamente habilitado e carece de autorizao da Polcia
Nacional.
Artigo 81.
(Operador de explosivos)
1. As operaes de manuseamento de substncias explosivas e acessrios de fogo na
indstria mineira s podem ser executadas por operador de explosivos que cumpra
os requisitos estabelecidos neste captulo.
2. O emprego de produtos explosivos na actividade mineira s pode ser efectuado por
operador de explosivos habilitado com a Cdula de Operador de Explosivos, emitida
pela Polcia Nacional.
3. Sem prejuzo do procedimento criminal ou civil a que haja lugar, a Cdula de Operador de Explosivos pode ser retirada pela entidade emissora quando o operador revele
incria, incompetncia evidente ou desrespeite as regras estabelecidas sobre o uso de
explosivos na actividade mineira.
Artigo 82.
(Requisitos do operador de fogo mineiro)
1. O operador de explosivos mineiros deve satisfazer as seguintes condies:
a) Ser angolano com mais de vinte e cinco anos;
b) Possuir formao especfica em matria de explosivos;
c) Oferecer boas garantias de ordem pblica e moralidade;
d) Possuir como habilitao mnima o terceiro nvel;
e) Ser para este fim designado pelo director tcnico da mina.
2. Excepcionalmente, quando no haja tcnicos nacionais com habilitao para o efeito,
o pessoal de fogo pode ser de nacionalidade estrangeira, mediante autorizao prvia
da Polcia Nacional, sob parecer do ministrio da tutela. Neste caso, obrigatria a
563
564
Cdigo Mineiro
2. O plano de fogo referido no nmero anterior deste artigo deve ser previamente submetido aprovao da Polcia Nacional.
3. Nenhuma exploso pode ser provocada sem que o operador de fogo responsvel verifique
que todos os trabalhadores estejam convenientemente protegidos, que os acessos esto
devidamente vigiados e que no haja o risco de pessoas ou bens a serem atingidos.
Artigo 86.
(Armazenamento)
Os explosivos e os detonadores so obrigatoriamente armazenados separadamente em
paiis e paiolins, respectivamente, previamente licenciados e fiscalizados pela Polcia
Nacional.
Artigo 87.
(Classificao e licenciamento dos paiis e paiolins)
1. A construo dos paiis e paiolins obedece aos critrios de construo, durao, instalao e lotao definidos pela Polcia Nacional, de acordo com a legislao em vigor.
2. O licenciamento para a construo de paiis e paiolins emitido pela Polcia Nacional, mediante requerimento do concessionrio de direitos mineiros respectivo, observadas as regras para a sua construo, referidas no nmero anterior.
Artigo 88.
(Condies de armazenamento)
Todas as estruturas utilizadas para o armazenamento de substncias explosivas devem
obedecer aos seguintes requisitos mnimos obrigatrios:
a) Ser uma construo em beto e/ou alvenaria, com condies adequadas de segurana
e resistncia para o tipo de explosivos a armazenar:
b) As portas devem possuir sistema de fecho com condies tcnicas que garantam a
seguranas das instalaes e impeam o acesso s substncias explosivas de pessoal
no autorizado;
c) Possuir um sistema eficaz de proteco contra descargas atmosfricas por meio de
pra-raios;
d) Estar protegido com macios de terra ou traveses de altura igual do burel da cobertura do paiol;
e) No possuir rede elctrica de iluminao no interior.
565
LIVRO II
Do Exerccio de Direitos Mineiros
CAPTULO V
Titularidade de Direitos Mineiros
Artigo 89.
(Ttulos de direitos mineiros)
1. Os direitos mineiros so conferidos pela emisso de um dos seguintes ttulos:
a) Ttulo de prospeco, para o reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao de
recursos minerais;
b) Ttulo de explorao, para a explorao de recursos minerais;
c) Alvar mineiro, para a prospeco ou explorao de recursos minerais aplicveis
na construo civil;
d) Senha mineira, para a explorao artesanal.
2. Os ttulos mineiros so emitidos pelo titular do rgo da tutela, aps concludos e
aprovados os respectivos processos de obteno das concesses de direitos mineiros,
na forma prevista neste Cdigo, e depois do pagamento das taxas e emolumentos a
que houver lugar.
3. Os ttulos mineiros so numerados, datados e referenciados com a indicao codificada do processo de registo cadastral respectivo, devendo conter os seguintes dados,
entre outros:
a) Identificao do titular;
b) Autoridade que autorizou a concesso do direito;
c) O nmero do Dirio da Repblica ou de outro meio de publicao que publicou a
deciso que aprovou a concesso do direito concedido;
d) Identificao do mineral a que se refere o ttulo obtido;
e) rea das operaes mineiras e sua localizao geogrfica;
f) Durao do direito de concesso e data de expirao;
g) Condies de prorrogao do perodo de validade do ttulo;
h) Espaos para a inscrio de averbamentos resultantes de eventuais transmisso de
direitos ou outras eventualidades legais;
i) Assinatura da autoridade emissora do ttulo, data da assinatura e autenticao da
assinatura.
Artigo 90.
(Capacidade para o exerccio de direitos mineiros)
S permitido o exerccio de actividade mineira a pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, com capacidade tcnica e financeira adequada ao exerccio da
actividade mineira a que se proponham.
566
Cdigo Mineiro
Artigo 91.
(Garantias jurdicas)
Aos titulares de direitos mineiros so reconhecidas as seguintes garantias jurdicas:
a) Os pedidos de acesso aos direitos mineiros so registados e decididos de acordo com
a ordem de entrada, dentro dos prazos legalmente estabelecidos;
b) Aos pedidos de concesso de direitos mineiros prestada a devida publicidade;
c) A explorao dos recursos minerais revelados durante a prospeco, sem quaisquer
restries, a no ser as que resultem expressamente das normas deste Cdigo ou de
legislao complementar;
d) Os ttulos para a explorao dos recursos minerais so atribudos em regime de exclusividade, podendo ser transmitidos nos termos deste Cdigo;
e) O apoio do Estado necessrio para a realizao das actividades mineiras e o respeito
pelos direitos a elas inerentes;
f) O direito de dispor e comercializar livremente o produto da minerao, observadas
as regras e procedimentos estabelecidos neste Cdigo e em legislao complementar
sobre a matria.
Artigo 92.
(Direitos dos titulares)
Os titulares de direitos mineiros concedidos para o reconhecimento, prospeco, pesquisa,
avaliao ou explorao de recursos minerais gozam, entre outros, dos seguintes direitos:
a) Obter ou consultar junto das estruturas competentes do rgo de tutela as informaes geolgico-mineiras disponveis sobre a rea abrangida pela concesso;
b) Obter a colaborao das autoridades administrativas para a realizao dos trabalhos
de campo e para constituio de servides de passagem, nos termos da lei;
c) Utilizar as guas superficiais e subterrneas existentes nas proximidades da rea de
concesso que no se encontrem aproveitadas ou cobertas por outro ttulo de explorao especfica, sem prejuzo dos direitos de terceiros e observando-se sempre a
legislao mineira;
d) Construir e implantar as infra-estruturas e as instalaes necessrias execuo das
actividades geolgico-mineiras;
e) Utilizar, nas condies legais e regulamentares pertinentes, os terrenos demarcados
para a implantao das instalaes mineiras, dos edifcios e dos equipamentos;
f) Alterar, nos termos dos planos e programas de trabalho aprovados, e na medida necessria para a execuo das operaes mineiras, a configurao natural das reas
objecto da concesso;
g) Realizar as actividades geolgico-mineiras necessrias execuo dos planos de trabalho aprovados, sem outras limitaes que no sejam as decorrentes das normas
legais, do contrato de concesso ou do despacho do rgo de tutela;
567
h) Extrair, transportar e beneficiar dos recursos minerais objecto do contrato, nos termos da lei;
i) Dispor dos recursos minerais extrados e comercializ-los, nos termos da lei;
j) Recuperar, atravs dos resultados da explorao, as despesas de investimento efectuadas na fase de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao;
k) Ser indemnizado pelos prejuzos que possam decorrer de quaisquer aces limitativas do exerccio dos direitos mineiros, nos termos da lei ou do contrato de concesso.
Artigo 93.
(Obrigaes dos titulares)
Os titulares de direitos mineiros tm, entre outras, as seguintes obrigaes:
a) No dar incio ao exerccio das actividades geolgico-mineiras, sem estar munido do
competente ttulo;
b) Iniciar os trabalhos de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao no prazo
de cento e oitenta dias contados da data da aprovao do contrato pelo rgo competente, salvo impossibilidade resultante de fora maior demonstrada e comunicada ao
rgo de tutela concessionria nacional;
c) Assegurar o emprego de tcnicos e trabalhadores angolanos, bem como providenciar
aces de formao e capacitao tcnico-profissional dos mesmos, nos termos da lei;
d) Aplicar os mtodos mais aptos para a obteno de maior rendimento, compatveis
com as condies econmicas do mercado, com a proteco do ambiente e com o
aproveitamento racional dos recursos minerais, no realizando a explorao ambiciosa dos mesmos;
e) Proceder ao registo de todas as actividades de investigao geolgico-mineira que
efectuem;
f) Comunicar, periodicamente, ao rgo de tutela e concessionria nacional, nos termos estabelecidos pelo rgo de tutela, o registo de dados tcnicos resultantes das
actividades geolgico-mineiras efectuadas;
g) Registar e contabilizar todas as despesas efectuadas, decorrentes da execuo do plano de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao e do plano de investimentos;
h) Permitir o controlo e a fiscalizao da sua actividade por parte das competentes autoridades do rgo de tutela ou a concessionria nacional, incluindo o acesso ao registo
de dados de natureza tcnica, econmica e financeira relacionado com as operaes
mineiras, bem como permitir a visita dos seus agentes rea de concesso;
i) Libertar progressivamente a rea inicial abrangida pela atribuio dos direitos mineiros de prospeco, nos termos e condies deste cdigo e do respectivo contrato de
concesso;
j) Cumprir o plano de explorao aprovado, respeitando as disposies legais e regulamentares e a melhor metodologia das operaes mineiras;
k) Cumprir os prazos de execuo das operaes mineiras e de programa de produo
estabelecidos, mantendo a explorao em actividade, salvo nos casos de suspenso
568
Cdigo Mineiro
autorizada ou imposta oficialmente, ou ainda quando determinada por razes de fora maior;
l) Garantir e promover o cumprimento das normas de segurana e higiene no trabalho;
m) Cumprir as imposies do Estudo de Avaliao do Impacte Ambiental;
n) Desenvolver aces de proteco natureza e ao ambiente, de acordo com o Estudo
de Avaliao do Impacte Ambiental aprovado pelas autoridades competentes;
o) Promover a segurana, sade, higiene e salubridade pblica, em conformidade com a
regulamentao nacional e internacional aplicvel na Repblica de Angola;
p) Informar de imediato as entidades competentes sobre todas as ocorrncias de acidentes de trabalho e doenas profissionais;
q) Dar a conhecer ao rgo de tutela as estatsticas do pessoal que possua, as realizaes
de carcter social e, na fase de explorao, os dados relativos ao exerccio anual, contendo elementos tcnicos, sociais e de vendas;
r) Informar as incidncias da actividade mineira sobre a ocupao do solo e as caractersticas do ambiente;
s) Reparar nos termos das disposies sobre responsabilidade do Cdigo Civil os danos
provocados a terceiros pelo exerccio das actividades geolgico-mineiras.
Artigo 94.
(Transmisso de ttulos mineiros)
1. Sem prejuzo do referido nos artigos 48. e seguintes deste Cdigo, permitida a
transmisso de ttulos mineiros a terceiros, desde que seja autorizada pelo rgo de
tutela.
2. Nos casos em que a atribuio de direitos mineiros da competncia do Titular do
Poder Executivo, a autorizao para a transmisso do respectivo ttulo mineiro depende de aprovao prvia deste rgo.
3. A transmisso de ttulos mineiros s pode ser autorizada se a entidade a favor de
quem se pretender transmitir reunir os requisitos exigidos aos concessionrios originrios de direitos estabelecidos pelo presente Cdigo e demais legislao aplicvel.
4. A transmisso de ttulos mineiro averbada no ttulo transmitido e no registo cadastral
respectivo com os dados do novo titular e os relativos autorizao de transmisso,
devendo a alterao de titulares ser publicada nos mesmos termos da publicao da
concesso originria do ttulo.
5. A autorizao para a transmisso de direitos mineiros referida no presente artigo est
sujeita ao pagamento de taxas e emolumentos e o respectivo pedido fica sem efeito
se nos trinta dias de calendrio aps a notificao do interessado no for efectuado o
pagamento.
569
CAPTULO VI
Acesso aos Direitos Mineiros
SECO I
Pedidos de concesso de Direitos Mineiros
Artigo 95.
(Formas de produo mineira)
1. A produo de mineirais realiza-se nas formas de produo industrial, produo
semi-industrial e produo artesanal.
2. O regime de produo artesanal o estabelecido no Captulo XI deste Cdigo.
3. O regime de produo industrial e semi-industrial constitui o regime regra, o qual se
aplica a generalidade da produo mineira.
4. Compete ao Titular do Poder Executivo aprovar as regras especiais que a produo
semi-industrial forem aplicveis especificamente.
Artigo 96.
(Condies de acesso aos direitos mineiros)
1. O acesso aos direitos mineiros estabelecidos neste Cdigo e na legislao complementar permitido s pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que,
pretendendo exercer actividades mineiras no territrio nacional ou em quaisquer
reas que se encontrem sob jurisdio da Repblica de Angola, requeiram a respectiva concesso de direitos nos termos e condies previstas neste Cdigo e na legislao
complementar.
2. No permitido o acesso a direitos mineiros nos casos em que se verifique uma das
seguintes condies ou circunstncias:
a) Pessoas com menos de dezoito anos;
b) Pessoas condenadas pela prtica de crimes contra a propriedade e contra a economia, como tal tipificados na lei, punveis com pena de priso maior;
c) Pessoas consideradas por entidade competente, com deciso definitiva, como responsveis por graves danos ambientais definidos como tal nos termos da lei;
d) Devedores em mora por obrigaes tributrias ou contribuies para a segurana
social;
e) Pessoas colectivas em processo de liquidao, fuso ou ciso;
f) Pessoas com processo de declarao de falncia ou insolvncia;
g) Pessoas colectivas cujos representantes ou mandatrios estejam abrangidos pelos
impedimentos estabelecidos nas alneas b), e c) deste nmero.
570
Cdigo Mineiro
Artigo 97.
(Regras sobre a atribuio de direitos mineiros)
1. A atribuio de direitos mineiros feita mediante um dos seguintes meios:
a) Concurso pblico realizado por iniciativa do rgo de tutela;
b) Pedido do interessado dirigido ao rgo de tutela, nos termos deste Cdigo.
2. A atribuio de direitos mineiros escala industrial ou semi-industrial sempre
precedida de informao geolgica favorvel do rgo competente e de negociao
no mbito de um processo de investimento e de atribuio de ttulos mineiros, nos
termos estabelecidos neste Cdigo.
3. A atribuio de direitos mineiros escala artesanal precedida de informao geolgica
favorvel do rgo competente, na base da qual exarado o despacho de concesso de
direitos e do respectivo ttulo ou credenciamento pelo ministro da tutela, nos termos estabelecidos neste Cdigo.
4. Sempre que no haja lugar a concurso pblico, os direitos mineiros de reconhecimento,
prospeco, pesquisa, avaliao e explorao so atribudos ao primeiro solicitante, desde
que possua as capacidades tcnicas e financeiras necessrias para desenvolver a actividade mineira requerida, cumpra as exigncias formais e de procedimento previstas nesta
seco e se comprometa a observar as exigncias em matria ambiental constantes da
legislao em vigor.
5. No permitida a atribuio de direitos mineiros para a mesma rea de concesso a
entidades diferentes.
Artigo 98.
(Concurso pblico)
1. O rgo de tutela realiza obrigatoriamente concurso pblico para atribuio de direitos
mineiros nos seguintes casos:
a) Quando, em razo de estudos realizados ou aprovados pelo rgo responsvel pela
geologia, a rea seja considerada de elevado potencial geolgico;
b) Quando se trate de um mineral considerado estratgico nos termos deste Cdigo.
2. O rgo de tutela deve publicar, pelo menos uma vez por ano, no decurso dos primeiros
trs meses de cada ano, a relao das reas e recursos minerais cuja concesso pode ser
atribuda por concurso pblico.
Artigo 99.
(Regulamento do concurso pblico)
1. As regras e procedimentos do concurso pblico so, com as devidas adaptaes, as aplicveis aos concursos para empreitadas de obras pblicas, devendo ser elaborada pelo
rgo da tutela e aprovada pelo Titular do Poder Executivo regulamentao especfica
para o concurso pblico concesso de direitos mineiros.
571
572
Cdigo Mineiro
4. Para efeitos de investimento estrangeiro, constitui comprovativo das capacidades tcnicas e financeiras a apresentao pelo requerente de um dossier contendo a seguinte
informao:
a) Experincia do ente jurdico na rea mineira;
b) Descrio dos meios tcnicas e programa de trabalhos;
c) Descrio das despesas mnimas;
d) Cpia do balano e contas dos ltimos trs anos.
5. Do pedido para a concesso de direitos mineiros devem ainda constar informaes credveis sobre os objectivos econmicos a alcanar, a rea pretendida, o compromisso
de respeitar as exigncias em matria ambiental, os meios tcnicos e financeiros e o
oramento previsional.
6. Os pedidos que no preencherem os requisitos referidos nos n.os 1 e 2 deste artigo no
so atendidos, notificando-se do facto o requerente, com indicao exacta das causas
do no atendimento do pedido.
7. Da deciso de no atendimento cabe reclamao e recurso, nos termos do procedimento e contencioso administrativos.
Artigo 102.
(Registo dos pedidos)
1. Da recepo do requerimento entregue nos termos do artigo anterior emitido um
recibo passado em formulrio contendo os dados do requerente e da rea requerida,
bem como o nmero do requerimento, a hora e o dia da entrada, devendo ser assinado pelo funcionrio competente e carimbado.
2. O original desse formulrio entregue ao requerente e a cpia anexada ao respectivo processo.
Artigo 103.
(Resposta aos pedidos)
1. Os requerimentos so apreciados por ordem de entrada, devendo ser atendido o que
tenha dado entrada do pedido em primeiro lugar. Os eventuais vcios de forma quanto aos requisitos e formalidades do pedido de concesso, de acordo com as regras
estabelecidas neste Cdigo, no anulam a primazia da entrada, sendo arbitrado um
prazo de oito dias para serem corrigidos.
2. No prazo mximo de trinta dias teis, os requerentes devem ser informados sobre a
disponibilidade ou no da rea requerida, com indicao das taxas e emolumentos a
pagar, ou das causas da indisponibilidade, caso seja esta a informao a prestar.
3. Da deciso de no atendimento do pedido cabe reclamao e recurso, nos termos do
procedimento e contencioso administrativos.
4. Em caso de disponibilidade da rea requerida, o requerente tem o prazo de quinze
dias de calendrio, a contar da data da notificao, para proceder ao pagamento das
573
taxas e emolumentos exigveis, findo o qual, sem que haja procedido ao pagamento, o
pedido considera-se deserto e sem nenhum efeito.
Artigo 104.
(Publicao de editais sobre pedidos)
1. Aps o pagamento das taxas e emolumentos exigveis, o Cadastro deve manda publicar
por ditos, em duas publicaes separadas com intervalos de dois dias entre cada publicao, em pelo menos dois dos jornais de maior circulao, e na pgina da Web do rgo de
tutela ou do Cadastro, a informao sobre o pedido de concesso com os dados resumidos
referidos no artigo 101., devendo ser arquivados no processo as cpias das respectivas
publicaes com as datas de publicao visveis.
2. Decorridos quinze dias aps a 2.a e ltima publicao escrita dos ditos, sem que haja
qualquer reclamao ou impugnao do pedido, continuar-se- com o processo de
atribuio do respectivo ttulo mineiro, de acordo com o estipulado neste Cdigo.
Artigo 105.
(Reclamaes e impugnaes de pedidos)
1. As reclamaes e requerimentos de impugnao so dirigidos ao ministro da tutela e
do entrada no rgo competente do cadastro mineiro.
2. S podem reclamar ou impugnar os pedidos de direitos mineiros as pessoas com
legitimidade e capacidade legal para a reclamao ou impugnao e com interesse
directo no caso.
3. Tm interesse directo no caso para reclamar ou impugnar todos aqueles que sobre as
reas em causa possuam direitos de propriedade, ou direitos pignoratcios, ou direitos da
mesma natureza dos pedidos, ou direitos de superfcie, ou quaisquer direitos reais.
4. As pessoas que reclamarem ou impugnarem o pedido de concesso de direitos mineiros
devem juntar cpias dos documentos comprovativos dos seus direitos e de outras informaes relevantes para a correcta e eficaz apreciao do caso e dos direitos reclamados
ou impugnados.
5. A falta de documentos comprovativos torna os requerimentos de reclamao ou de
impugnao ineptos, dando origem ao seu indeferimento liminar e continuao do
processo de atribuio de direitos mineiros em curso.
6. Havendo reclamao ou impugnao do pedido devidamente formulado, o responsvel
mximo dos recursos geolgicos manda abrir um processo de averiguaes para apurar
a veracidade da reclamao ou da impugnao, podendo recorrer a outras instituies
do Estado para proceder sua verificao e autenticidade.
7. As partes interessadas na reclamao ou impugnao devem ser notificadas do resultado
final do processo de averiguao e da deciso, no prazo de quinze dias.
8. Da deciso sobre o inqurito cabe reclamao e recurso nos termos do procedimento
e contencioso administrativos.
574
Cdigo Mineiro
Artigo 106.
(Certificado de pedido de concesso mineira)
1. Depois de apreciados e confirmada a viabilidade processual dos pedidos, nos termos
dos artigos anteriores desta seco, os servios geolgico-mineiro emitem o Certificado de Registo de Pedido de Concesso Mineira (RPCM).
2. O original do RPCM entregue ao requerente e uma cpia do mesmo encaminhado
para o rgo com competncia para negociar os contratos, ou para autorizar a atribuio dos respectivos ttulos, consoante os casos.
CAPTULO VII
Do Investimento no Sector Mineiro
Artigo 107.
(Investimento pblico)
O investimento pblico em actividades mineiras condicionado necessidade objectiva
de o Estado intervir empresarialmente no sector mineiro, demonstrada atravs de estudos fundamentados, aprovados pelo Titular do Poder Executivo.
Artigo 108.
(Investimento privado)
1. O investimento em actividades mineiras realizado por entidades privadas, nacionais
ou estrangeiras, como tal definidas na lei, est sujeito a autorizao especfica, nos
termos definidos neste Cdigo.
2. As regras sobre investimento privado na actividade mineira so as estabelecidas no
presente captulo.
3. Aplicam-se subsidiariamente ao investimento privado na actividade mineira as disposies da Lei n. 20/11, de 20 de Maio - Lei do Investimento Privado e da legislao
cambial.
Artigo 109.
(Parcerias comerciais)
1. Os direitos mineiros de prospeco e explorao podem ser atribudos a entidades
reunidas comercial ou empresarialmente atravs de instrumentos de parceria permitidos por lei, desde que se mostrem reunidos os seguintes requisitos:
a) Os associados satisfaam as condies estabelecidas neste Cdigo para ter acesso
aos direitos mineiros;
b) Os associados consagrem no instrumento de parceria a sua responsabilidade solidria pelo cumprimento das obrigaes contradas por qualquer um deles perante o
Estado e perante terceiros, decorrentes do exerccio dos respectivos direitos mineiros.
575
CAPTULO VIII
Regime Geral de Investimento Mineiro
SECO I
Disposies Gerais
Artigo 111.
(Contrato de investimento mineiro)
1. O investimento para a prospeco, estudo, avaliao e explorao mineira industrial
realiza-se mediante contrato de investimento, de natureza administrativa, aprovado
pelo ministro da tutela.
2. Quando o valor do investimento for superior ao equivalente em Kwanzas a USD
25 000 000,00 (vinte e cinco milhes de dlares) competente para aprovar o
contrato de investimento mineiro o Titular do Poder Executivo.
3. Independentemente do valor do contrato, o titular do rgo de tutela o interlocutor
por parte do Estado em tudo o que diga respeito negociao e s disposies do
contrato.
4. Quando os direitos mineiros forem exercidos exclusivamente por uma empresa detida integralmente pela Concessionria Nacional compete ao Titular do Poder Executivo aprovar o respectivo projecto de execuo das operaes mineiras para cada fase do processo
de minerao, no havendo necessariamente lugar a celebrao de contrato.
Artigo 112.
(Comisso de negociao dos contratos)
1. Os contratos de concesso de direitos mineiros para a explorao industrial de minerais so negociados por uma Comisso de Negociaes criada por despacho do ministro da tutela.
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Cdigo Mineiro
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Cdigo Mineiro
SECO II
Direitos Mineiros de Prospeco
SUB-SECO I
Acesso aos Direitos Mineiros de Prospeco
Artigo 118.
(Regime contratual)
1. O acesso a direitos mineiros de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao
obedece s regras deste Cdigo e realiza-se mediante o contrato de investimento mineiro definido na seco anterior deste captulo.
2. As regras, direitos e obrigaes sobre o exerccio dos direitos mineiros de prospeco,
pesquisa e avaliao resultam dos termos e condies que tenham sido acordadas nas
negociaes do contrato de investimento aprovado pela entidade competente.
Artigo 119.
(Elementos contratuais da prospeco)
O Contrato de investimento mineiro deve conter, sem prejuzo de outros que decorram
de legislao aplicvel e das negociaes respectivas, os seguintes elementos, relativos
fase de prospeco:
a) Identificao comercial, fiscal e domiclio do ttular e do seu representante legal;
b) Indicao e delimitao da rea;
c) Tipo de recurso mineral includo na concesso requerida;
d) Perodo inicial de prospeco e condies para prorrogao;
e) Condies de abandono progressivo da rea;
f) Plano de prospeco;
g) Plano de investimento;
h) Periodicidade de apresentao de relatrios;
i) Valor e tipos das caues a prestar;
j) Contribuio para o Fundo de Desenvolvimento Mineiro ou outro fundo, caso existam
legalmente;
k) Fundamentos para a resciso do contrato na fase da prospeco;
l) Formas de resoluo de litgios.
Artigo 120.
(Dimenso e demarcao da rea de prospeco)
1. O contrato de investimento mineiro deve definir a dimenso das reas de concesso
de direitos mineiros de prospeco, expressa em quilmetros quadrados ou hectares.
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Cdigo Mineiro
581
SUB-SECO II
Ttulo de Prospeco
Artigo 126.
(Emisso do ttulo de prospeco)
1. Aprovado o contrato de investimento mineiro pela entidade competente, o titular do
rgo de tutela emite o ttulo mineiro de prospeco, nos termos do artigo 89. do
presente Cdigo e procede sua entrega ao titular depois de este pagar as taxas e
emolumentos a que houver lugar.
2. Emitido o ttulo mineiro, o titular do rgo de tutela envia cpia do mesmo ao Executivo da provncia onde se realiza o investimento, para conhecimento, com cpia ao
investidor.
3. Quando o investimento implicar a importao de capitais externos e/ou a concesso
de facilidades e isenes parciais, o titular do rgo de tutela envia cpia do ttulo e do
contrato aprovado ao Ministrio das Finanas e Agncia Nacional do Investimento
Privado, devendo esta emitir o competente Certificado de Registo de Investimento
Privado para certificar o investimento externo e obter junto do Banco Nacional de
Angola a Licena de Importao de Capitais.
4. Obtido o ttulo mineiro, o respectivo titular fica habilitado a realizar as operaes
mineiras a que houver lugar, nos termos estabelecidos neste Cdigo e na legislao
complementar.
582
Cdigo Mineiro
Artigo 127.
(Contedo do ttulo de prospeco)
1. O ttulo de prospeco, aprovado nos termos do artigo anterior, deve conter os seguinte dados:
a) Data de emisso e nmero do ttulo;
b) Identidade do titular;
c) Minerais abrangidos;
d) Perodo de validade;
e) Identificao da rea correspondente ao ttulo de concesso, atravs da descrio
das respectivas coordenadas geogrficas;
f) Mapa topogrfico da rea abrangida pelo ttulo de concesso, com a indicao das
coordenadas geogrficas;
g) Termos e condies a que o titular fica sujeito, relativos, nomeadamente, ao prazo
de prospeco e pesquisa, libertao da rea, s taxas e multas, aos cuidados ambientais e outra informao relevante, consoante o mineral.
SECO III
Direitos Mineiros de Explorao
SUB-SECO I
Acesso aos Direito Mineiros de Explorao
Artigo 128.
(Acesso aos direitos mineiros de explorao)
1. Os direitos de explorao de recursos minerais descobertos e avaliados na sequncia
das fases de prospeco e avaliao de um contrato de investimento mineiro so, cumpridos os requisitos estabelecidos na seco anterior, atribudos s entidades que tenham exercido os direitos mineiros dessas fases no mbito do contrato.
2. Os direitos de explorao de recursos minerais j conhecidos e avaliados, mas no
descobertos na sequncia de um contrato de investimento mineiro, so concedidos a
quem, reunindo os requisitos legais, apresentar a melhor proposta de explorao, em
concurso pblico aberto pelo rgo de tutela para o efeito.
Artigo 129.
(Base de avaliao da viabilidade da explorao)
1. A concesso de direitos de explorao tem por base fundamental de avaliao e deciso o Estudo de Viabilidade Tcnica, Econmica e Financeira (EVTEF), o Estudo de
Impacte Ambiental (EIA), nos termos do artigo 116. e o Plano de Explorao, entre
outros elementos exigidos pelo presente Cdigo e legislao complementar.
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Cdigo Mineiro
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5. No se inclui nas obrigaes do Estado a reposio ambiental, a qual deve ser assumida pelo titular do direito caducado, mediante uso da reserva legal referida no n. 3
deste artigo.
SUB-SECO II
Ttulo de Explorao Mineira
Artigo 134.
(Emisso do ttulo de explorao)
1. Aprovado o contrato de explorao pelo rgo competente, o rgo de tutela emite o
ttulo de explorao mineira, de acordo com as regras estabelecidas neste Cdigo.
2. O ttulo de explorao mineira emitido entregue ao interessado aps o pagamento
das taxas e emolumentos devidos.
3. Se, aps a comunicao da deciso de atribuio do ttulo de explorao, o interessado no proceder ao pagamento das taxas e emolumentos devidos, no prazo de trinta
dias, o mesmo considera-se cancelado.
Artigo 135.
(Contedo do ttulo de explorao)
O ttulo de explorao mineira contm os seguintes dados:
a) Data de emisso e nmero do ttulo de explorao;
b) Identidade do titular;
c) Minerais abrangidos;
d) Perodo de validade estabelecido nos termos do artigo 133.;
e) Identificao da rea do ttulo de explorao atravs de coordenadas geogrficas;
f) Mapa topogrfico da rea abrangida pelo ttulo de explorao, com a indicao das
coordenadas geogrficas;
g) Termos e condies a que o titular fica sujeito, relativos, explorao, processamento
e/ou comercializao dos produtos minerais.
Artigo 136.
(Tramitao do ttulo de explorao)
1. Emitido o ttulo de explorao mineira e entregue o original ao respectivo titular ou
seu representante legal, o rgo de tutela remete cpias do mesmo ao Governo da
provncia onde se realiza o investimento, para conhecimento.
2. Quando o investimento implicar a importao de capital externo ou a concesso de
facilidades e isenes parciais, o rgo de tutela envia cpia do ttulo e do contrato
aprovado ao Ministrio das Finanas e Agncia Nacional do Investimento Privado,
devendo esta emitir o competente Certificado de Registo do Investimento Privado
586
Cdigo Mineiro
587
SUB-SECO III
Plano e Programa de Explorao Mineira
Artigo 142.
(Plano de explorao)
1. As actividades de explorao so realizadas de acordo com um plano de explorao,
que faz parte do Estudo de Viabilidade Tcnico-Econmica e que deve conter os elementos referidos no artigo 143. (sobre Contedo do Plano de Explorao).
2. A cada plano de explorao corresponde uma concesso, sem prejuzo do disposto no
artigo 148.
3. O rgo da tutela pode autorizar alteraes s previses iniciais do plano de explorao aprovado, quando requeridas e devidamente fundamentadas pelo concessionrio.
588
Cdigo Mineiro
Artigo 143.
(Contedo do plano de explorao)
O plano de explorao deve conter os seguintes elementos:
a) A descrio do esquema de minerao, incluindo detalhes sobre a escala das operaes,
a provvel localizao das principais operaes de minerao, furos, poos, aterros e
represas;
b) Descrio detalhada dos mtodos de minerao;
c) Data prevista de incio de produo comercial;
d) Perfil de produo e capacidade;
e) Caractersticas e natureza dos produtos finais;
f) Data prevista de incio do desenvolvimento mineiro;
g) Em caso de minerao subterrnea, descrio das rochas de cobertura do depsito,
declives fixos e temporrios das paredes da mina e terra superficial;
h) Em caso de minerao a cu aberto, indicao da localizao da represa para decantao
de resduos;
i) Em caso de minerao submarina, indicao dos dados tcnicos e geolgicos que
permitam identificar a localizao, a camada superior de gua at superfcie, o sistema de explorao usado e os meios de defesa e preservao do ambiente marinho;
j) Descrio dos sistemas de transporte, ventilao, iluminao, drenagem e segurana;
k) Descrio dos sistemas de abastecimento de gua, energia e materiais locais;
l) Descrio dos procedimentos de beneficiao e, onde for adequado, a tecnologia de
processamento de minerais;
m) Descrio das infra-estruturas necessrias para a explorao mineira e as propostas
do requerente a este respeito;
n) Propostas de medidas anti-poluio, proteco do meio ambiente, restaurao e
reabilitao do terreno, incluindo a vegetao e propostas para a minimizao dos
efeitos da explorao mineira no terreno e nas guas superficiais localizadas na rea
mineira e adjacente;
o) Identificao de quaisquer riscos de segurana e sade para o pessoal envolvido
na explorao mineira e o pblico em geral e propostas para o controlo, mitigao,
monitoria e eliminao de quaisquer desses riscos;
p) Necessidades de mo-de-obra qualificada e no qualificada;
q) Outros dados que o requerente considere relevantes, ou solicitados pela entidade
competente.
Artigo 144.
(Direco tcnica da explorao)
1. Para cada concesso mineira deve existir um director tcnico a quem cabe a responsabilidade tcnica da segurana da mina de que seja responsvel, das condies tcnicas da explorao da mesma e da boa execuo do plano de explorao, podendo
589
o mesmo director prestar servio em mais do que uma concesso do mesmo titular.
2. O rgo de tutela define os padres para o quadro tcnico, de acordo com a especificidade da explorao de cada mineral.
3. As concesses mineiras para explorao de materiais de construo em pequena
escala e para a explorao mineira artesanal esto isentas da obrigao referida no
n. 1 deste artigo.
4. Compete ao titular do rgo de tutela definir a necessidade, ou no, de um director
tcnico para minerais destinados construo civil, em funo da maior ou menor
dimenso da explorao mineira respectiva.
Artigo 145.
(Responsabilidade civil e criminal da direco tcnica)
1. Os directores tcnicos das unidades de explorao mineira respondem civil e criminalmente para com o Estado, o titular da concesso e para com terceiros pelos actos
que lhes sejam imputveis enquanto responsveis tcnicos da explorao.
2. Aos directores tcnicos legtimo eximir-se das responsabilidades civis e criminais
sobre aspectos concretos da explorao, desde que provem perante as autoridades
competentes que, por escrito e junto do titular do direito de explorao, indicarem
em tempo oportuno as razes da no assuno de tais responsabilidades para cada
caso em concreto e que as medidas por si sugeridas para superar as insuficincias no
foram atendidas.
3. Nos casos referidos no nmero anterior deste artigo e nos restantes casos, as responsabilidades a que houver lugar recaem sobre o titular do direito de explorao, nos
termos gerais do direito.
Artigo 146.
(Programa de trabalho)
1. O titular dos direitos de explorao deve submeter ao rgo de tutela, at 31 de Outubro
de cada ano, um programa de trabalho actualizado e uma previso das despesas mnimas
a realizar no ano seguinte.
2. O titular do ttulo de explorao pode, com motivos justificados, rever quaisquer pormenores do programa de trabalhos submetido e da previso de despesas mnimas.
3. As revises referidas no nmero anterior devem ser dadas a conhecer ao rgo de
tutela.
Artigo 147.
(Demarcao)
Cada direito de explorao respeita a uma demarcao mineira, cujos limites devem ser rigorosamente definidos e estabelecidos no espao fsico de explorao, devendo corresponder rea julgada necessria para levar a cabo o plano de explorao aprovado, incluindo
590
Cdigo Mineiro
591
b) No prazo de quinze dias aps o termo de cada trimestre, o relatrio das actividades
realizadas no trimestre anterior;
c) At trinta e um de Janeiro de cada ano, o relatrio anual das actividades desenvolvidas
durante o ano anterior.
2. A informao e relatrios referidos no nmero anterior so entregues na Direco
Provincial respectiva e no rgo competente da tutela.
3. O relatrio de explorao mineira obedece, na sua forma e contedo, ao estabelecido
no normativo aprovado pelo rgo de tutela.
Artigo 152.
(Abandono da rea de explorao)
1. Durante a vigncia do contrato de explorao, mediante aviso prvio no inferior a
cento e oitenta dias dirigido ao titular do rgo de tutela, e sem prejuzo dos termos e
condies previstos no contrato de investimento respectivo, o titular dos direitos de
explorao pode abandonar parte ou toda a rea mineira.
2. O abandono s produz efeitos a partir da data aprovada pelo rgo de tutela, no
devendo ser inferior a trs meses, nem superior ao prazo de aviso prvio feito pelo
titular.
3. Em caso de abandono total da rea mineira, o ttulo de explorao caduca nos termos
do artigo 54. deste Cdigo.
4. Em caso de abandono parcial da rea mineira, o titular obriga-se a actualizar os limites da rea remanescente, devendo proceder ao averbamento, no ttulo de explorao,
do registo da rea actualizada.
5. O abandono de qualquer rea nos termos dos nmeros anteriores no exonera o
titular de:
a) Pagar os impostos, taxas, multas ou quaisquer compensaes devidas at data do
abandono formalmente reconhecido pelo rgo competente do ministrio da tutela;
b) Cumprir todas as obrigaes relativas s questes ambientais;
c) Cumprir quaisquer obrigaes exigidas por lei ou pelo contrato de investimento at
data em que o abandono comea a produzir efeitos.
Artigo 153.
(Seguros)
1. O titular de direitos mineiros para explorao escala industrial deve constituir seguro
contra todos os riscos.
2. O seguro referido no nmero anterior deve cobrir, designadamente, os seguintes riscos:
a) Danos s instalaes mineiras;
b) Responsabilidade perante terceiros;
c) Acidentes de trabalho do pessoal envolvido nas operaes mineiras.
592
Cdigo Mineiro
Artigo 154.
(Reembolso dos investimentos)
1. O reembolso dos investimentos realizados na fase de reconhecimento, prospeco,
pesquisa e avaliao pelos titulares de direitos de explorao efectua-se atravs dos
resultados da explorao dos recursos minerais descobertos ao abrigo dos respectivos
contratos de concesso.
2. O reembolso abrange todos os custos capitalizados e deve efectuar-se nos termos
acordados contratualmente.
SUB-SECO IV
Facilidades Fiscais e Investimento Externo
Artigo 155.
(Obteno de facilidades fiscais e aduaneiras)
Depois de aprovado o contrato e emitido o ttulo mineiro, o titular do rgo de tutela
envia cpias dos mesmos ao Ministrio das Finanas para concesso das isenes fiscais
e/ou aduaneiras, no caso de estas terem sido negociadas pela Comisso de Negociaes
e aprovadas pelo titular do rgo de tutela.
Artigo 156.
(Procedimentos especficos para investimento externo)
Tratando-se de investidores externos, como tal definidos na lei, depois de aprovado o
contrato, emitido o ttulo mineiro e remetida cpia ao Ministrio das Finanas, o rgo
de tutela envia cpia do contrato Agncia Nacional do Investimento Privado que, por
sua vez, emite o competente Certificado de Registo de Investimento Privado e solicita ao
Banco Nacional de Angola o licenciamento da importao de capitais a que houver lugar.
CAPTULO IX
Tramitao do Processo de Investimento Mineiro
Artigo 157.
(Prazos para a realizao do investimento)
1. Sempre que tal no seja estabelecido pelas regras deste Cdigo, da legislao especfica ou dos contratos de investimento respectivos, os prazos para a realizao do
investimento por parte do investidor so os estabelecidos no regime geral de investimento privado aprovado pela Lei do Investimento Privado e seus regulamentos e
pela legislao fiscal e cambial, sujeitando-se os infractores s sanes previstas nessa
legislao em caso de no cumprimento dos prazos para realizar o investimento.
2. Compete ao rgo de tutela fiscalizar os prazos para a realizao do investimento pelo
investidor, nos termos exactos das obrigaes legais e contratuais assumidas por este.
593
Artigo 158.
(Prazos da tramitao do processo de investimento)
Os prazos a observar na tramitao dos processos de investimento privado mineiro so
os seguintes:
a) Resposta ao Pedido de Concesso Mineira - at trinta dias depois da entrada do
requerimento no servio competente dos servios geolgico-mineiros;
b) Emisso do Certificado de Registo do Pedido de Concesso Mineira (CRPCM) - at quinze
dias aps a comprovao de que o Pedido de Concesso Mineira vivel, designadamente
por no ter sido impugnado, ou a impugnao ter sido resolvida a favor do peticionrio;
c) Criao da Comisso de Negociaes, ou envio do processo ao rgo especfico caso
exista, para conduzir as negociaes - at trinta dias aps a apresentao da Declarao de Inteno de Investimento, acompanhada do CRPCM ou do EVTEF e do Estudo
de Impacte Ambiental, se exigveis, pelo investidor;
d) Negociao dos contratos de concesso - at cento e oitenta dias aps a criao da
Comisso de Negociaes a definir no diploma que cria em Comisso de Negociao;
e) Formulao da Acta das Negociaes e remessa entidade competente para aprovao do contrato - at oito dias depois de findas as negociaes;
f) Aprovao do contrato pelo ministro da tutela - at oito dias depois de recebida a Acta
das Negociaes;
g) Emisso do Ttulo Mineiro - at oito dias depois da aprovao do contrato pelo rgo
competente;
h) Remessa de cpias do contrato ao Ministrio das Finanas, ao Executivo da Provncia
e ANIP - at oito dias depois de emitido o ttulo mineiro pela entidade competente;
i) Emisso do Certificado de Registo de Investimento Privado (CRIP) pela ANIP e remessa de cpia do mesmo ao Banco Nacional - at oito dias depois de recebida a cpia
do contrato aprovado e do ttulo mineiro;
j) Emisso do Ttulo de Importao de Capitais - at quinze dias aps a recepo pelo
Banco Nacional de Angola da cpia do CRIP enviada pela ANIP.
Artigo 159.
(Prazos para o concurso pblico)
Nos procedimentos de concursos pblicos aplicam-se as regras e os prazos previstos
na legislao sobre concursos de obras pblicas, com as devidas adaptaes. O Poder
Executivo competente para aprovar regras especficas sobre procedimentos e prazos
para concursos pblicos na actividade mineira.
Artigo 160.
(Efeitos do no cumprimento dos prazos)
O no cumprimento dos prazos por parte dos rgos competentes para decidir significa
recusa do pedido, com os efeitos legais do procedimento e do contencioso administrativos.
594
Cdigo Mineiro
Artigo 161.
(Controlo dos prazos)
O controlo dos prazos do procedimento para o investimento privado no sector mineiro
faz-se atravs de documentos protocolados de todos os passos da tramitao processual
do investimento privado, com os nomes da instituio e do funcionrio que recebe ou
envia os documentos, as datas, as horas, as assinaturas e, se for o caso, os carimbos em
uso nas instituies intervenientes.
Artigo 162.
(Penalizaes por no cumprimento de prazos)
O no cumprimento dos prazos passvel de procedimento contencioso administrativo
nos termos da legislao vigente, submetendo-se as concessionrias nacionais e os seus
representantes legais a este regime por fora do poder administrativo pblico que lhes
for atribudo na relao administrativa com os titulares de direitos mineiros.
Artigo 163.
(Reclamao e recurso)
1. Das decises e prticas dos rgos competentes cabe reclamao e recurso, nos termos
do procedimento e contencioso administrativos.
2. O no exerccio dos direitos de reclamao ou de recurso nos prazos estabelecidos
na legislao sobre procedimento e contencioso administrativos tem como efeito a
entrada em vigor das decises e das prticas relativas aos actos que lhes do origem,
nos termos da lei.
CAPTULO X
Regime de Investimento em Minerais Estratgicos
Artigo 164.
(Regras e procedimentos especiais)
O investimento privado para a explorao de minerais considerados estratgicos nos
termos deste Cdigo e da legislao complementar, realiza-se de acordo com as regras e
procedimentos do regime geral estabelecido neste Cdigo, com as seguintes adaptaes:
a) A competncia para negociar os contratos exercida pelo rgo criado pelo Poder
Executivo para regular o exerccio de direitos de certos minerais estratgicos e pela
concessionria nacional;
b) A aprovao dos contratos da competncia do Poder Executivo;
c) A competncia para aprovar os contratos de investimento para a fase de investigao geolgico-mineira e de explorao pode ser delegada pelo Poder Executivo ao
rgo de tutela se, terminada a fase de prospeco, o investimento a realizar nos
595
596
Cdigo Mineiro
CAPTULO XI
Regime de Investimento Mineiro Artesanal
SECO I
Investimento na Minerao Artesanal
Artigo 167.
(Definio)
1. Considera-se minerao artesanal, aquela em que no empregue mo-de-obra assalariada e em que so usados exclusivamente mtodos e meios artesanais, sem interveno
de meios mecnicos auto-propulsores, nem tecnologia mineira industrial.
2. Os materiais e equipamentos para a minerao artesanal so, nomeadamente, enxadas, picaretas, ps, catanas, peneiras ou crivos, bacias, baldes, luvas, pincelas, balanas, capacetes e botas.
Artigo 168.
(Proibio de equipamentos industriais)
1. proibido o uso de qualquer equipamento ou meios de caractersticas diferentes das
especificadas no artigo anterior, ficando sujeitos a confisco os materiais proibidos
que forem encontrados na posse dos mineradores, sem prejuzo de outras medidas
determinadas pela lei e por este Cdigo.
2. Mediante requerimento devidamente fundamentado do titular do direito mineiro
dirigido ao titular do rgo de tutela, pode este autorizar o uso de equipamento
semi-industrial na produo artesanal do requerente.
Artigo 169.
(Regime legal e enquadramento)
1. A minerao artesanal apenas admitida, nos termos do presente Cdigo.
2. O Poder Executivo pode aprovar regras suplementares para regular a actividade mineira
artesanal, de acordo com a especificidade de cada mineral.
3. O regime de produo artesanal de diamantes estabelecido no Captulo XIX deste
Cdigo.
Artigo 170.
(Integrao econmica)
O ministrio da tutela deve criar condies para a integrao dos mineiros artesanais
em cooperativas ou outras formas organizadas de actuao, que resultem num melhor
aproveitamento dos recursos naturais em benefcios das populaes, de harmonia com
a poltica do Poder Executivo para o sector mineiro.
597
Artigo 171.
(Regime de investimento artesanal)
1. O investimento em actividades mineiras artesanais realiza-se sob o regime de minerao
artesanal, de acordo com a definio de produo artesanal e das regras estabelecidas
para tal actividade neste Cdigo e respectiva legislao complementar.
2. Em tudo que no contrarie disposies especficas sobre investimento na produo
artesanal estabelecidos neste Cdigo e em legislao complementar, aplicam-se no
investimento em actividades mineiras artesanais, com as necessrias adaptaes, as
regras do regime geral de investimento privado e de atribuio de direitos mineiros.
Artigo 172.
(Obteno de direitos para minerao artesanal)
1. O investimento em actividades mineiras artesanais realiza-se mediante ttulos de
concesso de direitos para a minerao artesanal, designados senha mineira, atribudos por despacho do ministro da tutela.
2. O requerimento para a obteno do ttulo de concesso de direitos de minerao artesanal dirigido ao Ministro, contendo os dados que permitam identificar o investidor, o preenchimento das condies e requisitos exigidos por este Cdigo e em legislao complementar para a actividade mineira artesanal e o mapa da rea requerida.
SECO II
Concesso de Direitos de Minerao Artesanal
Artigo 173.
(reas para a minerao artesanal)
1. O Executivo pode reservar reas de ocorrncias minerais para o exerccio da minerao artesanal.
2. As reas consideradas adequadas para a minerao artesanal so apenas aquelas
cujas caractersticas geolgicas no permitam a realizao da actividade mineira em
escala industrial.
3. No podem ser reservadas minerao artesanal aquelas reas que estejam vedadas
actividade mineira ou que sejam objecto de outros tipos de direitos mineiros.
Artigo 174.
(Licenciamento)
A concesso dos direitos para o exerccio da actividade de minerao artesanal atribuda pelo ministro responsvel pelo sector mineiro ou por outra entidade do sector a quem
este delegue essa competncia.
598
Cdigo Mineiro
Artigo 175.
(Dimenso das reas)
1. A dimenso das reas para a minerao artesanal no pode exceder 5Km2, devendo
ser demarcado nos mesmos termos da demarcao das reas de produo industrial.
2. A dimenso da rea para a produo artesanal de diamantes estabelecida no n. 2
do artigo 283.
Artigo 176.
(Durao)
Salvo o disposto no regime legal de produo artesanal de diamantes, os direitos mineiros para o exerccio da minerao artesanal so atribudos por um perodo de at trs
anos, podendo ser prorrogados por mais trs anos, sendo posteriormente prorrogados
por perodos sucessivos de um ano, at ao esgotamento do recurso mineral explorvel.
Artigo 177.
(Requisitos de acesso minerao artesanal)
1. Os direitos mineiros para a produo artesanal apenas podem ser atribudos a cidados nacionais maiores de dezoito anos.
2. Quando se trate de minerais estratgicos, os cidados referidos no n. 1 deste artigo
devem residir na rea h pelo menos dez anos consecutivos.
3. competente para emitir documento comprovativo de residncia a autoridade administrativa do local de residncia, ouvida a autoridade tradicional respectiva.
4. Os direitos mineiros podem ser atribudos a pessoas singulares ou colectivamente ao
agregado familiar, a associaes ou a cooperativas que renam os requisitos estipulados neste Cdigo e na regulamentao especfica.
Artigo 178.
(Restries)
1. No permitida a deteno pelo mesmo titular de mais de uma concesso para
minerao artesanal.
2. S pode realizar minerao artesanal quem estiver legalmente autorizado, nos termos
deste Cdigo, podendo essa actividade estender-se ao seu agregado familiar at um
mximo de dez pessoas.
3. A incluso na actividade mineira artesanal de membros do agregado familiar do titular passa pela obteno prvia do documento que os identifique como estando afectos
quele ttulo, mediante requerimento do titular do direito junto do rgo provincial
competente que inclua a indicao dos nomes, grau de parentesco, cpias de documentos de identificao e comprovativo de residncia. Este documento de identificao obedece a um modelo aprovado pelo rgo de tutela e tem a validade de um ano,
renovvel.
599
Artigo 179.
(Obrigao de identificao)
1. S podem permanecer na rea de explorao mineira artesanal o titular do direito e
aqueles que sejam portadores do documento de identificao vlido referido no artigo
anterior deste artigo.
2. Durante a estadia e laborao nas reas atribudas para este fim, todos os trabalhadores da minerao artesanal so obrigados a usar a identificao legalmente instituda.
Artigo 180.
(Iseno de taxas de superfcie)
Os titulares de direitos de minerao artesanal esto isentos do pagamento da taxa de
superfcie.
Artigo 181.
(Cadastro)
Compete ao rgo de tutela do sector o estabelecimento de um cadastro especfico para
o acompanhamento e controlo da actividade mineira artesanal.
Artigo 182.
(Fiscalizao)
Sem prejuzo das responsabilidades dos rgos policiais e de segurana, compete ao
rgo de tutela do sector e demais autoridades sectoriais locais competentes, o acompanhamento e fiscalizao legal e tcnica da actividade mineira artesanal.
Artigo 183.
(Proteco ambiental)
1. Os detentores de direitos mineiros para a minerao artesanal esto obrigados ao
cumprimento das normas ambientais para este tipo de actividade mineira.
2. O rgo da tutela define as regras a que ficam obrigados os titulares de direitos mineiros de minerao artesanal para que estes possam cumprir o estabelecido neste
Cdigo e na demais legislao sobre o ambiente.
Artigo 184.
(Suspenso da minerao artesanal)
1. Sempre que se justifique, por motivos de sade pblica, ambiental ou outras razes
ponderosas devidamente fundamentadas e justificadas, podem ser temporariamente
suspensa realizao de qualquer actividade relativa minerao artesanal numa determinada rea.
600
Cdigo Mineiro
2. A suspenso temporria apenas pode ser mantida enquanto perdurarem as circunstncias que tiverem determinado a sua existncia, salvo a ocorrncia de novas situaes que renam os requisitos exigidos no nmero anterior para o prolongamento da
suspenso da actividade de minerao.
Artigo 185.
(Extino de direitos)
extino dos direitos mineiros de minerao artesanal aplicam-se, com as necessrias
adaptaes, as regras da extino dos restantes direitos mineiros.
Artigo 186.
(Direitos do minerador artesanal)
1. Ao titular do direito de minerao artesanal garantido o direito de realizar as operaes
mineiras artesanais do mineral autorizado na rea a si concedida, armazenar, transportar e comercializar o produto obtido, de acordo com as regras estabelecidas no presente
Cdigo e nos regulamentos que incidam sobre a actividade mineira artesanal.
2. O titular do direito de minerao artesanal pode ainda invocar em seu favor os direitos
para titulares de direitos mineiros em geral, salvo se das suas caractersticas decorrer
claramente que os mesmos no podem ser aplicados a este tipo de actividade.
Artigo 187.
(Deveres do minerador artesanal)
1. O titular do direito de minerao artesanal fica sujeito aos seguintes deveres:
a) Realizar as actividades mineiras de acordo com o estabelecido neste Cdigo, nos
regulamentos sobre a matria e nos ttulos de concesso;
b) Cumprir as normas ambientais ao abrigo da legislao pertinente;
c) Colaborar com as autoridades, sempre que as circunstncias o exijam;
d) Responder pelas falhas e incumprimentos das pessoas que consigo trabalham na concesso mineira, devendo responsabilizar-se solidariamente pelos prejuzos causados por
eles ao Estado ou a terceiros;
e) Manter actualizados os ttulos de concesso e os documentos de identificao relativas
ao exerccio dos direitos de minerao artesanal concedidos.
2. Os titulares de direitos de minerao artesanal devem cooperar com as autoridades
competentes na denncia de prticas de explorao ilegal, trfico ilcito de minerais
estratgicos e de todas as actividades que possam configurar crimes ou infraces
administrativas previstas por lei.
601
CAPTULO XII
Comercializao de Minerais
SECO I
Disposies Comuns
Artigo 188.
(Comercializao do produto da minerao)
Os titulares de direitos mineiros tm o direito de comercializar o produto da explorao
mineira, devendo obedecer s condies estabelecidas neste Cdigo sobre comercializao
de minerais e s disposies dos respectivos contratos de compra e venda.
Artigo 189.
(Exportao de minerais)
1. A exportao dos minerais extrados em Angola objecto de licenciamento pelo rgo
competente do Ministrio do Comrcio e de um despacho aduaneiro do Servio Nacional
das Alfndegas, dando-se conhecimento do facto ao rgo de tutela.
2. proibida a exportao de recursos minerais nacionais provenientes de exploraes
no autorizadas, nos termos deste Cdigo, sem prejuzo das penalidades previstas
neste Cdigo e noutra legislao aplicvel.
3. Todos os minerais extrados e exportados a partir de Angola devem ter classificao
de origem a emitir pela entidade competente.
Artigo 190.
(Importao de minerais)
1. A introduo de qualquer mineral em territrio nacional carece de parecer prvio
do rgo de tutela. Quando permitida, sempre objecto de despacho aduaneiro, nos
termos gerais, e de licenciamento pelo Ministrio do Comrcio.
2. Logo que efectuadas as operaes de importao de recursos minerais, devem os respectivos dados tcnicos e quantitativos ser levados ao conhecimento do rgo de tutela para
efeitos estatsticos e de controlo.
3. Excluem-se do regime estabelecido neste artigo, a importao de matrias primas de
origem mineral para o fabrico de materiais de construo e as guas minerais, cujo regime o estabelecido nos captulos respectivos deste Cdigo e em legislao especial.
602
Cdigo Mineiro
SECO II
Comercializao de Minerais Estratgicos
Artigo 191.
(Regime jurdico)
1. A comercializao de minerais estratgicos deve ser realizada com observncia das
regras do presente Cdigo, salvo se de outro modo for definido pela legislao especfica de cada mineral estratgico.
2. A comercializao de minerais estratgicos deve ter em conta o carcter especfico e
a especialidade da classificao e avaliao dos mesmos, bem como as caractersticas
particulares do mercado internacional, procurando-se valorizar estes recursos no interesse da economia nacional.
3. Compete ao Titular do Poder Executivo aprovar as regras sobre o sistema de comercializao, incluindo por partilha de produo, podendo delegar esta competncia, ou
parte dela, no titular do rgo de tutela.
4. Sempre que o sistema de comercializao assentar na partilha de produo, ou noutro
qualquer sistema que implique a diviso de produo em espcie, deve ser adoptada
entre as partes um modelo de parceria societria que mantenha a personalidade jurdica de cada associada para efeitos fiscais, comerciais e outras aplicaes ao caso.
Artigo 192.
(rgo pblico de comercializao)
1. Nos casos em que razes de soberania ou de interesse pblico justifiquem, a comercializao de minerais estratgicos pode ser promovida por uma instituio criada
pelo Poder Executivo com a funo especfica de servir de rgo pblico de comercializao, acautelando-se sempre os legtimos interesses dos produtores.
2. O rgo pblico de comercializao promove a venda dos minerais estratgicos dos
produtores, competindo-lhe as seguintes funes:
a) Organizar o sistema de vendas, criando as regras de execuo dos sistemas de
comercializao em vigor, bem como garantir as condies fsicas para a participao eficiente dos compradores e vendedores na comercializao;
b) Garantir os interesses comerciais dos produtores mediante um eficiente sistema de
marketing e de promoo de vendas;
c) Garantir a segurana das transaces mediante a aplicao de regras de conduta,
tica comercial e preveno de fraudes;
d) Prevenir, atravs de medidas comerciais adequadas, a estabilidade dos preos no
mercado internacional;
e) Emitir os certificados de origem de minerais que se destinem exportao;
f) Produzir, armazenar e divulgar dados estatsticos sobre a comercializao de minerais
estratgicos.
603
604
Cdigo Mineiro
2. Sempre que, relativamente a um mineral considerado estratgico, sejam verificados as razes de facto que levaram adopo da Certificao do Processo de Kimberly (CPK) para os diamantes, designadamente as razes invocadas na Resoluo
n. 55/56 da Assembleia Geral das Naes Unidas, deve ser emitido o competente
certificado de origem.
3. As normas nacionais adoptadas no quadro do CPK so supletivamente aplicveis a
outros minerais estratgicos, respeitadas as especificidades de cada mineral.
Artigo 196.
(Extraterritorialidade das regras de certificao)
1. proibida a importao, trnsito, tratamento, beneficiao, comercializao ou outro
tipo de disposio de minerais estratgicos em territrio nacional cuja obteno tenha
implicado a prtica de aces contrrias aos fins visados pelo sistema de certificao
vigente em Angola.
2. A proibio referida no nmero anterior igualmente aplicvel a casos em que exista
receio justificado de que o aproveitamento dos minerais estratgicos haja sido feito:
a) Sem a observncia dos requisitos mnimos de preservao ambiental e de respeito
s comunidades;
b) Mediante a utilizao de mo-de-obra infantil;
c) Com recurso a trabalho forado ou outras formas de prestao laboral proibida
pelo ordenamento jurdico angolano.
3. Os minerais estratgicos que se prove terem sido aproveitados em desobedincia ao
disposto nos nmeros anteriores so objecto do mesmo tratamento que, em circunstncias semelhantes, aplicado aos diamantes no mbito do CPK.
Artigo 197.
(Comercializao dos minerais acessrios)
A comercializao de minerais acessrios que ocorrerem nos jazigos de minerais estratgicos em explorao, realiza-se nos termos da seco anterior deste captulo, salvo
tratando-se de outros minerais estratgicos, caso em que toda a produo comercializada, nos termos referidos nesta seco e na legislao especial sobre a matria.
Artigo 198.
(Comercializao da produo artesanal de minerais estratgicos)
1. Os minerais estratgicos extrados nas reas de explorao artesanal so obrigatoriamente vendidos ao rgo pblico de comercializao respectivo.
2. Previamente venda dos minerais estratgicos referidos no nmero anterior, feita uma
avaliao dos mesmos no local, para efeitos de determinao do preo de compra.
605
LIVRO III
Da Circulao de Pessoas e Bens, da Fiscalizao
e Das Penalizaes
CAPTULO XIII
Circulao de Pessoas e Bens nas reas de Actividade Mineira
Artigo 199.
(Limites circulao de pessoas e bens)
1. O acesso, a circulao de pessoas e bens, a residncia e o exerccio de actividades
econmicas, podem ser controlados, limitados ou proibidos nas reas de actividade
mineira ou a ela reservadas, nos termos do que dispem os artigos seguintes.
2. Para efeitos do presente Cdigo, as reas de produo mineira dividem-se em zonas
restritas, zonas de proteco e zonas de reserva.
3. As reas de produo artesanal de minerais para a construo civil e de guas minero-medicinais so consideradas reas de produo mineira para efeitos deste captulo,
sendo consideradas zonas restritas.
4. As reas concedidas para prospeco mineira e demarcadas nos termos do n. 5 do artigo
120. no tm restries circulao de pessoas e bens, excepto nos pontos onde estejam
instalados equipamentos de sondagem e equivalentes, as quais so consideradas zonas
restritas para efeitos de limitao a circulao de pessoas e bens.
Artigo 200.
(Zonas restritas)
1. So zonas restritas as reas de minerao, compreendendo os depsitos ou jazigos e
as respectivas instalaes de beneficiao, at um raio de 1.000 metros, demarcadas
ao abrigo do presente Cdigo.
2. As zonas restritas devem ser assinaladas no terreno, atravs de marcos e tabuletas,
bem visveis e bem legveis, voltadas para o exterior e situadas nos vrtices das figuras
geomtricas que as definirem e noutros pontos de referncia, assim como nos pontos de cruzamento com as estradas e caminhos pblicos, contendo os dizeres Zona
Restrita. Acesso Proibido e a indicao clara do ttulo do direito mineiro e do seu
respectivo titular.
3. Constitui responsabilidade do titular do direito mineiro em causa construir, sua
custa e segundo o traado que lhe for indicado pelas autoridades competentes, vias
de comunicao alternativas s estradas e caminhos pblicos que passarem por uma
zona restrita.
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Cdigo Mineiro
607
Artigo 203.
(Circulao de pessoas nas zonas de proteco)
1. A circulao de pessoas dentro das zonas de proteco s pode ser feita por estradas e
caminhos pblicos, devendo as pessoas que por eles circularem fazer-se acompanhar
dos seguintes documentos:
a) Bilhete de identidade ou outro documento oficial comprovativo da respectiva
identidade, desde que tenha fotografia;
b) Documento emitido pelos servios a que pertencer, ou pela autoridade administrativa
da rea da respectiva residncia ou pela concessionria.
2. O trnsito pelas estradas e caminhos pblicos existentes nas zonas de proteco est
sujeito a fiscalizao pelas autoridades policiais competentes, sendo obrigatria a apresentao dos documentos referidos no nmero anterior deste artigo, como condio
para continuar o trnsito.
Artigo 204.
(Zonas de reserva mineira)
1. So zonas de reserva mineira as parcelas do territrio nacional que, nos termos do
artigo 13., no tendo ainda sido objecto de qualquer concesso de direitos mineiros,
so contudo reservadas ao desenvolvimento futuro de actividades mineiras.
2. Compete ao Executivo estabelecer as zonas de reserva mineira, sempre que haja
conhecimento ou fundada previso de ocorrncias de minerais em qualquer parcela
do territrio nacional.
Artigo 205.
(Circulao de bens)
1. Nenhuma mercadoria pode entrar ou sair da zona restrita sem autorizao do titular
dos direitos mineiros respectivos.
2. A circulao de mercadorias pela zona de proteco permitida desde que se faam
acompanhar de guia de expedio emitida pelo Governo Provincial, em que as mesmas
estejam claramente identificadas, com referncia do destinatrio.
3. A circulao de mercadorias pela zona de proteco igualmente permitida mediante
credencial passada pelo titular dos direitos mineiros respectivos.
Artigo 206.
(Actividades econmicas)
1. vedada a realizao de qualquer tipo de actividade econmica nas zonas restritas e
nas zonas de proteco, seja qual for a sua natureza, industrial, comercial, agrcola ou
outra, alheia actividade mineira.
608
Cdigo Mineiro
609
Artigo 209.
(rgos de controlo de pessoas e bens)
1. A vigilncia e o controlo de pessoas e bens nas zonas restritas e nas zonas de proteco,
assim como a segurana dos respectivos jazigos e da actividade de produo mineira, so
realizados pelos titulares dos direitos mineiros respectivos, com meios prprios e pessoal
por elas contratado, em sistema de auto-defesa, ou mediante a contratao de empresas
de segurana especializadas, nos termos em que a lei o permitir.
2. A vigilncia e o controlo de pessoas e bens nas reas demarcadas para produo artesanal
so realizados pelo Estado. Quando as reas estiverem inseridas nas proximidades das
zonas de produo industrial, a vigilncia ser feita em colaborao com os titulares dos
direitos mineiros respectivos.
3. Os poderes de vigilncia e controlo de pessoas e bens atribudos s entidades referidas
nos nmeros anteriores no prejudicam a competncia genrica atribuda por lei Polcia
Nacional e aos rgos de segurana.
Artigo 210.
(Atribuies dos titulares de direitos mineiros em
matria de segurana)
1. No exerccio das atribuies de vigilncia, segurana e controlo de circulao de pessoas e
bens que este Cdigo lhes confere, incumbe aos titulares de direitos mineiros e s empresas de segurana:
a) Manter em constante vigilncia as zonas sob seu controlo e fiscalizar o trnsito de
pessoas e bens;
b) Impedir a residncia, o trnsito, o exerccio de actividades econmicas e o acesso
no autorizado de pessoas nas reas de actividade mineira;
c) Prevenir a realizao de toda e qualquer actividade de prospeco, pesquisa, reconhecimento e explorao no autorizada de minerais;
d) Assegurar a proteco de jazigos e ocorrncias, opondo-se a toda e qualquer actividade
que atente contra a sua segurana;
e) Garantir a segurana das pessoas, das instalaes, dos bens e dos servios afectos
ao exerccio das actividades mineiras.
2. No exerccio das suas atribuies, podem as entidades e pessoas encarregadas da segurana e do controlo da circulao de pessoas e bens realizar os seguintes actos:
a) Identificar e proceder a revistas de rotina aos seus trabalhadores e, de modo geral,
s pessoas que entrem ou saiam das zonas restritas ou circulem ou se encontrem nas
demais reas sob seu controlo, assim como aos objectos e mercadorias de que sejam
portadoras ou que estejam sob sua responsabilidade;
b) Exigir a apresentao de autorizaes de acesso, credenciais ou guias de expedio de
mercadorias ou bens, sempre que o acesso rea carea legalmente dessas autorizaes;
c) Deter preventivamente os agentes dos crimes previstos no presente Cdigo, quando
em flagrante delito, e entreg-los de imediato s autoridades policiais competentes, e
610
Cdigo Mineiro
611
CAPTULO XIV
Fiscalizao, Inspeco e Transgresses Administrativas
Artigo 212.
(Fiscalizao e inspeco)
1. Compete ao rgo de tutela fiscalizar e inspeccionar o exerccio das actividades
geolgico-mineiras.
2. A fiscalizao da actividade mineira visa assegurar o desenvolvimento harmonioso da
indstria mineira nacional, com base numa s e racional explorao e aproveitamento
dos recursos minerais do Pas, garantir que a mesma se realize em consonncia com os
interesses pblicos e prevenir transgresses s disposies deste Cdigo e da legislao
complementar.
3. A inspeco da actividade mineira visa garantir o cumprimento do presente Cdigo
e seus regulamentos, bem como estabelecer o controlo administrativo e tcnico dos
trabalhos de prospeco e explorao dos recursos mineiros, incluindo os materiais
de construo de origem mineira, na base do estabelecido na lei e nos contratos.
4. As reas de actividade mineira so consideradas sob fiscalizao e inspeco permanentes do rgo de tutela, nos termos deste Cdigo, devendo os titulares de direitos mineiros
colaborar com os agentes de fiscalizao e inspeco quando devidamente credenciados e
mandatados para realizar actos de fiscalizao e inspeco.
5. A fiscalizao e a inspeco mineira tem por finalidade, entre outras, prevenir e garantir
o seguinte:
a) Que o exerccio dos direitos mineiros concedido, nos termos deste Cdigo e da
legislao complementar se realize de acordo com as respectivas regras normativas;
b) Que o titular de direitos mineiros exera as suas actividades de acordo com as normas
tcnicas, econmicas, administrativas e sociais em vigor;
c) Que as condies de trabalho nas minas e suas dependncias estejam de acordo
com as exigncias legais e as recomendaes dos rgos competentes;
d) Que a conservao e difuso da documentao de carcter geral sobre a explorao
dos recursos mineiros se realize de acordo com o que est estabelecido legalmente.
6. A fiscalizao mineira deve ser exercida de forma a no perturbar o normal funcionamento das actividades mineiras.
7. proibida a intromisso na gesto das actividades mineiras a pretexto de fiscalizao
ou inspeco da actividade mineira.
Artigo 213.
(Penalizaes das infraces administrativas)
1. Sem prejuzo das sanes penais previstas neste Cdigo e na restante legislao penal
aplicvel, as infraces s disposies do presente Cdigo e legislao complementar so punidas como transgresses administrativas, nos termos da lei, com sanes
pecunirias em moeda nacional, acrescidas da suspenso das operaes geolgica e
612
Cdigo Mineiro
613
Artigo 218.
(Dever de colaborao com as autoridades)
O pessoal das empresas concessionrias ou das empresas especializadas de segurana
privada encarregadas do controlo de pessoas e bens nas reas produtoras de minerais
estratgicos deve, na preveno e combate ao trfico ilcito de minerais estratgicos e
s demais actividades ilcitas previstas no presente Cdigo, agir em estrita colaborao
com as autoridades policiais, de instruo criminal e judiciria.
CAPTULO XV
Transgresses Penais
SECO I
Preveno e Represso
Artigo 219.
(mbito material)
1. O regime penal estabelecido neste captulo aplica-se aos actos envolvendo minerais
estratgicos, tipificados neste Cdigo como crime.
2. Aos actos criminosos envolvendo minerais comuns aplica-se o regime penal comum.
3. Aos actos no tipificados como crime pelo presente Cdigo, mas que constituam
infraco penal envolvendo a actividade mineira, aplica-se o regime penal comum.
Artigo 220.
(rgos competentes)
1. A preveno e represso dos crimes envolvendo minerais estratgicos compete, em
todo o territrio nacional, aos rgos policiais especiais de preveno e represso de
crimes envolvendo minerais estratgicos, nos termos estabelecidos neste Cdigo e na
lei comum.
2. O Executivo pode criar, no interior dos rgos judicirios de investigao e instruo
processual comuns, estruturas especializadas de preveno, investigao e instruo de
processos penais de minerais estratgicos, as quais estejam, em todo o caso, sujeitas a
uma mesma direco orgnica e a uma fiscalizao comum do Ministrio Pblico.
3. O Executivo pode criar uma corporao policial especializada para a preveno e
represso de crimes envolvendo minerais estratgicos.
4. A preveno e represso dos crimes envolvendo minerais comuns compete, em todo o
territrio nacional, aos rgos comuns de preveno e represso criminal do Estado,
nos termos estabelecidos pela lei comum.
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Cdigo Mineiro
Artigo 221.
(Regimes especiais de remunerao)
O Titular do Poder Executivo pode estabelecer regimes especiais de remunerao para
a Polcia Nacional, os Magistrados Judiciais e do Ministrio Pblico, funcionrios da
justia e demais trabalhadores dos restantes rgos de preveno e represso criminal,
colocados nas reas de produo de minerais, sempre que a necessidade de preveno
do trfico ilcito o justifique.
Artigo 222.
(Recompensa por colaborao)
1. As pessoas que, por qualquer forma, determinarem a apreenso de minerais estratgicos,
tm direito a um prmio pecunirio equivalente a at 51% do respectivo valor.
2. Compete ao Titular do Poder Executivo aprovar o montante e a forma de atribuio
dos prmios referidos no nmero anterior.
Artigo 223.
(Minerais apreendidos)
1. Os minerais apreendidos no mbito de aco penal devem ser submetidos a exame
e avaliao por peritos devidamente credenciados pelo rgo de tutela e entregues a
este ou seus representantes locais, que actua como fiel depositrio enquanto durar a
avaliao.
2. Mediante requisio dos rgos competentes de investigao e de instruo processual,
os minerais apreendidos e avaliados e os instrumentos de crime eventualmente apreendidos transitam, sob termo de entrega, para a guarda destes.
3. Os minerais apreendidos so, depois do julgamento condenatrio definitivo, entregues
s seguintes entidades:
a) s empresas detentoras de ttulos de direitos de prospeco ou de explorao,
quando estiver claramente determinado que foram extrados ou furtados das jazidas
de produo, instalaes de escolha, de tratamento, de guarda ou de segurana dos
respectivos titulares;
b) Fora dos casos previstos na alnea anterior, aos rgos pblicos de comercializao
de minerais estratgicos, quando existam;
c) Ao Estado, atravs do ministrio da tutela, nos restantes casos.
615
SECO II
Crimes Mineiros
Artigo 224.
(Entrada no autorizada em zona restrita)
1. O acesso e a permanncia de pessoas numa zona restrita de produo de minerais
estratgicos, fora dos casos em que a lei permite, punido com priso e multa at dois
anos.
2. Havendo negligncia, a pena a de priso at seis meses ou multa at um ano.
Artigo 225.
(Introduo ilcita em reas de minerao artesanal)
1. A introduo no autorizada numa rea demarcada para a explorao artesanal de
minerais estratgicos punida com priso at seis meses ou multa at um ano.
2. A pena a de priso e multa at dois anos se o agente no tiver residncia permanente
na zona em que cometer a infraco.
3. Em caso de negligncia a pena a de priso at trs meses ou multa at seis meses.
Artigo 226.
(Prospeco ilcita)
1. A actividade de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao de minerais estratgicos sem se estar autorizado, nos termos deste Cdigo e da legislao complementar,
punvel com a pena de priso e multa at dois anos para os seus autores materiais.
2. A mesma pena aplica-se aos autores morais.
3. Os agentes ou mandatrios dos autores morais ou materiais so considerados cmplices.
Artigo 227.
(Explorao ilcita)
A actividade de explorao de minerais estratgicos, assim como a sua simples extraco,
sem o competente e vlido ttulo de concesso de direitos de explorao, punida com a
pena de dois a oito anos de priso maior, salvo se, havendo extraco, outra mais grave lhe
couber, em razo do valor dos minerais extrados.
Artigo 228.
(Furto de minerais estratgicos)
1. O furto de minerais estratgicos em bruto punvel com pena de oito a doze anos de
priso maior.
2. O furto de minerais estratgicos transformados, depositados em locais de guarda e
conservao, punida com as penas de furto, agravadas.
616
Cdigo Mineiro
Artigo 229.
(Posse ilcita de minerais estratgicos)
1. A posse ou a mera deteno, fora dos casos legalmente autorizados, de minerais estratgicos em bruto, punvel com a pena de dois a oito anos de priso maior.
2. A posse ou mera deteno no autorizada de minerais estratgicos transformados,
depositados em locais de guarda e conservao, sem que haja a inteno de furtar,
punida com a pena de priso, podendo a mesma ser substituda por multa at um ano,
em funo da pouca gravidade do acto.
Artigo 230.
(Trfico ilcito de minerais estratgicos)
1. Constitui trfico ilcito de minerais estratgicos a compra, a venda, a dao em pagamento ou outra qualquer forma de transmisso, assim como a sada do territrio
nacional, fora dos casos legalmente autorizados, de minerais estratgicos em bruto.
2. O trfico ilcito de minerais estratgicos punvel com a pena de oito a doze anos de
priso maior.
3. A comercializao de minerais estratgicos transformados, sempre que tal comercializao esteja sujeita a autorizaes expressas ou a medidas de segurana especiais,
em razo da sua perigosidade para a sade pblica, punida com penas de priso de
dois a oito anos.
Artigo 231.
(Introduo ilcita de minerais estratgicos em territrio nacional)
1. A introduo no autorizada em territrio nacional de minerais estratgicos em bruto
punvel com a pena de dois a oito anos de priso maior.
2. Tratando-se de minerais estratgicos perigosos para a sade pblica, em bruto ou
transformados, a pena de oito a doze anos de priso maior.
Artigo 232.
(Trfico de minerais falsos)
O trfico de minerais falsos, fazendo-os passar por minerais estratgicos, em bruto ou
transformados, punvel com a pena de priso e multa at dois anos.
Artigo 233.
(Multa acessria)
1. A pena acessria de multa pela condenao por qualquer crime mineiro que a preveja
no pode ser inferior a 1/3 do valor dos minerais estratgicos objecto do crime cometido, nem superior ao seu valor global.
617
2. Se o crime for cometido por representantes, mandatrios ou empregados de sociedades ou outras pessoas jurdicas, e no seu interesse, estas respondem solidariamente
pelo pagamento da multa.
Artigo 234.
(Medidas de segurana)
1. Os agentes dos crimes previstos no presente captulo que sejam estrangeiros, nos
termos da lei angolana, podem ser expulsos do territrio nacional, depois de terem
cumprido a pena.
2. No caso de haver convenes internacionais ou bilaterais sobre extradio ou outras
medidas semelhantes, de que o Estado Angolano seja parte, so estas aplicadas em
conjugao com as penas previstas neste Cdigo.
3. Se os agentes dos mesmos crimes exercerem profisso titulada ou actividade econmica sujeita a licenciamento, ou forem agentes ou administradores de sociedade
legalmente constituda, pode ser-lhes aplicada a pena acessria de interdio do exerccio da profisso, actividade de gerncia, administrao ou outra responsabilidade,
pelo perodo de seis meses a trs anos.
4. Aplica-se interdio estabelecida no nmero anterior o disposto no n. 5 do artigo
70. do Cdigo Penal, com as necessrias adaptaes.
Artigo 235.
(Destino dos bens apreendidos)
1. Na punio dos crimes dolosos previstos neste captulo, os minerais e materiais apreendidos consideram-se confiscados.
2. Havendo rgo pblico de comercializao do mineral estratgico confiscado, a ele
so entregues tais minerais, para venda e depsito dos resultados na Conta nica do
Tesouro.
3. Incluem-se na medida de confisco os equipamentos de produo ou de tratamento mineral usado para o crime, as mercadorias que, fora das condies previstas neste Cdigo, circulem nas reas mineiras de acesso restrito, como tal definidas neste Cdigo, e
as viaturas em que essas mercadorias e os agentes do crime forem transportados, salvo
se pertencerem, umas e outras, a pessoas sem nenhuma participao no crime e que
estejam de boa-f.
Artigo 236.
(Atenuao especial de penas)
1. Em caso de confisso voluntria e til para a descoberta de crimes e dos seus agentes,
pode o tribunal substituir qualquer pena de priso maior por penas de priso e isentar
os rus do cumprimento das penas de priso ou da multa acessria.
618
Cdigo Mineiro
LIVRO IV
Do Regime Tributrio e Aduaneiro
CAPTULO XVI
Regime Tributrio
SECO I
Disposies Gerais
Artigo 238.
(Objecto e mbito)
As disposies constantes do presente captulo constituem o regime tributrio aplicvel
a todas as entidades nacionais ou estrangeiras que exeram as actividades de reconhecimento, pesquisa, prospeco e de explorao de minerais, nos termos do presente Cdigo,
em territrio nacional, bem como em outras reas territoriais ou internacionais sobre as
quais o direito ou os acordos internacionais reconheam poder de jurisdio tributria
Repblica de Angola.
Artigo 239.
(Encargos tributrios)
1. As entidades referidas no artigo anterior esto sujeitas, consoante a sua actividade,
aos seguintes encargos tributrios:
a) Imposto de rendimento;
b) Imposto sobre o valor dos recursos minerais (royalty);
c) Taxa de superfcie;
d) Taxa artesanal.
619
2. Os encargos referidos no n. 1 do presente artigo no excluem a sujeio das entidades referidas no artigo 238. a outros impostos ou taxas, devidos por lei, pela prtica
de actos complementares ou acessrios das actividades referidas no artigo anterior
deste captulo, excepto quando deles estejam expressamente isentos, assim como dos
emolumentos previstos neste Cdigo.
Artigo 240.
(Independncia dos encargos e das obrigaes tributrias)
O clculo da matria colectvel e a liquidao dos encargos tributrios das entidades
referidas no artigo 238. faz-se, para cada concesso mineira, de forma autnoma,
sendo independentes entre si as obrigaes tributrias relativas a uma determinada
concesso mineira e a quaisquer outras devidas por lei.
Artigo 241.
(Imposto sobre aplicao de capitais)
Os dividendos distribudos pelas sociedades ou outras entidades empresariais, resultantes
dos rendimentos obtidos nas operaes de explorao mineira, esto sujeitos ao imposto
sobre aplicao de capitais, nos termos da lei.
Artigo 242.
(Imposto sobre o rendimento do trabalho)
Os trabalhadores estrangeiros, residentes ou no, contratados pelos concessionrios ou
por quem, de forma legal, realiza a actividade de pesquisa, prospeco ou explorao de
recursos minerais, bem como todos aqueles que forem contratados para prestar servios
tcnicos, cientficos ou artsticos, no tributados por outro imposto, ficam sujeitos ao
imposto sobre o rendimento do trabalho, nos termos e condies previstos na lei.
Artigo 243.
(Legislao subsidiria)
Em tudo o que no estiver previsto no presente Cdigo sobre a tributao aplicado,
subsidiariamente, o Cdigo Geral Tributrio e demais legislao avulsa de natureza
fiscal e administrativa.
620
Cdigo Mineiro
SECO II
Encargos Tributrios
SUBSECO I
Imposto de Rendimento
Artigo 244.
(Definio)
O imposto de rendimento sobre a actividade mineira referido na alnea a) do n. 1 do
artigo 239., o imposto industrial que se encontra genericamente regulado na legislao
comum.
Artigo 245.
(Taxa)
1. A taxa do imposto de rendimento para a indstria mineira de 25%, dos quais 5%
revertem a favor da autarquia sob cuja jurisdio esteja a mina respectiva.
2. A percentagem referida no nmero anterior repartida, proporcionalmente, quando
a rea da actividade geolgico-mineira abranger mais do que uma autarquia.
Artigo 246.
(Incidncia)
1. O imposto de rendimento previsto no presente Cdigo incide sobre os lucros imputveis
ao exerccio das entidades nacionais ou estrangeiras que, nos termos do presente Cdigo,
tenham adquirido os direitos mineiros.
2. As associaes em participao ou outras associaes sem personalidade jurdica so
responsveis pelo cumprimento da obrigao fiscal decorrente da sua actividade, sem
prejuzo da responsabilidade solidria dos seus associados, na medida das suas participaes, em caso de incumprimento.
3. Para os efeitos referidos no nmero anterior, as associaes em participao e outras
entidades sem personalidade jurdica devem proceder ao cadastro tributrio junto da
repartio fiscal respectiva, nos termos estabelecidos pelo Ministrio das Finanas.
Artigo 247.
(Isenes)
Ficam isentos do pagamento do imposto sobre o rendimento as entidades que, nos termos
do presente Cdigo, estejam sujeitas ao pagamento da taxa sobre o exerccio da actividade
mineira.
621
Artigo 248.
(Custos ou perdas dedutveis)
1. Para efeitos de determinao do rendimento lquido tributvel das entidades sujeitas
ao imposto sobre o rendimento, nos termos deste Cdigo, consideram-se custos ou
perdas imputveis ao exerccio os seguintes:
a) Encargos da actividade bsica, acessria ou complementar, relativos produo mineira, tais como os respeitantes s matrias utilizadas, mo-de-obra, energia e outros
gastos gerais de fabricao, de conservao e reparao;
b) Encargos de distribuio e venda, abrangendo os de transportes, publicidade e
colocao dos minerais produzidos;
c) Encargos de natureza financeira, entre os quais juros de capitais alheios empenhados
na empresa, descontos, gios, transferncias, oscilaes cambiais, gastos com operaes de crdito, cobrana de dvidas e emisses de aces e obrigaes e prmios de
reembolso;
d) Encargos de natureza administrativa, designadamente com remuneraes, quotas,
subsdios e comparticipaes para associaes econmicas e organismos corporativos,
abonos de famlia, ajudas de custo ou subsdios dirios, material de consumo corrente,
transporte e comunicaes, rendas, contencioso, penso de reforma, previdncia social
e seguros, com excepo dos de vida a favor dos scios;
e) Encargos com anlises, racionalizao, investigao, consulta e especializao tcnica
do seu pessoal;
f) Encargos fiscais e parafiscais a que estiver sujeito o contribuinte, nos termos da lei;
g) Reintegraes e amortizaes dos elementos do activo sujeitos a depreciao, mas
com observncia do disposto neste captulo e dos artigos 30. a 35. do Cdigo do
Imposto Industrial;
h) Encargos aduaneiros que tenham sido pagos por incorporao no preo dos bens de
equipamento importados adquiridos internamente a no detentores de direitos mineiros
que no beneficiem de isenes semelhantes aos detentores de direitos mineiros, nos termos deste Cdigo;
i) Provises, incluindo para recuperao ambiental;
j) Indemnizaes e prejuzos resultantes de eventos cujo risco no seja segurvel;
k) Encargos emergentes da segurana das actividades mineiras;
l) Imposto sobre o valor dos recursos minerais;
m) Custos de prospeco e pesquisa;
n) Contribuio para o Fundo Ambiental.
2. As ofertas ou donativos feitas ao Estado ou para fins de natureza educativa, cultural,
cientfica, caridade e beneficncia, desde que previamente autorizados pela autoridade fiscal, tambm so considerados custos ou perdas imputveis ao exerccio.
622
Cdigo Mineiro
Artigo 249.
(Custos fiscais de amortizaes e reintegraes)
Constituem custos ou perdas do exerccio, at ao limite das taxas anuais indicadas, os
seguintes encargos de reintegrao e amortizao do activo imobilizado:
a) Equipamentos mineiros fixos: 20%;
b) Equipamentos mineiros mveis: 25%;
c) Ferramentas e utenslios de minerao: 33,3%;
d) Equipamentos de acampamento: 20%;
e) Bens incorpreos, incluindo despesas de prospeco e pesquisa: 25%.
Artigo 250.
(Provises para recuperao ambiental)
1. Os titulares de direitos de explorao mineira devem constituir uma proviso destinada a custear a restaurao ou recuperao do ambiente, resultante dos danos provocados pelas actividades geolgicas e mineiras e a vida til da explorao.
2. As taxas e o limite da proviso so fixados de acordo com o montante determinado
pelo estudo de Impacte Ambiental que acompanha o Estudo de Viabilidade Tcnico-Econmica no processo de obteno dos direitos de explorao.
3. As despesas efectuadas com a recuperao ambiental so primeiramente abatidas ao
valor acumulado da proviso existente e no limite desta, antes que possam ser deduzidas a ttulo de custo de exerccio.
4. A proviso existente deve ser utilizada at ao termo da concesso ou do contrato,
devendo o titular do direito mineiro respectivo ou a associao, no ltimo ano de explorao, prestar uma cauo sob a forma de garantia bancria, em valor equivalente
ao da proviso ou do seu remanescente.
5. Havendo manifesta incria do titular do direito mineiro ou de quem legalmente
proceda actividade de explorao mineira, certificada pelos ministros de tutela da
actividade mineira e do ambiente, e sem prejuzo da aplicao de outras medidas
previstas em lei pelos organismos competentes, as despesas efectuadas para a respectiva recuperao ambiental no so dedutveis da matria colectvel do imposto de
rendimento.
Artigo 251.
(Deduo de prejuzos de exerccios anteriores)
Os prejuzos verificados num determinado exerccio econmico so transferidos para os
exerccios posteriores, nos termos do disposto no n. 3 do artigo 129.
623
Artigo 252.
(Custos ou perdas no dedutveis)
1. No se consideram custos ou perdas do exerccio:
a) O imposto de rendimento;
b) As despesas incorridas por falta grave, negligncia grave ou dolo por parte do
contribuinte ou quem actue por conta deste;
c) As comisses pagas aos intermedirios;
d) As indemnizaes, multas ou penalidades por incumprimento das obrigaes legais
ou contratuais e as que resultem da verificao de eventos cujo risco seja segurvel;
e) As despesas incorridas em processos de arbitragem, salvo quando realizadas para
defesa das operaes mineiras;
f) As ofertas ou donativos que no tenham sido feitas ao Estado ou para fins de natureza
educativa, cultural, cientfica, caridade e beneficncia e com a autorizao prvia da
autoridade fiscal;
g) Os juros intercalares pagos, nos termos do pargrafo 2. do artigo 192. do Cdigo
Comercial;
h) As despesas de formao do pessoal expatriado e dos programas de formao que
no respeitem os termos exigidos na legislao aplicvel;
i) Quaisquer impostos e contribuies devidos, seja a que ttulo for, pelos trabalhadores
residentes e no residentes em Angola, bem como pelos administradores, directores,
gerentes, membros do Conselho Fiscal e outros que servirem o contribuinte, se este os
substituir no pagamento de tais impostos;
j) As despesas de representao escrituradas a qualquer ttulo, e ainda que devidamente
documentadas, na parte que exceda 20% da remunerao base;
k) As despesas de carcter pessoal de scios ou accionistas do contribuinte;
l) As contrapartidas oferecidas ao Estado pela atribuio de concesses mineiras.
2. No so permitidas dedues que se traduzam em duplicao.
Artigo 253.
(Incentivos fiscais)
1. A requerimento dos interessados, dirigido ao Ministro das Finanas, ouvido o parecer
do ministro da tutela, os titulares de direitos mineiros sujeitos a imposto industrial
podem obter incentivos fiscais na forma de custos dedutveis.
2. O requerimento contendo o pedido de isenes fiscais discutido e negociado na fase
contratual do processo de investimento e segue em apenso ao contrato, depois de
aprovado pela Comisso de Negociaes e obtido o parecer favorvel do ministro da
tutela.
3. So passveis de incentivos, designadamente, os seguintes actos relevantes para a
economia do Pas:
624
Cdigo Mineiro
SUBSECO II
Imposto sobre o Valor dos Recursos Minerais (Royalty)
Artigo 254.
(Incidncia)
1. O Imposto sobre o valor dos recursos minerais ou royalty incide sobre o valor dos
minerais extrados boca da mina ou, quando haja lugar a tratamento, sobre o valor
dos concentrados.
2. Tratando-se de minerao artesanal de diamantes, o royalty incide sobre o valor dos
lotes adquiridos pelos rgos pblicos de comercializao, nos termos deste Cdigo.
3. Tratando-se de minerao artesanal de outros minerais, estratgicos ou no, o royalty
incide sobre o valor dos minerais adquiridos pelos rgos pblicos de comercializao
e outros compradores autorizados, nos termos do artigo seguinte.
Artigo 255.
(Valor dos minerais)
1. As entidades sujeitas ao imposto sobre o valor dos recursos minerais devem, at ao
dia quinze de cada ms, entregar na repartio fiscal competente, uma declarao
Modelo D, em triplicado, ou outro documento que legalmente o venha a substituir,
contendo as quantidades mensais produzidas no ms anterior, o seu valor, as bases
utilizadas para a determinao do seu preo e outros elementos necessrios ao clculo
do imposto devido.
2. O valor dos minerais produzidos, para efeitos de clculo do royalty, determinado
em funo do preo mdio efectivo das vendas feitas no perodo reportado ou, quando tal no seja possvel, fixado em relao mdia das cotaes internacionais.
625
Cdigo Mineiro
5. O organismo oficial de que trata o n. 3 deste artigo fica obrigado a entregar nos cofres
do tesouro, mediante documento de arrecadao de receitas, at ao ltimo dia de cada
ms, as receitas realizadas com a venda de minerais no ms anterior, ou comunicar,
dentro do mesmo prazo, a circunstncia de no ter havido vendas, se esse for o caso.
6. No caso de haver pagamento em espcie, declarao idntica referida no artigo 255.,
prestada em quadruplicado ao organismo oficial de que trata este artigo, que fica com
um exemplar, distribuindo os restantes pelas entidades mencionadas nesse artigo.
Artigo 259.
(Penalidades)
1. Sempre que, por facto imputvel ao contribuinte, for retardado o pagamento do
royalty, a este acresce o juro a que se refere o artigo 39. do Cdigo Geral Tributrio,
sem prejuzo da multa aplicada ao infractor.
2. Decorridos trinta dias sobre o prazo referido no artigo anterior, ainda devida multa
de valor igual ao imposto no pago.
3. Decorridos mais de trinta dias, sem que se achem pagos o imposto e acrscimos legais,
imposta multa agravada, de valor igual ao dobro do imposto no pago, sem prejuzo
dos procedimentos legais para cobrana coerciva das dvidas contradas.
SUBSECO III
Taxa de Superfcie
Artigo 260.
(Incidncia)
Os titulares de direitos de prospeco mineira concedidos, nos termos do presente Cdigo
esto obrigados ao pagamento anual de uma taxa de superfcie que incide sobre a rea da
concesso.
Artigo 261.
(Taxa)
1. Durante a vigncia do ttulo de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao
no perodo inicial de cinco anos, o seu detentor fica sujeito ao pagamento da taxa de
superfcie, na unidade monetria com curso legal, por quilmetro quadrado da rea
correspondente cada ttulo, nos seguintes valores:
a) Para os diamantes: o equivalente em Kwanzas a sete dlares dos Estados Unidos
da Amrica, no primeiro ano; doze dlares, no segundo ano; vinte dlares, no terceiro
ano; trinta dlares, no quarto ano e quarenta dlares, no quinto ano;
b) Para os restantes minerais estratgicos: o equivalente em Kwanzas a cinco dlares dos Estados Unidos da Amrica, no primeiro ano; dez dlares, no segundo ano;
quinze dlares, no terceiro ano; vinte e cinco dlares, no quarto ano e trinta e cinco
dlares, no quinto ano;
627
628
Cdigo Mineiro
SUBSECO IV
Taxa Artesanal
Artigo 264.
(Taxa artesanal dos minerais no estratgicos)
As entidades que exeram actividade de explorao mineira artesanal de minerais no
estratgicos, nos termos do presente Cdigo, esto sujeitas ao pagamento da taxa sobre
o exerccio da minerao artesanal, ou taxa artesanal.
Artigo 265.
(Taxa artesanal e pagamento)
1. A taxa artesanal referida no artigo anterior estabelecida por decreto do Executivo,
por proposta dos Ministros das Finanas e da tutela.
2. O valor da taxa artesanal fixado em salrios mnimos, sendo distinto para cada tipo
de mineral explorado.
3. As normas processuais para o pagamento da taxa artesanal so aprovadas pelo Poder
Executivo, que fixa igualmente a taxa.
Artigo 266.
(Impostos e taxas artesanal dos minerais estratgicos)
1. O detentor do ttulo de explorao artesanal de minerais estratgicos est sujeito ao
pagamento de impostos e taxas legais e a um royalty de at 5% do valor dos minerais.
629
2. O imposto e a taxa descritos no nmero anterior so retidos na fonte pelo rgo pblico
de comercializao dos minerais estratgicos por cada pagamento efectivo, e entregue
nos cofres do Estado atravs da Repartio Fiscal da rea do exerccio da actividade
artesanal, devendo para o efeito entregar ao titular dos direitos mineiros respectivos
um recibo provisrio desse valor.
3. A liquidao e entrega dos impostos devidos so da responsabilidade do rgo pblico de
comercializao de minerais estratgicos, que responde pela totalidade de cada imposto e
acrscimos no caso de no pagamento.
4. O rgo pblico de comercializao de minerais estratgicos responsvel pela entrega
do comprovativo de pagamento do royalty ao titular do ttulo.
5. As Reparties Fiscais devem manter organizados os processos de cada titular de ttulo
de explorao artesanal de minerais estratgicos a quem atribuem o respectivo nmero
de contribuinte.
SUBSECO V
Fundo Ambiental
Artigo 267.
(Dever de contribuio)
1. Com excepo da actividade mineira artesanal, as entidades que exeram a actividade
de explorao mineira esto sujeitas ao pagamento de uma contribuio ao Estado
que se destina constituio de um Fundo Ambiental.
2. A competncia para criao do Fundo Ambiental e aprovao da sua orgnica competncia do Titular do Poder Executivo, o qual deve regular o montante da contribuio
referida no nmero anterior, bem como outras regras, incluindo a forma da arrecadao
e afectao das receitas respectivas.
CAPTULO XVII
Regime Aduaneiro
Artigo 268.
(Regime jurdico)
1. Os titulares de direitos mineiros concedidos ao abrigo do presente Cdigo ficam sujeitos
ao regime aduaneiro previsto neste captulo.
2. Em tudo quanto no se encontre estabelecido neste captulo, aplicvel o regime
geral vigente.
630
Cdigo Mineiro
Artigo 269.
(Iseno para operaes mineiras)
1. A importao de equipamentos destinados exclusiva e directamente execuo das operaes de prospeco, pesquisa, reconhecimento, explorao e tratamento de recursos
minerais est isenta de direitos e da taxa de servio relativo aos emolumentos gerais aduaneiros, com excepo do imposto de selo, da taxa estatstica de 1/1000 e das restantes
taxas de prestao de servios associados.
2. Os equipamentos referidos no nmero anterior constam de uma lista aprovada e actualizada por decreto executivo conjunto do Ministrio das Finanas e do ministro titular do
rgo de tutela.
3. Por solicitao do titular de direitos mineiros respectivo e aps parecer do Servio Nacional das Alfndegas, podem ser acrescentadas s listas anexas, atravs de decreto executivo dos Ministros das Finanas e da tutela, outras mercadorias destinadas exclusiva
e directamente execuo das operaes mineiras referidas no nmero anterior.
Artigo 270.
(Proteco da indstria nacional)
A iseno prevista no artigo anterior no aplicvel no caso de se produzirem em Angola
as mercadorias objecto de iseno, desde que possuam a mesma ou similar qualidade e
que estejam disponveis para venda e entrega em devido tempo, desde que o preo no
exceda 10% relativamente ao custo do artigo importado, antes da aplicao dos encargos
aduaneiros, mas aps incluso dos custos de transporte e seguro com o mtodo de avaliao do valor da Organizao Mundial do Comrcio.
Artigo 271.
(Exclusividade)
1. No acto de importao das mercadorias referidas no artigo 269., deve ser presente s
autoridades aduaneiras uma declarao de compromisso, visada pelo rgo de tutela,
referente sua aplicao exclusiva nas operaes mineiras objecto do presente Cdigo
de que seja titular, cabendo quelas autoridades a sua fiscalizao.
2. O visto a que se refere o nmero anterior s pode ser aposto por uma entidade do
ministrio de tutela cuja assinatura esteja reconhecida junto do Servio Nacional das
Alfndegas.
3. Sem prejuzo do disposto no nmero seguinte, constitui descaminho de direitos, previsto
e punvel pela legislao aduaneira em vigor, a utilizao dos bens, dos equipamentos
cuja importao isenta, referidos no artigo 269., para fins diferentes dos previstos e
autorizados.
4. O desvio da regra da exclusividade de aplicao nas operaes mineiras dos bens importados com iseno aduaneira prevista no presente regime aduaneiro, bem como a
sua alienao, devem, nos termos da legislao em vigor, ser previamente requeridos
631
632
Cdigo Mineiro
633
PARTE II
Regimes Jurdicos Especiais
CAPTULO XVIII
Produo Artesanal de Diamantes
Artigo 281.
(Regime jurdico)
Ao acesso e exerccio de direitos mineiros de explorao artesanal de diamantes aplica-se
as regras definidas neste captulo.
Artigo 282.
(Outorga de direitos para explorao artesanal de diamantes)
1. Compete ao ministrio da tutela, sob proposta da empresa concessionria nacional dos
direitos mineiros sobre diamantes, a outorga de direitos mineiros para a explorao
artesanal de diamantes.
2. A explorao artesanal de diamantes s pode realizar-se em jazigos aluvionares,
desde que no seja possvel economicamente a sua explorao escala industrial ou
nos rejeitados dos jazigos primrios depois de explorados e abandonados.
Artigo 283.
(Senha mineira)
1. O exerccio da actividade de explorao artesanal de diamantes realiza-se mediante a
emisso de um ttulo pelo ministrio da tutela, designada senha mineira.
2. A rea autorizada por cada senha mineira para o exerccio de explorao artesanal
de at um hectare, devidamente delimitada e demarcada.
3. No permitida a acumulao de mais de uma senha mineira por cada indivduo.
Artigo 284.
(Durao do ttulo)
1. A autorizao para a explorao artesanal de diamantes concedida por um ano,
contado a partir da data de emisso do ttulo, podendo ser prorrogada por iguais
perodos, desde que o titular tenha cumprido cabalmente as suas obrigaes legais no
perodo anterior.
2. Para o efeito do preceituado no n. 1 deste artigo, o requerimento deve ser entregue no
rgo da tutela, atravs do rgo administrativo local, no prazo mximo de quarenta e
cinco dias, antes da caducidade do anterior ttulo.
3. A falta de resposta ao pedido no prazo de quarenta e cinco dias significa deferimento,
podendo as operaes mineiras continuar nos precisos termos.
634
Cdigo Mineiro
Artigo 285.
(Requisitos para a obteno do ttulo)
1. Para a obteno de um ttulo para a explorao artesanal de diamantes, os requerentes
devem preencher os seguintes requisitos:
a) Ser cidado nacional com mais de dezoito anos de idade;
b) Residir h mais de cinco anos nas comunas circundantes das reas destinadas
explorao artesanal requerida;
c) Emitir e assinar junto do rgo da Administrao Local, uma declarao de honorabilidade e de compromisso de respeitar integralmente a lei e os regulamentos.
2. A qualidade de cidado nacional e de residente so reconhecidas, respectivamente,
mediante a apresentao do bilhete de identidade e do atestado de residncia emitido
pela Administrao Comunal.
3. Em caso de dvida sobre a informao prestada acerca da residncia, esta deve ser comprovada pela autoridade tradicional da rea respectiva, mediante prova testemunhal feita
perante o rgo da administrao local do ministrio da tutela, da qual se lavra uma acta
assinada pelos intervenientes.
4. Caso a autoridade tradicional no confirme a residncia, o facto deve ser comunicado
Administrao Comunal que emitiu o certificado de residncia e ao rgo policial competente para a sua soluo, antes de se prosseguir o processo de atribuio do ttulo.
Artigo 286.
(Direitos do titular)
O detentor do ttulo para a explorao artesanal de diamantes tem, entre outros, os seguintes direitos:
a) Acesso s informaes geolgico-mineiras disponveis, junto do rgo de tutela e da
empresa concessionria;
b) Comercializar os diamantes extrados na rea concedida, nos termos do regime estabelecido pelo presente Cdigo.
Artigo 287.
(Obrigaes do titular)
O detentor do ttulo tem, entre outras, as seguintes obrigaes:
a) Usar a credencial de identificao para o exerccio da actividade;
b) Permitir o controlo e a fiscalizao da actividade por parte do rgo de tutela, das autoridades competentes, da empresa concessionria e dos rgos policiais competentes;
c) Informar s autoridades competentes sobre a ocorrncia de outros minerais que
eventualmente sejam encontrados no decurso da actividade de explorao artesanal;
d) Vender os diamantes resultantes da actividade de explorao artesanal ao rgo pblico
de comercializao de diamantes, nos termos estabelecidos na presente seco;
635
Cdigo Mineiro
637
Artigo 292.
(Proibies especficas)
Sem prejuzo de outras proibies previstas na lei, no exerccio da actividade de explorao
artesanal proibida a prtica dos seguintes actos:
a) Produo de diamantes fora da rea concedida;
b) Incluso de cidados estrangeiros na actividade;
c) Prestao de falsas declaraes sobre o resultado da produo;
d) Permisso da actividade de garimpo ou de trfico ilcito de diamantes nos limites da
rea de actividade;
e) Uso de equipamentos ou de meios no autorizados para a actividade artesanal;
f) Comercializao de diamantes fora do circuito estabelecido neste Cdigo e pela autoridade competente;
g) O exerccio da actividade industrial, agrcola ou outra, na rea de explorao artesanal.
Artigo 293.
(Intransmissibilidade do ttulo)
1. proibida a transmisso do ttulo entre vivos e por morte do seu titular.
2. Em caso de morte ou incapacidade permanente do titular da senha mineira, qualquer
membro do seu agregado familiar goza do direito de preferncia sobre a rea concedida, desde que manifeste o interesse em dar continuidade aos trabalhos na mesma
rea, demonstre capacidade, rena os requisitos previstos no presente Cdigo e se
candidate ao exerccio dos respectivos direitos.
3. Para o cumprimento do disposto no nmero anterior o interessado deve, por requerimento dirigido ao ministro da tutela, manifestar o seu interesse, no prazo de trinta
dias aps a morte ou a manifestao de incapacidade do titular do ttulo.
Artigo 294.
(Suspenso do ttulo)
1. O ministro da tutela pode ordenar a suspenso do ttulo para o exerccio de direitos
mineiros de explorao artesanal de diamantes sempre que ocorra uma das seguintes
situaes:
a) Por razes de fora maior;
b) Incapacidade ou interdio declarada do titular da senha mineira;
c) Incumprimento das obrigaes do titular da senha mineira;
d) Inobservncia do dever de cooperao, previsto na presente seco.
2. A autoridade competente deve manter actualizado o registo de suspenso de ttulos.
3. A suspenso de ttulos pelas causas previstas nas alneas a) e b) do n. 1 deste artigo suspende igualmente a contagem do tempo da sua validade, at que estejam ultrapassadas
as razes da suspenso.
638
Cdigo Mineiro
Artigo 295.
(Resciso do ttulo)
O ministro da tutela pode rescindir o ttulo e as credenciais de minerao artesanal
quando ocorrer uma das seguintes situaes:
a) Interesse pblico relevante, incompatvel com a explorao artesanal em causa;
b) Falsificao de prova de nacionalidade ou de residncia;
c) Prestao de falsas informaes sobre o resultado da actividade de explorao artesanal;
d) Falsificao de registo de produo;
e) Incumprimento das proibies previstas no artigo 292.;
f) Violao do dever de cooperao;
g) Incluso directa ou indirecta de cidados estrangeiros na actividade;
h) Comercializao de diamantes fora do circuito legal.
Artigo 296.
(Cessao do direito ao ttulo)
Para alm das causas previstas na lei, o ttulo e a credencial emitidas no mbito da presente
seco, cessam nos seguintes casos:
a) Por caducidade;
b) Por morte do titular;
c) Por resciso.
Artigo 297.
(Modelos de ttulo e de credencial)
O modelo de ttulo para o exerccio da actividade de explorao artesanal de diamantes e a
sua validade definido pelo ministrio da tutela sob proposta do rgo policial competente.
Artigo 298.
(Avaliao dos diamantes)
1. A avaliao dos diamantes provenientes da explorao artesanal feita no momento
da venda.
2. Os diferendos que, eventualmente, surgirem durante o processo de avaliao dos
diamantes de explorao artesanal, devem ser dirimidos pela via negocial.
3. No caso de persistir o diferendo, compete ao ministrio de tutela a mediao e soluo
definitiva da negociao.
639
Artigo 299.
(Compra e venda)
1. Os diamantes provenientes da explorao artesanal so obrigatoriamente vendidos ao
rgo pblico de comercializao de diamantes, directamente pelo titular do ttulo.
2. O valor de cada lote de diamantes adquirido pago pelo rgo pblico de comercializao
de diamantes ao titular da senha mineira imediatamente aps a avaliao dos mesmos.
3. Com a compra dos diamantes, o rgo pblico de comercializao de diamantes emite
um recibo do pagamento com especificao do lote e dos valores praticados para efeitos
de certificao.
4. Os procedimentos para a compra e venda dos diamantes devem ser realizados na
presena de um representante do rgo policial competente.
5. Os locais de compra e venda de diamantes so estabelecidos pelo rgo pblico de
comercializao de diamantes, devendo reunir as condies necessrias segurana
das transaces e de guarda dos diamantes.
Artigo 300.
(Impostos e taxas)
1. O titular do ttulo de explorao artesanal de diamantes est sujeito ao pagamento de
impostos e taxas legais e a um royalty de 3% do valor dos diamantes.
2. O imposto e a taxa descritos no nmero anterior so retidos na fonte pelo rgo pblico
de comercializao de diamantes por cada pagamento efectivo e entregue nos cofres do
Estado, atravs da repartio fiscal da rea do exerccio da actividade artesanal, devendo
para o efeito entregar ao titular da senha mineira um recibo provisrio desse valor.
3. A liquidao e entrega dos impostos devidos so da responsabilidade do rgo pblico de
comercializao de diamantes, que responde pela totalidade de cada imposto e acrscimos no caso de no pagamento.
4. O rgo pblico de comercializao de diamantes responsvel pela entrega do comprovativo de pagamento do royalty ao titular da senha mineira.
5. As Reparties Fiscais devem manter organizados os processos de cada titular de ttulos de explorao artesanal de diamantes a quem atribuem o respectivo nmero de
contribuinte.
Artigo 301.
(Emolumentos)
Os actos pblicos para a atribuio de direitos mineiros esto sujeitos ao pagamentos de
emolumentos, nos termos deste Cdigo e da legislao aplicvel.
640
Cdigo Mineiro
CAPTULO XIX
Lapidao de Diamantes
Artigo 302.
(Regime econmico)
A lapidao e quaisquer outras formas de tratamento e beneficiao industrial de diamantes
em bruto , nos termos da alnea c) do n. 1 do artigo 2., considerada actividade mineira,
sob a tutela do ministrio competente.
Artigo 303.
(Investimento na indstria de lapidao)
O regime de investimento na indstria de lapidao de diamantes o estabelecido na
legislao comum sobre investimento privado, com as seguintes adaptaes:
a) A entrega das intenes de investimento feita junto da empresa concessionria de
diamantes, que as encaminha Agncia Nacional de Investimento Privado (ANIP)
com o respectivo parecer tcnico, econmico e comercial;
b) A negociao dos contratos de investimento deve sempre contar com a participao
da empresa concessionria dos diamantes e o rgo de comercializao de diamantes,
caso exista.
Artigo 304.
(Regime fiscal e aduaneiro)
O regime fiscal e aduaneiro, incluindo o regime de incentivos fiscais e aduaneiros, so os
estabelecidos neste Cdigo para a actividade mineira.
Artigo 305.
(Licenciamento)
O exerccio da actividade industrial de lapidao est sujeito obteno dos respectivos
ttulos e alvars, nos termos comuns da actividade econmica e comercial, devendo ser
observados os seguintes requisitos:
a) Ser empresa de direito angolano;
b) Ter capacidade tcnica e financeira adequadas ao exerccio da actividade de lapidao
e de investimento nessa indstria;
c) Apresentar um Estudo de Viabilidade Tcnica, Econmica e Financeira, juntamente com
a inteno de investir, para aprovao pelo rgo competente pela aprovao do investimento, podendo ser submetido a uma auditoria independente antes da aprovao;
d) Indicar o local de instalao, a capacidade de produo anual da fbrica de lapidao,
as caractersticas tcnicas da mesma e o tamanho mnimo e mximo de diamantes
em bruto que est capaz de lapidar, bem como o mercado de venda dos diamantes
lapidados;
641
642
Cdigo Mineiro
643
4. O furto e eventuais desaparecimentos de pedras de diamantes em bruto ou lapidadas devem ser comunicadas de imediato s autoridades competentes, por escrito, indicando-se
as circunstncias do furto ou do desaparecimento, o local, a hora, as pessoas envolvidas e
as pessoas suspeitas de terem praticado o furto, o valor da pedra e as suas caractersticas.
CAPTULO XX
Comercializao de Diamantes Lapidados
SECO I
Disposies Gerais
Artigo 313.
(Liberdade comercial)
A comercializao de diamantes lapidados no mercado nacional livre, devendo, no
entanto, obedecer s condies e formalidades definidas nos artigos seguintes, tendentes a garantir a estabilidade do mercado e a segurana das transaces.
Artigo 314.
(Sistemas de comercializao)
A comercializao de diamantes lapidados no mercado nacional realiza-se a grosso e a
retalho.
Artigo 315.
(Comercializao a grosso)
1. Apenas as empresas possuidoras de fbricas de lapidao esto autorizadas a vender
diamantes lapidados a grosso.
2. As empresas possuidoras de fbricas de lapidao que vendam diamantes lapidados
a grosso devem obter previamente, junto do rgo pblico de comercializao de
diamantes, os respectivos certificados de qualidade e de origem, com indicao das
quantidades de lotes, sua origem e sua composio em termos de tamanho e qualidade das pedras.
3. Podem adquirir a grosso, das fbricas de lapidao, diamantes lapidados, as seguintes
entidades:
a) Joalharias e outros estabelecimentos similares licenciados para operar no mercado
nacional;
b) Compradores nacionais legalmente autorizados a realizar o comrcio internacional
de diamantes lapidados;
c) Compradores estrangeiros que sejam autorizados a importar de Angola diamantes
lapidados.
644
Cdigo Mineiro
4. A autorizao para realizar o comrcio de diamantes lapidados a grosso e para importar de Angola diamantes lapidados a grosso conferida pelo ministrio da tutela,
mediante parecer favorvel do rgo pblico de comercializao de diamantes.
5. As vendas a grosso de diamantes lapidados so efectuadas atravs de leiles a realizar no Pas, abertas a joalheiros e similares, compradores nacionais e a compradores
estrangeiros autorizados, cujas regras de organizao e funcionamento so aprovadas
pelo ministrio da tutela, mediante proposta do rgo pblico de comercializao de
diamantes.
Artigo 316.
(Comercializao a retalho)
1. Apenas as joalharias e outros estabelecimentos similares, legalmente licenciados,
esto autorizados a realizar a venda a retalho de diamantes lapidados no mercado
nacional.
2. A venda a retalho de diamantes lapidados obedece s regras do comrcio a retalho
em geral, e est sujeita emisso, pelo estabelecimento de venda a retalho respectivo,
de um certificado de qualidade e de garantia, de acordo com o modelo aprovado pelo
rgo pblico de comercializao de diamantes.
3. As joalharias e outros estabelecimentos similares, legalmente licenciados para o comrcio a retalho de diamantes lapidados, devem enviar, mensalmente, para o rgo
pblico de comercializao de diamantes, para efeitos estatsticos, relatrios sobre a
quantidade dos diamantes comprados e vendidos no ms anterior, medidos em quilates de cada pedra, tamanhos e pedras especiais.
Artigo 317.
(Investimento no comrcio a retalho)
O investimento em joalharias e outros estabelecimentos para encastrar ou comercializar diamantes lapidados, jias e pedras preciosas para o comrcio a retalho, obedece
s regras do licenciamento da actividade comercial a retalho, nos termos gerais, sendo
permitida a obteno de licenas e alvars comerciais por estrangeiros.
Artigo 318.
(Segurana das joalharias)
1. As joalharias e outros estabelecimentos autorizados a encastrar e/ou a comercializar
jias e pedras preciosas devem tomar as medidas de segurana especiais que previnam
adequadamente furtos dos diamantes lapidados em sua posse.
2. Tendo em vista prevenir furtos, as joalharias esto dispensadas da obrigao de indicar
os preos das pedras preciosas e dos diamantes lapidados cujos valores, individualmente
considerados, sejam, pela sua grandeza, susceptveis de provocar a cobia de criminosos
e malfeitores.
645
3. O furto e eventuais desaparecimentos de pedras de diamantes lapidadas devem ser comunicadas de imediato s autoridades policiais competentes, por escrito, indicando-se as
circunstncias do furto ou do desaparecimento, o local, a hora, as pessoas envolvidas e as
pessoas suspeitas de terem praticado o furto.
Artigo 319.
(Emolumentos)
A emisso, pelo ministrio da tutela e pelo rgo pblico de comercializao de diamantes, dos certificados de qualidade e de origem estabelecidos nesta seco, est sujeita ao
pagamento dos emolumentos respectivos.
Artigo 320.
(Base de dados estatsticos)
1. As empresas possuidoras de fbricas de lapidao, as joalharias e outros estabelecimentos de comercializao a retalho de diamantes lapidados, ficam obrigadas a
constituir, para efeitos estatsticos, uma base de dados permanentemente actualizada
com todas as informaes tcnicas referentes aos diamantes em bruto e lapidados
comprados e vendidos, mencionando designadamente a quantidade, o peso, o corte,
a cor e a claridade.
2. competente para fiscalizar o cumprimento desta obrigao o ministrio da tutela e
o rgo policial competente.
SECO II
Exportao de Diamantes Lapidados
Artigo 321.
(Regime legal)
A exportao de diamantes lapidados realiza-se nos termos gerais, com observncia da
seguinte tramitao:
a) Obteno, junto do rgo pblico de comercializao de diamantes, de um certificado
de qualidade, onde constem a origem dos diamantes, a quantidade e a qualidade dos
diferentes lotes;
b) Obteno, junto do ministrio da tutela, do Certificado de Origem, nos mesmos termos
dos exigidos para a exportao de diamantes em bruto;
c) Obteno dos ttulos de exportao respectivos, nos termos gerais.
Artigo 322.
(Entidades autorizadas a exportar)
1. A exportao de diamantes lapidados pode ser realizada pelas empresas possuidoras
de fbricas de lapidao e pelos compradores nacionais e estrangeiros autorizados.
646
Cdigo Mineiro
SECO III
Importao de Diamantes Lapidados
Artigo 324.
(Condies de importao)
A importao de diamantes lapidados s permitida se no mercado interno no houver
diamantes lapidados em quantidade e qualidade suficientes para os fins comerciais que
cada agente comercial retalhista interno pretenda realizar.
Artigo 325.
(Autorizao para importar)
A entrada de diamantes lapidados no Pas, para efeitos de comercializao no mercado nacional, est sujeita a autorizao especfica do Ministrio do Comrcio, mediante parecer
favorvel do rgo pblico de comercializao de diamantes.
Artigo 326.
(Empresas autorizadas a importar)
Apenas as joalharias e outros estabelecimentos licenciados para o encastramento ou a
comercializao de jias e pedras preciosas podem importar diamantes lapidados.
647
Artigo 327.
(Prestao de informao sobre importao)
As empresas autorizadas a importar diamantes lapidados devem enviar, mensalmente, para
o rgo pblico de comercializao de diamantes, para efeitos estatsticos, relatrios sobre a
quantidade dos diamantes importados no ms anterior, medidos em quilates de cada pedra,
agrupadas em lotes de tamanhos iguais, as pedras especiais e o valor dos diamantes importados, por lotes e por pedras especiais.
Artigo 328.
(Disposio final e transitria)
1. O rgo pblico de comercializao de diamantes investido de poderes pblicos
para realizar as competncias de natureza administrativa pblica conferidas neste
captulo a esse rgo.
2. Os poderes de natureza administrativa pblica atribudos neste captulo ao rgo pblico de comercializao de diamantes so transferidos para a instituio reguladora
da actividade diamantfera, assim que esta venha a ser criada pelo Titular do Poder
Executivo.
CAPTULO XXI
Minerais para a Construo Civil
Artigo 329.
(Definio)
1. considerado mineral para a construo civil, toda a substncia de origem mineral
usada directamente em obras de construo civil ou como matria prima para o fabrico de produtos destinados construo civil.
2. O Titular do Poder Executivo publica e actualiza, sempre que se torne necessrio, a
relao de substncias de origem mineral consideradas, para os efeitos deste Cdigo,
como minerais para a construo civil.
Artigo 330.
(Regime jurdico)
O regime jurdico aplicvel aos minerais para a construo civil o estabelecido neste
Cdigo para os minerais comuns no estratgicos, com as devidas adaptaes.
Artigo 331.
(Entidade competente)
competente para conceder direitos para a prospeco ou explorao de minerais destinados construo civil o ministro que tutela a geologia e minas.
648
Cdigo Mineiro
Artigo 332.
(Condies de concesso)
Os direitos mineiros para a prospeco ou explorao de minerais para a construo
civil s podem ser concedidos a cidados angolanos ou a pessoas colectivas de direito
angolano detidas exclusivamente por cidados angolanos, ou cujo capital seja detido por
cidados nacionais em pelo menos 2/3.
Artigo 333.
(Tramitao processual)
1. As entidades que pretendam prospectar ou explorar recursos minerais considerados
por este Cdigo como aplicveis construo civil, devem requerer ao ministro da
tutela a concesso dos respectivos direitos, instruindo o requerimento com os dados
referidos no artigo 100.
2. O requerimento a que se refere o n. 1 deste artigo entregue na estrutura competente do cadastro mineiro, a qual deve emitir e remeter ao ministro da tutela um parecer
sobre o pedido no prazo de 30 dias aps a entrada do requerimento.
3. A concesso de direitos mineiros para prospeco ou explorao de recursos minerais
destinados construo civil feita por despacho do ministro da tutela, podendo essa
competncia ser delegada nos rgos administrativos locais do ministrio da tutela,
no prazo de 15 dias contados desta a entrada do parecer no gabinete do ministro da
tutela.
4. O despacho de concesso de direitos mineiros para minerais destinados construo
civil publicado no Dirio da Repblica e dele decorre a emisso do Alvar Mineiro,
nos termos do artigo 89.
Artigo 334.
(Recusa do pedido de concesso)
A deciso de recusa de pedido de concesso de direitos mineiros destinados construo
civil s pode fundamentar-se na lei e no interesse pblico, cabendo dela reclamao e
recurso, nos termos do procedimento e do contencioso administrativos.
Artigo 335.
(Direitos dos titulares)
Os titulares de direitos mineiros sobre recursos minerais para a construo civil gozam
dos seguintes direitos especficos:
a) Realizar as operaes mineiras decorrentes do plano de trabalhos aprovado;
b) Implantar as instalaes e anexos necessrios para a execuo dos trabalhos mineiros
nas reas concedidas;
c) Dispor dos recursos minerais explorados para a sua comercializao no territrio
nacional e para exportao, nos termos legais.
649
Artigo 336.
(Obrigaes dos titulares)
Os titulares de direitos mineiros sobre recursos minerais para a construo civil tm os
seguintes deveres especficos:
a) Remeter periodicamente ao ministrio da tutela, atravs dos seus rgos administrativos
locais, as informaes econmicas e dados tcnicos relevantes sobre a sua actividade;
b) Fazer uso de tecnologia apropriada;
c) Reparar os danos ambientais decorrentes da sua actividade;
d) Cumprir as normas legais gerais e especficas sobre a sua actividade.
Artigo 337.
(Permetro de proteco)
1. obrigatria a fixao de um permetro de proteco para a garantia da segurana
e disponibilidade dos minerais, efectuado com base no trabalho de reconhecimento,
prospeco, pesquisa e avaliao.
2. A demarcao das reas de prospeco e explorao feita nos termos definidos neste
Cdigo sobre as zonas restritas de minerao, com as devidas adaptaes.
Artigo 338.
(reas para prospeco)
A rea para a prospeco de recursos minerais destinados construo civil de at
50Km2, devendo a rea exacta ser definida pela entidade concedente, em funo do pedido
e das circunstncias locais de uso do solo para outros fins.
Artigo 339.
(reas para explorao)
Quando se trate de direitos mineiros de explorao, a rea a conceder deve ser confinada
ao depsito e s respectivas instalaes de beneficiao, at um raio de 1Km, a fixar pela
entidade concedente em funo das condies concretas da explorao.
Artigo 340.
(Demarcao)
A demarcao das reas concedidas para prospeco ou explorao de recursos minerais
para a construo civil deve ser efectuada at 90 dias aps a emisso do respectivo ttulo
de concesso de direitos, nos termos e condies estabelecidas neste Cdigo sobre as
zonas restritas de minerao.
650
Cdigo Mineiro
Artigo 341.
(Durao)
1. Os direitos mineiros para a prospeco de recursos minerais para construo civil so
concedidos por um perodo inicial de trs anos, podendo ser prorrogados por mais
dois perodos de um ano cada.
2. Os direitos de explorao dos recursos minerais, a que se refere o nmero anterior,
tm a durao que se mostre necessria para o seu integral aproveitamento, mas so
atribudos por um perodo inicial de cinco anos, sucessivamente prorrogveis por perodos de igual durao.
3. Os ttulos de atribuio de direitos mineiros de explorao de minerais para a construo civil devem referir as condies de prorrogao.
CAPTULO XXII
guas Minero-Medicinais
Artigo 342.
(Definio)
Para efeitos deste Cdigo, so consideradas guas minero-medicinais as provenientes
das fontes e reservas naturais, que possuam elementos fsico-qumicos distintos dos das
guas comuns, com caractersticas que lhes confiram propriedades teraputicas ou efeitos especialmente favorveis sade humana.
Artigo 343.
(Regime jurdico)
1. Nos termos do n. 2 do artigo 2., as guas minero-medicinais so consideradas
minerais, estando sujeitos tutela do rgo competente do Executivo.
2. O reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao das guas minero-medicinais
feito de acordo com o estabelecido neste Cdigo para os minerais comuns no estratgicos e pela legislao complementar especfica que venha a ser aprovada pelos rgos
competentes, tendo em conta as regras estabelecidas nos artigos seguintes.
Artigo 344.
(Classificao das guas minero-medicinais)
1. As guas minero-medicinais so classificadas de acordo com os seguintes critrios:
a) Composio qumica;
b) Composio fsica;
c) Gases;
d) Temperatura.
651
652
Cdigo Mineiro
653
ANEXO I
GLOSSRIO
1. Actividade mineira - conjunto de actividades que incluem o reconhecimento, prospeco, pesquisa, avaliao, explorao, beneficiao e comercializao de recursos
minerais. Esta actividade tambm referida neste Cdigo como minerao.
2. Alvar Mineiro - documento emitido pelo rgo de tutela para o reconhecimento,
prospeco, pesquisa, avaliao e explorao de recursos minerais aplicveis na
construo civil.
3. rea de concesso - demarcao geogrfica definida pelo rgo responsvel pelo cadastro
mineiro e rigorosamente estabelecida no local de acordo com o contrato de concesso.
4. Avaliao - delimitao pormenorizada e a trs dimenses de um depsito j conhecido. Os mtodos utilizados para o efeito so os seguintes: colheita de amostras em
afloramentos, sanjas, sondagens, galerias, poos, etc, e estudo pormenorizado das
mesmas. A malha da amostragem deve ser apertada de maneira a que as dimenses,
a configurao e a estrutura do depsito e, bem assim, o teor do minrio e eventuais
outras caractersticas possam ser conhecidos com elevado grau de exactido. Nesta
fase, pode j tornar-se necessrio, promover ensaios de tratamento para o que se
necessita de colheita de amostras, a granel, de massa compatvel com o objectivo a
alcanar. O conjunto das informaes obtidas permite efectuar o dimensionamento
e geometrizao do jazigo, o estudo das caractersticas de mineralizao, o clculo
de reservas de minrio e decidir da oportunidade de efectuar um estudo de viabilidade. Tambm conhecida como pesquisa pormenorizada.
5. Clculo de reservas - resultado da avaliao e dos estudos de viabilidade, que indica a
reserva mineral de um jazigo. Deve ser efectuada por pessoa competente de acordo com
os procedimentos e as normas internacionalmente aceites e permitidas pelo rgo de
tutela.
6. Certificado mineiro - documento emitido pelo rgo de tutela, com base no contrato
ou despacho de concesso destinado a comprovar a atribuio de direitos mineiros.
7. Classificao de reservas - sistemas metodolgicos utilizados para classificar as
reservas e recursos minerais com base nos resultados da investigao geolgica-mineira efectuada.
8. Comercializao de recursos minerais - conjunto de operaes de avaliao, negociao
e venda de minerais, rochas ou minrios concentrados. Tambm se utiliza a expresso
comercializao dos produtos da minerao.
9. Concessionria - titular de direitos mineiros decorrentes de contrato, despacho de concesso ou decreto de concesso, nos termos e condies estabelecidas neste Cdigo e
demais legislao aplicvel.
10. Demarcao - colocao de marcos no terreno em cada vrtice da figura geomtrica que
define os limites da rea previamente delimitada para exerccio dos direitos mineiros.
11. Delimitao - definio dos limites de uma rea, em carta topogrfica para realizao
das aces autorizadas no mbito dos direitos mineiros outorgados.
654
Cdigo Mineiro
12. Direitos Mineiros - autorizaes concedidas pelo Executivo, para execuo de estudos
geolgicos, reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao ou para a explorao,
tratamento e/ou beneficiao e comercializao de recursos minerais num horizonte
temporal definido e em rea previamente delimitada, decorrentes do presente Cdigo e
regulamentos complementares.
13. Encerramento da mina - processo atravs do qual se finalizam as actividades mineiras numa determinada rea concedida ao abrigo dos direitos mineiros, mas que no
termina com o esgotamento das reservas do jazigo ou trmino das operaes mineiras
por outros motivos, mas sim com a concluso das aces de restaurao e ou recuperao dos terrenos como previsto nos estudos de impacte ambiental aprovado.
14. Escombreira - depsito de rochas encaixastes ou de cobertura de jazidas, bem como
de minrio com teores inferiores ao limite econmico de explorao, extrados de
uma mina.
15. Estudos Geolgicos - estudos no mbito da geologia, cincia que estuda a histria,
a estrutura e a composio da terra, destinados a obter o conhecimento sobre as caractersticas das formaes geolgicas. Na actividade mineira os estudos geolgicos
constituem a base da investigao geolgico-mineira.
16. Estudo de Viabilidade Tcnico-Econmico - estudo que se realiza com base nos dados colhidos na fase de investigao geolgico-mineira, com a finalidade de se avaliar
a qualidade tcnica e a viabilidade econmica de um projecto mineiro. Serve para
tomar decises em matria de investimentos e para obteno de financiamento do
projecto. Nos termos do presente Cdigo um documento obrigatrio para outorga
dos direitos mineiros de explorao. Os dados relativos aos custos devem ser razoavelmente exactos. O conceito de exactido inclui a quantificao das reservas por
uma entidade idnea e a partir de uma avaliao metodologicamente correcta das
reservas minerais. Constitui uma auditoria a todas as informaes geolgicas, tcnicas, do ambiente, jurdicas e scio-econmicas do projecto. Contm os projectos de
explorao, do tratamento do minrio, das instalaes mineiras e dos anexos de apoio
operacional e habitacional, assim como os clculos dos respectivos investimentos e
rentabilidade. Algumas vezes designados apenas por estudos de viabilidade.
17. Estudos cartogrficos - conjunto dos estudos e operaes cientficas, tcnicas e artsticas que intervm na elaborao dos mapas a partir dos resultados das observaes
directas ou da explorao da documentao, bem como da sua utilizao. A cartografia encontra-se no curso de uma longa e profunda revoluo, iniciada em meados do
sculo passado. A introduo da fotografia area e da deteco remota, o avano tecnolgico nos mtodos de gravao e impresso e, mais recentemente, o aparecimento
e vulgarizao dos computadores, vieram alterar profundamente a forma como os
dados geogrficos so adquiridos, processados e representados, bem como o modo
como podem ser interpretados e explorados.
18. Explorao - actividade posterior ao reconhecimento, a prospeco, a pesquisa e a
avaliao, abrangendo a preparao e a extraco, o carregamento e transporte dentro
da mina do minrio bruto, bem como o seu tratamento e beneficiao. Neste Cdigo
em alguns casos referenciada como explorao mineira. Os termos correspondentes na
lngua inglesa so mining ou exploitation.
655
19. Explorao ambiciosa - explorao das partes mais ricas de uma jazida, abandonando
outras que, embora menos ricas, poderiam ter sido exploradas economicamente, em
conjunto com aquelas.
20. Garimpo - prtica de actividade mineira ilegal, que pode ser feita utilizando mtodos
artesanais ou mtodos convencionais.
21. Ganga - conjunto de minerais inteis que fazem parte do minrio de uma jazida.
22. Informao geolgico-mineira - conjunto de documentos e informaes resultante de
trabalhos de estudos geolgicos e outros no mbito da investigao geolgico-mineira
e estudos cartogrficos.
23. Investigao geolgico-mineira - primeira fase de um projecto mineiro de raiz,
compreende os estudos geolgicos, o reconhecimento, a prospeco, pesquisa e a
avaliao, de acordo com os termos deste Cdigo Mineiro.
24. Jazida - designao genrica que engloba a acumulao natural de recursos minerais,
cuja utilidade e valor econmico ainda est por determinar.
25. Jazigo mineral - a acumulao natural de recursos minerais, de reconhecido valor
econmico e utilidade, determinada atravs de estudos geolgicos, e aces de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao de jazidas minerais, susceptveis de serem
explorados economicamente.
26. Licena de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao - documento emitido
com base num contrato que certifica que o seu titular est autorizado a proceder s
operaes de reconhecimento, prospeco, pesquisa e avaliao nele especificados.
Tambm referido neste Cdigo apenas por Licena de Prospeco.
27. Licena de Explorao - documento emitido com base na celebrao de um contrato de explorao certificando que o seu titular est autorizado a realizar as operaes
mineiras de preparao e a extraco, o carregamento e transporte dentro da mina do
minrio bruto, o seu tratamento e beneficiao, assim como a sua comercializao e
efectuar os trabalhos de restaurao e/ou recuperao dos terrenos como estabelecido
no estudo de impacte ambiental.
28. Mina - rea devidamente demarcada para o exerccio do direito mineiro de explorao, incluindo o jazigo mineral objecto da concesso, todos os meios tcnicos e
infra-estruturas necessrias para a realizao das operaes mineiras, bem como as
benfeitorias de carcter social.
29. Mineral acessrio - mineral de importncia secundria numa rocha, no sendo
necessria a definio desta.
30. Minerador - pessoa que se dedica a actividade mineira artesanal, nos termos deste
Cdigo e da legislao complementar.
31. Minrio - formao geolgica contendo um ou mais minerais teis, no interior de
um jazigo.
32. Minerao - o mesmo que actividade mineira.
33. Minerais estratgicos - recursos minerais declarados pelo Titular do Poder Executivo
como tal, para o desenvolvimento econmico do Pas de acordo com o estipulado neste
Cdigo e demais legislao complementar.
656
Cdigo Mineiro
34. Minerais para a Construo Civil - considerado mineral para a construo civil,
toda a substncia de origem mineral usada directamente em obras de construo civil
ou como matria prima para o fabrico de produtos destinados construo civil.
35. Minerais Radioactivos - so os que contm elementos qumicos instveis ou variedades raras e instveis de certos elementos que ocorrem mais comumente em forma
estvel. Esses minerais decompem-se naturalmente e, quando isso acontece, liberam enormes quantidades de energia em forma de radiao.
36. Operaes mineiras - trabalhos realizados no mbito de uma licena de explorao
e que consistem na preparao e a extraco, o carregamento e transporte dentro da
mina do minrio bruto, bem como o seu tratamento e beneficiao.
37. rgo de Tutela - o mesmo que ministrio de tutela, ou seja rgo do Executivo que
superintende as actividades geolgico-mineiras.
38. Pedreira - conjunto de instalaes, incluindo as escavaes necessrias para o desmonte
de rochas.
39. Plano de explorao - documento que contempla a execuo das operaes mineiras, contendo a descrio dos mtodos, tecnologia e das instalaes, a programao das operaes e da produo, as actividades includas no estudo de impacte
ambiental, a segurana industrial, assim como o clculo dos custos e a previso dos
resultados econmicos.
40. Prospeco - processo destinado procura sistemtica de um jazigo mineral atravs da
delimitao de reas promissoras, isto , de forte potencial de mineralizao. Os mtodos
utilizados para o efeito so os seguintes: identificao de afloramentos, cartografia geolgica e uso de mtodos indirectos, tais como a geofsica e a geoqumica. Podem ainda
utilizar-se, embora limitadamente nesta fase, sanjas, sondagens e recolha sistemtica de
amostras.
41. Plano de prospeco - plano de actividades a serem realizadas pela concessionria no
mbito do direito mineiro obtido para a realizao do reconhecimento, da prospeco,
da pesquisa e da avaliao.
42. Pesquisa - processo inicial de delimitao de um depsito j identificado. Os mtodos utilizados para o efeito so os seguintes: cartografia de superfcie, amostragem
em sanjas e sondagens, em todos os casos ainda bastante espaada, embora tendo
em vista a avaliao preliminar da quantidade e da qualidade do minrio, incluindo
se necessrio estudos laboratoriais, e por fim, interpolaes limitadas dos resultados
obtidos com a aplicao de mtodos indirectos. O objectivo a alcanar diz respeito
determinao das principais caractersticas geolgicas do depsito, fornecendo indicaes adequadas quanto sua continuidade e uma primeira determinao das suas
dimenses, configurao, estrutura e do teor do minrio. Tambm conhecida como
pesquisa geral.
43. Credor Pignotricio - o credor que tem o direito de penhor sobre a coisa depositada.
44. Preparao ou Tratamento de Minrio - conjunto de operaes que tm como objectivo tornar os minrios brutos, em produtos utilizveis ou rendveis no mercado,
utilizando as operaes de cominuio que visam a libertao das espcies teis dos
minrios e as operaes de separao para a obteno dos concentrados. Pode ainda ser
657
definido como o processo constitudo por sucessivas etapas de desagregao e concentrao de minrio, terminando com a separao dos minerais teis desejados ou de minrio suficientemente concentrado para permitir a extraco econmica dos minerais
teis. O processo varia conforme o tipo de minrio, desde a simples beneficiao constituda por extraco da ganga por meio de simples lavagem, at aos complexos mtodos
de flutuao e bacteriolgicos. Para efeitos deste Cdigo considera-se as operaes de
lapidao e a industrializao de rochas ornamentais como parte deste processo. Tambm se utiliza a terminologia beneficiao de minrios.
45. Produto mineral - minrio extrado com ou sem tratamento. Tambm designado por
produto mineiro. Neste Cdigo utilizam-se tambm os termos produtos da minerao
e produto da actividade mineira.
46. Rejeitado - depsito resultante do tratamento de minrio, abandonado ou armazenado
para futuro tratamento por processo mais eficaz.
47. Reconhecimento - estudo, escala regional, atravs do qual se identificam as reas
de forte potencial de ocorrncia de mineralizao por intermdio dos seguintes meios:
resultados de estudos geolgicos regionais, mapas geolgicos regionais, estudo preliminar no terreno, mtodos areos e indirectos e extrapolao de dados geolgicos. Tem
como objectivo localizar reas mineralizadas nas quais se justifiquem estudos subsequentes mais pormenorizados.
48. Recursos minerais para a construo civil - designao genrica que engloba os
recursos minerais directamente aplicveis na construo civil. Tambm se utiliza a
expresso materiais de construo de origem mineira.
49. Reserva Mineral - quantidade de minrio economicamente explorvel existente num jazigo, tal como posto em evidncia pelos estudos de viabilidade efectuados. A classificao
das reservas minerais feita de acordo com as normais internacionalmente aceites e por
regulamentao do rgo de tutela.
50. Restaurao de reas afectadas pela actividade mineira - aces destinadas a devolver
ao terreno afectado pela actividade mineira as condies de uso existentes antes do incio
da actividade mineira e a realizar de acordo com o estudo de impacte ambiental.
51. Recuperao de reas afectadas pela actividade mineira - aces destinadas a devolver
ao terreno afectado pela actividade mineira a possibilidade de suportar um ou mais usos
do solo diferentes ao uso anterior ao incio das actividades mineiras, sem prejuzo ao ambiente e tendo em considerao o estabelecido no estudo de impacte ambiental.
52. Recursos minerais - substncias minerais que ocorrem naturalmente no solo, subsolo,
na plataforma continental e noutros domnios territoriais estabelecidos em convenes
ou acordos internacionais sobre os quais seja exercida a soberania nacional. Tambm
designadas apenas por minerais.
53. Substncias explosivas - compostos qumicos ou misturas de produtos qumicos que
podem produzir efeitos explosivos ou pirotcnicos.
54. Senha Mineira - documento emitido pelo rgo de tutela ou pela entidade a quem
este delegar a devida competncia, que autoriza a realizao da actividade mineira
artesanal.
658
Cdigo Mineiro
55. Teor - quantidade de minrio ou de um recurso mineral existente num metro cbico
ou numa tonelada de minrio de uma jazida.
ANEXO II
a) Metais ferrosos - ex.: ferro, mangans, titnio, crmio;
b) Metais no ferrosos - ex.: cobre, chumbo, zinco, volfrmio, estanho, nquel, cobalto,
molibdnio, arsnio;
c) Metais raros e elementos de terras raras - ex.: berlio, ltio, nibio, tntalo;
d) Minerais radioactivos - ex.: urnio;
e) Metais nobres - ex.: Ouro, Prata, Platina;
f) Recursos minerais no metlicos - ex.: quartzo, feldspato, caulino, gesso, barite, diatomito, wolastonite, moscovite; vermiculite, talco, fluorite, enxofre, ciante, guano, sais de
potssio, salgema, micas, talco, grafite, asbeto, fosforite, enxofre, bentonite;
g) Matrias de construo - ex.: calcrios, dolomites, asfaltite, areias, argilas;
h) Rochas ornamentais - ex.: Anortositos, granitos, mrmores;
i) Pedras preciosas e semi-preciosas - ex.: diamante, rubi, safiras, esmeraldas, ametistas,
opalas;
j) Combustveis fsseis slidos - ex.: turfa, lenhite.
O Presidente da Assembleia Nacional, Antnio Paulo Kassoma.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo Dos Santos.
659
FISCAL
ANGOLA
Obrigaes dos
Contribuintes
Obrigaes dos
Contribuintes
Nmero de
Identificao Fiscal
661
DECRETO N. 61/04
DE 28 DE SETEMBRO
Os sistemas tradicionais de administrao dos impostos baseiam-se, em grande medida,
no denominado cadastro de contribuintes, com suporte em verbetes de lanamento, os
quais, num sistema de tributao parcelar, so difceis de manusear e complicados na
sua interligao quando se pretende personalizar o imposto.
A necessidade de modelos mais avanados, em especial o tratamento automtico da informao com recurso s novas tecnologias, tem sido sentida pela razo de se tornar mais fcil
e mais rpido o conhecimento dos factos tributrios como da identificao do sujeito passivo
nas suas relaes jurdico-fiscais com os servios da administrao fiscal.
Por outro lado o combate fuga e evaso fiscal, tendo em vista tornar o sistema fiscal
angolano mais justo e tambm mais simples, uma preocupao do Governo, pelo que a
introduo do nmero de identificao fiscal - NIF, baseado nos mtodos de tributao,
substituindo o actual Registo Geral de Contribuintes, um mecanismo basilar para uma
aco fiscalizadora operativa e eficiente.
Nos termos das disposies combinadas da alnea h) do artigo 110. e do artigo 113.,
ambos da Lei Constitucional, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.
(Nmero de Identificao Fiscal)
institudo o Nmero de Identificao Fiscal, adiante designado abreviadamente por
NIF, para pessoas singulares e para as pessoas colectivas.
Artigo 2.
(Competncia para a atribuio do NIF)
1. O NIF atribudo oficiosamente pelas reparties fiscais da Direco Nacional de
Impostos do Ministrio das Finanas.
2. O carto de contribuinte electrnico emitido pela Direco Nacional de Impostos.
Artigo 3.
(Composio do NIF)
1. A composio do NIF feita de harmonia com as disposies do presente diploma.
2. A composio do NIF tem como pressuposto de atribuio o enquadramento nos regimes
de tributao previstos na lei fiscal vigente.
662
Artigo 4.
(NIF das pessoas singulares)
1. Para efeitos da atribuio do NIF e emisso do carto de contribuinte electrnico, as
pessoas singulares que obtenham rendimentos de trabalho dependente sero inscritos
oficiosamente, na repartio fiscal da sua residncia.
2. O NIF das pessoas singulares, que unicamente obtenham rendimento do trabalho
dependente, composto, sequencialmente, por:
a) Um primeiro dgito comeado pelo algarismo 1;
b) O nmero do bilhete de identidade nacional;
c) Um dgito de controlo.
3. Os elementos referidos nas alneas a) e c) do n. 2 destinam-se exclusivamente a tratamento interno dos servios da administrao fiscal.
4. O NIF das pessoas singulares, que obtenham rendimentos de actividades comerciais,
industriais, agrcolas, piscatrias, mineiras, de prestao de servios ou do exerccio
de profisses liberais, composto sequencialmente por:
a) Um primeiro dgito comeado por 2;
b) Os trs dgitos seguintes identificam a repartio fiscal da rea da residncia;
c) Os restantes cinco dgitos constituem o nmero sequencial;
d) O ltimo dgito ser um nmero aleatrio que servir de dgito de controlo.
5. No caso dos estrangeiros, o previsto na alnea b) do n. 2 substitudo pelo respectivo
passaporte passado no pas de origem ou pelo carto de residente, passado pela entidade
competente.
Artigo 5.
(NIF das pessoas colectivas)
1. Para efeitos do presente diploma so pessoas colectivas, as que como tal sejam consideradas nas regras do Grupo A do Cdigo do Imposto Industrial.
2. Os empresrios em nome individual sujeitos s regras determinao da matria
colectvel do Grupo A do Imposto Industrial, ou todos aqueles que utilizem a
contabilidade regularmente organizada para efeitos da determinao da matria
colectvel, so equiparados a pessoas colectivas.
3. O NIF das pessoas colectivas ou entidades equiparadas atribudo com base nos elementos respectivos existentes nas reparties fiscais ou, tratando-se de novos contribuintes,
com base na declarao de actividade tributria prevista no artigo 9.
4. O NIF das pessoas colectivas ou entidades equiparadas composto por 10 dgitos, sendo
o primeiro comeado por cinco, os trs seguintes so identificadores da repartio fiscal
da sede ou domiclio fiscal, os cinco nmeros imediatos so sequenciais e o ltimo ser
um nmero aleatrio que serve de dgito de controlo.
663
5. O NIF das pessoas colectivas, isentas de Imposto Industrial pelo exerccio da sua actividade, mas sujeitas s obrigaes de reteno de outros impostos, composto de acordo
com as regras definidas no nmero anterior, sendo o primeiro dgito comeado por 7.
Artigo 6.
(Prova do NIF)
1. A prova do NIF faz-se:
a) Para as pessoas singulares, que unicamente obtenham rendimentos de trabalho dependente, pela apresentao do respectivo bilhete de identidade passado pelo Arquivo
Nacional de Identificao Civil ou Criminal ou, nos casos do n. 5 do artigo 4., pela
apresentao do passaporte ou carto de estrangeiro residente;
b) Para as pessoas singulares que obtenham rendimentos de actividades comerciais,
industriais, agrcolas, piscatrias, de prestao de servios ou do exerccio de profisses
liberais, a prova do NIF faz-se pela apresentao do carto electrnico de contribuinte;
c) Para as pessoas colectivas ou entidades equiparadas, pela apresentao do respectivo
carto de contribuinte electrnico, conforme modelo em anexo.
2. O carto electrnico de contribuinte ser enviado, oficiosamente, pela repartio fiscal
competente, para 0 domiclio fiscal do respectivo titular.
Artigo 7.
(Domiclio fiscal)
1. Para efeitos jurdico-fiscais, todo o contribuinte tem um domiclio fiscal especfico.
2. O contribuinte singular tem como domiclio fiscal a sua residncia habitual.
3. Se tiver mais do que uma residncia habitual, o contribuinte tem-se por domiciliado
naquela em que repute ter a sua residncia principal ou o centro mais importante dos
seus interesses ou, no sendo possvel distinguir, em qualquer delas.
4. O contribuinte que seja uma pessoa colectiva ou entidade equiparada tem domiclio
fiscal na respectiva sede ou direco efectiva e na falta desta, no lugar em que funciona
normalmente a sua administrao principal, ou possuindo em Angola qualquer forma
de representao permanente ou instalaes comerciais ou industriais, no local dessas
instalaes ou ainda, subsidiariamente, no domiclio que declararem por escrito.
5. Os no residentes que aufiram rendimentos pelo exerccio regular ou ocasional de uma
actividade tributvel, assalariada ou no, no territrio nacional ou que nele possuam
bens, so considerados domiciliados na residncia ocasional que aqui tiverem, ou na
falta desta, na localizao dos bens ou no domiclio particular que declararem por escrito, desde que sito em Angola ou desde que aqui permaneam num ou mais perodos
de 60 dias, tratando-se de rendimentos sujeitos a IRT (Imposto sobre o Rendimento do
Trabalho).
6. O Ministro das Finanas poder autorizar o estabelecimento de um domiclio fiscal especial ao contribuinte que, fundamentadamente o requeira, quando circunstncias particulares, designadamente ligadas ao exerccio de actividade profissional, o justifiquem.
664
Artigo 8.
(Incio de actividade tributria)
1. As pessoas singulares, colectivas ou entidades equiparadas sujeitas tributao so obrigadas a apresentar, em duplicado, antes do incio da sua actividade, uma declarao de
actividade tributria de modelo anexo ao presente diploma, a entregar na repartio
fiscal onde tiverem o respectivo domiclio fiscal.
2. Ser apresentada uma declarao de actividade tributria para cada filial, sucursal,
agncia, delegao ou qualquer forma de representao permanente, estabelecimento
ou instalao comercial ou industrial do contribuinte.
3. Os trabalhadores por conta de outrem s so pessoalmente obrigados a apresentar
a declarao de actividade tributria - pessoa singular se prestarem trabalho a
mais do que uma entidade empregadora ou exercerem cumulativamente actividades comerciais, industriais, agrcolas, piscatrias, de prestao de servios ou de
profissionais liberais.
4. As declaraes referidas nos nmeros anteriores, devem ser anexadas, no caso de pessoa
singular, a fotocpia do bilhete de identidade e no caso de pessoa colectiva, exemplares
dos estatutos, assim como fotocpia do bilhete de identidade dos representantes legais e
do contabilista nomeado.
Artigo 9.
(Meno obrigatria do NIF)
1. obrigatria a meno do NIF do subscritor e do seu mandante ou representado, em
todos os requerimentos, peties, exposies, reclamaes, articulados, impugnaes, recursos, declaraes, participaes, guias de entrega de rendimentos nos cofres do Estado,
relaes, notas e em quaisquer outros documentos que sejam apresentados nos servios
da administrao pblica.
2. Nas declaraes verbais prestadas aos servios da administrao pblica e que devam
ser reduzidos a termo, obrigatria a prova e a anotao, no termo do NIF.
Artigo 10.
(Fiscalizao)
1. As autoridades pblicas, as conservatrias do registo, os notrios, o Banco Nacional
de Angola, reparties pblicas e no geral, quaisquer outras entidades pblicas devem,
no cumprimento das suas obrigaes, nomeadamente de fiscalizao, que lhes estejam
cometidas pela legislao fiscal, exigir dos contribuintes a prova do seu NIF.
2. As entidades referidas no nmero anterior, que no exerccio das respectivas atribuies
estejam legalmente interditas de praticar qualquer tipo de acto solicitado pelos contribuintes, sem que se verifique o prvio cumprimento das obrigaes tributrias que sobre
os mesmos impendam, ficam proibidos de os praticar se os contribuintes no fizerem
prova do seu NIF.
665
3. Sempre que as mesmas entidades estejam obrigadas ao envio aos servios de administrao fiscal competentes, de quaisquer elementos a considerar na tributao ou
com interesse para a fiscalizao tributria, devero fazer constar dos mesmos o NIF
dos contribuintes a que digam respeito.
4. Os rendimentos sujeitos a imposto com cobrana mediante o sistema de reteno na
fonte, ainda que isentos, no podero ser pagos ou postos disposio dos respectivos
titulares pelas entidades competentes para a reteno, sem que aqueles faam prova
dos respectivos NIF.
5. Os servios do notariado e dos registos devero providenciar para que nas escrituras
e registos relativos a pessoas colectivas ou entidades equiparadas conste a meno
mais completa possvel da sede, do lugar da administrao principal ou do domiclio
das mesmas pessoas ou entidades.
Artigo 11.
(Penalidades)
1. Sem prejuzo das sanes estabelecidas na legislao fiscal por falta da sua apresentao,
sero recusados ou considerados como no apresentados nos servios da administrao
fiscal os elementos ou documentos que, contrariamente ao disposto no presente diploma,
no mencionem os NIF que dos mesmos deveriam constar.
2. A inobservncia das normas do presente diploma so punidas nos termos do Cdigo
Geral Tributrio.
Artigo 12.
(Formulrios)
So aprovados os impressos necessrios ao cumprimento das normas previstas no presente
diploma, que dele fazem parte integrante, abaixo identificados:
a) Declarao de actividade tributria - pessoa singular;
b) Declarao de actividade tributria - pessoa colectiva ou entidade equiparada.
Artigo 13.
(Cartes electrnicos de contribuinte)
1. So aprovados os modelos de carto de contribuinte anexos ao presente diploma e
que dele fazem parte integrante.
2. O custo dos cartes electrnicos de contribuinte, a suportar pelos titulares, ser definido
em despacho do Ministro das Finanas.
666
Artigo 14.
(Norma transitria)
At que se conclua o processo de recadastramento em todas as reparties fiscais, mantm-se em vigor, para todos os efeitos legais, o actual Registo Geral de Contribuintes (RGC),
aprovado pelo Decreto n. 29/92, de 3 de Julho.
Artigo 15.
(Norma revogatria)
revogada toda a legislao que contrarie o regime jurdico institudo pelo presente
diploma.
Artigo 16.
(Entrada em vigor)
Este diploma entra em vigor na data da sua publicao.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 16 de Junho de 2004.
Publique-se.
O Primeiro Ministro, Fernando da Piedade Dias dos Santos.
Promulgado a 1 de Setembro de 2004.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
667
Obrigaes dos
Contribuintes
Regime Jurdico
das Facturas
e Documentos
Equivalentes
668
CAPTULO II
Dispensa e Documentos Equivalentes
Artigo 3.
(Dispensa de emisso de factura)
1. dispensada a obrigao de emisso de factura, sempre que se verifiquem as seguintes
operaes:
a) Transmisso de bens feita atravs de aparelhos de distribuio automtica, ou de
recurso aos sistemas electrnicos;
b) Prestao de servios em que seja habitual a emisso de talo, bilhete de ingresso ou de
transporte, senha, ou outro documento impresso, emitido ao portador, comprovativo do
pagamento, em que constem os elementos informativos obrigatrios, nos termos deste
Diploma;
c) Transmisso de bens e prestaes de servios cujo valor unitrio seja igual ou inferior
a Kz: 1000,00 (mil kwanzas).
2. A dispensa de emisso de factura prevista no n. 1 deste artigo afastada, sempre que
o adquirente do bem ou servio o solicitem, independentemente do requisito previsto
na alnea c) do n. 1 do presente artigo.
Artigo 4.
(Documentos equivalentes)
1. A dispensa de emisso de factura referida no artigo anterior no afasta a obrigao da
emisso de talo de venda ou de recibo, em que seja identificvel o nome do vendedor
dos bens ou prestador do servio, e respectivo nmero de identificao fiscal e morada.
2. Os tales de venda e recibos emitidos nos termos do nmero anterior possuem os
mesmos efeitos probatrios de uma factura, apenas nos casos em que esta no seja
obrigatria.
3. A dispensa de emisso de factura a que se refere o artigo anterior pode ser atribuda
pelo Director Nacional de Impostos, mediante solicitao deferida, a outras categorias
670
de contribuintes que forneam ao pblico servios caracterizados pela sua uniformidade, frequncia e valor limitado, sempre que o cumprimento da obrigao de emisso
de factura e obrigaes conexas se revelem onerosas.
CAPTULO III
Processamento e Requisitos
Artigo 5.
(Processamento)
1. Os contribuintes obrigados a emitir facturas ou documentos equivalentes devem utilizar programas informticos que garantam a numerao sequencial e cronolgica dos
documentos.
2. Os documentos referidos no nmero anterior devem ser emitidos em duplicado,
destinando-se o original ao cliente e a cpia ao arquivo do fornecedor.
3. Todos os exemplares de facturas ou documentos equivalentes devem conter a designao
processados por computador.
4. Em caso de avaria tcnica dos equipamentos ou em situaes de inoperacionalidade,
devem os contribuintes emitir facturas ou documentos equivalentes, impressos tipograficamente, respeitando os requisitos deste Diploma.
Artigo 6.
(Emisso de facturas)
1. A factura ou documento equivalente deve ser emitida no momento do seu pagamento, ou
at ao quinto dia til a seguir data da operao de transmisso do bem ou prestao do
servio.
2. No caso de pagamentos relativos a uma transmisso de bens ou prestao de servios
ainda no efectuada, a data da emisso do documento comprovativo deve coincidir
sempre, com a da percepo do pagamento do montante relativo transmisso do
bem, ou prestao do servio.
3. As facturas ou documentos equivalentes so substitudos por guias ou notas de devoluo,
quando se trate de devoluo de mercadorias anteriormente transaccionadas entre os
mesmos contribuintes, cuja emisso se processa no prazo referido no n. 1 deste artigo.
Artigo 7.
(Requisitos)
1. As facturas ou documentos equivalentes devem ser devidamente datados, sequencialmente numerados e conter obrigatoriamente os seguintes elementos:
a) O nome, firma ou denominao social e a sede ou domiclio do fornecedor de bens
ou prestador de servios e do destinatrio ou adquirente, bem como os seus nmeros
de identificao fiscal;
671
CAPTULO IV
Penalidades e Disposies Finais
Artigo 10.
(Penalidades)
1. Sempre que o contribuinte proceda a transmisses onerosas de bens, ou prestao de
servios no suportadas por factura ou documento equivalente, incorre em multa,
nos termos que se seguem:
672
673
Obrigaes dos
Contribuintes
Registo Geral de
Contribuintes
674
DECRETO N. 29/92
DE 3 DE JULHO
Considerando que se torna indispensvel efectivar uma depurao dos cadastros fiscais, por
forma a torn-los mais compatveis com a realidade actual do universo de contribuintes;
Considerando a necessidade de reformulao do Registo Geral de Contribuintes, de
modo a torn-lo mais gil e apto a servir de instrumento eficaz de controlo para a
administrao fiscal, nomeadamente atravs da utilizao mais efectiva do processamento electrnico de dados;
Considerando que, para a efectivao destes propsitos, imprescindvel a instituio
de modelos apropriados, de novos procedimentos administrativos e da realizao de um
recadastramento geral;
Nos termos do artigo 65. e da alnea b) do artigo 66. da Lei Constitucional e no uso
da faculdade que me conferida pela alnea q) do artigo 47. da mesma Lei a Comisso
Permanente do Conselho de Ministros decreta e eu assino e fao publicar o seguinte:
675
Artigo 3.
1. As pessoas singulares ou colectivas, enquadradas no artigo anterior, devero proceder
sua inscrio imediata aps a sua constituio, criao, instalao ou incio da actividade
passvel de controlo fiscal.
2. Para alm do registo obrigatrio a que alude o artigo 2., os contribuintes esto
obrigados a fazer constar o respectivo nmero de inscrio no Registo Geral de
Contribuintes em todo e qualquer documento por eles emitidos ou referentes a
transaces das quais participem, activa ou passivamente, como parte integrante e
indissocivel de sua identificao fiscal.
Artigo 4.
Compete ao Ministrio das Finanas, directamente e atravs da Direco Nacional
de Impostos, a administrao e a execuo de todo o processo de Registo Geral de
Contribuintes.
Artigo 5.
1. O registo fiscal nos cadastros de pessoas singulares ou colectivas, referidas no artigo
2., far-se- mediante o preenchimento e a entrega de formulrio apropriado conforme
modelos anexos:
a) Modelo 1 para a inscrio fiscal de pessoas colectivas e outras entidades equiparadas;
b) Modelo 2 para a inscrio fiscal de pessoas singulares que exeram actividades por
conta prpria;
c) Modelo 3 para a inscrio fiscal e fixao de rendimento colectvel dos contribuintes
do Imposto Industrial do grupo C.
2. Para a efectivao do registo, o contribuinte, pessoa colectiva ou equiparada a colectiva,
dever apresentar, juntamente com o formulrio de inscrio, os seguintes documentos:
a) Um exemplar ou certido da escritura da constituio da sociedade ou a indicao
do Dirio da Repblica onde foram publicados;
b) Respectivo alvar ou documento comprovativo que possa substitu-lo, passado pelo
rgo competente do Governo, onde conste a autorizao do exerccio da actividade;
c) Comprovante de identidade do(s) representante(s) legal(is) do contribuinte, perante
a administrao fiscal e o respectivo comprovativo desse mandado.
3. Para a efectivao do registo, o contribuinte pessoa singular dever apresentar
juntamente com o formulrio de inscrio os seguintes documentos:
a) Bilhete de identidade dentro do respectivo prazo de validade; e
b) Qualquer documento legalmente vlido que comprove o local onde exerce a sua
actividade ou residncia (o contrato de arrendamento, conta de gua, conta de luz,
de telefone, etc.).
676
Artigo 6.
Os modelos 1 e 3 referidos no artigo anterior substituem o modelo 5 a que se refere o
artigo 88. do Cdigo do Imposto Industrial.
Artigo 7.
Os modelos 1, 2 e 3, sero preenchidos em triplicado pelos contribuintes, destinando-se
cada uma das vidas:
a) O original ficar arquivado na respectiva Repartio Fiscal ou Delegao Municipal
de Finanas;
b) O duplicado ser enviado ao sector ou rgo responsvel pelo processamento electrnico
de dados;
c) O triplicado ser entregue ao contribuinte, devidamente assinado e carimbado pelo
responsvel da Repartio Fiscal.
Artigo 8.
Para caracterizao e comprovao da efectiva inscrio no Registo Geral de Contribuintes,
ficam institudos os seguintes documentos:
a) Carto de Identificao Fiscal de Pessoa Singular - CIPES, Modelo 4;
b) Carto de Identificao Fiscal de Pessoa Colectiva - CIPEC, Modelo 5.
Artigo 9.
1. O Ministrio das Finanas, atravs do Departamento Nacional de Informtica, emitir
carto de identificao fiscal para o contribuinte que se inscrever no Registo Geral de
Contribuintes, na forma do presente Decreto, o qual ter o seguinte prazo de validade,
a contar do ms da inscrio ou do recadastramento:
a) Para as pessoas singulares: trs anos;
b) Para as pessoas colectivas de direito privado e pessoas singulares equiparadas a
colectivas, que tenham fim lucrativo: dois anos;
c) rgos da administrao central e local do Estado quaisquer servios, estabelecimentos e organismos ainda que personalizados e todas as outras entidades previstas
neste diploma e no englobadas nas alneas anteriores: cinco anos.
2. Findo as respectivos prazos de validade a administrao fiscal providenciar a reemisso
automtica dos cartes, bem como a sua distribuio aos interessados, ficando condicionada, porm essa reemisso ao facto de o contribuinte no ter dbito fiscal com certido
de relaxe j expedida, ou no estar omisso na entrega de declarao de qualquer imposto.
677
Artigo 10.
Os cartes de identificao de contribuintes contero, respectivamente, as seguintes
informaes:
a) Carto de Identificao de Pessoas Singulares - CIPES:
Nome do contribuinte;
N. de inscrio no Registo Geral de Contribuintes;
Data de nascimento do contribuinte;
Endereo residencial;
A data limite de validade do carto;
Assinatura do Director Nacional de Impostos;
Aviso sobre a finalidade do CIPES;
Principais situaes em que deve ser apresentado.
Nome do contribuinte;
678
679
Artigo 15.
A Direco Nacional de Impostos, atravs do Departamento Nacional de Informtica,
poder promover a inscrio oficiosa de contribuintes, na hiptese de recebimento de
declaraes de impostos, pelas reparties fiscais, referentes queles ainda no inscritos
ou no recadastrados no Registo Geral de Contribuintes.
Artigo 16.
Os contribuintes, quando do encerramento das suas actividades, devero apresentar o
modelo correspondente sua natureza ou grupo, na repartio fiscal da rea onde estiver
registado, acompanhado das duas vias do carto de identificao correspondente e, se for
o caso, dos livros e comprovantes fiscais exigidos na forma da legislao competente.
Artigo 17.
1. No caso de encerramento da actividade, na forma do disposto no artigo anterior, o
nmero de registo dever ser mantido pelo prazo de cinco anos.
2. Em caso de reincio da actividade, o contribuinte somente poder reaproveitar o nmero
sob o qual estava anteriormente inscrito se a retomada dos seus negcios ocorrer dentro
do prazo de trs anos, contados da data do pedido de encerramento.
Artigo 18.
Ficam revogados o Decreto executivo n. 44/78, de 23 de Novembro e todas as demais
disposies que contrariem o presente decreto.
Artigo 19.
O presente decreto entra em vigor na data da sua publicao.
Vist0 a aprovado pela Comisso Permanente do Conselho de Ministros.
Publique-se.
Luanda, aos 3 de Julho de 1992.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo Dos Santos.
680
FISCAL
ANGOLA
Benefcios Fiscais
Benefcios Fiscais
Lei do Investimento
Privado
682
LEI N. 20/11
DE 20 DE MAIO
O investimento privado, a par do investimento pblico, continua a ser uma aposta estratgica do Estado, para a mobilizao de recursos humanos, financeiros, materiais e tecnolgicos,
com vista ao desenvolvimento econmico e social do Pas, ao aumento da competitividade
da economia, ao crescimento da oferta de emprego e melhoria das condies de vida das
populaes.
Considerando que a aprovao da Lei n. 11/03, de 13 de Maio - Lei de Bases do Investimento Privado permitiu, no essencial, alcanar os objectivos que o Estado se propunha
com a reformulao a que ento se procedeu de todo o sistema de investimento privado;
Urge, agora, introduzir os ajustamentos que a aplicao dos principais instrumentos
legais reguladores do investimento privado revelou serem necessrios, com vista a harmonizar os interesses gerais do Estado e da economia com os dos investidores privados.
Importa, sobretudo, manter e reforar os direitos e garantias dos investidores privados,
bem como introduzir regras e procedimentos claros, simples e cleres, no processo de
aprovao dos investimentos privados.
Por outro lado, igualmente urge criar, para os investidores, um sistema de incentivos,
benefcios e facilidades que atenda, em concreto, ao impacto econmico e social dos
projectos na economia.
Deste modo, a atractividade do regime regulador do investimento privado no prejudica
a arrecadao de receitas pblicas, que se revelam como essenciais para a materializao
da funo social do Estado.
Considerando ainda a necessidade de se adequar o quadro legal do investimento privado
nova realidade constitucional de Angola e o sistema de incentivos e benefcios fiscais e
aduaneiros reforma tributria em curso;
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das disposies combinadas do n. 2 do artigo 165. e da alnea d) do n. 2 do artigo 166., ambos da Constituio da
Repblica de Angola, a seguinte:
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CAPTULO II
Princpios e Objectivos da Poltica do Investimento Privado
Artigo 5.
(Princpios gerais)
A poltica de investimento privado e a atribuio de incentivos e facilidades obedece aos
seguintes princpios gerais:
a) Respeito pela propriedade privada;
b) Respeito pelas regras do mercado livre e da s concorrncia entre os agentes econmicos;
c) Respeito pela livre iniciativa, excepto para as reas definidas por lei como sendo de
reserva do Estado;
d) Garantias de segurana e proteco do investimento;
e) Igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros e proteco dos direitos de
cidadania econmica de nacionais;
f) Promoo da livre e cabal circulao dos bens e dos capitais, nos termos e limites legais;
g) Respeito e integral cumprimento de acordos e tratados internacionais.
Artigo 6.
(Princpio da conformao poltica e legal)
A realizao do investimento privado de acordo com o previsto na presente lei, independentemente da forma de que se revista, deve contribuir para o progresso da pessoa
humana angolana, para o desenvolvimento econmico e social sustentvel do Pas, bem
como conformar-se com os princpios objectivos da poltica econmica nacional, com as
disposies da presente lei, sua regulamentao e demais legislao aplicvel.
Artigo 7.
(Responsabilidade pela definio e promoo
do investimento privado)
1. Cabe ao Executivo definir e promover a poltica do investimento privado, especialmente daquele que contribua decisivamente para o desenvolvimento econmico e
social Pas e do bem-estar geral da populao.
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CAPTULO III
Operaes de Investimento
Artigo 9.
(Modalidades do investimento privado)
O investimento privado pode assumir a forma de investimento interno ou externo.
Artigo 10.
(Operaes de investimento interno)
Nos termos e para efeitos da presente lei, so operaes de investimento interno, entre
outros, os seguintes actos e contratos:
a) Utilizao de moeda nacional ou outra livremente conversvel domiciliada em territrio
nacional;
b) Aquisio de tecnologia e know how;
c) Aquisio de mquinas e equipamentos;
d) Converso de crditos decorrentes de qualquer tipo de contrato;
e) Participaes sociais sobre sociedades e empresas de direito angolano, domiciliadas
em territrio nacional;
f) Aplicao de recursos financeiros resultantes de emprstimos, incluindo os que tenham
sido obtidos no exterior, devendo os mesmos ser previamente licenciados, nos termos
da legislao cambial em vigor;
g) Criao de novas empresas exclusivamente pertencentes ao investidor privado;
h) Ampliao de empresas ou de outras formas de representao social de empresas;
i) Aquisio da totalidade ou parte de empresas ou de agrupamentos de empresas j
existentes;
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Artigo 12.
(Operaes de investimento externo)
1. Nos termos e para efeitos da presente lei, so operaes de investimento externo, entre
outros, os seguintes actos e contratos, realizados sem recurso s reservas cambiais do
Pas:
a) Introduo no territrio nacional de moeda livremente conversvel;
b) Introduo de tecnologia e know how, desde que representem uma mais-valia ao
empreendimento e sejam susceptveis de avaliao pecuniria;
c) Introduo de mquinas, equipamentos e outros meios fixos corpreos;
d) Participaes em sociedades e empresas de direito angolano domiciliadas em territrio
nacional;
e) Criao e ampliao de sucursais ou de outra forma de representao social de
empresas estrangeiras;
f) Criao de novas empresas exclusivamente pertencentes ao investidor externo;
g) Aquisio da totalidade ou parte de empresas ou de agrupamento de empresas j
existentes e participao ou aquisio de participao no capital de empresas ou de
agrupamentos de empresas, novas ou j existentes, qualquer que seja a forma de que
se revista;
h) Celebrao e alterao de contratos de consrcios, associaes em participao, joint
ventures, associaes de terceiros a partes ou a quotas de capital e qualquer outra forma
de contrato de associao permitida no comrcio internacional, ainda que no prevista na
legislao comercial em vigor;
i) Tomada total ou parcial de estabelecimentos comerciais ou industriais, por aquisio
de activos ou atravs de contratos de cesso de explorao;
j) Tomada total ou parcial de empresas agrcolas, mediante contratos de arrendamento
ou de quaisquer acordos que impliquem o exerccio de posse e explorao por parte do
investidor;
k) Explorao de complexos imobilirios, tursticos ou no, independentemente da
natureza jurdica que assumam;
l) Realizao de prestaes suplementares de capital, adiantamentos aos scios e, em
geral, emprstimos ligados participao nos lucros;
m) Aquisio de bens imveis situados em territrio nacional, quando essa aquisio
se integre em projectos de investimento privado.
2. No so consideradas investimento externo as operaes que consistam no afretamento
temporrio de automveis, embarcaes, aeronaves e outros meios susceptveis de aluguer, leasing ou qualquer outra forma de uso temporrio no territrio nacional contra
pagamento.
3. No obstante o disposto no nmero anterior, as operaes ali referidas podem ser consideradas operaes de investimento externo, desde que, pela sua grande relevncia
econmica ou importncia estratgica, o Executivo expressa e, casuisticamente, entenda
conceder-lhes tal estatuto.
690
Artigo 13.
(Formas de realizao do investimento externo)
1. Os actos de investimento externo podem ser realizados, isolada ou cumulativamente,
atravs das seguintes formas:
a) Transferncia de fundos prprios do exterior;
b) Aplicao de disponibilidades em moeda externa, em contas bancrias constitudas
em Angola por no residentes cambiais, susceptveis de reexportao, nos termos da
legislao cambial aplicvel;
c) Aplicao, em territrio nacional, de fundos no mbito de reinvestimento externo;
d) Importao de mquinas, equipamentos, acessrios e outros meios fixos corpreos;
e) Incorporao de tecnologias e know how.
2. As formas enunciadas nas alneas d) e e) do presente artigo devem ser sempre acompanhadas de transferncia de fundos do exterior, designadamente para custear despesas
de constituio, instalao e realizao do capital social.
CAPTULO IV
Garantias, Direitos e Deveres Gerais do Investidor Privado
SECO I
Generalidades
Artigo 14.
(Estatuto do investimento privado)
As sociedades e empresas constitudas em Angola para fins de obteno de facilidades
e incentivos ao investimento privado, ainda que com capitais provenientes do exterior,
tm, para todos os efeitos legais, o estatuto de sociedades e empresas de direito angolano,
sendo-lhes aplicvel a lei angolana comum, no que no for regulado diferentemente pela
presente lei ou por legislao especfica.
Artigo 15.
(Igualdade de tratamento)
1. Nos termos da Constituio e dos princpios que enformam a ordem jurdica, poltica
e econmica do Pas, o Estado Angolano assegura, independentemente da origem do
capital, um tratamento justo, no arbitrariamente discriminatrio e equitativo, s sociedades e empresas constitudas e aos bens patrimoniais, garantindo-lhes proteco,
segurana, acesso aos meios e instncias judiciais e no dificultando a sua gesto,
manuteno e explorao.
2. Ao investidor externo so garantidos os direitos decorrentes da propriedade sobre os
meios que investir, nomeadamente o direito de dispor livremente deles, nos mesmos
termos que o investidor interno.
691
SECO II
Garantias Comuns
Artigo 16.
(Proteco de direitos)
1. O Estado Angolano garante a todos os investidores privados o acesso aos tribunais angolanos para a defesa dos seus direitos, sendo-lhes garantido o devido processo legal.
2. Os investidores privados, internos e externos, tm o direito de denunciar directamente
junto do Ministrio Pblico, nos termos da Lei n. 3/10, de 29 de Maro - Lei da Probidade Pblica, quaisquer irregularidades, ilegalidades e actos de improbidade em geral,
que atentem, directa ou indirectamente, contra os seus interesses econmicos, mesmo
antes de ser levado competente aprovao o seu processo de investimento.
3. No caso de os bens objecto do projecto de investimento privado serem expropriados
ou requisitados em funo de ponderosas e devidamente justificadas razes de interesse pblico, nos termos da lei, o Estado assegura o pagamento de uma indemnizao justa, pronta e efectiva, cujo montante determinado de acordo com as regras de
direito aplicveis.
4. O Estado garante s sociedades e empresas constitudas para fins de investimento privado proteco e respeito pelo sigilo profissional, bancrio e comercial, nos termos da lei.
5. Os direitos concedidos aos investimentos privados nos termos da presente lei so assegurados sem prejuzo de outros que resultem de acordos e convenes de que o Estado
Angolano seja parte integrante.
Artigo 17.
(Outras garantias)
1. garantido o direito de propriedade industrial e sobre toda a criao intelectual, nos
termos da legislao em vigor.
2. So garantidos os direitos que venham a ser adquiridos sobre a posse, uso e aproveitamento titulado da terra, assim como sobre outros recursos dominiais, nos termos da
legislao em vigor.
3. garantida a no interferncia pblica na gesto das empresas privadas, excepto nos
casos expressamente previstos na lei.
4. O Estado garante o no cancelamento de licenas sem o respectivo processo judicial
ou administrativo.
5. garantido o direito de importao directa de bens do exterior e a exportao autnoma de produtos produzidos pelos investidores privados, sem prejuzo das regras de
proteco do mercado interno aplicveis.
692
SECO III
Repatriamento de Capitais e Acesso a Outras Facilidades
Artigo 18.
(Transferncia de lucros e dividendos)
1. Depois de implementado o projecto de investimento privado externo e mediante prova
da sua execuo, de acordo com as regras definidas na presente lei, mormente nos artigos
19. e 20. e nas condies estabelecidas na respectiva autorizao do BNA, nos termos
da legislao cambial aplicvel, garantido o direito de transferir para o exterior:
a) Os dividendos ou os lucros distribudos, depois de devidamente verificados e certificados os respectivos comprovativos do pagamento dos impostos devidos, tendo em conta o
montante do capital investido e a sua correspondncia com as respectivas participaes
no capital prprio da sociedade ou da empresa;
b) O produto da liquidao dos seus investimentos, incluindo as mais-valias, depois
de pagos os impostos devidos;
c) Quaisquer importncias que lhe sejam devidas, com deduo dos respectivos impostos, previstas em actos ou contratos que, nos termos da presente lei, constituam
investimento privado;
d) Produto de indemnizaes, nos termos do n. 3 do artigo 16.;
e) Royalties ou outros rendimentos de remunerao de investimentos indirectos, associados cedncia de transferncia de tecnologia.
2. O repatriamento de lucros e dividendos, nos termos da alnea a) do nmero anterior,
objectivamente proporcional e graduado, respeitando-se os limites do artigo 20.,
nomeadamente em funo do valor investido, do perodo da concesso e da dimenso
dos incentivos e benefcios fiscais e aduaneiros, do prazo do investimento, dos lucros
efectivamente realizados, do impacto socioeconmico do investimento e da sua influncia na diminuio das assimetrias regionais, do impacto do repatriamento dos
lucros e dividendos na balana de pagamentos do Pas.
3. Os termos da proporo e graduao percentual do repatriamento dos lucros e dividendos, no mbito do nmero anterior so objecto de uma ponderao e negociao
casusticas, de acordo com dados objectivos, devendo estes constar obrigatoriamente
do contrato de investimento a celebrar.
4. A transferncia efectiva de lucros e dividendos depende, com as necessrias adaptaes,
do cumprimento comprovado da exigncia do n. 4 do artigo 26.
Artigo 19.
(Limite mnimo do investimento para
o repatriamento de capitais)
permitido o repatriamento proporcional de capitais gerados como lucros, dividendos
e afins, nos termos do artigo anterior, a partir das operaes de investimento externo,
desde que este investimento atinja o limite mnimo, por cada investidor, de USD 1 000
000,00 (um milho de dlares dos Estados Unidos da Amrica).
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Artigo 20.
(Critrios para a graduao do direito de repatriamento
de lucros e dividendos)
1. Considerando o disposto no artigo 35. sobre as zonas de desenvolvimento, a graduao percentual do direito de repatriamento de lucros e dividendos efectua-se do seguinte
modo:
a) Nos projectos de investimento externo implementados na Zona A e que sejam inferiores a USD 10 000 000,00 (dez milhes de dlares dos Estados Unidos da Amrica),
s podem ser repatriados lucros, dividendos e afins, nos termos do n. 1 do artigo 18.,
transcorridos trs anos aps a sua implementao efectiva;
b) Nos projectos de investimento externo implementados na Zona A e que sejam iguais
ou superiores a USD 10 000 000,00 (dez milhes de dlares dos Estados Unidos da Amrica), mas inferiores a USD 50 000 000,00 (cinquenta milhes de dlares dos Estados
Unidos da Amrica), s podem ser repatriados lucros, dividendos e afins, nos termos do
n. 1 do artigo 18., transcorridos dois anos aps a sua implementao efectiva;
c) Nos projectos de investimento externo implementados na Zona B e que sejam inferiores a USD 5 000 000,00 (cinco milhes de dlares dos Estados Unidos da Amrica),
s podem ser repatriados lucros e dividendos, nos termos do n. 1 do artigo 18., transcorridos dois anos aps a sua implementao efectiva.
2. O disposto nas alneas do nmero anterior no se aplica aos casos previstos na alnea
a) do n. 1 do artigo 29.
Artigo 21.
(Requisitos econmicos para aceder a outras facilidades)
permitido o acesso a incentivos e facilidades s operaes de investimento que preencham
os seguintes requisitos de interesse econmico:
a) Realizar o investimento nos seguintes sectores de actividade:
i. Agricultura e pecuria;
ii. Indstria transformadora, designadamente produo de embalagens, produo de mquinas, equipamentos, ferramentas e acessrios, reciclagem de materiais ferrosos e no
ferrosos, produo txtil, vesturio e calado, transformao de madeira e seus derivados,
produo de bens alimentares, materiais de construo, tecnologias de informao;
iii. Infra-estruturas ferrovirias, rodovirias, porturias e aeroporturias;
iv. Telecomunicaes e tecnologias de informao;
v. I ndstria de pesca e derivados, incluindo a construo de embarcaes e redes;
vi. Energia e guas;
vii. Habitao social;
viii. Sade e educao;
ix. Hotelaria e turismo.
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SECO IV
Deveres
Artigo 23.
(Deveres gerais do investidor privado)
Os investidores privados esto obrigados a respeitar a presente lei e demais legislao
aplicvel e regulamentos em vigor na Repblica de Angola, bem como os compromissos
contratuais, sujeitando-se s penalidades neles definidas.
Artigo 24.
(Deveres especficos do investidor privado)
O investidor privado , em especial, obrigado a:
a) Observar os prazos fixados para a importao de capitais e para a implementao do
projecto de investimento, de acordo com os compromissos assumidos;
b) Promover a formao e enquadramento de mo-de-obra nacional e a angolanizao
progressiva dos quadros de direco e chefia, sem qualquer tipo de discriminao;
c) No praticar, por aco ou omisso, quaisquer actos que configurem discriminao
racial, do gnero ou por deficincia fsica, no fomentando factores de excluso em
razo do salrio ou da condio social entre trabalhadores nacionais e expatriados,
devendo atribuir aos angolanos categorias ocupacionais, salrios e regalias sociais
iguais s dos seus homlogos expatriados de igual nvel ou grau acadmico e qualificao tcnica e profissional;
d) Pagar os impostos e todas as outras contribuies que lhe sejam devidas, sem prejuzo
dos eventuais benefcios fiscais a que esteja sujeito;
e) Constituir fundos e reservas e fazer provises, nos termos da legislao em vigor;
695
TTULO II
Benefcios Fiscais, Aduaneiros e Regime Cambial
CAPTULO I
Benefcios Fiscais e Aduaneiros
SECO I
Regras Gerais
Artigo 25.
(Princpio geral)
As pessoas colectivas ou singulares abrangidas pela presente lei esto sujeitas ao cumprimento da legislao fiscal em vigor, usufruindo dos benefcios fiscais estabelecidos e
sujeitando-se s mesmas penalizaes.
Artigo 26.
(Noo e natureza contabilstica dos incentivos)
1. Consideram-se beneficios fiscais as medidas que implicam uma reduo ou iseno
do montante a pagar dos impostos em vigor, com o fim de promover o desenvolvimento de factores escala macroeconmica para o Pas, bem como de favorecer
actividades de reconhecido interesse pblico, social ou cultural.
2. So benefcios ou incentivos fiscais e aduaneiros, nomeadamente as dedues matria colectvel, as dedues colecta, as amortizaes e reintegraes aceleradas, o
crdito fiscal, a iseno e reduo de taxas de impostos, contribuies e direitos de
importao, o diferimento no tempo do pagamento de impostos e outras medidas
fiscais de carcter excepcional que beneficiem o investidor contribuinte.
3. Para efeitos da presente lei, os benefcios fiscais so considerados despesas fiscais,
devendo na sua determinao e controlo contabilstico, ser exigida uma declarao
apropriada dos benefcios usufrudos em cada exerccio fiscal.
4. Para ter acesso ao regime de incentivos e benefcios fiscais e aduaneiros, todo o investidor tem de ter a sua contabilidade devidamente organizada e certificada por um
auditor externo.
696
697
alm da objectiva considerao sobre o tipo de investimento e a sua insero na estratgia de desenvolvimento econmico do Pas, a percepo de mais-valias directas e indirectas, a complexidade do investimento e o perodo estimado para o retorno do capital.
5. Nos diplomas especficos sobre cada tipo de imposto devem ser concretizados os percentuais na reduo da taxa do imposto, no mbito dos incentivos fiscais.
Artigo 29.
(Concesso contratualizada de incentivos)
1. Pode haver uma concesso extraordinria de incentivos e benefcios fiscais que resulte
de uma negociao, no mbito do regime contratual nico de investimento privado,
designadamente nos casos do n. 3 do artigo 60. ou nos casos em que se cumular o
previsto na alnea a) com uma das condies das alneas seguintes:
a) Ser o investimento declarado como altamente relevante para o desenvolvimento
estratgico da economia nacional, considerando a importncia do sector de actividade em causa, o local e o valor do investimento e a reduo das assimetrias regionais;
b) Ser o investimento capaz de induzir a criao ou manuteno de, pelo menos, 500
(quinhentos) postos de trabalho directos para cidados nacionais;
c) Ser o investimento capaz de contribuir em larga escala, de modo quantificado e
certificado, para o impulsionamento da inovao tecnolgica e investigao cientfica
no Pas;
d) Serem as exportaes anuais directamente resultantes de investimento superiores a
USD 50 000 000,00 (cinquenta milhes de dlares dos Estados Unidos da Amrica).
2. declarao prevista na alnea a) do nmero anterior e opo pelo regime da concesso contratualizada de incentivos competem ao Titular do Poder Executivo.
Artigo 30.
(Administrao do sistema de incentivos)
1. A gesto do sistema de incentivos e de benefcios fiscais e aduaneiros cabe ao Poder Executivo, que a executa atravs do departamento ministerial responsvel pelas finanas.
2. No mbito da delegao de poderes do Titular do Poder Executivo, compete ao Ministro das Finanas emitir a deciso final em matria de incentivos e benefcios fiscais
e aduaneiros, sem prejuzo da competncia geral da ANIP na recepo, conduo,
avaliao, negociao, aprovao, acompanhamento e fiscalizao dos processos de
investimentos privado.
3. A ANIP, bem como os representantes do departamento ministerial ou entidade pblica reguladora do sector econmico pertinente para o investimento em causa, pode
propor incentivos e benefcios, desde que estes estejam dentro dos parmetros legais.
4. Os incentivos aprovados para um determinado projecto de investimento s vigoram a
partir do momento em que comea a sua implementao, podendo ser suspensos pelo
departamento ministerial responsvel pelas finanas, enquanto entidade gestora do
698
sistema de incentivos, se no forem respeitados os prazos e o cronograma de financiamento ou de implementao do projecto de investimento.
5. Tratando-se de investimento privado externo, a suspenso referida no nmero anterior
tambm ocorre sempre que no tenha sido respeitado o cronograma de importao de
capitais.
Artigo 31.
(Extino dos incentivos fiscais e aduaneiros)
1. Sem prejuzo do previsto em legislao especfica, os incentivos fiscais e aduaneiros
extinguem-se:
a) Pelo termo do prazo por que hajam sido concedidos, quando temporrios;
b) Pela verificao dos pressupostos da respectiva condio resolutiva, quando
condicionados;
c) Por revogao, em caso de no cumprimento, por facto imputvel ao contribuinte,
das suas obrigaes legais ou contratuais.
2. A extino dos incentivos fiscais e aduaneiros tem por consequncia a reposio automtica do regime geral de tributao.
3. Quando os incentivos fiscais e aduaneiros respeitem a aquisio de bens destinados a
operaes de investimento, a respectiva concesso fica sem efeito se esses bens forem
alienados ou lhes for dado outro destino sem a prvia autorizao da ANIP, sem prejuzo
de quaisquer outras penalidades ou consequncias legalmente aplicveis.
Artigo 32.
(Transmisso dos incentivos fiscais e aduaneiros)
O direito aos incentivos transmissvel, no mbito da cesso prevista no artigo 81., mediante prvia autorizao do titular do Ministrio das Finanas, ouvida a ANIP, desde que
se mantenham os pressupostos em que se basearam para a sua concesso e os deveres
decorrentes do projecto de investimento, devendo o proponente ser notificado no prazo
de oito dias aps a recepo da petio.
Artigo 33.
(Limites aplicao de penalidades)
Salvo o disposto no n. 3 do artigo 87., apenas so aplicadas sanes impeditivas, suspensivas ou extintivas de incentivos fiscais e aduaneiros com fundamento em infraco
fiscal relacionada com os benefcios concedidos.
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SECO II
Incentivos e Benefcios Fiscais
Artigo 34.
(mbito de aplicao)
Na presente seco regula-se, exclusivamente, a concesso de incentivos fiscais no
quadro do investimento privado, nomeadamente no que toca aos critrios de graduao,
tipo, perodo e limites dos incentivos e ainda os procedimentos a adoptar.
Artigo 35.
(Zonas de desenvolvimento)
Para efeitos da atribuio de incentivos fiscais s operaes de investimento, o Pas
organizado nas seguintes zonas de desenvolvimento:
a) Zona A - Provncia de Luanda, os municpios-sede das Provncias de Benguela, Cabinda,
Hula e o Municpio do Lobito;
b) Zona B - Restantes municpios das Provncias de Benguela, Cabinda e Hula e Provncias
do Bengo, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Malanje, Namibe e Uge;
c) Zona C - Provncias do Bi, Cunene, Huambo, Cuando-Cubango, Lunda-Norte, Lunda-Sul, Moxico e Zaire.
Artigo 36.
(Zona Econmica Especial)
A definio e os incentivos aos investimentos a realizar nas Zonas Econmicas Especiais
so definidos em diploma prprio.
Artigo 37.
(Requisitos)
Os investidores privados que pretendam beneficiar de incentivos fiscais nos termos da
presente lei devem preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) Encontrar-se em condies legais e fiscais para o exerccio da sua actividade;
b) No ser devedor do Estado, da Segurana Social e no ter dvidas em mora junto do
sistema financeiro;
c) Dispor de contabilidade organizada e adequada s exigncias de apreciao e acompanhamento do projecto de investimento, nos termos do n. 3 do artigo 26.
Artigo 38.
(Imposto industrial)
1. Os lucros resultantes de investimento privado podem estar sujeitos iseno ou reduo
do percentual do imposto industrial, quando realizados:
700
701
Artigo 41.
(Imposto de Sisa)
As sociedades que promovam operaes de investimento abrangidas pela presente lei
ficam sujeitas iseno ou reduo do percentual do pagamento do imposto de sisa pela
aquisio de terrenos e imveis adstritos ao projecto, devendo, para o efeito, requerer a
referida iseno ou benefcio repartio fiscal competente.
Artigo 42.
(Critrio para aplicao dos limites mximos)
1. Na Zona A, o limite mximo de iseno s pode ser atribudo aos investimentos avaliados
num valor superior a USD 50 000 000,00 (cinquenta milhes de dlares dos Estados
Unidos da Amrica), ou que gerem, no mnimo, quinhentos novos postos de trabalho
directos para cidados nacionais.
2. Nas Zonas B e C, o limite mximo de iseno s pode ser atribudo aos investimentos avaliados a partir de USD 20 000 000,00 (vinte milhes de dlares dos Estados Unidos da
Amrica) ou ainda que gerem, no mnimo, quinhentos novos postos de trabalho directos
para cidados nacionais.
3. Pode ainda ser atribudo o limite mximo de iseno para projectos de investimento em
qualquer das zonas, se estiverem reunidos, pelo menos, dois dos requisitos obrigatoriamente cumulativos, nos termos do artigo 29.
Artigo 43.
(Tempo de vida til dos equipamentos)
1. O perodo de iseno ou de qualquer outro incentivo no pode ser superior ao tempo
de vida til dos equipamentos importados adstritos ao projecto de investimento.
2. Considerando o disposto no nmero anterior, na pendncia do projecto de investimento,
o valor residual na contabilidade dos equipamentos importados no pode ser igual a zero.
Artigo 44.
(Obrigao de voltar a pagar impostos)
1. Sem prejuzo de eventual ponderao casustica do rgo competente, esgotado o perodo de iseno ou de incentivo em geral, devem pagar-se os impostos devidos no
mbito do projecto de investimento, ainda que a entidade investidora submeta um
pedido de aumento do investimento.
2. Para efeitos do nmero anterior, pode o rgo competente para aprovao, mediante prvio parecer do departamento ministerial responsvel pelo sector das finanas, estabelecer
uma reduo percentual da taxa do imposto para os projectos que visem apenas melhorar
a qualidade de outros, com aportes de novos capitais ou adio de outros equipamentos.
702
Artigo 45.
(Obrigaes fiscais)
1. Os incentivos fiscais e aduaneiros no dispensam o investidor privado da sua inscrio no
registo geral de contribuintes, do cumprimento das demais obrigaes legais e formalidades prescritas pela administrao fiscal e da comprovao casustica do incentivo que lhe
tenha sido concedido.
2. O exerccio do direito a qualquer dos incentivos fiscais de tipo normativo previstos na
presente lei tem lugar no momento da satisfao das obrigaes fiscais, atravs da demonstrao e da verificao dos pressupostos estabelecidos para o incentivo em causa.
3. Os contribuintes que beneficiem de incentivos fiscais, previstos na presente lei, devem
disso fazer publicidade nos seus documentos oficiais.
Artigo 46.
(Reconhecimento dos incentivos fiscais)
A atribuio dos incentivos fiscais resulta da anlise casustica dos projectos e circunscrevem-se ao preceituado na presente lei.
Artigo 47.
(Remessa dos processos)
Devem ser remetidas cpias ANIP de todos os processos de incentivos aprovados pelo
Ministrio das Finanas, atravs da Direco Nacional de Impostos e do Servio Nacional
das Alfndegas.
Artigo 48.
(Fiscalizao)
Sem prejuzo do previsto no artigo 72., as pessoas singulares ou colectivas, a quem sejam concedidos incentivos fiscais e aduaneiros, no mbito da presente lei, ficam sujeitas
fiscalizao da ANIP e do departamento ministerial responsvel pelo sector das finanas,
para verificao da observncia dos pressupostos de que depende a concesso de incentivos e do cumprimento das obrigaes impostas aos contribuintes beneficiados.
CAPTULO II
Regime Cambial
Artigo 49.
(Regime cambial)
1. As operaes cambiais em que se traduzem os actos referidos nos artigos 10. e 12.
da presente lei ficam sujeitas ao regime estabelecido na legislao cambial.
703
TTULO III
Regime Processual do Investimento
CAPTULO I
Regime Processual nico do Investimento
Artigo 51.
(Regime contratual)
1. O regime processual nico para implementao de um projecto de investimento privado,
no mbito da presente lei, corresponde ao regime contratual.
2. No obstante poderem existir diferentes nveis de aprovao, o regime contratual
caracteriza-se por implicar, necessariamente, uma negociao entre o candidato a
704
705
CAPTULO II
Etapas e Vicissitudes do Processo
Artigo 54.
(Apresentao da proposta)
1. A proposta de investimento privado apresentada na ANIP da forma mais completa
possvel, permitindo uma anlise mais minuciosa, que resulte numa eficaz tomada de
deciso sobre o projecto de investimento.
2. A proposta impreterivelmente acompanhada dos documentos necessrios para a
identificao e caracterizao jurdica, econmica, financeira e tcnica do investidor
e do investimento projectado, mormente por via do respectivo estudo de viabilidade,
bem como para a avaliao da pertinncia do pedido de acesso a facilidades, incentivos
e benefcios solicitados pelo investidor e ainda de um cronograma de implementao e
de um estudo para avaliao do impacte ambiental do projecto de investimento.
3. O rgo competente para aprovao pode baixar instrutivos ANIP solicitando pontualmente a juno de outros documentos ao processo de investimento, de acordo
com o projecto em anlise.
4. A ANIP pode adoptar mecanismos electrnicos, informticos e de interface virtual
com recurso internet para a recepo das propostas de investimento, recolha e tratamento de dados, bem como para a subsequente comunicao com o investidor e
acompanhamento do investimento.
Artigo 55.
(Suspenso do processo e desistncia)
1. permitido ao investidor suspender o processo de investimento junto da ANIP at
180 dias, desde que seja antes do agendamento da deciso sobre o mesmo projecto de
investimento junto do rgo competente para aprovao.
2. A retoma do expediente por efeito do previsto no nmero anterior pode desencadear-se
por mero requerimento do investidor, dispondo a ANIP de mais 30 dias para agendar
a apreciao do correspondente projecto de investimento junto do rgo competente
para a aprovao.
3. A desistncia do investidor face ao seu projecto de investimento pode dar-se a qualquer momento, desde que seja fundamentada e anterior outorga do contrato de
706
investimento, altura em que cabe a rigorosa assumpo das responsabilidades contratuais, nos termos do artigo 406. do Cdigo Civil.
4. A desistncia dolosa, de m-f ou no fundamentada, aferida pela ANIP em inqurito
especfico, implica o registo do pretenso investidor numa base de dados da ANIP para
entidades proibidas de recorrerem ao regime do investimento privado, previsto na
lei e de usufrurem do sistema de incentivos e benefcios fiscais e aduaneiros, por um
perodo de at 10 anos.
5. O investidor pode recorrer da deciso tomada nos termos do nmero anterior, em
conformidade com a legislao sobre o procedimento administrativo aplicvel.
Artigo 56.
(Correco das propostas)
1. Se as propostas forem apresentadas de forma deficiente ou insuficiente, a ANIP deve
notificar o proponente para, no prazo de 15 dias, suprir a respectiva deficincia ou
insuficincia.
2. Se at ao final do prazo estabelecido o proponente no corrigir a sua proposta, a ANIP
emite deciso expressa indeferindo liminarmente a solicitao de investimento.
Artigo 57.
(Apreciao da proposta)
1. Aps a aceitao da proposta, a ANIP dispe de um prazo mximo geral de 45 dias
para a apreciar, negociar e remeter para aprovao os termos do investimento proposto, sem prejuzo do disposto no n. 3, do artigo 60.
2. Para efeitos do disposto no nmero anterior, a proposta s se considera aceite aps o
reconhecimento formal pela ANIP que o processo contm todos os requisitos considerados relevantes para a sua anlise, sem prejuzo da eventual solicitao de informaes
complementares consideradas necessrias.
3. Aps a aceitao da proposta, dentro do prazo mximo previsto no n. 1, a Comisso
de Negociao de Facilidades e Incentivos (CNFI) dispe de 30 dias para proceder
anlise e a avaliao da proposta de investimento, em termos gerais e especficos, e
estabelecer as devidas negociaes com o investidor sobre os incentivos e benefcios
por este solicitados.
4. Findo o prazo referido no nmero anterior, acrescidos de mais 10 dias, a CNFI emite
um parecer final sobre o projecto de investimento, j considerando as alteraes que tenham sido feitas em resultado das negociaes, devendo, se indispensvel for, recorrer
a outros sectores da Administrao Pblica ou a outras instituies para emisso de um
parecer complementar ao seu.
707
Artigo 58.
(Constituio e composio da CNFI)
1. Podem ser constitudas em simultneo pela ANIP vrias comisses de negociao de
facilidades e incentivos para atender demanda, no mbito das vrias propostas de
investimento privado.
2. Alm dos rgos internos competentes da ANIP, devem, necessariamente, integrar as
comisses de negociao de facilidades e incentivos os representantes da Direco Nacional de Impostos e do Servio Nacional das Alfndegas, do Departamento de Controlo
Cambial do BNA, bem como um representante do departamento ministerial ou do rgo
que tutela o sector sobre o qual versa o objecto da proposta de investimento.
3. As posies e o parecer da CNFI resultam de um consenso entre os seus membros e,
na falta destes, por votao da maioria simples, tendo o representante da ANIP voto
de qualidade em caso de empate, no sendo permitidas abstenes.
4. O funcionamento da CNFI previsto no regulamento interno da ANIP, que deve ser
submetido apreciao do rgo de tutela nos termos do seu estatuto orgnico.
Artigo 59.
(Remessa do expediente)
1. Concludas as negociaes com o investidor, a ANIP dispe de cinco dias, dentro do
prazo previsto no n. 1 do artigo 57., para remeter ao rgo competente para o aprovar, o parecer da CNFI, contendo a apreciao legal, tcnica, financeira e econmica
do projecto de investimento, juntando-lhe o cronograma de implementao e ainda
a descrio do pedido de facilidades e incentivos apresentado pelo investidor e o projecto de contrato de investimento privado, para deciso do rgo competente para
aprovao.
2. Se as negociaes no forem conclusivas, pode a ANIP prorrogar o prazo, para efeitos
do n. 1 do artigo 57., por mais 45 dias e a manter-se o impasse, a ANIP toma a deciso
final de rejeitar e indeferir a proposta de investimento.
Artigo 60.
(Competncia, forma e prazo para aprovao)
1. Compete ao Conselho de Administrao da ANIP, por via de uma resoluo, a deciso
final, considerando o parecer vinculativo do Ministro das Finanas no que respeita
aos incentivos e benefcios fiscais a conceder, para os projectos de investimento at ao
montante equivalente a USD 10 000 000,00 devendo, em acto contnuo, ser dirigida
uma informao sobre a respectiva aprovao ao Titular do Poder Executivo.
2. Compete ao Titular do Poder Executivo, aps apreciao do Conselho de Ministros, a
deciso final, incluindo a aprovao do contrato e os incentivos e benefcios a conceder sobre os projectos de investimento de montante superior a USD 10 000 000,00.
3. Sem prejuzo da normal instruo do processo pela ANIP, nos casos de projectos de
investimento privado avaliados acima de USD 50 000 000, 00, o Titular do Poder
708
709
CAPTULO III
Registo
Artigo 63.
(Registo de operaes de investimento privado)
1. Todas as operaes de investimento privado que beneficiem das vantagens definidas
na presente lei devem sujeitar-se ao respectivo registo junto da ANIP.
2. O registo feito depois da sua aprovao pelo rgo competente, qualquer que seja o
montante e nvel de aprovao adoptado.
Artigo 64.
(Certificado de Registo de Investimento Privado)
1. Aprovado o projecto de investimento privado, a ANIP emite um Certificado de Registo de Investimento Privado (CRIP), que confere ao seu titular o direito de investir nos
termos nele referidos.
2. Do CRIP deve constar a identificao completa do investidor, o regime processual, o
montante e as caractersticas econmicas e financeiras do investimento, a repartio
e a forma como deve ser realizado o investimento, o prazo para implementao do
prprio projecto, o local do investimento, a data e assinatura do responsvel mximo
da ANIP, autenticada com o selo branco, em uso nessa instituio.
3. No verso do CRIP devem constar os direitos e obrigaes do investidor privado consagrados na presente lei e a assinatura do investidor privado ou seu representante legal.
4. O prazo para emisso do CRIP de 15 dias, contados a partir da aprovao do projecto de investimento privado, salvo se houver motivos de fora maior.
Artigo 65.
(Efeitos jurdicos dos Certificados de
Registo de Investimento Privado)
1. Depois de validamente emitidos, os CRIP constituem ttulos de investidor privado.
2. Os CRIP constituem o documento comprovativo da aquisio dos direitos e da assumpo dos deveres de investidor privado consagrados na presente lei, devendo servir de base
para todas as operaes de investimento, acesso a incentivos e facilidades, obteno de
licenas e registos, soluo de litgios e outros factos decorrentes da atribuio de facilidades e incentivos.
3. Os direitos conferidos pelo CRIP podem ser exercidos directamente pelo seu titular
ou por representante legal devidamente mandatado.
710
CAPTULO IV
Importao de Capitais, Mquinas e Equipamentos
Artigo 66.
(Importao de capitais)
1. O licenciamento das operaes de importao de capitais requerido pelo proponente
junto do BNA, atravs de uma instituio bancria autorizada a exercer o comrcio de
cmbios, mediante apresentao do Certificado de Registo do Investimento Privado
(CRIP).
2. Para o efeito referido no n. 1 do presente artigo, depois de aprovado o investimento e
emitido o respectivo CRIP, a ANIP remete por ofcio ao BNA, com conhecimento ao investidor, uma cpia do CRIP e todos os demais dados pertinentes para que o BNA licencie
as operaes de importao de capitais requeridas pelos respectivos investidores.
3. O BNA deve licenciar as operaes de capitais previstos no presente artigo no prazo mximo de 15 dias aps a entrada do requerimento referido nos nmeros acima, devendo
comunicar ao interessado, no prazo de cinco dias, alguma incorreco detectada.
4. O BNA deve remeter ANIP informaes sobre as operaes cambiais realizadas no
mbito do investimento privado, sempre que estas se realizem.
Artigo 67.
(Importao de mquinas, equipamentos e acessrios)
O registo das operaes de entrada no Pas de mquinas, equipamentos, acessrios e
outros materiais para investimentos que beneficiem de facilidades e isenes previstas
na presente lei da competncia do Servio Nacional das Alfndegas, em coordenao
com o Ministrio do Comrcio e depende da apresentao do Certificado de Registo de
Investimento Privado (CRIP), emitido de acordo com os requisitos formais definidos na
presente lei.
Artigo 68.
(Valor de registo do equipamento)
O registo do investimento privado sob a forma de importao de mquinas, equipamentos e seus componentes, novos ou usados, faz-se pelo seu valor CIF (custo, seguros e
frete) em moeda estrangeira e o seu contravalor em moeda nacional, taxa de cmbio
de referncia do BNA correspondente ao dia da apresentao da declarao aduaneira.
Artigo 69.
(Preo das mquinas)
Para efeito do disposto na presente lei, o preo das mquinas e equipamentos est sujeito comprovao atravs de documento idneo passado por uma entidade de inspeco
pr-embarque.
711
TTULO IV
Decurso dos Projectos de Investimento
CAPTULO I
Implementao dos Projectos de Investimento
Artigo 70.
(Execuo dos projectos)
1. A execuo do projecto de investimento deve ter incio dentro do prazo fixado no
respectivo CRIP e no contrato de investimento.
2. Em casos devidamente fundamentados e mediante pedido do investidor privado,
pode o prazo referido no nmero anterior ser prorrogado pela ANIP, aps autorizao
do rgo competente para aprovao do projecto de investimento.
3. A execuo e a gesto do projecto de investimento privado devem ser efectuadas em
estrita conformidade com as condies da autorizao e da legislao aplicvel, no
podendo as contribuies provenientes do exterior serem aplicadas para finalidades
diversas daquelas para que hajam sido autorizadas, nem desviar-se do objecto que
tiver sido autorizado.
Artigo 71.
(Acompanhamento)
1. Para facilitar o acompanhamento da realizao dos investimentos privados autorizados,
as empresas devem fornecer, anualmente, ANIP informaes sobre a implementao e
desenvolvimento do investimento, os lucros e dividendos dos empreendimentos, preenchendo o formulrio que, para o efeito, lhes enviado pela ANIP.
2. A ANIP pode socorrer-se dos rgos competentes do Executivo em matria de finanas
para garantir o cumprimento desta disposio normativa.
3. Com base nas informaes e dados recolhidos nos termos do nmero anterior e aps
o seu tratamento, a ANIP deve apresentar anualmente ao Titular do Poder Executivo
um relatrio descritivo completo sobre a situao do investimento privado em Angola.
Artigo 72.
(Fora de trabalho)
1. As sociedades e empresas constitudas para fins de investimento privado so obrigadas
a empregar trabalhadores angolanos, garantindo-lhes a necessria formao profissional e prestando-lhes condies salariais e sociais compatveis com a sua qualificao,
sendo proibido qualquer tipo de discriminao.
2. As sociedades e empresas constitudas para fins de investimento privado podem, nos termos da legislao em vigor, admitir trabalhadores estrangeiros qualificados, devendo,
contudo, cumprir um rigoroso plano de formao e/ou capacitao de tcnicos nacionais,
visando o preenchimento progressivo desses lugares por trabalhadores angolanos.
712
3. O plano de formao deve fazer parte da documentao a submeter ao rgo competente para aprovao do investimento e a fiscalizao do seu cumprimento cabe
ANIP, nos termos do artigo anterior.
Artigo 73.
(Assistncia tcnica)
Os parmetros de admisso da assistncia tcnica so definidos nos termos gerais da
legislao sobre a matria.
Artigo 74.
(Salrios dos trabalhadores)
Os trabalhadores no residentes cambiais contratados no quadro de projectos de investimento privado gozam do direito de transferir os seus salrios para o exterior, nos
termos da legislao cambial, devendo a entidade patronal respeitar o estabelecido na
legislao tributria.
Artigo 75.
(Contas bancrias)
1. Nos termos da legislao em vigor, os investidores privados devem, obrigatoriamente,
ter contas em bancos domiciliados no Pas, onde depositam os respectivos meios monetrios, e atravs das quais fazem todas as operaes de pagamento, internas e externas,
relacionadas com o investimento aprovado, nos termos da presente lei.
2. De acordo com o seu critrio e responsabilidade, o investidor privado pode manter na sua
conta bancria valores monetrios em moeda estrangeira, convertendo-os, parcelarmente, em moeda nacional, para realizar gradualmente as operaes previstas no nmero
anterior e realizar o capital da sociedade ou empreendimento privado a constituir.
3. Fica vedada aos bancos comerciais a converso automtica de divisas importadas e
depositadas em contas em moeda externa, destinadas realizao de operaes de
investimento privado.
CAPTULO II
Constituio e Alterao de Sociedades
Artigo 76.
(Requisitos de forma)
1. Se o projecto de investimento implicar a constituio ou alterao de sociedades, devem
esses actos ser outorgados por escritura pblica ou na forma legal exigida.
2. Nenhuma escritura pblica, relativa a actos que constituam operaes de investimento externo no sentido da presente lei, pode ser lavrada sem a apresentao do Certificado
de Registo de Investimento Privado (CRIP) emitido pela ANIP e da competente licena
713
de importao de capitais emitida pelo BNA e visada pelo Banco Comercial receptor do
capital respectivo, nos termos da presente lei, sob pena da nulidade dos actos a que disser
respeito.
3. As sociedades constitudas para realizao de investimento externo, nos termos e para
os efeitos consignados na presente lei, ficam obrigadas a fazer prova da realizao integral do capital social no prazo de 90 dias a partir da data de emisso da licena de
importao de capitais pelo BNA, sob pena de revogao da licena e nulidade dos actos
constitutivos da sociedade, nos termos da legislao em vigor.
4. O capital social das sociedades constitudas ao abrigo do investimento privado deve ser
proporcional ao valor do investimento, sob pena de revogao do CRIP e resoluo do
contrato de investimento.
5. Compete ANIP, em coordenao com o BNA, denunciar e requerer a declarao de
nulidade dos actos constitutivos das sociedades realizados em contraveno do previsto
nos n.os 2 e 3 do presente artigo.
Artigo 77.
(Objecto social singular e proibio da extenso dos benefcios)
1. As sociedades e empresas constitudas para investimentos privados no mbito da presente lei devem, preferencialmente, ser de propsito nico e de objecto social fechado,
correspondendo este ao projecto de investimento aprovado.
2. No podendo aplicar-se o disposto no nmero anterior, fica expressamente proibida a
extenso de quaisquer facilidades, incentivos ou benefcios concedidos no quadro do investimento privado, previstos na presente lei ou em legislao avulsa, a outras actividades
empresariais desenvolvidas pelo investidor, no cobertas pela aprovao de investimento
privado concedida nos termos do CRIP ou do contrato de investimento privado.
Artigo 78.
(Alargamento do objecto)
1. O alargamento do objecto da sociedade ou empresa para reas de actividade no
constantes da autorizao concedida, quer alterem, quer no alterem a estrutura das
facilidades e isenes concedidas e dos valores a transferir para o exterior, quando for
o caso, depende da prvia autorizao do rgo competente para a aprovao.
2. Os aumentos de capitais para os investimentos que se enquadrem nos projectos em
curso devem ser aprovados pela ANIP, estando, porm, sujeitos homologao pelo
rgo competente para aprovao do investimento.
3. Os aumentos de capital social das sociedades constitudas para a realizao de investimentos externos que no passem pela importao de capitais devem ser informados
ANIP.
714
Artigo 79.
(Registo comercial)
1. As sociedades constitudas para realizao de investimentos aprovados no quadro da
presente lei, bem como a alterao de sociedades j existentes, para os mesmos fins,
esto sujeitas a registo comercial, nos termos da legislao em vigor.
2. Esto igualmente sujeitas a registo comercial as sucursais e outras formas de representao de empresas estrangeiras, ficando este registo condicionado apresentao da
licena emitida pelo BNA, visada pelo Banco Comercial receptor do capital respectivo e
a aposio do visto do rgo competente nos instrumentos a registar.
Artigo 80.
(Cesso da posio contratual de investidor privado)
1. A cesso total ou parcial da posio contratual ou social relativamente ao investimento privado deve ser feita mediante autorizao prvia da ANIP, tendo sempre o
investidor interno interessado, caso exista, em igualdade de circunstncias, o direito
de preferncia.
2. O direito de preferncia a que se refere o nmero anterior tem natureza legal, podendo
a sua no observncia ser impugnada por qualquer interessado que se sinta lesado, no
prazo de 180 dias a contar da data da cesso da posio contratual a impugnar.
3. Sem prejuzo do n. 1, a autorizao da ANIP sobre a cesso total ou parcial relativamente ao investimento privado est sujeita homologao pelo rgo competente
para aprovao do investimento.
Artigo 81.
(Integrao sistmica)
Nos casos em que os projectos de investimento privado sejam precedidos de concurso
pblico ou de outra modalidade de contratao pblica, aplicam-se os procedimentos
estabelecidos na presente lei, com as adaptaes necessrias ou convenientes integrao dos vrios mecanismos contratuais de relacionamento econmico entre o Estado e
os particulares, evitando-se a duplicidade de procedimentos.
Artigo 82.
(Dissoluo e liquidao)
1. As sociedades e empresas constitudas para investimentos realizados no quadro da presente lei dissolvem-se nos casos previstos no respectivo contrato ou ttulo constitutivo
e ainda:
a) Pelo decurso do prazo fixado no contrato de investimento;
b) Por deliberao dos scios, desde que cumpridas as obrigaes decorrentes do
CRIP e/ou da aplicao do contrato de investimento;
715
TTULO V
Transgresses e Penalidades
CAPTULO I
Tipos Legais
Artigo 83.
(Incumprimento doloso ou culposo das obrigaes legais)
Sem prejuzo do disposto noutros diplomas legais, constitui transgresso o incumprimento
doloso ou culposo das obrigaes legais a que o investidor privado est sujeito, nos termos
da presente lei e demais legislao sobre investimento privado.
Artigo 84.
(Outras transgresses)
1. Constitui transgresso, nomeadamente:
a) O uso das contribuies provenientes do exterior para finalidades diversas daquelas
para as quais tenham sido autorizadas;
b) A prtica de actos de comrcio fora do mbito do projecto autorizado;
c) A prtica de facturao que permita a sada de capitais ou iluda as obrigaes a que
a empresa ou associao esteja sujeita, designadamente as de carcter fiscal;
d) A no execuo das aces de formao ou a no substituio de trabalhadores estrangeiros por nacionais nas condies e prazos previstos na proposta de investimento;
e) A no execuo injustificada do investimento nos prazos contratualmente acordados;
716
717
TTULO VI
Disposies Finais e Transitrias
CAPTULO I
Disposies Finais
Artigo 89.
(Comparticipao nos emolumentos, taxas e multas)
1. Sem prejuzo da dotao que receba a partir do Oramento Geral do Estado, a ANIP
tem como receita prpria 100% do montante resultante dos emolumentos e 50% do
montante resultante das taxas e multas por si cobradas no mbito da presente lei.
2. Com recurso a esta receita, a ANIP refora a sua capacidade institucional, devendo apetrechar-se materialmente, no mbito estrutural e mobilirio, bem como no mbito do
incremento e elevao dos seus recursos humanos.
Artigo 90.
(Regulamentao)
Sem prejuzo da suficincia deste diploma, o Executivo deve promover regulamentao
desta lei sempre que a sua aplicao eficaz reclame a necessidade de aclarar e detalhar
os princpios e regras nela contidos.
718
Artigo 91.
(Investimento privado de valor inferior ao limite mnimo estabelecido)
1. Sem prejuzo da presente disposio, o investimento privado de valor inferior ao limite
mnimo estabelecido no artigo 3. rege-se pelas disposies gerais aplicveis ao comrcio
e s empresas, situando-se fora do mbito especfico da Lei do Investimento Privado.
2. O investimento privado que seja de valor inferior ao limite mnimo do artigo 3. no
confere ao investidor o direito de repatriar lucros, dividendos ou outras mais-valias,
nem de ter acesso ao regime especfico de benefcios ou incentivos fiscais no quadro
da presente lei.
3. Nos casos do investimento privado de valor inferior ao limite mnimo do artigo 3.
implicar a importao de capitais em moeda externa, esta feita nos termos gerais da
Lei Cambial Angolana.
4. Sem prejuzo do disposto nos nmeros anteriores se a importao de capitais por parte
de um cidado ou entidade estrangeira no residente corresponder, no mnimo, ao valor
de USD 500 000,00, estes podem requerer ao BNA o respectivo comprovativo de importao do capital para efeito de constituio de uma sociedade ou empresa de direito
angolano.
Artigo 92.
(Investimento privado interno no exterior)
Sem prejuzo da eventual aplicao subsidiria da Lei do Investimento Privado, compete ao Executivo regular o investimento privado interno no exterior, respeitando as imposies da Lei Cambial e garantindo o interesse pblico, consubstanciado na reentrada
dos capitais exportados, bem como dos rendimentos que tenham sido gerados no mbito
do projecto de investimento.
Artigo 93.
(Competncias do Executivo)
1. As competncias do Executivo previstas na presente lei so exercidas pelo Titular do
Poder Executivo ou a quem, nos termos do artigo 137. da Constituio da Repblica
de Angola, o Presidente da Repblica tiver delegado os seus poderes.
2. O Titular do Poder Executivo goza dos poderes de superintendncia e de tutela substitutiva e integrativa relativamente a todos os rgos com competncias em matria
de investimento privado.
719
Artigo 94.
(Prazo para avaliao do quadro legal)
Sem prejuzo da soberania da Assembleia Nacional na promoo de mudanas legislativas, sobre a presente Lei do Investimento Privado, deve incidir uma ampla avaliao
legislativa sobre os seus efeitos, por iniciativa do Executivo, a cada 10 anos.
CAPTULO II
Direito Transitrio
Artigo 95.
(Projectos de investimento anteriores)
1. A presente Lei do Investimento Privado e a sua regulamentao no se aplicam aos
processos de investimentos aprovados antes da sua entrada em vigor, continuando estes, at ao respectivo termo da sua implementao a serem regidos pelas disposies da
legislao e dos termos ou contratos especficos com base nos quais a autorizao foi
concedida.
2. Contudo, os investidores privados podem requerer ANIP a submisso dos seus projectos, j aprovados, ao regime estabelecido na presente Lei do Investimento Privado,
cabendo a deciso ao rgo competente para a sua aprovao, de acordo com o seu
valor e/ou caractersticas, nos termos do presente diploma.
3. Os incentivos e benefcios fiscais e aduaneiros e outras facilidades j concedidas ao
abrigo das leis anteriores mantm-se em vigor pelos prazos que foram estabelecidos,
no sendo permitida qualquer prorrogao dos mesmos.
4. Os projectos de investimento pendentes data da entrada em vigor da presente Lei do
Investimento Privado so analisados e decididos nos termos da nova lei, aproveitando-se,
com as necessrias adaptaes, os trmites j praticados.
Artigo 96.
(Revogao)
Com a entrada em vigor da presente Lei do Investimento Privado, ficam revogadas a
Lei n. 11/03, de 13 de Maio - Lei de Bases do Investimento Privado e, em tudo o que
contrarie a presente lei, a Lei n. 17/03, de 25 de Julho - Lei Sobre os Incentivos Fiscais
e Aduaneiros ao Investimento Privado.
Artigo 97.
(Dvidas e omisses)
As dvidas e as omisses que resultarem da aplicao e da interpretao da presente lei
so resolvidas pela Assembleia Nacional.
720
Artigo 98.
(Entrada em vigor)
A presente lei entra em vigor data da sua publicao.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 19 de Abril de 2011.
O Presidente da Assembleia Nacional, Antnio Paulo Kassoma.
Promulgada aos 19 de Maio de 2011.
Publique-se.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo Dos Santos.
721
Benefcios Fiscais
Lei das Micro,
Pequenas e Mdias
Empresas
722
LEI N. 30/11
DE 13 DE SETEMBRO
Tradicionalmente, as Micro, Pequenas e Mdias Empresas (MPME) tm sido dos principais
instrumentos de sustentao das economias modernas, incluindo as dos pases mais desenvolvidos, no apenas por participarem na reduo do desemprego, mas tambm por se
ajustarem s necessidades das comunidades e, com isso, contriburem, significativamente
para a reduo da informalidade e da pobreza.
Em Angola, a adopo e implementao de uma ambiciosa estratgia de fomento das
MPME recomendam a adopo de um amplo programa de simplificao de prticas
administrativas, de regulamentao e de facilitao do acesso aos mercados e a novas
oportunidades de negcios, bem como de formalizao de parcerias visando o desenvolvimento de novos produtos e servios em geral.
Assim, para a formulao da estratgia e estruturao das polticas e programas dirigidos
s referidas empresas, bem como a criao ou potenciao de organismos e instituies
com autoridade pblica para coordenao e avaliao permanentes do alcance das polticas a implementar, torna-se necessrio estabelecer o quadro legislativo, de apoio ao Poder
Executivo na sua aco de promoo do desenvolvimento econmico e social do Pas.
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos do n. 2 do artigo
165. e da alnea b) do n. 2 do artigo 166., ambos da Constituio da Repblica de
Angola, a seguinte:
723
Artigo 3.
(Bases da poltica de apoio)
A poltica de apoio s MPME deve ser prosseguida de acordo com os seguintes pressupostos:
a) Tratamento diferenciado das MPME pelo Poder Executivo, com a adopo de medidas
concretas, a nvel legal e regulamentar, nos diversos sectores da administrao pblica,
para a criao de um ambiente de negcios que favorea a constituio e desenvolvimento dessas empresas;
b) Integrao das medidas a adoptar, num conjunto coerente e eficaz que permita alcanar
os objectivos de fomento das MPME;
c) Adaptao da administrao pblica s necessidades e especificidades das MPME;
d) Desburocratizao de procedimentos que constituem entraves administrativos desnecessrios e a adopo de medidas que reduzam os custos de contexto para a actividade desenvolvida pelas MPME, facilitando os actos inerentes sua criao e desenvolvimento;
e) Promoo, atravs da criao de programas de incentivos mediante contrapartidas
ajustadas realidade das MPME em Angola e ao tipo de negcios que desenvolvem;
f) Preferncia nas contrataes pblicas por meio da fixao de uma quota restrita s
MPME para o fornecimento de bens e servios;
g) Facilitar a participao directa em concursos de empreitadas de obras pblicas de pequena e mdia dimenso e, por via da subcontratao ou subempreitada, a participao em
concursos de empreitadas de obras pblicas de grande envergadura;
h) Participao activa dos rgos da Administrao Local do Estado e das autarquias, na
organizao e enquadramento das MPME, na economia local;
i) Auscultao das associaes empresariais e profissionais nacionais reconhecidas, na
definio dos programas de fomento e de apoio formao e superao profissional
necessrios s MPME;
j) Asseguramento de polticas favorveis s MPME, cuja maioria ou totalidade do capital
social seja detida por cidados angolanos.
CAPTULO II
Classificao das Micro, Pequenas e Mdias Empresas
Artigo 4.
(Empresa e tipo de sociedade)
1. Para efeitos da presente lei, entende-se por empresa, as sociedades que, independentemente da sua forma jurdica, tenham por objecto o exerccio de uma actividade
econmica.
2. So classificadas como MPME as sociedades comerciais que tenham adoptado um
dos tipos previstos nas alneas a) e b) do artigo 2. da Lei n. 1/04, de 13 de Fevereiro
- Lei das Sociedades Comerciais, bem como outros tipos societrios que venham a ser
criados por lei.
724
3. O exerccio de actividade econmica por pessoa singular, nos termos desta lei, classificada de acordo com a tipologia definida no artigo 5. da presente lei.
Artigo 5.
(Tipologia de MPME e critrios identificadores)
1. As MPME, distinguem-se por dois critrios, nomeadamente, o nmero de trabalhadores
efectivos e o volume de facturao total anual sendo esta ltima a prevalecente sempre
que for necessrio decidir sobre a classificao das mesmas.
2. Para efeitos da presente lei, consideram-se:
a) Micro empresas abreviadamente MC, aquelas que empreguem at 10 trabalhadores
e/ou tenham uma facturao bruta anual no superior em Kz ao equivalente a USD
250 mil;
b) Pequenas empresas abreviadamente PQ, aquelas que empreguem mais de 10 e at 100
trabalhadores e/ou tenham uma facturao bruta anual em Kz superior ao equivalente a
USD 250 mil e igual ou inferior a USD 3 milhes;
c) Mdias empresas abreviadamente MD, aquelas que empreguem mais de 100 at 200
trabalhadores e/ou tenham uma facturao bruta anual em Kz superior ao equivalente
a USD 3 milhes e igual ou inferior a USD 10 milhes.
3. Para efeitos de enquadramento das categorias de MPME, previstas no presente artigo,
os dados a serem considerados para o clculo dos trabalhadores e limites de facturao
anual bruta so os do ltimo exerccio contabilstico encerrado.
4. A empresa que, data de encerramento das contas, verificar que ultrapassou ou diminuiu o nmero de trabalhadores ou o volume de facturao indicado no n. 1 do presente
artigo, mantm o enquadramento na mesma categoria, devendo alter-lo no ano fiscal
seguinte.
5. Sem prejuzo da adopo do duplo critrio para a classificao das MPME, considera-se,
sempre que necessrio, como critrio prevalente, o do volume de facturao, documentado nas suas demonstraes financeiras, assinadas por contabilista regularmente inscrito
no organismo de representao de classes.
6. As MPME que tenham, no decurso do exerccio econmico, excedido o volume de
facturao ou nmero de trabalhadores previstos neste artigo, ficam excludas, no
exerccio econmico seguinte, do regime diferenciado previsto na presente lei.
Artigo 6.
(Trabalhadores)
1. So considerados trabalhadores, para efeitos da presente lei, as pessoas que tenham trabalhado na empresa durante seis meses corridos, sujeitos a um contrato de trabalho, e
registados na Segurana Social, que devem acompanhar o processo de classificao.
2. So ainda considerados, para o clculo do nmero de trabalhadores, os scios que
exeram uma actividade regular na empresa, ainda que apenas de gesto.
725
Artigo 7.
(Excluso)
1. No so enquadradas como MPME nem destinatrias do tratamento diferenciado
previsto na presente lei as seguintes entidades:
a) Em cujo capital participe, independentemente da percentagem, o Estado ou outras
entidades pblicas, excepto universidades e centros de investigao, nestes casos com
o limite mximo de 25% do capital social;
b) Em cujo capital participe outra empresa que no seja MPME, independentemente
do tipo societrio em causa;
c) Que participe no capital de outras empresas que no sejam MPME independentemente do tipo societrio em causa;
d) Que seja filial ou sucursal, no Pas, de uma empresa com sede no exterior do pas;
e) Que exera a actividade no sector financeiro bancrio e no bancrio.
2. Ficam, igualmente, excludas do mbito da presente lei, as MPME cujo scio maioritrio
detenha participaes noutras empresas, sempre que a facturao bruta anual exceda o
limite mais elevado previsto no artigo 5.
CAPTULO III
Estrutura Institucional de Apoio
Artigo 8.
(Instituio de apoio)
1. O Executivo responsvel pela criao dos procedimentos sistemticos de regulamentao e coordenao, para a efectiva concretizao dos objectivos de promoo e apoio s
MPME.
2. O rgo competente de apoio s Pequenas e Mdias Empresas a instituio da administrao indirecta do Estado incumbida de acompanhar e certificar a constituio das
MPME.
3. Cabe ao Titular do Poder Executivo ou a quem este delegar, regular o rgo da administrao indirecta do Estado de apoio as MPME.
Artigo 9.
(Classificao)
726
CAPTULO IV
Programas de Apoio as MPME
Artigo 11.
(Programas de incentivos)
1. A poltica de apoio s MPME integra programas de incentivos fiscais e financeiros, organizacionais, de criao de competncias, de inovao e de capacitao tecnolgica, a criar
pelo Executivo, formulados mediante a auscultao das associaes empresariais e ou
profissionais nacionais reconhecidas.
2. O Executivo deve estruturar programas de incentivos fiscais, financeiros e organizacionais especficos para mulheres e jovens, incluindo cursos de formao e/ou superao
profissional com o envolvimento das associaes empresariais e/ou profissionais nacionais reconhecidas.
3. Criar linhas de crdito bonificadas, polticas de leasing ou quaisquer outros mecanismos
financeiros que facilitem a afirmao na economia das empresas de capital angolano
igual ou superior a 75% e enquadradas neste sistema das MPME.
727
Artigo 12.
(Acesso aos apoios e incentivos)
1. O acesso aos apoios e incentivos constantes do presente captulo est reservado s MPME
que, comprovadamente, demonstrem possuir as suas obrigaes fiscais totalmente regularizadas, atravs da instruo do processo de classificao com as competentes certides
de inexistncia de dvidas fiscais emitidas pela administrao fiscal.
2. As MPME que tenham acordado com o Estado ou autoridade fiscal, um plano de amortizao de dvidas fiscais gozam, igualmente, dos apoios constantes da presente lei.
SECO I
Apoios Institucionais
Artigo 13.
(Constituio, registo e licenciamento de MPME)
1. O Executivo deve proceder implementao de um sistema simplificado de formalidades
de procedimentos para a constituio de empresas e de licenciamento da sua actividade.
2. Os procedimentos referidos no nmero anterior devem incluir:
a) A manuteno de forma integrada, consolidada e de fcil acesso, de informaes e
orientaes que permitam pesquisas prvias s etapas de constituio, registo e licenciamento das entidades empresariais. As pesquisas prvias elaborao de acto constitutivo
devem bastar para que os promotores empresariais sejam informados pelos rgos e entidades competentes:
i . Da possibilidade de uso da denominao social pretendida e da possibilidade de
exerccio da actividade desejada no local escolhido;
i i. De todos os requisitos a serem cumpridos para a obteno das licenas de autorizao de funcionamento, segundo a actividade pretendida, dimenso da empresa e
grau de risco.
b) A entrada, em guichet nico, de documentos e dados de registo e licenciamento.
Artigo 14.
(Medidas de apoio institucional)
O Executivo, no mbito das suas competncias, deve desenvolver outras medidas de apoio
de carcter funcional, devendo, para o efeito, orientar os departamentos ministeriais ligados
ao sector produtivo para a criao de programas anuais especficos de apoio s MPME.
Artigo 15.
(Participao das entidades pblicas e privadas)
1. O Estado e demais entidades pblicas devem destinar, no mnimo, 25% do seu
oramento, relativo a aquisio de bens e servios, para as MPME, como tal qualificadas pela presente lei.
728
729
SECO II
Apoios Fiscais e Financeiros
Artigo 18.
(Medidas de apoio fiscal e financeiro)
Sem prejuzo de outras medidas a considerar nos programas referidos no artigo 20., na
sua elaborao o Executivo deve ter em conta:
a) Simplificao dos actos e procedimentos de tributao;
b) Subvenes diferenciadas, consoante o tipo de actividade, s taxas de juros praticadas
pelas instituies financeiras bancrias nas actividades ligadas ao micro crdito;
c) Disponibilizao de programas dirigidos ao financiamento das MPME atravs de linhas
de crdito com juros bonificados, a serem disponibilizadas pelas instituies financeiras
bancrias.
Artigo 19.
(Emolumentos)
O acto de aumento do capital social das sociedades abrangidas pela presente lei est
isento de quaisquer emolumentos e encargos legais.
Artigo 20.
(Incentivos fiscais)
1. Com a presente lei, as MPME abrangidas, beneficiam, nos primeiros cinco anos para
as da Zona A, trs anos para as da Zona B e dois anos para as das Zonas C e D, de
reduo das taxas previstas no Cdigo do Imposto Industrial.
2. Os incentivos fiscais a aplicar obedecem a uma diviso do Pas em quatro zonas,
nomeadamente:
a) Zona A, compreendendo as Provncias de Cabinda, Zaire, Uge, Bengo, Cuanza-Norte, Malanje, Cuando Cubango, Cunene e Namibe;
b) Zona B, compreendendo as Provncias de Cuanza-Sul, Huambo e Bi;
c) Zona C, compreendendo a Provncia de Benguela, exceptuando os Municpios do
Lobito e de Benguela e a Provncia da Hula exceptuando o Municpio do Lubango;
d) Zona D, compreendendo a Provncia de Luanda, e os Municpios de Benguela, do
Lobito e do Lubango.
3. De acordo com os n.os 1 e 2 deste artigo, as MPME abrangidas e desde que possuam
contabilidade ou registo, nos termos dos n.os 4, 5, 6 e 7 seguintes, beneficiam de reduo
das taxas previstas no Cdigo do Imposto Industrial, de modo seguinte:
a) Micro Empresas: pagamento por recurso a Imposto Especial por Conta, incidindo
a taxa de 2% sobre as vendas brutas independentemente da zona a que se situem. O
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731
SECO III
Apoios na Criao de Competncias
Artigo 23.
(Aces de formao profissional)
1. O Estado, atravs do oramento do departamento ministerial responsvel pela formao
profissional deve, anualmente, afectar uma verba para subsdios a atribuir s entidades
ligadas formao profissional de pessoal e proprietrios das MPME.
2. Para poderem beneficiar dos subsdios mencionados no nmero anterior, as entidades
formadoras devem apresentar ao departamento ministerial encarregue da formao
profissional at Julho do ano precedente, as suas propostas de programas de formao
acompanhadas das respectivas estimativas oramentais.
3. Os subsdios a atribuir pela formao, devem ser pagos directamente s entidades
formadoras referidas no nmero anterior, em percentagem a determinar pelo Poder
Executivo.
4. O departamento ministerial responsvel pela formao profissional, deve acompanhar
e verificar a correspondncia entre os valores atribudos e o nmero de formandos que
tiverem frequentado com aproveitamento as aces de formao.
Artigo 24.
(Cursos profissionais)
1. O departamento ministerial responsvel pelo apoio s MPME, deve desenvolver um
programa de formao e certificao profissional, atravs de cursos de curta durao.
2. Os cursos a que se refere o nmero anterior so dirigidos aos proprietrios, gestores e
funcionrios das referidas empresas, devendo ser ministrados pela entidade vocacionada
para tal ou por entidade de ensino certificada pela referida entidade, com ou sem apoio
das associaes empresariais, mas privilegiadamente com estas.
3. O programa referido no nmero anterior deve, conter no mnimo, matrias ligadas a
contabilidade bsica, organizao e gesto de empresas e direito da empresa.
Artigo 25.
(Medidas de apoio a criao de competncias)
O Executivo, no quadro da estratgia de fomento das MPME deve ter em conta um programa destinado criao de competncias que comporte, nomeadamente:
a) Incluir nos programas curriculares das instituies de ensino pblico, matrias ligadas
ao empreendedorismo;
b) Incentivar os institutos profissionais e universidades a inclurem nos seus programas
curriculares, matrias ligadas ao empreendedorismo;
c) Promover a criao de cursos de curta durao, dirigidos a gestores de pequenos negcios
pertencentes a cidados angolanos.
732
CAPTULO V
Tratamento Diferenciado
Artigo 26.
(Procedimentos simplificados)
Sem prejuzo do disposto no n. 1 do artigo 13. e do artigo 19., deve o Executivo implementar um programa alargado de simplificao administrativa para a criao de empresas, que
abranja, entre outras, as seguintes medidas:
a) Tornar facultativa a realizao de escrituras relativas a determinados actos das sociedades passveis de serem certificadas como MPME;
b) Utilizao das novas tecnologias de informao, que permitam a desmaterializao de
procedimentos de criao de empresas, a no presena fsica dos promotores para certos
actos e, para a publicao dos estatutos, a possibilidade de escolha entre o papel ou um
portal especfico para o efeito.
Artigo 27.
(Contratao exclusiva de Micro Empresas)
O Estado e demais entes pblicos podem, em determinados concursos para aquisio de
bens e servios, incluir como requisitos de pr-seleco a qualificao dos participantes
como micro e pequenas empresas, nos termos definidos na Lei n. 20/10, de 7 de Setembro
- Lei da Contratao Pblica.
Artigo 28.
(Imposto de Selo)
As micro empresas no desenvolvimento da sua actividade esto isentas do pagamento
do Imposto de Selo.
Artigo 29.
(Relaes laborais)
O Executivo, junto s estruturas competentes deve desenvolver polticas laborais de
apoio s micro empresas.
CAPTULO VI
Disposies Finais e Transitrias
Artigo 30.
(Omisso de receita)
Aplicam-se s MPME existentes e classificadas como tal pela presente lei, todas as presunes de omisso de receita existentes na legislao nacional.
733
Artigo 31.
(Obrigao de informar)
1. As MPME que, pelo volume de facturao ou nmero de empregados, ultrapassem
os limites definidos no artigo 5. tm, findo o exerccio econmico, trinta dias para
informar a entidade encarregue do seu registo.
2. Sem prejuzo das disposies penais aplicveis, o no cumprimento do disposto no
nmero anterior, sujeita a sociedade ao pagamento de uma multa correspondente a
10% do total dos impostos e contribuies devidos.
Artigo 32.
(Fiscalizao orientadora)
A fiscalizao decorrente dos benefcios e incentivos constantes da presente lei, bem
como dos aspectos laborais, ambientais e segurana, deve ter natureza prioritariamente
orientadora, quando a actividade ou situao, por sua natureza, comportar grau de risco
compatvel com esse procedimento, salvo se verificar-se qualquer situao de fraude ou
embarao a fiscalizao.
Artigo 33.
(Disposio transitria)
As MPME existentes e interessadas nos benefcios e incentivos previstos pela presente
lei, devem, no prazo de um ano, contado a partir do incio do ano fiscal seguinte sua
publicao, obter a respectiva certificao.
Artigo 34.
(Dvidas e omisses)
As dvidas e omisses que se suscitarem da interpretao e aplicao da presente lei so
resolvidas pela Assembleia Nacional.
Artigo 35.
(Regulamentao)
Compete ao Titular do Poder Executivo regulamentar a presente lei at trinta dias antes
da sua entrada em vigor.
Artigo 36.
(Entrada em vigor)
A presente lei entra em vigor no dia dois de Janeiro de 2012.
734
735
Benefcios Fiscais
Lei do Mecenato
736
Lei do Mecenato
LEI N. 8/12
DE 18 DE JANEIRO
A sociedade angolana carece de incentivos adequados promoo e desenvolvimento de
diversos sectores da vida social, cultural e econmica.
Havendo necessidade de proporcionar incentivos de natureza fiscal a todos aqueles que
de forma individual ou colectiva, procedam a liberalidades visando o desenvolvimento dos
sectores sociais, culturais, desportivos e juvenis, nos domnios da cincia e da tecnologia,
da sade, da educao, bem como no sector da sociedade de informao;
Sendo o Mecenato um instrumento relevante de apoio, em que o Estado tende a libertar-se
de despesas que podem estar a cargo de pessoas singulares ou colectivas privadas e procura
arrecadar receitas a fim de afect-las queles sectores onde a iniciativa privada, no se sente
incentivada a investir;
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das alneas b) do artigo
161. e d) do artigo 166., ambos da Constituio da Repblica de Angola, a seguinte:
LEI DO MECENATO
CAPTULO I
Disposies Gerais
Artigo 1.
(Objecto)
A presente lei estabelece o regime jurdico de incentivos fiscais e apoios do Estado no
mbito do Mecenato, visando fomentar, valorizar e promover o desenvolvimento dos
sectores social, cultural, desportivo, educacional, juvenil, tecnolgico, bem como da
sade e da sociedade de informao.
Artigo 2.
(mbito)
1. Esto abrangidos pelo disposto no artigo anterior:
a) Os benefcios fiscais concedidos aos mecenas;
b) Os apoios concedidos ou recebidos pelo Estado e suas associaes;
c) Os apoios recebidos pelas pessoas colectivas pblicas ou privadas consideradas
aptas ao benefcio do mecenato nos termos da presente lei.
2. Apenas tm relevncia fiscal os donativos em dinheiro ou em espcie e a prestao de
servios, concedidos sem contrapartidas para o mecenas, cujo escopo se posicione ao
nvel dos sectores descritos no artigo 1. da presente lei.
737
Artigo 3.
(Definies)
Para efeitos da presente lei, entende-se por:
a) Mecenas - pessoa colectiva que, de forma altrusta e desinteressada economicamente,
afecta bens, servios ou fundos realizao de aces com vista a incentivar e contribuir para o desenvolvimento do sector cultural, desportivo, educacional ambiental,
cientfico, tecnolgico, da sade, da sociedade da informao, nos termos definidos
na presente lei;
b) Liberalidade - concesso, sem quaisquer contrapartidas de carcter econmico, de
fundos monetrios, bens, ou prestaes de servios, concedidos, nos termos e limites
definidos na presente lei;
c) Beneficirios das liberalidades - pessoas colectivas que cumprindo os requisitos subjectivos e objectivos definidos na presente lei so elegveis para atribuio de liberalidades;
d) Agentes culturais nacionais - pessoas colectivas que realizam e desenvolvem actividades
culturais, recreativas e desportivas;
e) Centros de excelncia - pessoas colectivas pblicas vocacionadas para realizao de pesquisas, treino, formao avanada, investigao cientfica e outros ramos de investigao
e desenvolvimento, com relevo tcnico para desempenharem funes consultivas para o
Executivo, no mbito de polticas pblicas a adoptar.
Artigo 4.
(Benefcios fiscais aos mecenas)
1. Os benefcios fiscais previstos na presente lei so atribudos s pessoas que, de forma altrusta prestarem servios ou praticarem aces, realizarem para outrem ou financiarem, total ou parcialmente, obras ou projectos sociais, culturais, educacionais,
desportivos, ambientais, juvenis, cientficos, tecnolgicos, bem como nos domnios
da sade e da sociedade de informao.
2. No tm direito aos benefcios fiscais previstos na presente lei as pessoas colectivas
que no possuam a sua situao fiscal regularizada relativamente a dvidas por impostos ao Estado e a contribuies para a Segurana Social.
3. Para efeitos do disposto no nmero anterior, tal situao s impeditiva da concesso
dos benefcios fiscais enquanto o interessado se mantiver em circunstncia de incumprimento e se a dvida tributria em causa, sendo exigvel, no tenha sido objecto de
reclamao, impugnao ou oposio ou no seja prestada garantia idnea.
4. As entidades que se encontrem em circunstncia de regularizao da sua situao
contributiva, ao abrigo de acordos ou planos de pagamento faseado das suas dvidas,
no so elegveis para os benefcios fiscais previstos na presente lei.
5. O incumprimento de qualquer disposio da presente lei tem por consequncia a repristinao da situao fiscal do contribuinte, nomeadamente quanto s liberalidades
cometidas desde a data em que conhecido esse incumprimento.
738
Lei do Mecenato
Artigo 5.
(Princpio da colaborao)
Os departamentos ministeriais competentes devem prestar todas as informaes e assistncia necessrias para que os potenciais beneficirios possam tirar melhor proveito da poltica
do mecenato.
Artigo 6.
(Princpio do interesse pblico)
Os mecenas devem incluir nas suas aces de responsabilidade social programas, actividades e aces que visem a satisfao das necessidades colectivas, promovendo o acesso
e fruio das diversas formas de mecenato.
Artigo 7.
(Princpio da prossecuo do fim visado)
Os beneficirios devem utilizar as liberalidades recebidas, exclusivamente, na realizao
dos fins para que foram destinados.
Artigo 8.
(Beneficirios das liberalidades)
So beneficirios das liberalidades previstas na presente lei:
a) As pessoas colectivas pblicas ou privadas que desenvolvam aces de beneficncia,
de carcter humanitrio e de cariz educacional;
b) O Estado e quaisquer dos seus servios, estabelecimentos ou organismos;
c) As fundaes com utilidade pblica reconhecida, nos termos da lei;
d) As associaes tcnico-profissionais, sociais, culturais, comunitrias e as academias;
e) Os agentes culturais nacionais;
f) As universidades, institutos superiores e centros de excelncia.
Artigo 9.
(Mensuralidade das liberalidades)
1. As liberalidades podem ser concedidas em dinheiro, espcie ou atravs da prestao
de servios.
2. Tratando-se de liberalidades em espcie ou de prestao de servios, estas devem ser
quantificadas, para o respectivo cmputo dos benefcios fiscais.
3. As liberalidades em espcie e a prestao de servio, para a definio da quantificao
referida no nmero anterior, devem ser objecto de avaliao, servindo de base o valor
do custo devidamente documentado suportado pelo mecenas.
739
CAPTULO II
Benefcios Fiscais
SECO I
Incentivos Fiscais
Artigo 10.
(Iseno Fiscal)
1. Esto isentos de quaisquer impostos os resultados obtidos por entidades sem fins
lucrativos, com reconhecida utilidade pblica, nos termos da lei, derivados de actividades culturais, desportivas, de solidariedade social, ambientais, juvenis, sanitrias,
cientficas ou tecnolgicas.
2. A iseno prevista no nmero anterior s pode ser concedida aos beneficirios de
liberalidades legalmente constitudas para o exerccio dessas actividades e desde que
se verifiquem cumulativamente os seguintes requisitos:
a) O exerccio gratuito dos cargos nos seus rgos;
b) Existncia de contabilidade organizada nos termos do plano geral de contabilidade,
devendo esta documentao ser disponibilizada, sempre que solicitada, ou pelo Ministrio das Finanas ou pelo Ministrio competente em razo da matria;
c) Disponham de contas certificadas por contabilista, nos mesmos termos estabelecidos
para as sociedades comerciais;
d) No existir qualquer afectao de fundos resultantes das actividades prosseguidas
pela entidade a qualquer membro ou terceiro;
e) Inexistncia de interesse, directo ou indirecto, no resultado das actividades
prosseguidas.
Artigo 11.
(Tributao aos mecenas no estrangeiro)
O Estado estabelece acordos com outros pases para evitar a tributao aos mecenas residentes ou sedeados no estrangeiro, desde que esses pases adquiram bens ou equipamentos
que se destinem a ser doados a entidades ou instituies angolanas para a prossecuo de
qualquer dos objectivos previstos na presente lei.
SECO II
Dedues Fiscais dos Mecenas
Artigo 12.
(Dedutibilidade fiscal das liberalidades)
1. Para efeito de apuramento de rendimento tributvel, as liberalidades concedidas pelas actividades ou projectos das entidades pblicas ou privadas referidas no artigo
740
Lei do Mecenato
CAPTULO III
Liberalidades aos Beneficirios
Artigo 13.
(Mecenato social)
Na rea do mecenato social, so dedutveis ou considerados custos ou perdas do exerccio,
as liberalidades atribudas s pessoas colectivas pblicas ou privadas, de solidariedade
social ou equiparadas, que prossigam os seguintes objectivos:
a) Assistncia a pessoas vulnerveis, designadamente rfos, filhos de pessoas desempregadas, pessoas portadoras de necessidades especiais e idosos;
b) Criao de oportunidades de trabalho e de reinsero social, famlias ou grupos em
situao de excluso social, designadamente no mbito de programas de luta contra
pobreza;
c) Apoios criao e desenvolvimento de actividades de instituies de solidariedade
social, nos domnios da infncia e da pessoa idosa;
d) Apoios criao e desenvolvimentos das associaes de deficientes e de portadores de
doena mental;
e) Apoio criao de infra-estruturas e servios destinados a facilitar a conciliao da
maternidade com a actividade profissional;
f) Apoio a entidades que se dediquem reeducao e a desintoxicao de pessoas, designadamente jovens, vtimas dos efeitos do consumo de lcool ou estupefacientes;
g) Apoio ou fomento de qualquer actividade de beneficncia social, aprovada pelo departamento ministerial responsvel pelo sector social.
741
Artigo 14.
(Mecenato cultural)
Na rea do mecenato cultural, so considerados custos ou perdas do exerccio as liberalidades
atribudas s pessoas colectivas pblicas ou privadas de natureza cultural que prossigam os
seguintes objectivos:
a) Incentivo formao artstica e cultural, concesso de bolsas de estudo e de criao
artstica, bem como a outorga de prmios a criadores;
b) Fomento produo e divulgao cultural e artstica no territrio nacional e no estrangeiro;
c) Preservao, promoo e difuso do patrimnio artstico, cultural e histrico de Angola;
d) Estmulo ao reconhecimento dos bens e valores culturais, nomeadamente os levantamentos, estudos e pesquisas na rea artstica;
e) Atribuio de recursos a fundaes culturais com fins especficos ou a museus, bibliotecas, arquivos ou a outras entidades de carcter cultural;
f) Doao de bens mveis e imveis para a produo artstica e cultural;
g) Apoio s deslocaes de caravanas artsticas e culturais, bem como de investigadores
para o exterior do pas;
h) Construo ou reparao de infra-estruturas ou equipamentos culturais;
i) Patrocnio de concursos, prmios e festivais;
j) Apoio a outras actividades culturais e artsticas aprovadas pelo departamento ministerial
responsvel pelo sector cultural.
Artigo 15.
(Mecenato juvenil e desportivo)
Na rea do mecenato desportivo, so dedutveis ou considerados custos ou perdas do
exerccio, as liberalidades atribudas as pessoas colectivas pblicas ou privadas, cujo
objecto seja o fomento e a prtica de actividades desportivas, e prossigam os seguintes
objectivos:
a) Formao desportiva, escolar e universitria;
b) O desenvolvimento de programas desportivos aos portadores de necessidades especiais;
c) Atribuio de prmios a praticantes desportivos participantes em competies realizadas
em Angola e no estrangeiro;
d) A doao de bens mveis, imveis, materiais e equipamentos desportivos;
e) Construo de equipamentos desportivos;
f) Realizao de misses desportivas nacionais ao abrigo da legislao vigente;
g) Fomento criao de instituies ou organizaes de apoio s actividades da juventude;
h) Realizao de aces de educao e informao dirigidas juventude sobre a pandemia
do VIH/SIDA e ITS;
i) Fomento e realizao de projectos de combate delinquncia juvenil;
742
Lei do Mecenato
743
CAPITULO IV
Registo e Acompanhamento
Artigo 19.
(Registo dos mecenas)
1. Para efeitos fiscais os mecenas devem promover o seu registo, em momento prvio
realizao da primeira liberalidade, entidade a designar em sede de regulamento.
2. Do registo, referido no nmero anterior, devem constar os seguintes elementos
identificativos:
a) O nome, designao ou firma e cpia dos respectivos estatutos;
744
Lei do Mecenato
b) O nmero de contribuinte;
c) O domiclio fiscal;
d) A certido comercial;
e) A rea econmica em que se desenvolve a sua actividade;
f) A actividade que pretende apoiar;
g) As certides comprovativas da regularidade da sua situao fiscal e contributiva.
3. Os mecenas, aps o acto de registo, devem comunicar por escrito sua repartio
fiscal a realizao de qualquer liberalidade.
4. Na declarao modelo 1 do imposto industrial deve ser declarado o volume anual de
liberalidades concedidas, devidamente documentadas nos termos do nmero anterior
e disponibilizadas sempre que solicitadas pela administrao, sob pena de a administrao fiscal proceder a correces matria colectvel do contribuinte.
Artigo 20.
(Registo dos beneficirios)
1. Os beneficirios devem fornecer entidade responsvel pelo registo de mecenas e
beneficirios referido no artigo anterior os seguintes elementos:
a) Cpia do seu programa ou plano de actividades respeitantes ao ano em que recebem
alguma das liberalidades previstas na presente lei;
b) A comprovao documental da utilizao ou aplicao das liberalidades recebidas
na prossecuo do fim para que foram concedidas;
c) Devem ainda os beneficirios proceder entrega, at ao final de Fevereiro de cada
ano, da declarao de modelo oficial referente aos donativos recebidos no ano anterior.
2. As entidades que no estejam legalmente constitudas e que pretendam beneficiar das liberalidades previstas na presente lei devem, para alm dos disposto no nmero anterior,
proceder ao seu registo no registo de mecenas e beneficirios, do qual conste o nome ou
designao, o domiclio, a actividade exercida e quaisquer outros elementos necessrios
sua identificao.
3. Os beneficirios sujeitos colecta fiscal, fazem constar da sua declarao fiscal anual
o valor das liberalidades recebidas, as quais no podem ser tidas em conta para o
apuramento do imposto.
4. Os beneficirios comunicam de imediato e por escrito ao servio referido no n. 2
deste artigo, quaisquer liberalidades que tenham recebido, com a identificao do
mecenas e do projecto em causa, bem como do montante recebido.
Artigo 21.
(Obrigaes acessrias)
1. Os beneficirios dos donativos so obrigados a:
a) Emitir documento comprovativo dos montantes dos donativos recebidos dos seus
mecenas, com a indicao do seu enquadramento no mbito do Captulo IV e, bem
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Lei do Mecenato
Artigo 24.
(Relatrio Anual)
Os mecenas e os beneficirios devem elaborar at ao fim do ms de Fevereiro, um
relatrio relativo aos recursos disponibilizados no exerccio anterior e respeitantes a
cada uma das reas abrangidas por este diploma.
CAPTULO V
Infraces e Sanes
Artigo 25.
(Fraude)
A simulao de liberalidade ou do seu valor acima do valor real, mediante actuao
fraudulenta e concertada do mecenas e do beneficirio com o fim de obter um ganho
ilegtimo, constitui crime nos termos da lei.
Artigo 26.
(Sanes administrativas)
1. O recebimento pelos mecenas de qualquer vantagem financeira ou material em decorrncia da liberalidade, punvel com multa que varia entre Kz: 50 000,00 e Kz:
200 000,00.
2. Compete Direco Nacional de Impostos o impulso processual da infraco prevista
no nmero anterior, incumbindo ao mesmo aplicar a sano correspondente, tendo
em conta a gravidade e o grau de dolo do comportamento.
3. Perante o desvirtuamento dos objectivos visados e a inobservncia das normas administrativas e financeiras aplicveis, pode o departamento ministerial competente inabilitar
por cinco anos o infractor de beneficiar de apoios pblicos e incentivos previstos na presente lei.
4. A inabilitao do infractor, de beneficirio de apoios pblicos e de incentivos previstos
na alnea anterior, repe automaticamente o cumprimento tributrio competente, nos
termos gerais da lei.
CAPTULO VI
Disposies Finais e Transitrias
Artigo 27.
(Regulamentao)
A presente lei deve ser regulamentada no prazo de cento e vinte dias, pelo Executivo.
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Artigo 28.
(Dvidas e omisses)
As dvidas e as omisses resultantes da interpretao e da aplicao da presente lei so
resolvidas pela Assembleia Nacional.
Artigo 29.
(Entrada em vigor)
A presente lei entra em vigor a 1 de Janeiro de 2012.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 9 de Dezembro de 2011.
O Presidente da Assembleia Nacional, Antnio Paulo Kassoma.
Promulgado aos 11 de Janeiro de 2012.
Publique-se.
O Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.
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Ficha tcnica
TTULO
Colectnea de Legislao Fiscal - Angola
AUTORES
PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda.
Catlica Tax
COORDENADORES
Srgio Vasques
Jaime Carvalho Esteves
Catarina Gonalves
PESQUISA E COMPILAO
Alexandra Lopes
Daniela Geraldes
Edmundo Caetano
Gerard Everaert
Joana Pereira
Miguel Verssimo
REVISO
PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda.
Catlica Tax
EDIO GRFICA
PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda.
Claudia Semedo
Rute Selsio
Catlica Tax
4 Elementos | Ana Lusa Bolsa
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