Relatório de Audiência

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Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA


Curso de Direito
Disciplina – Teoria Geral do Processo

Discentes: Ingred Rocha dos Santos, Kauany Rodrigues Carvalho, Maria Clara Flores de
Oliveira Santos

Vara nº: 7ª Vara do Trabalho de Campo Grande


Processo nº: 0025349-34.2016.5.24.0007
Autor: Angelica Bordgnon
Parte ré: Flavio Augusto do Nascimento - Me
Link do acesso: https://audienciasonline.com.br/#/audiencia/5c82c08878b3e14e47219082
Audiência: Conciliação

Trata-se da audiência de mediação e conciliação, em decorrência da ação de reclamação


trabalhista, pelo procedimento sumaríssimo. A Reclamante Angélica pediu sua demissão, e na
tentativa de usufruir uma vantagem indevida pediu que o Reclamado aceitasse fazer um
"acordo" para que recebesse seus direitos como se fosse "mandada embora sem justa causa".
Em resposta o Reclamado aceitou a proposta para ajudá-la a receber seu FGTS, marcando
com a mesma no sindicato, no entanto ao consultar sua assessoria contábil e jurídica soube
que o procedimento seria incorreto, pois o empregado que pede um acordo ao patrão também
está lesando os cofres públicos ao simular uma demissão sem justa causa, para receber o
seguro desemprego de forma indevida, e outros direitos que movimentam os cofres públicos e
por isso resolveu ficar inerte aos pedidos da Reclamante. A autora, na inicial do processo
requereu pagamento de verbas rescisórias, como, saldo de salário, aviso prévio, férias
vencidas, férias proporcionais (integrais), 13 ° salário, 13º salário proporcional, depósito do
FGTS, multa de 40% do FGTS, multa do art. 467, e art. 477 que prescrevem, em caso de
rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à
Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de
cinquenta por cento, juntamente do processo, Angélica também recorreu por danos morais,
materiais e antecipação de tutela.
Dos procedimentos

No dia 29 de março de 2017, na sala de sessões da 7ª Vara do Trabalho de Campo


Grande/MS, sob a presidência do Juiz Boris Luiz Cardozo de Souza, realizou-se audiência
referente ao processo. A sessão foi aberta e, por ordem do Juiz, foram chamadas as partes. O
reclamante compareceu acompanhado dos advogados Guilherme Ascurra Neto, OAB/MS
19568, e Fabiano de Araújo Pereira, OAB/MS 19921. Pelo reclamado, compareceram o
preposto Flávio Augusto do Nascimento e o advogado Laelton Renato Pereira de Souza,
OAB/MS 15569. A parte reclamada, ofereceu um acordo à parte reclamante, onde o
reclamado comprometeu-se a pagar ao reclamante a quantia líquida de R$8.000,00, dividida
em 7 parcelas. A primeira, no valor de R$2.000,00, será paga no dia 15 de abril de 2017, e as
demais, de R$1.000,00 cada, serão quitadas mensalmente no dia 15 ou no primeiro dia útil
subsequente, mediante depósito na Agência do Banco do Brasil do Fórum Trabalhista. Ouvida
a proposta, a parte reclamante solicita um momento para considerar a proposta ao lado de seus
advogados. As partes, então, celebraram um acordo. Foi estipulada ainda, uma multa de 50%
sobre o saldo restante em caso de atraso ou inadimplemento, sendo antecipado o vencimento
das parcelas seguintes, conforme o artigo 891 da CLT. Além disso, as partes reconheceram
que a dispensa do reclamante ocorreu sem justa causa, por iniciativa do empregador, e
solicitaram a liberação do FGTS por meio de alvará, bem como do seguro-desemprego. Após
o recebimento do valor acordado, o reclamante dará plena, geral e irrevogável quitação à
reclamada em relação ao objeto do processo e ao contrato de trabalho extinto. As partes
declararam que o acordo abrange as seguintes verbas: diferenças de FGTS + multa de 40% no
valor de R$2.800,00; multa do artigo 477 da CLT, no valor de R$1.200,00; e indenização por
danos morais, no valor de R$4.000,00. Diante disso, o acordo foi homologado pelo Juiz, para
que produza seus efeitos legais e jurídicos.

Princípios observados ou violados

1. Princípio da investidura: O excelentíssimo Juiz do Trabalho, Boris Luiz Cardozo de


Souza, que presidiu a audiência estava devidamente investido na autoridade judicial,
conforme identificado pelo despacho assinado eletronicamente pelo Juiz do Trabalho
Substituto, Izidoro Oliveira Paniago, e outros magistrados ao longo do processo, indicando
que o princípio da investidura foi respeitado.
2. Princípio da indelegabilidade: Não foi apresentado indício de delegação indevida de
funções judiciais a terceiros. O magistrado responsável tomou decisões diretamente
relacionadas aos pedidos de urgência e outras questões processuais, garantido que o princípio
da indelegabilidade foi respeitado.

3. Princípio da aderência ao território: O processo foi tratado no âmbito da Justiça do


Trabalho, especificamente no Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, com atuação no
Mato Grosso do Sul. Isso indica que o juiz atuou dentro de sua jurisdição territorial,
respeitando o princípio da aderência ao território.

4. Princípio do juiz natural: O processo foi conduzido dentro do contexto previsto pelo
ordenamento jurídico, e não houve indicação de violação do princípio do juiz natural, que
assegura que os litigantes sejam julgados por um juiz previamente estabelecido por lei. Não
há menção de sorteios irregulares ou designações impróprias do juiz no processo.

Considerações finais

O caminho adotado para a resolução do conflito, através da conciliação, demonstra a


importância desse instituto como uma ferramenta eficaz na solução de litígios trabalhistas,
evitando a demora e o custo de um processo judicial completo. A conciliação também permite
que as partes mantenham controle sobre o desfecho da demanda, chegando a um resultado
mutuamente benéfico e menos desgastante. A Lei 9.957/2000, que introduziu em nosso
ordenamento jurídico o Procedimento Sumaríssimo, enalteceu a importância da conciliação,
ao dispor que: “Aberta a sessão, o juiz esclarecerá às partes presentes sobre as vantagens da
conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio
em qualquer fase da audiência”. Em conclusão, a conciliação reflete a busca por soluções
pacíficas e rápidas para conflitos, com base no entendimento e na cooperação entre as partes.
Nesse caso, o uso da conciliação permitiu que ambas as partes evitassem um processo
prolongado e desgastante, possibilitando um desfecho justo e eficaz para o reclamante e o
reclamado. Ao incentivar o diálogo, o processo conciliatório promove a pacificação social e
economiza recursos judiciais, mostrando-se, na maioria das vezes, a via mais apropriada para
a resolução de disputas trabalhistas.

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