Comunicação Da Linguagem

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COMUNICAÇÃO DA

LINGUAGEM
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

SUMÁRIO

1- COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM 3

2- GESTÃO DA COMUNICAÇÃO 24

3- NÍVEIS DA LINGUAGEM 31

4- A LINGUAGEM NA REDAÇÃO 36

5- LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL 44

REFERÊNCIAS

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

1- COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM

A linguagem é um sistema organizado de sinais que serve como meio de


comunicação para compartilharmos as nossas experiências com outras pessoas,
aprender, ensinar etc. Geralmente, ao falarmos de linguagem, logo pensamos na
linguagem verbal e textual, fazendo referência à capacidade humana de expressar
pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos por meio de palavras.

No entanto, existem outras formas de linguagem, como a pintura, a música, a dança,


a mímica e outras. Desta forma, tanto por meio da linguagem verbal quanto da
linguagem não-verbal, o indivíduo representa o mundo e exprime o seu pensamento.

Linguagem verbal e não-verbal

A linguagem verbal e a não-verbal utilizam-se de signos para expressar sentidos,


porém, na verbal, os signos são formados pelos sons da língua; já na linguagem
não-verbal, outros signos são explorados, como as formas, figuras, a cor, os gestos
etc.

A linguagem verbal é linear, ou seja, os seus signos e sons se sucedem um após o


outro, no tempo da fala ou no espaço da linha escrita. Na linguagem não-verbal,
vários signos podem ocorrer ao mesmo tempo. As cores de um semáforo, o cartão
vermelho de um juiz, as placas de trânsito e as figuras na porta de um banheiro são
exemplos de linguagem não-verbal.

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Foto: Reprodução

Os processos de comunicação

Sempre que nós nos comunicamos com alguém, nós temos um objetivo, uma
finalidade, e utilizamos vários códigos que representam os nossos pensamentos,
desejos e sentimentos. Independentemente do meio utilizado, que pode ser por
telefone, e-mail, redes sociais, escrita, gestos etc., toda comunicação tem por
objetivo a transmissão de uma mensagem e pressupõe necessariamente a interação
de seis fatores. Os seis fatores do esquema de comunicação são os seguintes:

 Emissor ou destinador – Aquele que envia, emite a mensagem, seja pela


palavra oral ou escrita, gestos, expressões, desenhos etc. Pode ser um
indivíduo apenas ou um grupo, uma empresa, uma instituição ou uma
organização informativa (rádio, TV);
 Receptor ou destinatário – Quem recebe a mensagem (lê, ouve, vê), quem a
decodifica. Também pode ser uma pessoa apenas ou um grupo;
 Mensagem – O conteúdo das informações transmitidas, daquilo que é
comunicado. Pode ser virtual, auditiva, visual e audiovisual;

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

 Código – O código é um conjunto de sinais estruturados que pode ser verbal


ou não-verbal. Trata-se da maneira pela qual a mensagem se organiza;
 Referente – É o contexto no qual se encontram o emissor e o receptor da
mensagem;
 Canal – É o meio utilizado para a transmissão da mensagem. O canal deve
ser escolhido cuidadosamente para garantir a eficiência e o sucesso da
comunicação. O canal pode ser uma revista, jornal, livro, rádio, internet,
telefone, TV etc.

As funções da linguagem

Cada um dos fatores do processo de comunicação dá origem a uma função


linguística específica. O pensador russo Roman Jakobson, em sua obra Linguistics
and poetics (1960), distinguiu seis funções da linguagem verbal e a estrutura verbal
de uma mensagem depende da função que nela é predominante.

As seis funções da linguagem são as seguintes:

 Função referencial ou denotativa: Transmite uma informação objetiva sobre a


realidade, é orientada para o referente, apontando o sentido real dos seres,
coisas e fatos. A linguagem é objetiva e direta, apenas informa, transmitindo
impessoalidade. Encontramos esta linguagem nas notícias de jornais e textos
técnicos, científicos e didáticos;
 Função expressiva ou emotiva: Esta função é centrada no emissor, refletindo
seu estado de ânimo, sentimentos e emoções. A função expressiva/emotiva é
encontrada em poemas ou narrativas românticas, cartas de amor e biografias;
 Função apelativa ou conativa: A função apelativa ou conativa é centrada no
receptor e tem por objetivo influenciá-lo, persuadi-lo, convencê-lo de algo ou
dar ordens. É a função encontrada nos anúncios publicitários e discursos
políticos;
 Função fática (de contato): Centra-se no canal e estabelece uma relação
(contato) com o emissor, para verificar a eficiência do canal ou prolongar uma
conversa. Encontramos esta função em saudações, conversas telefônicas e
cumprimentos do dia a dia;
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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

 Função metalinguística: É centralizada no código e ocorre quando o emissor


explica o código usando o próprio código. O dicionário é um exemplo desta
função, pois se trata da palavra explicando ela própria;
 Função poética: A função poética é centralizada na mensagem e caracteriza-
se pelo uso de linguagem figurada, metáforas e outras figuras de linguagem,
sonoridade etc. Esta função está presente nas músicas, poemas e algumas
obras literárias.

Linguagem coloquial e culta

A linguagem também deve ser adequada ao contexto da comunicação e, neste


sentido, temos a linguagem coloquial e a culta. Você pode perceber que não se
comunica com o seu professor do mesmo jeito que com a sua mãe, um amigo ou
outra pessoa, não é mesmo? Isto ocorre justamente porque tudo depende da
circunstância em que se está inserido. O padrão coloquial da língua é usado para a
comunicação mais informal, sendo mais livre das normas gramaticais. Normalmente
é usado com amigos, familiares e outras pessoas mais próximas.

Já o padrão culto da língua manifesta-se pelo uso das normas gramaticais e em


situações que exigem mais formalidade. Geralmente, é usado em uma reunião de
trabalho ou com uma autoridade em geral. Sendo assim, é importante levar em
consideração o contexto, o assunto a ser tratado, o meio pelo qual a mensagem
será transmitida e o nível social e cultural do destinatário.

Linguagem é todo sistema organizado de sinais que serve como meio de


comunicação entre os indivíduos.

Quando se fala em texto ou linguagem, normalmente se pensa em texto e linguagem


verbais, ou seja, naquela capacidade humana ligada ao pensamento que se
concretiza numa determinada língua e se manifesta por palavras (verbum, em latim).

Mas, além dessa, há outras formas de linguagem, como a pintura, a mímica, a


dança, a música e outras mais. Com efeito, por meio dessas atividades, o homem
também representa o mundo, exprime seu pensamento, comunica-se e influencia os
outros. Tanto a linguagem verbal quanto à linguagem não-verbal expressam
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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

sentidos e, para isso, utilizam-se de signos, com a diferença de que, na primeira, os


signos são constituídos dos sons da língua (por exemplo, mesa, fada, árvore), ao
passo que nas outras exploram-se outros signos,como as formas, a cor, os gestos,
os sons musicais, etc.

Em todos os tipos de linguagem, os signos são combinados entre si, de acordo com
certas leis, obedecendo a mecanismos de organização.

Observe a fala do vendedor: “Quem sabe o senhor desenha para nós?”

Se o comprador soubesse desenhar, o problema estaria resolvido facilmente. Ele


poderia lançar na mão de um outro meio de expressão que não fosse a fala.

O homem dispõe de vários recursos para se expressar e se comunicar. Esses


recursos podem utilizar sinais de diferente natureza.

Tais sinais admitem a seguinte classificação:

a) Verbais;
b) Não-Verbais;

Quando esses sinais se organizam formando um sistema, eles passam a constituir


uma linguagem.

Observe: Incêndio destruiu o Edifício Z.

Para expressar o mesmo fato, foram utilizadas duas linguagens diferentes:

a) Linguagem Não-Verbal- Qualquer código que não utiliza palavra;


b) Linguagem Verbal- Código que utiliza a palavra falada ou escrita;

Semelhanças e Diferenças

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Uma diferença muito nítida vai encontrar no fato de que a linguagem verbal é linear.
Isto quer dizer que seus signos e os sons que a constituem não se superpõem, mas
se sucedem destacadamente um depois do outro no tempo da fala ou no espaço da
linha escrita. Em outras palavras, cada signo e cada som são usados num momento
distinto do outro. Essa característica pode ser observada em qualquer tipo de
enunciado linguístico.

Na linguagem não-verbal, ao contrário, vários signos podem ocorrer


simultaneamente. Se na linguagem verbal, é impossível conceber uma palavra
encavalada em outra, na pintura, por exemplo, várias figuras ocorrem
simultaneamente. Quando contemplamos um quadro, captamos de maneira
imediata a totalidade de seus elementos e, depois, por um processo analítico,
podemos ir decompondo essa totalidade.

O texto não-verbal pode em princípio, ser considerado dominantemente descritivo,


pois representa uma realidade singular e concreta, num ponto estático do tempo.
Uma foto, por exemplo, de um homem de capa preta e chapéu, com a mão na
maçaneta de uma porta é descritiva, pois capta um estado isolado e não uma
transformação de estado, típica da narrativa.

Mas podemos organizar uma sequência de fotos em progressão narrativa, por


exemplo, assim:

a) foto de um homem com a mão na maçaneta da porta;


b) foto da porta semi-aberta com o mesmo homem espreitando o interior de um
aposento;
c) foto de uma mulher deitada na cama, gritando com desespero;

Como nessa sequência se relata uma transformação de estados que se sucedem


progressivamente, configura-se a narração e não a descrição. Essa disposição de
imagens em progressão constitui recurso básico das histórias em quadrinhos,
fotonovelas, cinema etc.

Sobretudo com relação a fotografia, ao cinema ou a televisão, pode-se pensar que o


texto não-verbal seja uma cópia fiel da realidade. Também essa impressão não é
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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

verdadeira. Para citar o exemplo da fotografia, o fotógrafo dispõe de muitos


expedientes para alterar a realidade: o jogo de luz, o ângulo, o enquadramento, etc.

A estatura do indivíduo pode ser alterada pelo ângulo de tomada da câmera, um ovo
pode virar uma esfera, um rosto iluminado pode passar a impressão de alegria, o
mesmo rosto, sombrio, pode dar impressão de tristeza. Mesmo o texto não-verbal,
recria e transforma a realidade segundo a concepção de quem o produz. Nele, há
uma simulação de realidade, que cria um efeito de verdade.

Os textos verbais podem ser figurativos (aqueles que reproduzem elementos


concretos, produzindo um efeito de realidade) e não-figurativos (aqueles que
exploram temas abstratos). Também os textos não-verbais podem ser
dominantemente figurativos (as fotos, a escultura clássica) ou não-figurativos e
abstratos. Neste caso, não pretendem sumular elementos do mundo real (pintura
abstrata com oposições de cores, luz e sombra; esculturas modernas com seus
jogos de formas e volumes).

1.2 Comunicação – Os processos da comunicação;

Teoria da comunicação;

O esquema da comunicação

Existem vários tipos de comunicação: as pessoas podem comunicar-se pelo código


Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, por e-mails, internet, etc.; uma
empresa, uma administração, até mesmo um Estado podem comunicar-se com seus
membros por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou
televisionadas, e-mails, etc.

Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui


por um certo número de elementos, indicados no esquema abaixo:

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Esses elementos serão explicados a seguir:

Os elementos da comunicação

a) O emissor ou destinador é o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou


um grupo (firma, organismo de difusão, etc.)

b) O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem; pode ser um indivíduo,


um grupo, ou mesmo um animal ou uma máquina (computador). Em todos estes
casos, a comunicação só se realiza efetivamente se a recepção da mensagem tiver
uma incidência observável sobre o comportamento do destinatário (o que não
significa necessariamente que a mensagem tenha sido compreendida: é preciso
distinguir cuidadosamente recepção de compreensão).

c) A mensagem é o objeto da comunicação; ela é constituída pelo conteúdo das


informações transmitidas.

d) O canal de comunicação é a via de circulação das mensagens. Ele pode ser


definido, de maneira geral, pelos meios técnicos aos quais o destinador tem acesso,
a fim de assegurar o encaminhamento de sua mensagem para o destinatário:
Meios sonoros: voz, ondas sonoras, ouvido…

Meios visuais: excitação luminosa, percepção da retina…

De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender uma primeira


classificação das mensagens:

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_as mensagens sonoras: palavras, músicas, sons diversas;


_as mensagens tácteis: pressões, choques, trepidações, etc;
_as mensagens olfativas: perfumes, por exemplo;
_as mensagens gustativas: tempero quente (apimentado) ou não…

Observação: um choque, um aperto de mão, um perfume só constituem mensagens


se veicularem, por vontade do destinador, uma ou várias informações dirigidas a um
destinatário.
A transmissão bem-sucedida de uma mensagem requer não só um canal físico, mas
também um contato psicológico: pronunciar uma frase com voz alta e inteligível não
é suficiente para que um destinatário desatento a receba.

e) O código é um conjunto de signos e regras de combinação destes signos; o


destinador lança mão dele para elaborar sua mensagem (esta é a operação de
codificação). O destinatário identificará este sistema de signos (operação de
decodificação) se seu repertório for comum ao do emissor for comum ao do emissor.
Este processo pode se realizar de várias maneiras (representaremos por dois
círculos os repertórios de signos do emissor e do receptor):

1º Caso:

A comunicação não se realizou; a mensagem é recebida, mas não compreendida: o


emissor e o receptor não possuem nenhum signo em comum.

Exemplos: mensagem cifrada recebida por um receptor que ignora o código


utilizado; neste caso, poderá haver uma operação de decodificação, mas ela será
longa e incerta;

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Conversa (?) entre um brasileiro e um alemão, em que um não fala a língua do


outro.

2º Caso:

A comunicação é restrita; são poucos os signos em comum.

Exemplo: Conversa entre um inglês eu um estudante brasileiro de 1º grau que


estuda inglês há um ano.

3º Caso:

A comunicação é mais ampla; entretanto, a inteligibilidade dos signos não é total:


certos elementos da mensagem proveniente de E não serão compreendidos por R.

Exemplo: um curso de alto ministrado a alunos não preparados para recebe-lo.

4º Caso:

A comunicação é perfeita: todos os signos emitidos por E são


compreendidos por R (o inverso não é verdadeiro, mas estamos considerando um
caso de uma comunicação unidirecional: ver mais abaixo.)

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Não basta, no entanto, que o código seja comum para que se realize uma
comunicação perfeita; por exemplo, dois brasileiros não possuem necessariamente
a mesma riqueza de vocabulário, nem o mesmo domínio sintaxe.

Finalmente, deve ser observado que certos tipos de comunicação podem recorrer
simultaneamente à utilização de vários canais de comunicação e de vários códigos
(exemplo: o cinema).

f) O referente é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos
quais a mensagem remete.

Há dois tipos de referentes:

Referente situacional: constituído pelos elementos da situação do emissor e do


receptor e pelas circunstâncias de transmissão da mensagem.

Assim é que quando uma professora dá a seguinte ordem à seus alunos: “coloquem
o lápis sobre a carteira”, sua mensagem remete a uma situação espacial, temporal e
a objetos reais.

Referente textual:

Constituído pelos elementos do contexto linguístico. Assim, num romance, todos os


referentes são textuais, pois o destinador (o romancista) não faz alusão
salvo raras exceções – à sua situação no momento da produção (da escrita) do
romance, nem a do destinatário (seu futuro leitor). Os elementos de sua mensagem
remetem a outros elementos do romance, definidos no seu próprio interior.

Da mesma forma, comentando sobre nossas recentes férias na praia, num bate-
papo com os amigos, não remetemos, com a palavra”praia” ou com a palavra
“areia”, as realidades presentes no momento da comunicação.

Tipos de comunicação

Comunicação unilateral é estabelecida de um emissor para um receptor, sem


reciprocidade. Por exemplo, um professor, um professor durante uma aula
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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

expositiva, um aparelho de televisão, um cartaz numa parede difundem mensagens


sem receber resposta.

Comunicação bilateral se estabelece quando o emissor e o receptor alternam seus


papéis. É o que acontece durante uma conversa, um bate-papo, em que há
intercâmbio de mensagens.

2. Níveis de Linguagem

Texto: Aí, Galera

“Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode
imaginar um jogador de futebol dizendo ‘estereotipação’? E, no entanto, por que
não?

_Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.


_Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes
ou no recesso de seus lares.
_Como é?
_Aí, galera.
_Quais são as instruções do técnico?
_Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com
energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de,
recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo, com parcimônia de
meios e extrema objetividade, valendo-nos na desestruturação
momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversãoinesperada do fluxo da
ação.
_Ahn?
_É pra dividir no meio e ir pra cima pra pega eles sem calça.
_Certo. Você quis dizer mais alguma coisa?
_Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal,
talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado
por razões, inclusive, genéticas?
_Pode.

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

_Uma saudação para a minha progenitora.


_Como é?
_Alô, mamãe!
_Estou vendo que você é um, um…
_Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de
que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota
a estereotipação?
_Estereoquê?
_Um chato?
_Isso.”
(Luis Fernando Veríssimo)

A primeira gramática da língua portuguesa foi publicada em Portugal, no ano de


1536. Reflexo do momento histórico – a Europa vivia o auge do movimento
renascentista -, apresentava um conceito clássico de gramática: “a arte de falar e
escrever corretamente”. Em outras palavras: só falava e escrevia bem quem
seguisse o padrão imposto pela gramática normativa, o chamado nível ou padrão
formal culto. Quem fugisse desse padrão incorria em erro, não importando o que,
para quem e para que se estava falando. Qualquer que fosse o interlocutor, o
assunto, a situação, a intenção do falante, era o padrão formal culto que deveria ser
seguido.

Hoje, entende-se que o uso que cada indivíduo faz da língua depende de várias
circunstâncias: do que vai ser falado e de que forma, do contexto, do nível social e
cultural de quem fala e de para quem se está falando. Isso significa que a linguagem
do texto deve ser adequada à situação, ao interlocutor e a intencionalidade do
falante.

Voltemos ao texto acima (Aí, galera). As falas do jogador de futebol são


inadequadas ao contexto: a seleção vocabular, a combinação das palavras, a
estrutura sintática e a frase extensa (releia, por exemplo, a terceira resposta do
jogador, num único longo período) fogem da situação a que a fala está relacionada,
ou seja, uma entrevista dada ainda no campo de jogo durante um programa
esportivo. E o mais curioso é que o jogador tem nítida consciência de qual é
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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

a função da linguagem e de qual é o seu papel como falante, tanto que, ante a
surpresa do entrevistador, passa do padrão formal culto para o padrão coloquial,
mais adequado àquela situação:

“_Uma saudação para a minha progenitora.”


Tradução, em linguagem coloquial: “_Alô, mamãe!”

Assim, podemos reconhecer em uma mesma comunidade que utiliza um único


código – a língua portuguesa, por exemplo – vários níveis e formas de expressão.

Padrão Formal Culto e Padrão Coloquial

De maneira geral, podemos distinguir o padrão coloquial do padrão formal culto.

Padrão Formal Culto – é a modalidade de linguagem que deve ser utilizada em


situações que exigem maior formalidade, sempre tendo em conta o contexto e o
interlocutor. Caracteriza-se pela seleção e combinação das palavras, pela
adequação a um conjunto de normas, entre elas, a concordância, a regência, a
pontuação, o emprego correto das palavras quanto ao significado, a organização
das orações e dos períodos, as relações entre termos, orações, períodos e
parágrafos.

Padrão Coloquial – faz referência à utilização da linguagem em contextos informais,


íntimos e familiares, que permitem maior liberdade de expressão. Esse padrão mais
informal também é encontrado em propagandas, programas de televisão ou de
rádio, etc.

3. Funções da Linguagem

As funções da linguagem são seis:

a) Função referencial ou denotativa;


b) Função emotiva ou expressiva;
c) Função Fática;
d) Função conativa ou apelativa;

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

e) Função metalinguística;
f) Função poética,

Leia os textos a seguir:

Texto A

A índia Everon, da tribo Caiabi, que deu a luz a três meninas, através de uma
operação cesariana, vai ter alta depois de amanhã, após ter permanecido no
Hospital Base de Brasília desde o dia 16 de março. No início, os índios da tribo
foram contrários à ideia de Everon ir para o hospital mas hoje já aceitam o fato e
muitos já foram visitá-la. Everon não falava uma palavra de Português até ser
internada e as meninas serão chamadas de Luana, Uiara e Potiara.
Jornal da Tarde, 13 jul. 1982

Texto B

Uma morena

Não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as
páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto
do quarto – se tomada com cuidado, verto água limpa sobre as mãos para que se
possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos, num segundo me
estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado se não
guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora
sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são
suficientes para despertar a suavidade alheia, mesmo assim insisto: meus gestos,
minhas palavras são magrinhos como eu, e tão morenos, que esboçados a sombra,
mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo, meus passos são
inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos tão leves que
uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que a brisa da
tardezinha. Para beber, alem do chá, raramente admito um cálice de vinho branco,
mas que seja seco para não esbrasear em excesso minha garganta em ardores…
ABREU, Caio Fernando. Fotografias. In: Morangos mofados. 2. ed. São Paulo,
Brasiliense, 1982. p. 93
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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Texto C

_ Você acha justo que se comemore o Dia Internacional da mulher?


_ Nada mais justo! Afinal de contas, você está entendendo, a mulher há séculos,
certo, vem sendo vítima de exploração e discriminação, concorda? Já houve alguns
avanços, sabe, nas conquistas femininas. Você percebeu? Apesar disso, ainda hoje
a situação da mulher continua desfavorável em relação à do homem, entende?

Texto D

Mulher, use o sabonete X.


Não dispense X: ele a tornará tão bela quanto à
estrelas de cinema.

Texto E

Mulher. [Do lat. Muliere.] S. f. 1. Pessoa do sexo feminino após a puberdade.


[Aum.: mulherão, mulheraça, mulherona.] 2. Esposa.

Texto F

A mulher que passa

Meu Deus, eu quero a mulher que passa.


Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!

Oh! Como és linda, mulher que passas


Que me sacia e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!

Teus sentimentos, são poesia.


Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pelos leves são relva boa
Fresca e macia.
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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Teus belos braços são cisnes mansos


Longe das vozes da ventania.

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!

MORAIS, Vinícius de. A mulher que passa. In:____. Antologia poética. 4. ed. Rio de
Janeiro, Ed. Do autor, 1960. p.90.

Todos os textos lidos, o tema é um só: mulher. No entanto, a maneira de cada autor
varia. O que provoca essa diversificação é o objetivo de cada emissor, que organiza
sua mensagem utilizando uma fala específica. Portanto, cada mensagem tem uma
função predominante, de acordo com o objetivo do emissor.

A – Função Referencial ou denotativa

No texto A, a finalidade é apenas informar o receptor sobre um fato ocorrido. A


linguagem é objetiva, não admitindo mais de uma interpretação. Quando isso
acontece, predomina a função referencial ou denotativa da linguagem.

Função referencial ou denotativa é aquela que traduz objetivamente a realidade


exterior ao emissor.

B – Função emotiva ou expressiva

No texto B, descrevem-se as sensações da mulher, que faz uma descrição subjetiva


de si mesmo. Nesse caso, em que o emissor exterioriza seu estado psíquico,
predomina a função emotiva da linguagem, também chamada de função expressiva.

Função emotiva ou expressiva é aquela que traduz opiniões e emoções do emissor.

C – Função Fática

No texto C, o emissor utiliza expressões que tentam prolongar o contato com o


receptor, testando frequentemente o canal

Neste caso, predomina a função fática da linguagem.

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Função fática é aquela que tem por objetivo iniciar, prolongar ou encerrar o contato
com o receptor.

D – Função conativa ou apelativa

A mensagem do primeiro texto contém um apelo que procura influir no


comportamento do receptor. Messe caso, predomina a função conativa ou apelativa.

São características dessa função:

a) verbos no imperativo;
b) presença de vocativos;
c) pronomes de 2ª pessoa.

Função conativa ou apelativa é aquela que tem por objetivo influir no comportamento
do receptor, por meio de um apelo ou ordem.

E – Função metalinguística

O texto E, é a transição de um verbete de um dicionário.

Essa mensagem explica um elemento do código – a palavra mulher – utilizando o


próprio código nessa explicação. Quando a mensagem visa a explicar o próprio
código ou utiliza-o como assunto, predomina a função metalinguística da linguagem.

Função metalinguística é aquela que utiliza o código como assunto ou para explicar
o próprio código.

F – Função Poética

A preocupação intencional do emissor com a mensagem, ao elabora-la, caracteriza


a função poética da linguagem

Função poética é aquela que enfatiza a elaboração da mensagem, de modo a


ressaltar seu significado.

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

É importante observar que nenhum texto apresenta apenas uma única função da
linguagem. Uma função sempre predomina num texto, mas nunca é exclusiva.

4. Gêneros e Tipos textuais

Os gêneros textuais

Ao depararmos com um texto que se inicia com “Querido Fulano, escrevo…”,


sabemos que se trata de um bilhete ou de uma carta de caráter pessoal. Se o texto
se iniciar com “Prezados Senhores, venho por meio…”, sabemos que se trata de
uma correspondência formal. Se você colocar na situação de remetente, saberá
como iniciar a carta, porque todos nós temos um modelo de carta na mente; isso é
tão marcante que uma pessoa não alfabetizada tem interiorizado esse modelo e, se
tiver de ditar uma carta para que o outro escreva, saberá o que precisa ser dito e
como deve ser dito. O filme Central do Brasil, em que uma professora aposentada
vive de escrever cartas ditadas por pessoas não alfabetizadas, exemplifica muito
bem essa situação.

Da mesma forma, se depararmos com um texto que se inicia com “Alô? quem fala?”,
sabemos que se trata de uma conversa telefônica. O mesmo ocorre ao lermos uma
bula de remédio, as instruções de uso de um produto qualquer, um horóscopo, um
cardápio de restaurante, etc.

Como já vimos, os textos desempenham papel fundamental em nossa vida social, já


que estamos nos comunicando o tempo todo. No processo comunicativo, os textos
têm função e cada esfera de utilização de língua, cada campo de atividade, elabora
determinados tipos de textos que são estáveis, ou seja, se repetem tanto no
assunto, como na função, no estilo, na forma. É isso que nos permite reconheceram
texto como carta, ou bula de remédio, ou poesia, ou notícia jornalística, por exemplo.

O que é falado, a maneira como é falado e a forma que é dada ao texto são
características diretamente ligadas ao gênero. Como as situações de comunicação
em nossa vida social são inúmeras, inúmeros são os gêneros textuais: bilhete, carta
pessoal, carta comercial, telefonema, notícia jornalística, editorial de jornais e
revistas, horóscopo, receita culinária, texto didático, ata de reunião, cardápio,
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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

palestra, resenha crítica, bula de remédio, instruções de uso, e-mail, aula expositiva,
piada, romance, conto, crônica, poesia, verbete de enciclopédias e dicionários, etc.

Identificar o gênero textual é um dos primeiros passos para uma competente leitura
de texto. Pense numa situação bem corriqueira: um colega se aproxima e começa a
contar algo que, em determinado momento, passa a soar esquisito, até que um dos
ouvintes indaga “è piada ou você está falando sério?”. Observe que o interlocutor
quer confirmar o gênero textual, uma vez que, dependendo do gênero, temos um ou
outro entendimento.

Tipos Textuais

Os textos, independentemente do gênero a que pertencem, se constituem de


sequências com determinadas características linguísticas, como classe gramatical
predominante, estrutura sintática, predomínio de determinados tempos e modos
verbais, relações lógicas. Assim, dependendo dessas características, temos os
diferentes tipos textuais.

Como já vimos, os gêneros textuais são inúmeros, dependendo da função de cada


texto e das diferentes situações comunicacionais. O mesmo não acontece com os
tipos textuais, que são poucos:

Texto narrativo: Narrar é discorrer dos fatos. É contar. Consiste na elaboração de um


texto que relate episódios, acontecimentos.

“O fiscal da alfândega não podia entender por que aquela velhinha viajava tanto. A
cada dois dias, vinha ela pilotando uma motocicleta e ultrapassava a fronteira. Fora
interceptada inúmeras vezes, fiscalizada e nada. O fiscal alfandegário não se
conformou com aquilo.

_Que traz a senhora aí?


_Nada não, senhor!
A cena que se repetia com tanta frequência intrigava o pobre homem.
Não se conteve:
_Não é por nada, não; me faz um favor, dona: Não vou lhe multar, nem nada; é só
22
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

por curiosidade, a senhora está contrabandeando o quê?


_Seu fiscal, o senhor já desmontou a moto e nada achou, que quer mais?
_Só pra saber, dona!
_Ta bem, eu conto: o contrabando é a moto, moço!”

Texto Descritivo: Descrever é traduzir com palavras aquilo que se viu e observou. É
a representação, por meio das palavras, de um objeto ou imagem.

“O céu era verde sobre o gramado,


a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados”
(Carlos Drummond de Andrade)

Texto dissertativo: Dissertar é tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário, um


tema abstrato, um assunto genérico. Ou seja, Dissertar é expor ideias em torno de
um problema qualquer.

“Os meios de comunicação de massa devem alterar, nas próximas duas ou três
décadas, uma boa parte da fisionomia do mundo civilizado e das relações entre os
homens e povos.

23
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

2- GESTÃO DA COMUNICAÇÃO

É preciso considerar que a ideia de “comunicação” pode ter sofrido variações com o
decorrer dos anos, antigamente a escrita era vista como a principal forma de
comunicação. Hoje levamos em conta a comunicação corporal, comunicação oral,
comunicação digital e é claro a escrita, todas essas formas de comunicação podem
ser vistas, por exemplo, no gerenciamento de projetos o qual é o foco deste artigo.

Sempre que pensamos em gerenciamento de projetos, logo, pensamos em


administração de tempo, escopo e qualidade, na verdade, a administração de
todas estas áreas requer do gerente de projeto uma gama de habilidades e técnicas
efetivas, pois muitos elementos precisam ser coordenados. Manter um time unido e
sólido, e atender as expectativas dos stakeholders é um dos grandes desafios
que um gerente de projeto enfrenta.

Um bom plano de comunicação pode ser chave para que a execução e o controle do
projeto tenham sucesso.

O desenvolvimento de um plano de comunicação envolve vários fatores como eles


administração de informação, expectativa dos stakeholders, a precisão das
informações entre outros.

Durante todo o ciclo de vida de um projeto, é produzida ou recebida, uma grande


quantidade de informações. A administração desta informação é a responsabilidade
do gerente de projeto. Em um plano de comunicação, é necessário identificar de
forma clara como uma informação será gerada e distribuída.

O objetivo deste artigo é mostrar a importância e o uso de comunicação baseada em


gestão de projetos, área essa que usa de todos os artifícios da mesma. Alguns
tópicos abordados neste artigo descrevem o que é a comunicação, qual é o seu
conceito, o PMBOK e a comunicação, como gerenciar bem a informação e boas
práticas em comunicação.

2. Referencial Teórico
24
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

2.1 O que é a comunicação?

Entende-se a comunicação como o intercâmbio de informação entre sujeitos ou


objetos. Deste ponto de vista, a comunicação inclui temas técnicos (por exemplo, a
telecomunicação), biológicos (por exemplo, fisiologia, função e evolução) e sociais
(por exemplo, jornalismo, relações públicas, publicidade, audiovisual e meio de
comunicação de massa).(WIKIPÉDIA – Acessada em 09/06/2011)

Segundo Chiavenato (2000, p. 142), é a troca de informações entre


indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informação.

2.2 O Processo de Comunicação

O processo de comunicação é composto de três etapas subdivididas:

1 - Emissor: é a pessoa que pretende comunicar uma mensagem, pode ser


chamada de fonte ou de origem.

a) Conceito: corresponde à idéia, ao significado que o emissor deseja comunicar.


b) Codificação: é constituído pelo mecanismo vocal para decifrar a mensagem.

2 - Mensagem: é a idéia em que o emissor deseja comunicar.


a) Canal: também chamado de veículo, é o espaço situado entre o emissor e o
receptor.

b) Ruído: é a perturbação dentro do processo de comunicação.

3 - Receptor: é a etapa que recebe a mensagem, a quem é destinada.

a) Descodificação: é estabelecido pelo mecanismo auditivo para decifrar a


mensagem, para que o receptor a compreenda.
b) Compreensão: é o entendimento da mensagem pelo receptor.
25
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

c) Reação: o receptor confirmar a mensagem recebida do emissor representa a


volta da mensagem enviada pelo emissor (Feedback).

2.3 Como Identificar um bom plano de comunicação

Devemos identificar de forma clara como uma informação será gerada e


distribuída. Este plano deveria identificar os tipos de relatórios (relatórios
formais, status do projeto, memorandos, etc.), a freqüência que os relatórios serão
gerados, e em que momento deverá acontecer às reuniões.

2.4 Planejamento das Comunicações segundo o PMBOK

“O processo Planejamento das Comunicações determina as necessidades de


informações e comunicações das partes interessadas; por exemplo, quem
precisa de qual informação, quando precisarão dela, como ela será fornecida
e por quem. Embora todos os projetos compartilhem a necessidade de
comunicar as informações sobre o projeto, as necessidades de informações e
os métodos de distribuição variam muito. Um fator importante para o sucesso
do projeto é identificar as necessidades de informações das partes
interessadas e determinar uma maneira adequada para atender a essas
necessidades.”[...]“O planejamento das comunicações está, muitas vezes,
estreitamente ligado aos fatores ambientais da empresa e às influências
organizacionais, pois a estrutura organizacional do projeto terá um efeito
importante nos requisitos de comunicações do projeto.”(PMBOK, PROJECT
MANAGEMENT INSTITUTE, 2004, p.225).”

3. Gerenciamento da Comunicação

O processo de gerenciar a comunicação pode ser considerado tão importante


quanto qualquer outro processo dentro da empresa. Os gerentes gastam a maior
parte do seu tempo em comunicação e muitas vezes nem percebem o impacto que
uma comunicação bem feita implica positivamente no projeto.
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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Um projeto pode gerar conhecimento na empresa se as informações e dados


gerados forem tratadas de forma eficiente profissional e o conhecimento gerado
pode vir a ser um diferencial no mercado, quando se torna um ativo que pode ser
utilizado pela empresa na gestão de outros projetos.

O avanço da tecnologia da informação permite que as empresas registrem de forma


eficiente as informações de seus projetos. Mas, o que fazer com tanta informação?
O fato de registrar bem os dados do projeto não garante sua utilidade. Perdidos em
meio a tantos registros, saber usá-los de forma eficaz não é tarefa fácil se não
houver um bom planejamento e uma forma de gestão da comunicação
implementada.

As empresas preocupam-se com seus processos. Buscam formas de medir seus


desempenhos, estabelecem rotinas de reuniões gerenciais, criam formulários e
relatórios extensos e “bem estruturados”. Com tudo isto, somando à facilidade de
preservar as informações em formato eletrônico gera um acúmulo de dados cada
vez maior. Mas, quando necessário uma consulta, o resgate da informação pode ser
uma missão quase impossível.

4. Gestão de Projetos e Comunicação

Pré-requisito:
Antes de assumir responsabilidades, verifique se você tem competência para
assumir uma tarefa.

Ponto importante:
Saber ouvir.

Ponto passivo:
Sem comunicação não chegamos a lugar algum.

4.1 Vantagens e problemas ocasionados pela comunicação.

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Vantagens Problemas
Uma comunicação bem feita faz com Falta de diálogo.
que o trabalho seja realizado com maior
precisão.
Saber ouvir faz com que a equipe se Julgar pela aparência.
sinta realmente parte do projeto.
Saber usar a comunicação para passar Comunicação não é clara.
e absorver o máximo de informação dos
clientes.
Habilidade de ouvir e expor opiniões. Influência de opiniões alheias.

Uma gestão de projetos bem sucedida é aquela possui equipes competentes que
sabem ouvir, e principalmente, se comunicam entre as partes passando informação
de forma clara e concreta, não abrindo espaços para ambigüidade.

A imagem acima representa muito bem os problemas de comunicação.

5. Habilidades de Comunicação

A habilidade de comunicação é essencial para assegurar a compreensão de


informações durante todo o ciclo de vida de um projeto. Existem vários momentos ou
fases que habilidade de comunicação pode e deve ser aplicada. É aplicada desde o
processo de iniciação, estende-se ao plano global do projeto e de uma forma
importantíssima na entrega e encerramento do projeto.

Fazer com que o time do projeto saiba qual a sua responsabilidade, liderar e
motivar a equipe e fazer com que os stakeholders estejam bem informados é
considerado uma habilidade de comunicação.

5.1 Saindo da zona de conforto

Dimensão espiritual ¹
Sem conotação religiosa, esta dimensão tem relação com a índole da pessoa, seus
valores e suas opções de vida.

28
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Exemplos:
- Aceite as pessoas como elas são, com seus defeitos e qualidades, sem
preconceito.
- Faça uma relação das cinqüenta virtudes que você possui.
- Participe de alguma associação de ajuda ao próximo e realize ações filantrópicas.
- Descubra e relacione seus dez valores pessoais.

Dimensão emocional
Tem a ver com auto-estima e problemas ou dificuldades de cunho psicológico.
Exemplos:
- Reforce sua auto-estima.
- Desenvolva e aprimore a arte da empatia.
- Esteja bem consigo mesmo o tempo todo.
- Vença o medo de falar em público.

Dimensão corporal
Refere-se ao movimento das mãos, braços e dedos, ao semblante, à postura, à
elegância, à aparência e ao estilo quando você se comunica.
Exemplos:
- Melhore sua postura.
- Olhe mais nos olhos das pessoas.
- Deixe suas mãos livres para falar em público.
- Goste do seu corpo e responsabilize-se por cuidar bem da saúde e da aparência
dele.

Dimensão vocal
Variação de volume, velocidade e intensidade da voz.
Exemplos:
- Aprimore sua dicção.
- Fale com clareza e elegância.
- Desenvolva exercícios respiratórios.
- Faça exercícios em voz alta para aprimorar a dicção e a teatralização da sua fala.

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Dimensão intelectual
Parte racional, organização dos pensamentos e planejamento de comunicação.
Exemplos:
- Fale de improviso.
- Atualize-se para se sentir seguro e bem informado.
- Amplie seus conhecimentos gramaticais.
- Leia jornais diariamente e ouça noticiários.

6. Conclusão

Saber se comunicar é hoje em dia um das principais competências necessárias para


um profissional, no caso, o gestor de projetos independente do perfil é fundamental
ter essa característica. Saber se comunicar e relacionar-se bem, em qualquer
contexto é atualmente indispensável.

Uma boa gestão da comunicação pode determinar o sucesso ou o fracasso de um


projeto.

A capacidade de liderar a equipe, manter os Stakeholders informados entre


inúmeras outras funções são diretamente ligadas à comunicação.

Apresentações em público, motivação de equipes, liderança, reuniões, contatos com


clientes, vendas, entrevistas, negociações, palestras e networking são algumas das
funções de um gestor que envolve a comunicação.

30
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

3- NÍVEIS DA LINGUAGEM

A língua e os níveis da linguagem pertencem a todos os membros de uma


comunidade e é uma entidade viva em constante mutação. Novas palavras são
criadas ou assimiladas de outras línguas, à medida que surgem novos hábitos,
objetos e conhecimentos. Os dicionários vão incorporando esses novos vocábulos
(neologismos), quando consagrados pelo uso.

Atualmente, os veículos de comunicação audiovisual, especialmente os


computadores e a internet, têm sido fonte de incontáveis neologismos — alguns
necessários, porque não havia equivalentes em Português; outros dispensáveis,
porque duplicam palavras existentes na linguagem. O único critério para sua
integração na língua é, porém, o seu emprego constante por um número
considerável de usuários.

De fato, quem determina as transformações linguísticas e os níveis de linguagem é o


conjunto de usuários, independentemente de quem sejam eles, estejam escrevendo
ou falando, uma vez que tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações
condicionadas por diversos fatores: regionais, sociais, intelectuais etc.

“O movimento de 1922 não nos deu — nem nos podia dar — uma ‘língua
brasileira’, ele incitou os nossos escritores a concederem primazia absoluta aos
temas essencialmente brasileiros […] e a preferirem sempre palavras e construções
vivas do português do Brasil a outras, mortas e frias, armazenadas nos dicionários e
nos compêndios gramaticais.” (Celso Cunha)

A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros


Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
(Manuel Bandeira)

31
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Embora as variações linguísticas e níveis da


linguagem sejam condicionadas pelas circunstâncias, tanto a língua falada quanto a
escrita cumprem sua finalidade, que é a comunicação. A língua escrita obedece
a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais espontânea,
solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem
importantes papéis significativos.

Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente difere


substancialmente do padrão culto, o que, segundo alguns linguistas, criou no Brasil
um abismo quase intransponível para os usuários da língua, pois se expressar em
português com clareza e correção é uma das maiores dificuldades dos brasileiros:
“No português do Brasil, a distância entre o nível popular e o nível culto ficou tão
marcada que, se assim prosseguir, acabará chegando a se parecer com o fenômeno
verificado no italiano ou no alemão, por exemplo, com a distância entre um dialeto e
outro.” (Evanildo Bechara, Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade?)

Com base nessas considerações, não se deve reger o ensino da língua pelas
noções de certo e errado, mas pelos conceitos de adequado e inadequado, que são
mais convenientes e exatos, porque refletem o uso da língua nos mais diferentes
contextos. Não se espera que um adolescente, reunido a outros em uma lanchonete,
assim se expresse: “Vamos ao shopping assistir a um filme”, mas aceita-se: “Vamos
no shopping assistir um filme”. Não seria adequado a um professor universitário
assim se manifestar: “Fazem dez anos que participo de palestras nesta egrégia
Universidade, nas quais sempre houveram estudantes interessados”.

Escrever conforme a norma culta — que não representa uma camisa-de-força, mas
um tesouro das formas de expressão mais bem cultivadas da língua — é um
requisito para qualquer profissional de nível universitário que se pretenda elevar

32
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

acima da vala comum de sua profissão. O domínio eficiente da língua, em seus


variados registros e em suas inesgotáveis possibilidades de variação, é uma das
condições para o bom desempenho profissional e social.

A linguagem popular ou coloquial

É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre


rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo – erros
de regência e concordância; barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão;
ambiguidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela
coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
está presente nas mais diversas situações: conversas familiares ou entre amigos,
anedotas, irradiação de esportes, programas de TV (sobretudo os de auditório),
novelas, expressão dos estados emocionais etc.

A linguagem culta ou padrão

É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta


com terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes
sociais e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente
usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais
artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científicas, noticiários de
TV, programas culturais etc.

Gíria

Segundo Mattoso Câmara Júnior, “estilo literário e gíria são, em verdade, dois polos
da Estilística, pois gíria não é a linguagem popular, como pensam alguns, mas
apenas um estilo que se integra à língua popular”. Tanto que nem todas as pessoas
que se exprimem através da linguagem popular usam gíria.

A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais “que vivem à margem das
classes dominantes: os estudantes, esportistas, prostitutas, ladrões” Eles a usam
como arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam a gíria
33
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

como meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas


apenas pelo próprio grupo.

Assim a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que


divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos,
às vezes, também inventam alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada
pela língua oficial, permanecer no vocabulário de pequenos grupos ou cair em
desuso.

Caracterizada como um vocabulário especial a gíria surge como um signo de grupo,


a princípio secreto, domínio exclusivo de uma comunidade social restrita (seja a gíria
dos marginais ou da polícia, dos estudantes, ou de outros grupos ou profissões).

(…) Ao vulgarizar-se, porém, para a grande comunidade, assumindo a forma de


uma gíria comum, de uso geral e não diferenciado, (…) torna-se difícil precisar o que
é de fato vocábulo gírio ou vocábulo popular

(…) É expressa frequentemente sob forma humorística (e não raro obscena, ou


ambas as coisas juntas), como ocorre, por exemplo, em certos signos que revelam
evidente agressividade, como bicho, forma de chamamento que na década de 1970
substituía amigo, colega, cara; coroa, para pessoa mais idosa, madura; quadrado,
em lugar de conservador tradicional, reacionário; mina, para namorada, forma
trazida da linguagem marginal da prostituição, onde origina lmente signca mulher
rendosa para o malandro, que vive à custa dela etc.
(Dino Pretti)
Primeiro, ela pinta como quem não quer nada. Chega na moral, dando uma de
Migué, e acaba caindo na boca do povo. Depois desba ratina, vira lero-lero, sai de
fininho e some. Mas, às vêzes, volta arrebentando, sem o menor aviso. Afinal, qual é
a da gíria?
(Cássio Schubsky, Superinteressante)

Linguagem vulgar

34
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Existe uma linguagem vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente
incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com centros
civilizados. Na linguagem vulgar multiplicam-se estruturas com “nóis vai, ele fica”,
“eu di um beijo nela”, “Vamo i no mercado”.

Linguagem regional

Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão,


quanto às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do
ponto de vista fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino,
baiano, fluminense, mineiro, sulino.

Exemplo do falar gaúcho:

Pues, diz que o divã no consultório do analista de Bagé é forrado com um pelego.
Ele recebe os pacientes de bombacha e pé no chão.
Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho.
— O senhor quer que eu deite logo no divã?
— Bom, se o amigo quiser dançar uma marcha, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro
ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder
tempo nem dinheiro.
(Luís Fernando Veríssimo, O Analista de Bagé)

Exemplo do falar caipira:

Aos dezoito anos pai Norato deu uma facada num rapaz, num adjutório, e abriu o pé
no mundo. Nunca mais ninguém botou os olhos em riba dele, afora o afilhado.
— Padrinho, evim cá chamá o sinhô pra mode i morá mais eu.
— Quá,flo, esse caco de gente num sai daqui mais não.
— Bamo. Buli gente num bole, mais bicho… O sinhô anda perrengado…
(Bernardo Élis, Pai Norato)

35
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

4- A LINGUAGEM NA REDAÇÃO

Uma das qualidades do bom texto é justamente o capricho na linguagem. A


variabilidade linguística, ou seja, o repertório do falante revela-se como componente
na construção textual. Há uma série de recomendações, então comecemos por uma
simples.

Existem verbos extremamente empregados dada a sua funcionalidade. Eles são


saudáveis, logo não há nenhum impedimento na sua utilização. O problema reside
justamente na exaustiva repetição, revelando um repertório pequeno do escritor.
Vejamos alguns desses verbos e sugestões para aumentar a variabilidade
linguística.

VERBOS GENÉRICOS

DAR

 O turismo naquela cidade deu bons frutos. (produziu)


 Era necessário dar uma solução. (apresentar)
 Eles deram atenção ao menor abandonado. (dedicaram)
 Os jornais deram a notícia. (publicaram)
 Os investimentos em educação nunca deram bons resultados. (produziram,
causaram)
 O inquérito policial deu quase 500 páginas. (chegou a, rendeu, perfez)
 O Governo deu uma nova visão à economia. (criou, estabeleceu, imprimiu)
 A imprensa deu a culpa ao incidente aos sem-terra. (atribuiu, imputou)
 A mulher, hoje em dia, dá as razões à sociedade das qualidades intrínsecas
desse trabalho. (expõe, mostra)

FAZER

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

 O sistema capitalista faz suas vítimas.


(produz, cria)
 Um sistema educacional forte faz uma nação. (constrói, forma)
 A pobreza faz o desemprego. (ocasiona, produz, origina)
 Enquanto não fizermos nossa parte, a violência continuará existindo.
(realizarmos)

SER

 Tirar o menor da rua é imprescindível. (torna-se)


 O governo é incompetente. (mostra-se)
 O problema fundiário é a distribuição das propriedades. (consistem na)
 A reforma agrária não é apenas um problema do governo. (pertence)

TER

 O governo não tem alternativas. (possui)


 Todo cidadão tem direito a ter suas horas de lazer. (possui); (merece); (obter,
gozar)
 Qualquer cidade tem seus ídolos. (consagra, tributa)
 Tinha de encontrar uma solução. (deveria, necessitaria, precisaria)
 A violência tem estreita relação com o desemprego. (mostra, traz)
 Tinha dito que a natalidade deveria baixar. (disse, afirmou)

37
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

 Apesar disso, tinha um problema. (existia, havia)

FUNÇÕES

As funções da linguagem apontam o direcionamento da mensagem para um ou mais


elementos do circuito da comunicação. Qualquer produção discursiva, linguística
(oral ou escrita) ou extralinguística (pintura, música, fotografia, propaganda, cinema,
teatro etc.) apresenta funções da linguagem.

A ênfase num elemento do circuito de comunicação determina a função de


linguagem que lhe corresponde:

Cada um dos seis elementos da comunicação determina uma função de linguagem.


Raramente se encontram mensagens em que haja apenas uma; na maioria das
vezes o que ocorre é uma hierarquia de funções em que predomina ora uma, ora
outra.

ELEMENTO FUNÇÃO
contexto → referencial
emissor → emotiva
receptor → conativa
canal → fática
mensagem → poética
código → metalinguística

A classificação das funções da linguagem depende das relações estabelecidas entre


elas e os elementos do circuito da comunicação. Esquematicamente, temos:

38
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Função referencial ou denotativa

Certamente a mais comum e mais usada no dia-adia, a função referencial ou


informativa, também chamada denotativa ou cognitiva, privilegia o contexto. Ela
evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos.

É a linguagem da comunicação. Faz referência a um contexto, ou seja, a uma


informação sem qualquer envolvimento de quem a produz ou de quem a recebe.
Não há preocupação com estilo; sua intenção é unicamente informar.

É a linguagem das redações escolares, principalmente das dissertações, das


narrações não-fictícias e das descrições objetivas. Caracteriza também o discurso
científico, o jornalístico e a correspondência comercial. Exemplo:

Todo brasileiro tem direito à aposentadoria. Mas nem todos têm direitos iguais. Um
milhão e meio de funcionários públicos, aposentados por regimes especiais,
consomem mais recursos do que os quinze milhões de trabalhadores aposentados
pelo INSS. Enquanto a média dos benefícios aos aposentados do INSS é de 2,1
salários mínimos, nos regimes especiais tem gente que ganha mais de 100 salários
mínimos.
(Programa Nacional de Desestatização)

Função emotiva ou expressiva

39
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Quando há ênfase no emissor (1ª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e


atitudes, temos a função emotiva, também chamada expressiva ou de exteriorização
psíquica. Ela é linguisticamente representada por interjeições, adjetivos, sinais de
pontuação (tais como exclamações, reticências) e agressão verbal (insultos, termos
de baixo calão), que representam a marca subjetiva de quem fala. Exemplo:

Oh? como és linda, mulher que passas


Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias?
(Vinícius de Moraes)

Observe que em “Luís, você é mesmo um burro!”, a frase perde seu caráter
informativo (já que Luís não é uma pessoa transformada em animal) e enfatiza o
emotivo, pois revela o estado emocional do emissor..
As canções populares amorosas, as novelas e qualquer expressão artística que
deixe transparecer o estado emocional do emissor também pertencem à função
emotiva. Exemplos:

E aí me dá uma inveja dessa gente…


(Chico Buarque)

Não adianta nem tentar


Me esquecer
Durante muito tempo em sua vida
Eu vou viver
(Roberto Carlos & Erasmo Carlos)

Função conativa ou de apelo

A função conativa é aquela que busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo


um apelo ou uma ordem. Pode ser volitiva, revelando assim uma vontade (“Por
favor, eu gostaria que você se retirasse.”), ou imperativa, que é a característica
fundamental da propaganda. Encontra no vocativo e no imperativo sua expressão
gramatical mais autêntica. Exemplos:

40
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Antônio, venha cá!


Compre um e leve três.
Beba Coca-Cola.
Se o terreno é difícil, use uma solução inteligente:
Mercedes-Benz.

Função fática

Se a ênfase está no canal, para checar sua recepção ou para manter a conexão
entre os falantes, temos a função fática. Nas fórmulas ritualizadas da comunicação,
os recursos fáticos são comuns. Exemplos:

Bom-dia!
Oi, tudo bem?
Ah, é!
Huin… hum…
Alô, quem fala?
Hã, o quê?

Observe os recursos fáticos que, embora característicos da linguagem oral,


ganham expressividade na música:

Alô, alô marciano


Aqui quem fala é da Terra.
(Rita Lee & Roberto de Carvalho)

Blá, Blá, Blá, Blá, Blá


Blá, Blá, Blá, Blá
Ti, Ti, Ti, Ti, Ti,
Ti, Ti, Ti, Ti
Tá tudo muito bom, bom!
Tá tudo muito bem, bem!
(Evandro Mesquita)

41
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Atente para o fato de que o uso excessivo dos recursos fáticos denota carência
vocabular, já que destitui a mensagem de carga semântica, mantendo apenas a
comunicação, sem traduzir informação. Exemplo:

— Você gostou dos contos de Machado?


— Só, meu. Valeu.

Função metalinguística

A função metalinguística visa à tradução do código ou à elaboração do discurso,


seja ele linguístico (a escrita ou a oralidade), seja extralinguístico (música, cinema,
pintura, gestualidade etc. — chamados códigos complexos).

Assim, é a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. Um livro


convertido em filme apresenta um processo de metalinguagem, uma pintura que
mostra o próprio artista executando a tela, um poema que fala do ato de escrever,
um conto ou romance que discorre sobre a própria linguagem etc. são igualmente
metalinguísticos. O dicionário é metalinguístico por excelência. Exemplos:

— Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, Seu Paulo. A gente
discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é
outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.
(Graciliano Ramos)

Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã.
(Carlos Drummond de Andrade)

A palavra é o homem mesmo, Estamos feitos de palavras. Elas são a única


realidade ou, ao menos, o único testemunho de nossa realidade.
(Octávio Paz)

“Anuncie seu produto: a propaganda é a arma do negócio.” Nesse exemplo, temos a


função metalinguística (a propaganda fala do ato de anunciar), a conativa (a
expressão aliciante do verbo anunciar no imperativo) e a poética (na renovação de
um clichê, conferindo-lhe um efeito especial).

42
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Função poética

Quando a mensagem se volta para seu processo de estruturação, para os seus


próprios constituintes, tendo em vista produzir um efeito estético, através de desvios
da norma ou de combinatórias inovadoras da linguagem, temos a função poética,
que pode ocorrer num texto em prosa ou em verso, ou ainda na fotografia, na
música, no teatro, no cinema, na pintura, enfim, em qualquer modalidade discursiva
que apresente uma maneira especial de elaborar o código, de trabalhar a palavra.
Exemplos:

Que não há forma de pensar ou crer


De imaginar sonhar ou de sentir
Nem rasgo de loucura
Que ouse pôr a alma humana frente a frente
Com isso que uma vez visto e sentido
Me mudou, qual ao universo o sol
Falhasse súbito, sem duração
No acabar..
(Fernando Pessoa)

Observe, entretanto, que o discurso desviatório necessita de um contexto para


produzir sensação estética, como no poema abaixo, cujo nonsense é altamente
poético no contexto de Alice no País das Maravilhas:

Pois então tu mataste o Jaguadarte!


Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!
Ele se ria jubileu.

Era briluz. As lesmolisas touvas


Roldavam e relvian nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas
E os momirratos davam grilvos.
(Lewis Carrol, traduzido por Augusto de Campos.)

43
COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

5- LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL

A língua é um organismo dotado de variantes linguísticas na linguagem


formal ou padrão e na linguagem informal ou coloquial que possibilitam concluir que
a língua não é homogênea, ou seja, uma só. No que tange a língua informal,
diversas variantes são encontradas, dentre as responsáveis por esse fenômeno
estão as diferenças regionais e o nível social do falante e sua interação com a
linguagem verbal.

As diferenças regionais caracterizam-se pela fonética particular de cada região, isto


é, uma maneira própria de falar do falante, nesse aspecto também pode citar-se o
sotaque. Por exemplo, a fala de um caipira difere-se da fala de um falante da zona
urbana. Quanto ao nível social do falante, observa-se que um operário, geralmente,
não fala do mesmo modo que um advogado.

Depreende-se que não existe uma linguagem “certa” ou “errada”, o que existe é uma
linguagem mais adequada ao meio em que se está, cabendo ao falante, ser
competente linguisticamente, escolher a linguagem formal ou a linguagem informal
conforme a situação de comunicação em que está inserido. É importante mencionar
que a linguagem formal é uma variante padrão e a ela é atribuído valor social e
histórico maior que atribui-se à linguagem informal.

O professor Bechara (1999) afirma que “a linguagem é sempre um estar no mundo


com os outros, não como um indivíduo em particular, mas como parte do todo social,
de uma comunidade”.

A linguagem formal

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

A linguagem formal pode também ser


chamada de linguagem culta ou padrão. Ela é a variante ensinada nas escolas,
presente nos manuais de Gramática e documentos oficiais. Todo o tipo de registro
formal é feito utilizando a linguagem formal.

A linguagem formal deve seguir rigorosamente as regras prescritas pelos manuais


de Gramática. Há preocupação com a pronúncia das palavras, que deve ser feita
corretamente. A linguagem formal não admite contrações de palavras e nem erros
de concordância verbal e de concordância nominal: os plurais não podem ser
esquecidos.

Essa variante da linguagem é usada em ambientes formais, ou seja, em ambientes


onde seja necessário seriedade na comunicação. Alguns desses contextos são
entrevista de emprego, pronunciamentos e discursos, relatórios diversos, alguns
tipos de textos jornalísticos, redações de vestibulares, salas de aula, reuniões de
trabalho, conferências, trabalhos acadêmicos, etc.

A linguagem formal é tida como a variante de prestígio e isso pode ser comprovado
pelo fato de ela ter sido escolhida como forma de registro de documentos oficiais.
Além disso, pessoas que dominam a linguagem formal são privilegiadas em
seleções de emprego e também são mais bem vistas pela sociedade. Essa situação
deu origem ao conceito de preconceito linguístico.

A linguagem informal

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

Oposta à linguagem formal, a linguagem informal é utilizada em contextos informais


e descontraídos de comunicação. Alguns contextos em que a linguagem informal é
usada são conversas com familiares e com amigos, bilhetes, cartas pessoais,
mensagens trocadas pela internet ou então pelo celular, etc.

A linguagem informal admite praticamente todas as coisas que a linguagem formal


proíbe. No registro informal de comunicação são permitidas as contrações de
palavras, os equívocos com relação à concordância verbal e nominal, a redução dos
plurais, a presença de gírias e também os coloquialismos, que são expressões do
tipo “calma aí” e “vamos maneirar”.

É perfeitamente possível que pessoas que dominem a linguagem formal se utilizem


da linguagem informal em determinados momentos. Até por que ninguém se
comunica formalmente o tempo todo. Entretanto, há pessoas que se utilizam do
registro informal devido ao baixo grau de escolaridade e também à falta de acesso
ao aprendizado da linguagem formal.

Além disso, aprender a linguagem informal é mais fácil por haver, desde cedo,
contato com ela. Desde quando as pessoas aprendem a falar e passam a entender
o que é dito ao redor delas há o contato e a absorção da linguagem informal.

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COMUNICAÇÃO DA LINGUAGEM

REFERÊNCIAS

https://www.estudopratico.com.br/linguagem-e-processos-de-comunicacao/>acesso
em 15/06/2020

https://www.coladaweb.com/portugues/a-linguagem-e-os-processos-de-
comunicacao>acesso em 15/06/2020

https://www.devmedia.com.br/definicoes-e-caracteristicas-sobre-gestao-da-
comunicacao/21546>acesso em 15/06/2020

https://www.coladaweb.com/redacao/niveis-da-linguagem>acesso em 15/06/2020

https://www.coladaweb.com/redacao/funcoes-da-linguagem-e-comunicacao>acesso
em 15/06/2020

https://www.coladaweb.com/portugues/linguagem-formal-e-informal>acesso em
15/06/2020

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