Superdotação

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Pensando fora da caixa

sobre as Altas
Habilidades/Superdotação
Invisibilidades visíveis

Mari Lidia Chempcek


Andréa Lúcia Sério Bertoldi
Mari Lidia Chempcek
Andréa Lúcia Sério Bertoldi

Pensando fora da caixa


sobre as Altas
Habilidades/Superdotação
Invisibilidades visíveis

UNESPAR
Universidade Estadual do Paraná
Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

PROFEI
Mestrado Profissional em Educação
Inclusiva
Mari Lidia Chempcek
AUTORA

Andréa Lúcia Sério Bertoldi


ORIENTADORA
De olho no texto/Janete Bridon
Amanda Marynowski
REVISÃO DE TEXTO/ABNT

Mari Lidia Chempcek


EXECUÇÃO DO PROJETO

Mariana Chempcek de Lima e plataforma de


design gráfico Canva
ILUSTRAÇÕES
Descrição técnica do produto

Origem do produto: este e-book é fruto do projeto de pesquisa intitulado A


invisibilidade de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação: concepções
de professores(as) do Ensino Fundamental, desenvolvido no Mestrado
Profissional em Educação Inclusiva (Profei).

Nível de ensino a que se destina: Educação Básica.

Área de conhecimento: Educação e Ensino.

Público-alvo: professores(as) da Educação Básica.

Categoria deste produto: e-book.

Finalidade: auxiliar no processo de identificação de indicadores de Altas


Habilidades/Superdotação.

Disponibilidade: irrestrita, garantindo-se o respeito de direitos autorais, não


sendo permitida a comercialização.

Divulgação: digital.

Instituição envolvida: Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR).

Idioma: português - Brasil.


Como estimular o potencial criativo?

Quando você estiver buscando por novas informações,


seja um EXPLORADOR.

Quando você estiver transformando os seus recursos


em novas ideias, seja um ARTISTA.

Quando você estiver avaliando os méritos de uma ideia,


seja um JUIZ.

Quando você estiver colocando a sua ideia em prática,


seja um GUERREIRO.

(VON OECH, 1986, p. 17, tradução nossa)

“É preciso pensar fora da caixa.”


Apresentação

Este e-book foi elaborado como produto e parte


da dissertação de Mestrado intitulada A
invisibilidade de estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação: concepções de
professores(as) do Ensino Fundamental, de
autoria de Mari Lidia Chempcek, sob orientação
da Prof.ª Dr.ª Andréa Lúcia Sério Bertoldi. Sua
elaboração parte da análise da realidade
educacional e das dificuldades apontadas
pelos(as) professores(as) entrevistados(as)
durante a realização da pesquisa e tem como
objetivo auxiliar os(as) profissionais na
identificação dos(as) estudantes
superdotados(as), favorecendo a desmistificação
de possíveis conceitos prévios equivocados, para
que, assim, as necessidades educacionais desse
público sejam atendidas.

ra!
Boa leitu
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Teste

Dica de leitura

Centros e Núcleos de desenvolvimento


de talentos e habilidades

Dados estatísticos do Censo Escolar

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1
SUMÁRIO

Leitura introdutória

2
Afinal, o que são as Altas Habilidades/Superdotação?

3
Altas Habilidades/Superdotação é um assunto novo no
Brasil, não é?

4
Os(As) estudantes com Altas Habilidades/Superdotação
são considerados(as) público-alvo da Educação Especial?

5
Como a legislação educacional brasileira define os(as)
estudantes com Altas Habilidades/Superdotação?

6
Podem existir diferentes tipos de Altas
Habilidades/Superdotação?
7
SUMÁRIO
Quais características são mais comuns nos(as)
estudantes com Altas Habilidades/Superdotação?

8
Altas Habilidades/Superdotação têm um CID para
classificação?

9
Qual é a incidência das Altas Habilidades/Superdotação
no contexto educacional brasileiro?

10
Qual é a incidência das Altas Habilidades/Superdotação
no contexto educacional do Estado do Paraná?

11
Como pode ocorrer o processo inicial de identificação
de indicadores das Altas Habilidades/Superdotação?

12
O laudo que o(a) estudante tem Altas
Habilidades/Superdotação é exigência para a matrícula
e frequência no Atendimento Educacional Especializado
e, consequentemente, para o registro no Censo
Escolar?
13
SUMÁRIO
Então o(a) estudante superdotado(a) tem direito ao
Atendimento Educacional Especializado ?

14
Dicas para professores(as) de estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação

15
Dicas para conhecer mais sobre a temática Altas
Habilidades/Superdotação

16
Alguns filmes e séries sobre as Altas
Habilidades/Superdotação

17
Uma história para refletirmos sobre as Altas
Habilidades/Superdotação

18
Algumas considerações
Leitura introdutória

Simplesmente
Alice
Um breve relato, nem
tão fictício assim...

Alice sempre foi uma criança diferente. Curiosa, ela


explorava tudo a sua volta com seus olhinhos
brilhantes que pareciam bolinhas de gude.
A precocidade foi percebida desde muito cedo, já nas
primeiras palavras o vocabulário rico envolvia a todos.
Outras crianças por perto? Nem pensar!
Alice só queria brincar com os adultos e os primos mais
velhos.
E o comportamento? Ah, esse era terrível!
Chorava até conseguir o que queria, era teimosa e
muitos diziam:
- Quanta birra faz essa menina!
E, assim, não teve jeito, uma visita ao neuropediatra foi
realizada.
O doutor tratou de acalmar a mãe de Alice e dizer que
logo tudo iria mudar...
Ora, ora, será que ele já sabia o que estava por vir?

Assim continuava Alice, durante o dia, corria, mexia e


remexia, parecia ligada à eletricidade de alta tensão.
Criava suas próprias brincadeiras e transformava os
objetos, podendo, a partir deles, viajar pela sua
imaginação.
Não gostava dos brinquedos “prontos”, queria mesmo
construir os seus, montava e desmontava, recortava e
colava, e zás, lá estavam eles prontos.
Alice se transformava em qualquer coisa que desejasse:
bailarina, astronauta, professora, designer de moda,
detetive, filósofa, cientista, pesquisadora e até
exploradora.

À noite, as histórias eram incansáveis e tomavam conta


da escuridão que se aproximava, sem se preocupar em
descansar, pois sua vontade era não dormir nunca e
aproveitar para conhecer mais e mais...

Dias e noites foram passando, e nada de Alice


sossegar...
Será que essa menina não vai cansar?
Será que vamos dar conta?
Será que tem TDAH?
E essa dificuldade de socialização?
A mãe pensava que a escola a colocaria na “linha”.

Seria ilusão?

No seu primeiro dia na escola, já na entrada, nem olhou


para trás para despedir-se; simplesmente foi em busca
de novos desafios, pois isso sim era o que a movia...

Durante as aulas, o seu repertório vasto encantava pela


profundidade, mas isso se tornou um problemão
porque as outras crianças não a compreendiam e
ninguém naquela idade queria saber o que era
Filosofia, muito menos ouvir sobre aquele tal Mário
Sérgio Cortella...
Os anos foram passando e os livros se tornaram os seus
melhores e inseparáveis amigos, com leituras cada vez
mais aprofundadas.
Ah, esse sim era o melhor momento do dia para Alice.

Em meio a tudo isso, a mãe finalmente percebeu que


de nada adiantaria seguir sozinha nessa caminhada e
foi solicitar a ajuda de uma equipe de avaliação.

Agora sim, tudo ficou mais nítido e o óbvio foi dito:

- Essa menina tem


Altas Habilidades/Superdotação!
Ao mesmo tempo, veio a indicação de realizar a
aceleração. Nesse momento, muitas dúvidas surgiram,
mas como a própria Alice disse:

- Já não era sem tempo!

Assim foi feito, com o apoio dos profissionais da escola,


que diziam ser uma grande novidade, mas que
estavam dispostos a realizar o processo.

Em sala de aula, agora, Alice tem todo o apoio que


precisa, tem amigos que a compreendem e realiza
atividades de enriquecimento. Além disso, continua
inventando suas “artes”, lê quatro ou cinco livros ao
mesmo tempo, estuda, viaja, desenha, faz cursos e
oficinas.
Ela se diverte, mas ainda não para quieta...
e penso que nunca vai parar...

De lá para cá, Alice vem se desafiando a aprender


coisas novas a cada dia, desenvolveu suas habilidades e
descobriu suas potencialidades, se conhece melhor e
busca superar as suas dificuldades. A percepção e a
identidade de que é superdotada foram construídas e,
como ela mesma diz:

- Estou onde sempre deveria estar!


Afinal, o que são as Altas
Habilidades/Superdotação?

Altas Habilidades/Superdotação podem ser


consideradas um fenômeno complexo, em que
estudantes apresentam traços e características
próprias, com destaques em áreas distintas e com
diferentes capacidades. Portanto, não é um conceito
fácil de se definir, pois requer uma visão
multidimensional devido às especificidades e à
heterogeneidade presentes.
Outra questão a ser considerada é que as definições
para Altas Habilidades/Superdotação vêm passando
por grandes mudanças nos últimos tempos, e a
concepção que se tem sobre inteligência é fundante
nesse processo, pois ambos os conceitos se
relacionam. Assim, para auxiliar nessa compreensão,
trazemos as seguintes definições:

Inteligência
É [...] um potencial [...] a inteligência não é um
biopsicológico para processar conceito unitário, mas há
informações que pode ser vários tipos de inteligência e,
ativado num cenário cultural desta forma, definições únicas
para solucionar problemas ou não podem ser usadas para
criar produtos que sejam explicar este complicado
valorizados numa cultura. conceito.

(GARDNER, 2000, p. 47) (RENZULLI, 1998, p. 5, tradução


nossa)
Nesse construto, recorremos a duas teorias
contemporâneas que consideramos
complementares e que têm sido referência nos
Atendimentos Educacionais Especializados para
estudantes que apresentam Altas
Habilidades/Superdotação, pois estas nos
auxiliarão no entendimento de seu conceito,
sendo: A Teoria das Inteligências Múltiplas
(GARDNER, 1995, 2000) e a Teoria de
Superdotação no Modelo dos Três Anéis
(RENZULLI, 1998, 2004, 2014, 2018).

Essas teorias consideram diferentes perspectivas


para compreendermos os(as) estudantes e
enfatizam a relevância dos aspectos cognitivos,
biológicos e ambientais que os formam. Além de
considerarem as individualidades de cada um(a)
para seu reconhecimento e, consequentemente,
a proposição dos trabalhos que podem ser
realizados.
Teoria das Inteligências
Múltiplas

A Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard


Gardner (1995, 2000) propõe que as inteligências
são potenciais que podem ou não ser ativados,
devido ao contexto social de cada indivíduo. Essa
compreensão permite-nos afirmar que
inteligências não são quantificáveis, nem
estáticas, podem ser desenvolvidas e têm origem
genética, mas dependem dos estímulos
ambientais para desenvolver-se. Nessa teoria, as
inteligências acontecem simultaneamente, inter-
relacionam-se e complementam-se entre si,
sendo descritas pelo referido autor como sendo
oito inteligências e tendo em processo de
estudos uma nona, denominada existencial.
Para saber mais sobre as Inteligências Múltiplas,
acesse o vídeo:
Pensadores na Educação: Howard Gardner e as
inteligências múltiplas

Inteligências Múltiplas na prática:

Dica de leitura
Jogos para estimulação das Inteligências
Múltiplas – Celso Antunes

Dica de teste
Testando as Inteligências Múltiplas em
você e em seus(suas) estudantes
A concepção de Superdotação no Modelo dos
Três Anéis, proposta por Renzulli (1998, 2004,
2014, 2018), tem permitido amplas discussões no
campo educacional. Para o autor, as Altas
Habilidades/Superdotação podem ocorrer em
qualquer área da inteligência. Essa teoria busca
mostrar as principais dimensões do potencial
humano para a criatividade produtiva. Seu nome
deriva da própria estrutura conceitual, de um
conjunto de três traços distintos que se inter-
relacionam e interagem entre si, representados
graficamente a seguir.

Fonte: Renzulli (2014, p. 233).


Para Renzulli (2014, 2018), os três traços que
compõem o comportamento de Superdotação
são: habilidade acima da média (que pode ser
definida como gerais ou específicas),
envolvimento com a tarefa e criatividade. Veja, a
seguir, como o autor define cada um deles.

ENVOLVIMENTO COM A
HABILIDADE ACIMA DA TAREFA
MÉDIA
•Expressivo interesse do
• Habilidades gerais: consiste sujeito sobre uma
na capacidade de processar determinada tarefa, problema
informações, de interpretar
ou uma área específica. São
experiências que resultem em
traços não intelectivos,
respostas apropriadas,
encontrados em indivíduos
adaptativas e de engajar em
pensamento abstrato. criativos e produtivos,
Normalmente, é mais expressos pela capacidade de
valorizada no contexto escolar. concentração, de perseverança
• Habilidades específicas: e de motivação intrínsecas.
capacidade em adquirir
conhecimentos e técnicas ou
habilidades na execução de CRIATIVIDADE
atividades específicas. São
habilidades que dificilmente •Consiste em juntar
serão medidas por testes, e informações e encontrar novas
algumas podem ser avaliadas soluções. É representada por
por meio de observações de traços que englobam a
expertises. originalidade de pensamento,
as abordagens inovadoras, a
inventividade e a disposição
em desafiar convenções e
tradições.

Fonte: Elaborado pelas autoras com base em Renzulli (2004, 2014, 2018).
Em relação aos três anéis, Renzulli
(2004) destaca ainda que os
comportamentos de Superdotação
consistem naqueles que refletem a
interação entre os três grupos
descritos, e que estudantes com
Altas Habilidades/Superdotação são
aqueles(as) que possuem ou são
capazes de desenvolver esses
traços, da mesma forma que os
aplicam a qualquer área de
desempenho.

É importante ressaltar que nenhum dos traços,


sozinho, “faz a superdotação”. [...]. Ao contrário, é
a interação dos três conjuntos que a pesquisa
tem demonstrado ser o ingrediente necessário
para as realizações produtivo-criativas [...]. É
também importante apontar que cada conjunto
desempenha um papel importante na
contribuição para o desenvolvimento de
comportamentos superdotados.
(RENZULLI, 2014, p. 235).
Nessa perspectiva, o comportamento superdotado
consiste em pensamentos e ações resultantes da
interação entre os três traços descritos.

Crianças que manifestam ou são capazes


de desenvolver uma interação entre os
três grupos requerem uma ampla
variedade de oportunidades educacionais,
de recursos, de encorajamento acima e
além daqueles providos ordinariamente
por meio de programas regulares de
instrução.
(RENZULLI, 2014, p. 246).

Para saber mais sobre as Altas


Habilidades/Superdotação, a partir da concepção de
Joseph Renzulli, acesse o vídeo:
"O que é superdotação?".

Dica de leitura
O que é esta coisa chamada Superdotação e como a
desenvolvemos? Uma retrospectiva
de vinte e cinco anos
Altas Habilidades/Superdotação
é um assunto novo no Brasil,
não é?

Não, o interesse por estudantes superdotados(as) no


contexto educacional brasileiro teve início por volta da
década de 1930, sendo a psicóloga e pedagoga russa
Helena Antipoff uma das precursoras desse tema
(RANGNI; COSTA, 2011). As primeiras publicações
também datam dessa mesma época e foram
denominadas: "Educação dos super-normais[1]: Como
formar as elites nas democracias", de Leoni Kaseff,
datada de 1931; "O dever do Estado relativamente aos
mais capazes", de 1932; e "Problema da Educação dos
bem-dotados"[2], de 1933, de Estevão Pinto (NOVAES,
1979; GAMA, 2006).
Desde então, vários avanços têm sido percebidos nessa
área, como apresentaremos na sistematização a seguir,
que traz alguns marcos normativos e históricos da
Educação Especial no contexto nacional e,
posteriormente, no contexto do estado do Paraná,
referente às Altas Habilidades/Superdotação.

[1] Termo utilizado no texto legislativo na época e por Leoni Kaseff, assistente
técnico da Universidade do Rio de Janeiro e catedrático do Liceu Nilo Peçanha.
[2] Termo utilizado por Estevão Pinto, que foi professor, antropólogo e sociólogo.
Marcos normativos e históricos da Educação Especial
no contexto nacional que se referem às Altas
Habilidades/Superdotação

Reforma do Instituída no Rio de Janeiro a Reforma do Ensino


Ensino Primário, Primário, Profissional e Normal que
1929
Profissional e incluiu, em seu Regulamento, disposições sobre a
Normal seleção de alunos(as) brilhantes.

Fundada a Por intermédio de Helena Antipoff, a Sociedade


Sociedade Pestalozzi, do Rio de Janeiro, criou atendimentos,
1945
Pestalozzi do em áreas de habilidades diversas, a pequenos grupos
Brasil de adolescentes bem-dotados(as).

Declaração
Realizada a Assembleia
1948 Universal dos
Geral das Nações Unidas.
Direitos Humanos

Lei de Diretrizes e
Dispõe sobre a
Bases da
educação dos excepcionais em perspectiva de
1961 Educação
integração, subtende os(as)
Nacional – LDB Nº
superdotados(as) como parte desse público.
4.024/1961

Criada, no Ministério da Educação e Cultura, junto ao


Conselho Federal de Educação, uma
Portaria
1967 comissão para estabelecer critérios para a
Ministerial
identificação e o atendimento aos(às) estudantes
superdotados(as).

Criado, no Ministério da Educação e Cultura, um Grupo


Decreto Nº
1969 de Trabalho para estudar o
64.920/1969
problema do excepcional em seus vários aspectos.

Altera
Emenda
a Constituição do Brasil de 1967 e, no Art. 175,
1969 Constitucional
parágrafo 4º, dispõe sobre
Nº 1
a educação dos(as) excepcionais.

Lei de Diretrizes e
A segunda LDB do Brasil prevê no Art. 9º tratamento
Bases da
especial aos(às) excepcionais. O termo superdotado
1971 Educação
passa a ser veiculado nos documentos
Nacional – LDB Nº
oficiais e no sistema educacional.
5.692/1971
Criação do Centro Nacional de Educação Especial
Decreto Nº (CENESP), com a finalidade de promover a
1973 72.425/1973 expansão e a melhoria do atendimento aos(às)
excepcionais, incluindo no texto os(as)
superdotados(as).

Criada junto à Fazenda Rosário, em Belo Horizonte, a


Associação Milton
Associação Milton Campos, com o
1973 Campos
objetivo de Desenvolvimento e Assistência a Vocações
de Bem-Dotados (ADAV).

Criado o Núcleo
de Apoio à Criado o NAS em Brasília, que atuou e contribuiu com
1975 Aprendizagem do atendimentos aos(às) superdotados(as) em
Superdotado nível de ensino de 1º grau.
(NAS)

Criada a Tinha como objetivos colaborar com instituições


Associação públicas e particulares, realizar trocas
1978 Brasileira de de conhecimento e experiência entre indivíduos e
Superdotação instituições e promover
(ABSD) encontros, seminários e pesquisas.

Regulamenta a Portaria Ministerial Nº 477/1977 que


Portaria define e delimita
1978 Interministerial o público a ser atendido pela Educação Especial, e
Nº 186/1978 dispõe sobre diagnóstico,
encaminhamento, supervisão e controle.

Plano Nacional
O Plano Nacional de Educação Especial (PLANESP)
da
1979 estabelece diretrizes de ação
Educação
para a Educação Especial.
Especial

Institui o Comitê Nacional para traçar uma política de


ação conjunta, destinada a
Decreto aprimorar a Educação Especial e a integrar, na
1985
Nº 91.827/1985 sociedade, as pessoas portadoras
de deficiências, problemas de conduta e
superdotadas.
Propõe a criação de uma Comissão composta por
Indicação membros do Conselho Federal de
1986
Nº 15/1986 Educação e do CENESP para incentivar ações de
atendimento ao(à) superdotado(a).

Define os públicos a que se destina a Educação


Portaria Nº
1986 Especial, traz uma definição de Superdotação que
69/1986
se mantém, atualmente, quase intacta.

Constitui a Comissão para elaboração de subsídios que


Portaria permitiam aos Conselhos Estaduais
1986
Nº 88/1986 de Educação incentivar ações de atendimento ao(à)
superdotado(a).

O Centro Nacional
de Educação
A Secretaria de Educação Especial passa a ser o órgão
Especial (CENESP)
central de direção superior do Ministério da Educação
1986 passa a ser a
e oferece subsídios para a organização e o
Secretaria de
funcionamento dos serviços especializados.
Educação Especial
(SESPE)

Prevê, no Capítulo
III, Art. 208, inciso V, o acesso aos níveis mais elevados
Constituição da do ensino, da
República pesquisa e da criação artística, segundo a
1988
Federativa do capacidade de cada um. Também
Brasil dispõe sobre o Atendimento Educacional
Especializado, o qual deve ser preferencialmente na
rede regular de ensino.

Extingue a As atribuições relativas à educação especial passam a


1990 Secretaria de ser da Secretaria Nacional de Educação
Educação Especial Básica/SENEB.

Dispõe sobre o
1990 Lei Nº 8.069/1990
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Recriada a
Recriada a Secretaria de Educação Especial na
1992 Secretaria de
estrutura do Ministério da Educação.
Educação Especial

Política Nacional
1994 da Educação O termo "altas habilidades" passa a ser utilizado.
Especial
Recomenda a inclusão de conteúdos e disciplina de
Portaria Nº Educação Especial
1994
1.793/1994 nos cursos de formação de professores de nível
superior.

Subsídios para
organização e
funcionamento de Propostas de diretrizes, com indicações de normas
1995 Serviços de gerais para a identificação e o atendimento do(a)
Educação Especial portador(a) de altas habilidades/superdotados(as).
- Área de Altas
Habilidades

A LDB Nº 9.394/1996
tornou obrigatória e gratuita a Educação Básica e
Lei de Diretrizes e
passou a abranger a terminologia "educandos com
Bases da
necessidades especiais". Essa lei prevê o atendimento
1996 Educação
da Educação Especial preferencialmente na rede
Nacional Nº
regular de ensino, a aceleração para concluir em menor
9.394/1996
tempo o programa escolar e não faz menção ao termo
"altas habilidades".

Congresso
Internacional e III
Realização do Congresso Internacional e III Ibero
1998 Congresso Ibero
Americano sobre Superdotação, em Brasília.
Americano sobre
Superdotação

Institui as Diretrizes Nacionais para a Educação


Resolução Nº
2001 Especial na Educação Básica e passa a utilizar o termo
2/2001
"Altas Habilidades/Superdotação".

Estabelece as
Parecer Nº
2001 Diretrizes Curriculares para a Educação Especial, na
17/2001
Educação Básica.

Institui o Plano Nacional da Educação e destaca a


2001 Lei Nº 10.172/2001 perspectiva de escolas inclusivas, que
garantam o atendimento à diversidade.

Conselho Brasileiro O Conselho Brasileiro para Superdotação (CONBRASD)


para foi concebido em 15 de novembro de 2002, em Lavras,
2002
Superdotação Minas Gerais, e fundado em 29 de março de 2003, em
(CONBRASD) Brasília, Distrito Federal.
Núcleos
de Atividade das Implantação dos Núcleos de Atividade das Altas
2005 Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S em todos
Habilidades/Super os estados e no Distrito Federal.
dotação – NAAH/S

Dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado


Decreto Nº
2008 e passa a utilizar o termo "Altas Habilidades ou
6.571/2008
Superdotação", colocando ambos como sinônimos.

Plano Nacional de
Educação
Institui diretrizes que fundamentam uma política
2008 Especial na
pública voltada à inclusão escolar.
Perspectiva da
Educação Inclusiva

Resolução Nº Institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento


2009
4/2009 Educacional Especializado na Educação Básica.

Decreto Nº Dispõe sobre a Educação Especial, o Atendimento


2011
7.611/2011 Educacional Especializado e dá outras providências.

Aprova o Plano Nacional de Educação Especial na


Perspectiva da Educação Inclusiva e estabelece
2014 Lei Nº 13.005/2014
vinte metas para a Educação Brasileira que devem ser
cumpridas até o ano de 2024.

Altera a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional - LDB Nº 9.394/1996,
para dispor sobre a identificação, o cadastramento e
2015 Lei Nº 13.234/2015
o atendimento, na Educação Básica e na Educação
Superior, de alunos com Altas Habilidades ou
Superdotação.

Cria a Secretaria de Modalidades Especializadas de


Decreto
Educação, extinguindo a Secretaria de Educação
2019 Nº 9.465/2019
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
(SECADI).

Altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


- LDB Nº 9.394/1996, para dispor sobre a modalidade
de educação bilíngue de surdos, acrescentando o
Lei Nº Capítulo V-A, que trata da Educação Bilíngue de
2021
14.191/2021 Surdos e traz a nomeação explícita dos surdos com
Altas Habilidades ou Superdotação, no Art. 60-A, sendo
este o primeiro público que apresenta Dupla
Excepcionalidade a ser nomeado na LDB.

Fonte: Elaborado pelas autoras com base em Alencar e Fleith (2001), Chempcek (2022), Delou (2007), Gama (2006), Novaes (1979),
Rangni e Costa (2011).
PRINCIPAIS MARCOS
Marcos normativos e históricos da Educação Especial
no contexto do Estado do Paraná, que referem às/à
Altas Habilidades/Superdotação
Estabelece normas para a matrícula de ingresso, por
transferência e em regime de progressão
parcial, aproveitamento de estudos, classificação,
Deliberação Nº reclassificação, adaptações, revalidação e
2001
9/2001 equivalência de estudos feitos no exterior e
regularização da vida escolar em estabelecimentos
que ofertem Ensino Fundamental e Ensino Médio nas
suas diferentes modalidades.

O Conselho Estadual de Educação do Paraná


Deliberação Nº estabelece as Normas para Educação Especial no
2003
2/2003 Sistema de Ensino do Estado, voltada para todos os
estudantes da Educação Básica.

Sala de Recursos
para o trabalho
Implantação da primeira Sala de Recursos, no Instituto
com estudantes
2004 de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto, para
superdotados(as)
o trabalho com estudantes superdotados(as).
no Estado do
Paraná

Estabelece critérios para o funcionamento da Sala de


Instrução Nº
2008 Recursos, na área de Altas Habilidades/Superdotação,
16/2008
para a Educação Básica.

Autoriza a implantação do Núcleo de Atividades de


Resolução Nº
2009 Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S
2.613/2009
Londrina/PR.

Cria, no âmbito da Secretaria Estadual de Educação


Resolução Nº
2009 do Paraná – SEED, o Núcleo de Atividades de Altas
884/2009
Habilidades/Superdotação – NAAH/S-PR.

Estabelece critérios para o funcionamento das Salas de


Instrução Nº
2011 Recursos Multifuncionais Tipo I, para a Educação Básica
10/2011
na área das Altas Habilidades/Superdotação.

Deliberação Nº Estabelece Normas para a Modalidade Educação


2016
2/2016 Especial no Sistema Estadual de Ensino do Paraná.

Estabelece que professores(as) dispostos(as) a


trabalhar na área da Educação Especial possuam
Resolução Nº
2019 formação em nível de Graduação em qualquer área da
2/2019
Educação e Pós-Graduação lato sensu na área da
Educação Especial.

Fonte: Elaborado pelas autoras com base em Chempcek (2022) e Matos (2021).
Dessa forma, referenciar as Altas
Habilidades/Superdotação como “novidade” ou
“algo novo” no contexto educacional nacional
e/ou estadual provavelmente não caiba a este
contexto e não possa mais estar presente em
nossos discursos. Devemos considerar que esse(a)
estudante faz parte da diversidade que
atendemos em nossas salas de aula, necessitando
ser atendido(a) em suas especificidades, e o fato
de estar incluído(a) nos espaços educacionais não
garante, por si só, esse atendimento.

Para saber mais sobre o contexto histórico das Altas


Habilidades/Superdotação no contexto educacional
brasileiro, acesse:

Altas Habilidades/Superdotação: Uma larga brecha entre


as letras do papel e o chão da escola
Os(as) estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação são
considerados(as) parte do
público da Educação Especial?

Sim, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional - LDB Nº 9.394/1996 -, a
Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e a
Resolução Nº 4/2009 e a Lei Nº 12.796/2013 fazem
parte do público da Educação Especial os(as)
estudantes com:

“[...] deficiência, com transtornos globais


do desenvolvimento e com altas
habilidades/superdotação”
(BRASIL, 2008, p. 15).
Como a legislação educacional
brasileira define os(as)
estudantes
com Altas Habilidades/Superdotação?

No Brasil, os(as) estudantes com Altas Habilidades/Superdotação


são definidos(as) pela Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) como
aqueles(as) que

[...] demonstram potencial elevado em qualquer uma das


seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual,
acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de
apresentar grande criatividade, envolvimento na
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu
interesse. (BRASIL, 2008, p. 11).

Essa definição pode ser compreendida como a


combinação de parte da definição apresentada no
Relatório Marland (MARLAND JR., 1972), o qual define:

Crianças superdotadas e talentosas são aquelas identificadas por


profissionais qualificados que, em virtude de habilidades destacadas,
são capazes de elevado desempenho. São crianças que necessitam de
atendimentos diferenciados, programas educacionais e/ou serviços
além daqueles normalmente oferecidos pelo programa escolar regular,
a fim de realizar contribuições para si mesmas e para a sociedade. São
crianças capazes de alto desempenho, incluindo aquelas com
capacidade e potencial em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas
ou combinadas:
1. Habilidade intelectual geral.
2. Aptidão acadêmica específica.
3. Pensamento criativo ou produtivo.
4. Habilidade de liderança.
5. Talento especial para artes visuais e cênicas.
6. Habilidade psicomotora. (MARLAND JR., 1972, p. 8, tradução nossa).
Além de apresentar parte da definição de Superdotação
de Renzulli (1986) quando descreve que:

O comportamento superdotado consiste nos


comportamentos que refletem uma interação entre três
agrupamentos básicos de traços humanos – sendo esses
agrupamentos habilidades gerais e específicas acima da
média, elevados níveis de comprometimento com a tarefa
e elevados níveis de criatividade. As crianças
superdotadas e talentosas são aquelas que possuem ou
são capazes de desenvolver estes conjuntos de traços e
que os aplicam a qualquer área potencialmente valiosa do
desempenho humano. (RENZULLI, 1986, p. 11-12).

Nesse sentido, é importante destacar o texto da


Resolução Nº 2/2001, que institui as Diretrizes Nacionais
para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL,
2001, p. 2), a qual descreve os(as) estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação como aqueles(as) que
apresentam grande facilidade de aprendizagem,
levando-os(as) a dominar rapidamente conceitos,
procedimentos e atitudes. Como consequência, esses(as)
estudantes possuem condições de aprofundar e
enriquecer os conteúdos escolares seja por meio do
enriquecimento realizado em sala de aula regular, no
Atendimento Educacional Especializado ou em núcleos
ou centros de desenvolvimento de talentos e de
habilidades.
Conheça alguns centros e núcleos de
desenvolvimento de talentos e habilidades:

Núcleo de Atendimentos às Altas


Habilidades/Superdotação - NAAH/S Londrina

Lista de Núcleos de Atendimentos às Altas


Habilidades/Superdotação – NAAH/S no Brasil

Mensa Brasil

Para saber mais sobre a legislação brasileira referente às


Altas Habilidades/Superdotação, acesse o vídeo:

Políticas Públicas e Legislação nas


Altas Habilidades ou Superdotação
Podem existir diferentes tipos de
Altas Habilidades/Superdotação?

Para fins didáticos, Renzulli (1986) diferencia dois tipos de


Altas Habilidades/Superdotação, descrevendo
características diferenciadas para cada um deles, porém é
possível que um(a) superdotado(a) apresente
características de ambos os tipos, pois ocorrem interações
entre eles. Renzulli (2018, p. 23) explica que

[...] estes dois tipos de superdotação não são


mutuamente exclusivos, mas a distinção é
importante devido às implicações para as formas
pelas quais desenvolvemos comportamentos
superdotados em contextos educacionais.

De acordo com o referido autor, a Superdotação pode ser:

SUPERDOTAÇÃO DO TIPO PRODUTIVA


SUPERDOTAÇÃO DO TIPO ACADÊMICA CRIATIVA
É o tipo mais facilmente mensurado pelos Este tipo de superdotação "[...] descreve
testes padronizados de capacidade e, dessa aqueles aspectos da atividade e do
forma, o tipo mais convenientemente desenvolvimento humanos nos quais se
utilizado para selecionar alunos para os incentiva o desenvolvimento de ideias,
programas especiais. As competências que produtos, expressões artísticas originais e
os jovens apresentam nos testes de áreas do conhecimento que são
capacidade cognitiva são exatamente os propositalmente concebidas para ter um
tipos de capacidades mais valorizados nas impacto sobre uma ou mais plateias-alvo
situações de aprendizagem escolar (target audiences). As situações de
tradicional, que focalizam as habilidades aprendizagem concebidas para promover a
criativas ou práticas. [...] a superdotação superdotação produtivo-criativa enfatizam o
acadêmica: ela existe em graus variados; uso e a aplicação do conhecimento e dos
pode ser facilmente identificada através de processos de pensamento de uma forma
técnicas padronizadas e informais de integrada, indutiva e orientada para um
identificação [...]. (RENZULLI, 2004, p. 82). problema real. (RENZULLI, 2004, p. 83).
Quais características são mais
comuns nos(as) estudantes com
Altas Habilidades/Superdotação?

No decorrer dos questionamentos deste e-book,


temos percebido que os(as) estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação formam um grupo
heterogêneo e isso tem sido reafirmado por diversas
autoras da área (FREEMAN; GUENTHER, 2000;
SABATELLA, 2008; VIRGOLIM, 2019). Em decorrência
desse fato, a literatura especializada apresenta uma
diversidade de características que são comuns a esse
público.

Apresentaremos algumas características que podem


auxiliar na percepção de indicadores de Altas
Habilidades/Superdotação em seus(suas) estudantes,
sendo importantes facilitadores para o processo de
identificação inicial e que foram adotadas por Pérez e
Freitas (2016) para a estruturação de instrumentos de
identificação de indicadores de Altas
Habilidades/Superdotação, que discorreremos em
um momento posterior.
As características apontadas podem ser
indicadoras de Altas Habilidades/Superdotação.
Observe as que seu(sua) estudante que vem se
destacando tem apresentado e assinale-as.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Precocidade na leitura e gosto pela leitura.

Interesses variados e diferenciados aos dos seus pares.

Preferência por relacionar-se com pessoas mais velhas ou mais novas do que ela.

Assincronismo (afetivo-intelectual, intelectual-psicomotor, da linguagem e do raciocínio, escolar-social e nas relações


familiares).
Sentimento da diferença, na sua forma de pensar, sentir ou agir em relação às demais pessoas.

Preferência por trabalhar/estudar sozinhos(as).

Nível de exigência mais elevado.

Perfeccionismo.

Independência e autonomia.

Senso de humor desenvolvido.

Capacidade de observação muito elevada.

Gosto e preferência por jogos que exigem estratégia.

HABILIDADE ACIMA DA MÉDIA

Apresenta um vocabulário muito mais avançado e rico do que os colegas ou demais pessoas da sua idade.

Tem uma capacidade analítica e dedutiva muito desenvolvida.

Tem uma memória muito destacada (especialmente em assuntos que lhe interessam, comparado a outras pessoas de sua
idade).

Possui muitas informações sobre os temas que são de seu interesse.

Destaca-se nas atividades de seu interesse.

Adapta-se facilmente a situações novas ou as modifica.

Aprende fácil e rapidamente coisas que lhe interessam e as amplia a outras áreas.

Tem capacidade de generalização destacada.

Possui um pensamento abstrato muito desenvolvido.

Tem um raciocínio lógico-matemático muito desenvolvido (não só na matemática).


CRIATIVIDADE

É extremamente curioso(a).

As ideias que propõe são vistas como diferentes ou esquisitas pelos demais.

Gosta de criticar construtivamente e não aceita autoritarismo sem criticá-lo.

É muito imaginativo(a) e inventivo(a).

Tem muitas ideias, soluções e respostas incomuns, diferentes e inteligentes.

Gosta de arriscar-se e de enfrentar desafios.

Faz perguntas provocativas (perguntas difíceis, que exploram outras dimensões não percebidas, que expressam crítica,
inquietude intelectual).

É inconformista e não se importa em ser diferente.

Sabe compreender ideias diferentes das suas.

Fica chateado(a) quando tem de repetir um exercício/uma tarefa sobre algo que já sabe.

Descobre novos e diferentes caminhos para a solução de problemas.

É questionador(a) quando algum adulto fala algo com o qual não concorda.

Não é muito adepto(a) a cumprir regras, especialmente quando as considera injustas ou sem sentido.

COMPROMETIMENTO COM A TAREFA

Deixa de fazer outras coisas para envolver-se em uma atividade que lhe interessa.

Tem sua própria organização.

É muito seguro(a) e, às vezes, teimoso(a) em suas convicções.

Sabe distinguir as consequências e os efeitos de ações.

Dedica muito mais tempo e energia a algum tema ou atividade que gosta ou lhe interessa.

É muito exigente e crítico(a) consigo mesmo(a) e nunca fica satisfeito(a) com o que faz.

Insiste em buscar soluções para os problemas.

É persistente nas atividades que lhe interessam e busca concluir as tarefas.

Não precisa de muito estímulo para terminar um trabalho que lhe interessa.

Sabe identificar as áreas de dificuldade que podem surgir em uma atividade.

Sabe estabelecer prioridades com facilidade.

Consegue prever as etapas e os detalhes para realizar uma atividade.

É interessado(a) e eficiente na organização das tarefas.

Treina por conta própria para aprimorar sua técnica.


LIDERANÇA

Elevada persuasão.

Capacidade de argumentação e convencimento.

Autossuficiência.

Tendência a organizar o grupo.

Capacidade de cooperação.

Elevada persuasão.

Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de Pérez e Freitas (2016, p. 17-18).

Considerando que não existe um perfil único de Altas


Habilidades/Superdotação, não se espera que todas as
características sejam assinaladas, nem que todos os
comportamentos descritos nelas sejam apresentados,
mas, se várias delas forem indicadas, há uma grande
possibilidade de confirmação do potencial elevado e,
devido a isso, o(a) estudante deve ser encaminhado(a)
para continuidade no processo de identificação, seja por
meio de uma avaliação
psicoeducacional/multiprofissional ou de potencial
intelectual ou, ainda, para o Atendimento Educacional
Especializado.

Reconhecer, respeitar, nutrir e abraçar a diversidade da


nossa população como um todo significa desenvolver
potenciais e encorajar em cada uma de nossas crianças a
busca do seu pleno desenvolvimento social e afetivo,
para a conquista da autorrealização. Esse é,
inequivocadamente, um direito de todos.
(VIRGOLIM, 2019, p. 205).
Altas Habilidades/Superdotação
têm um CID para classificação?

Não, as Altas Habilidades/Superdotação não


possuem um Código Internacional de Doenças (CID),
pois não são consideradas uma patologia; assim
sendo, não fazem parte do Manual de Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais 5ª edição (DSM-V),
nem mesmo do CID-11, pois, como já descrevemos
anteriormente, elas são evidências comportamentais
demonstradas em diferentes contextos e situações
da vida cotidiana (DELOU, 2020). Nesse sentido, é
importante destacarmos, também, que as Altas
Habilidades/Superdotação não podem ser
classificadas como uma deficiência, síndrome ou
transtorno.
Qual é a incidência das
Altas Habilidades/Superdotação
no contexto educacional
brasileiro?

A evolução de matrículas no país, em relação à


Educação Básica, à Educação Especial e às Altas
Habilidades/Superdotação, com base nos dados
apresentados pelo Censo Escolar, por meio do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep),
nos anos de 2010 a 2020, apontam:

MATRÍCULAS NA MATRÍCULAS DE
ANO DO CENSO EDUCAÇÃO MATRÍCULAS NA ALTAS HABILIDADES/
ESCOLAR BÁSICA EDUCAÇÃO ESPECIAL SUPERDOTAÇÃO

2010 51.549.889 702.603 9.208

2011 50.972.619 752.305 10.951

2012 50.545.050 820.433 11.025

2013 50.042.448 843.342 12.357

2014 49.771.371 886.815 13.308

2015 48.796.512 930.683 14.407

2016 48.817.479 971.372 15.995

2017 48.608.093 1.066.446 19.699

2018 48.455.867 1.181.276 22.382

2019 47.874.246 1.250.967 54.359

2020 47.295.294 1.308.900 24.424


Fonte: Elaborado pelas autoras com base nas Sinopses Estatísticas da Educação Básica do INEP/MEC, 2010-2020 (INEP,
2020).
Os dados apresentados mostram-nos uma
gradativa ascensão no número de matrículas para
Altas Habilidades/Superdotação no âmbito
educacional brasileiro, porém inconsistentes com as
estimativas previstas, que são de 3% a 5% da
população, isso se consideradas apenas as áreas
acadêmicas e intelectuais, de acordo com o Relatório
Marland (MARLAND JR., 1972). No entanto, se
consideradas as habilidades em quaisquer áreas do
empreendimento humano, essa percentagem passa
para 15% a 20% da população (RENZULLI, 2014).
Ao analisarmos os dados apresentados no Censo
Escolar, no ano de 2020, são praticamente 47,3
milhões de matrículas na Educação Básica no país,
das quais 1.308.900 matrículas são na Educação
Especial, e apenas 24.424 são matrículas de
estudantes com Altas Habilidades/Superdotação. De
acordo com o estimado, esse número deveria ser em
torno de 2,3 milhões de matrículas (AGÊNCIA BRASIL,
2021).

Dessa forma, os dados percentuais descritos


evidenciam a negligência com esses(as) estudantes
no contexto educacional brasileiro, seja na
identificação, seja no Atendimento Educacional
Especializado, evidenciando a necessidade urgente
de políticas que possam contribuir para que saiam da
invisibilidade e construam sua identidade a partir do
reconhecimento de suas habilidades e
potencialidades.
Qual é a incidência das Altas
Habilidades/Superdotação no
contexto educacional do Estado
do Paraná?
Os dados do Censo Escolar revelam que o Paraná é
o estado da região Sul do país com a maior incidência
de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação
matriculados na Educação Básica, porém, em 2020,
esse número chegou a 4.144 matrículas,
representando mais da metade do número de
estudantes identificados, equivalendo a 58% do valor
total de superdotados(as) da região sul (BRASIL,
2020).
Considerando que, mesmo sendo dados estatísticos
expressivos quando comparados à totalidade, há de
investir-se em políticas públicas voltadas à
identificação desses(as) estudantes.

Para saber quais são os dados do Censo Escolar


referentes a matrículas de estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação em sua cidade ou
município, acesse as Sinopses Estatísticas da Educação
Básica INEP/MEC
Como pode ocorrer o processo
inicial de identificação de
indicadores das Altas
Habilidades/Superdotação?
Partindo do pressuposto que cada pessoa é única
em suas potencialidades, limitações e características,
pensar na identificação de indicadores das Altas
Habilidades/Superdotação é respeitar as diferenças e
a diversidade existentes entre esse público. Para
Freitas, Romanowski e Costa (2012), o processo de
identificação de indicadores das Altas
Habilidades/Superdotação, na escola, é um processo
dinâmico que envolve a observação sistemática dos
comportamentos e das características da
Superdotação, assim como o desempenho dos(as)
estudantes no cotidiano. As autoras supracitadas
enfatizam que essa identificação deve ser realizada
por professores(as) especializados(as), considerando
as informações e os dados oferecidos pelos(as)
professores(as) do ensino regular, pelo(a) próprio(a)
estudante, pela família e pelo contexto
socioeconômico e cultural.
Portanto, faz-se fundamental que esse processo seja
multifatorial e diversos instrumentos possam ser
utilizados para permitir, assim, um diagnóstico mais
amplo e preciso que atenda às especificidades de
cada um(a). Virgolim (2007) elenca algumas dessas
possibilidades, como sendo:
A partir dessa sistematização, consideramos que:

A nomeação por professores(as) ocorre mais


facilmente, pois são estes(as) que normalmente
possuem mais facilidade para perceber os indicadores
de Altas Habilidades/Superdotação e indicar um(a)
estudante para o processo de identificação.
Os indicadores de criatividade são os indicadores do
processo criativo e os testes formais de criatividade
para identificação de estudantes, podendo auxiliar na
percepção da criatividade aparente e dos talentos
únicos não visíveis em sala de aula.
A nomeação por pais considera que estes(as) estão
em posição privilegiada, pois têm uma visão ampliada
do desenvolvimento dos(as) filhos(as). No entanto,
neste caso, sugere-se cautela quanto aos pais que
possam supervalorizar ou subestimar as habilidades
observadas.
Na nomeação por colegas, os(as) estudantes
reconhecem características importantes uns(umas)
nos(as) outros(as), e essa nomeação entre os pares
pode ocorrer de diferentes formas, sendo por meio da
abordagem direta, disfarçada ou no formato de jogos.
A autonomeação pode ocorrer nas situações em que
o(a) estudante não foi percebido(a) em suas
habilidades, sendo uma importante ferramenta para
identificar áreas específicas de interesse.
As nomeações especiais permitem a indicação de
estudantes que se destacaram em anos anteriores, e
que, por algum motivo, não apresentem bom
rendimento escolar, mas que demonstrem suas
habilidades e seus interesses.
Quanto à avaliação de produtos, ela possibilita
observar a qualidade da produção dos(as) estudantes
e avaliar talentos em áreas distintas, como a artística,
a criativa e a científica.
As escalas de características e listas de observação
são muito utilizadas e encontram-se em consonância
com a indicação de professores(as), colegas, pais,
avaliação do(a) próprio(a) estudante e de produtos.
Na nomeação pela motivação, são observados
interesses e motivações incomuns e a indicação para
o Atendimento Educacional Especializado pode ser
realizada.
Alguns instrumentos de identificação que os
programas de atendimento podem utilizar são:

Avaliação direta do comportamento.


Avaliação do desempenho do(a) estudante.
As escalas de características.
Os questionários e as entrevistas com o(a)
próprio(a) estudante, com os familiares, com
os professores(as) e com os(as) colegas.

Quanto à aplicação de testes psicométricos, estes


também pode ser realizados, mas não podem ser
o único instrumento de avaliação, pois
identificam apenas a Superdotação acadêmica.

Considerando a diversidade de formas de


encaminhamentos para o processo de identificação
em cada contexto educacional, acesse algumas
possibilidades que são de fácil compreensão e
aplicação.

Questionários para Informativo Altas


identificação de indicadores Habilidades ou
de AH/S Superdotação
(PÉREZ, 2004) (DELOU, 2020)
No contexto educacional do estado do Paraná, o
processo de identificação normalmente é realizado
pela indicação inicial dos(as) professores(as) do
ensino regular, que, ao observarem as características
e os indicadores de potencial acima da média em
seus(as) estudantes, contatam os pais/responsáveis
para informá-los sobre os procedimentos para o
processo de identificação, coletam a assinatura de
consentimento para autorização de sua realização e,
a partir disso, os pais/responsáveis podem
encaminhar seus(suas) filhos(as) para que o(a)
professor(a) do Atendimento Educacional
Especializado realize a aplicação dos Inventários de
Indicadores de Altas Habilidades, propostos por Pérez
e Freitas (2016) e demais instrumentos sugeridos no
Protocolo de identificação de estudantes com
indicadores de Altas Habilidades/Superdotação,
aplicável no modelo de ensino presencial, não
presencial (ao vivo) e híbrido, proposto pela
Secretaria Estadual de Educação e pelo
Departamento de Educação Inclusiva, que
estabelecem critérios que pautam os procedimentos
para esse processo.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a
identificação de estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação indicamos:

II Workshop de pesquisas e práticas:


Altas Habilidades/Superdotação:
Identificar para quê e como?

Identificação do estudante com Altas


Habilidades/Superdotação
O laudo que o(a) estudante possui Altas
Habilidades/Superdotação é exigência para a
matrícula e frequência no Atendimento
Educacional Especializado e,
consequentemente, para o registro no Censo
Escolar?

Não, para que qualquer estudante público da


Educação Especial seja incluído no Atendimento
Educacional Especializado e no Censo Escolar, as
informações apresentadas que referem às suas
necessidades educativas especiais devem ser
contidas em, pelo menos, um dos seguintes
documentos comprobatórios:

Plano de Atendimento Educacional Especializado: documento


que deve atender às necessidades específicas desse público,
elaborado de forma colaborativa pelo(a) professor(a) de AEE com
a participação do(a) professor(a) do ensino regular, da família e
do(a) estudante, quando for possível.
Plano Educacional Individualizado (PEI): compreendido como um
instrumento de planejamento pedagógico a ser elaborado pelo(a)
professor(a) da sala de aula regular, com o suporte do(a)
professor(a) do AEE e da equipe pedagógica, tendo como objetivo
propor, planejar e acompanhar a realização das atividades
pedagógicas e o desenvolvimento dos(as) estudantes.
Avaliação biopsicossocial em casos de deficiência, conforme a Lei
Brasileira de Inclusão - Lei Nº 13.146/2015.
Laudo médico: documento que pode ser utilizado como
comprobatório para a declaração de deficiências ou do Transtorno
do Espectro Autista (TEA).

Glossário da Educação Especial para o Censo Escolar (BRASIL, 2022).


Partindo da compreensão de que o Atendimento
Educacional Especializado tem prevalência
pedagógica e não clínica, conforme descrito na Nota
Técnica Nº 04/2014, o laudo clínico ou médico não
pode ser uma exigência para a matrícula e a
frequência no AEE, não podendo os direitos à
educação serem restringidos por essa exigência.

Para acessar os documentos acima referidos, basta clicar:

Glossário da Educação Especial para o Censo Escolar

Nota Técnica Nº 04/2014


Então o(a) estudante superdotado(a)
tem direito ao Atendimento
Educacional Especializado?

Sim, o(a) estudante com Altas


Habilidades/Superdotação também tem direito de
frequentar o Atendimento Educacional Especializado,
pois é parte do público da Educação Especial, sendo
esse atendimento um conjunto de atividades,
recursos de acessibilidade e pedagógicos que pode
ser prestado de forma complementar ou
suplementar.
O AEE para estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação tem caráter de
suplementação, que visa enriquecer a sua
aprendizagem por meio do estímulo das suas
habilidades e dos seus potenciais.
A LDB Nº 9.394/1996 prevê, no Art. 4º, que esse
atendimento deve ocorrer de forma transversal aos
níveis, às etapas e às modalidades de ensino, assim
como o acesso a níveis mais elevados de ensino, da
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade
de cada um(a).
A Resolução Nº 4/2009, que instituiu as Diretrizes
Operacionais para o Atendimento Educacional
Especializado na Educação Básica, modalidade
Educação Especial, dispõe que este deverá ser
contemplado no projeto pedagógico da escola e
ocorrer no turno inverso ao de matrícula no Ensino
Fundamental regular. No Art. 7º da mesma
Resolução, é assegurado o enriquecimento curricular
ao(à) estudante com Altas Habilidades/Superdotação
quando traz que:

Os alunos com altas habilidades/superdotação terão suas atividades


de enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de escolas
públicas de ensino regular em interface com os núcleos de atividades
para altas habilidades/superdotação e com as instituições de ensino
superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da
pesquisa, das artes e dos esportes. (BRASIL, 2009, p. 2).
Ainda na Resolução Nº 4/2009, indica-se que o(a)
professor(a) que irá atuar nessas turmas deverá ter
formação inicial que o habilite para o exercício da
docência e da formação específica para a Educação
Especial, tendo suas atribuições descritas no Art. 13,
como sendo:

I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de


acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos
público-alvo da Educação Especial;
II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;
III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos
multifuncionais;
IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros
ambientes da escola;
V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na
disponibilização de recursos de acessibilidade;
VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno;
VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos
alunos, promovendo autonomia e participação;
VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à
disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das
estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.
(BRASIL, 2009, p. 3).

A citação descreve um amplo papel para o(a)


professor(a) especialista nessa proposta do AEE, pois
cabe a ele(a) gerir os processos de inclusão junto à
escola, à família e ao(à) próprio(a) estudante.
Dicas para professores(as) de
estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação

Elencamos algumas dicas que consideramos que


irão auxiliar os(as) professores(as) no trabalho com
estudantes com Altas Habilidades/Superdotação,
que são:

Pesquise e aprofunde seus conhecimentos sobre a área das


Altas Habilidades/Superdotação.
Busque o trabalho colaborativo com o(a) professor(a) do
AEE e demais profissionais que atendam ao(à) estudante.
Conheça o(a) estudante, identifique suas áreas de
habilidades, as potencialidades e as eventuais dificuldades.
Desenvolva um plano de trabalho individualizado, pensado
diante das especificidades do(a) estudante.
Possibilite novos conhecimentos por meio de metodologias
desafiadoras.
Promova aprendizagens instigantes e desafiadoras.
Indique possibilidades para que o(a) estudante com Altas
Habilidades/Superdotação possa desenvolver suas
habilidades e potencialidades.
Sugira possibilidades e formas de enriquecimento
intracurricular e extracurricular, de acordo com o perfil do(a)
estudante.
Ajude-o(a) a desenvolver um perfil pesquisador.
Sugira a aceleração sempre que perceber essa
possibilidade.
Oportunize o autoconhecimento por meio da reflexão e da
análise.
Possibilite atividades que o(a) estudante possa ser ele(a)
mesmo(a).
Ouça o que ele(a) tem a dizer.
Dicas para conhecer mais sobre a
temática
Altas Habilidades/Superdotação

ConBraSD
Conselho Brasileiro de Superdotação

Documentário sobre Altas Habilidades/Superdotação


Mentes Superdotadas

Podcast Altas Conversas Altas Habilidades

Livros gratuitos do MEC


A Construção de Práticas Educacionais para Alunos
com Altas Habilidades/Superdotação
Alguns filmes e séries
sobre as Altas
Habilidades/Superdotação

O menino que descobriu o vento


É um filme baseado na história de William Kamkwamba, um
menino autodidata que, aos 14 anos, construiu um moinho
SUPERDOTAÇÃO TIPO ACADÊMICO

de vento na vila onde morava, o que beneficiou toda a


comunidade.
A teoria de tudo
Foi baseado na biografia do físico Stephen Hawking e retrata
suas importantes descobertas sobre o tempo, seu romance
com Cambridge Jane Wide e a descoberta de uma doença
motora degenerativa.
Radioactive
O filme retrata a vida e o trabalho da pesquisadora polonesa
Marie Curie e seus estudos em parceria com seu marido,
que culminaram na descoberta dos elementos químicos
rádio e polônio.
SUPERDOTAÇÃO TIPO PRODUTIVO CRIATIVO

A Bailarina
O longa mostra o processo seletivo para o espetáculo "O
Quebra-nozes", do Ballet Ópera de Paris e retrata a
determinação de Félicie para realizar o sonho de se tornar
uma bailarina profissional.
Anne With an "E" (Anne com "E")
A série conta a história de Anne, uma menina criativa, cheia
de imaginação, extremamente crítica e que enxerga o
mundo de um jeito diferente, e que, devido a isso, produz
muitas mudanças na sociedade em que vive.
Tá Chovendo Hambúrguer
A animação conta a história de Flint, um jovem que sonha
ser inventor e que cria uma máquina que transforma água
em comida, mas nem tudo sai como o esperado e, durante a
experiência, começa a chover hambúrguer em toda a
cidade.
Uma história para refletirmos
sobre as
Altas Habilidades/Superdotação

Vamos conversar a respeito


das Altas
Habilidades/Superdotação?
Conte-nos o que achou
deste e-book!
Algumas considerações...

As discussões tecidas neste e-book buscaram


esclarecer a importância de dar visibilidade
aos(às) estudantes com Altas
Habilidades/Superdotação no contexto
educacional brasileiro, apresentando desde a
definição, o amparo legal previsto na legislação
para esse público, a identificação de indicadores e
o direito ao acesso ao Atendimento Educacional
Especializado.
Essa produção teve como motivação central o
intuito de fomentar a identificação desses(as)
estudantes, pois, embora as discussões e os
estudos sobre a área não sejam recentes no país,
evidenciamos que eles têm sido pouco
difundidos e que há muito que se fazer para que
esses(as) estudantes sejam reconhecidos(as) em
suas habilidades e suas especificidades. Nesse
sentido, enfatizamos a significância necessária
em aprofundar os conhecimentos, para que
corroborem e contribuam com a desmistificação
de abordagens e de concepções desatualizadas
sobre as Altas Habilidades/Superdotação.
Sobre a autora

Professora e escritora. Mestre pelo Programa de Mestrado


Profissional em Educação Inclusiva (PROFEI) da Universidade
Estadual do Paraná (Unespar) - campus de Curitiba II.
Especialista em: Educação Infantil, Educação Inclusiva, Altas
Habilidades/Superdotação e Psicopedagogia. Graduada em
Pedagogia pela Faculdade de Administração, Ciências, Educação
e Letras. Tem Estudos Adicionais na área de Deficiência Mental
(Aperfeiçoamento). Atualmente, é professora do quadro próprio
do Magistério da Prefeitura Municipal de Araucária - PR e
psicopedagoga no Instituto Aprendizagem e Desenvolvimento
(IAD).
Coautora do livro: Altas Habilidades/Superdotação: o trabalho
pedagógico e a inteligência emocional no cotidiano de
professores e alunos.
Sobre a orientadora

É professora adjunta do Curso de Dança (Bacharelado e


Licenciatura) da Universidade Estadual do Paraná (Unespar),
campus Curitiba II/FAP. Professora e pesquisadora dos
Programas de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Artes
(PPGArtes) e de Pós-Graduação em Rede Mestrado Profissional
em Educação Inclusiva (PROFEI), desenvolvendo estudos em
Arte, Ensino e Inclusão no Grupo de Pesquisa em Dança e no
Grupo de Pesquisa em Ensino e Práticas Inclusivas da Unespar.
Coordenou a implantação do Centro de Educação em Direitos
Humanos e o desenvolvimento e a implantação da política de
cotas da Unespar. Coordena o Projeto de Extensão: Limites em
Movimento: corpo em questão, atuando na inclusão de pessoas
com deficiência e na formação de professores em Educação
Inclusiva no Brasil e no exterior. Capacitou líderes comunitários
para atuação em Arte e Inclusão em Porto Príncipe (Haiti);
realizou pesquisa em Arte, Ensino e Inclusão na Universidade de
Nova Iorque (NYU) e em Organizações não governamentais em
Atenas (Grécia), em colaboração com pesquisadores do
Mestrado em Antropologia da Dança (Choreomundus -
International Master in Dance Knowledge, Practice and
Heritage), da Universidade Clermont Auvergne/França. É
criadora e colaboradora voluntária da comunidade de artistas
"Nó movimento em rede", com foco em projetos de Arte,
Educação e Inclusão Social. É Pró-Reitora de Políticas Estudantis
e Direitos Humanos da Unespar.
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