Normas para Ajustes Entre Eixos e Rolamentos

Normas para Ajustes Entre Eixos e Rolamentos
As normas ISO 492 e ISO 286 são ambas amplamente utilizadas em engenharia e
fabricação, desempenhando papéis complementares, mas distintas em seus objetivos e
aplicações. Elas não são substitutas uma da outra, mas trabalham em conjunto para
garantir precisão, intercambiabilidade e funcionalidade de componentes mecânicos. A
seguir, detalhamos o que cada norma abrange e como elas se inter-relacionam.
ISO 492: Tolerâncias para Rolamentos de Rolos e Esferas
Objetivo:
A ISO 492 estabelece os padrões internacionais de tolerâncias dimensionais e de

funcionamento para rolamentos de esferas e de rolos. Seu propósito é assegurar que
esses componentes atendam a níveis rigorosos de qualidade e precisão, permitindo sua
aplicação em uma ampla gama de sistemas mecânicos, especialmente aqueles que
exigem alta confiabilidade e desempenho.
Parâmetros abordados:
Os parâmetros especificados pela norma incluem:
1. Dimensões principais:
o Tolerâncias para o diâmetro interno (bore), o diâmetro externo e a
largura do rolamento.
o Isso garante que os rolamentos possam ser encaixados em eixos e
alojamentos com precisão adequada.
2. Características de funcionamento:
o Excentricidade: Diferença no centro geométrico entre as pistas interna e
externa do rolamento.
o Batimento radial e axial: Definem os desvios permitidos para a
suavidade e precisão de rotação.
o Essas características são fundamentais para aplicações que exigem baixa
vibração, alta eficiência e longa vida útil.
3. Classes de precisão:
o A norma define diferentes classes de precisão, como P0 (normal), P6,
P5, P4, e P2.
o Classes superiores (como P5 ou P4) possuem tolerâncias mais apertadas,
indicadas para sistemas que demandam maior desempenho, como
máquinas-ferramenta, motores de alta rotação e dispositivos ópticos.
Aplicações práticas:
Rolamentos produzidos conforme a ISO 492 são amplamente utilizados em setores

como:
 Indústria automotiva.
 Máquinas-ferramenta.
 Equipamentos industriais pesados.
 Sistemas de transmissão e propulsão.
ISO 286: Sistema de Ajustes e Tolerâncias Dimensionais
Objetivo:
A ISO 286 define um sistema de tolerâncias gerais para eixos e furos, que são
componentes fundamentais em quase todos os sistemas mecânicos. Essa norma
especifica as classes de tolerância (ex.: K5, H7, P6) que permitem diferentes tipos de
ajustes entre peças mecânicas, garantindo tanto a funcionalidade quanto a
intercambiabilidade.
Ajustes e tolerâncias:
A norma classifica os ajustes em três categorias principais:
1. Ajuste deslizante:
o Permite movimento livre entre o eixo e o furo, como em mancais
deslizantes.
2. Ajuste interferente:
o Exige força para montar ou desmontar as peças, garantindo fixação
permanente, como em transmissões de torque.
3. Ajuste de transição:
o Oferece uma combinação de características, dependendo das tolerâncias
do eixo e do furo.
Sistema de referência:
A norma adota dois sistemas de ajustes principais:
 Furo base: O furo tem uma tolerância fixa (ex.: H7), e o eixo é ajustado para
encaixar nele.
 Eixo base: O eixo tem uma tolerância fixa, e o furo é ajustado para o encaixe.
Relação entre ISO 492 e ISO 286
Montagem de rolamentos:
Os rolamentos especificados pela ISO 492 são projetados para serem montados em
eixos ou em alojamentos (furos) que seguem as tolerâncias especificadas pela ISO
286. Essa relação garante que o ajuste seja adequado e funcione conforme o esperado
em aplicações práticas.
Exemplo prático:
 Um eixo fabricado com tolerância K5 (ISO 286) pode ser combinado com um
rolamento cujo diâmetro interno atende às tolerâncias da ISO 492.
 O resultado será um ajuste interferente ou deslizante, dependendo do projeto,
que assegura tanto a funcionalidade quanto a longevidade do conjunto.
Complementaridade:
 A ISO 492 assegura a precisão dimensional e de funcionamento do rolamento,

que é fabricado com características rigorosas de desempenho.
 A ISO 286 garante que o eixo ou o alojamento sejam fabricados com
tolerâncias apropriadas para suportar ou trabalhar com o rolamento de forma
eficiente.
Escolha de ajustes e tolerâncias:
Ao projetar sistemas mecânicos, engenheiros usam as seguintes etapas:
1. Definir o ajuste necessário (ISO 286):

Escolhem a classe de ajuste para o eixo e o furo, dependendo da aplicação (ex.:
K5 para o eixo e H7 para o furo).
2. Selecionar o rolamento (ISO 492):
Escolhem um rolamento cuja precisão e dimensões se alinhem com as
tolerâncias definidas para o sistema.
3. Verificar a compatibilidade:
Garantem que as tolerâncias das duas normas sejam compatíveis para o ajuste
desejado.
Conclusão:
A ISO 492 e a ISO 286 são normas essenciais no campo da engenharia mecânica.
Enquanto a ISO 492 é voltada especificamente para rolamentos, assegurando seu
desempenho e confiabilidade, a ISO 286 lida com tolerâncias gerais para eixos e furos,
permitindo ajustes adequados e funcionais. Quando usadas em conjunto, essas normas
garantem que sistemas mecânicos sejam projetados com precisão, eficiência e
intercambiabilidade.

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ISO 492: Tolerâncias para Rolamentos de Rolos e Esferas

A ISO 492 estabelece os padrões internacionais de tolerâncias dimensionais e de

Os parâmetros especificados pela norma incluem:

Rolamentos produzidos conforme a ISO 492 são amplamente utilizados em setores

ISO 286: Sistema de Ajustes e Tolerâncias Dimensionais

A norma classifica os ajustes em três categorias principais:

A norma adota dois sistemas de ajustes principais:

Relação entre ISO 492 e ISO 286

 A ISO 492 assegura a precisão dimensional e de funcionamento do rolamento,

Escolha de ajustes e tolerâncias:

Ao projetar sistemas mecânicos, engenheiros usam as seguintes etapas:

1. Definir o ajuste necessário (ISO 286):

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