Wa0000 - 123208
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Universidade Rovuma
ISDRB – Niassa
2024
Miro Elias Lino
Universidade Rovuma
ISDRB – Niassa
2024
ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4
1.1. Objectivos......................................................................................................................... 4
1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 4
1.1.2. Específicos ................................................................................................................ 4
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 5
2.1. Conceito de estudo documental........................................................................................ 5
2.2. Etapas do estudo documental ........................................................................................... 5
2.2.1. Selecção e colecta de documentos ............................................................................ 5
2.2.2. Análise de conteúdo .................................................................................................. 5
2.2.3. Interpretação crítica .................................................................................................. 6
2.2.4. Síntese e apresentação dos resultados ....................................................................... 6
2.2.5. Relevância e aplicação .............................................................................................. 7
2.3. Técnicas e formas de análise de documentos ................................................................... 8
2.3.1. Análise qualitativa .................................................................................................... 8
2.3.2. Análise quantitativa .................................................................................................. 8
2.3.3. Análise Comparativa ................................................................................................. 9
2.3.4. Análise Histórico-Crítica .......................................................................................... 9
2.3.5. Análise Intertextual ................................................................................................... 9
2.4. Sistema Nacional de Educação (SNE) ............................................................................. 9
2.5. Princípios e estrutura do SNE em Moçambique .............................................................. 9
2.5.1. Educação moçambicana antes da independência .................................................... 10
2.5.2. Educação moçambicana pós – independência ........................................................ 11
2.6. Desafios do sistema educativo inclusivo em Moçambique............................................ 11
III. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES ..................................................................................... 13
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 14
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I. INTRODUÇÃO
A política educativa moçambicana define a educação básica como um direito universal. Porém, a
opção que o país fez, para efectivar uma concepção de escolas inclusivas, coloca desafios nos
diferentes segmentos, económicos, jurídicos e educacionais, no que se refere à criação de
condições estruturais, conceituais e humanas, para garantir que todas as pessoas que demandem
desses processos inclusivos sejam atendas (ROSA, 2004).
1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
Conceituar o estudo documental e o Sistema Nacional de Educação.
1.1.2. Específicos
Trazer as etapas as etapas do estudo documental;
Listar as formas e os métodos de análise de documentos;
Mostrar os princípios e a evolução do Sistema Nacional de Educação
moçambicana.
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É o processo sistemático de buscar e reunir documentos que serão analisados em uma pesquisa.
Esse processo envolve a identificação das fontes relevantes, a aplicação de critérios para
seleccionar os documentos mais apropriados, e a colecta desses documentos para análise
posterior. Este procedimento é essencial para garantir que a pesquisa seja baseada em dados
precisos, pertinentes e confiáveis (FIGUEIREDO, 2007).
A interpretação crítica é uma abordagem analítica que vai além da simples leitura ou resumo de
documentos. Envolve uma análise minuciosa e reflexiva para entender o conteúdo de maneira
mais profunda e contextualizada. Em vez de aceitar o que é apresentado como verdade absoluta,
a interpretação crítica questiona e avalia os documentos, considerando vários factores (GAIO et
al, 2008).
A análise intertextual examina como um documento faz referência ou dialoga com outros textos,
explorando as relações e influências entre eles. O foco é entender como os textos se
interconectam e como essas interacções afectam a interpretação e o significado de cada
documento.
transição do país do sistema colonial para o sistema pós-colonial. Ele trouxe uma nova visão
sobre o futuro de Moçambique no que consiste à educação para todos.
O processo educativo em Moçambique teve como base três instrumentos como marco legal que
fizeram com que o governo de Moçambique pudesse construir um Sistema Nacional de
Educação (SNE) capaz de responder aos desafios das mudanças do país, desde 1975 até hoje.
Esses instrumentos são os fundamentos legais que marcaram as fases de regulamentação jurídica
do Sistema Nacional de Educação em Moçambique pós-independência regulamentadas pela Lei
nº 4/83, de 23 de Março, Lei 6/92 de 6 de Maio e a Lei n.º 18/2018 de 28 de Dezembro
(REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, 2020).
A educação antes da independência, em 1975, era considerada um serviço destinado para uma
determinada classe de pessoas, logo, tinha um carácter discriminatório. O objectivo central desse
sistema de educação era despersonalizar os moçambicanos, inculcando-lhes valores culturais e
cívicos portugueses (GOLIAS, 1993).
Antes da independência, havia dois tipos de escolas: uma para os filhos dos negros ou “indígenas”
e outra para os filhos dos brancos e assimilados. Segundo GOLIAS (1993), eram considerados
assimilados todos aqueles moçambicanos que se adaptavam à cultura portuguesa. Já os que não
se adaptavam eram considerados indígenas, portanto, o sistema de educação colonial estava
dividido em dois subsistemas distintos, “um oficial destinado aos filhos dos brancos e
assimilados e o outro Indígena destinado aos pretos”. (GOLIAS, 1993, p. 31).
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A transição do sistema do período educativo colonial para uma de educação moçambicana dá-se
com a nacionalização do ensino, por meio do Decreto 12/75 de 6 de Setembro de 1975, que
proíbe o exercício a título privado da actividade de ensino em Moçambique, passando essa
actividade a ser exclusiva do Estado. Dada à necessidade de Moçambique reconstruir-se como
uma nação em que todos têm o direito e oportunidades iguais no processo de ensino, o Estado
com uso deste instrumento procurou redimensionar a educação como um valor social para todos
(ROSA, 2004).
Para GOLIAS (1993, p. 233), “a nacionalização da educação constituiu o primeiro passo para o
Estado dirigir o processo educativo e uniformizar o sistema de ensino, em suma, para
democratizá-lo”. Com a nacionalização do ensino, a gestão do sistema educativo foi confiada,
única e exclusivamente, ao Ministério da Educação e Cultura de Moçambique (MECM). Foi
nesse contexto que a educação tornou-se socialmente um direito e dever de cada cidadão, como
um elemento para o rompimento das desigualdades sociais. Dessa forma, a educação aparece
como a garantia de igualdade do acesso escolar para todos, possibilitando assim a planificação da
acção educativa com vista à criação de um novo sistema de educação.
Por outro viés, ao analisar as propostas pedagógicas elaboradas pelas escolas, como ferramentas
para o ensino e aprendizagem de todos, percebe-se que não são contempladas as necessidades
dos estudantes em relação as suas características. Verifica-se a ausência de adaptação curricular,
de recursos de comunicação e/ou didácticos. Além disso, a não correspondência das demandas
educativas impossibilita o acesso pleno à educação, negando a formação cidadã como princípio
da organização social democrática que vem sendo construída em Moçambique (REPÚBLICA
DE MOÇAMBIQUE, 2020).
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Na realização deste trabalho constatei que as transformações engendradas para construir uma
sociedade inclusiva em que o homem é um sujeito activo capaz de desenvolver o seu meio social
por meio da educação escolar, perpassam o entendimento dos direitos da sua formação baseados
nos fundamentos éticos e nos valores que nos tornam humanos, justos e dignos. Sabe-se que o
processo educacional inclusivo, a partir dos valores dos direitos humanos, impõe vivências na
realidade que promovem a igualdade, a fraternidade, a tolerância, a cooperação e a paz.
É por meio das práticas inclusivas que se efectivam os direitos humanos, sendo materializadas
pelas políticas públicas implementadas pelo Estado. Portanto, o processo educativo inclusivo,
com vista à formação integral do cidadão, constituirá a base de sustentabilidade para o exercício
da cidadania, que se reflecte no individuo ético, capaz de aprender para a autonomia, que
coopera e participa da vida pública.
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FREIRE, P. (2014). Educação como prática da liberdade. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra.