ZRS ACTUALIZADO
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ZRS ACTUALIZADO
Universidade rovuma
ISDRB-Niassa
2024
Camilo Zeca Maneca
(licenciatura em Agro-pecuária )
Universidade rovuma
ISDRB-Niassa
2024
Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 4
2.1.Tosquia ................................................................................................................................. 5
3. Conclusão................................................................................................................... 17
1. Introdução
O presente trabalho da cadeira de zootecnia dos ruminantes tem como objectivo de estudo
sobre os ovinos na Afeica Austral, durante a discrição do trabalho vamos abordar um pouco
sobre as raças e o peso das mesmas, com isso vamos abordar também sobre os indicadores
zootécnicos que são usados durantes o maneio dos ovinos. De salientar que vamos falar sobre
os sistemas de criação usados para os ovinos e as suas instalações.
1.1.Objectivos
1.1.1. Gerais
Estudo sobre os ovinos especialmente na Africa Austral.
1.1.2. Específicos
Dilucidar sobre a tosquia, o papel dos ovinos na Africa Austral;
Falar das raças e o peso das mesmas na Africa Austral;
Conhecer os indicadores zootécnicos e sistemas de criação e instalações dos
ovinos.
1.1.3. Metodologia da pesquisa
O presente trabalho foi elaborado por intermédio de bibliotecas virtuais e manuais físicos
bibliograficamente ilustrado.
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2.1.Tosquia
Segundo Kruger (2017). A tosquia é o acto de cortar a lã das ovelhas, uma prática
indispensável em rebanhos criados para a produção de lã e, em alguns casos, para a
manutenção da saúde e bem-estar do animal. Este processo envolve o uso de tesouras manuais
ou máquinas eléctricas especializadas para remover o velo (a camada grossa de lã) que cobre
o corpo da ovelha.
Importância da Tosquia
A tosquia não é apenas uma questão comercial, mas também é crucial para a saúde e o
conforto da ovelha. Se a lã não for removida, ela continua a crescer indefinidamente, o que
pode causar uma série de problemas, como:
Em climas quentes, o excesso de lã pode causar estresse térmico, já que ovelhas não
podem regular a temperatura adequadamente com uma camada espessa de lã;
O excesso de lã pode abrigar umidade e sujeira, criando um ambiente propício para
parasitas como ácaros, moscas e infecções cutâneas;
O acúmulo de lã pode dificultar os movimentos da ovelha, especialmente quando a lã
fica pesada com o tempo.
Tosquia Mecânica: Utiliza máquinas eléctricas, que são mais rápidas e eficientes,
além de menos cansativas para o tosquiador. Esse método é amplamente utilizado em
operações comerciais.
Segundo Temple Grandin. uma das mais influentes especialistas em comportamento animal,
discutiu extensivamente o bem-estar dos animais em fazendas, incluindo o manejo de ovinos
durante a tosquia. Ela enfatiza que a maneira como os animais são manuseados durante a
tosquia é crucial para minimizar o estresse.
Segundo Patrick Kiley e Patrick Hopkins, discutem os avanços nas técnicas de tosquia,
particularmente o impacto da tosquia mecânica versus tosquia manual. Em suas publicações,
eles abordam como a introdução de máquinas elétricas para a tosquia ajudou a aumentar a
produtividade e reduzir o cansaço físico dos tosquiadores, enquanto melhorava a consistência
do corte da lã. Eles sugerem que, embora a tosquia mecânica seja mais eficiente, o
treinamento adequado dos operadores é fundamental para minimizar o impacto negativo no
bem-estar das ovelhas.
A produção de carne ovina, conhecida como carneiro ou cordeiro, é uma fonte importante de
proteínas na dieta das comunidades rurais e urbanas da África Austral. Ovelhas são
relativamente fáceis de criar em sistemas agrícolas mistos e áreas de pastagens secas ou
semiáridas, comuns na região.
A lã é uma das mais importantes derivadas dos ovinos na África Austral, especialmente na
África do Sul, que é um dos maiores produtores de lã de alta qualidade no mundo. Além disso,
o comércio de lã ajuda a promover empregos na indústria têxtil e processamento de lã,
gerando renda adicional em áreas rurais e urbanas. Embora menos comum, a produção de
leite de ovelha também ocorre em algumas partes da África Austral. Esse leite é utilizado na
fabricação de queijos e outros produtos lácteos, como o ogurte que são consumidos
localmente ou exportados.
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A África Austral possui uma grande diversidade de raças de ovinos**, que são bem adaptadas
às condições locais e são criadas tanto para produção de carne quanto de lã. Algumas das
principais raças incluem:
Dorper: Desenvolvida na África do Sul, essa raça é reconhecida por sua resistência a climas
áridos e semiáridos. É amplamente valorizada por sua carne de alta qualidade e facilidade de
maneio. O Dorper é ideal para áreas de pastagens mais secas, típicas da região, e é uma das
raças mais populares na África Austral. A raça é um cruzamento entre o Dorset Horn e o
Persian Blackhead, resultando em ovinos de carne de alta qualidade e excelente
adaptabilidade.
Karakul: Esta raça é famosa por sua pele, especialmente usada para a produção de peles de
karakul, também conhecidas como peles de cordeiro persa. É comumente criada em áreas
áridas e semiáridas, como na Namíbia, onde é apreciada tanto pela carne quanto pela pele.
Raças Indígenas: Além das raças comerciais, existem várias raças indígenas africanas, como o
Ovambo e o Damar, que são bem adaptadas às condições locais.
Malan (2013) argumenta que as raças indígenas, como o Karakul, são particularmente
valiosas em áreas áridas, onde suas características de resistência às doenças e à seca são
fundamentais para a sustentabilidade da criação. Essas raças podem ser menos produtivas em
termos de ganho de peso ou produção de lã, mas sua adaptabilidade e resistência fazem delas
escolhas sólidas para pequenos agricultores.
Cloete et al. (2014) enfatizam que a escolha da raça deve levar em consideração não apenas as
condições climáticas, mas também os objectivos de produção dos agricultores. Eles afirmam
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que, enquanto o Dorper pode ser mais adequado para a produção de carne em condições
áridas, o Merino Africano é ideal para aqueles que buscam a produção de lã de alta qualidade.
Essa distinção entre as raças é essencial para maximizar a eficiência e a rentabilidade das
operações de criação de ovinos na região.
Raça Dorper
A raça Dorper é conhecida por seu rápido ganho de peso e é amplamente cultivada para a
produção de carne. Os machos adultos geralmente atingem um peso entre 90 e 120 kg,
enquanto as fêmeas variam de 60 a 80 kg. Cloete et al. (2014) enfatizam que a eficiência
alimentar do Dorper é uma das razões pelas quais essa raça se tornou tão popular entre os
produtores de carne na África Austral. A raça também apresenta um excelente rendimento de
carcaça, o que contribui para a sua atractividade econômica.
Merino Africano
O Merino Africano, famoso por sua lã de alta qualidade, apresenta pesos que variam
conforme o manejo. Machos adultos geralmente pesam entre 70 e 100 kg, enquanto as fêmeas
ficam em torno de 50 a 70 kg. Scholtz (2016) argumenta que, embora a produção de lã seja o
principal objectivo na criação do Merino, o peso e a condição corporal dos animais são
igualmente importantes para garantir a saúde e a produtividade do rebanho. A genética da raça
também é considerada, pois raças de Merino com melhor potencial de ganho de peso são
preferidas para maximizar a eficiência de produção.
Raça Damara
A raça Damara, uma raça indígena da África do Sul, é adaptada a climas áridos e apresenta
uma constituição robusta. Os machos adultos costumam pesar entre 80 e 100 kg, enquanto as
fêmeas variam de 50 a 70 kg. Malan (2013) discute que, apesar de os pesos da raça Damara
serem relativamente baixos em comparação com raças comerciais como o Dorper, sua
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Raça Karakul
O Karakul outra raça indígena, é conhecido pelo seu pelo especial e é valorizado pela
produção de carne. Machos adultos pesam entre 70 e 90 kg, e as fêmeas variam de 40 a 60 kg.
Kruger (2017) menciona que a carne do Karakul é apreciada em mercados locais, e seu peso
moderado é compensado pela qualidade da carne e pela adaptabilidade aos climas áridos.
Segundo Cloete et al. (2014) argumentam que o ganho de peso é um factor crítico na
rentabilidade da produção de carne. Eles destacam que a selecção de raças como o Dorper,
que apresentam rápido ganho de peso, deve ser priorizada em sistemas que visam maximizar a
produção de carne. Essa perspectiva é apoiada por Malan (2013), que sugere que a eficiência
alimentar e o ganho de peso são fundamentais para pequenos agricultores que dependem da
criação de ovinos para a segurança alimentar.
Por outro lado, Scholtz (2016) ressalta que, embora o peso seja um indicador importante, não
deve ser considerado isoladamente. Ele sugere que factores como saúde animal, qualidade da
lã e resistência a doenças também desempenham papéis cruciais na seleção de raças. Isso é
especialmente relevante para raças indígenas, como o Damara, que podem não ter pesos tão
elevados, mas oferecem vantagens em resistência e adaptabilidade.
Resumindo o peso das raças ovinas é um aspecto fundamental na produção, com implicações
diretas para a produtividade e a eficiência econômica. A análise das variações de peso entre
diferentes raças, como o Dorper, Merino Africano, Damara e Karakul, revela que, enquanto
algumas raças são preferidas para a produção de carne, outras oferecem vantagens em
resistência e adaptabilidade.
Taxa de Crescimento
A taxa de crescimento é um indicador que mede o aumento do peso corporal dos ovinos ao
longo do tempo. Essa taxa é importante para avaliar a eficiência alimentar e o desempenho de
engorda dos animais.
( ⁄ )
Exemplo:
Se um cordeiro pesava 25 kg ao nascer e, após 90 dias, pesa 50 kg, a taxa de crescimento seria:
( ⁄ )
Produção de Lã
( ⁄ )
( ⁄ )
Fertilidade
A fertilidade é um indicador crucial que mede a capacidade reprodutiva dos ovinos. Pode ser
avaliada pela taxa de parição e pelo número de cordeiros nascidos por ovelha.
( )
( )
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Esse índice mede a eficiência com que os ovinos convertem ração em peso corporal.
( )
( )
Taxa de Mortalidade
( )
Esse índice mede a idade média em que as fêmeas atingem a maturidade sexual e são aptas
para reprodução.
Se cinco ovelhas atingem o primeiro aprendizado aos 7, 8, 7, 9 e 8 meses, a idade média seria:
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Taxa de Descarte
Esse índice mede a proporção de animais que são removidos do rebanho devido a problemas
de saúde, baixa produtividade ou outras razões.
( )
O intervalo entre partos é o tempo médio que se passa entre duas parições consecutivas de
uma mesma fêmea.
Fórmula de Cálculo:
( )
Se uma ovelha pariu em Janeiro, maio e Setembro, os intervalos seriam de 120 dias (jan-maio)
e 120 dias (maio-Setembro). O IEP seria:
( )
Taxa de Natalidade
Esse índice mede a proporção de cordeiros nascidos em relação ao número total de fêmeas
que pariram.
( )
Esse índice mede o ganho médio de peso de um animal durante um período específico,
reflectindo a eficiência do manejo alimentar.
( )
( ⁄ )
Peso de Carcaça
( ) ( )
Esse índice mede a eficiência com que os ovinos convertem a ração em ganho de peso.
( )
( ⁄ )
( )
Se um rebanho consome 200 kg de ração para ganhar 50 kg de peso, a taxa de conversão seria:
( )
( ⁄ ) ⁄
( )
Rendimento de Carcaça
Este índice mede a eficiência da produção de carne em relação ao peso vivo do animal.
( ) ( )
( )
a) Sistema Extensivo
O sistema extensivo caracteriza-se pela criação dos ovinos em grandes áreas de pastagem,
onde os animais se alimentam principalmente de forragem natural, com mínima intervenção
humana. Esse sistema é mais comum em regiões de clima semiárido e com vastas áreas de
terra, como na África Austral.
Autores como Casey e Van Niekerk (2013) apontam que o sistema extensivo é o mais
comum em regiões com grandes áreas de terra disponível, mas é menos eficiente em termos
de produtividade por animal. Cloete et al. (2014) observam que esse sistema pode ser mais
sustentável em regiões com baixos níveis de precipitação, onde a vegetação natural é adaptada
a essas condições.
b) Sistema Semi-Intensivo
Nortjé (2015) discute que o sistema semi-intensivo pode ser uma alternativa viável para
pequenos e médios produtores que desejam aumentar a eficiência produtiva sem os altos
custos de um sistema intensivo. Já Malan (2013) sugere que esse sistema é adequado em
áreas onde as pastagens naturais são limitadas ou de baixa qualidade.
c) Sistema Intensivo
Vantagens: Controle total sobre a alimentação, saúde e reprodução dos ovinos, maior
produtividade por animal e menor exposição a predadores e condições climáticas adversas.
Desvantagens: Altos custos com alimentação, infraestrutura e mão de obra, além da
necessidade de maior conhecimento técnico.
Scholtz (2016) menciona que o sistema intensivo pode maximizar a produção de carne e lã,
especialmente em raças melhoradas, como o Merino e o Dorper. Entretanto, Kruger (2017)
adverte que o alto custo de manutenção pode tornar esse sistema inviável para pequenos
produtores em regiões com recursos limitados, como em algumas partes da África Austral.
Abrigos e Cercados
Os abrigos são estruturas que protegem os ovinos contra intempéries, como chuva, vento e
calor extremo. Cercados são essenciais para conter os animais, proteger contra predadores e
facilitar o manejo do rebanho.
Abrigos: Devem ser construídos em locais elevados, com boa ventilação, protegidos de
ventos fortes e de fácil drenagem para evitar umidade excessiva.
Cercados: Podem ser feitos com arame farpado, redes ou cercas elétricas. O material deve ser
resistente o suficiente para impedir a fuga dos animais e a entrada de predadores.
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b) Currais de Manejo
Os currais de maneio são áreas onde os ovinos são conduzidos para actividades de manejo,
como tosquia, vacinação, vermifugação e pesagem. O desenho eficiente dos currais pode
reduzir o estresse dos animais e facilitar o trabalho dos criadores.
c) Bebedouros e Comedouros
Malan (2013) salienta que em sistemas extensivos, os ovinos passam a maior parte do tempo
a pasto, mas abrigos simples devem estar disponíveis em caso de condições climáticas
extremas. Kruger (2017) enfatiza a importância de cercas robustas em regiões onde os
predadores são uma ameaça significativa, como em áreas rurais da África Austral.
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3. Conclusão
A produção de ovinos na África Austral é um sector vital para a economia agrícola, segurança
alimentar, e subsistência de muitas comunidades rurais. A diversidade climática e geográfica
da região, junto com o uso de raças adaptadas ao ambiente local, permite a criação de ovinos
em diferentes sistemas de produção. Embora enfrentem desafios, as oportunidades de
crescimento e inovação no sector ovino são promissoras, especialmente à medida que a
demanda global por carne e lã de alta qualidade continua a crescer.
A criação de ovinos na África Austral tem sido objecto de discussão entre diversos estudiosos,
que analisam seu papel na economia agrícola, bem como os desafios e oportunidades que o
sector apresenta para a região. O consenso entre os autores destaca a importância dessa
actividade, não apenas para a produção de alimentos e produtos de lã, mas também para a
manutenção da segurança alimentar e a geração de renda para comunidades rurais.
O peso das raças ovinas é um aspecto fundamental na produção, com implicações diretas para
a produtividade e a eficiência econômica. A análise das variações de peso entre diferentes
raças, como o Dorper, Merino Africano, Damara e Karakul, revela que, enquanto algumas
raças são preferidas para a produção de carne, outras oferecem vantagens em resistência e
adaptabilidade.
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4. Referências bibliográfica
Casey, N.H., & Van Niekerk, W.A. (2013). Sheep farming practices in Southern Africa.
Small Ruminant Research, 112(1), 7-15.
Cloete, S. W. P., Olivier, J. J., & Du Toit, E. (2014). Sheep production systems in Southern
Africa: Present status and future challenges. Small Ruminant Research, 113(1), 1-10.
Malan, F. S. (2013). The future of the meat industry in Southern Africa: Opportunities and
challenges for smallholders. Journal of Animal Production, 43(2), 91-102.
Kruger, A. (2017). Adapting sheep farming systems to climate variability in southern Africa.
Agricultural Systems, 153, 77-85.
GRANDIN, Temple. Animals Make Us Human: Creating the Best Life for Animals.* New
York: Houghton Mifflin Harcourt, 2009.
KILEY, Patrick; HOPKINS, Patrick. Shearing Technologies and Welfare in Sheep Farming.*
Journal of Animal Science and Technology, v. 4, n. 2, p. 112-118, 2008.
BEARD, Mary; PARSON, Ian. Effects of Shearing on Sheep Welfare and Productivity.*
Wool Science Review, v. 18, n. 4, p. 71-80, 2011.
- Turpie, J., Marais, C., & Blignaut, J. (2018). The contribution of natural ecosystems to the
economy of southern Africa: The role of small livestock farming. **Journal of Environmental
Economics and Policy**, 7(2), 144-157.