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Camilo Zeca Maneca

Cláudio Raimundo Lourenço


Márcia Marten Carvalho
Sílvia da Martinet Eugénio

Introdução aos ovinos


(licenciatura em Agro-pecuária )

Universidade rovuma
ISDRB-Niassa
2024
Camilo Zeca Maneca

Cláudio Raimundo Lourenço

Sílvia da Martinet Eugénio

Márcia Marten Carvalho

Introdução aos ovinos

(licenciatura em Agro-pecuária )

Trabalho da cadeira de zootecnia dos ruminantes


e suínos, a ser entregue no departamento de
ciências Alimentares e Agrarias para fins
avaliativos, sob orientação do docente: Msc.
Emício Ofiço.

Universidade rovuma

ISDRB-Niassa

2024
Índice

1. Introdução............................................................................................................................ 4

1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 4

1.1.1. Gerais ....................................................................................................................... 4

1.1.2. Específicos ................................................................................................................... 4

1.1.3. Metodologia da pesquisa ............................................................................................. 4

2. Introdução aos Ovinos ..................................................................................................... 5

2.1.Tosquia ................................................................................................................................. 5

2.2. Papel dos Ovinos na África Austral ................................................................................. 6

2.3. Raças de Ovinos na África Austral ..................................................................................... 7

2.4. Peso das Raças Ovinas ........................................................................................................ 8

2.4. Índices Zootécnicos em Ovinos ....................................................................................... 9

Intervalo Entre Partos (IEP) ....................................................................................... 12

2.5. Sistema de Produção dos Ovinos ................................................................................... 14

2.6. Instalações para Ovinos ................................................................................................. 15

3. Conclusão................................................................................................................... 17

4. Referências bibliográfica ........................................................................................... 18


4

1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de zootecnia dos ruminantes tem como objectivo de estudo
sobre os ovinos na Afeica Austral, durante a discrição do trabalho vamos abordar um pouco
sobre as raças e o peso das mesmas, com isso vamos abordar também sobre os indicadores
zootécnicos que são usados durantes o maneio dos ovinos. De salientar que vamos falar sobre
os sistemas de criação usados para os ovinos e as suas instalações.

A criação de ovinos é uma das actividades agro-pecuárias mais antigas da humanidade,


remontando a cerca de 10.000 anos. Ovinos (Ovis aries), também conhecidos como carneiros,
ovelhas e cordeiros, são criados principalmente para a produção de carne, lã e leite, além de
fornecerem couro e serem utilizados em algumas regiões para controle de vegetação e
manutenção do solo em pastagens.

1.1.Objectivos
1.1.1. Gerais
 Estudo sobre os ovinos especialmente na Africa Austral.
1.1.2. Específicos
 Dilucidar sobre a tosquia, o papel dos ovinos na Africa Austral;
 Falar das raças e o peso das mesmas na Africa Austral;
 Conhecer os indicadores zootécnicos e sistemas de criação e instalações dos
ovinos.
1.1.3. Metodologia da pesquisa

O presente trabalho foi elaborado por intermédio de bibliotecas virtuais e manuais físicos
bibliograficamente ilustrado.
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2. Introdução aos Ovinos

A criação de ovinos é uma das actividades agro-pecuárias mais antigas da humanidade,


remontando a cerca de 10.000 anos. Ovinos (Ovis aries), também conhecidos como carneiros,
ovelhas e cordeiros, são criados principalmente para a produção de carne, lã e leite, além de
fornecerem couro e serem utilizados em algumas regiões para controle de vegetação e
manutenção do solo em pastagens. Sua importância para a economia de várias regiões do
mundo, incluindo a África Austral, é indiscutível, especialmente em áreas onde as condições
climáticas e geográficas são favoráveis para a criação de animais resistentes e adaptados.

2.1.Tosquia
Segundo Kruger (2017). A tosquia é o acto de cortar a lã das ovelhas, uma prática
indispensável em rebanhos criados para a produção de lã e, em alguns casos, para a
manutenção da saúde e bem-estar do animal. Este processo envolve o uso de tesouras manuais
ou máquinas eléctricas especializadas para remover o velo (a camada grossa de lã) que cobre
o corpo da ovelha.

 Importância da Tosquia

A tosquia não é apenas uma questão comercial, mas também é crucial para a saúde e o
conforto da ovelha. Se a lã não for removida, ela continua a crescer indefinidamente, o que
pode causar uma série de problemas, como:

 Em climas quentes, o excesso de lã pode causar estresse térmico, já que ovelhas não
podem regular a temperatura adequadamente com uma camada espessa de lã;
 O excesso de lã pode abrigar umidade e sujeira, criando um ambiente propício para
parasitas como ácaros, moscas e infecções cutâneas;
 O acúmulo de lã pode dificultar os movimentos da ovelha, especialmente quando a lã
fica pesada com o tempo.

Existem dois métodos principais para realizar a tosquia:

 Tosquia Manual: Realizada com tesouras tradicionais, exige habilidade e cuidado,


pois o processo pode ser demorado e arriscado, podendo causar cortes no animal se
não for feito correctamente;
6

 Tosquia Mecânica: Utiliza máquinas eléctricas, que são mais rápidas e eficientes,
além de menos cansativas para o tosquiador. Esse método é amplamente utilizado em
operações comerciais.

Segundo Temple Grandin. uma das mais influentes especialistas em comportamento animal,
discutiu extensivamente o bem-estar dos animais em fazendas, incluindo o manejo de ovinos
durante a tosquia. Ela enfatiza que a maneira como os animais são manuseados durante a
tosquia é crucial para minimizar o estresse.

Segundo Patrick Kiley e Patrick Hopkins, discutem os avanços nas técnicas de tosquia,
particularmente o impacto da tosquia mecânica versus tosquia manual. Em suas publicações,
eles abordam como a introdução de máquinas elétricas para a tosquia ajudou a aumentar a
produtividade e reduzir o cansaço físico dos tosquiadores, enquanto melhorava a consistência
do corte da lã. Eles sugerem que, embora a tosquia mecânica seja mais eficiente, o
treinamento adequado dos operadores é fundamental para minimizar o impacto negativo no
bem-estar das ovelhas.

2.2. Papel dos Ovinos na África Austral

De acordo com Malan (2013). Na África Austral, os ovinos (ovelhas) desempenham um


papel fundamental tanto na economia quanto no sustento das comunidades rurais. Países
como África do Sul, Namíbia,Botswana, Lesoto e Zimbábue, Moçambique têm uma longa
tradição de criação de ovinos, que fornece carne, lã, e produtos lácteos, além de contribuir
para a conservação ambiental e fortalecer a segurança alimentar.

A produção de carne ovina, conhecida como carneiro ou cordeiro, é uma fonte importante de
proteínas na dieta das comunidades rurais e urbanas da África Austral. Ovelhas são
relativamente fáceis de criar em sistemas agrícolas mistos e áreas de pastagens secas ou
semiáridas, comuns na região.
A lã é uma das mais importantes derivadas dos ovinos na África Austral, especialmente na
África do Sul, que é um dos maiores produtores de lã de alta qualidade no mundo. Além disso,
o comércio de lã ajuda a promover empregos na indústria têxtil e processamento de lã,
gerando renda adicional em áreas rurais e urbanas. Embora menos comum, a produção de
leite de ovelha também ocorre em algumas partes da África Austral. Esse leite é utilizado na
fabricação de queijos e outros produtos lácteos, como o ogurte que são consumidos
localmente ou exportados.
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A criação de ovinos também contribui para a **agricultura regenerativa**, que busca


restaurar a saúde do solo, aumentar a capacidade de retenção de água e reduzir a erosão, ao
mesmo tempo que aumenta a produção agrícola.

2.3. Raças de Ovinos na África Austral

A África Austral possui uma grande diversidade de raças de ovinos**, que são bem adaptadas
às condições locais e são criadas tanto para produção de carne quanto de lã. Algumas das
principais raças incluem:

Dorper: Desenvolvida na África do Sul, essa raça é reconhecida por sua resistência a climas
áridos e semiáridos. É amplamente valorizada por sua carne de alta qualidade e facilidade de
maneio. O Dorper é ideal para áreas de pastagens mais secas, típicas da região, e é uma das
raças mais populares na África Austral. A raça é um cruzamento entre o Dorset Horn e o
Persian Blackhead, resultando em ovinos de carne de alta qualidade e excelente
adaptabilidade.

Merino: Outra raça amplamente criada, especialmente na África do Sul, é o Merino,


conhecido por sua lã fina e macia, que é altamente valorizada no mercado internacional. O
Merino é adaptado a uma variedade de condições climáticas, sendo particularmente bem-
sucedido em áreas de clima temperado e semiárido.

Karakul: Esta raça é famosa por sua pele, especialmente usada para a produção de peles de
karakul, também conhecidas como peles de cordeiro persa. É comumente criada em áreas
áridas e semiáridas, como na Namíbia, onde é apreciada tanto pela carne quanto pela pele.

Raças Indígenas: Além das raças comerciais, existem várias raças indígenas africanas, como o
Ovambo e o Damar, que são bem adaptadas às condições locais.

Malan (2013) argumenta que as raças indígenas, como o Karakul, são particularmente
valiosas em áreas áridas, onde suas características de resistência às doenças e à seca são
fundamentais para a sustentabilidade da criação. Essas raças podem ser menos produtivas em
termos de ganho de peso ou produção de lã, mas sua adaptabilidade e resistência fazem delas
escolhas sólidas para pequenos agricultores.

Cloete et al. (2014) enfatizam que a escolha da raça deve levar em consideração não apenas as
condições climáticas, mas também os objectivos de produção dos agricultores. Eles afirmam
8

que, enquanto o Dorper pode ser mais adequado para a produção de carne em condições
áridas, o Merino Africano é ideal para aqueles que buscam a produção de lã de alta qualidade.
Essa distinção entre as raças é essencial para maximizar a eficiência e a rentabilidade das
operações de criação de ovinos na região.

2.4. Peso das Raças Ovinas


O peso dos ovinos é um dos principais indicadores de produtividade e eficiência em sistemas
de criação. Esse peso pode variar significativamente entre as diferentes raças, dependendo de
factores como genética, alimentação e manejo. O peso médio de algumas raças ovinas
importantes, bem como as implicações desse peso em termos de produtividade e rendimento,
com ênfase nas ideias de diversos autores.

 Raça Dorper

A raça Dorper é conhecida por seu rápido ganho de peso e é amplamente cultivada para a
produção de carne. Os machos adultos geralmente atingem um peso entre 90 e 120 kg,
enquanto as fêmeas variam de 60 a 80 kg. Cloete et al. (2014) enfatizam que a eficiência
alimentar do Dorper é uma das razões pelas quais essa raça se tornou tão popular entre os
produtores de carne na África Austral. A raça também apresenta um excelente rendimento de
carcaça, o que contribui para a sua atractividade econômica.

 Merino Africano

O Merino Africano, famoso por sua lã de alta qualidade, apresenta pesos que variam
conforme o manejo. Machos adultos geralmente pesam entre 70 e 100 kg, enquanto as fêmeas
ficam em torno de 50 a 70 kg. Scholtz (2016) argumenta que, embora a produção de lã seja o
principal objectivo na criação do Merino, o peso e a condição corporal dos animais são
igualmente importantes para garantir a saúde e a produtividade do rebanho. A genética da raça
também é considerada, pois raças de Merino com melhor potencial de ganho de peso são
preferidas para maximizar a eficiência de produção.

 Raça Damara

A raça Damara, uma raça indígena da África do Sul, é adaptada a climas áridos e apresenta
uma constituição robusta. Os machos adultos costumam pesar entre 80 e 100 kg, enquanto as
fêmeas variam de 50 a 70 kg. Malan (2013) discute que, apesar de os pesos da raça Damara
serem relativamente baixos em comparação com raças comerciais como o Dorper, sua
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resistência a doenças e condições adversas permite que se mantenham em sistemas de


produção extensivos, garantindo a segurança alimentar em regiões vulneráveis.

 Raça Karakul

O Karakul outra raça indígena, é conhecido pelo seu pelo especial e é valorizado pela
produção de carne. Machos adultos pesam entre 70 e 90 kg, e as fêmeas variam de 40 a 60 kg.
Kruger (2017) menciona que a carne do Karakul é apreciada em mercados locais, e seu peso
moderado é compensado pela qualidade da carne e pela adaptabilidade aos climas áridos.

Segundo Cloete et al. (2014) argumentam que o ganho de peso é um factor crítico na
rentabilidade da produção de carne. Eles destacam que a selecção de raças como o Dorper,
que apresentam rápido ganho de peso, deve ser priorizada em sistemas que visam maximizar a
produção de carne. Essa perspectiva é apoiada por Malan (2013), que sugere que a eficiência
alimentar e o ganho de peso são fundamentais para pequenos agricultores que dependem da
criação de ovinos para a segurança alimentar.

Por outro lado, Scholtz (2016) ressalta que, embora o peso seja um indicador importante, não
deve ser considerado isoladamente. Ele sugere que factores como saúde animal, qualidade da
lã e resistência a doenças também desempenham papéis cruciais na seleção de raças. Isso é
especialmente relevante para raças indígenas, como o Damara, que podem não ter pesos tão
elevados, mas oferecem vantagens em resistência e adaptabilidade.

Resumindo o peso das raças ovinas é um aspecto fundamental na produção, com implicações
diretas para a produtividade e a eficiência econômica. A análise das variações de peso entre
diferentes raças, como o Dorper, Merino Africano, Damara e Karakul, revela que, enquanto
algumas raças são preferidas para a produção de carne, outras oferecem vantagens em
resistência e adaptabilidade.

2.4. Índices Zootécnicos em Ovinos

Os índices zootécnicos são fundamentais na avaliação da eficiência produtiva e reprodutiva


dos ovinos. Eles ajudam os produtores a monitorar o desempenho dos animais e a optimizar
as práticas de maneio. Abaixo, estão os principais indicadores utilizados no ovino, junto com
suas fórmulas de cálculo.
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 Taxa de Crescimento

A taxa de crescimento é um indicador que mede o aumento do peso corporal dos ovinos ao
longo do tempo. Essa taxa é importante para avaliar a eficiência alimentar e o desempenho de
engorda dos animais.

( ⁄ )

Exemplo:

Se um cordeiro pesava 25 kg ao nascer e, após 90 dias, pesa 50 kg, a taxa de crescimento seria:

( ⁄ )

 Produção de Lã

A produção de lã é um indicador importante, especialmente em raças de ovinos que são


criadas para a produção de fibra. A quantidade de lã produzida por animal é um reflexo da
saúde, nutrição e genética.

( ⁄ )

Se um rebanho de 10 ovelhas produz um total de 30 kg de lã, a produção de lã por animal


seria:

( ⁄ )

 Fertilidade

A fertilidade é um indicador crucial que mede a capacidade reprodutiva dos ovinos. Pode ser
avaliada pela taxa de parição e pelo número de cordeiros nascidos por ovelha.

( )

Se 40 ovelhas de um total de 50 pariram, a taxa de parição seria:

( )
11

 índice de Conversão Alimentar

Esse índice mede a eficiência com que os ovinos convertem ração em peso corporal.

( )
( )

Se um ovino consome 20 kg de ração para ganhar 5 kg de peso, o índice de conversão


alimentar seria:

 Taxa de Mortalidade

Esse índice é importante para entender a saúde do rebanho e a eficácia do manejo.

( )

Se em um rebanho de 100 ovinos, 5 morreram, a taxa de mortalidade seria:

Os índices zootécnicos são ferramentas valiosas para a avaliação da eficiência produtiva e


reprodutiva dos ovinos. Medindo a taxa de crescimento, produção de lã, fertilidade, índice de
conversão alimentar e taxa de mortalidade, os produtores podem tomar decisões informadas
sobre manejo, nutrição e práticas de seleção genética, otimizando assim a produção ovina.

 Idade ao Primeiro Aprendizado (IPA)

Esse índice mede a idade média em que as fêmeas atingem a maturidade sexual e são aptas
para reprodução.

Se cinco ovelhas atingem o primeiro aprendizado aos 7, 8, 7, 9 e 8 meses, a idade média seria:
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 Taxa de Descarte

Esse índice mede a proporção de animais que são removidos do rebanho devido a problemas
de saúde, baixa produtividade ou outras razões.

( )

 Intervalo Entre Partos (IEP)

O intervalo entre partos é o tempo médio que se passa entre duas parições consecutivas de
uma mesma fêmea.

Fórmula de Cálculo:

( )

Se uma ovelha pariu em Janeiro, maio e Setembro, os intervalos seriam de 120 dias (jan-maio)
e 120 dias (maio-Setembro). O IEP seria:

( )

 Taxa de Natalidade

Esse índice mede a proporção de cordeiros nascidos em relação ao número total de fêmeas
que pariram.

Se 40 ovelhas pariram um total de 100 cordeiros, a taxa de natalidade seria:

( )

 Ganho Médio Diário (GMD)


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Esse índice mede o ganho médio de peso de um animal durante um período específico,
reflectindo a eficiência do manejo alimentar.

( )
( ⁄ )

 Peso de Carcaça

O peso da carcaça é um importante indicador de rendimento, especialmente para sistemas de


produção de carne.

( ) ( )

Se um ovino pesa 70 kg e o rendimento de carcaça é de 50%, o peso da carcaça seria:

 Taxa de Conversão de Ração

Esse índice mede a eficiência com que os ovinos convertem a ração em ganho de peso.

( )
( ⁄ )
( )

Se um rebanho consome 200 kg de ração para ganhar 50 kg de peso, a taxa de conversão seria:

( )
( ⁄ ) ⁄
( )

 Rendimento de Carcaça

Este índice mede a eficiência da produção de carne em relação ao peso vivo do animal.

( ) ( )

Se um ovino pesa 70 kg e sua carcaça pesa 35 kg, o rendimento de carcaça seria:

( )

Resumindo, os índices zootécnicos são fundamentais para a avaliação da produção e


reprodução dos ovinos. Compreender esses indicadores permite que os produtores adoptem
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práticas de maneio que melhorem a eficiência, a saúde e a rentabilidade do rebanho,


contribuindo para a sustentabilidade de ovinos.

2.5. Sistema de Produção dos Ovinos


A criação de ovinos pode ocorrer sob diferentes sistemas de produção, sendo estes escolhidos
de acordo com factores como o tamanho da propriedade, os recursos disponíveis, o clima, o
tipo de raça criada e os objectivos de produção. Os três principais sistemas de produção de
ovinos são extensivo, semi-intensivo e intensivo.

a) Sistema Extensivo

O sistema extensivo caracteriza-se pela criação dos ovinos em grandes áreas de pastagem,
onde os animais se alimentam principalmente de forragem natural, com mínima intervenção
humana. Esse sistema é mais comum em regiões de clima semiárido e com vastas áreas de
terra, como na África Austral.

Vantagens: Baixo custo de alimentação (pois os animais se alimentam de pasto natural),


maior bem-estar animal e menor investimento em infraestrutura. Desvantagens: Menor
controle sobre a alimentação e a reprodução, maior susceptibilidade a predadores e condições
climáticas adversa, além de menor produtividade por hectare.

Autores como Casey e Van Niekerk (2013) apontam que o sistema extensivo é o mais
comum em regiões com grandes áreas de terra disponível, mas é menos eficiente em termos
de produtividade por animal. Cloete et al. (2014) observam que esse sistema pode ser mais
sustentável em regiões com baixos níveis de precipitação, onde a vegetação natural é adaptada
a essas condições.

b) Sistema Semi-Intensivo

O sistema semi-intensivo combina pastagem natural com suplementação alimentar e manejo


mais controlado dos ovinos. Os animais pastam durante o dia, mas também recebem ração e
suplementos alimentares para aumentar a produtividade.

Vantagens: Melhor controle da nutrição e do crescimento dos animais, maior produtividade


em comparação ao sistema extensivo e redução da dependência das condições climáticas.
Desvantagens: Custo adicional com alimentação suplementar e maior necessidade de mão de
obra e infraestrutura.
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Nortjé (2015) discute que o sistema semi-intensivo pode ser uma alternativa viável para
pequenos e médios produtores que desejam aumentar a eficiência produtiva sem os altos
custos de um sistema intensivo. Já Malan (2013) sugere que esse sistema é adequado em
áreas onde as pastagens naturais são limitadas ou de baixa qualidade.

c) Sistema Intensivo

O sistema intensivo envolve a criação dos ovinos em confinamento, onde a alimentação é


totalmente controlada com ração balanceada, forragem de alta qualidade e suplementação
nutricional. Esse sistema é mais comum em áreas com alta densidade populacional, onde a
terra é cara ou limitada.

Vantagens: Controle total sobre a alimentação, saúde e reprodução dos ovinos, maior
produtividade por animal e menor exposição a predadores e condições climáticas adversas.
Desvantagens: Altos custos com alimentação, infraestrutura e mão de obra, além da
necessidade de maior conhecimento técnico.

Scholtz (2016) menciona que o sistema intensivo pode maximizar a produção de carne e lã,
especialmente em raças melhoradas, como o Merino e o Dorper. Entretanto, Kruger (2017)
adverte que o alto custo de manutenção pode tornar esse sistema inviável para pequenos
produtores em regiões com recursos limitados, como em algumas partes da África Austral.

2.6. Instalações para Ovinos


As instalações para ovinos desempenham um papel fundamental na criação desses animais,
garantindo protecção contra predadores, condições climáticas adversas e facilitando o manejo
diário. A construção de boas instalações influencia directamente na saúde e produtividade do
rebanho.

 Abrigos e Cercados

Os abrigos são estruturas que protegem os ovinos contra intempéries, como chuva, vento e
calor extremo. Cercados são essenciais para conter os animais, proteger contra predadores e
facilitar o manejo do rebanho.

Abrigos: Devem ser construídos em locais elevados, com boa ventilação, protegidos de
ventos fortes e de fácil drenagem para evitar umidade excessiva.

Cercados: Podem ser feitos com arame farpado, redes ou cercas elétricas. O material deve ser
resistente o suficiente para impedir a fuga dos animais e a entrada de predadores.
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b) Currais de Manejo

Os currais de maneio são áreas onde os ovinos são conduzidos para actividades de manejo,
como tosquia, vacinação, vermifugação e pesagem. O desenho eficiente dos currais pode
reduzir o estresse dos animais e facilitar o trabalho dos criadores.

c) Bebedouros e Comedouros

Bebedouros automáticos e comedouros adequados são essenciais para garantir o acesso


contínuo à água limpa e à alimentação. A altura e o tamanho dos comedouros e bebedouros
devem ser ajustados conforme o tamanho dos ovinos.

Malan (2013) salienta que em sistemas extensivos, os ovinos passam a maior parte do tempo
a pasto, mas abrigos simples devem estar disponíveis em caso de condições climáticas
extremas. Kruger (2017) enfatiza a importância de cercas robustas em regiões onde os
predadores são uma ameaça significativa, como em áreas rurais da África Austral.
17

3. Conclusão

A produção de ovinos na África Austral é um sector vital para a economia agrícola, segurança
alimentar, e subsistência de muitas comunidades rurais. A diversidade climática e geográfica
da região, junto com o uso de raças adaptadas ao ambiente local, permite a criação de ovinos
em diferentes sistemas de produção. Embora enfrentem desafios, as oportunidades de
crescimento e inovação no sector ovino são promissoras, especialmente à medida que a
demanda global por carne e lã de alta qualidade continua a crescer.

A criação de ovinos na África Austral tem sido objecto de discussão entre diversos estudiosos,
que analisam seu papel na economia agrícola, bem como os desafios e oportunidades que o
sector apresenta para a região. O consenso entre os autores destaca a importância dessa
actividade, não apenas para a produção de alimentos e produtos de lã, mas também para a
manutenção da segurança alimentar e a geração de renda para comunidades rurais.

O peso das raças ovinas é um aspecto fundamental na produção, com implicações diretas para
a produtividade e a eficiência econômica. A análise das variações de peso entre diferentes
raças, como o Dorper, Merino Africano, Damara e Karakul, revela que, enquanto algumas
raças são preferidas para a produção de carne, outras oferecem vantagens em resistência e
adaptabilidade.
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4. Referências bibliográfica

Casey, N.H., & Van Niekerk, W.A. (2013). Sheep farming practices in Southern Africa.
Small Ruminant Research, 112(1), 7-15.

Cloete, S. W. P., Olivier, J. J., & Du Toit, E. (2014). Sheep production systems in Southern
Africa: Present status and future challenges. Small Ruminant Research, 113(1), 1-10.

Kruger, A. (2017). Sustainable sheep production in Southern Africa: Challenges and


prospects. Journal of Animal Science, 55(4), 99-112.

Malan, F. S. (2013). Facilities for sheep farming in semi-arid regions. Journal of


Agricultural Research, 43(2), 67-80.

Malan, F. S. (2013). The future of the meat industry in Southern Africa: Opportunities and
challenges for smallholders. Journal of Animal Production, 43(2), 91-102.

Scholtz, M. M. (2016). Management practices in intensive sheep production systems. African


Journal of Agricultural Research, 11(3), 245-252.

Kruger, A. (2017). Adapting sheep farming systems to climate variability in southern Africa.
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Scholtz, M. M. (2016). Sustainable utilization of indigenous sheep breeds in Southern Africa.


African Journal of Agricultural Research, 11(3), 245-252.

GRANDIN, Temple. Animals Make Us Human: Creating the Best Life for Animals.* New
York: Houghton Mifflin Harcourt, 2009.

KILEY, Patrick; HOPKINS, Patrick. Shearing Technologies and Welfare in Sheep Farming.*
Journal of Animal Science and Technology, v. 4, n. 2, p. 112-118, 2008.

BEARD, Mary; PARSON, Ian. Effects of Shearing on Sheep Welfare and Productivity.*
Wool Science Review, v. 18, n. 4, p. 71-80, 2011.

- Turpie, J., Marais, C., & Blignaut, J. (2018). The contribution of natural ecosystems to the
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Economics and Policy**, 7(2), 144-157.

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