Clima Apostila
Clima Apostila
Clima Apostila
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA
SUMÁRIO
Introdução....................................................................................................................... 03
Conceitos gerais ............................................................................................................. 06
O globo terrestre e as relações terra-sol ......................................................................... 12
Organização e funcionamento das estações meteorológicas .......................................... 24
Radiação solar e terrestre ............................................................................................... 29
Temperatura do ar e do solo ........................................................................................... 44
Umidade do ar ................................................................................................................ 55
Pressão atmosférica ........................................................................................................ 61
Estudo dos ventos ..........................................................................................................
Condensação e precipitação pluviométrica ....................................................................
Evaporação e evapotranspiração ....................................................................................
Balanço hídrico do solo pelo método climatológico ......................................................
Classificações climáticas ................................................................................................
Introdução ao Sensoriamento Remoto ...........................................................................
ANEXOS ........................................................................................................................
3
INTRODUÇÃO
OS PRIMEIROS METEOROLOGISTAS
UNIDADE I
CONCEITOS GERAIS
Subdivisões da Meteorologia:
NITROGÊNIO
Embora seja o constituinte mais abundante na atmosfera, não desempenha nenhum
papel relevante, em termos químicos ou energéticos, nas vizinhanças da superfície da Terra.
Na alta atmosfera ele absorve um pouco de energia solar de pequeno comprimento de onda
(ultravioleta) passando à forma atômica. O nitrogênio presente na molécula de vários
compostos orgânicos vegetais (proteínas) não é oriundo da atmosfera, mas sim do solo.
Alguns seres vivos como as leguminosas fixam esse elemento a partir do nitrogênio
atmosférico, através das rizobactérias encontradas nos nódulos das raízes.
Tabela 01. Composição não variável do ar seco até 25 km de altitude (Goody e Walker, 1975)
Constituinte Fração molar Massa molecular
(% do volume) (g . mol-1)
Nitrogênio (N2) 78,084 28,013
Oxigênio (O2) 20,946 31,999
Argônio (A) 0,934 39,948
Dióxido de Carbono (CO2) 0,031 44,010
Neônio (Ne) 0,0018 20,183
Hélio (He) 0,000524 4,003
Criptônio (Kr) 0,00015 83,800
Hidrogênio (H2) 0,00005 2,016
Xenônio (Xe) 0,000008 131,300
Ozônio ( O3) 0,000001 47,998
-18
Radônio (Rn) 6.10 222,0
Massa molecular média 28,964
OXIGÊNIO E OZÔNIO
O oxigênio desempenha um papel importante, do ponto de vista biológico, pois torna
possível a vida aeróbia na Terra. É responsável pela oxidação de compostos orgânicos, através
do processo fisiológico da respiração, além de possibilitar a formação de ozônio na atmosfera.
O oxigênio molecular (O2) na alta atmosfera se dissocia ao absorver a radiação
ultravioleta de comprimento de onda entre 0,13 e 0,20 μm. Os átomos de oxigênio, assim
formados, podem se combinar entre si ou com moléculas ou átomos de outros constituintes
atmosféricos. No caso do ozônio, temos:
OBS: 1 μm = 10-6 m = 10-3 mm
1 Å = 10-4 μm
O + O + M → O2 + M
O2 + O + M → O3 + M
8
VAPOR D‟ÁGUA
A concentração de vapor d‟água na atmosfera é pequena e bastante variável e, em
geral, diminui com a altitude, atingindo no máximo 4% em volume.
O vapor d‟água apesar de sua baixa concentração tem grande importância por
influenciar na distribuição da temperatura do ar, por participar ativamente dos processos de
absorção e emissão de calor sensível pela atmosfera, além de atuar como veículo transferidor
de energia ao transferir calor latente de evaporação de uma região para outra, o qual é liberado
como calor sensível, quando o vapor se condensa.
O vapor d‟água é responsável pela origem das nuvens e pela formação de outros
elementos meteorológicos como chuva, neve, orvalho etc..
GÁS CARBÔNICO
Do total de dióxido de carbônico existente na Terra, cerca de 98% se encontra
dissolvido na água dos oceanos, sob a forma de bicarbonato, quase todo o restante está na
atmosfera, onde sua concentração oscila muito pouco em torno de 0,5 g/kg de ar.
Existe um intercâmbio contínuo do CO2 entre a atmosfera e os seres vivos (respiração
e fotossíntese), os materiais da crosta (combustão e oxidação) e os oceanos.
O CO2 desempenha papel importante na energética do sistema globo-atmosfera,
absorvendo energia solar e terrestre de determinados comprimentos de onda e emitindo
energia em direção à superfície.
9
TROPOSFERA
É a camada que está em contato com a superfície terrestre e por ela aquecida;
É a camada mais importante em termos de meteorologia, pois nela se encontra cerca de ¾
da massa total da atmosfera e quase todo o vapor d‟água, dando origem às nuvens e aos
fenômenos meteorológicos decorrentes da água;
A temperatura do ar diminui com a altitude na razão de -6,5°C km-1;
Estão presentes os movimentos convectivos que permitem as transferências verticais de
calor e vapor d‟água para os níveis mais elevados;
A velocidade do vento aumenta com a altitude atingindo valores máximos (150 a 200 km/
h) perto da tropopausa;
A espessura varia com a latitude e época do ano:
Pólos → 6 km no inverno e 10 km no verão;
Trópicos → 15 a 18 km.
TROPOPAUSA
É a região de transição entre a troposfera e a estratosfera. Caracteriza-se por apresentar
isotermia em torno de -55°C;
Sua espessura é de:
Pólos → 6 a 10 km;
Trópicos → 13 a 18 km.
ESTRATOSFERA
Vai dos 18 aos 50 km de altitude;
Nesta camada ocorre um aumento da temperatura, atingindo no topo da mesma 0 oC, em
função da presença do ozônio que absorve a radiação ultravioleta, transformando-a em
calor;
Os movimentos convectivos e advectivos já se encontram praticamente ausentes.
ESTRATOPAUSA
Zona de transição entre a estratosfera e a mesosfera com isotermia em torno de 0°C;
Espessura: dos 48 aos 53 km.
MESOSFERA
Vai dos 53 aos 80 km;
Apresenta diminuição de temperatura na faixa de -3,5°C/km atingindo em seu limite
superior, cerca de -95°C;
Nesta camada o ar já se encontra praticamente rarefeito, porém os meteoritos que penetram
nesta camada em alta velocidade tornam-se incandescente devido ao seu atrito com o ar,
provocando a fusão de sua matéria e originando as conhecidas estrelas cadentes. Só os
maiores conseguem chegar à superfície da Terra.
10
MESOPAUSA
Vai dos 80 aos 90 km;
Zona de transição entre a mesosfera e a termosfera com isotermia em torno de -95oC;
TERMOSFERA
OBS: Alguns autores citam a camada IONOSFERA, que seria mais uma camada de sentido
fisico-químico, acima dos 60 km, caracterizada pelo aumento da concentração de íons com a
altitude. É a camada onde se encontram os satélites e os radares pela facilidade com que as
ondas de rádio são absorvidas e refletidas.
1a LISTA DE EXERCÍCIOS
Unidade II 12
UNIDADE II
TERRA:
Forma: geóide;
Raio Equatorial: ≈ 6.371 km;
Raio Equatorial > Raio Polar ≈ 21,5 km.
MOVIMENTOS DA TERRA
Rotação: 23 horas, 56 minutos e 4 segundos;
Translação: 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos;
Movimento de Spin ou de precessão: De acordo com a inclinação do eixo Norte-Sul da
Terra que pode variar de 22,1o a 24,5o (45.000 anos). No momento a inclinação é de
23,45o.
Translação e formação
das estações do ano
DISTÂNCIA TERRA-SOL
Em 2004:
Posição Mês Dia Hora Distância (milhões de km)
Periélio Janeiro 04 15 147,10
Afélio Julho 05 08 152,10
Unidade II 14
em que:
2
D
é o raio vetor Terra-Sol ou fator de correção (R) à excentricidade terrestre (adimensio-
D
nal);
D , a distância média Terra-Sol (150.106km);
D é a distância instantânea Terra-Sol (km);
X é o ângulo diário (radianos).
2
X d 1 , em que d é número do dia em questão, no calendário Juliano.
365
2
D 2d
1 0,033Cos
D
365
Em que:
D , a distância média Terra-Sol (150.106km);
D é a distância instantânea Terra-Sol (km);
d é número de ordem do dia do ano (d = 1 em 1 de janeiro e d = 365 em 31 de dezembro)
OBS:
UA → Unidade Astronômica → 1 AU = 1,496.108 km
AL → Ano Luz → 1 AL = 9,46.1012 km
Unidade II 16
São parâmetros que servem para a localização de pontos situados sobre a superfície
terrestre, tomando-se como referência o nível médio do mar, o equador terrestre e o meridiano
de Greenwich.
ALTITUDE (z)→ É a distância vertical de um ponto ao nível médio do mar. Será po-
sitiva quando o local em questão estiver acima do nível médio do mar e negativa quando
abaixo. Ex: Mossoró: z = 40,5 m
Figura 5 – Pólos Norte (N) e Sul (S), eixo terrestre (NS), plano do equador (E), equador (e),
plano paralelo (P), paralelo (p), plano meridiano (M) e meridiano (m).
Fonte:
Unidade II 17
TEMPO SOLAR MÉDIO → É aquele em que o DIA é obtido dividindo-se o ano solar verda-
deiro por 365,2422 dias de exatamente 24 horas cada um.
TEMPO LEGAL → É aquele escolhido por uma determinada Nação para ter validade sobre
seu Território.
EQUAÇÃO DO TEMPO (∆t)→ É a diferença (positiva, negativa ou nula) entre a hora solar
verdadeira (h*) e a hora solar média (h) em uma determinada data. É uma correção a ser apli-
cada à hora solar média, para se obter a hora solar verdadeira. Seu valor varia ao longo do
ano, por causa da variação da velocidade de translação da Terra (2a Lei de Keppler).
t h * - h
h* h t
∆λ, é uma correção usada quando a localidade não se encontra sobre o meridiano central de
seu fuso horário. Esta correção será positiva se o local estiver a oeste do meridiano central
(pois o meio dia solar verdadeiro vai ocorrer mais tarde que no meridiano central), ou negati-
va se o local estiver a leste (pois o meio dia solar verdadeiro no local vai ocorrer mais cedo).
Esta correção deverá levar em consideração a relação da velocidade angular de rotação da
Terra (15o/hora). Assim, se a diferença de longitude for 5o a correção será de ± 20 minutos
conforme a localidade esteja a oeste ou a leste do meridiano central do fuso.
G. W ROBERTSON e D. A. RUSSELO:
0,3964 3,631Sen F 22,97Cos( F ) 0,03838Sen (2F ) 0,3885Cos(2F ) 0,07659Sen (3F ) 0,1587Cos(3F ) 0,01021Cos(4F )
360d
em que: F
365
KLEIN (1977):
360o d 80
23,45 Sen
O
(δ em graus) quando o Sol ascende;
365
360o 284 d
23,45 Sen
O
(δ em graus) quando o Sol descende
365
Figura -
ESTAÇÕES DO ANO
Ocorrem na seguinte ordem no Hemisfério Sul e no Hemisfério Norte.
HEMISFÉRIO SUL HEMISFÉRIO NORTE
Início Estação Final δ Início Estação Final δ
o o
21/12 Verão 21/03 -23,45 a 0 21/12 Inverno 21/03 -23,45o a 0o
21/03 Outono 22/06 0o a +23,45o 21/03 Primavera 22/06 0o a +23,45o
22/06 Inverno 23/09 +23,45o a 0o 22/06 Verão 23/09 +23,45o a 0o
23/09 Primavera 21/12 0o a -23,45o 23/09 Outono 21/12 0o a -23,45o
ÂNGULO HORÁRIO DO SOL (w) → É o ângulo formado pelo deslocamento do Sol para
leste ou para oeste do meridiano local, em função do movimento de rotação da Terra em torno
do seu eixo. Seu valor será negativo pela manhã e positivo à tarde e varia de 0o a 90o ao nascer
e pôr do Sol.
w h * 1215o
Unidade II 20
ÂNGULO ZENITAL DO SOL (Z) → É o ângulo formado entre a linha vertical de um de-
terminado local, em um dado instante, e a linha que liga este local ao centro do Sol. Pode ser
medido com um teodolito ou com um telescópio, porém é mais fácil calculá-lo.
OBS. O ângulo de elevação do Sol (E) é igual ao complemento do ângulo zenital. Ou seja:
E 90º Z
Zênite
Ângulo
Zenital (Z1)
PÓLO NORTE
Φ = 90o , logo: cos Φ = 0 e sen Φ = 1
PÓLO SUL
O Sol permanece acima do plano do horizonte (E > 0o) apenas enquanto sua declina-
ção for negativa (23/9 a 21/3), parecendo girar continuamente em torno do observador e as-
Unidade II 21
sumindo a cada momento, um ângulo de elevação diferente, cujo valor máximo (E = -23o 27‟)
ocorre em 21 de dezembro.
Nos pólos há um período de iluminação contínuo que dura cerca de seis meses consecutivos e
um período de seis meses de noite.
W = 0o, cos0o = 1
CONCLUSÕES:
É o ângulo formado entre a direção Norte-Sul e a projeção do Sol sobre a linha do horizonte,
tomando-se como referencial o Sul. Seu valor será negativo para Leste e positivo para Oeste,
0o para Sul e 180o para Norte.
sen( w)cos( )
sen( A)
sen( Z )
CÁLCULO DO FOTOPERÍODO
FOTOPERÍODO (N) → É o número máximo de horas de sol que poderá ocorrer em determi-
nado dia e local da Terra. Seu valor varia com a latitude e a declinação solar.
SenSen
CosH então CosH tg.tg e ainda H arcCos tg.tg
CosCos
Inserir informação sobre a correção 0,83°
H arcCos tg.tg 0,83o
em que H é o ângulo horário ao nascer e pôr do Sol.
CONCLUSÕES:
2
N o 0,83o arcCos tg .tg
15
Unidade II 23
1a LISTA DE EXERCÍCIOS
2. Estimar a distância Terra-Sol (D) para o dia 26 de agosto de 2011, considerando que a
distância média é 150 . 106 km. Usar a equação de ROBERTSON E RUSSELO (1977).
3. Estimar a distância Terra-Sol (D) para os dias correspondentes aos APSIDES de 2003.
Usar a equação de DUFFIE e BECKMAN (1977).
Periélio → 04 de janeiro
Afélio → 04 de julho
5. Determinar a equação do tempo (∆t) e a hora solar verdadeira (h*) para as 10:00 horas
(hora solar média h) do dia 26 de agosto de 2011, em Mossoró-RN (5o11‟S; 37o20‟W),
considerando como padrão o fuso horário de Brasília-DF (3 horas = 45o).
6. Estimar o ângulo horário do Sol (w) para as 10:00 horas (hora solar média) do dia 26 de
agosto de 2011, em Mossoró-RN (5o11‟S; 37o20‟W).
7. Calcular o ângulo zenital do Sol (Z) para as 10:00 horas (hora solar média) do dia 26 de
agosto de 2011, em Mossoró-RN (5o11‟S; 37o20‟W). Calcule também o valor de Z para o
meio dia solar.
8. Encontrar o valor do azimute solar (A) as 10:00 horas (hora solar média) do dia 26 de
agosto de 2011, em Mossoró-RN (5o11‟S; 37o20‟W).
9. Calcular o ângulo horário ao nascer e pôr do Sol (H) para Mossoró-RN do dia 26 de
agosto de 2011.
10. Calcular a hora de nascer e pôr do Sol (HNS e HPS) e o fotoperíodo (N) para 26 de
agosto de 2011 em Mossoró-RN.
Unidade III 24
UNIDADE III
ESTAÇÕES ESPECIAIS → São aquelas que têm como objetivo coletar dados de
elementos meteorológicos específicos em uma determinada área.
Estações Aeronáuticas → Coletam dados de elementos meteorológicos necessários à segu-
rança dos aeroportos e das aeronaves. As observações são feitas de hora em hora.
Estações Marítimas → Coletam dados de elementos meteorológicos necessários à seguran-
ça dos navios e da navegação marítima.
Estações Actinométricas → Coletam dados específicos de radiação solar.
Estações Ozonométricas → Coletam dados específicos da camada de ozônio na atmosfera.
Estações Agrometeorológicas → Coletam dados com o objetivo de fornecer aos agriculto-
res, informações que permitam estabelecer a influência dos elementos meteorológicos na
produção agrícola. Nestas estações, além das observações de superfície, são feitas também
observações de natureza biológica, como temperatura das folhas, observações fenológicas
de crescimento e desenvolvimento das plantas, pragas e doenças, evapotranspiração, etc..
Estações Automáticas → São estações totalmente computadorizadas, nas quais todos os
elementos meteorológicos são medidos através de sensores eletrônicos analógicos ou digi-
tais, sendo possível se fazer leituras com freqüência de até um segundo, totalizando assim,
86.400 leituras diárias de um mesmo elemento meteorológico.
7. IDENTIFICAÇÃO DA ESTAÇÃO
Estação Jerônimo Rosado da ESAM:
Latitude (): 5o 12” 36‟ S;
Longitude (): 37o 18” 43‟ W;
Altitude (z): 18 m.
8. INSTRUMENTOS METEOROLÓGICOS
A aquisição de conhecimentos relativos ao tempo é um objetivo do ramo da ciência
denominada meteorologia. Os fenômenos meteorológicos são estudados a partir das observa-
ções, experiências e métodos científicos de análise. A observação meteorológica é uma avali-
ação ou uma medida de um ou vários parâmetros meteorológicos. As observações são senso-
riais quando são adquiridas por um observador sem ajuda de instrumentos de medição, e ins-
trumentais, em geral chamadas medições meteorológicas, quando são realizadas com instru-
mentos meteorológicos.
Unidade III 26
Estações Sinóticas: O termo sinótico significa visto ao mesmo tempo. Por conseguinte, as es-
tações dessa categoria devem realizar observações simultaneamente, em horários comuns, in-
ternacionalmente aceitos e baseados no Tempo Médio de Greenwich (TMG). Essa é a condi-
ção que se impõe quando há necessidade de se comparar dados coletados em diferentes locais,
procedimento indispensável à previsão do tempo.
Estações Climatológicas: Basicamente, as estações climatológicas destinam-se à obtenção de
dados meteorológicos para caracterização do clima. A rotina de trabalho das mesmas difere
um pouco das sinóticas e os horários cumpridos não seguem necessariamente o TMG.
Termômetro de Máxima: instrumento que utiliza o mercúrio como elemento sensível, são
usados para indicar a temperatura máxima, verificada num dado intervalo de tempo.
Possui perto do bulbo, um dispositivo para impedir que o retorno de mercúrio ao bulbo se
verifique espontaneamente.
Termômetro de Mínima: destinado a indicar a temperatura mais baixa que ocorreu num
certo período. Têm, normalmente, o álcool etílico como elemento sensível.O bulbo desse
termômetro é bifurcado para aumentar sua eficiência.
Psicrômetro August: instrumento convencional utilizado para determinação de parâmetros
que caracterizam a umidade atmosférica. São instrumentos constituídos por dois
termômetros idênticos de mercúrio-em-vidro, instalados paralelamente, em suporte
apropriado. O bulbo de um desses termômetros está revestido por um tecido fino especial
(musselina).
Unidade III 27
2a LISTA DE EXERCÍCIOS
UNIDADE IV
Figura 08. Atividade solar evidenciada pelo número de manchas (LIOU, K. N., 1980)
Unidade IV 31
Figura 09. Distribuição espectral da radiação solar no tôpo da atmosfera e ao nível médio do
mar, comparadas com a da emissão de um corpo negro a 6000 K.
C=
São conhecidas radiações com comprimento de onda que variam desde 10 -10 cm (raios
gama) até cerca de 10 7 cm (ondas longas de rádio). O espectro eletromagnético é, portanto,
o conjunto de radiações eletromagnéticas ordenadas de acordo com suas freqüências, seus
comprimentos de ondas ou número de ondas.
PROPRIEDADES RADIANTES DOS CORPOS
Unidade IV 32
Corpo negro:
No estudo da radiação é conveniente considerar como modelo um corpo absorvente
perfeito, ou seja, que apresente a = 1 para qualquer comprimento de onda. A este modelo,
apenas conceitual (não existe na natureza), chama-se corpo negro. Ou seja, é aquele corpo
capaz de absorver integralmente toda a energia radiante incidente sobre ele.
Espelho Perfeito: É aquele corpo capaz de refletir integralmente toda a energia radiante
incidente sobre ele (r=1).
Fa
a (02)
F
Refletividade (r): A refletividade monocromática de um corpo é dada pela razão entre a
quantidade de energia radiante refletida pelo corpo e o total incidente sobre ele, para um
dado comprimento de onda. Um corpo negro tem refletividade igual a 0.
Unidade IV 33
Fr
r (03)
F
Ft
t (04)
F
a r t 1
A energia solar que atinge uma superfície plana e horizontal, localizada fora da
influência da atmosfera (Qo), depende da latitude (), da declinação solar () e do ângulo
zenital (Z) no instante que se considere.
Para um determinado dia o valor de Qo pode ser estimado pela equação:
1440 I o
Qo 2
Hsensen cos cos senH ~ cal cm-2 dia-1 (05)
R
em que H é o ângulo horário ao nascer e pôr do sol, com a observação de que o primeiro valor
de H deve ser expresso em radianos.
Unidade IV 34
LEIS DA RADIAÇÃO
Lei de Kirchhoff
a
E
, T (06)
a
Lei de Stefan-Boltzman
Me M e d E , T d T 4 (07)
0 0
Me = T4 (08)
Superfícies
Água 0,92 a 0,96
Areia molhada 0,95
Areia seca 0,89 a 0,90
Gelo 0,82 a 0,995
Solo molhado 0,95 a 0,98
Algodão 0,96 a 0,97
Cana de açúcar 0,97 a 0,98
Feijão 0,93 a 0,94
Fumo 0,97 a 0,98
Milho 0,94 a 0,95
Fonte: SELLERS (1965); MONTEITH (1975)
Lei de Wien
K
*
T
Conhecida como lei do deslocamento de Wien, uma vez que exprime o deslocamento
máximo da função E (,T) ao longo do eixo das abcissas. A equação, acima, evidencia que
quando a temperatura aumenta, o valor de m diminui. Fisicamente essa equação revela que ,
quanto maior a temperatura da superfície emissora, mais se aproximará do ultravioleta o
comprimento de onda da radiação emitida com maior intensidade. Caso a temperatura da
superfície emissora venha a diminuir, esse deslocamento acontecerá na direção do
infravermelho. Com isto deduz-se que qualquer corpo luminoso que venha progressivamente
a se resfriar, deixará de emitir luz visível.
Em 1898, Wien chegou à conclusão que o máximo de E (,T), isto é, a ordenada
correspondente a m deveria ser proporcional à quinta potência da temperatura absoluta do
corpo negro. Desse modo,
Lei de Planck
Até o final do século XIX, a forma da função E (,T), continuava a ser o maior desafio
científico enfrentado pelos pesquisadores dessa área do conhecimento humano. Em 1900
Planck conseguiu demonstrar a forma da função E (,T):
E , T
C1
(11)
C
5 exp 2 1
T
Em que:
E (,T), expressa a emitância monocromática do corpo negro em W m-2 m-1;
, é o comprimento de onda em m;
T, a temperatura em K;
C1 = 3,7427 . 108 W m4 m-2;
C2 = 1,4388 . 104 m K.
Lei de Beer-Bouguer-Lambert
Lei de Lambert
Quando um fluxo radiante (F) incide sobre uma superfície (S) formando um
ângulo (Z) com a normal à superfície, a irradiância (I) sobre a superfície considerada
será o produto da irradiância na superfície normal aos raios solares (I N) pelo cosseno
do ângulo de incidência (cos Z).
Matematicamente, teremos:
I Z I N cos(Z ) (13)
Espalhamento Seletivo
Espalhamento Não-seletivo
Ocorre quando o diâmetro das partículas é muito maior do que o comprimento de onda
da radiação incidente.
Q* K * L*
Q* K K L L (14)
em que:
Q* representa o saldo de radiação;
K é a radiação de onda curta incidente;
K é radiação de ondas curtas refletida pela superfície;
L é a radiação de onda longa emitida pela atmosfera na direção do solo;
L é a radiação de onda longa emitida pela superfície, adicionada à radiação atmosférica de
onda longa refletida pelo solo.
Unidade IV 39
Rn K K L L Rn L L
O balanço de radiação de ondas curtas na superfície do solo (K*) será determinado a partir
dos fluxos de radiação incidente e refletida, com base na equação:
K * K K K 1 r (15)
em que: r é o albedo de ondas curtas da superfície, obtido pela razão K /K. Quando não
Prescott.
n
K Qo a b
N
onde:
Unidade IV 40
n
L* Ta4 (0,09 e 0,56)(0,1 0,9 ) (19)
N
Radiação Infravermelho - IR
Qoi K i Qoi
ou K i KH (21)
QoH K H QoH
onde:
Qoi; é a radiação solar no topo da atmosfera para a superfície inclinada;
QoH; a radiação solar no topo da atmosfera para a superfície horizontal;
K↓i; a radiação global incidente na superfície inclinada;
K↓H; a radiação global incidente na superfície horizontal.
3a LISTA DE EXERCÍCIOS
1. Estimar o valor da constante solar para um determinado dia do ano considerando que a
distância média Terra-Sol é 149.700.000 km e que a emitância média do Sol é de 54,5.1026
cal .min-1.
3. Use a lei de Planck para estimar a emitância do Sol em cada uma das faixas do espectro
visível do Sol. Usar o comprimento de onda médio de cada faixa.
5. Estimar a quantidade de radiação solar que deverá incidir em uma superfície plana e
horizontal no topo da atmosfera na cidade de Mossoró-RN (5o11‟S; 37o20‟W) no dia 25 de
setembro de 2003. Expressar o resultado em cal.cm-2.min-1; Watt.m-2 e MJ.m-2.
DADOS:
Fator de correção à excentricidade terrestre: 0,9941
Declinação solar: - 0,61o
8. Determinar a radiação solar global, média diária, incidente na cidade de Goiânia, no mês
de setembro, considerando-se as seguintes condições de orientação e inclinação da
superfície:
Superfície plana e horizontal:
Superfície plana orientada para Norte com 15o de inclinação;
Superfície plana orientada para Sul com 15o de inclinação;
Superfície plana orientada para Leste com 15o de inclinação;
Superfície plana orientada para Oeste com 15o de inclinação.
OBS:
Latitude do local: 16o 41‟S;
Insolação média mensal em setembro: 360 horas.
UNIDADE V
TEMPERATURA DO AR E DO SOLO
ESCALAS DE TEMPERATURA
Figura 1. Curso diário da radiação solar absorvida pelo solo e emissão efetiva terrestre.
TEMPERATURA DO SOLO
Q
Qz; t Qz dz; t dz
z
o sinal negativo indica que uma quantidade de calor está sendo absorvida pela camada de solo
considerada, quantidade esta que é responsável pelo seu aquecimento.
Unidade V 46
w
z
w
T z, t T To exp
D
sen wt z
2
2 D
T 0, t T To senwt
T T
senwt
To
w
z
w
Qz, t To k
w 2 D
exp sen wt z
D 2 D 4
Na superfície do solo z = 0:
w
Q0, t To k sen wt
D 4
Condutividade Térmica do solo → é a quantidade de calor que flui por unidade de tempo
através de uma unidade de seção transversal do solo, em resposta a uma variação de
temperatura específica. Seu valor depende da composição da fração sólida do solo, do teor de
umidade, da densidade global, da porosidade e do teor de matéria orgânica do solo.
Para a maioria dos solos considera-se k = 2,5 . 10-3 cal . cm-1 . seg-1 . oC.
Então k pode ser encontrado por:
ant ln a
k
Tob 2
Em que:
a, é o coeficiente linear da reta do ln de Qmax.
b é o coeficiente angular da reta do ln de Qmax.
Unidade V 47
Difusividade Térmica do solo → é uma função parabólica do teor de umidade do solo, isto é,
um teor de umidade baixo reduz o efeito isolante do espaço livre (poro) ocupado pelo ar, mas
à medida que a umidade aumenta, os poros são preenchidos progressivamente. Seu valor
médio para a maioria dos solos é D = 5 . 10-3 cm2 . seg-1.
Então D pode ser encontrado por:
w
D
2b 2
Em que:
w é a velocidade angular da Terra (rad/s)
b é o coeficiente angular da reta do ln de Qmax.
CONDUÇÃO → é a troca de energia cinética entre as moléculas de uma massa de ar, que
ocorre em função da diferença de temperatura existente entre elas.
Variação diária:
Quando o balanço de radiação na superfície começa a ser positivo (A), o ar em contato
com o solo começa a se aquecer por condução. Esse ar aquecido expande-se, eleva-se e é
substituído por um ar mais denso, iniciando-se uma convecção livre que aumenta
proporcionalmente com a radiação. Assim, o ar vai se aquecendo continuamente, sendo que a
camada mais próxima do solo se aquece mais rápida e intensamente.
A temperatura máxima do ar em contato com o solo, ocorre simultaneamente com a
temperatura máxima da superfície. À medida que se afasta da superfície, a temperatura
máxima sofre um atraso continuamente, indo acontecer a 2 m de altura cerca de 2 horas
depois de ter ocorrido na superfície.
Após atingir a máxima, a temperatura do ar entra em declínio em decorrência da
diminuição da temperatura do solo, com o balanço de radiação decrescente.
Quando o balanço de radiação torna-se negativo, estabelece-se um fluxo de calor por
condução do ar para a superfície. Este fluxo passa a resfriar o ar. Com o resfriamento aumenta
a densidade do ar e as diversas camadas tendem a acamar-se umas sobre as outras. O processo
se intensifica durante a noite, até a nova inversão no balanço de radiação, quando a
temperatura do ar junto ao solo é mínima. A mínima se atrasa para as camadas mais afastadas
da superfície do solo.
Variação anual:
É determinada basicamente pelo curso anual da radiação solar global incidente sobre a
superfície.
Proximidade do oceano;
Altitude;
Albedo da superfície;
Tipo de vegetação.
A temperatura média para um determinado mês pode ser estimada a partira das
coordenadas geográficas do local pela equação:
tm A B C Dz
onde:
A, B, C, e D são coeficientes determinados para cada região;
Φ é a latitude do local;
λ a longitude;
z a altitude.
Exemplo:
Localidade: Mossoró Constantes: tm = 28,52 oC
Mês: Outubro A: - 1,2237
: 5o 11‟S; B: 0,3722
: 37o 20‟W; C: 0,8508
Z: 15 m; D: -0,00583
Unidade V 49
t
G 6,5o C.km1
z
onde:
∆t, é a variação vertical da temperatura do ar (oC);
∆z, a variação da altura (km).
São parâmetros que relacionam o ciclo vegetativo de uma determinada cultura, com a
quantidade de calor à qual esta cultura estará exposta desde a germinação da semente até a
maturação dos frutos.
Temperaturas Cardeais → são limites de temperatura aos quais estão sujeitas todas as
espécies vegetais, acima ou abaixo das quais as plantas passam a sofrer influência no seu
desenvolvimento vegetativo.
Temperatura Máxima (tS) → é aquela acima da qual a planta cessa o seu desenvolvimento
vegetativo.
Temperatura Ótima (tO) → é a faixa de temperatura na qual a planta otimiza o seu
desenvolvimento vegetativo.
Temperatura Mínima o Basal (tI) → é aquela abaixo da qual a planta cessa o seu
desenvolvimento vegetativo.
Exemplo:
Melão:
tS; 44 a 50 oC;
tO: 31 a 37 oC;
tI: 15 a 18 oC.
GD
tN tI tX tN tX tI 2
GD
2 2tX tN
CASO III → dias em que tN > tI e tX > tS CASO IV → dias em que tN ≤ tI e tX > tS
GD
tX tI tX tN tX tS 2 GD
tX tI 2 tX tS 2
2 2tX tN 2tX tN 2tX tN
Unidade V 50
GDT
N o dias
tm tI
Constante Térmica (CT) → é a quantidade de unidades de calor acumuladas desde a
germinação até a maturação dos frutos de uma determinada cultura. Este valor é
aproximadamente constante para uma mesma cultura, mesma localidade e mesma época do
ano (Exemplo: milho → CT = 2500 oC).
CT t
tm, é a temperatura média de cada dia desde a germinação até a maturação dos frutos.
CT
N o dias
tm
Para que uma cultura possa se desenvolver plenamente é necessário que ocorra uma tempera-
tura mínima apropriada para cada fase do seu ciclo fisiológico, sendo denominada temperatu-
ra base.
Várias culturas já tiveram suas temperaturas base determinadas, possibilitando assim a utili-
zação do conceito de graus-dia. Este conceito é bastante interessante para se determinar datas
prováveis de colheitas ou se estabelecer o melhor dia para o plantio de uma cultura, visando a
sua colheita em uma data pré-definida.
Cada cultura teoricamente possui três faixas de temperatura em que as mesmas devem se de-
senvolver: a temperatura mínima (abaixo da qual a cultura não se desenvolve), a temperatura
ótima de desenvolvimento (ideal) e a temperatura máxima (acima da qual o desenvolvimento
da cultura será prejudicado ou impossibilitado)
Unidade V 51
APLICAÇÃO (EXEMPLO)
Vamos resolver um exemplo em passos: uma cultura que possui exigência de 740 graus-dia
(GD) e uma temperatura base de 6,0°C, vai ser semeada no dia 15 de agosto. Qual será a data
provável da colheita?
1º PASSO
Para cada mês, subtrair o valor da temperatura média da temperatura base
Agosto 13,0 – 6,0 = 7,0 °C
Setembro 14,5 – 6,0 = 8,5 °C
Outubro 16,7 – 6,0 = 10,7 °C
novembro 18,8 – 6,0 = 12,8 °C
2º PASSO
Multiplicar o número de dias do mês pelo valor encontrado na subtração acima, para determi-
nar a quantidade de graus-dia (GD) no mês.
OBS: como a semeadura será realizada no dia 15 de agosto, e o mesmo possui 31 dias, restam
apenas 16 dias após a semeadura.
3º PASSO
Somam-se os valores de graus-dia, a partir da semeadura, sendo que o valor não pode ultra-
passar a exigência de graus-dia da cultura.
AGO SET OUT NOV SOMA
112,0 255,0 331,7 384,0 1082,7GD
1082,7GD 740,0GD (não atende)
4º PASSO
Para saber a data da colheita, deve-se primeiro subtrair o valor requerido de GD (740,0) do
valor obtido do somatório (698,7)
740,0 698,7 41,3GD
Ou seja, faltam mais 41,3GD no mês de novembro para a cultura estar pronta para a colheita.
Divide-se então o número de graus dia restantes pelo valor da subtração do 1° passo para o
mês de novembro.
Unidade V 52
41,3GD
3dias
12,8GD
São necessários mais três dias de novembro para se completar o número de graus dia requeri-
dos pela cultura.
Temos então a data de 04 de NOVEMBRO como a data mais provável para a colheita.
4a LISTA DE EXERCÍCIOS
7. Admitindo-se que as temperaturas limites (superior e inferior) de uma cultivar são 15oC e
30oC, respectivamente, computar a quantidade de graus-dia correspondente a cada uma das
situações seguintes:
tX: 31oC e tN: 18 oC;
tX: 34oC e tN: 22 oC;
tX: 28oC e tN: 12 oC.
Unidade VI 55
UNIDADE VI
UMIDADE DO AR
e
w 0,622 (g.g-1)
Pe
Unidade VI 56
17,2693882.t
es 6,178 exp (mb)
t 237,3
mv
q
mu
0,622e
q (g .g-1)
P 0,378.e
mv
UA
V
216,68e
UA (g.m-3)
t 273,15
Unidade VI 57
mv
UA
V
216,68es
UAS (g.m-3)
t 273,15
e UA
UR 100 100 (%)
es UAS
e es e (mb)
APLICAÇÃO
Utiliza-se de um secador que trabalha com fluxo de ar de 200 m³ hora -1 para secar uma
tonelada de milho de 14% a 10% de umidade em peso. O ar na entrada possui 42°C e UR% de
25. Na saída o ar está com 37°C e 92% de UR. Quanto tempo levará para secar a tonelada de
milho, sabendo-se que a capacidade do secador é de 200 kg de sementes?
SOLUÇÃO:
Para que a umidade em peso do milho seja 10%, é necessário perder 4% em água, o que
corresponde a 200 x 0,04 = 8 kg de água. (8.000g)
Cada m³ de ar que passa pelo secador extrai 40,81 14,26 26,55 gramas de água
Se cada m³ de ar extrai 26,55gH2O, para que sejam extraídas 8.000 gramas é necessário
circular 8.000 ÷ 26,55 = 301,3 m³
Se a velocidade de passagem do ar é 200 m³ por hora seria necessário 301,3 ÷ 200 = 1,51
horas para secar os 200 kg de semente.
Como a quantidade de semente à secar é de 1000 kg logo seriam necessários 1000 ÷ 200 = 5
cargas.
Se o tempo de secar uma carga é de 1,51 horas, o tempo total para secar 5 cargas seria:
5 x 1,51 = 7,55 horas ou 7 horas e 33 minutos.
Unidade VI 59
5a LISTA DE EXERCÍCIOS
2. Usando a equação, calcular a temperatura do ponto de orvalho, a partir dos dados abaixo:
Temperatura do bulbo seco: 28 oC;
Temperatura do bulbo úmido: 25 oC;
Pressão atmosférica: 760 mm Hg.
3. Com o uso das tabelas e os dados fornecidos abaixo, determinar a temperatura do ponto de
orvalho e umidade relativa do ar.
Temperatura do bulbo seco: 25 oC;
Temperatura do bulbo úmido: 20 oC;
Pressão atmosférica: 740 mm Hg;
Altitude: 300 m;
Psicrômetro sem aspiração.
4. Deseja-se saturar o ambiente interior de uma estufa que possui um volume de aproxima-
damente 200 m3, porém mantendo-se a temperatura constante. Os únicos dados disponíveis
são as temperaturas de um psicrômetro sem aspiração: 27,3 oC e 24,7 oC.
UNIDADE VII
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
1. Conceito → é o peso exercido por uma coluna de ar, com secção reta de área unitária, que
se encontra acima do observador, em um dado instante e local. Fisicamente representa o peso
que a atmosfera exerce por unidade de área. O movimento da atmosfera está diretamente
relacionado com a distribuição da pressão atmosférica.
F
P
S
P; pressão atmosférica;
F; força exercida pelo peso da coluna de ar;
S; área da superfície.
2. Unidades Usadas
Assim, a temperatura (T) e a pressão atmosférica (P) podem ser estimadas em qualquer altura:
5, 2568
0,0065.z
P 7601 e T 15 0,0065.z
288
Onde z é a altitude (m).
OBS: Para uma latitude média a pressão atmosférica diminui cerca de 1/30 do seu valor para
cada 275 metros de altitude.
Unidade VII 62
A variação diária da pressão atmosférica apresenta dois valores máximos às 10:00 e 22:00
horas e dois mínimos às 4:00 e 16:00 horas.
A variação anual da pressão atmosférica apresenta um curso inverso da temperatura. Isto
porque nas épocas frias as massa de ar são mais densas e mais pesadas, enquanto que nas
épocas quentes elas são mais secas, menos densas e mais leves.
ISÓBARAS
→ são linhas imaginárias que unem pontos de mesma pressão atmosférica reduzida ao nível
médio do mar, elas formam núcleos nos quais a pressão atmosférica cresce (centro de alta
pressão) ou decresce (centro de baixa pressão) em direção ao centro.
A pressão atmosférica pode ser medida por Barômetros, os mais conhecidos são os
barômetros aneróides, que não necessitam correções e os barômetros de mercúrio, que apesar
de serem mais precisos, necessitam as seguintes correções nas leituras:
LB = PB ± Ci
onde:
LB é a leitura barométrica, feita a correção instrumental (mb);
T é a temperatura do ar medida no termômetro do barômetro (oC).
LBC = LB ± Ct
Unidade VII 63
A correção da gravidade (Cg) = (CΦ + Cz) pode ser determinada pela fórmula:
g , z
Cg LBC 1
gn
onde:
LB é a leitura barométrica, feita a correção instrumental (mb);
gn a gravidade normal (980,665 cm . s-2);
g (Φ,z); a gravidade do local (cm.s-2);
Cg; correção da gravidade (mb).
PR P Ci Ct C Cz
ou
PR P Ci Ct Cg
Problema:
Os dados abaixo foram coletados na cidade de Ponta Grossa – PR (Lat: 25o 6‟S ; Long: 50o
10‟W; Alt: 868 m).
Leitura no barômetro: 691,2 mm Hg;
Temperatura do barômetro: 20,2 oC;
Temperatura do ar: 21,1 oC;
Correção instrumental: -0,12 mm Hg.
Determinar:
Leitura barométrica;
Correção da temperatura;
Correção da gravidade com relação à latitude;
Correção da gravidade com relação à altitude;
Pressão atmosférica real;
Pressão atmosférica reduzida ao nível médio do mar.
Unidade VII 64
Em que:
Po é a pressão reduzida ao NMM (mb);
P é a pressão real (mb);
z é a altitude local (m)
T é a temperatura do ar (K)
Unidade VIII 65
UNIDADE VIII
P
G
x
∆P é a variação da pressão atmosférica (mb);
∆x é a variação da distância horizontal (100 km).
OBS: quanto menor a distância entre as isóbaras, maior será a velocidade do vento.
P P P
P i j k
x y z
O gradiente de pressão (G) gera uma força (F) que atua na mesma direção de G, porém
em sentido contrário. Esta força tende a fazer com que as massas de ar se desloquem dos
centros de alta para os de baixa pressão. Assim, podemos afirmar que a força F origina e
mantém os ventos.
D 2mVsen
onde:
m; é a massa da massa de ar em movimento;
V; a velocidade de deslocamento da massa de ar;
W; a velocidade angular da Terra;
Φ; a latitude do local.
No equador:
Φ = 0, sen 0 = 0, logo, D é nula.
Nos pólos:
Φ = 90o, sen 90o = 1, logo, D = 2mVω
Unidade VIII 66
4. Efeito da Força Centrífuga (C) → Ao ser originado o vento tende a se deslocar na mesma
direção e sentido da força do gradiente de pressão, porém com a atuação da força de Coriollis
o movimento tende a ser curvo, aparecendo, assim, a força centrífuga atuando sempre de
dentro para fora do movimento. Assim, a direção resultante do vento tende a ser no sentido
paralelo às isóbaras. Este vento é chamado de vento gradiente e ocorre acima dos 500 metros
de altitude. A direção resultante deste vento é função de três forças: F, C e D.
5. Efeito da Força de Atrito com a Superfície do Solo (A) → As massas de ar que se deslocam
abaixo de 500 metros passam a sofrer a ação de mais uma força que é a força de atrito com a
superfície do solo. Esta força atua na mesma direção e em sentido contrário à velocidade do
vento. Por este motivo a velocidade do vento diminui à medida que nos aproximamos da
superfície do solo. A direção resultante do vento passa a ser, agora, função de quatro forças:
F, D, C e A. A direção tenderá ligeiramente para a direção da força do gradiente de pressão,
cortando as isóbaras formando com elas um ângulo de no máximo 15o, só que a força do
gradiente é constante, enquanto que as forças de Coriollis e centrífuga são proporcionais à
velocidade do vento.
A circulação nas células de pressão ocorrem na forma espiral, em função do pequeno
ângulo formado entre a direção resultante do vento e as isóbaras.
No hemisfério Sul nos centros de baixa pressão, a circulação das massas de ar ocorre
de fora para dentro do núcleo e no sentido horário, caracterizando os ciclones. Já para as
células de alta pressão a circulação ocorrerá de dentro para fora do núcleo e no sentido anti-
horário caracterizando os anticiclones.
6.1. Solo Descoberto → A velocidade do vento diminui à medida que nos aproximamos da
superfície do solo, atingindo zero, praticamente na superfície. O perfil assume, então, uma
forma exponencial e dependerá dos valores da velocidade do vento, da rugosidade da
superfície e dos valores dos gradientes de temperatura próximo ao solo.
6.2. Solo com Vegetação → O perfil da velocidade do vento só se estabelecerá a partir de uma
determinada altura, esta altura varia de espécie para espécie vegetal e é chamada de
Deslocamento do Plano Zero (d).
9. Tipos de Vento
Unidade VIII 67
9.1.1. Vento Geostrófico → ocorrem em direção paralela às isóbaras, nas camadas altas da
atmosfera, acima de 3000 metros e não sofrem influência do atrito com a superfície;
9.1.2. Vento Gradiente → ocorrem em direção paralela às isóbaras, nas camadas da atmosfera
acima de 500 e abaixo 3000 metros e também não sofrem influência do atrito com a
superfície;
9.1.3. Vento Ciclostrófico → ocorrem próximo à superfície do solo, em forma de espiral, e
sofrem grande influência do atrito com a superfície.
9.2.1. Brisa Terra-mar → ocorre à noite quando o vento sopra do continente para o oceano;
9.2.2. Brisa Marítima → ocorre durante o dia quando o vento sopra do mar para o continente;
9.2.3. Brisa do Vale (ventos anabáticos) → ocorre durante o dia quando o vento sopra
ascendente do vale para a montanha;
9.2.4. Brisa da Montanha (ventos catabáticos) → ocorre durante a noite quando o vento sopra
descendente da montanha para os vales;
9.2.5. Monções → são ventos que ocorrem em algumas partes do mundo no verão soprando
do oceano para o continente e no inverno do continente para o oceano em função dos
diferentes centros de pressão formados.
1
V2 Z 2 7
V1 Z1
V2 e Z2; velocidade do vento e altura no nível mais alto;
VZ
6a LISTA DE EXERCÍCIOS
1. Os dados abaixo foram coletados na cidade de Ponta Grossa/PR (25o6‟S; 50o10‟W; 50 m).
Leitura no barômetro: 691,2 mm Hg;
Temperatura do barômetro: 20,2 oC;
Temperatura do ar: 21,1 oC;
Correção instrumental: -0,12 mm Hg;
Gravidade normal: 980,665 cm.s-2;
Altitude média da região: 70 m.
Determinar:
Leitura barométrica;
Correção da temperatura;
Correção da gravidade com relação à latitude;
Correção da gravidade com relação à altitude;
Pressão atmosférica real;
Pressão atmosférica reduzida ao nível médio do mar.
3. Com base no resultado do problema anterior, estimar a velocidade média do vento que atu-
aria na altura do eixo horizontal de um moinho de vento instalado a 15 metros de altura.
4. Com os dados da Tabela (anexo) reduzir os dados da velocidade do vento para 2 metros de
altura e fazer a rosa dos ventos para o mês em questão.
Unidade VIII 69
TABELA 1.
Dados da velocidade e direção do vento em Mossoró-RN no mês de janeiro de 2000.
Dia Vel. a 10 m Vel. a 2 m Direção Predomi-
(m.s-1) (m.s-1) nante
01 3,3 NE
02 3,3 E
03 5,3 NE
04 4,7 NE
05 4,3 SE
06 1,7 NE
07 0 C
08 2,7 E
09 4,3 NE
10 4,7 NE
11 5,3 NE
12 3,7 NE
13 6,0 NE
14 5,3 NE
15 5,0 NE
16 4,0 NE
17 5,3 NE
18 4,3 E
19 4,0 N
20 4,3 E
21 1,7 SE
22 4,3 NE
23 4,3 E
24 2,7 NE
25 5,0 NE
26 6,0 SE
27 3,3 E
28 4,0 SE
29 1,7 SE
30 2,0 NE
31 6,3 E
Média 3,96 NE
Unidade IX 70
UNIDADE IX
1. Conceito → Precipitação é o processo pelo qual a água condensa na atmosfera e atinge gra-
vitacionalmente a superfície do solo, na forma de chuva, granizo, neve, orvalho etc..
3. Formas de Ocorrência →
Gravidade (g) → Atua para baixo em função do peso das gotículas de água;
Empuxo (E) → É a pressão exercida pelo vapor d‟água em função da gravidade. Tem
sentido contrário à gravidade;
Ação das correntes ascendentes (A) → Atua para cima na mesma direção do empuxo.
As nuvens se desenvolvem:
Camada Regiões Polares Regiões Tempe- Região Tropical Tipos mais Fre-
radas qüentes
Superior 3 a 8 km 5 a 13 km 6 a 18 km Ci, Cs, Cc
Média 2 a 4 km 2 a 7 km 2 a 8 km Ac, As, Ns
Inferior Até 2 km Até 2 km Até 2 km Sc,St
Ci → Cirro;
Cs → Cirrostrato;
Cc → Cirrocúmulo;
Ac → Altocúmulo;
As → Altostrato;
Ns → Nibostrato;
Sc → Estratocúmulo;
St → Estrato;
Cu → Cúmulo;
Cb → Cumulonimbo → Essas nuvens têm suas bases na camada inferior e seus topos na ca-
mada média e muitas vezes na camada superior da atmosfera.
7. Tipos de Chuva
7.1. CONVECTIVAS → Ocorrem na época mais quente do ano. É a típica chuva de verão,
com grande intensidade e curta duração. Pode produzir ventos locais e muitos raios. Ocorre
pela formação e elevação de massas de ar quente.
7.2. CICLÔNICAS OU FRONTAIS → É uma chuva de menor intensidade, com pingos me-
nores, e de longa duração. Pode ocorrer por vários dias, apresentando pausas e chuviscos en-
tre fases mais intensas.Na metade sudeste do continente, pode ocorrer em qualquer época do
ano, mas tem maior duração nos meses frios, quando os fenômenos atmosféricos são menos
intensos. Ocorre em uma imensa área simultaneamente e se forma pelo encontro de duas mas-
sas de ar, uma quente e úmida e outra fria, normalmente vinda do pólo sul.
7.3. OROGRÁFICAS → Ocorrem nas regiões serranas. Ocorre quando uma nuvem encontra
um alto obstáculo em seu caminho, como uma grande elevação do terreno, cadeia de morros,
serra, etc. Para a massa de ar transpor o obstáculo, é forçada a subir. O ar que sobe é ar que se
expande pela menor pressão atmosférica, e ar que se expande é ar que "dilui" calor. Massa
de ar que perde calor, perde junto a capacidade de conter umidade, o que gera nuvens e em
segmento, chuva. Daí a grande incidência de nebulosidade e chuvas, muitas vezes torrenci-
ais, nas encostas dos morros. Estas nuvens podem provocar tempestades elétricas perigo-
sas, pela proximidade da terra com as nuvens, sobretudo quando ocorre juntamente com outro
tipo de chuva (frontal, convectiva).
Unidade IX 72
8.2. Região Sudeste e centroeste → As maiores precipitações ocorrem na época mais quente
do ano, por volta do solstício de verão;
8.3. Região Norte → As maiores precipitações ocorrem por volta do equinócio de outono e as
menores por volta do equinócio de primavera;
8.4. Região Nordeste → As maiores precipitações ocorrem do final do verão ao início do ou-
tono;
OBSERVAÇÕES:
Chuvas Ácidas → São chuvas cujo pH é menor que 5,6 e são provocadas pela presen-
ça na atmosfera dos óxidos de nitrogênio (NOx) e dos dióxidos de enxofre (SO2) que
reagem com o hidrogênio, com o oxigênio e a água das nuvens, gerando, por meio de
um processo fotoquímico, os ácidos nítrico e sulfúrico que caem na forma de chuva,
podendo provocar:
Chuva Efetiva → É a fração da chuva total que é realmente utilizada pelas plantas,
uma vez que parte do total precipitado se perde por escoamento superficial, por perco-
lação profunda abaixo do sistema radicular ou por evaporação do solo para a atmosfe-
ra.
11.2. Método Estatístico → Baseia-se no fato de que o clima de uma região pode ser previsto
através do estudo estatístico de dados climáticos registrados no passado;
Pi
P i 1
PiSi
P i 1
n
Si
i 1
n
Pi Pi 1
Si
P
i 1 2
n
Si
i 1
n Px
Pi Pi
Px
i 1
N 1
7a LISTA DE EXERCÍCIOS
1. Provar matematicamente que em uma precipitação de 20 mm, cai 20 litros de água em cada
metro quadrado.
2. Determinar a quantidade de água caída sobre a área de uma propriedade de 500 hectares,
após uma chuva de 30 mm.
5. Os registros de uma estação meteorológica indicaram que uma chuva de 45 mm teve início
às 14:20 horas e término às 15:40 horas. Determinar a intensidade média dessa chuva.
S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7
ÁREAS
S1 = 180 km2
S2 = 280 km2
S3 = 450 km2
S4 =670 km2
S5 = 600 km2
S6 = 400 km2
S7 = 200 km2
UNIDADE X
EVAPORAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO
1. EVAPORAÇÃO → É o processo físico pelo qual a água passa de uma superfície livre ou
de uma superfície umedecida, para a atmosfera, na forma de vapor, a qualquer temperatura
abaixo da temperatura de ebulição.
2. DEFINIÇÕES
2.2. EVAPORAÇÃO POTENCIAL (EP) → É a lâmina de água que seria perdida para a at-
mosfera, na forma de vapor, por uma superfície de água pura livremente exposta às condições
atmosféricas.
2.3. EVAPORAÇÃO À SOMBRA (Ea) → É a lâmina de água que seria perdida para a at-
mosfera, na forma de vapor, por uma superfície de água pura livremente exposta às condições
atmosféricas, protegida da radiação solar direta e difusa.
Ea = f(u) ∆e
EL K 1 1,07V2 e0 ea
onde:
EL; é a evaporação de lago (mm d-1);
V2; a velocidade do vento a 2 metros de altura (m s-1);
eo; a pressão de vapor na superfície da água (mb);
ea; a pressão de vapor a 2 metros de altura da superfície da água (mb);
K; é um coeficiente de ajuste:
K = 0,13 para grandes reservatórios;
K = 0,14 para reservatórios médios;
K = 0,15 para pequenos reservatórios;
7. TRANSPIRAÇÃO → é a evaporação da água que foi utilizada nos diversos processos me-
tabólicos necessários ao crescimento e desenvolvimento das plantas. Essa evaporação é feita
através dos estômatos que são estruturas de dimensões microscópicas (<50 μm) que encon-
tram-se nas folhas (5 a 200 por mm2) e que permitem a comunicação entre a parte interna da
planta e a atmosfera. Na maioria das plantas permanecem abertos durante o dia e fechados à
noite e nas condições de acentuado estresse hídrico. Este processo evita que as folhas sofram
um superaquecimento pela incidência direta da radiação solar, pois parte da energia absorvida
é usada na evaporação (2450 J.g-1). Quando há o estresse hídrico, essa energia não é dissipa-
da, havendo aquecimento da folha e conseqüente aumento do ∆e, daí a necessidade da planta
controlar a perda de água, fechando os estômatos para evitar o secamento e morte da folha.
FLORAÇÃO (III) → Do aparecimento das primeiras flores até o aparecimento dos primeiros
frutos.
FORMAÇÃO DOS FRUTOS (IV) → Do aparecimento dos primeiros frutos até o apareci-
mento dos primeiros frutos maduros.
MATURAÇÃO (V) → Do aparecimento dos primeiros frutos maduros até o final da colheita.
10. MÉTODOS PARA ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA
Unidade X 81
a
10t
ETo 16 f
I
Para t≥ 26,5 oC
onde:
t; é a temperatura média mensal;
I; o índice térmico mensal da região;
a; função cúbica do índice térmico;
f; fator de correção dependente do mês e do fortoperíodo.
12
I 0,2t
1, 514
n 1
ND N
f
30 12
ETo ECA.Kp
900V2 es e
0,408S Rn G
ETo t 273
S 1 0,34V2
onde:
Rn; é a radiação líquida total diária (MJ. m-2.d-1)
G; o fluxo de calor no solo (MJ. m-2.d-1);
γ; é a constante psicrométrica (kPa.oC-1);
V2; a velocidade do vento a 2m (m.s-1);
es; a pressão de saturação (kPa);
e; a pressão atual do vapor (kPa);
S; a declividade da curva de saturação no gráfico psicrométrico (kPa.oC-1).
S
4098.es
t 237,32
es
estmáx estmín
2
17,27t
es 0,6108 exp
237,3 t
UR.es
e
100
UR
URmáx URmín
2
t
tmáx tmín
2
P
0,0016286 0,063 (k Pa oC-1)
onde:
P; é a pressão atmosférica (k Pa);
λ; o calor latente de evaporação (MJ.kg-1).
G 0,38t td
onde:
t; é a temperatura média diária do ar;
td; a temperatura média do ar nos três últimos dias ou a temperatura média do mês anterior.
Unidade X 83
OBS: A evaporação medida pelo tanque classe A para ser comparada com o tanque de 20 m 2,
o mais preciso, torna-se necessário usar um coeficiente de tanque (Kp). Estudos mostram que
este coeficiente varia entre 0,67 e 0,89 com média de 0,76.
8a LISTA DE EXERCÍCIOS
UNIDADE XI
1. CONCEITO
CC PMP
CAD .d .h
100
onde:
CC;é a capacidade de campo do solo (%);
PMP; é o ponto de murcha permanente do solo (%);
d; a densidade aparente (g cm3)
h; a profundidade ativa do sistema radicular da cultura (mm).
A estimativa do balanço hídrico climático pelo método proposto, em 1957, por Thorntwaite &
Mather, pode ser feita com o auxílio de uma calculadora e de uma planilha apropriada.
o nome da localidade
suas coordenadas geográficas
a capacidade de armazenamento do solo adotada
períodos de observação aos quais se referem as médias da temperatura do ar e dos
totais pluviométricos mensais.
Unidade XI 86
AFERIÇÕES:
12 12 12
p ETo P ETo
1 1 1
12
ALT 0
1
12 12 12
12 12 12 12
NEG. ACUM
ARM CAD. exp CAD
ARM
NEG. ACUM CAD. ln
CAD
Unidade XI 87
DISCIPLINA: CLIMATOLOGIA
UNIDADE XII
CLASSIFICAÇÕES CLIMÁTICAS
CONCEITO → É uma prática que tem como objetivo definir em termos de temperatura,
umidade do ar, precipitação pluviométrica e suas distribuições estacionais, os limites dos
diferentes tipos climáticos ou regiões climáticas existentes na superfície da Terra.
REGIÃO CLIMÁTICA → É uma certa área da superfície terrestre, sobre a qual os efeitos
combinados de diversos fatores resultam em um conjunto de condições climáticas
aproximadamente homogêneas.
INDICES CLIMÁTICOS:
INDICE DE UMIDADE (Iu) INDICE DE ARIDEZ (Ia)
EXC DEF
Iu 100 Ia 100
ETo ETo
INDICE EFETIVO DE UMIDADE (Im) INDICE DE EFICIÊNCIA TÉRMICA
Im Iu - 0,6 Ia (IET)
IET ETo anual
UNIDADE XIII
O sensoriamento remoto pode ser definido, de uma maneira mais ampla, como sendo a forma
de se obter informações de um objeto ou alvo, sem que haja o contato físico com o mesmo.
As informações são obtidas utilizando-se a radiação eletromagnética, geradas por fontes natu-
rais como Sol e a Terra, ou por fontes artificiais como por exemplo o radar.
Outras definições que podem encontradas na literatura:
• Conjunto de atividades relacionadas com a aquisição e análise dos dados de sensores
remotos
• Sensores Remoto Passivo são sistemas opto-eletrônicos capazes de detectar e registrar,
sob forma de imagens, o fluxo de energia radiante refletido ou emitido por objetos dis-
tantes
• Método que utiliza a radiação eletromagnética (REM) como meio de detectar e medir
algumas características dos alvos de interesse
Embora esta técnica têm sido utilizada desde 1859, quando da descoberta do processo foto-
gráfico, só recentemente o termo sensoriamento remoto foi incorporado na linguagem cientí-
fica.
As técnicas de sensoriamento remoto foram amplamente utilizadas durante a primeira e se-
gunda guerra mundial no planejamento de missões com fins militares. Porém, até então, ape-
nas fotografias aéreas obtidas á média e baixa altitude mereciam destaque.
Em 4 de outubro de 1957, pela primeira vez na história de nossa civilização, um objeto não
tripulado foi lançado ao espaço exterior e pôs-se a gravitarem em torno da Terra. Na década
de 60 deu-se o início aos experimentos espaciais tripulados, como por exemplo, a série de es-
paçonaves Gemini e Apolo da Nasa. O que motivou o desenvolvimento de uma série de sen-
sores com o objetivo de obter informações sobre a superfície terrestre.
Em 1972, os EUA deram um salto, e colocou em órbita o primeiro satélite de sensoriamento
remoto com finalidade civil, destinado a obtenção de dados, de forma rápida, confiável e repe-
titiva dos alvos terrestres.
A partir de então inúmeros outros sistemas de obtenção de dados passivos ou ativos, orbitais
ou suborbitais foram desenvolvidos, e hoje a enorme quantidade de informações fornecidas
Unidade XIII 90
por estes sensores nos permite conhecer melhor o nosso planeta, sendo ferramenta indispen-
sável ao inventário, mapeamento e monitoramento dos recursos naturais.
No Brasil, o sensoriamento remoto tomou impulso na década de 60 com o Projeto Radambra-
sil, que tinha como objetivo realizar um levantamento integrado dos recursos naturais do país.
Este programa proporcionou o treinamento especializado de diversos técnicos brasileiros, que
até então só conheciam o manuseio de fotografias aéreas.
A extensão do território brasileiro, e o pouco conhecimento dos recursos naturais, aliado ao
custo de se obter informações por métodos convencionais, forma decisivos para o país entrar
no programa de sensoriamento remoto por satélite.
Hoje, inúmeras instituições do país utilizam-se desta tecnologia para obter informações de ca-
ráter geológico, geomorfológico, pedológico, hidrológico, agrícola, de qualidade ambiental,
etc..
Neste contexto, falaremos nos parágrafos que se seguem, os aspectos mais relevantes que ca-
racterizam as duas fases principais do sensoriamento remoto, a fase de aquisição e a fase de
utilização dos dados.
Na fase de aquisição são fornecidas informações referentes à radiação eletromagnética, aos
sistemas sensores, ao comportamento espectral dos alvos, a atmosfera, etc.. Na fase de utiliza-
ção são mencionadas as diferentes possibilidades de aplicação destes dados nas várias áreas
do saber, assim como: agronomia, geografia, engenharia civil, geologia, hidrologia, pedolo-
gia, meteorologia, etc...
Radiação eletromagnética
Como mencionado anteriormente, na metodologia de sensoriamento remoto duas fases podes
ser destacadas: a aquisição de dados, a qual está relacionada com os processos de deteção e
registro da informação, e a fase de utilização e/ou análise dos dados, que compreende o trata-
mento e a extração de informações dos dados obtidos.
Na fase de aquisição temos alguns elementos que devem ser bem compreendidos para uma
correta interpretação de dados adquiridos. Esses elementos são: radiação eletromagnética,
fonte de radiação, efeitos atmosféricos, comportamento espectral dos alvos e sistema sensor.
O fluxo de radiação eletromagnética ao se propagar pelo espaço pode interagir com superfí-
cies ou objetos, sendo por este refletido, absorvido e/ou reemitido. Este fluxo depende forte-
mente das propriedades físico-químicas dos elementos irradiados, e o fluxo resultante consti-
tui uma valiosa fonte de informações a respeito daquelas superfícies ou objetos. Dentro deste
contexto, pode-se conceituar sensoriamento remoto como um conjunto de atividades, cujo ob-
Unidade XIII 91
jetivo consiste na caracterização das propriedades físico químicas de alvos naturais, através da
detecção, registro e análise do fluxo de energia radiante, por eles refletidos e/ou emitidos.
De todas as formas de energia existente, a de especial importância para o sensoriamento re-
moto é a radiação eletromagnética ou energia radiante, cujas fontes principais são o Sol e a
Terra.
A radiação eletromagnética (REM) é definida como sendo a forma de energia que se move à
velocidade da luz, seja em forma de ondas ou de partículas eletromagnéticas, e que não neces-
sita de um meio material para se propagar.
É gerada quando uma partícula eletrizada é acelerada, possuindo assim dois componentes,
uma elétrica e outra magnética, que vibram perpendicularmente à direção de propagação.
A faixa de comprimento de onda, freqüência ou energia em que se encontra a radiação ele-
tromagética é praticamente ilimitada. A representação contínua da radiação eletromagnética
em termos de comprimento de onda, freqüência ou energia é denominada de espectro eletro-
magnético, conforme pode ser visto na figura abaixo.
te (4,0 – 300m), microondas (1,0 – 100cm) e ondas de radio (> 100cm). A medida que se
avança para a direita do espectro temos onda de maior comprimento e menor freqüência.
A faixa espectral, que se estende de 0,3m a 15m, é a mais usada em sensoriamento remoto
(UV – IRD), embora a região de microondas também seja utilizada. Das faixas mais utilizadas
em sensoriamento remoto, algumas recebem denominações próprias, a saber: Espectro foto-
gráfico ( 0,3 – 0,9 m) , Espectro refletivo (0,3 - 4,0 m), Espectro emissivo (> 4,0 m) e Es-
pectro Infravermelho Termal ( 8,0 - 14 m).
CONCEITOS FUNDAMENTAIS:
LEIS DE RADIAÇÃO
Lei de Kirchhoff
Para um determinado comprimento de onda e uma dada temperatura a absortividade
de um corpo é igual à sua emissividade.
a
Lei de Stefan-Boltzman
A radiação emitida pelo corpo negro em todos os comprimentos de onda (emitância to-
tal) é proporcional à quarta potência de sua temperatura absoluta.
Me M e d E , T d T 4 ou Me = T 4
0 0
Lei de Wien
O comprimento de onda para o qual a emitância espectral de um corpo negro é máxi-
ma (λ*), é inversamente proporcional à sua temperatura absoluta (T).
K
*
T
Lei de Planck
A energia emitida por um corpo negro é função da sua temperatura e da freqüência da
radiação.
E , T
C1
C
5 exp 2 1
T
Unidade XIII 93
Lei de Beer-Bouguer-Lambert
Quando um feixe monocromático de radiação atravessa um meio absorvente homogê-
neo, ele é atenuado exponencialmente.
0 exp k Y
Lei de Lambert
Quando um fluxo radiante (F) incide sobre uma superfície (S) formando um ângulo (Z)
com a normal à superfície, a irradiância (I) sobre a superfície considerada será o pro-
duto da irradiância na superfície normal aos raios solares (IN) pelo cosseno do ângulo
de incidência (cosZ).
I Z I N cos(Z )
Temperatura de brilho (Tb) é a temperatura que um corpo negro deveria ter para emitir a
mesma quantidade de radiação espectral de um corpo real.
Tb T
Temperatura de Radiação (Tr) é a temperatura que um corpo negro deveria ter para possuir a
mesma radiância integrada de um corpo real, a uma dada temperatura.
Tr T 4
EFEITOS ATMOSFÉRICOS:
Quando se adquire um dado através de um sensor remoto, seja a nível orbital ou suborbital, o
sinal coletado interage com a atmosfera até atingir o sensor. Assim, torna-se importante co-
nhecer os efeitos causados pela atmosfera no sinal medido pelo sensor.
Dois são os processos de atenuação mais importantes que afetam a propagação da radiação
eletromagnética pela atmosfera: absorção e espalhamento.
Existe, entretanto, ao longo de todo o espectro eletromagnético, regiões onde a absorção at-
mosférica é relativamente pequena; estas regiões são conhecidas como janelas atmosféricas.
São essas regiões que são desenvolvidas praticamente todas as atividades de sensoriamento
remoto.
As principais janelas atmosféricas são:
0,3 – 1,3 m (ultravioleta – infravermelho próximo)
1,5 – 1,8 m (infravermelho médio)
2,0 – 2,6 m (infravermelho médio)
3,0 – 3,6 m (infravermelho médio)
4,2 – 5,0 m (infravermelho distante)
8,0 – 14,0 m (infravermelho termal)
uma vez que a radiação espalhada pela atmosfera e por outros alvos poderá também atingir o
sistema sensor, mascarando, total ou parcialmente, a informação desejada.
SISTEMAS SENSORES
formações dos alvos. Por exemplo, o satélite Landsat 5 apresenta uma repetitividade
de 16 dias.
• Resolução Geométrica ou Espacial pode ser definida como sendo a mínima distância
entre dois objetos (alvos) que um sensor pode registrá-los como sendo objetos distin-
tos. Depende das características dos detetores, altitude da plataforma, contraste entre
os objetos, etc.. Por exemplo o sistema sensor TM possui uma resolução espacial de
30 metros, nas bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7.
• Resolução Espectral refere-se a melhor ou pior caracterização dos alvos em função da
largura espectral e/ou número de bandas em que opera o sistema sensor. Define a lar-
gura espectral das medidas do sensor. Uma alta resolução espectral é obtida quando as
bandas de um sistema sensor são estreitas e/ou se utiliza um maior número de bandas
espectrais. Quanto maior número de medidas menor será o intervalo de comprimento
de onda (banda espectral).
• Resolução Radiométrica é entendida como sendo a maior ou menor capacidade de um
sistema sensor em detectar e registrar diferenças de reflectância e/ou emitância dos
elementos da paisagem (rocha, solo, água, vegetação, etc..)No Landsat 5 – TM, as in-
formações dos alvos imageados são registradas em 256 tons (8 bits) distintos de cinza
ou números digitais.
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