III Teorico
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Revisão Textual:
Aline Gonçalves
Normas Brasileiras de Contabilidade
(NBC/CPC) que Tratam dos Ativos
Objetivo
• Estudar e compreender as normas internacionais de contabilidade que tratam especifica-
mente da mensuração, do reconhecimento e da divulgação dos ativos das empresas em geral.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
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Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC/CPC) que Tratam dos Ativos
Contextualização
Para que você possa perceber o quanto as normas contábeis aplicadas aos ativos em
específico são importantes, eu sugiro que você leia a matéria intitulada de “IFRS: enten-
da o que são as Normas Internacionais de Contabilidade”.
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CPC 04 – Ativo Intangível
A IAS 38 (CPC 04) trata de uma classe especial de ativos, os ativos intangíveis, na
qual estão incluídos, por exemplo, softwares, patentes e copyrights. Essa norma nos dá
as diretrizes para a identificação, o reconhecimento e a contabilização dos intangíveis
gerados internamente, dos adquiridos separadamente e dos adquiridos em combinações
de negócios.
Um ativo intangível pode ser definido como um ativo não monetário identificável e
sem substância física. Devemos analisar também a definição de ativo, segundo a qual
diz que ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passa-
dos e do qual se espera que resultem benefícios econômicos futuros para a entidade.
Podemos destacar então três pontos dessas definições como critérios essenciais para o
reconhecimento de um ativo intangível: identificação, controle e geração de benefícios
econômicos futuros.
As entidades frequentemente incorrem em gastos na aquisição, no desenvolvimento,
na manutenção ou melhoria de recursos intangíveis, tais como softwares de computa-
dor, patentes, direitos autorais, entre outros. No entanto, para serem reconhecidos como
ativos intangíveis, os itens devem atender aos critérios de identificação, controle e gera-
ção de benefícios econômicos futuros, caso contrário, serão lançados como despesas.
Identificação
Um ativo é identificável quando:
• For separável, capaz de ser dividido da entidade e vendido, transferido, licenciado,
alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com um respectivo con-
tato, ativo identificável ou passivo;
• Resultar de direitos contratuais ou legais, independentemente de esses direitos serem
transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.
Controle
O controle de um ativo é dado pelo poder de obter benefícios futuros que fluam do
recurso subjacente e de restringir o acesso de terceiros a esses. Geralmente, o controle ad-
vém de direitos legais, contudo essa situação não é condição para a existência do controle.
Para fins de controle, o que vale é a essência da transação e não necessariamente a for-
ma. Em outras palavras, independe o fato de a empresa possuir o título legal do ativo.
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Reconhecimento e Mensuração
Um ativo que atender à definição de intangível será reconhecido se, e apenas se:
• For provável que os benefícios econômicos futuros esperados que são atribuíveis ao
ativo fluirão para a entidade;
• O custo do ativo puder ser mensurado de forma confiável.
Aquisição Separada
Normalmente, o preço pago para adquirir um ativo intangível refletirá as expecta-
tivas sobre a probabilidade de que benefícios econômicos futuros incorporados no ativo
fluirão para a entidade.
Os ativos intangíveis adquiridos separadamente geralmente têm um custo que pode
ser mensurado de forma confiável. Esse custo compreende o preço de compra e qual-
quer custo diretamente atribuível da preparação do ativo para seu uso pretendido.
Conforme a IFRS 3, quando um ativo intangível for adquirido em uma combinação
de negócios, ele deve ser reconhecido pelo seu valor justo na data de aquisição. Assim,
um adquirente reconhece nessa data, separadamente do goodwill, um ativo intangível
da entidade adquirida, mesmo que esse ativo não tenha sido reconhecido pela adquirida
como um ativo intangível antes da data da aquisição.
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Gasto Subsequente com um Projeto de Pesquisa e
Desenvolvimento em Andamento Adquirido
Os gastos com pesquisa e desenvolvimento que puderem ser reconhecidos como
ativos intangíveis, e que estiverem relacionados a um projeto em andamento adquirido
separadamente ou em uma combinação de negócios, devem ser:
• Reconhecidos como uma despesa, se for um gasto com pesquisa;
• Reconhecidos como uma despesa, se for um gasto com desenvolvimento que não
cumpra os critérios para reconhecimento como um ativo intangível;
• Adicionado ao valor contábil do projeto de pesquisa e desenvolvimento adquirido se
for um gasto com desenvolvimento que atenda aos critérios para reconhecimento
como um ativo intangível.
Trocas de Ativos
Os ativos intangíveis podem ser adquiridos em troca de ativos ou ativos não mone-
tários. Os custos desses ativos intangíveis são mensurados pelo valor justo, exceto se a
transação de troca não tiver substância comercial, ou o valor justo do ativo recebido e
do ativo trocado não forem mensuráveis de forma confiável.
Uma entidade determina se uma transação de troca possui substância comercial, consi-
derando até que ponto se espera que seus fluxos de caixa futuros mudem com essa troca e:
• A configuração (ou seja, risco, época e valor) dos fluxos de caixa do ativo recebido
for diferente dos fluxos de caixa do ativo transferido;
• O valor específico da entidade da parte das operações da entidade afetada pela
transação mudar, como resultado dessa operação;
• As diferenças anteriores forem significativas ao valor justo dos ativos trocados.
Fase de Pesquisa
Nenhum ativo intangível resultante da fase de pesquisa deve ser reconhecido, e os
gastos com pesquisa serão contabilizados como despesas quando incorridos, pois nessa
fase não há como demonstrar que existe um ativo intangível que gerará prováveis bene-
fícios econômicos futuros.
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Fase de Desenvolvimento
Um ativo intangível resultante do desenvolvimento será reconhecido se os seguintes
itens forem demonstrados:
• Viabilidade técnica de conclusão do ativo intangível, de modo que sua venda/uso
torne-se disponível;
• Sua intenção de concluir esse ativo;
• Sua capacidade de utilizar e vender esse ativo;
• A forma como o ativo intangível deverá gerar benefícios econômicos futuros;
• A disponibilidade de recursos técnicos e financeiros para conclusão do desenvolvi-
mento do ativo intangível;
• Sua capacidade de mensurar de modo confiável o gasto atribuível ao ativo intangível
durante seu desenvolvimento.
É importante frisar que, caso os gastos com desenvolvimento atendam aos seis crité-
rios descritos anteriormente, o ativo intangível deve ser reconhecido como tal, ou seja, a
entidade não poderia escolher entre lançar o gasto em despesa ou ativar, pois ela deverá
ativar, caso atenda aos critérios.
Marcas geradas internamente, cabeçalhos, títulos, listas de clientes e itens desse tipo
não serão reconhecidos como ativos intangíveis.
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Mensuração Após o Reconhecimento
Primeiramente, a entidade deve escolher entre o método de custo ou o método
de reavaliação.
É importante ressaltar que a Reavaliação de Ativos não é permitida no Brasil em razão das
alterações trazidas pela Lei 11.638/07. Nesse sentido, apesar de permitido pela IAS 38, o mé-
todo de reavaliação fica vedado no cenário nacional enquanto a referida lei não for alterada.
Método do Custo
No caso de método de custo, após o reconhecimento inicial, um ativo intangível será
reconhecido pelo custo menos qualquer amortização acumulada e quaisquer perdas acu-
muladas por redução ao valor recuperável.
Método de Reavaliação
Nesse caso, um ativo intangível será reconhecido pelo valor reavaliado, sendo o seu
valor justo, determinado em um mercado ativo, na data de reavaliação menos qualquer
amortização acumulada subsequente e quaisquer perdas acumuladas subsequentes por
redução ao valor recuperável.
Se o valor contábil de um ativo intangível for aumentado como resultado de uma rea-
valiação, o aumento será reconhecido em outros resultados abrangentes e acumulado no
patrimônio líquido sob a rubrica reserva de reavaliação.
Se o valor contábil de um ativo intangível for reduzido como resultado de uma reava-
liação, a redução será reconhecida no resultado do exercício, exceto se houver um saldo
positivo na reserva de reavaliação em relação a esse ativo.
Vida Útil
Uma entidade avaliará se a vida útil de um ativo intangível é definida ou indefinida e
sua duração ou número de unidades de produção ou unidades similares que constituem
essa vida útil.
Um ativo intangível será considerado como tendo vida útil indefinida quando não
houver nenhum limite previsível em relação ao período durante o qual se espera que o
ativo gere fluxos de caixa.
Além disso, o ativo intangível com vida útil definida é amortizado, porém o ativo intan-
gível com vida útil indefinida não, estando sujeito apenas ao teste de recuperabilidade no
mínimo anual.
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Valor Residual
O valor residual de um ativo intangível com uma vida útil definida será assumido
como zero, exceto:
• Se houver um compromisso de um terceiro em comprar o ativo no final de sua vida; ou
• Houver mercado ativo para o ativo e:
» O valor residual puder ser determinado por referência a esse mercado;
» For provável que esse mercado existirá no fim da vida útil do ativo.
Segundo a IAS 38, o valor residual de um ativo intangível é o valor estimado que uma entida-
de obteria presentemente a partir da alienação de um ativo, após deduzir os custos estima-
dos de alienação, se o ativo já tivesse a idade e na condição esperada no final de sua vida útil.
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Segundo o CPC 01 e a IAS 36, o valor recuperável de um ativo é o maior entre o seu valor
líquido de venda e o seu valor em uso.
Baixas e Alienações
Um ativo intangível será baixado:
• Na alienação; ou
• Quando não forem esperados benefícios econômicos futuros de seu uso ou alienação.
O ganho ou a perda de um ativo intangível será determinado como a diferença entre
os proventos líquidos da alienação, se houver, e o valor contábil do ativo, e será reconhe-
cido no resultado do exercício. Os ganhos não serão classificados como receitas.
Divulgação
Uma entidade divulgará, para cada classe de ativos intangíveis (gerados interna-
mente ou não):
• Se as vidas úteis são indefinidas ou definidas e, se definidas, as vidas úteis ou taxas
de amortização utilizadas;
• Os métodos de amortização utilizados para ativos intangíveis com vidas úteis definidas;
• O valor contábil bruto e qualquer amortização acumulada no início e no final do período;
• As rubricas da demonstração do resultado em que está incluída qualquer amortização
de ativos intangíveis;
• Uma conciliação do valor no início e no final do período demonstrando:
» Adições, indicando separadamente aquelas provenientes de desenvolvimento in-
terno, aquelas adquiridas separadamente e aquelas adquiridas por meio de com-
binações de negócios;
» Os ativos classificados como mantidos para venda ou incluídos em grupo de alie-
nação que seja classificado como mantido para venda de acordo com a IFRS 5;
» Aumentos ou reduções durante o período resultante de reavaliações e de perdas
por redução ao valor recuperável reconhecidas ou revertidas em outros resultados
abrangentes de acordo com a IAS36;
» Perdas por redução ao valor recuperável reconhecidas no resultado do exercício
no período de acordo com a IAS 36;
» Perdas revertidas na mesma situação anterior;
» Qualquer amortização reconhecida durante o período;
» Diferenças de câmbio líquidas resultantes da conversão de demonstrações finan-
ceiras para a moeda de apresentação e da conversão de uma operação no exterior
para a moeda de apresentação da entidade;
» Outras mudanças no valor contábil durante o período.
Para um ativo intangível com vida útil indefinida, o valor contábil e os motivos que
suportam essa avaliação também devem ser divulgados.
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O objetivo da IAS 40 (CPC 28-R1) é estabelecer o tratamento contá-
bil de propriedades para investimento e seus respectivos requisitos
de divulgação.
Propriedades para Investimentos devem ser classificadas no Balanço
Patrimonial no grupo Ativo Não Circulante e dentro do subgrupo Inves-
timentos; deve tratar-se de bens imóveis não destinados à venda e que
CPC 28 – Propriedade não se destinam a serem utilizados no processo de produção ou forneci-
para Investimento mento de bens e serviços.
Para reconhecer uma propriedade para investimento como um ativo,
é necessário que:
• Seja provável o fluxo de benefícios econômicos futuros associados
a essa propriedade; e
• O custo da propriedade para investimento possa ser mensurado
confiavelmente.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
CPC
Nesse site institucional se encontra toda a legislação contábil vigente no país. A cada unida-
de tratamos de uma legislação específica, mas todas elas estão na mesma fonte/repositório.
https://bit.ly/3nMpH7A
Vídeos
CPC 04 (R1) – Ativos intangíveis
https://youtu.be/cDMk0xGU2BI
CPC 16 (R1) – Estoques
https://youtu.be/CQI1yPA0dMw
Ativo imobilizado – CPC 27
https://youtu.be/0f9wG0X9Wpg
Propriedade para investimento
https://youtu.be/GTRA0fHB-wU
Ativo biológico – CPC 29
https://youtu.be/rPa7EidOjLo
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Referências
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Ativo biológico e produto agrícola.
CPC 29, 2009.
GELBCKE, E. R. et al. Manual de contabilidade societária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
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