Meio Ambiente - Faculdade

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30/07/2023, 01:15 Meio ambiente, social e governança

Definição
Apresentação das questões ambientais, sociais e de governança corporativa, envolvendo investimentos responsáveis e finanças sustentáveis.

PROPÓSITO
Promover a reflexão sobre como a sustentabilidade pode impactar não somente as atividades das empresas, mas também a forma como os investidores tomam suas
decisões financeiras.

OBJETIVOS
Módulo 1
Descrever a evolução da sustentabilidade no mercado de investimentos e os conceitos de investimento sustentável

Módulo 2

Identificar os principais índices sustentáveis e tendências regulatórias no tema

Módulo 3

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30/07/2023, 01:15 Meio ambiente, social e governança
Definir caminhos possíveis para a integração da sustentabilidade nas decisões de investimentos, seus desafios e tendências

Introdução
A maioria das pessoas já ouviu falar em sustentabilidade e muitas empresas, além de investidores, têm se preocupado com esse tópico nos últimos anos.

Inicialmente, podemos pensar que isso tem apenas uma motivação ética ou de reputação, mas, na verdade, o assunto tem ganhado mais força no mercado financeiro
em função dos impactos que as questões ambientais, sociais e de governança corporativa (ASG) podem ter sobre vários aspectos, inclusive sobre a rentabilidade
das empresas que estes agentes investem. É por isso que a agenda saiu das mesas dos ambientalistas e foi parar no centro da discussão do setor financeiro.

Neste tema, vamos tratar com atenção de cada uma dessas dimensões. Primeiramente, vamos estudar sobre a evolução da sustentabilidade ao longo do tempo e os
mais recentes investimentos sustentáveis. Depois, vamos aprender sobre os índices de sustentabilidade, aspectos da indústria e a regulação. Por fim, vamos elencar
as principais tendências e desafios do setor.

MÓDULO 1
Descrever a evolução da sustentabilidade no mercado de investimentos e apresentar conceitos de investimento sustentável

Evolução da sustentabilidade
Entre as três dimensões das questões ASG — ambientais, sociais e de governança corporativa —, a última foi a primeira a ser incorporada pelos investidores. Fica
claro quando entendemos que as ações de governança são aquelas que influenciam como os conselheiros, diretores e demais executivos orientam as decisões da
empresa.

Uma instituição com boas práticas de governança corporativa tem, portanto, uma melhor capacidade de gestão e, por isso, espera-se que ela gere melhores resultados
e maior valor para os seus acionistas (IBGC, 2015).

Hoje, podemos dizer que boa parte dos investidores institucionais, ou seja, organizações especializadas na gestão de investimentos, já analisa a governança
corporativa como parte das questões essenciais para a escolha de empresas que vão compor, por exemplo, as suas carteiras de ações.

Comentário

De alguns anos para cá, especialmente a partir da década de 1990, as questões ambientais também entraram na pauta. Os desafios ambientais, como o aumento da
poluição e do desmatamento, as mudanças climáticas e até mesmo desastres — como o que ocorreu recentemente em Brumadinho — chamam a atenção para os
riscos que as questões ambientais podem representar para todos, mas especialmente, neste caso, para a operação de uma empresa.

Finalmente, vários fatores levaram os temas sociais a serem considerados muito relevantes para as empresas, como, por exemplo: o aumento do uso de mídias
sociais até o envelhecimento da população e a entrada de uma nova geração, os millenials, no mercado de trabalho.

As questões sociais dizem respeito à maneira como essas organizações vão lidar com os seus colaboradores, fornecedores, clientes etc. Afinal, uma empresa não é
uma bolha fechada em si mesma.

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Embora a sustentabilidade esteja só agora entrando nos debates financeiros, os conceitos ligados ao desenvolvimento sustentável não são exatamente novos. Foi em
1987, há 33 anos, que se definiu em uma conferência das Nações Unidas o conceito oficial de desenvolvimento sustentável, que é:

Aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas
necessidades”.

(UNITED NATIONS, 1987, tradução livre)

Trazendo esse conceito para o universo financeiro, isso significa que, se usarmos mais recursos do que o nosso planeta é capaz de regenerar, entraremos no “cheque
especial” do nosso ecossistema.

Podemos pensar, inicialmente, que o conceito de desenvolvimento sustentável estaria na contramão do que estudamos nos modelos econômicos tradicionais. De fato,
existem algumas contradições.

Na economia, em muitos casos, consideramos as questões ambientais e sociais como variáveis externas aos modelos, ou seja, que não têm relação com as projeções
e análises (PENTEADO, 2010). Este, no entanto, é um falso dilema.

A atenção para com o meio ambiente é fundamental para que tenhamos recursos, como água e matérias-primas, destinados à produção, assim como os recursos
sociais (mão de obra) impactam a produção e o crescimento da economia.

A Universidade de Cambridge (CISL, 2015) estabeleceu um modelo que ilustra a lógica entre essas dimensões e seus participantes, bem como as trocas que
acontecem entre elas. Na Figura 1, podemos observar que, para o funcionamento adequado e o crescimento da economia, precisamos dos insumos ambientais e dos
recursos sociais.

É aí que, em um olhar de longo prazo, começamos a discutir a sustentabilidade como uma forma de garantir a perenidade das empresas.

Figura 1 ‒ A lógica das relações entre meio ambiente, sociedade e economia. Fonte: CISL, 2015, tradução livre.

As relações entre as áreas ambiental, social e econômica não dizem respeito apenas ao fornecimento de insumos para a produção de bens e serviços. O resultado
dessa produção também gera o que chamamos de externalidades para a sociedade e o meio ambiente.

A poluição, as mudanças climáticas e outros fatores são exemplos dessas externalidades, que podem gerar acidentes, prejuízos à saúde da população ou até mesmo
mudanças estruturais que prejudiquem a economia em longo prazo.

Exemplo

Podemos trazer como exemplo o agronegócio, com o apoio de alguns relatórios de instituições, como a Embrapa, que buscam medir o efeito potencial das mudanças
climáticas na agricultura brasileira.

De acordo com a pesquisa, boa parte dos cultivos analisados apresenta um potencial de queda na produção, dependendo do cenário de aumento médio de
temperatura e o horizonte de tempo (EMBRAPA, 2008).

Em um país como o Brasil, que tem uma boa parte do PIB ligado ao agronegócio, os impactos das mudanças climáticas podem representar uma queda no
crescimento econômico.

Ao analisar esses impactos potenciais, os investidores entendem que as questões ASG podem representar riscos à rentabilidade das suas carteiras e, por isso,
aumentam a busca por informações que permitam que estes profissionais consigam incorporar, também, estes riscos aos seus processos de análise de empresas e
decisão de alocação em carteira.

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O aumento da demanda por informações ASG das empresas é crescente, segundo pesquisas de mercado como a da Ernst & Young (EY), que aponta que cerca de
90% dos investidores acredita que estas informações podem ser importantes no ajuste do valor atribuído às empresas (EY, 2018).

Esse movimento, que passou a tratar de temas ASG entre os investidores, ficou mais conhecido como investimentos responsáveis. Nas próximas seções,
abordaremos os principais conceitos, iniciativas e práticas do mercado brasileiro e internacional sobre esta agenda.

Investimentos responsáveis

Assista ao vídeo e saiba mais sobre investimentos responsáveis.

O conceito é mais amplo do que uma responsabilidade moral, já que também trata do dever que os investidores institucionais têm com os seus clientes, de analisar de
forma adequada os riscos das empresas e outros ativos em que investem.

Ativos
Consideramos ativos os bens que o investidor possui em carteira. São considerados exemplos dessa classe: ações, títulos públicos do governo, dívidas de empresas
(ex.: debêntures), cotas de fundos de investimento, moedas, entre outras modalidades possíveis.

Se essas questões podem, de fato, impactar a capacidade das empresas de gerar resultados, é dever desses profissionais considerá-las nas suas decisões. A esta
responsabilidade, damos o nome de dever fiduciário.

A seguir, discutiremos um pouco mais sobre como cada um desses fatores impacta o mercado de investimentos, em seus diversos aspectos.

Relevância: quais questões ASG são mais importantes?


Existem várias iniciativas que listam questões ambientais, sociais e de governança corporativa a serem analisadas em um processo de investimento. Entre elas,
podemos selecionar como exemplo a do próprio PRI, adequada por se tratar de uma iniciativa orientada especificamente para este mercado.

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A Tabela 1, a seguir, mostra uma lista de alguns destes fatores, que não devem ser vistos como exclusivos. O tópico é complexo, mas podemos considerar este como
um bom ponto de partida.
Ambiental Social Governança
Mudanças climáticas Direitos humanos Suborno e corrupção
Esgotamento de recursos naturais Escravidão moderna Remuneração de executivos
Gestão de resíduos Trabalho infantil Diversidade e estrutura do Conselho de Administração
Poluição Condições de trabalho Lobby e doações políticas
Desmatamento Relações trabalhistas Estratégia tributária
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 1 - Exemplos de Fatores ASG. Fonte: PRI, 2020, tradução livre.

Diversos fatores ASG devem ser considerados, mas eles vão depender, basicamente, do que estamos analisando. As questões mais relevantes no setor de petróleo,
por exemplo, que têm impactos significativos sobre o meio ambiente, não são as mesmas do setor de educação, com um impacto muito maior sobre os aspectos
sociais.

Chamamos de materialidade esse olhar setorial específico sobre as atividades de cada empresa para determinar a relevância das questões ASG.

Exemplo
Vamos analisar uma empresa do setor de varejo: as Lojas Renner. Entre as questões ambientais, as mais relevantes talvez sejam, por exemplo, o uso de energia nas
lojas ou as emissões de gases de efeito estufa (GEE) da sua operação logística, como o transporte das mercadorias por caminhões a diesel, altamente poluentes. No
entanto, ao analisarmos os seus aspectos sociais, alguns pontos chamam a atenção.

Em primeiro lugar, o relacionamento com os fornecedores. Sabemos que a cadeia de confecção está altamente exposta a riscos de trabalho degradante ou análogo ao
escravo. Como compradora, a Renner possui a corresponsabilidade por estes fornecedores.

Outro público relevante para a empresa é, evidentemente, o cliente. Qualquer empresa no setor de varejo que lida diretamente com o consumidor final precisa estar
atenta às suas demandas, necessidades e satisfação, para garantir e aumentar sua participação no mercado.

Entre as questões de governança corporativa, embora todas sejam relevantes, pode-se dar atenção extra à forma como a empresa remunera seus executivos (se por
metas exclusivamente de curto prazo ou considerando aspectos mais estratégicos e de longo prazo) e seus programas de diversidade, especialmente considerando a
diversidade de gênero e classe social de seus consumidores.

Neste caso, ter representantes de diferentes públicos apoiando a elaboração da estratégia pode ser um bom negócio para a companhia!

Mapear e controlar esses aspectos pode representar um custo adicional às empresas, certo?
Sim, é verdade. E é justamente por isso que vários profissionais acreditam que a sustentabilidade reduz os resultados das empresas. Esse é um dos principais mitos
do investimento responsável e já existem várias evidências contrárias a esse dilema.

Tomemos o exemplo citado há pouco, das Lojas Renner. O investimento em eficiência energética — troca de iluminação por lâmpadas mais econômicas e regulação
do ar condicionado — não traz benefício apenas para o meio ambiente, mas reduz o custo de manutenção das lojas.

Projetos como este, muitas vezes, se pagam em um curto espaço de tempo e podem ser vantajosos para as empresas.

Outra questão que podemos analisar, no mesmo exemplo, é a gestão de fornecedores. Não podemos negociar o aspecto ético de remuneração e condições de trabalho
dignas dos funcionários do setor de confecção. Esse é um custo que sequer deveria ser discutido.

Independente disso, o controle sobre os fornecedores reduz a chance de a empresa se envolver em um escândalo sobre trabalho análogo ao escravo, como já vimos
em algumas organizações do setor. Além de pagar multas e indenizações, os danos à marca podem custar a fidelidade de clientes e a receita da empresa.

A gestão da sustentabilidade, portanto, tem duas vantagens:

Preservar o valor das empresas, evitando riscos que podem prejudicar a receita, a reputação e gerar passivos trabalhistas e em outras esferas cíveis e judiciais.

Pode antecipar tendências e aumentar a geração de valor para os colaboradores, clientes, cadeia de fornecedores e, por consequência, os acionistas.

É isso que vários estudos têm demonstrado estatisticamente. Uma pesquisa de Harvard aponta que as empresas com boas práticas em sustentabilidade apresentam
nível mais baixo de endividamento, maior fidelidade de clientes e maiores indicadores de retorno (ECCLES, 2012).

No mesmo estudo, a avaliação de duas carteiras de ações, uma com as melhores e outra com as piores empresas em sustentabilidade, demonstrou que o desempenho
das ações também pode ter relação com as questões ASG.

A Figura 3, a seguir, mostra o que teria acontecido se uma pessoa investisse um dólar em uma carteira de ações com as melhores empresas em sustentabilidade
versus a mesma quantia nas piores empresas nesse quesito.

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Figura 3 - Desempenho de uma carteira teórica de ações com alto nível de sustentabilidade (high)
e baixo nível de sustentabilidade (low). Fonte: ECCLES, 2012.

Com o tempo, as questões ASG passaram a ser vistas pelos investidores como uma forma de avaliar a gestão das companhias. Aquelas que estão preocupadas com a
satisfação dos seus colaboradores, a gestão adequada de fornecedores, o olhar para o meio ambiente e para a governança corporativa tendem a realizar uma gestão
mais madura de suas atividades.

Com isso, tendem a apresentar um desempenho melhor que seus concorrentes. É simples: empresa que está no vermelho não pensa no verde!

Demanda dos clientes: qual é o tamanho do mercado ASG?


Conforme o mercado conhece melhor as questões ASG e seus impactos, começa a surgir a demanda por produtos que incluam essa agenda em seus processos de
escolha de empresas e de alocação de recursos.

Globalmente, surge um mercado de investimentos socialmente responsáveis, ou SRI (da sigla em inglês socially responsible investments). Os primeiros fundos
dessa natureza surgiram ainda nos anos 1970 e 1980, mas foi na década de 1990 que os investimentos responsáveis ganharam a primeira referência de mercado, por
meio de um índice de sustentabilidade.

Em 1999, foi lançado na bolsa de Nova Iorque o Dow Jones Sustainability Index (PRI, 2020).

Verificando o aprendizado

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E, com isso:

Compreendeu a evolução da sustentabilidade no mercado de investimentos e os conceitos de investimento sustentável.

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MÓDULO 2
Identificar os principais índices sustentáveis e tendências regulatórias no tema

Os índices de sustentabilidade
Índices de ações são a principal referência para sabermos a média de desempenho deste tipo de investimento em um determinado mercado. No Brasil, por exemplo,
o principal índice de ações é o IBOVESPA, que vemos anunciado todos os dias nos jornais e publicações do mercado financeiro.

Quando ouvimos que um índice subiu ou caiu, isso significa que, em média, suas ações se valorizaram ou desvalorizaram, respectivamente.

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A criação de um índice de sustentabilidade tem como principal objetivo conferir a tese que apresentamos neste documento. Se as ações de empresas com boas
práticas em sustentabilidade tendem a ter uma rentabilidade maior, poderia se esperar que um índice composto dessas empresas se valorizasse mais do que os
tradicionais do mercado.

Foi com esta intenção que surgiram os índices de sustentabilidade, que são carteiras teóricas de ações escolhidas por suas iniciativas e indicadores ASG.

Mas afinal, para que serve um índice?


A partir desta referência teórica, gestores de investimentos podem espelhar ou se referenciar nessa carteira e criar fundos de investimento compostos por estas ações.

Assim, pessoas físicas ou grandes investidores institucionais que queiram investir em empresas mais sustentáveis podem alocar seus recursos nesses fundos de
investimento.

Além do Dow Jones Sustainability Index, outros índices foram criados em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. A B3 lançou em 2005, ainda como
Bovespa, o índice de sustentabilidade empresarial (ISE), que há 15 anos avalia as empresas listadas no mercado brasileiro em diversos aspectos da
sustentabilidade. O processo de construção do ISE segue as seguintes etapas:

As empresas listadas na B3 são convidadas a participarem do processo de seleção da carteira do ISE.

Para as que aceitam, é enviado um questionário que avalia as práticas da empresa em sete dimensões (B3, 2020).

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Após a consolidação das notas, as empresas são submetidas à aprovação do conselho deliberativo do ISE, CISE, composto por profissionais que representam as
associações de empresas, de instituições financeiras e da sociedade civil.

A carteira teórica é definida e divulgada ao público. Ela vale por um ano, de janeiro a dezembro.

A B3 monitora e divulga diariamente a valorização do índice, calculado com base no preço das ações que compõem a carteira.

Sete dimensões
Dimensão Definição
Compromissos com o desenvolvimento sustentável, alinhamento às boas práticas de sustentabilidade, transparência das informações
Geral
corporativas e práticas de combate à corrupção.
Natureza do Impactos pessoais e difusos (para toda a sociedade e o meio ambiente) dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas, adoção do princípio
produto da precaução e disponibilização de informações ao consumidor.
Governança Relacionamento entre sócios, estrutura e gestão do conselho de administração, processos de auditoria e fiscalização, práticas relacionadas à
corporativa conduta e a conflito de interesses.
Econômico-
financeira Políticas corporativas (normas e procedimentos internos), gestão (iniciativas e processos), desempenho (indicadores e metas) e cumprimento
Ambiental legal.
Social
Política corporativa, gestão, desempenho e nível de abertura das informações sobre o tema (quanto a empresa divulga ao mercado sobre as suas
Mudança do clima
iniciativas e como mede a sua exposição a questões climáticas).
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 2 - Dimensões do ISE. Fonte: B3, 2020.

Além do ISE, a B3 também possui um índice que olha exclusivamente para as questões climáticas. É o índice carbono eficiente (ICO2), que compõe a sua carteira
teórica a partir de um cálculo que usa como referência as emissões de gases de efeito estufa das empresas.

Outros índices no mercado internacional possuem características distintas. Na bolsa de Londres, por exemplo, o FTSE4GOOD é um índice de sustentabilidade que
avalia não somente as iniciativas das empresas, mas as classifica de acordo com o risco setorial em relação às questões de sustentabilidade (FTSE, 2013).

É uma outra forma de olhar a materialidade, usada na composição de um índice. A Tabela 3 apresenta, como exemplo, a classificação de riscos ASG usada no Reino
Unido.

3. Alto 2. Médio 1. Baixo


Agricultura Construção Do It Yourself (DIY) Tecnologia de informação
Transporte aéreo Equipamentos elétricos e eletrônicos Mídia
Aeroportos Distribuição de energia e combustíveis Financiamento ao consumo
Materiais de construção Engenharia e equipamentos pesados Investidores em propriedade
Químicos e farmacêuticos Indústria financeira Pesquisa e desenvolvimento
Construção Hotelaria, catering e facilities Atividades de lazer e esporte
Engenharia de grandes sistemas Indústria manufatureira Serviços de suporte
Cadeias de fastfood Portos Telecom
Alimentos, bebidas e tabaco Impressão e publicação de jornais Distribuidores atacadistas
Florestas, papel e celulose Incorporadoras
Mineração e metais Varejistas
Petróleo e gás Aluguel de veículos
Geração de energia Transporte público
Logística terrestre e marítima
Supermercados
Produção automobilística
Gestão de resíduos
Água
Controle de pragas
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 3 - Classificação de nível de impacto ASG do índice FTSE4Good. Fonte: FTSE, 2013, tradução livre.

Os índices são uma alternativa para o desenvolvimento de produtos de investimento. Em todo o mundo, aumenta significativamente o número de investidores e o
volume de recursos que adota o olhar para os riscos e oportunidades ASG, entre as suas práticas de investimento.

Esses investimentos não acontecem somente no mercado de ações, e são adotados até mesmo por investidores globais na compra de títulos públicos, comparando as
políticas públicas de sustentabilidade entre os países em que podem investir.

Atenção
É importante analisarmos esse mercado para entender os riscos, bem como as oportunidades de negócios que surgem da integração ASG.

A indústria de investimentos responsáveis no mundo


Aqui, vamos dar um passo importante para entender não apenas o que são investimentos responsáveis, mas como investidores usam informações ASG para decidir
em quais ativos investir.

Embora falamos bastante sobre mercado de ações, estes processos de investimento podem valer para diferentes modalidades de investimento.

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À semelhança dos mercados tradicionais, cada investidor tem o seu jeito de escolher os ativos que compõem a sua carteira. Alguns mais conservadores, outros mais
arriscados, com diferentes prazos e critérios de escolha. Isso vale para as questões ASG.

Para entender como o mercado vem crescendo, é importante entender as diferentes estratégias de investimentos responsáveis (BUOSI, 2017).

Assista ao vídeo e saiba mais sobre as estratégias de investimento sustentável.

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Em todo o mundo, crescem anualmente os recursos direcionados a essas estratégias de investimento. A Global Sustainable Investment Alliance (GSIA) aponta para
um crescimento de 34% do volume de recursos que adotam estratégias de investimento responsáveis em regiões desenvolvidas, como apresentado na Tabela 4.

Na mesma publicação, são apresentados aumentos expressivos nas estratégias de produtos temáticos (+269%), best in class (+125%), investimento de impacto
(+79%) e integração (+69%), todas avaliadas entre os anos de 2016 e 2018.

Ativos (em US$ bilhões)


Região
2016 2018 Cresc. %
Europa $12.040 $14.075 16,90%
EUA $8.723 $11.995 37,51%
Japão $474 $2.180 359,92%
Canadá $1.086 $1.699 56,45%
Austrália/ NZ $516 $734 42,25%
TOTAL $22.839 $30.683 34,34%
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 4 - Volume de ativos que adotam estratégias ASG. Fonte: GSIA, 2018.

No Brasil, ainda temos poucas opções para os investidores que desejam direcionar seus recursos para a sustentabilidade. Na pesquisa da Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), os gestores dizem que as principais estratégias adotadas são o best in class, por 30%, e as exclusões,
por cerca de 27% das instituições (ANBIMA, 2018).

Para que a agenda avance no Brasil, assim como em outras regiões no mundo, é preciso que o mercado de investimento inove, tanto nos processos de análise como
na criação de novos produtos de investimento.

Como este é um assunto relativamente novo, a cooperação entre os vários agentes do mercado é fundamental. No mundo, diversos grupos de trabalho, iniciativas
colaborativas e acordos voluntários debatem a agenda ASG, mas uma em especial é orientada para o mercado de investimentos: o PRI.

Os princípios para o investimento responsável (PRI)


O PRI foi uma iniciativa que já começou grande. Lançado oficialmente em 2006, na Bolsa de Valores de Nova Iorque, os princípios foram apoiados pelas Nações
Unidas, na época representadas pelo secretário-geral Koffi Annan, e contaram com a organização de 20 dos maiores investidores globais.

A ideia desses investidores foi lançar um conjunto de princípios voluntários, mas que trouxessem o compromisso dessas instituições com a agenda ASG.

Os seis princípios falam da consideração de questões ASG na decisão de investimento, da influência na adoção de melhores práticas pelas empresas, do trabalho
colaborativo entre investidores e da transparência ao mercado.

Princípio 1 Incorporaremos as questões ASG às análises e aos processos de decisão de investimentos.


Princípio 2 Seremos proprietários ativos e incorporaremos os temas de ASG às nossas políticas e práticas de detenção de ativos.
Princípio 3 Buscaremos a transparência adequada nas entidades em que investimos quanto às questões ASG.
Princípio 4 Promoveremos a aceitação de implementação dos princípios dentro da indústria de investimentos.
Princípio 5 Trabalharemos em conjunto para ampliar a eficácia na implementação dos princípios.
Princípio 6 Reportaremos nossas atividades e progresso em relação à implementação dos princípios.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 5 - Os princípios para o investimento responsável. Fonte: PRI, 2020a.
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Proprietários de ativos

Nesta categoria, em geral, estamos falando de grandes investidores institucionais, como fundos de pensão — públicos ou privados —, fundações, famílias com
grandes fortunas e outras instituições que são detentoras de recursos de investimentos.

Gestores de ativos

Nesta categoria, encaixam-se instituições especializadas na gestão de recursos de terceiros. Esses gestores podem, inclusive, administrar fundos ou produtos que
recebam os recursos dos proprietários de ativos. Mas, também, podem criar produtos para o mercado de varejo, recebendo investimentos diretos de pessoas físicas,
por exemplo.

Prestadores de serviços financeiros

Consultorias, agências de informação, bolsas de valores e outras instituições ligadas ao mercado de investimentos podem aderir ao PRI nesta categoria.

E por que o PRI é tão importante?


Além de ter sido um dos primeiros acordos voltados para o setor financeiro, a força dos investidores institucionais que o apoiaram gerou um movimento positivo que
ampliou rapidamente o número de signatários do acordo e o volume de recursos que passou a se comprometer com a agenda ASG.

Em 2020, o PRI atingiu a marca de 3 mil signatários, que respondem por cerca de US$90 trilhões em ativos sob gestão.

No mercado brasileiro, o PRI ganhou força desde o início do acordo. Tendo a Previ — fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil — como um dos 20
apoiadores iniciais, o Brasil foi o primeiro a estruturar uma rede local de signatários do PRI, em 2007.

O modelo brasileiro espelhou a criação de nove outras redes locais, para que investidores possam considerar as particularidades de seus mercados no processo de
debate e integração ASG. Atualmente, o Brasil possui 65 signatários do PRI.

Regulação: como o ASG saiu do voluntário para o regulatório

É
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Quando investidores trazem novos temas para a mesa, é natural que os reguladores queiram se informar sobre a situação. É assim com diversos temas, e com o ASG
não foi diferente. No mundo todo, bancos centrais e comissões de valores mobiliários, os principais órgãos que regulam as operações financeiras, articulam-se para
entender melhor a agenda ASG e trazê-la para os seus instrumentos de supervisão do sistema financeiro.

Um estudo das Nações Unidas afirma que as regulações do sistema financeiro que abordam as questões ASG dobraram entre 2013 e 2017 (UNEP-FI, 2018). O PRI,
da mesma forma, observa um aumento expressivo destas regulações, orientado especificamente para o mercado de investimentos, como apresentado na Figura 4 a
seguir:

Figura 4 - Número cumulativo de intervenções regulatórias em relação às questões ASG.


Fonte: PRI, 2020.

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A tendência de aumento da regulação sobre o tema não deve ser modificada nos próximos anos. Em diversas regiões, o debate já faz parte das agendas do setor
público e, especialmente, do setor financeiro. Em 2017, foi estabelecida uma rede internacional de Bancos Centrais e Supervisores, a NGFS (da sigla em inglês
Network for Greening the Financial System, ou Rede para um Sistema Financeiro mais Verde, em tradução livre).

A iniciativa já conta com 54 membros dos cinco continentes, que representam mais de 57% do PIB Global. O Banco Central do Brasil aderiu ao NGFS em 2020.

Uma vez que essas iniciativas se traduzam em novas regulações, aumentará o controle sobre os gestores de recursos e, esperamos, sobre as empresas investidas. Até
este momento, a maior parte das regulações é orientativa, ou seja, indica de forma ampla e sem critérios específicos que os investidores devem atentar para os riscos
ASG na sua estratégia de investimentos.

A evolução dessa tendência é definir quais são os temas e indicadores a serem monitorados e reportados aos supervisores e ao mercado.

No mercado local, existem algumas regulações no âmbito do Sistema Financeiro Nacional que devem ser destacadas:

Clique nas barras para ver as informações. Objeto com interação.


Resolução 4.327/2014 do Conselho Monetário Nacional (CMN)

É aplicável a todas as instituições que reportam ao Banco Central, desde os grandes bancos até cooperativas de crédito, bancos de investimento, corretoras de valores
etc.

É a principal regulação do Sistema Financeiro Nacional sobre o tema, traz a necessidade de as instituições possuírem uma Política de Responsabilidade
Socioambiental (PRSA) e um sistema de gerenciamento do risco socioambiental.

Instrução CVM 552

Orientada às companhias listadas na B3, coloca entre os itens a serem divulgados em seus documentos regulatórios, especialmente o formulário de referência,
questões relacionadas aos riscos socioambientais das companhias, atendimento a regulação socioambiental e instrumentos usados para a divulgação de informações
ASG ao mercado.

Resolução 4.661/2018 do CMN

Orientada às entidades fechadas de previdência complementar (EFPC), ou fundos de pensão, como são conhecidos no mercado, a resolução orienta que, sempre que
possível, as entidades observem as questões ASG em seus processos de investimento.

Instrução 6/2018 da Previc

A superintendência nacional de previdência complementar, responsável pela supervisão das EFPC, emitiu, em complemento à Resolução 4.661/2018, uma instrução
que orienta a adoção das questões ASG pelos fundos de pensão, sugerindo que estas adotem um olhar setorial para os riscos desta natureza.

Formulário de referência
O formulário de referência é um documento de divulgação obrigatória, exigido pela comissão de valores mobiliários (CVM), no qual a empresa divulga as principais
informações sobre suas práticas de gestão, resultados financeiros, fatores de risco, atendimento à regulação e outras políticas relevantes.

O recado é claro: aos investidores que ainda não consideram os temas ASG de forma estratégica, a questão está, cada vez mais, migrando para uma agenda
obrigatória. Antecipar a regulação costuma custar menos às instituições, que têm mais tempo para implementar estratégias, processos e controles.

Além disso, quem já possui experiência no tema consegue, inclusive, debater com o regulador para dizer o que de fato funciona e o que torna inviável o processo de
investimento. De qualquer forma, o processo parece ser cada vez mais inevitável.

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E, com isso:

Aprendeu sobre os principais índices sustentáveis e tendências regulatórias no tema.

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MÓDULO 3
Definir caminhos possíveis para a integração da sustentabilidade nas decisões de investimentos, seus desafios e tendências

Tendências das questões ASG


Embora tudo que dissemos até agora mostre que já avançamos no entendimento da sustentabilidade pelas empresas e pelos investidores, ainda há muito a ser feito.
Este é um tema em constante evolução, influenciado pelo aumento do conhecimento científico e pelas mudanças da nossa sociedade.

Com isso, surgem novos olhares para o ASG, que buscam orientar as políticas públicas, as práticas das empresas e, por consequência, as decisões financeiras. Alguns
desses tópicos são explicados neste módulo, mas não concentram todo o debate em torno da sustentabilidade, que é muito mais complexo.

Objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS)

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Assista ao vídeo e conheça os objetivos do desenvolvimento sustentável.

As mudanças climáticas e a TCFD


Entre todos os temas das questões ASG, as mudanças climáticas — sem dúvida — têm chamado mais atenção, especialmente no setor financeiro e em países
desenvolvidos.

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Podemos considerar algumas razões para isso. Em primeiro lugar, as economias desenvolvidas estão menos expostas às questões sociais que atingem outros países,
como o Brasil, e, dessa forma, acabam direcionando suas atenções para as questões ambientais.

Além disso, os efeitos das mudanças climáticas podem impactar severamente não apenas o meio ambiente, como a própria sociedade. Eventos climáticos, como
furacões e enchentes, tendem a atingir mais regiões, impactando populações e gerando prejuízos à economia.

O principal grupo de debate sobre as mudanças climáticas é o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês que significa
Intergovernamental Pannel on Climate Change).

Esse grupo de cientistas de todo o mundo realiza estudos para avaliar em que nível estamos em relação ao aumento médio de temperatura no planeta, quais as
perspectivas para as próximas décadas e os efeitos adversos desse aumento.

Quando falamos de um aumento médio de 2 oC de temperatura, podemos achar que é pouca coisa, certo? Mas vamos fazer um paralelo: o que acontece com o seu
corpo se a sua temperatura aumentar em 2 oC?

Você fica com febre. Agora, imagine se esse aumento for de 4 oC? Você precisa correr para o hospital! O mesmo ocorre com o nosso planeta. Os efeitos de um
aumento de temperatura média, ainda que pequeno, podem ser desastrosos para muitos países.

Para entender como esses riscos podem impactar a economia, o Financial Stability Board (FSB), responsável pela regulação do sistema financeiro
internacional, criou uma força-tarefa para desenvolver recomendações para empresas e para o setor financeiro avaliarem e divulgarem os seus riscos
climáticos.

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A Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas às Mudanças Climáticas vem da sigla TCFD, em inglês, que significa Task-Force for Climate-related
Financial Disclosures. No mercado, a TCFD é chamada apenas pela sigla.

A importância da TCFD foi levar para o setor financeiro um conjunto de recomendações que permitem às empresas avaliarem sua exposição aos riscos climáticos,
mas também identificarem oportunidades de negócios relacionadas ao tema.

As recomendações se organizam em 4 dimensões: a governança das instituições, ou seja, como as lideranças estão olhando para as questões climáticas; a forma
como os impactos reais são considerados na estratégia; os processos de análise e gestão de riscos climáticos; e as métricas e metas estabelecidas para a redução da
exposição a estes riscos (TCFD, 2020).

Figura 6 - Riscos, oportunidades e impactos financeiros relacionados às mudanças climáticas. Fonte: TCFD, 2020.

Como podemos observar na Figura 6, a TCFD esclarece os potenciais riscos e as oportunidades que advêm da preocupação com a questão climática. Com isso,
bancos, investidores e seguradoras podem analisar mais detalhadamente esses riscos em suas operações financeiras.

A partir das recomendações da TCFD, muitos investidores passaram a fazer análises dos possíveis prejuízos que suas empresas investidas teriam com o aumento dos
impactos das mudanças climáticas, por exemplo.

O tema tomou uma proporção tão grande que, hoje, até mesmo os bancos centrais já estudam uma forma de inserir essa agenda nas suas próximas regulações.

Os desafios da sustentabilidade e como enfrentá-los


Afinal, se tudo que apresentamos é tão importante, por que ainda temos tanta polêmica quando falamos em sustentabilidade? Por que governos, empresas e
instituições financeiras ainda têm dúvidas sobre a relevância deste tema?

Podemos começar pelo fato de que é difícil medir a sustentabilidade. Especialmente em um modelo econômico tradicional, em que tudo é medido e priorizado pelo
seu impacto na forma de cálculos, essas questões ainda são um pouco abstratas para os líderes empresariais e financeiros.

Conforme avançamos no debate, vamos desenvolvendo conhecimento, fazendo contas e chegando aos resultados que ajudam a convencer essas lideranças, mas
ainda estamos trilhando esse caminho.

Comentário
Outra dificuldade é que este não é um tema para o qual podemos prescrever uma receita única, que se aplique a todos os setores e empresas. A sustentabilidade exige
uma reflexão para encontrar a materialidade e os riscos específicos de cada organização, o que é mais complicado quando ainda não existe tanto conhecimento sobre
o tema.

Além do desafio em estabelecer essa materialidade, temos que considerar também que os investidores precisam tomar decisões que exigem que os dados e
informações analisados sejam comparáveis. Nas demonstrações financeiras, isso ocorre com alguma facilidade, mas este não é o caso das informações ASG.

Indicadores não são padronizados e não existe uma regulação específica que diga exatamente o que as empresas devem informar sobre suas iniciativas e resultados
nas questões de sustentabilidade.

Alguns movimentos tentam endereçar esses desafios e já promovem bons avanços. É o caso das iniciativas de relatórios de sustentabilidade, que criam padrões
para apoiar as empresas nessa divulgação.

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Os próprios reguladores têm se articulado para aumentar a padronização de dados ASG nas empresas, facilitando a vida de analistas e gestores de investimentos.

O fundamental é ter consciência de que este é um caminho sem volta. Para atingirmos patamares mais sustentáveis em nossa sociedade, precisamos, em primeiro
lugar, nos informar sobre este tema e debater a respeito nas universidades, empresas e no setor financeiro.

Os impactos da sustentabilidade não ocorrem em outro lugar, distantes de nós. É uma discussão que nos envolve diretamente e precisa da colaboração de todos para
mudarmos o tom dessa conversa.

Ainda há muito caminho a ser percorrido, mas estamos na direção está correta. Precisamos apenas aumentar a velocidade, e isso se faz com conhecimento e
colaboração.

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E, com isso:

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Conclusão
Considerações Finais
Neste tema, trouxemos o debate das questões ambientais, sociais e de governança corporativa (ASG).

No primeiro módulo, destacamos como ocorreu a evolução da sustentabilidade como a conhecemos hoje e definimos os investimentos responsáveis. Com isso,
trouxemos uma visão ampla sobre a relação entre finanças e sustentabilidade.

No segundo módulo, abordamos os diferentes índices de sustentabilidade e das suas principais funções, e falamos sobre a importância do papel regulatório para o
setor. Por fim, trouxemos os principais desafios e tendências das questões ASG, adequando o debate aos dias atuais.

Esperamos que você tenha compreendido a importância de aprofundarmos o debate de sustentabilidade, baseados nos aspectos econômicos e financeiros que regem
as economias dos países contemporâneos.

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Podcast
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DOS MERCADOS FINANCEIROS E DE CAPITAIS – ANBIMA. 2ª Pesquisa de sustentabilidade:
engajamento de questões ambientais, sociais e de governança na análise de investimento de gestores de recursos. São Paulo: ANBIMA, 2018.

B3. ISE: processo de seleção. Consultado em meio eletrônico em: 5 jul. 2020.

BUOSI, M. E. Integração ASG (questões ambientais, sociais e de governança) à análise de investimentos. In: COMISSÃO de Valores – CVM & Associação de
Analistas e Profissionais de Investimentos no Mercado de Capitais ‒ APIMEC. Livro TOP análise de investimentos. Rio de Janeiro: CVM, 2017.

CISL. Rewiring the economy. Cambridge: University of Cambridge Institute for Sustainable Leadership, 2015.

ECCLES, R. G. et al. The impact of a corporate culture of sustainability on corporate behavior and performance. Working Paper, Harvard Business School,
2011.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Aquecimento global e a nova geografia da produção agrícola no Brasil. São Paulo:
Cepagri/Unicamp, 2008.

ERNEST & YOUNG ‒ EY. Does your nonfinancial reporting tell your value creation story? 2018.

https://lms.atenalms.com.br/main/atividadeacademicacomplementar/training/classroomproxy/course/stecine.blob.core.windows.net/repositorio/… 24/25
30/07/2023, 01:15 Meio ambiente, social e governança
FINANCIAL TIMES STOCK EXCHANGE SUSTAINABILITY INDEX – FTSE4GOOD. FTSE4Good index inclusion criteria: thematic criteria and scoring
Framework. FTSE, 2013.

GLOBAL SUSTAINABLE INVESTMENT ALLIANCE – GSIA. Global Sustainable Investment Review, 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA ‒ IBGC. Código de melhores práticas de governança corporativa. 5. ed. São Paulo: IBGC,
2015.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. 17 Objetivos para Transformar Nosso Mundo, 2020. Consultado em meio eletrônico em: 6 jul. 2020.

PENTEADO, H. Ecoeconomia — uma nova abordagem. São Paulo: Lazuli, 2010.

PRINCIPLES FOR RESPONSIBLE INVESTMENT – PRI. What is responsible investment? 2020a. Consultado em meio eletrônico em: 5 jul. 2020.

PRINCIPLES FOR RESPONSIBLE INVESTMENT – PRI. What are the principles for responsible investment? 2020b. Consultado em meio eletrônico em: 5
jul. 2020.

TASK-FORCE FOR CLIMATE-RELATED FINANCIAL DISCLOSURE – TCFD. Recomendações da força-tarefa para divulgações financeiras relacionadas
às mudanças climáticas. Tradução das recomendações internacionais, Brasil, 2020.

THE CENTRAL BANKS AND SUPERVISORS NETWORK FOR GREENING THE FINANCIAL SYSTEM – NGFS. In: NGFS Annual Report 2019, 2020.

UNITED NATIONS. Our common future. Genebra: United Nations, 1987.

UNITED NATIONS ENVIROMENTAL PROGRAM-FINANCIAL INITIATIVE – UNEP-FI. Making waves: aligning the financial system with sustainable
development. Genebra: UNEP-FI, 2018a.

UNITED NATIONS ENVIROMENTAL PROGRAM-FINANCIAL INITIATIVE – UNEP-FI.. Rethinking Impact to Finance the SGDs. Genebra: UNEP-FI,
2018b.

Explore+
Acesse o site do Pacto Global – Rede Brasil, para se aprofundar ainda mais sobre as questões discutidas.
Pesquise sobre os princípios para o investimento responsável, no site da associação.
Pesquise na Internet artigos sobre a iniciativa econômica voltada para o meio ambiente.

Conteudista
Maria Eugênia dos Santos Buosi

Currículo Lattes

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