Direito Societário - Módulo de Estudo 3
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Societário
Módulo de Estudo 3
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DISCIPLINA
Direito Societário
PROFESSOR
Daiane Aguiar
SOCIEDADE LIMITADA
Com o objetivo de estimular investimentos produtivos, em oposição à
segurança do entesouramento de valores, evoluiu o Direito para estabelecer
tipos societários nos quais não há responsabilidade subsidiária dos sócios
pelas obrigações sociais não adimplidas pela sociedade. No Brasil, o Código
Comercial de 1850 tinha a figura da sociedade em comandita simples, onde
apenas os comanditários (que são meros investidores), não respondiam
subsidiariamente pelas obrigações sociais. Apenas 1919, foi regulamentada a
sociedade por quotas de responsabilidade limitada (Decreto 3.708), de forma a
proteger todos os sócios. Em 2002, passou a ser chamada simplesmente
sociedade limitada (artigo 1.052 do Código Civil).
A sociedade limitada representa, com certeza, o tipo societário mais utilizado
na praxe comercial brasileira, correspondendo a aproximadamente mais de
90% dos registros de sociedade no Brasil. A grande presença de sociedades
limitadas no meio empresarial se deve basicamente ao fato de ela ostentar duas
características específicas que a tornam um tipo societário bastante atrativo para
os pequenos e médios empreendimentos:
I. contratualidade
II. limitação de responsabilidade dos sócios.
Nome Empresarial
Capital Social
O capital social corresponde ao montante de contribuições dos sócios para a
sociedade, a fim de que ela possa cumprir seu objeto social e pode compreender
dinheiro ou bens suscetíveis de avaliação pecuniária (bens móveis, imóveis ou
semoventes; materiais ou imateriais). Na da sociedade limitada é dividido em
quotas (com valor expresso em moeda corrente nacional) que podem ser iguais
ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio (artigo 1.055).
Observação.: As quotas serão iguais ou desiguais em função de seu valor. É
indiferente se a participação de um sócio em 30% docapital de uma sociedade,
cujo valor total é de R$ 100.000,00, seja
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Não havendo qualquer objeção em lei especial, e desde que todo o capital
social tenha sido integralizado, é lícito aos sócios, mediante a aprovação de
votos que correspondam a mais de 50% do capital social alterarem o contrato
social para aumentar o capital registrado da pessoa. O capital pode ser
aumentado pelo aporte de valores novos, admissão de novo(s) sócio(s),
incorporação de lucros. Pode concretizar-se tanto pelo aumento do valor de cada
quota, quanto pela ampliação do número de quotas existentes, garantindo-se
aos sócios direito de preferência na subscrição do capital a ser aumentado. Da
mesma forma, é juridicamente possível reduzir o capital registrado, ou seja,
descapitalizar a sociedade, passando o valor correspondente para outras
rubricas de sua escrituração. Essa deliberação pode decorrer do fato de os
sócios considerarem o capital social excessivo ou a existência de perdas
irreparáveis, desde que o capital esteja totalmente integralizado.
QUOTAS
O legislador não criou qualquer limite para o capital social e para a participação
societária, dessa forma, não há capital social mínimo ou máximo; não há
percentual mínimo ou máximo para a participação de cada sócio no capital
social; não há número máximo de sócios (mínimo 2).
SÓCIO REMISSO: é o nome dado ao sócio que não integraliza (paga) total ou
parcialmente o valor corresponde as cotas que subscreveu. A sociedade poderá
executá-lo ou os demais sócios poderão decidir excluí-lo. Em caso de exclusão
ou a redução da sua participação societária ao montante já integralizado
(realizado) poderá implicar uma redução do capital registradopara assimilar os
valores não aportados pelo sócio
Quotas – Características
DISSOLUÇÃO TOTAL
unânime dos sócios nesse sentido, esteja contratada por prazo determinado ou
indeterminado; c) a deliberação favorável da maioria absoluta dos sócios
também a extingue, quando contratada por prazo indeterminado ; d) Insolvência
civil ou a falência,
DISSOLUÇÃO PARCIAL
DISSOLUÇÃO DE FATO
DISCIPLINA
Direito Societário
PROFESSOR
Daiane Aguiar
Conceito
A sociedade anônima é nome dado entidade jurídica (empresa com fins
lucrativos) cujo capital social é divido em ações que conferem aos proprietários
(acionistas) direitos econômicos e/ou políticos, bem como, responsabilidade
limitada ao preço da emissão das ações.
A Lei 6.404/1976
No Brasil, as sociedades anônimas são regidas por lei específica: Lei
6.404/1976, (LSA) que foi editada após um momento bastante delicado da
economia nacional (boom de 1971
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/o-boom-da-
bolsa-do-rio-de-janeiro/77369/), marcado pela grande especulação que tomou
conta das bolsas de valores e acarretou sérios prejuízos aos investidores
populares. A LSA veio como o objetivo de garantir maior proteção aos
acionistas minoritários e mais segurança para o desenvolvimento do mercado
de capitais, atingido por uma onda de descrédito em decorrência dos
acontecimentos.
Desde sua edição, sofreu apenas algumas alterações em sua redação,
provocadas pelas Leis 9.457/1997, que a preparou para o processo de
privatizações; 10.303/2001, que procurou proteger os interesses dos acionistas
minoritários e tornar o mercado de capitais mais seguro e atrativo para os
investidores; 11.638/2007 e 11.941/2009, que, basicamente, trouxeram novas
regras acerca da elaboração e da divulgação das demonstrações financeiras
desse tipo societário; 12.431/2011 e 13.129/2015, que lhe trouxeram
modificações e acréscimos pontuais (governança corporativa). Numera-se as
alterações para melhor entendimento:
1. Lei 9.457/1997, que a preparou para o processo de privatizações;
2. Lei 10.303/2001, que procurou proteger os interesses dos acionistas
minoritários e tornar o mercado de capitais mais seguro e atrativo para os
investidores;
3. Leis11.638/2007 e 11.941/2009, que, basicamente, trouxeram novas
regras acerca da elaboração e da divulgação das demonstrações financeiras
desse tipo societário;
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Requisitos Preliminares
I – Subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em
que se divide o capital social fixado no estatuto. Trata-se da exigência
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Subscrição do Capital
PARTICULAR: Em se tratando de companhias fechadas,
o procedimento é simplificado, uma vez que é realizado por meio de subscrição
particular, sem a captação de recursos junto a investidores no mercado de
capitais e são considerados fundadores todos os subscritores. Podendo ser
adotada: (i) a realização de assembléia dos subscritores ou (ii) a lavratura de
escritura pública em cartório.
PÚBLICA: As companhias abertas se constituem por meio de
subscrição pública de ações. Nessa modalidade de constituição, exigem-se
algumas formalidades específicas, tais como (i) o registro prévio na Comissão
de Valores Mobiliários (CVM), (ii) a colocação das ações à disposição dos
investidores interessados; e (iii) a realização de assembleia inicial de fundação.
O fundador de uma companhia aberta deverá necessariamente contratar os
serviços de uma instituição financeira para colocar as ações junto aos
investidores e cuidar dos documentos a serem apresentados à CVM: o estudo
de viabilidade econômica e financeira do empreendimento; o projeto do
estatuto social; (art. 83, LSA) o prospecto, organizado e assinado pelos
fundadores e pela instituição financeira intermediária (art.84. LSA)
Procedimento de subscrição das ações: Os artigos 89 a 93 da LSA
trazem as regras gerais do procedimento de subscrição, seja pública ou
privada:
Valores, por conta e risco do acionista, as ações não integralizadas (artigo 107,
II, da Lei 6.404/76). Não se trata de negociação habitual de valores
mobiliários admitidos no mercado aberto, mas de leilão especial na Bolsa de
Valores do lugar da sede social.
Formalidades complementares
Valor da Ação
Para a ação podem ser atribuídos pelos menos cinco valores diferentes:
VALORES MOBILIÁRIOS
Além das ações, as sociedades anônimas também emitem outros
valores mobiliários. Trata-se do processo denominado securitização, trazendo
vantagens para a EMPRESA (instrumento de captação de recursos no
mercado de capitais) e para os TITULARES (oportunidade de investimento).
Debêntures: é uma espécie de valor mobiliário que conferem ao seu
titular um direito de crédito certo contra a companhia, nos termos do que
dispuser a sua escritura de emissão ou o seu certificado. A grosso modo, um
contrato de mútuo/empréstimo que a companhia faz com os investidores
adquirentes. Assim, diz-se que aquele que subscreve a debênture está
emprestando à sociedade anônima o valor, e esta, a partir do momento em que
emite a debênture, assume o dever de pagar posteriormente a este o valor
acrescido de vantagens, tais como, juros (fixos ou variáveis), participação no
lucro da companhia, prêmio de reembolso e até conversão em ações. Existem
quatro tipos: (i) com garantia real; (ii) com garantia flutuante; (iii) quirografárias;
e (iv) subordinadas.
Partes beneficiárias: são títulos emitidos exclusivamente pelas
companhias fechadas que conferem aos seus titulares (pessoas estranhas ao
capital social) apenas o direito na participação nos lucros anuais e eventual
crédito depende de o resultado da companhia, no respectivo exercício social,
ter sido positivo, pois do contrário não haverá lucros a serem partilhados.
Bônus de subscrição: trata-se de outro valor mobiliário emitido pelas
companhias, menos conhecido do que os demais, o qual assegura ao seu
titular o direito de preferência na subscrição de novas ações. Explica-se: uma
sociedade com muitos investidores interessados em se tornarem seus
acionistas, as suas estarão muito valorizadas. Diante dessa realidade,
sabendo-se que a sociedade irá emitr de novas ações, ela emite estes bônus
de subscrição, captando recursos junto a investidores interessados em adquirir
as futuras ações. O bônus não confere aos seus titulares a ação, mas apenas
um direito de preferência na sua subscrição, e terá de pagar, obviamente, o
preço de emissão da ação.
Notas promissórias: esses títulos têm prazo mais curto, estipulando o
pagamento, habitualmente, para 180 dias a um ano, e estipulam a taxa de juros
que remunerará os investidores/credores, sendo corriqueiro estabelecer um
percentual superior aos índices correntes do mercado, como a taxa paga aos
certificados de depósito interbancário (CDI). As companhias que recorrem a
esse instrumento jurídico de captação de recursos, normalmente, fazem-no
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Mercado de Capitais
O mercado de capitais – ou mercado de valores mobiliários – é o “local”
onde se efetuam as diversas operações envolvendo os valores mobiliários
emitidos pelas companhias abertas. Como a sociedade anônima é, uma
sociedade de capital por excelência, suas ações são o principal valor mobiliário
emitido pelas companhias – são livremente negociáveis. Assim, em razão da
constante negociação das ações e dos demais valores mobiliários que as
companhias emitem, formou-se ao longo dos anos um verdadeiro mercado no
qual essas operações de compra e venda são desenvolvidas. Costuma-se
classificar o mercado de capitais em primário (operações de subscrição e
emissão de ações e outros valores mobiliários) e secundário (operações de
compra e venda desses valores). No Brasil, destacam-se os seguintes
órgãos/entidades:
1. Conselho Monetário Nacional: Para a regulação do mercado aberto de
valores mobiliários, desempenha papel fundamental o Conselho Monetário Nacional,
criado pela Lei 4.595/64, que regulamenta todo o sistema financeiro. Compete ao
Conselho Monetário Nacional definir a política a ser observada na organização e no
funcionamento do mercado de valores mobiliários; regular a utilização do crédito nesse
mercado; fixar a orientação geral a ser observada pela Comissão de Valores
Mobiliários no exercício de suas atribuições; definir as atividades da Comissão de
Valores Mobiliários que devem ser exercidas em coordenação com o Banco Central do
Brasil.
2. Comissão de Valores Mobiliários (CVM): é uma entidade autárquica
federal de natureza especial, com qualidade de agência reguladora., inspirada
na Securities and Exchange Comission do direito norte-americano. A
competência da CVM no controle e na fiscalização do mercado de capitais é exercida,
pode-se dizer, de três diferentes formas: a) regulamentar, uma vez que estabelece o
regramento geral relativo ao funcionamento do mercado de capitais; b) autorizante,
uma vez que autoriza a constituição de companhias abertas e a emissão e negociação
de seus valores mobiliários; e c) fiscalizatória, pois zela pela lisura das operações
realizadas no mercado de capitais, sendo investida, para tanto, de poderes
sancionatórios.
3. Bolsa de Valores: Trata-se de associação privada formada por sociedades
corretoras que, por meio de autorização da CVM, presta serviço de interesse público
inegável, consistente na manutenção de local adequado à realização das operações
de compra e venda dos diversos valores mobiliários emitidos pelas companhias.
4. Mercado de Balcão: Compreende toda e qualquer operação do
mercado de capitais realizada fora da bolsa de valores, ou seja, são as
sociedades corretoras e instituições financeiras autorizadas pela CVM. Há que se
distinguir ainda o simples mercado de balcão (mercado de balcão não
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DISCIPLINA
Direito Societário
PROFESSORA
Daiane Aguiar
Assembleia Geral
A Assembleia geral, regulada pelo art. 121 da LSA, é o órgão máximo
das Sociedades Anônimas e possui “poderes para decidir todos os negócios
relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar
convenientes à sua defesa e desenvolvimento”. Ela é composta de todos os
acionistas da sociedade que, tendo ou não direito a voto, para ela devem ser
convocados. Ainda, por mais que as decisões tomadas em assembleia geral
sejam fruto da manifestação de vontade dos diversos acionistas nela
presentes, se caracterizando como um processo de tomada de decisão
coletivo, a deliberação em si trata-se de ato singular e unitário da sociedade,
que é praticado por uma só pessoa, qual seja, a própria sociedade.
A legislação prevê a Assembleia Geral Ordinária (AGO) ou
Extraordinária (AGE).
IX - cisão da companhia;
X - dissolução da companhia.
Conselho de Administração
O Conselho de Administração (CA) é órgão facultativo de deliberação
colegiada, sendo a representação da companhia privativa dos diretores. Este
órgão estabelece a orientação geral dos negócios da sociedade através da
criação de metas e políticas e as atribuições e poderes conferidos por lei não
podem ser outorgados a outro órgão, criado por lei ou pelo estatuto. Somente
nas companhias abertas e as de capital autorizado é obrigatória a existência
conselho de administração.
Funciona como um ponto de equilíbrio entre a Assembleia dos Sócios e
a Diretoria, mediando eventuais conflitos entre aqueles que detêm a
propriedade e os que detêm o poder de gestão das sociedades. Sempre
pautando sua atuação de modo a perseguir o melhor interesse da companhia,
o Conselho de Administração possui papel fundamental para a convergência
de interesses dos diversos focos de poder existentes na sociedade.
Seus membros, os conselheiros, são escolhidos por assembleia geral e
devem necessariamente ser acionistas. Cabe ao estatuto social da sociedade
determinar (observando o mínimo legal de 3 membros) o número de
conselheiros, podendo optar pelo mínimo ou máximo permitido., bem como,
fixar o prazo de duração do mandato de seus integrantes, nunca superior a 3
anos, sendo permitida a reeleição.
Diretoria
A Diretoria existirá em qualquer sociedade anônima – aberta ou fechada,
cabendo-lhe praticar todos os atos de gestão dos negócios sociais daquela
sociedade, inclusive, quando a sociedade anônima não possuir um Conselho
de Administração, compete a Diretoria desempenhar as atividades que seriam
atribuídas ao Conselho. É composta, sempre por, no mínimo, 2 diretores
(pessoas físicas) - acionistas ou não - eleitos e destituíveis a qualquer tempo
pelo Conselho de Administração, ou se inexistente, pela Assembleia.
O(s) Diretor(es) não é(são) pessoalmente responsável pelas obrigações
que contrair em nome da companhia e em virtude de ato regular de gestão.
Entretanto, este responderá civilmente, pelos prejuízos que causar quando
proceder – mesmo dentro de suas atribuições ou poderes - com culpa ou dolo
em violação da lei ou do estatuto da companhia. Se inexistir previsão
estatutária, a representação legal competirá a qualquer dos diretores da
companhia (art. 144 da Lei de Sociedade por Ações).
Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal é o quarto órgão considerado obrigatório de uma sociedade
anônima. Porém, seu funcionamento é facultativo, ou seja, se os acionistas
consideram desnecessário o seu funcionamento, o órgão fica desativado.
Significa dizer que o estatuto social da companhia prescinde de disposição
específica que se relacione à existência ou não do conselho fiscal, sendo
suficiente a vontade dos acionistas, baseando-se na legislação vigente, para
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que haja sua eleição e posterior funcionamento. Segundo o art. 163 da LSA,
compete ao Conselho Fiscal:
I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos
administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais
e estatutários;
II - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo
constar do seu parecer as informações complementares que julgar
necessárias ou úteis à deliberação da assembléia-geral;
III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a
serem submetidas à assembléia-geral, relativas a modificação do
capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição,
planos de investimento ou orçamentos de capital, distribuição de
dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão;
IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de
administração e, se estes não tomarem as providências
necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à
assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e
sugerir providências úteis à companhia;
V - convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos da
administração retardarem por mais de 1 (um) mês essa
convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos
graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembléias as
matérias que considerarem necessárias;
VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais
demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela
companhia;
VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social e
sobre elas opinar;
VIII - exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em
vista as disposições especiais que a regulam.
Para o desempenho de suas funções, o conselho tem poderes para requisitar
informações, examinar documentos e opinar sobre a legalidade contábil dos
atos da administração, tendo ao seu alcance todos os meios indispensáveis ao
exercício de sua competência.
Conselho Fiscal
O conselho fiscal é composto por, no mínimo, três e, no máximo, cinco
membros, acionistas ou não, sendo que os membros da administração e da
diretoria não poderão pertencer ao conselho fiscal. A legislação ainda exige
que “somente podem ser eleitos para o conselho fiscal pessoas naturais,
residentes no País, diplomadas em curso de nível universitário, ou que
tenham exercido por prazo mínimo de 3 (três) anos, cargo de
administrador de empresa ou de conselheiro fiscal.” Serão eleitos conforme
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Administradores da Sociedade
Requisitos e Impedimentos:
Art. 146. Poderão ser eleitas para membros dos órgãos de
administração pessoas naturais, devendo os diretores ser residentes no País.
Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos para a investidura em
cargo de administração da companhia, a assembléia-geral somente poderá
eleger quem tenha exibido os necessários comprovantes, dos quais se
arquivará cópia autêntica na sede social.
§ 1º São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as
pessoas impedidas por lei especial, ou condenadas por crime falimentar, de
prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra a economia
popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que
temporariamente, o acesso a cargos públicos.
§ 2º São ainda inelegíveis para os cargos de administração de
companhia aberta as pessoas declaradas inabilitadas por ato da Comissão de
Valores Mobiliários.
§ 3o O conselheiro deve ter reputação ilibada, não podendo ser eleito,
salvo dispensa da assembléia-geral, aquele que:
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Administradores da Sociedade
De acordo com o art. 158 da Lei de Sociedade por Ações, o administrador não
é responsável pelas obrigações assumidas pela companhia por ato regular de
gestão, mas responderá por ato ilícito seu, pelos prejuízos que causar com
culpa ou dolo, ainda que dentro de suas atribuições ou poderes, ou com
violação da lei ou do estatuto. A companhia pode promover a
responsabilização judicial de seu administrador, por prejuízo que esta lhe tenha
causado, necessariamente mediante prévia deliberação da assembleia geral.
Além da responsabilidade civil e penal, têm os administradores
responsabilidade de caráter administrativo perante a CVM, podendo sofrer
sanções que variam de advertência até inabilitação do cargo.
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Acionista
O art. 106 da LSA define como principal dever do acionista o de pagar o
preço das ações que subscrever, enquanto o art. 109 da LSA, define os direitos
essenciais (nem o estatuto social nem a assembleia geral poderão excluir) dos
acionistas:
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
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Demonstrações Financeira
líquidas da cia
DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO
Conforme preceitua o art. 219 da LSA, a sociedade anônima se extingue
pelo encerramento da liquidação, que se segue à dissolução, ou pela
incorporação, fusão e cisão com versão de todo patrimônio em outras
sociedades. O artigo 206 da LSA, contempla 9 (nove) causas determinantes da
dissolução, agrupada em 3 (três) categorias diferentes.
não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que
administrativa competente.
DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO
A liquidação pode ocorrer de forma convencional, promovida pela própria
companhia ou judicial.
A liquidação convencional está prevista no artigo 208 da LSA, sendo
realizada nos termos do estatuto, se ele dispuser a este respeito. Em caso de
omissão, a liquidação será decidida pela Assembleia Geral, que nomeará o
liquidante e manterá os demais órgãos da companhia para que possam
acompanhar devidamente o processo.
A Liquidação Judicial tem cabimento nas duas hipóteses:
c) a pedido de qualquer acionista, se os administradores ou a maioria de
acionistas deixarem de promover a liquidação, ou a ela se opuserem, desde
que haja motivos juridicamente relevantes;
d) a requerimento do Ministério Público, à vista de comunicação da autoridade
competente, se a companhia, nos 30 (trinta) dias subsequentes à dissolução,
não iniciar a liquidação ou, se após iniciá-la, a interromper por mais de 15
(quinze) dias.
Os art. 210 a 218 regulam o processo de liquidação, definindo os
deveres/poderes do liquidante, o funcionamento da Assembleia Geral no
período, o pagamento do passivo e a partilha do passivo, bem como, a
prestação final de contas.
Governança Corporativa
Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais
organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os
relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de
fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de
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DISCIPLINA
Direito Societário
PROFESSOR
Sociedade Simples
Sociedade em Nome Coletivo
Sociedade em Comandita Simples
Sociedade em Comandita por Ações
Sociedade cooperativa
Sociedade Simples
Sociedade simples é a que tem por objeto o exercício de atividade econômica
não empresarial (ex. formadas por profissionais intelectuais cujo objeto social é
o exercício da própria atividade intelectual). Ela pode constituir-se de
conformidade com os tipos empresariais e não o fazendo, subordina-se às
normas que lhe são próprias (sociedade “simples pura” ou “simples simples”)
Sociedade Simples
O contrato social deve ser escrito e deverá ser levado a registro no Cartório de
Administração,
e Deliberações Sociais;
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(i)
ela deve sempre adotar firma social como espécie de nome
empresarial (art. 1.041, parte final, c/c o art. 1.157 do CC),
(ii)
não se admite a participação de pessoa jurídica ou incapazes,
(iii)
depende de consentimento dos demais sócios a entrada de
estranhos ao quadro social,
(iv)
a sua administração compete exclusivamente aos próprios sócios,
não se admitindo a designação de não sócio (art. 1.042 do Código Civil),
(v)
Possibilidade de estabelecer a limitação de responsabilidade entre
eles, dando ensejo, por exemplo, ao direito de regresso de um sócio contra
outro.
Sociedade em Nome Coletivo
Diante das características apontadas, evidencia que se trata de um tipo
societário obsoleto e pouco utilizado. Destacam-se as palavras do Prof. Fran
Martins:
“Efetivamente, o legislador que traçou as diretrizes da sociedade em nome
coletivo não teve a oportunidade de fazer a necessária avaliação a respeito de
sua aparente desnecessidade no panorama que representa o cenário de
limitação da responsabilidade e a quebra dos princípios antigos societários.
Desse ponto de vista, a finalidade essencial da empresa, na categoria de
pessoa jurídica regular e formalmente constituída, está na direção de restringir
a responsabilidade e limitar o seu alcance.
A inadaptação da sociedade em nome coletivo à realidade do século XXI é
tamanha que, sob a ótica do leigo, se trata de um tipo societário estritamente
encerrado e sem a menor perspectiva de relevo, na medida em que, ao
contrário do que se propala, busca-se segurança e menor grau de
responsabilidade.”
Sociedade em Comandita Simples
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De acordo com o art. 1.091, § 2.º, do Código (regra que é idêntica à do art.
282, § 1.º, da LSA)
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