Startups A Luz Do Direito Brasileiro
Startups A Luz Do Direito Brasileiro
Startups A Luz Do Direito Brasileiro
LEGAL TALKS:
STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Direção editorial: Luciana de Castro Bastos
ISBN 978-65-992633-1-6 |
290 páginas
1. Direito empresarial - Brasil 2. Startup - Brasil 3. Empreendedorismo - Brasil I.
Título.
Disponivel: http://experteditora.com.br
Organizadores
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO
Eduardo Goulart Pimenta
Doutor e Mestre em Direito Empresarial pela UFMG
Professor Adjunto na Faculdade de Direito da UFMG e na PUCMINAS
Procurador do Estado de Minas Gerais
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Autores
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO
Cássia Campos Almeida
Advogada do JBL Advocacia e Consultoria;.
Especializada em Direito e Processo do Trabalho e cursa Pós
Graduação Lato Sensu em Processo Civil nas Cortes Superiores na
Faculdade Mackenzie.
Membro da Comissão de Advocacia nos Tribunais Superiores da
OAB/DF.
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Heloísa de Carvalho Feitosa Valadares
Advogada no JBL Advocacia e Consultoria.
Doutoranda em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais.
Mestre em Direito Constitucional pela Universidade Federal
Fluminense.
Certified Expert in Compliance pelo Instituto ARC.
Certified Expert in Internal Investigation and Corporate
Counterintelligence pela ESENI.
Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Escola Superior
de Advocacia de Pernambuco.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO
Luciana de Castro Bastos
Professora de Direito Empresarial na Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais - PUC MINAS.
Coordenadora do Curso de Especialização a Distância em Legal
Tech: Direito, Inovação e Startups da PUC MINAS VIRTUAL.
Professora de Pós Graduação na área de Direito Empresarial do IEC
PUCMINAS e CEDIN.
Mestre em Direito Privado na Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais - PUCMINAS. Especialista em Direito Civil e Processo
Civil pela Universidade Veiga de Almeida/RJ .
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Capitulo 1
Maurício Leopoldino da Fonseca
6. Conclusão......................................................................... 39
Capitulo 2
Patrícia de Oliveira Leite Leopoldino
Karina Rodrigues de Almeida
L EG A L TA L KS :
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2.2 - Contrato de Prestação de Serviço .............................. 53
Conclusão............................................................................. 66
Capítulo 3
Eduardo Goulart Pimenta
Luciana de Castro Bastos
LEGAL TALKS:
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6 – As denominadas “incubadoras” e as “aceleradoras” .. 84
Referências .......................................................................... 90
Capítulo 4
Ana Amélia Ribeiro Sales
Conclusão............................................................................ 113
Bibliografia........................................................................... 114
L EG A L TA L KS :
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Capítulo 5
Heloisa de Carvalho Feitosa Valadares
Capítulo 6
Raphael Boechat Alves Machado
Guilherme Ribeiro Valadares do Amaral
3. Princípio da Mutabilidade..............................................159
Capítulo 7
Fernanda Araújo Couto e Melo Nogueira
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Capítulo 8
Gabriela Cabral Pires
L EG A L TA L KS :
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Capítulo 9
Raphael Boechat Alves Machado
Cássia Campos Almeida
Capítulo 10
Eduardo Goulart Pimenta
L EG A L TA L KS :
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Assinar contratos, estabelecer acordos, isto é, iniciar um
compromisso entre sócios, clientes, fornecedores, investidores
e colaboradores sem compreender a importância das nuances
jurídicas desses relacionamentos, sem estar ciente dos riscos
envolvidos, é o mesmo que vendar os olhos e sair dirigindo um
carro a 100km por hora. Isso mesmo, é loucura.
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Capitulo 1
ESTRUTURA JURÍDICA DA
EMPRESA DE INOVAÇÃO
Maurício Leopoldino da Fonseca
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Assistimos ao surgimento das startups, pequenas empresas
que se desenvolvem com o objetivo de estabelecer um modelo
novo de negócio, com soluções inovadoras e criativas.
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de iniciar a sociedade, quando as relações estão boas e o cenário
é favorável.
L EG A L TA L KS :
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contador, que, por sua vez, se utiliza de “formulários padrões”
que, se antes eram adquiridos em bancas de jornais, atualmente,
podem ser encontrados em diversos sites da internet.
2. Os Tipos de Sociedade
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3. EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Individual
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A constituição da EIRELI é semelhante à das demais
sociedades. É necessária a elaboração de um documento de
constituição, o qual deve ser levado a registro no Cartório de
Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial do Estado
no qual o negócio será implantado; e após o registro, é necessário
promover a inscrição da empresa junto ao Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas perante a Receita Federal, para obtenção do
“CNPJ”.
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26 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Esse capital mínimo serve como garantia para os empregados,
fornecedores e os demais credores, pois representa o menor valor
do patrimônio à disposição para garantir as obrigações da empresa.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 27
constituir uma pessoa jurídica de responsabilidade
limitada;
4. Sociedade Limitada
LEGAL TALKS:
28 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
A limitação da responsabilidade é fruto de uma necessidade
econômica e social, que permite àqueles que desejam empreender
dividir os riscos do empreendimento com os demais operadores
do mercado.
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STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 29
quotas, ou quantidades diferentes, desde que tenham realizado
contribuições em proporções iguais ou diferentes. O voto nas
reuniões ou assembleias, como direito do sócio, é exercido na
mesma proporção da participação no capital social: o sócio que
possuir maior número de quotas terá um maior número de votos.
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e todo o patrimônio pessoal dos sócios e administradores pode
responder pelas obrigações da sociedade.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 31
sua sede. Somente com o registro na Junta, a sociedade está
efetivamente constituída. E após o registro, é necessário promover
a inscrição da empresa junto ao Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas perante a Receita Federal, para obtenção do “CNPJ”, junto
à Secretaria de Estado da Fazenda (para inscrição de ICMS) e junto
à Prefeitura Municipal, para obtenção do alvará de funcionamento
e localização. Afora essas exigências mínimas, dependendo do
objeto social que a empresa pretende explorar, pode, também, ser
necessária a autorização de outros órgãos e conselhos de classe,
como a vigilância sanitária, etc.
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32 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
celebrar um acordo paralelo (acordo de quotistas), que tem
como objetivo disciplinar a relação interna entre os sócios, sobre
determinadas matérias que não tenham sido regulamentadas no
próprio contrato social.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 33
5. Sociedade Anônima
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34 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
As ações, como títulos livremente negociáveis, dão aos
seus titulares a qualidade de acionista. Entretanto, como existem
variados tipos de acionistas, a lei houve por bem criar diferentes
espécies de ações que atendam aos diferentes interesses de cada
um dos tipos de acionistas.
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STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 35
ou ainda essas duas vantagens cumuladas, seja ainda por possuir
determinados direitos políticos, como o direito de eleger em
separado algum membro da administração da companhia ou
como o poder de veto em relação a determinadas matérias.
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36 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
o capital social, o que deve ser feito por duas ou mais pessoas,
que se comprometem a pagar o todo o capital social. Após a
subscrição, as pessoas que subscreveram o capital social devem
promover a sua integralização, a qual não precisa ser feita de
forma integral ou imediata, sendo exigida a integralização mínima
de 10% do preço de emissão das ações em dinheiro. Por fim, os
fundadores da nova companhia devem proceder ao depósito dos
valores correspondentes à integralização inicial em uma instituição
financeiro, em nome do subscritor e a favor da sociedade.
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STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 37
inscrição de ICMS) e junto à Prefeitura Municipal, para obtenção do
alvará de funcionamento e localização. Após o cumprimento de
todas essas providências, a nova companhia estará pronta e apta
para funcionar regularmente.
LEGAL TALKS:
38 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
6. Conclusão
L EG A L TA L KS :
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Capítulo 2
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40 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
podem gerar riscos insustentáveis pelo negócio, inviabilizando-o.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 41
Em seguida, serão apresentados, em linhas gerais, alguns
aspectos considerados mais relevantes, nas contratações
realizadas pelas startups sob o enfoque trabalhista.
1. Contratação Trabalhista
LEGAL TALKS:
42 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
natural ou física;
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 43
O empregado, estando subordinado aos comandos do
empregador, tem a sua autonomia de vontade limitada, de
forma que não realiza as atividades para as quais foi contratado
segundo a sua vontade, mas seguindo as ordens, procedimentos
e determinações fixadas previamente pelo empregador para a
execução dos serviços necessários ao empreendimento.
• Adicional noturno;
• 13º salário;
• Aviso prévio;
LEGAL TALKS:
44 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
• Repouso semanal remunerado;
• Salário família;
• Vale transporte;
• Auxílio-doença;
• Seguro desemprego;
• Aposentadoria;
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 45
plano de saúde, o seguro de vida, o plano de previdência privada e
PLR - participação nos lucros e resultados, que não se incorporam
ao salário para fins dos encargos trabalhistas, como o FGTS e a
contribuição previdenciária.
LEGAL TALKS:
46 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
de propriedade intelectual do empreendedor empregador sobre
as atividades realizadas pelo empregado na startup.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 47
legislação que a rege, implica não só em risco trabalhista para o
empregador, hipótese em que o benefício poderá passar a sofrer
toda a incidência dos encargos trabalhistas, mas também tributário,
podendo o fisco exigir o recolhimento dos tributos que não foram
recolhidos.
LEGAL TALKS:
48 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Além disso, é considerada fraude trabalhista a recontratação,
por período de experiência, de um mesmo empregado, para as
mesmas funções e num mesmo contexto empresarial, após a
extinção de um contrato de experiência anterior.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 49
O contrato de trabalho intermitente é uma modalidade
contratual que somente deve ser utilizada quando a atividade
empresarial demandar, pela sua natureza, alternância entre alta e
baixa demanda de serviços. É o caso, por exemplo, de empresas
de eventos, que podem ter um banco de empregados, previamente
contratados como trabalhadores intermitentes, para convocação
conforme a demanda de serviços.
LEGAL TALKS:
50 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
de estágio, necessariamente escrito, com o estudante e com a
instituição de ensino na qual estiver matriculado o estagiário,
devendo enviar, com periodicidade mínima de 6 meses, um
relatório de atividades à instituição de ensino.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 51
b) Empresa com 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois)
estagiários;
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52 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
A empresa concedente do estágio deve, obrigatoriamente,
contratar seguro contra acidentes pessoais para os estagiários que
contratar.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 53
disciplina legal da prestação de serviço está descrita nos artigos
593 a 609 do Código Civil.
LEGAL TALKS:
54 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
contínua ou não, com ou sem exclusividade, como expressamente
autoriza o artigo 442-B da CLT. O código civil, neste aspecto, é
silente, presumindo que as partes ajustem, consensualmente, a
forma da prestação de serviço.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 55
prevendo que “a contratação do autônomo, cumpridas por este
todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma
contínua ou não, afasta a qualidade de empregado.”.
LEGAL TALKS:
56 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
reconhecida como uma conduta fraudulenta a direitos trabalhistas
e sociais.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 57
Portanto, para que a empresa não incorra em risco trabalhista,
que pode até mesmo inviabilizar o negócio, recomenda-se que não
se faça, como é comum, a contratação de pessoa física, por meio
de pessoa jurídica, ou a contratação de trabalhador autônomo, para
o exercício de funções já realizadas por empregados da empresa,
com recebimento de remuneração vinculada à remuneração paga
aos empregados da empresa, com uso de e-mail e cartão de visita
institucional, dentre outros equívocos.
LEGAL TALKS:
58 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
A terceirização de serviços, até o início do ano de 2017, não era
regulamentada por lei. E durante este período, o assunto sempre
foi muito polemizado. Muito se debateu nos tribunais trabalhistas
a respeito da licitude da terceirização, por ser considerada por
muitos uma forma de organização do trabalho que gera condições
precarizantes aos trabalhadores. Por isso, até aquele ano, havia
sido consolidado o entendimento segundo o qual seria ilícita a
terceirização de serviços quando relacionada à atividade-fim, ou
atividade principal, da empresa.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 59
e da identificação de necessidades e exigências do mercado
consumidor, como já dito.
LEGAL TALKS:
60 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
II - A terceirização, compete à contratante: i) verificar a
idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada;
e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento
das normas trabalhistas, bem como por obrigações
previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993”.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 61
a terceirização pode ser realizada em quaisquer das
atividades da empresa contratante;
LEGAL TALKS:
62 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
a idoneidade e capacidade econômica da empresa terceirizada
que pretende contratar, uma vez que possui responsabilidade
subsidiária pelo descumprimento de normas trabalhistas, bem
como por obrigações previdenciárias, como decidiu o STF na ADPF
324 citada acima e como está expressamente previsto na redação
atual da Lei 6.019/74 (art. 5º-A, § 5º).
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 63
meio termo aditivo escrito, para fazer constar as novas atividades
contratadas e o valor do serviço.
LEGAL TALKS:
64 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
pelas partes, é responsabilidade da contratante garantir as
condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 65
na terceirização, ou seja, também acarreta risco trabalhista
de declaração de vínculo de emprego direto com a empresa
contratante dos serviços.
Conclusão
LEGAL TALKS:
66 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Além disso, ao término da relação de trabalho, que pode se
dar por iniciativa do empreendedor ou do empregado, sem justo
motivo ou por justa causa, deve o empreendedor cuidar para que
o vínculo empregatício seja extinto com a formalização do Termo
de Rescisão do Contrato de Trabalho – TRCT e pagamento das
verbas rescisórias devidas ao empregado, além da entrega a este
dos documentos rescisórios.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 67
Referências Bibliográficas:
LEGAL TALKS:
68 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
- VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações
Trabalhistas. São Paulo: LTr, 2012.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 69
Capítulo 3
STARTUPS E CAPITAL:
INSTRUMENTOS JURÍDICOS DE
REGULAÇÃO DOS INVESTIMENTOS
FINANCEIROS EM ATIVIDADES
EMPRESARIAIS
Eduardo Goulart Pimenta
Luciana de Castro Bastos
LEGAL TALKS:
70 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Esta também é, em essência, a realidade das aqui
chamadas startups, cuja grande peculiaridade talvez esteja no fato
de pautar suas atividades a partir da tecnologia, que se reflete no
oferecimento de inovadores produtos ou serviços ao mercado. Elas
exploram áreas inovadoras de determinado setor (geralmente de
tecnologia), possuindo uma aceleração de crescimento muito alta
já nos primeiros meses de existência face a aplicação de capital
realizada por fundos de investimento especializados.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 71
financeiros em uma atividade empresarial assume, sempre, a
posição de sócio e/ou credor do empreendimento no qual investiu.
LEGAL TALKS:
72 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
A entrada de novos integrantes modifica o percentual de
todos no capital social e, em virtude disso, altera o exercício de
certos direitos de sócio, principalmente no que diz respeito ao
percentual de cada um sobre os lucros e nas deliberações sociais.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 73
– os quais não são garantidos – e, por outro lado, a restituição do
valor de seus títulos somente se dará com a dissolução parcial –
exclusão ou recesso – ou total da pessoa jurídica.
LEGAL TALKS:
74 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
no caso, a sociedade. Trata-se do que se pode chamar de risco
de insolvência. O credor não recebe se o devedor não tiver bens
suficientes para honrar tal compromisso.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 75
financeiros por uma empresa startup, seja na forma de admissão
de novos sócios ou de novos credores.
LEGAL TALKS:
76 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Por outro lado, o estatuto social pode retirar das ações
preferenciais, por previsão expressa, um ou mais dos direitos
pertinentes às ações ordinárias, inclusive o direito de voto nas
deliberações sociais.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 77
As quotas componentes do capital de uma sociedade
podem ser de valores iguais ou diferentes entre si, assim como
uma mesma pessoa pode ser titular de uma ou várias delas (Código
Civil, art. 1.055). Tem-se então que, em determinada sociedade,
uma pessoa pode ter cem quotas no valor de R$ 1,00 (um real)
cada, enquanto outra pode ser, por exemplo, titular de única quota
no valor de R$ 100,00 (cem reais).
LEGAL TALKS:
78 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
4 – Os denominados investidores “anjo” e o “capital semente”
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 79
Por se tratar, em geral, de pessoa com grande experiência
e/ou networking na área de atuação econômica da startup, este
investidor colabora também com seus atos e contatos profissionais
para o sucesso da empresa, abrindo-lhe novas oportunidades ou
fornecendo-lhe novos conhecimentos.
LEGAL TALKS:
80 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
investidor-anjo possam exercer cada um o seu papel respectivo.
De fato, a startup é a principal beneficiária, que se vê protegida de
interferências externas, e, simultaneamente, torna-se um ambiente
mais seguro para os investimentos.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 81
como atividade econômica, aportar investimentos em negócios
com grande potencial de escalabilidade).
LEGAL TALKS:
82 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Tal contrato está atrelado ao valor das ações em questão.
Além disso, apresenta forte e evidente caráter especulativo, pois,
como está previamente estipulado o valor de cada ação, o titular da
opção de compra irá exercê-la se, na data fixada para tal exercício, o
valor de negociação das ações objeto no mercado estiver superior
àquele pelo qual a outra parte se obrigou a vendê-las.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 83
6 – As denominadas “incubadoras” e as “aceleradoras”
LEGAL TALKS:
84 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Deste modo, as “incubadoras” estão interessadas em um
determinado “nicho” de mercado e buscam se aliar a empresas
que ofereçam produtos ou serviços vinculados a tal “nicho”.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 85
“A filosofia do modelo das incubadoras é a de auxiliar novos
empreendedores e de protegê-los do hostil ambiente do mercado
aberto, de forma a permitir eles crescerem dentro de um espaço
seguro”2. As incubadoras têm foco em desenvolvimento econômico
e o objetivo de abrigar empresas vulneráveis até que elas possam
se tornar independentes.
2 COHEN, Susan. What do accelerators do? Insights from incubators and an-
gels. innovations, v. 8, n. 3-4, p. 19-25, 2013
3 DEE N. J., et al. Incubation for Growth: A review of the impact of business
incubation on new ventures with high growth, Nesta Report. 2011
LEGAL TALKS:
86 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
outras com universidades, governos locais ou com organizações não
governamentais”4.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 87
7 – Os Fundos de investimento e “venture capital”
LEGAL TALKS:
88 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
que aportam capital em atividades empresariais através de
sua admissão – ainda que temporária – à condição de sócio do
empreendimento ou por meio da condição de credor desta
empresa.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 89
Referências
LEGAL TALKS:
90 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Capítulo 4
STARTUPS E DIREITOS DO
CONSUMIDOR
Ana Amélia Ribeiro Sales
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 91
Assim, a partir dos princípios constitucionais da defesa do
consumidor e da igualdade nas relações de consumo, normas
protetivas do consumidor foram fixadas pela Lei Federal n.º
8.078/90, conhecida como Código de Defesa do Consumidor –
CDC.
LEGAL TALKS:
92 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
A partir dessas definições, o Código de Defesa do
Consumidor (CDC) traça regras que devem reger as relações de
consumo, com o objetivo de sanar uma situação de desequilíbrio
que, comumente, existe nessas relações em que o consumidor se
apresenta como parte mais frágil ou vulnerável diante das empresas
ou conglomerados fornecedores de produtos ou serviços com
grande poder de mercado. Assim, considerando a vulnerabilidade
do consumidor e buscando uma equalização nas relações de
consumo, para reequilibrar essa situação de desigualdade entre as
partes (consumidor x fornecedores), o CDC traz uma série de regras
caracterizadas pelo protecionismo ao consumidor e que atribuem
um ônus maior aos fornecedores.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 93
Entretanto, houve o boom no surgimento das startups e o
CDC é a legislação que será aplicada nos atos negociais dessas,
mesmo elas não se configurando como grandes fornecedores ou
conglomerados, bastando enquadrar-se, como de fato, em sua
grande maioria, se enquadram no conceito de fornecedor.
LEGAL TALKS:
94 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
internet permite que startups, inclusive as de pequeno porte e com
número enxuto de funcionários, forneçam produtos ou serviços em
qualquer lugar do Brasil. E, tal fato gera, automaticamente, para
essas startups, a possibilidade de serem processadas também em
qualquer lugar do Brasil.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 95
(inclusive porque o processo judicial eletrônico já é uma realidade
no Poder Judiciário brasileiro), a realização de audiências por
videoconferência ainda está sendo utilizada apenas em situações
excepcionais, como a de pandemia Covid-19, e processos mais
urgentes.
LEGAL TALKS:
96 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
quanto possível eventuais reclamações judiciais dos seus clientes,
o que poderá ser processado no domicílio do cliente.
2 - Direito de arrependimento
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 97
A regra pode parecer injusta aos fornecedores, principalmente
quando eles são pequenas startups, pois nos casos em que há o
arrependimento injustificado do consumidor, o fornecedor/startup
já abriu mão da mercadoria/serviço por alguns dias e já incorreu
em gastos (transporte, embalagens, mobilização de funcionários,
etc) que repercutem em sua situação empresarial. No entanto, a
regra deve ser respeitada haja vista o direito de arrependimento
estar garantido na legislação consumerista, e sob pena de dar
surgimento a ações judiciais e reclamações dos clientes capazes
de causar prejuízos ainda maiores.
LEGAL TALKS:
98 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos, independentemente da existência de culpa do fornecedor
na ocorrência do dano. O Código de Defesa do Consumidor entende
que, por auferir lucro com a atividade, o fornecedor deve responder
pelos prejuízos causados a terceiros, independentemente da
existência de culpa, e isso é o que se chama de responsabilidade
objetiva.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 99
o produto ou serviço entregue apresente defeito e cause dano ao
consumidor, independentemente de terem culpa a respeito do
defeito apresentado. Assim, danos decorrentes, por exemplo, da
comida delivery que causou intoxicação alimentar, do motorista
de aplicativo que errou o endereço e não conseguiu levar o
passageiro ao destino ou o destratou causando danos (inclusive
de ordem moral), podem ser atribuídos não só aos responsáveis
diretos (restaurante, motorista, loja/fabricante do produto), como
também às administradoras de aplicativos, independentemente
de estas serem grandes empresas ou startups e de terem ou não
agido com culpa.
LEGAL TALKS:
100 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
enquadram nessas hipóteses de exclusão da responsabilidade do
fornecedor.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 101
Dessa forma, o CDC institui o que é conhecido por repetição
do indébito em dobro, ou seja, prevê a restituição em dobro do valor
cobrado indevidamente. O CDC considera que a cobrança em
excesso é uma prática abusiva e, por isso, estabelece que a vítima
dessa prática (o consumidor) tem direito a receber em dobro o que
foi pago em excesso.
LEGAL TALKS:
102 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Não são juridicamente delimitadas quais hipóteses
configuram o que seria o “engano justificável”. A doutrina esclarece
que o erro justificável poderia ser a culpa exclusiva de terceiros.
Por exemplo, a ação de um “vírus” em programa de computador ou
mesmo uma falha no sistema, o que afastaria, excepcionalmente, a
responsabilidade objetiva do fornecedor e configuraria o “engano
justificável” a ponto de afastar a repetição em dobro do indébito6.
LEGAL TALKS:
104 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
apenas adere ao contrato, sem haver a possibilidade de discutir o
seu conteúdo ou alterar alguma cláusula.
LEGAL TALKS:
106 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
negócios das startups, de forma a garantir com clareza os direitos e
obrigações das partes, sem acarretar obrigações demasiadamente
onerosas para nenhuma delas e, fundamentalmente, para a startup
não acabar sendo prejudicada pelos termos do contrato do seu
próprio contrato.
6 - Direito à informação
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 107
adotadas internacionalmente. Os sítios da internet ainda devem
conter símbolo de acessibilidade em destaque.
LEGAL TALKS:
108 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Nesse sentido, o CDC estabeleceu que os contratos que
regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores,
se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento
prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem
redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e
alcance, conforme dispõe expressamente o art. 46 do CDC.
LEGAL TALKS:
110 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
direito à informação é pré-contratual e o fornecedor já possui a
obrigação de prestar informações adequadas, claras e precisas
tão logo disponibilize o seu produto/serviço no mercado. A mera
disponibilização do produto/serviço no mercado já gera o dever de
prestar informação, de forma adequada e clara, em atendimento
aos preceitos da legislação consumerista.
7 - Ônus da prova
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 111
O CDC, em seu art. 6º, estabelece como direito básico do
consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive
com a possibilidade de o juiz inverter o ônus da prova em seu
favor, quando for verossímil a alegação ou quando o consumidor
se mostrar hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiência.
LEGAL TALKS:
112 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
E, se por um lado o fornecedor fica onerado com os custos
da realização da perícia técnica, por outro lado, a não realização da
perícia poderá impossibilitar que ele prove no processo que não
deve ser responsabilizado pelas alegações do consumidor.
Conclusão
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 113
Bibliografia
LEGAL TALKS:
114 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Capítulo 5
11 Para tornar o texto mais dinâmico e direto, opto por fazer referência aos
marcos legais Lei do Marco Civil da Internet e Lei Geral de Proteção de Da-
dos, respectivamente pelas siglas MCI e LGPD.
LEGAL TALKS:
116 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
sobretudo o fornecimento de informações ao titular, para que ele
tenha clareza acerca da finalidade para a qual os seus dados serão
processados pela empresa. Além disso, a adoção de uma nova
postura é voltada à segurança da informação em sentido amplo.
12 É sabido que nem toda Startup está ligada à tecnologia. Segundo o IBGC,
Startup é uma organização escalável, de alto potencial econômico e inova-
dora. Mesmo não necessariamente ligada à tecnologia, a escalabilidade e
a inovação em geral passam pelo intermédio da internet na prestação dos
serviços, ou na oferta de produtos.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 117
Titular: é a pessoa a quem se referem os dados pessoais.
LEGAL TALKS:
118 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
o uso da internet no Brasil, estabelecendo princípios orientadores,
garantias, bem como direitos e deveres para os usuários e agentes
que operem através da internet. Se a sua Startup opera oferecendo
alguma solução por intermédio da internet, então o MCI se aplica
a ela. É necessário frisar que o MCI traz uma série de obrigações
de guarda e registro de acesso quanto aos agentes que se
classifiquem como provedores ou aplicações de internet, mas o
foco deste artigo são somente as obrigações ligadas à proteção
de dados.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 119
Enquanto o direito à privacidade surge num contexto pós-segunda
guerra mundial, em que ficou evidente a necessidade de tutelar
a intimidade e a vida privada do indivíduo como meio de permitir
a sua liberdade de pensamento e desenvolvimento particular, o
direito à proteção de dados pessoais surge em momento posterior,
em decorrência da facilidade de compartilhamento de informações
com o avanço tecnológico e o crescente acesso a computadores
e à internet. Nesse contexto, a gestão e armazenamento de
informações em bancos de dados passa a ser um importante
diferencial no mercado.
LEGAL TALKS:
120 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Nesse sentido, são especialmente importantes as previsões
trazidas pelo MCI e pela LGPD, como mencionado. As leis em
questão possuem alguns pontos de aparente divergência, mas
reforçam mutuamente o sistema de proteção de dados pessoais, e
devem ser aplicadas em conjunto aos negócios que estabeleçam
relações de prestação de serviços através da internet.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 121
demais. O consentimento13 deve cumprir os seguintes requisitos:
ser expresso (ser fornecido e estar comprovado de maneira
categórica), livre (ser fruto da autonomia da vontade de um sujeito
legalmente capaz) e informado (ser fornecido após o acesso
e aceitação dos termos e condições de prestação do serviço
ou fornecimento do bem). A LGPD ainda inclui como requisito a
especificidade, ao dispor que o consentimento é a manifestação de
vontade livre, informada e inequívoca pela qual o titular concorda
com o tratamento dos seus dados pessoais para uma finalidade
determinada. Em todo caso, o consentimento pode ser revogado a
qualquer tempo. E, vale reforçar, o consentimento genérico é nulo.
LEGAL TALKS:
122 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
que o tratamento de dados pessoais por empresas que operem
por intermédio da internet seja presumido legítimo (ainda que a
LGPD traga outras nove hipóteses).
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 123
2 – Como a proteção de dados impacta o ecossistema das
startups
LEGAL TALKS:
124 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Uma pesquisa realizada pelo SEBRAE em conjunto com o
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, de 2018,
revelou que 30% das Startups brasileiras não consegue se manter
no mercado por dificuldade de atração de investidores, por falta
de recursos financeiros para montar uma equipe de trabalho e
divulgar a comercialização do produto ou serviço idealizado. Dessa
maneira, empresas que possuam um modelo de negócios mais
maduro e uma estrutura mais alinhada com as melhores práticas
já terão um diferencial, aumentando as chances de captação de
investidores e parceiros de negócios.
LEGAL TALKS:
126 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Essa virada operacional reverbera em ter a privacidade,
visando a proteção de dados, como um dos elementos centrais ao
criar um produto ou serviço, assim como no desenvolvimento da sua
operacionalização e escalabilidade. Quando se fala em proteção de
dados na internet vêm à tona os conceitos de “privacidade desde
a concepção” (privacy by design) e de “privacidade por padrão”
(privacy by default). Você já deve ter ouvido ou lido algo a respeito
desses termos.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 127
por padrão é a manutenção dos dados dentro da cadeia de
tratamento somente enquanto for essencial para a entrega do
bem ou prestação do serviço.
LEGAL TALKS:
128 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
mais uma vez a sua ciência e anuência em relação às alterações
efetuadas.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 129
requerer a retificação dos dados, como desabilitar cookies (arquivos
vinculados a funcionalidades e sites que coletam e armazenam
dados relativos à navegação e preferências do usuário). Essa é
uma forma de cumprir o dever de assegurar ao usuário / titular
dos dados pessoais a autonomia no exercício dos seu direito de
proteção de dados.
LEGAL TALKS:
130 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
está ciente dos termos de uso praticados pela organização, e que
manifesta a sua concordância com as previsões nele contidas.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 131
ele é fornecido. O usuário deve ter seu requerimento de revogar
o consentimento atendido sem a imposição de burocracias ou
etapas excessivas que dificultem o exercício desse direito.
LEGAL TALKS:
132 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
fato é que a governança abrange um conjunto de práticas que visam
preservar a organização e gerar valores, além de facilitar o acesso
a investimentos. A partir do estabelecimento de regulamentos
e políticas que com clareza demonstrem qual a orientação da
organização, qual a sua identidade, suas preocupações e objetivos,
a governança viabiliza a longevidade da empresa.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 133
sempre que um incidente de segurança envolvendo
os seus dados ocorrer. Esse comportamento proativo
demonstra boa-fé, aumenta a credibilidade da empresa
e fortalece a relação com os clientes. Além de ser levado
em conta na LGPD para aplicação de uma penalidade
mais branda.
LEGAL TALKS:
134 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
para o seu conhecimento sobre governança corporativa.
[...] (IBGC, 2019, p. 10).
LEGAL TALKS:
136 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Os controles de registro e monitoramento são importantes
ferramentas para evitar a concretização de riscos relativos a
incidentes de segurança da informação. Além do mais, permitem
identificar com maior rapidez de onde partiu algum vazamento de
informações ou violação à proteção de dados, otimizando a ação
no sentido de remediar a falha. Uma ação mais célere de correção
do problema contribui para que o impacto do incidente seja menor
e seu alcance menos danoso.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 137
ao exercer a sua atividade. É crucial que explicite a possibilidade de
responsabilização desse colaborador caso atue em desvio ao que
é recomendado na política. E sendo ele responsável por qualquer
incidente de segurança da informação que resulte em violação à
proteção de dados e prejuízos aos titulares, deverá responder pelos
danos decorrentes para a organização. Isso porque a organização
poderá sofrer as sanções previstas no MCI e na LGPD.
LEGAL TALKS:
138 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
atrelada a um procedimento de investigações internas para o caso
de desvios de conduta).
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 139
cultura).
LEGAL TALKS:
140 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Uma metodologia frequentemente indicada para o alcance
da melhoria contínua, com a finalidade de remediar falhas
encontradas e aprimorar o sistema ou programa implementado,
é o emprego do Ciclo de Deming. Esse ciclo é uma ferramenta
importante de gestão em quatro etapas, e mais conhecido pela
associação da inicial em inglês de cada etapa, como ciclo PDCA.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 141
a divulgação para os colaboradores e treinamento.
Isso porque as pessoas precisam estar cientes do
que é esperado delas, quais as suas incumbências.
Depois parte-se para a execução propriamente dita das
atividades e a checagem das ações implementadas
(significa verificar se o plano está sendo executado da
forma que foi desenhado, ou seja, seguindo os processos
previstos). O foco é no método e não no resultado.
LEGAL TALKS:
142 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
3 – Aparente conflito entre o MCI e a LGPD
LEGAL TALKS:
144 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
4 - Como agir após a entrada em vigor da LGPD
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 145
4.1 - Pontos de atenção
LEGAL TALKS:
146 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
5 – Práticas de governança de dados como vantagem
competitiva
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 147
valorização da sua marca pelo aumento da confiança e credibilidade
perante a clientela e perante o mercado.
LEGAL TALKS:
148 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
uma ampliação potencial de oportunidades de negócio para a sua
Startup.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 149
6 – Referências recomendadas para se aprofundar no tema
LEGAL TALKS:
150 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
em Startups e Scale-ups: Práticas e Percepções. São
Paulo, SP: IBGC, 2019.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 151
Capítulo 6
AS STARTUPS E A PROTEÇÃO DA
CONCORRÊNCIA: ANÁLISE DOS
CASOS UBER, NUBANK E DAS
CRITPOMOEDAS
Raphael Boechat Alves Machado
Guilherme Ribeiro Valadares do Amaral
1. Introdução
LEGAL TALKS:
152 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
insumo em produto ou serviço é resultado de um fino equilíbrio
entre os custos envolvidos na produção desse conhecimento
aplicado e os benefícios resultantes de sua aplicação.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 153
de propostas e tecnologias inovadoras, constituem arranjo
empresarial muito específico, é necessária uma detida análise de
como estas são encaradas pelo Direito Econômico.
19 ALEXY, Robert; SILVA, Luís Virgílio Afonso da (Trad.). Teoria dos Direitos
Fundamentais. São Paulo: Malheiros, 2008.
20 DOWRKIN. Levando os Direitos a Sério. 3ª Ed. São Paulo: WMF Martins
Fontes, 2010.
21 BARROSO, Luiz Roberto. Interpretação e Aplicação da Constituição: fun-
damentos de uma dogmática constitucional transformadora. 7. Ed., São Pau-
lo: Saraiva, 2004, p. 357-258.
22 ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios. 5. Ed., São Paulo: Malheiros, 2006.
LEGAL TALKS:
154 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
afastando o malfadado ativismo judicial que vem figurando como
atuação rotineira de nossos Tribunais – que, não raro, adotam
sentenças manipulativas calcadas em princípios, conforme os
ensinamentos de GUASTINI23, não obstante a existência de regras
jurídicas de inequívoca subsunção ao caso.
LEGAL TALKS:
156 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
O estudo dos princípios que regem a aplicação do Direito
Econômico oferece alguma particularidade, relativamente
à relação entre Direito Público e Direito Privado, porque,
como já vimos no primeiro capítulo, este novo ramo do
Direito se situa numa interseção daqueles dois ramos,
revelando-se como um direito de síntese.
2. Princípio da Concretude
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 157
contratos e relações jurídicas existentes quando da produção
e circulação de bens e serviços, conforme leciona CHAMPAUD,
citado por JOÃO BOSCO30.
LEGAL TALKS:
158 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
diferente, uma vez que buscam um crescimento rápido, muitas
vezes inovando no mercado, de modo que, sem a menor sombra de
dúvidas, são aptas a ocasionar consideráveis impactos no mercado
relevante em que atuam.
3. Princípio da Mutabilidade
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 159
próprios institutos, regras e princípios, que possuem a amplitude
necessária para se adaptar e regulamentar novas formas que
venham a figurar no mercado que seja seu objeto.
LEGAL TALKS:
160 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
não seria possível justificar a existência do Direito Econômico nos
tempos contemporâneos, marcados pela latente e célere troca
de informações e bens, extremamente suscetível à formação e
ao surgimento de novas estruturas, em virtude do fenômeno da
globalização, como decorre dos ensinamentos de JOÃO BOSCO
LEOPOLDINO DA FONSECA32:
LEGAL TALKS:
162 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
os meios de exercê-las para adequar melhor sua oferta à nova
realidade do mercado.
LEGAL TALKS:
164 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
estruturante da Ordem Econômica e Financeira, nos termos do art.
170, IV, da Carta Magna. Proporcionando-se ao mercado as reais
condições de concorrência e, mais que isto, fomentando-as, todos
serão diretamente beneficiados.
LEGAL TALKS:
166 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
escassez, maximização de interesses, incentivos e desestímulos,
busca-se explicar se aquela lei é ou não adequada para o fim que
se busca tutelar.
LEGAL TALKS:
168 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
para a própria economia de mercado, não só porque
integrada nas malhas de um contexto social e político mais
vasto, mas também pela teia das relações em que se realiza.
De facto, deixado unicamente ao princípio da equivalência
de valor dos bens trocados, o mercado não consegue gerar
a coesão social de que necessita para bem funcionar. Sem
formas internas de solidariedade e de confiança recíproca,
o mercado não pode cumprir plenamente a própria função
económica. E, hoje, foi precisamente esta confiança que
veio a faltar; e a perda da confiança é uma perda grave.
LEGAL TALKS:
170 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
criação pelo Estado de um ambiente minimamente favorável, com
os riscos inerentes ao mercado e que tragam ao empreendedor
o maior grau de certeza possível sobre os desígnios da política
monetária.43
5. O Caso Uber
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 171
direito de petição, constitucionalmente assegurado, através da
propositura de uma série de ações judiciais e administrativas
semelhantes, visando a obstar a atuação da Uber no mercado.
Além disto, também foi relatado que os representantes teriam
empregado violência coordenada contra motoristas e passageiros
do aplicativo.
LEGAL TALKS:
172 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
No que se refere à figura do abuso do direito de petição,
denominada sham litigation, o Superior Tribunal de Justiça,
recentemente teve a oportunidade de se manifestar a respeito de
sua configuração, no seguinte sentido:
LEGAL TALKS:
174 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Justamente em função de seu caráter inovador, embora
preste serviço no mesmo ramo dos taxistas, percebe-se que, em
verdade, os aplicativos de transporte individual desaguaram no
surgimento de novo mercado. Não há que se falar em qualquer
abuso de sua posição no mercado, portanto.
5. O Caso Nubank
LEGAL TALKS:
176 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
A Nubank, na condição de empresa que oferece uma série
de serviços bancários, inclusive de conta corrente, se apresenta
como concorrente dos grandes e tradicionais bancos.
LEGAL TALKS:
178 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Por fim, o serviço de débito automático é de simples
implementação, ou seja, caso realmente configurada a conduta
apontada, não se pode argumentar pela existência de qualquer
óbice que torne sua adoção pelo Nubank tecnicamente inviável.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 179
ramo de bitcoins, justificando tal conduta simplesmente em uma
decisão administrativa – o que, por este fato, torna-se realmente
controverso, uma vez que as empresas precisam ter acesso aos
serviços do sistema financeiro para operar.
LEGAL TALKS:
180 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
que qualquer sociedade empresária possa desenvolver sua
atividade sem o uso de contas bancárias.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 181
Destarte, a imposição de óbices ao acesso aos seus serviços,
sem justificativa realmente fundamentada, caracteriza-se,
inequivocamente, o abuso da posição econômica.
5. Considerações Finais
LEGAL TALKS:
182 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
relevantes ao menos parcialmente distintos, alcançando público
diverso – o que fica mais claro no caso Uber.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 183
Referências Bibliográficas
LEGAL TALKS:
184 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
CHAMPAUD, Claude. Contribution à la définition du droit
économique. Il Diritto dell’Economia. Rivista di Dottrina e di
Giurisprudenza, Milano, v. 13, n. 2, p. 141-154, 1967, apud FONSECA,
João Bosco Leopoldino da. Direito Econômico. 9. ed. rev., atual., e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 23.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 185
PIMENTA, Eduardo Goulart. Direito societário: Rio Grande do
Sul: Editora Fi, 2017.
LEGAL TALKS:
186 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Capítulo 7
GOVERNANÇA CORPORATIVA E
CONFORMIDADE NAS STARTUPS
Fernanda Araújo Couto e Melo Nogueira
Introdução:
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 187
O primeiro desafio de uma startup é tirar a ideia do papel e
colocá-la em prática. No momento em que o projeto se transforma
em negócio de verdade, outras preocupações vêm à tona, como
escolher a melhor configuração societária para constituir a pessoa
jurídica, elaborar um plano de negócios factível, proteger a
propriedade intelectual dos produtos desenvolvidos e garantir que
o empreendimento se torne competitivo no mercado, tudo isso
com alta capacidade de aceleração de forma a atrair, rapidamente,
investidores, incubadoras e público-alvo.
LEGAL TALKS:
188 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Mas, para além de uma definição abstrata, devemos
partir do pressuposto de que boas práticas de governança
corporativa pressupõem a conversão de seus pilares básicos em
recomendações objetivas, que deverão servir de diretrizes para
o alinhamento dos interesses dos sócios com a preservação e a
valorização econômica da empresa, de forma a facilitar seu acesso
a recursos e a permitir sua longevidade.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 189
forma clara, concisa e tempestiva, cabendo ao agente
proceder com diligência e assumir a responsabilidade
por seus atos e omissões.
LEGAL TALKS:
190 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
A essa altura, você pode estar se perguntando de onde
surgiu essa tal “Governança Corporativa” e por que ela passou a
ser tão importante nos dias de hoje.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 191
superação dos chamados “conflitos de agência”, decorrentes
de uma propriedade com natureza dispersa, a ensejar novas
divergências entre os interesses dos sócios, os interesses dos
executivos e o chamado “melhor interesse da empresa”. Enquanto
o principal interesse dos outorgantes (sócios) é a maximização
de sua riqueza e dos retornos aos seus investimentos, podem os
gestores/administradores ter outras prioridades, como a busca
por status, benefícios e altas remunerações.
LEGAL TALKS:
192 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Passemos a um exemplo prático: uma questão que enseja a
adoção de boas práticas de Governança Corporativa é a existência
de acionistas com direitos assimétricos, resultantes da emissão
de ações com direito a voto e ações sem direito a voto. Nessas
hipóteses, um grupo com expressiva quantidade de ações
votantes, ainda que detenha pequena parcela do capital total,
pode efetivamente controlar a empresa.
LEGAL TALKS:
194 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
2 - Conformidade para Startups:
LEGAL TALKS:
196 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
interlocutores – em especial fornecedores e parceiros –, a adoção
de práticas legalmente permitidas e eticamente viáveis.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 197
Cite-se, por exemplo, a obrigação de as empresas licitantes
apresentarem programa de conformidade para participarem de
licitação promovida por entes da Administração Pública59; ou a
obrigação de os fornecedores de grandes empresas adotarem as
normas editadas pela empresa compradora60, caso o fornecedor
não disponha do seu próprio Programa de Conformidade (ou,
no caso de possuí-lo, não estar ele coerente com o alto padrão
adotado pela compradora).
LEGAL TALKS:
198 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela
Endeavor Brasil61:
1) Estabelecer a Missão, a Visão e os Valores da Empresa:
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 199
Por outro lado, uma atividade empresarial pautada em
valores éticos convergentes aumenta as chances de atrair
investidores, fornecedores, parceiros e clientes afinados com
o perfil da startup.
LEGAL TALKS:
200 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
ajustados conforme
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 201
acompanhamento de um especialista, de forma a garantir que
seja o mais pormenorizado possível – detalhando os valores
almejados, as recomendações práticas e as penalidades
previstas.
LEGAL TALKS:
202 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
4) Constituir um Conselho Consultivo:
5) Definir indicadores:
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 203
diversos stakeholders com os quais a organização interage.
Conclusão:
LEGAL TALKS:
204 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Conformidade são essenciais para o crescimento sustentável de
uma empresa.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 205
da corporação no mercado que termina por inviabilizar a sua
perspectiva de crescimento – e, em alguns casos, de sobrevivência.
Por isso, não deixe para depois o que pode e deve ser
considerado desde o início. Para as startups embrionárias que
enfrentarão o desafio do crescimento acelerado, a Governança
Corporativa e o Programa de Conformidade nascem junto com o
nascimento da ideia, e vão ganhando estrutura juntamente com
o desenvolvimento da empresa, garantindo assim as maiores
chances de sucesso no menor prazo possível.
LEGAL TALKS:
206 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
diz respeito às práticas sociais, ambientais, de segurança
do trabalho e da saúde, de proteção de dados pessoais,
dentre outras que colaboram, no longo prazo, para a
perenidade do negócio;
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 207
Para Aprofundamento do Tema:
LEGAL TALKS:
208 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
• Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)
- http://www.cade.gov.br/acesso-a-informacao/
publicacoes-institucionais/guias_do_Cade/guia-
compliance-versao-oficial.pdf
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 209
Capítulo 8
1 - Introdução
LEGAL TALKS:
210 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Quando a análise se limita ao campo das startups, a taxa
de sobrevivência é ainda menor. Conforme estudo realizado
pela Fundação Dom Cabral63, após um ano, pelo menos 25% das
empresas morrem, sendo que essa taxa sobe para 50% quando se
fala de quatro anos. Isso significa que nem a metade das startups
chega a completar cinco anos de vida.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 211
2 - Compliance tributário: para além do cumprimento das
obrigações acessórias
LEGAL TALKS:
212 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Dentre as hipóteses de atenuação das sanções previstas
na lei em comento, encontra-se “a existência de mecanismos
e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à
denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética
e de conduta no âmbito da pessoa jurídica” (inciso VII do art. 7º da Lei
n. 12.846/13), os quais se enquadram no conceito de compliance
mundialmente adotado.
LEGAL TALKS:
214 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Dessa forma, no âmbito tributário, o tax compliance ou fiscal
compliance relaciona-se ao respeito às regras, propósito, valores
e princípios que constituem a identidade de uma companhia e ao
grau de cumprimento pelos contribuintes das normas tributárias.
Para além de fins altruístas e morais, o compliance é um importante
fator de mercado, tanto em decorrência da atuação dos órgãos
de controle (como a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, o
COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras e o Banco
Central do Brasil), quanto devido à exigência de acionistas, clientes
e potenciais investidores, que realizam intenso trabalho de
investigação das práticas e dos passivos da empresa, a exemplo
das due dilligences.
LEGAL TALKS:
216 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
e resultados financeiros66. Um dos objetivos desse modelo é a
identificação de riscos associados à atividade, sendo importante
ressaltar que, quanto antes os riscos forem identificados, tanto
mais rapidamente poderão ser evitados ou amenizados.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 217
Como forma de delimitar o objeto do presente trabalho, será
analisado a seguir um tema cuja importância é pouco reconhecida
pelos empresários e gestores, embora traga relevantes impactos
financeiros e comerciais à empresa. Trata-se da identificação da
correta natureza jurídica das atividades a serem exercidas pelas
sociedades, incluindo a correta classificação quando do cadastro
do objeto social na Receita Federal, por meio do código CNAE –
Classificação Nacional de Atividades Econômicas.
LEGAL TALKS:
218 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
características merecedoras de atenção sob a ótica tributária.
LEGAL TALKS:
220 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
é que o site ofereça de forma clara as informações acerca da
operação efetivamente realizada.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 221
n.º 13.918/09 determinou que são responsáveis solidários pelo
pagamento do ICMS incidente sobre a venda os prestadores
de serviço de intermediação comercial em ambiente virtual e
prestadores de serviços relacionados ao comércio eletrônico. Isso
significa que, na ausência do pagamento do ICMS pelo vendedor do
produto, o tributo pode vir a ser exigido do operador da plataforma
digital.
LEGAL TALKS:
222 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
importância da comprovação da natureza dos ingressos financeiros
de terceiros nas contas do contribuinte, sendo imprescindível que
haja documentos probatórios que justifiquem o trânsito dos valores.
No julgamento em questão, os conselheiros da última instância
administrativa de recursos federais concluíram que “devem ser
considerados como receita, para fins do PIS e da COFINS, os bens e
direitos que impliquem efetivo aumento patrimonial, vale dizer, que
realmente influenciem o resultado do período, tendo sido recebidos
com a finalidade de se agregarem ao patrimônio existente.”70
LEGAL TALKS:
224 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
grande parte delas, por se enquadrar no conceito já mencionado
de inovação disruptiva.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 225
seja útil para fins de regulamentação dos direitos autorais sobre
o desenvolvimento dos programas, pouco auxilia na controvérsia
tributária.
LEGAL TALKS:
226 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
com a inclusão de novos itens de serviços sujeitos à incidência
do ISS, previstos na lista anexa à Lei Complementar n. 116/03.
Além da previsão do “licenciamento ou cessão de direito de uso
de programas de computação”, já existente na lista, a nova norma
incluiu a “elaboração de programas de computadores, inclusive de
jogos eletrônicos, independentemente da arquitetura construtiva
da máquina em que o programa será executado, incluindo tablets,
smartphones e congêneres”. Buscou-se, assim, eliminar a incidência
do ICMS sobre essas operações.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 227
Diante de tamanha insegurança jurídica, os contribuintes
têm acionado o Poder Judiciário para se resguardar de eventuais
autuações, seja pelos Estados, seja pelos Municípios, já que não há
definição quanto ao tributo de fato incidente sobre as vendas de
software.
LEGAL TALKS:
228 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Muito comum é a opção por determinado código de
atividades, considerando a tributação menos onerosa dispensada
para as empresas daquele setor. Contudo, a prática não é
recomendável e pode resultar em autuações fiscais para a empresa,
e pior, para seus clientes, de forma subsidiária ou solidária, como
se verá adiante.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 229
e de Comunicação (ICMS) e o Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISS).
LEGAL TALKS:
230 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
O equívoco na definição dessa classificação e no consequente
recolhimento a menor de tributos por empresa prestadora de
serviços pode ensejar autuações fiscais federais e municipais,
tendo em vista o fato de que tributação simplificada por meio do
Simples Nacional abarca os tributos de competência de ambos.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 231
significa que, a depender da legislação específica do município
onde o serviço é prestado ou onde o ISS é devido, pode ser o cliente
responsabilizado pela equivocada classificação da atividade da
empresa prestadora de serviços.
LEGAL TALKS:
232 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Diante dessa realidade, as boas ideias e as inovações
tecnológicas não podem se perder devido à má gestão ou
à ausência de conhecimento dos empresários. Justamente
nesse ponto é que se faz importante a elaboração de um plano
de negócios consistente e, em conjunto, a implementação do
compliance, inclusive do tributário.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 233
Ademais, as interpretações apresentadas pelos julgadores nos
processos administrativos e judiciais são as mais diversas e
contraditórias possíveis. Eis que o contribuinte se vê rodeado
de insegurança jurídica e incerteza quanto ao planejamento de
seu negócio, fato que resulta, no âmbito da macroeconomia, em
considerável gargalo no desenvolvimento econômico do país.
LEGAL TALKS:
234 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
no mundo fenomênico. O resultado da neutralização desses riscos
é a saúde financeira e maior segurança de atuação das empresas.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 235
5 – Referências Bibliográficas
LEGAL TALKS:
236 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
BRASIL. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais –
CARF. Processo: 10805.723698/2014-37. Sessão de julgamento de
21/01/2020. Disponível em: <http://carf.fazenda.gov.br/sincon/
public/pages/ConsultarJurisprudencia/listaJurisprudenciaCarf.
jsf>. Acesso em 11/07/2020.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 237
DERZI, Misabel Abreu Machado. A Desconsideração dos Atos
e Negócios Jurídicos Dissimulatórios segundo a Lei Complementar
nº 104, de 10 de Janeiro de 2001. O Planejamento Tributário e a Lei
Complementar 104. São Paulo: Dialética, 2001, pp. 214-5.
LEGAL TALKS:
238 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
SÃO PAULO. Lei Estadual nº 13.918, de 22/12/2009. Dispõe
sobre a comunicação eletrônica entre a Secretaria da Fazenda e o
sujeito passivo dos tributos estaduais, altera a Lei nº 6.374, de 1º de
março de 1989, que instituiu o Imposto sobre Operações Relativas
à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação -
ICMS, e dá outras providências correlatas. Disponível em: <https://
www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2009/lei-13918-
22.12.2009.html>. Acesso em 11/07/2020.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 239
Capítulo 9
LEGAL TALKS:
240 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Assim, antigos e novos questionamentos acerca da melhor forma
de conduzir o chamado “custo Brasil” foram trazidos à tona.
78 https://www.ccfb.com.br/noticias/impacto-do-coronavirus-nas-star-
tups/
79 https://exame.com/blog/ideias-renovaveis/por-que-uma-startup-esta-
-contratando-800-pessoas-no-meio-da-pandemia/
80 https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-05/pande-
mia-leva-startups-desenvolverem-produtos-contra-covid-19
81 https://www.nsctotal.com.br/noticias/inovadoras-e-ageis-startups-cres-
cem-exponencialmente-na-pandemia
LEGAL TALKS:
242 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Para tanto, é necessário planejamento para se esquivar dos
obstáculos que integram o citado custo Brasil, tanto no que toca à
escolha da atividade quanto à forma de exercê-la.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 243
subscritos no memorandum of understanding ou m.o.u., para dar
início à formalização dos procedimentos.
82 https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-elaborar-
-um-plano-de-negocio,37d2438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD
LEGAL TALKS:
244 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
irá decidir por quantas será responsável, conforme delimitado no
contrato social ou estatuto da empresa.
LEGAL TALKS:
246 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Os tipos societários previstos que limitam a responsabilidade
dos sócios, são a Sociedade Limitada e a Sociedade Anônima, que
têm diferentes propostas, vez que, na primeira, há um número
limitado de sócios com atuação direta, enquanto que na segunda
há emissão de ações da empresa, que poderão ser negociadas
arbitrariamente, com escassas possibilidades de restrição pelos
demais acionistas.
LEGAL TALKS:
248 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Após a opção por um tipo societário com limitação da
responsabilização, dá-se início à constituição da empresa com a
elaboração do contrato social, que formaliza direitos e obrigações
dos sócios, visando prevenir futuros desgastantes entre estes90.
91 https://www.scielo.br/scielo.php?pi=S1519=70772009000200002-&script-
sci_arttext#dnota01
92 Em português, “pílulas venenosas” seriam previsões contratuais que vi-
sam resguardar direitos.
LEGAL TALKS:
250 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
americanas e até mesmo as back-end, que não gozam da mesma
popularidade.93
93 http://www.pucrs.br/direito/wp-content/uploads/sites/11/2018/09/ju-
lio_ferro.pdf
94 VIEIRA. Jorge Eliseu Martins. FÁVERO. Luis Paulo Lopes. Poison Pills no
Brasil: um estudo exploratório. Rev. contab. finanç. vol.20. no.50. São Paulo
May/Aug. 2009.
95 MACHADO. Raphael Boechat Alves. Sociedade de Economia Mista: uma
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 251
Também deve ser considerado o ingresso de terceiros. Em
geral, com o crescimento da sociedade anônima, por exemplo,
aumenta a procura de investidores que pretendem partilhar dos
frutos que provavelmente serão alcançados. Embora deva ser
prevenida a possibilidade de tomada de poder por terceiros,
é preciso também prever, com regras claras, as formas de
participação acionária destes.
análise a partir da Lei 13.303/16. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2016.
LEGAL TALKS:
252 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
permitam a autonomia do investidor, como limitações de tempo
e espaço que resguardem a empresa e não imobilizem o terceiro.
V – Conclusão
97 https://www.mercadoeconsumo.com.br/2018/12/13/a-febre-dos-deli-
veries-de-quase-tudo/
98 https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2020/05/22/empresa-que-
-facilita-servico-de-entregas-dentro-das-favelas-de-salvador-registra-au-
mento-de-mais-de-200percent-durante-a-pandemia.ghtml
LEGAL TALKS:
254 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
crescimento, é fato que a estrutura criada na fase embrionária
permite uma ampliação dos negócios no mesmo ritmo de
crescimento do mercado consumidor.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 255
capacidade de crescer e sobreviver às dificuldades, sempre com
ênfase no futuro promissor da sociedade.
LEGAL TALKS:
256 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Capítulo 10
DIREITO DA PROPRIEDADE
INDUSTRIAL: A TUTELA JURÍDICA
DA INOVAÇÃO EMPRESARIAL
Eduardo Goulart Pimenta
I – Introdução
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 257
2. A proteção à propriedade industrial e sua evolução histórica
LEGAL TALKS:
258 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
os benefícios econômicos advindos da criação protegida fossem
indistintamente distribuídos.
LEGAL TALKS:
260 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
prêmios e honrarias aos inventores, mas arrebatava-lhes o invento,
cujo segredo zelosamente guardava por tempo indeterminado, a
bem dizer perpétuo. Perpétuo, é de salientar, na transitoriedade das
instituições humanas. Por isso mesmo, cada corporação era ciosa da
perfeição dos seus produtos, cujo fabrico monopolizava. Quem a ela
não pertencesse era proibido de fabricar ou vender artigo ou produto,
que lhe constituísse objeto.”102
Paralelamente às normas de caráter privado estabelecidas
no interior destas corporações medievais o Estado passou a
conhecer e disciplinar, ainda que de maneira tímida e pouco
sistemática, a questão referente às invenções e os direitos dos
seus criadores.
104 CARVALHO DE MENDONÇA. José Xavier. Tratado... Vol. V. Livro III. Parte
I. ob. Cit. Pg. 118.
LEGAL TALKS:
262 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Interessante notar que tal norma já se orientava por diversos
princípios que ainda hoje norteiam a disciplina legal do assunto.
Veja-se que a patente já se afigura como o meio protetivo das
criações intelectuais voltadas para o desenvolvimento das
industrias em geral, que o Poder Público assume a obrigação
de concedê-las e fazer cumprir a exclusividade a elas inerente,
que o direito concedido por meio da patente é essencialmente
temporário e, por fim, que o titular da patente tem a obrigação de
colocar em prática sua criação sob pena de perder a exclusividade
a ele concedida.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 263
A instituição responsável pela análise e concessão de todos
os direitos sobre a propriedade industrial é, no Brasil, o Instituto
Nacional da Propriedade Industrial (INPI), autarquia Federal criada
em 1970.
LEGAL TALKS:
264 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
econômica dos produtos em afronta à exclusividade garantida aos
seus criadores.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 265
comissão para elaborar um anteprojeto de Convenção Internacional
destinada ao estabelecimento de um regime comum de proteção
e respeito às criações industriais.
LEGAL TALKS:
266 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Internacional Americano realizado em Lima no ano de 1878 já
aventava a necessidade de proteção às criações intelectuais.
Seguiu-se então o Congresso Sul-americano de Montevidéu em
1889 e as sucessivas Conferências Internacionais Americanas,
realizadas periodicamente a partir deste mesmo ano.108
Outro importante passo no sentido da proteção internacional
às criações intelectuais voltadas para o desenvolvimento da
atividade industrial verificou-se em 1967, quando foi criada a
Organização Mundial da Propriedade Intelectual – OMPI – seção
da ONU sediada em Genebra, Suíça.
3. 1 - Invenção
108 J.X. Carvalho de Mendonça. Tratado... Vol. V. Livro III. Parte I. ob. Cit. Pg.
205 e segs.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 267
e invenção, para melhor conceituação desta.”109. Nessa linha, serão
aqui analisados ambos os termos, para extrair-lhes distinções e
pontos de contato que permitam a melhor definição de cada um
deles.
109 REQUIÃO. Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. I. São Paulo. Ed. Sa-
raiva. 1999. Pg. 292.
110 FERREIRA. Waldemar. Tratado... Vol. VI. ob. Cit. Pg. 444.
111 FERREIRA. Waldemar. Tratado... Vol. VI. ob. Cit. Pg. 448.
LEGAL TALKS:
268 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Outro forte ponto de contato entre a ideia de invenção e a
de descoberta está em que tanto uma quanto outra são obtidas
a partir do exercício da atividade intelectual de uma determinada
pessoa ou grupo de indivíduos atuando de forma organizada.
113 FERREIRA. Waldemar. Tratado... Vol. VI. Ob. Cit. Pg. 448.
114 CERQUEIRA. João da Gama. Tratado da Propriedade Industrial. Vol. I. 2a
edição. Ver. E atual. Por Luiz Gonzaga do Rio Verde e João Casimiro Costa
Neto. Ed. Revista dos Tribunais. São Paulo. 1982. pg. 211/212.
LEGAL TALKS:
270 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
necessários à sua verificação, quais sejam: a novidade, a atividade
inventiva e a aplicação industrial (art. 8º).
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 271
Outro forte ponto de contato entre as ideias de invenção
e de obra intelectual está no caráter de novidade apresentado
por ambas. Tanto uma quanto outra representam a manifestação
do intelecto de alguém (ou alguns) no sentido de apresentar à
Humanidade algo até então inexistente na natureza.
LEGAL TALKS:
272 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
uma determinada pessoa ou grupo, de algo até então inexistente
voltado para o engrandecimento da cultura e das artes em geral.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 273
e merecedoras de tutela legal de modo a garantir ao seu criador a
proteção conferida às invenções e modelos de utilidade.
LEGAL TALKS:
274 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Enquanto na invenção tem-se a criação de um bem
totalmente original, o modelo de utilidade corresponde a algum
acréscimo ou alteração efetuada em algo já criado ou existente
e que, em função daquela modificação, tem ampliada sua
comodidade ou mesmo seu potencial de utilidade.
1o – omissis
2o – omissis
3o – omissis
LEGAL TALKS:
276 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
destituído de atividade inventiva, desde que a matéria se inclua no
mesmo conceito inventivo”.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 277
3.3 - O Desenho industrial
LEGAL TALKS:
278 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
proteger também a atividade criativa destinada à individualização
dos produtos por meio de seus aspectos formais e estéticos.
LEGAL TALKS:
280 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
no que diz respeito à pintura e à escultura. “O desenho industrial é
diferente da escultura e da pintura (obras de arte) porque o objeto a
que se refere tem função utilitária e não apenas estética, decorativa
ou de promoção do seu proprietário119”.
119 COELHO. Fábio Ulhôa. Curso de Direito Comercial. Vol. I. Ob. Cit. Pg. 148.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 281
do potencial de utilização de um bem já existente ou criado. O
desenho industrial, por seu turno, representa apenas os traços e
linhas distintivas de um bem em relação aos seus similares, em
nada acrescentando à concepção original do produto no qual foi
inserido.
3.4 – Marca
LEGAL TALKS:
282 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
os romanos empregavam termos ou sinais visuais para identificar
os fabricantes ou as diversas mercadorias então produzidas por
eles120.
LEGAL TALKS:
284 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
Instituto de enorme aplicação prática, a definição de marca
pode ser obtida a partir da conciliação entre os textos dos art. 122
e 123 da Lei n. 9. 279/96 e corresponde, em síntese, aos termos e
sinais distintivos referidos no item anterior.
124 Marca coletiva “(...) tal é a que figura como sendo de sindicatos regular-
mente constituídos ou coletividades par uso dos seus membros individual-
mente, uti singuli. (...) o sistema da marca registrada como comum a uma
corporação local ou regional tem concorrido para evitar a fraude sobre as
indicações de origem ou proveniência das mercadorias.
Esse grande serviço já basta para recomendá-lo.
A marca é comum aos gêneros ou mercadorias produzidos pelos mem-
bros do sindicato ou da coletividade; mas, cada fabricante ou comerciante tem
o direito de empregá-la e de recorrer à justiça no interesse pessoal, contra os
usurpadores.” CARVALHO DE MENDONÇA. J. X. Tratado... Ob. Cit. Pg. 225 e 226.
L EG A L TA L KS :
STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 285
Tanto a marca quanto o desenho industrial estão vinculados
a um produto específico e são elementos destinados, em
essência, a conferir-lhe identidade entre seus similares e, em
consequência, atrair a preferência dos consumidores. Porém, em
ambas as hipóteses não há acréscimo ou melhoria no potencial ou
comodidade de utilização do produto.
LEGAL TALKS:
286 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
estrutura. São designativos, conjuntos organizados de letras e
sinais visuais elaborados para a identificação de outros institutos.
LEGAL TALKS:
288 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO
termos ou sinais visuais para a finalidade específica de identificação
de um produto ou serviço.
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STA RT U P S À LU Z D O D I RE I TO B RASI LE I RO 289
LEGAL TALKS:
290 STA RTU P S À LU Z DO DIREITO BRASILEIRO