Climatogeografia Lola

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O Impacto das Mudanças Climáticas na Agricultura na Província de Zambézia

Nome do tutor:

Mestre Ester Tomás Natal Ribeiro

Lola Anselmo Manuel Alice: 71240343


1. Introdução

A província de Zambézia, localizada na região central de Moçambique, possui um clima


tropical com uma estação chuvosa e outra seca bem definidas. No entanto, as mudanças
climáticas estão provocando alterações significativas nos padrões climáticos, impactando
directamente a agricultura, que é a principal fonte de subsistência para a população local. Este
trabalho visa analisar como essas mudanças climáticas estão afectando a agricultura na
província e identificar possíveis estratégias para mitigar os impactos negativos.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Analisar o impacto das mudanças climáticas na agricultura da província de Zambézia.
1.1.2. Objectivos específicos
 Identificar os principais efeitos das mudanças climáticas nas práticas agrícolas em
Zambézia;
 Avaliar como as alterações nas temperaturas e padrões de precipitação influenciam a
produção agrícola;
 Propor recomendações para mitigar os impactos negativos das mudanças climáticas
na agricultura na província de Zambézia.

1.2. Metodologia
Para a efectivação do trabalho se fez o uso da pesquisa bibliográfica exploratória e analise
qualitativa de dados, recorrendo a fontes como livros, artigos académicos, jornais locais e,
especialmente, a experiência prática dos pesquisadores. As ideias plasmadas nesta pesquisa,
que serão parafraseadas ou directamente citadas, foram tecidas sobre este fundamento.

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2. O Impacto das Mudanças Climáticas na Agricultura na Província de Zambézia

O clima é um dos factores mais cruciais para determinar a viabilidade do cultivo de plantas,
bem como para definir a natureza da vegetação natural, as características do solo e os tipos de
sistemas de produção a serem adoptados em uma região agro-ecológica específica (MICOA,
2006). No entanto, há evidências que mostram alterações nos padrões de elementos essenciais
como temperatura e precipitação, os quais são fundamentais para a produção de matéria seca
e para processos vitais das plantas, como a fotossíntese, crescimento e desenvolvimento.
Essas mudanças têm impactado negativamente a produtividade agrícola no país, em particular
na Zambézia.

A agricultura é uma das principais fontes de emprego, sustento e rendimento para a maior
parte da população (INE, 2019). A actividade agro-pecuária é a que mais contribui para o PIB
de Moçambique, respondendo por aproximadamente 24% entre 2009 e 2019 (INE, 2020).

A agricultura em Moçambique é maioritariamente praticada em regime de sequeiro,


tornando-a altamente susceptível à variabilidade climática e às mudanças climáticas (Banco
Mundial, 2006).

2.1. Contexto climático de Zambézia:

Zambézia possui um clima tropical com uma estação chuvosa de Dezembro a Abril e uma
estação seca de Maio a Novembro. A temperatura média anual varia entre 22°C e 30°C.
Recentemente, observou-se uma alteração no padrão de precipitação, com eventos extremos
de seca e enchentes tornando-se mais frequentes. A temperatura média tem aumentado, o que
afecta a disponibilidade de água e a qualidade das colheitas.

2.2. Causas das mudanças climáticas

O aquecimento global é um fenómeno que causa o aumento da temperatura média da


atmosfera e dos oceanos, observado desde meados do século XIX, e que é principalmente
causado pelas emissões de gases de efeito estufa, entre os quais o CO2 (dióxido de carbono),
o CH4 (metano) e o N2O (óxido nitroso) são os mais significativos (IPCC, 2007).

Muitos cientistas e meteorologistas, portanto, têm afirmado com veemência que a maior
influência do aumento das temperaturas no planeta é decorrente das acções dos homens,
aponta-se como principais responsáveis pelas emissões de CO2 a queima de combustíveis

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fósseis e a desflorestação, que provocam a libertação de forma quase instantânea para a
atmosfera de enormes quantidades deste gás (IPCC, 2007).

2.3. Impactos das mudanças climáticas na agricultura na minha província


(Zambézia)

As mudanças climáticas afectam directamente os fitormônios, que são hormônios vegetais


responsáveis por regular o desenvolvimento das plantas. Esses hormônios facilitam a
comunicação entre células, órgãos e tecidos vegetais, influenciando seu crescimento. Quando
os fitormônios são alterados devido ao estresse térmico, isso também afecta o plantio e a
colheita, além de modificar o padrão de doenças típicas das plantas. O próprio agente
infeccioso pode mudar sua área de actuação, e novas doenças podem surgir com a migração
da planta hospedeira, especialmente aquelas que afectam as folhas.

Por exemplo, o aumento da humidade em uma região pode promover o surgimento de


esporos, enquanto a redução das chuvas no verão pode diminuir a dispersão de patógenos.
Além disso, o aumento da temperatura ou períodos prolongados de seca podem permitir que
espécies de insectos atuem em áreas onde antes não eram encontradas.

2.3.1. Alterações nos padrões de precipitação

Uma das preocupações quanto às chuvas é a intensidade e a frequência de suas ocorrências,


pelos seus efeitos potencialmente danosos, quando em excesso ou por escassez. O
conhecimento das probabilidades de ocorrência de chuva é de suma importância no
planeamento agrícola, possibilitando o plantio em época adequada (MURTA et al., 2005).

A variabilidade das precipitações na Zambézia tem levado a períodos de seca prolongada e


enchentes repentinas. Essas alterações causam danos às colheitas e reduzem a produtividade
agrícola. A seca afecta directamente a disponibilidade de água para irrigação e o crescimento
das plantas, enquanto as enchentes podem destruir plantações e causar erosão do solo.

A província da Zambézia tem experimentado períodos de seca mais intensos e prolongados.


A redução da disponibilidade de água afecta a irrigação e a capacidade dos agricultores de
cultivar e manter suas plantações.

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As enchentes repentinas e intensas, causadas por chuvas torrenciais ou ciclones, podem
destruir colheitas, causar erosão do solo e contaminar fontes de água.

2.3.2. Doenças e pragas

O aumento das temperaturas e a mudança na humidade relativa favorecem o surgimento e a


proliferação de doenças e pragas. Patógenos como o fungo que causa a ferrugem do milho e
insectos como o bicudo do algodoeiro têm se tornado mais comuns e agressivos,
prejudicando a produção agrícola na Zambézia.

2.3.3. Aumento das temperaturas

O aumento das temperaturas médias pode causar estresse térmico nas culturas, reduzindo a
produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas. O aumento das temperaturas também
pode alterar o ciclo de crescimento das culturas, afectando os períodos de plantio e colheita e
potencialmente diminuindo os rendimentos.

2.3.4. Erosão e degradação do solo

As enchentes e a remoção da vegetação devido à seca e queimadas podem levar à erosão do


solo, reduzindo sua fertilidade e capacidade produtiva. Práticas agrícolas inadequadas
exacerbadas pelas mudanças climáticas também podem acelerar a degradação do solo,
tornando-o menos produtivo e mais difícil de manejar.

3. Recomendações
 Mitigação e Adaptação: É fundamental promover a pesquisa e o desenvolvimento de
tecnologias agrícolas adaptativas, como variedades de culturas mais resistentes e
sistemas de irrigação eficientes. O fortalecimento das infra-estruturas para
armazenamento de água e a implementação de técnicas de manejo sustentável do solo
podem ajudar a reduzir a vulnerabilidade das áreas agrícolas na Zambézia.
 Desenvolvimento Sustentável: Incentivar práticas agrícolas sustentáveis, como o uso
de adubos orgânicos e a conservação do solo, pode melhorar a resiliência das culturas.
Além disso, a integração de políticas públicas voltadas para a gestão das mudanças
climáticas e o apoio contínuo aos agricultores são essenciais para garantir a segurança
alimentar e o desenvolvimento sustentável da região.

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4. Conclusão

Chegado a esta etapa, podemos concluir que o impacto das mudanças climáticas na
agricultura de Zambézia é significativo e multifacetado, afectando desde a produtividade das
colheitas até a segurança alimentar da população local. A adaptação é crucial para minimizar
esses impactos, e os agricultores deveriam adoptar diversas estratégias para enfrentar as
novas condições climáticas. Contudo, é necessário um esforço coordenado entre governos,
instituições e comunidades para promover práticas agrícolas resilientes e sustentáveis. O
desenvolvimento de políticas eficazes e a implementação de tecnologias adaptativas são
essenciais para garantir a sustentabilidade da agricultura na província de Zambézia.

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5. Bibliografia

FAO. (2023). Climate Change and Agriculture: Impacts and Adaptation. Food and
Agriculture Organization of the United Nations.

IPCC. (2021). Climate Change 2021: The Physical Science Basis. Intergovernmental Panel
on Climate Change.

MICOA. (2020). Relatório Nacional sobre Mudanças Climáticas em Moçambique.


Ministério para a Coordenação da Ação Ambiental.

MICOA (2005), “Medidas de adaptação as mudanças climáticas”, MICOA Maputo


Moçambique.

MURTA, R. M.; TEODORO, S. M.; BONONO, P.; CHAVES, M. A. Precipitação pluvial


mensalem níveis de probabilidade pela distribuição gama para duas localidades do sudoeste
da Bahia. Ciências agrotec., Lavras, v. 29, n. 5, p. 988-994, 2005.

Oliveira, R. (2022). Impacto das Mudanças Climáticas na Agricultura Tropical. Editora


Científica.

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