Apostila Manejo e Conservação

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Apostila para a Disciplina: Manejo e Conservao do Solo

Recomendao: Prof. Ednei de Souza Pires

MANEJO CORRETO NO PREPARO DO SOLO

Uma das formas de maior utilizao da mecanizao no preparo do solo, que tem
como objetivo oferecer ambiente adequado para o crescimento e desenvolvimento
das plantas, permitindo produo econmica e evitando a degradao do solo.
definido como a manipulao fsica, qumica ou biolgica do solo para otimizar as
condies para a germinao e emergncia das sementes, assim como o
estabelecimento das plntulas.
A escolha de determinado sistema de preparo deve levar em considerao as
respostas da cultura e do solo, visando diminuir perdas do solo por eroso, controle de
plantas invasoras, capacidade de reteno e movimentao de gua e tambm a
recuperao fsica do solo.
O preparo peridico do solo diz respeito a diversas operaes agrcolas de mobilizao
do solo, realizadas antes da implantao peridica de culturas. Esse tipo de preparo
pode ser feito em 3 sistemas principais:
- convencional (arao, gradeaes em toda a rea a ser cultivada. o tradicional);
- cultivo mnimo (as operaes mecanizadas so realizadas, porm reduzidas ao
mnimo necessrio);
- plantio direto (onde a mobilizao do terreno s ocorre localizadamente, ou
seja, apenas na fileira de semeadura).

Desde os mais remotos tempos, essas operaes tm sido realizadas com a finalidade
de oferecer s sementes que sero colocadas no solo as condies que teoricamente
seriam as melhores para o seu desenvolvimento. No se deve esquecer, todavia, que
as modernas tcnicas de semeadura direta tm demonstrado que, para determinadas
condies de solo, clima e culturas, so possveis se obter uma produtividade to boa

ou, em alguns casos, at melhor que com os mtodos tradicionais de preparo do solo e
semeadura. De qualquer forma, o preparo peridico do solo continuar a ser feito para
as culturas ou condies onde no existe a possibilidade de utilizao de tcnicas de
semeadura direta. O preparo do solo compreende um conjunto de tcnicas que,
quando usadas racionalmente, podem permitir uma alta produtividade das culturas a
baixo custo. Irracionalmente utilizadas, as tcnicas de preparo podem levar
destruio do solo em poucos anos de uso intensivo ou conduzir degradao fsica,
biolgica ou qumica em forma paulatina, diminuindo, em maior ou menor grau, seu
potencial produtivo.
A agricultura atual depende da tecnologia disponvel no mercado, para atingir bons
resultados produtivos e econmicos. Neste processo, a escolha dos implementos a
serem utilizados da maior importncia. Mquinas e implementos utilizados, na
medida do possvel, devem exigir o mnimo esforo, com mximo rendimento das
operaes. Isto influenciado pela escolha do equipamento apropriado, seu projeto,
regulagem, manuteno, trabalho dentro da faixa apropriada de umidade, velocidade
compatvel com a operao e profundidade e largura de trabalho que otimizem a
operao.

CONCEITO DE EROSO
Esta ligado aos processos de desgaste da superfcie do terreno com a retirada e o
transporte de gros minerais. Implica na relao de fragmentao mecnica das rochas
ou na decomposio qumica das mesmas, bem como na remoo superficial ou
subsuperficial dos produtos do intemperismo. Em sentido + amplo, a eroso consiste
no desgaste, no afrouxamento do material rochoso e na remoo dos detritos atravs
dos processos atuantes na superfcie terrestre (Bigarella, 2003).
IMPORTNCIA
Degradao de solos agrcolas; Perda de produtividade dos solos agrcolas;
Assoreamento de cursos de gua e reservatrios; Degradao da qualidade da gua.

Tipos de eroso: Quanto a origem: Geolgica; Acelerada ou antrpica.


Quanto ao agente: gua; Vento; TC; Biolgica.
gua: o mais importante agente de eroso atuando atravs das chuvas, riachos e rios
pelo impacto ou carreamento do solo. As ondas tambm atuam erodindo as margens
de da costa litornea, de lagos e rios.
Ventos: A ao dos ventos ocorre pela abraso de partculas de rochas e solo em
suspenso.
Mudanas de temperatura: Quando considerado como agente de eroso geolgica
perceptvel somente quando se considera longo perodo de tempo, como por exemplo,
as fraturas geradas nas rochas. Estas fraturas tendem a ser superficiais nas variaes
de temperatura entre o dia e noite, enquanto so mais profundas quando originadas
das alternncias entre o vero e inverno.
Biolgico: Alguma destruio pode ser causada por organismos tais como liquens e
musgos sobre as rochas.
A eroso hdrica constitui uma das principais formas de degradao dos recursos
naturais solo e gua, constituindo-se em uma grande fonte de sedimentos de uma
bacia hidrogrfica. Os impactos gerados por este processo ocorrem tanto na bacia
onde os sedimentos so gerados, quanto na rede de drenagem, onde os sedimentos
so depositados.
A ocorrncia da eroso implica em maiores custos de produo para o agricultor, pois
os nutrientes, aplicados ao solo na forma de fertilizantes, so transportados adsorvidos
no sedimento. Alm disso, a camada superficial do solo, considerada a mais frtil,
removida por meio da ao dos agentes erosivos, ocorrendo uma reduo nos teores
de matria orgnica do solo. A perda de matria orgnica, associada s perdas de
nutrientes minerais e do prprio solo, causam reduo de sua capacidade produtiva,
refletindo assim em diversas conseqncias de ordem social e econmica para a
comunidade local.
Formas de eroso hdrica

As formas de eroso hdrica mais comuns so a laminar, em sulcos e voorocas, todas


definidas a partir da progressiva concentrao de enxurrada na superfcie.
Eroso laminar: finas camadas de solo so removidas em toda uma rea, sendo a
menos notada visualmente. Pode ser percebida a partir da exposio de razes de
plantas perenes.
Eroso em sulcos: resultante da concentrao da enxurrada em alguns pontos do
terreno, atingindo volume e velocidades suficientes para formar sulcos mais ou menos
profundos. Na sua fase inicial, os sulcos podem ser desfeitos com as operaes
normais de preparo do solo, porm em estdio mais avanado, podem atingir
profundidades que interrompem o trabalho de mquinas.
Eroso em voorocas: ocasionada por grandes concentraes de enxurrada que
passam, ano aps ano, no mesmo sulco, o qual vai se ampliando pelo deslocamento de
grandes massas de solo, formando grandes cavidades em extenso e profundidade.
Fatores que afetam a eroso:
Erosividade (capacidade da chuva); Erodibilidade (vulnerabilidade do solo); Clima
(quantidade e distribuio das chuvas); Relevo (declividade, comprimento de rampa);
Forma e natureza da vertente; Tipo de solo; Tipo de cobertura vegetal; Propriedades
qumicas e fsicas do solo; A ao do homem, como uso e manejo da terra.
Queimadas na Agricultura
As queimadas e incndios florestais no Brasil alcanam todos os anos dimenses
gigantescas. So mais de 300 mil focos de queimadas por ano. Deste total, 85%
acontecem em reas da Amaznia Legal. Na sua grande maioria, as queimadas
constituem-se em prtica agrcola usual, utilizadas para controla de pragas, limpeza de
reas para plantio, renovao de pastagens e colheita da cana-de-acar. Se de um
lado a queimada facilita a vida de parte dos agricultores trazendo benefcios a curto
prazo, de outro, ela afeta negativamente a biodiversidade, a dinmica dos
ecossistemas, aumenta o processo de eroso do solo, deteriora a qualidade do ar e
provoca danos ao patrimnio pblico e privado, prejudicando a sociedade como um
todo.

A queimada controlada raramente malfica, por no roubar do solo sua cobertura


morta, mas somente eliminar o excesso de vegetao. Entretanto, quando feita de
forma descontrolada, torna-se malfica por:
Eliminar, pelo calor excessivo, os microrganismos presentes no solo, os quais so
responsveis por sua fertilidade; destruir, pelo calor, as sementes, caules e razes de
plantas que voltariam a se desenvolver, reconstituindo a cobertura vegetal original;
promover a volatilizao de substncias coloidais responsveis pela textura granular e
bem arejada do solo, resultando no seu adensamento; promover a volatilizao de
substncias nutritivas, causando o empobrecimento do solo; eliminar a cobertura
vegetal, expondo o solo ao impacto das chuvas, favorecendo aos fenmenos de eroso
e lixiviao; criar uma vegetao pastoril, ou de invasoras, prprias do fogo.
Desmatamento
O desmatamento um processo que ocorre no mundo todo, resultado do crescimento
das atividades produtivas e econmicas e, principalmente, pelo aumento da densidade
demogrfica em escala mundial, pois isso coloca em risco as regies compostas por
florestas.
A explorao que naturalmente propicia devastao atravs das atividades humanas j
dizimou, em cerca de 300 anos, mais de 50% de toda rea de vegetao natural em
todo mundo.
A atividade de extrativismo vegetal extremamente importante em vrios pases
como o Brasil, com predomnio de florestas tropicais, assim como a Indonsia e o
Canad com florestas temperadas, e essa extrao coloca em risco diversos tipos de
vegetaes distribudas no mundo.
Entre as principais causas do desmatamento esto:
- Extrao ilegal de madeira;
- Criao ou ampliao de reas para agricultura ou pecuria;
- Incndios criminosos ou causados por ao da natureza como, por exemplo, queda
de raios em locais de vegetao seca;

- Utilizao da queimada de vegetao como tcnica agrcola.


- Instalao e projetos voltados para a explorao de minrios;
- Abertura de garimpos de pedras e metais preciosos.
Uso inadequado de Fertilizantes
A fertilizao dos solos consiste no uso de adubos, geralmente minerais, substituindose assim os elementos retirados pelas colheitas e levados para longe. A agricultura
moderna utiliza doses cada vez maiores de adubos sintticos em troca dos adubos
tradicionais, como o esterco. A conseqncia a reduo no teor de hmus e a
degradao da estrutura do solo. Quando utilizado sem excesso, ocorre verdadeiro
desperdcio de nitratos: alguns so arrastados pelas chuvas e eutrofizam as guas;
outros acumulam-se em vegetais, como o espinafre, que no intestino humano
transformado em nitritos txicos e em nitrosamidas cancergenas. O excesso de
adubos no solo perturba a fisiologia dos vegetais, que acabam florescendo mal e
produzindo menos frutos e menos sementes. O excesso de fertilizantes perturba o
ciclo do nitrognio na biosfera: o nitrognio atmosfrico,quando transformado em
nitratos pela indstria e lanado no solo, em grande quantidade, rompe o equilbrio
natural entre fixao e desnitrificao, em benefcio da fixao.Mesmo a adubao
natural com o uso de estercos, principalmente o de pocilgas, tem gerado poluio. Os
estercos so ricos em nitratos, fosfatos, potssio, clcio e magnsio, e, ainda, em cobre
e zinco acrescentados rao alimentar. Em virtude desta riqueza no podem ser
lanados ao solo em grande quantidade, pois as plantas no podem absorver tudo o
que recebem e o solo acaba poludo.
Monocultura
Entende-se por monocultura o cultivo extensivo de um nico tipo de vegetal em uma
dada rea. Tal prtica incompatvel com a noo de ecossistema, pois trata-se de um
sistema instvel, onde um nico vegetal nutre poucos animais, reduzindo a
competio inter-especfica, permitindo o surgimento de espcies oportunistas de
plantas, animais e insetos, que se transformam em pragas. Por outro lado, a
simplificao dos ecossistemas pela monocultura deixa o solo debilitado, isto porque

explora a terra sempre da mesma forma e no permite que os ciclos de materiais se


completem. O restabelecimento do equilbrio biolgico dos solos debilitados ou
destrudos pela monocultura, tem sido feito pelo mtodo da rotao de culturas
adequadas, uma vez que, a cada nova cultura,as plantas exploram o solo de maneira
diferente e tambm o enriquecem com diferentes substncias orgnicas,
possibilitando uma micro vida mais diversificada, pois cada plantio agrcola no
somente composto de plantas diferentes mas sim de ecossistemas diferentes.

Salinizao
Salinizao um processo que conduz ao aumento da concentrao da soluo do solo
em sais solveis ( Na + , Ca 2+ , Mg 2+ , K + ) para nveis prejudiciais s plantas.
Sodizao o processo pelo qual o ons Na + , ganha preponderncia no complexo de
troca do solo, podendo causar a perda de uma ou mais funes do solo. A sodizao
a maior ameaa da salinizao. Muitas vezes erradamente considerada como um
sinnimo de salinizao.
A irrigao um tipo de prtica comum nas zonas ridas e semi-ridas, onde
necessrio suprir a falta de gua de chuva. Uma irrigao conduzida de forma incorreta
tem como resultado a poluio do solo por sais, a salinizao. A salinizao resulta de
dois fenmenos que muitas vezes agem simultaneamente: (a) a gua de irrigao no
penetra em profundidade nos solos pouco permeveis, a maior parte da gua evapora
e os sais nela contidos depositam-se nas camadas superficiais; (b) a irrigao no
acompanhada de uma drenagem eficaz, provoca a subida do lenol fretico, que leva
superfcie cloretos provenientes das camadas profundas. Como conseqncia, h a
formao do salino negro , associao de carbonato de sdio, sulfato de sdio e
cloreto de clcio, tornando o solo imprprio para a vida vegetal.
Uso excessivo de Agrotxicos
Os efeitos txicos dos defensivos agrcolas variam de acordo com a sua categoria
qumica. No homem, a penetrao pode ser por via dermal, oral ou respiratria,
podem provocar sudorese, viso turva, intensa secreo nasal, dor de cabea,

tonturas, vmitos, fortes clicas abdominais, diarrias, confuso mental, febre, perda
de peso, debilitao geral, angstias, dificuldades respiratrias, problemas cardacos,
choque e morte.
Dentre os qumicos naturais, destacam-se os piretrides (derivado da flor do
Crisntemo) que tm elevada toxicidade aguda para mamferos que os absorvem por
todas as vias. Tm baixa persistncia e so os inseticidas mais usados nas residncias
na forma de sprays ou em aparelhos ligados tomada eltrica. Exemplos: Aletrina,
Permetrina, Cismetrina e Bioresmetrina. Os organoclorados tm toxicidade crnica e
so absorvidos por via oral, respiratria e drmica, e sendo lipossolveis, so
persistentes e depositam-se na gordura animal, inclusive humana, sendo
consequentemente cumulativos. Sua ao residual pode determinar o aparecimento
de tumores malignos. Exemplos: BHC, DDT, DDD, Aldrin, Endrin e Lindane. Os
fosforados, embora sejam eficientes para matar insetos, tambm so venenosos para
aves e mamferos, incluindo-se o homem. So absorvidos pelas vias drmica, digestiva
e respiratria. Esses inseticidas so txicos agudos, mas de vida breve. Exemplos:
Parathion, Malathion,TEPP, Diclorvos e Endothion .Considerados menos txicos que os
fosforados e menos persistentes que os organoclorados, os carbamatos so
freqentemente usados em residncias no combate a traas, baratas e formigas.So
absorvidos pelas trs vias, mas rapidamente metabolizados (2 a 3 dias) e elimidados
pelas fezes e urina. Exemplos: Baygon, Carbaril (Sevin), Mobam, Propoxur, Aldicarb,
Metomil e Car-bofuram.
Consequncias
A ao nefasta dos agrotxicos pode ser resumida nos seguintes tpicos:
destroem a microflora e microfauna dos solos;
acumulam-se nos ecossistemas, podendo perdurar por vrios anos;
armazenam-se nos alimentos e, em certas quantidades, podem produzir efeitos
danosos sade;
provocam o aparecimento de espcies resistentes que se tornam mais difceis de
serem eliminadas;

formam resduos txicos que, em certas doses, provocam a mortandade de peixes e


outros animais aquticos quando lanados em corpos dgua;
contaminam os alimentos, atravs de resduos remanescentes no solo (originrios
de culturas anteriores e absorvidos pelas novas culturas) ou atravs de doses
excessivas;
interferem no tratamento das guas nas estaes;
causam distrbios a curto e longo prazo sade humana;
poluem indistintamente a gua, o ar e o solo.
O uso dos agrotxicos tem inmeros benefcios como: aumento das colheitas;
aumento da produo de leite e de carne; diminuio das perdas de alimentos em
armazns; diminuio da mo-de-obra nas atividades agrcolas; erradicao de
epidemias perigosas; melhor higiene pessoal; desinfeco de instalaes e
equipamentos. Tais usos justificam a sua aplicao, desde que seja observada a
legislao oficial sobre o assunto (Lei Federal n o 7.602/89).
Questes para fixao
Que fatores naturais influenciam na formao dos solos?
2. Enumere trs poluentes dos solos, com suas respectivas fontes e conseqncias.
3. Como a fertilizao de terras agrcolas pode influenciar no ciclo do nitrognio?
4. Explique o processo de salinizao dos solos.
5. Em que situao as queimadas podem ser vantajosas para os ecossistemas?
6. Em que diferem os vrios tipos de agrotxicos? Como expresso o poder de
intoxicao dos agrotxicos?
7. Enumere algumas conseqncias do uso dos agrotxicos.

Compactao do solo
Compactao do Solo - O termo compactao do solo refere-se ao processo que
descreve o decrscimo de volume de solos no saturados quando uma determinada
presso externa aplicada, a qual pode ser causada pelo trfego de mquinas
agrcolas, equipamentos de transporte ou animais. Para a Pedologia, a compactao
do solo definida como uma alterao no arranjo de suas partculas constituintes do
solo. Alguns autores afirmam que a compactao do solo tem se destacado em nvel
mundial como sendo um dos fatores limitantes da qualidade fsica das terras agrcolas,
prejudicando a obteno de maiores ndices de produtividade. Pesquisas apontam a
compactao dos solos como sendo um dos principais causadores da degradao dos
solos agrcolas. Atualmente, no Brasil h uma tendncia de se avaliar a susceptibilidade
do solo compactao causada pelo trfego de mquinas agrcolas conjuntamente
com o momento ideal para executar as operaes mecanizadas no campo, por
considerar racional o uso de medidas preditivas e preventivas da compactao, o que
minimizaria os problemas de degradao dos solos agrcolas. Em solos compactados, o
desenvolvimento das plantas menor e isto tem sido atribudo ao impedimento
mecnico ao crescimento radicular, o qual resulta em menor volume de solo
explorado, menor absoro de gua e nutrientes e, conseqentemente, menor
produo das culturas . Segundo Smucker e Erickson (1989), a compactao do solo
pode ter efeitos benficos ou adversos. Os efeitos benficos tm sido atribudos
melhoria do contato solo-semente e ao aumento da disponibilidade de gua em anos
secos. Por outro lado, a compactao excessiva pode limitar a adsoro e/ou absoro
de nutrientes, infiltrao e redistribuio de gua, trocas gasosas e desenvolvimento
do sistema radicular, resultando em decrscimo da produo, aumento da eroso e da
potncia necessria para o preparo do solo. O processo de compactao depende de
fatores externos e internos. Os fatores externos so caracterizados pelo tipo,
intensidade e freqncia de carga aplicada enquanto que os fatores internos so
histrico da tenso, umidade, textura, estrutura, densidade inicial do solo e teor de
carbono.

Causas da Compactao do Solo


- Impacto da gota de chuva - A gota de chuva considerada uma fonte natural de
compactao, pois quando cai sobre o solo descoberto, podero compact-lo e
desagreg-lo aos poucos. Para saber qual a amplitude dos efeitos causados pela gota
de chuva, deve-se primeiro conhecer algumas de suas caractersticas, tais como:
intensidade, dimetro mdio e a velocidade final das gotas mdias. Autores estudaram
a relao entre estes parmetros e constataram que gotas com dimetros grandes
apresentam uma velocidade final maior, e quanto maior a intensidade da chuva, maior
a porcentagem de gotas grandes. Segundo pesquisas com o impacto das gotas de
chuva sobre a superfcie do solo, ocorre a quebra mecnica dos agregados, resultando
na formao de uma camada adensada na superfcie do solo, o selamento superficial.
Conforme Agassi, Morin e Shainberg (1985), a formao do selamento superficial devese a dois mecanismos: (1) fragmentao fsica dos agregados do solo e seu
adensamento; (2) disperso fsico-qumica e migrao das partculas de argila para a
regio de 0,1 a 0,5 mm de profundidade, onde se alojam, obstruindo os poros. O
primeiro mecanismo predomina e determinado pela energia cintica das gotas. O
segundo, controlado principalmente pela concentrao e composio de ctions no
solo e pela aplicao de gua. Os dois mecanismos atuam simultaneamente e o
primeiro incrementa o segundo.
- Operaes de preparo do solo - O preparo tem por objetivo melhorar as condies do
solo para favorecer a germinao das sementes e o crescimento e desenvolvimento
das plantas, facilitar o movimento de gua e ar, controlar plantas indesejveis e, em
alguns casos, auxiliar no manejo dos resduos culturais. Por outro lado, tambm
apresenta efeitos negativos, pois o preparo reduz a rugosidade da cobertura do solo
(BERTOL, 1995), pulveriza a superfcie e forma camadas compactadas na subsuperfcie
(Dalla Rosa, 1981), alm de facilitar a eroso hdrica, tambm limita o crescimento das
razes, o desenvolvimento e a produo das culturas. No sistema de preparo
convencional do solo, a grade aradora tem sido o equipamento mais utilizado.
Normalmente a grade trabalha o solo a pouca profundidade e apresenta alto
rendimento de campo, porm o uso contnuo desse implemento pode levar
formao de camadas compactadas, chamadas p-de- grade (SILVA, 1992). Os

arados, tanto de disco como de aiveca so equipamentos pouco utilizados, porque


requerem maior tempo e energia para a sua operao. Segundo Hakansson, Voorhees
e Riley (1988), o sistema de preparo convencional do solo ocasiona compactao
subsuperficial em virtude da mobilizao e descompactao mecnica da camada
mobilizada, ao mesmo tempo em que a carga aplicada apresenta efeito acumulativo
em subsuperfcie ao longo dos anos. Autores estudaram a influncia das prticas
culturais na compactao de solos de textura franco-siltosa mecanizados
superficialmente todos os anos e que passavam por ciclos de congelamento.
Verificaram que as prticas culturais modificam a densidade do solo e,
conseqentemente, a infiltrao de gua, especialmente nas reas com intensa
mecanizao, causando impacto negativo nas condies fsicas e nos processos
qumicos e biolgicos do solo.
- Trfego de mquinas agrcolas - Esta a principal causa da compactao do solo, que
foi intensificada pela modernizao da agricultura, com o aumento do peso das
mquinas e equipamentos e da intensidade de uso do solo. Esse processo no foi
acompanhado por um aumento proporcional do tamanho e largura dos pneus,
resultando em significativas alteraes nas propriedades fsicas do solo. Conforme
Silva et al. (2003), fazendo uma anlise dos objetivos e da forma como so realizados
trabalhos que visam avaliar a influncia do trfego de mquinas nos solos brasileiros,
percebe-se que a maioria deles feita em uma condio esttica e quase sempre
voltada obteno de um resultado qualitativo e comparativo, cujas variveis
normalmente avaliadas so a densidade do solo e a porosidade. Neste caso, trs
ponderaes podem ser feitas: que as operaes agrcolas ocorrem de forma
dinmica, que a densidade do solo e a porosidade so fortemente dependentes do
manejo e, que quase sempre so desconsideradas informaes, tais como o tipo de
pneu, presso de inflao, presso de contato, umidade do solo, profundidade de
trabalho

especificaes

tcnicas

dos

implementos

utilizados.

Todavia,

diferentemente da pesquisa nacional, em outros pases os estudos que envolvem a


influncia do trfego agrcola no comportamento da estrutura j esto mais
avanados. Estes estudos vo desde a quantificao e distribuio da tenso aplicada
no solo at os deslocamentos, vertical e horizontal, medidos in situ a partir de

transdutores (OLSON, 1994; HORN, 1994, 1998; WIERMANN et al., 1999, 2000),
levando em considerao a relao tenso de deformao do solo, a qual tem se
mostrado necessria para compreender o processo de compactao dos solos
agrcolas (KOOLEN, 1994; HORN, 1998). HORN (1995) afirma que no somente a
presso esttica causa compactao, mas tambm foras dinmicas causadas pela
vibrao do trator arrastando implementos e pelo patinamento. Investigaes
recentes tm mostrado o efeito do trfego contnuo e inadequado de mquinas e
implementos sobre os atributos fsicos e mecnicos dos solos agrcolas (JORGE, 1986;
NOVAK et al., 1992; MIRANDA, 2001; CASTRO NETO, 2001). A aplicao de cargas
dinmicas por rodados e implementos agrcolas no solo produz tenses na interface
solo/pneu e solo/implemento em superfcie e em profundidade, respectivamente.
Essas tenses compactam as diferentes camadas do solo (HORN; LEBERT, 1994) e, caso
este carregamento dinmico exceda a resistncia interna do solo, mudanas nas
propriedades fsicas das camadas mais profundas ocorrero (HORN, 1988). Os pneus
usualmente utilizados nos tratores e colhedoras comercializadas no Brasil possuem a
parte lateral do pneu rgida, sendo chamados de pneus de banda diagonal. Essa rigidez
impede que o pneu se molde ao solo de acordo com as irregularidades do terreno e,
por isso, a sua rea de contato fica reduzida, aumentando a presso na superfcie do
solo (SILVA; CURI; BLANCANEAUX, 2000). O aumento progressivo das cargas externas,
combinado com a insuflagem inadequada dos rodados, contribui para a degradao
das camadas do solo em profundidade, em decorrncia do deslizamento causado,
geralmente, pelo aumento do cisalhamento na superfcie, o que implica no
rearranjamento das partculas do solo, e, conseqentemente, alteraes na estrutura.
A disponibilidade de gua e nutrientes comprometida pela alterao da estrutura do
solo, tendo como conseqncia um declnio da produtividade (WIERMANN et al., 1999,
2000).
Fatores Envolvidos na Compactao do Solo - A magnitude dos efeitos do manejo
sobre as propriedades fsicas do solo determinada por condies climticas, classe de
solo, sistemas de rotao de culturas utilizados, tempo de uso dos diferentes sistemas
de manejo e condio de umidade do solo em que so realizadas as operaes de
campo (BERTOL et al., 2000).

Tcnicas para diminuir a compactao do solo


- Diminuir a movimentao de mquinas e equipamentos pesados sobre o solo,
principalmente quando este se apresentar saturado;
Confinar a execuo das operaes de preparo do solo, semeadura, tratos culturais
e colheita s pocas em que o solo estiver menos sensvel compactao, ou seja, com
menor contedo de gua;
Em sistema de preparo do solo convencional, deve se alternar os nveis de
profundidade alcanado pelas operaes de arao e gradagem, evitando a formao
da camada compactada, ou retardando a sua ocorrncia;
Realizar periodicamente a descompactao do solo com auxilio de subsoladores e
escarificadores, tanto em sistema de preparo mnimo do solo como em sistema de
plantio direto;
Utilizar pneus de mquinas agrcolas com carcaa flexvel, baixa presso de inflao,
dimetro largo e uma pequena largura de seco;
Desertificao
A desertificao caracterizada como o processo de degradao da terra nas zonas
ridas, semiridas e submidas secas, resultantes das atividades humanas ou de
fatores naturais (variaes climticas). Esse conceito foi elaborado durante a
Conveno das Naes Unidas de Combate Desertificao.
Esse fenmeno afeta, aproximadamente, 60.000 quilmetros quadrados de terras por
ano em diversas partes do planeta. As diversas atividades humanas, realizadas de
forma insustentvel, tm provocado drsticas redues da vegetao e da capacidade
produtiva do solo. Entre as principais causas responsveis pela desertificao esto:
- Desmatamento de reas com vegetao nativa;
- Uso intenso do solo, tanto na agricultura quanto na pecuria;
-Prticas inadequadas de irrigao;

- Minerao.
As principais consequncias da desertificao so:
- Eliminao da cobertura vegetal;
- Reduo da biodiversidade;
- Salinizao e alcalinizao do solo;
- Intensificao do processo erosivo;
- Reduo da disponibilidade e da qualidade dos recursos hdricos;
- Diminuio na fertilidade e produtividade do solo;
- Reduo das terras agricultveis;
- Reduo da produo agrcola;
- Desenvolvimento de fluxos migratrios.
De acordo com o Worldwatch Institute, cerca de 15% da superfcie terrestre sofre
algum tipo de desertificao. Esse fenmeno afeta mais de 110 pases, prejudicando a
vida de mais de 250 milhes de pessoas. As regies mais atingidas pela desertificao
so: Oeste da Amrica do Sul, Norte e Sul da frica, Oriente Mdio, sia Central,
Noroeste da China, Austrlia e Sudoeste dos Estados Unidos.
O Brasil tambm apresenta reas afetadas pela desertificao. De acordo com dados
do Ministrio do Meio Ambiente, cerca de 13% do territrio brasileiro vulnervel
desertificao, pois formado por reas semiridas. O processo de desertificao
atinge pores da Regio Nordeste, o cerrado tocantinense, o norte de Mato Grosso e
os pampas gachos.
Com o intuito de reduzir o processo de desertificao, a Organizao das Naes
Unidas (ONU) criou, em 1994, a Comisso contra a Desertificao, cujo principal

objetivo elaborar projetos eficazes que possam deter a expanso desse fenmeno,
principalmente nos pases da frica.
Prticas conservacionistas
- Plantio em curva de nvel - Tirar o nvel do terreno ou fazer a curva de alinhamento
de plantas: uma linha que tem seus pontos na mesma altura, ou seja, que quando
voc vai caminhando por essa curva voc no sobe e nem desce no terreno porque os
pontos esto todos no mesmo nvel. Por isso a gua em uma rea de plantio que tem
curvas de alinhamento de plantas no corre para nenhum lado e sim vai infiltrar no
solo.
Por isso as curvas de alinhamento de plantas, ou linha de nvel do terreno, so inimigas
da eroso e boas amigas do/a agricultor/a.
Para tirar o nvel do terreno pode-se usar:
- vara de bambu para determinar o espao entre as ruas e depois pode usar uma corda
para definir o local por onde vai passar o nvel do terreno.
- cavalete com nvel de pedreiro para marcar a curva: trata-se de 3 rguas de madeira
firme e leve, sendo duas menores medindo 1,20m que sero os ps do aparelho e uma
maior medindo 2,0m com o nvel de pedreiro encaixado no meio. As peas devem ser
encaixadas nas pontas podendo ser utilizados parafusos ou pregos para firmar. Colocar
dois pedaos de madeira entre os ps e a madeira onde est o nvel de pedreiro para
firmar o aparelho. Assim basta ir colocando o aparelho no solo, ao longo da lavoura e
vendo se est nivelado ou no. Ao final est tirado o nvel do terreno naquela parte da
lavoura.

Plantio Direto
Em algumas regies do Brasil o plantio direto conhecido h muito tempo, pois essa
tcnica foi introduzida no nosso pas no incio dos anos 1970 na Regio Sul. Desde
ento, a adoo por parte dos agricultores tem sido cada vez mais crescente,
alastrando-se at a Regio dos Cerrados. Hoje, a rea agrcola sob Plantio Direto no
Brasil de aproximadamente 9 milhes de hectares.

O Plantio Direto a semeadura, na qual a semente colocada no solo no revolvido


(sem prvia arao ou gradagem leve niveladora), usando-se semeadeiras especiais.
Um pequeno sulco ou cova aberto com profundidades e larguras suficientes para
garantir a adequada cobertura e contato da semente com o solo.
Note que no Plantio Direto no se usa os implementos denominados de arado e grade
leve niveladora que so comuns na agricultura brasileira e no preparo do solo antes da
semeadura. Alis, uma vez adotado o Plantio Direto, ele no deve ser utilizado
intercalado com arado, grade niveladora, grade aradora ( ou grade Rome). Devemos
entender que a manuteno de restos de culturas comerciais (ex. trigo, milho) ou
adubos verdes (ex. aveia, milheto) na superfcie do solo importantssimo para o
sucesso do plantio direto. Ou seja, a superfcie do solo deve ficar grande parte coberta
com palha. Esse requisito estando atendido, implementos sulcadores (ex.
escarificador) podem ser utilizados para quebrar eventuais camadas de solo
compactadas. Assim, o termo plantio direto ("direct drill" ou "siembra directa") mais
apropriado que o preparo zero ("no tillage" ou "cero labranza").
Visando diferenciar do Plantio Direto, para o solo onde se passa o arado e depois
passa-se vrias vezes a grade leve niveladora, diz-se que o solo est sob Plantio
Convencional.
Para entendermos o aparecimento do Plantio Direto preciso resgatar a Histria do
Plantio Convencional, que o preparo do solo para a semeadura e, basicamente, se
trata de arao e gradagem. Um dos maiores benefcios do arado o controle de
plantas daninhas, onde, por possibilitar o revolvimento do solo, ele permite a
eliminao de plantas que cobrem uma rea e, assim, possibilitar a semeadura e o
crescimento de uma determinada planta de interesse para o cultivo (ex. milho, trigo),
livre de concorrncia por gua e nutrientes com outra planta no desejvel
(normalmente denominada planta daninha, erva daninha, ino ou mato).
O solo arado fica livre de plantas daninhas, mas, ao mesmo tempo, ele fica livre de
qualquer cobertura vegetal. Numa regio tropical, onde se tem chuvas fortes e
concentradas num perodo do ano, essa situao ideal para a ocorrncia da eroso,

pois o impacto da gota da chuva num solo descoberto resulta num encrostamento ou
selamento da superfcie do solo. A fina crosta que se forma suficiente para diminuir a
infiltrao de gua no solo. Assim, a gua da chuva se acumula e forma a enxurrada
que carrega solo, semente e adubo para rios e lagos.
No Plantio Direto o uso de herbicidas e uma semeadora especfica, possvel semear
milho, soja, feijo, trigo e aveia sem necessidade de preparar o solo, ou seja, sem
arao e gradagem. Para se ter uma idia do procedimento, na poca de plantio, o
agricultor aplica um herbicida e espera as plantas que ocupam a rea sequem. Com o
auxlio de um trator passa-se um rolo-faca ou uma roadeira para espalhar a palha
seca. Em seguida, com uma semeadora de Plantio Direto, semea-se determinada
cultura (ex. soja) "rasgando-se" em linha a palha que cobre o terreno e depositando a
semente e adubo no pequeno sulco. Grande parte do terreno fica coberto de palha
(cobertura morta ou "mulch") e protegido da eroso, pois, se houver uma chuva forte,
o impacto da gota da chuva ser amortecido pela palha antes de atingir a superfcie do
solo.
Muitos agricultores que plantam milho, soja, trigo, feijo e arroz esto adotando o
Plantio Direto, no apenas por isso, mas tambm, por ser um pouco mais rentvel que
o Plantio Convencional, porque:

devido existncia de palha cobrindo o solo, h melhor reteno de umidade


havendo maiores rendimentos em anos secos.

no ocorre eroso e, assim, no h necessidade de replantio, que implica em


novo preparo de solo com conseqente maior gasto de combustvel, sementes
e adubos. Isto levar a um aumento considervel nos custos de produo e no
livrar o agricultor de fracasso na safra devido ao plantio fora de poca.

enquanto no Plantio Convencional possvel semear 3 a 6 dias aps uma chuva


forte, no Plantio Direto possvel semear 6 a 12 dias aps uma chuva,
resultando no aproveitamento de melhores pocas de plantio e no plantio de
maior rea no mesmo espao de tempo, principalmente quando ocorrem
chuvas esparsas.

Importante mencionar que o sucesso que o Plantio Direto vem obtendo se deve
intensa colaborao entre agricultores, pesquisadores, extensionistas e representantes
de empresas privadas (ex. fabricantes de semeadeiras, herbicidas).
Devido aos aspectos de implantao, o Plantio Direto de maior custo a curto prazo
(at quatro anos), onde os custos resultantes do maior consumo de herbicidas podem
superar a economia obtida pelo menor consumo de combustveis e uso de horasmquina. Entretanto, grande parte dos estudos comparativos no consideram fatores
que poderiam reverter esse quadro, onde, no Plantio Convencional, normalmente h
operaes de replantio: novo preparo de solo, gastos em combustveis, sementes,
adubos, assim como tambm a perda de produo devido ao plantio fora da poca.
Embora seja de custo relativamente mais alto nos primeiros quatro anos de
implantao, possvel administrar este alto custo sem levar o empreendimento rural
bancarrota. O segredo reside na forma como o Plantio Direto adotado. Outro
aspecto importante o fato de o Plantio Direto diminuir o consumo de herbicida com
o passar dos anos, principalmente combinando Plantio Direto com rotao de culturas.
Enquanto isto o Plantio Convencional mantm sempre o mesmo consumo, exceto
quando h replantio, que, nesse caso, pode aumentar o consumo.
No pretendemos aqui descrever todos os detalhes para a adoo do Plantio Direto,
mas oferecer informaes importantes. Cada propriedade agrcola (em alguns casos,
cada gleba na propriedade rural) um caso, ou seja, cuidado com as generalizaes
tpicas

dos

famosos

"pacotes

tecnolgicos".

Devemos

considerar

que:

1o.) O agricultor deve adquirir uma semeadeira de Plantio Direto e se informar sempre
sobre o sistema que, pelo fato de se tratar de semear sem prvio revolvimento do
solo, exigir profundo conhecimento sobre o emprego de processos integrados de
controle de plantas daninhas e manejo da palha. H no Brasil diversas Associaes de
Plantio Direto, Clubes de Amigos da Terra e Instituies de Pesquisa e Extenso Rural
que podem auxiliar em muitas dvidas. Por exemplo:

2o.) Evitar implantar o Plantio Direto em toda a rea da propriedade agrcola.


Normalmente se implanta em aproximadamente 10% da propriedade. O tamanho da
rea deve levar em conta a capacidade tcnico-econmica do agricultor em adequar a
fertilidade qumica e fsica do solo, alm do manejo da palha e principalmente do
controle integrado de plantas daninhas, que envolve no apenas o uso de herbicidas,
mas tambm o prprio manejo da palha;
3o.) Evitar implantar em solos mal drenados;
4o.) A adequao da fertilidade fsica consiste no seguinte:

Ausncia de danos na estrutura do solo, como os ocasionados por colhedeiras


ou caminhes carregados, operados em solos muito midos;

Solos cheios de sulcos ou valetas de eroso devem ser adequados ao uso desta
tcnica;

Eliminao da compactao do solo ou de camadas adensadas que afetam o


rendimento das culturas. Normalmente, devido aos longos anos sob Plantio
Convencional, onde a arao sempre feita a uma mesma profundidade (18-20
cm), surge, nessa profundidade o que se chama de "p-de-arado", que pode ser
constatada cavando-se um pequeno buraco com um enxado. Os primeiros 15
cm de solo sero facilmente removveis, mas, ao se atingir a profundidade de
18 cm, o golpe do enxado no solo sofrer forte resistncia penetrao
devido existncia de uma camada mais adensada. Esta camada impede o
crescimento radicular em profundidade, que importante, pois, assim, a
planta, que poder absorver gua de camadas mais profundas, pode sobreviver
a uma situao de estiagem prolongada ou a um veranico. O rompimento dessa
camada compactada pode ser feito atravs de uma arao a 25 cm ou
escarificao

5o.) A adequao da fertilidade qumica consiste basicamente no seguinte:Antes de se


iniciar o Plantio Direto deve-se fazer a correo da acidez do solo e a neutralizao do
alumnio trocvel constatados pela anlise do solo, atravs de uma incorporao, a

mais profunda possvel, de metade da quantidade necessria de calcrio atravs da


arao e outra metade atravs da gradagem;
6o.) Deve-se conhecer quais so as espcies de plantas daninhas existentes na rea
identificando aquelas que podem oferecer maior dificuldade no controle, devido s
caractersticas da prpria planta ou devido intensidade de infestao;
7o.) Os clculos de vazo e regulagem do pulverizador, alm da escolha de bicos
apropriados, devem ser feitos com bastante capricho;
8o.) A colhedeira deve ter um picador e distribuidor de palha;
9o.) O agricultor deve adotar a rotao de culturas, ao contrrio de anos sob
monocultura intercalada por pousio ou sucesso de culturas no estilo soja-trigo. A
rotao de culturas implica em introduzir a adubao verde no inverno ou vero,
intercalada com o plantio da cultura principal, visando formar palha ou cobertura
morta (ponto imprescindvel!!), que uma grande arma contra o desencadeamento da
eroso e favorece a reteno de gua no solo por mais tempo. Uma cobertura espessa
de palha (2-3 cm) tambm oferece auxlio no controle da infestao de plantas
daninhas, atravs do impedimento da passagem da luz impossibilitando a germinao
de sementes de plantas daninhas (ex. palha de aveia impede a germinao de picobranco e serralha). Os adubos verdes eficientes na formao de palha so, por
exemplo, as gramneas como aveia (Regio Sul) e milheto (Regio Centro-Oeste). Outra
funo do adubo verde poder propiciar economia na adubao nitrogenada. Por
exemplo, as leguminosas como tremoo (Regio Sul) e crotalria (Regio CentroOeste) antecedendo a principal cultura (ex. milho) podem proporcionar um melhor
aproveitamento do nitrognio pelo milho.
10o.) O esquema de rotao de culturas deve ser bem planejado, considerando-se as
caractersticas agroecolgicas regionais e condies scio-econmicas do agricultor.
Deve-se procurar combinar plantas de adubos verdes de diferentes famlias (ex.
gramneas e leguminosas) com a cultura visando atender 3 requisitos bsicos:

Favorecer o controle da eroso e o equilbrio da fertilidade do solo;

Favorecer a produtividade das lavouras pela interrupo do ciclo de pragas,


doenas e plantas daninhas;

Assegurar a manuteno do balano e reciclagem de nutrientes.

Rotao de Culturas
A rotao de culturas um planejamento de plantaes diversas. A distribuio no
terreno ocorre em certa ordem e por determinado tempo. uma prtica alternativa
monocultura (em que plantado apenas um tipo de vegetal) e ao sistema contnuo de
sucesso (em que se alternam apenas dois tipos de vegetais). As prticas de
monocultura e de sistema contnuo de sucesso so situaes mais favorveis para o
desenvolvimento de doenas, pragas e daninhas. O sistema de rotao de culturas
consiste em alterar anualmente as espcies vegetais plantadas em uma mesma rea
agrcola. O planejamento deve observar os propsitos comerciais e a recuperao do
solo. A seleo das espcies cultivadas deve se basear na diversidade botnica. Devem
ser escolhidas plantas com razes e exigncias nutricionais diferentes. So muitas as
vantagens da rotao de culturas: proporciona a produo diversificada de alimentos;
melhora as caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas do solo; auxilia no controle de
plantas daninhas, doenas e pragas; repe a matria orgnica do solo; protege o solo
da ao de agentes fsicos de intemperismo.
Cultivo Consorciado
O cultivo irrigado e consorciado de goiaba, maracuj, mamo, milho, feijo verde e
melancia mostra-se vivel e impulsiona a agricultura, principalmente nos estados
nordestinos. O sistema utiliza a irrigao localizada, por micro asperso. Para o melhor
rendimento deve-se fazer a anlise do solo e o uso correto de nutrientes e agrotxicos,
que sejam classificados como limpos, no agridam ao meio ambiente e utilizados em
quantidade mnima.
A agricultura familiar enquadra-se bem nesse modelo e, a partir da diversificao das
culturas, ocorre um aumento na renda. O objetivo do cultivo consorciado aproveitar
o melhor perodo de plantio e safra de cada alimento. Isso permite uma maior
produo e evita que a terra fique inutilizada.

Na fruticultura, as culturas de ciclo rpido so de 70 dias. O mamoeiro apresenta um


ciclo de vida relativamente curto, e pode ser usado como cultura intercalar em plantios
de diversas fruteiras de ciclo mais longo. Um exemplo de cultivo consorciado nessa
estratgia a utilizao de mamo por um ano, de maracuj por dois e a fruteira
permanente de goiaba, com produo de 20 anos.
Segundo o professor Jos Stanley, especialistas e consultor do FRUPEX - Programa de
Apoio Produo e Exportao de Frutas, Hortalias, Flores e Plantas Ornamentais,
nos estados da Bahia e do Esprito Santo, os produtores vm utilizando o mamoeiro
como cultura intercalar de outros plantios comerciais, como macadmia, caf,
abacate, manga, citros, coco e goiaba. O mamoeiro pode tambm ser utilizado como
cultura principal, sendo intercalado com outras que tenham ciclo mais curto, a
exemplo de milho, arroz, feijo, batata-doce, amendoim e leguminosas para adubao
verde, explica o professor no curso Produo de Mamo, elaborado pelo CPT Centro
de Produes Tcnicas. Com esse processo possvel utilizar um menor espaamento
para um maior nmero de plantas. Essa metodologia teve o projeto pioneiro praticado
no Vale do Rio So Francisco, na cidade de Petrolina (PE) e j seguida por muitos
agricultores da regio.
Proteo do Solo com filme plstico
O Filme Mulching um filme de polietileno de baixa densidade e pouca espessura
(normalmente tem 15 micra). Produzido com matria prima virgem e aditivos anti-UV,
o produto tem alta resistncia ao da luz, com alta durabilidade. O filme de
Polietileno Mulching produzido com grande concentrao de pigmentos, resultando
em um material totalmente impermevel luz, apresenta excelente resistncia
mecnica e boa durabilidade (cerca de 10 a 12 meses). O mulching utilizado para
cobertura de solo de canteiros de diversas culturas. Como impermevel luz,
impede o crescimento de mato no canteiro (mesmo que ele nasa, no consegue se
desenvolver) o que diminui o custo com herbicidas (mata mato) ou mo de obra em
capinas. Tambm pode ser usado com irrigao por gotejamento ou por asperso.
Neste segundo caso, deve-se irrigar bem o solo antes de aplicar o mulching. Em
qualquer uma das situaes, o mulching vai manter a umidade do solo bem distribuda

e por mais tempo, diminuindo a perda de umidade por evaporao. Diminui a perda de
adubo por lixiviao (lavagem do adubo por excesso de chuva). Evita o contato de
frutos e folhas com o solo, obtendo-se produtos mais limpos e de melhor padro
comercial. Em algumas situaes permite a antecipao da poca de plantio, pois
proteger o solo de variaes de temperatura. utilizado em culturas de morango,
alface, melo e pimento, em campo aberto e melo net e todas as outras culturas
cultivadas em estufas. utilizado para cobertura do solo em canteiro de diversas
culturas, porm, o seu uso mais comum nas culturas de morango, alface, melo,
pimento e tomate, em campo aberto, e melo net e todas as outras culturas
cultivadas em estufas.
Cobertura morta na Agricultura
A cobertura do solo proporciona diversos efeitos, como na infiltrao e reteno de
gua, estabilizao de temperaturas, controle de eroso. A cobertura do solo
proporciona diversos efeitos, como na infiltrao e reteno de gua, estabilizao de
temperaturas, controle de eroso. O principal fator que permite a reduo da eroso
a proteo contra os impactos causados pelo impacto da gua na superfcie do solo.
Alm disso, a cobertura reduz a velocidade de escoamento superficial da gua e
contribui para o aumento da umidade em decorrncia da diminuio da evaporao de
gua da superfcie do solo e do aumento da quantidade de gua infiltrada. Solos com
cobertura conservam mais umidade no perodo de seca do que solos
descobertos. Alguns autores relatam que a cobertura do solo alm de aumentar o teor
de matria orgnica, aumenta a disponibilidade de P e K trocvel e o teor de C
orgnico e Mg. Do ponto de vista ecolgico, a utilizao de cobertura morta ou
compostos vem se mostrando muito importante. Com o aumento do chamado cultivo
orgnico, a cobertura pode-se tornar uma fonte de matria orgnica e de nutriente
muito eficiente. Entretanto, alguns problemas de excesso de umidade podem ocorrer
com cobertura, principalmente em solos de pssima drenagem, o que pode causar
anaerobiose e perda de N. Em reas com alto ndices pluviomtricos, uma camada
grossa de cobertura pode favorecer o desenvolvimento de doenas. A m aplicao de

cobertura tambm pode trazer efeitos negativos, tanto para a planta quanto para o
solo e esses efeito podem afetar direta ou indiretamente na produo.
Manejo de irrigao
O manejo da irrigao consiste na determinao do momento, da quantidade e de
como aplicar a gua, dentro de um conceito amplo, levando em considerao outros
aspectos do sistema produtivo como a adubao (fertirrigao), o controle
fitossanitrio (quimigao), os aspectos climatolgicos e econmicos, o manejo e as
estratgias de conduo da cultura.
O manejo ou monitoramento da irrigao pode ser realizado via planta, solo, clima, ou
pela associao destes. O manejo das irrigaes tambm pode ser diferenciado nos
estdios de desenvolvimento da cultura de acordo com a maior ou menor
sensibilidade ao estresse hdrico e seu efeito na produo.
Acidez do Solo e calagem
A calagem considerada como uma das prticas que mais contribui para o aumento da
eficincia dos adubos e conseqentemente, da produtividade e da rentabilidade
agropecuria. Apesar deste fato, ela ainda subutilizada, tendo em vista a pouca
informao recebida a nvel de campo, pelos lavradores. Este manual tem como
objetivo proporcionar um meio prtico de calcular a dose de calcrio a aplicar,
trazendo tambm informaes gerais que ajudam a compreender melhor a
importncia do assunto. Esperamos que tais informaes contribuam para o
desenvolvimento das atividades profissionais de todos aqueles envolvidos no processo
produtivo, seja lavrador ou tcnico, difundindo o uso adequado de corretivos e
fertilizantes.

REFERNCIAS
Degradao

Conservao

do

Meio

Ambiente

73.

Disponvel

em:

http://pt.scribd.com/doc/63941506/33/MONOCULTURA. Acesso em 13 de Dezembro


de 2013.
Compactao

do

solo:

causas

efeitos

disponvel

em:

http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semagrarias/article/view/2319/1997.
Acesso em 13 de Dezembro de 2013.
Desertificao

Disponvel

http://www.suapesquisa.com/o_que_e/desertificacao.htm.

em:

Acesso

em

13

de

Dezembro de 2013.
Plantio

Direto

Disponvel

em:

http://www.unioeste.br/projetos/unisol/projeto/c_agricola/p_plantio_direto.htm. Acesso em
13 de Dezembro de 2013.
Fruticultura

com

cultivo

consorciado

Disponvel

em:

http://www.cpt.com.br/noticias/fruticultura-cultivo-consorciado-gricultores#ixzz2nOLWBqjT.
Acesso em 13 de Dezembro de 2013

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