Intro Historia Ferr 1953 Ben
Intro Historia Ferr 1953 Ben
Intro Historia Ferr 1953 Ben
INTRODUÇÃO Á HISTÓRIA
FERROVIÁRIA DO BRASIL
— 1 953 —
1
EDIÇÕES FOLHA DA MANHÃ
\
Ademar Benévolo
INTRODUÇÃO Á HISTÓRIA
FERROVIÁRIA DO BRASIL
— 1 953 —
EDIÇÕES FOLHA DA MANHÃ
RECIFE
COMEMORAÇÃO DO PRIMEIRO
CENTENÁRIO DA INDÚSTRIA
FERROVIÁRIA NO BRASIL.
TRIBUTO DO DEPARTAMENTO
NACIONAL DE ESTRADAS
DE FERRO.
NO LIMPA*TRILH0S
H sua resixuuabilidade...
O mesmo dizemos de Geixino Malagueta Pontes e
Manuel de Azevedo Leáo que. rxponUneamente. resol-
veram dificuldades no aparecimento da cdiváo. na ocor-
léncia deste centenário.
Coméllo da Fonseca Lima é outro cumpUce, multo
estimado.
CONCEITOS GERAIS
Brasil é um
Introdução á História Ferroviária do
conheci-
pomposo, sugerindo a idéia de grande
título
empregado com ou-
mento no assunto. Entretanto foi
apenas o ato de re-
ro pensamento Introdução aqui é
leitor e chamar sua atenção pará certos fatos
ceber 0
da história mesmo da pré-história dos nossos trilhos,
e
abrindo-lhes as portas familiares da profissão, fazendo-
lhes a apresentação das pessoas conhecidas, dos as-
suntos mais imoortante Assim como ha introdutor di-
.
ferroviário, para
plomático, êste livro é um introdutor
os profissionaisque ainda não pensaram na síntese da
no
profissão, para os engenheiros de tirocínio recente
cousas brasi-
ofício dos trens, para os estudiosos das
leiras .
•
)E>’ a imagem mais per íeita para a fisiologia das es- Fisiologia
tradas -de ferro, aonde os diversos órgãos- do conjunto dosyias
férreas
são independentes e compostos de células diferencia-
das, sim, mas aonde estas células não trabalham para
organismos consistentes, mas para uma corrente, como
0 sangue Uma caixa dágua
.
—
um aparelho telegrá-
fico— uma carvoeira — um girador — são elementos-
autónomos e isolados, apenas unidos pelo seu destino
funcional — o tráfego, como os instrumentos de uma
orquestra durante a música que executam.
O mesmo acontece no plano do conhecimento: as
teorias, a lógica, as doutrinas ferroviárias também coe-
xistemem vários sistemas ao mesmo tempo, sem for-
marem uma estrutura escolástica, porém um campo
de influência mental, sujeito a movimentos de onda.
'
I
11 — ADEMAR BENÉVOLO
de
Mauá,, que a nossa sensibilidade não avalia pelas uni-
dades materiais do lucro e da eficiência. Raramente
As úlfimas
pediremos auxílio ás estatísticas das vias férreas opu- iguais òs ‘
( 4)
Mauá amargurou esta influênbia invisivel com re-
morsos, sem dúvida, por a ter servido tão bem, e sofreu
-as suas consequências sobre o nosso meio, na questão
(4) —
“Aviso n. 39 de 7 de junho de 1870.
Recebí o ofício sob n. 6 de 8 do mês próxiiho findo em que
V. S. comunica -me ter dado conhecimento ao Sr. Benson de ma-
téria contida no Aviso deste Ministério de 5 de abril último, rela-
tivo á garantia adicional de juros á Estrada de Ferro de Pernam-
buco. Também fico certo da resposta que lhe foi dada pelo mesmo
Sr. Benson, com a qual remeteu ele a V. S. a ata da última reu-
nião geral dos acionistas que tivera lugar no dia 26, onde segundo
Ameaças
informa V. S. foram proferidas contra o Brasil ameaças, embora insensatas
absurdas e insensatas. ao Brasil
Em resposta cabe-me recomendar a V. S. que proceda a este
respeito como se não tivesse recebido semelhante ata, e, nem sobre
ela admita discussão verbal ou por escrito: sendo este o meio mais
conveniênte de manifestar o desprezo que mereceram as injustas
apreciações e extultas ameaças feitas ao Brasil.
Deus guarde a 17. S. Diogo Velho Cavalcante de Albuquerque.
•Sr. Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário do Brasil
em Londres”
j (Legislação Ferro.viária Federal do Brasil— Alberto Rapdolfo
ide Paiva —ípág. .754). . i •
46 — • .t .. AOOàAH-BKStVOlJB
tivo;
"Condição 18 —
Para os gêneros de exportação e de
produção do pais se formará uma tabela cujo máximo
será regulado nos estatutos, tomando-se por base que
lís preços dos transportes nos primeiros
dez anos não
deverá exceder á metade do que atualmente exigem
cs almocreves, e depois daquele prazo á quarta parte."
d&ÜUibiaiâiUiÁááh
.
Y'
finanças. Mas nada disso ocorria, gastando-se inutil-
mente somas muito elevadas com estradas sem pre-
sente e sem futuro, acumulando-se prejuízos sôbre
prejuízos.
Centenas de quilômetros' de estradas foram cons-
truídas para satisfazer colégios eleitorais ou zonas de
r influência pessoal, para valorizar propriedades priva-
para beneficiar “minha terra natal”, justificando-
das,
f; / uma definição que ficou célebre: “estrada
se a ironia de Lugar
f j.de ferro no Brasil é o lugar geométrico dos pontos de geométrico
: maior influência política”. das influên-
em “Ingleses no Brasil”
berto Freyre, foi o traçado —
I da estrada D. Pedro II, construindo-se desnecessaria-
mente grandes pontes sobre o Paráiba, para os trilhos
beneficiarem os magnatas do café serpenteando de uma
1;
f' had to cross the river five times between Pirahy and
Porto Novo do Cunha by long and expansive bridges to
serve the interests of a^ Barão this side or a Visconde
I
1 on the other.” (James W. Wells-Threé Thousand Mi-
r les Through Brazil London —
1887) —
O traçado Salvador-Joazeiro, da E. F. Bahia ao Um
i São Francisco, é considerado justamente como um dos conselheiro...
nossos maiores êrros ferroviários, e em grande parte foi
24 — ADEMAR BENÉVOLO
—
• 12) “Para dar importSncia a Joazciro, tua terra natal, o con
selheiro Fernandes da Cunha sacrificou a rxparuSo econômica de
todo o vale do graide rio“. diz Geraldo Rocha, filho da regiio e no-
tivel “railman". (O Rio de São Francisco — pãg 10 — Companhia
Editora Nacionaii. Por Joazciro também opinavam Saraiva e Cote-
gipe. André Rebouças declara que. para alcancar aquela cidade, a
linha “atravessa a zona mau pobre, mais séca e mais árida de toda a
província". (Garantia de jurosi.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 25
contos de réis —
uma das obras públicas ];nais estúpi-
das do Brasil —
e tudo ficou sem proveito; ainda hoje
<1S> —
As linhas de interésse eletiorai sSo também duramente
criUcadat na França Reymond Beaugey-Le Regime de noe Che-
mins de Fer iGauthier Villart —
pág. 21 —
Paris —
1921). assim
nos demonstra
Eis aqui. um diálogo entre Campos Sales. )á eleito presidente
da Republica, e Yves Guyot. diretor do Banco Paris e Paises Bat-
xoe. e grande poliUco francês;
—''Que tenciona o seu govèrno (aser da estrada Central? Ven-
di-la ou arrenda-la?
O exemplo —Transforma-la em uma fonte de renda.
do Froaça —Sob a administraçáo do Estado?
— Sim.
— Será uma maravilha em matéria de administraçáo. si o seu
govérno o conseguir. Na França as estradas administradas pelo
Estado sio emprésas ao serviço da politica. Náo se faz um ramal,
náo se trata de um prolongamento antes de estudar as “influências
da zona" O seu govêmo fará um maravilha, si conseguir o con-
trário.” < Campas Salles —
Da Propaganda á Presidência —
pág. 182
S. Paulo —
1908*.
lN'iRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 27
veis de caprichoscontraproducentes ,
•
^
Pena de
te abandonados, sem utilidade, a não ser provocar o de-
sejo que todos têm, de mandar comparecer os respon-
sáveis perante um pelotão de execução .
sua pecunia
Socialização dos meios de transportes — sim, po-
rém Mar-
socialização dos meios de* produção, não.
xismo hemiplégico, tara degenerativa de economia pú-
blica, agravada na nossa terra como uma herança do
regimem servil, quando as despêsas dos transportes
— cargueiros e carros de boi —
ocupando bens semo-
,
” ”
1907 ... 91 . . . 20
” ”
1913 . . . . . • 57 . . . 22
” ”
1918 ... 67 . . . 25
” ”
1923 : .. .. . 78 .. . ...... 24
Porém voltemos
aos trilhos. Pires do Rio, no seu
notável relatório de 1918, diz que as
ferrovias brasileiras
só deram lucro em São Paulo e repete
éste conceito em
1945, nas páginas de “Realidades
económicas do Bra-
sil”;
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 41
tão lúcida-
—
(20) - Elementos tirados de Jorge Leal Burlamaqui — “Dire-
trizes essenciais dos transportes ferroviários” — 1946.
43 _ ADEMAR BENtVOLO
um
A — percurso
Pais médio diário — locoroothrat
•
contronto 300km — vagões 901un.
dm Iar9« País B — percurso médio diário — locoinoUvas
Burlomaqxü 116km — vagões 42km.
O «ImnMito Houve
èrros humanos, érros administrativos e po-
humano. .. Üticos.agravando o problema, e ss veces tomandooe
mais perniciosos que as faltas irremovlvels do meio fi-
sico. Seriamos muito felizes se os déficits de nossas
ferrovias, principalmente das administradas pela União,
representassem somente consequências da imp<Mtacão
do carvão e do material siderúrgico. Em outras pala-
vras todos nós sabemos que aqueles prejuízos ainda
seriam grandes, mesmo que Uvessemos carvão nacional
a bom prêço e que possuíssemos usinas siderúrgicas efi-
cientes.
vulto, em 1859:
•'min*' mirüinf
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 45
4« — ADEMAR BENÉVOLO
COMPANHIA PAULISTA
BASTOS
MBM
1875»
MAUA
(1813
1888)
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
VO —
a fé, a propriedade, o trabalho. A chegada da
locomotiva —
que em muitos casos foi a chegada do
govêrno —
tornou o sistema estaticamente indeter-
minado, começaram as reações entre as peças sem ar-
ticulação, e os artifícios sociais e econômicos para a so-
lução do problema, confirmam o conceito de Alberto
Tôrres: “as nações modernas são obras de arte polí-
ticas’’ .
I
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 51
sa.
Na concessão da Sobral (3 de outubro de 1857)
a gente conhece um novo sinônimo :
“Condição quarta —
A companhia mandará fa-
bricar, vagões, e carros de quatro rodas, que
possam
ser puxados por animais sobre “cracas”; isto é,
pará
construir uma estrada de ferro, cuja força matriz
seja
animal ” .
xas, e só em
pequenos serviços de distribuição se usam
em algumas cidades, mas a sua lembrança permane-
ceu naquela unidade de trabalho por muito tempo. O
termo kilo-watt tende a dominar, entretanto, por ligar
0 sistema decimal ao sistema c. g, s., e é interessante
lembrar que foi o Watt um dos divulgadores e dos cal-
culadores do “cavalo-vapôr”
Mais conforme a nossa alçada é estudar o espírito
que presidiu o batismo de nossas ferrovias. Na Ingla-
terra e nos Estados Unidos, sendo as vias férreas filhas
da iniciativa particular, dando mais ao Estado do que
dele recebendo, não houve muita cerimônia com os go-
vernantes, e as estradas tinham apenas nomes de ori-
entação geográfica. Na Europa ocorreu em muitos paí-
ses a mesma independência etimológica, e nos países
ispano-americanos também, pois a rápida sucessão dos
govêrnos não permitiu muita gratidão ferroviária a
qualquer um deles
No Brasil o fenômeno foi diferente Como país im- .
paise» eram
no imperial, várias medidas que em outro»
de alçadas diversas. A gralldào sincera
também devia
Só permane-
ceu a realesa ter influido para as denominações: E.
F. D. Pedro II,
F. Prín-
mais modesta E. F. Conde d’Eu. E. F- Tereia Cristina, E.
— E. F. cipe do Grão Pará. E. F. Princesa
Isabel, E. F. D.
Tecesa
Cristina Pedro I.
AOCMAR BKNtVOU)
peiros. (28).
As locomotivas foram sendo aplicadas nos "iram-
ways” de maior tráfego, naturalmente, cujos trilhos
também melhoravam com os proprios recursos das ta-
rifas. de modo que não houve a introdução de uma novi-
dade no meio ianque, mas apervas uma evolução dos ele-
mentos tratores O pessoal das empresas continuou o
mesmo, e pouco teve de aprender do serviço, a não sor
o pessoal de máquina, e foram, pelo menos no inido.
cspeclaJf para
trilhos relatívanaente pesados, e pontes
sua serventia.
Combustível, material ílxo e rodantc. pessoal habi-
litado,tudo era Injportado de longe, de multo longe,
pagando-se tudo a peso de ouro. As estradas tinham
que ser abertas do começo ao fim, mal se podendo
aproveitar um ou outro trecho de rodagem favorável.
86 08 estudos eram carissimos, pagos cano se depen-
dessem de um privilégio patenteado.
Acrescente-se a isso as reações claras e as reações
indiretas que o novo sistema de vida de comunicaçáo
veiu provocar, sacudindo um Império socegado e pri-
mitivocom a sua vibraçio de monstro de ferro, facil-
mente compreensíveis quando sabemos que na França
houve o mesmo movimento negativo.
Tres interesses bem grandes para o nosso melo
pequeno, ficaram prejudicados com a chegada das lo-
comotivas: o dos tropeiros, o dos produtores de milho,
e os dos fazendeiros cujas propriedades ficavam nas
antigas estradas reais, abandonadas aos poucos pela
atração que s ferrovias exerciam sobre a sua zona de
influência. Os tres naturalmente se conjugaram na
defesa mútua, fazendo concessões, reduzindo preços.
Por uma noU de Kidder e Flechter sabemos que
chegavam a Santos 200.000 mulas carregadas por ano.
antes do tráfego da estrada de ferro, e Adolfo Pinto
nos ensina que na estrada que ligava Ubatuba ao sxU
de Minas transiUvam cerca de 60.000 animais de car-
ga. transportando um milhão de arrobas (15.000 t<me-
ladas) de exportação e importação. Sabcndo-ae que
Iguape. Cananéa, Caraguatatuba e São Sebastião eram
também portos moviroehtados. pode-se avaliar somen-
te em S. Paulo onúmero elevado de muares de canga-
lha, e o consumo da forragem brasileira por excelên-
cia — o milho Diz o professor Pierre Deffontaines qxie
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 67
”
ros .
(30) — Não
desconheço, antes proclamo que a era do trenzinha
de dois carros, estação em cada cruzamento para descarregar
com
um volume já passou, mas desejo relembrar que prestou assinalados
serviços- a civilização brasileira. Foi o trenzinho que possibilitou
a construção da cidade de Belo Horizonte, uma das mais belas
realizações de que se pode desvanecer o patriotismo brasileiro.
Foi o trenzinho que permitiu o povoamento do sul de Minas e a
colonização do vasto interior do Estado de São Paulo, cujo progresso
tanto admiramos. Foi o trenzinho que levou a instrução aos serta-
nejos do nordeste”. (José Luiz Batista — Brasil-Ferrocarril— ju-
lho 1947).
68 — ADEMAR BENiVOLO
70 — ADEMAR BENtVOLO
(33) —
Mestre Perdonnet ensinava em 18M:
A Bçõo dm “En general, on trouve qu'll eat peu avantageus d'etabUr un
PwdonzMt chemin de fer st le muuvcment o'est au moina da SO a SO.OOO toonar
de nurcbandlscs transportécs par an sur touta la llgna. ou ráqulva-
lent en voyageurs" (ob. dt. pág. 3).
Ainda boje existem, e talvex se construam estradas brasálalraa
sba>xo dessas ilmltcs de conveniência ccaoAmlea. estabelecidos ba
BS anoa.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 71
densidade de progresso —
se me permitem assim dizer
— era no centro no triângulo Rio-Minas-São Pau-
sul,
lo, cujo ponto òentral podemos considerar a Manti-
^ daquele tempo-
.> As nossas principais exportações —
açúcar e café
\ — não tinham medo da concorrência de outros países,
% e sempre tinham saida, ihesmo com o seu preço agra-
vado pelo frete dos tropeiros e dos comboeiros Não ha-
.
;
gação era a vela, quase toda, o que mostra a morosidade Moroddode
gercd
dos transportes.
Tal urgência não podia ser considerada como ne-
[
cessidade de primeira ordem pelos nossos patriarcas
i agrícolas, cuja vida se pautava por uma constância
( pessoal e comercial, onde o desejo de grandes lucros
nem sempre tinha guarida. Não havia pressa para
^
nada, e em muitos engenhos e fazendas o único relógio
Í i' era o sol, como nos velhos tempos de Homero. O “ba-
í
ião” ou o “coronel” tinham sempre alguma reserva
j
nas “burras” das fazendas e dos engenhos, e crédito
com os comissários e não especulavam piuito, de modo
que a demora dq escoamento das safras não era argu-
'
71 — ADEMAR BENÉVOLO
(M) —
A eomteSo woatorUl tnriuisbtda d» dar parvear Mbrt a
concwa in Cochrane aaim se manilcatou:
74 — ADEMAR BENtVOLO
(3S) — Cofflptr«mM:
V ‘Eatou tMoluUmrnt* convencido dc que ronetnicio de oein-
(Ui de ferro, entee que M)«m reolmenie nrreeiÉrtML pode deevtar
o trebeUio e o ceplUl de emprrtoe raete produUvoa pera apUce çôee
menoa remuneradoraa c tomar a comunidade mala pobre eo vea
de mau rica ” (Henrjr Georfe •— Protremo e Pobeta» —
Trad.
Américo Wemeck —pés*
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 75
—
Um engenheiro francês no Brasil) .
A
opinião é valiosa pela sinceridade pois o natural
era que Vauthier procurasse levantar as idéias ferro-
viárias em nosso meio, tornando-se assim, conhecida
sua grande competência, o maior precursor, de nossos
trilhos. Êle seria mais tarde engenheiro-chefe da cons-
trução do Tunel do Simplon, um dos maiores subterrâ-
neos do mundo, e isso dispensa maiores referências-.
•
Entre os auxiliares de Vauthier no Recife estava O primeiro
Alfredo de Mornay, que alguns anos antes estudara a explorador
ferroviário
linha de Santos a São Paulo, por encargo da firma
no Brasil.
• Aguiar, Viuva, Filhos e Companhia, concessionária do
: primeiro privilégio ferroviário do Brasil, abrindo assim
as nossas primeiras picadas de exploração O mesmo
.
?;•
Habitantca por Km dv fvrrovla:
1
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 77
A tema de transportes.
Compreende-se bepi este grande interesse pelo ad-
vento das vias férreas Durante o periodo colonial a
.
I’/
descoberta das minas de ouro e de diamantes bens —
A', superficfais extraídos sem grande fadiga do leito e das
margens de nossos rios, dera ao mundo a impressão de
"A uma riqueza imensa, que o patriotismo infantil de um
^ povo jovem considerou inexgotavel. No fim do século
XVIII — era também o fim da Colônia tudo indi- —
1 ci^va a decadência irremediável daquelas jazidas sedi-
f nientárias, mas era dificil que qualquer povo pudesse
;• sentir tal verdade no seu momento exato,, principal-
piente um povo jovem, quando os sentimentos de auto-
,nomia se firmavam definitivamente, ratificando-se no
fato consumado do Império
L Se Rui Barbosa —
cabeça de sábio e coração de Erro de
S homem do povo —
ainda em 1870 julgava os nossos re- sábio
t cursos “inexauríveis como a própria natureza”, nada é
K. demais que comuns, na mesma época, pen-
os espiritos
B sassem que os caminhos de ferro viriam a ser o elemento
K que faltava para restaurar o país na sua fortuna pas-
K sada .O exemplo extraordinário do progresso dos Es-
V
78 — ADEMAR BENÉVOLO
nia” ;
daa
na canôa íurada das csUllstlcas mal compartdai, e
analogias asimétricas —
náo queremos naufragar no
ridiculo.
Dentro de suas circunstâncias os govèmos brasUel*
ros feito bastantes obras públicas, e se o conjunto
tém
nos parece pequeno é devido a uma “velha Uusio**
a —
riqueza da nossa terra —
que o patriotismo infantil de
muiU gente proclama, ainda nos emprestando virtudes
que náo temos, conjunto de condições favoraveU que,
levado em consideração com nosso pequeno progresso
em vários setores, só pode levar a conclusáo de que “o
govèmo é o culpado."
Só devemos atacar os govèmos quando éles erram
propositadamente. em casos Já ventilados pelos técnicos
e pelos conhecedores do assunto em suas linhas gerais,
ás vezes contrariando todos os pareceres dos especialia*
tas. £ tarobem indispensável náo separar a figura do
govèmo dos seus orgáos administrativos e consultivos,
dos homens públicos intermediários, que tém uma im>
portáncla fundamental.
Na parte de vias de transportes cabe aos cngenhel-
rcs que emitem os pareceres, darem sinccramente sua
opinião, principalmente se ela fôr contrária a uma nova
estrada, dizendo claramente que esta náo deve ser cons-
truída. pois dará somente prejuiios. crescendo esta res-
ponsabilidade. quando
se tratar das vias férreas, onde o
malefício náo é apenas financeiro e sim econtaiico, so-
brecarregando permanentemente o erário com o seu
custeio sem recompensa. O engenheiro náo deve recuar
— e dizer: náo não— náo. —
Muito dificilmente um parecer inicial —
elabora-
do por quem deve conhecer bem o assunto e os recursos
regionais em seus pormenores —
dado sinceramente —
—
sem paixáo, sem precmiceitos —
sem segunda inten-
ção —
deixa de ser aprovado pelas autoridades dos dl-
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
to — ADEMAR BENEVOLO
» .
.INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 91
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#2 — ADEMAR BENÉVOLO
Barateando-se as tarifas —
assim ensina mestre
Henri George —
nada lucra o trabalhador, beneficia-se
sómente o dono da terra, o fazendeiro, pois os seus pro-
dutos continuam a ser vendidos nos mercados pelos
mesmos preços antigos, quando o frete era mais caro.
Tudo isso fazia com que as terras servidas pelas ferro-
vias sê valorizassem dia a dia, ainda mais com o fraco
progreso das construções, impedindo a sua elevada va- *
(38A) — — —
A Província pág. 331/332 Coleção Brasiliana. Lei-
tura convincente para se concluir, como a construção demorada de
nossas vias férreas valorizou as terras, impedindo o estabeelcimento
da colonização agrícola.
'\
ADEMAR BENEVOLO
*T«rras poro
eofiaaquAnrla
^falu da propotqòaa antra aua axtafiaéo a o va-
lor da pi^ucAo Iranaportada A culpa prlortpalmanto corraapocida
kXMMT aqui M lattfundM. A* aatrodaa da frrro atrovaaaam mllharaa da
** quUAmatroa da lairaa Inaprovaltadaa^ aaoromanla r rurnrartM pa-
dlatôracias . kM propriatártoa na rxparutiva da boM na«óck>a futuroa
eonaaqudncia a marcha para o Intarter. cada rat a malorat
dtatànciaa. doa cantroa «ooaumldoraa. da lodaa aquMM qua
um padaco da tarra para trabalhar O
prohlama brasUalro nho 4
da marchar para o oaata. maa da uUUtaçio acooAmka da «~ftf
aa
tarraa qua )A a4o aarvtdas por aatradaa da farto 8Ò MMlm
catca
Jartai tarSo um tranaporta quilométrtoo capai da acooAtidoa aU-
lixacio da vU permananU " iDUrto do Coocraaao».
— A‘a vam. antraUnto. a cranda propnadada 4 rniManrada
am virtuda da uma tradiçio da patrUrrallamo rural. Ste tarrai
avoancaa. a e dono lha* ampraiU uma afatçio qua atua do aaotldo
cootrSno A vanda.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 95
J;'
começaram, aos poucos, um trabalho de interpenetra-
P'"
ção que as rodagens continuaram, e que hoje se trans-
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 97
<4I) —
OUwlni VUfia. nu Uodu ctinucrMlu ,
Mvrkllonaia do Brasil, drpots d* focalizar • ilrftar a mo^tdad»
^família fazr^e.u-, da funOl. poauido^dTlaírS^Sí^
coiíslrattc
tBOOUilA:
am
a HtuacSo da “fainaia pl«b4ia**. aam torra, bMM patri-
domlnant* do tua fonnacio é a mancobU. é
aUsacSo transitdrla. a poliaodrla difusa a aaaa partloilarldado da
organizacSo an^uaor a dtaaoiw o podar do “palor famlliaa". Dai
o —
- lar a noan fhmilla plaMia. uma
uuM nvuiura
estrutura uístaoMianma -
insUbllidadc e dsaaa diamlucSo da autoridada patarna
a é qua provam
parta das falhas morais do baUo povo da campo".
SSo ..aulo —
1020».
So^ f
lava<te natunamanta a pamar na solucfto para
tal na-
— -**^***^- davamos dar ás tamilias aam tarraa. para alas poa-
•****>il‘^í moral das familiaa qua poaaiwra taT
?***7If
rms. Olivaira Viana ara várias vexas maraista —“malsrá hil".
PEDRO II (1825 — 1891)
conqulsU*
igilãncia
da pátria.
cé da generosidade problemática ou do interesse de al-
gum grande faxendeiro. Depois de ocupada uma re-
giáo deverá ser multo maior a vlgllúnda do
dor. que sentirá dia e noite, a todos oq. momentos,
cada choupana, em cada curral, a insônia e o olhar
em
População
proprlatória
^
-.kJ?*
M^ividi^. e váiiai naedea defendaram palmo á palmo o aeu
«oa Rua^ a luU aUngtu a frootalra da Aata». paio Uiteraaaa
daae^perado doa aoldadoa-oropnatáiioa. Efetivado o aeu
oa alemies ficaram obricadoa a uma vtctiáocla aUva
domínio,
a permaneaU.
por caim da populacio-proprieUrta. a viram auas leciumas
e in-
compariveU vitórias transformadas em vitórias de Pino.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 101
I.
—
Çl) Francisco Gonçalves Martins, estadista baiano, dos mais
notáveis ^ultos políticos do Império. Na ocasião era ministro do ga-
binete Itaboraí, e a sua mão, marcada pelo destino, assinou os mais
importante átos dos transportes de nossa pátria, todos em 1852: con-
cessão Mauá — transporte Rio-Petrópolis— decreto 987 de 12 de
junho; lei 641 de 26 de junho, concessão geral das emprêsas baseadas
na garantia de juros, no privilégio de zona e na isenção alfandegá-
ria; decretos 1030 e 1031, ambos de 11 de agosto, outorgando os pri-
vilégios da E. F. Recife ao S. Francisco e da Companhia União
e Indústria; concessão Mauá da 'navegação do Amazonas — decreto
1037 de 30 de agosto.
Presidente de sua terra natal — 1849 — marcou seu govêrno .
CONDIÇÃO PRIMEIRA
O CiOVERNO C-ONCRDE 1
f
As concessões podiam ser da alçada do govèmo
central, dos gorèmos provinciais, e até mesmo da ad-
ministração municipal. No primeiro caso estavam as
linhas cuJcM traçados serviam a mais de luna província,
ou Interessavam a alguma região nacional; as provín-
cias autorizavam as estradas de sua utilidade orgânica,
rendo as concessões municipais referentes âs linhas de
bondes ou “tramways".
No caso de nosso estudo agiu o govèmo imp^lal,
autorizado pela lei 641 de 26 de junho de 1852 —
a lei
da garantia de juros. Esta lei íol multo fecimda, dando
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — m
nascimento a várias ferrovias, inclusive aos quatro
grandes eixos de penetração do Brasil-Império Recife :
"ArtI —
As obras que tiverem por objeto promo-
ver a navegação dos rios. abrir canais ou construir es-
tradas. pontes, calçadas ou aquedutos, poderio ser de-
sempenhadas por empresários nacionais ou estrangei-
ros. associados em companhias ou sòbre sl. .
Alt. 29 —
Todas as obras especificadas no artigo ^
sem prosperidade.
decreto 5561, de 28 de fevereiro de 1874. conso-
O
sem modiíicar-lhes a essência,
lida as leis anteriores,
obedecendo na parte da competência ao espirito de
na parte de concorrência públi-
1328. e voltando a este
ca. de que a de 1852 nào cogitava.
lei
“Art .
30 — Logo que alguma das sobreditas obras
fôr projetada, as autoridades a quem competir promo-
ve-las farão levantar a sua planta e plano, e orçar a
sua despesa por engenheiros, ou pessoas inteligentes na
falta destes.
I
Art .40 —
A planta e orçamento da despesa da obra
I
se afixarão nos lugares públicos mais visinhos dela, por
um a seis meses, convidando-se os cidadãos a fazerem
as observações e reclamações que convierem.
Art 50 .
—
Aprovado o plano de alguma das referi-
das obras, imediatamente será a sua construção ofere-
cidá a empresários por via de editais públicos; e haven-
do concurrentes, se dará a preferência a quem oferecer
maiores vantagens.”
/
yy A
(1) —
João Mangabeira em seu livro “Rui —
o estadista da Re-
pública” —
(Coleção de Estudos Brasileiros) —
o biógrafo à altura
do mestre —assim relata a pendência:
“E a 16 de outubro de 90, recebia, Rui o seguinte ofício, inédito
até este momento: “Cidadão ministro. Havendo-me o sr. gover-
nador do Estado do Rio de Janeiro representado contra a decisão
do snr. ministro da Agricultura, relativa à ligação da Estrada de
Ferro de Santa Izabel a Santana, resolvi nomear uma comissão
composta do snr. ministro da Guerra como presidente, de vós e do
snr. ministro da Instrução Pública, Correios e Telégrafos como
membros, e do meu secretário militar como secretário, para que, es-
tudando a matéria, emita o parecer que fôr de justiça. Confio que
aceitareis essa incumbência. —
Saúde e fraternidade.
Ao cidadão general dr. Rui Barbosa. Digno ministro da Fa-
zenda. Manuel Deodoro da Fonseca”.
A comissão compunha-se, pois, de Floriano, Benjamim e Rui.
Dois dias depois, na Tijuca, onde se achava, recebia a seguinte
carta; “Rui. A questão Sapucaí quase que produziu ontem um des-
moronamento geral, tão melindrosa foi a situação em que nos colo-
cam a criação da comissão. Entendi-me com o marechal, e ficou
ò assunto adiado para hoje. Logo passarei por aí e conversaremos
a respeito
Julgo necessrio apresentarmos hoje as nossas emendas à cons-
tituição. Até logo. Do amigo Campos Sales”.
Rui e Campos Sales evitam a crise. Deodoro, esclarecido,
cede.” (pág. 44).
ADEMAR BENÍVOLO
"g —
recomendar a criação, supressão, transfor-
mação, ampliação, e melhoramento dos diversos siste-
mas de transportes, com o objetivo de aumentar o ren-
dimento econômico da viação nacional."
— Edição
(1) comentada pelo senhor Rodolfo Garcia — vol. 5*
*
pág. 283).
(2) — “Ensaio critico sobre A Viagem ao Brasil em 1852 de
Carlos B. Mansfield por A. D. de Pascual — Rio — Tipografia
Universal de Laemmert. 1861.
n» — ADEMAR BENRVOLO
Nomo
Noaaa melro explorador íenroviárlo do BraAll. o primeiro ho-
primaira mem que em nossa terra abriu uma picada para serrir
•xploraçõo de via férrea e. coroo essa estrada eíetivamenle se cons-
l•rroTiárla.
l•rroviárla.
U-uiu. o primeiro técnico que introduxlu entre nós a in-
dustria mec-inica dos transportes terrestres.
Em 1838 a província de Sáo Paulo. anteclpando4e
á còrte e a todas as suas irmás. ccmcedeu á parceria
Aguiar, Viuva e Filhos e a Platl e Reid a construçio
e uso de uma empréaa de transporte entre Santos e o
interior paulista, emprèsa que abrangia em seus tér-
mos de concessão os processos íerrovlártoa, rodoviário
e o de navegaçio. Sôbre essa concessão Oarcla Redondo
tíKrreveu um trabalho (S) em que exagera o val^ dèstes
estudos primlUvos. cedido por um parente seu o ale- —
mão Frederico Fomm*. sócio da casa Aguiar Viuva e
Cia. ao Marquês de Monte Alegre, um dos concessio-
nários dr. Santos a Jundiai. Por èste processe os estu-
dos teriam ido ás mios de Maua. que sôbre èles teria
construído a estrada. Nada de maU errado, sobre a
última parte.
Oarcla Redondo, que aliás era engenheiro explo-
rador. fala apenas nos estudos do engenheiro Momay,
o que nos causou uma certa confusão, náo só porque o
nome não veiu acompanhado do nobiliárquico ‘‘de’*,
como pwque nessa época percorria o nosso pais o en-
genheiro inglês A. F. Momay que. apesar de ser geó-
logo e explorador de minas, podia também entender
de ferrovias, pois os técnicos contemporÀneos náo eram
especializados. (4). Entretanto uma citação providencial
fc
aü.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 121
«
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 123
bro) . Mas
a segunda tem maior importância, por se
tratar de uma estrada de âmbito nacional, ao passo que
a outra tinha apenas 17 quilômetros de extensão.
Houve também uma tentativa dos Teixeira Leite,
de Vassouras
Já é tempo de dizermos algumas palavras sôbre
0 propalado atrazo da instalação de nossas ferrovias,
que só ocorreu em 1854, no mesmo decênio em que a
América do Sul conheceu o tráfego sobre os trilhos
na ordem a seguir: Chile, Perú, Brasil, Argentina. Na
mesma época se fundaram as outras estradas básicas
brasileiras: a da Bahia, a do Rio, a de S. Paulo.
Êm virtude de nosso vasto litoral oferecer nume-
da cabotagem e da
rosos portos suficientes aos calados
navegação oceânica, houve a tendência da produção
de cada zona descer para o mar pela linha de menor
declive,surgindo assim a pluralidade portuária.
um volume de exportação,
A-pesar-de possuirmos
relativamente grande, principalmente de café, açúcar,
algodão e fumo, nunca tivemos necessidade de os trans-
portarmos em conjunto e com grande rapidez, o que é
justamente a condição necessária e suficiente para a
vida normal dos trens
Todos os elogios merecem os chamados homens re-
trógrados da Regência —
Bernardo Pereira de Vascon-
celos e Paraná á frente —
que arcavam com as antipa-
tias dos espirítos apressados, e tantos benefícios fize-
ram aos trens não permitindo o seu advento em uma si-
tuação insustentável.
Alfredo e Eduardo só pedem a concessão de sua es-
trada depois de um conhecimento familiar com a região,
e depois de a terem beneficiado com os melhoramentos
124 — ADEMAR BCNtVOLO
A
autoridade para conceder privilégios na monar- Autoridade
quia objeto de umà consulta ao Conselho de Estado,
foi legal para
e por um aviso do Ministério do Império, datado de 4
os privilé-
gios.
de janeiro de 1860, ficamos ciente de competir privati-
vamente ao govêrno geral, privilegiar as companhias
de ferrovias a vapor, cabendo ás assembléias provinciais
outorgar o monopólio das ferrovias servidos por “motôr
animal”.
— 9 março 1862)
litário
O informe é precioso, principalmente por fixar a
subvenção — mil e oito contos de equivalente ás
réis,
!» — ADEMAR BENÉVOLO
fego.
Tempo houve em que os navios, os capitães, os pi-
lotos tinham que ser nacionais, embora muitas dessas
exigências íôssem normalmente burladas pelos interes-
sados. com a convivência ou Indiferença das autorida-
des. como sempre acontece com as leis íóra da realidade
das cousas.
No mesmo ano de 1852, em que os De Momay ob-
tiveram a concessão da ferrovia, o govémo ofereceu ao
barão de Mauá o privilégio da navegação do Amaxonas.
depois dos jornais diários anunciarem, durante mêses,
esUr a administração pública autortxada a contratar
aquele serviço, mediante subvenção e privilégio exclusi-
vo. Inlclalmente havia a obrigação de manter três li
nhas; Belém a Manáus. Belém a CametA. e Manáus a
Tabatlnga. mala tarde acrescidas de novas rotas. O tra-
fego começou em 1° de Janeiro de 1853,
Houve pelo menos um notável antecedente legisla-
tivo sôbre 08 privilégios déste monopólio fluvial: a com
panhia concedida para o Rio Dóce em 1835, que não
vingou. (9).
A navegação do Amazonas é, sem dúvida uma fon-
te de comentários muito fecunda no tocante ás empré-
.«as d<í transportes, pois a sua concessão criou uma pro-
(10) —
o Amazonas íoi a penúltima província a ser criada, pois
a emancipação do Paraná, saído do território paulista, só se deu em
1853, pela lei 704, de 29 de agosto.
(11) —
Cláudio Ganns nos dá uma relação de companhias de
navegação estipendiadas pelo govêrno central. Companhias Brasi-
leiras de Paquetes a Vapôr (mil e oito contos por ano), de Nave-
gação e Comércio do Amazonas (612 contos), de Montevidéu a
Cuiabá (200), Maranhão ao Ceará (120), Pernambucana (108), Baiana
(84), Catarinense (84), emprêsas outras recebiam em proporção ao
trabalho feito: Espirito Santo, Caravelas, Jequitinhonha, Parnaíba
e Sergipense. As províncias também davam subvenções (ob. cit.
pág. 141).
IM — ADEMAR BENtVOLO
Em
seus rastros vieram outras organlxações capi-
talistasde interesse público ~
serviços de água. esgôto.
lus. portos, telégrafos submarinos —
também ótimos
exemplos de espirito associativo, e outras tantas “rédeas
de govémo”, além das companhias particulares de fá-
oricas. usinas, oficinas, estaleiros (19).
Tal política —
certamente —
foi um grande bene-
<IS) —
Parte* nb*r A Praac* • prlmasia da* rone—6** 4*
Intcrca** pOblteo:
"TooeuX «tudaoâo o tlsUma da* c o nc aaaõaa aaaün •* «xprtmac
E. r. SOROCABANA
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 137
da E. F. C. B. —
Paula Pessoa, pág. 6)
Itabira Iron —
contrato Farquar —
obteve também, no
govêrno Epitacio Pessoa, a mesma excepcional vanta-
gem. Nos Estados Unidos, Inglaterra e na França, e em
outros países, houve algumas concessões perpétuas no
começo das vias férreas, quando essas ©ram linhas par-
ticulares, destinadas a fins industriais, sem transpor-
tar passageiros. (16).
Para demonstrar a ausência de qualquer critério,
ou espírito de coerência, na concessão dos serviços de
natureza pública, basta citar o caso do telégrafo subma-
(15) —
Para uma região deserta, como a Amazónia daquela
época, o prazo de 50 anos era pequeno, entretanto a Bolivia concedeu
apenas 25 anos para o privilégio da National Bolivian Navigation
Company, emprêsa organizada pelo coronel Church, o mesmo con-
cessionário da Madeira-Mamoré. A concessão dava direito á navega-
ção dos afluentes bolivianos do Madeira, de cobrar passagem a qual-
quer navio extranho, e de cobrar fretes e passagens para o tráfego
normal. Foi assinada em La Paz no dia 27 de agosto de 1868. A
instabilidade politica daquela republica irmã prejudicou a. instalação
da emprêsa.
(16) —
O contrato da Itabira Iron interessa á nossa história
ferroviária,porque dele fazia parte uma ferrovia, destinada exclu-
sivamente ao transporte do minéreo. Esta faculdade foi combatida,
com veemência, por vários técnicos e pessoas estudiosas do assunto,
e foram considerada^ várias soluções, interessando ás linhas da Vi-
tória-Minas, ora separadas, ora unificadas com os trilhos da Itabira
Iron, conforme as exigências do terreno, aproveitando sernpre a
margem meridional do rio Dôce. A solução mais aconselhável —
as duas estradas ocuparem margens diferentes — não foi tentada,
creio eu, por .motivo de dificuldades topográficas.
IW — ADEMAR BENEVOLO
O
mais interessante para quem se debruça sôbre
do nosso passado administrativo
estas questões néste —
mundo cada um tem a sua mania —
é concluir que a
melhor providência sôbre a duração dos monójMlios
foi estabelecida em 1828, pela lei assinada por José Cle-
mente. o grande patriota a quem o ardw combativo
pela autonomia nacional náo prejudicou as qualidades
de equilíbrio e de capacidade. O artigo 8° determinava
que *^0 interesse que os empresários devem perceber em
compensação de sxias despésas*' seria cobrado “por um
certo número de anos que se entender necessário para
nmortixaçio do capital empregado na obra. com seus
competentes interesses."
<U> —
Em Prança bouvr a prlodplo falta d« critério no pra-
zo dat coowaaòw. rhasando dcpota ao prato máximo dc W
anoa.
Xotc-w entretanto our o privilégio da tona lateral náo era adotado,
maa lim o privilégio de rtgiáo. O govémo geralmaote aiutíliava ou
fazia a cotârtrocáo da infra catrutora. e pagava Joroa de 4% ad-
brv o capital.
Era uma obra ecpecialUada lémoa:
í
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 145
Nome —
“Companhia da Estrada de Ferro de Per- Nossa
nambuco” (mais tarde Recife ao S Francisco)
.
primeira
Organização —
diretoria de 5 a 9 membros, além
ferrovia
inglesa.
dos dois irmãos De Mornay e de um superintendente,
residente em Pernambuco;
Séde — Londres;
Capital — 900.000 £ em ações de 20£, para o trê-
cho do Recife ao Rio Una, podendo ser aumentado para
0 prolongamento e para os ramais, devendo vinte por
cento das ações serem tomados no Brasil.
Um
dos incorporadores íol o barão de Mauá. desde
0 inicio entusiasmado. Fala ele como testemunha e
como responsável:
í
—
—INTRODUÇÃO A HISTÓRIA
#
FERROVIÁRIA 149
(21) —
Dec. 1759 (concessão da Santos-Judiaí) de 26 de abril
de 1856, cláusula 21
Vignole £ 12.000
e a Mr. Thomas Oreen agente e associado
£ 9.000*'
do concessionário
£ 41.000
%
/
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 153
•
“Devo encarar como despêsas preliminares a quan-
tia de £ 9.000 paga a Mr. Rothschild a título de des-
I pêsas de coretagem e bancárias para levantar o capital
f de £ 1 800 000 a razão de meio por cento, que a com-
. .
'i
I
A confissão é clara “a título” e não “por despêsas
;i
de corretagem e bancárias”. Era naturaimente aceitá-
J
vel opagamento como “despêsa preliminar”, pois a ação
[,
do intermediário financeiro é indispensável e útil, e tem
1 seus gastos também.
Mauá — que sabia tudo sôbre as nossas compa- Assalto
'
nhias ferroviárias —
e que era amigo do concessioná- à bolsa
rio Muniz Barreto (26), soube naturalmente desta re- de Mauá.
K
iação de meio por cento, que, calculada sôbre os
£ 2.000.000 do capital da S. Paulo Raiiway, daria
£ 10.000, e não 20.000.
Considerand^-se ainda que o próprio Mauá com
,
elementos seus ajudou eficazmente a incorporação, é
perfeitamente justo que êle protestasse pelo prejuí-
zo das £ 10.000 pagas a mais, ou sejam 100 contos-ouro
ha 90 anos.
I Depois de organizada a diretoria, e escolhido o ban-
queiro para receber as contribuições, lançava-se o
”prospectus” ou o programa, anunciando a emprêsa
nanceiras?
Nenhum se atrevia em dizer a quantia que subscre-
via.
A'
contos levantados —
conta as dificuldades para organi-
zar a diretoria das Docas D. Pedro 11 :
- \
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA 171
(31) —
Na Revista do Clube de Engenharia n° 13, de 1905, en-
contramos a história desta primazia entre nós:
(32) —
“Vocábulo antigo da língua inglesa (debentur mihi), só-
mente por volta de 1845 a 1850 adquiriu o sentido técnico com que
se apresenta no mundo dos negócios (Waldemar Ferreira ob. —
cit.pág. 25).
1845... 1850 o preamar feroviário na Grã Bretanha. A história
esclarece a filologia.
17a — AOEMAK BCNtVOLO
O capital
minar a Indústria moderna e o comércio Internacional
conquis- como fórmula de organlzaçio. (SS) As sociedades anó-
.
n» —
D* Ptmnco iDirionSrto d# EatradM de Eerro (IMll Mm-
m iriutnle rrúicSo —
dMUactaa de rada Ude em quilômetnw;
40 — Bahia e Minaa. 33 (S léguas) Recife ao 8. F. -> Central da
Bahia -> Bahia aa 8. F. —
PaulisU —
Santos a Jundiai: 33 — So-
rocabana; 31 -> Sv Paulo a Cachoetra —
Ituana; 30 —Natal a Nova
Cruz —
Mogiana —
Rio Claro — Paranaguá á Curitiba — Alto
Muriaé: 3S —
Carangola: V—Conde dXu -» Central de Alagoas >-
Rrcife ao Limoeiro —
Cachoeira do lupemirim —
Macaé a Cam-
pos —
Baráo de Araruama — Rio e Minaa —
Oeste de Minaa —
Uniio Mineira; 18 »
Gráo Pará: IS Ramal de Canlagalo — Santo
Autonio de Pádua —
Ptraiense — Bananal: I3S <2 léguas) — Uniáo
Valenciana: 10 i» E. F. do Norte — Rio das Flores —
Quaraim a
Itagui; 7 —
Ramal dr Simáo Diaa: 6 ~
Rezende a Areias ~Leopol-
dina teentro); 5 —
Ramal Sumidouro; 3 —
Ramal de Pirspeiinga;
1 —Corcovado.
(2) —
Antônio Francisco Gaspar —
Histórico do Inicio, Furid^;^
çâo, Construção e Inauguração da E. F. Sorocabana — pág. 235f’”^
m— AOEIáAR BENEVOtX)
Zona
estações finais, entroncamentos, opinou no sentido de
noturol • se marcar preíerencialmente as zonas pelos seus limi-
não tona tes naturais. No caso da linha ficar próxima de um
qoomótrica. grande rio ou de montanhas acidentadas, nada adianta
a faixa de monópolio ser limitada por paralelas ao eixo
do traçado, sendo mais conveniente colocar toda a lar-
gura garantida na melhor situação de acesso aos tri-
lhos, isto é, tomar sempre a zona privilegiada em zona
ÚUI.
os direitos adquiridos.
m— AOEMAK BENCVOU)
durante 50 anoa.
Depois desta rodovia que tinha assim prerrogativas
/•xtraidas da legislaçio ferroviária, a Assembléia Pro-
vincial de Sio Paulo, por lei de 12 de maio de 1854, ctm-
cedeu outro privilégio: uma “estrada de carroa” entre
Santos e Sáo Joáo do Rio Claro, também com a zona
total de 10 léguas. Determinava ainda a lei provincial
(art. 70 ). que qualquer estrada de ferro a ser concedida
entre os mesmos pontoa, devia indenisar previamente
concessionário da rodagem das despesas efetuadas.
Mais tarde as rodovias invadiriam impunemente as
Art .
1° — Fica autorizado o presidente da provín-
cia a conceder carta de privilégio exclusivo á companhia
de Aguiar, Viuva, Filhos & Comp Platt e Reid, para a . ,
# ?
'
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 185
“24^ condição —
No caso em que alguma empresa
dentro do prazo do privilégio da companhia, se propo-
nha a construir linhas de ferro para trânsito de car-
ros movjdos por vapôr, ou por outro motôr mais vanta-
joso, na mesma direção das estradas da companhia, e
9
f
Mas no meio
de tantos pontos de parentesco entre
as duas estradas havia uma diferença; sómente a fer-
rovia gozava de garantia de juros. Não era possivel,
portanto, que ao assinar os dois decretos de concessão
0 senhor ministro Domingos Gonçalves Martins, futuro
Visconde de São Lourenço, estivese pensando sómente
em garantir o monopólio da zona da estrada, com quem
0 erário não tinha responsabilidades solidárias na explo-
ração comercial. Seria assumir o compromisso de pre-
ADEMAR BENtVOLO
Juízos futuros —
a invasio das rodovias quando tinha
nas mios. no mesmo momento, o rnnédio salvador. O
govémo voluntariamente só seria sócio dos máus ne-
gócios.
O privilégio total das ferrovias dentro da sua faixa
de garantia era tio evidente que Aug . Perdonnet — o
grande mestre de transportes nos países de educaçio
e origem latina — assim nos ensinava:
"Brésil —
Le gouvemement brésilien encourage
les entrepises de chemins de fér. U garantit aux Com-
pagnies un interét qui n’est pas moindre de 7 pour 100
?
" .•oncurrence dans le méme rayon”. (Traité élémentaire
des Chemins de fer. Tome premler — págine 81— Pa-
ris — 1865).
L
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
‘
OS PONTOS INTERMÉDIOS DA LINHA CON-
TRATADA FICAM DEPENDENTES DE ACÔRDO POS-
TERIOR ENTRE O GOVÈRNO E A COMPANHIA, DE-
POIS QUE ESTA HOUVER PROCEDIDO A TODOS OS
EXAMES E TRABALHOS PREPARATÓRIOS, APRÉ-
SENTANDO A RESPECTIVA PLANTA. QUE SERA
SUBMETIDA A DEFINITIVA APROVAÇÃO DO GO-
VERNO”
(4) —
Nessa grande diretriz baiana trabalharam, na construção
e nos estudos, vários técnicos brasileiros de valôr e nomeada: Bur-
nier. Airosa Galvão, Rocha Dias, Honório Bicalho, Herculano Pena,
Firmo de Mélo, Teive e Argolo.
AOCMAR BEXtVOLO
fS» — m
Co o foóloso Arrolado Liabte; foi a priioeira va
qo» weompoltoM ua r« mmte frrrovlÉrto com a esptoroçSo
CtoMglca Sa ragiSo
INTRODUÇÃO A HISTÕRLA. FERROVIÁRL'^ — 199
Saldanha da Gama —
Conde d’Eu; Alfredo Lisboa —
Quaraim a Itaquí; Teodoro .Antonio de Oliveira Can- —
tagalo; Pereira Passos —
Central, Príncipe do Grão
Pará e Cantagalo; Luiz da Rocha Dias —
Bahia ao São
Francisco e Sobral; Ernesto Antonio Lassance da
Cunha —
Baturité; Godofredo Taunay —
E. F. Bene-
vente; João Gomes do Vai —
Leopoldina; Crockatt de
—
íiinericanos e níveis de Gurlcy e de Young,
tr^insitos
— nível e teodolito Caseia
e ingléses Foram usados
(7) .
(•> — Pouca senu tabe que a taqueometria t*m quaae tr*a aè-
culoa. eque Jarnea Watt. inventor da mSquina a vapôr. foi um doa
ptonetroa de aua técnica. Aprendamoa pota;
“Art .
4° — Os trilhos deverão ser dos que se
deno-
minam “Double assentados sôbre madeira, sen-
rails”,
do o seu pêso de 80 libras por jarda. A bitola entre os
trilhos deverá ser de cinco pés e três polegadas.”
Coube assim á linha de Pernambuco usar pela pri- As primeiras
meira vez a bitola de 1.60m, já determinada para a E. bitolas.
F. Pedro II. (9).
Nessa época já corriam os trehs da pequena es-
trada de Mauá, a pioneira,' mas a sua bitola de 1.68m,
adotada para aproveitar material rodante usado, pôsto
em disponibilidade na Grã Bretanha por causa da uni-
ficação da bitola, foi caso único entre nós, muito em-
bora na Argentina e no Paraguai fôsse muito empre-
gada.
Esta bitola de /cinco pés e três polegadas (1.60) se
estendeu pelo nosso território, usada pela Bahia ao São
Francisco, pela Pedro II, pela Santos-Jundiaí e pela
Paulista. Tudo leva crêr que o motivo da escolha fôs-
se também de ordem utilitária, aproveitamento de lo-
comotivas e vagões inglêses em bom estado, mas sem
serventia pela generalização da bitola de 1.44m. apro-
veitado o aparelhamento mecânico das' fábricas ingle-
fl0> —
A Importância atribuída ao Sâo Francisco foi tio gran-
de. que nada menos de quatro comlasòcs dentlficas foram organi-
zadas pek) Império: —
Fernando Halfbid. Emanuel Liais. WUliam
Roberta e Van Rjrckevarael Esta ulUma. pouco conhecida, realizou
.
1
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 205
(11) — De modo que se prova, mais uma vez, que Deus es-
creve certo por linhas tortas. O êrro de se adotar a bitola de 1.60
na Bahia ao São Francisco, embora obrigasse mais tarde a redução Um erro
de 123 quilômetros para a bitola métrica, teve uma consequência fecimdo
benéfica de grande alcance, fazendo estender aquele gabarito á li-
nha que seria o grande escoadouro do trâbalho de São Paulo. Ha-
vendo logo de inicio o estrangulamento de um funicular de 11%,
não era muito lógica a exigência da bitola larga, e Brunlees não ti-
nha elementos para prevêr o extraordinário progresso paulista.
A
Paulista foi a última estrada a adotar o gaba-
rito de 5 pés e 3 polegadas, tendo os seus primeiros
trens corrido no dia, 11 de agôsto de 1872. Em 10 de
maio de 1871, outra data significativa na crônica dos
nossos trilhos, correu o primeiro comboio de bitola es-
treita (entre Desengano —
estação da D. Pedro II e —
Valença), da chamada União Valenciana, onde Hercu-
(14) —
Não custa sabermos as cotas em metros das gargantas
vencidas pelas ferrovias do sul. Central do Brasil 446 (Humberto
Antunes), 635 (Governador Portela), 1.115 (João Aires) e 1126
(Burnier) Sorocabana 700; Santos-Jundiaí 796; Leopoldina 841 (para
;
«
(16> — No Diário do Exército, publicado pelo Vliconde d* T«u-
oaj lé no pásino 7;
‘A bàa* át offnçòm ero cidode dt AMuncio. leg tUma capiUl
da República do Paraguai: a linha de comunicacSo a estrada de
ferro que une aquela ddada a Luque a Juquerl. linha que oa
Ini-
migos etn Bua ret4ada haviam deixado quase compleU. e que. Ime-
diatamenu reparada, trabalhou com toda a reguUridade no trans-
porte de munições de boca e de guerra _
Esu ela (érresL Unçada desde ISSO n-uns 72 quilómetros da
..
960m.
Em 1880 a Oeste de Minas prefere a largura de
0.76m (2 pés emeio) que a Vassourense, três anos de-
pois, acha larga demais, para adotar o espaçamento
mínimo do — 660 milímetros
país
em 30 anos (1854-1883) 1.68 —
Recapitulando
— 1.067 — 1.00 —
:
1.60 — — — 1.44 —
1.40 1.20 1.10
13 bitolas
(18) — Para
se incorporarem à rede da Leopoldina —
a Mauá,
a Cantagalo, a Macaé a Campos e a Campos a São Sebastião dimi-
nuiram e aumentaram suas bitolas, respectivamente, duas a duas.
A Bahia ao São Francisco, a Central da Bahia e a Recife ao São
Francisco foram estreitadas para um metro, e a Ituana abandonou
as 960 milímetros de largura para se unir á Sorocabana. As linhas de
1.44, 1.40 e 1.20 são agora trafegadas por bondes, e a “bitolinha”
da Oeste de Minas —
760 —
não se modificou.
Na Central houve o estreitamento da União Valenciana, estrada
encampada pelo govêrno, de l.lOm para l.OOm, e houve também
um estreitamento de 1.60m para um metro, a fim de ligar o ramal
de Pôrto Novo á Linha Auxiliar (1908) Como atualmente a Cen-
.
tral está alargando esta ultima linha, não será dificü que, dentro
de poucos anos, novamente aqueles trilhos voltem ao espaçamento
primitivo. A Estrada São Paulo —
Cachoeira foi alargada, a partir
de 1896, para ficar o ramal paulista sem baldeação.
218 — ADEMAR BENtVOLO
Hargreaves —
grande mestre nosso —
caracterizou
tudo em uma frase: “querem transformar o Império
em um mosaico de bitolas”
(20) —
São os dois tipos característicos: a Garrat de simples
expansão, e a Mallet de expansão dupla. Em um livro moderno —
1948 —
La locomotive actuelle, de E. Devernay (Dunod), nós le-
mos :
Um mecinico de nome E. L.
Miller, obteve nos Es-
tados Unidos em uma
patente de invenção para
1834,
um método de aumentar o peso aderente de uma loco-
motiva, sem aumentar o peso de seu maquinismo, tudo
consistindo na idéia simples e verdadeiramente enge-
As locomott-
nhosa de passar a carga do tender para a máquina —
Tas^sndsr. era a locomotiva —
tender, que viria revolucionar os
traçados da viação férrea consagrada pela época. Além
de possuir maior esforço de tração para os mesmos ele-
mentos mecinicos. ela dispensava o reboque do tender
— umA resistência a menos, representando mais um
vagão no trem.*
^
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
i
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 225
Contra eles —
na concha oposta da balança —
toda a engenharia brasileira, o espirito da época, a
(raquexa econômica da terra, o fracasso das bitolas lar-
gas de Pernambuco e da Bahia —
ocasionando o paga-
mento de pesada garantia de Juros e uma série de atri-
tos com as empresas inglesas.
A corrente •
estrelUsU** aprescnUva chefes apai-
xonados: Hargreaves, os irmãos Rebouças. Picanço.
Ewbank da (Gamara, Herculano Ferreira Pena. Os pre-
los gemeram e a bibliografia é abundante no começo
da batalha:
JS.
(S0> —
D»v* ter sido Interna a trasMla (arrovlária da Tetxatra
Soaraa. O advocado da bitola larga, e tecnloo da fama qua paaMU
a vtda a pragar oa grandaa ralos a as rampas fracas, só construiu
Unhas Insaftctentas. Lançava máo da todos os argumantos a apa*
lava também para o sarcasmo na dafass da sua tesa:
AntM da
bitola larga — rampa de 1.60 — raio de 180,
do Vralro
lai
bitola estreita — rampa de .40 — raio de
1 100. (31)
Lhrra. .
Vemos assim que a bitola estreita estaria benefi-
ciada com a adoção de uma declivldade menor, não
aumentando a afúçáo ao aflito.
Em 1876 outro técnico de responsabilidade Fran-
cisco Antonio Pimenta Bueno (não confundir com seu
irmão José Antônio, conselheiro de Estado. Marquês de
S. Vicente e concessionário da Santos —
Jundiai) en-
0.5% —
Macaé a Campos; 1.257o —
Maná; Bahia
ao São Francisco, Recife ao São Francisco e Bananal;
1.5% —
Campos a São Sebastião, Barão de Araruama
e Rio a Magé; 1.8% —
Sobral, Baturité, prolongamen-
to Recife ao São Francisco, prolongamento Bahia ao
São Francisco, Central do Brasil, e Taquarí a Cacequi;
2% —
Recife a Limoeiro, Tereza Cristina, Bragança,
Santo Amaro, Juiz de Fóra ao Piau, Recife a Olinda,
Oeste de Minas, Sorocabana, S. Leopoldo, Paulista e
As rampas
São Carlos do Pinhal (Rio Claro); 2,18% Conde — máximos.
d’Eu; 2.5% —
Natal a Nova Cruz, Santos a Junãiaí
(simples aderência), Bahia e Minas, Santa Izabel do
Rio Preto, Ramal de Cantagalo e Santo Antônio de Pá-
dua; 2.75% —
Bragantina; 2.80% —
Ituana; 2.90%
— Nazaré; 3% —
Paulo Afonso, Mogiana, Rio e Minas,
Paranaguá a Curitiba, Rio Grande a Bagé, Rezende a
Areias, União Valenciana, Rio das Flôres e SanfAna;
3.33% —
Central da Bahia e Caxangá; 3.5% Vas- —
sourense; 4.1% —
Rio do Ouro; 8.3% —
Cantagalo (a
princípio Sistema Fell e depois loco-Baldwin especiais,
de simples aderência); 9% ramal da Alfandega, da Ba-
turité; 11% primeiros funiculares da Santos a Junãiaí;
15% —Princípe do Grão Pará (sistema Riggenbach)
e finalmente 30% Corcovado (mesmo sistema) Estão .
gação posterior.
A exploração da nossa primeira via férrea aberta ao O primeiro
tráfego — a Mauá — coube ao inglês Bragge, e o pro- tráfego
jéto ao seu compatriota Roberto Milligan, que já cita-
mos nas picadas do Cubatão.
í’ a complexidade do fenômeno: V
:
“11 arriveen géneral que Tetude d’une ligne de
I
chemin de a plusieurs Solutions qui ne
fer conduise
i. different ejitre elles que par la longueur, Timportance
des devités, les rayons de courbes, le cube de terrasse-
^
mnts, rimportance des ouvrages d’art et la depense ki-
, lométrique
í;
II est intéressant de rechercher dans ce cas quelle
2« — ADEBIAR BENtVQLO
» " ” MM pj^
UcHi;
riís;
- " M « M
vitesses.”
(Schoeller et Fleurquln — Exploitatlon technique
'
des chemins dc íer. pág. 61)
conhecimento do fato.
(SS) —
Rodcrk Craodall —
C*o(nfU. c«oloeia. mprlnMiito dá-
fua. tnipirlt c acudagrin no C««rá. Rio Gnnd cdo Nort« • Pa*
ralba —
p&s 33 —
PubUcacfto da 1. T. O. C. S. IflO).—
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 255
(39) —
“Plano Geral de Viação Nacional”, aprovado pelo decreto
24497, de 29 de junho de 1934, trabalho executado no ministério fe-
cundo de José Américo de Almeida. E’ obra de grandes engenhei-
ros pelo saber e pelo tirocínio; São êstes os “railmen” planejadores:
Arlindo Luz, Francisco de Monlevade, Caetano Lopes Junior, Joa- O bom
quim de Assis Ribeiro, José Luiz Batista, Moacir Fernandes Silva, senso
Artur Castilho, Oscar Weinschenck e major Mario Perdigão (repre-
técnico
sentante do Ministério da Guerra)
Para as novas linhas o plano determina como limites técnicos
os seguintes raios e rampas:
Nos troncos —
bitola larga —
a vapôr 300m e 15m m
eletrificada 180m e 30m m
bitola estreita a vapôr 200m e 15m m
eletrificada 120m e 30m m
Nas ligações — bitola estreita a vapôr 150m e 20m m
eletrificada 120m e 30m m
Outros, elementos
(40) —
Wllwn Coelho de Som — técnico doi mais competeotea
— propoi COO) M
multo acerto, que condlçóee nünimaa do plano de
1M7. fnmwn cootlderadoa ooom normaia «n todaa as xooaa de de-
aahrolvliDento precário. (Boletim de peeqnliaa tecoolóficaa ferro-
viárias).
íá A?
Shcxiio ihi- FIRST SECTION (il lli'
,VICTC
BETWEEN
Ã^£3?£ km RmTí SãI fiUíW^.
í*urtfi.u‘il li»
AIO F3AMOZO
SCALI 6
exploração íerrovlári
L
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 257
Tn vlno
o “parati" —
enevoando o cérebro dos anglo-saxões,
Tariias.”
abrlam-lhes mais os olhos do espirito, eles viam a hu-
manidade com mais coração. Desaparecido por mo-
mentos o orgulho da raça, aquele pecado fazia um mi-
lagre náo consegiildo pela leitura diária da Bíblia: os
arianos descobriam que eram igiiais aos nossas mesti-
ças. aos nossos mulatos, aos nossos caipiras.
Aliás é conhecida a fraternidade existente nas pi-
cadas de exploraçáo. Sujeita às mesmas necessidades,
aos mesmos perigos, entre eles o perigo permanente de
se perder no meio da mata, a turma se transforma logo
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 259
(1) —
ÊM* ramal do Tlmbó tovt •• bonraa d« tovonUr uma
modaUdad* da flnaocUmanto para tua cooctnicio. difaraoto da
rlÉMlni garantia da Juroa a da garantia quilométrica. Foi a lai
Rnrnal com IIM da ISQS. qua mala tarda foi adotada para outras eatradaa. com
granda proraito da ooaao prograaao farrovláiio:
iD«nto *Oa capitais ato lavantadoa paio próprio empreiteiro no aa-
própcio trmwtgmkTt,pAf>iwln_lh« a fovémo aa íteapraaa da oonatrucáo. am
Utoloa-ourõ. á» Juroa da 4% (em coma^o) a S% atualmantc.** (Cio-
domtro Paratra da Sllra — O
problama da Viacio no BraaU —
póg. 96).
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
Goiás
Com a Mogiana se deu o contrário, pois desde o
privilégio inicial ela se destinou a ser a estrada bandei-
rante, rumando para o rio Grande, atravez dos sertões
desabitados, e a quem os seus trilhos deram o progresso
e a civilização. Lançou vários galhos laterais, princi-
palmente com destino á Minas ou ás suas fronteiras,
mesmo porque do outro lado invadiria a zona de ga-
lantía da Paulista, a estrada rival que corre na ver-
tente oposta do Mogiguassú. No tempo do Império
comprou o ramal de São José do Rio Pardo (aumentado
depois para dentro de Minas Gerais) e construiu os
de Espírito Santo do Pinhal, de Monte Alegre, de Sil-
/
no — ADEMAR BENCVOLO
» \
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 273
na —
Ituana. o razoavel seria contlnuar-se a linha de t
(7) —
O êrro é ainda mais de surpreender, quando se sabe que
desde 1S72 —
vinte anos abtes— o eminente explorador Silva Cou-
tinho (as suas lições se espalham pelos pontos mais distantes da pá-
tria), já aconselhava que a linha destinada àquela região seguisSe
próxima do rio Tietê, até muito além de São Manuel:
“De Ipanema em diante o traço da estrada deve acompanhar
os rios^Sorocaba e Tietê, pois deste modo se prestará aos transpor-
tes de ambas as margens dêste.
Da confluência do Sorocaba em diante os afluentes do Tietê
são separados entre si não por elevações sensiveis do terreno, pare-
Erro
cendo ramos de uma cadeia principal, mas por extensas chapadas previste
baixas e razas, que parecem ter formado uma única superfície pla-
na, rasgada aqui e ali por êsses rios, etc. Situada no alto do platô,
a vila de Botucatú não deve ser objetivo de nenhuma das linhas
férreas atuais que se propunha a servir á zona marginal esquerda
do Tietê.
As vilas de Botucatú e de Lençóes serão ligadas á estrada por
meio de ramais”, (apud Gaspar Ricardo Junior —
Do arrendamento
da E. F. Noroeste do Brasu a São Paulo —
pág. 14 —1933).
279 — ADEMAR BENtVOLO
ixjii —
Dvcrvto 2397 d« 10 d« SrlcmSro d«187S:
“Art !• —
O guvSrno fará conatrulr uma ratrada d« fvrro nur j
1
romuntquc o litoral • a caplUl da província de SSo Pedro do Rio i
Graiwle do Sul com aa fronteira* no* ponto* mai* convenlrntc* d* 2
modo que fiquem aatufettoa o* intereaae* comercUU e a* condlcóe* I
'
rttratécica*
Paras I* —
Fica drade )á aberto o crédito d* 400 OOOSOOO para |
u* estudo* e trabalho* preliminare*. que devem proceder a flxaçSo
do traço da estrada e o máximo de aeu cu*to que náo excederá
de 40 0009000
Paras 2* —
A construção será realizada por conta do EsUdo
no todo ou pelo meno* na parte que constituir a linha principal em
relação á defasa da província: podendo o govèrno contrair um em-
préstimo dentro ou fdra do Império até a importância fixada na
forma do parasráfo primeiro á medida qu* a* despesa* da cons.
truçáo o forem exisindo e conceder subvenção quilométrica ou ga-
rantia de Juro até 7%. incluída s que deve a província á compa-
nhia ou companhias com que contratar parte da referida linha
férrea." ^
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 277
so se pensava —
como se fêz na Europa — em aprovei-
tar as estradas e caminhos existentes, para nos mes-
mos serem espalhados os dormentes e colocados os tri-
lhos, idéia que durante muito tempo ainda apareceu em
nossa crônica ferroviária, e que em nosso país era difi-
ADEMAR BENtVOLO
“A companhia na constru-
fica autorizada para,
Técnica
ção da estrada: 1° desvia-la da planta, já aprovada, duvidoca
uma milha inglesa para cada lado; 2° alterar as curvas
uma vez que não tenham urn raio menor de um quarto
de milha; 3° modificar os declives, contanto que não
tenham mais de um em oitenta, não excedendo em
casoalgum uma extensão de duas milhas seguidas.”
{Decreto 1629 de 11 de agosto de 1855) .
O
artigo 8° tratava das condições técnicas, aliás
com bastantes minúcias, e para as rampas dava o má-
ximo de 1 por 45, ou seja pouco mais de 2%, de modo
que “a planta” era apenas a simples indicação da pri-
meira tentativa, e por estes e outros motivos as desin-
leligências começaram a se agravarem Ameaçava Pri- .
(3) —
Capitão de engenheiros, falecido em um desastre de loco- Primeiros
motiva, sendo o primeiro técnico sacrificado em nosso serviço de
técnicos
trens. Morreu também o sub-empreiteiro Isaac Howard; no dia 20
de fevereiro de 1859. (Memória Histórica da Central —
pág. 37). vitimados
íi f
M— ADEMAR BENÉVOLO
'
Das planícies aluvionares de nossas deltas até os mas-
•
siços cristalinos dos sertões, incluem-se todas as idades
"
do planeta, e todas elas têm aparecido nos nossos cor-
:• tes e atêrros, algumas vezes provocando imprevistos e
;
desastres, sempre alheios ás conveniências humanas.
ADEMAR BENtVOLO
(S> — A
nula importante >- • Central da Bahia —
prolonsada
ate o S. Pranciaco. dlapmaava s cooatrueSo da primeira.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 289
I
ADEMAR BENÉVOLO
’
(7) —
Não custa dar aqui uma idéia da terraplenagem da Cen-
tral,na linha antiga da Serra, isto é, antes da duplicação, sem con-
siderar os elementos dos tuiíeis
(8) —
A São Paulo Railway venceu a Serra do Cubatão com
11% e 8% —
antigos e novos planos, em processo funicular. A
Cantagalo, a Terezópolis, a linha de Petrópolis usaram sistemas de
cremalheiras A Paranaguá a Curitiba e Linha Auxiliar da Cen-
.
As gargantas
tral (ex-companhia de Melhoramentos), sobem a serra por simples
aderência, aquela com 3,5 e 3,7%. A linha tronco de Central tem, da serra
ou tinha na época da construção, até 1,8%, mas é de bitola larga, do Mar
ao passo que a Auxiliar é estreita, e venceu o divisor do Paraiba
com teraplenagem muito reduzida, relativamente. Joaquim Murti-
nho dizia, quando ministro: “A Central tem mais obras darte, mas
a Melhoramentos tem mais arte.” Elogio suspeito, de ministro so-
vina.
3M — ADEMAR BENEVOLO
ço —
ob. clt. pág. M)
forma um
conjunto que nos países mais progresistas )à
leria sido apiweitado para uma rede de canais, solu-
ção quase impossível nos estados do centro sul, devido a
rordUhelra marítima, e à serra das Vertentes, e inexe-
quível no nordeste onde os rios não tèm curso perene.
Nos pampas tudo è diferente, e alguns rios foram
feitos para serem ligados uns aos outros. O Jacui, do
Vlamão até receber o Vacacai. corre de oeste para este.
tendo um curso sem grandes curvas e inflexões; 25
(|uilómetros adiante, se encontra a bacia do Iblcui, que
vai até o Uruguai com o mesmo rumo esquemático.
Eles podiam ser ligados por um canal, rasgando-se o
istmo de SanU MarU. única* interrupção do chamado
paralelo aquático".
O ministro Luls Pedreira do Couto Ferraz, dc tanto
piestlgio na monarquia, recomendou a construção des-
te canal, no relatório do Ministério do Império, em
1856.
A E. F. Porto Alegre a Uruguaiana, (10) de perto
(11) —
o engenheiro Francisco Cornélio da Fonseca Lima, que
deu aos nossos trilhos uma longa vida de capacidade e de honesti-
dade profissional, ainda me conta as suas reminiscências de mais
de 40 anos, sobre as inundações conjuntas dos afluentes do Jacui,
principalmente do Vacacai.
4
2M — ADEMAR BENtVOLO
illi —
CaUs UavBMtu aâo w
ftzvram ooin vuAo racionaJ € mi-
rtcirat*. Hlldatoraado d« Araújo Goto <0 San«oinento da Baixada
Pluminoftoa •
pás 1S> acuaa o malrflcto rcauitanto;
4^ —
Ponte do Salto, entre Queluz e Rezende Vão .
6^ —
Ponte de madeira —
E F Santa Isabel do . .
7^ —
Ponte do Desengano Vão total 170, 63m— —
apresentando 11 vãos, sendo 2 de 23.63m. Primeira
ponte construída para ferrovia e rodagem, tem 7,17m
de largura. E. F. Pedro II 1865. —
ga. — Ponte do Paraíso ou da Concórdia — 189 93m .
M E
-
dividido em tres pontes por duas Ilhas, sendo o maior [
. _ _ . . .t '«Lã. í.
m
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 299
rodagem —
a da União e Indústria —
projeto de tre-
liça do mestre Bulhões, em Entre Rios. (13)
O Paraibuna também foi serpenteado pela linha de
Minas, entre Entre-Rios e Palmira. O traçado, para
alcançar a garganta de João Aires e depois procurar
a vertente do rio das Velhas, foi forçado a se desenvolver
no vale apertado daquele rio, atravesando-o várias ve-
zes, e ficouvítima de seus dilúvios anuais.
Mas naprópria Central do Brasil há outro “re-
cord”, este realmente digno de atenção. Para passar
da vertente do Paraíba para a vertente do Tietê, a an-
tiga E. F. São Paulo -Rio de Janeiro se desenvolve
pelo riacho Guararema acima (8 km 424
kms . entre o
e 0 432), eapresenta 31 obras darte de alvenaria, “to-
das de pequena importância, é verdade, mas cujo con-
junto tornou-se notável”. (Paula Pessoa Guia da —
Central do Brasil — pág. 396)
A E F
. . Sul de Pernambuco — prolongamento da
Recife ao S. Francisco, atravessa o rio Pirangi 12 ve-
í zes,por meio de pontes metálicas.
y
Mas a pátria é muito grande, e tem de tudo. A’ Ferrovias
fartura dágua das linhas gaúchas, paulistas, fiumi- do sertão
T ; nenses correspondem no nordeste as caatingas secas,
A' que incendiaram a mente de Euclides da Cunha, cujo
,y gênio vernacular as eternizou para toda a nossa civili-
zação, mesmo que a engenharia algum dia as fertilize
e as torne fecundas para sempre.
Os engenheiros sulistas não fazem idéia do proble-
ma de abastecimento dágua no Rio Grande do Norte,
Foguista 5$000
Maquinista 10^000
1861
Condutor 7$000
<15) —
“Por instruções de 6 de abril de 1865 o ministério da
Agricultura Comércio e Obras Públicas 'mandou proceder a estudos
para composição dos preços de unidade de obras e serviços por
quotas média, de materiais e salários.
Já em 1871 a repartição das Obras Públicas da provincia, hoje
Estado do Rio de Janeiro havia feito muito neste sentido sobre a
distinta direção do finado Dr. Alfredo de Barros e Vasconcelos,
primeiro engenheiro deste nome sobre as ordens do qual tive a
nonra de servir por muitos anos.
A construção das obras desse estado era posta em hasta pú-
Dlica baseada em orçamentos, cujas tarifas de preços compostos
íranqueavam-se aos licitantes com bastante antecedência, e em nos-
sos orçamentos bem poucas verbas figuravam por mera estimativa.
No tocante a movimento de ferras, cuja cubatura era em regra
precedida de sondagens, o Dr. Alfredo de Barros e Vasconcelos, 1865
longe de admitir que o preço de transporte fosse diretamente pro-
porcional à distância, adotava as fórmulas de Endrês com coefi-
cientes deternfinados por meio de observações feitas nos distritos
da repartição.
Com orçamentos organizados seguncto as instruções de 6 de
abril de 1865 o Dr. Alfredo de Barros e Vasconcelos realizou a
'naior parte de seu plano de viação da antiga provincia, constru-
indo estradas de rodagem convergentes á grande linha férrea a —
atual E. F. Central do Brasil —
em um dos túneis da qual, seu
filho,o engenheiro Alfredo de Barros e Vasconcelos véiu morrer
esmagado por um pedra, em 31 de dezembro de 1882.”
(Traçado das estradas de ferro no Brasil —
José Gonçalves
de Oliveira —
2® edição —
pág. 210 —
Casa Vanorden —
São Paulo
— 1912).
’ >
ADEMAR BENtVOLO
V
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 305
’
Carpinteiro . . .
^
4$000
Feitor 3$000 1887
Servente 2$000
OS) —
O sc^saal «upertor tankava da ««gulntr forma. relaU<
vamanla ao ano: S OOOS (ráota da dtviaSoí —
de 3 100| a 1 MOS (aten-
ta da aatacSoí — da 2:4e0S a 3 OOOS (cfaefe de trem) 1 900$ con- —
—
'
dutoraa da tratn): —
da 1 SOOl a I 3001 (aacrnurártoa) O* confa-
raniaa a Magrafiataa ganhavam por dia 3S000.
Para aatudoa a Ubala era a •aguinla;
13 OOOS (arganhalro chefa t ~
S~400S (primeiro anganhairo) —
S (XM (rhafe da taçSo) —
da 4 SOOS a 3 SOOl (anfanhatroe ajudantea —
da 3 (DOS a 3 4000 (rondutorea tScnlroa). O rargo da primeiro ange-
nhalro era da excepcional Importância —
aapâda da chafa de eatado
maior lâcniro
(17) »
A RavtaU do tnaUtuto Polltâantco (Tomo ITl fevereiro —
Prixnelra 1174) publica uma rataçlo da precoa da materlala. de paaaoal a da
tabela de aarvtgea unltáiioa, ralaUvoa aoa anoa de IIOS. 1873 e 1873.
í .-‘1; ..
^INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 307
19M — 1918. 1
l- Em certas épocas a matricula das ferrovias tor- > J
nou-se escassa, e elas mesmo se prejudicaram umas ás
|
^
Ainda náo lemos em livro nenhum a devida refe-
rência ao valor psicológico e socicHógico dos trabalhos '
L
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 309
(21) —
Este trecho da estrada baiana se inaugurou todo em Cuidado
fevereiro de 1863, e a sorte dos trabalhadores britânicos parece ter
preocupado as autoridades de seu país, a julgar pelo seguinte ofício com os
do ministro das Obras Públicas. trabalha-
“Aviso n° 16 de 5 de abril de 1862. dores bri-
Sr. Enviado extraordinário e ministro plenipotenciário do Bra-
sil em Londres :
tânicos
livres de Pernambuco
Os trabalhadores e o mes- —
mo acontecia com
a Bahia, Rio e São Paulo eram —
“homens do ganho”, acostumados a serviços incons-
tantes, tais como aguadeiros, pescadores, tropeiros,
agregados aos sobrados e casas ricas, vendedores am-
(22) —
Todas as informações presentes são de Neville B. Craig
— E. F. Madeira-Mamoré —
1947 —
que historia o grande esforço
norte-americano. Precisamos divulgar a parte dos estudos brasilei-
ros — Comissões Morsing e Pinkas. O relatório do último é raramen-
te conhecido dos nossos técnicos. Estão em pleno vigor Percival
Farquahr e Geraldo Rocha, a quem rogamos que escrevam a história
da construção.
SI4 — ADEMAR BENEVOUO
(25) —
O “Tratado de Petrópolis” solução de graucte sabedoria
pclitica.que evitou á nossa pobre nação lançar-se em urna orienta-
ção imperialista de precedentes funestissimos contra nos (o que. em-
bora pareça incrivel, era defendido por espiritos exaltados), nos en-
tregou o teirritório boliviano chamado Acre, já povoado por bra.si-
leiros, em troca de 2 milhões de esterlinos (pagos em 1305). de pe
quenas áreas de Mato Grosso —
inclusive um porto nc Paraguai O Brasil
—
e da construção da Madeira Mamore, e do seu ramal de Vila Mur- contra
tinho (Brasil) à Vila Bela (Bolivia). Este ramal não foi construido, o domínio
e a importância de sua construção, realmente grande por causa da
ponte sôbre o Mamoré, —
foi destinada, pelo “Tratado de Natal” dos países
(dezembro —
1928), alterado pelo “Protocolo de 25 de novembro de fracos
1937.” para a construção da Brasil —
Bolívia, partindo de Corum-
bá. e hoje em tráfego um grande extensão, em procura do petróleo
de Santa Ci'uz de la Sierra.
¥
Spetzler.
teeiUcs • Urorfnfcv ^
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jii _
dr
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SovUR-r mn «p» c«s***briro dr bS*
SmSiic. »oc«-do INdlU«ik.
cm IMS UBbclhou n» Central • morrau ent
d^t74. quando era ««swihetro chel# na Soroeabaaa.
d*
á»
21 dc ^
oa cMudM do Uacho
apm» adi^irtdaa no wrvtco. Slo d« aua autoria
Paolo-Sdo Roquc. o trviio mala dUlclI. y
Foi «ubatltuido por Jort* Blacli Srorrar. naaddo en» Sant^ n»aa
rU — ADEMAR BENÉVOLO
t V
REBOUÇAS
IRMÃOS
TRES
os
ANDRÉ
COMPANHIA MtXilANA
pas Ml.
«291 *’Aj companhiaa ingicxaa aáo multo exigenlea na execuc&o
de suas empresaa. maa fualo é decUrar a perfelU lealdade no cum-
primento de seua contratoa; é universal a fama da pontualidade
Ingieaa*’ «Leite Ribeiro de Almeida —
op. ctt. —
pxg 491.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 327
... *
ADEMAR BENEVOLO
dia da experiência —
verificar-se se podia suportar três
locomotivas —
apresentou uma depressão que excedeu
dos limites toleráveis, motivo por que recebeu um re-
forço adequado, em 1874.
Na Sobral o engenheiro Josê Privat projetou a
ponte sobre ô Camocim — sistema Linville — com o
vão total de 112m.
Ralorço Algumas (XHites de certas estradas eram reforça-
por— çò— das isoladamente, isto ê. sem acontecer o mesmo ás
d* traç&o outras obras do mesmo trecho, mas em certos casos o
problema tomou o aspecto de plano lógico, e fez-se a
revisão das condições de estabilidade e resistência de
um conjunto de estruturas sujeitas ao mesmo trabalho,
como aconteceu na Paranaguá a Curitiba, e em seguida
a outras linhas da Rede Paraná —
Santa Catarina.
(35).
Também com espirito de conjunto a Oreat Western
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 335
sileiradaquela época.
7 aao« — Tentou-se a aplicação do ar comprimido, porém o
dia • noil* — processo estava na infância, longe de satisfazer:
dc trabalho
"A fraca potência das perfuratrlzes e a deficiente
quantidade de ar proveniente das bombas de compres-
são” (Manoel Figueira —ob. clt. pãg. 471). fizeram
com que o processo mec.«nlco de broquear a rocha não
desse resultado nos túneis da estrada D Pedro II, que
.
cil.37).
Agassis (pág. 83 da sua obra já citada) também
rende sua homenagem ao grande furo e nos dá
uma
que
grande informação das dificuldades construtivas,
demoraram o progresso da obra.
Para facilitar a construção foram abertos 3 põços
verticais, um dos quais conservados para
venUlaçáo do
túnel.
O prime iro Acresce ainda uma circunstância notável, para dar
túnel
alocado uma idéia do arrojo do cometimento: tudo leva a crer
‘v
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 339
Há ainda em
outros trechos 13 túneis, dos quais Primeiro
foi construido em
1878 o de Cachoeira, (com 79,50m), túnel de
proteção
tendo-se primeiramente rasgado o corte, e em seguida
se construido a galeria, para esta receber o material
dos constantes desmoronamentos da região .
—
(38) Osegundo em extensão no Bi-asil, atingindo a cota de
1090m, e fazendo parte de uma rampa batida de 16,200 km. de exten-
são, com a declividade de 3%. Sôbre isto diz um relatorio oficial, de
1913:
—
“O engenheiro chefe do distrito, preocupado com as dificulda-
des que semelhantes condições técnicas apresentam ao serviço re-
gular de transporte, tem procurado ver si não seria possivel uma
mudança de traçado, e depois de ter percorrido algumas vezes de-
moradamente a zona, convenceu-se que a solução única é justamen-
te a que foi dada.
O vale do ribeirão Passa Vinte parece, não há dúvida, que com-
portaria um desenvolvimento maior do que o existente, mas o do
ribeirão Passa Quatro e tão estreito, atormentado e cheio de aciden-
tes, que realmente fica a convicção de que o explorador aproveitou
tudo quanto a natureza oferecia.
Além de apresentar semelhante perfil, tão inconveniente para
a tração acontece que o extenso túnel do divisor de aguas é, como Umtúnel
acima descreví, todo em rampa de o que parece um erro imper-
,
jja Manti-
doavel de técnica.
O tunel, além de apresentar uma secção transversal muito aca- queira
nhada, e sempre húmido e tem dous logares onde chove constante-
mente. pelo que a aderência se acha fatalmente diminuída. Assim,
sempre que a composição dos trens é feita para o tipo de resistência
correspondente a rampa de 3, acontece as locomotivas patinarem
no interior do tunel, com imenso perigo para a saúde dos passagei-
ros e do pessoal do trem.
O sábio legislador, que confecionou o regulamento de 26 de
abril de 1857, para segurança, policia e conservação das estradas
de ferro, parece ter escrito exatamente para este trecho da Rêde
Sul Mineira o art. 93:
“O govêrno terá sempre o direito de exigir cauções especiais
para as fortes rampas e longos subterrâneos.” Julgo que para
tornar menos oneroso o preço do transporte e acabar definitiva-
mente com este imenso inconveniente, decorrente da existência do
túnel em rampa de 3%, a providência a tomar é proceder a eletri-
ficação do trecho de linha compreendido entre Cruzeiro e Passa
Quatro. Este serviço pode ser feito com aproveitamento da grande
cachoeira do Rio Verde, a qual fica distante cerca de 10 quilômetros
da estação de Passa Quatrò e tem capacidade para mais de 1.800
cavalos-vapor, conforme medição a que se procedeu.”
Na revolução de 1930 o notável engenheiro Antônio Noguei-
ra Penido, cujos benefícios estão espalhados pela Noroeste. Mogia-
na, Sorocabana e Sul Mineira, dirigia a última, tendo pedido exo-
^
neíação por não ter querido obstruir este túnel.
“Eu sou engenheiro para construir túneis, e não para des-
trui-los.”
. ;
344 —
vestido.
Na Leopoldlna informa Picanço (obra citada —
pág. 328) a existência de 2 túneis, um no Km. 210
com 200m e outro no Km. 213. no ramal do Sumidou-
ro. com 125m —
rocha viva.
DoU Na E. F. UnÜo Mineira (hoje ramal da Sentaria
Bigu*- da Leopoldlna) estavam projetados um túnel e um via-
soquM duto. ambos evitados por um sigue-zague Já desapare- {
lista.
No trecho Mmretes-Borda do Campo, da linha de
j
I
da Bahia • SanfArra — ftri inaugurado em 1873 um túnel de 65m
^
Pernambuco
‘
Progride a exeavaçáo do túnel de Mapele que deve
ter cerca de 630 pés. Está aberta uma galeria inferior i
O
grande interese por nossas terras coloniais era
0 páu para os botâ-
brasil (para os tupis ibirapitanga,
nicos “caesalpina brasiliensis ou echinata”) cujo “ha-
bitat” se dilatava por grandes regiões da nossa terra —
»i — ADEMAR BENSVOLO
1
f quase somente emnossa terra —
acompanhando sem-
pre o estendendo pouco para os sertões,
litoral, e se
•43» —
*PonU rn rharpvnt IV — DcpuU un crrUin nombrr
({'nnéM on coMtrutt «n Amrrli|ue dn ponU rn charprntr d’apré«
un jratétnr tout dlffrrrnlr. lU onl 4t4 tmaslnés pour falrr franchtr
uz chrmlna dr frr d«a rour* d'c«u ronzldrrabln. On Irt nommr
ponU rn trrUlasr. p«rcr rn ont rfrctivrmrnt rasprct*'. (Son-
Primazia nrt — DicUoonalrr dca MaUirinatkiucs ApJtquérs).
os traUças
CnUrUnto VtrrrndrrI (Cours dr SUbillté drs Constructlons
— vol. in páf. «•) rrvriodlca para um aru paliido —
o msrnhn-
ro brisa NruviUr — a primazia da Idéia, pota rm ISM aplicou o
mramo aiatrma dr Urliça na Bélflca r na Auatrla; pontra mrUlicaa
para catradaa dr frrro. Em aua obra Laa Chemina dr Err rn Amr-
rtqur «Parla —Dunod — IBM» E. Lavoinr e E. Portzrn citam
uma pontr Howr conatrutda rm IS40 noa B. U. «pés. 117 —
1 * vol ».
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 3Õ5
(44) —
“Essa ponte, que está em via de execução e liga o bairro
de Santo Antônio ao da Bõa Vista, foi projetada pelo engenheiro
F. Pereira Passos, agente do govêrno em Londres, e contratada
por Watson & Smith”. Três vãos de 48,40 metros. A Exposição de
Obras Públicas, 1875, catálogo organizado por Ewbanck da Câmara.
SM — ADEMAR BENtVOLO
Artes (1806) Em
1796 patenteava-se nos Estados Uni-
.
(47) —
Pelo Relatório de Borthwick, sabemos que ainda em
1853, no Recife, “a pedra empregada na construção das casas vem
de Portugal”. Os grandes blocos de cantaria para o cais do Re-
cife (1910) vieram da Noruega, em navios veleiros, cujo frete era
baratissimo, mesmo porque muitas vezes precisavam de lastro para
vir buscar o nosso assucar. Os paralelepipedos da mesma cidade vie-
ram da Áustria, pelo mesmo processo, já neste século. Não ad-
mira portanto que ha um século viesse pedra de Lisboa para o Re-
cife, que não dispunha de pedreira servida por bôa estrada.
“E’ pois evidente a dificuldade da obra em relação á despêsá Time is
e em relação também ao tempo, em muitos casos.-equivalente a di-
nheiro”. “Time is money”. Eis uma lição que até hoje não apren- money
demos dos ingleses... graças a Deus. Parece até que se tem dado
o inverso. Depois de longa permanência no Brasil os inglêses já
são menos escravos do relógio, e já chegam atrazados aos compro-
missos . .
1
ADEMAR BENtVOLO
#
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
já vimos.
Ü
IKTRODUÇAO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
'
decretos de conceasio e nas leis gerais, porém geralmezi;
te elas náo eram aplicadas.
A prinMira Com a primeira concessão da Central do Brasil,
mnhn em 1840. houee a primeira multa ferroviária, paga
pelo seu concessionário —
Thcanas Cochrane —
por
náo começado a construção dentro do praxo mar-
ter i
1
dal na concorrência efetxiada em 20 de outubro de
1852. Desta resultou que náo foi de Cochrane a melhor
proposU para um privilégio com garantia de Juros, de
modo que para continuar Interessado no negócio, ele foi
obrigado a optar pelo contrato antigo, sem garantia de
Juros. Entretanto, tal náo aconteceu, porque o minis-
tro Sérgio de Macedo, nosso representante em Londres,
exorbitando das atribuições qtte recebera para organizar
uma companhia para construir a futura estrada, con-
tratou diretamente, com Bd^ard Price, em nome do
govémo brasileiro, a construçáo do trecho Rio-Belém
(61.075 km).
Cochrane declarou-se lesado e protestou, tudo se
acomodando com uma escritura de cessáo.
e transaçáo do privilégio, recebendo o inglês a
tinda de £ 30.000, reduzidas a 281:8101000 (cambio
njS),
r
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIARL^
V
I
r4 — ADEMAR BENtVOLO
Parasua»-
*’^**Çlearto a provinela e maU aeioniataa da companhia
^ laaotoa de toda e qualquer reaponaabUldade
po^So
para co«n oa credo-
‘
r«a. A proeincla e oa demala artoniata*
companhia, entrando cada um cora a quantia
(Lei proeindal de 27
• nrando M«im preencbldaa aa auaa açôet
.
de junho de 1873)
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 377
—
pior que a roubalheira da emprêsa concessio-
nária —
Inconcebível
é a atitude do govêrno provincial:
“Ainda um gemido, e tratando deste grande assunto será o
último
- .
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 387
Disia o acordSo
borda do técnico^ —
que “em casos semelhantes os pro-
prietários fossem obrigados a pagar cada um, uma
quarta parte das despesas de obras ás suas propriedades
tão evidentemente vantajosas”, (pág. 192 Estrada —
Recife-Olinda) .
francésas. (4).
Vauthler — francês e socialista — assim pensava,
mas no Brasil a engrenagem nas mios
politlca estava
dos grandes faaendelros e senhores de engenho, e estes
nâo iam faser leis acima de sua mentalidade e contrá-
ria aos seus Interesses. (5).
Hoje a nossa mentalidade oficial é a mesma, onm
s agravante do mundo moderno ter entrado definitiva-
mente na estrada larga do socialismo. Há mais ou me-
nos um decênio o govémo federal saneou a Balxads
Fluminense, nâo com taxas cobradas em seus terrenos
OQ em áreas que seriam beneficiadas para aquele ser-
viço, mas sim com os Impostos gerais da naçfto. A
despesa foi multo avultada, e a valoilsaçâo das pro-
priedades a mais elevada entre as que resultaram de
obras rurais. O govêmo podia ter ficado com grande
parte da área dos terrenos, coroo contribuição dos pro-
prietários beneficiados, mas tal nâo fes. contentando-se
coro o lucro indireto do melhoramento, que é natural-
mente moroso e depende ainda de despesas de conserva-
ção. que nâo sâo pequenas.
De modo que a mentalidade da administração pú-
blica brasileira —
em pleno domínio das democracias
socialistas —
estava mais atrasada atê agora, que o
(S) —
Os âocmss soctslisU» ssUvsm ssndo propsfsdos «m Per-
nambuco pala rovtsU **0 Proemso*' (IS4S-1S46). radlflda por An-
tSiilo Psdro da Plswircdo. Existo uma colacio desta reeista na
b^
vetto. Combatia o latifúndio, m
Bibliotoca Pública de Pernambuco, e ainda a lemos com pro-
bo)e é multo mais acentuado na
tona aasucaretra. Sua presaçAo daee ter InHuldo para a reeotta
de ISM —
a pralclni
ÍNTRODÜÇãO a HIStóRIA FERROVIÁRIA
t
M-A ADEMAR BENEVOLO
lA
liL..
ADEMAR BEKtVOLO
A terra —
íoi até agora feita, a distribuição das terras. E’ evidente que, sobre-
tudo onde não existe nobreza, é do interesse do Estado que haja
nas fortunas a menor desigualdade possivel. No Brasil nada have- títulode<
ria de mais fácil do que enriquecer çerta quantidade de familias.
Era preciso que se distribuísse, gratuitamente, e por pequenos
nobreza
lotes, esta imensa extensão de terras visinhas á capital, e que ainda
estava por se conhecer quando chegou o rei. Que se fez, pelo
contrário? Retalhou-se o solo pelo sistema das sesmarias, conces-
sões que só se podiam obter depois de muitas formalidades e a pro-
pósito das quais era necessário pagar o titulo expedido.
O rico, conhecedor do andamento dos negócios, este tinha pro-
tetores e podia fazer bons favores; pedia-as para cada membro de
sua familia e assim alcançava imensa extensão de terras. Alguns
indivíduos faziam dos pedidos de sesmarias verdadeira especulação.
Começavam um arroteamento no terreno concedido, plantavam
um pouco, construíam uma casinhola, vendiam em seguida a ses-
maria, e obtinham outra”.
(Segunda Viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São
Paulo —Brasiliana —
pág. 38).
Passado muito mais de um século sôbre “a injustiça e a inép-
cia”, conhecidos os seus efeitos e malefícios sôbre a pobreza da
terra e a miséria do povo, a nossa geração não tem autoridade moral
para dizer nada, esperando covardemente que a reforma agrária
surja do desmembramento .naturalmente moroso das grandes pro-
priedades —regimem latifundiário criado para as necessidades do
Brasil-Çolônia, obedecendo ás normas do direita clássico,, .direito
.
• Si —
'‘D‘urtrr p«rt. U o’m( powiblc d'Mquerir ptr prctcrip.
>
,LÍ-
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
de cinco —
um pelo juiz e dois a dois pelos interessados
— não podiam recusar a perícia, sob pena de prisão
até 8 dias e multa até 50$000, quantia há um século
equiparada ao seu valor ouro. Esta disposição draco-
niana demonstra melhor que as outras o cuidado da
côrte em torno do estabelecimento dos nossos trilhos,
e nos faz respirar uma atmosfera de idoneidade judi-
ciária. Hoje só há um caso de perícia compulsória —
no crime.
—
Em prosseguimento o problema continuava evo-
luindo e preocupando autoridades e interessados —o
Primeiro Congresso de Estradas de Ferro do Brasil,
reunido em 1882, ventila a questão, e conclui apresen-
tando várias sugestões para a reforma do regulamento
de 1855, das quais duas eram as mais importantes: fixar
40t-A ADEMAR BENKVOLO I
(10) —Se não fosse esta lei de 1903, a nossa capital não pode-
ria ter recebido do Ministério da Viação e da Prefeitura tamanhos
melhoramentos em um quatriênio; Avenida Beira Mar, Avenida Rio
Branco (obra de Frontin), Avenida do Cais do Porto (Rodrigues
Alves), Avenida Lauro Muller, Avenida Mem de Sá (atravessando
os terrenos do antigo Morro do Senado, cujo material foi aproveitado
no Cais do Porto e no aterro da atual estação de Mauá, antiga Praia
Formosa), Avenida Passos, Rua Camerino, Rua Amapá, Avenida
Gomes Freire, Avenida Henriques Valadares, Iniciou-se o alarga-
mento das seguintes ruas: Assembléia, Carioca, Visconde do Rio
Branco, Frei Caneca e Salvador de Sá, (estas cinco ruas alargadas
para 17 metros); Rua Lai'ga de São Joaquim (atual Avenida Flo-
riano Peixoto, alargada para 25 metros); ruas Uruguaiana, do Acre,
de SanfAna. Conseguiu-se o recuo de muitos prédios para regular
alinhamento das ruas onde estas medissem menos de 17 metros:
Ouvidor, Conselheiro Saraiva, São Bento, General Pedra, Santa
Luzia, Catete, Marquês de Abrantes, Senador Vergueiro, Bento
Lisboa, Riachuelo, Conde de Bomfim, Mariz e Barros, Estácio de
Sá, São Francisco Xavier, Barão de Mesquita. (Raimundo de Ataide
— Pereira Passos, pág. 300).
Fez-se o Jardim da Glória e muitos melhoramentos nos subúr-
bios. Estabeleceu-se a iluminação elétrica e progrediu muito a ele-
trificação dos bondes. Abriu-se o Túnel do Leme.
A lei, considerada revolucionária como toda a lei nova, foi ad-
ministrativamente interpretada por alguns engenheiros apressados:
Lauro Muller, Frontin, Bicalho, Passos, e é possivel que não fosse
bem tratada em todos os casos. Passos agiu como verdadeiro dita-
dor, mandando derrubar prédios e prédios sem a menor formalidade,
e depois regularizando a situação de direito. Várias casas comer-
ciais do centro urbano foram destelhadas pelos operários da Pre-
feitura, altas horas da noite, causando o fato grande escandalo.
40»-A ADEMAR BENtVOLO
«IXi »
o prtvtUcw» ào mtmtr* Trawlr* Samrm d*cr«to 10 432.
d* i d» nomnbro òc IMS — IM o úlUmo da monarquia, r Incluía
a “fnwio gratuita d* Urrvooa drvelutoa * narlonata e bem agaun oa
cwnpreendldaa naa aaamartaa » poaava. rmeto aa IndenUacÃra qua
forem d« dlrvito**. am uma aooa d« largura mAiüma «de 18 km.
ao Urnao de toda a Unha. ou iie)a a áraa fabuloaa d* 18 km x
rrt km X 1 MS 300 bretare*. pola quaae toda a tona entre Itarard e
Marreüno Raraoa era deaerta. Uma dtapnalçfto abnirda declarava*
que o ranceartonSrlo aó perdia tal diretto, ae pa w a me 90 anoa arm
•e utiluar da tala doacAea
Em 34 de fevereiro de IMI a conatiUiicSo republicana determina
que aa terraa devolutaa ficavam tranafVridaa para o domínio doa
evtadoa. o que provocou mala tarde uma queatio judicial, pois %'á-
rlaa alienacdea eetaduala Invadiram aa glebas anteriormenU cedidas
à empreea ferrovlárta iParecer do consultor geral da Republica —
Rodrigo OtSvk) —
Boletim do M V. O. P. — janeiro a Junho—
IfIZi.
Um aéculo
113) _
O deputado Damaao Rocha (relator geral da Comu-
tào E^wcial de Imigracdo. ColonisacSo e NaIuraluacSo nos Idfonna
d« bniqraçno que entre 1831 e 1883 o Brasil recebeu 4 431.000 Imigrantes. am«'
do de 00 milhdea o toCaf mundial Porooa o quarto pala em número
de imutrantea recebidoa iRcvlsU do Serviço Públioo — nov.
des*. — 1047.
INTRODUÇÃO*A HISTÓRIA FERROVIÁRIA 409-A
•'vy-ç
/ViTí,^
d» —O
pratfcioauroo d« Alvet Branco durou d« 18SS a ISU •
tacuiiou. ómuo
doa limitca poaaivcta áa McvMidadaa do maio, um
Moior »vr1o loduatnal apractával. ruja maior raprcaaSo íol o «tUibHai.*
m«oU> da Ponta d'AraUi. onda aa falwtcavam duranta mulloa anoa
ocontocl-
encaoboa da aaaucar. moandas. caldalraa. tubo da encanamanto da
BMnlo do áfua (abaataclmanto dágua do Rio da Janalrui, clllndrca, rnganboa
época: da aarrar. gulndaiaaa. moiioatao. Uiboa da gaa. pontaa. vaporaa. Cha-
gou a lar mil opárárioa. Muitaa pontaa rodo a íerrovlárlaa.
Foi o maior aatabalacimanto do Império, tando aaido da >uaa
PoBta oficinoa muiloa doa oavioa com qua fliamoa a Cuarra do Paraguai:
«TAioia. Apa. Fluminanaa, Paraanaa, Padro II. Racila. Jauni a multoa va-
pôraa marrantaa. antra élaa o Marquaa da Olinda, aprlaionádo
por Solaoo Lopax. Ao todo 73 navioa am II anoa.
Foi prajudlcana pala poUtiaa da iaancio alfaridagária para ma-
c.ul niam< ia a vapor, oavioa a vapor, navioa a wia. politica qua cul-
roitMMi coro na tarifáa Farrax (ISSOi.
(Klamantoa tiradoa do Mauá, da Albarto da Faria — capitulo
VD). *
(4) —
Joaquim Murtinho, no seu notável relatório de 1897, como
ministro da Indústria, era também favorável a uma política eclética.
A sua fórmula “produzir barato aquilo que só podemos importar Sonhos de
caro, e importar barato aquilo que só podemos produzir caro”, só
podia ser obedecida, efetivamente, sem a existência de uma orienta-
um homem
ção aduaneira sistemática. E’ extranhável um espírito tão objetivo prática
acreditar em semelhante possibilidade, em um país vasto, com-
plexo e de formação heterogênea como o nosso.
(•> —
Depois <S« iusttficar geiiendUocio 4u franquUt para
todos Mesuadas da pátria, passa a citar o absurdo das laxas atn vigor
naquela data. citando exemplos da Companhia PauUsu. exemplos
que provam o sraode aperfeiçoamamo de seus serviços Já na-
quela época —
IMS.
Dormentes metálicas na importância de 2ae:S49d4ao <em nú-
mero de SO mill, pagavam de entrada na alfândega 204:84Sd4aO. ou
Orgulko Ve% aábre o custo do material. Para aa locorootivaa a taxa era
de M%. para carroa Pulman 48%. Para vagdes de aco. com a lo-
taçSo de 42 toneladas a porcentagem era ainda maior — Sl.
Sendo da competdncta do govémo central a dispensa de impoa-
toa alfandcgártoa. a6 a oMinham as estradas de concessão nacionaL
ficando exduidas as de origem provincial. Como um dos atributos
de uma linha nacional era servir a duas províncias, segue-se que
era estrada nacional a de Bananal (Rio c 8. Paulo — 7Ê km).
Além dtaao houve e xcecòea. como o caso da União Valcoctana.
de cones m>u federat apesar de estar toda incluída na provinda
fluminense, c que gouva das franquias aduaneiras. Outra difi-
culdade a aa raaolver era a das estradas provinciais, que ti nha m
alguns trechos de privilégio federair Mogiana. Sorocabsna.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
(Si —
r> a H» w
tacsB M
é|>oca —
• Mtrada D. Pedro 11 rn
Cr«nd« racola torrovlérta br«âil«ira. • dt mus cscrttdiioa. (sbinetss
oOrinas « mIm técnicBS Mlun com m
Mporss d« cavslslro os eng»-
nbstros (ornada* pela Ksrols Central, depois d# sdqutrldo o tirod-
aio profisaioaal anflrlenle para o desempenho integral do oficio.
Recebiam o banho toatral da esperièocla em uma época de rtvalidad*
cora a Grt Bretanha jt levavam para as estradas onde iam traba-
lhar esta sinal dos tempo* Era Idglco que M
voltassem para a
influénda dos tWadns Unidos —os roesUea da Central eram em
grande parU deau origem —
* isao explica talvcx por qiM em al-
gumas impiaaaa o aaaterial redante da Bsidwin aparecia em ni>
penoiidade.
•6» —
Paulo d* Andrade MarUns Costa -> Anau da 4* coo-
vençio nacional de engenheiros. O problema da energia no Brasil.
Porto Alegre —
1M7.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 407
(11) —
SoSrv • convmlSncia da Irnha como combustível o
grande UcalCD loTOvlárM WUaon Coélbo de Souu esgotou o as-
sunto. em pubUencAes espedalUadas. Na sua tese ‘Combustível'*,
defendida no Coogreaso de Engenharia e LeglslacSo Ferroviárias
(Campinas —
USS) êlc nos ensina:
ai —
controle local de preco. fbmecttnento e qualidade;* b) —
Dso da Unka nSo estar sa)etto a cásnblo: e> — poasiblUdade de reduair o número
de tonetadas-qunònirtrns ao transporte pela acertada determlnacfe
DO BraiU... dos pontos de rscebtaaento; d) — maior duragio das fornalhas das
locomotteas; e) —
maior duragio das pinturas de todo o material
—
da estrada: f) —
amla fSeU de cootrotor o consumo: g) cria ri-
r
CONDIÇÃO NONA
(3).
Era êste o estado social e mental de Pernambuco
— com os poderosos, com os senhores de engenho con-
tra os melhoramentos públicos — quando os gêmeos
De Mornay obtiveram o privilégio de ligar o São Fran-
(2) —
Além de servirem de títulos de crédito, de servirem A moeda
de dinheiro, os escravos foram empregados como moeda; Silveira da
Mota, da tribuna do senado, em 17 de maio de 1861, falando sôbre humana
o êxodo dos escravos do norte para o sul, refere-se ao fato de muitos
senhores viajarem fazendo-se acompanhar de muitos de seus escra-
vos, para lhes servirem de moeda, no pagamento de despesas e na
realização de negócios. (Wanderley Pinho —
Cotegipe e o seu
tempo —
pág. 360).
(4) —
No Album de Rugendas ha 99 gravuras, das quais 15 so-
bre os índios e a paisagem. Das 84 restantes em 72 aparecem os
negros. O homem branco aparece divertindo-se ou dirigindo, mas
não produzindo trabalho próprio.
4M — ADEMAR RENtVCUX)
nham tal em
tão alto gráu, elas também
preconceito
estavam minadas pelo regimem de expldrar o braço ne-
gro. motivo por que a sua Ilustração em nada serviu
MO progresso e á dignidade de nossa história social.
Alguns intelectuais foram propagandistas do abolicio-
nismo. mas nada Indica que, como "classe", houvesse a
maioria dos intelectuais feito alguma coisa de eficiência
declara
tS) —
Tudo Indka quo houvo corroYo* do tncrrcimrnto técnico
bm oconluado Nu notu btaarAflcu quo ocomponhom o "Diário
de André RoboucM". lémoo no ono dc ISSS Ipég 2S4):
VELOSO
FERRURA
PENA
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 417
de Araújo Gois —
O Saneamento da Baixada Flumi-
nense —
1939 pág. 16) —
Ampliando um conceito de Antonil, podemos di-
2 er: Os escravos foram as mãos e os pés do Brasil —
produção e transporte
Portanto não nos iludamos. Não houve escravos
maquinistas, escravos guarda-freios, escravos foguistas,
simplesmente para haver mais braços nas plantações
de cana e de café. Simplesmente para não prejudicar
a lavoura todo poderosa. Uma única circunstancia in-
fluiu para tal proibição, imposta pela primeira vez ás
ferrovias pela lei 26 de junho de 1852: a abolição do
tráfico africano, conseguida finalmente pela Lei Eusé-
bio de Queiroz, em 1850, sendo a cláusula que comen-
ADEMAR BENÉVOLO
CoBoan •
era uma esperança e nio um presidio —
e no magma
formador da raça nascente os elementos místicos e afe-
nõo d«Qr«da.
tivos começam a ser equilibrados pelas gentes de Ini-
ciativa e de raciocínio. Embora em nosso espírito cris-
tão o conceito de superioridade de raça não tenha guari-
da. e o consideremos pessoalmente um crime de lesa-
pátria, claro está que uma nação, cuja autonomia se
firmava no século industrial da máquina a vapor, teria
assim maiores resistências e maior fôrça para salva-
guardar o património étnico comum, herança sagra-
da de todos 08 sangues.
Econômicamente valorizou da noite para o dia
toda a escravatura e. libertando de chofre todo o imen-
4
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 419
même au dessous.
colas:
(10) —
Deixando de parte aqui a discussão se o nosso escravo
era bem ou mal tratado lembramos que nosso clima era o mais
próximo do seu “habitat”. Havia a ocorrência simultânea de vários
vegetais, inclusive a bananeira (cuja reprodução depende do es-
forço humano) fato citado como uma prova da existência da Atlán-
tida. A palmeira “dendê” (elais guineensis) talvez seja hoje mais
abundante na Bahia do que na sua origem e a alimentação é um
dos mais fortes caracteres dos povos. Em nossos climas o es-
cravo também não alterou a sua indumentária —
quase nudez — Uma nova
do Bio para o norte, outra sensivel aproximação da pátria distante. AMca.
foi novo ele-
A existência das linguas gerais nagô (Bahia) e bantús,
mento para tornar mais suportável o cativeiro no Brasil. A escra-
vidão aqui foi mais demorada porém menos intensa, pois em verdade
os negros foram “menos escravos”, isto é, foram
menos contraria-
dos em seus hábitos, em seus instintos, em sua vida de relaçao.
Menos sentiam o degredo, a falta da lingua, a diferença do clima.
naturep.
Os africanos naturalizaram-se brasileiros pelas leis da leis físi-
das
A ausência do preconceito de côr sublimou o processo
mestiçagem dos filhos foi um degrau ascendente na
hierar-
cas, e a
quia do exílio.
«2 — ADCMAB BCNtVOLO
As Tias ‘
comboios'*, exti^mdo uma grande quantidade de ne-
IsTrsQs gros e de animais, (13) um grande dispêndio para obter
atrasaram a
oboUçâo.
um resultado muito caro. a ponto do transporte de uma
arroba-lêgua custar quatro seses mais barato no
trem. Nos estados do norte esta economia n&o foi
( 13) .
(ISi —
lU c»bn d* Ktdd«T • FUrUlMrr —
O Bnitil e o* bna(>
UtTM —aprvndvoKM qum aaualoMtiU rèpora d* ISSSi rh»cav«m
a Saiitaa SOO tSO muUa bm tropML e qu* dá a anédla da SSB ani-
eaau por dU uUI —
MS diaa por aae Como a coUiatu do rafé * da
caaa dura pourpa lai wa é (actl Imaginar o movimooto ostraordi-
nárto da aarra de Cubatáo a«n tal parlado, quando drviaro paaaar mil
aounaia em rada aaotldo por dU
(tSi —
CfiallafM» OMont. am teu utllMalmo — O
ruturo daa
XMradaa da Farre no Braall —
capltalo V — (IMS) noa Informa’
"Ttt aqui um cálrule modarado do tranaporta acn tropaa. baaaado
ju
«m da doa fn r n a rtdoi por f a dal roa Uuatradoa a aspartantaa;
iuroa da lt*S da • SflSSWe ampragodo em 4S haalai ar-
—
Cotcfip* •smantou Stcwto punlnSo ca orcivtra* m-
Urwovtnetaa tlM». CatrarBOi ne Rio atia conUr o> rrmcUdflS
Bora 8 Paulo UOM «ntra 1«0 • IM4 (Tavaraa B aatnat; 36000 en^
000
\te» • IMt íSUwrtra Sa MoUi; SO 000 ootre IS*S * lOOS. •ooSo JO
Se Coará «Alowar Aranpot —
Uéóim 3 000 Muitoa vieram para m
feiraa Se Sorocaba, para Mrrm barganhaSoa por beaUt
«W. Pi-
nbo » ob ctt >.
de) —
Em São Paulo, no fim da monarquia, o escravagismo dos
grandes senhores estava tão radicado, que havia entre os membros
do partido republicano alguns fazendeiros -- poucos é verdade —
defensores da permanência do regimem servil depois da proclama-
ção da Republica. Raul Pompéia fulminou-os com a sua crítica de
vitriolo
II’* 438 —
ro “Pedro
ADEMAR BENtVOLO
P-.—
O brolMro "Quaro )* • «Oocou a coroa na cabecA laxando a pior barcanha da
hrltórta. Troeoo a adoleacancia por um trono que )á ara aau. pu-
lando da pubarSada para a maioridade política, tujaito a wportv
o . Pvdro n •
Orgcniaação
federal, mas perdeu
aos poucos a importância, apesar
UdmrtA de se ter batido a favor do govèmo de Floriano,
Introdução a história ferroviária — 437
DM*
IMS — S*nU»-JuatfMl
1ST4 — SMta»-Jua4M4 '«XO W*®-
( 4) —
No 0CNM«D do nooao «éculo radtotolosrario entpolsou o«
osptrttoo proswtitoi. t ot coovencóoo • dccáaSM Intornocionato )á
conMsrs^ foram introduxldoi em noen IcflilocSo. pdo decreto
rStt. de I de feverctro de 1911. aprovando um rc«uUinento a tea-
petto
MaU uma nota: —
a primeira demoostracSo de televisio. ootre
nda. foi em 3 de Juniw de 939 (Tetzeira de Oliveira Dicioná-—
rio de datar hMdrica».
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 449
O telegrafista —
ou manipulando o Morse, ou a-
certando a ligação de sua bateria, ou ativando o seu
“relais”, deve ter parecido às gentes simples das aldeias
um verdadeiro cientista, capaz do milagre de conversar
com pessoas moradoras a muitas léguas de distância.
Na sua condição de “técnico” era olhado com mais ad- A feitiçaria
do processo
miração que o agente embora coubesse a este a
local,
hierarquia das estações. Se ainda hoje, nas pequenas lo-
calidades onde existem estações ferroviárias, estes ele-
mentos gozam de uma autoridade que passa muito além
das cercas das estradas, é claro que no início de nossas
estradas o seu prestígio e influência nos hábitos da
terra devem
ter sido enormes, verdadeiros modeladores
de opiniões e de costumes. “Foi o telegrafista quem
disse”. assim falou Zaratrusta.
. .
**Art. lo —
As linhas telegráficas no Império pei
tencem ao dominio do Estado, e sáo destinadas ao ser-
viço da administração pública e dos particulares.** Se-
guem-se outros dispositivos regulando a fiscalixaçáo
dos telégrafos ferroviários, pela Diretoria Oeral dos Te-
legráfos. O congresso ferroviário de 1882 protestou
contra o fato.
a companhias particulares —
influisse também no âni-
mo dos legisladores, pelo menos para demonstração que
iá havia precedentes com resultados positivos, justifi-
cando a viabilidade de telégrafos fóra da rêde nacional
do Império. (6)
(6) —
O Ceará possuía uma rêde de 722 km, incorporados em
1900 às linhas federais, e no mesmo ano S. Paulo entrega suas li-
nhas —da capital à fronteira paranaense. O
Rio Grande do Sul
tinha 1 000 km. também mais tarde centralizados. Foi bem um
pois assim a rêde tomou os característicos de plano geral, ficando
com matericl e condições uniformes de trabalho.
4^2 — ADEMAR BENtVOLO
(7) —
Pruntuvamrnt» oã aparrlbos eram muito compUcadoa.
coMUnúo da um diaro com aa 25 Idraa. cada qual correapoadendo
a um alamanto cMtrtco difcrmtc. do que rcaultavam várloa circuitoa.
t vArtoa floa para uma única Unha talesrAflca. Moraa Inventou o
alfabeto coa ee nclooal de Unhas e de pontoa, cauaadoa pelas interrup-
cSes da correnlc. e flxadoa na ÍIU pròpna simultaneamente ao mo-
vunento do maninuiador.
A Unha telesráfica paaaou a ter dois fioa. mas em 1S3S Stelnheii.
obaenrando as consequências da ruptura acidental de um dos fioa.
chegou a cooclusAo que um fio aó era suficleote. pola o solo fechava
o circuito.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 453
go 14 :
—
Em todos os países do mundo é fato geralmente Origem do
conhecido —
os correios só tomaram grande desenvol- sêlo postal
propriedade mixU —
coroo várias estradas france-
sas. cuja construção era feiU pelos cofres públicos, e
a superstrutura e o tráfego corriam por conta das com-
panhias. (1)
fll -
R««U. ctmdKéw • UdíSo «
fíSSLÍIJSI
O Wto <to Mô» fo* p«to prto swéroo. • •
otelswM •« Uáfrgo • * eon»*nr«<*o
, mUnt*. otels«M
« mairnal rwUnU.
UitfM M
irwUlKêM-
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
(3) _
Devia ser medida adotada vários anos antes, pois o Dr.
Cochrane a solicitou para a sua malograda Rio-São Paulo, obtendo
parecer favorável do Conselho de Estado em 30 de dezembro de
1848, embora o legislativo não efetuasse a concessão da garantia,
segundo nos informa o operoso mestre conselheiro Manuel da Cunha
Galvão, em sua fecunda “Noticia sobre as estradas de ferro do
Brasil” (1869)
pouco. \ I
n-i
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
(5) São muito raros os rios com nomes religiosos. Uma exce-
O nome certo é Rio de São Francisco, como Geraldo Rocha
intitulou seu expressivo livro de amôr filial. Havendo vários ção — um rio
santos com tal nome, convem elucidar como relativo ao grande rio o canoriizado
São Francisco das Chagas, São Francisco de Assis, São Francisco
da Pobreza, a segunda encarnação do Cristo. O rio copiou as virtudes
do padroeiro —
útil, magnânimo, paciente, alegre, sofredor e uni-
versal .
ADEMAR BENEVOLO
do 5% —
taxa mais elevada que a dos nossos emprés-
timos, e já consagrada pelo nosso excelente crédito na-
quela praça —
e, repentinamente, os seus apresenta-
(7) —
Os capitalistas naturalmente achavam graça no aumento
de uma taxa considerada suficiente, mas aderiram logo à idéia,
e o proprio ministro Sérgio de Macedo teve de colaborar no absurdo,
em correspondência relativa ao privilégio Cochrane (futura D. Pe-
dro II)
“Em ofício de 23 de outubro de 1854 o senhor conselheiro Sér-
gio fez ver que os concessionários e contratados, depois que viram
os planos dos snrs. Warings e Austin, acham que a estrada de ferro
é de uma impraticabilidade comercial, e que não será possível levá-
la a efeito sem lhe garantir 2% mais, como fizeram as províncias da
Bahia e Pernambuco.” (Manuel da Cunha Galvão —
Noticia sobre
as estradas de ferro do Brasil — 1869). ,
470 — ADKMAR BENtVOLO
Ui d« 1873 — bro), cujo artigo primeiro declara que a lel de 1852 fi-
orig*m da cava assim alterada:
bitola
métrica
A garantia a máxima seria de 7%, ^
empresas cujo
plano Inicial provasse que a exploração comercial alcan-
çaria 4% de renda liquida;
só seriam beneficiadas as linhas ligando os centros
de produção e os de exportação;
cada província aó podia ter uma estrada garantida;
a soma do capital garantido em todo o Império
não excederia de cem mil contos de réis;
o prazo de garantia de Juros era de 30 anos.
Em resumo: A taxa de garantia continuava a mes-
ma, sendo estendida js estradas que tivessem interesse*
provincial, e o prazo de garantia —
esU foi flnancel
ramente a maior diferença —
seria limitada a 30 anos,
não abrangendo portanto todo o prazo do privilégio,
como acontecia com a lei de 1852,
SubvoDçào A nova lel previa outra modalidade de auxilio a —
quilométrica subvenção quilométrica, até 20% do orçamento apro-
vado (dec. regulamentador 5561, de 28 de fevereiro de
1874—-art. 15). (8)
Crockatt de Sá —
no Congresso de Engenharia e
Indústria de 1900 chama a lei de 1873 de “lei fatal”.
Engenharia do Rio —
Fev^ 1901 Teve a desaprovação
.
1873.
477 — AOCMAR BENCVOLO
****
T V**' Jura* * amorUsaçSo reranlKda Ottoni
panvti ao iorériM tonar dlnhrlra «mpaãftaòo. «mitruir
a 11-
a pas»r rm pouco maia da SO anoa o ruato tout podando
^try r o trálaso í ínàúMti» particular. Prafrria porém a
^ farantla
"** • P^livwdada particular da ampraaa. paU “coo-
vanioncia da reunir por mato da acéaa aa doa particulara
para ampraaaa da uUlldada pdbllca. da oacionaliiar
a daaatnrohrar e
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
473
Road de Nazaré —
Brazilian Central Bahia Ry. Co. —
Comn, E- F. Bahia e Minas Comp. da E. F. Santa —
Izabel do Rio Preto — Comp. E. F. Carangola —
Comp. E. F. Rezende — Comp. E. F. Leo-
e Areias
poldina —-The Minas and Rio Ry. Co. — Comp. E. F.
Juiz de Fora a Piau — Comp. E. F. Oeste de Minas —
The Minas Central Ry Co — The S Paulo Ry Co —
. . . . .
... 1.
f
ADEMAR BENÉVOLO
(12) —
No fim da monarquia atingimos 9.500 (média anual
257 km —
1852 a 1889), em terrenos mais acidentados que os percor-
ridos pelas linhas do período republicano. Tal quilometragem nao
pode ser usada como analogia com o progresso de outros países, mas
sim considerada dentro de nossa realidade, onde ela foi naquele
período histórico a mais elevada afirmação da nossa força, repre-
sentando sosinha um valor maior do que todos os outros empreen-
dimentos industriais do país, excetuados os estabelecimentos da
indústria agrícola.
— AOCMAR BENÉVOLO
L-
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 477
(Iti —
Kra rxiSMlo um ralnimo úc (nuducAo. • «to* d*
MM» ranlMprliMnto o rngciJto menor fm o de Pedra H. Waketi
ensenheüu mecânico, rm Ceará Mirim, no Rio Grande do Norte
•00 Umelada». a garantui era totore JOO rantoa Idee SieS de 10
dè
marco de ISTSi
RoauiU Oa conceaaiooâtUM eram obrigadoa a ac aaaoclarem aoa planta-
«•o»** locala. e alsuni até a cvnatruirtm vlaa férrraa a vapor ou de
pd Todo* >«
• •
if^cAo animal, ligando as propriedades interessadas na indúatria.
ab«tlM ao Qs mai> conhecidos engenhos centrais (oram o de Quiasamam
na baixada do Pataiba do Sul. que rociatruiu o primeiro ramal
público
induArlaJ de nosaa terra, e o de Piracicaba, cuja linha (érrea de.
poa de prolongada até o porto de Joâo Alfredo, é boje um ramal
oa Sorocabana Em Pernambuco umbém duas Unhas particulares
pt.ra o apucar foram incorporadas, por compra, á rede
da Creat
Vtestern' o ramal de Barreiras e o de CortSa.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 48á
^ , i. ... ... V.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIaRIA - 485
O
cronista da instalação de nossa indústria ferro-
viária não gosta, ás vezes, dfe tocar em certos pontos,
porque é possível que o leitor (no terreno das possibili-
dades admite-se ter um deles acompanhado o livro até
esta página), por ironia ou interesse, pergunte ao au-
tor: Qual a sua opinião a respeito? A resposta não se-
ria fácil se estudássemos isoladamente apenas um caso
As primeiras linhas foram mal estudadas, excetuada a
mais difícil, devido ao cuidado de Mauá, a Santos-
Jundiaí.
O custo da vida deve ter encarecido, durante o pe-
Invasão do
ríodo da construção, e a mão de obra local aumentou proletário
logo de valor, pela invasão de centenas ou milhares de estrangeiro
operários nacionais e estrangeiros, — gente de padrão
de vida muito mais elevado que a gente da terra, e tudo
isso era no sentido de tornar o orçamento insuficiente .
DA)
COUTINHO
MARTINS
SILVA
rama*
M
Primeiro wcamrnto de um« (errovu bruilelra e. ronte<|uente>
mente, noticia do prtnteiro proteto' *a carta levantada pelo enge*
rJieiro Taulota - NOTA — Sio le traU da atual E F C B
Sobre a Indlcacio "para lenha e carvAo", ao lado do teitder, leia*
ae o que comta na condtçAo S3 deate livro,
Na época aa locomotivaa ad queimavam coqua. Eate documento
foi extraído do Uvro Oula da E P. C. B. iPauIa Pcmda —pág Ml
que arrota um erro rra data • de ntaie e nio 7.
O orçamento é pouco compreenalvel por adotar termoa fora
do tiao.
Já *e fex a obaervacio aue a crtrada ae dcatinava ao tran^rie
dr café. e no "pruapecto" trio aparecem vagda para tal carga, em-
bora aparecem vagdea para ptanoa. imetraoa vonimcâ . .
(5) —
Pelo decreto .5000, de 3 de .iulho de 1872, se fixam em
£ 75 e £ 50 os preços quilométricos de estudos ferroviários apro-
veitados e de linhas fluviais próprias para a navegação nos estudos
a cargo da Publics Works Corporation, para a ligação das bacias
do S. Francisco e do Tocantins; os mesmos preços foram (no dia 17
do mesmo mês) estabelecidas para a ligação Curitiba-Mato Grosso, c
para o estudo de vários rios da região.
(6) — A
Questão Christie e a guerra do Paraguai têm pa- um
rentêsco comum; o desconhecimento do amor próprio dos mais fra-
cos. Quinze mezes depois de sofrermos os desacatos da esquadra
britânica, bloqueiando a Guanabara e aprisionando navios brasilei-
ros, nossa esquadra bombardeia o litorâl do Uruguai, porque em
uma guerra civil, entre “blancos” e “colorados”, nossas fronteiras
foram atravessadas várias vezes —
com prejuizos matei-iais pe- —
los esquadrões beligei-antes, aliás infestados de muitas “lanças” rio-
grandenses. Era o costume dos pampas...
Certamente Solano Lopez não foi sincero ao declarar a guerra,
para defender a autonomia do govêrno de Aguirre. mas o Brasil
devia ter tido maior conciência de sua dôr. tão recente, para não
repetir um pecado sem grandeza.
AOCMAR BCNtVOLO
U’
^ rrtwoiou 0m wumbre é» tSM. • foram á (a-
AMbiUo
a wííLÍL*'*" a Ltma ioa* Alvaa Souto a
rua*. Monitmaro a ouUaa omos nneno-
• -
Porcrousam S* ltquMa<So foram raapattira-
»% 2 mU
«le. IS mtl cwiloa a 'li?' Maua, Mar Cra«or a Como. («nloa a
»
aacaoou
.*** ***• ^ .
•S*
hhim f
*
oram
BmafirUndo
cruati
^inaada
qtia ainda aobrtvtvam tra-
Leopoldina 40:236S000
• OMte óe MinAA (bttoU de 0 76) . 22:6276640
Rio— in** 91:1436546
Pamuguâ — CunutMi 104:1186175
Teresa CrtsUna 46:8546125
Rio Orande a Bage 48' 1976374
“Forfait” —
On appelle marché à forfait (de “forum factum”,,
prix fait) celui par lequel un entrepeneur s’engage à faire un tra-
vail determiné moyennant un prix fixé en bloc à Favance, tout me-
surage ou décompte est donc inutile pendant le cours comme a la fin
des travaux”.
Estes contratos em glôbo tem sido adotados poucas vezes; a
prova de que não são muito convenientes, é que a iniciativa parU'
cular só os adota nos raros casos não suscetiveis de dúvidas e im-
previstos na construção.
V
y ^
ADEMAR BENÉVOLO
“Alt. 1® —
Designam-se sob o nome de “tarefas”
pequenas empreitadas concedidas a titulo precário, sem
concorrência pública, a grupo de operários e a cons-
trutores de obras, com a denominaçio de tarefeiros.
U-
vremente escolhidos pelo diretor da estrada”.
Era a melhor soluçáo para proteger os pobres ”cas-
sacos", tantas vexes explorados por empreiteiros
sem
conciéneia. Entretanto só podia dar certo tal sistema
democrático, se cada estrada contasse rigorosamente
com as verbas anuais votadas para a sua construçio. e
M 1 M .
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 493
(11) —
Na União e Indústria foi também inicialmente adotado
o sistema de pequenas tarefas, mas foi abandonado por não dar bons
resultados, conforme consta de um trecho do relatório do engenheiro
chefe Antonio Maria de Oliveira Bulhões. (Vide “A União e In-
dústria” de Filúvio Rodrigues. Anexo aos Anais do VI Congresso
de Estradas de Rodagem).
St.
I
ADEMAR BC3(CVOtX>
(13) —
A companhia tinha elementos de prol a seu favôr, in-
clusive o Marquês de Olinda —possuidor de muitas ações. Cris-
tiano Ottoni —
o boquirroto —
fala: “Ministro, ou conselheiro de
Estado, ou personagem influente, S. Excia. é o perpétuo protetor
desta companhia (Esboço histórico das estradas de ferro do Brasil—
— —
.
Vk. ^V<^'
'
•ii ,
CONDIÇÃO VIGÉSIMA
DE 8% 1
DE 9% 1 1/2
DE 10% 2
DE 11% 2 1/2
DE 12% 3
a emprêsa.
CONDIÇÃO VIGÉSIMA SEGUNDA
-DlKAVrC o raiVILCtílO A ( OMrANHlA TER-
mCRA 0« rRKCOS l>E TRANSrORTE DR MERCA-
DORIAS E PAASACEIRUS KEGCNDO I TABEL \
QCE O GO\'SRNO. DE ACORDO tOM ELA. ORGANI-
ZARA. C'ONrORME AK SEGCLSTES BASES:
* aaracnla
—
Ruiuro Vlacotid* àa Bom RoUro. Foi graiMl* • otU o
•ru portodo. na origm 6» noanu ferrovias. SSe de eua respooia-
otildadn aa cooccaaAaa da Bahia ao SSo fraaciaoo. da Pedru IL da
'aatoa-Juodiai Duae fraiMle* leis Umbén foram a ss inada s por elo:
a de policia e securança (que visorou de 107 a ItS) e a Id de
deaapropriaçSo de terrenos e prédios para obras públicas (1S55 —
ISIS». O gabinete era chefiado pelo Marquês de Paraná —
o ga-
bineie de coocUlsçéo
453)
—
Em 7 de novembro de 1857 mais uma prioridade Alicerces do
para a E. F. Recife ao São Francisco é aprovada — edifício
a nossa primeira “Tabela dos preços de passageiros e fre- taaiíório
(6^ —
Continua aqui uma injus.iça de lonaa duração. -A tarifa de
pasageiros era mais elevada que a da Central: 800. 600 e 300 réis
iwr légua contra 600, 400 e 200 réis —
para as três classes. As duas
linhas estavam então (a Pedro 11 não tinha sido resgatada) stijei-
tas ao regimem da lei 641 —
garantia de juros, em igualdade de
condições.
seguinte
A X 15kg X 6600m =- lOOOkg x lOOOm ou A = 10,1
Os pés
do Brasil O sistematinha o inconveniente da extrema frag-
mentação da carga, mas aqueles r^qucnas uniíadej,
disciplinadas pelo hábito de toda a vida, estavam per-
felUmente de acôrdo com as condições das tonas a per-
correr. Podendo ser dez ou clncoenu. não cumulavam
despesas desnecessárias. RegeiUvam as cargas incomo-
das e combinavam todos os preços, e todos os modos de
pagamento: a vista, no destino, no regresso, a prazo,
a dinheiro, em permuta de aluguel de pasto ou em bar-
çanha de animais ou escravos. A mobilidade do proces-
so n&o obedecia nem é ‘*via permanente”, substituída
no inverno pelas variantes improvisadas, contornando
os atoleiros.
(10) — “Os engenhos do worte eram pela maior parte pobres ex.
plorações industriais, existiam apenas para a conservação do estado
do senhor, cuja importância e posição avaliava-se pelo número de
seus escravos”. (Joaquim Nabuco — Minha Formação — pág. 186).
Eusébio de Queiroz, em célebre discurso pronunciado na Câmara
dos Deputados em 16 de junho de 1852, focalizou o excesso de escra-
vos na lavoura como uma necessidade das colheitas. O seu depoi-
mento é valioso, principalmente por ter sido apresentado pouco de-
pois da extinção do tráfico, quando surgiam as ferrovias.
“Em um país tão fértil como o nosso é sábido que o número de
braços necessários para o plantio exige um número sempre maior A colheita
para a colheita; daí resulta que qualquer que seja o número de
exige a
braços de que disponha o fazenrdeiro para plantar, a sua colheita
sempre exige maior número de braços. Aconteceu, pois, que, dentro maior quan-
de pouco tempo, esse grande abastecimento de braços, que nos tidade de
últimos tempos tinham sido introduzidos, já era insuficiente para
as necessidades da colheita; então, o tráfico, na falta de braços
braços
livres, achou grande incentivo; os nossos lavradores procuravam,
com avidês, a compra de escravos, e, por consequência, os especula-
dores eram levados, pelo desejo de grandes lucros, para o comér-
cio ilícito.” (apud Evaristo de Morais —A escravidão pfricana no
Brasil — pág. 59)
.
ADEMAR BENÉVOLO
Antonio Prado —
como verdadeiro agricultor, co- Kcmeir. ao
nhecedor das gentes dos campos —
deu a esse problema leme
uma orientação prática e compreensiva, oficiando aos
diretores e aos engenheiros fiscais no sentido de toma-
rem todas as providências para diminuir a concorrên-
cia — abaixamento de tarifas, diminuição de trens de
passageiros, economia de pessoal e do custeio em geral,
entendimento direto com os exportadores, e até mesmo
com os proprietários de tropas que dispuzessem de al-
gum recurso — Época — 1888.
( 12 ).
Falemos agora das despesas do custeio ferroviáno,
relatlvamente elevadas para o Uáíego existente.
8e o problema era este — substituir um meio de
transporte por outro meio de transporte, devia-se o mais
posslTel deixar a luta aparecer com os característicos de
cada »m exigindo do novo processo o mínimo de con-
.
Dunst* riS)
• nrita te
— * McrmadM (UfvlM M
muarM ÒMiMrwUm.
v«h« o “comboto bumano." CuA igmáo» peU mUérU. «s-
WfiM caravana da bomana mafroa. contamporSnaoa doa mllafraa
da alatfictdada. rwtvando uma época tio racuada na biatória. qua
e canção da geou aa eoodót aoa unatma-loa. um a um. amaldicoa-
docL acooBpanbando paiao a paaao aa maâ aombraa da aacravoa. pro
)atadaa p^aol das aacaa ao toago doa camtnhoa
Ba o quadro, pintado por um tvdtogo
liams 1917)
As primeiras palavras são claras: o modo rústico
de se fazer o tráfego —
the crudities of operating —
estava de acordo com o primitivismo da nova técnica
de transporte O maquinista e o foguista abandonavam
.
O patilotiaino
Jundiai) nasceram com a obrigação de serem Iguais ^
Iniantil dos melhores da Europa.
broailslros O
contraste é expressivo: havia mais exigência no
pais sem elementos naturais para as ferrovias, do qué
naqueles onde o ferro e o carvão eram abundantes, e
onde havia maior concentração de cargas.
O resultado da luta brasileira (ntre as estradas
caras, e encarecidas pelas exigências,com o meio tradi-
cional de transportes —
baseado na escravidão e nos
preccmcettos do melo, era quase previsível. Empataram,
c ficaram teimando um ao lado do outro, um somando
os prejuisos e o outro talvez desconhecendo^.
Certamente as estradas particulares tinham maior
instinto de conservação, e mesmo no melo das exigên-
cias legais podiam achar defesas para seu interesse, mas
quase todas elas gozavam de garantia de j jros e vabiam
que em caso nenhum receberiam mais qr.e os 7'^^ da
lei. (IS).
Foram sendo encampadas e transformadas em em-
presas oficiais, como se o Brasil tivesse um govémo dc
doutrina socialista No norte salvou-se apenas a Recife
.
i
SM — ADEMAR BENEVOLO
Era já o contágio —
a praga —
o último estado do Luta com
malefício aos transportes. superiori-
*'4^
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Primriri-i Primeiro Congresso <Us Estradas db Ferro do
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OOogrvMo do assunto ser discutido por Pe-
Brasil (1882), depois
d» «nqMÜia
X reira Passos. Mek) Barreto. Miguel Bumier, Paulo de
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INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 529
Aktnl . . u 4 XS 7 M 4.70
AiSodSo .. i« 3 40 U 00 7.05
CourM . . in 3 M IS 33 3 00
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 531
Tartios
Al/m de ter chamada a atenqio para a necessida-
riataoKiti- de de se definirem, com todo o cuidado, as diversas ex-
piessôes relativas ao custo do transporte tecnologia—
que condus a equívocos quando náo aplicado com acer-
te (17) propos uma nova numeração para as bases-pa-
drílo, de modo que a simples indlcaçáo oa base
Já es-,
clarece o valOT da tonelada -quilómetro. Já estariam
Incluidas as taxas satélites das *'raiôes” tarifárias, de-
pois de convenientemente expressas em peso. para a
de/kla homogenixaçáo de valores.
Tudo Isso hoje em dia se transformou em lei. fe-
lixmente.
Entre as taxas anligamente anexadas ao frete to- g
tal estavao imposto inter-estadual. uma das anomalias
c> nossa organlxaçáo. que as duas últimas constituições
náo mais permitiram, e que destruia a vantagem do
Brasil ser uma confederação.
—
A tm plw oommrUtun i»o«(n m poaalbàiidad* da coo*
fUiSo —o cuMo do trsnaporte pode »r. Industrial. induatriaJ units-
pvctal uniUrio. capaclaL mMio fvrai d* exploração, mé-
parrtuâ.
dio (eral InUl. parcial mddio feral Parece uma família que tem
vártoa IrmSoa féawoiw que oa extraaboa nio díaltnfuem una doa
outrm
0*
De
S a ISO
101 a 200
km
km ....
— w <io-a»
N <ia— 1)
— um
== SN
Baae 10
.. 100
y I
^ criado
foi para subfUtuir o antigo
náo. Tal imposto
imposto de barreira
cu pedágio, esutuido nas estradas
de rodagem pers
fazer face a sua mstalaçio
e conserva, e era assim
iruíto lógico, porque fazia os
próprios beneficiados pa-
garem o beneficio recebido.
<íu*ndo curglrmin as tmovlaa o
problema conti-
nuou com a mesma lógica; a remuneração
do capital
do primeiro estabelecimento e o
custeio das linhas de-
vendo ser pagos pelos fregueses
de cada estrada, fo-
ram previstos por uma
das parcelas dq frete. Em Fran-
ça o regulamento geral de concessões*
de 1859 (“le ca-
hier des charges’ ) determinava
:
•^cle 42 ~
Pour indemniser la Compagnie des
Modm DO
Ibo do pomo'!!! no Rto o nMSlm do -te,-
laniro
r^toMlo poro m
bonàn cariocw.
*” ® «nmdr tribuno das mams
A* frmu- dc srandr mulUdSo
—
»»'>rno a vtoMneia da polurta « a ado!
• dianu* da forca. Como
^^«ortSadaa. mudandor^**y***”
dr oarvoer. mandasarm rmtaérkM
pow c^tinuar a sua marcha. Lopes TrovAo dcu-lhcs para o
a
&ntmi>u ( S dr janairo dc ISTii. c Saraiva,
submdo ao pode^atn»
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
“Art. 11 —
E’ vedado aos estados como à União;
ria consagrada como direito substantivo, canonizada
mentos: I
BRASIL
Mídm r Rto 10.000 5 000 —
—
Paran* ....
Bahia —
.
S. Pct>.
• .
..
. f 000
S 000
s 000
S.MO • —
—
—
.
—
.
S. P. R 7.300 a.700
E. r
Conda d‘Eu
Rmíp
C. B
a Limoeiro .. ..
7.000
0 SOO
0 000
z.soo
4.
s SOO
soo —
—
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 537
“Art. 18 — No
transporte dos seguintes objetos poderá fazer a
companhia uma redução até 30% mediante ajuste prévio, todas as
vezes que se tratar de transporte diário, ou regular, ou de trans-
porte extraordinário de quantidades tais que encham uma reparti-
ção inteira de um carro apropriado, a saber: capim, cal ou pedra
calcárea, tijolo, telha, garapas ou melaços, estrume, madeiras de
construção, lenha, ferro, carvão, máquinas e instrumentos agrí-
colas” .
O R. G. T. de 1925 —
devia ser R. F. (regulamento de ferro) — Ajustes
perdeu força com a revolução de 1930, e hoje se fazem ajustes com
todas as mercadorias, para enfrentar a concorrência rodoviária, que de fretes
devia ter sido prevista em data tão moderna, çrincipalmente diante
do exemplo estrangeiro contemporâneo.
-r
V-. .. .
.
-
538 — ADEMAR BENtVOLO
e pois
Ainda o custa efetivo varia de ano a ano;
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 539
ai,
ADEMAK BENÉVOLO
—
P*lo R««uUroenU> G«»í do» TramporU» d» 1»2S íR
C, T. portoria de 25 de marco do Ministério da VlaçSo) as defi-
Biçâe» sáo as •egulnte»
FERROVIÁRIA
DO
NORDESTE
1M2
COMISSÃO
GEOCHAEICA
GEOLÓGICA
DE
PAULO
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 543
(1) —Pela lei inglesa de 9 agosto 1944 (art. 1°) os fretes seriam
revistos em períodos de 21 anos. e reduzidos na ocorrência de divi-
dendos superiores a 10%, em três anos consecutivos de cada pe-
ríodo; não compreendemos a preferência por tão longo prazo, o
mesmo também fixado para possibilitar o resgate das concessões
ferroviárias (art. 2®).
ADEMAR BENEVOLO
1 :
•
SE O GOVÊRXO ENTENDER I)E CONVENIÊN-
CIA PÜBLIC A EFETCAR O RESGATEDA CONCES-
SÃO DO CAMINHO DE FERRO, O PODERÁ FAZER
MEDIANTE PRÉVIA INDENIZAÇÃO DA COMPA
NHIA, QI E SERA REGI LADA DA MANEIRA SE-
GUINTE :
(1) —
A União e Indústria e a Pedro II nas mãos do govêrno
fizeram uma concorrência de morte á linha de Mauá. Este reagiu,
escrevendo da Europa a seus amigos . —
Arranquem os trilhos
Vendam em hasta pública! Mas depois infelizmente — recuou. —
Foi o único gesto que faltou a sua gloria.
Se a cena do leilão dos moveis de Mauá —
depois da falência
— descrita nas páginas sugestivas de Alberto de Faria, ainda hoje
nos enche de comoção .e até mesmo de um sentimento de remorso
retrospectivo —
como se pudéssemos ser responsáveis pelas injusti-
ças das gerações passadas —
imaginai bem os trilhos, os vagões, as
locomotivas da nossa primeira ferrovia passando, um a um, pelo pre-
gão do leiloeiro, como ferro velho. como escória de nosso pro-
. .
gresso...
— Quem dá mais pela locomotiva “Baronesa”? . .
.
Quem dá
mais ? . .
AUEMAR BKNEVOLO
I
ADEMAR BENEVOIX)
4S> _
7<a primeira guerra mundial ilSH-ItIS» o govémo
doa
Vntéoê amuaúu a dlrecSo de todaa aa ferrorlaa. duranU a
permanéBda do pato na luta. por moUvoa MtratAslcaa. maa depou
volUram aa eatradaa k aituacAo aotertoe a rcapeito de UI rmerttnda
tranacrevemoa um trecho de um diacurao pronunciado pelo preel-
dento Uardlns. em ISU. em Kanaat City ; » ^ .
da filosofia . .
P*
gresso Nacional. Não produziu nenhum efeito, tendo
Crockati de Sá .diretor da Central apresentado uma
proposta de arrendamento em nome do pessoal da es-
*1t has lons been known In Braail that the Federal rallwart
are bclng worked lo the great diaadvantage both of the public
and of lhe State; the expenaca are out of all proportion to the ear-
Binga. and the accomodatlon affordod to the public Icavca much to
he deatred In conseq uence of thla. a laar aras patsed In December.
18BS. authorlotns the Government to Icase most of the Federal
railwajra. and In April. IMS. the Central Rallarax of Pernambuco
aras Icased to Dr. Pires Ferreira for síxtj yeara."
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 555
—
C7i Para a Pvdro II houve outras cociuc^ <1« venda e dc ar-
rendamento Em laSS Carneiro de Campos, para enfrentar as des*
pesas da suerra do Paracuai. pcnmva em vender. «Renato Men-
donça — ob. cit. pés ani. Em ISM proposta de arrendamenfi por
parte da Uniéo o Indéstrta (pretensão e ácua benu...), que um
lostio antes féra salva da (alérteta por um resgate generoso. Em
18T3 duas propostas de grande mérito: Mauá e CrisUano Ottool. Fo-
ram receitadas, e taivex se per de sse uma oportunidade única de
termos bons exemplos de administração privada, em uma casa
grande. útU e conhecida de todos.
Em ItTV. para mneor o melo financeiro <tlnham-ae emitido 38
mil contos — na grande seca nordestina— pelo decreto 6882, de
abnl im>. Joaquim Nabuco bate>sc pelo arrendamento, apoiado
por Buarque de Macedo e contrariado por Ouro Preto (Obras Pú-
blicas e Fazendal.
Em 1883— 13 de Junho— mais um malogrado **proJeto para a
conversio de papel naocda. mediante arrendamento da E. F. D.
Pedro 11." Como um dos interessados o nome de Hugh Wilson —
acaso conhecido dos transportes dc Alagóas. Bahia. Paraiba e Sanu
Catarina (E. F. Pedro D.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 557
“3° —
A companhia receberá do govêrno uma
soma em fundos públicos que dê igual rendimento, des-
contadas quaisquer quantias resultantes da garantia
do juro que por ventura a companhia deva ainda, e as
de amortização que possa ter recebido por consenti-
mento do govêrno, ou que haja de receber na ocasião.”
A cláusula está muito mal redigida, principalmen-
te na parte final, e isto daria lugar a dúvidas e discus-
sões entre os técnicos da época principalmente no con-
gresso de engenharia de 1900.
Como o privilégio assegurava pela cláusula 16 (de-
SM — ADEMAR BENtVOLO
(9) — Foram estudados 747 km. de via férrea, em terreno pés- Os mais
simo. e também cinco ancoradouros, para escolha do porto inicial da extensos
estrada. A importância destes estudos foi muito cara, quase igual
ao capital garantido, —
custo total —
das linhas em tráfego da Ala- estudos
goas Railway (88 km1 e da Great Western (96 km), respectivamen- do Brasil
te de £ 512.260 e £ 562.500.
Claro está que além dos estudos houve despesas com a orga-
nização da companhia e seu custeio.; pois a emprêsa viveu desde
1873 (quando teve autorização para funcionar no Brasil), até 1890
O Império considerou caduca a concessão (decreto 3842 de 13 de
janeiro de 1886), que a Republica ressuscitou nos primeiros meses
de sua vida.
Parece-nos que a caducidade não foi uma medida justa, (le-
varam mais de três anos para descobrirem que os estudos eram
precários), mas também não pode ser elogiada a avaliação exa-
gerada que o govêrno republicano adotou e pagou. Mas a oportuni-
dade era boa para o novo regimem demonstrar que mantinha de pé
os compromissos da monarquia, e para se aproximar dos cofres
da finança inglêsa.
583 — ADEMAR BENÉVOLO
—
(10) Sôbi'e questões relativas ao resgate encontra-se no Bole-
tim da Inspetoria Federal das Estradas (out.. dez. 1940) um grande
estudo sôbre “Avaliação das linhas fén-eas reversíveis estaduais da
Leopoldina Railway”, infelizmente sem designar os nomes de seus
autores. Lémos nêsse e.studo. relatório de uma comissão nomeada
pelo Ministério da Viação, o seguinte :
ordinários .
(Taunay
pág. 267)
Na historia de nossa terrahouve alguns resgates Os resgates
notáveis. O da Capitania da Bahia, uma
primeiro foi o históricos
(D —
“Art. 23 —
A menos de 50 bragas de distância de cada
um dos carris exteriores da estrada de ferro ninguém poderá depo-
sitar matérias inflamáveis ,nem construir casas cobertas de sapé,
folhas de palmeiras, casca de pau ou de qualquer substância in-
flamável.”
“Art. 91 —
A velocidade dos carros será diminuida 300 braças
antes de qualquer cruzamento ao nivel. ou de qualquer ponto de
parar, por forma cpie o comboio possa parar completamente antes
de chegar a qualquer dos dois pontos, se assim exigirem as cir-
cunstâncias .
O
exagero deste “complexo do horário” (deixem
passar expressão moderna em um livro de velha-
uma
rias) chegou a tomar aspectos antipáticos, e a nosso ver
anti-democráticos e ilegais.
a ameaça de demtsaio.
A náo ser em regulamentos militares, nunca se viu
tanto rigor para simples faltas funcionais, e nada nos
indica que as leis do Império permitissem tal homena-
L«t punindo gem à regularidade do tráfego ferroviário. Os maqui-
oo aúMró- nistas e fogulstas náo eram soldados, náo Juravam ban-
deira. mas ficaram
obrigados àquela sujeição draco-
niana pelo artigo é** do ultimo decreto citado:
“A administração da estrada fica obrigada nos con-
tratos que fixer d‘ora em diante com os maquinistas ou
foguistas. a inserir as disposições do artigo 100 do re-
gulamento de 28 de abril de 1857, assim ccano as do
que ora baixam aprovados, a fim de que tais emprega-
dos não possam em tempo algiim alegar a ignorância
que o JusUfique". (3)
Não foi a única vez que se deu js empresas das
nossas ferrovias unia prerrogativa fóra do bom senso
Jurídico. O niesmo regulamento de policia e segurança
de 1857 determinava :
**Art .32 —
As estradas de ferro e suas dependèn-
dèncias asamaladas na planta náo serio sujeitas á po- .
Ucia municipal.
V, *,
O governo imperial as fará uupecionar e punir as
infrações pelos meios definidos neste regulamento.
Art. 33 —
Todas as pessoas e veículos que entra-
rem nas estações ou pátios, ou em qualquer ponto dos
«S) —
TMtMS uma oovtd«W: niacu«n Mbia qu« ot operártoa
UI modo. (rrrovtArta* daqu«l« tmpo Malnavam contrato com ai cniiprcaas. a
oSo wr que oa rootratoa cotnccaaacm com tal exlséncla dUdpUnar e
linalamim aaotenta da niaama poia draconhacomoa quataquer dta-
I
Do serem
fato das nossas primeiras linhas férreas
emprêsas estrangeiras, resultou, por assim dizer, o
aiheiamento político do seu pessoal, por largo espaço
de tempo, envolvendo todo o período monárquico.
Na Republica a politicagem se infiltrou na Central
(4) —
Entre os primeiros agentes de estações da Sorocabana te-
mos: Henrique Mulleumeister (São Paulo). Henrique Morgenroth
(Baruerí), José Amzallak (S. Roque). O chefe do tráfego era
Frank José Speers —
1875 (Antonio Gaspar —
obra citada pág. —
182.
O dec. 1759. de 26 abril 1856 —a
concessão da Santos Jundiaí —
diz. no art. 38, que os guardas das estações e das linhas devem “ser
cidadãos brasileiros”, e “ficarão sujeitos á inspeção das autoridades
locais.”
571 — ADEMAR BENtVObO
1857 ~ ill —
N«tn reforna da l«t rtn ItZZ. a rma o plano d* vtacSo
1SS3 da ISM tratam do amunto O plano dabatido no conframo —I9SI r-
cocriga a lacuna, naando a faixa de IS mrtroa como miniino, para
cado lado
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 577
e caminhos de ferro”
A nossa Escola Central era o com/plemento de cur-
sos começados na Escola Militar, e assim os diplomados
em engenharia civil eram oficiais do Exército, muitos
dos quais abandonaram a farda ou se reformaram, de-
(1) —
Até 1374 —
data da fundação da Escola Politécnica do
Rio de Janeiro —hoje Escola Nacional de Engenharia —
êste en-
ensino tinha passado por várias fases, que sumariamos a seguir :
12» —
RcIacSo om praCnror» ám E«coU C«nlral trfunòo a rc-
—
O» r^om (viunrnta apr<r/ado peio decrrio 21tS Sc I março 1*SS Diretor
brieaiclro Aiitò.uo Joaquim Sc Soucol CaUdrátlcoa —Curao ma-
icmáUco Ors. Inhctt Sa Cunha CalvAo. Joaé Joaquim Sa Cunha.
Jot* Marta Sa Silva Paranhoa iRlo Branco) Joaquim Gomaa Sc
Snura —
CMnclat fialcaa e nahirala — Dn. Joaé Joaquim Sc Oh-
\-eifC. CanSiSo AzevcSo CouUnho Guilherme Schuch Sc Capanema
— CÚrao Se «ciscnharia civil —
Dra. UatMid MUit&o Sc Vila Nova
• RkaiSo Joaé Come* Jardim —Opoettivoa Interno* —
Bacharel* Anlònto Sc ArauJo Feirelra Jacobina. Frandaco Cario*
aa Lut. Miguel Antuoio Sa Siiva. JoSe Martlna Sa Silva Couttnbo.
rranrlaoo Prhno Se Souxa Aguiar. Agoatinho Vítor Se Borja
Caalro. Manuel Monteuo Se Barro* e EptíSnIo CanSISo Sc Soma
Pitanga. Acrcditamc* que "opoalUvo*" foaacm m «ubatituto* ou
MClstentc* Gome* Sc Souxa foi um génio em matemática.
A Politécnica Sc Rio t*v* ué* grande* mectm na cátedra de
eatrada*' Paula Freitaa. Sampaio Correia. Jerunlmo Monteiro. Caa-
par Ricardo (Séo Paulo) e neurr da Rocha (Ouro Preto» ininia-
traram curto* multo fecundo* ao* aeu* aluno*.
-_r:A
Introdução a história ferroviária — 583
*v'5
'X
'
y".
MS — ADUIAR BENíVOLO
. . .
son.
E F CAXIAS — Emilio Gurgembre
. .
(5) —
Os primeiros empreiteiros —
Public Works Construction
Co. de Londres —
enviaram 25 engenheiros, dos quais só recolhe-
mos o nome de Leanthom Ross.
590— ADEMAR BFJ4CVOLO
(7) —
Estes três nomes merecem especial destaque. Carlos Al-
berto Morsing — talvêz o mais conhecido ferroviário do Império
— cuja atividade se efetuou em muitas ferrovias, tendo trabalhado
desde a Madeira-Mamoré até nossa fronteira com o Uruguai. Diplo-
mouse nos Estados Unidos; ficou lembrado pelo “Prêmio Morsing”,
(destinado ás distinções na cadeira de estradas da Politécnica do
Rio), e pelo clinômetro Morsing, grande transferidor com um fio
a prumo, tão conhecido de nossos secionistas, (naturalizouse brasi-
i7A» —
Burlon —• Mmprr bom obmrvador —
dii «n ISSi: O i
oprfSrV» que v«m pars o Brmil como mineiro, carpinteiro ou
fer- 1
••podo
energia de um deles — José Slmeáo — passou á hlstó- 1
J
!ia
: I 9
^Os serriços désae distinto e denodado oficial foram J
(12) —
A Engenharia — Memória no Livro do Centenário do
Descobrimento do Brasil — (vol. 3® — pag. 10) Rio — 1902.
(13) —
Entre nós a influência fi’ancesa foi predominante. Tradu-
ziamos até os nomes (école militaire, école centrale. école polytech-
nique. école des mines) e copiávamos os regulamentos, conforme
dissemos página atrás: o regulamento da Escola Militar, em 1839,
devia obedecer aos regulamentos da Escola Politécnica de Paris
e da Escola de Aplicação de Metz.
r,
ADEMAR BENKVOLO
( 15 ) _
o engenheiro Neville B. Craig, providencial historiador
da Madeira Mamoré, a respeito de seu valoroso colega de serviço
José Byers informa :
j tt
“Pertenceu ao grupo de engenheiros ao qual os Estados unidos
,
GUERRA DO PARAGUAI
(17) —
Estes Rebouças fazem confusão em muita gente, pois
sendo tres engenheiros ha quem os considere um
só. mistério trini-
tário fácil de explicar :
Rebouças n° 1 —
André —
o professor —
o abolicionista.
“Matemático e astrônomo, botânico e geólogo, industrial e mo-
ralista, higienista e filântropo, poeta e filósofo, Rebouças foi talvez
dos homens nascidos no Brasil o único “universal” pelo espirito
e pelo coração.” (Joaquim Nabuco —
Minha Formação).
E’ um nome esquecido, que vive apenas da tradição verbal, e
esta vai morrendo aos poucos, com o desaparecimento dos enge-
nheiros mais velhos. A Politécnica do Rio — a “sua escola” —
que ele amava acima de todas as cousas — devia perpetuar-lhe
a memória com um “Prêmio André Rebouças”, mesmo porque ele Tres
foi,tanto na vida pública quanto na privada, um verdadeiro mes-
tre, digno de ser relembrado através de todas as gerações.
pessoas
Rebouças n° 2 —
Antônio —
o explorador, morre aos 35 anos. distintas
Foi “o mais audacioso explorador ferroviário brasileiro”. Viaja e todas tres
pela Europa (1861), em estudos de sua profissão, e conhece em mis-
são do govêrno os paises sul-americanos da costa do Pacifico (1887). verdadeiros
Explora a estrada de Curitiba e Guarapuava (1868), Antonina
á Curitiba (1871) e constroi a rodagem da (Graciosa; a Paulista lhe
entrega a direção técnica do trecho Campinas a Limeira a Rio Cla-
ro. Projeta a ponte sobre o Piracicaba, em cujos serviços morre
de impaludismo. (1874).
Foi pai do engenheiro André Veríssimo Rebouças, que chefiou
vários serviços de responsabilidade.
Rebouças n° 3 José— —
o ferroviário. Dedicou-se à adminis-
tração da Mogiana, e conhecia como poucos a sua especialidade pro-
fissional. Não se prendeu ao culto monarquista de André.
Foi talvez o introdutor do concreto armado racional em nossa
terra, usando-o no coletor de exgotos de Santos. (Saturnino de Bri-
to — O saneamento de Santos) 1902. —
ADEMAR BENCVOLO
Oulru
um país rico. de grandes recursos fácllmente explorá-
veis. embora o patriotismo de mulU
gente ingênua
Unda
proclame o contrário, o que tem sido um mal para nos-
uma região, cujas possibilidades eco-
sa vida. Sendo
nômicas não se podem comparar com as das nações
que atualmente domlnsim o mundo, convém que faça
Euprlr as deficiências da Urra com a cultura
do povo.
piinclpalmenU com a cultura das classes que produ-
zem riqueia. e que Unham conUto com as suas congé-
.jí<. L
VIGÉSIMA NONA CONDIÇÃO
O doutor Cochrane —
aliás pessôa de idoneidade
reconhecida —
emitiu apólices para o seu privilégio de
1840 (Rio-São Paulo) antes da aprovação dos estatutos,
,
I
DENDO A <'OMFANinA EXERCER ESTA EACCL.
DADE NO RSGITMENTO DA UNHA DO CAMINHO
DE FERRO. E NA MESMA ZONA DE CINCO LEOVAS
FARA CADA l*M DOS LADOS
(4) —
Parecer do conselheiro José Pereira de Alencastre. na
sessão de Conselho de Estado de 1-5 junho 1870. Legislação ferro-
viária do Brasil —
de Alberto Randolfo de Paiva —pág 848 —
1° vol. Aviso 3, de 10 fevereiro 1871.
(5) —
Em seus comentários á 3^ edição (Rio-Garnier-1876) Tei-
xeira de Freitas classifica a natureza socialista das nossas jazidas:
“E' um direito real sôbre o interior do solo.”
•It — ADmAR BCNtVOLO
A lUpúbUca Art 72 —
Parâgniío 17: O direito de propriedade
do poro • mantém-se tdda »ua plenitude, salva a desapro-
em
pttici o povo. •
priaçio por necessidade, ou utilidade pública, median-
te indenisaçio prévia
As minas pertencem aos proprietàrioe do sedo. sal-
vas as limitações que forem estabelecidas por lei a bem
da exploração deste ramo de indústria." (6)
Se eram do "domínio do Estado as minas e oa ter-
renos diamantinos”, e se "o direito de propriedade man-
tém-se em tôda sua plenitude" coroo as minas passa-
ram a pertencer “ao proprietários do «lo"? Nada po-
dia ser mais anti-democrático: Urava-se da comunhão
(vsra sedar a uma minoria insignificante.
Interrompeu-se asstm. violentamente, uma tradi-
ção secular que nos ligava aos fundamentos jurídicos
da e da raça. Os grupos capitalistas
—
aparentemente ciemos defensores das formas consa-
gradas pelo u« e pelos costumes —
flieram a lei olhan-
do apenas os seus interesses, coroo sempre.
O grupo esquerdlsU favorável à revolução de 1930.
e os elementos nacionalistas do Serviço Oeotógico
do
Ministéro da Agricultura (leia-se Escola de Minas de
Ouro Préto), conseguiram o apôio de Juares Távora
—
titular da pasU —
e de Oelúllo Vargas —
chefe do go-
vémo —
e o código de minas de 1934 íex volur i comu-
nhão nacional o patrimônio de nos« sub-solo.
Ainda dentro dos coroentários desU cláusula nos
cabe. rapidamente, falar sôbre os recursos minerais que
_ • proprMArtH do
do projoto dó comUtulcSo do oav4rw Pro-
1o. Dotn do pcoiolo da chamada
-eo mimS n da )unstaa~ (Boi Bar-
•
Conatltuidio da IJSIl.
Por qoa aa«a aílaraçSo om um poolo a
Ubaladda. abandonando e próprio
Tyvai dar aoa taaandalroa uma poaairal P«i« racaoU
doa oacravoai cooqulaUndo.lbaa o apóéo poUtlco.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 619
~
O trmnsporte dot mineiros exige vagões exclusivos,
náo uUlisados no retomo, multas vrses trens preferen* j
^
pondente.
Assim os nossos produtos agrícolas —
cultivados
—
!
|
ainda por processos prunlUvos comerclalmente inle-
|
retiam mais ás ferrovias, que as decantadas nquesas
j
das nossas minas |
i n
CONDIÇÃO TRIGÉSIMA PRIMEIRA
V‘
trato da Recife ao Sáo Francisco, cujas cláusulas esta-
mos comentando nesta ohra.
Parece que Pereira Passos náo se houve com bas-
unU habilidade na missáo (demonstrou, coroo prefeito
do RK). a sua grande firmeza e energia), a menos que
Os trilkos
-Art. 12— Para a verificação assim da despésa de
fairadsi custeio da estrada como da receiU que se realizar, e
eftfbulçóM igualmente para a inspeção das obras em relação á sua
c rth sias execuçio. na conformidade dos planos aprovados, o go-
vèmo nomeará em Londres um diretor, o qual lerá o
ministro brasileiro ali residente, ou quem tuas vèzes fi-
zer, e em Pernambuco um inspetor da estrada, o qual
será o presidenU da provincia
Fica declarado que estes doU empregados pelo sim-
ples fato de tua nomeaçAo sáo considerados revestidos
dos poderes, que aqui se lhet outorgam. Independente
**
de nomeação particular para èste fim
ADCMAM BEMtVOLO
9
tas de uma falência, a impocUmcla de £ 414.762 («e*
liam ho)e 1P49 mais de 32 mil contos) . O próprio pre- 9
stdente da companhia foi ao nosM mlnUtro em Lon-
drfs. e implorou as primeiras £ 100.000 do empréstimo. V
único recurso para evitar o naufrágio da emprésa. 9
Mó lè da O empréstimo nunca negado mas a Sáo Paulo
foi V
S. P. R. Rallwajr negou autoridade functonal a quem o tinha
contraído —
os empresárias Robert Sharp and Co.
~ e isso era verdade para grande parte do empréstimo.
|
(6) —
Na biblioteca do Clube Curitibano. do Paraná, encontrei
como subsídio da crónica
im livro raro, não mencionado até hoje
erroviária. Depois de viajar na companhia de
Fox e Aubertm, o
o autor diz:
íonstrutor e o diretor da “Inglesa”,
Brasilian Govern
“They entered into a solemn contrat with the Depoi-
wich it is -hei- duty
nent and the Provincial Government here, mento
sooner the shar§hol-
rftíim no matter at what sacrifice, and the instead of bemg gui-
iers look theTr position in the
face the better, notável
could only appreciate their posiüon
ied entirely by directores, who mspected the line. One
fthev in a body and personally
carne out
CONDIÇÃO TRIOÍSIMA SEOUNDA
N
. —
ferente á mesma.
O
grande engenheiro e militar “yankee” ficou
também á frente da National Bolivian, e em ambos os
casos só teve prejuízos, apesar de ter sido verdadeira-
mente incansável, em procurar dar vida aos dois -empre-
endimentos ,
ADEMAR BSNKVOLO
tv
(Si — Aiada aáo aparvcvu e btàtrmío SSaU inglèê
SMaSs d#
^ ~ M IMS S
pui* «Ur* MB
OBtursl
I
Cocksaa»
pés. »»»
WmÊtm •rlBfw pBfo Mn
MdyfBto bnSM S» cbiml • qo* ii «sastãm pan o guvSrae por*
tgat mm intmmúmàa Miava «UMU ao laapoMo S* aUa.
AMm Sa tamemêka Sa ISM oMara outra an IS~L para a i
do — atpiosférico —
fôssem lembrados e adotados (me-
vencer a
serra do Mar
nos o último) quase simultaneamente. (4)
Durante anos a subida da serra do Mar para São
Paulo, para Minas, para Petrópolis, para Curitiba, para
Friburgo, incendiara a imaginação dos técnicos, dos in-
teressados, dos curiosos.
Na capital do Império — a côrte — devia ser uma
verdadeira obcessão olhar para os paredões a pique da
serra dos Órgãos, da serra da Estrela, intransponíveis
muralhas desafiando a vontade universal da conquista
dos sertões além Paraíba. Muito espírito imaginoso
deve ter levado, dias e noites, a pensar na possibilidade
de vencer aqueles gigantes de pedra, impassíveis, indi-
ferentes aos anseios dos homens As patentes de inv«n- .
f
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 6S7
Trtiáos
* : "On emploie á la fabrlcatlon des rails tous ies fera.
•IbcM. pourvu qu’Us soèent durs et rigldes. Ces qualités sont
reunies dans la plupart des fera qui proviennent du
pmddlage des fontes au coke, du reste, ces fers sont les
.•leuls qui prennent cette destinatlon. ceux au bois sont
1830 177 Km 37 Km 1]
1840 7.400 Km 4.534 Km
1850 37.776 Km 14.515 Km ll
1860 108.593 Km 40 393 Km
1870 307.833 Km 85.138 Km
' 1880 367.019 Km 150.755 Km l|
1880 616.785 Km 334 000 Km i 1
1900 790.478 Km 403.171 Km d •
(12) — Este pai'alelo lembra o confronto entre a tração a vapor Origem dos
e a elétrica. Outro sistema de aproveitamento total da energia é o
pneumático (a vácuo e a ar comprimido), experimentado sem su- freios
cesso no meiado do século Em. nossa terra foi cogitado pelos irmãos
. aulomóiicos
Warings, para a subida da serra na D. Pedro II, o que demonstra o
seu crédito na época, em estudos financiados pelos Teixeira Leite,
candidatos á concessão.
Vauthier, futuro engenheiro chefe do tunel do Simplon, acredi-
tou na revolução: “Já se têm apresentado novas idéias e talvez que
dentro em pouco tempo estes admiráveis locomotores destronizados
tenham de ir fazer companhia aos cavalos, que já também sua
causa deixaram de ser reis. Sic transit gloria mundi .(O Pro-
gresso, pág. 119). „ .. UA
1874) ha
.
ADCMAJI BCNCVOtO
da rxportaçéo. !
J
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 643
(14) —
Surpreende-nos uma referência, em nossa história, ao A primeira
combustivel lenha em 1840 —
a era do coque —
No prospecto de
.
propaganda
propaganda da Estrada de Ferro Pedro Segundo, simples projeto de
Taulois na Baixada Fluminense, há uma nota ao lado do tender da
locomotiva: “para lenha e carvão”.
Na época só havia tráfego de trens na Inglaterra (1825), um
comêço recente em países do norte europeu, e nos Estados Unidos
(1831) .Pelo histórico da fábrica Baidwin sabemos que em 1836
“prestava-se muita atenção em queimar cai-vâo antracite” e em
1838 “estava construindo uma locomotiva para queimar carvão,
(pág. 29).
Referindo-se a 1847 lemos na pág. 49 :
AOniAJt BCNtVOLO
“Locomotivas” —
Cumpre que Vm. proceda a um estudo mi- Bom senso
nucioso dos tipos de locomotivas inglesas, americanas e francesas
que melhor se adaptem á bitola de um metro entre trilhos. administra-
Se bem que, em geral, se tenha recomendado de preferência tivo.
no Império a locomotiva Baldwin, deverá Vm. estudar os tipos das
fábricas Creuzot e Fives-Lille, premiados na exposição de Viena-
d’Austria e a locomotiva Tender, inglesa para a bitola estreita.
Se dos seus estudos e informações seguras, entender que é pre-
ferível fazer aquisição da locomotiva americana, poderá realizar
a.s encomendas, dirigindo- se desde logo aos respectivos fabrican-
tes, ou mesmo seguindo para os Estados Unidos, se fôr isto indis-
pensável ,onde celebrará com as devidas cautelas os contratos ne-
cessários .
— Oi amcTtcum de oort*
Un
^
dMeoeervewH
s IndiMiia doe cemtnhoe de ferre nee Kaiedoa
O
carvão será aproveitado da maneira mais efici-
ente, de um modo indireto. O combustível gaúcho,
cujas impurezas exigem grelhas de grande superfície*
pouco compatíveis com a bitola métrica — não apresen-
ta os mesmos inconvenientes nas máquinas fixas, e as-
(Iti —
PlTM do Rm> nm ensina que a prtmeira Unha de bondes
rletrtncada fo4 trabalho da (Irnia Siemens 4 Halake. em Berlim, no
ano de 187*. e que a prtmeira ferrovia eletrificada foi esubeiccida na
IrUoda em IMI <oh. cM. pá«. ISSi.
iS> —
Comsqou com IS locosnotivas da Ocneral Eletric e 4 da
Wetttnchouse. aendo que as primeiras Unham a potência de 1 «00 HP
e aa segundas de 1.390 a 1.800 HP. Energia da Light and Power
iSorocabat. As máquinas de carga rebocavam 700 ton o, as de
pesaagslros 400. a SI Km
por hora.
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA — 6Õ1
12 . ( 21 )
1 km
As bases de 1 vagão, e 10 km — 1 carro de —
pasageiro ficaram clássicas, e até hoje são adotadas nos
prolongamentos das linlias federais; para uma locomo-
tiva a razão são 10 kms., atualmente.
(21) —
Decreto 1629 de 11 agosto 1855. prevendo o material para
o primeiro trecho: 120 Km
em números redondos.
Ao se verificar a fusão Sorocabana-Ituaná foi adotado o crité-
rio:’! km —
1 vagão; 10 Km —
1 carro de passageiros; 10 1 Km —
locomotiva (Adolfo Pinto —
ob. cit. pág. 224).
(22) —
A São Paulo-Jundiai ficou longe de completar o material
sôbre o qual se pagava a garantia de juros e o govêrno em parte —
se conformou com a exigência daqueles ingleses indesejáveis. Sôbre
a linha baiana nada podemos informar.
-
ADEMAK BENftVOLO
(24) —
“Em fins de 1860 vieram os primeiros carros amcicanos Primeiros
para pasageiros, em número de cinco; foram experimentados até
cairos-
Belém com muito bom resultado, satisfazendo os interesses da com-
panhia e do público, que neles encontrou melhor comodidade.” salão .
(Paula Pessoa —
Guia da E. F. C. B. —
pág. 211).
is
bibliografia
/
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
«ro - lOM. .
*
7 .
IPI» — Ria
C/rrOlfl — CftMaaa Baoadlta — lahaca hMhrtaa 4at r«tra4aa U
larre — IM — Ria
. AwtabMcrana
^ P' ..
. Um braallalra am Laa4raa —
GTTONI — Crtellaaa Bana4il0 —O fubtra 4aa Ealra4aa 4a IÍ*f»
aa Braaü -P #4Kia IIM - 1, .
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PINTO — Estevão — História de uma estrada de Ferro do nor-
R Alcoa
^
RAMOSL — Alhacto — Oaotâo d'OHa««a — Mo Paulo — IM
*‘J*OWAa - Andrd — Vida flararcovaa
^‘••^'HrAa — Andrd — A taronlio da Juroa — Rio — MM « f!
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SCHLICHTHORST — C. — O Rio de Janeiro como é — Rio —
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ADCMA» BCMtVOLO
f
V» ~ ADEMAR BSXRVOLO
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ESBATA
«.
r4 — ADKMAB BCCtVOLO
'
hernSu de imposto» de importado. Ponu d* Areia e a
Mia época 392. A* lenovia» —
tadótiria quase única t»o Bra-
til 39S. Livre camtmmo versus protecionismo
400. Saini Hi-
Uõe ^ pauouo da indéMria oauonal 403. 404. ixnha versus
hulha 407. 400.
Pedro II •
o européu 432. Destino sociológico das ferrovias
brasileiras 101.
Tarifas —
Tráfego mútuo na mesma estrada 506. Trá- —
fego centrífugo 508. Tarifas de cunho socialista 509. Crité-
tio diferencial 510. “Tarifas belgas” ou “tarifas brasileiras”?
511, 512. Emprêgo no do sistema métrico decimal 514.
Brasil
Relação entre a “arroba —
legua” e a “tonelada quilômetro”'
e entre o “passageiro légua” e o “passageiro quilômetro” 515
516. Transporte por meio das tropas de burros 517 à521 .
E. F. Vitória-Minas 129, 35, 98. 99. 230, 48. 56, 63. 496. 574, 619.
F..F. Benevente 199.—
E. F. Sul do Espirito Santo 107. —
E. F. Cachoeiro do Itapemirim 174. —
E. F. Campos a S. Sebastião —
107. 39, 58. 217.
E. Macaé a Campos
F. —
107, 33. 54. .58. 217. 96. 362. 462.
Linha Campos a S. Fidelis 107, 58, 298.—
E. F. Fidelis a Carangola —
296, 327, 362.
E. F. Barão de Araruama —
107, 74, 362.
E. F. Santo Antônio de Pádua —
107, 58, 74, 470 .
21, 39, 64. 66. 91. 98. 327. 39, 57. 61. 65, 442. 85. 91. 639.
E. F. Piraiense —
158, 74, 362, 642.
E. F. Alto Muriaé —
174, 200, 321, 44.
E. r, Prlndpc 4o Crfto P»r* — O. lOT. M. 74. TT. Stl. U4. 4t. ffl
flS. M2
E. r. llauâ — S. U. 14, C3L 49. 70. loc 7. M. ac. «. 74. TH aos. 8.
lE 14. 17. 30. M. 41. S17. 92. 9S. 4J0. 41. 44. 48.
14. 9C1. 4. 47. 47. 04. 34.
d «.
E. r. UopoMlna (B44e Gml> ~ 34. 44. 41 41. 134. 94. 71. 74. 41. 43.
48. 44. 404 17. 43 41 14 41 ttJ ». 31 44. 44. 94. 094.
lUmâl 4o EfK««Ao 4o QuMMmâ — 348.
E r. 4o BwmiwI. 44. 144. 94. 74. 341 401 442 \
r. SmU babol 4o Rio Rr««o — 44. 111 84. 34T. 341 84
r. Vêmovmm — 191 317.
r. MArt«4 -> 341 443.
Liiü u AusiUar 4* B r. C B — 141 217. 41 47. 41.
'
T
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA 679
E. F, Araraquara— 35, 43, 81, 108, 33, 45, 344, 541, 74, 398A, 407A
£. F. Monte Alto— 341
Companhia Cantareira — 43
E. F. Sorocabana — 8, 43, 44, 80, 84, 91, 92, 102, 45, 59, 60. 61, 74, 75.
76, 98, 209, 17, 44, 45, 51, 56, 57, 73, 74, 75, 90, 93, 308.
22, 34, 42, 43, 57, 62, 63, 402, 28, 39, 54, 55, 59, 78, 82, 541,
íE. F. Noroeste do Brasil — 35, 44, 91, 102, 76, 97, 99, 230, 45, 57, 75,
E. -F. Earanaguá a Curitiba — 80, 174. 230, 91, 327, 34, 40, 44, 49, 64,
446, 55, 578, 607
Él.
« AOKMAK BBNtVOLO » V? ;
C r. Prdra I — «t IM. « MO
tL r. BrMál Pw»«vM — 3».
B Alw • UnxuaUiM — I». M K n. M. iW. M. 373.
P. fNvto
B Nova Hamburso — SM
P. I^Drto Alacrr •
C. P. — ISO
Báo JnMutac
B. P. CanilDU — UB
B P. Rw araiMr • PMoua — SM
B P Ibo OfMdr Ml Alatnrto — XS4.
I
INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
BRANDT — B. — 58 — 216
BRASIL — índio do — 199
BRASIL — Tomaz Pompeu de Souza - 18 -- 333
BREGUET — 452
BRIGIDO — João — 301 — 514
BRITO — Antônio Guedes de — 399A
BRITO — A. R. Toscano de — 200
BRITO — José do Nascimento — 7 2— 129 - 353
BRITO — José Joaquim — 398
.
BRITO — Saturnino Rodrigues — 198 — 369 — 607
BRUNEL — 214
BRUNLEES — James — 119 — 152 — 224 — 238
349 — 488
BRUNTOM — 182
BUENO — Francisco Antônio Pimenta — 197 — 208
232 — 233 — 245 — 398A
BUENO — José Antônio Pimenta — 179 — 232 — 382
BULHÕES — A*tônio Maria de Oliveira — 178 — 197
226 — 233 — 299 — 304 — 306 — 475 — 494
BULHÕES — Leopoldo — 405A
BURELL — 213
BURLAMAQUI — Jorge Leal — 41 — 42 — 206
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INTRODUÇÃO A HISTÓRIA FERROVIÁRIA
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PRIORIDADES DIVERSAS
PRIMEIRO regulamento do telegrafo nacional 444, da
radiotelegrafia 4"!^. Ligação telegráfica 452. Selos postais 457.
Emprego do sistema métrico 514. Viaduto 348. Ponte 3214;
ponte pênsil 331. Isenção alfandegária para o uso do carvão
particular 398; para o material dos transportes 399.
Mauá ... .
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Oaório de Almeida
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Viadxito proviaòrto. ao lado do Turtal Grande
Oa trda IrmAoa Rebuucaa
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