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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA)

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE PAU DOS FERROS (CMPF)


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIA (DETEC)

SINAIS E SISTEMAS

Capı́tulo 05 - Transformada de Fourier


em Tempo Contı́nuo

Prof. Pedro Thiago Valério de Souza


UFERSA – Campus Pau dos Ferros
[email protected]
Representação de Sinais Não-Periódicos por
Fourier
• Sinais periódicos → representação por séries de Fourier:

∑︁
x(t) = Dk ejk𝜔0 t
k=−∞
∫ T0 /2
1
Dk = x(t)e−jk𝜔0 t dt
T0 −T0 /2

• Representação de Fourier para sinais aperiódicos: Transformada de


Fourier;
• Um sinal aperiódicos pode ser entendido como um sinal periódico com
perı́odo infinito.

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Representação de Sinais Não-Periódicos por
Fourier
Sendo x(t) um sinal aperiódico, demonstra-se (ver livro-texto):
∫ ∞
X(𝜔) = x(t)e−j 𝜔t dt
−∞
∫ ∞
1
x(t) = X(𝜔)ej 𝜔t d𝜔
2𝜋 −∞
x(t) e X(𝜔) formam um par transformado de Fourier, tal que:

x(t) ⇐⇒ X(𝜔)

X(𝜔) = F {x(t)} x(t) = F −1 {X(𝜔)}

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Representação de Sinais Não-Periódicos por
Fourier
X(𝜔) é o espectro de frequências do sinal x(t).
X(𝜔) = |X(𝜔)|ej∠X ( 𝜔)
• |X(𝜔)| → espectro de magnitude;
• ∠X(𝜔) → espectro de fase.
Pela definição: ∫ ∞
X(−𝜔) = x(t)ej 𝜔t dt
−∞
Tomando-se o complexo conjugado e sendo x(t) real:
∫ ∞
X ∗ (−𝜔) = x(t)e−j 𝜔t dt = X(𝜔)
−∞

X ∗ (−𝜔) = X(𝜔)
|X(−𝜔)|e−j∠X (− 𝜔) = |X(𝜔)|ej∠X ( 𝜔)
Logo, sendo x(t) real:
|X(𝜔)| = |X(−𝜔)|
∠X(𝜔) = −∠X(−𝜔)
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Representação de Sinais Não-Periódicos por
Fourier
Exemplo 5.1 Determine a transformada de Fourier de x(t) = e−at u(t).

Figura 1: Sinal x(t) = e −at u(t) e seu espectro de Fourier.

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Existência da Transformada de Fourier
Definição 1: A transformada de Fourier existe se |X(𝜔)| < ∞.
Definição 2: A transformada de Fourier existe se alguma das condições
abaixo forem satisfeitas:
1 Condições de Dirichelet:
(a) x(t) deve ser absolutamente integrável:
∫ ∞
|x(t)|dt < ∞
−∞

(b) x(t) deve possuir um número finito de máximos e mı́nimos em um intervalo


finito de tempo;
(c) x(t) deve possuir um número finito de descontinuidades em um intervalo
finito de tempo.
2 x(t) deve ter energia finita:
∫ ∞
|x(t)| 2 dt < ∞
−∞

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Linearidade de Transformada de Fourier
A transformada de Fourier é linear, ou seja:

x1 (t) ⇐⇒ X1 (𝜔)

x2 (t) ⇐⇒ X2 (𝜔)
então,
ax1 (t) + bx2 (t) ⇐⇒ aX1 (𝜔) + bX2 (𝜔)

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Transformada de Fourier de Algumas Funções
Exemplo 5.2 Determine a transformada de Fourier do exponencial bilateral.

x(t) = e−a|t|

Figura 2: (a) Exponencial bilateral e (b) seu espectro de Fourier.

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Sinal Portal Unitária e Seno Cardinal
Porta Unitária:


 0, |x| > 1/2


ret(x) = 21 , |x| = 1/2

 1, |x| < 1/2

Figura 3: Função Porta Unitária.

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Sinal Portal Unitária e Seno Cardinal
Seno Cardinal (não-normalizado):
sen x
sinc(x) =
x
Caracterı́sticas:
• sinc(x) é uma função par;
• sinc(x) = 0 para x = ±𝜋, ±2𝜋, ±3𝜋, . . . ;
• Usando a regra de L’Hôpital, obtemos que sinc(0) = 1;
• sinc(x) exibe oscilações amortecidas com perı́odo 2𝜋 e amplitude
decrescente com 1/x;
• sinc(x) não é absolutamente integrável, mas tem energia finita.
Observação: A definição mais usual para sinc(x) é:
sen 𝜋x
sinc(x) =
𝜋x
Utilizaremos a definição apresentada anteriormente, pois é aquela utilizada no
livro-texto.

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Sinal Portal Unitária e Seno Cardinal
Seno Cardinal (não-normalizado):

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Sinal Portal Unitária e Seno Cardinal
Exemplo 5.3 Determine a transformada de Fourier do sinal x(t) = ret(t/𝜏).

Figura 5: (a) Sinal porta retangular (b) sua transformada de Fourier (c) seu espectro de
magnitude e (d) seu espectro de fase.

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Sinal Portal Unitária e Seno Cardinal
Exemplo 5.4 Determine a transformada de Fourier inversa do espectro
X(𝜔) = 2𝜋ret(𝜔/𝜏).

Figura 6: Uma porta retangular na frequência equivale a uma sinc no tempo.

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Transformada de Fourier de Algumas Funções
Exemplo 5.5 Determine a transformada de Fourier do impulso unitário 𝛿(t).

Figura 7: (a) Impulso unitário e (b) seu espectro de Fourier.

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Transformada de Fourier de Algumas Funções
Exemplo 5.6 Determine a transformada de Fourier inversa de X(𝜔) = 2𝜋𝛿(𝜔).

Figura 8: (a) Um sinal constante e (b) seu espectro de Fourier.

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Transformada de Fourier de Algumas Funções
Exemplo 5.7 Determine a transformada de Fourier da função sinal, definida
como:


 1, t>0


sgn(t) = −1, t < 0

 0,

t=0

Figura 9: Função sinal.

Exemplo 5.8 Determine a transformada de Fourier do degrau unitário u(t).

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Transformada de Fourier de Algumas Funções
Exemplo 5.9 Determine a transformada de Fourier inversa de
X(𝜔) = 2𝜋𝛿(𝜔 − 𝜔0 ).

Exemplo 5.10 Determine a transformada de Fourier do sinal senoidal


perpétuo x(t) = cos(𝜔0 t).

Figura 10: (a) Um sinal senoidal e (b) seu espectro de Fourier.

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Transformada de Fourier de Sinais Periódicos
Sendo um sinal periódico:

∑︁
x(t) = Dk ejk𝜔0 t
k=−∞

Tomando a transformada de Fourier:


( ∞
)
∑︁
jk𝜔0 t
X(𝜔) = F Dk e
k=−∞

∑︁
Dk F ejk𝜔0 t

X(𝜔) =
k=−∞

como: ej 𝜔0 t ⇐⇒ 2𝜋𝛿(𝜔 − 𝜔0 ), então:



∑︁
X(𝜔) = 2𝜋 Dk 𝛿(𝜔 − k𝜔0 )
k=−∞

O espectro de um sinal periódico consiste em conjunto de impulsos


ponderados e localizados nos múltiplos inteiros da frequência fundamental do
sinal periódico.
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Transformada de Fourier de Algumas Funções
Exemplo 5.11 Determine a transformada de Fourier do trem de impulsos
apresentado na Figura abaixo.

Figura 11: (a) Trem de impulsos e (b) seu espectro de Fourier.

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Definição Alternativa para Transformada de
Fourier
Definição em função da frequência em Hz (f ):

𝜔 = 2𝜋f → d𝜔 = 2𝜋df

Desta forma, aplicando a mudança de variável na transformada Direta:


∫ ∞
X(𝜔) = x(t)e−j 𝜔t dt
−∞
∫ ∞
X(f ) = x(t)e−j2 𝜋ft dt
−∞
Aplicando a mudança de variável na transformada Inversa:
∫ ∞
1
x(t) = X(𝜔)ej 𝜔t d𝜔
2𝜋 −∞
∫ ∞ ∫ ∞
1 j2 𝜋ft
x(t) = X(f )e 2𝜋df = X(f )ej2 𝜋ft df
2𝜋 −∞ −∞

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Propriedades da Transformada de Fourier
Para as propriedades, considere:

x(t) ⇐⇒ X(𝜔)

x1 (t) ⇐⇒ X1 (𝜔)
x2 (t) ⇐⇒ X2 (𝜔)
Propriedade 1 - Linearidade: ax1 (t) + bx2 (t) ⇐⇒ aX1 (𝜔) + bX2 (𝜔)
Propriedade 2 - Conjugação: x∗ (t) ⇐⇒ X ∗ (−𝜔)
Propriedade 3 - Simetria: Sendo x(t) um sinal real,

X(−𝜔) = X ∗ (−𝜔)
|X(𝜔)| = |X(−𝜔)|
∠X(𝜔) = −∠X(−𝜔)
Propriedade 4 - Reflexão temporal: x(−t) ⇐⇒ X(−𝜔)

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Propriedades da Transformada de Fourier
Exemplo 5.12 Determine as transformadas de Fourier de eat u(−t) e de e−a|t| .

Figura 12: Sinal e −a|t| e seu espectro.

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Propriedades da Transformada de Fourier
Propriedade 5 - Transformada de Fourier para Sinais Pares e Ímpares:
• Se x(t) é um sinal simétrico par, sua transformada de Fourier é real e par;
• Se x(t) é um sinal simétrico ı́mpar, sua transformada de Fourier é
imaginária e ı́mpar.
Propriedade 6 - Dualidade: X(t) ⇐⇒ 2𝜋x(−𝜔)

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Propriedades da Transformada de Fourier
t
 
Exemplo 5.13 Dado que ret 𝜏 ⇐⇒ 𝜏sinc 𝜔𝜏
2 , determine a transformada de
Fourier de x(t) = 𝜏sinc 𝜏t
2 .

Figura 13: Utilização da propriedade da dualidade da transformada de Fourier.

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Propriedades da Transformada de Fourier
1

Propriedade 7 - Escalamento: x(at) ⇐⇒ |a| X
𝜔
a
• Uma compressão no tempo (a > 1) resulta em uma expansão na
frequência e uma expansão no tempo a < 1 resulta em uma compressão
na frequência;
• Largura de banda e duração no tempo são inversamente proporcionais.
Propriedade 8 - Deslocamento no Tempo: x(t − t0 ) ⇐⇒ X(𝜔)e−j 𝜔t0
Sendo X(𝜔) = |X(𝜔)|ej∠X ( 𝜔) , então X(𝜔)e−j 𝜔t0 = |X(𝜔)|ej (∠X ( 𝜔) − 𝜔t0 ) , ou seja,
um deslocamento no tempo não altera o espectro de magnitude, apenas
desloca o espectro de fase.

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Propriedades da Transformada de Fourier
Exemplo 5.14 Obtenha a transformada de Fourier de e−a|t−t0 | .

Figura 14: Sinal e −a|t−t0 | e seu espectro.

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Propriedades da Transformada de Fourier
Exemplo 5.15 Obtenha a transformada de Fourier para o pulso retangular
deslocado apresentado na Figura abaixo.

Figura 15: Sinal pulso deslocado.

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Propriedades da Transformada de Fourier
Propriedade 9 - Deslocamento em Frequência: x(t)ej 𝜔0 t ⇐⇒ X(𝜔 − 𝜔0 )
Na prática, o sinal ej 𝜔0 t não pode ser gerado, de tal forma que os
deslocamentos em frequência são feitos utilizando-se sinais senoidais:
1
x(t)ej 𝜔0 t + x(t)e−j 𝜔0 t

x(t) cos(𝜔0 t) =
2
x(t)ej 𝜔0 t ⇐⇒ X(𝜔 − 𝜔0 )
x(t)e−j 𝜔0 t ⇐⇒ X(𝜔 + 𝜔0 )
então:
1
x(t) cos(𝜔0 t) ⇐⇒[X(𝜔 − 𝜔0 ) + X(𝜔 + 𝜔0 )]
2
Essa propriedade é a base para modulação em amplitude:
• cos(𝜔0 t) é a portadora;
• x(t) é o sinal modulante;
• x(t) cos(𝜔0 t) é o sinal modulado.

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Figura 16: A modulação em amplitude de um sinal resulta no deslocamento espectral.

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Propriedades da Transformada de Fourier
Exemplo 5.16 Determine a transformada de Fourier de y(t) = x(t) cos(10t),
sendo x(t) = ret(t/4).

Figura 17: Um exemplo de deslocamento espectral usando modulação em amplitude.

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Propriedades da Transformada de Fourier
Propriedade 10 - Convolução: x1 (t) ∗ x2 (t) ⇐⇒ X1 (𝜔)X2 (𝜔).
1
Propriedade 11 - Multiplicação: x1 (t)x2 (t) ⇐⇒ 2 𝜋 X1 (𝜔) ∗ X2 (𝜔)

Propriedade 12 - Diferenciação: dx(t)


dt ⇐⇒ j𝜔X(𝜔).
De forma geral,
dk x(t)
⇐⇒ (j𝜔) k X(𝜔)
dtk
Propriedade 13 - Integração:
∫ t
X(𝜔)
x(𝜏)d𝜏 ⇐⇒ + 𝜋X(0)𝛿(𝜔)
−∞ j𝜔
Propriedade 14 - Teorema de Parseval:
∫ ∞ ∫ ∞
1
Ex = |x(t)| 2 dt = |X(𝜔)| 2 d𝜔
−∞ 2𝜋 −∞
|X(𝜔)| 2 é denominado de densidade espectral de energia. Se x(t) é real,
então |X(𝜔)| = |X(−𝜔)| e logo:
∫ ∞
1
Ex = |X(𝜔)| 2 d𝜔
𝜋 0
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Propriedades da Transformada de Fourier
Exemplo 5.17 Determine a transformada de Fourier do pulso triangular
apresentado na Figura abaixo.

Figura 18: Pulso triangular.

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Largura de Banda
• Largura de Banda (BW): Faixa de frequências no qual boa parte do
espectro do sinal está loccalizado;
• Exemplo: Pulso retangular com duração 𝜏 segundos → BW ≈ 2𝜋/𝜏 rad/s
ou BW = 1/𝜏 Hz;
• A largura de banda é inversamente proporcional à largura do pulso.
• Sinais com largura de banda limitada: X(𝜔) = 0 para 𝜔 > BW.
• Como a largura de banda é inversamente proporcional à duração do pulso,
um sinal de banda limitada deve ter duração ilimitada no tempo.

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Propriedades da Transformada de Fourier
Exemplo 5.18 Determine a largura de banda W do sinal x(t) = e−at u(t),
considerando a frequência W é aquela que contém 95% da energia do sinal
x(t).

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Resposta em Frequência
Transmissão de sinal através de um sistema LTIC:

Figura 19: Transmissão de sinal através de um sistema LTIC.

y(t) = x(t) ∗ h(t)


Aplicando a propriedade da convolução:
Y (𝜔) = X(𝜔)H(𝜔)
Resposta em frequência:
∫ ∞
H(𝜔) = F {h(t)} = h(t)e−j 𝜔t
−∞
j∠H ( 𝜔)
= |H(𝜔)|e
• |H(𝜔)| é a resposta em magnitude;
• ∠H(𝜔) é a resposta em fase.
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Resposta em Frequência
Limitação: H(𝜔) deve convergir.
∫ ∞ convergência ∫ ∞
H(𝜔) = h(t)e−j 𝜔t −−−−−−−−−−−−−→ |h(t)|dt < ∞
−∞ −∞
| {z }
Sistema estável

A resposta em frequência só é aplicado em sistema estáveis.


Resposta em magnitude e reposta em fase:

X(𝜔) = |X(𝜔)|ej∠X ( 𝜔)

Y (𝜔) = |Y (𝜔)|ej∠Y ( 𝜔)
H(𝜔) = |H(𝜔)|ej∠H ( 𝜔)

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Resposta em Frequência
Resposta em magnitude e reposta em fase:

Y (𝜔) = X(𝜔)H(𝜔)

|Y (𝜔)|ej∠Y ( 𝜔) = |X(𝜔)|ej∠X ( 𝜔) |H(𝜔)|ej∠H ( 𝜔)


por comparação:
|Y (𝜔)| = |X(𝜔)||H(𝜔)|
∠Y (𝜔) = ∠X(𝜔) + ∠H(𝜔)
• Resposta em magnitude: Informa como a magnitude de X(𝜔) é
modificada (ganho);
• Resposta em fase: Informa como a fase de X(𝜔) é deslocada.
Resposta em magnitude em dB:

|H(𝜔)| dB = 20 log10 (|H(𝜔)|)

|Y (𝜔)| dB = |X(𝜔)| dB + |H(𝜔)| dB

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Resposta em Frequência
Saı́da do sistema à entradas exponenciais:

Figura 20: Saı́da de um sistema à uma exponencial complexa.


∫ ∞ ∫ ∞
y(t) = x(t) ∗ h(t) = h(𝜏)x(t − 𝜏)d𝜏 = h(𝜏)ej 𝜔0 (t− 𝜏 ) d𝜏
−∞ −∞
∫ ∞
= h(𝜏)ej 𝜔0 t e−j 𝜔0 𝜏 d𝜏
−∞
∫ ∞
= ej 𝜔0 t h(𝜏)e−j 𝜔0 𝜏 d𝜏 = ej 𝜔0 t H(𝜔0 )
−∞
| {z }
H ( 𝜔0 )

ou seja, ej 𝜔0 t −→ ej 𝜔0 t H(𝜔0 )

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Resposta em Frequência
Saı́da do sistema à entradas senoidais:

ej 𝜔0 t −→ ej 𝜔0 t H(𝜔0 )

Como cos(𝜔0 t) = Re{ej 𝜔0 t }, então:

cos(𝜔0 t) −→ Re ej 𝜔0 t H(𝜔0 )


Sendo H(𝜔0 ) = |H(𝜔0 )|ej∠H ( 𝜔0 ) :

cos(𝜔0 t) −→ Re ej 𝜔0 t |H(𝜔0 )|ej∠H ( 𝜔0 )




cos(𝜔0 t) −→ Re |H(𝜔0 )|ej[ 𝜔0 t+∠H ( 𝜔0 ) ]




cos(𝜔0 t) −→ |H(𝜔0 )| cos[𝜔0 t + ∠H(𝜔0 )]


• Para uma entrada senoidal com frequência 𝜔0 , a saı́da também será
senoidal com a mesma frequência 𝜔0 → um sistema LTI não cria
frequências novas na saı́da;
• A resposta em magnitude em 𝜔0 é o ganho que uma frequência 𝜔0 sofre;
• A resposta em fase em 𝜔0 é o deslocamento de fase que uma frequência
𝜔0 sofre.
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Resposta em Frequência
Exemplo 5.19 Considere um sistema com resposta em frequência dada por:
j𝜔 + 0,1
H(𝜔) =
j𝜔 + 5
Determine a resposta y(t) do sistema quando a entrada x(t) for x(t) = cos(2t).

Figura 21: Resposta em frequência para um sistema LTI.

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Figura 22: Saı́da do sistema quando a entrada é x(t) = cos(2t).

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Resposta em Frequência
Exemplo 5.20 Determine a resposta em frequência (resposta de magnitude e
fase) para os seguintes sistemas:
(a) um atrasador ideal de T segundos;
(b) um diferenciador ideal;
(c) um integrador ideal.

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Figura 23: Resposta em frequência do atrasador ideal, diferenciador ideal e integrador
ideal.

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Resposta em Frequência
Exemplo 5.21 Determine a resposta em frequência (resposta de magnitude e
fase) de um sistema LTIC especificado pela seguinte equação diferencial:

d2 y(t) dy(t) dx(t)


2
+3 + 2y(t) = + 5x(t)
dt dt dt
Além disso, determine a saı́da quando a entrada for a senoide 20 cos(3t + 35◦ ).

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Figura 24: Resposta em frequência de um sistema LTIC.

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Filtros Seletivos em Frequência
Filtragem: Processo no qual é possı́vel modificar a amplitude de certas
componentes de frequências de um determinado sinal.
Exemplo: Equalizador de Áudio.

Figura 25: Equalizador de áudio.

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Filtros Seletivos em Frequência
Filtros seletivos em frequência: permitem a passagem de certas faixas de
frequência em detrimento de outras.

cos(𝜔0 t) −→ |H(𝜔0 )| cos[𝜔0 t + ∠H(𝜔0 )]

• Caso deseje-se remover a frequência 𝜔0 , basta |H(𝜔0 )| = 0;


• Caso deseje-se permitir a passagem da frequência 𝜔0 , basta |H(𝜔0 )| = 1.
Aplicações:
• Remoção de sinais indesejados;
• Sistemas de telecomunicações;
• Imagens digitais: detecção de bordas.
Tipos de filtros seletivos:
• Passa-baixas;
• Passa-altas;
• Passa-faixa;
• Rejeita-faixas.

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Filtros Seletivos em Frequência

Passa-baixas Passa-altas Passa-faixas

Rejeita-faixas Passa-tudo

Figura 26: Resposta em frequência para os filtros ideais.

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Figura 27: Aplicação de filtros para remoção de sinais indesejados em um sinal de
eletrocardiograma.

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Figura 28: Aplicação de filtros para detecção de bordas em uma imagem digital.

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Filtros Seletivos em Frequência
Filtro Passa-Baixas Ideal:
(
1, −𝜔c < 𝜔 < 𝜔c
H(𝜔) =
0, caso contrário
Resposta ao impulso:
𝜔c
h(t) = sinc(𝜔c t)
𝜋

Figura 29: Resposta em frequência e resposta ao impulso de um filtro passa-baixas


ideal.
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Filtros Seletivos em Frequência
Filtro Passa-Baixas Ideal:
• Não-causal;
• Não pode ser representado por equação diferencial → sistema não
realizável.
Critério de Paley-Wiener: Critério para que um sistema seja realizável:
∫ ∞
| ln |H(𝜔)||
d𝜔 < ∞
−∞ 1 + 𝜔2

• A resposta em magnitude não pode ser zero em uma faixa de frequência;


• A resposta em magnitude não pode decrescer tão rapidamente;
• O sistema deve ser causal.
Primeira tentativa de realização:
𝜔c
ĥ(t) = h(t)u(t) = sinc(𝜔c t)u(t)
𝜋

Problema: ĥ(t) tem metade da energia de h(t). O filtro realizável não pode
atingir os elevados ideais da resposta ideal.
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Filtros Seletivos em Frequência
Primeira tentativa de realização:

Figura 30: Resposta em frequência e resposta ao impulso da primeira tentativa de


realização de um filtro passa-baixas.

Segunda tentativa de realização: Admitir um atraso na resposta ao impulso:


𝜔c
ĥ(t) = h(t − td )u(t) = sinc[𝜔c (t − td )]u(t)
𝜋
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Figura 31: Diferentes realizações causais para um filtro passa-baixas.
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Filtros Seletivos em Frequência
Diagrama de Tolerâncias: Aproximação da resposta em frequência para um
filtro passa-baixas.

Figura 32: Diagrama de Tolerâncias para um filtro passa-baixas.

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Filtros Seletivos em Frequência
Famı́lia de Filtros:
• Butterworth - Banda de passagem e de rejeição plana, transição longa;
• Chebyshev - Oscilações na banda de passagem ou rejeição, transição
curta;
• Cauer - Oscilações na banda de passagem e rejeição, transição muito
curta.

Filtros de Butterworth:
1
|H(𝜔)| = √︂
  2K
𝜔
1+ 𝜔c

𝜔c → frequência de corte (frequência no qual o ganho é √1 ≃ 0,707 vezes o


2
ganho máximo);
K → ordem do filtro.

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Filtros Seletivos em Frequência

Figura 33: Resposta em magnitude de um filtro Butterworth.


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Modulação
Modulação: Alguma caracterı́stica de um sinal de alta frequência (portadora)
é variado de acordo com o sinal a ser transmitido (modulante);
Aplicação da Modulação:
• O canal de comunicações tem uma faixa de frequências sob o qual a
transmissão é mais adequada;
• O tamanho da antena é inversamente proporcional a faixa de frequências
no qual o sinal é transmitido – um sinal de áudio requer que o tamanho
da antena fosse da ordem de quilômetros.
• Transmitir vários sinais em um mesmo canal de comunicações – cada
sinal ocupa uma faixa de frequências de forma a não interferir nos outros.

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Modulação
Tipos de portadora:
• Senoidais:
c(t) = A cos(𝜔t + 𝜙)
Caracterı́sticas que podem ser modificadas:
• Amplitude;
• Frequência;
• Fase.
• Pulsadas: Ondas quadradas.
Caracterı́sticas que podem ser modificadas:
• Amplitude;
• Largura;
• Posição.

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Modulação
Tipos de Modulação:
• Analógicas: Portadoras senoidais e sinais modulantes analógicos.
• Modulação em amplitude - AM;
• Modulação em frequência - FM;
• Modulação em fase - PM.
• Pulsadas: Portadoras pulsadas e sinais modulantes analógicos.
• Modulação por largura de pulso - PWM;
• Modulação por posição de pulso - PPM;
• Modulação por largura de pulso - PAM;
• Modulação por código de pulso - PCM.
• Digitais: Portadoras senoidais e sinais modulantes digitais.
• Modulação por chaveamento de amplitude - ASK;
• Modulação por chaveamento de fase - PSK;
• Modulação por chavamento de frequência - FSK;
• Moduladação por chaveamento de amplitude e fase - QAM.

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Modulação em Banda Lateral Dupla, Portadora
Suprimida (AM-DSB-SC)
Modulação: Amplitude da portadora variada de acordo com o sinal
modulante m(t):
𝜑(t) = m(t) cos(𝜔c t)

Figura 34: Esquema de um modulador AM-DSB-SC.

Análise no domı́nio da frequência:


m(t) ⇐⇒ M(𝜔)
1
𝜑(t) = m(t) cos(𝜔c t) ⇐⇒ [M(𝜔 − 𝜔c ) + M(𝜔 + 𝜔c )]
2
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Figura 35: Espectro de uma modulação AM-DSB-SC.

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Modulação em Banda Lateral Dupla, Portadora
Suprimida (AM-DSB-SC)
Modulação: A largura de banda do sinal modulante é B Hz (ou 2𝜋B rad/s), já
do sinal modulado é 2B Hz (ou 4𝜋B rad/s).
Para que não haja sobreposição dos espectros:
𝜔c ≥ 2𝜋B
Na prática, devido à distorções das antenas transmissoras:
𝜔c ≫ 2𝜋B
Demodulação: Recuperação do sinal modulante a partir do sinal modulado.

Figura 36: Esquema do demodulador em amplitude.

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Modulação em Banda Lateral Dupla, Portadora
Suprimida (AM-DSB-SC)
Demodulação:

e(t) = 𝜑(t) cos(𝜔c t) = m(t) cos(𝜔c t) cos(𝜔c t)


= m(t) cos2 (𝜔c t)
1
= m(t) [1 + cos(2𝜔c t)]
2
1
= [m(t) + m(t) cos(2𝜔c t)]
2
Desta forma,
1
E(𝜔) ⇐⇒ [M(𝜔) + M(𝜔 − 2𝜔c ) + M(𝜔 + 2𝜔c )]
2
Existe uma cópia do espectro de m(t) e duas versões deslocadas do espectro
de m(t) – a primeira centrada em 2𝜔c e a segunda em −2𝜔c .

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Modulação em Banda Lateral Dupla, Portadora
Suprimida (AM-DSB-SC)
Demodulação: A recuperação de m(t) pode ser feita através de um filtro
passa-baixas com frequência de corte W:
2𝜋B < W < 2𝜔c − 2𝜋B

Figura 37: Esquema do demodulador em amplitude e espectro do sinal e(t).

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Modulação em Amplitude
• Problema do modulador proposto: O receptor deve gerar uma portadora
com sincronismo de fase e frequência com a portadora do transmissor, o
que pode aumentar o custo do receptor;
• Solução: Transmitir a portadora A cos(𝜔c t) junto com o sinal AM.

𝜑AM (t) = A cos(𝜔c t) + m(t) cos(𝜔c t)


= [A + m(t)] cos(𝜔c t)

Para que o envelope do sinal AM corresponda ao sinal m(t), deve-se


atender:
A + m(t) ≥ 0 para todo t

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Figura 38: Um sinal AM para dois valores de A e seus respectivos envelopes.
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Modulação em Amplitude
Sendo ±mp os valores máximo e mı́nimo de m(t), então a amplitude da
portadora deve ser:
A ≥ mp
Índice de Modulação:
mp
𝜇=
A
como A ≥ mp , então:
0≤𝜇≤1
Demodulação: Como em um sinal AM o envelope é igual ao sinal modulante,
então basta detectar o envelope do sinal.

Figura 39: Circuito detector de envoltória.

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Figura 40: Saı́da do detector de envoltória.

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Modulação em Amplitude
O custo da simplicidade da detecção: A eficiência é definida como:
Potência útil Ps
𝜂= =
Potência total Pc + Ps
• Pc é a potência da portadora. Sendo T = 2𝜔𝜋 , então:
c
∫ T ∫ T
1 1
Pc = [A cos(𝜔c t)] 2 dt = A2 cos2 (𝜔c )dt
T 0 T 0
∫ T 2
1 A
= [1 + cos(2𝜔c t)] dt
T 0 2
∫ T 2 ∫ T
1 A 1
= dt + cos(2𝜔c t)dt
T 0 2 T 0
∫ T
A2 1 A2
= dt =
2 T 0 2
• Ps é a potência de m(t) cos(𝜔c t):
∫ T
1
Ps = lim m2 (t) cos2 (𝜔c t)dt
T→∞ 2T −T

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Modulação em Amplitude
O custo da simplicidade da detecção: (cont’d):
∫ T 2
1 m (t)
Ps = lim [1 + cos(2𝜔c t)] dt
T→∞ 2T −T 2
∫ T 2 ∫ T
1 m (t) 1
= lim dt + lim cos(2𝜔c t)dt
T→∞ 2T −T 2 T→∞ 2T −T
∫ T
1 1 Pm
= lim m2 (t)dt =
2 T→∞ 2T −T 2
Pm é a potência do sinal m(t). Desta forma, a eficiência será:
Pm
Ps 2
𝜂= =
Pc + Ps A2 Pm
2 + 2
Pm
=
A2 + Pm
Caso um sinal m(t) seja um sinal senoidal:
m(t) = mp cos(𝜔m t) = 𝜇A cos(𝜔m t)
𝜇2 A2
Pm =
2
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Modulação em Amplitude
O custo da simplicidade da detecção: A eficiência será:
𝜇 2 A2
Pm 2
𝜂= 2 =
A + Pm A2 + 𝜇2 A2
2
𝜇2
=
2 + 𝜇2

A eficiência máxima ocorre quando 𝜇 = 1:


1
𝜂max = = 0,33
3
ou seja, no máximo 33% da potência de transmissão será gasto enviando
informação.

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Multiplexação por Divisão em Frequência (FDM)
Multiplexação: Transmissão de vários sinais em um mesmo canal de
comunicações.

Figura 41: Esquema de uma multiplexação por divisão na frequência.

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Multiplexação por Divisão em Frequência (FDM)

Figura 42: Espectro de Frequências de um sinal FDM.

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Multiplexação por Divisão em Frequência (FDM)

Figura 43: Esquema de uma demultiplexação por divisão na frequência.

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Referências
1. B.P. Lathi - Sinais e Sistemas Lineares. 2ª Edição. Bookman, 2006;
2. B.P. Lathi, Z. Ding - Sistemas de Comunicações Analógicos e Digitais
Modernos. 4ª Edição. LTC, 2012;
3. A.V. Oppenheim, A.S. Willsky - Sinais e Sistemas. 2ª Edição. Pearson,
2010.

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