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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUES COM HABILITAÇÕES EM FRANCÊS

ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

2° SEMESTRE - 2°ANO

Tema:

Ética, Bioética e Deontologia

Chimoio, Novembro de 2024


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUES COM HABILITAÇÕES EM FRANCÊS

ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

2° SEMESTRE - 2°ANO

Discente:

Feliciana Alberto Cassiel

Docente:

dr. Manuel António Lambo

Chimoio, Novembro de 2024

1
Índice

Capítulo 1: Introdução ............................................................................................................... 3

1.1. Introdução ....................................................................................................................... 3

1.2. Objectivos ....................................................................................................................... 3

1.2.1. Objectivo Geral ........................................................................................................... 3

1.2.2. Objectivos Específicos ................................................................................................ 3

1.3. Metodologia .................................................................................................................... 3

Capítulo 2: Quadro teórico......................................................................................................... 4

2.1. Princípios da Ética Médica ................................................................................................. 4

2.1.1. Autonomia........................................................................................................................ 4

2.1.2. Beneficência ..................................................................................................................... 4

2.1.3. Não Maleficência ............................................................................................................. 4

2.1.4. Justiça............................................................................................................................... 5

2.2. Modelos de Relacionamento com o Paciente ..................................................................... 5

2.2.1. Modelo Paternalista ......................................................................................................... 5

2.2.2. Modelo Informativo ......................................................................................................... 5

2.2.3. Modelo Interpretativo ...................................................................................................... 6

2.2.4. Modelo Deliberativo ........................................................................................................ 6

2.3. Relação do Profissional de Saúde com Pacientes e Familiares .......................................... 6

2.3.1. Comunicação Clara e Empática ....................................................................................... 6

2.3.2. Respeito à Dignidade Humana......................................................................................... 7

2.3.3. Apoio Emocional aos Familiares ..................................................................................... 7

2.3.4. Desafios Éticos na Relação com Familiares .................................................................... 7

Capítulo 3: Conclusão ................................................................................................................ 8

3.1. Conclusão............................................................................................................................ 8

Referências Bibliografia ............................................................................................................ 9

2
Capítulo 1: Introdução
1.1.Introdução

A ética, bioética e deontologia são pilares fundamentais na prática médica, guiando os


profissionais de saúde em suas interacções com pacientes, familiares e a sociedade. Esses
conceitos estabelecem normas para o comportamento profissional, promovendo o respeito à
dignidade humana, a justiça, e a protecção da vida. Este trabalho busca explorar os princípios
éticos aplicados à medicina, os modelos de relacionamento com o paciente e a importância da
relação entre profissionais de saúde, pacientes e seus familiares.

1.2.Objectivos
1.2.1. Objectivo Geral
 Investigar como os princípios éticos, a bioética e a deontologia influenciam a prática
médica e as interacções no ambiente de saúde.
1.2.2. Objectivos Específicos
 Analisar os princípios da ética médica e sua aplicação no cotidiano profissional;
 Identificar modelos de relacionamento entre médicos e pacientes e suas implicações
éticas;
 Compreender o impacto da relação do profissional de saúde com pacientes e
familiares.
1.3. Metodologia

Este estudo será baseado em uma revisão bibliográfica de livros, artigos acadêmicos e outras
fontes confiáveis sobre os temas abordados. Serão utilizados exemplos práticos para ilustrar a
aplicação dos conceitos discutidos.

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Capítulo 2: Quadro teórico

2.1. Princípios da Ética Médica

Os princípios da ética médica são fundamentais para a prática clínica e orientam os


profissionais de saúde em decisões que frequentemente envolvem dilemas éticos. Esses
princípios foram amplamente consolidados por Beauchamp e Childress (2013), que
propuseram os quatro pilares da bioética:

2.1.1. Autonomia

O princípio da autonomia assegura o direito do paciente de tomar decisões sobre sua própria
vida e saúde. Na prática médica, isso se traduz na necessidade de respeitar escolhas pessoais,
mesmo quando estas vão contra as recomendações do profissional de saúde. O consentimento
informado é um exemplo prático desse princípio, onde o paciente recebe informações
detalhadas sobre os riscos e benefícios de um procedimento antes de decidir.
Segundo Silva e Pereira (2018), o respeito à autonomia também envolve compreender a
cultura e os valores individuais, principalmente em contextos multiculturais, onde crenças
religiosas ou tradições podem influenciar as decisões de saúde.

2.1.2. Beneficência

A beneficência é o compromisso do profissional de agir no melhor interesse do paciente,


promovendo seu bem-estar e aliviando seu sofrimento. Para que a beneficência seja aplicada
de forma ética, o profissional deve considerar não apenas os aspectos físicos, mas também
emocionais, sociais e espirituais do paciente.
No entanto, esse princípio pode entrar em conflito com a autonomia, especialmente quando o
paciente recusa um tratamento que, segundo o profissional, é benéfico. Um exemplo clássico
é a recusa de transfusões de sangue por pacientes Testemunhas de Jeová, o que desafia os
médicos a encontrar alternativas que respeitem a autonomia sem comprometer a beneficência.

2.1.3. Não Maleficência

O princípio da não maleficência está fundamentado no preceito hipocrático de "primeiro, não


causar dano" (primum non nocere). Ele exige que os profissionais de saúde evitem causar
danos diretos ou indiretos aos pacientes, mesmo quando tentam fazer o bem.
Por exemplo, ao prescrever medicamentos, o médico deve avaliar os possíveis efeitos
colaterais e pesar os riscos contra os benefícios. Além disso, a realização de procedimentos

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invasivos deve ser criteriosa, garantindo que não causem mais sofrimento do que o benefício
esperado.

2.1.4. Justiça

A justiça na prática médica refere-se à distribuição equitativa de recursos de saúde,


tratamento e atenção. Segundo Beauchamp e Childress (2013), a justiça não se limita à
igualdade, mas também à equidade, reconhecendo que diferentes pacientes podem ter
necessidades distintas.
Nos sistemas de saúde pública, a justiça é desafiada pela escassez de recursos, como leitos
hospitalares ou medicamentos. Em contextos de pandemia, por exemplo, os profissionais
enfrentam dilemas éticos ao priorizar pacientes com maior probabilidade de recuperação,
muitas vezes excluindo aqueles em condições críticas.

Esses quatro princípios servem como guia universal para médicos e profissionais de saúde,
ajudando a resolver dilemas éticos de forma equilibrada e humanizada.

2.2. Modelos de Relacionamento com o Paciente

A relação entre médico e paciente tem evoluído ao longo do tempo, passando de um modelo
hierárquico e paternalista para formas mais colaborativas e centradas no paciente. Emanuel e
Emanuel (1992) descrevem quatro modelos principais, cada um com características distintas
que influenciam a prática clínica.

2.2.1. Modelo Paternalista

O modelo paternalista é caracterizado pela autoridade do médico na tomada de decisões em


nome do paciente, assumindo que o profissional sabe o que é melhor para a saúde do
indivíduo. Esse modelo foi predominante em eras passadas, especialmente quando o
conhecimento médico era inacessível ao público leigo.
Embora eficaz em situações de emergência, onde o paciente pode estar incapacitado de
decidir, esse modelo pode ser criticado por limitar a autonomia do paciente. Estudos recentes
sugerem que o paternalismo pode gerar insatisfação e falta de adesão ao tratamento quando
os pacientes sentem que suas opiniões não foram consideradas (Emanuel & Emanuel, 1992).

2.2.2. Modelo Informativo

No modelo informativo, o médico assume o papel de um consultor, fornecendo ao paciente


todas as informações necessárias sobre diagnósticos, opções de tratamento, riscos e
benefícios. A decisão final é deixada inteiramente ao paciente, promovendo sua autonomia.

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Esse modelo é amplamente utilizado em sistemas de saúde modernos, onde o empoderamento
do paciente é valorizado. No entanto, ele pode não ser adequado em situações onde o
paciente não possui conhecimentos suficientes para compreender as implicações médicas ou
está emocionalmente vulnerável.

2.2.3. Modelo Interpretativo

O modelo interpretativo busca um equilíbrio entre os princípios de autonomia e beneficência,


onde o médico ajuda o paciente a entender suas próprias necessidades, valores e desejos,
orientando a tomada de decisão.
Por exemplo, um paciente com câncer terminal pode não saber se prefere priorizar
tratamentos agressivos ou cuidados paliativos. O médico, ao interpretar os valores e as
expectativas do paciente, auxilia na escolha que melhor reflete suas prioridades.

2.2.4. Modelo Deliberativo

No modelo deliberativo, o médico e o paciente engajam-se em um diálogo colaborativo,


deliberando juntos sobre o curso de ação mais adequado. Este modelo enfatiza a parceria e a
tomada de decisão compartilhada, fortalecendo a relação de confiança entre ambas as partes.
Embora ideal em muitos casos, o modelo deliberativo exige um nível elevado de
comunicação e confiança, que pode não estar presente em todas as interações médico-
paciente.

A escolha do modelo mais adequado depende do contexto clínico, das preferências do


paciente e do profissional, e das limitações impostas pelo sistema de saúde.

2.3. Relação do Profissional de Saúde com Pacientes e Familiares

A relação entre profissionais de saúde, pacientes e familiares é um elemento central na


promoção de cuidados humanizados e eficazes. Essa interação é influenciada por fatores
emocionais, culturais e éticos, que moldam a percepção do paciente sobre o tratamento
recebido.

2.3.1. Comunicação Clara e Empática

A comunicação eficaz é essencial para estabelecer confiança e compreender as necessidades


do paciente e de seus familiares. De acordo com Silverman et al. (2016), uma boa
comunicação ajuda a reduzir a ansiedade e aumenta a satisfação do paciente.
Além disso, em contextos críticos, como o diagnóstico de doenças graves, a capacidade do

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profissional de transmitir informações de forma clara e sensível pode impactar positivamente
a experiência do paciente.

2.3.2. Respeito à Dignidade Humana

O respeito pela dignidade do paciente envolve reconhecer sua individualidade, crenças e


valores. Esse aspecto é particularmente relevante em situações onde decisões éticas
complexas precisam ser tomadas, como em cuidados paliativos ou interrupção de tratamentos
fúteis.
Os familiares, muitas vezes, tornam-se porta-vozes dos pacientes incapazes de se comunicar,
o que exige dos profissionais habilidades para mediar expectativas e conflitos, sempre
mantendo o foco nos melhores interesses do paciente.

2.3.3. Apoio Emocional aos Familiares

Em situações de luto ou estresse, os familiares dos pacientes podem precisar de apoio


emocional tanto quanto os próprios pacientes. O profissional de saúde, ao oferecer escuta
ativa e empatia, pode ajudar a aliviar o sofrimento e fortalecer os laços de confiança.
Por exemplo, em unidades de terapia intensiva, é comum que os familiares enfrentem dilemas
éticos e emocionais, como a decisão de suspender suporte vital. Nesses casos, o suporte
oferecido pelos profissionais é crucial para ajudar as famílias a lidar com a culpa e o medo.

2.3.4. Desafios Éticos na Relação com Familiares

Muitas vezes, surgem conflitos entre os desejos dos pacientes e as expectativas de seus
familiares. Por exemplo, um paciente pode optar por cuidados paliativos, enquanto os
familiares preferem insistir em tratamentos agressivos.

O papel do profissional é mediar essas situações, garantindo que os princípios éticos sejam
respeitados e que as decisões estejam alinhadas com os valores do paciente.

A relação entre profissionais de saúde, pacientes e familiares é um processo dinâmico e


complexo, que exige equilíbrio entre habilidades técnicas e emocionais para garantir o
melhor cuidado possível.

7
Capítulo 3: Conclusão
3.1. Conclusão
A ética, bioética e deontologia são essenciais na prática médica, orientando as relações entre
profissionais de saúde, pacientes e familiares. Os princípios da ética médica – autonomia,
beneficência, não maleficência e justiça – são fundamentais para decisões que respeitem a
dignidade dos pacientes. Os modelos de relacionamento evoluíram, priorizando a
participação do paciente nas escolhas, desde o paternalismo até o modelo deliberativo. A
comunicação clara e empática, o respeito pela dignidade e o suporte emocional são essenciais
na interacção com pacientes e familiares. A reflexão contínua sobre esses princípios é crucial
para garantir cuidados médicos humanizados e éticos.

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Referências Bibliografia

Beauchamp, T. L.; Childress, J. F. Princípios de Ética Biomédica. 7. ed. Porto Alegre:


Artmed, 2013.

Díaz, J. P. Deontologia Médica: Ética e Prática Profissional. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2015.

Emanuel, E. J.; Emanuel, L. L. “Quatro Modelos de Relação Médico-Paciente.” Revista


Brasileira de Bioética, v. 15, n. 2, p. 91-96, 1992.

Silverman, J.; Kurz, A.; Perron, L.; Mallard, L. Comunicação Médica: A Arte e a Técnica de
Comunicar com os Pacientes. Porto Alegre: Artmed, 2016.

Silva, A. R.; Pereira, M. L. Bioética: Princípios e Desafios. São Paulo: Editora Nacional,
2018.

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