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ISBN: 978-65-5379-082-7
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101
1. Educação. 2. Educação ambiental. 3. Matemática – Estudo e
ensino. 4. Ensino médio. 5. Ensino fundamental. 6. Educação de jovens
e adultos. 7. Educação inclusiva. 8. Aprendizagem. 9. Evasão escolar na
educação de adultos- Brasil. 10. Leitura – Estudo e ensino. 11. Literatura –
Estudo e ensino. 12. Autismo - Aprendizagem I. Pessoa, Jacimara Oliveira
da Silva. II. Título
CDD: 370.7
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Bruna Cristina Bonini - CRB 9/1347
SUMÁRIO 01
Educação ambiental através da química para
alunos do 2º ano do ensino médio na cidade de
Nhamundá..............................................................9
Alciléia Guerreiro Tavares
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.1
02
Análise da aprendizagem da matemática
em espaços virtuais a propósito do ensino
aprendizagem na terceira série do ensino
médio ...................................................................23
Felipe Matheus Matos da Silva
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.2
03
A prática da escrita na escola e as implicações
no processo de aprendizagem...........................35
Hélia de Sousa Cerdeira
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.3
04
Metodologias alternativas para o ensino da
matemática nas series iniciais do ensino
fundamental II......................................................48
Cleuter Correa da Silva
Jacimara Oliveira da Silva Pessoa
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.4
05
A importância da leitura no ensino fundamental:
um leitor a caminho ...........................................62
Lucimar Lopes Ferreira
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.5
06
Estudo sobre os fatores que facilitam a
aprendizagem em leitura e escrita no 9º ano
do ensino fundamental II, na Escola Estadual
Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã-
Amazonas, Brasil................................................72
Andreuza de Lima Bezerra
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.6
07
Educação de jovens e adultos: fatores que
influenciam a evasão escolar dos alunos da
educação de jovens e adultos...........................85
Maria da Conceição Alves Ferreira
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.7
08
Pacto nacional de alfabetização na idade
certa e a formação continuada no ciclo de
alfabetização nas escolas municipais no
município de Coari - Amazonas - Brasil, período
2013-2019...........................................................100
Josiel Souza da Silva
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.8
09
Planejamento escolar com a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) no ensino
fundamental II, nas escolas municipais públicas
urbanas do município de Coari-Amazonas no
ano de 2020-2021..............................................116
Ávila de Souza Ferreira dos Santos
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.9
10
Processo de evasão escolar na modalidade
da educação de jovens e adultos do ensino
fundamental ......................................................133
Pedro Miranda Dias
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.10
11
O uso de recursos tecnológicos no aprendizado
do estudante autista: um processo de
mediação pedagógica ......................................149
Ana Carolina Cerdeira de Oliveira
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.11
Organizadora.....................................................165
Índice Remissivo...............................................166
Apresentação
Apresentar um livro é sempre uma responsabilidade e muito desafiador, principalmente
por nele conter tanto de cada autor, de cada pesquisa, suas aspirações, suas expectativas, seus
achados e o mais importante de tudo a disseminação do conhecimento produzido cientificamen-
te.
Portanto, a organização deste livro é resultado dos estudos desenvolvidos por diversos
pesquisadores e que tem como finalidade ampliar o conhecimento aplicado às áreas da edu-
cação e do ensino evidenciando o quão presentes elas encontram-se em diversos contextos
escolares e familiares, em busca da disseminação do conhecimento e do aprimoramento das
competências profissionais e acadêmicas.
Este volume traz onze (11) capítulos com as mais diversas temáticas e discussões, as
quais mostram cada vez mais a necessidade de pesquisas voltadas para as áreas da educação
e ensino. Os estudos abordam discussões como: educação ambiental; aprendizagem da mate-
mática em espaços virtuais; prática da escrita na escola; metodologias alternativas para o ensino
da matemática; leitura no ensino fundamental; aprendizagem em leitura e escrita; educação de
jovens e adultos; pacto nacional de alfabetização na idade certa e a formação continuada; plane-
jamento escolar com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC); evasão escolar e por fim, um
estudo sobre recursos tecnológicos no aprendizado do estudante autista.
Por esta breve apresentação percebe-se o quão diverso, profícuo e interessante são os
artigos trazidos para este volume, aproveito o ensejo para parabenizar os autores aos quais se
dispuseram a compartilhar todo conhecimento científico produzido.
Espero que de uma maneira ou de outra os leitores que tiverem a possibilidade de ler
este volume, tenham a mesma satisfação que senti ao ler cada capítulo.
Boa leitura!
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.1
Este estudo apresenta os resultado de um diagnóstico para justificar uma estratégia e a própria
estratégia, de Educação Ambiental para os alunos de 2º ano de ensino médio das escolas pú-
blicas de Nhamundá através da disciplina Química, com a finalidade de que o professor possa
abordar esse eixo transversal, muito exigido pela sociedade atual de forma sistemática, como
instrumento de produção e apropriação social e revelando que a essência é a possibilidade de
aquisição de valores, hábitos e conhecimentos que levem a um processo de transformação
com a participação do cidadão. Através da triangulação se constatou que apesar de os alunos
e professores tenham algum conhecimento sobre Educação Ambiental, como são o conceito de
médio ambiente, substâncias poluentes, principais contaminantes do Brasil, assim como os prin-
cipais problemas globais, não existe na disciplina Química da escola um sistema organizado de
ações (atividades) para desenvolver harmonicamente a Educação Ambiental no 2º ano de ensino
médio, pelo qual se propõe uma estratégia tendo em conta o estado da arte e principalmente a
definição de estratégia como um sistema de ações de direção para alcançar um objetivo de largo
alcance e dirigido à resolução de problemas ambientais locais. No corpo do trabalho se dá a es-
tratégia e se explica a metodologia, analisando o efeito da contaminação das águas de rio, lagoa,
etc. da localidade. A análise deste problema começa com uma excursão a natureza, na qual se
desenvolverá uma tarefa de investigação pelos alunos e se recolherá em uma tabela e logo se
comparará com indicadores estabelecidos que permitam chegar a conclusões.
ABSTRACT
This study presents the results of a diagnosis to justify a strategy and the strategy itself, of Envi-
ronmental Education for students of 2nd year of high school in public schools of Nhamundá throu-
gh the discipline Chemistry, with the purpose that the teacher can address this cross-cutting axis,
much demanded by today’s society in a systematic way, as an instrument of production and social
appropriation and revealing that the essence is the possibility of acquiring values, habits and
knowledge that lead to a process of transformation with the participation of the citizen. Through
triangulation it was found that although students and teachers have some knowledge about Envi-
ronmental Education, as are the concept of medium environment, pollutants, major contaminants
in Brazil, as well as the main global problems, there is not in the chemistry discipline of the school
an organized system of actions (activities) to develop harmoniously the Environmental Education
in the 2nd year of high school, for which a strategy is proposed taking into account the state of
the art and especially the definition of strategy as a system of steering actions to achieve a goal
of wide scope and directed to solving local environmental problems. In the body of the paper the
strategy is given and the methodology is explained, analyzing the effect of the contamination of
the locality’s river, lagoon, etc. waters. The analysis of this problem begins with an excursion to
nature, in which a research task will be developed by the students and collected in a table, and
then compared with established indicators that allow reaching conclusions.
CAPÍTULO 01 10
INTRODUÇÃO
A preservação do meio ambiente é a principal bandeira que hoje se levanta para que
o planeta sobreviva as grande agressões que vem sofrendo com ação do homem, as grandes
contaminações “químicas” nos deixam em alerta, também no Amazonas, que é um dos lugares
onde “ainda” o verde e animais prevalecem, e que em muitos lugares não existem mais, por isso
tem que se preservar.
CAPÍTULO 01 11
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
A Educação Ambiental no Brasil surge como educação não sistemática, fora do âmbito
do Estado, muito antes da sua institucionalização no governo federal. No Brasil houve influente
e persistente movimento de Educação Ambiental Conservacionista até o início dos anos 70, esti-
mulados pelos movimentos internacionais ecologistas que agitavam a Europa e os EUA entre os
anos 60 e 70 do século passado, com isso aconteceu a vertente conservacionista em Educação
Ambiental que se caracteriza por enfatizar forte ecologismo relacionado prioritariamente a prote-
ção e a conservação de espécies vegetais e animais com ênfase na biologia.
Diante disso a Educação Ambiental no Brasil teve duas grandes vertentes político-peda-
gógico e epistemológico: a Educação Ambiental Tradicional, chamada também de conservadora
e a Educação Ambiental Crítica Emancipadora. Educação Ambiental início no Brasil no dia 27 de
Abril de 1995, que se tornou “À lei nº 9. 393 no Art. 1º.
Também a educação voltada para as questões ambientais surge no Brasil como uma
alternativa para a conscientização socioambiental, sendo institucionalizada pela lei nº 9.795 de
27 de abril de 1999 e regulamentada pelo Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002. O Congres-
so Nacional aprovou a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), sendo a EA definida
como. Diante desse relacionamento foi desenvolvido as atitudes sobre à preservação ambiental
no Brasil no início da década de 70 estava em estado letárgico, pois além de vivenciar um perío-
do político autoritário, também as informações sobre as inovações da globalização.
Com isso, foi ligado a EA foram surgindo timidamente entre os participantes e pesqui-
sadores com preocupações ambientais. Com o assassinato de Chico Mendes e as pressões
internacionais devido ao desmatamento da Amazônia a EA foi valorizada de mídia. Na década
de 1980, o regime político encontrava-se em transição, também, ocorreu um envolvimento maior
da sociedade em conhecer a respeito das práticas educativas relacionadas com as questões
ambientais, proporcionando um acréscimo do número de trabalhos acadêmicos sobre a temática
CAPÍTULO 01 12
de vida da população brasileira.
Nesse período, também foi elaborada a Declaração de Brasília para a EA, considerando
a mesma um espaço para a criação da eco cidadania. A LDB da educação nacional foi refor-
mulada, criando uma nova Lei de Educação n. 9 394, promulgada em 30 de dezembro de1996.
Consequentemente inicia-se a formulação de reformas ao elaborar os PCN. Esse documento foi
lançado oficialmente em 15 de outubro de 1997, definindo como temas transversais, em função
da relevância social, urgência e universalidade: saúde, ética, pluralidade cultural, orientação se-
xual e meio ambiente.
Vale ressaltar que de acordo com a Educação Ambiental um dos pontos de partida: so-
bre a EA baseia-se na experiência realizada para criação adequada apreensão dos problemas
ambientais; deveria se dirigir ainda tanto pela educação formal como informal e as pessoas de
todas as idades. Por isso os governamentais formularam alguns programas na área de educação
ambiental para conscientizar a sociedade com acontecimento da poluição com meio ambiente,
faz com que cada cidadão conscientize na preservação do meio ambiente.
Diante desses fatos devemos si preocupar com meio ambiente, e chamar atenção da
humanidade para conscientizar e preservar o meio ambiente que está correndo risco de desapa-
recer, pois com isso que implantaram a educação ambiental para mostrar o conhecimento sobre
a preservação da natureza.
De acordo com Loureiro (2004, p. 85). Discorre que a Lei n° 9 795/95, que institui a Po-
lítica Nacional de Educação Ambiental, existe:
A partir de então, a educação ambiental passa a si desenvolver a todo vapor e a ser uti-
lizada o processo de conhecimento, começa a preservar a natureza e realizar praxis educativa
para atividades curriculares. Contudo isso, o acontecimento no meio ambiente, o ser humano
tem que trabalhar em conjunto através do conhecimento da prática na conservação e conscien-
tização para o meio ambiente que vive.
CAPÍTULO 01 13
cimentos, a falta de comprometimento real do Poder Público no cumprimento e comple-
mentação da legislação em relação às políticas específicas de Educação Ambiental, em
todos os níveis de ensino, consolidavam um modelo educacional que não respondia às
reais necessidades do país”.
A partir das perspectivas, a química está presente até mesmo nos mais simples fenô-
menos da natureza, os quais, muitas vezes passam despercebidas aos nossos olhos. Todavia,
os alunos de nível médio e fundamental têm uma certa dificuldade em associar a química com o
estudo dos fenômenos naturais, associando-a frequentemente a atividades poluidoras e à des-
truição ambiental.
Portanto, educação ambiental na sala de química faz com que os alunos tenham conhe-
cimentos sobre aspectos ambientais que estão no seu dia a dia, fazendo com os alunos tenham
um aprendizado melhor sobre as substâncias químicas no meio ambiente.
“a aprendizagem é uma construção pessoal que cada menino e cada menina realizam
graças à ajuda que recebem de outras pessoas, através da qual podem atribuir significado
a um determinado objeto de ensino, influenciada pelo seu interesse, disponibilidade, co-
nhecimentos prévios e experiência.
CAPÍTULO 01 14
“Descrevem a importância do Ensino de Química para formação de cidadãos que não ape-
nas se limitem a conhecer os conceitos químicos, mas que também tenham a capacidade
de entender a sociedade em que estão inseridos, possibilitando um olhar crítico diante das
situações do seu cotidiano e das questões ambientais.
Esse processo de educação ambiental na sala de aula de química faz com os alunos
trabalhem na prática a importância do meio ambiente para transformar cidadão com ideias rele-
vantes como preservar o meio que vive.
[...] a principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação
de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de
um modo comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade local e
global. Para isso é necessário que, mais informações e conceitos, a escola se proponha
a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de
habilidades e procedimento (BRASIL, 2001, p.29).
A Educação Ambiental “no” ambiente é considerada como uma técnica de instrução para
estudar o ambiente fora da sala de aula.
Também sobre as estratégias que podem ser utilizadas durante as aulas. Tanto as dis-
cussões sobre as metodologias a serem desenvolvidas no ensino de Química quanto as que
versam sobre Educação Ambiental defendem que os conteúdos devem ser desenvolvidos de
maneira interdisciplinar.
Diante das atividades desenvolvidas com alunos na sala de aula de química, é importan-
te falar sobre as substâncias química que poluem o meio ambiente.
CAPÍTULO 01 15
“As pesquisas realizadas pelos professores demonstram que a introdução de EA em aulas
de Química é realmente um desafio e que a simples introdução do tema não é suficiente.
Para isso são necessárias ações coordenadas com o planejamento de projetos mais am-
plos com fins específicos”.
METODOLOGIA
Esses são problemas enfrentados pelos professores e alunos do ensino médio de muitas
escolas, por meio dessa pesquisa procurar-se-á demonstrar os problemas que podem dificultar
a aprendizagem na educação ambiental, suas principais causas são as poluição nos rios, lagos
e igarapés que podem ser trabalhadas para minimizar esse problema, evidenciando também a
CAPÍTULO 01 16
importância da participação da sociedade para se conscientizar com meio ambiente.
RESULTADO E DISCUSSÃO
O instrumento utilizado para coleta de dados da pesquisa foi questionário fechado para
alunos e questionário semiaberto para professores, realizada na Escola Estadual Professora
Enery Barbosa dos Santos, foram entrevistados 120 alunos do 2º ano do Ensino Médio, sendo
que do total 40 eram do sexo masculino e 80 do sexo feminino, com idades variando basicamen-
te entre 14 e 16 anos de idade e 5 professores de Química de ambos os sexo.
CAPÍTULO 01 17
Resultados Integrais da Pesquisa
(...) aponta que “a valorização das atividades recreativas e contemplativas junto à nature-
za é devido ao caos urbano e a natureza identificada como princípio de ordem ecológica”
e que devido a esse caos, o homem passa a estabelecer uma relação com a natureza
como se essa fosse um objeto, que pertence ao homem, sem fazer parte dele. (VASCON-
CELLOS, 2006, pag. 146).
Quando fala de Meio ambiente é o conjunto de forças e condições que cercam e influen-
ciam os seres vivos diante da atual realidade. Os constituintes do meio ambiente compreendem
clima, iluminação, pressão, teor de oxigênio, condições de alimentação, modo de vida em socie-
dade e para o homem uma aprendizagem com o meio ambiente.
CAPÍTULO 01 18
Pergunta nº 2: Quais são os problemas globais do Meio Ambiente que ameaçam a
vida na Terra?
Tabela 2 - Questionário para alunos
Respostas Quantidade
A Degradação do meio ambiente 39
A Poluição. 08
A revolução industrial. 03
O efeito estufa 10
A Poluição sonora 01
O Dióxido de carbono 04
Todas as opções 0
Fonte: Elaborado pela autora
Com base nos resultados da pesquisa com relações aos problemas globais do Meio
Ambiente que ameaçam a vida na Terra, verificou-se que a maioria, ou seja, 60% dos alunos
entrevistados não tem conhecimento sobre os problemas globais, o que significa que mais da
metade dos alunos são mal informado sobre o meio ambiente.
CAPÍTULO 01 19
duzir as emissões originadas pela agricultura; alterar processos industriais.
Quanto aos conteúdos trabalhados no ensino médio, constatou-se através das pesqui-
sas que a maioria dos alunos acham muito interessante os conteúdos que são abordados em
sala de aula, ou seja, 77% dos entrevistados demonstram-se interesse pelos assuntos com rela-
ção do ensino da química e a educação ambiental do ensino médio.
CAPÍTULO 01 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No estudo feito em relação aos resultados obtidos pelos alunos da escola Enery Barbo-
sa dos Santos, percebe-se que muitos alunos não tem conhecimento sobre o meio ambiente, o
aquecimento global, desmatamento, poluição; mas diante disso possam ter informação do meio
que vive, as oportunidades que são dadas, e que muitos alunos mesmo sem ter conhecimento
suficiente de educação ambiental fazem com que valorizem o meio ambiente, fazendo com que
o problema se resolva através de preservação ambiental.
A pesquisa foi bastante satisfatória para ter conhecimento dos problemas ambientais no
planeta, para contribuir com futuros trabalhos, em relação à responsabilidade dos professores e
dos alunos que adquiriram conhecimento do meio ambiente para as dificuldades da aprendiza-
gem da química com educação ambiental, pois tendo como realidade mudanças ambientais no
planeta, devemos preservar o meio em que vivemos. Dessa forma, os professores deverão ter
consciência de que os resultados da aprendizagem e de preservar o meio ambiente através da
educação ambiental poderá ser trabalhado com os alunos em sala de aula no tempo de química.
CAPÍTULO 01 21
REFERÊNCIAS
Brasília, MEC, 1999a. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Médio e
Tecnológico. PCN: ensino médio.
CARVALHO, Marcos de. O que é natureza. Editora Brasiliense: Coleção Primeiros Passos. 2. ed. São
Paulo, 2003.
CARVALHO, Vilson Sérgio de. A educação ambiental nos PCN’s: o meio ambiente como tema
transversal. In: MATA, S. F. (Org.) Educação Ambiental: transversalidade em questão. Rio de Janeiro:
MZ Editora, 2000.
LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo. Trajetória e fundamentos da educação ambiental. São Paulo:
Cortez, 2004. 150 p.
PEREIRA Rúbia Lúcia. Et al. Tirando as argilas do anonimato. Química nova na escola. Química e
argilas, nº 10. Nov. 1999. P. 3-5.
ROSELI, Takako Matsunaga. Educação Ambiental, no ensino de Química: Criando trilhas em uma
escola pública do DF. UNB 2006. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Ensino das Ciências).
Universidade de Brasília DF 2006.
SANTA MARIA, L.C.; AMORIM, M. C.V.; AGUIAR, M.R.M.P.; SANTOS, Z.A.M.; CASTRO, P.S.C. B.G.;
BALTHA¬ZAR, R.G. Petróleo: um tema para o ensino de química. Química Nova na Escola, n. 15, p.
19-23, 2002. – (Santa Maria et al., 2002).
LESCAY, Dayana. Potencialidades que brinda la Química de 8vo grado para el desarrollo de la
Educación Ambiental. Trabajo de diploma. ISP Frank País Garcia. Santiago de Cuba. 1994.
CAPÍTULO 01 22
02
Análise da aprendizagem da
matemática em espaços virtuais a
propósito do ensino aprendizagem na
terceira série do ensino médio
Analysis of Mathematics learning in
virtual spaces regarding teaching and
learning in the third grade of high
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.2
ABSTRACT
In search of a participative and collaborative teaching of Mathmatics, which is built from the dia-
logue between aducators and students, this research seeks to investigate the contributions of
teaching in virtuous learning environments to the formation os high school finalists. George Sie-
mens´ theory was found on aspectsos teaching and reflection on education using communication
technologies and the necessary foundation to discuss the work. Thus, the activities developed
based on the scholar´s ideas provide a significant learning and use of ICT´s. The investigation
is qualitative in nature, some of which are considered social relationship between small subjects
of investigation in the context of the teaching- learning process. The instruments used in data
collection are questioning, observation and textual production. You receive were endorsed in
light od discursive analysis. The Mathmatics and Geometry theme emerged considering a better
association with social and observational contexts, enabling an approach to the construction os
spatial figures. With this, the main contributions form or increase interest and participation, not
referring to or knowing more and more about Mathmatics and understanding it as an instrument
for interpreting the world. Departing from the problem- solving approach to geometry, I see that
conceptual knowledge is more developedand expressed in different moments of development,
forms related to the construction of two elements that characterize the three-dimentional figures,
as well as concepts of volume, accompanying challenge and point.
CAPÍTULO 02 24
INTRODUÇÃO
A busca por mecanismos que facilitem essa aprendizagem se mostra muito importante,
uma vez que o Brasil não tem uma boa imagem na disciplina de Matemática.
Os índices nacionais de rendimento escolar estão muito alarmantes, sinal que as práti-
cas do educador devem ser revistas para que se possa acender o interesse do aluno na disci-
plina e buscar um melhor aproveitamento desse processo de aprendizagem. A influência que o
educador exerce, como um sujeito ativo, traz uma relevância maior para a curiosidade do aluno.
Uma vez que essa curiosidade é despertada, o conteúdo torna-se de maior pertinência, o que
melhora o entendimento das atividades escolares.
O cenário globalizado do século XXI conecta de modo mais profundo a economia, a cul-
tura e a política, uma vez que a rapidez com que a informação é transmitida acontece de modo
cada vez mais instantâneo. Trata-se de observar o panorama global se modificando e transfor-
mando toda essa informação em um grande emaranhado de alteração e mudanças comporta-
mentais e sociais.
As pessoas têm muito mais acesso a tudo que acontece no mundo de maneira mais
rápida. O acesso mais veloz que os aparelhos tecnológicos proporcionam e o fácil ingresso ao
CAPÍTULO 02 25
ciberespaço tornam essa experiência extremamente conectiva para o usuário. Essas informa-
ções são transmitidas e repassadas com uma maior facilidade. O ritmo com que tudo se modifica
nos leva a pensar e adquirir novos hábitos e viver em função de estar conectados e acompanhar
essa transição se faz cada vez mais necessário.
“O ritmo com que essas mudanças ocorrem é também sem precedentes. A televisão e o
rádio foram inventadas há cerca de um século; a prensa há mais de quinhentos anos. Em
apenas duas décadas, no entanto, fomos da abertura da internet para o público geral à
marca de mais de 2 bilhões de pessoas conectadas; e passaram-se apenas três décadas
desde o lançamento do primeiro sistema comercial de celular até a conexão de mais de 5
bilhões de usuários ativos. ” (CHATFIELD, 2012, p. 8)
A escola, juntamente com o corpo docente, tem responsabilidade não apenas de ensinar
o aluno a usar as ferramentas computacionais, não obstante também deve capacitar seus pro-
fessores e tutores para que possam preparar o aluno para saber quais informações devem ser
pertinentes e levadas em consideração. O preparo do professor para lidar com esses gargalos é
tão fundamental quando o de ensinar o aluno o conteúdo, desconsiderando as falácias encontra-
das no meio do processo de ensino aprendizagem
A exploração dos meios tecnológicos dentro do ambiente escolar não deve existir para
que os alunos apenas explorem a máquina digital. Usar as mesmas metodologias para explorar
os conteúdos disciplinares banaliza o real papel das TICs na Educação. Quando se insere esse
tipo de tecnologia no cotidiano do aluno deve-se levar em conta todo o potencial a ser empreen-
dido por esses mecanismos.
A Informática não deve apenas ter seu uso em sala de aula ou como ferramenta de
aprendizado, mas como um transmissor de conhecimento e inovação. Seria erróneo apenas
fazer uso de computadores e da informática sem procurar novos recursos que levem o aluno a
construir o conhecimento de forma dinâmica.
CAPÍTULO 02 26
Na sociedade atual em que estamos vivendo, em que por muitas vezes a máquina subs-
titui o trabalho humano, cabe ao homem à obrigação de ser criativo, ter boas ideias. E na
era da informação e comunicação é indispensável que as pessoas saibam e consigam
identificar o que há de essencial. (OLIVEIRA e MOURA, 2015. p. 80)
Segundo Oliveira e Moura (2015, p. 76) “A nossa sociedade passa por momentos de
transformações. Estas mudanças ocorrem devido às novas tecnologias de informação e comu-
nicação, que aos poucos, vão se interligando a atividade educativa. ”O Homem é um ser social
e que está em contínua evolução. As mudanças que ocorrem no cenário global vêm em decor-
rência da rapidez com a qual as informações trafegam, faz-se necessária a manutenção desse
fluxo. Capacitar os jovens para buscar cada vez mais melhoria nesse avanço é uma ação obri-
gatória que deve ser feita de forma inclusiva e continua.
Diferente do que era pregado no passado, essa perspectiva da educação mostra que o
aluno tem a capacitar de ir muito além do que o simples processo de ouvir, ler e aprender pro-
põe. Se em outras épocas ele era visto como um indivíduo sem conhecimento, na aprendizagem
significativa ele pode ser encarado como um ser pensante, onde todas as ideias, experiências e
conhecimentos se misturam e resultam em um novo saber mais elaborado e esculpido. Sendo
ele capaz de captar os pontos que mais se destacam dentro do novo ensinamento, complemen-
tá-lo com as suas experiências anteriores e produzir o seu próprio aprendizado.
CAPÍTULO 02 27
co, que torna-se de um tanto obsoleto se confrontado com o cenário do mundo atual.
Diante das mudanças que a sociedade passou e vem passando nos últimos anos, a
educação foi umas das que mais sofreu com essas transformações. A anexação do computador
e da Internet na vida dos alunos, trouxe uma avalanche de informações que as escolas e os pro-
fessores, como já dito, não estão preparados para absorver.
O uso das tecnologias em sala de aula é uma importante ferramenta para transformar de
forma positiva o ambiente de aprendizagem, por meio da qual é possível desenvolver variadas
atividades, investigar diferentes formas de resolução de problemas, debater possíveis resulta-
dos, isto é, ele permite que os alunos vivenciem novas experiências e apliquem os conceitos
matemáticos.
Ainda que sejam importantes, o que é mais importante não é tanto a disponibilidade do
equipamento ou da rede de internet, mas sim a capacidade pessoal do usuário de fazer
uso desses equipamentos quando pensamos em um acesso pleno, o que torna necessá-
rio pensar em um terceiro fator, que é o letramento. Tanto o letramento quanto o acesso as
TICs dependem de um artefato físico e o usuário desse artefato precisa ter uma habilidade
de leitura que o torne capaz de processar e utilizar a informação. (CASTRO, 2010. p. 46)
Pode-se dizer que o uso das tecnologias em sala de aula pode ser visto como uma
maneira interessante e criativa de alcançar melhorias no ensino-aprendizagem de Matemática,
bem como importante incentivo para que os professores possam vivenciar novas experiências
CAPÍTULO 02 28
e aprender a ousar na preparação de suas aulas; afinal, tal ação proporcionará maior interação
entre professor e aluno e, por fim, resultados significativos no processo de construção do conhe-
cimento matemático.
O Conectivismo
A chamada “inteligência coletiva” citada por Lévy está estruturada principalmente dentro
de uma percepção e valorização da aprendizado que cada indivíduo carrega consigo, bem como
e em todo o conhecimento que o mesmo foi capaz de extrair do seu convívio social ou que ob-
teve através de experiências individuais, e que portando podem ser disseminadas por meio da
utilização dessas tecnologias computacionais, que podem ser usadas para não somente disse-
minar todo o conhecimento que o indivíduo possui para toda a sociedade, mesmo aquelas nos
pontos mais remotos do mundo, que falem outros idiomas e que possuem diferentes percepções
acerca do mesmo assunto, como também compartilhar de pensamentos iguais e construir para
a evolução da educação como um todo.
Esses novos meios de comunicação tornaram-se uma poderosa arma para a irradiação
da chamada “inteligência coletiva”, através desses equipamentos computacionais essas infor-
mações podem ser distribuídas de maneira mais rápida entre os seus agentes passivos e ativos,
informações que alguns anos atrás eram somente adquiridas através das formas tradicionais,
como dentro da escola, universidade ou pelos livros e documentos. Contudo esses meios são
demasiados lentos, se levarmos em consideração os tempos de aula marcados dentro de cada
dia da semana, ou a demora que um livro levaria para viajar de um país, ou até mesmo de um
continente para outro. Pode-se dizer que esses métodos são quase arcaicos e ultrapassados,
pois com essa nova potência virtual a “inteligência coletiva” é distribuída em tempo real para
qualquer lugar do mundo, não deixando subestimado a inteligência de qualquer indivíduo acerca
de qualquer assunto, mas valorizando-o em sua inteligência particular. Pois dessa forma cada
pessoa poderia encontrar-se em uma sociedade que valorize a sua ideia ou pensamento, mes-
mo que esses não estivessem ao seu redor de forma física, afirmando que o reconhecimento es-
taria quebrando as barreiras das estruturas físicas das unidades de ensino, estruturando dentro
de uma nova linha: a cibercultura.
É por meio dos modos virtuais de troca, pelas máquinas informacionais, que a “inteligência
coletiva” pode irradiar todo o seu potencial, antes represado pelas formas institucionais e
formas de saber, como a escola e a universidade. Ela é uma inteligência distribuída em
“tempo real” por toda parte, e tem como principal característica a valorização do saber de
cada pessoa. Nesse sentido, os meios digitais de comunicação seriam a possibilidade
concreta de reconhecer esses saberes, ou seja, o reconhecimento não estaria mais ape-
nas nas instâncias formais de ensino. (RESENDE, 2016. p. 18)
CAPÍTULO 02 29
As bases epistemológicas que constroem nesse novo “espaço do saber” propiciam rela-
ções diretas e simbióticas entre os indivíduos e as máquinas e suas tecnologias do intelec-
to. Os processos desse universo geram novas subjetividades e outras concepções desse
conhecimento, nas quais os dispositivos e as dimensões técnicas instauram no binômio
sujeito-objeto outras formas de pensar e produzir, minimizando as forças institucionais
e hierárquicas de poder e consequentemente as noções tradicionais de conhecimento.
(RESENDE, 2016. p 19)
Essa “cibercultura” está tão fortemente aplicada nos dias atuais que, dentro dela, um
novo conceito de sociedade está em constante crescimento e modificação, bem com as relações
interpessoais e as relações com essas máquinas informatizadas que se distanciam da maneira
com a qual estamos habituados a nos relacionarmos entre nós dentro da comunidade a qual es-
tamos familiarizados. Agora precisamos nos adequar à essa nova cultura que carrega uma nova
maneira de se falar, de se portar, agir e reagir e também uma nova forma de aprender. A nova
tecnologia do intelecto traz consigo diferentes formas e simbolizações de interação, as relações
interpessoais e profissionais são construídas de maneira mais rápida, acelerando processos e
pulando etapas que muitos consideram essenciais.
A nova era mundial carrega consigo a necessidade da inclusão digital. Nesse novo mo-
mento vários questionamentos e problemáticas são enfrentadas com o auxílio da cibercultura.
Uma nova forma de aprender, repassar conhecimento e arquivá-los para o acesso a qualquer
momento e em qualquer lugar.
MARCO METODOLÓGICO
Projeto da pesquisa
Tipo de pesquisa
A pesquisa não enumerou eventos e nem empregou instrumental analítico para analisar
os dados. Os dados são descritivos, a partir da visão do pesquisador que teve como base a visão
dos discentes que participaram da situação aqui proposta.
Em relação à experiência, os métodos tradicionais vindos das ciências naturais não con-
seguem responder a perguntas do tipo: o que significa ter tal ou tal experiência? Isso acon-
tece porque as metodologias das ciências naturais são apropriadas para lidar com apenas
CAPÍTULO 02 30
um lado da polaridade: com o comportamento observável. Segue-se daí a utilização do
método fenomenológico. (MOREIRA, 2002, p. 112)
O estudo se valeu de observação direta e indireta, pois o pesquisador teve a contato com
as fontes diretas, no caso os alunos e demais atores do contexto escolar. Através da observa-
ção direta o pesquisador teve um conhecimento cabal da realidade que circunda o espaço em
estudo.
RESULTADO E DISCUSSÃO
CAPÍTULO 02 31
coletiva e dialógica, pois a abordagem problematizadora abriu espaço para promoção de um
ensino em que o educando participa da construção do conhecimento.
Considerou-se ainda que o ensino através das redes digitais promoveu não apenas o
diálogo entre os discentes como também contribuiu para a reflexão que a Matemática e a ciência
são frutos da construção humana. Ainda que a aula fosse a distância e utilizasse de ferramentas
digitais, os estudantes expressaram compreender que o desenvolvimento da ciência envolve
diferentes indivíduos e práticas.
Notoriamente os alunos conseguiram complementar o conteúdo que lhes havia sido ex-
posto meses antes, em sala de aula, utilizando a apenas a lousa e o livro didático, com a aula
virtual, onde puderam utilizar um plano cartesiano digital e de fácil manuseio.
Três quartos dos alunos que participaram da aula disseram ter conseguido relacionar o
conteúdo explicitado durante a aula com questões do cotidiano. Muito alunos correlacionaram o
conteúdo com a cidade, com o espaço físico que eles conhecem e até falaram sobre arquitetura
e engenharia.
Cerca de um quarto dos alunos consideraram fazer pesquisas e buscar novas fontes de
informação para fazer a atividade proposta. Estes alunos disseram fazer buscas na internet so-
bre o conteúdo e até mesmo olhar o caderno para revisar a matéria que já havia sido ministrada
anteriormente. O que, em muitos aspectos trazem características da Teoria do Conectivismo,
onde o indivíduo não mais constrói o conhecimento sozinho, mas busca uma rede de dados para
desenvolver esse aprendizado.
O dinamismo é um grande diferencial nas aulas utilizando ambientes virtuais, visto que
os alunos não se prendem apenas ao exemplo estático de livros e apostilas. O roteiro da aula
também segue em uma direção muito diferente de uma sala de aula. Não existe tempo de espera
para o professor escrever na lousa, ou demoradas leituras no livro. O assunto já está exposto na
tela ou, como no caso, é desenvolvido juntamente com o estudante. Criando um ambiente mais
CAPÍTULO 02 32
participativo e colaborativo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa surgiu com o intuito de promover o uso de ambientes virtuais no ensino
da Matemática aproximando-se da realidade dos educandos da terceira série do Ensino Médio,
pois diante da vivência deste pesquisador, observou-se que os estudantes finalistas trazem mui-
ta diversidade de interesses em mídias e tecnologias digitais, além da ansiedade pela finalização
desta fase estudantil e anseios para o que a vida adulta lhes reserva.
REFERÊNCIAS
CASTRO, Ana Lúcia de. Cultura contemporânea, identidades e sociabilidades: olhares sobre corpo,
mídia e tecnologias. São Paulo. Editora Unesp, 2010
CHATFIELD, Tom. Como viver na era digital. Rio de Janeiro. Editora Objetiva, 2012
DANTAS FILHO, Jerônimo Vieira. Baixo Rendimento na disciplina de Matemática. EDUCA – Revista
CAPÍTULO 02 33
Multidisciplinar em Educação, Porto Velho, v. 4, n° 9, p. 98 a 113, set/dez, 2017
JOHNSON, Steven. Como chegamos até aqui: a história das inovações que fizeram a vida moderna
possível. São Paulo. Editora Zahar, 2015
LAKATOS, E. Maria; MARCONI. A. Marina: Metodologia Cientifica. 5º edição. São Paulo: Altas 2003.
MOREIRA, Danniel Augusto; O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo. Pioneira. 2002
OLIVEIRA, C; MOURA S. P.; SOUZA, E.R; TICs na educação: A utilização das tecnologias da
informação e comunicaçãona aprendizagem do aluno. Piauí, Pedagogia em ação v 7, 2005 Disponível
em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/11019 Acesso em: 28 de outubro
de 2021
PALHARES, PEDRO, 2004. Elementos de Matemática para professores do Ensino Básico. Lisboa
edições Lidel
RESENDE. Ieda Maria. As noções de conhecimento de Pierre Levy e suas implicações na Educação.
São Paulo. 2016, 140 p. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
CAPÍTULO 02 34
03
A prática da escrita na escola e
as implicações no processo de
aprendizagem
The practice of writing in school
and the implications in the learning
process
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.3
O estudo objetiva conhecer as principais dificuldades encontradas pelos educandos do 6º. ano
do ensino fundamentai II da Escola Estadual Rosina Ferreira da Silva – município de Manaus /
AM em se expressarem através da língua escrita na percepção das professoras participantes.
Com o pressuposto de que existem representações sociais, buscou-se saber, na percepção dos
professores, como escrita pode ser considerada o desvelamento do mundo, como matéria-prima
que alimenta a sociedade, e a educação e elemento chave que permite o desenvolvimento das
habilidades necessárias na sociedade da informação. Portanto, se propôs a investigar quais as
dificuldades de aprendizagem interferem na aquisição da língua escrita no 6º ano. Saber ler e
escrever implica em desvendar mistérios, ultrapassar qualquer ideia de se querer mensurar ou
de se colocar limites de sentido. Pois quem escreve e lê se apropria do conhecimento e com isso
se constitui enquanto sujeito. Em outras palavras, a escrita localizada nos espaços da mediação
entre realidade se torna significativa e emancipatória.
ABSTRACT
The study aims to know the main difficulties encountered by students i the 6th year of elementary
school II Public School gives Rosina Ferreira da Silva - municipality of Manaus / AM in expres-
sing themselves through written language in the perception of the participating teachers. With the
assumption that there are socia representations, we sought to know, in the teachers’ perception,
how writing can be considered the unveiling of the world, as a raw material that feeds society,
and education and a key element that allows the development of skills needed in the information
society. Therefore, we set out to investigate which learning difficulties interfere with the acquisition
of written language in the 6th grade. Knowing how to read and write implies unraveling mysteries,
surpassing any idea of wanting to measure or set limits of meaning. For whoever writes and reads
appropriates knowledge and thus constitutes himself as a subject. In other words, writing located
in the spaces of mediation between realities becomes significant and emancipatory.
INTRODUÇÃO
O estudo se propõe a refletir, por meio de suporte teórico, pesquisa de campo, tendo em
vista que ler e escrever sempre me suscitou curiosidade, com as mudanças estão acontecendo
em todos os âmbitos da sociedade, trazendo inúmeras inovações com diversos campos do sabe
o ler e o escrever está em primeiro lugar.
Acompanhá-los exige uma nova postura da escola, tendo em vista que o aprender se
transforma em um processo de adaptação ativa, através do qual o sujeito, frente a uma determi-
nada situação recebe estímulos que se estruturam e resultam no ato de aprender.
CAPÍTULO 03 36
entre os sujeitos, pois cada um é ser histórico, possui o seu mundo e busca entender-se com o
outro.
A prática da escrita depende de diversos fatores que podem favorecer um bom ou mau
desempenho na sua aprendizagem, por ser um processo bastante complexo, a escrita envolve
mais que habilidades. Ler e escrever não se restringe apenas saber o que contém em um texto,
mas também decodificá-lo.
A escrita não é somente traduzir sílabas é conhecer as palavras e seu significado, mas
atividade interativa, interdiscursiva de apropriação de diferentes linguagens produzidas cultu-
ralmente. Dentre elas situa-se a leitura como um artefato presente em todas as atividades das
sociedades letradas.
Neste sentido, é necessário, compreender que a leitura na interface com escrita deve ser
uma atividade real e significativa, na qual os alunos interagem com diferentes conhecimentos,
com o texto e sua intencionalidade nas suas diferentes manifestações.
Muitos alunos principalmente no ensino fundamental não consegue ler e escrever pois
enfrentam dificuldades de aprendizagem, que muitas vezes não são identificadas, atrapalhando
o processo de aprendizagem, cabe ao professor identificar essa dificuldade e principalmente
assegurar a alunos seu direito de aprender a ler e escrever, uma delas, talvez a importante, é a
que o professor deve encarar o aluno como pessoas que precisam ter sucesso em suas aprendi-
zagens para se desenvolverem pessoalmente e para terem uma imagem positiva de si mesmos
acreditando que todos os alunos são capazes de aprender.
Para Higounet (2015, p. 67), “a escrita faz de tal modo parte da nossa civilização que
poderia servir de definição dela própria, dividindo a história da humanidade em duas imensas
CAPÍTULO 03 37
eras, antes e a partir da escrita”.
Visto por esse ângulo a escrita não é um procedimento destinado apenas para a fixação
da palavra, mas também dá acesso ao mundo das ideias, permite apreender o pensamento e
fazê-lo atravessar o espaço e o tempo, por isso a história da escrita segue a história dos avan-
ços do espírito humano, e “contribui não só para o nosso entendimento do mundo como de nós
mesmos”. (OLSON, 2016, p. 13).
A ESCRITA NA ESCOLA
Entender a natureza da escrita as suas funções, assim como a forma de ser usada são
indispensáveis ao processo escolar. Existem muitos fatores inclusos nesses processos e cabe
aos professores à conscientização do processo pelo qual se torna acessível, agradável e pro-
dutivo o conhecimento para aluno em termos de desenvolvimento emocional, evolução do seu
processo de interação social e da realidade linguística envolvida no momento da escrita.
Segundo Vygotsky (1988) a escrita não está separada da linguagem, ela é constituída
por um sistema de símbolos e signos, no qual a criança atribui significados, que determinam os
sons e as palavras da linguagem oral.
Destaca-se que é nas relações com a linguagem falada que o aluno p vai construindo
para si um conceito de escrita.
Com base nesse argumento, o professor deve sentir-se aberto para optar por métodos
e técnicas que busquem novas direções, seguindo sua sensibilidade e levando em conta a ca-
pacidade da turma para definir o ritmo que deve ser adotado. Dentre esse processo da aprendi-
zagem da escrita, Lemle (2014, p.76) destaca cinco capacidades que permitem os saberes para
essa ação, os quais podem ser alcançados facilmente pelos alunos como a ideia de símbolo,
discriminação das formas das letras, discriminação dos sons da fala, consciência da unidade
CAPÍTULO 03 38
(palavra) e a organização da página escrita.
Destaca-se que, para aprender a ler, e escrever a criança primeiramente precisa com-
preender a linguagem dos símbolos, a fim de perceber que não há uma relação intrínseca entre
o objeto e o signo linguístico utilizado para simbolizá-lo.
É necessário para simbolizar possuir a capacidade de discriminação das formas das le-
tras, a qual exige do aprendiz um refinamento na percepção, no entendimento que os riscos de-
senhados no papel significam símbolos que representam as formas das letras. Em complemento
a essa abordagem, Lemle afirma ainda que:
As letras do nosso alfabeto têm bastantes formas semelhantes, e por isso a capacidade
de distingui-la exige refinamento na percepção. Tomemos alguns exemplos. A letra p e a
letra b diferem apenas na direção da haste vertical, colocando abaixo da linha de apoio ou
acima dela. [...] Note que os objetos manipulados em nosso dia-a-dia não se transformam,
ao mudarem de posição. Uma escova de dente é sempre uma escova de dente, esteja
virada para cima ou para baixo. (LEMLE, 2014, p. 8)
É claro que só será capaz de escrever aquele que tiver a capacidade de perceber as uni-
dades sucessivas de sons da fala utilizadas para enunciar as palavras e de distingui-las
conscientemente uma das outras. Note que a análise a ser feita pela pessoa é bem sutil:
ela deve ter consciência dos pedacinhos que compõem a corrente da fala e perceber as
diferenças de som pertinentes à diferença da letra. (LEMLE, 2014, p. 9)
Para desenvolver essa percepção, é necessário que o professor trabalhe com os alu-
nos os sons das letras, criando, por exemplo, lista com palavras iniciadas com a mesma letra,
com o mesmo som. O quarto conhecimento que, segundo Lemle, (2014) o aluno deve conhecer
conceito da palavra, ou seja, a consciência da unidade palavra, pois não existem separações
nas expressões como umavez, nonavio ou mesmo uma separação errada principalmente nas
palavras femininas como, por exemplo, minhamiga, em que o correto seria “minha amiga”. Lemle
(2014, p. 11) ressalta ainda que:
Dessa forma são para que sejam exploradas palavras novas ampliando assim o voca-
bulário do aluno e consequente a sua escrita. O último ponto abordado pela autora refere-se à
organização da página escrita, na qual é tratada a sentença, sendo que essa capacidade de
compreensão pode ser adquirida no decorrer de suas primeiras leituras, o que vai lhe dar suporte
para escrita.
CAPÍTULO 03 39
existente entre as letras e os sons da fala captem a ideia de que cada letra escrita é um símbolo
de um som. Pois, caso isso não aconteça, nas etapas seguintes começarão a surgir problemas,
porque os fenômenos que lhes serão apresentados entre os sons e letras são um pouco mais
complexos do que a perfeição inicialmente apresentada.
Para evitar a ausência de uma dessas capacidades, o professor pode elaborar atividades
através da leitura de pequenos textos, escolhidos pelos próprios alunos, que será uma atividade
diferenciada que envolverá o aluno em sua própria curiosidade, sendo possível a compreensão
do processo da escrita o qual se torna fundamental explanar quais os fatores que podem interfe-
rir na aprendizagem da leitura.
Relação de um para um: cada letra com seu som, cada som com sua letra; Relação de
um para mais de um, determinada a partir da posição: cada letra com um som numa dada
posição, cada som com uma letra numa dada posição; Relações de concorrência: mais de
uma letra para o mesmo som na mesma posição. (FERREIRO, 2010, p. 56)
“Poligamia é o caso de sons casados com letras diferentes segundo a posição desta pa-
lavra. Poliandria é o caso de um mesmo som representado por diferentes letras segundo a sua
posição” (LEMLE, 2014, p 18).
Considera-se a leitura e a escrita como uma das aprendizagens mais importantes, sendo
CAPÍTULO 03 40
este o ponto de partida para a aquisição do conhecimento reafirma-se que é responsabilidade
do educador em criar metodologias criativas para que o objetivo seja alcançado, levando em
consideração que a leitura e a escrita são a base do saber, do conhecer e do compreender atra-
vés de uma preparação e vivência de hábitos e saberes firmado em experiências concretas e
vivenciadas pelos alunos.
Assim, toda criança, ao ingressar no mundo da linguagem escrita, usa uma linguagem
próprio, conforme suas regras, falando de maneira própria, de forma que sejam entendidas.
Crianças de três a sete anos costumam empregar a linguagem existente no seu cotidiano, assim
como vocabulários e conjunto de regras gramaticais que elas acham correto. Em análise a esse
fato, Cagliari ainda destaca que:
Qualquer manifestação linguística, desde a mais tenra idade, tem vocabulários e regras.
A criança vai aprender a dizer “móis vai” ou “nós vamos” não porque é menos ou mais do-
tada para a linguagem, mas porque se tornou falante de um ou de outro dialeto. Por outro
lado, pelo fato de aprender a falar, com a complexidade que isso envolve, com apenas
três anos, prova que tem capacidade intelectual extremamente desenvolvida e apta para
a fala, sem precisar de professores ou de métodos específicos, bastando para o convívio
com uma comunidade falante. Evidentemente, os pais e a comunidade de um modo geral
zelam pelo desempenho linguístico de seus membros, porque lhes convêm que cada um
assumam seu papel na sociedade. (CAGLIARI, 2012, p. 19)
Na maioria das vezes, ao adentrar a escola, por mais que se diga que ela é agradável, a
criança de comunidade menos favorecida acaba levando um susto no primeiro momento. Encon-
trará inicialmente, nesse ambiente, preconceito e discriminação por causa do seu dialeto, modo
de andar, vestir, pensar, sentindo-se avaliado e, consequentemente, diferente dos outros alunos.
A escola usa e abusa da força da linguagem para ensinar e para deixar bem claro o lugar
de cada um na instituição e até na sociedade. A maneira como se fala, como se deixa falar,
sobretudo como se pergunta e como são aceitas as respostas, muitas vezes, é usada não
para avaliar o desenvolvimento intelectual de um aluno, mas como um subterfúgio para lhe
dizer que é incapaz ou excelente. (OLIVEIRA, 2018, p. 25)
Dessa forma o professor deve conhecer as concepções que a criança tem a respeito da
língua escrita, para que então possa tornar-se o mediador, proporcionando com que a criança
questione e desenvolva atividades que “desestruture seu pensamento”, isto é, duvidar de suas
ideias, suas certezas sobre os símbolos escritos, para comparar, refletir e elaborar novas hipó-
teses linguísticas.
CAPÍTULO 03 41
Para Piaget (1980, p.234), “o conhecimento resulta de uma atividade estruturadora por
parte do sujeito. Esse conhecimento resulta, segundo ele, do próprio comportamento, que gera
esquemas de ação, através da interação do sujeito com o objeto da aprendizagem”.
O que é inato para Piaget seria um núcleo de programas de ação que organiza e coor-
dena ações e percepções, que por sua vez ajustam-se ao conteúdo específico do contexto onde
funcionam.
A escrita, seja ela qual for, tem como objetivo primeiro permitir a leitura. A leitura é uma in-
terpretação da escrita que consiste em traduzir os símbolos escritos em fala. Alguns tipos
de escrita se preocupam com a expressão oral e outros simplesmente com a transmissão
de significados específicos, que devem ser decifrados por quem é habilitado. (OLIVEIRA,
2018, p.103).
Porém, por ser um processo bastante complexo, a leitura envolve mais que habilidades.
Ler não se restringe apenas saber o que contém em um texto, o que ele diz, mas qual o seu sig-
nificado representativo na vida de cada um.
A leitura não é somente traduzir sílabas ou mesmo palavras em sons; é muito mais.
Deve servir como meio de conhecimento, prazer ou satisfação, conhecer o mundo, e, para isto,
um bom leitor passa, segundo Mello (2016), por quatro etapas: decodificar, compreender, inter-
pretar e reter. Em complemento, o referido autor afirma:
A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação. O leitor deverá em primeiro lugar
decifrar a escrita, depois entender a linguagem encontrada, em seguida, decodificar todas
as implicações que o texto tem e, finalmente, refletir sobre isso e formar o próprio conhe-
cimento e opinião a respeito do que leu. A leitura sem decifração não funciona adequada-
mente, assim como sem a decodificação e demais componentes referentes à interpreta-
ção, se torna estéril e sem interesse. (CAGLIARI, 2012, p. 15)
A decodificação nada mais é que uma leitura superficial, incompleta, mas é necessária
para que se alcancem as outras etapas. É nesse momento que o leitor vai conhecendo as pa-
lavras, o seu significado, e assim passa com segurança para segunda etapa, a compreensão.
CAPÍTULO 03 42
a essência do texto.
Na etapa que se refere à interpretação, deve ser montada uma sequência de ideias ou
de acontecimentos que estão subentendidas no texto. Somente com a compreensão será possí-
vel interpretar e responder a fatos que não estão escritos literalmente.
Nas etapas da leitura, a última etapa trata da capacidade de reter o conteúdo trabalhado
nas etapas anteriores e aplicá-las, fazendo comparações, reconhecendo o sentido de linguagens
figuradas e, o mais importante para o seu crescimento: fazendo analogias com seu cotidiano,
aprendendo assim a fazer as suas próprias críticas.
Até que seja alcançado o domínio da escrita alfabética, as crianças precisam percorrer
as cinco etapas evolutivas, que podem ser representas como, o processo da construção da es-
crita descrita a seguir, conforme Ferreiro e Teberosky (2010).
A primeira etapa revela que escrever nada mais é que reproduzir os traços da escrita que
são identificados pelas crianças. Algumas vezes, para facilitar o entendimento, são apresentadas
correspondências figurativas, do seu cotidiano, entre o objeto e a escrita.
A segunda etapa diz que, para ler coisas novas, deve existir diferença objetiva na escrita,
pois a criança no início do seu aprendizado, não se baseia pelos sons, mas sim, por sinais dife-
rentes como, por exemplo: para escrever CARRO, ela escreve OARTNO.
O valor sonoro de cada letra que constitui a escrita acontece na terceira etapa da escrita.
Essa etapa divide-se nas fases: silábica, silábica- alfabética e alfabética. Na etapa silábica cada
letra equivale a uma sílaba. Exemplo: para escrever a palavra CARRO, a criança escreve AO.
Assim sendo, percebe-se que aprender a escrever e a ler, ou seja, alfabetizar se, é, aci-
ma de tudo, aprender a ler o mundo em primeiro lugar, entender seu contexto, reescrevê-lo de
outra maneira, sempre procurando mudanças, através da própria prática e a cada dia.
CAPÍTULO 03 43
MATERIAIS E MÉTODOS
As participantes da pesquisa foram das 3 (três) professoras que atuam nas turmas dos
6º anos no turno matutino e vespertino da escola pesquisada. Por ser uma pesquisa de repre-
sentação social esse número de professores participantes permitiu a pesquisadora a imergir em
questões particulares e, ao mesmo tempo constatar tais realidades diante de suas complexida-
des. A investigação foi pautada em entrevistas semiestruturadas, cuja finalidade foi buscar maior
interação com as professoras entrevistadas.
Digo que é ensinar o aluno utilização da escrita. O que é tudo.... Mas para isso você deve
proporcionar um ambiente letrado para o aluno conviver na prática, com textos atuais.
Com o que ela faz com aquilo no dia a dia... Acho que é isso na escrita como na leitura é
você mostrar para o aluno como funciona e onde ele utiliza a escrita no dia a dia dela. Eu
acho que eu posso estar resumindo a importância da escrita assim. Professora 1 Vejo
como um processo de evolução no nível de leitura e escrita. No entanto, a escrita é um
processo que começa antes de...Quando a criança entra na escola já está no processo de
grafismos. Ela vai evoluindo no nível de leitura e escrita...Vai se desenvolvendo... Passa
pelos níveis todos até chegar à escrita alfabética e à leitura. Professora 2. Muita. Certa-
mente que ensinar a ler e escrever são algo muito complicado Vemos muitos alunos com
sérios problemas de leitura, logicamente eles não vão escrever, porque para ler e escrever
requer disciplina, prática e motivação para que essa competência seja bem desenvolvida
Professora 3
Então, pode-se afirmar que ler no conceito mais estrito significa ensinar ao aluno a de-
cifrar o código alfabético. Esse conceito abrange as capacidades de decodificar (uma palavra
escrita num fonema) e de codificar (um fonema numa palavra escrita).
No entanto, é preciso, a partir desse conceito, que o professor compreenda a esse pro-
cesso como sendo a própria ser a aquisição da linguagem oral para o desenvolvimento da língua
escrita (SOARES, 2004).
Na percepção das professoras ficaram claro elas acreditam- que a escrita precisa provo-
car no aluo uma reação, significativa o que pode leva-lo a buscar novos textos, novos conheci-
CAPÍTULO 03 44
mentos. À medida que se aumenta os conhecimentos através do contato com diferentes textos,
mais fácil e rica se torna a leitura e a escrita, enquanto impregnada de sentidos, pois ela assume
dimensões sociais de interação, entre elas validando-se progressivamente através da comunica-
ção de algo significativo.
Sendo a escrita, um processo pelo qual o aluno realiza um trabalho ativo de construção
do significado do texto, e a partir dele seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, carac-
terísticas do gênero, do portador, do sistema de escrita, decodificando-a letra por letra, palavra
por palavra.
Essa atividade que implica, necessariamente, na compreensão que passam ser cons-
truídos antes da aquisição da escrita pelo aluno, visto que a função social da escrita é fazer
com que o aluno (cidadão) interaja com a sociedade em que vive, tendo oportunidade de viajar
e entrar em contato com outros seres humanos, nos diferentes horizontes da cultura através de
variadas fórmulas de isto que pensamentos, conhecimentos científicos, tecnológicos.
Como a aprendizagem é um processo que envolve diversos fatores, Santos (2018) tam-
bém vê a necessidade de se enxergar a criança como um todo ao apresentar dificuldades, de
forma que seja avaliada em aspectos variados.
Nessa ótica, o professor não pode se esquecer de que o aluno é um ser social com cultu-
ra, linguagem e valores específicos, aos quais ele deve estar sempre atento, inclusive para evitar
que seus próprios valores não o impeçam de auxiliar a criança em seu processo de aprender. Im-
portante destacar que as crianças com que possuem alguma dificuldade no aprender precisam
de incentivo e apoio para acreditem em si mesmas e em suas possibilidades de sucesso, pois o
ponto mais importante é que não percam o interesse pela aprendizagem.
Percebeu-se que as três professoras concordam que a leitura e a escrita devem de fato
ser vivenciadas e significadas pelos alunos do 6º ano do ensino fundamental, e que o trabalho
com a escrita e a leitura pode ser desenvolvido através de atividade voltado as várias interven-
CAPÍTULO 03 45
ções metodológicas proposta pelos professores, uma vez que o aprendizado não ocorre da
mesma forma e ao mesmo tempo para todos os alunos, pois cada uma apresenta características
diferentes e ritmo próprio de aprendizagem.
Isso faz com que as professoras não se limitem a transformar a escrita num ato de de-
cifração ou decodificação, mas fazem com que os alunos do 6º. ano se apropriem do sentido do
texto e, por meio deles, ampliem os conhecimentos que têm acerca do mundo que as cerca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Encarada desta forma, a escrita se constitui numa tarefa permanente e o professor age
como incentivador para que seu aluno se torne leitor e escritor ativo, desfazendo assim, essa re-
lação mecânica de leitura, e da escrita que ao longo dos anos, foi construído no sistema escolar.
Na análise das percepções das professoras, a pesquisadora pode afirmar que elas con-
sideram as especificidades do significado da escrita e do mundo no meio escolar, transformando
as condições de sua realização, não é tarefa das mais fáceis, pois fora da escola, não se lê e
escreve só para aprender, mas essa prática deve ser constante visto que a leitura e a escrita não
significa a repetição infindável, mas num início de um caminho absolutamente infinito de desco-
bertas e de compreensões do mundo.
Nesse viés se aduz que o professor deve proporcionar um ambiente estimulante, rico em
desafio, para que o aluno desenvolva com mais facilidade as suas habilidades, ampliando o seu
universo cultural por meio do aprendizado da leitura e da escrita.
CAPÍTULO 03 46
vivenciado por eles, de forma criativa.
Portanto, analisando as percepções das professoras, é possível afirmar que para o aluno
do 6º ano do ensino fundamental a leitura e a escrita permitirão a integração desse aluno no seu
contexto, possibilitando a comunicação de forma mais eficiente, em uma sociedade em acelera-
das transformações, incertezas e troca de valores.
Neste processo, o (a) educador (a) deve ser um mediador entre o aluno e o conhecimen-
to e entender que essa dinâmica permite ao educador readequar sua prática de acordo com prin-
cípios teóricos e metodológicos adequados, com a finalidade de prover uma prática educativa
transformadora e de qualidade.
Vale dizer ainda que este estudo de pesquisa é apenas uma gota d’água num mar de
possibilidades que têm os pesquisadores, quando se aventuram a buscar os diferentes modos
de fazer educação, querendo compreender e ampliar possíveis questões sobre a importância da
leitura e da escrita na constituição do sujeito (aluno). Convém salientar, que os estudos realiza-
dos neste trabalho de pesquisa não representam conclusões definitivas, mas um início.
REFERÊNCIAS
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VYGOSTSKI, Lev Semenovich. O desenvolvimento psicológico na infância. São Paulo: Martins Fontes,
1988b.
CAPÍTULO 03 47
04
Metodologias alternativas para o
ensino da matemática nas series
iniciais do ensino fundamental II
Alternative methodologies for
teaching mathematics in the initial
grades of elementary
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.4
A educação formal está passando por inúmeras mudanças, principalmente no que diz respeito
às formas de interação dos alunos com o saber e a informação. No Ensino Fundamental, base
de todo o sistema educacional, tem sido questionado e discutido o ensino da matemática nos
Anos Iniciais, o qual, para muitos, é ainda entendido como uso de técnicas operatórias e simples
memorização que se fazem com e a partir de escritas mecânicas e sem sentido. Este estudo
apresenta como objetivo geral analisar a relevância do uso de metodologias alternativas para
ensinar matemática nas Series Iniciais do Ensino Fundamental na Escola Estadual João Bosco
Maraã-AM, 2021. A pesquisa classifica-se como qualitativa, em especial, pelo problema apre-
sentado e pela abordagem. Segundo Sampieri (2013) Enfoque qualitativo utiliza a coleta de da-
dos sem medição numérica para descobrir ou aprimorar perguntas de pesquisa no processo de
interpretação. O enfoque também se guia por área ou temas significativos de pesquisa. O refe-
rencial teórico foi fundamentado em orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997),
Ubiratan D’Ambrósio, Lopes (1999), SMOLE, (2007), Nacarato, Mengali e Passos (2009), entre
outros. Os teóricos contribuíram para a compreensão dos aspectos positivos abordados pelas
metodologias e sua relevância. Os resultados foram significativos do ponto de vista qualitativo.
Compreende-se que a Matemática precisa ser ensinada usando estímulos da capacidade de
investigação lógica do aluno, fazendo-o raciocinar. Consequentemente a tarefa básica do profes-
sor é o desenvolvimento do raciocínio lógico, do pensamento crítico e da criatividade apoiados
não só na reflexão sobre os conhecimentos adquiridos pela Ciência em questão, mas também
sobre suas aplicações à tecnologia e ao progresso social.
ABSTRACT
Formal education is undergoing numerous changes, especially regarding the ways students in-
teract with knowledge and information. In Elementary School, the basis of the entire educational
system, the teaching of mathematics in the Early Years has been questioned and discussed. For
many, it is still understood as the use of operational techniques and simple memorization that
is done with and from mechanical and meaningless writings. This study presents as a general
objective to analyze the relevance of the use of alternative methodologies to teach mathemati-
cs in the Initial Series of Elementary School at Escola Estadual João Bosco Maraã- AM, 2021.
The research is classified as qualitative, especially by the problem presented and the approach.
According to Sampieri (2013) Qualitative approach uses data collection without numerical mea-
surement to discover or refine research questions in the process of interpretation. The approach
is also guided by significant research areas or themes. The theoretical referential was based on
guidelines from the National Curriculum Parameters (1997), Ubiratan D’Ambrósio, Lopes (1999),
SMOLE, (2007), Nacarato, Mengali and Passos (2009), among others. The theorists contributed
to the understanding of the positive aspects addressed by the methodologies and their relevance.
The results were significant from the qualitative point of view. It is understood that Mathematics
needs to be taught using stimuli of the student’s capacity for logical investigation, making him re-
ason. Consequently, the basic task of the teacher is the development of logical reasoning, critical
thinking and creativity supported not only by reflection on the knowledge acquired by the science
in question, but also on its applications to technology and social progress.
CAPÍTULO 04 49
INTRODUÇÃO
O presente estudo tem por finalidade discorrer sobre Metodologias Alternativas para
o Ensino da Matemática nas series Iniciais do Ensino Fundamental II, da Escola Estadual João
Bosco Maraã- AM, 2021.
Sendo assim, para responder ao problema observado na escola, teve-se como Objetivo
Geral: Analisar a relevância do uso de metodologias alternativas para ensinar matemática nas
Series Iniciais do Ensino Fundamental na Escola Estadual João Bosco Maraã- AM, 2021.
Apesar de a matemática fazer parte de todas as áreas do conhecimento que serão uti-
lizados na vida escolar dos alunos e mais ainda nas suas vidas fora da escola, muitas vezes a
matemática ensinada no contexto escolar, se distância dos seus principais objetivos, dentre os
quais destaca-se o direcionamento de ensino-aprendizagem para a construção da cidadania e
da participação ativa do educando na sociedade na qual está inserida.
Essa distância se agrava ainda mais quando algumas escolas ainda fazem uso de me-
todologias tradicionais e ultrapassadas para ensinar matemática, baseando-se na aprendizagem
mecânica, onde prevalece a transmissão de conhecimentos prontos e acabados, no qual os
alunos se condicionam a receber informações sem investiga-las, sem questioná-las, sem compa-
rá-las, gerando nos educandos efeitos negativos diante da disciplina, além da insatisfação e da
sensação de incapacidade de aprender, levando-os a serem excluídos do processo educacional.
Com isso, o estudo tem grande relevância no contexto educacional e social através de
estudos mais abrangentes, pois possibilitará um aprofundamento melhor sobre o uso de metodo-
logias alternativas para ensinar matemática nas Series Iniciais do Ensino Fundamental.
Segundo Lopes (1999), a melhor forma de ensinar algum conhecimento para os alunos,
especialmente às crianças, é através de atividades lúdicas, porque assim estarão aprendendo
brincando. Essa afirmação nos leva a perceber que estratégias que valorizem a ludicidade, por
exemplo o uso de jogos e atividades interativas, são recursos muito importantes para o desen-
volvimento da aprendizagem dos alunos e deve ser uma prática constante dos professores que
desejem tornar suas aulas mais atraentes e motivadoras, fazendo assim, com que os alunos
compreendam os conceitos apresentados.
CAPÍTULO 04 50
ALTERNATIVAS DE ENSINO NA MATEMÁTICA
Para melhor viabilizar o ensino da matemática e trabalhar de forma lúdica, dinâmica, sis-
têmica e produtiva, de modo que o ensino se torne prazeroso e não maçante. Nessa perspectiva,
tem-se fomentado algumas considerações a respeito de diversas possibilidades metodológicas,
cabendo ao professor empregar a que julgar mais conveniente em seu projeto de trabalho. A se-
guir, uma breve conceptualização a respeito de algumas alternativas no ensino da matemática.
ETNOMATEMÁTICA
A Etnomatemática consiste em fazer com que a matemática seja mais próxima do con-
texto sócio-histórico e cultural do aluno. Ela procura aproximar os conteúdos trabalhados na es-
cola com os conceitos matemáticos informais construídos a partir da realidade do s educandos.
A prática vivenciada pelos estudantes faz com que ele identifique a ação, determine a teoria e
organize os resultados e pensamentos sobre como solucionar as situações- problema propostas.
“A matemática é uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua his-
tória para explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade sensível
e perceptível, e com o seu mundo imaginário, naturalmente dentro de um contexto natural
e cultural.” (D’AMBRÓSIO 1996, p. 7)
Assim, o ensino da matemática deve estar pautado em uma visão mais ampla,
valorizando os aspectos sociais e culturais, contribuindo para mudanças no ensino e aprendiza-
gem, percebendo que essa ciência está presente nas atividades próprias do ser humano como
algo natural, podendo conhecer melhor a cultura e abordar o conhecimento matemático de forma
mais concreto e humanizado.
MODELAGEM MATEMÁTICA
CAPÍTULO 04 51
transformar problemas da realidade e resolvê-los, interpretando suas soluções na linguagem do
mundo real”. A modelagem se torna interessante para que as pessoas possam atuar e agir no es-
paço em que vivem, respeitando e valorizando a cultura local. Ainda de acordo com Bassanezi:
O trabalho com a Modelagem Matemática provém de temas propostos pelo grupo, logo,
o ensino de Matemática torna-se dinâmico e significativo, uma vez que parte do conhecimento
que o aluno possui sobre o assunto. Dessa forma, atribui maior significado ao contexto, permitin-
do o estabelecimento de relações matemáticas, a compreensão e o significado dessas relações.
Nessa perspectiva, o professor se constitui como mediador entre o conhecimento matemático
elaborado e o conhecimento do aluno.
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
São vários os fatores que levam um aluno a ter dificuldade em interpretar textos ou pro-
blemas, o principal deles é a falta do hábito da leitura, portanto, deve-se incentivar a leitura e
utilizar-se dela abundantemente para atingir resultados satisfatórios na resolução de situações-
-problemas.
“Uma grande descoberta resolve um grande problema, mas há sempre uma pitada de des-
coberta na resolução de qualquer problema. O problema pode ser modesto, mas se ele
desafiar a curiosidade e puser em jogo as faculdades inventivas, quem o resolver por seus
próprios meios, experimentará a tensão e gozará o triunfo da descoberta. Experiências
tais, numa idade suscetível, poderão gerar o gosto pelo trabalho mental e deixar, por toda
a vida, a sua marca na mente e no caráter”. (POLYA, 1986)
CAPÍTULO 04 52
minar respostas às questões diversas, sejam elas questões escolares ou da vida cotidiana. Ao
resolvermos uma situação-problema, antes de utilizarmos os conceitos matemáticos, devemos
interpretar e entender, portanto, pode-se dizer que a dificuldade em resolver situações-problemas
não é uma dificuldade da disciplina de matemática, e sim uma dificuldade interdisciplinar.
“Todo jogo por natureza desafia, encanta, traz movimento, barulho e uma certa alegria
para o espaço no qual normalmente entram apenas o livro, o caderno e o lápis. Essa
dimensão não pode ser perdida apenas porque os jogos envolvem conceitos de
matemática. Ao contrário, ela é determinante para que os alunos sintam-se chamados
a participar das atividades com interesse.” (SMOLE, 2007, p.10).
O uso do jogo em sala de aula deve agregar as dimensões lúdicas e educativas, pois
mesmo utilizando jogos capazes de explanar os conceitos matemáticos, sem a mediação não
ocorre aprendizagem efetiva. Então, cabe ao professor criar estratégias para que o jogar se tor-
ne um momento de aprendizagem e não de reprodução mecânica. Nessa perspectiva, Grando
afirma que:
Os jogos são recursos com os quais os educandos podem produzir e compreender con-
ceitos matemáticos, além de criar estratégias para atingir seu objetivo. Assim, com a mediação é
possível a elaboração e o apropriamento de conceitos explorados no decorrer do jogo.
Sabe-se que o brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e inte-
lectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os tempos mais remotos. Através
deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoes-
tima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção
de um mundo melhor, com relação ao jogo Piaget (1998):
Acredita que ele e essencial na vida da criança. De inicio tem-se o jogo de exercício é
aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apre-
ciado seus efeitos (Piaget, 1998 p. 9).
Entende-se que o jogo não pode ser visto apenas como um “passatempo” para distrair
os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de
fundamental importância na educação escolar.
Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, explorar toda a sua espontanei-
dade criativa. Sendo assim, cabe ao educador compreender que a brincadeira é necessária, pois
CAPÍTULO 04 53
contribui para o desenvolvimento de várias habilidades. Para Lins (1999):
Compreende-se que os jogos usados como recursos pedagógicos, podem propiciar aos
educadores a oportunidade de diversificar suas aulas tornando-as mais interessantes, criativas
e prazerosas. Desse modo torna-se mais fácil para o educador trabalhar conceitos, e assim as
possíveis relações que porventura estes conceitos produziram.
Podemos perceber com essa afirmação que quando p professor propõe um trabalho com
jogos, é necessário definir de forma clara e precisa os objetivos a ser alcançados. Tudo é uma
questão de planejamento para que as atividades tenham sentido, é necessário que o educador
procure utilizar sempre recursos amplos de novas fontes, e materiais didáticos que desperte a
atenção dos alunos.
O jogo em sala de aula é uma ótima proposta pedagógica, porque proporciona a relação
entre as crianças, e nessa relação podemos observar a diversidade e comportamento das
mesmas (RALLO, 2005 p.60).
Entende-se a partir do exposto que o jogo tem sido um recurso precioso para o trabalho
do educador. Proporcionando a interação dos alunos e ao mesmo tempo observando como ela
se comporta perante o meio social, pois sabemos que o jogo é, por excelência, integrador, há
sempre um caráter de novidade, o que é fundamental para despertar o interesse da criança, e à
medida que joga ela vai conhecendo melhor, assim os jogos pedagógicos proporcionam traba-
lhar num contexto de situação problema e é atualmente uma forma de ensinar muito valorizada.
(Marcelo 2000, P. 23).
Através do jogo a criança tem o poder de transformar uma realidade difícil, esta atividade
é um dos meios propicio à construção do conhecimento. Na visão de (Borges, 2007 p.45):
Nesse sentido podemos perceber o quanto os jogos são indispensáveis para que acon-
teça uma boa aprendizagem, por isso o educador deve ter conhecimento dessa importância,
para não correr o risco de inibir o comportamento dos alunos tornando-os apáticos as atividades.
CAPÍTULO 04 54
pois todo jogo tem regra assim, o jogador precisa obedecer a tais regras para prosseguir jogan-
do até o final. Isso leva o aluno a refletir que na vida também precisamos ter responsabilidade e
obedecer a algumas regrinhas, “é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do
jogo ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Dessa forma brinquedo
e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo” (Risho-
moto 1994). Podemos dizer ainda que qualquer tipo de jogo ajude a criança, o adolescente, o
jovem a obter certa disciplina e respeito aos direitos dos outros. O que sabemos é essencial no
desenvolvimento do processo de aprendizagem, e principalmente na vida em sociedade, pois
sabemos que o homem é um ser social, sendo assim, precisa relacionar-se bem com todos. Em
suma pode-se perceber a grande relevância que os jogos exercem na aprendizagem.
METODOLOGIA
Em nosso estudo utilizamos como metodologia uma abordagem qualitativa, que de acor-
do com (SAMPIERI, 2013):
Enfoque qualitativo utiliza a coleta de dados sem medição numérica para descobrir ou
aprimorar perguntas de pesquisa no processo de interpretação. O enforque também se
guia por área ou temas significativos de pesquisa. No entanto, ao contrário da maioria dos
estudos quantitativo, em a clareza sobre as perguntas de pesquisa e as hipóteses devem
vir antes da coleta e da análise dos dados, nos estudos qualitativos é possível desenvolver
perguntas e hipóteses antes, durante e depois da coleta e da análise dos dados. (SAM-
PIERI, COLLADO, LUCIO, 2013, p.33).
Foi realizada ainda uma Pesquisa teórica bibliográfica com enfoque analítico, utilizando
referencial teórico de autores que discorrem sobre essa temática. Assim teve como foco “Meto-
dologias Alternativas para o Ensino da Matemática nas séries Iniciais do Ensino Fundamental II,
da Escola Estadual João Bosco Maraã- AM, 2021”.
Como destacado, a pesquisa foi teórica bibliográfica e de Campo, que devido a pande-
mia tivemos que nos adaptar a essa nova normalidade e utilizar os meios digitais, e plataformas
como o google forms. Assim, procedeu-se a aplicação dos questionários abertos e fechados
semiestruturado de cunho qualitativo, apresentando caráter analítico.
• Questionário – Este instrumento foi utilizado somente para coletar informações junto
a uma amostra dos participantes alvos da pesquisa através da plataforma Google
forms.
CAPÍTULO 04 55
jetivo de poder melhor verificá-los, dando-lhes ao mesmo tempo uma razão de ser uma solução
de um problema e apresentá-los por meio de gráficos e tabelas.
A metodologia da pesquisa tem caráter qualitativo, teve como foco o estudo das “Me-
todologias Alterativas para o Ensino da Matemática nas séries Iniciais do Ensino Fundamental
I, da Escola Estadual João Bosco Maraã- AM, 2021.” Sobre a natureza qualitativa da pesquisa,
González Rey (2005, p.5) afirma que “a Epistemologia Qualitativa defende o caráter construtivo
interpretativo do conhecimento, o que de fato implica compreender o conhecimento como produ-
ção e não como apropriação linear de uma realidade que se nos apresenta”.
Dessa forma, compreende-se que em uma investigação qualitativa, na qual esta se bus-
cando nortear os passos dessa pesquisa, observando-se todos os fenômenos, como as emo-
ções, as sensações e tendo o pesquisador olhares múltiplos para os detalhes do desenvolvimen-
to de todas as etapas.
Pesquisa bibliográfica foi feita uma abordagem com os autores no referencial teórico
que enfatizam a temática em estudo.
Pesquisa de campo assim sendo, o trabalho de campo consiste em uma parte impres-
cindível da pesquisa, caracterizando-se como uma porta de entrada para o novo, sem, contudo,
apresentar-nos essa novidade claramente. “De acordo com Estelbina “Denomina-se trabalho de
campo o processo de coleta de dados, de acordo com a investigação, pode dura apenas umas
horas, meses, días e inclusive anos”“. (ESTELBINA, 2014, p.61).
Considerando o que afirma a autora, entendemos que a pesquisa de campo não é so-
mente uma etapa importante da pesquisa, mas, além disso, é um contraponto dialético da teoria
social. Ressaltando que essa fase da pesquisa foi através das ferramentas digitais, e platafor-
mas como o Google forms, assim sendo, o trabalho de campo consiste em uma parte impres-
cindível da pesquisa, caracterizando-se como uma porta de entrada para o novo, sem, contudo,
apresentar-nos essa novidade claramente.
O município de Maraã é banhado pelo caudaloso rio Japurá, que o atravessa de um ex-
tremo a outro. As origens do município se prendem às de Tefé, aldeia fundada no final do século
XVII. O município foi criado pela Lei nº 96, de 19 de dezembro de 1955, quando o distrito de Ma-
raã - que integrava o município de Tefé - foi dividido em dois novos municípios: Maraã e Japurá,
criados pela mesma lei. O município foi instalado em 7 de maio de 1956, sendo seu primeiro pre-
feito nomeado Atlântico Alves da Mota. O local determinado para a instalação da sede municipal,
onde hoje está localizada, pertencia na época a proprietários particulares, os quais não abriam
mão da referida área sem o devido ressarcimento pelo estado, das benfeitorias existentes. Ra-
zão pela qual a sede municipal foi instalada provisoriamente no ano de 1956 na localidade de
CAPÍTULO 04 56
Jacitara. Posteriormente, o governo do Estado e a família Solart efetivaram a transação e insta-
lou-se em definitivo a sede do município de Maraã dia 25 de março de 1969, sob a administração
de Benedito Gonçalves Ramos, prefeito municipal da época.
A denominação ‘Maraã’ vem do igarapé do mesmo nome, próximo a cuja foz, no Japurá,
está situada a sede do município. Festa de destaque é a do Boto - semelhante a dos Bumbás -
com danças e desfiles de alegorias.
A Escola pesquisada foi a Escola Estadual João Bosco Ramos de Lima, localizada a Av.
7 de Maio, s/n centro, Maraã – AM.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Neste capítulo analisamos criticamente os dados coletados por meio das técnicas apli-
cadas no contexto do objeto de pesquisa, descrevendo e contextualizando os dados e relacio-
nando aos objetivos e fundamentação teórica da pesquisa, assim como a construção de uma
discussão crítica sobre os resultados embasando-as teoricamente. Cabe ressaltar que os resul-
tados que apresentaremos são produtos de um rigoroso processo de seleção dos dados satisfa-
tórios e suficientes que melhor respondiam a problemática da pesquisa.
Após o levantamento de dados a investigação foi analisada com diferentes técnicas utili-
zada na coleta de dados que propiciarão a elaboração de um material discursivo:
Analise bibliográfica feita através de fichamento referentes a fontes materiais como: li-
vros, revistas, artigos já publicados que abordem a temática em estudo.
Após a elaboração e aplicação de questionários a análise foi feita por meio de com-
paração das respostas apresentadas pela população da amostra, tabulada e apresentada em
gráficos e tabelas no Excel.
CAPÍTULO 04 57
Tabela 1 - Formação acadêmica/ Profissional dos professores, gestor e pedaogo da E.E.J.B
Maraã/AM
QUAL SUA FORMAÇÃO
Total Graduação Especialização Mestrado
Gestor 1 1 1
Pedagogo 1 1 1
Professor 8 8 8
10 100% 100%
A tabela 2 apresenta a formação profissional na qual é possível perceber que 100% dos
participantes possuem graduação com especialização na área da educação. Buscando aprimo-
rar cada dia mais seus conhecimentos para serem repassados a seus alunos. Pois sabemos que
a educação vive em mudanças constantes, o que faz do profissional que nela atua um eterno
estudante, na medida em que sempre tem que se atualizar para cumprir com a responsabilidade
de preparar pessoas conscientes do que é exercer uma profissão pautada no exercício pleno da
cidadania. Segundo Formosinho (1991), a formação continuada é fundamental para a formação
de indivíduos.
O aperfeiçoamento dos professores tem finalidades individuais óbvias, mas também tem
utilidade social. A formação contínua tem como finalidade última o aperfeiçoamento pesso-
al e social de cada professor, numa perspectiva de educação permanente. Mas tal aperfei-
çoamento tem um efeito positivo no sistema escolar se traduzir na melhoria da qualidade
da educação oferecida às crianças. É este efeito positivo que explica as preocupações
recentes do mundo ocidental com a formação contínua de professores. (FORMOSINHO,
1991, p. 238).
CAPÍTULO 04 58
Gráfico 1 - Você já utilizou alguma prática pedagógica utilizando Metodologias Alternativas?
Verifica-se através do Gráfico 1, que 38% nunca utilizaram prática pedagógica utilizando
Metodologias Alternativas e 62% dos docentes abordados pela pesquisa, já fizeram uso de tal
prática.
De acordo com Leite, Silva e Vaz (2005) as aulas práticas podem ajudar no desenvol-
vimento de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar
objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos. Além dis-
so, ressaltam os referidos autores que as aulas práticas servem de estratégia e podem auxiliar
o professor a retomar um assunto já abordado, construindo com seus alunos uma nova visão
sobre um mesmo tema e também que estes consigam demonstrar suas opiniões, assim como
respeitar e interagir com a opinião dos colegas de sala.
Gráfico 2 - Você enfrenta desafios/dificuldades para a realização do seu trabalho com o ensino
de Matemática nas turmas de 4º ano?
O Gráfico 2 apresenta o resultado deste estudo que teve como objetivo principal Analisar
a relevância do uso de metodologias alternativas para ensinar matemática nas Series Iniciais do
Ensino Fundamental na Escola Estadual João Bosco Maraã-AM, 2021, onde podemos constatar
CAPÍTULO 04 59
que 100% dos docentes dizem que sim enfrentam dificuldades dentro de sala de aula para a
realização do seu trabalho com o ensino de Matemática nas turmas de 4º ano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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CAPÍTULO 04 60
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CAPÍTULO 04 61
05
A importância da leitura no ensino
fundamental: um leitor a caminho
The importance of reading in
elementary education: a reader on the
way
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.5
Na maioria das vezes, a leitura tem sido na escola o cumprimento de uma mera formalidade.
Ao priorizar o processo de associar sons e letras, decodificar palavras isoladas, formar frases e
períodos, afasta-se o aluno do real sentido da leitura. Para desenvolver a prática da leitura na
escola torna-se necessário redimensionar o conceito de leitura, não na perspectiva teórica, mas
como um processo interacional entre o leitor e o livro. A pesquisa teve por objetivo verificar como
os professores de língua portuguesa podem despertar o gosto e a prática da leitura nos alunos
do 6º. ano do ensino fundamental II da Escola Estadual Rosina Ferreira da Silva, município de
Manaus/AM, verificando o papel da escola no ensino da leitura e a resposta de aprendizagem
dos alunos. Participaram da pesquisa 02 (duas) professoras que ministram aula de Língua Por-
tuguesa nas turmas do 6º. ano do Ensino Fundamental II, e 28 (vinte e oito) alunos do 6º. ano
do Ensino Fundamental II da referida Escola. Procurou-se mostrar, por meio desta pesquisa, a
importância de trabalhar a leitura com uma nova perspectiva, utilizando-a em diversos aspectos,
como o conhecimento prévio.
ABSTRACT
Most of the time, reading in school has been a mere formality. By prioritizing the process of asso-
ciating sounds and letters, decoding isolated words, forming sentences and periods, the student
is removed from the real meaning of reading. To develop the practice of reading at school, it is
necessary to resize the concept of reading, not from a theoretical perspective, but as an interac-
tional process between the reader and the book. The research aimed to verify how Portuguese
language teachers can awaken the taste and practice of reading in students of the 6th year of
elementary school II at public school Rosina Ferreira da Silva, in the city of Manaus/AM, verifying
the role of the school in the teaching of reading and the learning response of students. 02 (two)
teachers who teach Portuguese classes in the 6th year of Elementary School II, and 28 (twenty-
-eight) students of the 6th year of Elementary School II of the aforementioned School participated
in the research. We tried to show, through this research, the importance of working on reading
with a new perspective, using it in several aspects, such as prior knowledge.
INTRODUÇÃO
Numa primeira abordagem, ler significa conhecer, eleger, escolher, decifrar, interpretar.
Significa também distinguir dentre as ideias do autor, do texto lido, aquelas que nos são mais im-
portantes, mais significativas, mais sugestivas. Através da leitura pode-se ampliar e aprofundar
conhecimentos sobre determinado campo cultural ou científico, aumentar o vocabulário pessoal
e, por consequência, comunicar as ideias de forma mais eficiente e também ter contato com
ideias de outras pessoas sobre determinado tema, aprofundando-se os conhecimentos e se ad-
quirindo cultura geral.
Nesse sentido, pode-se afirmar que ler é, pois, atribuir sentidos, e, nesse processo, ao
CAPÍTULO 05 63
dissociar a capacidade do leitor na decifração dos sinais, esses dois momentos se tornarão fa-
lhos e prejudicarão o ato de decifrar. Dessa forma, fica claro que a leitura é vital para todo ser
humano, sendo indispensável à sua vida, pois lhe possibilita o entendimento do seu próprio eu,
ao mesmo tempo em que lhe dá asas para conhecer o mundo em que vive.
Assim, a leitura deve ser apresentada para a criança como algo necessário, realizando-a
como atividade prazerosa. Portanto, para que o aluno seja estimulado para a leitura, o professor
deverá lançar mão dos mais diversos recursos e técnicas, para que o aluno possa aprender a ler
melhor, e, consequentemente, adquirir o gosto pela leitura.
São inúmeras vezes, na atividade educacional, que se referenda a leitura a partir de sua
importância, bem como de fatos ocasionados pela falta da mesma. Por isto, o ambiente escolar é
o local no qual as práticas de leitura estão propícias a se desenvolver, pois a escola deve ofertar
a seus alunos o acesso a uma leitura multidisciplinar. Portanto, o professor deve se constituir
como um mediador na condução do desenvolvimento cognitivo do aluno, tendo claro que, para
formar leitores não é somente ensinar o aluno a decodificar os signos, mas ir além, criando pos-
sibilidades pedagógicas que possibilite o seu aprendizado.
Às vezes, ler é um processo de descoberta como a busca do saber científico. Tudo o que
se ensina está diretamente ligado à leitura e depende dela para manter e desenvolver. A
leitura leva à aquisição da cultura, mas é a cultura que explica muito do que de se lê, não
apenas o significado literal de cada palavra de um texto. (CAGLIARI, 2016, p. 173).
Portanto, pode-se afirmar que ensinar estratégias é direcionar o aluno a uma leitura
organizada que o torne um leitor que seja capaz de compreender a diversidade de textos que
existe e, a partir desse ponto, seja capaz de levantar questionamentos e hipóteses. Importante
destacar que o desafio de um caminhar complexo no mundo da leitura só será viável pela refor-
mulação metodológica ou pela ruptura de um pensamento bitolado que vê na leitura uma ativida-
de, peça chave para a aprovação.
CAPÍTULO 05 64
Estratégias de leitura
O que seria estratégia? Segundo o Dicionário Larousse (2009, p.336), “estratégia seria
conjunto de ações para alcançar um determinado fim”. Nesse sentido estratégias podem ser ca-
racterizados por procedimentos, técnicas, métodos, destrezas ou habilidades a fim de resolver
algum problema. No caso de aprendizagem explica os autores:
As estratégias que vamos ensinar devem permitir que o aluno planeje a tarefa geral de
leitura e sua própria localização – motivação, disponibilidade – diante dela; facilitaram a
comprovação, a revisão, o controle do que se lê e a tomada de decisões adequada em
função dos objetivos perseguidos. (SOLÉ, 2016, p.73)
A estratégia tem em comum com todos os demais procedimentos sua utilidade para re-
gular a atividade das pessoas, à medida que sua aplicação permite selecionar, avaliar,
persistir ou abandonar determinadas ações para conseguir a meta a que nos propomos.
(CALDAS, 2016, p. 21)
As estratégias de leitura têm como função dar clareza e coerência sobre os novos conhe-
cimentos que serão inseridos ao longo da leitura, como nos diz Solé (1998) a seguir.
Seleção: neste momento o leitor ao ler um texto seleciona o que lhe é interessante e são
nesses momentos em que muitas vezes quando se lê pulam-se certas frases que para o
leitor não é importante. Antecipação: é quando antecipamos em nossa mente algo que irá
acontecer, levantando uma hipótese diante do que é lido. Essas antecipações podem ou
não serem corretas, isto faz com que o leitor leia novamente e faça uma análise. Inferên-
cia: são informações que completam o texto a partir dos conhecimentos prévios do leitor
sobre aquele determinado assunto, ou seja, tudo aquilo que não está explícito no texto.
São pistas oferecidas pelo texto e pelo conhecimento do leitor, podendo ou não se confir-
mar. Autorregulação: esta estratégia necessita da seleção, antecipação e inferência do lei-
tor juntamente com as informações obtidas através do texto. É momento de avaliação da
antecipação e as inferências para uma melhor compreensão do conteúdo. Autocorreção:
é quando os resultados levantados pelas estratégias não são confirmados, mas cria uma
situação de dúvida. E as corrige e constrói novas ideias. (SOLÉ, 2016, p.71)
Nesse sentido, a leitura da palavra conduz o sujeito à leitura do mundo. Segundo Freire
(2006), essa prática é um ato concreto de libertação e de construção da história. Desse modo,
o ato de ler vai além da decifração da escrita; envolve reflexão sobre os significados dela, a
extrapolação dos fatos expressos, implicando na leitura da fala do outro, dos gestos, do olhar,
da interpretação de imagens, de símbolos convencionados, de ritmos, enfim do mundo que nos
cerca e que se amplia a cada dia nas novas formas de comunicação.
Portanto, ler é reagir com os sentidos (ver e ouvir os símbolos gráficos), com a mente
(compreender, avaliar e interagir os conteúdos) e com a emoção (apreciar, concordar ou discor-
CAPÍTULO 05 65
dar, identificar-se, satisfazer-se). Tendo em vista que o aluno, ao ser estimulado através dos mais
diversos recursos e técnicas, aprende a ler melhor.
É importante criar condições de leitura, o que não significa apenas levar os alunos à bi-
blioteca uma vez por semana. Significa criar uma atmosfera agradável, um ambiente que convi-
da à leitura na própria sala de aula, ou mesmo fora dela, demostrando assim que é uma atividade
importante, fundamental e que merece também ocupar um espaço nobre. A leitura, nesse viés, é
um ato decisivo e intransferível.
Assim, seduzir o aluno para o mundo da leitura não é somente transformar a leitura numa
atividade obrigatória e imposta, mas numa inesgotável fonte de prazer. Caso a leitura seja vista
desta maneira, com certeza vai atuar diretamente na imaginação, desenvolvendo uma sensibili-
dade que possibilitará a comunicação leitor/texto, caracterizando assim o ato de ler.
A motivação é determinante para o ato das ações humanas. Muitos professores, na sua
atividade, encontram-se frente a um impasse, onde os alunos têm interesse naquilo que lhes
pretendem ensinar ou que deveriam aprender. Numa palavra: não estão motivados.
Segundo Feijó (2016, p.75): “A motivação é a predisposição interna que leva a pessoa
a comportar-se, proceder ou agir em direção a determinado objetivo”. O ser humano sempre
desenvolve ações, voltados em função de motivos claros e implícitos, onde se entende que tudo
tem um motivo. No entanto, nem sempre os motivos são concretos, claros, implícitos ou verda-
deiros.
Às vezes, os motivos subjacentes são os mais fortes. Se o aluno não quer aprender, se
não está interessado na atividade que lhe propõem, é porque lhe faltam motivos a favor, isto é,
não vê o porquê de fazer aquilo, ou até possui motivos em contrário.
Alguém age em função de algo ou motivo, que se manifesta a partir de um interesse por
essa ou aquela ação. Mas, o interesse surge apenas no momento em que o objetivo aparece
como algo desejável. Para buscar motivações que geram o desejo do leitor em buscar o texto,
é necessário buscar respostas às perguntas que se tem, para escutá-lo, para usar na produção
de outras obras, incentivando o aluno a buscar a leitura, fazendo com que o texto não chegue ao
leitor imposto, mas sugerindo que ele mesmo encontre uma forma de encontrar respostas para
suas indagações de caráter subjetivo.
A motivação é a disposição interna que faz com que a pessoa se comporte. É uma
tendência em busca de um objetivo. “A motivação é fator de grande relevância no processo da
CAPÍTULO 05 66
aprendizagem. Se ela está enfraquecida, cabe à escola e ao professor estimulá-la.” (FEIJÓ,
2016, p.80).
No entanto, muitas vezes um aluno não se interessa por determinada situação de apren-
dizagem porque não vê motivos para realizar aquela atividade. Sua tendência interna não en-
contra satisfação naquilo que se lhe propõe. Destaca-se a importância da ação pedagógica do
professor em criar uma situação, o mais possível espontânea e real, em que surja o interesse,
em que o aluno descubra que naquela atividade que se lhe propõe é conveniente.
Dessa forma:
A função do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas a de criar condições
para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses,
necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta.
Assim, criar condições de leitura não implica apenas alfabetizar ou propiciar acesso aos
livros. Trata-se, antes, de dialogar com o leitor sobre sua leitura, isto é, sobre o sentido
que ele dá, repito, a algo escrito, ideias, situações reais ou imaginárias. (MARTINS, 2017,
p. 34)
Dessa forma, devem-se buscar recursos de métodos para que se possam criar situações
favoráveis à aprendizagem, o que se considera uma função do professor. Não é lícito colocar o
interesse inato em aquilo que se pretende que o aluno aprenda ou realize.
Daí a necessidade de o professor estar a par do que pretende propor. Mas, partindo de
um interesse direto ou imediato dos jovens, pode-se ter certa esperança de que eles também se
CAPÍTULO 05 67
interessem por aquilo que lhes propusermos. A pessoa do professor é muito importante nesse
processo.
Nesse sentido, cabe ao professor o papel de estimular o aluno a ler e aprender, mas,
para que isto aconteça, ele deve lançar mão de diversas estratégias, sempre se colocando em
uma condição de parceria com o aluno, de maneira que este sinta no professor um motivador no
seu processo de aprendizagem, uma vez que o ponto de partida para qualquer motivação legíti-
ma deverá ser de interesse do aluno. A verdadeira motivação é uma extensão, uma ampliação,
uma participação dos interesses existentes a partir dos desejos.
A escola deve ser um espaço amplo, indo além do ensinar a ler e fazer as quatro opera-
ções. Entretanto, isto nem sempre é possível, pois é necessário investimento em vários aspec-
tos, nesse caso na biblioteca, que às vezes é o único espaço que representa a única oportunida-
de que a criança tem para adentrar no mundo mágico da leitura.
A instituição escola, enquanto espaço institucional deve ter obrigatoriamente uma prá-
tica social a serviço da sociedade, cujo objetivo é o de transmitir cultura às novas gerações, e,
principalmente, inserir o sujeito no mundo da leitura, para que essa leitura se transforme num
instrumento de mudança. Assim, os materiais e o espaço dedicado à biblioteca têm que estar
adequados para essa inserção, e a bibliotecária, enquanto profissional, deve encantar as crian-
ças para tal. Segundo Patte:
É muito importante para a bibliotecária e para o aluno, primeiramente que ela seja bem in-
teressada pelos alunos, para que eles descubram o mundo, saibam por que existem, para
que se interessem. É indispensável que o bibliotecário leia muito para ele. O bibliotecário
é o mediador entre a criança e o livro e desempenha o papel de incitador e encorajador
para o despertar da leitura, que é muito importante. Se a criança permanece sozinha na
biblioteca, se ninguém lhe fala do livro e a aconselha, ela não consegue fazer uma leitura
personalizada que lhe toque que lhe interesse (...) a biblioteca das crianças nas escolas
deve envolver o bairro, deve buscar a participação do ambiente: é importante a comunida-
de trabalhar com a família; que a família venha descobrir, de um jeito ou de outro, o prazer
que as crianças podem ter com o livro. (PATTE, 2014, p.3)
Não se pode considerar a escola apenas com o aluno e professor, mas com todo um
aparato envolvido e imbuído nos mesmos ideais, que é primordial para contribuir para a forma-
ção de leitores, de cidadãos conscientes, firmando sua própria cultura e identidade, conhecen-
do-se, para conhecer melhor o outro e entendê-lo no contexto de seu cotidiano.
Sendo assim, o indivíduo irá adquirindo conhecimento nas suas relações com o mundo,
através de suas percepções e vivências específicas. Na experiência cultural tomada como um
CAPÍTULO 05 68
comprometimento do indivíduo com a sua existência observar-se-á a importância que a leitura
exerce na vida deste indivíduo.
Diz Freire (2006) que: “A leitura da palavra conduz o sujeito à leitura do mundo. Essa
prática é um ato concreto de libertação e de construção da história”. E assim, pode-se afirmar
que a leitura da palavra conduz o sujeito à leitura do mundo. Para tanto, o professor necessita
propor práticas de leitura diversificadas, aguçando a curiosidade e o imaginário através de um
planejamento intencional, em que se veja a leitura como aventura significativa a ser vivida.
Os sujeitos participantes da pesquisa foram 28 (vinte e oito) alunos do 6º. ano do Ensino
Fundamenta II, e 02 (duas) professoras de Língua Portuguesa lotadas na referida Escola. De
acordo com as professoras entrevistadas, as dificuldades existem, mas elas procuram encontrar
um caminho para superá-las. Nas respostas pode-se constatar que a leitura precisa passar por
um processo de encantamento, pois o ato de ensinar a ler é muito mais do que ensinar a decodi-
ficar letras e símbolos. Implica estimular uma prática leitora permanente, movida pelo desejo de
saber, de aperfeiçoar-se. Nesse aperfeiçoar-se, o aluno faz novas descobertas, vai ampliando o
seu autoconhecimento, despertando a consciência crítica e fazendo com que consiga intervir no
espaço em que se encontra, aumentando a sua competência comunicativa e sua responsabili-
dade frente ao mundo em que vive, e, com isto, facilitando o acesso aos bens culturais que irão
lhe permitir maior integração na sociedade a qual pertence.
No entanto, a leitura tem que ter um significado para aguçar as percepções do mundo
que os rodeia, e que muitas vezes esse aluno não percebe. Destaca-se que a atividade de leitura
favorece, num primeiro plano, a ampliação dos repertórios do leitor. Através dela o leitor pode
incorporar novas ideias, novos conceitos, novos dados, novas e diferentes informações acerca
das coisas, das pessoas, dos acontecimentos, do mundo geral.
No entanto, é necessário pensar nas estratégias como recursos didáticos visto como
técnicas ou métodos utilizados pelo leitor para facilitar a compreensão de um texto ou ainda ati-
CAPÍTULO 05 69
vidades escolhidas para facilitar o processo de compreensão do mesmo. Não se pode esquecer
que cada aluno possui um interesse individual e diferenciado dos demais alunos.
Desta maneira, cabe ao professor oferecer e apresentar o universo dos diferentes gê-
neros textuais. Assim, com certeza terá um gênero específico que o aluno gostará mais e irá se
interessar pelo ato da leitura.
Nesse prisma, aduz-se que os fatores que permeiam o professor motivador são inicial-
mente o envolvimento e a dedicação no trabalho, e a seguir vem à habilidade para perceber seu
aluno de forma individualizada, num olhar de afetividade, mesmo nas cobranças das atividades
de sala de aula, com paciência, compreensão e amorosidade.
Observou-se que 72% dos alunos participantes afirmaram que gostam de ler, e 28%
disseram que não gostam muito. Isto demostram a essencialidade da necessidade do despertar
para o mundo da leitura, caminho único na compreensão do mundo em se está inserido. Por-
tanto, para ensinar com criatividade pressupõe-se inicialmente promover não só atividades cria-
doras, mas, sobretudo, atitudes, excluindo-se o princípio simplista de que o indivíduo é criador
apenas por efeito da hereditariedade.
A criatividade não se limita às artes, mas alcança todas as ciências. O homem pode ser
criativo em todas as suas atividades, sendo uma ironia a mais na história do homem se a auto-
mação tão temida viesse provê-lo do tipo de liberdade que procura há tanto tempo. Uma educa-
ção com sentido criador deve visar não só a coordenação dos diversos modos de percepção e
de sensação entre si e com o meio ambiente, mas também a expressão dos sentidos de forma
comunicável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na escrita da dissertação que originou esse artigo buscou-se incialmente mostrar a im-
portância da leitura na escola, e, principalmente, o papel dos professores de Língua Portuguesa
nesse empreender. Entendeu-se que, para despertar os alunos do 6º. ano do Ensino Fundamen-
tal II pelo gosto pela leitura, o professor deve levar a cabo uma modificação na sua metodologia,
muitas vezes utilizada nas aulas de Língua Portuguesa.
O professor precisa ter a clareza de que, através da experiência com a leitura, o aluno
poderá vir a compreender um importante parte de seu mundo, isto é, mais chance terá de conhe-
cê-lo e transformá-lo. Isto será possível quando de fato a leitura fizer parte da vida de todos os
sujeitos envolvidos.
Importante destacar neste estudo de caso holístico que, quando o professor interage
com seus alunos, a leitura e a escrita vão ocupando um lugar de destaque na vida deles, ao mes-
mo tempo em que clarifica a dimensão lúdica, proporcionando-se também o desenvolvimento e
o enriquecimento da sua linguagem e da escrita, que vai se desenvolvendo e se aprimorando ao
CAPÍTULO 05 70
longo do tempo.
Por isso é urgente continuar a reflexão sobre a importância da leitura e sua aplicabili-
dade no contexto de sala de aula, pois elas conferem um conjunto de outras competências que
concorrem para o sucesso do ensino e, consequentemente, para o desenvolvimento cognitivo,
afetivo e social do aluno.
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D.P.; NOVAK, J.D. e HANESIAN, H. Psicologia educacional. Rio de Janeiro, interamericana,
1968. Tradução para português, de Eva Nick et al.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Pensamento e ação no magistério: alfabetização e linguística. 23ª. ed. São
Paulo: Scipione, 2016.
CALDAS Dolair Augusta (org.). As séries iniciais da escola: conversas de professores. Ijuí: UNIJUÍ,
2016.
FEIJÓ, A. Literatura infantil: teoria & prática. 18ª. ed. São Paulo: Ática, 2016.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se complementam. São Paulo: Cortez,
2006.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2017. Reimpressão.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Trad. Cláudia Schilling. 16ª.ed. Porto Alegre: ArtMed, 2016.
CAPÍTULO 05 71
06 Estudo sobre os fatores que facilitam
a aprendizagem em leitura e escrita
no 9º ano do ensino fundamental II, na
Escola Estadual Senador João Bosco
Ramos de Lima, Maraã-Amazonas,
Brasil
A study on the factors that facilitate
learning in reading and writing in the
9th grade of elementary school II, at
the State School Senador João Bosco
Ramos de Lima, Maraã-Amazonas,
Brazil
Andreuza de Lima Bezerra
Professora Graduada em Língua Portuguesa- Universidade Estadual do Amazonas- UEA
Mestre em Ciências da Educação –Universidade Del Sol – UNADES
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.6
Este estudo tem como objetivo apresentar uma análise sobre Um estudo sobre os fatores que fa-
cilitam a aprendizagem em leitura e escrita no 9º ano do Ensino Fundamental II, na Escola Esta-
dual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã-Amazonas, ampliando o interesse do educan-
do na construção do conhecimento. Essa pesquisa procura contribuir para o processo de ensino
aprendizagem, por facilitar e dinamizar a prática docente. O trabalho também visou proporcionar
a valorização desses fatores no fazer pedagógico, sendo que tais fatores são amplamente intera-
tivos, pontuando a importância do professor como intermediador do processo educativo. Nesse
sentido, busca-se ampliar a concepção sobre fatores que facilitam a aprendizagem em leitura e
escrita e que são de suma importância e favorável ao ensino aprendizagem, a partir da interação
professor/aluno. Com isso, optou-se por este trabalho que se constitui a partir de uma pesquisa
com abordagem de análise qualitativa e de cunho bibliográfico, pois é de grande valia e eficácia
ao pesquisador, porque permitem obter informações e conhecimento já catalogado e publicado
em bibliotecas, internet, editoras, etc. Dessa forma, o referido projeto obteve resultados positi-
vos, tornando as aulas mais interessantes, criativas e dinâmicas, despertando assim, o interesse
e motivando os alunos a desenvolverem habilidades de leitura e escrita.
ABSTRACT
This study aims to present an analysis of a study on the factors that facilitate learning in reading
and writing in the 9th year of elementary school II, at the State School Senador João Bosco
Ramos de Lima, Maraã-Amazonas, expanding the interest of the learner in the construction of
knowledge. This research seeks to contribute to the teaching-learning process, by facilitating and
making teaching practice more dynamic. The work also aimed to provide the valorization of the-
se factors in pedagogical practice, since they are widely interactive, highlighting the importance
of the teacher as an intermediary in the educational process. In this sense, we seek to expand
the conception about factors that facilitate learning in reading and writing and that are of utmost
importance and favorable to teaching-learning, based on the interaction between teacher and
student. With this in mind, we opted for this work, which is based on a research with a qualitative
analysis and bibliographic approach, since it is of great value and effectiveness to the researcher,
because it allows him/her to obtain information and knowledge already catalogued and published
in libraries, internet, publishers, etc. Thus, this project obtained positive results, making the clas-
ses more interesting, creative and dynamic, thus arousing the interest and motivating students to
develop reading and writing skills.
INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo apontar caminhos que possam contribuir e faci-
litar o processo de aprendizagem na leitura e escrita, como também verificar se os fatores que
facilitam a aprendizagem estão configurados nas dificuldades do educando no contexto escolar,
social e familiar.
CAPÍTULO 06 73
Sabe-se que é necessário o educador refletir individualmente e coletivamente na busca
de promover e articular caminhos de uma prática pedagógica que vá de encontro com as ne-
cessidades manifestadas em seu cotidiano no âmbito escolar, sendo que essas práticas modifi-
cadas, diferenciadas e diversificadas podem ser mediadas e auxiliadas pelo professor, a fim de
garantir o pleno desenvolvimento da aprendizagem da leitura e escrita dos seus educandos. A
escola e a família precisam estar de mãos dadas para que o professor possa de fato desenvolver
as habilidades e potencialidades, despertando no mesmo o prazer de aprender, além disso, o
professor precisa ter o ânimo e prazer em ensinar. Certamente, um profissional mal humorado e
sem prazer, acabará de fato atrapalhando e neutralizando o processo de ensino e aprendizagem,
bloqueando e ofuscando-o, criando insegurança na criança/educando.
Quais fatores facilitam a aprendizagem da leitura e escrita dos alunos no 9º ano do Ensi-
no Fundamental II da Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas?
A aprendizagem é um processo contínuo que ocorre durante toda a vida do ser humano,
desde sua infância até a mais avançada idade ou velhice. No processo humano o homem é o
animal na escala que nasce com menor número de comportamentos inatos. Diferente de outros
animais que são considerados menos evoluídos, mas que nascem dotados de comportamentos
instintivos de sobrevivências. O indivíduo começa aprender desde que nasce. Geralmente uma
criança deve aprender a engatinhar, a andar e a falar; depois a ler e a escrever, aprendizagens
básicas para atingir a cidadania e a participação ativa na sociedade.
CAPÍTULO 06 74
De acordo com Morgada apud McConnell “Aprendizagem é a progressiva mudança do
comportamento que está ligada, de um lado, a sucessivas apresentações de uma situação e, de
outro, a repetidos esforços dos indivíduos para enfrenta – lá de maneira eficiente”. SÓCRATES,
acreditava que o conhecimento já existia no espirito do homem e que a aprendizagem era so-
mente um meio de despertá-lo, uma vez que estava adormecido.“Conhece-te a ti mesmo, pois
dentro de ti reside toda a sabedoria” (SÓCRATES, séc.IV a.C.).
Piaget, faz um grande estudo sobre o desenvolvimento humano na qual tem um papel
importante nas pesquisas e teorias que onde dividi seus estágios de acordo com as faixas etária
do indivíduo. É importante ressaltar que o ritmo do desenvolvimento intelectual das crianças va-
riam consideradamente, é comum sala de aula existirem diferenças notáveis entre os educandos
quanto ao aprendizado que estes já adquiriram, crianças diferem em suas histórias de matura-
ção, experiencias e interações sociais.
Sabe-se que a leitura é uma prática social de fundamental importância para o desenvol-
vimento da cognição dos seres humanos. Sem ela o mundo seria muito diferente do que é hoje,
sem a leitura o mundo não seria tão evoluído, pois a leitura proporciona o desenvolvimento do
pensamento, da imaginação, do intelecto, além disso, promove diversos conhecimentos. A aqui-
sição da leitura é imprescindível para se obter o conhecimento.
A autora fala que a base para se adquirir a leitura são os símbolos chamados de letras/
grafemas, mas, ler não significa apenas ter habilidade de decifrar os sinais gráficos da língua
falada, ou seja, é preciso conhecer toda as letras do alfabeto, ler palavras, frases e textos.
De acordo com alguns autores, não é necessariamente desta forma que ocorre o que
chamamos de leitura. Pois a leitura vai muito além do reconhecimento das letras.
‘’Sem dúvida, o ato de ler é usualmente relacionado a escrita,e o leitor visto como decodi-
ficador da letra. Bastará, porém, decifrar palavras para acontecer a leitura? Como explica-
ríamos as expressões de uso corrente “fazer a leitura “de um gesto, de uma situação; “ ler
CAPÍTULO 06 75
a mão’’, “ ler o olhar de alguém”; “ler o tempo’’, ler o espaço’’. Indicando que o ato de ler
vai além da escrita”(MARTINS, 1982)
Assim, pode-se perceber que para que haja leitura não basta apenas conhecer letras e
decifrá-las. Ler vai além do que muita gente costuma pensar. Ler é conhecer, observar, constatar,
interpretar algo ao seu redor. E também organizar os conhecimentos aprendidos a partir de situ-
ações vivenciadas. Para ler é necessário “manejar com firmeza as habilidade de decodificação”
e mostrar no texto as ideias, os objetivos, e experiências que já se tem. É necessário se envolver
num processo de inferência continua baseada na informação dada pelo texto e na própria “baga-
gem”, ou seja, nos conhecimentos que o leitor já se tem.
Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas
podem ser encontradas na escrita significa ter acesso a essa escrita, significa construir
uma resposta que integra parte das novas informações ao que se já sabe.
Poder ler, isto é, compreender e interpretar textos escritos de diversos tipos com diferentes
intenções e objetivos contribui de forma decisiva para a autonomia das pessoas, na me-
dida em que nos manejemos com certas garantias em uma sociedade letrada. Na leitura,
o leitor é um sujeito ativo que processa o texto e lhe proporciona seus conhecimentos,
experiências e esquemas prévios. (SOLÉ, 2014 p.16)
Solé ressalta também que o problema do ensino da leitura tem a ver com a falta de en-
tendimento do que venha ser o conceito de leitura, da maneira de como é avaliada pelos docen-
tes e da importância que se tem nos projetos escolares.
CAPÍTULO 06 76
As primeiras escritas eram feitas por meio de desenhos, chamada de “pictórica ou hiero-
glífica”. Foi numa cidade de Uruk (atual região sul do Iraque) que foram encontradas os primeiros
registros escritos.
Depois de um certo tempo é que as escritas foram ganhando fonemas, que dizer, sons.
O uso dos sinais fonéticos surgiram a partir do momento em que se percebia a semelhança dos
sons. Ao passo em que aparecia a necessidade de inventar símbolos diferentes para expressões
parecidas, a escrita silábica começou a ser vista como modo eficiente de definir símbolos empre-
gados nas palavras. Foi a partir daí que surgiram os primeiros alfabetos da antiguidade.
CAPÍTULO 06 77
interação.
Nos finais do Ensino Fundamental, o adolescente/jovem deve ser mais crítico em rela-
ção as situações de comunicação. Essa continuação da formação para se alcançar a autonomia
pode-se dizer que fica mais forte, pois é nessa etapa em que os adolescentes/jovens “assumem
com maior protagonismo” em práticas no que diz respeito à linguagem tanto dentro quanto fora
de casa.
Na disciplina de Língua Portuguesa, aumenta o contato dos alunos com os gêneros tex-
tuais. Parte-se dessas práticas de linguagem já vivenciadas pelo adolescentes para o aumento
dessas práticas. Nos anos anteriores os alunos não só conhecem como também fazem uso de
gêneros das práticas artístico literárias, de estudo e pesquisa, jornalismo, midiático, campo da
vida pessoal etc.
O que se deve aprofundar nessa etapa são os tratamentos dos gêneros que circulam na
internet no diz respeito as chamadas esferas públicas que inclui os gêneros jornalísticos, infor-
mativos e os publicitários. Para além desses gêneros são consideradas práticas contemporâne-
as de curtir, comentar, publicar notícias etc.
O autor fala que os alunos do 9º ano já devem ter habilidades e competências neces-
sárias a aprendizagem da leitura e da escrita, mas de acordo com alguns autores nem sempre
esses aluno estão capacitados para realizar tais funções com tamanha destreza.
METODOLOGIA
CAPÍTULO 06 78
ponto de partida baseados em fatos, além disso, a revisão bibliográfica pode proporcionar a
melhoria nos processos já realizados durante a pesquisa, diminuído o acúmulo de erros. Com
isso, tem como objetivo reunir as informações e dados que servirão de base para a constru-
ção da investigação proposta a partir do determinado tema. Manualmente este método consiste
em pesquisar diretamente nos livros de referências disponíveis nas bibliotecas, Oliveira (1997,
pág.108).” A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribui-
ção científica que se realizam sobre determinado assunto ou fenômeno”.
“A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesqui-
sador como instrumento chave. A presença do pesquisador, no ambiente onde se desen-
volve a pesquisa, é de extrema importância, à medida que o fenômeno estudado só é
compreendido de maneira abrangente, se observado no contexto onde ocorre, visto que o
mesmo sofre a ação direta desse ambiente”
Com isso, a observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações
e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Ela não consiste ape-
nas em ver e ouvir, mas também examinar os fatos, ajudando o pesquisador a identificar e obter
provas a respeito dos seus objetivos. Sendo assim, utilizou-se na pesquisa a observação do tipo
não participante, onde foi realizada no espaço físico da escola.
CAPÍTULO 06 79
questionários e análises como forma ou ferramenta que permitirão a caracterização e identifica-
ção dos fatores que facilitam a aprendizagem na leitura e escrita dos alunos do 9º ano do Ensino
Fundamental II, Maraã, Amazonas.
Para o gestor será feita uma entrevista de análise dos fatores que condizem com a sua
realidade escolar tai como: Método de Ensino, Fator Socioeconômico e Prática Pedagógica. A
entrevista será aberta para que o gestor possa analisar de forma crítica cada fator que podem
influenciar e facilitar no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos do 9º da referida escola.
A referida pesquisa foi realizada no Brasil, Estado do Amazonas, Região Norte do país,
no município de Maraã localizado ao noroeste da capital do Estado, com a distância de 615km.
O município de Maraã está localizado às margens esquerda do Rio Japurá, com um território
de aproximadamente 168. 308.27 km (Quilômetros quadrado) sua população de acordo com o
último IBGE é de 18.186 habitantes.
Diante do exposto, vale ressaltar que a pesquisa teve sua culminância em uma das três
Escolas Públicas Estaduais existente no Município, denominada Escola Estadual Senador João
Bosco Ramos de Lima. No mais, a escola está situada no Centro da cidade, sua clientela são
alunos de faixa etária de 11 à 30 anos de idade. A Escola oferece a seguinte modalidade de en-
sino: Ensino Fundamental II ( 6º ao 9º Ano) No turno da manhã e tarde e à noite a modalidade
de jovens e adultos ( Nova EJA).
RESULTADO E DISCUSSÃO
A partir das visitas e observações realizadas na referida instituição de Ensino onde foi
executada a investigação, foi possível obter informações que estão contempladas na análise,
predominantemente descritiva. Buscou-se analisar os dados coletados e cotejá-los com o tema
e os objetivos desta pesquisa, sempre com base em bibliografia específica, de cunho qualitativo
e como técnica e instrumento a observação.
Nessa vertente, foi possível constatar que tais fatores têm contribuído para facilitação
CAPÍTULO 06 80
na aprendizagem da leitura e escrita, mas considerando as observações realizadas, é pertinente
afirmar que considerando esses fatores pode-se aprimorar o processo de ensino aprendizagem
a um outro patamar, utilizado metodologias ativa e dinâmica, possibilitando o aprimoramento e
o desenvolvimento dessas habilidades e na aquisição do conhecimento no ensino da leitura e
escrita dos nossos jovens e adolescentes que é um desafio hoje.
Educando Idade
Gênero;
Composição Familiar;
Série de estudo;
Raça ou Cor;
Renda familiar;
Religião.
Professores Tempo de docência;
Tempo de atuação na escolar;
Horas semanais de trabalho;
Sexo/gênero;
Formação;
Renda familiar.
Ao analisar o perfil dos alunos participantes da pesquisa, listamos como categorias im-
portantes: idade, gênero, composição familiar, série de estudo, raça ou cor, renda familiar e reli-
gião por acreditar que estas informações são importantes para enriquecer a compreensão sobre
o tema da pesquisa – Fatores que facilitam a aprendizagem.
A Tabela 1, a seguir, apresenta dados sobre a faixa etária dos alunos participantes da
pesquisa. A saber:
Dos alunos entrevistados 9 alunos tem 14 anos de idade; 11 tem 15 anos, 7 alunos tem
16 anos e 3 tem 17 anos.
Tabela 1 - Apresenta o Perfil dos alunos participantes da pesquisa – Escola Estadual Senador
João Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas, Brasil.
Idade dos alunos 9ºano da EESJBRL – Ensino Fundamental
Idade dos alunos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos ou +
Quantidade 9 alunos 11 alunos 7 alunos 3 alunos
Fonte: Pesquisa de campo realizada com os alunos do Ensino Fundamental da Escola
Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima em Março de 2020 - Maraã-AM.
Conforme Tabela 1, denota-se que há distorção idade-série com, 33,3% dos alunos do 9º
na escola estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã-Amazonas, com 16 e 17 anos
CAPÍTULO 06 81
de idade.
Tabela 2 - Gênero dos alunos participantes da pesquisa – Escola Estadual Senador João
Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas, Brasil.
Perfil dos alunos do 9º ano da EESJBRL – Ensino Fundamental
Gênero Masculino Feminino
Quantidade 14 alunos 16 alunos
Fonte: Pesquisa de campo com os alunos da Escola Estadual Senador João Bosco Lima em
Maraã-AM.
Verifica-se na Tabela 2 que a maioria dos alunos da pesquisa é do gênero feminino, po-
rém a diferença não é tão grande. Isso demonstra que tanto as mulheres pesquisadas quando
os homens têm interesse pelo ensino, o qual objetivo é preparar para o seu projeto de vida, para
vestibulares diversos ou para atuarem como um jovem empreendedor, sendo protagonista de
sua própria história.
A Tabela 3 nos apresenta o número de familiares que moram com os alunos participantes
da pesquisa.
Dos 30 alunos entrevistados a maioria mora em casa própria, porém, as famílias são
compostas por 5 ou mais pessoas.
Tabela 3 - Número de familiares dos alunos participantes da pesquisa – Escola Estadual
Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas, Brasil.
Número de familiares dos alunos do 9º ano da EESJBRL – Ensino Fundamental
Membro (s) 1 membro 2 Membro (s) 3 Membro (s) 4 Membro (s) 5 Membro (s) + de 5 membros
Quantidades 0 3 4 2 3 4
Fonte: pesquisa de campo realizada com alunos do Ensino Fundamental da Escola Estadual
Senador João Bosco Ramos de Lima, em Março de 2020- Maraã-AM.
Observa-se através da tabela acima que a maioria dos sujeitos da pesquisa vivem em
lares lotados e são oriundos de famílias numerosas, e isto é demonstrado visivelmente através
do índice de 20% que responderam que possuem mais de cinco membros de sua família que
residem no mesmo espaço. Conforme os alunos da pesquisa tinha família composta por até 14
pessoas.
Esse fato nos leva a refletir que a maioria dos alunos tem residido em um local lotado
sem muitas condições de conforto. E essa questão consequentemente pode causar problemas
de fatores internos e acaba por atingir o rendimento escolar dos alunos.
Quadro 2 - Leitura e escrita- Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã,
Amazonas, Brasil.
1) Você tem que ler um texto várias vezes para entender?
Sim Não Às vezes
17 12 1
Fonte: Pesquisa de campo realizada com os alunos da Escola Estadual Senador João Bosco
Ramos de Lima, março de 2020, Maraã-AM, Brasil.
Quando foi perguntado se os estudantes tinham que ler um texto várias vezes, as res-
CAPÍTULO 06 82
postas foram da seguintes 17 alunos responderam que sim e 12 responderam que não. Isso
mostra que a maioria dos estudantes da pesquisa leem mas não conseguem compreender o que
leem. Muitos alunos até gostam de ler, mas o fato de não conseguirem entender o que se leu
faz com que percam o interesse pela leitura.
Quadro 3 - Leitura e escrita- Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã,
Amazonas, Brasil.
2) Você costuma perceber os pontos mais importantes em um texto?
Sim Não Ás vezes
18 alunos 12 alunos 01 aluno
Fonte: Pesquisa de campo realizada com os alunos da Escola Estadual Senador João Bosco
Ramos de Lima, março de 2021, Maraã-AM, Brasil.
Quando foi perguntado se ao ler os alunos costumavam procurar as palavras que não
conheciam 13 responderam que sim, 8 responderam que não costumam procurar, 09 respon-
deram que só às vezes procuram as palavras no dicionário. Como se pode observar há muitos
alunos que ao lerem um determinado texto encontram várias palavras que para eles não são
familiares, ou seja, desconhecem os vocábulos e apesar disso, não vão em busca de conhecê-
-los. Hoje em dia com o avanço tecnológico nem precisa buscar palavras no dicionário impresso,
basta acessar do celular mesmo (pois foi observado que mesmo não tendo bom poder aquisitivo
muitos alunos do 9º ano tem celular e acesso à internet) e tudo estaria resolvido. Mas muitas
vezes o comodismo acaba deixando o estudante sem conhecer novas palavras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ponto de partida desta pesquisa foi o questionamento sobre que fatores FACILITAM
a leitura e escrita nos anos finais do ensino fundamental II? Diante do contexto estudado, a es-
colha do tema deu-se, consequentemente, pela experiência e pelos questionamentos gerados
durante a prática docente. Além do mais, esse estudo procurou saber se o professor percebe as
práticas de letramento trazidas de casa pelos alunos e como isto poderia interferir no ambiente
escolar. Realizar esta análise foi muito importante para pensarmos acerca dos fatores socioeco-
nômicos e o papel das práticas de leitura e escrita dentro da sala de aula.
CAPÍTULO 06 83
já compreende que o problema não é apenas ensinar a ler e a escrever, mas é, também, so-
bretudo, levar os indivíduos a fazer uso da leitura e da escrita e envolver-se em práticas sociais
de leitura e escrita. Dessa forma, concorda com Bortoni-Ricardo, castanheira e machado (2012,
p.52) quando afirmam que: “ser letrado implica fazer uso competente e frequente da leitura e da
escrita no dia a dia. Para tornar-se letrado, é preciso envolver-se nas práticas sociais de leitura e
de escrita, ou seja, fazer uso dessas habilidades” constata-se, assim, que ler e escrever requer
esforço e dedicação do aluno e também a orientação e a mediação segura do professor.
Para se construir compreensão do ato de ler e escrever cabe, pois, avaliar o papel do
aluno na construção da leitura e da escrita e sua percepção do processo, bem como o papel do
professor e sua percepção no desenvolvimento da habilidade de escrever e ler no processo de
produção textual na escola. A relação de cada aluno, no processo da leitura e escrita, será, sem
dúvida, diferente. É importante para a escola saber reconhecer a realidade do aluno, levando
em consideração a sua produção textual por meio da visão de mundo que traz consigo e não
somente estimular os professores a incorporarem essas práticas no cotidiano como aproximá-los
de diversas maneiras de atividades de leitura.
REFERÊNCIAS
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5ª ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
LUDKE, M.; ANDRÉ, A. Pesquisa em educação: Abordagens qualitativas. Sao Paulo: EPU, 1986.
MENDES, Eva Cristina. Competência em leitura: interface entre contextos psicosocial, familiar e escolar.
São paulo: Mackenzie, 2015
NIZO, Renata di. Escrita criativa. São Paulo: Summus editorial, 2008
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2013
MOREIRA COSTA, A. C. Educacao de jovens e adultos no Brasil: Novos Programas, velhos problemas.
utp.br, 2013. Disponivelem: <http://www.utp. br/cadernos _de _ pesquisa/pdfs/cad_pesq8/4_educacao_
jovens_cp8.pdf>.
OEI. Informe Iberoamericano sobre Formación Continua de Docentes. Informe Iberoamericano sobre
Formación Continua de Docentes, 02 set. 2000. Disponivel em: <http://www.oei.es/webdocente/
Paraguay.htm>.
SOUZA, Alcione de Oliveira. Meu aluno escreve como fala, e agora? Uma intervenção bem-sucedida no
Ensino fundamental II Curitiba: Apris, 2020
CAPÍTULO 06 84
07
Educação de jovens e adultos: fatores
que influenciam a evasão escolar
dos alunos da educação de jovens e
adultos
Youth and adult education: factors
that influence school dropout among
students of youth and adult
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.7
O presente estudo discute sobre a Educação de Jovens e Adultos, onde pontua-se os fatores
que possibilitam a evasão escolar na modalidade da EJA, bem como sobre as expectativas
futuras dos alunos da Escola Estadual Senador João Bosco ramos de Lima, Maraã-Amazonas-
-Brasil. Teve como objetivo geral conhecer os fatores que influenciam na evasão dos alunos da
Educação de Jovens e Adultos, da Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Ma-
raã, Amazonas./Brasil. A pesquisa foi de cunho qualitativo, através de um estudo de caso. Os
procedimentos metodológicos adotados foram: pesquisa exploratória, pesquisa bibliográfica e a
pesquisa de campo, com a aplicação de questionários e/ou entrevistas. Busca-se, constatar atra-
vés de descobertas científicas que os fatores econômicos, familiares e sociais são determinantes
para a evasão escolar e/ou retorno dos alunos na modalidade da EJA, e também procura-se
conhecer as expectativas futuras destes alunos, haja vista que existem inúmeros problemas de
ordem econômica, os quais têm contribuído para evasão escolar e, estes são visíveis através da
falta de vínculo empregatício, causado pelas desigualdades sociais, a formação do professor e a
família. Verifica-se que há a necessidade da equipe gestora da escola, juntamente com os pro-
fessores, desenvolverem ações que busquem possíveis soluções nos casos de evasão escolar
na modalidade EJA. Essas ações devem refletir sobre as práticas da escola, visando propostas
que reconheçam as individualidades e diversidades do aluno da Ensino de Jovens e Adultos.
Nesse sentido, a escola deve buscar encontrar as múltiplas faces destes problemas, os quais
estimulam e induzem os alunos a se afastarem do ambiente escolar. O papel da escola frente ao
problema da evasão é de redefinir suas práticas pedagógicas e ferramentas metodológicas, para
manter o aluno na escola e possibilitar sua inserção no nível superior e no mercado de trabalho.
ABSTRACT
This study discusses Youth and Adult Education, where the factors that enable school dropout
in the modality of EJA are pointed out, as well as the future expectations of students of the State
School Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã-Amazonas-Brazil. The general objective
was to know the factors that influence the dropout of students from Youth and Adult Education at
the Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, Maraã, Amazonas-Brazil. The resear-
ch was qualitative in nature, through a case study. The methodological procedures adopted were:
exploratory research, bibliographical research and field research, with the application of question-
naires and/or interviews. The purpose is to verify through scientific findings that economic, family
and social factors are determining factors for the school dropout and/or return of students in the
EJA modality, and also to know the future expectations of these students, since there are nume-
rous problems of economic order, which have contributed to school dropout and these are visible
through the lack of employment ties, caused by social inequalities, the teacher’s training and the
family. It is necessary for the school management team, together with the teachers, to develop
actions that seek possible solutions in cases of school dropout in the EJA modality. These actions
should reflect on the school practices, aiming at proposals that recognize the individualities and
diversities of the Youth and Adult Education student. In this sense, the school must try to find the
multiple faces of these problems, which stimulate and induce the students to leave the school
environment. The school’s role when facing the dropout problem is to redefine its pedagogical
practices and methodological tools, in order to keep the student in school and make possible his
insertion in the higher education level and in the labor market.
CAPÍTULO 07 86
INTRODUÇÃO
No Brasil, a EJA tem se constituído, nos últimos anos, como um campo estratégico para
fazer frente à exclusão e desigualdade social e, se observarmos a Lei 9.394, de 1996, o Parecer
CEB 11/2000 e acompanharmos a conclusão a que chegou a Conferência de Hamburgo, bem
como a orientação do relatório da UNESCO sobre educação para o século XXI, percebemos que
essa modalidade tem pretensões de assumir contornos que transbordam os limites do processo
de escolarização formal ao abarcar aprendizagens realizadas em diversos âmbitos.
Com a implantação da Lei 9.394, de 1996, (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional, no artigo 37) aparece, pela primeira vez, a preocupação em garantir o acesso e a conti-
nuidade dos estudos àqueles que não tiveram a oportunidade em idade própria.
CAPÍTULO 07 87
Hoje no Brasil, a evasão escolar se constitui como um problema que cresce cada vez
mais, afetando principalmente as escolas públicas. O maior índice de evasão escolar está rela-
cionado às necessidades dos jovens trabalharem para ajudar na renda da família, fazendo com
que aumente cada vez mais o número de adolescentes que deixam cotidianamente as salas de
aula (SILVA, 2011).
Vale lembrar que essa evasão acontece em todos os níveis de ensino, incluindo ensino
fundamental, ensino médio, ensino superior, o que não exclui desses índices a modalidade de
ensino EJA. A questão evasão escolar na educação de jovens e adultos – EJA, levanta algumas
contradições entre autores, pois cada um vê a evasão de ângulos diferentes, de modo diverso e
por amplos motivos como afirma Amaral e Costa (2005). Segundo esses autores, várias são as
causas da evasão na EJA, tais como as sociais, políticas, culturais e pedagógicas.
Os mesmos enfatizam que entre as pedagógicas, pode-se destacar a falta de uma pro-
posta pedagógica em que as disciplinas sejam integradas, já que no mundo elas não estão se-
paradas e, o adulto, por carregar um conjunto de saberes que adquiriu na prática social, precisa
se situar nos conteúdos propostos para cada disciplina.
Geralmente quando o adulto volta para a escola sente-se um pouco retraído, vê-se como
uma pessoa já velha, que não teve oportunidades e desse modo, cabe ao professor estimulá-lo a
fim de que ele possa participar de todas as atividades propostas e que possa se sentir bem com
o seu grupo de estudos (AMARAL; COSTA, 2005). Oliveira e Eiterer (2008) ao abordar sobre os
motivos da infrequência de jovens e adultos na EJA assinalam que muitos desses alunos, em
especial os que trabalham, buscam a (re) escolarização, possuem uma contradição entre o seu
discurso e a realidade. Pois, segundo o autor em questão, os alunos afirmam que estudar é im-
portante, porém quando estão matriculados em um programa de EJA, o que se observa é uma
significativa taxa de infrequência.
Entretanto, os autores supracitados ressaltam que infrequência não está associada com
o mesmo conceito de “evasão”. Pois, para eles a evasão escolar na EJA pode ser registrada
como um abandono por um tempo determinado ou não. Diversas razões de ordem social e prin-
cipalmente econômica concorrem para a “evasão” escolar dentro da EJA, essas transpõem a
sala de aula e vão para além dos muros da escola (OLIVEIRA; EITERER, 2008).
Vários motivos para a evasão escolar na EJA foram listados por Oliveira e Eiterer (2008,
p.5) e são estes:
CAPÍTULO 07 88
essencial para que essa pessoa tenha voz ativa na sociedade e um convívio social de qualidade.
Existem diversos fatores que muitas vezes não possibilitam a alfabetização no período
da infância no decorrer dos anos, o indivíduo sente a necessidade de inserir-se nesse processo
e procura a EJA (Educação de Jovens e Adultos) oferecido por escolas públicas.
Conforme a constituição federal de 1988, no seu artigo 208 “o dever do estado com a
educação será efetivado mediante a garantia de: Ensino fundamental obrigatório e gratuito para
todos aqueles que não tiveram acesso na idade própria (...)” E para se efetivar o direito subjetivo
a educação a LDB 9394/96, no seu artigo quinto parágrafo primeiro, define as seguintes compe-
tências para os estados e municípios num regime de colaboração e sob a assistência da união:
Embora essa modalidade de ensino seja oferecida gratuitamente e garantida pela legis-
lação não quer dizer que atenda as exigências específicas. A educação é complexa, ainda com
muitas dificuldades em relacionar teoria e prática.
De acordo com a LDB 9394/96 (art. 32), as exigências de um ensino da EJA –educação
de jovens e adultos, o ensino fundamental deverá ter por objetivo a formação básica do cidadão,
mediante:
II. a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar apren-
dendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocu-
pação ou aperfeiçoamento posteriores;
A educação é essencial ao ser humano, principalmente nos dias de hoje, em que se de-
para com um ambiente de competitividade, diversos documentos assim como a Lei de Diretrizes
e Bases vista anteriormente, tal afirmação se confirma.
CAPÍTULO 07 89
No presente século com todas as inovações tecnológicas, e com a grande modernização
econômica e cultural, ainda se enfrenta um grande problema que impede o desenvolvimento do
país, consequência da falta de investimento na educação, o que gera a má qualidade da mesma,
causa assim o desânimo de todos, seja do docente e até mesmo do próprio educando, refletido
através da evasão, e baixos salários, e torna a educação de má qualidade. Onde se investe em
educação é notória a contribuição do crescimento econômico do desenvolvimento social e cultu-
ral da sociedade e país.
A Educação de Jovens e Adultos no Brasil cabe aqui ressaltar, surgiu como alternativa à
qualificação de mão de obra, com vistas ao atendimento da demanda industrial, onde sua princi-
pal função era a de formar indivíduos que agissem como “máquinas”, sem nenhum senso crítico.
Nesse período a única proposta de educação que formasse cidadãos críticos foi desenvolvida
pelo educador Paulo Freire, que foi dilacerada pelo regime militar. Inúmeros programas de EJA-
educação de jovens e adultos, após a experiência freireana foram desenvolvidos, mas não eram
valorizados por parte dos governantes, pois a esses importava a formação de mão de obra e não
o conhecimento adquirido.
Para Freire, a educação deveria corresponder a formação plena do ser humano, deno-
minada por ele de preparação para a vida, com formação de valores, atrelados a uma proposta
CAPÍTULO 07 90
política de uma pedagogia libertadora, fundamental para a construção de uma sociedade mais
justa e igualitária:
Não é possível atuar em favor da igualdade, do respeito aos direito à voz, à participação,
à reinvenção do mundo, num regime que negue a liberdade de trabalhar, de comer, de
falar, de criticar, de ler, de discordar, de ir e vir, a liberdade de ser. (FREIRE, 2002, p.193).
A média nacional de permanência na escola na etapa obrigatória (oito anos) fica entre
quatro e seis anos. E os oito anos obrigatórios acabam por se converter em 11 anos, na média,
estendendo a duração do ensino fundamental quando os alunos já deveriam estar cursando o
ensino médio. Expressão desta realidade são a repetência, a reprovação e a evasão, mantendo-
-se e aprofundando-se a distorção idade/ano e retardando um acerto definitivo no fluxo escolar.
Embora abrigue 36 milhões de crianças no ensino fundamental, o quadro sócio-educacional
seletivo continua a reproduzir excluídos dos ensinos fundamental e médio, mantendo adolescen-
tes, jovens e adultos sem escolaridade obrigatória completa.
Mesmo assim, deve-se afirmar, inclusive com base em estatísticas atualizadas, que,
nos últimos anos, os sistemas de ensino desenvolveram esforços no afim de propiciar um aten-
dimento mais aberto a adolescentes e jovens tanto no que se refere ao acesso à escolaridade
obrigatória, quanto a iniciativas de caráter preventivo para diminuir a distorção idade/ano.
CAPÍTULO 07 91
constitui de pessoas: com mais idade, de regiões pobres e interioranas e provenientes dos gru-
pos afrobrasileiros. Muitos dos indivíduos que povoam estas cifras são os candidatos aos cursos
e exames do ainda conhecido como ensino supletivo.
Nesta ordem de raciocínio, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa uma dívi-
da social não reparada para com os que não tiveram acesso a e nem domínio da escrita e leitura
como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na
constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, de fato,
a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social
contemporânea.
Esta observação faz lembrar que a ausência da escolarização não pode e nem deve
justificar uma visão preconceituosa do analfabeto ou iletrado como inculto ou “vocacionado” ape-
nas para tarefas e funções “desqualificadas” nos segmentos de mercado. Muitos destes jovens
e adultos dentro da pluralidade e diversidade de regiões do país, dentro dos mais diferentes
estratos sociais, desenvolveram uma rica cultura baseada na oralidade da qual nos dão prova,
entre muitos outros, a literatura de cordel, o teatro popular, o cancioneiro regional, os repentistas,
as festas populares, as festas religiosas e os registros de memória das culturas afro-brasileira e
indígena.
[...] um adulto pode ser analfabeto, porque marginalizado social e economicamente, mas,
se vive em um meio em que a leitura e a escrita têm presença forte, se interessa em ouvir
a leitura de jornais feita por um alfabetizado, se recebe cartas que outros leem para ele, se
dita cartas para que um alfabetizado as escreva, ..., se pede a alguém que lhe leia avisos
ou indicações afixados em algum lugar, esse analfabeto é, de certa forma, letrado, porque
faz uso da escrita, envolve-se em práticas sociais de leitura e de escrita. (Magda Soares,
1998, p. 24)
Esta dimensão sócio-cultural do letramento, por sua vez, focaliza os aspectos sócio-his-
tóricos da aquisição da escrita. Entre outros casos, procura estudar e descrever o que ocorre nas
sociedades quando adotam um sistema de escritura de maneira restrita ou generalizada; procura
ainda saber quais práticas psicossociais substituem as práticas “letradas” em sociedades ágra-
fas.
Sendo leitura e escrita bens relevantes, de valor prático e simbólico, o não acesso a
graus elevados de letramento é particularmente danoso para a conquista de uma cidadania
plena. Suas raízes são de ordem histórico-social. No Brasil, esta realidade resulta do caráter
subalterno atribuído pelas elites dirigentes à educação escolar de negros escravizados, índios
reduzidos, caboclos migrantes e trabalhadores braçais, entre outros.
Impedidos da plena cidadania, os descendentes destes grupos que vivem nesta socie-
dade, ainda hoje sofrem as consequências desta realidade histórica. Disto nos dão prova as inú-
meras estatísticas oficiais. A rigor, estes segmentos sociais, com especial razão negros e índios,
não eram considerados como titulares do registro maior da modernidade: uma igualdade que
não reconhece qualquer forma de discriminação e de preconceito com base em origem, raça,
CAPÍTULO 07 92
sexo, cor idade, religião e sangue entre outros.
Contudo, dentro de seus limites, a Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de
Lima, possibilita um espaço democrático de conhecimento e de postura tendente a assinalar
um projeto de sociedade menos desigual. Questionar, por si só, a virtude igualitária da educação
escolar não é desconhecer o seu potencial. Ela pode auxiliar na eliminação das discriminações
e, nesta medida, abrir espaço para outras modalidades mais amplas de liberdade.
A universalização dos ensinos fundamental e médio libera porque o acesso aos conheci-
mentos científicos virtualiza uma conquista da racionalidade sobre poderes assentados no medo
e na ignorância e possibilita o exercício do pensamento sob o influxo de uma ação sistemática.
Ela é também uma via de reconhecimento de si, da autoestima e do outro como igual. De outro
lado, a universalização do ensino fundamental, até por sua história, abre caminho para que mais
cidadãos possam se apropriar de conhecimentos avançados tão necessários para a consolida-
ção de pessoas mais solidárias e de países mais autônomos e democráticos.
E, num mercado de trabalho onde a exigência do ensino médio vai se impondo, a neces-
sidade do ensino fundamental para os alunos da EJA é uma verdadeira corrida contra um tempo,
a barreira posta pela falta de alcance à leitura e à escrita prejudica sobremaneira a qualidade de
vida de jovens e de adultos, estes últimos incluindo também os idosos, exatamente no momento
em que o acesso ou não ao saber e aos meios de obtê-lo representam uma divisão cada vez
mais significativa entre as pessoas.
METODOLOGIA
CAPÍTULO 07 93
tamos pela metodologia qualitativa porque ela pressupõe uma análise e interpretação de aspec-
tos mais profundos da complexidade do comportamento humano ela “[...] fornece análise mais
detalhada sobre investigações, hábitos, atitudes e tendências de comportamentos” (LAKATOS e
MARCONI, 2005).
Minayo (2002) caracteriza a pesquisa qualitativa apresentando alguns aspectos que lhe
são característicos: “[...] responde a questões particulares; [preocupa-se com] um nível de rea-
lidade que não pode ser quantificado; trabalha com um universo de significados, motivos, aspi-
rações, crenças, valores, atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações,
dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.”
Por isso, optou-se por um enfoque qualitativo de investigação, com professores, alunos,
pais e ou responsáveis, usando como metodologia a análise da realidade social dos grupos em
pesquisa, através da técnica de entrevista para melhor compreensão do problema.
Para o gestor foi feita uma entrevista de análise dos fatores que condizem com a sua
realidade escolar tais como: Questão familiar, Fator Socioeconômico, Formação do docente. A
entrevista foi aberta para que o gestor possa analisar de forma crítica cada fator que podem in-
fluenciar na evasão dos alunos da EJA da referida escola.
O estudo de campo, segundo Gil (2002) é caracterizado pela técnica de observação dire-
ta das atividades do grupo estudado e de entrevistas. Podendo utilizar também análise de docu-
CAPÍTULO 07 94
mentos, fotografias e filmagens. “O pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente,
pois é enfatizada a importância de o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com
a situação do estudo” (GIL, 2002, p. 53).
Através da pesquisa de campo é possível obter uma compreensão aprofundada dos ob-
jetivos, necessidades e atividades da pessoa entrevistada (KANTNER, 2003).
O referido Município foi criado pela lei nº 96 de 19 de Dezembro de 1955, sua prin-
cipal atividade econômica se baseia na agricultura e pesca de manejo. Com relação à educação
do Município é pertinente ressaltar que caminha paulatinamente, pois de acordo com os dados
da secretaria de educação (SEMED) desde 2008 quando o município alcançou a média estipula-
da nas avaliações externas, por meio da prove Brasil realizada com os alunos do 5º Ano, desde
então a Educação vem regredindo cada vez mais.
Diante do exposto, vale ressaltar que a pesquisa teve sua culminância em uma das três
Escolas Públicas estaduais existentes no Município, denominada Escola Estadual Senador João
Bosco Ramos de Lima, a escola está situada na Av. 25 de Março, no centro da cidade. Sua clien-
tela são alunos de faixa etária a partir de 12 anos de idade. A Escola oferece a seguinte modali-
dade de ensino: Ensino Fundamental II, nos turnos matutino e vespertino e Educação de Jovens
e Adultos – EJA Fundamental e Médio nos turnos Noturnos.
RESULTADO E DISCUSSÃO
CAPÍTULO 07 95
Análises dos dados
CAPÍTULO 07 96
A dificuldade de terminar é que não tenho muitas vezes com quem deixar meu
AEESJBRL – 2 filho, pois sou mãe solteira e moro só.
Meu companheiro reclama muito quando vou pra escola, já desisti duas vezes
AEESJBRL – 3 devido o ciúme dele.
Sou de família de pais separados e tenho que além do trabalhar cuidar de
AEESJBRL – 4 casa e dos meus 3 irmãos, já desistir uma (1) vez mas se Deus quiser esse
ano termino.
Os problemas familiares me desgastam, devido às diversas responsabilidades
AEESJBRL – 5 de ter que sustentar a família e não sobra tempo para me dedicar aos estudos
e muitas vezes acabo desistindo.
Vários são os fatores familiares que acabam contribuindo para a evasão escolar na Es-
cola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima, muitas mães alunas, não tem com quem
deixar os filhos, outras os maridos tem ciúme e acabam proibindo os estudos da mulher.
A fala do gestor – 1,
A EJA é uma modalidade onde, sua maior parte é formada por jovens que na maioria estão
na fase de “confrontos familiar” essa fase a família os vê como membro de importância
na contribuição da renda familiar, na obrigação de zelar e cuidar de seus filhos, arcar com
responsabilidades diversas, preocupar-se com seus pares, lidar com as exigências fami-
liar na inserção no mercado de trabalho, entre outros fatores, que contribuem para que
os educandos evadem ou deixam de sonhar de seu tão esperado diploma de conclusão
(entrevista GEESJBRL , 1, concedida em 14 de outubro de 2021).
A fala do professor – 5,
Os pais dos educandos da EJA, na maioria são de família de vulnerabilidade social, seus
conhecimentos são limitados e isso influencia no seu processo de ensino e aprendizagem
já que, a motivação por parte da família os leva a evadir (entrevista PEESJBRL, 5, conce-
dida em 14 de outubro de 2021)..
A fala Aluna - 3,
Pela falta de compreensão do meu companheiro, e o ciúme que ele tinha de mim, por
várias vezes acabei desistindo da aula (entrevista AEESJBRL, 3, concedida em 14 de
outubro de 2021).
Como vimos nas falas da maioria dos entrevistados, gestor, pedagogo, professor e alu-
no, os fatores familiares tem sua parcela de contribuição na evasão escolar dos alunos da Edu-
cação de Jovens e Adultos, da referida escola em pesquisa. Esta questão cultural está enraizada
na questão do machismo, na falta de planejamento familiar, as questões financeiras onde os
mesmos precisam dividir-se entre, o tempo para ir à escola, e o tempo do trabalho, entre outros.
Infelizmente a maioria desses fatores atingem muitas mulheres, que sonham em sua conclusão
na perspectiva de lhes propor uma vida digna e de qualidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CAPÍTULO 07 97
a conclusão da educação básica, ou seja, o término do ensino médio, a necessidade de ocupar
uma vaga no mercado de trabalho é uma questão de sobrevivência, e a conclusão da educação
básica é uma condição colocada nos dias atuais.
Além disso, as maiores taxas de evasão escolar continuam sendo de jovens com idade
entre 16 e 20 anos, tal dado nos remete a longa superação das taxas de analfabetismo no Brasil,
quando os mais jovens ainda continuam evadindo da escola. Os motivos para a evasão foram
vários, conforme demonstrado nessa pesquisa, embora já tenha um conjunto de pensadores que
trouxeram alguns desses motivos, essa pesquisa reforçou alguns deles, como principalmente a
falta de qualificação do corpo docente para trabalhar com esse perfil de alunos.
O professor ao ter diante de si uma turma de alunos na modalidade EJA, deve ter algu-
mas bases e recursos didáticos diversificados daqueles utilizados para os alunos de modalidades
regulares. Esse aluno precisa ter acesso ao conhecimento de forma que o conteúdo ministrado
faça parte de sua vida, parta de suas experiências, e as supere.
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 07 99
08 Pacto nacional de alfabetização na
idade certa e a formação continuada
no ciclo de alfabetização nas escolas
municipais no município de Coari -
Amazonas - Brasil, período 2013-2019
National literacy pact at the right
age and continuing education in the
literacy cycle in municipal schools in
the municipality of Coari - Amazonas -
Brazil, period 2013-2019
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.8
Este estudo é um recorte da dissertação apresentação 2022, aborda o tema Pacto Nacional
de Alfabetização na idade certa e a formação continuada no ciclo de alfabetização nas escolas
municipais no município de Coari – Amazonas – Brasil, período 2013-2019, “A relevância desse
estudo elevação do índice nacional das avaliações, provinha Brasil. O objetivo geral é Analisar o
efeitos do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa e a Formação Continuada no ciclo de
Alfabetização nas Escolas Municipais no Município de Coari – Amazonas – Brasil, período 2013-
2019” Para tanto faz-se necessário conhecer in lócus o processo de alfabetização em nosso país
“inclui aspectos relacionados aos marcos reguladores, aos processos teóricos metodológicos, ao
acompanhamento do professor, ao trabalho docente, visando a melhoria do desempenho escolar
por meio do modelo de ensino no ciclo de Alfabetização no Brasil, no Amazonas e em Coari, Nes-
se sentido, esse estudo foi caracterizado como uma pesquisa mista de cunho quanti-qualitativa,
com estudo da literatura bibliográfica, pesquisa de campo, exploratória e descritiva com entrevis-
tas semiestruturada sobre as categorias centrais que envolvem a temática de estudo.
ABSTRACT
A clipping of the dissertation presentation 2022, addresses Pact at the right age and continuing
education in the literacy cycle in municipal schools in the municipality of Coari - Amazonas - Bra-
zil, period 2013-2019, “The relevance of this study raising the national index of evaluations, came
from Brazil. The general objective is to analyze the effects of the National Literacy Pact at the
Right Age and Continuing Education in the Literacy Cycle in Municipal Schools in the Municipality
of Coari - Amazonas - Brazil, period 2013-2019” For that, it is necessary to know in locus the The
literacy process in our country “includes aspects related to regulatory frameworks, theoretical
methodological processes, teacher monitoring, teaching work, aiming at improving school perfor-
mance through the teaching model in the Literacy cycle in Brazil, Amazonas and in Coari, In this
sense, this study was characterized as a mixed research of a quantitative-qualitative nature, with
a study of bibliographic literature, field research, exploratory and descriptive with semi-structured
interviews on the central categories that involve the theme of study.
INTRODUÇÃO
Não basta apenas ter estrutura predial é preciso um esforço mutuo de todos os envolvi-
dos onde, as habilidades e capacidades de aprendizagem sejam despertadas e desenvolvidas
no tempo e espaço correto sem prejuízo acadêmico no ciclo da alfabetização.
Desse modo, aborda-se neste recorte de dissertação, uma breve incursão sobre a al-
fabetização no país, o marco regulatório, marco teórico metodológico e a formação/continuada
dos professores das escolas municipais de Coari-Amazonas no ciclo de alfabetização, dentro do
CAPÍTULO 08 101
Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa, pois o ciclo, o seriado ou multiseriado como a
pouca instrução/formação continuada docentes pode deixa uma lacuna no processo do aprender
a aprender e provoca um analfabetismo funcional no alunado.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A inserção do Brasil no mundo ocidental deu-se por meio de processo envolvendo três
aspectos: a colonização, a educação e a catequese. Nesse sentido, o objetivo da alfabetização
dos jesuítas era catequizar os índios e promover o processo de aculturação dos mesmos, incu-
tindo sobre estes a cultura europeia e a religião cristã.
Com a expulsão dos jesuítas em 1759, são instituídas as aulas régias por meio da Re-
forma Pombalina, porém com poucos efeitos práticos na Colônia devido ao reduzido número de
professores capacitados aqui residentes.
Em 1827 foi aprovado, pelo Parlamento Brasileiro, um projeto limitado à escola ele-
mentar do qual resultou a Lei de 15 de outubro de 1827 determinando a criação de “Escolas de
Primeiras letras”.
Nos anos que se seguiram, a instrução pública pouco caminhou e recebeu críticas quan-
to à insuficiência quantitativa, falta de preparo, parca remuneração e pouca dedicação dos pro-
fessores, além da ineficácia do método lancasteriano. Outra situação agravante foi o predomínio
numérico da população estabelecida no campo. Ainda no século XIX adotou-se a produção agrí-
cola-comercial-exportadora como modelo político econômico do país, o que fazia com que os
conhecimentos escolares não suscitassem interesse da população majoritária pela escola.
CAPÍTULO 08 102
67), que até o ano de 1950 eram considerados para o censo analfabetos de mais de quinze anos
de idade e todo aquele que simplesmente respondesse à pergunta “Sabe ler e escrever?” Os
casos duvidosos eram resolvidos mediante a exigência de que a pessoa inquirida traçasse seu
nome. Porém, após esse período (1950), só foram consideradas alfabetizadas as pessoas capa-
zes de ler e escrever um bilhete simples, com o que se conferiu maior rigor aos dados.
Com a ruína da política de alternância do “Café com Leite”, dá-se início a um novo perí-
odo, da história brasileira, conhecido como “Era Vargas”, datado de 1930 a 1945. Observamos
na década de 1930 que algumas mudanças foram trazidas com a Reforma Francisco Campos
e com a expansão escolar desta década, porém podemos considerar culminante a atuação da
Associação Brasileira de Educação (ABE), ao discutir em 1931 um Plano Nacional de Educação
na V Conferência Nacional pela Educação, levando à formulação do texto “O Manifesto dos Pio-
neiros da Educação Nova” publicado em 1932. Este manifesto elegeu três temas de destaque:
“A educação, uma função essencialmente pública; a questão da escola unitária; a laicidade, gra-
tuidade, obrigatoriedade e co-educação”.
Romanelli (2014, p. 66) focaliza que com a taxa de urbanização dobrada e aumento do
número de escolas houve a primeira queda sensível na taxa de analfabetismo, visto que entre
1920 e 1940 a taxa de alfabetização cresceu a 0,4% ao ano, onde no ano de 1940 o censo indi-
cava 56,2% de analfabetos.
Alguns marcos deste período merecem destaque, tais como: a Reforma Capanema, a
criação do Instituto Nacional de Pedagogia em 1937- INEP (vide nota de rodapé na lista de si-
glas, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em 1942 e o Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC) em 1946.
Em 1942 foi constituída a criação do primeiro Fundo Nacional do Ensino Primário, com
destinação de 25% dos recursos à Alfabetização de adultos e em 1947, após cinco anos, o pre-
sidente Eurico Gaspar Dutra iniciou a Campanha de educação de adolescentes e adultos, sendo
retomada por Getúlio Vargas no ano de 1952.
CAPÍTULO 08 103
-Profissionalizante, levando à criação da Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo.
Portanto, o país manteve, nesse ínterim, a metade de sua população sem domínio dos conhe-
cimentos básicos de leitura e escrita, chegando à taxa de analfabetismo a 50,48%, assistindo o
persistir de um ensino técnico profissional destinado aos mais pobres.
Finalmente, após treze anos de debates, no Governo do presidente Jânio Quadros foi
assinada a primeira LDBEN, a Lei 4024/61. Dentre seus princípios destaca-se a retórica sobre
o combate ao analfabetismo, porém o combate a essa situação deu-se sem grande eficiência,
chegando o índice de analfabetismo a 39,35% na década de 60.
Outra ação que merece destaque neste governo foi o Plano Nacional de Educação
(PNE), que foi a público em 1962, seguindo as prescrições da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional (LDBEN 4.024/61) e impôs ao Governo Federal a obrigação de investir 12% dos
recursos financeiros arrecadados pela União para a educação e a matrícula em oito anos de até
100% da população escolar de sete a onze anos de idade.
Conquanto, com o Golpe Civil-Militar de 1964, vimos a extinção tanto do Programa Na-
cional de Alfabetização como do PNE por meio de um decreto dos militares. No período da Di-
tadura Militar, que perdurou até 1985, o Brasil, vivenciou reformas efetuadas em todos os níveis
de ensino, sendo implantado em 1967 o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), cujo
objetivo era alfabetizar 11,4 milhões em quatro anos e erradicar o analfabetismo em oito anos,
todavia a meta não foi alcançada. Embora a taxa de analfabetismo neste período tivesse diminu-
ído, indicando em 1970 um percentual de 33,01% e em 1980 um número de 25,94% de analfa-
betos, existiu elevado índice de repetência nas primeiras séries, fator que impedia o avanço da
escolaridade dos estratos populares.
CAPÍTULO 08 104
nuou o Programa e criou o Programa Alfabetização Solidária, responsável por algum sucesso no
campo da alfabetização, embora modesto. O grande mérito de seu governo foi o de colocar 97%
das crianças brasileiras na escola, contribuindo para a diminuição da formação de novas levas
de analfabetos.
Em 2003, no governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Programa Brasil Alfabe-
tizado (PBA) foi criado com a premissa de universalizar a Alfabetização de brasileiros acima de
15 anos. Porém, a proporção de adultos iletrados teve queda pífia, pois foi possível constatado
13,6% de analfabetos no ano 2000 e 9,6%, em 2010, com base nos resultados do Censo Demo-
gráfico de 2010.
Com a aprovação da LDBEN 9394/96 que buscava garantir o acesso ao ensino e favo-
recer a progressão dentro da escola, nos anos de 1997 e 1998, é visualizada uma redução da
reprovação na primeira série devido a algumas secretarias de educação passarem a adotar o
sistema de ciclo.
O PNAIC foi instituído pela Portaria nº 867, de 4 de julho de2012, que definiu suas ações
e diretrizes gerais:
Art. 1º Fica instituído o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, pelo qual o
Ministério da Educação (MEC) e as secretarias estaduais, distritais e municipais de edu-
cação reafirmam e ampliam o compromisso previsto no Decreto no 6.094, de 24 de abril
de 2007, de alfabetizar as crianças até, no máximo, os oito anos de idade, ao final do 3º
ano do ensino fundamental, aferindo os resultados por exame periódico específico, que
passa a abranger:
CAPÍTULO 08 105
III – o apoio gerencial dos estados, aos municípios que tenham aderido às ações do Pacto,
para sua efetiva implementação. Parágrafo único. A pactuação com cada ente federado
será formalizada em instrumento próprio a ser disponibilizado pelo MEC (BRASIL, 2012a).
Tal documento elenca nos seus discursos que as ações do pacto se apoiam em quatro
grandes eixos de atuação, conforme segue,
Acerca da base legal, além da Portaria nº 867, de 4 de julho de 2012, que institui o
PNAIC, instituindo igualmente suas diretrizes gerais e ações do programa, outros dispositivos
legais foram publicados na intenção de dar materialidade aos discursos, dando dessa forma le-
gitimidade às iniciativas de formação continuada de professores alfabetizadores.
Dessa forma, o Pacto pela Alfabetização na Idade Certa: o Brasil do futuro com o come-
ço que ele merece (BRASIL, 2012b) pode ser considerado o primeiro documento orientativo e
normativo desta política. Este documento foi produzido pelo MEC e apresenta os aspectos ge-
rais, contendo esclarecimentos importantes acerca da alfabetização, sobre o curso de formação,
os materiais pedagógicos disponibilizados pelo MEC, as avaliações, gestão, controle social e
mobilização.
Serão ofertados quatro cursos em turmas distintas: um curso para professores do ano 1
do ensino fundamental, um para os docentes no ano 2, um para os professores do ano 3
e um para docentes de turmas multisseriadas. Quando o número de docentes de um dos
anos for muito pequeno, as turmas poderão ser constituídas de professores de diferentes
anos do ensino fundamental (BRASIL, 2012b, p. 24).
CAPÍTULO 08 106
so formativo do professor. Inicialmente, essa estrutura é constituída por dois grupos de professo-
res, sendo: formadores e orientadores de estudo. A ação destes reflete sobre um terceiro grupo,
o dos professores alfabetizadores cursistas, ou seja, os professores que atuam diretamente com
os alunos em sala de aula.
III. Atuar há, no mínimo, três anos nos anos iniciais do ensino fundamental, podendo exer-
cer a função de coordenador pedagógico, e/ou possuir experiência na formação de profes-
sores alfabetizadores (BRASIL, 2012b, p.26)
A legislação prevê também que a formação dos orientadores de estudo ficará a cargo
das Universidades Federais e Estaduais que fazem parte da Rede Nacional de Formação Con-
tinuada de Professores. No ano de 2012, foi realizada uma formação inicial de 40 horas e, ao
longo de 2013, foram realizados encontros de formação com os orientadores de estudo, os quais
foram acompanhados e certificados pela universidade responsável na sua região.
CAPÍTULO 08 107
nho dos alunos que hoje estão nas escolas de todo país, e um dos caminhos apontados é
a formação continuada de professores (BRASIL, 2012b, p.09).
A proposta trazida pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC vem
sendo formulada desde 2008, a partir de uma perspectiva de renovação curricular, na qual desta-
ca-se, principalmente, a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos, trazendo mudanças
na estrutura da Educação Básica, sobretudo o ciclo inicial de alfabetização.
No município de Coari em sua Rede Municipal, nos anos de 2013-2014 foram atendidos
255 professores, em 2016-2017, foram 240 professores e em 2017-2018 um total de 187 profis-
sionais alfabetizadores foram atendidos pelo programa de formação continuada.
Com base nessa conjuntura de estratégias e metas traçadas pelo PNE, designou-se o
Programa Federal Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC, originado no ano
de 2012 cuja principal meta seria de alfabetizar as crianças até o final do Terceiro Ano do Ensino
Fundamental correspondente aos oito anos de idade. Essa política, direcionada para a formação
continuada do professor alfabetizador foi uma articulação entre MEC, PNLD, FNDE e PAR.
CAPÍTULO 08 108
a formação continuada do PNAIC tem um importante papel para o desenvolvimento do
profissional docente, objetivando maiores reflexões sobre a concepção de alfabetização
e letramento, principalmente no sentido de propiciar articulação entre a teoria e a prática
para que as crianças desenvolvam competências leitoras e escritoras. O PNAIC tem como
orientação teórica uma concepção sociocultural de alfabetização. De acordo com o cader-
no de apresentação do pacto, a alfabetização deve acontecer com situações planejadas
envolvendo a escrita e favorecendo concomitantemente, a aprendizagem da escrita alfa-
bética, o letramento, possibilitando que o aluno em processo alfabético, tenha acesso a
textos escritos de modo que garanta sua inserção social em vários ambientes e situações
de leitura e de escrita. (BRASIL, 2012, p. 12)
O PNAIC defende a ideia de que a aprendizagem de ler e escrever exige levar em con-
sideração as práticas sociais de leitura e escrita, percebendo que o educando é “[...] capaz de
construir conhecimentos e participar de modo ativo nos diferentes espaços de interlocução, de-
fendendo princípios e valores” (BRASIL, 2012, p. 26). Com esse entendimento, o Pacto Nacional
Pela Alfabetização na Idade Certa, fundamenta-se em quatro indicadores que deverão ser consi-
derados no desenvolvimento do fazer pedagógico do Professor Alfabetizador, que são:
4. A ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos processos de en-
sino e de aprendizagem. (BRASIL, 2012, p. 27).
Cabe destacar que o Programa inicia em 2013 abordando em seu princípio temáticas
somente a Língua Portuguesa, principalmente, a apropriação da leitura e da escrita no ciclo de
alfabetização. No ano de 2014 a formação foi ampliada contemplando a disciplina de Matemáti-
ca, sempre na perspectiva do letramento. No ano de 2015 a área de estudo desse programa de
formação de professor direcionou-se para a área de Ciências e Artes, isso tudo sem deixar de
levar em consideração as exigências da prática docente articulada com a Língua Portuguesa e
a Matemática.
O PNAIC defende, assim, que a formação continuada de professores é uma ação com-
plexa e que necessita ser apoiada pelos mais distintos segmentos da sociedade. Assim, as
Instituições de Ensino Superior (IES) e a Educação Básica deverão assumir o compromisso de
viabilizar reflexões, assim como propor estratégias que tenha como principal objetivo a melhoria
do sistema educacional brasileiro, “[...] tendo como norte que a instituição escolar é um espaço
plural e, nesse sentido, a diversidade tem que ser considerada como parte da sua essência e não
como algo que justifique a exclusão do aluno” (BRASIL, 2012, p.06).
De maneira geral, a proposta de ensino, por meio dos Cadernos de formação do PNAIC,
CAPÍTULO 08 109
é incluir a criança em um ambiente de aprendizagem, considerando a brincadeira e os jogos
como um instrumento motivador na construção do conhecimento do sistema alfabético e dos
conteúdos dos componentes curriculares.
Ao romper com a ideia de que a aprendizagem precisa ser considerada como algo muito
sério e formal, a escola passa a tomar como princípio que a agitação e movimentos em
torno dos jogos e brincadeiras não se opõem à construção do conhecimento escolar, des-
de que o professor tenha uma clara intenção pedagógica na condução dessas atividades.
Alguns materiais que fazem parte do cotidiano escolar podem contribuir para essa pers-
pectiva (BRASIL, 2012, p. 7).
A temática de ensinar por meio do uso das brincadeiras traz algumas discussões a res-
peito de usar a ludicidade na sala de aula como Direito de Aprendizagem e ser um instrumento
de aprendizagem do Sistema de Escrita Alfabética – SEA. Desta forma, segundo o Programa, o
planejamento do professor deverá incluir propostas com uso de brincadeiras e jogos que possam
estimular a aprendizagem e a inclusão da criança no processo educativo.
Isto fica claro quando o texto admite um espaço externo à escola para o lócus da produ-
ção de conhecimento, pois coloca a escola como um espaço destinado à prática, onde se apli-
cam conhecimentos científicos e se adquire experiência profissional, com o aporte de “pacotes
de formação” que não levam em conta o ciclo de vida profissional.
CAPÍTULO 08 110
Dentro dessa formação continuada, seis princípios são expressos como aporte para al-
cance dos objetivos da formação (BRASIL, 2015, p. 26-27): Prática da reflexividade, mobilização
dos saberes docentes, a constituição da identidade profissional, a socialização, o engajamento
e a colaboração.
[...] A formação continuada dos profissionais da educação pública deverá ser garantida pe-
las secretarias estaduais e municipais de educação, cuja atuação incluirá a coordenação,
o financiamento, e a busca de parcerias com as Universidades e Instituições de Ensino
Superior. (BRASIL, 2001, p 4 e 95).
RESULTADOS
Fica clara a intenção do MEC de oferecer ao professor subsídios que permitam a am-
pliação e aprofundamento dos seus conhecimentos sobre alfabetização, interdisciplinaridade
e inclusão como princípio fundamental do processo educativo, subsidiando o professor, com
materiais didáticos e literários, enfatizando a utilização do material distribuído pelo MEC como
ferramenta de trabalho docente.
CAPÍTULO 08 111
Tabela 1- Alance de professores alfabetizadores na Rede Municipal de Ensino-PNAIC
Ano de Formação Continuada-PNAIC 2013-2014 2015-2016 2017-2018
Orientadores de Estudos 10 10 10
Professores Alfabetizadores 255 240 187
Atendimento por turma
1º Ano do Ciclo de Alfabetização 39 24 21
2º Ano do Ciclo de Alfabetização 29 22 24
3º Ano do Ciclo de Alfabetização 29 27 29
Classes Multiseriadas 206 198 130
Educação Infantil - - 78
Total 296 271 282
Fonte: Coordenação do Setor de Políticas Públicas e Educacionais da Secretaria Municipal de
Educação.
Foi muito bom [...] Queria que o PNAIC continuasse com seriedade. A gente tem que pen-
sar nos meninos. Eles são o futuro. Eles que vão estar amanhã na liderança do país. Que
dê continuidade. Deveria estender para o 4º e 5º anos. Que tivesse sequência.
No caso específico da alfabetização, em que novas propostas estão surgindo, tal pro-
cesso de avaliação formativa é ainda mais importante. Nunes (2001,p. 30) ressalta ainda que
deve-se:
Diante das exposições acima constata-se por meio da Avaliação Nacional de Alfabe-
tização o melhoramento das habilidades e competências dos educandos em leitura, escrita e
matemática, e tudo isso graças a formação continuada dos alfabetizadores por meio do PNAIC.
As escolas municipais que se colocam nas tabelas abaixo, corroboram de forma positiva
de como a formação continuada por meio do PNAIC tem surtido efeito qualiquantitativo no ensino
e aprendizagem dos educandos. Melhorando a ação docente bem como de todos os envolvidos
no ambiente escolar.
Segundo o INEP (ANA), a escola municipal A está classificada em nível sócio econômi-
co 03, isso significa que a escola encontra-se em um área com baixa renda familiar e de pouca
escolaridade. A pesquisa também revelou o aumento do número de professores formados na
escola municipal, deixando seus 27,5% para 55,2% de professores licenciados nas séries iniciais
e em formação/continuada. Isto só reforça o avanço dos alunos na capacidade e habilidade da
leitura, escrita e na matemática. Ver tabela abaixo:
CAPÍTULO 08 112
Tabela 2 - Avaliação Nacional da Alfabetização Escola Municipal (A)
Habilidades e competências Nível 1 (%) Nível 2 (%) Nível 3 (%) Nível 4 (%)
Ano de Aplicação 2013 2016 2013 2016 2013 2016 2013 2016
Proficiência em leitura 29.01 78.29 56.46 17.84 6.4 3.88 0.0 0.0
Proficiência em escrita 53.67 60.47 20.77 27.13 14.53 1.55 3.3 10.85
Proficiência em Matemática 29.83 65.65 41.41 32.06 12.68 1.53 16.08 0.76
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ano 2018
A escola municipal B, por sua vez está localizada em uma área nobre da cidade e isso
faz com que a procura por matrícula seja relativamente elevada. Tanto é que no quadro socioe-
conômico a escola está no nível 04, na qual o quadro de seus professores tem alta formação pe-
dagógica com 70% de professores licenciados e em formação/continuada. Sendo assim, segue
abaixo o quadro comparativos das capacidades e habilidades desenvolvidas pelos alunos em
leitura escrita e matemática nos anos de 2013 e 2016.
Tabela 3 - Avaliação Nacional da Alfabetização Escola Municipal (B)
Habilidades e competências Nível 1 (%) Nível 2 (%) Nível 3 (%) Nível 4 (%)
Ano de Aplicação 2013 2016 2013 2016 2013 2016 2013 2016
Proficiência em leitura 48.42 43.62 37.14 34.04 12.17 21.17 2.28 1.06
Proficiência em escrita 42.04 15.96 29.17 40.04 18.89 3.19 7.17 39.36
Proficiência em Matemática 44.81 29.35 38.18 44.57 13.53 10.03 3.47 9.38
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ano 2018
Com a verificação dos dados da Escola Municipal B, nota-se que a Formação continu-
ada dentro do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e a Formação acadêmica dos
professores, tornam essa escola uma referencia na superação das dificuldades enfrentas pelos
alunos que é ler, escrever e calcular.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é uma política pública, criada com a
intenção de colaborar para a melhoria da qualidade do processo de alfabetização sendo aceita e
aprovada pelo grupo de professores alfabetizadores que estão no ciclo de alfabetização na rede
municipal de ensino.
Percebeu-se também que cursos como o PNAIC não são, por si só, capazes de mudar
a Educação de forma imediata, mas que representam um importante passo de uma longa cami-
nhada. Portanto, ficou evidente, na fala dos professores, a importância do PNAIC no processo de
formação continuada, assim como a continuidade desse programa para a melhoria da/na prática
pedagógica.
CAPÍTULO 08 113
Um aspecto que mereceu destaque foi a troca de experiências que colaborou para a re-
flexão sobre a prática docente. Notou-se a importância de se dar vez e voz ao professor, mesmo
que seja nesses momentos de formação.
A claridade dessa política implantada desde o ano 2012 a 20018, perdura até os dias de
hoje demonstrados nas tabelas de resultado da Avaliação Nacional de Alfabetização. Os docu-
mentos desta política, seus marcos reguladores, marcos teóricos-metodológicos e a formação/
docente-continuada, apresentam a alfabetização enquanto um desafio para a educação, trazen-
do o discurso de que muitas crianças brasileiras concluem o ciclo que pertence à alfabetização
sem estarem plenamente alfabetizadas, elencando ainda que este seja um problema que pode
comprometer o seu futuro e, consequentemente o futuro do país.
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CAPÍTULO 08 114
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CAPÍTULO 08 115
09 Planejamento escolar com a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC)
no ensino fundamental II, nas escolas
municipais públicas urbanas do
município de Coari-Amazonas no ano
de 2020-2021
School planning with a Common
National Curriculum Base (CNCB) in
elementary school II, in urban public
municipal schools in the municipality
of Coari-Amazonas in the year 2020-
2021
Ávila de Souza Ferreira dos Santos
Professora Graduada em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM
Mestre e Doutora em Ciências da Educação/Universidade Del Sol/UNADES
https://orcid.org/0000-0002-2272-059X
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.9
Enfatiza a prática docente diária que deve ser baseada no planejamento dentro da área onde a
escola está inserida, pois só assim a educação será de qualidade e de sucesso, com uma des-
crição precisa na confiabilidade, validade, variáveis ou conceitos de acordo com a Base Nacional
Comum Curricular. Um planejamento voltado para dar uma real motivação a esses profissionais
da educação durante a fazedura do planejamento e mesmo assim as metas, visando que os
resultados absolutos sejam credíveis. Usamos, nesse contexto de investigação antepostos para-
lelo, através da aplicação de questionários qualitativo, com perguntas de forma clara, procurando
proporcionar a uma situação de liberdade, para que o respondente possa explicar francamente
suas opiniões. Assim, como quantitativo, que objetiva determinar uma disposição das caracte-
rísticas próprias, considerável por todos que foram entrevistados. O planejamento educacional
personifica um dos melhores instrumentos para transpor tais problemas pelo fato de antecipar
uma realidade futura, em suma dando possibilidade de se intervir de carácter enérgico. É signifi-
cativo acentuar que o planejamento é um processo contínuo de conhecimento e interpretação da
realidade, que precisa ser abstraído favorável o desempenho da sociedade.
ABSTRACT
It emphasizes the daily teaching practice that must be based on planning within the area where
the school is inserted, because only then will education be of quality and success, with a precise
description in reliability, validity, variables or concepts according to the National Base Common
Curriculum. A plan aimed at giving real motivation to these education professionals during the
planning and even so the goals, aiming at that the absolute results are credible. In this context of
investigation, we used parallel prepositions, through the application of qualitative questionnaires,
with questions in a clear way, seeking to provide a situation of freedom, so that the respondent
can frankly explain their opinions. Thus, as quantitative, which aims to determine a disposition of
the own characteristics, considerable by all who were interviewed. Educational planning perso-
nifies one of the best instruments to overcome such problems by anticipating a future reality, in
short, giving the possibility to intervene energetically. It is important to emphasize that planning is
a continuous process of knowledge and interpretation of reality, which needs to be abstracted in
favor of society’s performance.
INTRODUÇÃO
Esse estudo aborda o tema “O planejamento das ações pedagógicas do Ensino Funda-
mental II nas escolas municipais públicas urbanas do município de Coari-Amazonas”. A escolha
do tema deu-se em razão da minha vivência como docente e, por se tratar de um assunto bas-
tante discutido entre os colegas professores, diante da complexidade que é planejar as ações
pedagógicas que serão executadas durante um ano letivo na escola.
CAPÍTULO 09 117
mesmo é pensado tendo como premissa os documentos oficiais, oriundos dos Conselho Nacio-
nal de Educação – CNE, Conselho Estadual de Educação do Amazonas – CEE/AM e do Conse-
lho Municipal do município de Coari.
A Lei 11.738/08, conhecida como a Lei do Piso, credenciam aos professores em regência
de classe um terço (1/3) de sua carga horária para as atividades extraclasse). Para atender à
exigência desta lei, a Câmara Municipal de Coari/AM aprovou a Lei Municipal nº 710, de 01 de
agosto de 2017, que no artigo 21 garante aos professores 1/3 (um terço) de sua carga horária
para “planejamento de aulas ou preparação de seminários e atividades diversas” (COARI, Câ-
mara Municipal, 2017).
Tivemos como objetivo geral analisar as dificuldades encontradas pelos docentes que
atuam no Ensino Fundamental II na implementação do planejamento das ações pedagógicas
nas escolas publicas municipais urbanas do Município de Coari–Amazonas.
O planejamento é o guia do professor no seu cotidiano, pois nele são instituídos os cri-
térios e os meios de desempenho do trabalho docente. Esse plano deve ser flexível para que
possa acompanhar os projetos da própria escola e a interdisciplinaridade, e que tenha coerência,
clareza e uma sequência lógica, para que as atividades desenvolvidas sejam de fácil compreen-
são para o aluno.
É indispensável que o professor tenha compromisso com o seu planejar e deve organizar
e reorganizar constantemente o seu plano para facilitar os conteúdos e objetivos, trabalhando
dentro dos métodos simplificados que possibilite a esse professor um ensino de qualidades.
CAPÍTULO 09 118
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que regulamenta o sistema educacional
(publico ou privado) do Brasil (da Educação Básica ao Ensino Superior), e nessa abordagem es-
tabelece que o Município é o responsável pelo Ensino Fundamental conforme o Art. 32, cita que
o ensino fundamental é obrigatório.
Planejar o ensino significa pensar sobre algumas questões: Por que, para que e como
ensinar? Quem ensina? Quem aprende? Quais resultados do ensino? Mas não é só. É
preciso ir além, a fim de evidenciar as relações entre os processos sociais que repercutem
no ato de ensinar. O planejamento do ensino não constitui apenas uma expressão técnica
e linear (VEIGA, 2006, p.28).
Vê-se nas escolas municipais projetos propostos pela própria escola, através de seu
gestor por ocasião de um planejamento no início do ano, porém quando esses projetos ja estão
em andamento, chega a ordem de cima para baixo, para que a escola trabalhe um projeto deter-
minado pela SEMED, isso acontece com um tempo curto, atrapalhando o andamento das aulas
e dos professores.
Planejar é colocar no papel tudo que se quer fazer, e qual o melhor caminho que se quer
alcançar, porém muitos professores precisam de ajuda, os que já estão há muito tempo desen-
volvendo sua carreira profissional enfrentam dificuldades, contudo há professores no início da
carreira que carecem muito mais de uma orientação e o saber fazer, e não existe um método
mais eficiente do que o planejamento que vem para facilitar o trabalho do professor, e é entendi-
do como um facilitador de informações e conceitos.
O planejamento escolar é um ato integrado no corpo docente, não pode ser realizado de
forma isolada, pois se assim for procedido o aprendizado do aluno será prejudicado, porquanto
o professor deve pensar em suposições básicas e imprescindíveis,
CAPÍTULO 09 119
[…] pedagogo é o profissional que atua em varias instancias da prática educativa, direta
ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação de
saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana […]. (Libâneo,
2008, p. 33)
A escola como instituição social tem o propósito de formar sujeitos para serem cidadãos,
pois na cidadania ele exerce seu papel democrático, no desempenho profissional, e isso é visto
não como um ato isolado, mas percebe no meio familiar, na sociedade em geral e na educação
estende-se na interação interna da escola, com gestores, pedagogos, professores, apoio peda-
gógicos e todos aqueles que trabalham no ambiente educacional.
Entre esses profissionais destacamos o pedagogo que tem em seu direcionamento or-
ganizar e orientar o trabalho dos professores, para que a instituição deslanche em seus objetivos
e ações que venha envolver os sujeitos da atuação educativa. Contudo há profissionais que
não buscam eficiência naquilo que fazem, pois uma grande parte exerce a profissão nos três
horários, ou seja, matutino, vespertino e noturno, e esse profissional sente-se exausto e por isso
não tem rendimento, tem apenas a sua presença no planejamento, no entanto não participa, e
durante o ano letivo repete os conteúdos que ja está acostumado a passar para os alunos em
suas salas de aulas, por cansaço e por medo de sair da sua área de conforto.
O cansaço traz esgotamento físico ao profissional que trabalha em demasia, isso causa
falta de aptidão e zelo com o trabalho que vem sendo realizado, assim como envolve todo o res-
to, planejamento, falta de atenção e ansiedade.
As salas de aulas abarrotadas, uma questão bastante discutida, pois, as escolas torna-
ra-se insuficiente para a demanda de alunos, porém a Lei Federal 9.394/1996 declara que: É
dever do município suprir, conforme especifica no Art. 4º inciso I “ensino fundamental, obrigatório
e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria”, e ainda no Art. 5º “O
acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de
cidadãos, Associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente
constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo”.
O trabalho em sua forma humana é, pois a mediação que o homem necessita para cons-
truir-se historicamente. (…) Se o compromisso é com uma nova visão de mundo, que
exige a prática para ser apreendida, o caminho parece ser precisamente este: ao mesmo
tempo em que se desenvolvem conteúdos de uma concepção mais elaborada de mundo,
se propiciem condições para vivê-la e aprendê-la cada vez mais consistente. É preciso
uma prática que mude a realidade (PARO, 1997, p. 13).
É fundamental que a Lei seja cumprida, porém o número de alunos é alto, e com isso,
não é concebido um bom aprendizado, trazendo prejuízo ao ensino-aprendizagem, tornando-se
uma carga espinhosa para o professor.
CAPÍTULO 09 120
educação, associa o aprendizado às questões sociais e à realidade do aluno, sendo assim ele
contribui para a qualidade do ensino e consequentemente aprendizado, enriquecendo o atribu-
to do conhecimento, para o bom desenvolvimento do seu trabalho, deve ter determinação com
determinação, para solucionar favoravelmente os resultados que ajudem de forma hábil o corpo
docente.
Ele deve ter tempo disponível também para o seu planejamento, buscar conhecimento
para ajudar nas diferenças e ainda na agregação do aprendizado. Deve ser acompanhado de
forma regular pelo pedagogo da SEMED, para não fugir do planejamento anual.
O Apoio pedagógico exercendo as suas atividades de fato, pode ajudar os alunos que en-
frentam dificuldades para acompanhar o restante da turma, podendo repetir o conteúdo nas aulas
de reforço, usando estratégias eficientes de aprendizagem, buscando a ampliação do aprender
do aluno, desenvolvendo o funcionamento cognitivo, onde diversos fatores estão relacionados
ao conhecimento, tais como: pensamento, linguagem, percepção, memória e raciocínio. Para
tanto esse profissional precisa de tempo para desenvolver suas reais atividades, pois quando
sobrecarregado com outras funções, não há rendimento em sua contribuição para o ensino.
Há dias de trabalho duros nas escolas, sobrecargas diante do pedagogo, e quando não
há o pedagogo, o apoio pedagógico.
CAPÍTULO 09 121
e ficou com a responsabilidade essencial de acompanhar o professor no desempenho do aluno,
assim como estreitando os laços entre as famílias dos alunos e a escola, é ele que mantem a
família atualizada sobre o progresso do aluno na escola, assim como o insucesso do aluno em
alguns aspectos, e juntos poderão descobrir as causas desse fracasso para tentar resolver. Essa
parceria família e escola traz numerosos benefícios para o deslanchar do aluno, para o bem es-
tar do professor, assim como o bom andamento do nome da escola. Todavia esse profissional
tem a função primordial de conduzir para o sucesso do ensino-aprendizagem.
Cada escola tem sua particularidade, assim como seu projeto político pedagógico es-
pecífico que são as diretrizes orientadoras, e são baseadas na realidade de cada ator que são
gestor, pedagogo, professores e apoio pedagógico, assim como todo o corpo de funcionários,
alunos, pais ou responsáveis. Cada pessoa envolvida nessa escola tem suas peculiaridades,
portanto faz-se necessário um bom relacionamento com cuidado nos processos de atendimento
e comunicação interna e externa.
Trabalhar com discentes não é uma tarefa fácil, haja vista que os seres humanos não são
heterogêneos. Mas são pessoas que tem pensamento e atitudes e comportamentos psi-
cológicos e sociais diferenciados. É um desafio a alcançar. No entanto, esse desafio pode
ser prazeroso ao profissional da educação quando o mesmo realiza essa tarefa embasada
por um planejamento de ensino coerente e conveniente, atendendo aos anseios da comu-
nidade escolar. (I.C.E. SILVA, 2017, p.63)
CAPÍTULO 09 122
SUGESTÕES DE COMO PODERIAM SER SOLUCIONADAS AS
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS DOCENTES QUE ATUAM NO
ENSINO FUNDAMENTAL II, NA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANEJAMENTO
DA AÇÕES PEDAGÓGICAS NAS ESCOLAS PÚBLICAS
Muitos professores de carreira têm sua área específica de atuação, contudo ao chega-
rem nas escolas ocupam a vaga livre de outra área, alguns preenchem vagas no Ensino Infantil,
quando sua formação é para o Ensino Fundamental II, sem nenhuma preparação em alfabetizar.
CAPÍTULO 09 123
[…] acompanhar as exigência do mundo moderno deverá alterar sua postura com os alu-
nos, devendo passar a tratá-los como indivíduos responsáveis pelo próprio processo edu-
cativo. O docente precisa deixar de ser um repetidor de receitas para empreender projetos
pedagógicos, com simulações de problemas aproximados da realidade que desafiem os
alunos a serem criativos, autônomos e críticos. Deve desencadear atividades que gerem
capacidade produtiva e instiguem o espírito de investigação. Ao planejar ações que de-
mandam o raciocínio lógico, debe ter a sensibilidade de provocar a reflexão ética, o diá-
logo, o espírito de grupo e a plena vivência da cidadania consciente. (BEHRENS, 1996,
p.47).
A construção de uma educação que tenha a cara da nossa realidade e dos nossos sonhos
e não apenas o resultado de leis. É fruto também do nosso compromisso com um projeto
de sociedade”. (SOUZA e CORRÊA, 2002, p.71).
Em minha experiência vivida como Apoio Pedagógico por sete anos consecutivos, (sen-
do professora de Geografia), aprendi um pouco de cada função na escola, desenrolar em varias
ocasiões a partir do papel de gestora até merendeira, passando por experimentos não muito
fáceis, lidar com professores relapsos, faltosos e suas exigências, pais de alunos que também
exigiam que o problema do seu filho fosse logo resolvido, sendo que o problema era familiar,
merendeiras perdidas sem saber o que fazer para o lanche dos alunos, e até mesmo lidar com
a policia que teve que ser chamada por causa de alunos que trouxeram problemas de fora para
CAPÍTULO 09 124
dentro da escola.
Diante disso meu papel de apoio não foi somente pedagógico, foram poucas as vezes
que consegui desenvolver realmente o papel de apoio pedagógico.
O planejamento é algo peculiar ao ser humano, então é notável que as pessoas tenham
sempre um planejamento a seguir, mesmo que não esteja estruturado em um manifesto, porém
ao falar em processo ensino-aprendizagem, é evidente que trata-se de algo autêntico, que ex-
plicitamente deva ser planejado, com propriedade e deliberabilidade, pois planejar é organizar
ações que se pretende desenvolver para se alcançar algo, que consequentemente são neces-
sidades que advém de certas necessidades, e estar amparado e respaldado para que dê certo.
Estar pautado dentro de um cronograma específico para cada atividade a ser desenvol-
vida, torna o planejamento prazeroso.
É nesse sentido que Mizucami, (1986), trata sobre o planejador, que tenta alcançar seus
objetivos que é a aprendizagem do aluno através do método do planejamento, que é o ápice da
melhoria no ensino-aprendizagem.
Saviani (1985, p. 27) reitera: “o pedagogo é aquele que possibilita o acesso à cultura,
organizando o processo de formação cultural”, e mais tarde em 2008, argumenta que uma das
funções da escola é proporcionar o acesso ao conhecimento “previamente” ocasionados e es-
truturados.
Goodson, (1995, p. 54) esclarece sobre o que pensam os professores, sobre os seus
conhecimentos, que o saber docente é um “saber plural, formado de diversos saberes provenien-
tes das instituições de formação, da formação profissional, dos currículos e da prática cotidiana”.
CAPÍTULO 09 125
Em outras palavras, é o caráter pedagógico que introduz o elemento diferencial nos pro-
cessos educativos que se manifestam em situações históricas e sociais concretas. Preci-
samente pelo fato de a prática educativa se desenvolver no seio de relações entre grupos
e classes sociais é que é ressaltada a mediação pedagógica para determinar finalidades
sociopolíticas e formas de intervenção organizativa e metodológica do ato educativo. E o
campo do didático? Na linguagem comum, é frequente. (LIBANIO, 2001 p. 9)
METODOLOGIA
a) Observação sem interação e análise da prática pedagógica dos professores que fize-
ram parte da pesquisa, pedagogos e apoios pedagógico.
CAPÍTULO 09 126
Desenho de Investigação
Segundo Hernández Sampieri, (2013, p. 33), afirmando que o enfoque qualitativo tem as
seguintes características:
2.Na busca qualitativa, em vez de iniciar com uma teoria específica e depois “voltar” ao
mundo empírico para confirmar se ela é apoiada pelos fatos, o pesquisador começa exa-
minando o mundo social e nesse processo desenvolve uma teoria coerente com os da-
dos, de acordo com aquilo que observa geralmente denominada por teoria fundamentada
(ESTERBERG, 2002), com a qual observa o que acontece. Em outras palavras pesquisa
qualitativa se baseiam mais em uma lógica e em um processo indutivo (explorar, descre-
ver, e depois gerar perspectivas teóricas). Vão do particular ao geral...”
3. Na maioria dos estudos qualitativos, as hipóteses não são testadas, elas são constru-
ídas durante o processo e vão sendo aprimoradas conforme mais dados são obtidos ou,
então, são um resultado do estudo.
Escola Municipal Raimundo Bezerra, que está geograficamente localizada na zona leste
da cidade,
Desde a sua fundação a escola foi administrada até o momento por dez gestores e tem
como mantenedora a Secretaria Municipal de Educação – SEMED, e atende a uma demanda
de quinhentos e dez (510) alunos, distribuídos nas vinte e uma (21) turmas dos turnos matutino,
vespertino e noturno, oferecendo as modalidades nos turnos matutino e vespertino do 6º ao 9º
ano do Ensino Fundamental II e noturno atende a Educação de Jovens, Adultos e idosos – EJAI,
funcionando do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
CAPÍTULO 09 127
Escola Municipal Rui Souto de Alencar, tem como mantenedora a Secretaria Municipal
de Educação – SEMED. Sua modalidade de ensino corresponde ao 6º ao 9º ano, fica localizada
no bairro de Itamaraty, na Estrada Coari/Itapéua. Sua capacidade de estrutura pode receber em
até seiscentos e trinta (630) alunos e atualmente tem uma clientela de quinhentos e vinte e cinco
(525) alunos.
Escola Municipal Domingos Agenor Smith está situada na Estrada Coari/Mamiá, no Bair-
ro da União, funciona nos três turnos, oferecendo Ensino Fundamental II no nível de 6º ao 9º
ano e o EJAI, na modalidade do Ensino Fundamental II recebe duzentos e noventa e um (291)
alunos, na modalidade do EJAI duzentos e noventa e seis (296), totalizando oitocentos e vinte e
nove (829) alunos, com o quadro funcional de 42 professores do Ensino Fundamental II, distribu-
ídos nos dois turnos matutino e vespertino.
RESULTADO E DISCUSSÃO
ANÁLISE DE DADOS
Para melhor apresentar os processos metodológicos utilizados durante a análise dos da-
dos, organizamos através de categorias e subcategorias, nos quais evidenciamos objetivamente
as etapas e procedimentos cumpridos durante a pesquisa qualitativa, bem como na quantitativa,
além das exigências das análises segundo Alvarenga, (2014; 2016) e Minayo, (2008).
A priori, a ação desta investigação foi com a sensibilidade de distinguir as escolas, objeto
de estudo e o estabelecimento de critérios para a coleta de dados, esses serão avaliados confor-
me os instrumentos aplicados.
ANÁLISE QUALIQUANTITATIVA
Assim temos quatro categorias com suas subcategorias, para melhor compreensão das
análises dos dados desta pesquisa:
CAPÍTULO 09 128
jamento escolar no âmbito das Escolas 1, 2 e 3, no qual foram observados: sala de aula, plane-
jamento escolar e acompanhamento do desempenho escolar do aluno.
Quarta categoria – Ações para novas metodologias – busca conhecer as ações realiza-
das nas áreas de formação docente e de formação para pedagogos escolares.
Com isso verificou-se sobre a realidade dos professores brasileiros que sofrem gran-
de desigualdades regionais, assim como os que trabalham em escolas públicas que tem sua
condição econômica inferior aos de professores da rede privada de ensino, e ainda cita sobre a
necessidade de ações que suplantem a contraposição observadas por cada região.
Durante a pesquisa podemos observar através do questionário aplicado que são profes-
sores que atuam no magistério entre dois (02) a vinte (20) anos, e permanecem trabalhando nas
CAPÍTULO 09 129
mesmas escolas ao longo dos anos, sem querer renovar pela comodidade. A grande maioria é
do sexo feminino, professoras que trabalham e estudam para obter uma especializações, a mi-
noria alcançou o mestrado.
Quadro 4 - Divisão Categorial da Análise Qualiquantitativa
(Conclusão)
Divisão categorial da análise qualiquantitativa
Categorias Subcategorias
2. Oficinas pedagógicas
3. Formação para os professores
CAPÍTULO 09 130
Gráfico 2 - Planejamento Técnico/SEMED
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No estudo realizado nos dados do questionário, foi tomado conhecimento que para de-
correr em um planejamento ético e empenhado no Ensino Fundamental II, para isso é necessário
que haja uma envoltura total no procedimento da educação como um todo, por assim dizer SE-
MED, gestão escolar, equipe técnica e pedagógica, professores, pais e a concordância escolar.
No mundo contemporâneo não há mais espaço para o ensino por partes, ou seja, um planeja e
outro faz a execução.
Esse trabalho nos mostra, alem disso o quanto é importante se fazer um trabalho com
maestria nos estudos, algo que seja motivador para o pedagogo e o apoio pedagógico na forma-
ção de um planejamento mais sério para o professor e não somente o fazer de conta na rede de
ensino municipal de Coari, da mesma maneira delinear metas para que resultados satisfatórios
sejam aceitável por um período curto de tempo.
CAPÍTULO 09 131
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CAPÍTULO 09 132
10
Processo de evasão escolar na
modalidade da educação de jovens e
adultos do ensino fundamental
Education process in the education
mode of youth and adults in
elementary school
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.10
Este trabalho tem como objetivo constatar a evasão escolar no contexto da educação. É um
assunto que vem sendo estudado de forma mais relevante nos últimos anos. Estudos procu-
ram demonstrar causas de evasão/abandono escolar, bem como especificar providências para
a revinda do discente às instituições e para precaver novas perdas. O interesse pelo assunto
manifestou-se ao compreender a necessidade dos profissionais que atuam nesse segmento da
Educação de Jovens de Adultos em conhecer os fatores que contribuem para a evasão dos es-
tudantes do espaço escolar. Para explanar tal questionamento definiu-se como propósito geral
desse estudo como desígnio explorar os fatores que ocorreram para a evasão escolar na moda-
lidade da Educação de Jovens e Adultos do ensino fundamental da Escola Estadual Letícia de
Campos Dantas no município de Manaus-AM. Também faz parte desse trabalho a apresentação
do perfil da modalidade EJA no Brasil e seus contextos, identificando por meio de investigação os
motivos da evasão escolar na Educação de Jovens e Adultos da Escola Estadual Letícia Campos
Dantas, finalizando no ato de debater por meio de investigação que políticas institucionais por
parte do corpo pedagógico são capazes de ser desenvolvidas por essa escola para redução dos
índices de evasão da EJA.
ABSTRACT
This paper research aims to verify school dropout in the context of education, it is a subject that
has been studied in a more relevant way in recent years. Studies seek to demonstrate causes of
dropout / dropout, as well as specify measures to return students to institutions and to prevent
further losses. The interest in the subject was manifested by understanding the need for profes-
sionals who work in this segment of Youth Adult Education to know the factors that contribute to
the evasion of students from school. In order to explain such questioning, the general purpose
of this study was defined as a purpose to explore the factors that occurred for school dropout in
the Youth and Adult Education modality of elementary school at the Letício de Campos Dantas
State School in Manaus -Am. And with specific objective to intend to present the profile of the EJA
modality in Brazil and its contexts, identifying through investigation the reasons for school dropout
in the Education of Youth and Adults of the Letício Campos Dantas State School, ending in the
act of debating through research that institutional policies on the part of the pedagogical body are
capable of being developed by this school to reduce the evasion rates of EJA.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 10 134
po de estudantes que tem encontrado inúmeros desafios ao estudar.
Esta investigação foi realizada na Escola Estadual Letício de Campos Dantas na Zona
leste da cidade de Manaus com o auxílio de alunos evadidos nos anos de 2019 e 2020 e profes-
sores que atuam na determinada modalidade, com o intuito de analisar os fatores de ocorrência
da evasão escolar na modalidade da educação de jovens e adultos do ensino fundamental da
determinada escola. Assim, foi realizada em uma investigação qualitativa por meio de entrevistas
e quantitativa por questionários com doze 10 docentes e 40 alunos da modalidade EJA do ensino
fundamental, para compreender as possíveis causas da evasão e ao mesmo tempo analisar as
práticas pedagógicas diante dessa modalidade.
Preservar a história de vida destes alunos tornou-se fundamental, pois cada qual traz
consigo seus saberes adquiridos com o passar do tempo e seu conhecimento de mundo, onde
na maioria das vezes é pouco valorizado na escola para entender o melhor contexto de ensino
e aprendizagem. O aluno da EJA tem buscado as instituições de ensino, por diversos motivos:
inserção no mercado de trabalho, melhoria da renda, convívio em sociedade, pois o mercado
busca cidadãos cada vez mais qualificados.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação sempre foi uma situação de grandes percalços a vencer, desde os primór-
dios vem sofrendo mazelas, e tais têm sido desafiadoras para as políticas públicas de ensino,
que de alguma maneira tentam rever suas posturas em relação a esse panorama, mais a maio-
rias das vezes ainda são posturas tradicionais. Segundo Xavier (1992, p. 13).
De um lado está à escola tradicional, aquela que dirige que modela, que é ‘comprometida’;
de outro está a escola nova, a verdadeira escola, a que não dirige, mas abre ao humano
todas as suas possibilidades de ser. É, portanto, ‘descompromissada’. É o produzir contra
o deixar ser; é a escola escravizadora contra a escola libertadora; é o compromisso dos
tradicionais que deve ceder lugar à neutralidade dos jovens educadores esclarecido.
CAPÍTULO 10 135
Até o início do século XX a educação no Brasil esteve praticamente abandonada, no
entender de Romanelli (2001, p. 33)
Neste cenário, a educação no Brasil caminhou por veredas tortuosas desde o início, re-
servada a uma elite dominante e totalmente exploradora, sempre esteve voltada a estratificação
e dominação social. Esteve arraigada por diversos séculos em nossa sociedade a concepção de
dominação cultural de uma parte minúscula da mesma, se configurando na ideia básica de que
o ensino era apenas para alguns, e por isso os demais não precisariam aprender.
Ainda de acordo com o artigo 37, no § 2º, consta que o poder público viabilizará e estimu-
lará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e comple-
mentares. Segundo Haddad (1997), a Lei nº 9394/96 procura definir a EJA como complementar,
pois ainda existe um alto percentual da população que sem acesso à educação na idade adequa-
da. Por isso, a população precisa recorrer aos programas que diminuem a defasagem por idade
ou série, e esses detalhes são conhecidos pela comunidade escolar.
Assim, a referida Lei que configura a EJA como uma particularidade da educação nas
CAPÍTULO 10 136
etapas do ensino fundamental e médio, mas sabe-se que, ainda, pode não ser suficiente para
assegurar uma educação que atenda às especificidades dos alunos que dela necessitam. Vi-
sando ao resgate da cidadania daqueles que pretendem prosseguir nos estudos e conquistar
uma profissionalização, a EJA veio para estimular o jovem e/ou adulto trabalhador a encontrar
oportunidades de inserção no mercado de trabalho, uma educação construída juntamente com a
história da educação no Brasil.
De acordo com Di Pierro (2005), a EJA visa, sob o aspecto legal, à tentativa de cumpri-
mento do direito à educação para todos, conforme a Constituição de 1988, possibilitando com
isso, um pequeno avanço no percurso histórico educacional brasileiro. Porém, para minimizar as
descontinuidades dos estudos destes estudantes seriam necessárias medidas permanentes em
políticas públicas.
Pensar sobre o perfil dos alunos da EJA é de grande importância para que tenhamos um
ensino que reflita qualidade. Os docentes encontram bastantes barreiras em relação à forma de
lidar com essa modalidade, levando a questionamentos nhoque se refere a como agir ou criar
ações diante das especificidades nas classes de jovens e adultos.
De acordo com Prado e Reis (2012), essa reflexão é fundamental para que corresponda
àquilo que se espera a partir do momento que os docentes de deparam com os contextos dife-
renciados desses alunos, pois refletir sobre isso é debater sobre essas questões para entender
as possibilidades de ensino e uma prática equiparada perante as necessidades desse grupo de
estudantes.
O grupo da EJA faz parte de uma parcela de estudantes no Brasil que não teve acesso
ao ambiente escolar no tempo previsto de acordo com a lei da LDB/96, que é de 4 a 17 anos.
Veja abaixo os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep) sobre o perfil desses estudantes analisados em 2019 em relação às matrículas e o gênero.
Figura 1 – Perfil dos Alunos o EJA
CAPÍTULO 10 137
Como foi apresentado acima, os alunos com menos de 30 anos representam 62,2% das
matrículas da educação de jovens e adultos. Nesta faixa etária, 57,1% dos estudantes é do sexo
feminino. Quando se observa os estudantes com mais de 30 anos, as mulheres correspondem
a 58,6% das matrículas.
Percebe-se assim que a maioria dos alunos está na faixa etária de 20 a 39 anos, ou
seja, são aqueles que estão no auge de representantes de famílias e trabalhadores ativos, pois
são vistos também como aqueles que muitas das vezes não concluíram o ensino fundamental e
parece que estão décadas sem frequentar um banco escolar e não tiveram oportunidades para
o acesso à escola.
Frequentemente precisam relutar contra a opinião da família para que possam voltar a
estudar, pois muitas vezes, os membros da família acreditam que a educação é de pouca im-
portância na vida de um adulto. Há ainda os estudantes que tiveram problemas para aprender
os conteúdos escolares ou aqueles que, em algum momento da vida, simplesmente desistiram
de frequentar a escola e culpam a si mesmos pelo fracasso escolar (GUIMARÃES; CARDOSO,
2013).
Sabe-se que a busca de jovens e adultos pela educação não ocorre de forma fácil. Ao
contrário, na maioria dos casos, trata-se de um propósito que envolve muitas outras pessoas
como a família, os patrões, e incluem também as circunstâncias da permanência na escola,
como possibilidades de custear os estudos, condições de ingresso, distância de onde ele mora
até à escola e, às vezes é um processo complexo. Ir à escola para um jovem ou adulto não é só
um desafio, é um projeto de vida (BRASIL, 2006).
Quanto à realidade pessoal dos alunos da EJA, pode estar relacionada à maneira como
aprendem na escola e às perspectivas sobre os conteúdos escolares que podem ser refletidos
pela vida cotidiana. A pesquisa de Ribeiro (2004) indica que para muitos alunos da EJA, o lazer
fica por conta dos encontros com as famílias ou dos eventos da comunidade.
CAPÍTULO 10 138
que é conseguir um trabalho melhor e mudar sua situação econômica, na qual se encontram
atualmente (CALIATTO; MARTINELLI, 2013).
Sempre que se pensa na EJA, há de se considerar que a clientela atendida por essa
modalidade de educação é formada por homens e mulheres trabalhadores e atuantes na so-
ciedade. São indivíduos que se conservam no mundo do trabalho, com compromissos sociais e
obrigações com as famílias, com apreço a princípios já formados de moralidade, a partir do ex-
perimento, do meio social e da vivência cultural em que estão incluídos, influenciando o próprio
processo educacional (SOUZA, 2010).
Por isso, vale à pena pensar na quantidade e na qualidade de saberes que cada um
desses alunos trabalhadores possui em função das suas atividades laborais e, a partir dos quais,
novos conhecimentos poderão ser construídos. Guimarães e Cardoso (2013) argumentam que
quando estes estudantes retomam os estudos na EJA já tiveram muitas experiências com medi-
das, cálculos matemáticos, materiais impressos, língua materna falada.
Esses aprendizados aconteceram nas interações com outras pessoas, por meio de di-
álogos e de informações da comunicação. Quando ingressam na EJA, esses jovens e adultos,
que já adquiriram um aprendizado informal, terão acesso ao aprendizado escolar, o qual está
direcionado para a assimilação de fundamentos do conhecimento de modo sistematizado.
Assim, esse conhecimento deve ser oferecido por meio de metodologias específicas e
diferenciadas a uma clientela considerada especial com características não encontradas nos
alunos de ensino regular, que podem ser o medo e a vergonha, que por sua vez geram a insegu-
rança, devido aos anos de afastamento de uma sala de aula. Sabe-se, também, que os alunos
jovens e adultos, na sua maioria são especialmente abertos às situações de aprendizagem,
demonstram fascínio com a conduta dos professores, com os novos conhecimentos e com as
experiências possibilitadas pela escola.
METODOLOGIA
Sampieri, Collado e Lúcio (2013) afirmam que o enfoque qualitativo utiliza a coleta de
dados sem medição numérica para descobrir ou aprimorar perguntas de pesquisa no processo
CAPÍTULO 10 139
de interpretação, enquanto o enfoque quantitativo tenta reconstruir determinada ideia por meio
de percentuais.
Desenho da Investigação
Com base nesse contexto de pesquisa, as etapas percorridas pela investigação foram:
3. Foi solicitado o consentimento livre e esclarecido dos docentes para sua participação
no estudo, assegurando-lhes o direito de dispensar sua participação e, se mesmo consentindo,
desistir dela a qualquer momento. Foi afiançado ainda o sigilo das informações, bem como o
retorno dos resultados da pesquisa a partir da divulgação desse trabalho.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A análise quantitativa por parte dos alunos foi realizada por meio de análise estatística
descritiva simples, utilizando dados em números absolutos e percentuais, os quais foram expla-
nados em gráficos; e a análise qualitativa foi exposta por meio das respostas dos docentes, as
quais foram apontados os resultados encontrados através das respostas apresentadas de forma
aberta aos questionários apresentados, estas respostas foram postas em forma de tabelas. A
seguir, apresentaremos os resultados dentro das variáveis apresentas em forma de discussões
e análises.
CAPÍTULO 10 140
Gráfico 1 - Sexo dos discentes
Conforme o gráfico acima, observamos que nas escolas visitadas que atendem a EJA,
predominam-se alunos na faixa etária acima de 30 anos, nesta idade observa-se a predominân-
cia do sexo masculino, conforme o gráfico anterior, o que demonstra a realidade que, de acordo
com o senso de 2020, indica que o maior índice de iletrados no Brasil se concentra em indivíduos
com a idade mínima acima de 30 anos. O desejo maior é o de se preparar para o trabalho, de ter
autonomia e de se dar bem profissionalmente. Muitos jovens e adultos acabam por abandonar os
estudos por diversos motivos, entre os quais, dificuldade de aprendizagem, esgotamento físico,
falta de motivação para aprender (FORTUNATO, 2010). Existem várias pesquisas que apontam
que o principal motivo da desistência escolar é a necessidade de trabalho, sustentar a família e
trazer o alimento para os filhos.
CAPÍTULO 10 141
No caso dos trabalhadores precoces, a rotina de trabalho, que lhes causa cansaço físico
(dores no corpo, na cabeça), sobrecarga de responsabilidades e desânimo, priva-os da
brincadeira, e não raro, de estudar, passando a se tornar a referência primeira em termos
de conhecimentos, ao invés das vivências escolares. Enquanto alunos, eles se atêm pre-
valentemente ao conhecimento do senso comum e das experiências cotidianas, o que
contribui para que se tornem leigos no domínio dos conhecimentos científicos e no capital
cultural requerido nas sociedades escolarizadas. Assim, tendem a fracassar na escola,
pois nesta são exigidas habilidades pautadas em parâmetros que somente a educação
formal poderá oferecer, entre as quais: raciocínio lógico, pensamento abstrato, linguagem
conceitual, conceitos aritméticos e algébricos, entre outros.
O retorno dos jovens adultos à escola é um marco decisivo no refazimento dos seus vín-
culos de acordo com o conhecimento escolar, quebrando todos os estigmas do analfabetismo e
dos sentimentos de inferioridade, uma luta pela reconstrução da sua autonomia de uma situação
de opressão, corrobora Camargo e Martinelli (p.19,2006, p.19), “o significado de ser alfabetizado
está vinculado a questão da ascensão social, principalmente com a autoestima”.
Gráfico 3 - Questionamento se o discente trabalha
Inúmeros são os fatores que levam os discentes a desistirem dos estudos, e recorrerem
a modalidade EJA. O motivo predominante é a necessidade de trabalhar. Conforme a pesquisa
acima, podemos observar uma grande diferença entre os alunos que trabalham 68,2% e os que
não trabalham 31,8%, resultado evidente no quesito motivo de abandono escolar.
Esta pessoa, em consequência dos problemas socioeconômicos, teve seu trajeto esco-
lar paralisado pela necessidade de ingressar no mercado de trabalho informal, dada a condição
para auxiliar na economia familiar, ou foram reprovados em alguma série por não dispor de tem-
po suficiente para dedicar aos estudos, pelo fato de conciliar trabalho e escola. Brandão (1991,
p.132), descreve corretamente esta realidade e corrobora que os ricos frequentam a escola para
um dia trabalharem, enquanto que os filhos da classe pobre se constituem em “trabalhadores
precoces que dividem o tempo do estudo com o do trabalho braçal, de que muitos dificilmente se
libertarão um dia”.
CAPÍTULO 10 142
Gráfico 4 - Número de vezes que o discente deixou de frequentar a escola
A evasão e abandono escolar tem sido associado a situações tão diversas quanto a
retenção e a repetência do discente na escola. Temos acima uma demonstração do quantitati-
vo de quantas vezes o aluno deixou de frequentar a escola, com maior porcentagem 54%,5 os
discentes que desistiram 2 vezes e há também um número bastante preocupante de 31,8% de
três vezes ou mais de desistência, essa taxa confirma que as políticas públicas voltadas para o
combate do abandono escolar nem sempre tem conseguido êxito. Realidade assustadora, quan-
do surgem barreiras ou empecilhos para o ser humano permanecer em um ambiente escolar, o
abandono parece ser a única alternativa, são demasiadas as situações que colaboram para este
cenário.
A educação é direito básico de todo cidadão, garantido por lei, segundo a Constituição
Federal Brasileira, em seu artigo 205:
É particular dessa categoria de ensino a diferença do perfil dos discentes, com vincu-
lação à idade, ao nível de escolarização em que se encontra, a condição socioeconômica e
educacional, os afazeres, e estímulo pela qual procuram a escola. Diante disto Batista (2009)
intensifica os motivos que levam os discentes a desistir da escola, “o abandono da escola é
composto pela conjugação de várias dimensões que interagem e se conflitam no interior dessa
problemática. Dimensões estas de ordem política, econômica, cultural e de caráter social, dessa
maneira o abandono não pode ser compreendido, analisando de forma isolada, isto porque, as
dimensões sócio econômica culturais, educacionais, históricas e sociais entre outras influenciam
na decisão tomada pela pessoa em abandonar a escola”. (Souza, Batista, 2009,p. 04).
CAPÍTULO 10 143
Gráfico 5 - Motivo do discente para voltar a frequentar a escola
A frustração escolar tem sido um obstáculo a ser enfrentado pela educação formal. Os
índices de fracasso escolar continuam preocupantes entres as escolas públicas brasileiras. De
CAPÍTULO 10 144
acordo com Ferreira (1998), a expressão fracasso pode ser entendida como; desgraça; desastre;
ruína; perda; mau êxito; malogro. Então, fracasso escolar seria o mau êxito na escola.
Professores Desafios
Professor A Despertar o interesse dos alunos
Professor B Falta de material pedagógico, ausência dos alunos, falta de interesse dos alunos, apoio da
secretaria de educação.
Professor C A dificuldade de aprendizagem, evasão escolar, desistências, alunos usuários de drogas, falta
de material adequado para modalidade, o descaso dos alunos.
Professor D Lidar com um grupo discente com diferença em idade-etária, índice de infrequência elevado,
dificuldade de acesso à Internet e falta de tempo para estudos extraclasses por parte dos
alunos, falta de material didático.
Professor E Falta de materiais didáticos.
Fonte: Autor (2021)
[…] os jovens e adultos analfabetos ou com baixa escolaridade não ocorrem com maior
frequência às escolas públicas porque a busca cotidiana dos meios de subsistência absor-
ve todo seu tempo e energia; seus arranjos de vida são de tal forma precários e instáveis
que não se coadunam com a frequência contínua e metódica à escola; a organização
da educação escolar é demasiadamente rígida para ser compatibilizada com os modos
de vida dos jovens e adultos das camadas populares; os conteúdos veiculados são pou-
co relevantes e significativos para tornar a frequência escola atrativa e motivadora para
pessoas cuja vida cotidiana já está preenchida por compromissos imperiosos e múltiplas
exigências sociais. (DI PIERRO. 2010, p.35)
CAPÍTULO 10 145
e o problema da ausência dos alunos que muitas das vezes é resultado de estarem trabalhando
ou de estarem com os filhos, prejudicando-os no seu rendimento escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo crucial deste trabalho é a importante contribuição para a avaliação dos dis-
centes, fundamentando os motivos que os levaram a abandonar e a procurar o liceu para iniciar
ou continuar seus estudos.
A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Letício de Campos Dantas, com 40 estudan-
tes da modalidade EJA e 10 docentes, na Zona leste da cidade de Manaus, foi realizado uma
entrevista, na qual foi levantada e analisada com bases nas respostas dos estudantes, no qual
apresentavam o porquê do abandono, motivo do retorno, e sua trajetória irregular. E também
um diálogo com os docentes sobre sua visão sobre a modalidade EJA, e sobre a dificuldade do
educando, ressaltando a problematização e o que pode ser feito para reduzir a evasão escolar.
Destacando o quanto é difícil querer mudar a realidade desses alunos e nas muitas vezes não
conseguir, devido não ter apoio dos familiares, a falta de políticas públicas, a escassez de mate-
rial e a falta de apoio da escola.
CAPÍTULO 10 146
RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES
Para a escola:
Para a Gestão:
• Desenvolver atividades com a presença dos pais dos docentes, ressaltando a neces-
sidade acompanhar os seus filhos.
• Incentivar sempre o discente sobre a importância dos estudos, e intensificar que eles
sempre são bem-vindos.
Para o educando
REFERÊNCIAS
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de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.6. ed. – Brasília: Câmara dos
Deputados, Edições Câmara, 2011.
BRASIL, Ministério Público do Estado do Espirito Santo. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. 2.ed. Espirito Santo: Vitória, 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/
pdf/lei9394_ldbn2.pdf> Acesso em: 18 maio 2020.
CAPÍTULO 10 147
DI PIERRO, M. C. Notas sobre a redefinição da identidade e das políticas públicas de EJA no Brasil.
Educação e Sociedade. v. 26. n. 92. p. 1115-1139, Edição Especial - Campinas 2005.
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educadores. Revista Brasileira de Educação. v. 16 n. 46 jan.| abr. 2011. p.149-166.
SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, M. P. B. Metodologia de pesquisa. 5.ed. Porto Alegre:
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MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 7. ed.
São Paulo: Hucitec, 2000, 269 p.
RIBEIRO, V. M. Traçando o perfil de alunos e professores da EJA. Coleção Uma nova EJA para
São Paulo, 2004. Caderno 3: Secretaria Municipal de Educação, Divisão de Orientação Técnica da
Educação de Jovens e Adultos DOT-EJA com a assessoria pedagógica da ONG Ação Educativa.
Disponível em < http://www.bdae.org.br/dspace/bitstream/123456789/2310/1/perfil_eja.pdf> Acesso em:
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XAVIER, Antonio Carlos da R., (1992). Os padrões mínimos de qualidade dos serviços educacionais:
uma estratégia de alocação de recursos para o ensino fundamental. In: GOMES, Cândido Alberto,
AMARAL SOBRINHO, José (orgs.). Qualidade, eficiência e eqüidade na educação básica. Brasília:
IPEA (Série IPEA nº136), p. 71-97.
CAPÍTULO 10 148
11
O uso de recursos tecnológicos no
aprendizado do estudante autista: um
processo de mediação pedagógica
The use of technological resources in
autistic students’ learning: a process
of pedagogical mediation
DOI: 10.47573/aya.5379.2.101.11
Esse estudo objetivou analisar quais as contribuições dos recursos tecnológicos no processo
de ensino-aprendizagem do aluno autista durante a inclusão desses alunos com Transtorno do
Espectro Autista (TEA) dentro da sala de aula do ensino regular, analisando suas noções sobre
o processo escolar e as adaptações curriculares, cujo foco foi identificar seus conhecimentos
acerca do TEA e das metodologias que podem favorecer a inclusão desses alunos no ambiente
escolar. Discute-se e se apresentam os sintomas, bem como o diagnóstico pautado em autores
que discutem o tema das pessoas com TEA, além de trazer aspectos históricos e conceituais so-
bre o autismo e os aspectos legais em relação à inclusão das crianças com TEA na rede regular
de ensino. Abre uma reflexão para a legislação no que se refere à educação especial no Brasil e
o amparo legal. Usou-se a abordagem da pesquisa qualitativa, na qual se toma o método dialé-
tico na condução deste trabalho, cujo objetivo foi fazer uma relação dinâmica entre o sujeito e o
objeto no processo de conhecimento, e valorizar o observado e o observador, o todo e a parte.
A coleta de dados ocorreu entre os meses de abril e maio de 2020. Mesmo com a pandemia da
Covid-19, os professores, trabalhando de forma remota, participaram do estudo. Como instru-
mentos para a coleta de dados se utilizou a entrevista aberta, tendo em vista que essa técnica
atende principalmente finalidades exploratórias. A pesquisa foi fundamentada teoricamente em
Sassaki (2013), Mercado e Silva (2019), Carvalho (2014), Stainback (2015), dentre outros, e
nas legislações que tratam do tema, especialmente a Lei Berenice Piana, que trouxe um avanço
significativo para a inclusão dos alunos com TEA no espaço escolar, a partir da exigência da
presença de um acompanhante remunerado pelo poder público. Os resultados apontaram que,
embora os professores entendam o conceito do que vem a ser a inclusão escolar, a própria
Unidade Escolar dispõe de poucos recursos para o atendimento dos alunos autistas quanto à
disponibilização de ferramentas tecnológicas que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem
desses alunos.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the contributions of technological resources in the teaching-learning
process of autistic students during the inclusion of these students with Autism Spectrum Disorder
(ASD) in the regular education classroom, analyzing their notions about the school process and
curriculum adaptations, whose focus was to identify their knowledge about ASD and the metho-
dologies that may favor the inclusion of these students in the school environment. The symptoms
are discussed and presented, as well as the diagnosis based on authors who discuss the theme
of people with ASD, besides bringing historical and conceptual aspects about autism and the
legal aspects in relation to the inclusion of children with ASD in the regular education network. It
opens a reflection to the legislation regarding special education in Brazil and the legal support.
The qualitative research approach was used, in which the dialectical method is used to conduct
this work, whose objective was to make a dynamic relationship between the subject and the ob-
ject in the knowledge process, and to value the observed and the observer, the whole and the
part. Data collection occurred between the months of April and May 2020. Even with the Covid-19
pandemic, the teachers, working remotely, participated in the study. As instruments for data col-
lection, the open interview was used, since this technique serves mainly exploratory purposes.
The research was theoretically based on Sassaki (2013), Mercado and Silva (2019), Carvalho
(2014), Stainback (2015), among others, and on the laws that address the topic, especially the
Berenice Piana Law, which brought a significant advance for the inclusion of students with ASD
in the school space, from the requirement of the presence of a companion paid by the public au-
thorities. The results pointed out that, although teachers understand the concept of what school
CAPÍTULO 11 150
inclusion is, the school unit itself has few resources for the care of autistic students regarding the
availability of technological tools that help in the teaching-learning process of these students.
INTRODUÇÃO
O tema deste artigo é o autismo, tendo como questão central a análise das contribuições
dos recursos tecnológicos no processo de ensino-aprendizagem do aluno autista. O autismo se
constitui num distúrbio neurológico, comprometendo o desenvolvimento da comunicação e das
relações sociais do indivíduo, e que ocasiona um comportamento restringido e repetitivo. Em
tempos não muito distante, os autistas eram conhecidos como esquizofrênicos que viviam aco-
metidos ao isolamento social.
O autismo é conhecido também como Transtorno do Espectro Autista (TEA), sendo que
esse distúrbio não tem cura; mas, com a intervenção educacional adequada pode ser minimi-
zado, apresentando melhoras significativas. A ONU (2017) e a Organização Mundial de Saúde
(OMS) informam que o transtorno afeta 01 (uma) em cada 160 (cento e sessenta) crianças em
todo mundo.
CAPÍTULO 11 151
acordo com dados teóricos, para conhecer e também compreender quais são os métodos de en-
sino baseados na teoria comportamental que são eficazes no processo de ensino do estudante
autista.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome que, na maioria das vezes, é
diagnosticada entre os 2 e 3 anos de idade, onde a criança apresenta problemas na comunica-
ção, socialização e, principalmente, no comportamento, apresentando características especí-
ficas, como dificuldade na fala e em expressar ideias e sentimentos. Sente-se mal em estar no
meio dos outros e tem pouco contato visual; além de padrões repetitivos e movimentos estereo-
tipados, como ficar muito tempo sentado balançando o corpo para frente e para trás.
O autismo, segundo pesquisas, caracteriza-se como uma alteração cerebral, cuja alte-
ração compromete o desenvolvimento psiconeurológicos e afeta a capacidade de a criança se
comunicar, compreender e falar, interferindo no convívio social. É mais comum em meninos que
em meninas, e muitas vezes não chega a afetar a cognição, pois existem casos de crianças que
apresentam inteligência e fala intacta.
Importante destacar que, em crianças com deficiência mental profunda e com um grave
transtorno específico do desenvolvimento da recepção da linguagem, é muito mais frequente
surgir o autismo atípico, que se denomina a partir de um conjunto de sintomas que os estudiosos
do tema chamam de perturbação global do funcionamento cerebral, tendo em vista que esses
sintomas afetam numerosos sistemas e funções, de forma múltiplas causas e se expressando
de diferentes formas.
Diz Orrú (2017) que Leo Kanner, em 1943, delineou as características do autismo, onde
ele faz uma descrição sobre criança autista, a seguir:
Kanner, em 1946 explicou também que o autista tende a ter a ecolalia (fala de papagaio),
linguagem extremamente literal, uso estranho da negativa, inversão pronominal e outras pertur-
bações da linguagem (KANNER, 1946).
CAPÍTULO 11 152
AS POSSÍVEIS CAUSAS DO AUTISMO
Apesar das causas do autismo ainda não serem totalmente compreendidas, sabe-se que
esta síndrome não tem cura, mas que o tratamento pode ajudar a controlar alguns sintomas e
tornar a convivência familiar um pouco mais facilitada.
1- Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes
aspectos:
a)Transtorno importante em muitas condutas de relação não verbal, como o olhar nos
olhos, a expressão facial, as posturas corporais e os gestos para regular a interação social;
b) Incapacidade para desenvolver relações com iguais adequadas ao nível evolutivo, au-
sência de condutas espontâneas voltadas a compartilhar prazeres;
CAPÍTULO 11 153
d) Preocupação persistente com partes de objetos. Atrasos ou funcionamento anormal em
pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes dos 3 anos de idade:
(1) interação social, (2) linguagem para fins de comunicação social, ou (3) jogos imagina-
tivos ou simbólicos. A perturbação não é mais bem explicada por Transtorno de Rett ou
Transtorno Desintegrativo da Infância. (DSM-IV-TR, 1996).
O autismo possui três grandes grupos de perturbações, camadas de tríade das perturba-
ções no autismo se manifestando em três domínios, que são, segundo Silva:
Os sintomas do autismo podem ser observados pelos pais antes dos 3 anos de idade,
pois a criança autista tem características muito específicas e pode apresentar alguns compor-
tamentos estranhos. Assim, hoje em dia os autistas são reconhecidos pelos seguintes sinais e
sintomas, que podem se apresentar em conjunto ou isoladamente:
- Apresentam isolamento mental, daí o nome autismo. Esse isolamento despreza, exclui e
ignora o que vem do mundo externo;
CAPÍTULO 11 154
- não atendem quando são chamados pelo nome;
- o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem
com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação
(chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento de compreensão;
As pessoas com transtorno autista conforme assinala o DSM-IV, podem manifestar uma
ampla gama de sintomas comportamentais, na qual se incluem hiperatividade, âmbitos
atencionais muito breves, impulsividade, agressividade, condutas autolesivas e, particular-
mente nas crianças acesso de raiva. Pode haver respostas estranhas a estímulos senso-
riais, como: patamares elevados à dor, hipersensibilidade aos sons ou ao serem tocadas,
reação exagerada a luzes e odores, fascinação por certos estímulos. (APA, 1994, p.65).
A partir de um ano podem desenvolver um interesse obsessivo por algum objeto, mas,
no que se refere à comunicação, a junção das palavras somente é possível constatar a partir de
2 anos de idade.
CAPÍTULO 11 155
Autismo Infantil, uma perturbação global do desenvolvimento caracterizado por a) desen-
volvimento anormal ou alteração manifestado antes dos 3 anos de idade, e b) perturba-
ção característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações
sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo (autoagressividade). Inclui:
Autismo Infantil, Psicose Infantil, Síndrome de Kanner, Transtorno Autístico. Exclui: Psico-
patia autística. Autismo Atípico, perturbação global do desenvolvimento, ocorrendo após
a idade de 3 anos ou que não responde a todos os três critérios diagnósticos do autismo
infantil”. Classificado por um desenvolvimento anormal ou alterado sem apresentar mani-
festações patológicas suficientes em um dos três domínios psicopatológicos (interações
sociais recíprocas, comunicação, comportamentos limitados, estereotipados ou repetiti-
vos) implicados no autismo infantil. O autismo atípico ocorre habitualmente em crianças
que apresentam atrasos mental profundo ou perturbação específica grave do desenvol-
vimento da linguagem do tipo receptivo. Inclui: Psicose infantil atípica, atraso mental com
características autísticas. (OMS, 1993, p. 24).
Neste sentido, entende-se que o autismo é um transtorno que afeta o sujeito não so-
mente na sua infância, mas se estende até a idade adulta. Várias teorias psicológicas têm sido
utilizadas na tentativa de compreender os mecanismos cognitivos que envolvem os sintomas
autísticos.
Entre 2 aos 5 anos de idade o comportamento autista vai ficando cada vez mais visível,
pois a criança não fala e/ou faz uso da a ecolalia, sempre invertendo os pronomes. No entanto,
nem todos tem esse comportamento; os que falam corretamente a linguagem oral não têm a
função comunicativa, pois se recusam a falar, e a fala não atinge a função de interação social.
Já a partir dos seis anos de idade até a adolescência, alguns sintomas mais graves que
levam à perturbação emocional vão aos poucos diminuindo. Todavia, não desaparecem total-
mente. Como a adolescência por si só já é considerada uma idade complexa para os autistas, ela
também interfere e muito no comportamento, podendo melhorar as relações de interação social,
e ter uma regressão no comportamento como teimosia, agressividade, dentre outros.
Nos adultos e idosos o autismo leva à falta de motivação associada aos problemas de
saúde que são decorrentes da própria idade, e também traz problemas de comunicação em um
grau mais acentuado
Importante destacar que o autista possui uma excelente memória visual que o torna ca-
paz de aprender a linguagem através da visão e a incomum capacidade de lembrar caminhos ou
traços de lugares visitados, portanto uma excelente memória espacial.
METODOLOGIA
CAPÍTULO 11 156
a procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos resultados (FERNANDES,
2020).
Visto que considera a relação dinâmica entre o sujeito e o objeto, importantes no proces-
so de conhecimento, esse tipo de pesquisa valoriza a contradição dinâmica do fato observado e
a atividade criadora do sujeito que observa as oposições contraditórias entre o todo e as partes
e os vínculos do saber e do agir com a vida social dos homens (FERNANDES, 2020).
CAPÍTULO 11 157
Nesse contexto, o estudo que se apresenta teve como enfoque metodológico uma abor-
dagem qualitativa, visando obter informações, conhecimentos e realizar a análise da questão:
Quais as contribuições dos recursos tecnológicos no processo de ensino-aprendizagem do aluno
autista?
Dessa forma, na medida em que o indivíduo estabelece uma pesquisa qualitativa dialé-
tica das políticas educacionais, estabelecerá uma crítica que, inevitavelmente, apresentará pon-
tos promotores e propagadores de uma necessária transformação no cenário social.
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se ocupa, nas Ciências
Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja,
ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças,
dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como
parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar
sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilha-
da com seus semelhantes. (FERNANDES, 2020, p.142).
Sampieri (2013) diz que o enfoque qualitativo apresenta a característica de não dar ên-
fase às variáveis envolvidas no fenômeno, mas de entendê-lo. Seu propósito é de reconstruir a
realidade estudada, a complexidade em seu ambiente usual e a contextualização do ambiente.
Isto porque, em uma pesquisa qualitativa, o pesquisador é parte fundamental e deve as-
sumir uma atitude aberta, de escuta e observação a todas as manifestações durante a pesquisa,
sem preconceitos e verdades inquestionáveis. A pesquisa qualitativa evita números, lida com
interpretações das realidades sociais, as quais buscam compreender e responder o problema de
pesquisa que originou as questões norteadoras e os objetivos geral e específicos que as contem-
plam, definindo-se o tipo de pesquisa como sendo qualitativa, apontando os fins e os meios, em
conformidade com esse enfoque.
Quanto aos fins, o estudo resultou em uma pesquisa descritiva, que se trabalhou a partir
da análise e interpretação dos dados coletados no percurso da pesquisa de campo. Para Costa:
Dessa forma, para atender aos objetivos deste estudo, o presente artigo caracteriza-se
como uma pesquisa que apresenta características qualitativas, exploratória quanto a seus obje-
tivos, e que adota como estratégia de pesquisa a análise de conteúdo, e tem embasamento nas
CAPÍTULO 11 158
características que compõem o fenômeno estudado.
Isto porque, em uma pesquisa qualitativa, o pesquisador é parte fundamental e deve as-
sumir uma atitude aberta, de escuta e observação a todas as manifestações durante a pesquisa,
sem preconceitos e verdades inquestionáveis.
A pesquisa qualitativa evita números, lida com interpretações das realidades sociais,
as quais buscam compreender e responder o problema de pesquisa que originou as questões
norteadoras e os objetivos geral e específicos que as contemplam, definindo-se o tipo de pes-
quisa como sendo qualitativa, apontando os fins e os meios, em conformidade com esse enfoque
(SAMPIERE, 2013).
Quanto aos fins, o estudo resultou em uma pesquisa descritiva, que se trabalhou a partir
da análise e interpretação dos dados coletados no percurso da pesquisa de campo. Para Costa:
Dessa forma, para atender aos objetivos deste estudo, o presente artigo caracteriza-se
como uma pesquisa que apresenta características qualitativas, exploratória, e adota como estra-
tégia de pesquisa a análise de conteúdo e tem embasamento nas características que compõem
o fenômeno estudado.
A pesquisa foi desenvolvida em uma Escola Estadual do município de Manaus, que aten-
de o Ensino Fundamental II (Anos Finais do 6º ao 9º Ano), e o Ensino Médio (1ª à 3ª série), e a
Educação de Jovens e Adultos (EJA). Possui 2.769 alunos e 112 docentes, 1 gestor e 1 coorde-
nadora. Por solicitação do gestor, o nome da escola não será divulgado.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Utilizou-se como técnica para coletar informações a entrevista aberta, tendo em vista
que essa técnica atende principalmente finalidades exploratórias, sendo bastante utilizada para
o detalhamento de questões e formulação mais precisas dos conceitos relacionados.
CAPÍTULO 11 159
A entrevista aberta é utilizada quando o pesquisador deseja obter o maior número possí-
vel de informações sobre determinado tema, segundo a visão do entrevistado, e também
para obter um maior detalhamento do assunto em questão. Ela é utilizada geralmente na
descrição de casos individuais, na compreensão de especificidades culturais para deter-
minados grupos e para comparabilidade de diversos casos. (FERNANDES, 2020, p. 76)
Por sua característica científica, deve ser eficaz, rigorosa e precisa; deve basear-se em
teorias relevantes que sirvam de marco de explicação para as descobertas do pesquisador.
A leitura deve ser transmissível, isto é, deve ser exposta de maneira tal que possa ser
repetida, e para o autor referido, “a análise de conteúdo é a aplicação de métodos científicos a
uma evidencia documentária”.
No entanto, difere da técnica chamada análise documental, que trabalha sobre os docu-
mentos, enquanto a análise de conteúdo trabalha sobre as mensagens. Nesta pesquisa, quanto
à aplicação, leva em conta que toda comunicação implica a transferência de significado de um
emissor a um receptor e, portanto, pode ser objeto de análise de conteúdo.
Dar-se-á por meio de comparação direta, onde os dados obtidos são comparados com
medidas de comportamento independentes do campo da linguística. E as suas fontes se origi-
naram na comunicação escrita, que permite a observação de um fenômeno social, e repeti-la se
for o caso, sem perder a confiabilidade da primeira observação.
Como você, professor (a), opina sobre a inclusão de alunos autistas nas salas regulares?
Um assunto muito importante que se deve tratar, compreender e defender, uma vez que
o direito à inclusão é de todos. Independentemente de qualquer deficiência, síndrome ou
anomalia, a escola é de todos. (P1)
Eu acho que a inclusão tem um lado muito bom, que é ter dado às pessoas com deficiên-
cia o direito de estar frequentando uma escola comum, como todo ser humano. E elas têm
CAPÍTULO 11 160
o direito de ter oportunidades iguais aos outros. (P2)
O lado bom desta questão da inclusão é que toda criança... não só criança, como todo
ser humano, tem o direito de conviver com outras pessoas, à educação como qualquer
pessoa. Porque é assim que se aprende: com o outro. É também é uma forma de diminuir
a discriminação. Quando você tem a oportunidade de conviver, você começa a ver com
mais naturalidade. Também não é somente o aluno ou a criança autista. (P3)
Para mim é muito importante, pois ela (a inclusão) tenta de alguma forma remover as
barreiras que impedem as pessoas com problemas de construir seus conhecimentos e ex-
periências. A inclusão não se refere somente ao terreno educativo, mas ao verdadeiro sig-
nificado de ser incluído no mercado de trabalho e em todas as esferas da sociedade. (P4)
A inclusão é muito importante, pois concede à criança com deficiência, seja qual for a de-
ficiência, a oportunidade de conviver com outras crianças. Além do que, é um direito seu,
direito de se socializar. (P5)
É muito importante a inclusão; traz grandes benefícios para esses alunos, no caso especi-
fico os autistas, em relação ao desenvolvimento afetivo de integração e de inserção social,
e também é uma forma de diminuir a discriminação. (G).
Nessa entrevista aberta pode-se notar, através dos relatos dos participantes, que a in-
clusão do s alunos autistas matriculados no ensino médio não se restringe apenas à escola,
mas se estende a qualquer outro lugar de convívio social. Ao se dirigir aos alunos autistas, os
professores e o gestor foram unânimes em reafirmar o direito de inclusão não somente deles
mais de todos os precisam ser incluídos.
Nas entrelinhas de suas falas foi possível analisar que, para eles, a inclusão parte de um
movimento amplo do qual a sociedade participa na busca de direitos sociais garantidos na forma
de igualdade de acesso, participação e permanência, principalmente na educação, por intermé-
dio da qual o indivíduo pode exercer com efetividade a sua cidadania. De acordo com Mazzota
(2013)
Já Carvalho (2014) afirma que a inclusão pressupõe um movimento contra qualquer tipo
de exclusão que venha a ocorrer dentro dos espaços educacionais, na medida em que está ba-
seada na defesa dos direitos humanos de acesso, no ingresso e na permanência, possibilitando
a todas as pessoas oportunidades educacionais adequadas, respeitando, durante todo o pro-
cesso de aprendizagem, a individualidade, bem como as limitações inerentes a cada ser. Diante
dessa afirmação, buscou-se na legislação a fundamentação para tal explicação.
No seu entendimento, a legislação das políticas de inclusão assegura o direito das pes-
soas com deficiência, e, principalmente, de o aluno autista ter o direto de ser incluído e integrado
na sala regular? Este direito é realmente cumprido?
Sim. A inclusão não é só uma meta a ser alcançada, mas uma jornada com um propósito
de assegurar a todos os que precisam serem incluídos nesse direito. Durante o curso des-
ta jornada, nós professores tentamos construir e ampliar as habilidades dessas crianças e
jovens sobre as experiências que já possuem, adequando as metodologias para as suas
necessidades de aprendizagem. (G)
Em partes. A inclusão é um aprendizado de mão dupla, onde um aprende com o outro, isto
CAPÍTULO 11 161
é, o aluno autista com os da sala regular. Isto é muito bom para o respeito e a alteridade,
que, ao me ver, é o que se precisa construir atualmente na sociedade e, principalmente,
nas escolas. (P1)
Não totalmente, mas assegura o direito, mas não a permanência. Também vejo como uma
forma de diminuir a discriminação; vejo também que atitudes discriminatórias persistem na
sociedade devido à falta de informação e à pouca convivência com o diferente. (P2)
O direito de ser incluído tem que fazer também na convivência humana. Quando você tem
a oportunidade de conviver, você começa a ver com mais claridade. Concretizar realmente
a inclusão é um grande desafio, pois envolve mudanças na concepção de sociedade, de
homem, de educação e de escola. (P3)
O direito assegurado ele (o aluno) tem, mas a inclusão é um processo em construção, que
tende a ser diferenciado do ensino regular oferecido no espaço da escola comum. (P4)
Esse direito assegurado não se refere somente ao terreno educativo, em todos os seg-
mentos da sociedade. Aí está o verdadeiro significado de ser incluído. (P5)
Analisando as respostas destas perguntas, pode-se identificar que todos foram unâni-
mes em considerar o direito assegurado pelas políticas de inclusão, que é um ato importante e
que a educação inclusiva deve estar fundamentada no princípio da diversidade e educação de
qualidade para todos. Segundo Mantoan:
Em 2015 foi promulgada a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que instituiu a Lei Bra-
sileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, também sancionada, na época, pela então Pre-
sidente Dilma Rousseff. Esta Lei consolida todas as leis existentes que respaldaram a inclusão
das pessoas com deficiência e demonstra seu avanço nos princípios de cidadania. De acordo
com a atual Lei nº 13.146/2015:
Como a partir da lei, a exigência de assegurar o atendimento inclusivo das pessoas com
deficiência desde seu início de vida escolar até todos os níveis e modalidades, estende-se o di-
reito ao aprendizado formal ao longo de toda a vida, cujo intuito é promover o direito da pessoa
com deficiência enquanto cidadão (ã)
Nesse sentido, pode-se afirmar que a inclusão deve assegurar recursos, serviços espe-
cializados e atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, alargando-se na
medida que reivindica e cobra a igualdade de direitos, e, nessa exigência, fortalece os ideais
para a construção de uma sociedade plural e aberta às diferenças, cuja finalidade é acolher, in-
serir, respeitar, e não somente garantir o acesso, mas a permanência e o pleno desenvolvimento
destes recursos.
CAPÍTULO 11 162
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo analisar as contribuições dos recursos tecnológicos no
processo de ensino-aprendizagem do aluno autista. Evidenciou-se os principais desafios enfren-
tados pelos docentes e as estratégias de ensino utilizadas pelos mesmos para o processo de
inclusão destes alunos, abordando a necessidade do uso e a importância das tecnologias para o
desenvolvimento dos alunos TEA.
Sendo que os estudos atuais sobre a temática da inclusão escolar dispõem de legisla-
ção, de documentos nacionais que preconizam o direito do seu público-alvo à educação espe-
cial, o direito a uma educação diferenciada.
A inclusão escolar dos alunos com TEA não se resume apenas ao aluno dentro da esco-
la, mas se espera que sua interação se dê num ambiente escolar que se estruture e se adéque
não apenas às necessidades físicas do aluno, mas que, ao incluir esse aluno na escola se produ-
zam novas dimensões, atitudes e atividades em todo o corpo profissional da escola, bem como
nas comunidades escolar como um todo.
Tendo em vista que, por Lei, a inclusão escolar se faz necessária a todos. Assim, a crian-
ça com TEA, ao ser inserida dentro da escola regular, poderá contar com a interação junto às
demais crianças e, desse modo, desenvolver sua linguagem, melhorar seu convívio social, visto
que a escola será sua primeira experiência enquanto sociedade.
Verificou-se nas entrelinhas da fala dos professores participantes que ainda há muito
que se fazer, e um dos entraves é a falta de recursos na própria escola, para a aquisição das
tecnologias no processo e aprendizagem do aluno autista, bem como a necessidade de curso de
capacitação para os professores.
CAPÍTULO 11 163
-aprendizagem dos alunos com TEA. Afirmaram também que as aulas ficam mais motivadoras
e com maior aproveitamento do tempo, interesse e motivação desse alunos quando mediadas
tecnologicamente.
Enfatizaram também que os alunos se sentem mais encorajados a realizar tarefas, pois
é uma forma de assimilar o concreto através de uma abstração sistemática o que realmente eles
necessitam no processo de aprender.
Ao finalizar este trabalho de pesquisa, ressalta-se que este estudo é apenas o começo
para muitos outros, e que não é pretensão nossa esgotá-lo em poucas linhas.
REFERÊNCIAS
APA - Associação Psiquiátrica América Manual Diagnóstico dos Transtornos Mentais: DSM-IV. 4. ed.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Disponível em: http://
www.planalto.gov.br (Acesso em out/ 2021).
____. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência - Corde, Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 25 out.
1989. Disponível em: http://www.planalto.gov.br (Acesso em out/2021)
FERNANDES, Catarina Costa. A educação na contemporaneidade: Entre o dito e o feito. Mafra: Nitran,
2018.
ORRÚ, Silva Ester. Autismo, Linguagem e Educação- interação social no cotidiano escolar. 3 ed.-Rio de
Janeiro: Wak Ed., 2012.
SILVA. Ana Beatriz Barbosa. Mundo Singular - Entenda o Autismo, Rio de Janeiro. ED. Fontanar, 2015.
CAPÍTULO 11 164
Organizadora Jacimara Oliveira da Silva Pessoa
Possui graduação em PEDAGOGIA pela Universidade
Federal do Amazonas (2005). Mestra em Educação -
Universidad de Los Pueblo da Europa - UPE e Unidade
de San Lourenço - PY T. Doutora em Ciência da Educação
pela Unversidad de San Lourenço - Asución- PY. (2018)
Reflito nesta frase de Anísio Spínola Teixeira “A educação
não é um previlégio, mas um direito de todos.
Índice A
Remissivo
ações 10, 11, 16, 55, 64, 65, 66, 86, 105, 106, 110, 114,
117, 118, 119, 120, 122, 123, 124, 125, 129, 130,
136, 137, 158
adultos 8, 28, 80, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93,
96, 99, 103, 104, 105, 125, 133, 134, 135, 136, 137,
138, 139, 141, 142, 144, 145, 146, 147, 148, 156
alunos 9, 10, 11, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 49, 50, 51,
53, 54, 58, 59, 60, 63, 64, 66, 67, 68, 69, 70, 73, 74,
78, 80, 81, 82, 83, 85, 86, 87, 88, 91, 93, 94, 95, 96,
97, 98, 106, 107, 108, 112, 113, 118, 120, 121, 122,
124, 125, 127, 128, 130, 135, 137, 138, 139, 140,
141, 142, 144, 145, 146, 147, 148, 150, 151, 157,
159, 160, 161, 162, 163, 164
ambientais 10, 12, 13, 14, 15, 16, 20, 21
anos inicias 73
aprendizagem 8, 11, 14, 15, 16, 17, 18, 21, 23, 24, 25, 26,
27, 28, 29, 33, 34, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 58, 60,
63, 64, 65, 67, 68, 71, 72, 73, 74, 75, 77, 78, 80, 81,
87, 89, 91, 94, 96, 97, 101, 109, 110, 112, 113, 115,
118, 120, 121, 122, 124, 125, 126, 131, 135, 136,
139, 141, 145, 150, 151, 152, 157, 158, 161, 162,
163, 164
atividades 10, 12, 13, 14, 15, 18, 19, 50, 51, 53, 54, 69,
70, 83, 84, 88, 93, 94, 95, 106, 110, 118, 119, 121,
123, 124, 139, 147, 163
aulas 15, 16, 21, 25, 29, 32, 50, 54, 59, 60, 70, 73, 102,
106, 111, 118, 119, 120, 121, 123, 125, 130, 164
autismo 150, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 163
autistas 150, 151, 154, 156, 157, 160, 161, 163
C
conectivismo 24
criança 38, 39, 41, 43, 44, 45, 53, 54, 55, 61, 64, 66, 68,
74, 77, 106, 110, 125, 152, 154, 155, 156, 161, 162,
163
criativas 41, 54, 73
D
dificuldades 11, 16, 17, 21, 36, 37, 45, 46, 50, 59, 60, 64,
69, 73, 74, 80, 87, 89, 94, 110, 113, 118, 119, 121,
123, 124, 138, 155
dinâmicas 60, 73
direção 10, 66, 122, 155
E
educação 8, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 20, 21, 22, 23,
24, 25, 27, 28, 29, 34, 49, 53, 54, 58, 70, 77, 84, 85,
86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 95, 96, 98, 102, 103,
104, 105, 110, 111, 114, 115, 117, 119, 120, 121,
122, 123, 124, 129, 131, 132, 133, 134, 135, 136,
137, 138, 139, 142, 143, 144, 145, 146, 147, 148,
150, 152, 161, 162, 163, 164, 165
educação ambiental 8, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 20,
21, 22
educacional 4, 14, 29, 49, 50, 64, 71, 89, 90, 91, 103,
107, 109, 113, 114, 117, 119, 120, 121, 124, 127,
135, 137, 138, 139, 143, 148, 151, 162
educando 13, 25, 32, 50, 67, 73, 74, 89, 90, 109, 146,
147
EJA 80, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97,
98, 99, 134, 135, 136, 137, 138, 139, 140, 141, 142,
144, 145, 146, 147, 148, 159
ensino 4, 8, 9, 10, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 20, 21, 22, 23,
24, 25, 26, 27, 28, 29, 32, 33, 36, 37, 45, 46, 47, 48,
49, 50, 51, 52, 53, 54, 59, 60, 62, 63, 66, 69, 71, 72,
73, 74, 76, 78, 80, 81, 82, 83, 87, 88, 89, 90, 91, 92,
93, 95, 96, 97, 98, 101, 102, 104, 105, 106, 107,
109, 110, 112, 113, 115, 116, 117, 118, 119, 120,
121, 122, 123, 124, 125, 128, 129, 130, 131, 132,
133, 134, 135, 136, 137, 138, 139, 140, 143, 145,
146, 148, 150, 151, 152, 154, 157, 158, 161, 162,
163, 166
ensino médio 9, 10, 16, 17, 20, 21, 22, 88, 89, 91, 93, 98,
136, 157, 158, 161
escola 4, 8, 10, 15, 21, 22, 25, 26, 28, 29, 35, 36, 41, 44,
46, 50, 51, 53, 57, 63, 64, 67, 68, 69, 70, 71, 73, 74,
79, 80, 81, 83, 84, 86, 87, 88, 91, 92, 93, 94, 95, 96,
97, 98, 102, 103, 105, 110, 112, 113, 117, 118, 119,
120, 121, 122, 123, 124, 125, 127, 128, 129, 132,
134, 135, 136, 138, 139, 141, 142, 143, 144, 145,
146, 147, 151, 159, 160, 161, 162, 163
escolar 8, 16, 17, 25, 26, 28, 31, 38, 46, 50, 52, 53, 58,
60, 64, 67, 73, 74, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88,
89, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 101, 102, 103,
104, 109, 110, 112, 115, 116, 117, 119, 120, 121,
122, 124, 125, 129, 131, 133, 134, 135, 136, 137,
138, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145, 146, 147,
150, 161, 162, 163, 164
escrita 8, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46,
47, 60, 65, 70, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 80, 81, 82,
83, 84, 89, 92, 93, 94, 103, 104, 109, 112, 113, 115,
160
estratégia 10, 13, 21, 51, 52, 59, 65, 148, 158, 159
evasão 8, 85, 86, 87, 88, 90, 91, 94, 95, 96, 97, 98, 99,
133, 134, 135, 139, 140, 141, 143, 145, 146
F
família 57, 68, 73, 74, 82, 86, 88, 89, 96, 97, 122, 136,
138, 141, 143
familiar 73, 74, 80, 81, 84, 87, 94, 96, 97, 112, 120, 124,
142, 153
fatores 16, 17, 21, 37, 38, 40, 42, 45, 52, 70, 72, 73, 74,
77, 78, 80, 81, 82, 83, 85, 86, 89, 90, 91, 94, 96, 97,
121, 134, 135, 139, 140, 142, 153
formação 8, 11, 14, 15, 33, 44, 50, 51, 57, 58, 63, 68, 69,
76, 77, 78, 80, 86, 88, 89, 90, 91, 94, 100, 101, 102,
104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113,
114, 115, 120, 122, 123, 124, 125, 126, 128, 129,
131, 132, 144, 147, 148
fundamental 8, 14, 20, 26, 37, 40, 45, 46, 47, 48, 53, 54,
58, 62, 63, 66, 69, 72, 74, 75, 83, 84, 88, 89, 91, 93,
105, 106, 107, 111, 116, 119, 120, 121, 122, 123,
133, 134, 135, 137, 138, 148, 158, 159
G
geometria 24, 31
H
habilidades 14, 15, 16, 36, 37, 42, 43, 46, 54, 65, 69, 73,
74, 77, 78, 81, 84, 89, 92, 93, 101, 112, 113, 124,
142, 161, 162, 163
I
inclusão 30, 110, 111, 150, 157, 160, 161, 162, 163, 164
indicadores 10, 103, 107, 109, 160
J
jovens 8, 27, 28, 67, 78, 80, 81, 84, 85, 86, 87, 88, 89,
90, 91, 92, 93, 96, 97, 98, 99, 104, 133, 134, 135,
136, 137, 138, 139, 141, 142, 144, 145, 146, 147,
148, 161
L
leitor 42, 46, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 75, 76
leitura 8, 28, 36, 37, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47,
52, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74,
75, 76, 77, 78, 80, 81, 83, 84, 89, 92, 93, 94, 103,
104, 109, 112, 113, 126, 147, 160
M
matemática 8, 23, 24, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 59, 60, 61,
105, 106, 108, 112, 113
metodologias 8, 15, 25, 26, 30, 41, 46, 49, 50, 59, 60,
81, 93, 96, 129, 130, 139, 140, 150, 161, 163
O
oportunidade 45, 54, 68, 87, 88, 110, 123, 161, 162
P
planejamento 8, 16, 46, 54, 69, 91, 97, 110, 111, 117,
118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127,
128, 129, 130, 131
PNAIC 101, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113
práticas pedagógicas 14, 24, 60, 86, 90, 135, 145, 146
problema 10, 16, 19, 21, 25, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 56,
65, 74, 76, 78, 79, 84, 86, 87, 88, 90, 94, 95, 114,
124, 127, 135, 140, 146, 154, 158, 159
problemas 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 20, 21, 51, 52,
53, 59, 60, 82, 84, 86, 97, 117, 118, 124, 125, 138,
139, 142, 152, 156, 161
processo 10, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 24, 25,
26, 27, 28, 29, 35, 36, 37, 38, 40, 42, 43, 44, 45, 46,
47, 49, 50, 54, 55, 56, 57, 60, 63, 64, 66, 67, 68, 69,
70, 73, 74, 75, 76, 81, 84, 87, 89, 90, 91, 96, 97,
101, 102, 103, 106, 108, 109, 110, 111, 112, 113,
117, 118, 120, 121, 122, 124, 125, 127, 128, 132,
138, 139, 140, 145, 148, 149, 150, 151, 152, 155,
156, 157, 158, 161, 162, 163, 164
professor 10, 14, 15, 25, 26, 29, 31, 32, 37, 38, 39, 40,
41, 44, 45, 46, 47, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 58, 59,
60, 64, 67, 68, 69, 70, 73, 74, 83, 84, 86, 88, 97, 98,
101, 102, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 114, 118,
119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 129, 130, 131,
136, 145, 160, 163
professores 10, 14, 16, 17, 21, 25, 26, 28, 34, 36, 38, 41,
44, 46, 50, 54, 58, 60, 61, 63, 64, 65, 66, 67, 69, 70,
71, 74, 80, 84, 86, 94, 96, 101, 102, 105, 106, 107,
108, 109, 111, 112, 113, 115, 117, 118, 119, 120,
121, 122, 123, 124, 125, 126, 128, 129, 130, 131,
132, 135, 139, 140, 145, 147, 148, 150, 158, 161,
163
R
recursos tecnológicos 8, 149, 150, 151, 158, 163
S
SEMED 95, 118, 119, 121, 124, 126, 127, 128, 129, 130,
131
sistema 4, 10, 11, 49, 58, 75, 77, 89, 92, 102, 103, 105,
106, 107, 109, 110, 119, 125, 136, 151, 162
social 10, 11, 13, 14, 24, 25, 27, 29, 30, 31, 38, 41, 44,
45, 49, 50, 51, 54, 55, 56, 58, 68, 69, 71, 73, 74, 75,
76, 77, 86, 87, 88, 89, 90, 92, 93, 94, 96, 97, 98,
103, 106, 109, 114, 120, 122, 124, 127, 129, 136,
139, 141, 142, 143, 146, 148, 151, 152, 153, 154,
155, 156, 157, 158, 160, 161, 163, 164
T
TEA 150, 151, 152, 153, 163, 164
tecnologia 24, 26, 27, 30, 49, 89, 163
V
vida 11, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 25, 28, 33, 34, 41, 42,
50, 52, 53, 55, 64, 67, 68, 69, 70, 74, 77, 78, 82, 88,
89, 90, 93, 95, 97, 98, 110, 125, 135, 136, 138, 144,
145, 151, 154, 155, 156, 157, 161, 162