Atendimento Ao RN
Atendimento Ao RN
Atendimento Ao RN
Introdução
▪ A principal causa de prematuridade é infecção urinária mal tratada no pré-natal, rompendo a bolsa
antes do tempo ideal;
▪ É lei que na maternidade tenha um espaço pra mãe ficar acompanhando o filho na UTI;
▪ A prematuridade é um gasto exagerado de recursos;
▪ Um neném prematuro faz o trajeto UTI -> UCI -> ALCON em 11 semanas (77 dias). Melhor seria investir
em um bom pré-natal, do que ter altos gastos por falha desse;
▪ A asfixia ao nascer (intrauterina ou no canal vaginal) e a infecção neonatal (pelo canal vaginal ou
placenta) podem levar à mortalidade nos primeiros dias de vida;
▪ Em 2016, em todo o mundo morreram 2,6 milhões de RN, sendo 2 milhões antes do 7º dia de vida (até o
7º dia é precoce);
▪ Mortalidade neonatal é até 27 dias de vida;
▪ O ideal é que a primeira consulta do RN ocorra com 7 dias de nascido;
▪ Os RN prematuros e com desvios do crescimento fetal estão especialmente em risco (ex.: bebês de mães
usuárias de drogas podem fazer retardo de crescimento);
▪ Divide-se a gestação em 3 trimestres, ocorrendo em cada um deles:
o No primeiro: formação do bebê – placenta mal vascularizada, o que evita a chegada de doenças ao
feto enquanto está sendo formado (se chegar algo que não deveria, ele nascerá malformado);
Objetivos
▪ Proporcionar atendimento adequado e humanizado aos RN com boa vitalidade (> ou = a 34s – menor
que isso não desce pro ALCON), logo após o nascimento, mantendo-os junto à mãe, postergando os
cuidados de rotina;
o O contato pele a pele visa estimular o vínculo mãe-bebê (na prática, ele não mama o suficiente pra ter
resíduo gástrico);
o O bebê nasce -> contato pele a pele (1h) -> cuidados de rotina (peso, altura, vitamina K...);
▪ Revisar e atualizar os conhecimentos sobre as manobras de estabilização e reanimação nos RN e
prematuros com base nas novas diretrizes da:
o AHA – American Heart Association
o PRN – Programa de Reanimação neonatal da SBP;
Pré-natal
▪ A assistência é dada desde o momento em que a mulher realiza o exame de detecção da gravidez utilizando
testes rápidos ou exames de sangue;
▪ A partir do diagnóstico de gravidez a gestante já passa a ser assistida por uma equipe multiprofissional
para realizar seu pré-natal (obstetra, enfermeira, nutricionista, serviço social);
▪ Caderneta da gestante: consultas, exames, vacinas, intercorrências, quantidade de consultas...
▪ O PN precisa ter, no mínimo, 6 consultas;
▪ Na primeira consulta: mapeamento do corpo da gestante;
▪ Esclarecer todas as dúvidas da gestante quanto á gravidez e ao parto, pedir exames...
▪ A mãe é acolhida pela enfermagem -> classificação de risco ACCR -> passa com o obstetra, que a
admite em trabalho de parto (verificado pela dilatação do colo) -> sorologias e tipagem sanguínea ->
USG de porta (para ver a bolsa amniótica, se há malformações que passaram despercebidas, saber se está
tudo normal e a posição fetal) -> se estiver tudo normal, vai para um local reservado, até que entre em
trabalho de parto normal ou cesárea, indicado pelo obstetra;
▪ Incentivar que as mulheres tenham acompanhantes de sua escolha para oferecer apoio físico e/ou
emocional durante o trabalho de parto e o parto, se desejarem (é lei);
▪ Permitir que as mulheres bebam e comam durante o trabalho de parto;
▪ Incentivar as mulheres a andarem e se movimentarem durante o trabalho de parto, se desejarem e adotar
posições de escolha durante o parto, a menos que haja restrição em virtude de complicações e que isso
seja explicado à mulher;
▪ Incentivar as mulheres a levarem em consideração o uso de métodos não medicamentosos de alívio de
dor, exceto que sejam necessários devido complicações, respeitando as preferências pessoais das
mulheres;
▪ Assegurar cuidados que não envolvam procedimentos invasivos, tais como rupturas de membranas,
episiotomias, aceleração ou indução do parto, partos instrumentais ou cesarianas, a menos que necessárias
em virtude de complicações e que isso seja explicado à mãe;
o A episiotomia é um ato médico!
o Checar o prontuário materno caso a gestante esteja internada há alguns dias na maternidade (ver
exames de urina, USG, realização de corticoides, PA...);
→ Corticoide (betametasona) amadurece os pulmões.
o Verificar se a mãe usuária de drogas ou usou alguma medicação durante o pré-natal;
▪ Todo o material para o atendimento e/ou reanimação do RN deve estar preparado, testado e disponível
em local de fácil acesso, de preferência, próximo à unidade de reanimação;
▪ É destinando à avaliação do paciente, manutenção da temperatura, aspiriação de vias aéreas, ventilação, e
administração de medicamentos;
▪ É indispensável a presença de berço aquecido;
▪ Todo material abaixo precisa ser checado:
1. Sala de parto e/ou reanimação com temperatura ambiente
→ 23 a 26ºC
→ Mesa de reanimação com acesso por 3 lados;
→ Fontes de oxigênio e ar comprimido com fluxômetro (nunca ofertar só O2, pois, é um gás tóxico)
RNPT intubados por muito tempo podem fazer retinopatia do prematuro, porque o O2 fica
sobrando na corrente sanguínea, causando neovascularização da retina, cegando o bebê.
A fração de O2 utilizada depende da saturação do bebê.
Baby puff: equipamento que mistura O2 com ar comprimido para reanimar o bebê.
→ Aspirador à vácuo (com a humanização, a tendência é só aspirar o bebê se tiver necessidade);
→ Relógio de parede com ponteiros de segundos (avaliação do APGAR, tempo reanimação...).
2. Material para manutenção de temperatura
→ Fonte de calor radiante (berço);
→ Termômetro ambiente digital;
→ Compressas estéreis (caso seja necessário intubar);
→ Saco de polietileno para prematuros (aquecer).
3. Material para avaliação
→ Estetoscópio neonatal (sopro, intubação);
→ Oxímetro neonatal com sensor neonatal (se necessário reanimar).
4. Material para aspiração
→ Sondas traqueais – 6, 8 e 10;
→ Sondas gástricas – 6 e 8;
→ Seringas de 10ml.
5. Material para ventilação
O cordão umbilical tem 2 veias e uma artéria, logo, tem muito sangue. Se não o limpar, pode fazer
onfalite e até morrer por sepse.
O umbigo tem muito sangue, mas não tem inervação. Então, não é um local com dor (usado pra passar
medicações.
8. Medicações
→ Adrenalina (reanimação – aumenta os batimentos);
▪ Médico: 1 (obstetra e pediatra) para cada 20 binômios mãe-filho. Em caso de prematuros ou outras
patologias que levam risco à vida do RN, 2 ou 3 pediatras deverão estar prontos para receber o bebê.
▪ Enfermeiro obstétrico com especialidade em neonatologia e com experiência em reanimação neonatal (1
pra cada 20).
▪ Técnico de enfermagem com experiência em reanimação neonatal: 1 pra cada 8 binômios.
▪ No centro cirúrgico deve ter: 1 pediatra (se for só 1 bebê), 2 obstetras, 1 técnico de enfermagem, 1
anestesista, 1 enfermeiro obstétrico;
▪ O pediatra anota todas as informações do parto (se nasceu bem, apresentação, líquido amniótico...);
▪ No atendimento humanizado, o bebê permanece ligado ao cordão por 3 minutos, em uma posição um
pouco abaixo da mãe (clampeamento tardio). Isso serve para prevenir anemia nos próximos 6 meses de
aleitamento materno exclusivo (leite materno é pobre em ferro)
o Outros benefícios: menor incidência de hemorragia intraventricular e enterocolite necrosante,
diminui a necessidade de transfusões;
o Indicação: RN com boa vitalidade;
o Pelo menos 3 minutos (tempo em que o fluxo sanguíneo da placenta pela veia umbilical continua após
o nascimento) nos RNT e 30 a 60 segundos nos < 35 semanas;
Se todas as respostas forem “sim” = RN com boa vitalidade -> pele a pele por 1h;
Se alguma das respostas for “não” -> não pode ficar no pele a pele.
Nesse momento, se observado algum sinal de obstrução de via aérea superior, o pediatra poderá realizar a
aspiração gentil no colo da mãe.
Novas recomendações para atendimento do neonato de baixo risco de acordo com o manual do
AHA de 2020
▪ Importância do atendimento do neonato de baixo risco no colo materno (maior troca de calor, vínculo
afetivo e estímulo à amamentação precoce nas primeiras horas de vida);
▪ Não é mais necessária a aspiração da orofaringe e narinas para todos os bebês, somente se houver presença
de grande quantidade de secreção em VAS. Assim, evita-se um estímulo vagal doloroso desnecessário e
possíveis efeitos deletérios desse.
Escala de Apgar
▪ Após 1h do pele a pele, o RN é levado pelo pediatra para um espaço intermediário entre a sala de parto e
o alojamento conjunto
▪ Clampear o cordão umbilical – mais ou menos 3 cm do anel umbilical (pra conseguir cateterizar, se
necessário);
o Patologia encontrada quando se examina o cordão: artéria única (se tiver só a artéria, vai perder o
bebê).
▪ Inicia o exame sumário do RN em UCR e deve-se anotar alterações observadas (malformações
congênitas?);
o Avaliar a cabeça em busca de tumorações (bossa ou céfalo hematoma);
o Avaliar se o pavilhão auditivo está bem implantado (baixo = bebê sindrômico)
o Avaliar se as clavículas estão íntegras ou quebradas;
o Avaliar se tem lábio e colocar o dedo para ver se tem fenda;
o Passar SNG – atresia de coanas, atresia de esôfago e conteúdo gástrico (não aspira, apenas passa pra
verificar se tá tudo certo);
o Avaliar se o abdome está adequado, fechado;
o Avaliar o cordão;
o Explorar bolsa escrotal – presença de hérnias, hidrocele...
o Em meninas, avaliar se tem sinéquia de grandes lábios (fechamento);
o Passar sonda ânusretal – verificar se está permeável (se vier mecônio, está);
o Prescrever crede ocular (nitrato de prata pra prevenir conjuntivite gonocócica) e vitamina K (abre a
cascata de coagulação)
→ Bebê com olho supurando, cheio de secreção, pra saber se é gonocócica ou não, fazer teste de
gram (diplococos gram negativos);
→ Gonorreia só fecha diagnóstico pelo gram;
→ Crede só cobre gonocócica.
o Avaliar e anotar.
A IG é um dos principais indicadores de risco em neonatologia (pode ser calculada pela DUM, USG de 1º
trimestre ou avaliação clínica do RN).
Antropometria
o Ocorre perda ponderal fisiológica de até 10% do peso do nascimento até o 5º dia de vida e recupera
em torno do 10º dia.
▪ Perímetro cefálico
o Microcefalia, macrocefalia?
o Se macro, verificar pela RNM se há água (hidrocefalia – TC fecha p diagnóstico);
o A fita métrica deve passar pelo occipto e acima das linhas da sobrancelha;
o Varia de 34 a 35 cm;
o Aferir até os 2 anos de idade;
o Meninas: PC adequado para a idade – 31,5 a 36cm;
o Meninos: PC adequado pra idade – 32 a 37cm.
▪ Comprimento
o Assegurar a extensão dos MMII encostando a planta do pé na régua;
o Varia de 49 a 50cm;
o Deve ser aferido até os 10 anos;
o Meninos: 45 a 53cm;
o Meninas: 45 a 53cm.
Medicações
▪ Vitamina K – o RN tem um status de vit. K particularmente frágil por causa das reservas hepáticas
limitadas e transferência placentária limitada dessa;
▪ Todos os RN devem receber vitamina K na primeira hora de vida, para prevenção de diferentes formas de
sangramento pela deficiência dessa;
o Dose: 1 mg – maior que 1kg e 0,05 mg em menores de 1kg;
▪ Se o bebê sangrar, reforçar a vitamina K no outro dia;
▪ Crede ocular: gotejar 1 gota de solução de nitrato de prata 1% em cada olho até 1h após o nascimento,
para prevenir oftalmia neonatal.
Acondroplasia