04 Arquivo+gêmeos+corrigido

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 18

AQUISIÇÃO DE FONOLOGIA NA FALA DE GÊMEOS:

PROCESSOS FONOLÓGICOS E TEORIA DA


OTIMALIDADE1

Anna Carolina de Oliveira ALMEIDA


Leo Vitor NAVARRO
Orientador: Prof. Dr. Pablo Faria

Resumo: Este trabalho se insere no campo de estudos de Aquisição da Linguagem, debruçando-se


mais especificamente sobre a Fonologia, e tem como objeto de análise a fala de um casal de
gêmeos em fase de aquisição do português brasileiro. Foram utilizadas como corpus quatro
gravações de dados de fala espontânea distribuídas ao longo de três anos do desenvolvimento
linguístico dos falantes que são alvo desta investigação. Primeiramente, os dados obtidos foram
descritos dentro do quadro teórico dos processos fonológicos, conforme apresentado por Othero
(2005). Em seguida, os mesmos dados foram modelados a partir da Teoria da Otimalidade, tendo
como principal referencial teórico Matzenauer (2003) e observando-se a possibilidade de
processos fonológicos com objetivos em comum serem agrupados sob uma mesma hierarquia
gramatical.
Palavras-chave: Aquisição da Linguagem; Fonologia; português brasileiro; processos
fonológicos; Teoria da Otimalidade.

1. INTRODUÇÃO

O campo da Aquisição da Linguagem se dedica a estudar como o ser


humano, ao longo da infância, adquire sua língua materna. Nesse sentido,
compreende-se o processo de aquisição como o período que se estende,
segundo Santos (2008) e Kail (2013), desde o início da percepção dos
contornos prosódicos, ainda dentro do útero, até a produção considerada
estável de enunciados da língua (seja ela oral, seja sinalizada), o que em
condições típicas se dá em média entre os 4 e os 6 anos de idade.
Uma das principais propostas teóricas para se explicar a aquisição é a
gerativista, formulada por Noam Chomsky — e cujos princípios podem ser
encontrados de forma mais detalhada em Chomsky (1986). Em linhas gerais,
para o autor, os seres humanos nascem com um mecanismo especializado para
a aquisição, uma faculdade inata da linguagem, a qual é ativada pelo input
linguístico do ambiente onde a criança se desenvolve. Nesse processo, a
faculdade da linguagem passa de um estado inicial em que não é específica, a
Gramática Universal (GU), a um estado final, que é a gramática especializada
de uma língua. O processo de aquisição, portanto, na visão gerativista, não
ocorre voluntariamente nem depende de qualquer instrução explícita, sendo
similar à maturação de um órgão.

1
Agradecemos ao orientador da pesquisa, Prof. Dr. Pablo Faria, e também à Profª. Drª. Filomena
Sandalo, pela leitura atenta do texto, comentários e sugestões. Eventuais falhas remanescentes são
de nossa responsabilidade.
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

O campo da Fonologia, mais especificamente, dedica-se ao estudo do


funcionamento gramatical dos sons de uma língua, situando-se, na perspectiva
gerativista, no nível cognitivo. É à subárea dos estudos de Aquisição de
Fonologia que esta pesquisa se dedica, pois pretende analisar o
desenvolvimento dos constituintes sonoros na gramática de dois falantes
enquanto ainda adquirem o português brasileiro (doravante PB); em outras
palavras, pretende analisar as estratégias presentes no conhecimento linguístico
dos sujeitos aqui estudados e que explicam as discrepâncias entre sua
pronúncia e a pronúncia adulta.
Configura-se como objeto de investigação deste trabalho um conjunto de
dados de fala espontânea produzidos pelos gêmeos que serão aqui
identificados como R. (sexo feminino) e A. (sexo masculino), em quatro
estágios de seu desenvolvimento linguístico, correspondentes às idades de: i) 1
ano e 6 meses, ii) 2 anos e 7 meses, iii) 3 anos e 4 meses e iv) 4 anos e 6
meses, compreendendo, ao todo, um período de três anos.
Na literatura, tem-se observado que o ritmo de desenvolvimento
linguístico de crianças gêmeas tende, em geral, a ser um pouco mais lento que
o de crianças não gêmeas (Luria e Yudovitch, 1985; Zazzo, 1978; Rutter et al.,
2003; Rice et al., 2014). Dentre as hipóteses levantadas a fim de explicar tal
observação, destacam-se, segundo Rutter (2003), i) as condições de
desenvolvimento pré e perinatal, uma vez que, como se sabe, o
compartilhamento do útero por mais de um bebê pode levar a complicações de
diversas ordens e ii) as experiências pós-natais, como os efeitos sobre as
interações da família com a criança (decorrentes do estresse adicional
oferecido pela necessidade de se cuidar de duas crianças da mesma idade e de
se dividir a atenção entre elas) e as constantes interações de um gêmeo com o
outro (indivíduos no mesmo nível de desenvolvimento linguístico). É
importante salientar, no entanto, que ainda não foram encontradas evidências
decisivas a favor de nenhuma dessas hipóteses.
A fim de verificar se essa diferença de ritmo se faz presente no processo
de aquisição dos falantes que são alvo desta investigação, os dados aqui
obtidos foram confrontados com os documentados na literatura de orientação
gerativista da área de Aquisição de Fonologia. Além disso, foram confrontadas
entre si as produções de cada gêmeo para averiguar possíveis diferenças
individuais de desenvolvimento. Em um primeiro momento, o material foi
descrito com base na classificação proposta por Othero (2005), baseada em
estudos sobre processos fonológicos. Em seguida, foi analisado com base na
Teoria da Otimalidade (doravante TO) (Prince e Smolensky, 1993; McCarthy e
Prince, 1993), dando ênfase ao trabalho de Matzenauer (2003).

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Processos fonológicos

42
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

De acordo com Othero (2005), a fala de indivíduos em fase de aquisição


não é caótica nem desordenada, mas segue um sistema de regras subjacentes.
Dessa forma, as produções desse período podem ser sistematizadas e,
consequentemente, previstas pelo pesquisador. Segundo Othero (2005), a
produção inicial da criança é uma tentativa de soar o mais semelhante possível
à fala adulta. Tais tentativas contêm “desvios de pronúncia” ou “erros” que, ao
serem analisados sob a óptica dos processos fonológicos, podem trazer à tona
estratégias utilizadas pelo falante durante o período de aquisição. O autor
propõe-se descrever e classificar alguns fenômenos inatos e universais
observados na fala de indivíduos em fase de aquisição, os quais divide entre
processos de estruturação silábica e de substituição: dentre aqueles, figuram,
por exemplo, a redução de encontro consonantal e o apagamento de sílaba
átona ou de segmentos em posição final de sílaba; dentre estes, a assimilação e
a plosivização, por exemplo.
A figura abaixo, reproduzida de Othero (2005), indica os períodos em que
se espera que os processos apresentados pelo autor surjam e desapareçam da
fala infantil. As linhas pontilhadas representam períodos em que cada processo
pode ainda estar presente na produção de uma criança, porém com menor
frequência que nos períodos correspondentes às linhas contínuas.

Figura 1 - Processos fonológicos

Fonte: Othero (2005)

43
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

2.2. Teoria da Otimalidade

A TO foi proposta pelos trabalhos de Prince e Smolensky (1993) e


McCarthy e Prince (1993) como uma teoria gramatical. Apesar de ter se
desenvolvido principalmente na área da Fonologia, ela foi projetada tendo em
vista modelar fenômenos de quaisquer níveis gramaticais. Trata-se de uma
teoria representacional segundo a qual a gramática de uma língua é constituída
de uma hierarquia de restrições universais de dois tipos principais: fidelidade e
marcação. No nível fonológico, enquanto as restrições de fidelidade militam
contra formas fonéticas (i.e., outputs) que realizem modificações em relação à
forma fonológica (i.e., input), as restrições de marcação militam contra outputs
mal formados, com estruturas pouco comuns nas línguas naturais.
As formas atestadas nas produções dos falantes resultam de relações
conflitivas entre essas restrições. Os mecanismos propostos pela TO incluem
GEN, um dispositivo responsável por criar diversos candidatos a output, e
EVAL, responsável por avaliar esses candidatos com base na hierarquia de
restrições e escolher dentre eles o melhor. É importante salientar que as
restrições da TO são violáveis. O mais relevante para que um candidato seja
selecionado como ótimo por EVAL é não violar as restrições ranqueadas mais
alto na hierarquia gramatical. O tableau abaixo ilustra o funcionamento dessa
teoria:

Tabela 1 - Tableau exemplificativo

/input/ Restrição 1 Restrição 2 Restrição 3

☞ output 1 * **

output 2 *!

output 3 **!

Fonte: Matzenauer e Azevedo (2017)

Neste exemplo, três outputs concorrem a candidato ótimo. Cada asterisco


representa uma violação de uma restrição, e o ponto de exclamação, o
momento em que determinado candidato é eliminado da disputa. O output 2 é
o primeiro a ser eliminado, porque viola a Restrição 1, ranqueada mais alto na
hierarquia. Tanto o output 1 quanto o 3 violam a Restrição 2, porém o 3 a viola
mais vezes, sendo, por isso, eliminado primeiro. O símbolo ☞ indica que o
candidato escolhido como ótimo é o 1. As células pintadas de cinza indicam
que o comportamento de determinado candidato com relação àquela restrição
não precisa mais ser avaliado.

44
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

No decorrer do processo de aquisição, conforme o falante recebe mais e


mais estímulos linguísticos do ambiente no qual se insere, sua gramática
interna vai sendo modificada até atingir seu estado final, que é a língua
materna cristalizada. Nesse sentido, as restrições na hierarquia do indivíduo
vão mudando de posição com o passar do tempo, na tentativa de espelhar os
dados linguísticos que lhe são fornecidos. Portanto, a hierarquia gramatical de
um adulto não é necessariamente a mesma que a de uma criança em fase de
aquisição. A fim de modelar esse processo, foram propostos algoritmos de
aprendizagem, incorporados por versões mais recentes da TO, como o Gradual
Learning Algorithm, ou GLA (Boersma e Hayes, 2001), o qual tem como
função orientar o aprendiz à hierarquia de restrições da língua à qual é exposto.

3. METODOLOGIA

O corpus de dados de fala infantil espontânea analisado nesta pesquisa


compõe-se de quatro arquivos de áudio produzidos na série Gêmeos do Projeto
de Aquisição da Linguagem Oral, disponibilizados pelo Centro de
Documentação Cultural Alexandre Eulálio (CEDAE) do Instituto de Estudos
da Linguagem (IEL/UNICAMP)2. Além das gravações representativas dos
quatro estágios de aquisição aqui investigados, foram utilizadas como apoio
para esta análise as transcrições desses áudios, disponibilizadas também pelo
CEDAE (apenas para o áudio correspondente à idade de 2 anos e 7 meses não
foi encontrada transcrição). Estavam presentes nas gravações, interagindo com
os gêmeos R. e A., as investigadoras e eventuais acompanhantes, como a mãe
e a babá dos gêmeos.

Tabela 2 - Arquivos de áudio analisados


Arquivo3 Duração

GE-1977-01-05 32:46

GE-1978-02-10 30:03

GE-1978-11-14 25:23

GE-1980-01-04 28:50

2
Disponível em: <http://eulalio.iel.unicamp.br/sys/audio/artists.php?action=show_all_songs&artist
=18>. Último acesso em 13/03/23.
3
Nome de cada arquivo segundo as convenções do CEDAE. GE identifica a série Gêmeos. Em
seguida, vem a data da gravação no formato ano-mês-dia.

45
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

Interessa observar que dados espontâneos, caracterizados pelo não


direcionamento do investigador, que permite que o falante discorra livremente,
são uma fonte de dados possível e importante para os estudos de Aquisição da
Linguagem. A metodologia experimental constitui outra forma de obtenção de
dados: segundo Grolla e Figueiredo Silva (2014), quando se buscam
construções específicas, deve-se lançar mão de ambientes de fala controlados,
por meio de perguntas direcionadas ou atividades lúdicas, como o uso de
fantoches, por exemplo. Enquanto é verdade que é mais difícil obter estruturas
específicas sem que essas sejam elicitadas implícita ou explicitamente, a não
intervenção do pesquisador proporciona dados mais diversificados e pode
evitar que as produções dos falantes estudados sejam de alguma forma
enviesadas.
No que respeita ao tratamento dos dados do corpus analisado, foram
tomados alguns cuidados em razão de seu formato em áudio. A presença de
ruído de fundo e falas sobrepostas ou em volume baixo levou à exclusão de
dados sobre cuja pronúncia, apesar de possivelmente conter informações de
interesse, não era possível ter certeza. Além disso, no áudio para o qual não foi
encontrada transcrição, em muitas situações era difícil identificar de qual dos
gêmeos provinha determinada fala, em razão da grande semelhança de seus
timbres de voz naquela idade: em tais casos, a identificação se guiou em
grande parte por elementos contextuais, como interpelações feitas pelos
adultos presentes na gravação. Na seção 4.1 (Descrição à luz de processos
fonológicos), disponibilizou-se o ponto específico de cada dado nesse áudio,
no formato minuto:segundo. Deve-se ainda considerar que, para determinados
estágios, há menos dados que para outros, visto que em alguns dias os gêmeos
interagiram menos. A análise aqui empreendida, em suma, deve ser entendida
como um recorte do desenvolvimento linguístico dos gêmeos no decorrer de
sua aquisição da fonologia do PB.
Os dados coletados estão registrados na seção a seguir segundo as
convenções do CHAT — sistema de notações utilizado nos corpora do
repositório TalkBank (MacWhinney, 2000), dentre os quais o CHILDES,
corpus de dados de fala infantil espontânea, é o mais antigo. Desse modo, as
tabelas de dados estão de acordo com o seguinte padrão: na coluna de
ocorrências, os parênteses são empregados em casos de apagamento de
segmentos da forma adulta da palavra na fala infantil; os colchetes, em casos
de substituição de segmentos. Ademais, a observação de processos pela
primeira vez em determinado estágio para cada gêmeo é sinalizada pela
notação “(novo)”. A pronúncia infantil é registrada por meio de aproximações
ortográficas.

4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE

Nas seções seguintes, os dados obtidos a partir do corpus são descritos e


analisados, primeiramente à luz de processos fonológicos, conforme

46
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

apresentação feita por Othero (2005), e, em seguida, da TO, com referências a


Matzenauer (2003). É importante salientar que foi considerado como dado toda
ocorrência que divergisse da pronúncia adulta.

4.1. Descrição à luz de processos fonológicos

No estágio de 1 ano e 6 meses, os dados obtidos compõem-se


exclusivamente de balbucio. Segundo Kail (2013), o balbucio, que surge de
maneira repentina entre 6 e 9 meses, em geral consiste em sílabas simples CV
repetidas, tal que a consoante costuma ser uma oclusiva labial, e a vogal,
central aberta ou semiaberta. As características do balbucio são universais, isto
é, observadas no início da aquisição da fonologia de qualquer língua. Além
disso, de acordo com Kail (2013), ainda há produção de balbucio ao final do
primeiro ano, quando em geral emergem na fala da criança as primeiras
palavras.
Uma seleção dos dados obtidos a partir do primeiro arquivo de áudio
consta na Tabela 3 abaixo.

Tabela 3 - R. e A., 1;64


a: tatá

papá babá

ta ta ca ca nana

É possível que a ausência de palavras nos resultados aqui apresentados


decorra não necessariamente de um atraso em sua aquisição, mas do recorte
feito neste estudo, em que foi selecionada apenas uma gravação por faixa
etária. Ressalva semelhante é feita por Grolla e Figueiredo Silva (2014),
segundo as quais não é possível tirar conclusões decisivas da ausência de
determinada construção em gravações de dados espontâneos, já que ela não ter
sido produzida naquele momento não significa que ela não seja produzida em
outras situações. Daí surge a necessidade de se combinar dados espontâneos a
dados experimentais, para investigações mais aprofundadas.
As tabelas que seguem apresentam as ocorrências encontradas em cada
uma das demais gravações, separadas por falante e classificadas segundo os
processos fonológicos apresentados em Othero (2005). É importante salientar
que há dados em que se observa a ocorrência simultânea de mais de um

4
A notação “1;6” segue a convenção utilizada em trabalhos da área de Aquisição da Linguagem
para representar a idade dos falantes quando da coleta dos dados: o número à esquerda informa a
idade em anos; o número à direita, em meses.

47
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

processo. O número de ocorrências de cada exemplar não foi contabilizado. No


estágio de 2 anos e 7 meses, os seguintes dados foram obtidos da fala de R.:

Tabela 4 - R., 2;7

processo fonológico ocorrências

anteriorização ati [: aqui] (26:41)

apagamento de líquida final u(r)so (14:31)

Além dos dados acima, outros que fogem à classificação de Othero


(2005) foram encontrados. Eles estão descritos na tabela a seguir:

Tabela 5 - Dados não contemplados por Othero (2005); R., 2;7


fenômenos ocorrências

desnasalização de ditongo mamai [: mamãe] (9:17); liau [: leão]


(10:58)

nasalização de oclusiva manana [: banana] (13:17)

Neste mesmo estágio, para A., foram coletados os seguintes dados:

Tabela 6 - A., 2;7


processo fonológico ocorrências

redução CC5 queb(r)ou (6:38); at(r)ás (26:58)

apagamento de fricativa final ra(s)gou (12:47)

posteriorização eche [: esse] (22:49); chei [: sei] (10:27)

semivocalização de líquida iê [: ler] (10:56)

Foi encontrado na fala de A. um processo não previsto por Othero (2005).


Ele está descrito na tabela a seguir:

Tabela 7 - Dados não contemplados por Othero (2005); A., 2;7

5
Redução de encontro consonantal em ataque silábico.

48
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

fenômenos ocorrências

semivocalização de fricativa iá [: já] (29:01)

No estágio de 2 anos e 7 meses, os processos apresentados pelos gêmeos


estão em consonância com aquilo que, de acordo com Othero (2005), se espera
para crianças nesta faixa etária. Nesta idade, os processos de anteriorização
(observado na fala de R.) e de redução CC (observado na fala de A.) ainda
estão totalmente dentro da linha contínua da Figura 1, de Othero (2005). Os
outros processos presentes na fala dos gêmeos neste estágio estão todos no
início da linha pontilhada, sendo encontrados de modo mais frequente até os 2
anos e 6 meses. Todos os processos elencados na Figura 1 podem ainda estar
presentes em torno desta idade, mesmo que com menor frequência (linha
pontilhada). A fim de verificar se os outros processos não encontrados no
áudio mas representativos desta fase estão ou não presentes na fala dos
gêmeos, seria necessário analisar um número maior de dados, e possivelmente
recorrer à metodologia experimental para elicitar fonemas específicos.
Já aos 3 anos e 4 meses, os seguintes dados foram coletados da fala de R.:

Tabela 8 - R., 3;4


processo fonológico ocorrências

redução CC (novo) p(r)o; g(r)ande; p(r)a; g(r)avado(r);


p(r)o(n)to; out(r)a

apagamento de líquida final ve(r)de; g(r)avado(r)

apagamento de líquida cho(r)ei


intervocálica

anteriorização atchi [: aqui]

Como havia ocorrido no estágio anterior, neste também foram


encontrados dados que não se enquadram em nenhuma das classificações de
Othero (2005):

Tabela 9 - Dados não contemplados por Othero (2005); R., 3;4


fenômenos ocorrências

desnasalização de vogais p(r)o(n)to; que(m)

49
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

Da fala de A., foram obtidos os seguintes dados para o mesmo estágio:

Tabela 10 - A., 3;4


processo fonológico ocorrências

redução CC p(r)a; b(r)inca; out(r)o; g(r)avado(r);


t(r)ouxe

apagamento de líquida final (novo) gua(r)dar; Ca(r)mela; g(r)avado(r)

apagamento de líquida intervocálica bo(l)inha; bu(r)aquinho; bu(r)aco;


(novo) e(l)a; fi(lh)inha; se(r)á

semivocalização de líquida faiando [: falando]; faia [: fala]

substituição de líquida por outra agola [: agora]


líquida (novo)

posteriorização pachear [: passear]; bolchinho [:


bolsinho]

Na idade de 3 anos e 4 meses, com exceção do apagamento de líquida


intervocálica (geralmente encontrado somente até os 3 anos), os processos
presentes na fala de R. são esperados para crianças de sua faixa etária: a
redução CC está dentro da linha contínua de Othero (2005), enquanto o
apagamento de líquida final e a anteriorização estão dentro da linha pontilhada.
Quanto à fala de A., o apagamento de líquida intervocálica e a posteriorização
são comumente encontrados apenas até os 3 anos, enquanto os demais
processos estão de acordo com o esperado para a faixa etária, sendo que,
dentre eles, a redução CC se encontra dentro da linha contínua e os outros,
dentro da pontilhada.
Aos 4 anos e 6 meses, os seguintes dados foram coletados da fala de R.:

Tabela 11 - R., 4;6


processo fonológico ocorrências

redução CC comp(r)ei; comp(r)o; b(r)inca;


g(r)andona; lemb(r)o; aiv(r)inha6

6
É importante notar que não há como saber qual foi o input recebido pela criança. É possível que
ela tenha ouvido a forma padrão árvore, e neste caso estaria realizando também o processo de
apagamento da vogal em sílaba átona “o”, ou a forma não padrão arvre, e neste caso estaria apenas
semivocalizando a líquida em coda e reduzindo o ataque complexo.

50
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

posteriorização (novo) caja [: casa]; meja [: mesa]; chê [:


(vo)cê]; roja [: rosa]; fajê [: fazer];
eche [: esse]; bagunchado [:
bagunçado]; cajinha [: casinha]; coija
[: coisa]

semivocalização de líquida (novo) apeitá [: apertar]; duimi [: dormir];


aiv(r)inha [: arvrinha]; maica [:
marca]; poi [: pôr]; coi [: cor]

anteriorização sorou [: chorou]

Para o mesmo estágio, foram obtidos os seguintes dados da fala de A.:

Tabela 12 - A., 4;6


processo fonológico ocorrências

redução CC chiqu(l)ete; g(r)andão; out(r)a; g(r)ava;


g(r)udado; f(r)itar; ab(r)ir; ped(r)a;
t(r)abalhando; t(r)ás; g(r)itou

posteriorização vochê [: você]; deche [: desse]; chim [:


sim]; achim [: assim]; chinco [: cinco];
chapato [: sapato]; negóchio [:
negócio]; chei [: sei]; fajê [: fazer]; caja
[: casa]

semivocalização de líquida aidido [: ardido]; poiquinho [:


porquinho]; acoidada [: acordada];
poita [: porta]; faia [: fala]

substituição de líquida por outra agola [: agora]


líquida

O único processo fonológico encontrado na fala dos gêmeos aos 4 anos e


6 meses e esperado para esta faixa etária é a redução CC; todos os outros
processos presentes nos dados não são normalmente identificados em tal idade.
Segundo Othero (2005), a anteriorização, observada em R., está geralmente
presente até os 4 anos de idade, enquanto a substituição de líquida, observada
em A., e a semivocalização de líquida, observada em ambos, são normalmente
encontradas até os 3 anos e 6 meses. Ademais, tanto na fala de R. quanto na de

51
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

A., a posteriorização aparece entre os processos de forma predominante,


embora seja esperada apenas até os 3 anos.
A comparação entre os processos presentes na fala dos gêmeos sinaliza
um ritmo de desenvolvimento fonológico relativamente semelhante, no sentido
de que, ao menos de acordo com as quatro gravações analisadas, os processos
fonológicos presentes na fala de cada um deles são em grande medida os
mesmos em cada estágio analisado. É sobretudo nos dados obtidos para a idade
de 4 anos e 6 meses que é possível notar divergências entre a fala dos gêmeos e
aquilo que Othero (2005) aponta como o esperado. Esse aparente atraso na
aquisição da fonologia do PB, com a persistência de processos fonológicos
além da idade esperada, encontra respaldo naquilo que é documentado na
literatura, segundo a qual gêmeos tendem a apresentar um ritmo de
desenvolvimento linguístico mais lento que não gêmeos (cf. seção 1,
Introdução). Por outro lado, é possível que esse seja apenas um caso de
variação no tempo de aquisição que escapa às amostras consideradas em
Othero (2005).

4.2. Análise à luz da Teoria da Otimalidade

A seguir, é apresentada uma análise dos dados anteriores utilizando os


mecanismos da TO. Propõe-se que processos fonológicos distintos possam ser
agrupados por meio de restrições de caráter universal. Em outras palavras, o
que na teoria trabalhada por Othero (2005) era entendido como processos
individuais aqui será analisado como meios distintos de se alcançar um mesmo
resultado — isto é, na TO o foco está no output, no resultado, e não no
processo que leva até ele. Nesse sentido, as produções hipotéticas para a
palavra “teatro” [teˈa.tʊ] e [teˈa.tu.ɾʊ], por exemplo, poderiam ser consideradas
resultados da aplicação de processos distintos (redução de encontro
consonantal pelo apagamento da líquida e epêntese, respectivamente). É
possível argumentar, entretanto, que tais processos têm em vista o mesmo
propósito: evitar o encontro consonantal de modo a favorecer a sílaba universal
CV.
As restrições utilizadas para analisar os dados coletados no corpus estão
listadas abaixo. Dentre elas, apenas IDENT-T foi retirada de De Lacy (1999) e
*[+posterior] de Gonçalves e Brum-de-Paula (2012); todas as outras podem ser
encontradas em Matzenauer (2003).

NO-CC: Sílabas não devem ter onset complexo.

Max-IO: Todo segmento do input deve ter um correspondente no output.

Dep-IO: Todo segmento do output deve ter um correspondente no input.

ONSET: Toda sílaba deve ter onset.

52
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

NO-CODA: Sílabas não devem ter coda.

IDENT-T: Se um segmento do input for αT, então seu output correspondente


deve ser αT. (T é um traço fonológico, cujo valor pode ser positivo ou
negativo.)

*[+posterior]: Segmentos [+posterior] não devem constar no output.

*[+anterior]: Segmentos [+anterior] não devem constar no output.

*[+cons, -lat]7: Segmentos [+consonantal, -lateral] não devem constar no


output.

*[+cons, +lat]: Segmentos [+consonantal, +lateral] não devem constar no


output.

A seguir, são propostos alguns tableaux para modelar os dados dos


gêmeos segundo a TO, a partir das restrições listadas acima. No Tableau 1
abaixo, foram reunidos sob uma mesma hierarquia de restrições os processos
de redução de encontro consonantal, apagamento de líquida final e apagamento
de fricativa final observados na fala dos gêmeos. Os três processos foram
agrupados, porque, embora de maneiras distintas, militam igualmente em favor
da sílaba universal CV. A linha tracejada entre restrições indica que não existe
entre elas relação de dominância estrita.

Tabela 13 - Tableau 1

/grande/8 NO-CODA NO-CC Dep-IO *[+cons, -lat] Max-IO ONSET

a. grande9 *! *

☞ b. gande *

c. rande *! *

7
A formulação desta restrição e da seguinte em Matzenauer (2003) é *[-lateral] e *[+lateral], mas
mesmo nos tableaux da autora essas restrições se referem apenas às líquidas. Optou-se aqui por
incluir a especificação [+consonantal] para fins de precisão.
8
Foram transcritos foneticamente apenas segmentos de interesse para a análise. Os demais seguem
a ortografia.
9
São apresentados como candidatos a output, além da forma padrão da fala adulta e da forma
infantil atestada no estudo, formas hipotéticas que também resolveriam as dificuldades
apresentadas pelas crianças em relação ao input.

53
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

/verde/

a. verde *! *

☞ b. vede *

c. verede *! *

/rasgou/

a. rasgou *!

☞ b. ragou *

c. rasagou *!

O Tableau 2 abaixo propõe uma hierarquia de restrições que explique o


processo de semivocalização de líquida.

Tabela 14 - Tableau 2
/fala/ *[ +cons -lat] *[+cons, +lat] Max-IO IDENT-T

a. fala *!

☞ b. fa[j]a *

c. faa *!

/corda/

a. corda *!

☞ b. co[j]da *

c. coda *!

No Tableau 3 abaixo, a hierarquia de restrições busca explicar o processo


de apagamento da líquida. Este caso é semelhante ao do Tableau 2 acima, no
sentido de que ambos procuram modelar estratégias adotadas pela criança para
evitar a realização de uma líquida. Aqui, entretanto, as restrições Max-IO e
IDENT-T devem mudar de posição para que um candidato com

54
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

semivocalização da líquida não seja escolhido como ótimo em detrimento do


candidato que realiza simples apagamento.

Tabela 15 - Tableau 3
/chorei/ *[ +cons -lat] *[+cons, +lat] IDENT-T Max-IO

a. chorei *!

☞ b. choei *

c. cholei *! *

d. cho[j]ei *!

O Tableau 4 abaixo representa a hierarquia de restrições que gera o


output em que ocorre substituição de uma líquida por outra líquida. Aqui, a
dificuldade da criança não é com a classe das líquidas como um todo, mas com
um segmento líquido em específico, o segmento [+consonantal, -lateral].

Tabela 16 - Tableau 4
/agora/ *[ +cons, -lat] Max-IO IDENT-T *[+cons, +lat]

a. agora *!

☞ b. agola * *

c. agoa *!

Os processos de anteriorização e posteriorização indicam uma dificuldade


da criança com a articulação do segmento em termos de ponto (posição
antero-posterior). Nos dois casos, o segmento passa de um local mais à frente
ou mais ao fundo da cavidade oral para o ponto de articulação pós-alveolar,
apontando maior facilidade de articulação ali, como apresentado no Tableau 5.

Tabela 17 - Tableau 5
/aqui/ *[+posterior] *[+anterior] Max-IO IDENT-T

a. aqui *!

☞ b. a[tʃ]i *

55
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

c. ai *!

/passear/

a. passear *!

☞ b. pa[ʃ]ear *

c. paear *!

Em resumo, os tableaux aqui propostos tiveram como intuito evidenciar


que, à luz da TO, processos fonológicos distintos podem ser agrupados em
hierarquias idênticas caso tenham o mesmo propósito. É preciso ressaltar que,
conforme exposto na seção 2.2 (Teoria da Otimalidade), a TO prevê que ao
longo da aquisição, antes de se estabilizar, a ordem das restrições na gramática
do aprendiz está em constante movimento. Nesse sentido, seria possível
elaborar uma hierarquia distinta para cada um dos quatros estágios analisados,
explicitando as alterações na ordem das restrições rumo à hierarquia adulta.
Essa tarefa, todavia, não faz parte do escopo deste trabalho, que tem como
intuito investigar e modelar apenas as formas infantis cuja pronúncia
divergisse da adulta, e não investigar e modelar todo o trajeto de aquisição dos
falantes. A fim de se ter uma imagem precisa de cada um dos estágios de sua
aquisição, seria necessário dispor tanto de dados cuja realização diferisse da
adulta quanto de dados em que os mesmos desvios tivessem sido “corrigidos”;
desse modo, seria possível ter alguma noção do momento em que as restrições
que determinam a produção de dada forma atingiram a posição que têm na
gramática adulta. É interessante observar que, ainda que esse registro houvesse
sido feito, não seria possível ter absoluta certeza sobre a idade exata em que
determinada restrição atingiu a posição correspondente à da gramática adulta,
uma vez que, como já foi discutido, quando se trabalha com dados
espontâneos, não encontrar determinada construção na fala dos sujeitos
investigados não permite afirmar que ela esteja ausente de sua fala, pois é
possível que apenas não tenha sido produzida no momento da gravação. Para
contornar esse problema, seria necessário recorrer à metodologia experimental.

5. CONCLUSÃO

Neste trabalho, buscou-se analisar a aquisição fonológica do PB por um


casal de gêmeos, R. e A., a partir da investigação de quatro estágios de seu
desenvolvimento. Para tanto, os dados foram interpretados à luz de duas
abordagens: o quadro dos processos fonológicos, conforme apresentado por
Othero (2005), e a Teoria da Otimalidade, com referências ao trabalho de
Matzenauer (2003). A descrição de dados de aquisição com base em processos

56
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

fonológicos conduz a uma categorização específica dos fenômenos: processos


que visam a um resultado semelhante são classificados como operações
diferentes. Por outro lado, ao modelar os mesmos dados com base na TO,
processos distintos podem ser agrupados sob uma mesma hierarquia de
restrições. Isso decorre do caráter derivacional de abordagens baseadas em
processos fonológicos, em oposição ao caráter representacional da TO. Em
uma abordagem derivacional, a forma derivada é resultado da atuação em série
de um conjunto de regras, de modo que o output da aplicação de cada uma
serve como input para a próxima. Em uma abordagem representacional, por
outro lado, as restrições atuam de forma paralela na determinação do candidato
que melhor realiza o input, de tal modo que mais de um fenômeno fonológico
pode ser analisado no mesmo tableau.
Neste trabalho, em especial na seção 4.1 (Descrição à luz de processos
fonológicos), observa-se que ambos os gêmeos apresentam um ritmo de
desenvolvimento linguístico relativamente semelhante. Essa semelhança é
observada, por exemplo, nos dados relativos à idade de 4 anos e 6 meses, na
qual ambos exibiram diversos dados de posteriorização — processo não
esperado para crianças nessa faixa etária segundo Othero (2005) —, o que é
possivelmente explicado pela constante interação de um gêmeo com o outro, o
que teria feito com que o fenômeno se mantivesse em sua fala por mais tempo.
A coleta de dados não mais esperados nessa faixa etária, além disso, pode ser
indício de um ritmo mais lento no processo de aquisição dos gêmeos em
relação a crianças não gêmeas, observação que, conforme anteriormente
exposto, está documentada na literatura (Luria e Yudovitch, 1985; Zazzo,
1978; Rutter et al., 2003; Rice et al., 2014). Em compensação, não se pode
descartar a possibilidade de que esse seja um caso de variação no tempo de
aquisição que escapa às amostras consideradas em Othero (2005).
A presente pesquisa teve como proposta investigar dados de fala
espontânea referentes a quatro estágios do desenvolvimento linguístico de R. e
A. A fim de analisar mais a fundo o processo de aquisição desses falantes e
poder, consequentemente, descrever sua gramática em cada estágio com maior
precisão, seria necessário estender a investigação aqui iniciada pela análise de
uma maior quantidade de dados, provenientes inclusive de outros estágios de
aquisição e também de um maior número de sujeitos, bem como recorrer à
metodologia experimental.

REFERÊNCIAS
BOERSMA, P.; HAYES, B. (2001). “Empirical Tests of the Gradual Learning Algorithm”.
Linguistic Inquiry, vol. 32, p. 45-86.
CHOMSKY, N. (1986). Knowledge of language: Its nature, origin, and use. New York, NY:
Praeger.
DE LACY, P. (1999). Morphological haplology and correspondence. In: DE LACY, P.; NOWAK,
A. (eds.) University of Massachusetts Occasional Papers: Papers from the 25th Reunion,
Amherst, MA, GLSA.

57
Língua, Literatura e Ensino, Outubro/2023 – Vol. XVI

GONÇALVES, G. F.; BRUM-DE-PAULA, M. R. (2012). “Aquisição da linguagem e harmonia


vocálica: uma análise via Teoria da Otimidade”. Letras & Letras, vol. 28, n. 1.
GROLLA, E.; FIGUEIREDO SILVA, M. C. (2014). Metodologias utilizadas em estudos em
Aquisição da Linguagem. In __. Para conhecer Aquisição da Linguagem, Contexto, SP, p.
93-125.
KAIL, M. (2013). Aquisição de linguagem, Parábola Editorial, SP.
LURIA, A. R .; YUDOVICH, F. L. (1985). Linguagem e desenvolvimento intelectual na criança,
Artes Médicas, Porto Alegre, RS.
MacWHINNEY, B. (2000). The CHILDES Project: Tools for Analyzing Talk. 3rd Edition,
Lawrence Erlbaum Associates, Mahwah, NJ.
MATZENAUER, C. H. (2003). Aquisição da Fonologia e Teoria da Otimalidade, Educat - Editora
da Universidade Católica de Pelotas, RS.
MATZENAUER, C. L. B.; AZEVEDO, R. Q. (2017). “ReVEL na escola: fonologia em teoria da
otimidade”. ReVEL, vol. 15, n. 28.
McCARTHY, J.; PRINCE, A. (1993). Prosodic Morphology I: constraint interaction and
satisfaction, Ms. University of Massachusetts, Amherst, and Rutgers University, New
Brunswick, NJ.
OTHERO, G. Á. (2005). “Processos fonológicos na aquisição da linguagem pela criança”. ReVEL,
vol. 3, n. 5.
PRINCE, A.; SMOLENSKY, P. (1993). Optimality Theory: Constraint Interaction and Generative
Grammar. Report n. RuCCS-TR-2, Rutgers University Center for Cognitive Science, MIT
Press, Cambridge, MA.
RICE, M. L. et al. (2014). “Late Language Emergence in 24-Month-Old Twins: Heritable and
Increased Risk for Late Language Emergence in Twins”. Journal of Speech Language and
Hearing Research, University of Kansas, vol. 57, n. 3, p. 1-12.
RUTTER, M. et al. (2003). “Twins as a natural experiment to study the causes of mild language
delay: I: Design; Twin-singleton differences in language, and obstetric risks”. Journal of
Child Psychology and Psychiatry, vol. 44, n. 3, p. 326-341.
SANTOS, R. S. (2008). “Adquirindo a fonologia de uma língua: produção, percepção e
representação fonológica”. Alfa, São Paulo, vol. 52, n. 2, p. 465-481.
TOMASELLO, M. (2003). Constructing a Language: A Usage-Based Theory of Language
Acquisition, Harvard University Press, Cambridge, MA.
ZAZZO, R. (1978). “Genesis and peculiarities of the personality of twins”. Twin Research:
Psychology and Methodology, New York, p. 1-11.

58

Você também pode gostar