Revista-Tecnica-IBAPE-RS-2024 Excelente Cana
Revista-Tecnica-IBAPE-RS-2024 Excelente Cana
Revista-Tecnica-IBAPE-RS-2024 Excelente Cana
Palavra da Mensagem
Presidente CREA-RS
Estamos entrando no segundo ano de Não é nenhum exagero afirmar que a engenharia
gestão do IBAPE RS, e durante esses é uma ciência onipresente. Movida pela incessante
meses em que eu tive o privilégio de busca por soluções criativas e eficientes, ela tem im-
estar a frente do instituto, posso afir- pulsionado o avanço tecnológico em todas as áreas.
mar que ganhei mais do que qualquer Desde o ambiente rural até o urbano com seus arra-
outro associado, pois meu aprendizado nha-céus que tocam as nuvens das cidades. No en-
foi muito grande. Presidir um instituto tanto, atrás dessas estruturas, onde a verticalização
com tantos anos de formação e com tan- é uma tendência, reside um aspecto muitas vezes
tos profissionais renomados associa- negligenciado: a importância da perícia e da inspe-
dos, me fez conhecer mais das pessoas, ção predial para a segurança pública.
ter mais contato com os conselhos de Tanto a perícia quanto a inspeção predial visam ga-
classe, saber mais das necessidades dos rantir que as edificações estejam em conformidade
profissionais das áreas das avaliações com as normas técnicas e o retrospecto é animador.
e das perícias e assim, poder trabalhar Dados recentes apontam que o número de ocorrên-
para ter um IBAPE RS cada vez melhor. cias relacionadas a problemas estruturais reduziu
Além disso, carrego sempre o orgulho em prédios que passaram por inspeções regulares.
de ser associada do IBAPE RS e fazer Além disso, a inovação está acompanhando este
parte dessa família. A troca de experi- panorama. A adoção de drones, sensores remotos,
ências com os colegas de profissão é realidade aumentada e outras ferramentas está pro-
sempre muito valiosa, isso sem contar porcionando uma coleta de dados mais precisa e
os momentos de reuniões quando nos eficiente, facilitando a análise minuciosa das condi-
encontramos com os IBAPEs dos outros ções das estruturas.
estados em congressos e seminários, Nesse contexto, o CREA-RS trabalha em parceria
sempre gratificante. com o IBAPE-RS para estabelecer padrões e diretri-
No ano de 2023 tivemos o grande de- zes que norteiam a prática da engenharia, promo-
safio de lançar a primeira revista téc- vendo a qualidade e a segurança das construções,
nica. Acompanhada desta publicação, além de capacitar e certificar profissionais especia-
fizemos dois grandes eventos que con- lizados em perícias prediais, garantindo a excelên-
tribuíram para o desenvolvimento do cia e ética na prestação desses serviços.
conhecimento da nossa área de atuação Em 2022, nossa gestão efetivou um dos primeiros
– o I Simpósio de Inspeção Predial, e o movimentos. Apenas 13 das 497 cidades gaúchas
III Seminário Nacional Agro Ambiental. possuíam uma Lei de Inspeção Predial. No entanto,
Ambos ocorridos em Porto Alegre e com desde o início, nossa meta era expandir essa atua-
a participação de colegas e profissionais ção. Por isso, em março de 2023, firmamos um acor-
de todo o país. do inédito com a Federação das Associações de Mu-
Para este ano de 2024 seguimos com o nicípios do RS (Famurs). Em 2024, renovamos esse
desafio de lançar a Revista Técnica na compromisso, com o mesmo empenho em promo-
sua 2ª edição, e assim, criarmos a cul- ver a implementação da legislação que regulamenta
tura de termos anualmente publicações as inspeções preventivas e corretivas de edificações.
técnicas de qualidade, sempre com o in- Reconhecemos os desafios que enfrentamos e en-
tuito de difundir a engenharia legal e de tendemos que esta implementação requer não ape-
avaliações. nas recursos financeiros, mas também um esforço
Agradeço aos colaboradores que ora coordenado entre autoridades governamentais, pro-
têm seus artigos publicados. Agradeço fissionais da construção civil e comunidades locais.
aos nossos patrocinadores que acredi- Por isso, seguiremos comprometidos em fornecer o
tam e valorizam as nossas profissões e suporte necessário para superar esses obstáculos e
tornam esse projeto realidade. garantir que a segurança das edificações seja uma
Grande abraço e ótima leitura! prioridade em todas as esferas da sociedade.
3
Mensagem Mensagem
do CAU da MÚTUA
Na pessoa da presidente Engenheira Civil Patrí- A MÚTUA, Caixa de Assistência dos Profissionais do
cia Bertotto, saudamos mais esta edição da re- sistema Confea/Crea, é uma sociedade civil sem fins
vista do IBAPE. lucrativos criada pelo Conselho Federal de Engenha-
ria e Agronomia (Confea), pela Lei 6.496 de 7 de de-
O CAU/RS está no seu 12º ano de efetivo funcio- zembro de 1977.
namento, esta é a quinta gestão, e tenho a honra
de ser a primeira mulher a desempenhar o cargo Um dos objetivos da MÚTUA é oferecer a seus asso-
de presidente. Como é sabido, temos como dever ciados planos de benefícios sociais, previdenciários
a fiscalização profissional, mas também temos, e assistenciais, apoiando os profissionais. Nossa ins-
como Autarquia Federal, a responsabilidade de tituição tem como missão atuar como entidade as-
atuar em defesa do interesse público em geral. sistencial do Sistema Confea/Crea/Mútua, prestan-
do serviços, oferecendo benefícios e desenvolvendo
O IBAPE representa uma atividade profissional ações que propiciem melhor qualidade de vida aos
de fundamental interesse público. Perícias, es- mutualistas.
pecialmente as judiciais, são a forma de mostrar
aos envolvidos o real valor de suas demandas, Uma das atividades da MÚTUA é o oferecimento de
informação essencial para a proteção de seus assistência financeira por meio de linhas de crédito
interesses e para a solução de conflitos daí de- exclusivas para os profissionais, em diversas moda-
correntes. lidades. Tais ações permitem que os profissionais te-
nham acesso a recursos para investir em suas carrei-
A qualificação da atividade pericial é fundamen- ras, adquirir equipamentos especializados ou com
tal, e tanto CAU/RS quanto IBAPE precisam atuar utilidade para a promoção de sua profissão, financiar
nesse sentido. É necessário combater a vulgari- projetos ou aprimoramentos técnicos, sem burocra-
zação da atividade do perito, em todos os níveis. cia e com condições especiais para os mutualistas.
Dois prédios de mesmo tamanho e na mesma
situação geográfica podem ter um padrão cons- Além disto, a MÚTUA fomenta ações de capacitação
trutivo melhor ou pior, uma perspectiva de vida e aperfeiçoamento profissional, tanto no âmbito de
útil maior ou menor, e isso necessita estar pre- profissionais como das Entidades de Classe por meio
sente numa avalição que possa ser chamada por do Programa “Divulga MÚTUA”. Este programa tam-
esse nome. bém auxilia Entidades de Classe ainda sem registro
no Confea/Crea a desenvolverem ações e promove-
Somente o perito avaliador pode dar seguran- rem o bem coletivo.
ça efetiva às transações que envolvem imóveis,
pois é o seu olhar técnico que permite verificar A MÚTUA é uma importante aliada dos profissionais
se um imóvel realmente vale o valor que lhe é do sistema que atuam na área de avaliação e perícias,
atribuído, que a qualidade da construção é pro- oferecendo benefícios que variam desde o apoio fi-
porcional ao valor e que tem como corresponder nanceiro para capacitações, passando por planos de
à garantia que é exigida por lei. saúde e previdência privada. Essas atividades em
parceria com o IBAPE RS e seus associados
Aproveitamos o espaço para colocar o CAUR/RS
à disposição para tratar não apenas os proble- contribuem para o desenvolvimento contínuo dos
mas em comum, mas também para propor alter- profissionais, mantendo-os atualizados em relação
nativas criativas e inovadoras para os profissio- às melhores práticas, novas tecnologias e tendências
nais que agregamos. de mercado.
Propomos de início uma ação conjunta, na área Ao associar-se à MÚTUA, os profissionais recebem
judicial, para associar RESPONSABILIDADE aporte imediato no plano de previdência privada e
TÉCNICA e INTERESSE PÚBLICO no trato desta acesso aos benefícios disponíveis que sejam livres de
matéria. Uma ação institucional junto aos tribu- carência. Também ganham acesso às salas e auditó-
nais pode ser um bom primeiro passo. Tenham rio da sede da MÚTUA, localizada na Rua Dom Pedro
no CAU/RS um aliado! II, 864, Porto Alegre.
68 Entrevista
Com Fernando Petersen Junior
ARTIGO TÉCNICO
PALAVRAS-CHAVE AUTOR
Engenharia Legal, Marcelo Suarez Saldanha
Inspeção Estrutural Engenheiro Civil
Porto Alegre/RS
1. ANAMNESE DO ACIDENTE: [email protected]
2. DIAGNÓSTICO ESTRUTURAL:
O diagnóstico do quadro patológico estrutural está Detalhamento
condicionado à abrangência das investigações, à do Projeto
Estrutural
confiabilidade e adequação das informações obti-
Viga de
das, à qualidade das análises técnicas efetuadas e Contorno
ao menor grau de subjetividade inserida nos tra-
balhos, configurando esta etapa como inspeção da
obra.
Das análises efetuadas, foi considerado, prelimi- mado, constituída por uma laje maciça retangular
narmente, o que segue: com 10 cm de espessura, com balanço projetado
para frente, sobre o passeio, e apoiada nas extre-
• Descontinuidade do concreto da viga D (en- midades por vigas de concreto, perfazendo o con-
gaste), apresentando falta de estabilidade da torno de toda a sua borda perimetral.
armadura longitudinal;
• A retirada do escoramento no extremo livre A marquise sinistrada mede 7,90m de compri-
(borda) transformou os apoios em engastes mento, com uma largura de 2,00m sobre o passeio,
livres de forma abrupta, causando o pico do sendo sustentada pelas vigas laterais A (V104) e
carregamento; B (V119), e ancoragem na viga de engaste D (V91)
• A ancoragem negativa entrou em solicitação que se apoiava nos pilares (P58) e (P60).
de carga antes da idade de atingir a resistência
de carga do concreto;
• O comprimento de ancoragem das barras in-
termediárias da armadura superior das vigas
laterais A e B era insuficiente para a aderência
do concreto no momento da retirada do esco-
ramento;
Vista da Seção da Viga de Contorno
Planta de
ferragens
Laje da 5. INSPEÇÃO ESTRUTURAL:
marquise
(sem data) Da inspeção estrutural, informações técnicas da
marquise sinistrada, análise de documentos e re-
gistros fotográficos e entrevistas realizadas junto
aos engenheiros civis, projetista, calculista e res-
Planta de ponsável técnico pela execução da obra, consta-
ferragens
tamos que os responsáveis técnicos da obra não
Laje da
fizeram a conferência das ferragens e fôrmas da
marquise
(sem data) marquise.
5.3. Reescoramento:
É prática na desforma de obras de concreto provi-
denciar o reescoramento de lajes, devido a possí-
veis sobrecargas de execução.
Após a concretagem, inicia-se o processo de en-
durecimento do concreto, onde as peças atingem Vistas da falta de armadura negativa e da
a condição de serem autoportantes (em média 72 ancoragem insuficiente da viga lateral
7. Recomendações:
Nas lajes em balanço sem continuidade, a arma-
dura negativa deve ficar ancorada na viga: é o caso Em princípio, o engenheiro civil formado atual-
das pequenas marquises de proteção. Deve-se mente nas universidades brasileiras não possui
destacar a necessidade de dimensionar a viga à capacitação adequada para atuar na área da enge-
torção. nharia legal. Este campo da engenharia civil tem
sido tratado como uma especialidade profissional
na abordagem do ferramental de anamnese, das
análises de projeto e da inspeção estrutural.
BIBLIOGRAFIA
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 6118, NBR 6120, NBR 12655, NBR 14931, NBR 15696 e NBR
16230;
ANDRIOLO, Francisco R., Construções de Concreto, Ed. PINI-SP, 1984;
CANOVAS, M. F., Patologia e Terapia do Concreto Armado, Ed. PINI-SP, 1988;
CASCUDO, Oswaldo e CARASEK, Helena, Durabilidade do Concreto, Ed. IBRACON, 2014;
DUETSCH, Simone F., Perícias de Engenharia A apuração dos Fatos, Ed. LEUD, 2016;
GOMIDE Tito L. F., Inspeção Predial Total, Ed. PINI-SP, 2ª Edição, 2014;
HELENE, Paulo R. L. Corrosão em Armaduras para Concreto Armado, Ed. PINI-SP, 1986;
INSTITUTO DE ENGENHARIA-SP, Diretrizes Técnicas de Engenharia Diagnóstica em Edificações, Ed. LEUD-SP, 2016;
ISAIA, Geraldo C. – Concreto: Ciência e Tecnologia, Ed. IBRACON, 2011;
IPT-DIVISÃO DE EDIFICAÇÕES, Tecnologia de Edificações, Ed. Pini-SP, 1988.
PALAVRAS-CHAVE AUTOR
Irregularidades na medição, TOI, Jéferson Matheus de Oliveira
medidor de energia, furto de energia Engenheiro Eletricista
São Leopoldo/RS
RESUMO [email protected]
Figura 1
Perdas Não Técnicas sobre BT
Fonte: ANEEL (2022b)
Regulatória Real
17,0%
16,2% 16,2% 16,2% 16,6%
15,2% 15,3% 15,1%
14,8% 14,7% 14,7% 14,6%
14,7% 14,3% 13,9% 14,0%
13,7% 13,8%
12,7%
11,7%
11,3% 11,2% 10,9%
10,7% 10,7% 10,6% 10,6% 10,8% 10,6% 10,7%
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Segundo Fonseca e Lineu (2012), muitas distri- dem ser repassados às tarifas, são custeadas pelas
buidoras apresentam níveis de perdas acima dos empresas, impactando sua receita operacional.
limites permitidos, ou seja, passíveis de serem
reconhecidos e admitidos na composição das ta- Somente no ano de 2022 a Amazonas Energia teve
rifas. As “sobras de perdas”, cujos valores não po- 69,33 % de perda regulatória e 119,46 % de perda
Figura 2
Arame trancando o disco do medidor Figura 3
Fonte: Autor Pontes de potencial retiradas internamente
Fonte: Autor
Figura 4 Figura 5
Registrador ciclométrico manipulado Condutores cortados internamente
Fonte: Autor em medidor eletrônico
Fonte: Autor
Figura 6
Ponte ( jumper) entre bornes de
linha e de carga da fase do medidor
Fonte: Autor
BIBLIOGRAFIA
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Perdas de energia. Brasília, DF, 2022a. Disponível em: https://
www.gov.br/aneel/pt-br/assuntos/distribuicao/perdas-de-energia. Acesso em: 28 fev. 2024.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Relatório de Perdas de energia. Brasília, DF, 2022b. Disponí-
vel em: https://portalrelatorios.aneel.gov.br/luznatarifa/perdasenergias. Acesso em: 02 mar. 2024.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Resolução Normativa nº 1000, de 7 de dezembro de 2021.
Brasília, DF, 2021. Disponível em: https://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren20211000.html. Acesso em: 07 mar. 2023.
FONSECA, Joazir Nunes; REIS, Lineu Belico dos. Empresas de distribuição de energia elétrica no Brasil: temas rele-
vantes para a gestão. Rio de Janeiro: Synergia, 2012.
KAGAN, Nelson; OLIVEIRA, Carlos César Barioni de; ROBBA, Ernesto João. Introdução aos sistemas de distribuição
de energia elétrica. São Paulo: Edgard Blücher, 2008.
MAIA, Sérgio. Perícia em furto de energia elétrica: da inspeção administrativa ao exame pericial. 2. ed. Campinas:
Millennium, 2023.
RANGEL JÚNIOR, Estellito et al. Resolução 1000 ANEEL: abordagem inicial. Rio de Janeiro: Ecthos, 2022.
ROCHA, Fábio Amorim da. As irregularidades no consumo de energia elétrica: doutrina, jurisprudência, legisla-
ção. Rio de Janeiro: Synergia, 2011.
PALAVRAS-CHAVE AUTORA
Inspeção Predial, Incêndio Fernanda Pinheiro
Arquiteta e Especialista em Segurança
Contra Incêndio
1. INTRODUÇÃO Porto Alegre/RS
fernanda@fernandapinheroarquiteta.
A atividade de inspeção predial estabelecida na
NBR 16747 tem por objetivo constatar o estado de
com.br
conservação e funcionamento da edificação, seus
sistemas e subsistemas, de forma a permitir um
acompanhamento do comportamento em uso ao e funcionalidade da edificação e de seus sistemas
longo da vida útil, para que sejam mantidas as e subsistemas construtivos, de forma sistêmica e
condições mínimas necessárias à segurança, ha- predominantemente sensorial considerando os
bitabilidade e durabilidade da edificação. requisitos dos usuários.
A inspeção predial deve levar em conta a interde- A avaliação consiste na constatação da situação da
pendência e as exigências da Regulamentação de edificação quanto à sua capacidade de atender à
Proteção Contra Incêndio aplicável a cada situa- suas funções, com registro das anomalias, falhas
ção. Portanto, a inspeção predial deve considerar de manutenção, uso e operação e manifestações
não apenas aspectos pontuais relacionadas aos patológicas identificadas nos diversos componen-
diferentes sistemas de proteção, mas também que tes de uma edificação.
estes funcionam como um sistema de componen-
tes em série, onde a falha de um pode comprome- A Inspeção Predial Especializada visa avaliar as
ter o desempenho do sistema como um todo. condições técnicas, de uso, operação, manuten-
ção e funcionalidade de um sistema ou subsiste-
A totalidade dos sistemas de proteção contra in- ma específico, normalmente desencadeado pela
cêndio que devem ser inspecionados deve incor- inspeção predial, de forma a complementar ou
porar os sistemas recomendados na Regulamen- aprofundar o diagnóstico.
tação do Corpo de Bombeiros do respectivo Estado
em que a edificação está localizada, para cada si-
tuação de risco em que está enquadrada. 3. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DE
INSPEÇÃO
2. INSPEÇÃO PREDIAL O desenvolvimento das etapas deve ser planejado
conforme o tipo da edificação, consideradas suas
A inspeção predial visa auxiliar na gestão da edi- características construtivas, idade das instalações
ficação e, quando realizada com periodicidade re- e da construção e vida útil prevista, exposição am-
gular, contribui com a mitigação de riscos técnicos biental da edificação, agentes de degradação e ex-
e econômicos associados à perda do desempenho. pectativa sobre o comportamento em uso.
A atividade de inspeção predial estabelecida na As vistorias podem ser realizadas por equipe mul-
NBR 16747 tem por objetivo constatar o estado de tidisciplinar, conforme a complexidade e/ou espe-
conservação e funcionamento da edificação, seus cificidade das instalações existentes na construção.
sistemas e subsistemas, de forma a permitir um
acompanhamento sistêmico do comportamento
em uso ao longo da vida útil, para que sejam man- 4. ABNT/CEE 249
tidas as condições mínimas necessárias à segu-
A Comissão Especial de Estudos – CEE, está desen-
rança, habitabilidade e durabilidade da edificação.
volvendo parte que especifica os requisitos para a
Inspeção predial é o processo de avaliação das Inspeção de Sistemas De Proteção Contra Incên-
condições técnicas, de uso, operação, manutenção dio, que é parte integrante da avaliação global da
Quando se detecta por meio da inspeção predial a fa- Essa relação deve ser ajustada e complementa-
lha de um dos sistemas de proteção, é recomendável da pelo profissional responsável pela avaliação
que seja realizada a inspeção predial especializada de acordo com a complexidade técnica, idade e
de todas elas, com ênfase na avaliação dessa inter- as condições de exposição ambientais das ins-
dependência e do cumprimento da Regulamentação. talações existentes na edificação, como também
quanto às exigências legais específicas de cada
A totalidade dos sistemas de proteção contra in- localidade.
cêndio a serem inspecionados deve incorporar os
sistemas recomendados na Regulamentação do Estes documentos devem ser analisados e compo-
Corpo de Bombeiros do respectivo Estado em que rão a metodologia da Inspeção Predial juntamente
a edificação está localizada, para cada situação com documentos relativos a outros sistemas da edi-
de risco em que está enquadrada. Considerando ficação, considerando outras Partes desta Norma.
que a regulamentação propõe recomendações
mínimas a serem atendidas, pode existir edifica- A relação dos documentação que deve ser solici-
ções dotadas de sistemas adicionais que no todo tada no início das atividades de inspeção predial
da abordagem tem importância equivalente aos considerar são divididas em três categorias:
sistemas obrigatórios. Deste modo, esses sistemas a) documentos técnicos;
também devem ser objeto da inspeção predial. b) documentos administrativos;
Caso a edificação não apresente sistemas que são
c) documentos de manutenção.
obrigatórios, a inspeção predial de segurança con-
tra incêndio deverá destacar essa questão como
uma falha grave que compromete definitivamente Os documentos solicitados podem não ser disponi-
a segurança contra incêndio da edificação. bilizados na sua totalidade para a inspeção predial.
Nessas circunstâncias as regras definidas na ABNT
De qualquer forma, esta situação é complexa e NBR 16747-1 devem ser consideradas para se de-
está submetida aos processos evolutivos de segu- finir a possibilidade de realizar a inspeção predial.
BIBLIOGRAFIA
ABNT NBR 16747 - INSPEÇÃO PREDIAL: Diretrizes, Conceitos, Terminologias e Procedimentos
ABNT/CEE 249 - Projeto de Revisão foi elaborado pelo Grupo de Trabalho de Inspeção Predial – Seguran-
ça contra Incêndio (CEE-249-GT 04) do Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (ABNT/CB-024)
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul
PALAVRAS-CHAVE AUTOR
Intangível, Obra de arte, Pintores Radegaz Nasser Junior
Engenheiro Civil
1. INTRODUÇÃO Vitória/ES
1.1. Justificativa da investigação e [email protected]
fontes utilizadas
Neste artigo, será realizado um estudo sobre Vi- Entre as suas principais obras estão: Mulher com
cente do Rego Monteiro, desde uma pesquisa de Galinha (1925), Deposição (1924) e O Artesão (s/d).
mercado sobre a compra e venda de suas obras em A Semana de Arte Moderna de 1922, foi um evento
casas de leilões e posterior análise pelo Método que reuniu artistas dos mais variados segmentos da
Comparativo de Dados de Mercado (MCDM) com arte como: escritores, pintores, escultores, músicos
auxílio da técnica de inferência estatística para e arquitetos, oficializando o modernismo no Brasil.
determinar e encontrar uma modelo que forneça
com precisão especificada, a variação do valor das Esses artistas reuniram suas obras em 1922 en-
obras de arte do autor em análise, permitindo que tre os dias 11 e 18 de fevereiro em São Paulo, para
uma exposição ao público do que de mais novo rães Villa-Lobos, Guiomar Novaes, Ernani
havia no universo da arte no Teatro Municipal de Braga Paulina de Ambrósio, Alfredo Gomes,
São Paulo, no saguão do teatro se instalou uma Fructuoso Vianna.
exposição de obras de pintura e escultura que es-
candalizaram o público brasileiro que não estava
acostumado com a nova proposta estética de arte 1.3. Conteúdo da investigação
do século XX. A partir da conceituação do mercado de arte, pas-
Dentre os principais artistas que participaram da sa-se a destacar os seus elementos mais signifi-
semana de Arte Moderna de 1922, destacam-se: cativos analisando-se o rol que desempenham os
distintos agentes desse mercado na fixação das
. Escritores: Mario de Andrade, Oswald de cotizações das obras de arte, assim como a apre-
Andrade, Menotti del Picchia, Guilherme de ciação subjetiva das ditas avaliações.
Almeida, Graça Aranha, Ronald de Carvalho,
Plínio Salgado, Álvaro Moreya, Elysio de Car- Atualmente as obras de arte têm alcançado altos
valho, Luiz Aranha, Ribeiro Couto, Tacito de valores, porque os colecionadores não veem ape-
Almeida, Agenor Barbosa, Afonso Schmidt, nas a estética, mas também as veem como formas
Sérgio Milliet. de investimento rentável e seguro. O investimen-
. Pintores: Emiliano Di Cavalcanti, Anita Mal- to em obras de arte é uma maneira de se proteger
fatti, Zaina Aita, Ferrignac, Yan de Almeida em tempos de câmbio flutuante, além de ser uma
Prado, John Graz, Vicente do Rego Monteiro, proteção patrimonial e ter a vantagem de ficar em
Antônio Paim Vieira. poder do proprietário.
. Escultores: Victor Brecheret, Hildegardo Leão Consultando um site especializado em obras de
Velloso, Haarberg. arte, observa-se situações em todo o mundo, atra-
. Arquitetos: George Przyrembel, Antônio Moya vés de gráficos apresentados como a seguir:
. Músicos: Heitor Villa-Lobos, Lucília Guima-
$ 15.000.000.000
$ 10.000.000.000
$ 5.000.000.000
H1 H2
60%
UK
22%
40%
20%
China
24%
Fonte: Site Art&price 0%
(www.arteprice.com) (2023) 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Análise da variância:
Correlações Parciais:
Correlações parciais para Area total Isoladas Influência Correlações parciais Isoladas Influência
para Tipo de Negócio
Tipo de Negócio -0.09 0.28
Data do evento -0.40 0.25
Data do evento 0.20 0.16
Técnica -0.08 0.24
Técnica 0.02 0.67
Valor total -0.31 0.33
Valor total 0.71 0.85
Correlações parciais para Data do evento Isoladas Influência Correlações parciais Isoladas Influência
para Data do evento
Técnica 0.12 0.17
Valor total 0.55 0.79
Valor total 0.38 0.28
Dados do modelo: 73
Gráfico de Resíduos - Regressão Linear Dados utilizados: 57
Variáveis do modelo: 5
Variáveis utilizadas: 5
Regressão Estimativa
Coef. de correlação 0,919190295 0,919190295
Coef. de determinação 0,844910798 0,844910798
Desvio padrão 21401,48276 21401,48276
Análise da Variância
Fonte de Variação Soma dos Graus de Quadrado F calculado
Explicada 1,2975E+11 4 3,244E+10 70,82272816
Não explicada 2,3817E+10 52 458023464
Total 1,5357E+11 56
Pesquisa
Título da Obra Local do Leilão Area total Tipo de Negócio Data do evento Técnica Valor total
Livro Aberto Bolsa de Arte do Rio de Janeiro 1.748,00 1 1 1 38.850,00
Natureza Morta Bolsa de Arte do Rio de Janeiro 1.748,00 1 2 1 76.650,00
Saltimbancos Bolsa de Arte do Rio de Janeiro 6.480,00 1 2 0 32.550,00
Duas Figuras Bolsa de Arte do Rio de Janeiro 10.580,00 1 5 1 157.500,00
Natureza Morta Bolsa de Arte do Rio de Janeiro 871,00 1 5 1 40.000,00
Vaso e Cavaquinho Leilão Soraia Cal 1.870,00 1 5 1 57.000,00
Paisagem Bolsa de Arte do Rio de Janeiro 3.050,00 1 7 0 17.000,00
Objetos e Frutas Leilão Soraia Cal 1.038,70 1 9 1 65.000,00
Mulher e Animal Leilão Reno 3.942,00 1 9 0 17.500,00
Mulher com Cavalo Leilão James Lisbo 3.250,00 0 10 0 50.000,00
O Lavrador Leilão Palácio dos Leil 8.239,00 0 11 1 150.000,00
Atraçã Leilão Vitor Brag 4.389,00 0 11 0 22.000,00
Cristo e Discípulo Leilão Soraia Cal 4.374,00 0 11 1 90.000,00
Figuras Femininas Leilão James Lisbo 9.720,00 0 11 1 180.000,00
Figura Sentada Leilão Bolsa de Arte 9.373,00 1 11 1 132.000,00
Carregador Leilão Soraia Cal 3.808,00 0 12 0 27.000,00
Vaso de Flores Leilão James Lisbo 1.786,00 0 12 1 300.000,00
Operário Leilão Reno 5.084,00 1 13 1 135.000,00
Figura com Bezerro Leilão Pro Art 3.996,00 1 13 0 38.000,00
Irmã Clariss Leilão Soraia Cal 926,49 0 13 1 90.000,00
Wilma Leilão James Lisbo 456,00 0 13 1 40.000,00
Dida Leilão James Lisbo 567,00 0 13 1 40.000,00
Maria - Auxilium Leilão Bolsa de Arte 5.520,00 0 13 1 150.000,00
Christianorum, Ora Pro Nobis
Sem Título Leilão Pro Art 11.224,00 0 14 1 120.000,00
Violon D'Ingres Leilão das Galerias 4.080,00 0 14 1 148.000,00
Sem Título Palácio dos Leilõ 10.614,00 0 14 1 180.000,00
Amassando Uvas para Vinho Leilão Soraia Ca 4.486,75 0 14 1 120.000,00
Duelo Leilão Dagmar Saboya 6.720,00 1 14 1 121.000,00
Figura Feminina Leilão Casa Amarel 808,50 1 14 1 44.000,00
Mulher e Peixes Leilão James Lisbo 3.250,00 1 15 0 50.000,00
Composição com Figu Leilão CIA Paulist 4.240,00 0 15 1 120.000,00
Apóstolos Paulo e Sila Leilão TN 12.060,00 0 15 0 130.000,00
ndio Leilão James Lisbo 1.064,00 0 15 0 25.000,00
Rosto de Mulher Leilão Arte Maio 525,00 1 15 1 40.000,00
Duas Figuras Leilão TN 8.100,00 0 16 1 160.000,00
Calceiro Leilão TN 4.312,00 0 16 0 35.000,00
A Reza Leilão James Lisbo 8.000,00 0 16 1 120.000,00
Mulher com Violino Leilão James Lisbo 2.530,00 0 16 1 100.000,00
Menino e Ovelha Leilão James Lisbo 2.530,00 0 16 1 100.000,00
Os quatro mestres do infinito Leilão TN 11.330,00 0 16 0 220.000,00
Madona Leilão Vitor Brag 3.055,00 0 16 1 90.000,00
Aguaceiro Leilão Vitor Brag 3.200,00 0 16 1 78.000,00
Ritual Indígena Leilão Pro Art 1.064,00 0 17 0 18.000,00
Vendedor de Frutas Leilão James Lisbo 5.600,00 0 17 1 125.000,00
Amoladores Leilão Vitor Brag 11.000,00 0 17 0 220.000,00
Figura Egípci Leilão Soraia Cal 3.560,40 1 17 1 110.000,00
Fuga do Egito Leilão TN 14.070,00 0 17 1 3.321.000,00
Mulher com Cachorros Leilão M. Mizrah 16.688,00 0 17 1 190.000,00
A Ceramista Leilão Dutr 3.713,00 0 17 1 150.000,00
Sem Título Leilão M. Mizrah 1.290,00 0 18 0 30.000,00
Café da Manh Leilão Miguel Salle 4.800,00 1 18 1 150.000,00
Flores Leilão Errol Flyn 1.230,00 0 18 1 95.000,00
Trapezistas Leilão Soraia Cal 3.736,70 0 19 1 160.000,00
Guerreiro com Onç Leilão Villa Antic 4.125,00 1 19 1 101.000,00
Flores - Óleo s/ madeir Leilão TN 1.312,00 0 19 1 70.000,00
Chico do Banjo Leilão Aloiso Crav 4.000,00 1 19 1 73.000,00
Sem Título Leilão James Lisbo 10.406,00 1 19 0 120.000,00
Sem Título Leilão Canva 10.086,00 0 20 1 185.000,00
Lavrador Leilão Vitor Brag 10.980,00 0 20 1 190.000,00
A pesca milagrosa Leilão CIA Paulist 5.292,00 0 21 1 160.000,00
Caleidoscópi Leilão TN 11.881,00 0 21 1 160.000,00
Canavial Leilão Blomb 7.000,00 1 22 1 100.000,00
Projeção de valores
Local do Tipo de Data do Valor
Título da Obra Area total Técnica Vr. Médio Vr. Mínimo Vr. Máximo
Leilão Negócio evento total
Apóstolos Paulo e Silas Leilão TNT 12.060,00 0 22 0 0 113.433,65 102.393,64 124.473,65
BIBLIOGRAFIA
BALLESTERO, E (1993), Valoración del arte: funciones de demanda e índices estimativos. IIº Simpósio Italo-Español
sobre Metodologia valorativa, presente y futuro. Universidade Politécnica de Valencia. España.
CABALLER, V (1993), Prospectivas para um proyecto de investigación sobre valoración de obras de arte.. España.
JARQUE, Fietta (1994). Picasso, termómetro del mercado del arte. La Cultura. El País. España.
NBR-14653-2/2011 – Avaliação de imóveis urbanos, e parte 7- Avaliações de bens; Patrimônios históricos e artísticos.
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – Brasil.
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BARRADAS, Ricardo. Avaliação de Obras de Arte. Site Avaliador de Arte – Disponível em: <http://www.avaliadordearte.
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BELMONTE, Ana Vico; GARCÍA, Mª Luisa; YÁBAR, Diana. (200?). Problemática de la tasación: La pintura moderna
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CHAGAS, Letícia. (2018). O mercado de obra de arte como investimento alternativo. 48 f. Dissertação (Bacharelado)
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GONZALEZ, Mª Angeles Alcaide. (2019). Valoración y tasación de obras de arte - Unidad Didáctica 1.- Expertización
de la obra de arte a tasar. 2015. Máster em Ingeniería de la Tasación y Valoración. Universitat Politecnica de València,.
España.
NASSER, Radegaz. (2019). Introdução à Avaliação de Bens Singulares. 3ª Edição. Editora LEUD. São Paulo/SP. Brasil.
PALAVRAS-CHAVE AUTORA
Comparativo. Engenharia Civil. Iarema Alcalde Brasil Biguelini
Programas para cálculo estatístico Engenheira Civil
Palmares do Sul/RS
1. INTRODUÇÃO
[email protected]
O cálculo do valor de um imóvel urbano pode
ser realizado por muitos métodos que estão des- ferência estatística existentes e que estão à dispo-
critos na norma de avaliação de bens da Associa- sição dos profissionais.
ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR
14.653 (2019), na parte 1 - Procedimentos Gerais
e na parte 2 – Imóveis Urbanos. Essa norma reco- 3. METODOLOGIA:
menda que, sempre que possível, deve-se utilizar o Para a elaboração do trabalho, foi utilizada uma
método comparativo direto de dados de mercado. avaliação de um imóvel em que se utilizou o Méto-
No método comparativo de dados de mercado, são do Comparativo de Dados de Mercado e os dados
examinadas várias variáveis que influenciam na foram tratados cientificamente por meio de infe-
formação dos preços de vendas dos imóveis. Exis- rência estatística. Neste método, de acordo com
tem muitos métodos para tratamento e modela- Saldanha (2023),
gem dos dados. Neste trabalho, foi utilizado o trata-
mento por inferência estatística. Com o uso do das a análise através deste método depende, ba-
novas tecnologias, é possível utilizar sistemas com- sicamente, da natureza do bem avaliando, da
putacionais avançados para este tipo de tratamen- finalidade da avaliação e da disponibilidade,
to e chegar a resultados bem próximos à realida- qualidade e quantidade de informações colhi-
de. Entre os sistemas disponíveis, fica a pergunta: das no mercado e do comportamento do mer-
todos apresentam resultados iguais e atendem às cado retratado por meio de modelos que supor-
normas? Essa é a dúvida que muitos profissionais tem racionalmente o conhecimento do valor.
têm. Berrini (1949) apud Schmutz (1941) diz que
O cálculo inferencial foi realizado em três siste-
São tendencias lastimáveis do caráter huma-
mas: Microsoft Excel, R 4.3.2 (The R-project for
no: - acreditar aquilo que prefere acreditar ao
statistical computing) e outro adquirido no mer-
invés daquilo que deveria acreditar, baseado
cado para avaliação de imóveis.
nos tatos; achar errado aquilo que não com-
preende; sobrestimar a importância dos dados O imóvel utilizado neste comparativo é uma re-
favoráveis e subestimar os efeitos contrarias sidência de alvenaria localizada em uma cidade
dos dados desfavoráveis; chegar a conclusões da região metropolitana de Porto Alegre/RS, com
sem devidamente considerar os fundamentos 100,00 metros quadrados, construída sobre um
sobre os quais tais conclusões se baseiam. terreno de 300,00 metros quadrados, com três
dormitórios, padrão normal, bom estado de con-
A técnica mais utilizada quando se deseja estu- servação e idade aparente de 25 anos.
dar o comportamento de uma variável dependen-
te em relação a outras que são responsáveis pela
variabilidade observada nos preços é a análise de 3.1 Levantamento de dados de
regressão (NBR 14.653-2 (2011), Anexo A, item mercado e identificação das
A.1.2). Neste trabalho foram testados alguns siste- variáveis:
mas utilizados pelos profissionais que trabalham
com avaliações de imóveis. O levantamento dos dados foi realizado em setem-
bro de 2023. Nessa parte, é observado o mercado
e feita a coleta de dados e informações que serão
2. OBJETIVO: utilizados no tratamento estatístico. Representa,
portanto, parte mais importante do trabalho.
O objetivo deste trabalho é fazer um comparativo
dos resultados de três sistemas para cálculo de in-
dos discrepantes. Após esse ajuste, o banco de da- 5.2 The R-project for Statistical
dos foi reduzido a 24 casos. Como o objetivo deste Computing (R 4.3.2):
trabalho é comparar os sistemas, a tabela 1 apre-
senta o banco de dados utilizado. É um sistema de programação, que trabalha no am-
biente do Windows, para computação estatística,
gráficos, análise e depuração. Trata-se de um pro-
5. ANÁLISES REALIZADAS: grama muito utilizado entre pesquisadores. Os cál-
culos estatísticos estão apresentados no Anexo B.
5.1 Microsoft Excel:
O Microsoft Excel é um editor de planilhas produ- 5.3 Sistema de cálculo estatístico
zido pela Microsoft para computadores que utili-
zam o sistema operacional Microsoft Windows.
adquirido no mercado:
O sistema aqui exemplificado, com patente brasi-
A variável dependente escolhida foi o Vu, valor
leira, é utilizado principalmente por avaliadores
unitário por metro quadrado. Os cálculos estatís-
de imóveis. Ele também utiliza o Windows como
ticos estão apresentados no Anexo A.
plataforma. Os cálculos estatísticos estão apresen-
tados no Anexo C.
Equação
Equação de regressão:
PALAVRAS-CHAVE AUTORES
Inspeção, vistoria, inundações Patrícia Bertotto
Engenheira Civil
Rio Grande do Sul
N o ano de 2023 o Rio Grande do Sul sofreu com
altos volumes de chuvas. Foram muitas perdas
[email protected]
Adriana Roxo Nunes Oliveira
materiais, e principalmente, de vidas. Especial- Arquiteta e Urbanista
mente no mês de setembro alguns profissionais
do IBAPE se viram em meio à necessidade de co- Emília de Oliveira
locar em prática e ofertar seus conhecimentos ao Engenheira Civil
Estado, para que, de uma forma colaborativa, pu- Alfredo Kuhn Pfeifer
dessem somar forças para auxiliar na recupera- Engenheiro Civil
ção dos imóveis que sofreram com as inundações
ocorridas. O resultado deste estudo e união foi um Felipe Herrmann
trabalho onde os técnicos vistoriadores das obras Arquiteto e Urbanista
podem avaliar o percentual atingido, o percentual
passível de recuperação e o valor médio necessá-
rio para esta recuperação. Esta matéria mostra rem chuvas torrenciais em áreas limitadas. Isso
um pouco do estudo realizado. traz perigo e dificuldades, mesmo que as áreas de
risco desses eventos repentinos possam ser identi-
1. INTRODUÇÃO ficadas através de estudos prévios, pois na maioria
dos casos, não existem métodos de alertas e pro-
As inundações provocam impactos sociais e eco- cedimentos de emergência. As inundações podem
nômicos como a exigência de grandes e onerosos também estar associadas com as barragens, even-
trabalhos de recuperação das edificações nas áre- tualmente projetadas para ajudar na redução do
as atingidas, bem como a perda de bens móveis e risco de inundações, podendo em algumas situa-
imóveis. Esse evento ocorre quando as águas dos ções ser inadequadas. Os mais trágicos exemplos
rios ou galerias pluviais saem do leito de escoa- são de barragens construídas com especificações
mento devido à falta de capacidade de transporte ou capacidades inadequadas, e/ou em locais inse-
de um desses sistemas, e ocupa áreas que a po- guros, com falha repentina e ocorrência de inunda-
pulação utiliza para moradia, transporte (ruas, ro- ções rápidas em suas vizinhanças. No Rio Grande
dovias e passeios), recreação, comércio, indústria, do Sul o Governo do Estado faz o estudo das bacias
entre outros. e das barragens, assim como o seu controle.
Esses eventos podem ocorrer devido ao comporta- Outra causa de inundações pode ser o colapso
mento natural dos rios ou são ampliados pelo efei- de barragens naturais. Essas barragens são, em
to de alteração produzida pelo homem na urba- geral, formadas no deslizamento de terra que
nização, pela impermeabilização das superfícies bloqueia um vale, criando assim um reservató-
e canalização dos rios. Os problemas resultantes rio de água que pode correr vale abaixo quando
da inundação dependem do grau de ocupação da o bloqueio natural é erodido. Devido ao fato de o
área de várzea pela população, da impermeabi- fluxo subsequente ser rápido, ele cria uma inun-
lização e canalização da rede de drenagem, bem dação rápida (similar à falha de barragem), que é
como da vulnerabilidade e resiliência das edifi- de difícil escape para a população. Ainda assim,
cações. Também a contribuição do descarte ina- em muitos casos, é possível a adoção de medidas
dequado de resíduos sólidos para as ocorrências preventivas. Dessa maneira, as causas dos desas-
é fator que deve ser mencionado, nos levando a tres de inundações são várias, envolvendo o meio
pensar sobre a necessidade do correto descarte ambiente físico, a economia local e o desempenho
dos nossos lixos. das instituições e agentes públicos. A inadequada
ação desses agentes afeta os sistemas de alerta
Devido a seu comportamento repetitivo, a maioria
contra inundações, bem como, torna vulnerável a
das inundações tem risco conhecido. As inunda-
proteção social.
ções ribeirinhas são restritas às planícies de inun-
dação. Já as inundações rápidas são comuns em Adicionalmente, as águas de inundação trazem
áreas montanhosas da bacia do rio quando ocor- também um aumento do risco de doenças, tais
8. PROFISSIONAL HABILITADO
O estudo tem um capítulo dedicado a falar sobre
a atuação do profissional habilitado para a execu-
ção das vistorias e execução dos laudos, a saber:
o trabalho proposto de vistoria e formulação de
laudo pericial deve ser executado por profissional
habilitado da área da arquitetura ou engenharia
e que esteja regularmente inscrito no seu conse-
lho de classe, sendo obrigatória a emissão da RRT/
Para a caracterização do tipo de construção em CAU ou da ART/CREA, como documento anexo ao
relação ao projeto, foi sugerida a adoção das tipo- trabalho pericial. Conforme item 4.4 da Norma
logias conforme padrão construtivo do SINDUS- Técnica que trata de Perícias de Engenharia, é ob-
CON RS. As tipologias de projeto devem ser ado- servada a Competência profissional da seguinte
tadas de forma a melhor representar os projetos forma: “A realização de perícias de engenharia na
das edificações objeto do estudo, uma vez que em construção civil é matéria eminentemente técnica
muitos casos não é possível obter os projetos de e de exclusiva competência de peritos e assisten-
tais edificações. Além disso, o enquadramento das tes técnicos nos termos da legislação vigente”.
Residências foram tomadas pela água em Muçum. Mateus Bruxel / Agência RBS
Relatório aponta que cerca de 10 mil imóveis foram afetados pelas enchentes no RS Documento, que analisou os
municípios de Santa Tereza, Muçum, Encantado, Roca Sales, Lajeado e Estrela, destaca que 67% das propriedades
atingidas sofreram danos significativos. 20/09/2023 - 12h34minAtualizada em 20/09/2023 - 12h43min - Fonte: GZH
gumas imagens do GZH podem ilustrar as situações. • Engenheira Civil Patrícia Bertotto – formada pela
PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul) 2003, especialista em Vistorias e
11. ANÁLISE E CONCLUSÕES Inspeções Prediais pelo IBAPE SP e PR (Instituto
As enchentes podem causar danos irreversíveis Brasileiro de Avaliações e Perícias) 2004, Pós Gra-
em algumas construções, principalmente naque- duada em Produção Civil pela PUCRS (Pontifícia
las que apresentam condições irregulares, sem a Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Cur-
adoção de boas práticas da engenharia, ou cons- so de Inspeção Predial pela UFRGS (Universidade
truídas em locais com ocupação desordenada. Federal do Rio Grande do Sul) Programa IDURFGS
x IBAPE RS, Atuação em Perícias pelo TJRS, Res-
O trabalho pretendeu mostrar um roteiro prático ponsável Técnica pela Inspecta –Inspeção Pre-
para auxiliar as autoridades na organização de dial e Avaliações, Escritório de Engenharia, desde
vistorias a serem realizadas nos imóveis afetados 2006, Diretora Secretária da ACAE LN – Associa-
pela enchente do Rio Taquari, ocorrida no mês de ção Central de Arquitetos e Engenheiros do Lito-
setembro, no estado do Rio Grande do Sul. ral Norte do RS desde 2008, Diretora Técnica do
IBAPE RS - Gestão 2021/2022, Diretora de Normas
Como perspectiva para trabalhos futuros sugere-se do IBAPE Nacional - Gestão 2022/2023, Partici-
a proposição de medidas de proteção para mitiga- pante do estudo de revisão da norma de Inspeção
ção dos prejuízos causados pelas inundações e de Predial na ABNT em 2022, Presidente do IBAPE
adaptações das edificações, tornando-as mais resi- RS Gestão 2023/2024
lientes, e a avaliação dos custos de recuperação dos
danos causados às edificações com as alternativas • Arquiteta e Urbanista Adriana Roxo Nunes Oli-
de proteção implantadas. Sugere-se também um veira - Pós-graduada em Preservação Ambiental
estudo de levantamento e avaliação imobiliária dos da Cidade; Engenharia Diagnóstica, Patologias e
imóveis afetados, considerando a desvalorização Perícias na Construção Civil; Auditoria e Perícia
dos bens diante dos danos provocados em decor- Ambiental. Atuação em perícias, consultorias,
rência da situação de submersão da construção. mediações e conciliações, judiciais e extrajudi-
ciais, nas áreas de patologia das construções,
inspeção e manutenção predial, licenciamento e
12. CONTRIBUIÇÃO patrimônio histórico-cultural. Docente em cursos
BIBLIOGRAFIA
O histórico de enchentes no Brasil - https://biomania.com.br/artigo/o-historico-de-enchentes-no-brasil-causas-e-tra-
gedias
O seguro residencial cobre inundações? - https://www.mapfre.com.br/para-voce/imoveis/artigos/o-seguro-residen-
cial-cobre-inundacoes/
Relatório - https://acrobat.adobe.com/link/review?uri=urn:aaid:scds:US:a82f18f2-96d5-3095-a170-1a8a943baf44
Avaliação de danos as edificações - https://www.scielo.br/j/ac/a/cH8zJVw4jMyrhVmGQ3BwTnS/?lang=pt
GZH - https://gauchazh.clicrbs.com.br/ultimas-noticias/tag/enchentes/
Inspeção Predial: Guia da Boa Manutenção – IBAPE SP 2005 Norma Básica para Perícias de Engenharia
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 15575-1/2013; Manutenção de edificações. Rio de
Janeiro: ABNT, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 12721; Avaliação de custos de construção para incor-
poração imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14653-1; Avaliação de bens– Procedimentos Gerais.
Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14653-2; Avaliação de bens– Parte 2: Imóveis Urba-
nos. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
Análise do Cálculo da Depreciação de Benfeitorias Utilizando a Vida Útil, de Vários Elementos, Estabelecida pela Nor-
ma Brasileira de Desempenho – ABNT NBR 15.575: 2013 - Felipe Lopes Silveira
PALAVRAS-CHAVE AUTOR
Renda, Ecoturismo Rural Henrique Seleme Lauar
Engenheiro Agrônomo
1. INTRODUÇÃO Goiânia/GO
[email protected]
I números imóveis rurais em Goiás (e Brasil)
possuem áreas de Cachoeiras, Trilhas, Vestígios pode trazer a exploração agrossilvopastoril,
Arqueológicos/Históricos, Cânions, Mirantes, Pe- principalmente quanto a conscientização
regrinação Religiosa/Holística ou Beleza Cênica. que o uso sustentável do atrativo natural do
Inclusive, detém construções Históricas as quais imóvel rural, inclusive a realizar estudos
poderiam agregar valor às explorações agrossil- para estimar a Capacidade de Carga quanto a
vopastoris quanto a Atividade Pluriativa, seja no visitação e Estudo de Caso em imóvel rural de
Turismo de Visitação, Entretenimento, Recreativo propriedade do INCRA, cuja modalidade de
ou Histórico/Cultural. Há inclusive normativos fe- assentamento de famílias fora a de Projeto de
derais aos quais orientam quanto a forma de ex- Desenvolvimento Sustentável (PDS) em Alto
ploração de forma sustentável com implantação Paraíso de Goiás-GO.
de infraestrutura que permita o fluxo de turistas
e visitantes, assim como atividades, obras e servi-
ços permissíveis, como a Lei nº 6.513 (20/12/77), 2. ANÁLISE DA DEMANDA TURÍSTICA
o Decreto nº 86.176 (06/07/81) e o Decreto nº DE ALTO PARAÍSO DE GOIÁS,
99.556 (01/10/90). Entretanto, o desconhecimen-
to quanto a Linhas de Crédito de apoio ao Ecoturis-
SEGUNDO O PDITS DA GOIÁS
mo – a exemplo o PRONAF-Jovem/Turismo Rural, TURISMO
destinado a pessoas com idade entre 16 a 29 anos
(R$ 15.000), conforme Vide RESOLUÇÃO/BCB/nº
4.107 (28/06/12) – e principalmente carências
de estudos quanto a rentabilidade rural, inibem
o proprietário rural tomada de decisão quanto a
exploração turística.
¹ Este percentual foi indicado pela pesquisa realizada em Alto Paraíso no período de Jun/09 a Jan/10 com turistas que cadastraram
e-mail no canhoto da taxa de turismo.
² Esta pesquisa foi realizada em 2010 através de questionários enviados a turistas que visitaram Alto Paraíso entre Jul/2009 e Jan/2010
e cadastraram seu e-mail no canhoto da taxa de turismo. Foram enviados 500 questionários e respondidos 113. Esta pesquisa apre-
senta margem de erro de 10%.
³ Este TMP será calculado a partir do somatório de dias permanecidos nos municípios do Polo ininterruptamente. As projeções foram
realizadas com base no aumento do fluxo turístico para o Estado.
⁴ Este percentual foi indicado pela pesquisa realizada em Alto Paraíso no período de Jun/09 a Jan/10 com turistas que cadastraram
e-mail no canhoto da taxa de turismo.
⁵ Estas projeções foram realizadas adotando-se a taxa média de crescimento do PIB esperada para os próximos 10 anos.
4.3) 85 dias + 62 dias de semana durante as férias CCF (máximo/hora) = 186 banhistas/hora
de janeiro, fevereiro e julho (90 dias menos 28 dias
referentes a 14 finais de semana) = 147 dias URB CCF (máximo/dia) = 558 banhistas/dia, cujo
tempo máximo de banho cachoeira 3 horas
(Uso Recreativo Balneário durante um ano)
* 10% do Faturamento Bruto (FB) da venda de produtos Assentamento, como:Doces, Conservas, Pães, Biscoitos, Castanhas, Frutos
Cerrado, frango congelado, Queijos, Farinha, Rapadura, Polpa Frutas, Garapa, Côco-verde, Pães/Biscoitos/Bolos Artesanais, etc
* 10% do Faturamento Bruto (FB) da venda de produtos Assentamento, como:Doces, Conservas, Pães, Biscoitos, Castanhas, Frutos
Cerrado, frango congelado, Queijos, etc
7– CUSTOS FIXOS (CF) & CUSTOS aqueles os quais não exista revisão destes, em vir-
VARIÁVEIS (CV) tude da não exploração na Catarata dos Couros. Até
o 20º ano, todo Lucro Bruto dos Sócios (30,939%)
7.1) Custo Fixo (CF) mensal – são aqueles que não será aplicado nas construções/benfeitorias.
sofrem alteração de valor em caso de aumento ou
diminuição da produção. Independem portanto, do Baseado nas entrevistas com os Empreendedores
nível de atividade, conhecidos também como custo do segmento do Ecoturismo Rural de Cachoeiras,
de estrutura. Possíveis variações na produção não Trilhas e Entretenimento de Pirenópolis e Corum-
afetarão os dispêndios abaixo, que já estão com seus bá de Goiás, os percentuais de 85,188% de Cus-
valores fixados. Por isso chamamos de custos fixos. tos Fixos sobre o FB – aos quais propomos que a
ALCOUROS rubrique em sua Contabilidade - estão
Os campos os quais não possuem valores % são dispostos abaixo:
Proposta de Custos (CF/CV) e aplicação das receitas nas Construções: CAT, Centro Holístico, % sobre o Custo Total
Trilhas, CânionsMirantes, Ponte Pênsil, Portaria e Estacionamento (CT) Couros
Pró-labore aos Sócios: Dividendos líquidos 5,085%
Salário de 04 Trab. fixos. Banco de 704 horas (44 horas x 04 semanas x 04 pessoas) 20,586%
Lucro Bruto aos SóciosEscritório Contabilidade 0,560%
Impostos: Simples + FGTS + IR + ITR 1,600%
Material Escritório/Desp. Bancárias/Administração 0,040%
Material Limpeza/ferramentas 0,680%
Energia Elétrica e serviços elétricos 0,780%
Seguro veículos + consórcio 2,000%
Perda produtos revenda: bóias/picolés/iorgute/lanche 0,221%
Gás cozinha restaurante/lanchoneteEncargos c/ Assistência Médica 1,020%
Veículos (despesas/financiamento)1,480%Combustíveis/deslocamentos 0,620%
Máquinas/Equipamentos/Energia/Combustível 0,630%
Manutenção/reparos de Máquinas/Equipamentos0,500%
Insumos jardinagem/horta0,084%Moradias de Funcionários 0,131%
ÁguaAquisição de Equipamentos/Utensílios elétricos 0,421%
Bomba d'água e Poço Artesiano0,780%Despesas Gráficas 0,310%
Software/Internet/Radio comunicador/Máq. Cartão de crédito 1,136%
Jardinagem + Paisagismo + Sistema de Irrigação 0,069%
Construções sobre Ecoturismo (CAT + Trilhas + pontes) 30,939%
7.2) Custo Variável (CV) mensal – são variáveis Baseado nas entrevistas com os Empreendedores
aqueles que variam proporcionalmente de acordo do segmento do Ecoturismo Rural de Cachoeiras,
com o nível de produção ou serviços prestados. Trilhas e Entretenimento de Pirenópolis e Corum-
Seus valores dependem diretamente do serviço bá de Goiás, os percentuais de 14,812% de Custos
(ecoturístico) prestado volume produzido ou volu- Variáveis – aos quais propomos que a ALCOUROS
me de vendas efetivado num determinado perío- rubrique em sua Contabilidade - estão dispostos
do. abaixo:
% sobre o
Proposta de Custos (CF/CV) e aplicação das receitas onas Construções: CAT, Centro Holístico, Trilhas Custo Total
Cânions Mirantes, Ponte Pênsil, Portaria eEstacionamento
(CT) Couros
Marketing, panfletagem e publicidade 2,650%
Bebidas
Faxineira/limpeza 0,640%
Salário de 03 auxiliares diaristas. Banco de 144 horas (12 horas x 04 semanas x 03 pessoas) 4,810%
Encargos transporte dos 03 Diaristas 0,830%
Seguranças 0,380%
Combustível carro equipe funcionários 0,210%
Cursos/treinamentos/capacitações 1,116%
Portaria/ingressos/pulseira com lacre Tyvek 1,260%
Assistência médica turistas 0,060%
Insumos Restaurante e LanchoneteImpostos sobre Serviços (ISS) 2,856%
Custos Variáveis (CV) 14,812%
7.3) Contabilidade proposta a ALCOUROS sobre beis sobre o Faturamento Bruto sejam lançados
o Faturamento Bruto (FB) – recomenda-se obser- com base nas experiências do segmento de Eco-
var a escrituração contábil e fiscal do Livro II do turismo Rural de Pirenópolis e Corumbá de Goi-
Decreto nº 3.000 (26/03/99) pela associação, uma ás, ao qual colhemos as informações das rubricas
vez que a ALCOUROS nos próximos 20 anos apli- aos respectivos elementos de Despesas conforme
cará integralmente o lucro na construção de edi- quadro disposto nos itens 7.1 e 7.2.
ficações/trilhas/mirantes e acomodações aos ba-
nhistas/turistas, inferimos que a mesma rubrique Ao longo dos próximos 20 anos, todo percentual
seus lançamentos/provisionamentos contábeis de Lucro Bruto sobre o Faturamento Bruto mensal
seguindo as orientações da Resolução/Conselho estimado (R$ 7.773,42 ou 30,939%) será destina-
Federal de Contabilidade/nº 877 (18/04/00) – a do a Bio-construções Permaculturais; sugerimos
qual instituiu o item 10.19 das Normas Brasileiras que os associados da ALCOUROS (ou outro Em-
de Contabilidade (NBC) - uma vez que a ALCOU- preendedor de Ecoturismo de Aventura) - visitem
ROS nos próximos 20 anos não auferirá lucros; é o Instituto de Permacultura-IPEC, assim como as
importante destacar que os lançamentos contá- Cachoeiras (Rosário e Abade) e Santuário do Vaga
Proposta de Custos (CF/CV) e aplicação das receitas nas 40 banhistas/dia Correlação % sobre o Custo
Construções: CAT, Centro Holístico, Trilhas, Mirantes, , Ponte Pênsil, Taxa Ocupação em Salário Total
Portaria e Estacionamento Ponte Pênsil, Portaria e Estacionamento 57,14% Mínimo ( CT) Abade
Custos Fixos (CF) R$ 21.403,49 22,4355 85,188%
Pró-labore aos Sócios: Dividendos líquidos R$ 1.277,61 1,3392 5,085%
Salário de 04 Trab. fixos. Banco de 704 horas (44 horas x 04 R$ 5.172,23 5,4216 20,586%
semanas x 04 pessoas)
Lucro Bruto aos Sócios R$ 0,00 0,0000
Escritório Contabilidade R$ 140,70 0,1475 0,560%
Impostos: Simples + FGTS + IR + ITR R$ 402,00 0,4214 1,600%
Material Escritório/Desp. Bancárias/Administração R$ 10,05 0,0105 0,040%
Material Limpeza/ferramentas R$ 170,85 0,1791 0,680%
Energia Elétrica e serviços elétricos R$ 195,98 0,2054 0,780%
Seguro veículos + consórcio R$ 502,50 0,5267 2,000%
Perda produtos revenda: bóias/picolés/iorgute/lanche R$ 55,53 0,0582 0,221%
Gás cozinha restaurante/lanchonete R$ 0,00 0,0000
Encargos c/ Assistência Médica R$ 256,28 0,2686 1,020%
Veículos (despesas/financiamento) R$ 371,85 0,3898 1,480%
Combustíveis/deslocamentos R$ 155,78 0,1633 0,620%
Máquinas/Equipamentos/Energia/Combustível R$ 158,29 0,1659 0,630%
Manutenção/reparos de Máquinas/Equipamentos R$ 125,63 0,1317 0,500%
Insumos jardinagem/horta R$ 21,11 0,0221 0,084%
BIBLIOGRAFIA
Guzzatti, Thaise Costa. O agroturismo como instrumento de desenvolvimento rural: sistematização e análise das
estratégias utilizadas para a implantação de um programa de agroturism nas encostas da serra geral catarinense.
Florianópolis-SC, 2003. 168f.:il.
Neto, Valdemar Onofre. A utilização do modelo de custeio variável aplicado ao empreendimento de turismo rural:
estudo de caso no Hotel-Fazenda e Pesque-pague Sol Nascente em Planaltina-DF. UNB/Planaltina-DF, 2011.
IX Congresso Internacional sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável (CITURDES). Pereira, B.CG et alli. Es-
tudo de viabilidade do agroturismo de base familiar em Cachoeiras de Macacu-RJ, 2008.
PALAVRAS-CHAVE AUTOR
Fundo, Comércio, Agrícola, Rural, Carlos A. Arantes
Avaliação Engenheiro Agrônomo
Araçatuba/SP
1. DEFINIÇÕES
[email protected]
S egundo o Código Civil Brasileiro1 (BRASIL,
2002):¹
ou usufruto do estabelecimento, a proibição
prevista neste artigo persistirá durante o pra-
Art. 1.142. Considera-se estabelecimen- zo do contrato.
to todo complexo de bens organizado, para
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a
exercício da empresa, por empresário, ou por
transferência importa a sub-rogação do adqui-
sociedade empresária.
rente nos contratos estipulados para explora-
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto ção do estabelecimento, se não tiverem caráter
unitário de direitos e de negócios jurídicos, pessoal, podendo os terceiros rescindir o con-
translativos ou constitutivos, que sejam com- trato em noventa dias a contar da publicação da
patíveis com a sua natureza. transferência, se ocorrer justa causa, ressalva-
da, neste caso, a responsabilidade do alienante.
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto
a alienação, o usufruto ou arrendamento do Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes
estabelecimento, só produzirá efeitos quan- ao estabelecimento transferido produzirá
to a terceiros depois de averbado à margem efeito em relação aos respectivos devedores,
da inscrição do empresário, ou da sociedade desde o momento da publicação da transfe-
empresária, no Registro Público de Empresas rência, mas o devedor ficará exonerado se de
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. boa-fé pagar ao cedente.
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens De acordo com o que ensina Coelho² (2005), Fundo
suficientes para solver o seu passivo, a eficácia de Comércio nada mais é que “(...) a reunião dos bens
da alienação do estabelecimento depende do necessários ao desenvolvimento da atividade econômica.
pagamento de todos os credores, ou do consen- Quando o empresário reúne bens de variada natureza,
timento destes, de modo expresso ou tácito, em como as mercadorias, máquinas, instalações, tecnologia,
trinta dias a partir de sua notificação. prédio etc.”
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento Desta forma, temos caracterizado Fundo de Co-
responde pelo pagamento dos débitos an- mércio como sendo um estabelecimento comer-
teriores à transferência, desde que regular- cial, composto por bens corpóreos (tangíveis) e
mente contabilizados, continuando o deve- incorpóreos (intangíveis), integrando o patrimônio
dor primitivo solidariamente obrigado pelo de seu titular, onde o empresário atua para o exer-
prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos cício de sua atividade visando lucro. Evidente que
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, este complexo organizado de bens deve possibilitar
da data do vencimento. o exercício das atividades da empresa, ou seja, tais
bens devem estar interligados e interdependentes.
Art. 1.147. Não havendo autorização expres- A equalização de seu valor se dá pelo complexo da
sa, o alienante do estabelecimento não pode atividade e não pela individualização dos bens.
fazer concorrência ao adquirente, nos cinco
anos subsequentes à transferência. Não se pode confundir bens isolados (que são o
patrimônio da empresa ou da pessoa física) com
Parágrafo único. No caso de arrendamento Fundo de Comércio.
Ainda Tourinho (1954, op. cit.) afirma que: Conforme IVS (2022, op. cit.):
O fundo de comércio abrange valores das mais Generally, goodwill is any future economic
diversas naturezas, tais como: mercadorias, benefit arising from a business, a interest in
instalações, móveis e utensílios, direito de ar- a business or from the use of a group of as-
rendamento total ou parcial do respectivo local, sets which has not been separately recogni-
freguesia, nome comercial, insígnia, marcas de sed in another asset. The value of goodwill is
fábrica ou comércio, patentes de invenção, mo- typically measured as the residual amount
delos de utilidades e acervo de dívidas ativas e remaining after the values of all identifiable
passivas, plantações e benfeitorias do solo pas- tangible, intangible and monetary assets, ad-
síveis do aproveitamento comercial, tudo, en- justed for actual or potential liabilities, have
fim, que possa constituir parte da propriedade been deducted from the value of a business. It
comercial, industrial, agrícola ou individual. As is often represented as the asset of the price
árvores, no fundo agrícola, aderem ao ponto paid in a real or hypothetical acquisition of a
(solo, terra) e dele não podem ser despejadas. O company over the value of the company’s as-
próprio valor individual dos sócios adere à fir- set identified assets and liabilities. For some
ma ou nela é integrado. purposes, goodwill may need to be further di-
vided into transferable goodwill (that which
Portanto, temos que, em área agrária, o fundo de can be transferred to third parties) and non-
comércio nada mais é do que o conjunto de bens -transferable or “personal” goodwill.⁴
corpóreos (rebanho, safra e etc.) ou incorpóreos
(nome, tecnologia, contratos comerciais – arren- Como vemos as definições de Fundo de Comércio
damento, parceria, comodato -, marcas e patentes, e Goodwill pelas normas técnicas são bem dife-
³ TOURINHO, José Bastos. (1954). Fundo do Comércio. Irmãos Pongetti Editores. Rio de Janeiro / Brasil.
⁴ Tradução livre: Geralmente, fundo de comércio é qualquer benefício econômico futuro decorrente de um negócio, um interesse em
um negócio ou pelo uso de um grupo de ativos que ainda não tenha sido reconhecido separadamente em outro ativo. O valor do fundo
de comércio é normalmente medido como a quantidade residual remanescente após os valores de todos ativos tangíveis, intangíveis
e monetários identificáveis, ajustados para bens reais ou potenciais passivos, forem deduzidos do valor de um negócio. É frequen-
temente representado como o excesso do preço pago em uma real ou hipotética aquisição de uma empresa sobre o valor da outra
empresa identificados ativos e passivos. Para alguns propósitos, goodwill pode necessitar ser mais dividido em goodwill transferível
(aquela que pode ser transferida para terceiros partes) e não transferíveis ou de boa vontade "pessoal".
⁵ COELHO, Fábio Ulhoa. (2010). Curso de Direito Comercial, V.1 - Direito de Empresa. Ed. Saraiva. São Paulo / Brasil.
⁶ MADALENO, Rolf. (2010). O Fundo de Comércio do Profissional Liberal na Meação Conjugal. Disponível em: <https://www.paginasdedirei-
to.com.br/index.php/artigos/41-artigos-set-2010/3689-o-fundo-de-comercio-do-profissional-liberal-na-meacao-conjugal>. Acesso
em 20.12.2021.
⁷ HOOG, W. A .Z. (2010). O intangível fundo de comércio do empresário rural e as indenizações por perdas e danos. <https://www.contadores.
cnt.br/noticias/artigos/2010/05/11/o-intangivel-fundo-de-comercio-do-empresario-rural-e-as-indenizacoes-por-perdas-e-danos.
html>. Acesso em 28.10.2021.
⁸ COELHO, F.U. Manual de Direito Comercial: direito de empresa. 23ª edição. São Paulo: Saraiva. 2011
⁹ Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 46. Mensuração do Valor Justo. Correlação às Normas Inter-
nacionais de Contabilidade – IFRS 13 (IASB - BV 2012)
¹⁰ International Valuation Standards (IVS) 2022. International Valuation Standards Council
¹¹ Tradução livre: A IFRS 13 define "valor justo" como o preço que seria recebido para vender um ativo ou pago para transferir um
passivo em uma transação ordenada entre os participantes do mercado na data da mensuração.
¹² GOMES, Daniela Vasconcellos.(2011). O papel da indenização na reparação de danos. Jornal Informante, Farroupilha – RS, v. 175,
p. 05, 24 jun. Rio Grande do Sul / Brasil.
Observa-se que, para cálculo da taxa real de juros Desenvolvendo o cálculo do Valor Econômico
(ir) considerou-se o uso da equação 05. (Eq.06) para a cultura do eucalipto, temos:
Eq. 05 Eq. 06
Ficando pois:
¹³ ATR = Açúcar Total Recuperável. É medido em quilos por tonelada de cana colhida.
¹⁴ CONSECANA - Conselho dos Produtores de Cana de Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo / Brasil.
¹⁵ Alq = Alqueire Paulista (mede 24.200,00 m2 ou 2,42 hectares).
¹⁶ FA = Fator de Antecipação.
Resultando:
Sendo:
Fonte: Elaborado pelo autor (2023) Por fim, resta claro que ignorar o valor expressado pelo
Fundo de Comércio nesse tipo especial de bem, pode
deixar de refletir seu real valor.
BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-1 ABNT (v.2019). Brasil. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-3 ABNT (v.2019). Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Dis-
ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 10 abril 2023.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial. 16ª Ed., p. 56, São Paulo / Brasil. Saraiva. 2005.
COELHO, F.U. Manual de Direito Comercial: direito de empresa. 23ª edição. São Paulo: Saraiva. 2011
COELHO, F.U. Curso de Direito Comercial. V.1 - Direito de Empresa. Ed. Saraiva. São Paulo / Brasil. 2010.
Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 46. Mensuração do Valor Justo. Correlação às
Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS 13 (IASB - BV 2012). Brasil. 2012.
CONSECANA - Conselho dos Produtores de Cana de Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo. Brasil.
GOMES, D. V. O papel da indenização na reparação de danos. Jornal Informante, Farroupilha – RS, v. 175, p. 05, 24
jun. Rio Grande do Sul / Brasil. 2011.
HOOG, W. A. Z. O intangível fundo de comércio do empresário rural e as indenizações por perdas e danos. Dis-
ponível em <https://www.mv13.com.br/noticias/artigos/2010/05/11/o-intangivel-fundo-de-comercio-do-empre-
sario-rural-e-as-indenizacoes-por-perdas-e-danos.html>. 2010. Acesso em 10 abril 2023.
HOPP, J.C.; MOTTA, I.S. Fundo de comércio: sua conceituação legal e avaliação contábil. Disponível em <https://doi.
org/10.1590/S0034-75901961000100004>. Acesso em 14 abril 2023. 2015.
International Valuation Standards (IVS). International Valuation Standards Council. 2022.
MADALENO, R. O Fundo de Comércio do Profissional Liberal na Meação Conjugal. Disponível em: <https://www.
paginasdedireito.com.br/index.php/artigos/41-artigos-set-2010/3689-o-fundo-de-comercio-do-profissional-liberal-
-na-meacao-conjugal>. 2010. Acesso em 20.12.2021.
TOURINHO, J. B. Fundo de Comércio. Irmãos Pongetti Editores. Rio de Janeiro / Brasil. 1954.
PALAVRAS-CHAVE AUTORA
Áreas contaminadas, Contaminação, Amanda Votto Klafke
Legislação Ambiental e Investigação Engenheira Agrônoma
Ambiental
Porto Alegre/RS
[email protected]
INTRODUÇÃO
Assim, a legislação ambiental nacional e interna-
O modelo de desenvolvimento adotado em todo
o mundo e as tecnologias de produção agrícola e
cional aponta como direito humano fundamental
a proteção do meio ambiente para assegurar a sa-
industrial atualmente empregados, juntamente dia qualidade de vida do homem, e essa percepção
com, a imperícia, a ausência de uma educação da necessidade de proteção ambiental precisa ur-
ambiental, a negligência, a indiferença, a impru- gentemente ser incorporada no dia a dia da socie-
dência, ou até mesmo a ganância, tem gerado, ao dade para a efetivação do seu direito constitucio-
longo de vários anos, uma infinidade de despejos nal ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
totalmente descabidos, insanos e irresponsáveis e sadio.
de resíduos nos solos, nas águas superficiais e nas
águas subterrâneas que podem causar contami- Portanto, dentro do contexto apresentado, é ex-
nação destes recursos naturais e comprometer a tremamente necessário, como prevê alguns dos
qualidade dos mesmos. princípios do Direito Ambiental, a prevenção e a
precaução da contaminação do solo e das águas
A Constituição Federal de 1988, no seu Artigo superficiais e subterrâneas, assim como a identi-
225, apresenta claramente um direito de tercei- ficação, estudos e investigações de áreas contami-
ra geração, isto é, identifica um direito coletivo e nadas com o objetivo final de eliminar o perigo ou
difuso, pois ultrapassa a esfera do indivíduo para reduzir o risco à saúde humana, e eliminar ou mi-
contemplar uma coletividade e sua titularidade nimizar os riscos ao meio ambiente, assim como
não pertence exclusivamente a alguém, mas a to- evitar danos aos demais bens a proteger.
dos, indistintamente (BELTRÃO, 2011). O caput
do Artigo 225 diz o seguinte: “Todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
DESENVOLVIMENTO
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, Define-se neste trabalho a contaminação como
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever sendo o processo pelo qual ocorre a introdução de
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras substâncias ou resíduos em um meio, decorrentes
gerações”. de atividades antrópicas, onde suas concentra-
ções modificam as características naturais deste
A nível internacional, o documento intitulado “Our
meio, e estão acima de um valor de referência vi-
Common Future” (Nosso Futuro Comum), mais co-
gente para a região, para o país, ou, na ausência
nhecido como “Relatório de Brundtland”, apresen-
desse, aquele aceito internacionalmente, o que
tado no ano de 1987, aponta para a incompati-
indica a existência de um risco potencial ao meio
bilidade entre desenvolvimento sustentável e os
ambiente, à saúde humana ou à segurança, e que
padrões atuais de produção e consumo, afirman-
restrinjam a utilização do recurso ambiental para
do que deve haver uma nova relação entre o ser
os usos atual e pretendido.
humano e o meio ambiente, e que o mundo deve,
urgentemente, caminhar para um sentido em que Quando ocorre contaminação no solo, as suas fun-
possamos “satisfazer as necessidades do presente sem ções ficam comprometidas, e, por decorrência de
comprometer a capacidade das gerações futuras de su- sua contaminação, dependendo das suas caracte-
prir as suas próprias necessidades”, apresentando, rísticas, das características dos contaminantes, da
dessa forma, o conceito de Desenvolvimento Sus- concentração dos mesmos, da gravidade da situa-
tentável e alertando para a conscientização am- ção, tais contaminantes poderão atingir as águas
biental para garantir as necessidades humanas ao subterrâneas, comprometendo, também, por con-
longo de gerações (GUERRA, 2004). sequência, a qualidade da mesma, configurando
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ARTIGO DE OPINIÃO
INTRODUÇÃO AUTOR
Péricles Alves Pinto
E ste artigo pretende trazer uma ilustração sobre
o Ofício de Registro de Imóveis cotejando-o frente
Engenheiro Agrônomo
a Perícias Dominiais, foi escrito por um engenheiro Curitiba/PR
para engenheiros, portanto não pretende aprofun- [email protected]
damentos legais ou jurídicos, não pretende defen-
der alguma posição ou discussão do estado atual,
ção do Cartório de Registro de Imóveis a qual não
apenas presta-se a informar sobre uma, e somen-
atinge o Tabelionato, por exemplo uma escritura
te uma, das interfaces que a atuação como Perito
de compra e venda pode ser lavrada em qualquer
de ações fundiárias exige. O conhecimento de ou-
tabelionato do Brasil, deve-se ter no momento da
tras áreas do Direito, de Legislação, de Cadastros,
lavratura ao menos uma certidão negativa de ônus
de Costumes, também é necessário e merece, se-
atualizada do registro do imóvel objeto da trans-
não um estudo aprofundado, ao menos o conheci-
ferência, mas é possível lavrar uma escritura de
mento das estruturas e finalidades. Por exemplo,
imóvel localizado em outro Estado ou Cidade.
o conhecimento de que um imóvel pode ter infor-
mações diferentes no cadastro municipal destina- Quanto ao processo de transferência de um imó-
do à tributação e do destinado ao urbanismo, que vel em última análise o Cartório é o verificador dos
muitos dados cadastrais ainda estão em meio físi- atos anteriores, é o último estágio, é onde se con-
co (papel), que a inserção e atualização se dava de sumará a transferência do imóvel, é importante se
maneira diversa da atual. Vale lembrar que o teor frisar esta diferenciação entre tabelionato e o ofí-
deste artigo refere-se à experiência deste autor em cio de registro de imóveis suas competências e os
anos de acompanhamento de demandas junto aos produtos finais (escritura e matrícula).
Ofícios, tanto como cliente de balcão como também
como consultor, isto circunscrito a uma região ao
longo de 20 anos, portanto o aqui apresentado não O que é a Circunscrição
é uma regra, uma obrigatoriedade, e sim uma ilus- Imobiliária?
tração que se espera auxilie na compreensão deste
tema. Espero que aproveitem e boa leitura. Os Ofícios de Registro de Imóveis, Cartório de Re-
gistro de Imóveis, obedecem uma disposição ge-
O REGISTRO DE IMÓVEIS ográfica chamada de circunscrição imobiliária,
assim ao contrário dos tabelionatos os Cartórios
Não se pretende abranger todos os aspectos referen- somente registram os imóveis pertencentes a sua
tes aos registros públicos e suas peculiaridades, há circunscrição. Esta circunscrição pode ter tido
livros inteiros dedicados a esta tarefa, pretende-se uma área maior no passado e portanto podem
trazer alguns aspectos relevantes no estudo de ca- haver registros (imóveis) que deveriam ter sido
deias dominiais o qual é imprescindível nas perícias transladados ao novo Cartório mas ainda perma-
envolvendo usucapiões tanto rurais como urbanos. necem no anterior. A solicitação deste translado
cabe ao proprietário e não ao Cartório, este en-
O conhecimento da prática dos Registros Públicos, tendimento do encadeamento temporal de um
tanto atual como pretérita, é um pré-requisito ne- registro (transcrição ou matrícula) é importante
cessário aos profissionais envolvidos em ações de em imóveis rurais devido à possibilidade de ven-
usucapião; neste sentido é importante trazer algu- da de partes ideais, podendo parte do imóvel ter
mas considerações de modo a contextualizar este sido transladado e parte ainda permanecer na cir-
ambiente e sua relação com os usucapiões especi- cunscrição de origem.
ficamente no estudo de cadeias dominiais.
Como funciona?
Softwares Livres existem por meio de duas
comunidades: a comunidade de usuários – os
profissionais de arquitetura e engenharia – e
a comunidade de desenvolvedores. Na inter-
seção entre ambas, estão os profissionais que
auxiliam no desenvolvimento dos softwares.
O Solare visa estimular a formação e organi-
zação da comunidade de usuários, de modo a
manter uma comunidade de desenvolvedores
de acordo com seus propósitos.
Participaram do encontro, ainda, o Chefe de
Por meio do convênio, o CAU/RS repassa à Gabinete do CAU/RS, Paulo Henrique Soares;
FNA recursos que auxiliam na contratação de o Assessor de Relações Institucionais e Go-
professores e elaboração de videoaulas sobre vernamentais do Conselho, Fausto Leiria; a
softwares livres, armazenados em plataforma presidente da FNA, Andréa dos Santos; o co-
online e gratuita. Entre os programas dispo- ordenador do Solare na FNA, Danilo Matoso;
níveis com foco em engenharia e arquitetu- a secretária-geral da FNA, Danya Silva, e a ar-
ra, estão: FreeCad (CAD/ BIM); QCAD (CAD); quiteta e urbanista Eleonora Mascia, membro
GIMP (edição de imagens); Inkscape (edição do Conselho Consultivo da FNA.
de imagens); Blender (3D e renderização);
QGIS (georreferenciamento/planejamento). Conheça o programa Solare! Acesse:
Também é possível encontrar softwares equi- https://solare.org.br/
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