Resolução Contran #466 de 11

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Resolução CONTRAN Nº 466 DE 11/12/2013

O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, usando da competência que lhe conferem


os incisos I e X, do artigo 12 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que instituiu o
Código de Trânsito Brasileiro - CTB, e conforme o Decreto nº 4.711, de 29 de maio de
2003, que dispõe sobre a coordenação do Sistema Nacional de Trânsito - SNT,
Considerando o disposto no inciso III do art. 22, nos incisos I e II do art. 123 e do inciso V
do art. 124, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito
Brasileiro.
Considerando a conveniência técnica e administrativa de que as vistorias de veículos
obedeçam a critérios e procedimentos uniformes em todo o país;
Considerando as proposições do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria DENATRAN
nº 246/2012, nos termos da Deliberação nº 126/2012 do CONTRAN;
Considerando o disposto no art. 311 do Código Penal;
Considerando o que consta nos Processos Administrativos nºs 80000.045476/2010-99,
80000.045316/2012-10, 80000.044196/2012-25, 80000.012971/2013-64 e
80020.001532/2013-98,
Resolve:
Art. 1º Esta Resolução estabelece procedimentos para o exercício da atividade de vistoria
de identificação veicular a ser realizada pelos órgãos e entidades executivos de trânsito
dos Estados e do Distrito Federal, ou por pessoa jurídica de direito público ou privado,
habilitada para a prestação dos serviços de vistoria veicular.

§ 1º A habilitação para a realização do serviço de que trata esta Resolução constitui


atribuição dos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal.

§ 2º Os órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal


poderão exercer diretamente a atividade de vistoria de veículos automotores por meio de
servidores públicos especialmente designados.
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 2º A vistoria de identificação veicular, por ocasião da transferência de propriedade ou


de domicilio intermunicipal ou interestadual do proprietário do veículo, é de
responsabilidade dos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito
Federal e poderá ser realizada por pessoa jurídica de direito público ou privado
previamente habilitada.

§ 1º A emissão do laudo único de vistoria de identificação veicular será realizada


exclusivamente por meio eletrônico e só terá validade no âmbito do Sistema Nacional de
Trânsito se registrado no Sistema de Certificação de Segurança Veicular e Vistorias -
SISCSV, mantido pelo DENATRAN.

§ 2º A vistoria de identificação veicular tem como objetivo verificar:


I - a autenticidade da identificação do veículo e da sua documentação;
II - a legitimidade da propriedade;
III - se os veículos dispõem dos equipamentos obrigatórios, e se estes estão funcionais;
IV - se as características originais dos veículos e seus agregados foram modificados e,
caso constatada alguma alteração, se esta foi autorizada, regularizada e se consta no
prontuário do veículo na repartição de trânsito.
§ 3º Os equipamentos obrigatórios são aqueles previstos pelo Código de Trânsito
Brasileiro - CTB, Resoluções do CONTRAN e Portarias do DENATRAN.

§ 4º É vedada a realização de vistoria de identificação veicular em veículo sinistrado com


laudo pericial de perda total.
Art. 3º Havendo habilitação de pessoa jurídica pelos órgãos e entidades executivos de
trânsito dos Estados e do Distrito Federal, para a realização de vistoria de identificação
veicular, deverá o DENATRAN conceder o acesso ao SISCSV.

§ 1º O acesso de que trata este artigo será realizado por intermédio do órgão ou entidade
executivo de trânsito do Estado e do Distrito Federal contratante, que ressarcirá ao
DENATRAN os custos referentes aos acessos à base de dados do Registro Nacional de
Veículos Automotores - RENAVAM pelo SISCSV, nos termos da regulamentação a ser
editada pelo DENATRAN.

§ 2º A pessoa jurídica habilitada pelos órgãos e entidades executivos de trânsito dos


Estados e do Distrito Federal somente poderá operar em vistoria de identificação veicular
após a concessão do acesso ao SISCSV, cabendo ao órgão ou entidade responsável pelo
credenciamento a fiscalização da conformidade dos serviços prestados.
(Artigo acrescentado pela Resolução CONTRAN Nº 737 DE 06/09/2018):
Art. 3º-A A vistoria móvel somente será realizada nas seguintes hipóteses:
I - veículo indenizado integralmente por companhia seguradora, em razão de sinistro,
devendo a vistoria ser realizada no respectivo pátio da seguradora, exclusivamente para
fins de registro em nome da seguradora autorizada ou de terceiro adquirente;
II - veículo recuperado por instituição financeira por intermédio de ordem judicial ou
entrega amigável, ou por ela alienado, devendo a vistoria ser realizada no respectivo pátio
da instituição financeira, exclusivamente para fins de registro em nome da instituição
autorizada ou de terceiro adquirente;
III - veículo adquirido ou comercializado por pessoa jurídica cujo objeto social preveja a
comercialização de veículos novos e/ou usados, devendo a vistoria ser realizada no
respectivo estabelecimento comercial, desde que a referida pessoa jurídica seja
adquirente ou proprietária registrada do veículo vistoriado;
IV - veículo apreendido em pátio público e cuja liberação esteja condicionada a serviço
dependente de vistoria;
V - veículo relacionado para leilão e veículo leiloado;
VI - veículo com peso bruto total superior a 10t.
(Artigo acrescentado pela Resolução CONTRAN Nº 737 DE 06/09/2018):
Art. 3º-B A vistoria móvel prevista no art. 3-A desta Resolução será realizada
exclusivamente dentro do limite da unidade da federação em que a empresa de vistoria
esteja credenciada, exceto nas seguintes hipóteses:
I - no caso de transferência de veículos que se enquadrem nas hipóteses previstas pelo §
6º do art. 2º e pelo art. 13, ambos da Resolução CONTRAN nº 544, de 19 de agosto de
2015;
II - no caso de transferência de veículos recuperados por instituição financeira por ordem
judicial ou entrega amigável;
III - mediante anuência prévia do órgão executivo de trânsito do estado ou do Distrito
Federal no qual a empresa esteja credenciada, após a justificativa da impossibilidade de
deslocamento do veículo.
CAPÍTULO II - DOS REQUISITOS PARA HABILITAÇÃO DO EXERCÍCIO DOS
SERVIÇOS DE VISTORIA DE IDENTIFICAÇÃO VEICULAR

Art. 4º Os órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal


promoverão a habilitação da pessoa jurídica de direito público ou privado para o exercício
da atividade de vistoria de identificação veicular, mediante cumprimento dos seguintes
requisitos:
I - documentação relativa à habilitação jurídica:
a) ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, e, no caso
de sociedades por ações, acompanhado de documentos da eleição de seus
administradores, devendo constar do objeto social a atividade exclusiva de vistoria de
identificação veicular, excetuando-se as pessoas jurídicas de direito público que se
dediquem à atividade de ensino e pesquisa técnico-científica;
b) decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em
funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo
órgão competente, quando a atividade assim o exigir;
c) cópia da lei de criação, em se tratando de pessoa jurídica de direito público.
II - documentação relativa à regularidade fiscal, trabalhista e econômico-financeira:
a) prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ;
b) prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual e municipal, se houver, relativo
à sede da pessoa jurídica, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto
contratual ou estatutário;
c) prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal da sede da
pessoa jurídica, na forma da lei;
d) prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais
instituídos por lei;
e) comprovação, na forma da lei, de regularidade na entrega da Relação Anual de
Informações Sociais - RAIS ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE;
f) prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a
apresentação de certidão negativa, nos termos do título VII-A da Consolidação das Leis do
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452/1943;
g) certidão negativa de falência, expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica,
com data inferior a 60 (sessenta) dias, contados da data do início do processo
administrativo de habilitação, acompanhada de prova da competência expedida por
cartório distribuidor.
III - documentação relativa à qualificação técnica:
a) comprovação de possuir em seu quadro de pessoal permanente, vistoriadores com
qualificação comprovada por meio de certificado ou diploma de conclusão de curso de
treinamento em vistoria de identificação veicular, regulamentado pelo DENATRAN;
b) Licença ou Alvará de Funcionamento, com data de validade em vigor, expedido pela
Prefeitura do Município ou pelo Governo do Distrito Federal;
c) comprovação de canal aberto de ouvidoria ou serviço de atendimento ao consumidor;
d) Apólice de Seguro de Responsabilidade Civil Profissional, segurada no valor de R$
500.000,00 (quinhentos mil reais), e em vigor durante o prazo de validade do contrato de
exercício dos serviços de vistoria de identificação veicular, em nome da contratada, para
eventual cobertura de danos causados ao consumidor pela pessoa jurídica habilitada;
e) comprovante de quitação do seguro contratado;
f) comprovação da atuação exclusiva no mercado de vistoria de identificação veicular,
mediante certidão emitida pelo órgão competente e cópia do contrato social vigente;
g) declaração de abster-se de envolvimentos comerciais que possam comprometer a
isenção no exercício da atividade de vistoria de identificação veicular, assinada pelo
representante legal da pessoa jurídica.
IV - documentação relativa à infraestrutura técnico-operacional:
a) projeto atual aprovado e registrado pelo Município e fotos atualizadas do
estabelecimento identificando a existência de local adequado para estacionamento de
veículos, com dimensões compatíveis para realizar as vistorias de identificação veicular
em áreas cobertas, possibilitando o desenvolvimento das vistorias de identificação veicular
ao abrigo das intempéries, sendo vedado o uso de estruturas provisórias. No caso de
veículos pesados, com peso bruto total superior 4.536 Kg, as vistorias de identificação
veicular poderão ser realizadas em área descoberta no pátio da empresa;
b) deter controle informatizado através de tecnologia de biometria para a emissão do laudo
único padronizado pelo SISCSV e demais exigências técnicas determinadas por
regulamentação específica do DENATRAN e descritas no manual do sistema, em especial
relativas à segurança, identificação e rastreabilidade;
c) Certificado de Sistema de Qualidade, padrão ISO 9001:2008, com validade atestada
pela entidade certificadora, acreditada pelo INMETRO ou signatária de acordos
internacionais de reconhecimento mútuo no campo da acreditação.

§ 1º A Apólice de Seguro de Responsabilidade Civil Profissional e o Certificado ISO


9001:2008 devem ter caráter individual e intransferível, não sendo aceitos apólices de
seguros e certificados coletivos.

§ 2º Caberá ao órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal


regulamentar as demais características de infraestrutura técnico-operacional, em relação
ao disposto no inciso IV deste artigo.

§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, no


ato da habilitação da pessoa jurídica de direito público, poderão dispensar o cumprimento
dos requisitos dispostos neste artigo, com exceção da documentação descrita na alínea
"c" do inciso I, na alínea "a" do inciso II, nas alíneas "b", "c" e "g" do inciso III e nas alíneas
"a" e "b" do inciso IV, do presente artigo.

§ 4º Os órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal


poderão deixar de exigir o disposto no inciso III, alínea "f" deste artigo quando a habilitação
referir-se à pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos.

§ 5º É proibida a participação de sócio ou proprietário de pessoa jurídica habilitada para a


prestação de serviços de vistoria veicular, que exerça outra atividade empresarial
regulamentada pelo CONTRAN ou DENATRAN.
Art. 5º A área de atuação para o exercício da atividade de vistoria de identificação veicular
será determinada pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito
Federal, observado o município sede da pessoa jurídica e as Circunscrições Regionais de
Trânsito - CIRETRAN.

Parágrafo único. O órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito


Federal poderá, a seu critério, estender, precariamente, quando solicitado, o âmbito de
atuação da pessoa jurídica habilitada para município ou região de determinada CIRETRAN
que não disponha de meios próprios para o exercício da atividade de vistoria de
identificação veicular ou na qual não haja pessoa jurídica habilitada para a localidade,
desde que a CIRETRAN esteja vinculada à mesma autoridade executiva de trânsito. A
extensão da área de atuação perde efeito quando ocorrer habilitação de pessoa jurídica
para o Município.
CAPÍTULO III - DAS COMPETÊNCIAS

Art. 6º Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito
Federal:
I - publicar no Diário Oficial do Estado ou Distrito Federal o extrato do contrato de
prestação de serviços de vistoria de identificação veicular celebrado com pessoa jurídica
de direito público ou privado;
II - disponibilizar, permanentemente e em destaque, no seu sítio eletrônico, a relação
atualizada das pessoas jurídicas habilitadas para a atividade de vistoria de identificação
veicular, incluindo nome, endereço, telefones para contato, CNPJ, área geográfica de
atuação, prazo de vigência do contrato e nome do preposto responsável;
III - informar ao DENATRAN a relação de empresas que podem executar a atividade de
vistoria de identificação veicular, com nome, endereço, CNPJ, prazo de vigência do
contrato e nome do preposto responsável;
IV - monitorar e controlar todo o processo de vistoria de identificação veicular, inclusive a
emissão do laudo e qualquer documento eletrônico disponível na central SISCSV, seja
quando realizada por meios próprios ou por meio de pessoa jurídica de direito público ou
privado, utilizando-se de tecnologia da informação adequada que realize a integração dos
dados necessários, conforme regulamentação específica do DENATRAN;
V - fiscalizar, anualmente, a pessoa jurídica habilitada no exercício da atividade de vistoria
de identificação veicular, "in loco" e por meio do SISCSV, independentemente de
solicitação do DENATRAN ou de notificação judicial ou extrajudicial, podendo requisitar
documentos, esclarecimentos, e ter livre acesso a todas as instalações da empresa;
VI - zelar pela uniformidade e qualidade das vistorias de identificação veicular;
VII - advertir, suspender ou cassar a pessoa jurídica habilitada nos casos de
irregularidades previstas nesta Resolução, informando antecipadamente ao DENATRAN,
por meio de ofício, a data de início e término da imposição da penalidade;
VIII - celebrar o instrumento jurídico necessário, com a autoridade policial competente,
para acesso às informações registradas no SISCSV e prover os meios para
disponibilização dessas informações eletronicamente;
IX - Comunicar à Polícia Civil do Estado e do Distrito Federal qualquer identificação
veicular suspeita de fraude ou irregularidades, na forma do disposto no art. 311 do Código
Penal;
X - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares da atividade de vistoria de
identificação veicular.
Art. 7º Compete ao DENATRAN, depois de informado pelos órgãos e entidades executivos
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, o rol de empresas habilitadas aptas a
executar a atividade de vistoria de identificação veicular:
I - disponibilizar, em sítio eletrônico, a relação atualizada de pessoas jurídicas habilitadas
para a atividade de vistoria de identificação veicular, com nome, endereço, CNPJ, prazo de
vigência do contrato e nome do preposto responsável;
II - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares da atividade de vistoria de
identificação veicular;
III - fiscalizar, quando motivado e a qualquer tempo, a atividade de vistoria de identificação
veicular, no que se refere ao acesso ao SISCSV, independentemente de notificação
judicial ou extrajudicial, podendo, para isso, firmar convênios ou acordos de cooperação
técnica e informar aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito
Federal caso haja a constatação de infração passível de punição ou qualquer
irregularidade;
Art. 8º Compete à pessoa jurídica de direito público ou privado habilitada para o exercício
da atividade de vistoria de identificação veicular:
I - prestar serviço adequado, na forma prevista nas resoluções, normas e regulamentos
técnicos aplicáveis à vistoria de identificação veicular;
II - atualizar o inventário e o registro dos bens vinculados à contratação da pessoa jurídica;
III - cumprir as normas técnicas pertinentes à atividade de vistoria de identificação veicular;
IV - permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, aos
equipamentos e às instalações integrantes da vistoria de identificação veicular, aos
registros operacionais e aos registros de seus empregados;
V - manter atualizada a documentação relativa à regularidade fiscal, nas esferas municipal,
estadual e federal, permitindo aos encarregados da fiscalização livre acesso aos
documentos comprobatórios;
VI - comunicar previamente ao órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do
Distrito Federal qualquer alteração, modificação ou introdução técnica capaz de interferir
na execução da atividade de vistoria de identificação veicular, e ainda, referente aos seus
instrumentos constitutivos, bem como a decretação do regime de falência;
VII - informar ao órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal
as falhas constatadas na emissão dos laudos de vistoria de identificação veicular;
VIII - responder civil e criminalmente por prejuízos causados em decorrência das
informações e interpretações inseridas no laudo de vistoria de identificação veicular, salvo
aquelas oriundas do banco de dados BIN/RENAVAM/RENAMO, independentemente do
limite da apólice de seguro prevista no art. 4º, desta Resolução;
IX - comunicar imediatamente à autoridade policial quando detectar veículo cuja
identificação seja suspeita de fraude ou irregularidades insanáveis, para fins de apuração
criminal.
X - comprovar, anualmente, perante o órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado
ou do Distrito Federal, o cumprimento dos requisitos de habilitação fixados nesta norma.

§ 1º O serviço adequado previsto no inciso I deste artigo corresponde àquele que satisfaz
as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade e cortesia na
sua prestação.

§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, dos equipamentos e das


instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.

§ 3º A pessoa jurídica de direito público ou privado habilitada somente poderá emitir


laudos de vistoria de identificação veicular referentes às placas de veículos dos municípios
abrangidos por sua habilitação, ou a serem transferidos para os respectivos municípios.
CAPÍTULO IV - DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS
HABILITADAS

Art. 9º A pessoa jurídica de direito público ou privado habilitada para o exercício da


atividade de vistoria de identificação veicular sujeitar-se-á às seguintes sanções
administrativas, conforme a gravidade da infração e sua reincidência, aplicadas pelo órgão
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal a que estiver vinculada, observada
a ampla defesa e o contraditório:
I - advertência por escrito;
II - suspensão das atividades por 30, 60 ou 90 dias;
III - cassação do credenciamento.

§ 1º A aplicação das sanções de suspensão das atividades por 30, 60 ou 90 dias


acarretará, automaticamente, a suspensão do acesso ao SISCSV pelo respectivo tempo.

§ 2º As irregularidades serão apuradas junto aos órgãos e entidades executivos de trânsito


dos Estados e do Distrito Federal, mediante processo administrativo, observando-se a
legislação aplicável, bem como o direito à ampla defesa e ao contraditório.
Art. 10. Constituem infrações passíveis de advertência por escrito:
I - apresentar, culposamente, informações não verdadeiras às autoridades de trânsito e ao
DENATRAN;
II - registrar laudo de vistoria de identificação veicular de forma ilegível ou sem oferecer
evidência nítida;
III - preencher laudos em desacordo com o documento de referência;
IV - deixar de prover informações que sejam devidas às autoridades de trânsito e ao
DENATRAN;
V - manter não-conformidade crítica aberta por tempo superior a 30 (trinta) dias ou outro
prazo acordado com as autoridades de trânsito e com o DENATRAN;
VI - deixar de registrar informações ou de tratá-las;
VII - praticar condutas incompatíveis com a atividade de vistoria de identificação veicular.
Art. 11. Constituem infrações passíveis de suspensão das atividades por 30 (trinta) dias na
primeira ocorrência, de 60 (sessenta) dias na segunda ocorrência e de 90 (noventa) dias
na terceira ocorrência:
I - reincidência de infração punida com aplicação de advertência por escrito;
II - deixar de exigir do cliente a apresentação de documentos obrigatórios previstos na
legislação de trânsito;
III - emitir laudo de vistoria de identificação veicular em desacordo com o respectivo
regulamento técnico;
IV - realizar vistoria de identificação veicular em desacordo com o respectivo regulamento
técnico;
V - emitir laudos assinados por profissional não habilitado;
VI - deixar de armazenar em meio eletrônico registro de vistoria de identificação veicular,
não manter em funcionamento o sistema de biometria e outros meios eletrônicos previstos;
VII - deixar de emitir ou emitir documento fiscal de forma incorreta;
VIII - utilizar quadro técnico de funcionários sem a qualificação requerida;
IX - deixar de utilizar equipamento indispensável à realização da vistoria de identificação
veicular ou utilizar equipamento inadequado ou de forma inadequada;
X - deixar de conceder, a qualquer tempo, livre acesso às autoridades de trânsito e ao
DENATRAN às suas instalações, registros e outros meios vinculados à habilitação, por
meio físico ou eletrônico;
XI - utilizar pessoal subcontratado para serviços de vistoria de identificação veicular;
XII - deixar de manter o Seguro de Responsabilidade Civil Profissional.
Art. 12. Constituem infrações passíveis de cassação do habilitado:
I - reincidência da irregularidade punida com aplicação de sanção administrativa de
suspensão das atividades por 90 (noventa) dias;
II - realizar vistoria de identificação veicular fora das instalações da pessoa jurídica
habilitada, exceto nos casos expressamente previstos nos artigos 3-A e 3-B desta
Resolução. (Redação do inciso dada pela Resolução CONTRAN Nº 737 DE
06/09/2018).
III - fraudar o laudo de vistoria de identificação veicular;
IV - emitir laudo de vistoria de identificação veicular sem a realização da vistoria;
V - manipular os dados contidos no arquivo de sistema de imagens.
VI - repassar a terceiros, a qualquer título, as informações sobre veículos e proprietários
objeto de vistoria.
Art. 13. Além das infrações e penalidades previstas nos artigos anteriores, será
considerada infração administrativa passível de cassação do habilitado, qualquer ato que
configure crime contra a fé pública, a administração pública e a administração da justiça,
previstos no Decreto-Lei 2.848/1940, e atos de improbidade administrativa previstos na Lei
nº 8.429/1992, em especial a ofensa aos princípios constitucionais da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e interesse público.
Art. 14. Os órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal
poderão suspender cautelarmente, sem prévia manifestação do interessado, as atividades
de vistoria de identificação veicular da pessoa jurídica de direito público ou privado,
motivadamente, em caso de risco iminente, nos termos do art. 45, da Lei nº 9.784/1999.
Art. 15. A pessoa jurídica cassada poderá requerer sua reabilitação para o exercício da
atividade de vistoria de identificação veicular depois de decorridos 2 (dois) anos da
aplicação da penalidade.
Art. 16. As sanções aplicadas às pessoas jurídicas habilitadas são extensíveis aos sócios,
sendo vedada a participação destes na composição societária de outras pessoas jurídicas
que realizem as atividades de que trata esta Resolução.
CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 17. No caso de alteração de endereço das instalações da pessoa jurídica habilitada,
esta somente poderá voltar a operar após a vistoria prévia do órgão ou entidade executivo
de trânsito do Estado e do Distrito Federal.
Art. 18. Os modelos de requerimento e os demais formulários necessários à instrução do
processo administrativo de habilitação da pessoa jurídica serão padronizados em ato
específico do órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.
Art. 19. O Laudo de Vistoria de identificação veicular terá validade somente se emitido,
monitorado e controlado por meio do SISCSV, nos termos da legislação vigente e
atendidos os requisitos técnicos e funcionais especificados em Portaria do DENATRAN.

Parágrafo único. Os órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito


Federal promoverão sua inscrição no DENATRAN para integração das pessoas jurídicas
habilitadas com o SISCSV, conforme regulamentação específica do DENATRAN.
Art. 20. As Empresas Credenciadas em Vistoria de Veículos - ECVs e as Unidades de
Gestão Central - UGC, credenciadas pelo DENATRAN, permanecerão habilitadas no
SISCSV até a data da entrada em vigor desta Resolução, ou até o termino do prazo de
vigência do credenciamento, vedada a prorrogação, ou o que ocorrer primeiro.
Parágrafo único. As empresas credenciadas como Unidades de Gestão Central - UGC
pelo DENATRAN, no curso da vacatio legis desta Resolução, somente poderão exercer
suas atividades junto às Empresas Credenciadas em Vistorias de Veículos - ECVs
credenciadas pelo DENATRAN.
Art. 21. Esta Resolução entra em vigor em 1º de novembro de 2014. (Redação do artigo
dada pela Resolução CONTRAN Nº 496 DE 25/06/2014).
Art. 21-A Ficam revogadas a Resolução CONTRAN nº 5, de 23 de janeiro de 1998, e o art.
1º da Resolução CONTRAN nº 282, de 26 de junho de 2008. (Artigo acrescentado pela
Resolução CONTRAN Nº 496 DE 25/06/2014).
MORVAM COTRIM DUARTE
Presidente do Conselho
Em exercício
PEDRO DE SOUZA DA SILVA
p/Ministério Da Justiça
MARIO FERNANDO DE ALMEIDA RIBEIRO
p/Ministério Da Defesa
RONE EVALDO BARBOSA
p/Ministério Dos Transportes
JOSÉ MARIA RODRIGUES DE SOUZA
p/Ministério da Educação
LUIZ OTÁVIO MACIEL MIRANDA
p/Ministério da Saúde
JULIO EDUARDO DOS SANTOS
p/Ministério das Cidades

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