Guia de Elaboração de Itens - Final - Web PDF
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ELABORAÇÃO
DE ITENS
GUIA DE
ELABORAÇÃO
DE ITENS
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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Gabinete da Presidência
Teodomiro Braga da Silva
Chefe do Gabinete - Diretor
Brasília, 2021
© 2021. SENAI – Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
SENAI/DN
Gerência Executiva de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
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S491g
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SENAI
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LISTA DE
FIGURAS
Figura 1 – Fluxograma do Processo de Avaliação de Desempenho do Estudante.......................17
Figura 2 – Resumo das mudanças da estrutura original para a estrutura revisada
da Taxonomia de Bloom.................................................................................................22
Figura 3 – Esquema para elaboração de itens...............................................................................41
Figura 4 – Síntese da elaboração de um item................................................................................42
LISTA DE
GRÁFICOS
Gráfico 1 – Exemplo de Curva Característica do Item....................................................................13
Gráfico 2 – Resultados da análise de um item pela TRI e pela TCT...............................................13
LISTA DE
QUADROS
Quadro 1 – Dimensão Processos Cognitivos..................................................................................24
Quadro 2 – Dimensão Conhecimento.............................................................................................28
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO......................................................................................................................... 9
2 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................11
3 ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO ESTUDANTE............................................. 17
4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO............................................... 19
4.1 T
axonomia de Objetivos Educacionais ...............................................................................19
4.2 P
erfil Profissional, Desenho Curricular e Itinerário Formativo.............................................28
4.3 Matriz de Referência da Avaliação do Curso.......................................................................31
5 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO............................................... 37
5.1 Perfil do Elaborador..............................................................................................................39
5.2 Elaboração do Item..............................................................................................................40
5.2.1 Estrutura do item.........................................................................................................43
5.2.2 Requisitos técnicos.....................................................................................................44
6 REVISÃO FINAL DO ITEM......................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 57
1 APRESENTAÇÃO 9
1 APRESENTAÇÃO
O presente documento é parte integrante dos referenciais técnicos e metodológicos
da Avaliação de Desempenho dos Estudantes, desenvolvida pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial/Departamento Nacional (SENAI/DN), no âmbito do Sistema
de Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica (Saep), sistema este que tem como
objetivos: verificar a eficiência, a eficácia e a efetividade dos cursos de educação profissio-
nal; sondar a viabilidade para a implantação de cursos, o desenvolvimento e a qualidade
das ofertas e a eficácia de ensino e aprendizagem; investigar a qualidade da educação
profissional desde o início do curso até a inserção do aluno no mercado de trabalho;
e verificar a satisfação da indústria com a qualificação do trabalhador.
O Saep atua com projetos, processos e ações específicas de avaliação externa e avaliação
interna. Para que sejam alcançados seus objetivos, ele se encontra sustentado em quatro
dimensões que atuam na perspectiva de ofertar à sociedade os melhores cursos de educação
profissional. As quatro dimensões são: Avaliação de Projetos de Cursos, Avaliação de Desen-
volvimento de Cursos, Avaliação de Desempenho de Estudantes e Pesquisa de Egressos.
Este guia objetiva fornecer orientações para a elaboração de itens de avaliação que são
utilizados na Avaliação de Desempenho de Estudantes. A metodologia aqui descrita
considera os preceitos adotados por sistemas de avaliação externa em larga escala, que
utilizam, para a análise dos seus resultados, a Teoria Clássica dos Testes (TCT) e a Teoria
de Resposta ao Item (TRI).
O formato adotado para este guia possibilita a sua utilização por colaboradores do SENAI
que possuam diferentes níveis de conhecimento e de experiência em relação à Metodo-
logia SENAI de Avaliação da Educação Profissional. O guia fornece informações básicas
aos principiantes ao mesmo tempo que permite aos colaboradores mais experientes uma
rápida seleção de informações.
2 INTRODUÇÃO 11
2 INTRODUÇÃO
Uma das principais dimensões do Saep diz respeito à Avaliação de Desempenho de Estudan-
tes (ADE), uma avaliação externa que objetiva avaliar os cursos de educação profissional,
utilizando como indicador a proficiência dos alunos ao final do curso. Ela visa produzir
diagnósticos e referenciais do desempenho dos estudantes e do alcance dos Perfis Profis-
sionais, para analisar o processo de ensino e aprendizagem do SENAI, bem como promover
maior visibilidade da formação profissional.
A ADE é um processo de avaliação que se pauta por matrizes de referência, com origem
no Perfil Profissional e no Desenho Curricular nacionais, que utiliza testes padronizados:
provas objetivas on-line e provas práticas. A prova objetiva é composta por itens de
múltipla escolha, dicotômicos, ou seja, que apresentam apenas uma alternativa certa e
as outras erradas, contendo contextos que abordam situações-problema relacionadas ao
exercício de sua profissão, pois, assim, poder-se-á estimar a eficiência do curso para sua
formação e a eficácia para exercer com competência a profissão escolhida.
Os itens da prova objetiva devem atender rigorosamente aos requisitos técnicos exigidos,
em especial, pela metodologia de análise que tem por base a Teoria Clássica dos Testes
(TCT) e a Teoria de Resposta ao Item (TRI).
A TCT tem por objetivo principal calcular ou aferir o resultado obtido por um respondente
em um teste, isto é, visa calcular a quantidade de acertos do respondente nesse teste.
A unidade de análise da TCT é o teste. Nesse sentido, quanto maior for a quantidade de
acertos, maior será considerado o domínio do conhecimento cognitivo apresentado pelo
respondente no teste.
A TRI representa um conjunto de modelos matemáticos que utiliza o item como unidade
básica de análise. Há duas suposições básicas nessa teoria que devem ser asseguradas
no processo de análise: a unidimensionalidade e a independência local. Nesse método de
análise, determina-se a probabilidade de um indivíduo responder corretamente a um item
em função da sua habilidade, calculando, assim, o seu nível de proficiência, subjacente ao
comportamento observável demonstrado por suas respostas aos itens do teste.
Tendo por base sofisticados modelos matemáticos, a TRI está fundada em dois pressu-
postos básicos: 1) o desempenho do estudante num item pode ser predito a partir de um
conjunto de variáveis hipotéticas, chamado traço latente ou habilidade ou proficiência ou
aptidão, possuído pelo respondente; e 2) a relação entre o desempenho e a habilidade
pode ser descrita em uma função monotonicamente crescente, redundando num gráfico
chamado de Curva Característica do Item – CCI (gráfico 1). Neste gráfico, observa-se que,
à medida que se tem mais habilidade, se aumenta a probabilidade de acerto do item
(PASQUALI, 2018, p. 15-16).
2 INTRODUÇÃO 13
Assim, ao optar pela TCT ou pela TRI, o mais importante é a qualidade do item aplicado.
Quando o item é bem elaborado, ele gera bons parâmetros de qualquer uma das teorias.
As análises dos resultados mostram que há uma alta correlação entre as duas metodologias
de análises, muitas vezes superiores a 0,95. Veja, como exemplo, no gráfico 2, a análise de
um mesmo item, sendo a da esquerda pela TRI (CCI) e a da direita pela TCT.
A finalidade deste guia é oferecer orientações técnicas para elaboração de itens para a
prova objetiva que possibilitem assegurar, cada vez mais, diagnósticos da qualidade da
educação fidedignos e úteis aos educadores.
3 ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO ESTUDANTE 17
3 ETAPAS DA AVALIAÇÃO DE
DESEMPENHO DO ESTUDANTE
A operacionalização de avaliações, em larga escala, é uma
tarefa de grande complexidade que envolve diferentes estágios
que devem estar em perfeita consonância com os objetivos
a serem atingidos.
Determinar a população
É necessário elaborar ou revisar
a ser avaliada ou de um
a matriz de referência?
plano amostral
NÃO SIM
Haverá análise
É necessária Aplicação do
SIM estatística e
pré-testagem dos itens? pré-teste
pedagógica dos
NÃO resultados neste
momento?
NÃO SIM
Montar os cadernos
de prova Analisar estatistica- Processar e construir
mente e pedagogica- a base de dados
mente os resultados da avaliação
Fonte: SENAI/DN.
4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO 19
4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO
DOS ITENS DE AVALIAÇÃO
O processo de elaboração de itens compreende diferentes
etapas. Inicialmente, é de fundamental importância que o ela-
borador compreenda a taxonomia dos objetivos educacionais,
pois ela é a base para o desenvolvimento das competências
específicas e socioemocionais, desdobradas nas capacidades
básicas, específicas e socioemocionais.
4.1 T
AXONOMIA DE OBJETIVOS
EDUCACIONAIS
Benjamim S. Bloom e colaboradores publicaram, em 1956,
importante trabalho para apresentar um modo de sistemati-
zação dos objetivos educacionais, descrição do que os alunos
devem ser capazes de fazer após serem submetidos a um
processo de aprendizagem. Eles consideravam que as possibili-
dades de aprendizagem consistiam em três domínios: cognitivo,
afetivo e psicomotor, sendo que cada um deles apresentava
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GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
Domínio Afetivo – está ligado a área emocional e, portanto, ao “saber ser”, representando
atitudes, crenças, valores e juízos sobre os sujeitos e objetos que orientam o aluno em
comportamentos específicos durante a realização das tarefas.
A forma de organização dos objetivos educacionais tem sido adotada como referência para
o desenvolvimento do ensino, da aprendizagem e da avaliação, tornando possível prever
a utilização de estratégias diferenciadas para facilitar, avaliar e estimular o desempenho
dos alunos em diferentes níveis de aquisição de conhecimento.
Constitui-se, também, um estímulo aos educadores no auxílio aos seus discentes que,
de forma estruturada e consciente, adquirem competências específicas a partir da percep-
ção da necessidade de dominar habilidades mais simples para, posteriormente, dominar
as mais complexas.
da educação básica; (2) das alterações feitas na terminologia dos níveis hierárquicos ou
categorias da dimensão Processos Cognitivos, trazendo duas mudanças importantes:
assumiu para cada nível a forma verbal, em vez da substantiva até então apresentada,
mudando a nomenclatura de Compreensão para Entender e Síntese para Criar; e (3) da
estrutura da taxonomia, cujo primeiro nível “conhecimento”, da forma original, constituiu-se
em nova dimensão Conhecimento, com outras categorias a ela associada.
No âmbito da ênfase dada à taxonomia, foi atribuída maior atenção ao seu uso como
apoio ao professor. Dessa forma, amplia-se a sua utilização. Desde a taxonomia original
(BLOOM, 1949), esperava-se um uso mais abrangente, considerando-se que as dimensões
abrangidas pela taxonomia são de ordem universal. Assim, com a revisão, ela adquire
importância fundamental no planejamento do currículo, no processo instrucional, na
avaliação e no alinhamento destes três – currículo, instrução e avaliação.
Outro fator relevante, ainda no âmbito da taxonomia, foi a ênfase dada ao esclarecimento
do significado de cada nível hierárquico ou categoria, com explicações mais claras e muitos
exemplos para o seu uso mais efetivo em tarefas de desempenho e itens de teste.
A respeito das alterações feitas na terminologia dos níveis hierárquicos ou das categorias,
as alterações foram propostas, principalmente, para dar maior consistência ao modo de
descrever os objetivos. Dessa forma, da dimensão Processo Cognitivo, advêm os verbos
que descrevem o que se espera que os alunos sejam capazes de realizar, considerando
os níveis hierárquicos e as diversas palavras com sentido semelhante, complementadas
com as categorias indicadas pela dimensão Conhecimento.
DIMENSÃO Dimensão
o SEPARADA Conhecimento
tiv
tan
bs
Su
CONHECIMENTO Verbo LEMBRAR
COMPREENSÃO ENTENDER
APLICAÇÃO APLICAR
Dimensão
Processo
Cognitivo
ANÁLISE ANALISAR
SÍNTESE AVALIAR
AVALIAÇÃO CRIAR
A estrutura revisada continua sendo uma hierarquia no sentido de que as seis categorias
principais da dimensão Processo Cognitivo são consideradas ordenadas em termos de
complexidade crescente. As categorias do esquema original eram consideradas uma
hierarquia cumulativa, entretanto, isso significava que o domínio de uma categoria mais
complexa exigia o domínio prévio de todas as categorias menos complexas abaixo dela,
como um padrão rigoroso. A pesquisa subsequente forneceu evidências empíricas para
uma hierarquia cumulativa para as três categorias intermediárias, Compreender, Aplicar
e Analisar, mas o suporte empírico foi fraco para ordenar Avaliar e Criar. Essa questão
pode ser ilustrada pela categoria Entender.
Para evitar que as categorias se sobreponham, teria que tornar clara a subcategoria
Explicar nas categorias Aplicar, Analisar, Avaliar ou Criar. Mas Explicar não é uma forma
de aplicar, ou de analisar, ou de avaliar, ou de criar. No entanto, é na categoria Entender
4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO 23
que a subcategoria Explicar faz sentido, embora pareça ser um processo mais complexo
do que as outras categorias citadas na sequência.
Dois outros termos, solução de problemas e pensamento crítico, parecem ter caracterís-
ticas semelhantes a entender. Eles são amplamente usados e, da mesma forma, tendem
a se tornar referência na ênfase curricular. Ambos geralmente incluem uma variedade
de atividades que podem ser classificadas em células díspares da tabela de taxonomia.
Ou seja, em qualquer instância, os objetivos que envolvem a resolução de problemas e o
pensamento crítico provavelmente exigem processos cognitivos em várias categorias na
dimensão Processo. Por exemplo, pensar criticamente sobre um problema provavelmente
envolve algum conhecimento conceitual para analisar o problema. Então, pode-se avaliar
diferentes perspectivas em termos dos critérios e, talvez, criar uma perspectiva nova, mas
defensável sobre o assunto. Portanto, apesar do interesse em empregar os termos que
os professores usam, parece não haver uma maneira de incluir efetivamente a resolução
de problemas ou o pensamento crítico como títulos principais na Taxonomia Revisada.
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GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
Categoria 1 – Lembrar
Consiste em reconhecer e recordar informações importantes da memória de longo prazo.
Ideias:
• Recordar, reconhecer ou reproduzir ideias e conteúdos.
• Promover a retenção do material apresentado da mesma forma em que foi ensinado.
• Tratar informações que requeiram que o estudante as reproduza conforme lhes tenham sido repassadas, sejam
elas datas, relatos, procedimentos, fórmulas ou teorias.
• Lembrar informações sobre: normas, fatos, datas, palavras, teorias, métodos, fórmulas, classificações, lugares,
regras, critérios, procedimentos, etc.
Subcategorias/capacidades Conceituação Evidências/alternativas
• Identificar
• Associar
• Listar
• Produzir a informação certa a partir
• Corresponder
Reconhecer da memória, reproduzir ideias e con-
• Equivaler
teúdos.
• Indicar
• Representar
• Nomear
• Citar
• Complementar
• Processos que requerem que o estu- • Localizar
dante reproduza, com exatidão, uma
• Combinar
Recordar informação que lhe tenha sido dada,
• Descrever
seja ela uma data, um relato, um proce-
dimento, uma fórmula ou uma teoria. • Numerar
• Reproduzir
• Registrar
4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO 25
Categoria 2 – Entender
É a capacidade de construir o significado das mensagens instrutivas, incluindo a comunicação oral, escrita e gráfica.
Os processos cognitivos envolvidos com a categoria de entender incluem interpretar, exemplificar, classificar,
resumir, inferir, comparar e explicar.
Ideias:
• Dar significado a matérias, temas ou experiências realizadas.
• Explicitar ideias, conceituar com as próprias palavras. Nesse nível de operação mental, há uma indicação de ele-
mentos que dão significado ao objeto de aprendizagem: sua composição, finalidade, propriedades, características.
• Elaborar (modificar) um dado ou informação original.
• Usar uma informação original e ampliá-la, reduzi-la, representá-la de outra forma ou prever consequências resul-
tantes da informação original.
Subcategorias/capacidades Conceituação Evidências/alternativas
• Ilustrar
• Redefinir
• Traduzir o que entendeu, representar
• Revisar
Interpretar o que entendeu; dar um significado ao
• Traduzir
que foi ensinado.
• Destacar
• Transpor
• Desenhar
• Ilustrar
• Encontrar um exemplo, ou ilustração,
• Destacar
Exemplificar ou correlato específico de um conceito
• Detalhar
ou princípio aprendido.
• Demonstrar
• Evidenciar
• Agrupar
• Reconhecer que algumas coisas rela- • Associar
cionadas a determinado conceito ou • Categorizar
Classificar
princípio pertencem a uma categoria • Escolher
ou classificação. • Ordenar
• Separar
• Generalizar
• Sintetizar
• Sumarizar um tema ou pontos princi-
Resumir • Enumerar
pais de um dado conhecimento.
• Redefinir
• Representar
• Antecipar
• Deduzir
• Tirar uma conclusão lógica das infor-
Inferir • Concluir
mações apresentadas.
• Estimar
• Prever
• Ligar
• Corresponder
• Corresponder duas ideias, objetos e
Comparar • Vincular
similares.
• Conectar
• Contrastar
• Expor
• Esclarecer
• Elucidar
Explicar • Relação de causalidade entre eventos. • Explanar
• Justificar
• Argumentar
• Fundamentar
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GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
Categoria 3 – Aplicar
Realizar ou usar determinado procedimento para resolver tarefas ou atividades familiares (execução) ou novas
situações-problema (implementação). Os processos cognitivos envolvidos são: Executar e Implementar.
Ideias:
• Transpor a compreensão de um objeto de aprendizagem, em um caso específico, em um fato ou em determina-
dos exercícios, ou situações-problema peculiares, etc.
• Reunir processos que contextualizem uma informação genérica para uma situação concreta e específica.
• Usar abstrações em situações específicas e concretas.
Subcategorias/capacidades Conceituação Evidências/alternativas
• Proceder
• Aplicar um procedimento a uma situa- • Fazer
Executar
ção concreta e familiar. • Usar
• Empregar
• Solucionar
• Aplicar um procedimento a uma situa- • Resolver
Implementar
ção não familiar. • Prover
• Padronizar
Categoria 4 – Analisar
Refere-se à divisão de um material em suas partes constituintes e à determinação de como as partes estão
relacionadas entre si e com uma estrutura geral. Neste nível, estão inclusos os processos Diferenciar, Organizar
e Atribuir.
Ideias:
• Dividir um conceito em partes e descrever como elas se relacionam com o todo.
• Dividir a informação por partes sendo capaz de entender a inter-relação entre elas, assim como na sua estrutura
total.
• Analisar é uma operação mental que parte de um todo para a compreensão de suas partes.
• Separar uma informação em elementos componentes e estabelecer relações entre eles.
Subcategorias/capacidades Conceituação Evidências/alternativas
• Distinguir
• Distinguir ou decompor partes rele- • Decompor
vantes de irrelevantes, ou importantes • Selecionar
Diferenciar
de não importantes do conhecimento • Discernir
abordado. • Discriminar
• Focalizar
• Estruturar
• Determinar como os elementos se • Integrar
Organizar ajustam ou funcionam dentro de uma • Esboçar
estrutura. • Esquematizar
• Conceituar
• Reestruturar
• Tencionar
• Determinar um ponto de vista, um
• Revelar
Atribuir viés, valores, ou uma intencionalidade
• Diligenciar
subjacente ao conhecimento abordado.
• Averiguar
• Integrar
4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO 27
Categoria 5 – Avaliar
Refere-se à capacidade de julgar com base em critérios e padrões sobre a qualidade, a precisão, a eficácia, a eco-
nomia, a satisfação de materiais e em relação a processos empreendidos. Os processos cognitivos envolvidos são:
Checar e Criticar.
Ideias:
• Julgar com base em critérios, padrões e normas.
• Representar os processos cognitivos mais complexos.
• Confrontar um dado, uma informação, uma teoria, um produto, etc., com um critério ou conjunto de critérios,
que podem ser internos ao próprio objeto de avaliação, ou externos a ele.
Subcategorias/capacidades Conceituação Evidências/alternativas
• Detectar inconsistências ou falácias
dentro de um processo ou produto.
• Testar
• Determinar se um processo ou produ-
• Detectar
Checar to tem consistência interna.
• Monitorar
• Detectar a eficácia de um proce-
• Coordenar
dimento enquanto ele está sendo
implementado.
• Detectar inconsistências entre um • Julgar
produto e seus critérios externos,
• Posicionar
determinando se um produto tem
• Defender
Criticar consistência externa.
• Deliberar
• Detectar a adequação de um
• Examinar
procedimento para um determinado
problema. • Apreciar
Categoria 6 – Criar
Requer juntar elementos para formar um todo coerente ou funcional. O processo criativo está envolvido com três
processos cognitivos: Gerar, Planejar e Produzir.
Ideias:
• Recorrer a elementos de outras fontes, juntando-os em uma nova estrutura ou padrão relativo ao próprio conhe-
cimento anterior.
• Reunir informações para formar algo novo ou reconhecer os componentes de uma nova estrutura.
• Consolidar o processo de construção do conhecimento.
• Envolver geralmente aspectos de cada uma das categorias de processos cognitivos anteriores.
• Pode gerar um novo produto, reorganizando mentalmente alguns elementos ou partes em um padrão ou estru-
tura não claramente presente antes.
• Reorganizar elementos para criar uma nova visão, nova solução, nova estrutura e modelo coerente, a partir de
conhecimentos e habilidades previamente adquiridos.
Subcategorias/capacidades Conceituação Evidências/alternativas
• Conjecturar
• Criação de hipóteses alternativas
• Hipotetizar
Gerar com base em critérios para explicar um
• Pressupor
fenômeno observado.
• Supor
• Conceber um procedimento para rea- • Delinear
lizar alguma tarefa, como, por exem- • Programar
Planejar
plo, planejar um trabalho de pesquisa • Projetar
sobre um determinado tópico. • Traçar
• Construir
• Idealizar
Produzir • Criar um produto. • Inventar
• Moldar
• Arquitetar
Fonte: Anderson e Kratwohl ( 2001). Com adaptações.
28
GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
Ao construir os itens para a prova objetiva a ser aplicada ao final do curso, cujos resultados
mostram as habilidades desenvolvidas e as que podem ser reforçadas, é importante que o
docente os elabore tendo por base os objetivos educacionais retratados na taxonomia das
dimensões Processos Cognitivos e Conhecimentos. Esse procedimento assegurará que,
no processo avaliativo, se obtenha um panorama mais fidedigno do processo formativo.
4.2 P
ERFIL PROFISSIONAL, DESENHO CURRICULAR
E ITINERÁRIO FORMATIVO
O Perfil Profissional de determinado curso contém a identificação e a descrição das
competências necessárias ao exercício profissional qualificado de determinada ocupação
4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO 29
Todos os cursos realizados pelo SENAI têm por base um Perfil Profissional que define o
que idealmente o trabalhador deve ser capaz de realizar no campo profissional corres-
pondente à determinada ocupação. Este perfil é indicado pela Competência Geral, pelas
Funções ou Unidades de Competência, pelas Subfunções ou Elementos de Competência
e pelos Padrões de Desempenho delineados para cada ocupação.
A etapa mais importante para a construção do Desenho Curricular, entre as cinco envolvidas1,
é a análise de Perfis Profissionais. Ela tem impacto direto sobre as ações relacionadas aos
processos de ensino, aprendizagem e avaliação. É por meio dessa análise que são estabe-
lecidos quais as potencialidades e os desempenhos a serem desenvolvidos e esperados
na formação do aluno, por intermédio dos processos de ensino e de aprendizagem, que
serão monitorados pelos processos de avaliação.
1 Etapa 1 – Análise de perfis profissionais; Etapa 2 – Definição dos módulos; Etapa 3 – Estruturação de unidades curriculares; Etapa 4 –
Organização interna da unidade curricular; Etapa 5 – Estruturação de itinerários formativos.
30
GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
Capacidades Básicas: caracterizam-se por serem de caráter geral, isto é, sem uma relação
de exclusividade com a ocupação, suas Funções, Subfunções ou Padrões de Desempenho.
Retratam as bases científicas, tecnológicas e os saberes universais. São consideradas
pré-requisitos e dão suporte ao desenvolvimento das Capacidades Técnicas.
Conhecimento: descrição dos grandes temas que dão o contorno e os limites da Unidade
Curricular, sendo que para saber qual a amplitude e a profundidade com que devem ser
desenvolvidos, o foco deve ser o Perfil Profissional e os objetos e contextos descritos
nas capacidades básicas, técnicas e socioemocionais.
4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO 31
Os Perfis e os Desenhos Curriculares de cada curso estão descritos nos Itinerários For-
mativos da Educação Profissional. O Itinerário Formativo, de acordo com a Metodologia
SENAI de Educação Profissional (2019), é entendido como um conjunto de etapas,
trajetórias, possibilidades e arranjos que compõem a organização curricular da Educação
Profissional e Tecnológica para o atendimento das demandas de formação em determinada
área tecnológica. Pode ser também considerado como o conjunto de trajetórias pelas
quais podem ser adquiridas as competências para o desempenho profissional qualificado.
Em sua constituição, são identificadas as interseções para o conjunto de ocupações de
uma área ou segmento, considerando seus diferentes níveis ocupacionais.
Cada capacidade da matriz que será referência para a construção do item apresenta a
seguinte estrutura:
32
GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
O QUE SE DESEJA
AVALIAR?
PARA QUE
AVALIAR?
Fonte: SENAI/DN.
Unidade de competência 03: Atuar Unidade de competência 02: Apoiar a gestão da Unidade de competência 01: Apoiar
na manutenção de sistemas automa- produção de peças e componentes mecânicos e a a gestão da manutenção mecânica e
tizados de máquinas e equipamen- montagem de sistemas mecânicos e elétricos de elétrica de máquinas e equipamentos
tos, atendendo as normas e padrões máquinas e equipamentos industriais, atendendo industriais, atendendo as normas e
técnicos, de qualidade, saúde e as normas e padrões técnicos, de qualidade, padrões técnicos, de qualidade, saúde
Unidades de
competências
segurança e de meio ambiente saúde e segurança e de meio ambiente e segurança e de meio ambiente
tenção
tenção
mentos
produtivo
mecânicos
automatizados
Elementos
tenção de sistemas
máquinas e equipa-
1.1. Planejar a manu-
de sistemas elétricos
1.2. Orientar a manu-
de sistemas mecânicos
ção técnica decorrente
tenção de sistemas mecânicos, elétricos e
3. 1. Realizar avaliações
Apoiar a gestão da montagem e da manu-
quinas e equipamentos
lógico-programáveis de
máquinas e equipamen-
1.4. Gerar a documenta-
as normas e padrões técnicos, de qualidade,
diagnósticas de sistemas
ção de sistemas elétricos
peças e componentes de
2.1. Organizar o processo
de automatizados de má-
quinas e equipamentos industriais, atendendo
automatizados e atuar no desenvolvimento de
do processo produtivo de
C1
aplicáveis aos sistemas elétricos de máquinas e
1, 2, 6
equipamentos.
BÁSICAS
1, 5, 6
mecânica, cujo itinerário é da versão 2018.
7, 11, 2
1, 8, 13
Intepretar os procedimentos de montagem
16
C4
3, 5, 12
2, 18,19
Definir mecanismos de controle, análise e
20
C5
2, 16,19
sistemas elétricos de máquinas e equipamentos
CAPACIDADES
10, 16
mas mecânicos de máquinas e equipamentos.
12, 16, 17
TÉCNICAS
20
16
C7
10, 16
sistemas automatizados eletromecânicos.
em sistemas eletromecânicos
15
11
11
C9
10, 13
14, 15
e equipamentos industriais
pelo SENAI. Veja um exemplo de uma Matriz de Referência do curso Técnico em Eletro-
irá compor a prova que tem por finalidade avaliar a qualidade do curso técnico ofertado
Essa organização constitui o referencial para a construção de cada item de avaliação que
4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO
33
34
GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
em sistemas eletromecânicos
Unidades de Elementos
e equipamentos industriais
competências de competências
equipamentos.
volvimento do projeto
4.2 Apoiar tecnicamente
a engenharia quanto aos
processos, materiais, 4, 7, 9
componentes e tecnolo-
segurança e de meio ambiente”
OBJETOS DE CONHECIMENTO
1 - Desenho Técnico 8 - Gestão da Produção 15 - Gestão da Manutenção
2 - Eletrotécnica Aplicada 9 - Tratamentos térmicos, termoquímicos e superfíciais 16 - Manutenção Aplicada
3 - Elementos de Máquina 10 - Qualidade 17 - Lubrificação e Lubricantes
4 - Materiais 11 - Segurança no Trabalho 18 - Montagem de Sistemas Eletromecânicos
5 - Metrologia 12 - Máquinas, equipamentos, ferramentas e insumos 19 - Dispositivos eletromecânicos
6 - Matemática Aplicada 13 - Documentação técnica 20 - CLP
7 - Processo de Fabricação 14 - Software dedicados 21 - Manufatura aplicada a projeto
Fonte: SENAI/DN
É importante ressaltar que a matriz de referência não engloba todo o Desenho Curricular
de um curso. Ela representa um recorte com base no que é possível aferir por meio do
tipo de instrumento de medida utilizado na avaliação e que, ao mesmo tempo, é repre-
sentativo do que está contemplado no currículo.
5 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO
DOS ITENS DE AVALIAÇÃO
Uma prova ou um teste elaborado para avaliar habilidades
cognitivas, segundo Pasquali (1997, p. 95),
Itens de uma prova que avalia o processo formativo devem abranger uma situação-problema
que descreva uma capacidade que está sendo desenvolvida em determinado ponto da
formação do aluno.
Itens que compõem uma prova que avaliará a qualidade da aprendizagem ao final de um
ciclo completo de escolarização, como é o caso da avaliação do curso, deverão abranger
situações-problema que retratem capacidades já consolidadas do estudante ao final
de sua formação. Os resultados das avaliações nas duas perspectivas terão, portanto,
usos diferenciados.
A prova que avalia o processo formativo informará o aluno sobre suas forças e fragilidades,
dando a ele a possibilidade de superar as dificuldades constatadas; ao docente, dará a
oportunidade de rever suas práticas para favorecer a aprendizagem processual e coletiva
dos estudantes.
A prova que avalia o curso em seu término poderá promover uma análise e reflexão do
processo formativo como um todo, verificando as capacidades que deveriam ter sido
desenvolvidas ao longo da formação do aluno e que poderão impactar o seu desempenho
profissional. Um curso de alta qualidade é aquele em que o estudante, ao final de sua
formação, está pronto para exercer a ocupação escolhida, conforme a competência geral
prevista para o curso.
A prova objetiva on-line do SENAI é um dos instrumentos utilizados para avaliar os estu-
dantes. Ela é constituída de itens que avaliarão as habilidades cognitivas relacionadas aos
descritores da Matriz de Referência.
A respeito dos resultados da avaliação da qualidade do curso, são os itens das provas que
darão a informação sobre as condições da educação ofertada tornando-se instrumento
indispensável para reflexão sobre as políticas, as práticas e as ações implementadas no
âmbito do sistema educacional SENAI. Por isso, é tão importante que o elaborador tenha
domínio das técnicas de elaboração, bem como do desenvolvimento do curso como um todo.
Chama-se a atenção, ainda, para o fato de que a construção dos itens pelos próprios docentes
do SENAI constitui marco importante na avaliação, pois esses itens terão, em seu bojo,
nuances particulares da prática pedagógica adotada por esse sistema, com características
próprias da cultura dessa organização, o que os tornarão peculiares. Salienta-se ainda que,
em atividades dessa natureza, a experiência docente é de fundamental importância para
que se possam elaborar itens em consonância com o contexto educacional, pois o contato
direto com o estudante permite que o elaborador possa avaliar se o item está adequado
ao propósito a que se destina.
Excelência na escrita dos itens demanda ainda mais que isso, demanda imaginação, criati-
vidade, simplicidade na invenção de situações que requerem exatamente a descrição das
capacidades desejadas. Requer também habilidade para identificar o elemento crucial tão
direto e conciso quanto possível em cada situação-problema a que o item corresponderá.
Principalmente, habilidade e julgamento que só surgem com a experiência.
Na matriz, observamos que ela se cruza com duas subfunções (elementos de competência – EC):
Observe também que essas duas subfunções (elementos de competência – 3.1 e 3.2)
estão relacionadas à função (unidade de competência) UC03:
10 – Qualidade
16 – Manutenção Aplicada
5 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO 41
16 – Manutenção Aplicada
Para que possamos avaliar se, ao final do curso, o estudante é capaz de “interpretar infor-
mações técnicas relacionadas a máquinas e equipamentos para manutenção em sistemas
automatizados eletromecânicos” (C7), nas perspectivas de “realizar avaliações diagnósticas
de sistemas automatizados” (subfunção 3.1) e “orientar a reparação de automatizados de
máquinas e equipamentos” (subfunção 3.2) ligadas à função 03, por meio de “Manutenção
Aplicada” (conhecimento 16), devem ser construídos itens que assegurem essa relação.
Veja o esquema a seguir.
CAPACIDADE
CONHECIMENTOS
OC 10 – Qualidade
OC 16 – Manutenção Aplicada
OC 16 – Manutenção Aplicada
Ao tomar como referência um esquema desse tipo, o elaborador será capaz de visualizar
as relações que há entre a capacidade, a subfunção (elemento de competência) e a res-
pectiva função (unidade de competência), vislumbrando, ainda, os conhecimentos que
contribuíram para o desenvolvimento da capacidade. Assim, o elaborador poderá pensar
em vários itens dessa capacidade, criando contextos, lançando mão de suportes, elabo-
rando enunciados e alternativas, sempre mantendo as relações que foram fundamentais
ao desenvolvimento da capacidade.
42
GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
Taxonomia de Objetivos
Curso Avaliado Matriz de Referência
Educacionais
Elaborar o item
Criar o contexto
Elaborar o comando
Elaborar as alternativas
Definir o gabarito e os
distratores plausíveis
Justificar as alternativas,
incluindo o gabarito
PROCESSO
PREDEFINIDO
Revisão do item
Suporte
Fonte: SENAI/DN.
Comando: é a segunda parte da estrutura do item. É ele quem enuncia e explica o que se
espera que o estudante faça. Obrigatoriamente ele deve estar relacionado ao contexto
apresentado. Deve-se apresentar na forma de uma frase que determina o que o estudante
deve procurar entre os recursos cognitivos mobilizados para solucionar o problema
apresentado no contexto.
Todas as alternativas devem ser justificadas, mesmo a correta, sendo que, geralmente,
a justificativa está associada ao processo de desenvolvimento da capacidade.
a. Item
Um item deve:
º ser inédito;
º ser elaborado para ser respondido em três minutos;
º estar diretamente relacionado à capacidade, à subfunção (elemento de compe-
tência), à função (unidade de competência) e ao(s) conhecimento(s) avaliados,
havendo uma correspondência inequívoca entre o problema apresentado e o
cruzamento da Matriz de Referência que está sendo avaliado;
º abranger uma única capacidade, pois a pergunta que se faz quando o aluno erra
é: “que capacidade este erro indica que não foi bem consolidada?”;
º considerar as dimensões Processo Cognitivo e Conhecimento que se queira
abordar no item, conforme a Taxonomia de Bloom.
º abranger situações relacionadas à área de ocupação, aproximando-se ao má-
ximo do que constitui o ambiente de trabalho que o estudante irá encontrar
futuramente;
5 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO 45
b. Contexto
O contexto do item deve:
º apresentar estímulo motivador de uma situação que esteja restrita à capacidade
a ser avaliada;
º abranger situação factível e admissível, devendo ser válido e relevante, dando
significado real ao problema proposto;
º ser significativo e capaz de mobilizar os recursos necessários para resolver o
item, para possibilitar que o estudante tenha a oportunidade de demonstrar a
capacidade desenvolvida e, dessa forma, avaliar em que medida a aprendizagem
foi efetivamente realizada;
º utilizar, sempre que necessário, suporte (figura ou imagem) que facilite o raciocí-
nio do estudante, pois poderá conduzi-lo a situações mais próximas da resolução
da situação;
º aproximar-se do que o estudante vivenciou em sua formação ou vivenciará em
seu cotidiano profissional;
º ser muito objetivo, direto e claro, evitando a abordagem de textos desnecessá-
rios, com informações supérfluas, ou repetidas leituras, já que o tempo que o
estudante terá para responder o item é de três minutos;
º apresentar linguagem muito clara, objetiva e técnica, de modo que, se o aluno não
responder corretamente o item, deva ser descartada a hipótese de que alguma
palavra o tenha impedido de compreender o que fora solicitado. A utilização de
46
GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
O suporte deve:
º estar obrigatoriamente relacionado ao contexto;
º apresentar referência bibliográfica completa;
º estar nítido e bem posicionado; e
º apresentar a sua descrição para assegurar a acessibilidade.
c. Comando
O comando deve:
º ser escrito:
– na forma de uma frase a ser completada na alternativa; ou
– na forma de uma pergunta, em que o respondente resolve o problema e
seleciona entre as alternativas a que responde corretamente.
º ser formulado de modo claro, objetivo e direto, sem apresentar informações
adicionais ou complementares;
5 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DOS ITENS DE AVALIAÇÃO 47
d. Alternativas
As alternativas devem:
º apresentar linguagem clara e direta, levando o estudante a compreender ime-
diatamente o que está posto em cada alternativa;
º ser redigidas gramaticalmente consistentes com relação ao comando, pois uma
alternativa que não esteja de acordo com o que solicita o comando fornece
pistas, permitindo ao aluno deduzir, a partir da leitura das alternativas, qual é a
resposta correta;
º apresentar-se sem erros gramaticais, de pontuação ou abreviação, pois esses
podem distrair o aluno e ter efeitos negativos sobre a concentração e o rendi-
mento do mesmo;
º ser independentes umas das outras, de forma que não sejam excludentes;
º utilizar, preferencialmente, termos impessoais, como: considera-se, calcula-se, etc.;
º evitar a utilização de palavras ou expressões repetidas, incluindo, em vez disso,
tais palavras e expressões no próprio comando;
º formar um bloco que tenha o(a) mesmo(a):
– estrutura, dando continuidade ao que é pedido no comando;
– paralelismo sintático e semântico, como, por exemplo:
* todas começam com substantivo, ou proposição ou verbo; e
* todas estão no mesmo tempo verbal;
– tamanho, em que todas as alternativas apresentam, aproximadamente,
a mesma extensão;
48
GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
º abordar sempre a mesma categoria, espécie, abrangência etc., sem fugir do que
está sendo avaliado, estabelecido pelo cruzamento da matriz;
º ser ordenadas de maneira lógica, seja por ordem alfabética, ordem do texto,
ordem cronológica, ordem crescente ou decrescente, facilitando a leitura do
item, como também evitando que alguma dica seja involuntariamente dada ao
aluno pela posição da alternativa correta; e
º estar pontuadas corretamente, conforme norma culta da língua portuguesa, de
forma que:
– essas devem começar com letras minúsculas e terminar com o ponto final, se
o comando for uma frase incompleta que deva ser corretamente completada
pelas alternativas;
– este deve terminar com uma interrogação e as alternativas devem começar
com letras maiúsculas e terminar com ponto final, caso o comando seja uma
pergunta; e
– cada alternativa deve começar com letra maiúscula e não apresentar pontua-
ção no final, quando o comando for uma pergunta e as alternativas forem
construídas somente com uma palavra ou números (HOPKINS; STANLEY;
HOPKINS, 1990).
É proibido:
º alternativa “todas as anteriores” ou “nenhuma das anteriores”.
O gabarito:
º é a única resposta correta;
º NÃO apresenta atrativos para a resolução do item.
Os distratores devem:
º ser todos plausíveis, pois a plausibilidade implica que cada distrator esteja no
mesmo campo conceitual da alternativa correta, mas seguramente está incorreta.
Ela não pode se constituir uma pegadinha; ela se apresenta plausível para o aluno
que não sabe. A pegadinha visa atingir o aluno que sabe e é característica de
provas de concurso, que não é o caso aqui; e
º propor hipóteses de raciocínio provavelmente imaginados pelo respondente,
delimitando a etapa do desenvolvimento da capacidade em que ele se encontra.
A justificativa dos distratores deve revelar a hipótese da razão de o aluno fazer cada opção.
Assim, ao terminar de elaborar os itens, faça uma checagem do seu trabalho, observando
os pontos a seguir listados.
CHECKLIST
NÃO SE
ITEM SIM NÃO RECOMENDAÇÃO
APLICA
É inédito? se sim, o item atende
Pode ser respondido em 3 minutos? se sim, o item atende
Está avaliando a capacidade indicada? se sim, o item atende
Está indubitavelmente relacionado ao cruzamen-
to da matriz indicado (capacidade, subfunção
se sim, o item atende
(elemento de competência) e função (unidade de
competência) e conhecimento avaliados)?
Está avaliando no nível cognitivo estabelecido
se sim, o item atende
pela capacidade?
Está avaliando uma única capacidade? se sim, o item atende
Está abrangendo situação relacionada à área de
se sim, o item atende
ocupação?
Está abrangendo aspectos significativos, interes-
se sim, o item atende
santes e atrativos para os estudantes?
Tem indicado o nível de dificuldade estimado na
se sim, o item atende
perspectiva do estudante?
Exige apenas a simples memorização, como, por
exemplo, de números de normas, de datas, cifras, se sim, NÃO atende
prazos, fórmulas, entre outros?
Contém “pegadinha”? se sim, NÃO atende
NÃO SE
CONTEXTO SIM NÃO RECOMENDAÇÃO
APLICA
Apresenta estímulo motivador e significativo de
se sim, o item atende
uma situação restrita à capacidade avaliada?
Abrange situação factível e admissível? se sim, o item atende
É significativo, de modo a possibilitar que o
estudante tenha a oportunidade de demonstrar se sim, o item atende
a capacidade desenvolvida?
Descreve uma situação capaz de mobilizar os
se sim, o item atende
recursos necessários para resolver o item?
Utiliza suporte (figura ou imagem) que facilite o
se sim, o item atende
raciocínio do estudante?
Aproxima-se do que o estudante vivenciou em
sua formação ou vivenciará em seu cotidiano se sim, o item atende
profissional?
É objetivo e claro, sem a abordagem de textos
se sim, o item atende
desnecessários, com informações supérfluas?
Apresenta linguagem clara, objetiva e técnica? se sim, o item atende
6 REVISÃO FINAL DO ITEM 53
CHECKLIST
Apresenta-se sem erros ortográficos, gramaticais,
de concordância verbal, nominal, entre outros,
se sim, o item atende
que possam distorcer o sentido do que está
sendo contemplado?
Referencia, quando da utilização de publicações,
se sim, o item atende
de onde se extraiu o texto?
Foi retirado de livros didáticos? se sim, NÃO atende
A referência é fidedigna? se sim, o item atende
Faz propaganda de forma a evidenciar uma
se sim, NÃO atende
marca?
Desrespeita proibições já previstas na legislação
se sim, NÃO atende
vigente?
Aborda conteúdos polêmicos, utiliza nomes fictí-
se sim, NÃO atende
cios jocosos ou identifica pessoas em geral?
Contém estereótipos e preconceitos de condição
social, regional, étnico-racial, de gênero, de orien-
tação sexual, de idade ou de linguagem, assim se sim, NÃO atende
como de qualquer outra forma de discriminação
ou de violação de direitos?
NÃO SE
SUPORTE SIM NÃO RECOMENDAÇÃO
APLICA
Está obrigatoriamente relacionado ao contexto? se sim, o item atende
É necessário para responder o item? se sim, o item atende
Apresenta referência? se sim, o item atende
Está nítido e bem posicionado (imagem ou
se sim, o item atende
figura)?
Apresenta a descrição para a acessibilidade para
assegurar a acessibilidade a estudantes com se sim, o item atende
deficiência visual?
NÃO SE
COMANDO SIM NÃO RECOMENDAÇÃO
APLICA
Está escrito na forma de uma frase a ser comple-
se sim, o item atende
tada na alternativa?
Está escrito na forma de uma pergunta? se sim, o item atende
Está formulado de modo claro, objetivo e direto? se sim, o item atende
Está associado à capacidade avaliada? se sim, o item atende
Está obrigatoriamente relacionado ao contexto
se sim, o item atende
apresentado?
É suficiente para que o aluno somente com o
contexto e o comando seja capaz de mobilizar
se sim, o item atende
os recursos cognitivos necessários para chegar à
resposta correta?
Utiliza linguagem impessoal? se sim, o item atende
Forma um bloco com as alternativas? se sim, o item atende
54
GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
CHECKLIST
Utiliza expressões como “é correto afirmar que”? se sim, NÃO atende
Utiliza termos como sempre, nunca, todo,
totalmente, absolutamente, completamente, se sim, NÃO atende
somente, ou outras palavras semelhantes?
Apresenta-se na forma de uma sentença nega-
tiva, utilizando termos tais como exceto, não, se sim, NÃO atende
incorreto, errado?
NÃO SE
ALTERNATIVAS SIM NÃO RECOMENDAÇÃO
APLICA
Apresentam linguagem clara e direta? se sim, o item atende
Existe alternativa que pode induzir ao erro? se sim, NÃO atende
Estão redigidas de forma gramaticalmente con-
se sim, o item atende
sistente com relação ao comando?
Apresentam-se sem erros gramaticais, de pontua-
se sim, o item atende
ção ou abreviação?
São independentes umas das outras, de forma
se sim, o item atende
que não sejam excludentes?
Utilizam termos impessoais? se sim, o item atende
Evitam a utilização de palavras ou expressões
repetidas, incluindo, em vez disso, tais palavras e se sim, o item atende
expressões no próprio comando?
Formam um bloco com a mesma linguagem,
estrutura, tamanho, paralelismo sintático e se-
se sim, o item atende
mântico e estão coerentes com o comando, com
a capacidade e com os aspectos linguísticos?
Abordam sempre a mesma categoria, espécie,
se sim, o item atende
abrangência etc.?
Estão ordenadas de maneira lógica, seja por or-
dem alfabética, ordem do texto, ordem cronoló- se sim, o item atende
gica, ordem crescente ou decrescente?
Começam com letras minúsculas e terminam
com o ponto final, caso o comando for uma frase se sim, o item atende
incompleta?
Começam com letras maiúsculas e terminam com
se sim, o item atende
ponto final, caso o comando seja uma pergunta?
Se construídas somente com palavras ou
números, começam com letra maiúscula e não se sim, o item atende
apresentam pontuação no final?
Apresenta uma alternativa “todas as anteriores”
se sim, NÃO atende
ou “nenhuma das anteriores”?
NÃO SE
GABARITO SIM NÃO RECOMENDAÇÃO
APLICA
Existe uma alternativa correta? se sim, o item atende
A indicação do gabarito está correta? se sim, o item atende
É a única resposta correta? se sim, o item atende
O gabarito apresenta atrativos para a resolução
se sim, NÃO atende
do item?
6 REVISÃO FINAL DO ITEM 55
CHECKLIST
NÃO SE
DISTRATORES SIM NÃO RECOMENDAÇÃO
APLICA
São todos plausíveis? se sim, o item atende
Propõem hipóteses de raciocínio provavelmente
se sim, o item atende
imaginadas pelo respondente?
NÃO SE
JUSTIFICATIVA SIM NÃO RECOMENDAÇÃO
APLICA
Revela a hipótese da razão de o aluno escolher
se sim, o item atende
determinada opção?
Revela o raciocínio necessário para se chegar à
se sim, o item atende
solução da situação-problema?
A justificativa do gabarito apresenta os dados
do cruzamento da matriz nos seguintes termos:
os estudantes que acertaram este item, pro-
se sim, o item atende
vavelmente, são capazes de (capacidade), para
(função ou elemento de competência), por meio
de (conhecimento(s))?
REFERÊNCIAS 57
REFERÊNCIAS
ANDERSON, L. W.; KRATHWOHL, D. R.; AIRASIAN, P. W. et al. A taxonomy for learning,
teaching, and assessing: a revision of Bloom’s taxonomy of educational objectives. New
York: Longman editors, 2001.
SENAI. Caderno Pedagógico SAEP. Brasília: SENAI/DN, 2017. Disponível em: http://saep.
senai.br. Acesso em: 17 set. 2019
SENAI. Plano operacional da prova prática. Brasília: SENAI/DN, 2019. Disponível em:
https://extranet.sistemaindustria.org.br/bibliotecas/documento. Acesso em: 18 set. 2019.
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GUIA DE ELABORAÇÃO DE ITENS
SENAI/DN
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral
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