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CASO 9 - 3 Semestre

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INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO:

Quando existe mais de 100.000 bactérias ou unidades formadoras de


colônia por ml de urina – detectado na urocultura. Pode haver bacteriúria
assintomática
Principal causa de internações: - Comunidade
- Hospitalar: geralmente sonda vesical
- Via ascendente

Invasão direta – ascendendo a via urinária – geralmente via uretral.


Pode ser por via hematogênica, devido à alta vascularização renal –
comum em crianças.
Pode ocorrer pela proximidade com a uretra
Infecção baixa: cistite
Infecção alta: pielonefrite
Agentes: bactérias, vírus, micobactérias. Tem fatores de virulência.
Urocultura +, mesmo sem sintomas devem ser tratadas: gestante,
procedimento urológico invasivo, transplante renal recente
Se essa infecção não for tratada pode gerar uretrite (infecção de uretra)
ou cistite (infecção na bexiga) – infectando o trato urinário inferior. Se
atinge os ureteres – ureterite.
Pode também atingir os rins causando pielonefrite – trato urinário
superior. Sinal Giordano +. Mais grave e pode causar lesões renais e se
disseminar pelo sangue causando bacteremia.
Associados ao trato urinário: Próstata – prostatite
Epidídimo – epididimite
Mais comum ocorrer em mulheres, muito por conta da anatomia
feminina. Uretra menor e proximidade menor da uretra com canal anal.
Deslocamento das bactérias da região anal para a região onde existe o
orifício de entrada da uretra ocorre mais facilmente.
Bacteriúria assintomática
Cistite aguda – sintomas baixos
Cateter em VU – cateter + sintomas
ITU complicada – febre, imuno, estrutural
ITU recorrente – mais de 3 por ano

Fatores de risco:

Sexo feminino, atividade sexual, infecção vaginal, uso de fraldas,


obesidade, diabetes, suscetibilidade genética, uso de cateter ou sondas,
primeira ITU em idade precoce, anomalias do trato urinário (caráter
obstrutivo por exemplo), maus hábitos de higiene pessoal, diafragma e
uso de espermicidas.

Causas:
Higiene inadequada (ex. mulher se limpa de traz para frente, ou se o
homem não tem o cuidado adequado de limpar o prepúcio do pênis)
Cálculo renal
Doença prostática
Segurar demais o xixi
Não beber água na quantidade suficiente (não faz xixi suficiente e
bactéria tem bastante tempo para se proliferar no sistema urinário)
Baixa imunidade
Sexo anal desprotegido (uma vez que muitas bactérias que podem
causar essa infecção estão originalmente presentes no ânus)
Incontinência urinária

Principais causas de internações:


Infecção adquirida na comunidade
Do ambiente hospitalar (geralmente relacionada a sonda vesical)
Via ascendente
Resistência aos bacilos gram -. Escolha adequada do antibiótico é
fundamental.
Vias:
Ascendente – via uretral geralmente
Hematogênica – rim é muito vascularizado, disseminação a distancia
pode acabar atingindo o rim
Alta – pielonefrite
Baixa – cistite
Não complicada
complicada

Sintomas:
Disúria (dor ao urinar)
Polaciúria
Urgência miccional
Dor no baixo ventre
Nictúria
Urina turva (piúria) ou avermelhada (hematúria)
Febre
calafrios
A pielonefrite tem os sintomas de dor lombar, febre alta e calafrios. Em
alguns casos presença de sangue na urina (hematúria), em alguns casos
pode haver presença de pus (piúria)

Transmissão:
Infecção se dá pelo alojamento e multiplicação de microrganismos em
qualquer parte do trato urinário.
Pode ser por via ascendente (+ comum): microbiota intestinal, defecação,
relações sexuais, higiene pessoal
Via hematogênica: organismos gram +, alteração da resistência,
anatomia e/ou funcionamento dos rins
Via linfática (muito raro): necessidade de maiores estudos
Diagnostico:
Análise de urina e sedimentos - Leucocitúria, nitrito positivo, hematúria
Urocultura – 10 5 UFC. Se for uma punção supra púbica, qualquer
crescimento deve ser valorizado (comum na pediatria)
Após urocultura, interpretar antibiograma: agente, espécie, ver se ele é
sensível ou resistente ao antibiótico
Cistite não complicada – não precisa solicitar urina e cultura. Trata
mesmo sem o exame
Nitrito -: não significa que não é infecção urinária. Algumas bactérias
demoram ou não convertem nitrato em nitrito
Nitrato + queixa urinaria – deve valorizar no diagnóstico

Profilaxia:

Ingerir bastante água e líquidos; evitar segurar a urina; higienizar as


áreas genitais antes e depois das relações sexuais; após evacuar, ao
higienizar a vulva e a região perianal, limpar sempre no sentido de frente
para trás, para evitar que bactérias passem do ânus para a vagina;
cuidar do sistema imunológico; não utilizar sungas ou biquinis molhados
por muito tempo; dieta rica em fibras e sucos de frutas

Tratamento:
Escolha do antibiótico de acordo ao tipo de bactéria.
Importante que o antibiótico possa cobrir a resistência dos bacilos gram
negativos
Se for grave – endovenoso
Tem que ser concentrado na via urinária
De modo geral:
Para tratar cistite – fosfomicina (dose única) e nitrofurantoína.
Não se recomenda para quadro alto/gravidade – sem concentração.
Evitar sulfa (bactrin não é droga de primeira escolha)– aumento
resistência (tem registros no Brasil). Pode utilizar norfloxacina (3
doses).
Baixo risco para resistência: cefalosporina de terceira geração e
fluorquinolonas: primeira escolha para pielonefrites. Não
recomendado para idosos.
Ceftriaxona – concentra na via urinária
Ciprofloxacina – pode ser em formulação endovenosa
Alto risco para resistência, urosepse, passado de infecção por
pseudomonas: cefalosporina de quarta geração e carbapenêmicos:
cefepime, ceftazidime avibactam, ceftolozane – tazobactam e
meropenem

Escherichia coli:
Causa em torno de 80% das infecções urinárias – cepa Escherichia coli
uropatogênica
Bacilo gram negativo, muitos flagelos, fímbrias, adesinas, que vão se
prender no epitélio da uretra e da bexiga. Possui toxinas (hemolisina,
LPS...), moléculas que causam evasão do sistema imunológico, possui
proteínas que interferem com aquisição de ferro do indivíduo.
Oxidase negativa
Glicose + (fermentadora de glicose)
Lactose + (fermentadora de lactose)
Gás +

Se ligam a células da bexiga e do trato urinário superior através de


adesinas (fímbrias P, AAF, e outras) e produzem a hemolisina HlyA que
lisa as células, levando à liberação de citocinas, no estímulo da resposta
inflamatória.

Fatores de virulência: Fímbrias F1 – especializadas em aderir a bactéria


na bexiga/epitélio urológico. A urina possui uma substância que dificulta a
adesão das fímbrias da bactéria à uroplaquina do epitélio da bexiga.
Então a urina tem uma substância que já serve para eliminar essas
bactérias na urina, mas a e. coli tem muitos flagelos, conseguindo ter
sucesso e se aderir na bexiga gerando cistite. Fímbrias P – fímbria
especializada em bactérias que causam pielonefrite e aí fica mais grave.
Consegue do rim causar infecção no sangue também (infecção
generalizada) e insuficiência renal aguda. Sideróforos – na urina existe
quantidade pequena de ferro, e a bactéria precisa de ferro para o seu
desenvolvimento. Através desses sideróforos a e. coli consegue roubar a
pouca quantidade de ferro que existe na urina para gerar a sua rápida
multiplicação. Toxina FNCT-1 gera apoptose das células do epitélio da
bexiga favorecendo disseminação da e coli para tecidos vizinhos.

Bacteriúria assintomática – presença de bactéria na urina sem causar


sintoma. 100.000 UFC/ml ou ≥10² UFC/ml (cateterizado/sonda)
Assintomática vai tratar: gestante (infecção é fator de risco para
prematuridade), procedimento urológico invasivo (para evitar bactéria se
disseminar na corrente sanguínea do paciente), transplante renal recente
Quando tem essa bactéria na urina e causando sintomas na bexiga
(inflamação da mucosa), infecção bacteriana baixa – cistite
Quando a bactéria ascende o trato urinário e vai parar no rim –
pielonefrite

Cistite:

Agentes que mais causam: E. coli e saprophyticus


Sintoma – disúria (dor ou ardência ao urinar), polaciúria, dor
suprapúbica, urgência urinária e nictúria. Cistite não tem febre.
Diagnostico clinico e sumário de urina. Pode ou não fazer urocultura
(pode tratar mesmo sem urocultura)
Tratamento – fosfomicina (DU), Bactrim (3 dias), Nitrofurantoína (7 dias),
Betalactâmico (7 dias)
Pielonefrite:
Geralmente precisa de internação.
Ascenção da bactéria que vai parar no rim. Rim é muito vascularizado,
se não tratar, bactéria pode se disseminar de forma sistêmica.
Sintoma – febre, dor em flanco uni ou bilateral, calafrios, sinal de
Giordano, sintomas de cistite (pode ser que tenha mucosite na bexiga e
estar associado a pielonefrite)
Diagostico – avaliar clínica e ver os exames. Sumario de urina e
urocultura com antibiograma para avaliar qual o germe causador e se ele
é sensível a antibióticos.
Avaliar se é uma pielonefrite complicada ou não complicada. Não
complicada é em paciente que tem trato urinário normal. Complicada é
em paciente que tem trato urinário alterado ex. calculo renal associado,
obstrução, abcesso, cateter na via urinária.. isso vai alterar o tratamento.
Exame de imagem – TC com contraste. Isso quando houver dúvida no
diagnóstico, falha terapêutica, abcesso ou obstrução. Paciente grave,
urolitíase, obstrução, falha de resposta ATB. Pode ser necessário
ressonância magnética – necessidade de definição anatômica mais
complexa
Tratamento – para não complicada: ciprofloxacino, levofloxacino,
ceftriaxona
Complicada: piperacilina/tazobactam, Cefepime, Imipenem

Pseudomonas:
Mais relacionada a infecções hospitalares.
Infecções oportunistas em pacientes com cateteres urinários de demora
e após exposição a antibacterianos de amplo espectro (seleciona para
essas bactérias resistentes a antibacterianos)
Pode haver disseminação para outros órgãos
Enterococcus sp (G+) – também mais relacionada a infecções
hospitalares. Paciente sondado, invasão na via urinária...
Staphylococcus saprophyticus:
Presente no trato urinário e períneo em mulheres
Cocos em forma de cachos
Gram + (coradas em roxo)
Catalase +
Coagulase –
Urease +
15% das infecções urinárias
Resistente ao antibiótico novobiocina
Geralmente em mulheres jovens com vida sexual ativa, especialmente
quando troca de parceiros.
S. saprophyticus sobrevive na microbiota da vagina e pênis, quando as
mulheres trocam de parceiro, acabam tendo contato com populações
diferentes de S., que podem gerar infecção urinaria.
Homens idosos também são mais suscetíveis por conta da queda na
imunidade.
Também causa cistite.
Fármaco de escolha para tratamento: Quinolona ou trimetoprim-
sulfametoxazol
Pode utilizar antibiótico pós coito

Proteus mirabilis:

Enterobactéria que vive no intestino humano


Bacilo gram – (cora em rosa)
Possui flagelos
Fermenta glicose
Não fermenta lactose
Produz gás
Produz urease, que hidrolisa a ureia formando cristais de estruvita, então
quando a pessoa tem a infecção no exame de urina é observado muitos
cristais, além da urina ficar alcalina pela transformação da ureia em
amônio. Os cristais podem favorecer a urolitíase (cálculos renais - pedras
nos rins)
Bactéria acaba se escondendo dentro desses cristais fazendo com que a
infecção seja de difícil tratamento.

Klebsiella pneumoniae:
Enterobactéria
Bacilo gram –
Não possui flagelos
Possui cápsula
Glicose +
Lactose +
Gás +
Oxidase –
Geralmente essa bactéria fica escondida no intestino humano mas
também pode causar infecções de urina.
Além da infecção do trato urinário, pode causar pneumonias e infecções
generalizadas.
Resistente a antibióticos
Principalmente nos hospitais – infecções hospitalares em pacientes
imunossuprimidos mas também pode causar em pessoas saudáveis que
tiveram contato com fluidos através da manipulação de sondas e
cateteres desses pacientes.

Enterococcus faecalis:

Estreptococo gram +
Catalase –
Coagulase –
PYR +
NaCl+
Bile esculina +
Pode causar infecção com prostatite e pode disseminar para o sangue
gerando um problema cardíaco – endocardite bacteriana
Resistente a antimicrobianos e de difícil tratamento

Neisseria gonorrhoeae:

Bactéria da gonorreia
Diplococo gram –
Oxidase +
Glicose +
Não possui cápsula
É uma IST e pode causar infecção na uretra (uretrite), tanto nos homens
quanto nas mulheres.
Mulheres podem ser assintomáticas e no homem gera ardência ao urinar

Streptococcus agalactiae:

Gram +
CAMP+
Beta hemolíticas
Catalase –
Coagulose –
Nas gestantes pode causar meningite neonatal no recém nascido
As vezes pode causar abortos
Pode causar infecção na uretra feminina e homens. Principalmente
imunidade baixa.
LITÍASE:

Considerada uma doença crônica, porque um paciente que teve


uma crise de nefrolitíase, em um ano tem 10% de chance de
recidivar, em 5 anos tem 35% de chance, em 10 anos tem 60% de
chance de recidivar.
Prevalência 3% no mundo
Até 12% das pessoas no mundo terão em algum momento da vida
30% desses precisam de abordagem terapêutica
Geralmente adulto jovem do sexo masculino

Fatores de risco:
História prévia, histórico familiar, baixa ingesta hídrica, baixo pH
urinário: obesidade, DM, Gota, HAS, ITU crônica ou recorrente,
medicamentos

Composição dos cálculos:


1- Sais de Cálcio
70-80%
Oxalato de cálcio 40-70%
Fosfato de cálcio 6% - mais comum apatita/hidroxiapatita

2- Estruvita (fosfato de amônio magnesiano)


10-20%
Cálculo infeccioso (precisa ter bactérias produtoras de urease
para esse cálculo se desenvolver)
Mais comum de fazer os cálculos coraliformes (cálculos
enormes que ficam alojados na pelve renal)

3- Ácido úrico
5-10%
4- Cistina
São cálculos mais duros
2-3%

Fisiopatologia:
Junção de elementos químicos vão formar sais insolúveis que vão
formar cristais. Esses cristais vão crescer e começar a se agregar e
vão formar os cálculos.
Para isso, é necessário haver uma supersaturação da urina
(concentrada em determinado soluto, ex. oxalato e cálcio)
São influenciados pelo pH
No pH alcalino, tem a tendência de formar cálculo de estruvita e
apatita
No pH mais ácido, tem a tendência de ter cálculo de ácido úrico e
de cistina
No caso do oxalato de cálcio, tanto faz o pH
Nucleação: pode ser homogênea/primárica – quando o cristal é
puro (ex. oxalato de cálcio puro) e só acontece em altíssimas
concentrações
Heterogênea/secundária – quando tem a formação de um sobre o
outro. Ex. fosfato de Ca + oxalato de Ca. Não é um cristal puro.
Crescimento e agregação: cristais vão se aderir ao epitélio,
geralmente na papila renal, e vai juntando mais cristais.
Inibidores fisiológicos: água – que vai diluir a urina (impede
nucleação) e aumentar o fluxo urinário (vai lavando, impede
crescimento e agregação)
Citrato – se junta com cálcio (impede formação de oxalato de cálcio)
Magnésio – se junta com oxalato
Proteína de Tamm-Horsfall – são proteínas formadas nos túbulos
renais e que também pegam os cristais e jogam para fora
Estruvita: está relacionada a bactérias que produzem urease. A
urease vai quebrar ureia em amônica, CO2 e H2O. essa amônia vai
aumentar pH e saturar urina, se junta com fosfato e magnésio e
forma a estruvita.

Manifestações clínicas:
O que vai gerar sintoma é a mobilização do cálculo e obstrução em
algum ponto. Vai gerar constrição ureteral – a musculatura lisa
começa a ter movimentos espasmódicos e repetitivos. Por isso
ocorrem crises de dor em cólica (que duram de 20 a 60min)
Sinal de Giordano – se for uma obstrução suficiente para distender
a cápsula renal
Paciente pode ter náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia e
síncope

Pontos de constrição fisiológica do ureter:


Junção ureteropélvica – logo quando sai da pelve para ureter. Dor
em flanco
Terço médio do ureter – onde passam os vasos ilíacos internos.
Irradia para ligamento inguinal + testículo ou grande lábio
Junção vesicureteral – sintomas semelhantes a cistite (dor, disúria,
polaciúria...). Dor peniana

Hematúria: até 90% dos pacientes


Infecção: é uma das complicações. Paciente pode fazer uma
pielonefrite aguda.
Obstrução: pode gerar hidronefrose no paciente *dilatação da pélvis e dos
cálices do rim, como consequência da obstrução do trato urinário.

Cálculos coraliformes: estruvita. Mal prognóstico (não saem com


facilidade). Terapia intervencionista.

Diagnostico:
Clínica: cólica nefrética, hidronefrose (US), hematúria
TC de abdômen sem contraste – padrão ouro. Sensibilidade 98%.
100% especificidade. Ver inclusive cálculos de ácido úrico
(radiografia não vê).
US de rins e vias urinárias – segunda escolha. Melhor para
cálculos mais altos. Vê se tem hidronefrose. Pode ser feito na
gestante (também pode utilizar RM).
Raio X de abdomên – só consegue ver cálculos radiopacos
Urografia excretora – sensibilidade 90%. Usa contraste iodado. Tem
que avaliar função renal
Análise direta (filtro) da urina – para saber qual tipo de cálculo
Sumário de urina – vai ver pH e cristais que aparecem
Sempre pedir urocultura (verificar bactérias produtoras de urease –
Proteus e Klebsiella)
Urina de 24h – 2 amostras. Oxalato de cálcio precisa ser separado.
pH, ureia, creatinina, Ca, ácido úrico, citrato, fosfato, magnésio,
sódio, potássio, volume urinário, cloreto, amônia e sulfato
Dosagem sérica – Ca, fosfato, sódio, potássio, cloro, bicarbonato,
ácido úrico, ureia, creatinina, albumina, PTH (que está relacionado
ao metabolismo do Ca)

Tratamento:
Cálculo assintomático – não trata
Cálculos </= a 10mm faz terapia médica expulsiva. 4 a 6 semanas.
Analgesia e AINES (analgesia e reduz espasmos). Opioides para dor
refratária ou IR
Bloqueadores alfa 1 adrenérgicos – vai relaxar a musculatura lisa e
facilitar a passagem do cálculo e reduzir dor da cólica. Tamsulosin
0,4mg/dia
BCC – nifedipina. Ajuda na terapia expulsiva. Não é primeira escolha e
pode gerar hipotensão.
USG em 7 a 14 dias
Hidratação – para prevenir, mas não ajuda a eliminar cálculo
Dissolução química do cálculo – principalmente usando bicarbonato. Está
em desuso

Para cálculo > 10 mm OU ITU associado OU sintomas refratários OU


obstrução persistente OU IRA:
Intervenção urológica – LOCE
Primeira escolha
Cálculos renais e ureterais proximais
< 20mm

Litotripsia por ureterorrenoscopia


Litrotripsia intracorpórea
Ureter distal

Nefrolitotomia percutânea
 2cm
Polo renal inferior
Refratários à LOCE
Coraliformes
Terapia sanduiche

Nefrolitotomia aberta
Refratariedade
Cálculos complexos
Cálculo complicado (obstrução total ou infecção): Cateter único – J
Cateter duplo-J

Anatomia:
Pelve renal
Cálices renais – superior, médio e inferior

Mecanismos de formação de cálculos:


Rim
Supersaturação urinária
Presença de placas de Randall – ninhos onde o processo de formação
de cálculo pode ocorrer
Quando o citrato está baixo também pode ocorrer formação dos cálculos

Critais urinários – 6 tipos:


Cálcio: mais comum – 80%. O mais comum é oxalato de cálcio –
hiperparatireoidismo e hiperoxalúria (desabsorção intestinal – doença
inflamatória intestinal, cirurgia bariátrica)
Ácido úrico: comum na síndrome metabólica, paciente com gota, dieta
rica em purinas. Aqui é passível de ser dissolvido pelo processo de
alcalinização da urina, pode tentar dissolver apenas os cálculos de ácido
úrico
Estruvita: formato coraliforme que ocupa pelve e os cálices renais.
Principal mecanismo envolvido na formação deles é a infecção urinária.
Proteus, Pseudomonas, Klebsiella – são capazes de produzir urease
(transformam ureia em amônia) e esse processo aumenta ph urinário
(>7) propiciando formação de estruvita.
Cistina: raro, pode ser por doença autossômica recessiva, 1% dos
cálculos, defeitos de reabsorção. São cálculos de alta densidade
Cálculo de medicamentos: HIV/SIDA – Indinavir e Atazanavir. Únicos
que são radiopacos na tomografia

Orientações nutricionais para evitar formação de cálculos:


Aumento da ingesta hídrica
Reduzir sódio e proteína
Não precisa restringir cálcio
Locais mais susceptíveis a formação de cálculos:
Junção ureteropelvica, cruzamento dos vasos ilíacos, junção
ureterovesical

Apresentação clínica:
Localização
Tamanho do cálculo
Complicações: obstrução/hidronefrose, infecção
Cólica nefrética: dor lombar aguda e intensa, irradiação para fosse ilíaca
ou genital, náuseas e vômitos, urgência miccional, polaciuria, podendo
ser associado a hematúria
Infecção urinária, abcesso renal, perfuração de alguma área do sistema
coletor com formação de urinoma (urina coletada fora do local em que
era para estar), hidronefrose associada a infecção urinária aguda

Pielonefrite obstrutiva:
Ureterolitíase sintomática, associada a obstrução do trato urinário com
sepse , febre e choque
Tratamento – drenagem urinária: duplo J
Nefrostomia
Cálculo – trata no segundo momento. Primeiro drenar via urinaria

Diagnostico: tomografia computadorizada de abdômen e pelve sem


contraste – padrão ouro – tamanho, localização das pedras e densidade
(unidades hounsfiel)
Ultrassom: gravidez, cálculo vesical, TC indisponível
Exames complementares: Urina I e urocultura, hemograma, PCR, ureia e
creatinina (avaliar função renal)

Tratamento:
Opções
Litotripsia extracorpórea – ondas de choque. Não é invasivo. Em
pacientes mais obesos não é indicado
Ureterolitotripsia endoscópica
Nefrolitotripsia percutânea
Videolaparoscopia
Cirurgia aberta

Como escolher? Depende do quadro clinico, cálculo, características do


método, densidade, tamanho, localização

Renal:
Principais posições onde podem ficar alojada uma pedra: grupo calicinal
superior, grupo calicinal médio, grupo calicinal inferior. Pelve renal ou já
descendo no ureter proximal
Cálculo renal > 2cm – padrão ouro Nefrolitotripsia percutânea
Cálculo renal entre 1 e 2cm – utilizar LECO ou ureteroscopia com
aparelho flexível
Cálculo menor que 1cm – se for no cálice inferior pode fazer tratamento
conservador (paciente estável e assintomático). Se for médio ou superior
pode fazer LECO ou ureteroscopia

ANTIBIÓTICOS:

Critérios de seleção do antibiótico:


Gravidade dos sinais e sintomas
Local da infecção
Determinação se a infecção é complicada ou não complicada

Cistite aguda não complicada: mais comum ser causada por E. coli ou
Staphylococcus saprophyticus. Nitrofurantoína (5dias). Segunda escolha
Sulfa + Trimetoprima (3 dias) – evitar sulfa se na região geográfica onde
se encontra o paciente houve resistência. Terceira opção fosfomicina.
Quarta opção fluoroquinolonas (3 dias).
Pielonefrite: E. coli que subiu para vias superiores. Primeira opção
quinolona 7 dias. Segunda opção Sulfa + trimetoprima (14 dias). Se
houver complicação, não pode mais ser tratada de modo ambulatorial.
Patógenos que causam complicação da pielonefrite: Gram positivas,
E. coli, Proteus mirabilis, K. pneumoniae, P. aeruginosa, Enterococcus
faecalis. Tratamento – Amoxilina + clavulanato (14 dias), quinolona (14
dias), Penicilina + Aminoglicosídeo. A gravidade da doença vai
determinar a duração da terapia.
Para grávidas: Nitrofurantoína, Ampicilina, Amoxicilina. Via parenteral
Ampicilina + Gentamicina, ceftrixona. Contraindicados fluoroquinolonas,
eritromicina, tetraciclinas e sulfametoxazol, trimetoprima
Crianças: cefalosporina de segunda geração (Cefaclor ou cefuroxime).
Parenteral cefalosporinas de terceira e quarta geração ou o
aminoglicosídeo (gentamicina). 10 dias se tiver febre. 5 dias na ausência
de febre.

Principais agentes que causam infecção em homens:


E. coli, K. pneumoniae, proteus, P. aeruginosa
Tratamento Sulfa + Trimetroprima (4 a 6 semanas)
Quinolona (4 a 6 semanas)

QUINOLONAS:
São antibióticos geralmente de escolha para tratar ITU.
Ácido nalidíxico
Ciprofloxacino
Algumas quinolonas tem adição de flúor (melhora cinética e dinâmica) –
fluorquinolonas.
Vão inibir DNA girasse nas Gram – e topoisomerase IV encontrada nas
Gram positivas. *são enzimas importantes no metabolismo dos ácidos
nucleicos de bactérias
Em altas concentrações essas substancias são bactericidas
Vão interagir com DNA bacteriano inibindo as enzimas

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