CASO 9 - 3 Semestre
CASO 9 - 3 Semestre
CASO 9 - 3 Semestre
Fatores de risco:
Causas:
Higiene inadequada (ex. mulher se limpa de traz para frente, ou se o
homem não tem o cuidado adequado de limpar o prepúcio do pênis)
Cálculo renal
Doença prostática
Segurar demais o xixi
Não beber água na quantidade suficiente (não faz xixi suficiente e
bactéria tem bastante tempo para se proliferar no sistema urinário)
Baixa imunidade
Sexo anal desprotegido (uma vez que muitas bactérias que podem
causar essa infecção estão originalmente presentes no ânus)
Incontinência urinária
Sintomas:
Disúria (dor ao urinar)
Polaciúria
Urgência miccional
Dor no baixo ventre
Nictúria
Urina turva (piúria) ou avermelhada (hematúria)
Febre
calafrios
A pielonefrite tem os sintomas de dor lombar, febre alta e calafrios. Em
alguns casos presença de sangue na urina (hematúria), em alguns casos
pode haver presença de pus (piúria)
Transmissão:
Infecção se dá pelo alojamento e multiplicação de microrganismos em
qualquer parte do trato urinário.
Pode ser por via ascendente (+ comum): microbiota intestinal, defecação,
relações sexuais, higiene pessoal
Via hematogênica: organismos gram +, alteração da resistência,
anatomia e/ou funcionamento dos rins
Via linfática (muito raro): necessidade de maiores estudos
Diagnostico:
Análise de urina e sedimentos - Leucocitúria, nitrito positivo, hematúria
Urocultura – 10 5 UFC. Se for uma punção supra púbica, qualquer
crescimento deve ser valorizado (comum na pediatria)
Após urocultura, interpretar antibiograma: agente, espécie, ver se ele é
sensível ou resistente ao antibiótico
Cistite não complicada – não precisa solicitar urina e cultura. Trata
mesmo sem o exame
Nitrito -: não significa que não é infecção urinária. Algumas bactérias
demoram ou não convertem nitrato em nitrito
Nitrato + queixa urinaria – deve valorizar no diagnóstico
Profilaxia:
Tratamento:
Escolha do antibiótico de acordo ao tipo de bactéria.
Importante que o antibiótico possa cobrir a resistência dos bacilos gram
negativos
Se for grave – endovenoso
Tem que ser concentrado na via urinária
De modo geral:
Para tratar cistite – fosfomicina (dose única) e nitrofurantoína.
Não se recomenda para quadro alto/gravidade – sem concentração.
Evitar sulfa (bactrin não é droga de primeira escolha)– aumento
resistência (tem registros no Brasil). Pode utilizar norfloxacina (3
doses).
Baixo risco para resistência: cefalosporina de terceira geração e
fluorquinolonas: primeira escolha para pielonefrites. Não
recomendado para idosos.
Ceftriaxona – concentra na via urinária
Ciprofloxacina – pode ser em formulação endovenosa
Alto risco para resistência, urosepse, passado de infecção por
pseudomonas: cefalosporina de quarta geração e carbapenêmicos:
cefepime, ceftazidime avibactam, ceftolozane – tazobactam e
meropenem
Escherichia coli:
Causa em torno de 80% das infecções urinárias – cepa Escherichia coli
uropatogênica
Bacilo gram negativo, muitos flagelos, fímbrias, adesinas, que vão se
prender no epitélio da uretra e da bexiga. Possui toxinas (hemolisina,
LPS...), moléculas que causam evasão do sistema imunológico, possui
proteínas que interferem com aquisição de ferro do indivíduo.
Oxidase negativa
Glicose + (fermentadora de glicose)
Lactose + (fermentadora de lactose)
Gás +
Cistite:
Pseudomonas:
Mais relacionada a infecções hospitalares.
Infecções oportunistas em pacientes com cateteres urinários de demora
e após exposição a antibacterianos de amplo espectro (seleciona para
essas bactérias resistentes a antibacterianos)
Pode haver disseminação para outros órgãos
Enterococcus sp (G+) – também mais relacionada a infecções
hospitalares. Paciente sondado, invasão na via urinária...
Staphylococcus saprophyticus:
Presente no trato urinário e períneo em mulheres
Cocos em forma de cachos
Gram + (coradas em roxo)
Catalase +
Coagulase –
Urease +
15% das infecções urinárias
Resistente ao antibiótico novobiocina
Geralmente em mulheres jovens com vida sexual ativa, especialmente
quando troca de parceiros.
S. saprophyticus sobrevive na microbiota da vagina e pênis, quando as
mulheres trocam de parceiro, acabam tendo contato com populações
diferentes de S., que podem gerar infecção urinaria.
Homens idosos também são mais suscetíveis por conta da queda na
imunidade.
Também causa cistite.
Fármaco de escolha para tratamento: Quinolona ou trimetoprim-
sulfametoxazol
Pode utilizar antibiótico pós coito
Proteus mirabilis:
Klebsiella pneumoniae:
Enterobactéria
Bacilo gram –
Não possui flagelos
Possui cápsula
Glicose +
Lactose +
Gás +
Oxidase –
Geralmente essa bactéria fica escondida no intestino humano mas
também pode causar infecções de urina.
Além da infecção do trato urinário, pode causar pneumonias e infecções
generalizadas.
Resistente a antibióticos
Principalmente nos hospitais – infecções hospitalares em pacientes
imunossuprimidos mas também pode causar em pessoas saudáveis que
tiveram contato com fluidos através da manipulação de sondas e
cateteres desses pacientes.
Enterococcus faecalis:
Estreptococo gram +
Catalase –
Coagulase –
PYR +
NaCl+
Bile esculina +
Pode causar infecção com prostatite e pode disseminar para o sangue
gerando um problema cardíaco – endocardite bacteriana
Resistente a antimicrobianos e de difícil tratamento
Neisseria gonorrhoeae:
Bactéria da gonorreia
Diplococo gram –
Oxidase +
Glicose +
Não possui cápsula
É uma IST e pode causar infecção na uretra (uretrite), tanto nos homens
quanto nas mulheres.
Mulheres podem ser assintomáticas e no homem gera ardência ao urinar
Streptococcus agalactiae:
Gram +
CAMP+
Beta hemolíticas
Catalase –
Coagulose –
Nas gestantes pode causar meningite neonatal no recém nascido
As vezes pode causar abortos
Pode causar infecção na uretra feminina e homens. Principalmente
imunidade baixa.
LITÍASE:
Fatores de risco:
História prévia, histórico familiar, baixa ingesta hídrica, baixo pH
urinário: obesidade, DM, Gota, HAS, ITU crônica ou recorrente,
medicamentos
3- Ácido úrico
5-10%
4- Cistina
São cálculos mais duros
2-3%
Fisiopatologia:
Junção de elementos químicos vão formar sais insolúveis que vão
formar cristais. Esses cristais vão crescer e começar a se agregar e
vão formar os cálculos.
Para isso, é necessário haver uma supersaturação da urina
(concentrada em determinado soluto, ex. oxalato e cálcio)
São influenciados pelo pH
No pH alcalino, tem a tendência de formar cálculo de estruvita e
apatita
No pH mais ácido, tem a tendência de ter cálculo de ácido úrico e
de cistina
No caso do oxalato de cálcio, tanto faz o pH
Nucleação: pode ser homogênea/primárica – quando o cristal é
puro (ex. oxalato de cálcio puro) e só acontece em altíssimas
concentrações
Heterogênea/secundária – quando tem a formação de um sobre o
outro. Ex. fosfato de Ca + oxalato de Ca. Não é um cristal puro.
Crescimento e agregação: cristais vão se aderir ao epitélio,
geralmente na papila renal, e vai juntando mais cristais.
Inibidores fisiológicos: água – que vai diluir a urina (impede
nucleação) e aumentar o fluxo urinário (vai lavando, impede
crescimento e agregação)
Citrato – se junta com cálcio (impede formação de oxalato de cálcio)
Magnésio – se junta com oxalato
Proteína de Tamm-Horsfall – são proteínas formadas nos túbulos
renais e que também pegam os cristais e jogam para fora
Estruvita: está relacionada a bactérias que produzem urease. A
urease vai quebrar ureia em amônica, CO2 e H2O. essa amônia vai
aumentar pH e saturar urina, se junta com fosfato e magnésio e
forma a estruvita.
Manifestações clínicas:
O que vai gerar sintoma é a mobilização do cálculo e obstrução em
algum ponto. Vai gerar constrição ureteral – a musculatura lisa
começa a ter movimentos espasmódicos e repetitivos. Por isso
ocorrem crises de dor em cólica (que duram de 20 a 60min)
Sinal de Giordano – se for uma obstrução suficiente para distender
a cápsula renal
Paciente pode ter náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia e
síncope
Diagnostico:
Clínica: cólica nefrética, hidronefrose (US), hematúria
TC de abdômen sem contraste – padrão ouro. Sensibilidade 98%.
100% especificidade. Ver inclusive cálculos de ácido úrico
(radiografia não vê).
US de rins e vias urinárias – segunda escolha. Melhor para
cálculos mais altos. Vê se tem hidronefrose. Pode ser feito na
gestante (também pode utilizar RM).
Raio X de abdomên – só consegue ver cálculos radiopacos
Urografia excretora – sensibilidade 90%. Usa contraste iodado. Tem
que avaliar função renal
Análise direta (filtro) da urina – para saber qual tipo de cálculo
Sumário de urina – vai ver pH e cristais que aparecem
Sempre pedir urocultura (verificar bactérias produtoras de urease –
Proteus e Klebsiella)
Urina de 24h – 2 amostras. Oxalato de cálcio precisa ser separado.
pH, ureia, creatinina, Ca, ácido úrico, citrato, fosfato, magnésio,
sódio, potássio, volume urinário, cloreto, amônia e sulfato
Dosagem sérica – Ca, fosfato, sódio, potássio, cloro, bicarbonato,
ácido úrico, ureia, creatinina, albumina, PTH (que está relacionado
ao metabolismo do Ca)
Tratamento:
Cálculo assintomático – não trata
Cálculos </= a 10mm faz terapia médica expulsiva. 4 a 6 semanas.
Analgesia e AINES (analgesia e reduz espasmos). Opioides para dor
refratária ou IR
Bloqueadores alfa 1 adrenérgicos – vai relaxar a musculatura lisa e
facilitar a passagem do cálculo e reduzir dor da cólica. Tamsulosin
0,4mg/dia
BCC – nifedipina. Ajuda na terapia expulsiva. Não é primeira escolha e
pode gerar hipotensão.
USG em 7 a 14 dias
Hidratação – para prevenir, mas não ajuda a eliminar cálculo
Dissolução química do cálculo – principalmente usando bicarbonato. Está
em desuso
Nefrolitotomia percutânea
2cm
Polo renal inferior
Refratários à LOCE
Coraliformes
Terapia sanduiche
Nefrolitotomia aberta
Refratariedade
Cálculos complexos
Cálculo complicado (obstrução total ou infecção): Cateter único – J
Cateter duplo-J
Anatomia:
Pelve renal
Cálices renais – superior, médio e inferior
Apresentação clínica:
Localização
Tamanho do cálculo
Complicações: obstrução/hidronefrose, infecção
Cólica nefrética: dor lombar aguda e intensa, irradiação para fosse ilíaca
ou genital, náuseas e vômitos, urgência miccional, polaciuria, podendo
ser associado a hematúria
Infecção urinária, abcesso renal, perfuração de alguma área do sistema
coletor com formação de urinoma (urina coletada fora do local em que
era para estar), hidronefrose associada a infecção urinária aguda
Pielonefrite obstrutiva:
Ureterolitíase sintomática, associada a obstrução do trato urinário com
sepse , febre e choque
Tratamento – drenagem urinária: duplo J
Nefrostomia
Cálculo – trata no segundo momento. Primeiro drenar via urinaria
Tratamento:
Opções
Litotripsia extracorpórea – ondas de choque. Não é invasivo. Em
pacientes mais obesos não é indicado
Ureterolitotripsia endoscópica
Nefrolitotripsia percutânea
Videolaparoscopia
Cirurgia aberta
Renal:
Principais posições onde podem ficar alojada uma pedra: grupo calicinal
superior, grupo calicinal médio, grupo calicinal inferior. Pelve renal ou já
descendo no ureter proximal
Cálculo renal > 2cm – padrão ouro Nefrolitotripsia percutânea
Cálculo renal entre 1 e 2cm – utilizar LECO ou ureteroscopia com
aparelho flexível
Cálculo menor que 1cm – se for no cálice inferior pode fazer tratamento
conservador (paciente estável e assintomático). Se for médio ou superior
pode fazer LECO ou ureteroscopia
ANTIBIÓTICOS:
Cistite aguda não complicada: mais comum ser causada por E. coli ou
Staphylococcus saprophyticus. Nitrofurantoína (5dias). Segunda escolha
Sulfa + Trimetoprima (3 dias) – evitar sulfa se na região geográfica onde
se encontra o paciente houve resistência. Terceira opção fosfomicina.
Quarta opção fluoroquinolonas (3 dias).
Pielonefrite: E. coli que subiu para vias superiores. Primeira opção
quinolona 7 dias. Segunda opção Sulfa + trimetoprima (14 dias). Se
houver complicação, não pode mais ser tratada de modo ambulatorial.
Patógenos que causam complicação da pielonefrite: Gram positivas,
E. coli, Proteus mirabilis, K. pneumoniae, P. aeruginosa, Enterococcus
faecalis. Tratamento – Amoxilina + clavulanato (14 dias), quinolona (14
dias), Penicilina + Aminoglicosídeo. A gravidade da doença vai
determinar a duração da terapia.
Para grávidas: Nitrofurantoína, Ampicilina, Amoxicilina. Via parenteral
Ampicilina + Gentamicina, ceftrixona. Contraindicados fluoroquinolonas,
eritromicina, tetraciclinas e sulfametoxazol, trimetoprima
Crianças: cefalosporina de segunda geração (Cefaclor ou cefuroxime).
Parenteral cefalosporinas de terceira e quarta geração ou o
aminoglicosídeo (gentamicina). 10 dias se tiver febre. 5 dias na ausência
de febre.
QUINOLONAS:
São antibióticos geralmente de escolha para tratar ITU.
Ácido nalidíxico
Ciprofloxacino
Algumas quinolonas tem adição de flúor (melhora cinética e dinâmica) –
fluorquinolonas.
Vão inibir DNA girasse nas Gram – e topoisomerase IV encontrada nas
Gram positivas. *são enzimas importantes no metabolismo dos ácidos
nucleicos de bactérias
Em altas concentrações essas substancias são bactericidas
Vão interagir com DNA bacteriano inibindo as enzimas