3504-Texto Do Artigo-14845-1-10-20201001

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UM JARDIM DE MEL DE FLORIANÓPOLIS: UMA

FERRAMENTA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


CRÍTICA

Francis Pereira-Dias24
Luciane Rezende da Costa25
Silvane Dalpiaz do Carmo26
Suzani Cassiani27

Resumo: A educação ambiental além da sala de aula, com emprego de hortas


ou trilhas, se mostra uma ferramenta para promover conhecimentos sobre a

24
Mestre em Recursos Genéticos Vegetais; Laboratório Multiusuário de
Estudos em Biologia; Universidade Federal de Santa Catarina. Contato:
[email protected]
25
Graduanda em Licenciatura do Curso de Ciências Biológicas; Universidade
Federal de Santa Catarina. Contato: [email protected]
26
Mestre em Botânica; Coordenadora do Departamento de Educação
Ambiental. Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis. Parque
Ecológico do Córrego Grande. Contato: [email protected]
27
Doutora em Educação; Departamento de Metodologia do Ensino; Centro de
Ciências da Educação; Universidade Federal de Santa Catarina. Contato:
[email protected]

[115]
problemática ambiental. A pedagogia de Freinet aborda metodologias de
aproximação com a natureza e quebra a visão antropocêntrica ainda presente.
Este artigo fez parte da disciplina obrigatória Estágio Curricular Supervisionado
de Ciências (ECSC), parte do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.
Durante o ECSC, as duas primeiras autoras deste artigo construíram o Jardim
de Mel junto ao Parque Ecológico do Córrego Grande – o primeiro da cidade
de Florianópolis – com o objetivo de aprofundar práticas pedagógicas e
promover a conscientização sobre as abelhas nativas sem ferrão. Para tanto,
realizamos ações que incluem o planejamento e organização do espaço, assim
como a produção e oferecimento de oficinas no Jardim de Mel. Nessas oficinas,
verificamos alguns discursos dos sujeitos relacionados à temática do mel e às
abelhas nativas sem ferrão. Observamos que muitos participantes
desconheciam as abelhas sem ferrão ou as confundiam com outros insetos.
Além disso, possuíam fobias de insetos e apresentaram desconhecimento
sobre produtos melipônicos. Percebemos que o discurso antropocêntrico
surgiu ao longo das oficinas, principalmente em relação à produção de mel
como algo destinado somente ao consumo humano, e ao desconhecimento da
existência do papel biológico/ecológico das abelhas. Além disso, as pessoas se
mostraram curiosas sobre vários aspectos, por exemplo sobre como as abelhas
enxergam. Ao concluir as oficinas, verificamos um despertar dos participantes
em relação à importância e à admiração pelas abelhas nativas sem ferrão,
assim como a necessidade de conservação e o impacto delas na flora e
biodiversidade local.

Palavras-chave: Abelhas sem ferrão; Antropocentrismo; Educação Ambiental;


Freinet; Jardim de Mel.

A HONEY GARDEN OF FLORIANÓPOLIS: A TOOL


IN CRITICAL ENVIRONMENTAL EDUCATION

Abstract: Environmental education outside the classroom, through gardens


and field tracks, has been shown to be an essential tool for education and
environmental awareness. The Freinet approach is a method useful to break
[116]
the anthropocentric views remaining in environmental education. This study is
part of the Curricular Obligatory Teaching Training Internship for the Major in
Biological Sciences Teacher Education. The first two authors established a Bee
Garden at the Ecological Park in Córrego Grande, Florianópolis (SC), to promote
and expand native Indian bees as well as implement new pedagogical tools. We
promoted field tracks in the Bee Garden and investigated the existing
anthropocentric conceptions regarding honey bees and Indian bees. We
carried out actions ranging from planning to organizing the space, as well as
offering and producing workshops in the Bee Garden. In these workshops, we
verified the form of speech present and observed the theme of honey and
native Indian bees in some of the participants' discourses and questions.
Moreover, we found that various participants were unaware of the existence
of Indian bees, commonly mistaking them for other insects. Some participants
showed fear and were unfamiliar with the honey products from native Indian
bees. The anthropocentric discourse emerged throughout the workshops,
especially concerning honey production as something intended exclusively for
human consumption, and ignorance of the existence of the
biological/ecological role of bees. Also, people were curious about various
aspects, for example, about how bees see. After the workshop conclusion, the
participants showed admiration for the bees, realizing the impact of native
honey bees in the local flora and biodiversity.

Keywords: Indian bees; Bee Garden; Environmental Education;


Anthropocentrism; Freinet.

1. Introdução
1.1. POLINIZAÇÃO: IMPORTÂNCIA DA TEMÁTICA

Uma das crises atuais é a de polinizadores. De fato, a modificação


das relações dos seres humanos alterou inúmeras cadeias de seres
vivos, entre as quais a dos polinizadores, como abelhas. A polinização é
responsável por incrementar a reprodução e a diversidade genética de
[117]
87,5% das espécies de plantas (FAO, 2018). Dentre os motivos que
ocasionam esse declínio de polinizadores encontram-se: (i) adição de
químicos agrícolas (CARSON, 1962; FREITAS E IMPERATRIZ-FONSECA, 2005;
FREITAS, 2009; SANTOS, 2010); (ii) extermínio de plantas melíferas
daninhas ou sem valor ornamental, formando extensos desertos
verdes; (iii) introdução de transgênicos, agentes alteradores relação
inseto-planta (NODARI E GUERRA, 2003; AGAPITO-TENFEN ET AL., 2014). Do
mesmo modo, a urbanidade e desmatamento são práticas que vêm
levando ao declínio das espécies (FREITAS E IMPERATRIZ-FONSECA, 2005;
FREITAS, 2009; SANTOS, 2010). A falta das abelhas impacta a economia
em U$ 56 bilhões (FREITAS E IMPERATRIZ-FONSECA, 2005). Em Santa
Catarina, anualmente, R$ 1,8 milhões são empregados em aluguel de
colmeias pela falta dos polinizadores (FREITAS E IMPERATRIZ-FONSECA,
2005).
Além dos números, os prejuízos biológicos e sociais fazem da
polinização e dos polinizadores uma temática relevante no âmbito da
educação ambiental, sobretudo como ferramenta para promover a
reflexão crítica e ética que permeia esse processo. Ao adotarmos uma
educação ambiental crítica, pretendemos repensar as relações entre
seres humanos e deles com seu entorno. Nessa linha, concordamos
com os autores Accioly e Sánchez (2011) que afirmam que a educação
ambiental crítica deve:

Diante dos desafios da questão ambiental


contemporânea no ambiente político brasileiro, é
cada vez mais importante procurar situar a
Educação Ambiental diante dos debates que vem
sendo colocados na arena ambiental, [...] na
dimensão dos conflitos e num momento aonde se
travam

[118]
Por isso, consideramos que a temática das abelhas sem ferrão,
que desenvolvemos nesse artigo, está estritamente ligada às questões
ambientais de uma forma articulada com várias outras questões sociais,
políticas, ecológicas, entre outras e os conflitos que surgem nesses
contextos.
Por trás dos acontecimentos de tragédias ambientais é possível
perceber o predomínio da visão antropocêntrica onde a natureza serve
aos humanos e seus interesses econômicos ou sanitários (ABREU E
BUSSINGUER, 2013). Na visão antropocêntrica, a natureza é um binário
antagônico ao homem: homem versus natureza (BELL E RUSSELL, 2000;
ABREU E BUSSINGUER, 2013). Para Bell e Russell (2000), a visão
antropocêntrica perpetua-se pela crença do homem ser um agente livre
separado da natureza, e que sua sobrevivência independe do meio que
coabita com as demais espécies. Nesse sentido, são comuns discursos
antropocêntricos como: “a função das abelhas é a de polinizar nossos
alimentos”, e que elas “fabricam-nos o mel e própolis”.
A relação seres humanos/natureza nem sempre foi antagônica.
Historicamente, filósofos e educadores como Gandhi, Montessori e
Dewey promoviam a educação associada à natureza através dos jardins.
Segundo esses educadores, o contato com o ambiente natural é
essencial para confrontar os educandos com as constantes,
imprevisíveis e desafiantes mudanças da natureza, assim como com a
necessidade de diversas mudanças adaptativas na resolução de
problemas (MERGEN, 2003; BLAIR, 2010).
Atualmente, existe um grande distanciamento do estudante
para com um ambiente mais natural. No Brasil, estima-se que 84,3% da
população viva em áreas urbanas (FARIAS ET AL., 2017). Por conta disso,
o ambiente natural, não urbanizado, deixou de ser uma experiência
padrão para as crianças (MERGEN, 2003; BLAIR, 2010). Kellert (2002)
problematiza que a valorização da natureza pelas crianças apresenta
fases distintas ao longo do seu desenvolvimento cognitivo e afetivo.
[119]
Sendo assim, a exposição da criança e do adolescente não deve se tratar
de um evento único num passeio de campo, de uma viagem a áreas
protegidas ou com contato direto com o ambiente natural. Pelo
contrário, deve ser objeto contínuo do processo educativo, no qual a
visão utilitária do ambiente e a visão binária do ser humano alheio à
natureza evolui para a compreensão do pertencimento deste à
natureza, ou seja, de que o ser humano integra a natureza
conjuntamente com as demais formas de vida.
Para Subramaniam (2002), um aprendizado baseado na
investigação científica com uso de jardins representa uma forma de
desenvolver currículo integrado, sem a propagação de uma única
narrativa conteudista e fragmentada da ciência. Cassiani et al. (2012)
mencionam a importância das abordagens polissêmicas e do
posicionamento dos sujeitos diante e sobre a Ciência, buscando uma
educação com afetividade.
Dentre os referenciais teóricos, o pedagogo Celéstin Freinet
busca uma educação ambiental sob um viés de afetividade. Sua
proposta inovadora de aula-passeio inclui elementos da afetividade ao
proporcionar o sentir com todo o ser e não apenas com a sensibilidade
natural (TOZONI-REIS, 2002). Desse modo, torna-se possível ampliar as
fontes de informação dos temas estudados em sala de aula, abrindo
espaço para uma atitude investigativa (CAZOTO E TOZONI-REIS, 2008).
A afetividade é o pilar da pedagogia Freinet, e, portanto,
permeia todas as relações entre as pessoas e o objeto do conhecimento
– por exemplo, ambiente natural. Nesse sentido, para Barros e Vieira
(2017), as relações passam a ser experiências humanizadoras que
ressignificam a posição do professor na sua visão do ser, formação
inicial, assim como quanto a sua maneira de estar no mundo e na sala
de aula. Muito embora a educação ambiental venha sendo abarcada
por muitos sob uma perspectiva de conscientização, problematização
ou politização, faz-se necessário o resgate da afetividade.
[120]
Utilizando uma abordagem de educação humanística proposta
por Freinet, este trabalho busca apresentar uma nova ferramenta
didática para o ensino da temática de polinização, relatando diversas
ações, como a criação de um ambiente de trilha, assim como de um
material didático permanente do Jardim de Mel do Parque Ecológico do
Córrego Grande. Para tanto, apresentamos o seguinte questionamento:
Como desenvolver uma proposta de educação ambiental que rompa
com a visão antropocêntrica sobre as abelhas?

2. Metodologia

Este trabalho fez parte da disciplina de Estágio Supervisionado


em Ensino de Ciências do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.
Ainda que usualmente o estágio seja vinculado à sala de aula, a ampla
gama de atuação do Biólogo como Educador possibilita a atuação dos
estagiários na educação não formal.
Devido à nossa trajetória, vislumbramos o Jardim de Mel junto
à Educação Ambiental, no Departamento de Educação Ambiental da
Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis, situado no
Parque Ecológico do Córrego Grande.
Duas etapas complementares fizeram parte deste trabalho. A
primeira diz respeito à concepção do Jardim de Mel como ferramenta
didática permanente. A segunda parte refere-se à elaboração e ao
oferecimento de oficinas como parte integrante do processo de
formação de regência em licenciatura.

IMPLEMENTAÇÃO DA FERRAMENTA DIDÁTICA: JARDIM DE MEL

O Jardim de Mel foi idealizado em formato de trilha com três saídas


contornando a sede do DEPEA no Parque Ecológico do Córrego Grande
até Projeto Família Casca.
[121]
No local foram identificadas espécies as melíferas, algumas ruderais,
previamente presentes, como a Sida sp. (guanxuma), Vernonia
polysphaera (assa-peixe) e Eugenia uniflora (pitanga). Foi necessário
realizar o manejo da guaxuma para propiciar o crescimento das
espécies melíferas (Fig. 1A-B). A vegetação não melífera foi também
podada (Fig. 1C). A colocação de folhagem e o plantio de flores e
trepadeiras melíferas não exóticas (FATMA, 2016) completaram o
percurso, possibilitando ao visitante identificar algumas espécies que
contribuem para a alimentação das abelhas (Fig. 1D-F). Adicionalmente,
foi realizado o nivelamento do terreno para facilitar a locomoção na
trilha.
As placas ao longo do jardim foram fixadas em bolachões de madeira
(Fig. 1G). Foi realizada a confecção de três hotéis de insetos, afixados
no Jardim de Mel (Fig. 1H-J) com a intenção de aproximar os visitantes
do Parque do habitat construído pelas abelhas e demais insetos.
Pulverizou-se uma solução de álcool de cereais e própolis para atração
de polinizadores (Figura 1J).
Pequenas clareiras com bancos de madeira foram adicionadas para
proporcionar espaço para as oficinas em círculo (Fig. 2A-F).
Foram criados ambientes de treliçado para promover o crescimento de
espécies trepadeiras, como o maracujá-doce, atraindo a mamangava,
espécie menor número que no local (Fig. 2A e D).

CRIAÇÃO DAS OFICINAS

Na criação das oficinas levamos em conta, principalmente, a


heterogeneidade do público e escola visitante quanto à idade,
escolaridade e objetivos. Nesse sentido, foi necessário pensar em uma
grande gama de possibilidades, tendo como base a abordagem sobre
polinização, abelhas, Jardim de Mel e a construção de uma visão menos
antropocêntrica. Dividimos a trilha em cinco estações, cada uma

[122]
promovendo a reflexão do visitante sobre a temática das abelhas
nativas.
A primeira estação, junto ao pórtico de entrada do Jardim de Mel (Fig.
2A), consistia em uma dinâmica de acolhida e simulação do evento da
polinização. Apresentou-se a diversidade de abelhas, a porcentagem de
abelhas solitárias, sociáveis, e semi-sociais, além das abelhas nativas da
Ilha de Santa Catarina. Além disso, a estação abordava a temática da
extinção e as forças antrópicas geradoras dessa extinção.
A segunda estação realizou-se uma reflexão sobre a importância da
construção de um jardim, o número de flores visitadas, conceito de
planta melífera, desertos verdes e da gravidade da falta de alimentos
para as abelhas urbanas (Fig. 2B).
No terceiro ponto de reflexão foi abordada a temática de percepção do
mundo de outras formas, discorrendo-se sobre a forma com que as
abelhas percebem as cores, flores, cheiros, e sua percepção estática
(Fig. 2C).
No quarto ponto de reflexão foram abordadas as temáticas de
habitação, perda de habitat, hotel de insetos e reflexões sobre a visão
de insetos como pragas e nojentos (Fig. 1I e 2C-D). Neste ponto era
possível observar a presença dos primeiros insetos habitando o hotel
(Fig. 2G).
Na quinta estação do jardim foi ressaltada a íntima relação dos
polinizadores com as plantas a partir do caso das mamangavas, espécie
ameaçada de extinção e responsável pela polinização do maracujazeiro
(Fig. 2D e E).
As oficinas apresentaram a temática do mel, abordando produtos
derivados das abelhas, como extrato do pólen, cera, etc. Também foram
abordadas diferenças entre mel de abelhas nativas e mel de abelhas
Apis sp., abordando assuntos como diferença de odores, custo de
fabricação e variação nos componentes. Para tanto, foram utilizados
como material de apoio abelhas coletadas e fixadas, e produtos obtidos
pelas abelhas (Fig. 2H-I).

[123]
As oficinas foram realizadas durante o mês de novembro de 2018. No
total, a oficina foi ministrada para quatro grupos diferentes, nos dias
10/11/2018, 13/11/2018, 17/11/2018 e 24/11/2018, seguindo as cinco
estações de reflexões. Visto que foram realizadas discussões de caráter
aberto, as temáticas abordadas variaram em função da formação do
grupo e dos conhecimentos prévios dos participantes referentes aos
temas abelhas, mel e jardim.

COLETA DE DADOS DOS PARTICIPANTES

A coleta de dados dos participantes das oficinas se deu através do


preenchimento de um questionário de inscrição. Além de dados
cadastrais, foram propostas as seguintes questões:

Conte-nos um pouco sobre a sua trajetória de vida:


O que atraiu você a este seminário? O que você espera desse seminário?
A palavra jardim remete ao que ou a quais lembranças para você?
Você gosta de mel? Como usa no seu dia-a-dia? Alguma receita em
especial?
Você conhece as abelhas sem ferrão? Já provou o mel de abelhas sem
ferrão?

Após o término das oficinas foi realizada uma atividade segundo


Cassiani (2000) perguntando às pessoas:

O que você mais gostou?


O que você menos gostou?
O que você não sabia sobre abelhas/mel/jardim?
Sugestões.
Essas perguntas foram respondidas individualmente pelos participantes
e depositadas na caixa das tubunas, coletores de sugestões em formato
de ninho feito por uma tubuna (Fig. 2J).

[124]
3. Resultados e Discussão
3.1 ANÁLISE DOS PARTICIPANTES

A oficina do Jardim de Mel atendeu um total de 15 participantes, com


idade predominante de 26 anos, conforme Figura 3. Menores de 18
anos não foram observados pelo fato das oficinas em sua maior parte,
aos sábados, dia não letivo nas escolas.
Com relação à trajetória de vida, identificaram-se participantes
universitários; além destes, aposentados, funcionários públicos, e ex-
apicultores. Dentre as experiências prévias com a temática relacionada
a mel/abelhas, a maior parte dos entrevistados relatou experiências
com Apis melifera, tendo presenciado coleta de mel. Muitos também
indicaram apreço ao mel, sobretudo produzido por Apis melifera.
Apesar de Razera et al. (2007) apontarem em seu estudo que a Apis
melifera é um dos poucos insetos não tidos como “animais nocivos,
sujos, transmissores de doenças e vistos como pragas”, notamos neste
estudo que as abelhas nativas confundidas por moscas, e, por este
motivo, sendo inclusive mortas com raquete elétrica, segundo um dos
participantes. Leite et al. (2016) apontam que os participantes
possuíam dificuldades de diferenciar as abelhas de outros insetos
quando apresentavam padrão de coloração distinto do amarelo-preto.
Nesse sentido, nota-se que as abelhas nativas são ainda amplamente
desconhecidas, devido à variedade de formas e cores que apresentam,
como afirma Pereira (2005).

[125]
Figura 03: Histograma da faixa etária dos participantes das oficinas do
jardim de mel.

Fonte: Elaboração própria.

Adicionalmente, participantes relataram eventos de picadas e


medo/fobia em relação às abelhas nativas do gênero Bombus sp.
(mamangava). Apenas um dos participantes relatou que seu avô
demonstrava apreço pelas mamangavas e, por esse exemplo, desde
criança sentiu fascínio e respeito pela natureza através abelhas nativas.
Outro participante alegou que apesar do medo causado pelo zunido e
tamanho grande, as mamangavas eram como que “ursinhos voadores,
mas que infelizmente não se viam mais como quando criança” –
indicando preocupação com a espécie.
De modo geral, as abelhas foram associadas aos produtores de mel
(RAZERA ET AL., 2007; SALDANHA, 2015), com exceção de duas
participantes que, sendo veganas, relataram apreço pela espécie fora
do viés utilitário de consumo do mel. A maior parte dos visitantes tinha
apreço pela espécie principalmente devido a seu potencial de uso
(farmacológico, cosmético e alimentício). Nesse sentido, observou-se
que a relação com as abelhas foi em maior parte identificada nos
padrões de antropocentrismo e utilitarismo. Saldanha (2015) também

[126]
observou casos de antropocentrismo em alunos do sétimo ano, ao
associarem as abelhas somente à produção de mel para os humanos.
No grupo constituído por universitários do curso de Ciências Biológicas
notou-se uma valorização da espécie pelo seu valor biológico. Neste
grupo, observou-se que as questões bioéticas encontram-se pautadas
no antropocentrismo, isto é, o nível de proximidade do humano na
escala filogenética reflete o nível de cuidado, leis e cautela percebidos.
Para Almeida (2010), abelhas são amparadas por normativas por conta
de seu papel na produção de mel, na produção de produtos medicinais
e em pesquisas com soroterapia. O amparo legal de invertebrados
como as abelhas existe em detrimento ao proveito econômico,
portanto, um utilitarismo.
Apenas 29% dos participantes relataram ter algum conhecimento sobre
o mel de abelhas nativas. Destes, produtores de mel de abelhas nativas,
conhecidos ou familiares, foram responsáveis por apresentar este
recurso melífero. O conhecimento de que 95% das abelhas são solitárias
cuja produção de mel destina-se apenas à sobrevivência da abelha e de
sua da prole foi relatado como inesperado por alguns participantes. A
variação na produção de mel das espécies de uma colher de chá até
litros chamou atenção de um participante, que comentou: “essa deve
ser a razão pela qual o mel de abelhas nativas seja tão caro”. Discutiu-
se como a produção e a coleta são influenciadas pelas espécies de floras
nativas e silvestres, o tamanho das colmeias, a variação do local das
colmeias, o cuidado e consciência do produtor em extrair o mel sem
causar prejuízo à colmeia, manufatura local, respeito às resoluções e
normativas ambientais, entre outros.
Ao longo das oficinas, notou-se a ocorrência de uma confusão
conceitual entre as abelhas do gênero Bombus sp. (mamangavas) e o
zangão. Para um participante, a mamangava era tida como o zangão da
Apis melifera. O ciclo de vida das abelhas e a formação de abelhas
fêmeas e machos por meio de partenogênese despertou curiosidade.
Um dos participantes afirmou que “costumamos enquadrar a natureza

[127]
aos nossos padrões de homem e mulher, mas nem sempre é assim
(operária versus rainha), a determinação de sexo (abelha fêmea ou
macho) e a perda do pênis durante a cópula (PASSOS ET AL., 2018), ações
exercidas pela Abelha Rainha. Expandir o entendimento, e, no caso dos
universitários, rever conceitos sobre a biologia das espécies, despertou
muito fascínio.
Houve interesse no modo de percepção espectros de luz não visível
distinto dos humanos. Um dos participantes ficou surpreso que as flores
brancas das pintangueiras fossem tão atrativas para as abelhas, quando
aos olhos humanos não o são. Nesse sentido, observa-se o quanto a
aquisição de conhecimento sobre as abelhas permite a quebra da visão
antropocêntrica de entender o mundo somente com os nossos
sentidos, e compreender que os sentidos humanos são limitados.
Também incluindo a temática da formação de abelhas rainhas e
operárias, surgiu a discussão do papel da alimentação como um todo,
sendo observado nas abelhas um exemplo claro de epigenética. Para
muitos, esse ponto da trilha fez pensar sobre a relação dos seres
humanos com a comida “tão industrializada e processada”.

4. Análise da criação da ferramenta didática Jardim de Mel: dilemas e


desafios

A polinização per se é um tema polissêmico, visto que se trata de uma


temática multidisciplinar e multi-conteudista, o mapa mental ilustrado
na Figura 4 elenca a variedade de temas oriundos da aplicação das
oficinas. Por este motivo, entendemos que a temática abelhas no
contexto do Jardim de Mel e das oficinas empregadas foi um tema-
gerador.
Compreendemos também que a polissemia do sentido das palavras
(CASSIANI ET AL., 2012) reforça que um tópico desta magnitude não pode
ser confinado ao livro-texto, mas deve surgir além da sala de aula.
Através desse tema, deve-se repensar os binômios homem-homem e

[128]
homem-natureza na ética, sob a perspectiva da educação ambiental
(CASSIANI, 2017).
Do mesmo modo, a educação ambiental pode ser empregada como
uma ferramenta para minimizar a disseminação do ensino de Biologia
sob o ponto de vista do antropocentrismo. Ainda que existam aspectos
econômicos envolvidos na temática de abelhas e mel, conforme o que
foi exposto no Jardim de Mel, observamos que a introdução da temática
das abelhas nativas trouxe uma visão alternativa sobre o assunto,
permeando a biodiversidade local, extinção e perda de habitat, dentre
outros temas importantes que nem sempre são levados em
consideração quando o tema abarca melhorias da produção melífera.
Silva e Paz (2012) apontam que mais de 100 abelhas nativas estão em
risco de extinção sem sequer terem sido estudadas acerca de seu
potencial medicinal, ecológico e econômico. Nesse sentido, Maia et al.
(2014) afirmam que trilhas ecológicas são importantes para apresentar
as abelhas como valiosas à manutenção dos ecossistemas. Leite et al.
(2016) também notaram que ao cabo das trilhas houve significativa
mudança na compreensão dos alunos sobre as abelhas não apenas
como produtoras de mel mas também como valiosas à manutenção do
meio ambiente.
Adicionalmente, pode-se entender que a utilização de uma abordagem
temática com base nas abelhas nativas traz consigo a ideia da
valorização da cultura local e dos conhecimentos tradicionais, por
exemplo pelos indígenas, numa perspectiva da decolonização
apresentada por Cassiani (2018), quando analisa materiais didáticos do
Timor-Leste:

Explicitar e desnaturalizar esses discursos é também uma forma de


operar a decolonialidade do saber/poder/ser/viver, favorecendo
construções de processos educacionais emancipatórios, influenciando
nos efeitos de sentido sobre esses materiais, para que possam ser lidos
criticamente pelos professores de Ciências, tanto no Timor-Leste

[129]
quanto no Brasil, já que muitos problemas apontados aqui são
recorrentes em nosso país (CASSIANI, 2018, p. 240).

Consideramos que é valioso explorar as variedades de cores de abelhas


existentes, além da clássica combinação amarelo-preto, destacando a
existência de abelhas de diversas cores, incluindo abelhas iridescentes
(Pereira, 2005; Leite et al., 2016). Nota-se também a importância da
disseminação do conhecimento da existência de abelhas com cheiros e
odores fascinantes, como as tubunas (Scaptotrigona bipunctata), assim
como a abordagem da temática dos tamanhos distintos destes insetos,
“abelhinhas, abelhas e abelhões” (Fig. 2H e 4).
Acreditamos que a proposição dessa nova abordagem permite uma
quebra do paradigma de que existe um tipo único de abelhas,
comumente representada nos livros didáticos e nas mídias (desenhos,
televisão, etc). Nesse sentido, ao ampliar o conhecimento sobre a
diversidade de abelhas nativas locais é uma forma de valorização do
conhecimento local, da biodiversidade e da flora/fauna interligada,
assim como uma ampliação da compreensão sobre as abelhas como um
todo. Além disso, há também outras possibilidades de trabalhar a
temática, focando as discussões sobre as relações Ciência, Tecnologia e
Sociedade e da Educação Ambiental Crítica, com abordagens sobre, por
exemplo, o uso de agrotóxicos. O debate atual em face da liberação de
mais de 290 pesticidas no ano de 2019.
Compreendemos que não se deve pautar um antagonismo entre
humanos e abelhas, pelo contrário, compreender as abelhas além da
visão antropocêntrica é quebrar o utilitarismo e consumismo e alçar as
bases para um diálogo de respeito aos seres coabitantes na ecologia
planetária. Ao mesmo tempo, é viabilizar um fascínio, o retorno ao
maravilhamento do mundo (MERGEN, 2003). Entrar em contato com a
natureza, sentir, experimentar, mesmo que “mordidas de
borrachudos”, como cita uma participante, é também se reconectar.
São experiências que o mundo virtual tecnológico, tão maravilhoso, não

[130]
pode proporcionar, pois os sentidos também ensinam (TOZONI-REIS,
2002; MERGEN, 2003; BARROS E VIEIRA, 2017). É estando no Jardim e
vivenciando o entorno, ainda que num pequeno espaço, que é possível
abrir-se para um mundo desconhecido. Ao cabo das oficinas, as
avaliações recebidas na caixa das tubunas foram muito positivas.
Dentre os comentários encontravam-se “aprendi muito sobre as
abelhas nativas”, “estou fascinada sobre como as flores atraem as
abelhas”, entre outros.
Foi sugerida maior adaptabilidade da trilha para atender ao público de
terceira idade, por meio do nivelamento do solo com cepilho.
Certamente, no futuro essa sugestão será acolhida pelo DEPEA e pela
Administração do Parque, tornando possível que a trilha seja
frequentada por todos, inclusive participantes com dificuldade de
locomoção, a exemplo do que ocorre nas outras trilhas do Parque.
Neste sentido, e diante do parco recurso disponível, podemos afirmar
que o Jardim de Mel atingiu sua perspectiva como ferramenta didática.
Ainda, mesmo nos deparando com a tendência antropocêntrica com
relação às abelhas, o feedback final sobre as abelhas nativas trouxe a
compreensão de que as abelhas são seres vivos importantes per se, e
que seu papel no ambiente é fundamental.
Por fim, compreendemos que a aplicação de uma ferramenta didática
de trilhas na ótica da Aula-Passeio de Freinet (BARROS E VIEIRA, 2017),
onde não foi promovida a valorização do conteúdo dicotomizado,
fragmentado e setorizado, foi de grande importância, inclusive para os
estudantes de graduação em Ciências Biológicas. Compreendemos que
a proposta de uma trilha sem a utilização de um viés de pesquisa
científica, foi inovador até mesmo para os graduandos de Ciências
Biológicas. A discussão de propostas de avaliação de uma trilha em que
se faz perguntas abertas como: O que você escutou durante a trilha? O
que você sentiu (cheiros, calor, etc)? O que você mais gostou? O que
você menos gostou? Sugestões? (CASSIANI, 2017), ou seja, uma escrita
livre, também foi algo inovador na formação de professores, visto que

[131]
durante a maior parte do curso de graduação costuma-se exigir a escrita
de relatórios, sem a expressão de percepções pessoais.
Nesse sentido, consideramos que a proposta realizada no Estágio
Supervisionado, organizado num processo de Educação Não Formal,
priorizou uma prática pedagógica diferenciada com muitas
aprendizagens, pois envolveu diferentes saberes da biologia e da
educação, num espaço importante de Florianópolis. Além da
importante temática proposta, associada ao planejamento de trilhas,
aulas-passeio, mediações com pessoas de diferentes níveis escolares e
idades, enfim o estágio foi um espaço de muito aprendizado e
recomendado para os futuros professores de Ciências Biológicas.

5. Agradecimentos

Ao Departamento de Educação Ambiental da Fundação do Meio


Ambiente de Florianópolis e ao Parque Ecológico do Córrego Grande.

6. Imagens

[132]
Figura 04: A: Local destinado ao Jardim de Mel, situado ao lado da Sede
do Departamento de Educação Ambiental da FLORAM (DEPEA), Parque
Ecológico do Córrego Grande. B: Detalhe do local destinado ao Jardim
de Mel com predomínio da guanxuma Sida sp. C: Identificação das
plantas melíferas e retirada das plantas exóticas e/ou invasoras. D:
Plantio de mudas de plantas melíferas. E: Elaboração dos canteiros de
plantas melíferas. F: Detalhe das plantas melíferas plantadas em um dos
canteiros do Jardim de Mel. G: Detalhe das placas informativas afixadas
ao longo da trilha do Jardim de Mel. H: Elaboração do Hotel de Insetos.
I: Hotel de Insetos fixados na trilha do Jardim de Mel com utilização de
tocos de bamboo e madeiras propícia para a atração de abelhas nativas
sem ferrão. J: Utilização de spray de álcool de cereais e extrato de
própolis de abelha nativa sem ferrão para atração das abelhas sem
ferrão.

[133]
Figura 05: A-F: Fotografias da trilha após elaboração, indicando os
espaços criados, placas, bancos e pontos de discussão sobre a temática
Jardim de Mel e abelhas nativas sem ferrão. G: Primeiro inseto
registrado, vespa, a ocupar o espaço do Hotel de Insetos no Jardim de
Mel. H: Etapa da oficina do Jardim de Mel apresentando a diversidade
morfológica das abelhas nativas sem ferrão em abelhinhas, abelhões e
abelhas através da utilização de uma coleção de insetos. I: Demostrativo
prático dos produtos melipônicos como cera, pólen de abelhas, extrato
de pólen e mel de abelhas nativas. J: Caixa de tubunas, para coletar as
informações e sugestões ao cabo das oficinas segundo metodologia de
Freinet (CASSIANI, 2017).

[134]
Figura 06: Mapa mental ilustra a temática do Jardim de Mel como tema
gerador, e os tópicos e assuntos observados durante as oficinas
apresentadas. Observa-se a interconexão entre os assuntos e conceitos,
assim como, a correlação deles com os pontos de reflexão elaborados
durante a trilha.
Fonte: Elaboração própria.

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