Tratamento e Manejo Do Herpes Zoster

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

CURSO DE FARMACIA

Caíque Guilherme Pereira dos Santos.


RA 2222200216
Gabriel Henrique Gomes Cardoso
RA 2224108678

TRATAMENTO E MANEJO DO HERPES ZOSTER

São Paulo /SP


2024
TRATAMENTO E MANEJO DO HERPES ZOSTER

Caíque Guilherme Pereira dos Santos.


RA 2222200216
Gabriel Henrique Gomes Cardoso
RA 2224108678
RESUMO

O herpes zoster, também conhecido como zona, é uma condição resultante da reativação do
vírus varicela-zoster, o mesmo vírus que causa a varicela (catapora). Após a infecção inicial, o
vírus permanece dormente nos gânglios nervosos e pode ser reativado posteriormente,
provocando manifestações cutâneas dolorosas. A doença pode evoluir para cura completa ou
persistir por meses ou até anos, causando desconforto prolongado. Entre 2012 e 2017, o
Brasil registrou 602.136 casos de varicela. As complicações mais graves do herpes zoster
incluem neuralgia pós-herpética, bem como afecções neurológicas e oftalmológicas. O
tratamento geralmente envolve a administração de antivirais, e a prevenção pode ser
realizada através das vacinas disponíveis no calendário vacinal do SUS. O objetivo deste
trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre os aspectos clínicos do herpes zoster,
incluindo sua etiologia, diagnóstico e tratamento. Para isso, foi adotada a metodologia de
revisão sistemática da literatura, utilizando bases de dados científicas como Birreme, Scielo e
Google Acadêmico, além de livros-texto, sem restrição de ano. Após a coleta e análise dos
artigos, foram investigados aspectos relevantes sobre a transmissão do herpes zoster, sua
etiologia, diagnóstico, tratamento e formas de prevenção.

PALAVRAS-CHAVE: Herpes Zoster; Etiologia; Tratamento.

1. INTRODUÇÃO

O herpes zoster (HZ), causado pelo vírus varicella-zoster (VVZ) da família


Herpetoviridae, é uma doença viral que afeta predominantemente adultos e idosos. O herpes
zoster se manifesta com lesões cutâneas dolorosas e pode evoluir para a cura ou persistir por
meses ou anos. Qualquer pessoa que tenha sido exposta ao vírus da varicela pode
desenvolver o herpes zoster. A incidência do herpes zoster é mais alta em adultos e idosos,
sendo rara na infância. Em crianças menores de 10 anos, a incidência é de 0,2 a 0,74 por
1.000, enquanto em adultos com mais de 75 anos, é de 4,5 casos por 1.000. (BRASIL 2010,
PORTELLA et al. 2013, PORTAL DA SAÚDE 2014, PEREIRA et al. 2015).
Os fatores de risco para o desenvolvimento grave do herpes zoster (HZ) incluem: idade
avançada, sexo feminino, histórico familiar de herpes zoster, raça negra, indivíduos com
imunidade comprometida, como portadores de HIV, transplantados, ou aqueles com linfoma
ou leucemia. (BRICKS et al. 2006, COELHO et al. 2014).
As complicações mais temidas do herpes zoster (HZ) incluem neuralgia pós-herpética, e
afecções neurológicas e oftalmológicas. Entre as complicações neurológicas, destacam-se
ataques isquêmicos transitórios, paralisia facial e síndrome de Ramsey Hunt. A síndrome de
Ramsey Hunt pode causar paralisia facial acompanhada por uma erupção cutânea dolorosa
no ouvido. As complicações oftalmológicas afetam principalmente a distribuição do nervo
trigêmeo e podem incluir ceratite, esclerite, uveite, necrose aguda da retina e inflamação da
conjuntiva. Essas condições podem comprometer seriamente a visão e a saúde ocular.
A neuralgia pós-herpética é uma dor persistente que pode continuar mesmo após a
resolução das lesões cutâneas do herpes zoster. Esta dor pode durar meses ou até anos e é
especialmente grave, pois interfere no sono e nas atividades diárias. A intensidade e a
gravidade da neuralgia pós-herpética tendem a aumentar com a idade. (BRICKS et al. 2006,
COELHO et al. 2014).
Entre 2012 e 2017, o Brasil registrou 602.136 casos de varicela. A região Sul foi a mais
afetada, com 199.057 casos, representando 33% do total. A região Sudeste registrou 189.249
casos, correspondendo a 31,45% dos casos, enquanto a região Norte teve 40.325 casos, ou
6,6% do total (tabela 1). (PORTAL DE SAÚDE 2014). De acordo com os dados do SINAM, a
faixa etária mais atingida foi a de 1 a 4 anos, com 227.660 casos, representando 37,8% do
total. A segunda faixa etária mais afetada foi a de 5 a 9 anos, com 179.592 casos, ou 29,8%. A
faixa etária com menor incidência foi a de maiores de 50 anos, com apenas 4.081 casos, o
que corresponde a 0,68% do total (tabela 2). (PORTAL DE SAÚDE 2014).
Entre 2012 e 2017, foram registradas 38.612 internações por varicela no Brasil, com o ano
de 2013 apresentando o maior número de internações, totalizando 9.553 casos, o que
representa 27,7% do total (tabela 3). A faixa etária mais afetada por internações foi a de
maiores de 50 anos, com 12.455 casos. Em seguida, a faixa etária de 1 a 4 anos registrou
9.328 internações, enquanto a faixa etária de 15 a 19 anos teve o menor número, com 1.099
internações (tabela 4). (PORTAL DE SAÚDE 2014).
Entre 2012 e 2016, foram registrados 649 óbitos por varicela no Brasil. A faixa etária mais
afetada foi a de 1 a 4 anos, com 215 óbitos, correspondendo a 33,4% do total. O ano com o
maior número de óbitos foi 2012, com 176 casos, representando 27,1% do total (tabela 5).
(PORTAL DE SAÚDE 2014).
Tabela. 1

REFERÊNCIA: PORTAL DE SAÚDE 2014.


Tabela2.

REFERÊNCIA: PORTAL DE SAÚDE 2014.


Tabela 3.

REFERÊNCIA: PORTAL DE SAÚDE 2014.


Tabela 4.

REFERÊNCIA: PORTAL DE SAÚDE 2014.


Tabela 5.

REFERÊNCIA: PORTAL DE SAÚDE 2014.


OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão abrangente da literatura sobre o herpes
zoster, abordando detalhadamente seus aspectos clínicos, incluindo a etiologia, diagnóstico e
tratamento da doença. A revisão visa explorar as características clínicas do herpes zoster,
identificar as causas e fatores associados à infecção pelo vírus varicella-zoster, e avaliar as
abordagens diagnósticas e opções terapêuticas disponíveis para a gestão eficaz da condição.

METODOLOGIA
A partir da problemática identificada, este trabalho visa alcançar os objetivos propostos
através de uma pesquisa descritiva e exploratória com metodologia quantitativa. A abordagem
será baseada em um estudo teórico que analisa os resultados de outros autores
especializados no campo do herpes zoster, contribuindo assim para o avanço do
conhecimento científico sobre a doença.
Para a elaboração deste artigo, foi realizada uma revisão da literatura com um
levantamento bibliográfico aprofundado sobre o herpes zoster. A pesquisa envolveu a consulta
a bases de dados acadêmicas e bibliotecas digitais, incluindo Birreme, Scielo e Google
Acadêmico. Foram utilizados diversos tipos de fontes, como livros, anais de conferências,
publicações oficiais e artigos científicos na área de enfermagem, sem restrição quanto ao ano
de publicação. Esta abordagem permitiu a coleta de informações atualizadas e relevantes
para uma compreensão abrangente dos aspectos clínicos, etiológicos, diagnósticos e
terapêuticos do herpes zoster.

RESULTADOS E DISCULSSÃO Etiologia


O herpes zoster é causado pela reativação do vírus da varicela, que permanece latente
nos nervos cranianos e nos gânglios espinhais dorsais após a infecção inicial. Essa reativação
geralmente ocorre quando o sistema imunológico está comprometido. Isso é comum em
indivíduos com condições que afetam a imunidade, como câncer, HIV, imunossupressão após
transplantes, ou durante tratamentos como quimioterapia. Esses fatores podem enfraquecer o
sistema imunológico e facilitar a reativação do vírus, levando ao desenvolvimento do herpes
zoster. (RODRIGUES et al. 2010, PORTELLA et al. 2013, PEREIRA et al. 2015).
Transmissão
A transmissão do herpes zoster pode ocorrer por contato direto com as lesões cutâneas
ou com secreções respiratórias de um paciente infectado, através da disseminação de
partículas virais e aerossóis. Indiretamente, a transmissão também pode acontecer ao se
tocar objetos contaminados com secreções das vesículas ou ao entrar em contato com a
mucosa de pacientes infectados. (PORTAL DE SAÚDE 2014).
O período de incubação do herpes zoster é geralmente de 14 a 16 dias, podendo variar
entre 10 a 20 dias após o contato com o vírus. Em pacientes imunodeprimidos, esse período
pode ser reduzido, enquanto em indivíduos que já foram imunizados, o tempo de incubação
pode ser prolongado. (PORTAL DE SAÚDE 2014). A transmissibilidade do herpes zoster é
mais alta de 1 a 5 dias antes do aparecimento das erupções cutâneas e persiste até cinco
dias após o surgimento das vesículas. A infecção continua sendo possível enquanto houver
vesículas ativas. (PORTAL DE SAÚDE 2014).
Sinais e sintomas
O quadro clínico do herpes zoster inicia-se com uma queimação leve a moderada na pele,
frequentemente acompanhada por febre, cefaleia e mal-estar geral. Com o tempo, a condição
evolui para um eritema cutâneo que apresenta características maculopapulares. As lesões, que
incluem vesículas e bolhas, podem ter conteúdo variado, que pode ser translúcido,
hemorrágico ou purulento. Essas lesões surgem de forma gradual e podem levar de 2 a 4 dias
para se estabelecer completamente, evoluindo até o estágio final com a formação de crostas.
(BRASIL 2010, RODRIGUES et al. 2010, PORTELLA et al. 2013).
O padrão de aparecimento das lesões segue a distribuição anatômica dos nervos,
geralmente afetando uma única área do corpo de forma unilateral. A predominância das lesões
é na região facial e no tórax, embora em alguns casos, as lesões possam se espalhar para
mais de um nervo. (PORTELLA et al. 2013).
Em alguns pacientes, pode ocorrer apenas a dor radicular característica do herpes zoster,
sem a presença das lesões cutâneas visíveis. Essa condição é conhecida como herpes sine
herpete e é considerada a forma mais grave da doença, pois pode afetar múltiplos níveis do
sistema nervoso. (PORTELLA et al. 2013).

Diagnóstico

O diagnóstico de herpes zoster (HZ) é primariamente clínico, baseado na observação das


características das lesões cutâneas e na história do paciente. No entanto, para confirmar o
diagnóstico e obter informações adicionais, podem ser realizados exames laboratoriais. Estes
incluem:

 Citologia: Análise das células das lesões para identificar alterações características do
herpes zoster.
 Sorologia: Testes para detectar a presença de anticorpos contra o vírus varicella-zoster.
 Isolamento do vírus: Cultivo do vírus a partir de amostras das lesões para confirmação.
 Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): Método para detectar o DNA viral em
amostras clínicas.
 Teste ELISA: Utilizado para detectar anticorpos específicos contra o vírus.
 Teste Direto de Anticorpos Fluorescentes para Antígeno de Membranas (FAMA):
Identificação direta do antígeno viral nas lesões. (MURRAY et al. 2004, RODRIGUES et
al. 2010, BRASIL 2010)

Tratamento

O tratamento do herpes zoster visa reduzir a gravidade dos sintomas e prevenir complicações.
A abordagem terapêutica inclui:
 Antivirais: O tratamento é geralmente realizado com medicamentos antivirais, como
aciclovir, famciclovir e valaciclovir. Estes medicamentos são mais eficazes quando
iniciados precocemente após o início dos sintomas.
 Analgésicos: Para pacientes com dor leve, o uso de analgésicos pode ser suficiente
para alívio.
 Prednisona: Associada ao aciclovir, pode ajudar a reduzir a dor e a inflamação
associadas ao herpes zoster.
 Narcóticos: Para dor mais severa, pode ser necessário o uso de medicamentos
opioides.
 Loções: O uso de loções contendo calamina pode aliviar a coceira e o desconforto das
lesões.
 Creme de Capsaicina: Recomendado para aplicação sobre as crostas, ajudando a
reduzir a dor.
 Tratamento da Neuralgia Pós-Herpética: Não há tratamento específico para as
sequelas do herpes zoster, mas medidas podem ser tomadas para aliviar a neuralgia
pós-herpética. (BRASIL 2010, RODRIGUES et al. 2010, PORTELLA et al. 2013)

Vacina

No Brasil, a vacina contra a varicela está disponível em duas apresentações: monovalente e


combinada com outras vacinas.

 Vacina Monovalente: Protege exclusivamente contra a varicela.


 Vacina Tríplice Viral: Inclui proteção contra sarampo, caxumba e rubéola, administrada
entre 12 e 14 meses de idade.
 Vacina Tetraviral: Combina proteção contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela,
administrada aos 15 meses de idade.

A vacina contra o herpes zoster é recomendada para indivíduos com 60 anos ou mais, com o
objetivo de prevenir o desenvolvimento de herpes zoster e suas complicações. Esta vacina é
administrada em dose única. (PORTAL DA SAÚDE 2014, COELHO et al. 2014)

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o vírus varicella-zoster, responsável pela varicela e pelo herpes zoster,
está presente em todo o mundo, e não demonstra uma incidência sazonal específica. Até o
momento, não há medidas amplamente eficazes para a prevenção ou controle da varicela e
do herpes zoster na população geral, além da vacinação. Existe uma vacina viva atenuada
contra o vírus varicella-zoster, que é administrada a partir dos dois anos de idade. Esta vacina
é parte do esquema vacinal que também inclui vacinas contra sarampo, caxumba e rubéola. A
vacina contra a varicela induz imunidade celular, e é considerada o tratamento profilático mais
indicado, mesmo quando a exposição ao vírus já ocorreu.
Diante da ausência de medidas preventivas abrangentes, é essencial que os
profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, desempenhem um papel crucial no
reconhecimento, tratamento e assistência integral aos pacientes com herpes zoster. A atuação
eficaz desses profissionais é fundamental para gerenciar a doença de forma adequada e
minimizar o risco de complicações associadas à infecção pelo vírus.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8.


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