Ciclos Economicos

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Ciclo do pau-brasil (século XVI)

O primeiro ciclo econômico do Brasil foi a extração do pau-brasil, madeira avermelhada


utilizada na tinturaria de tecidos na Europa, e abundante em grande parte do litoral
brasileiro. Os portugueses instalaram feitorias e sesmarias (lotes de terras) e
escravizavam os índios para que estes realizassem o corte e o carregamento da madeira
por meio de um sistema de trocas conhecido como escambo.

Além do pau-brasil, outras atividades de extrativismo predominaram nessa época, como


a coleta de drogas do sertão.

[editar] Ciclo da cana-de-açúcar


O ciclo econômico da cana-de-açúcar começa quando acaba o ciclo do pau-brasil e com
a divisão do território da colônia do Brasil até a linha imaginária do Tratado de
Tordesílhas em Capitanias Hereditárias. Em 1502 chega ao Brasil, Américo Vespúcio
trazendo da Ilha da Madeira, as primeiras plantas de cana de açúcar.

A cana-de-açúcar era o produto que dava lucro à Coroa além de colaborar na


concretização de colonização da colônia portuguesa do Brasil.

Negros africanos (escravos) e indígenas era a mão de obra utilizada na produção e


industrialização da cana-de-açúcar. Mas o preço dos escravos africanos era alto. Os
portugueses possuiam poucos recursos para a implantação da cultura da cana-de-açúcar
no Brasil. Precisavam comprar escravos, preparar a terra, fazer o plantio e colheita,
instalar os engenhos para a fabricação do açúcar, transportar e distribuir o produto na
Europa.

Não tendo recursos, a solução encontrada foi aliar-se aos holandeses que financiaram a
implantação do cultivo e transformação da cana-de-açúcar no Brasil. Em troca, os
holandeses ficaram com a comercialização do produto na Europa.

Com o propósito português da produção de riquezas o dever na Colônia era produzir o


máximo pelo menor custo possível. Nas sesmarias, que eram grandes quantidades de
terras (latifúndios) distribuídas pelos donatários e governadores-gerais aos colonos, é
que se desenvolveu o processo da cana-de-açúcar. Surgiram os grandes engenhos
baseados na monocultura da cana-de-açúcar com a mão de obra escrava. Outros
produtos (milho, feijão, mandioca,...) só eram produzidos para subsistência dos
moradores da sesmaria.

O nordeste, por possuir o solo (argiloso) de fácil adaptação da cana-de-açúcar


transformou-se no pólo açucareiro do Brasil. O Pernambuco e a Bahia eram as maiores
capitanias produtoras de açúcar.

Engenho era o nome dado à grande propriedade latifundiária que explorava a produção
de açúcar, formada pelas plantações, a casa-grande, a capela, a senzala e a própria
fábrica do açúcar (engenho). Eram desmatadas imensas áreas para o plantio da cana-de-
açúcar.
Na casa-grande funcionava a administração do engenho. Nela também residia o
proprietário e sua família.

A capela ficava próxima à casa-grande. Era o local das orações dos habitantes do
engenho.

Na senzala moravam os escravos. Era um grande galpão que alojava os escravos.


Alguns engenhos maiores, possuiam centenas de escravos hospedando-se
miseravelmente nestes galpões.

Na fábrica do açúcar (engenho) trabalhavam parte dos escravos na moenda, na casa das
caldeiras e na casa de purgar.

A moenda era utilizada para moer (esmagar) a cana e extrair o caldo.

Na casa das caldeiras, o caldo era fervido em grandes tachos até engrossar.

E na casa de purgar o melaço da cana era colocado em fôrmas de barro para secagem
até endurecer. Era a rapadura de hoje. Estes blocos (rapaduras) de açúcar eram enviados
a Portugal. De lá seguiam para a Holanda onde recebiam o refinamento. E assim os
holandeses faziam a sua parte no acordo que era a comercialiazação do açúcar na
Europa.

[editar] Escravatura e tráfico negreiro (séculos XVI-


XIX)
A agricultura da cana introduziu o modo de produção escravista, baseado na importação
e escravização de africanos. Esta atividade gerou todo um setor paralelo chamado de
tráfico negreiro.

O tráfico negreiro só é interrompido em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós.

[editar] Pecuaria
A pecuária extensiva ajudou a expandir a ocupação do Brasil pelos portugueses,
levando o povoamento do litoral para o interior. Com o aumento da produção de cana
de açucar no litoral brasileiro, o gado que era usado como força matriz nos engenhos,
além de serem fornecedores de carne e couro, foram empurrados para o interior do
Brasil, uma vez que a monocultura da cana demandava cada vez mais areas maiores no
litoral em função do solo ser mais favorável aquela cultura.

Avançando pelo interior do Brasil, utilizando-se do Rio São Francisco (Rio da


Integração Nacional)o gado desceu o "Velho Chico" instalando fazendas de gado por
todo o longo do seu curso, daí sua denominação também de Rio dos "Currais" chegando
o gado que inicialmente saiu da Bahia até os Estados do Pìauí e Maranhão, sendo estes
responsáveis pela ocupação e povoamento do Sul do Estado do Maranhão.

[editar] Ciclo da mineração (1709-1789)


Ver artigo principal: História da mineração do Brasil

Durante todo o século XVIII, expedições chamadas entradas e bandeiras vasculharam o


interior do território em busca de metais valiosos (ouro, prata, cobre) e pedras preciosas
(diamantes, esmeraldas). Afinal, já no início do século XVIII (entre 1709 e 1720) estas
foram achadas no interior da Capitania de São Paulo (Planalto Central e Montanhas
Alterosas), nas áreas que depois foram desmembradas como Minas Gerais, Goiás , Mato
Grosso e Bahia. A descoberta de ouro, diamante e esmeraldas nessa região provocou um
afluxo populacional vindo de Portugal e de outras áreas povoadas da colônia, como São
Paulo de Piratininga, São Vicente e o litoral nordestino. Já de início, o choque na
corrida pelas minas levou a um conflito entre paulistas e outros (Guerra dos Emboabas).

Outra importante atividade impulsionada pela mineração foi o comércio interno entre as
diferentes vilas e cidades da colônia, proporcionada pelos tropeiros.

[editar] Diamantes

Os primeiros diamantes no Brasil foram encontrados por volta de 1729, tendo logo
despertado a atenção da Coroa Portuguesa. A primeira legislação visando regulamentar
a sua exploração foi o Regimento dos Superintendentes e Guardas-mores das Terras
Minerais, comum a toda a região. Esse regulamento genérico despertou viva resistência
entre os mineradores e, em termos fiscais, mostrou-se ineficaz com relação aos
diamantes, cujas características (pequenas dimensões e elevado valor) incentivavam a
sua ocultação e contrabando.

O seu principal centro produtor foi o Arraial do Tijuco (atual Diamantina), na Comarca
do Serro do Frio, marcado, além do seu natural isolamento geográfico, pela severidade
da legislação diamantífera – materializada, por exemplo no chamado "Livro da Capa
Verde" - e pelo rigor da fiscalização da Metrópole. Em 1734 era ali foi instituída a
Intendência dos Diamantes. No ano seguinte (1735), a extração foi proibida por cinco
anos, até que se encontrasse uma maneira mais eficaz de controle por parte da Coroa, e,
principalmente, até que se recuperassem os preços internacionais do quilate, abalados
pela abundância da oferta.

Superada esta fase inicial, institui-se, em 1740, o sistema de arrematação por contratos,
que perdurou até 1771. Os historiadores indicam que, entre 1740 e 1770, foram
extraídos mais de 1.666.569 quilates, levando à queda, em 75%, do preço dos diamantes
no mercado mundial.

A partir de 1771, foi criada a Real Extração, sob controle direto da Coroa. Este sistema
perdurou até mesmo depois da Independência do Brasil (1822), sendo a Real Extração
extinta por Decreto apenas em 1832. Estima-se que neste período, até 1810, cerca de
três milhões de quilates foram extraídos.Salmão Preto.

[editar] Economia na Era Imperial (1822-1889)


Armazém da Alfândega da cidade de Belém, província do Pará, c.1870.
Ver artigo principal: Economia do Império do Brasil.

Ao tornar-se independente em 1822, o Brasil possuía uma economia voltada para a


exportação de matérias-primas. O mercado interno era pequeno, devido à falta de
créditos e a quase completa subsistência das cidades, vilas e fazendas do país que se
dedicavam à produção de alimentos e a criação de animais.[1][2] Durante a primeira
metade do século XIX, o Estado imperial investiu pesadamente na melhoria das estradas
terrestres e detinha por sua vez, um memorável sistema de portos que possibilitava uma
melhor troca comercial e comunicação entre as regiões do país.[3] A economia do Brasil
era extremamente diversificada no período pós-Independência,[4] mas foi necessário um
grande esforço por parte do governo monárquico para realizar a transmutação de
sistema econômico puramente escravocrata e colonial para uma economia moderna e
capitalista. Contudo, a monarquia fora capaz de manter até o fim de sua existência o
extremamente notável crescimento econômico iniciado com a vinda do então príncipe-
regente dom João ao Brasil. Isto foi possível, em parte, graças ao liberalismo adotado
pelo regime monárquico, que favorecia a iniciativa privada.[5]

Para um país carente de capitais, seria necessário investir o tanto quanto possível nas
exportações, buscando alcançar uma balança superavitária. Contudo, tal feito fora
complicado pela completa falta de produtos manufaturados no país, que resultou num
aumento considerável das importações, criando um déficit contínuo. A maior parte das
importações eram tecidos, vinhos, sabões comestíveis, perfumarias, dentre outros. Até a
década de 1850, itens como carvão, maquinaria, cimento, ferro, ferramentas e artigos de
ferro representavam 11% das importações brasileiras em relação à Grã-Bretanha. Mas o
processo de industrialização constante do Brasil faria com que este percentual
alcançasse 28% em 1889.[6] Com o passar das décadas em que surgiram novas
tecnologias e com o aumento da produtividade interna, as exportações aumentariam
consideravelmente, possibilitando alcançar o tão almejado equilíbrio na balança
comercial. Durante a década de 1820, o açúcar equivalia à cerca de 30%, o algodão
21%, o café 18% e couros e peles 14% do total das exportações. Apenas vinte anos
depois, o café alcançaria 42%, enquanto o açúcar 27%, os couros e peles 9% e o
algodão 8% do total das exportações. Entretanto, isto não significou uma diminuição na
produção desses produtos, pelo contrário, mas "refletia uma diferença no crescimento
relativo desses setores". Neste período de apenas vinte anos, as "exportações brasileiras
dobraram em volume e triplicaram em valor nominal", enquanto seu valor em libras
esterlinas aumentou em 40%.[4]
Estrada de ferro em Petrópolis, 1885. O advento dos trens tornou o transporte de carga
menos oneroso e mais rápido, diminuindo consideravelmente o custo de produção.

Nos anos 1820, o Brasil exportou cerca de 11 mil toneladas de cacau, enquanto em 1880
o valor foi de 73.500 toneladas.[7] Entre os anos 1821 e 1825, exportou-se 41.174
toneladas de açúcar, que atingiu o incrível valor de 238.074 toneladas entre 1881 e
1885.[8] Até 1850 a produção de borracha fora insignificante, mas em entre 1881 e 1890,
alcançou o terceiro lugar nas exportações brasileiras.[9] Foram ao todo cerca de 81
toneladas entre 1827 e 1830, atingindo 1.632 toneladas em 1852, e em 1900 foram
24.301.452 toneladas.[7] Exportou-se também, cerca de 3.377.000 toneladas de café
entre 1821 e 1860, enquanto entre 1861 e 1889 alcançou 6.804.000 toneladas.[10] A
inovação tecnológica também contribuiu para o crescimento das exportações,[4] como
citado anteriormente. A principal razão foi à adoção da navegação a vapor e de
ferrovias, que permitiu ao transporte de carga tornar-se bem menos oneroso e muito
mais rápido.[11] O valor absoluto das exportações do Império em 1850 era o mais
elevado da América Latina (o triplo da Argentina, que estava em quarto lugar) e
manteria esta posição (inclusive em termos econômicos gerais) até o final da
monarquia. [12]

O comércio exterior, ou seja, importação e exportação somadas, acumulavam um valor


total de 79.000:000$000 entre 1834 e 1839 para atingir 472.000:000$000 em 1886 (taxa
de crescimento anual de 3,88% desde 1839). A partir de 1859, a balança comercial entre
importação e exportação se equilibra até esta última tornar-se maior que a primeira em
1865. Após 1874, a balança comercial fica claramente favorável, tendo as exportações
números bem mais altos que a importação. A maior parte das exportações brasileiras
eram produtos agrícolas.[13] No entanto, as exportações norte-americanas de produtos
agrícolas respondiam por um percentual que variava em torno de 73% a 83% entre os
anos 1850 e 1900 de todas as vendas externas, para efeitos de comparação.[14] O
crescimento econômico foi percebido no Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) que de
50.000:000$000 em 1840, veio a atingir a cifra de 500.000:000$000 em 1889 (uma
incrível taxa de crescimento anual de 4,81% desde 1840).[15] O crescimento econômico
brasileiro, principalmente a partir de 1850, se comparado aos Estados Unidos e aos
países europeus, foi "muito bom".[16] O Brasil do último ano da monarquia era "próspero
e respeitado".[17] O historiador Heitor Lyra resume a questão:
Vista do centro da cidade do Rio de Janeiro, 1889. O comércio exterior brasileiro
cresceu a uma taxa média anual de 3,88% durante 47 anos.

"O Império, sob o ponto de vista do progresso e do desenvolvimento material do país,


não foi o atraso e a estagnação, de que ainda hoje é acusado por quantos não se
querem dar ao trabalho de estudar e conhecer melhor esse período da nossa História.
E a verdade é o que o Brasil era, de fato, e de direito, sob este e outros aspectos, a
primeira Nação da América Latina. Essa hegemonia ela iria conservar até o último dia
da Monarquia".[18]

A renda per capita brasileira em 1890 era de $770 (em valores de 1990).[19] Para se ter
uma idéia do potencial econômico do país durante o Império, caso "tivesse podido
manter o nível de produtividade conquistado em 1780 e conseguido ampliar as
exportações com ritmo igual ao verificado na segunda metade do século XIX, sua renda
per capita em 1950 seria comparável à da média dos países da Europa Ocidental, e o
país não se teria atrasado tanto".[20] Ou seja, no início da segunda metade do século XX,
não só o país seria mais rico, mas o povo brasileiro também, que por sua vez teria uma
condição de vida muito superior a existente atualmente.

[editar] Agricultura

A agricultura no Brasil detinha um papel extremante importante: 80% das pessoas em


atividade dedicavam-se ao setor agrícola, 13% ao de serviços e 7% ao industrial.[21] No
interior do país havia uma agricultura realizada pelos próprios produtores (sem a
utilização de escravos), abastecendo o mercado local.[2] Na região norte e nordeste,
principalmente nas províncias do Maranhão, Pernambuco, Alagoas e Paraíba ocorria o
cultivo de algodão em conjunto com culturas de alimentos (para a própria subsistência e
venda nos mercados locais), que era produzido por pequenos e médios lavradores.[22] As
grandes distâncias, que encareciam o custo do transporte, mais os impostos
interprovinciais para o trânsito de mercadorias, restringiam consideravelmente a
capacidade de distribuição por parte dos produtores destes setores voltados ao mercado
interno.[12]
Fazenda Santa Genebra, província de São Paulo, 1880. Os produtores agrícolas
buscaram modernizar seus empreendimentos para manter a competitividade no mercado
internacional.

Na região sudeste, a produção de café que no início do brasil independente respondia


por percentual de apenas 3% nas exportações, foi se tornando a cada década mais e mais
importante para a economia brasileira, principalmente devido ao aumento extraordinário
no mercado consumidor internacional. As fazendas cafeeiras eram praticamente auto-
sustentáveis, pois não só o café era produzido, mas também a alimentação e vestuário
para os escravos, negando a possibilidade de surgimento de outros setores econômicos
voltados para este mercado. Entretanto, a extinção do tráfico negreiro (e o conseqüente
encarecimento no valor dos escravos) obrigou aos produtores a focarem na manutenção
da mão-de-obra em detrimento da auto-sustentabilidade. Buscava-se, então, impedir
uma alta nos custos da produção. [23]

Para se manterem competitivos nos mercados internacionais, os produtores agrícolas


com ajuda governamental buscaram modernizar a produção, adotando inovações
técnicas e tecnológicas. No Norte e Nordeste do país, foram instaladas grandes unidades
de processamento de cana-de-açúcar, chamados de engenhos centrais, que
revolucionaram a economia tradicional. Estas usinas vieram a ocupar o lugar das antigas
fábricas de açúcar que datavam do período colonial, efetivamente industrializando o
setor.[12][24][25] Nas regiões cafeeiras, os produtores realizaram a transição da mão-de-obra
escrava para a paga, com a absorção dos imigrantes estrangeiros que chegavam aos
milhares a cada ano e também de ex-escravos. Os benefícios eram muitos, mas o
principal era o barateamento do custo de produção, pois o sustento de escravos revelara-
se mais oneroso que o pagamento de salários a trabalhadores livres. A província de São
Paulo foi a melhor logrou sucesso nessa empreitada, realizando a transição do antigo
sistema econômico escravocrata para o moderno capitalista. A província do Rio de
Janeiro, contudo, se revelou incapaz de assimilar as novas tendências do mercado,
preferindo manter a utilização de mão-de-obra escrava até o fim, o que eventualmente
causaria o seu colapso. O governo imperial não se limitou a facilitar o crédito para a
compra de equipamentos modernos ou a vinda de imigrantes, mas também diminuiu
vários impostos para colaborar com o esforço de modernização da produção agrícola do
país. Um destas medidas ocorreu em 1874 quando o gabinete Rio Branco fixou em 40%
a taxa de imposto para todas as mercadorias importadas (e que viria a incentivar a
indústria nacional), ao mesmo tempo em que criou franquias aduaneiras para
importações relacionadas a plantas vivas, sementes, raízes, bulbos e aparelhos
mecânicos com o intuito de desenvolver a agricultura.[26]
[editar] Indústria

A Indústria brasileira tem sua origem remota nas oficinas artesanais datadas do início do
século XIX. A maior parte dos estabelecimentos industriais surgiram no Sudeste
brasileiro (principalmente na província do Rio de Janeiro, Minas Gerais e mais tarde,
São Paulo), e de acordo com a Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação,
77 estabelecimentos foram registrados entre 1808 e 1840 e receberam a classificação de
"fábricas" ou "manufaturas". Contudo, a maior parte, cerca de 56 estabelecimentos, na
realidade se encaixavam na categoria de "oficinas artesanais" e estavam voltados para
os ramos de sabão e velas de sebo, rapé, fiação e tecelagem, alimentos, fundição de
ferro e metais, lã e seda, dentre outros. Utilizavam como mão-de-obra tanto elementos
livres como também escravos.[27]

Fábrica de Ferro de São João de Ipanema em Sorocaba, província de São Paulo, 1884.

Havia vinte estabelecimentos que poderiam ser considerados de fato manufatureiros, e


deste total, treze foram criados entre os anos 1831 e 1840. Eram todos, contudo, de
pequeno e porte e se assemelhavam mais a oficinas artesanais maiores do que a fábricas
de propriamente ditas. Entretanto, atuavam em ramos extremamente diversos, tais
como: chapéus, pentes de tartaruga, ferraria e serraria, fiação e tecelagem, sabão e velas,
vidros, tapetes, oleados, etc. Provavelmente causada pela instabilidade do período
regencial, apenas nove destes estabelecimentos ainda estavam em funcionamento em
1841, mas em compensação, eram de grande porte e poderiam ser consideradas um
"prenuncio de uma nova era para as manufaturas".[28] As razões pelo qual foi
extremamente limitado o advento de manufaturas reais anteriormente a década de 1840
ocorreram devido: a auto-suficiência das regiões do país (principalmente das fazendas
de café e cana-de-açúcar, que produziam seus próprios alimentos, vestuário,
equipamentos, etc…), a falta de capitais e o alto custo da produção. Este último, por
exemplo, impossibilitava as manufaturas nacionais de competirem com produtos
estrangeiros, apesar de alguns já utilizarem máquinas, pois a maior parte da matéria-
prima era importada.[29]

A promulgação da tarifa Alves Branco, entretanto, viria a modificar tal quadro. Tinha
por objetivo aumentar a arrecadação do Estado e incentivar o crescimento da indústria
nacional, logrando sucesso em ambas as empreitadas.[30][31] A súbita proliferação de
capital foi direcionada para investimentos nas áreas de serviços urbanos, transportes,
comércio, bancos, indústrias, etc…[32] A maior parte do capital investido nas indústrias
foi direcionado ao ramo têxtil.[33] Contudo, num crescimento industrial sem precedentes,
surgiram múltiplos estabelecimentos manufatureiros, tais como de: fundição e
maquinaria, sabão e velas, vidros, cerveja, vinagre, galões de ouro e prata, calçados e
cordoaria, couros, calçados e cordoaria, sabão e velas, chapéus e tecidos de algodão.[34]
Também pode ser citada a criação de uma indústria metalúrgica em Ponta da Areia, na
cidade de Niterói, que inclusive construiu navios a vapor.[35] É provável que a indústria
têxtil tenha sido a mais beneficiada pelo fato de ser a mais antiga em atividade no país.
Surgiu em 1830, com a instalação da fábrica Santo Antonio do Queimado na cidade de
Salvador, capital da província da Bahia. O setor têxtil foi bastante dinâmico no período
monárquico e recebeu grandes investimentos até 1890, quando entrou em decadência.
Várias modernizações ocorreram, principalmente entre os anos 1840 e 1860, quando
fábricas de alto nível de capacitação tecnológica foram criadas capazes de competir com
outros centros internacionais importantes. Outras melhorias surgiram com a
implantação de fábricas e forjas voltadas para a produção de peças para os
estabelecimentos têxteis.[36] O pólo industrial que surgiu na província da Bahia expandiu
consideravelmente o seu alcance econômico atingindo o sul do Ceará, Piauí e até
mesmo Minas Gerais. [37]

Poços petrolíferos em Arroio dos Ratos, província do Rio Grande do Sul, 1885.

A extinção do tráfico negreiro em 1850, ao contrário do que muitos autores alegam, não
providenciou uma "liberação" de crédito para a área industrial. Tal afirmação não possui
base documental alguma.[38] Contudo, o capital antes empregado no tráfico foi
direcionado a setores como os de: empresas de serviços urbanos, transportes, bancos e
comércio. Mas é possível que tenha contribuído indiretamente para o crescimento do
setor industrial através de empréstimos concedidos pos estabelecimentos bancários. [39]
Ao iniciar a década de 1850, havia cerca de 50 fábricas com capital superior a
7.000:000$000.[15]

Diferente da visão costumeira acerca do tema, o governo imperial criou diversos


incentivos para a industrialização do país. Os mais antigos datam ainda do reinado de
dom Pedro I, através de concessões de subvenções governamentais. O primeiro
estabelecimento a receber tal concessão foi a "Fábrica das Chitas", voltada para
estamparia e papel, por decreto de 26 de junho de 1826.[40] A prática foi retomada na
década de 1840, quando novos estabelecimentos industriais receberam subvenções. Em
1857, sete manufaturas eram beneficiadas por esta prática de incentivo, dentre elas, o
Ponta de Areia, de propriedade de Irineu Evangelista de Sousa (futuro visconde de
Mauá). Um dos critérios exigidos para a concessão destas subvenções era o emprego
exclusivo de trabalhadores livres.[41] Buscava-se, então, não só a transição do antigo
sistema econômico colonial para o moderno capitalista, mas também da mão-de-obra
escrava para a livre. Outros incentivos ocorreram, como o decreto 8 de agosto de 1846
que isentava os produtos manufaturados de direitos de transporte (tanto no interior
quanto no exterior), dispensava do recrutamento militar em determinado número de
empregados dos estabelecimentos industriais e eliminava a taxação sobre peças e
maquinário importados pelas fábricas têxteis. No ano seguinte, novo decreto datado de
junho declarava que todos os estabelecimentos industriais em solo nacional estariam
livres de impostos sobre matéria primas importadas.[35][42] Desta maneira, os custos de
produção da indústria nacional diminuíram consideravelmente, permitindo-a competir
com produtos estrangeiros. A tarifa Alves Branco sofreu modificação em 1857,
reduzindo para 15% as taxas sobre os produtos importados.[43][44] Entretanto, no gabinete
Rio Branco as taxas sobre produtos estrangeiros foi elevada novamente para 40%, e
novas matérias primas receberam isenções tributárias sobre as importações.[26]

Gaston d´Orléans, conde d´Eu, e dona Isabel, Princesa Imperial, ao lado de oficiais em
visita a usina dedicada a fabricação de armamentos militares.

Ao final da década de 1860, ocorre um novo surto industrial causado por dois conflitos
armados: a Guerra Civil norte-americana e a Guerra do Paraguai. Na primeira, a
produção de algodão foi interrompida pelo bloqueio realizado pelas forças da União
contra a Confederação. A segunda causou a emissão de moeda e o aumento de tarifas de
importação para cobrir os gastos com o conflito. O resultado foi um grande estímulo
não só para a indústria têxtil, mas também para outros setores, tais como: a química, de
cigarro, de vidro, papel, de couro, de instrumentos ópticos e náuticos, etc…[38] Durante a
década de 1870, graças a decadência da região cafeeira do vale do Paraíba e de algumas
áreas de produção açucareira, muitos fazendeiros investiram não somente na indústria
têxtil de algodão, mas também em outros setores manufatureiros. A implantação de uma
malha ferroviária por todo o território nacional também estimulou o surgimento de
novas atividades industriais, principalmente em São Paulo.[45] A indústria naval também
sofreu um grande impulso neste período. É a partir da década de 1870 que o processo de
industrialização do Brasil se torna constante e revela uma grande expansão.[46]

Em 1880 é criado a Associação Industrial, com a primeira diretoria eleita no ano


seguinte, atuou no sentido de apoiar novos incentivos industriais e realizar propagandas
contra os defensores de um Brasil essencialmente agrícola.[47] Do capital empregado na
economia brasileira até 1884, 9,6% era direcionado a indústria. A partir de 1885, este
percentual cresce para 11,2%. Entretanto, sofre uma abrupta queda no período
republicano atingindo 5% entre 1890 e 1894, e revela uma leve melhora para 6% entre
1900 e 1904, mas seriam necessários muitos anos até retornar aos patamares dos tempos
do Império. Ao ser extinta através de um golpe de Estado sem participação popular em
1889, existiam sob o regime monárquico brasileiro 636 fábricas (taxa de crescimento
anual de 6,74% 1850) com um capital de 401.630.600$000 (taxa de crescimento anual
de 10,93% desde 1850). Deste valor, 60% estava empregado no setor têxtil, 15% na
alimentação, 10% no químico, 4% no madeireiro, 3,5% no vestuário e 3% na
metalurgia.[48]

[editar] Ciclo do café (1800-1930)

Uma lavoura de café no início do século XX

O café foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XX
até a década de 1930. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba (entre Rio de Janeiro
e São Paulo) e depois nas zonas de terra roxa do interior de São Paulo e do Paraná, o
grão foi o principal produto de exportação do país durante quase 100 anos. Foi
introduzida por Francisco de Melo Palheta ainda no século XVIII, a partir de sementes
contrabandeadas da Guiana Francesa.

A economia cafeeira em São Paulo foi o grande motor da economia brasileira desde a
segunda metade do século XIX até a década de 1920. Como o Brasil detinha o controle
sobre grande parte da oferta mundial desse produto, podia facilmente controlar os
preços do café nos mercados internacionais, obtendo assim lucros elevados. Segundo
Celso Furtado, o maior problema deste sistema econômico era que, sendo o Brasil um
país abundante em terras disponíveis para a agricultura e em mão-de-obra sub
empregada, os lucros obtidos incentivavam novas inversões de capitais no setor,
elevando gradualmente a oferta de café a ser exportado. Por outro lado, a demanda
mundial de café tinha a característica de ser inelástica em relação ao preço e à renda dos
consumidores, isto é, o seu crescimento dependia fundamentalmente do crescimento
populacional dos países consumidores. Assim, tinha-se uma situação de crescimento da
oferta de café muito superior ao crescimento de sua demanda, indicando uma tendência
estrutural de baixa de preços no longo prazo.

As políticas governamentais de valorização do café, conforme instituídas do Convênio


de Taubaté em 1906, consistiam basicamente na compra, por parte do governo federal,
dos estoques excedentes da produção de café, por meio de empréstimos externos
financiados por tributos cobrados sobre a própria exportação de café. No curto prazo, tal
política ajudou a sustentar os preços internacionais do produto, sustentando a renda dos
exportadores. Porém, a médio e longo prazo, essa política deu uma posição de
favorecimento do café sobre os demais produtos brasileiros de exportação, além de
inflar artificialmente os lucros do setor (pois essa política não tinha nenhum impacto
sobre a demanda internacional pelo produto), o que estimulava novas inversões de
capitais na produção, pressionando ainda mais a oferta nacional de café.

A crise internacional de 1929 exerceu imediatamente um duplo efeito na economia


brasileira: ao mesmo tempo em que reduziu a demanda internacional pelo café
brasileiro, pressionando seus preços para baixo, impossibilitou ao governo brasileiro
tomar empréstimos externos para absorver os estoques excedentes de café, devido ao
colapso do mercado financeiro internacional. Todavia, o governo não poderia deixar os
produtores de café a sua própria sorte e vulneráveis os efeitos da grande crise; o custo
político de uma atitude como essa seria impensável para um governo que ainda estava
se consolidando no poder, como era o caso do governo de Getúlio Vargas no início da
década de 1930. Por isso, a partir deste período, o Estado brasileiro passou a
desempenhar um papel ativo na economia nacional.

[editar] Ciclo da borracha (1866-1913)


Ver artigo principal: Ciclo da borracha

No início do século XVIII, o naturalista Charles Marie de La Condamine viaja à região


amazônica e estuda as propriedades de um poderoso auto-cicatrizante da Hevea
brasiliensis, árvore nativa da Amazônia, conhecida como seringueira, constata
finalidades para vários usos na vida humana. Posteriormente, Charles Goodyear
descobriria o processo de vulcanização desse líquido conhecido como látex, sendo
possível a fabricação de pneumáticos para a indústria automobilística - até então os
carros utilizavam rodas de madeira. Porém, apenas mais de um século depois, cerca do
ano de 1870, começou a tornar-se sensação na Europa e nos Estados Unidos: a demanda
crescia vorazmente e a oferta crescia timidamente, gerando um rápido aumento na
cotação internacional do produto.

Na época, o único local de existência da árvore era em toda a Amazônia. Fazendeiros,


pequenos agricultores, e outros agroempresários foram atraídos para o interior da
Amazônia para constituir fazendas silvicultoras, voltadas à extração de látex. Simples
homens ergueram-se como barões da borracha, concentrando renda e relegando sua
mão-de-obra à miséria e a condições análogas à escravidão.

Na pauta de exportações brasileiras, a borracha chegou a representar 40%, possuindo a


mesma parcela de participação que o café durante o ciclo do café, evidenciando a
grande importância do ciclo da borracha. Os lucros auferidos com tal comércio ficavam
concentrados basicamente nas metrópoles amazônicas, Belém e Manaus, principalmente
na primeira (devido a sua posição estratégica, próxima ao oceano), suas rendas per
capitas chegavam a ser uma das mais altas do planeta. Os lucros eram destinados
principalmente às mãos dos empresários do sector financeiro. As duas cidades passaram
por profundas reformas urbanas, frutificando imensos projetos urbanísticos de
francização como o Petit Paris em Belém e a Paris nos Trópicos, em Manaus,
incluindo grandes e opulentas obras como o Theatro da Paz (Belém), o Teatro
Amazonas (Manaus), suntuosos palácios, boulevards e imensas avenidas com túneis de
mangueiras.

O Ciclo da Borracha é também conhecido na Amazônia como a Belle Époque e foi uma
época de ostentação e fausto, porém começou a ruir com as bruscas quedas na cotação
internacional da borracha, graças a ampliação em demasia da oferta de látex, propiciada
pela biopirataria de milhares de seringueiras ao Oriente; emigração de famílias
capitalizadas e a I Guerra Mundial. Porém o factor determinante para seu ocaso foi a
pouca diversificação da economia amazônica, já que acreditavam que os altíssimos
lucros da borracha seriam eternos. Para se ter noção, a renda per capita de Belém do
Pará caiu quase cinco vezes de 1910 a 1920. Com o fim do ciclo, houve saqueamentos,
suicídios, emigração em massa, abandono de casarões, sucateamento. (1800 a 1930)o
ciclo da borracha recebeu essa denominação porque as industrias automotivas,estavam
precisando de bastante borracha para produção, então eles começaram à pegar borra cha
dos seringais da floresta amazônica e à exportar borracha para países vizinhos.

Desde a época colonial até 1930, a economia brasileira foi organizada economicamente
por meio da produção e exportação de algumas poucas " commodities " agrícolas, cujas
características centravam-se na produção de gêneros que interessavam ao mercado
internacional. Esse fato define a economia brasileira nesse período como primário-
exportadora.[49]

[editar] Ciclo da soja (1970- )


Desde a década de 1970, o novo produto que impulsionou a economia de exportação foi
a soja, introduzida a partir de sementes trazidas da Ásia e dos Estados Unidos. O
modelo adotado para o plantio de soja foi a monocultura extensiva e mecanizada,
provocando desemprego no campo e alta lucratividade para um novo setor chamado de
"agronegócio".

O crescimento da cultura da soja se deu às custas da "expansão da fronteira agrícola" na


direção da Amazônia, o que por sua vez vem provocando desmatamentos em larga
escala.

A crise da agricultura familiar e o desalojamento em massa de lavradores ocasionou o


surgimento dos movimentos de sem-terra (MST, MTL, Via Campesina).

[editar] Industrialização e desenvolvimentismo (1945-


1964)
O chamado desenvolvimentismo (ou nacional-desenvolvimentismo) foi a corrente
econômica que prevalesceu nos anos 1950, do segundo governo de Getúlio Vargas até o
Regime Militar, com especial ênfase na gestão de Juscelino Kubitschek.

O modelo de transporte adotado foi o rodoviário, em detrimento de todos os demais


(ferroviário, hidroviário, naval, aéreo).
Valendo-se de políticas econômicas desenvolvimentista desde a Era Vargas, na década
de 1930, o Brasil desenvolveu grande parte de sua infra-estrutura em pouco tempo e
alcançou elevadas taxas de crescimento econômico. Todavia, o governo muitas vezes
manteve suas contas em desequilíbrio, multiplicando a dívida externa e desencadeando
uma grande onda inflacionária.

O presidente João Goulart tentou implementar as reformas de base (agrária,


habitacional, financeira) mas foi impedido pelo golpe militar de 1964.

Em 1967, é criada a Zona Franca de Manaus.

[editar] Milagre econômico (1969-1973)


Entre 1969 e 1973, o Brasil viveu o chamado Milagre Econômico, quando um
crescimento acelerado da indústria gerou empregos e aumentou a renda de todos os
trabalhadores. Houve, porém, ampliação da concentração de renda.

A industrialização ocorreu, principalmente, no eixo Rio-São Paulo e atraiu para esta


região uma imigração em massa das regiões mais pobres do país, principalmente o
Sertão Nordestino.Nessa época, a economia brasilira crescia 8%,9%,10% ao ano, mas
isso não se refletia na vida da população.O país crescia e os pobres continuavam pobres
e a concentracão de renda aumentava.O crescimento do Brasil entre 1969 e 1973 pode
ser comparado ao crescimento da economia Chinesa atualmente e a questão da
desigualdade também.A região costeira da China é muito rica e o interior é
demasiadamente pobre .

[editar] Recessão e crise monetária (1973-1990)


Da Crise do Petróleo até o início dos anos 1990, o Brasil viveu um período prolongado
de instabilidade monetária e de recessão, com altíssimos índices de inflação
(hiperinflação) combinados com arrocho salarial, aumento da dívida externa e
crescimento pífio.

Já na década de 1980, o governo brasileiro desenvolveu vários planos econômicos que


visavam o controle da inflação, sem nenhum sucesso. O resultado foi o não pagamento
de dívidas com credores internacionais (moratória), o que resultou em graves problemas
econômicos que perdurariam por anos. Não foi por acaso que os anos 1980, na
economia brasileira, ganharam o apelido de "década perdida".

• Plano Cruzado
• Plano Bresser
• Plano Collor

[editar] Abertura Econômica (1990-2003)


O governo Fernando Collor teve como principal lema a falência do projeto
desenvolvimentista como motor de crescimento. Em particular, a baixa qualidade dos
automóveis e computadores nacionais, protegidos por altas barreiras alfandegárias foi
utilizada como exemplo da incapacidade do governo como grande empresário. A partir
de então, observou-se uma crescente abertura comercial e uma série de privatizações.
Diversas empresas de baixa eficiência, principalmente do setor de informática, foram à
falência enquanto a qualidade dos produtos disponíveis teve uma melhora substancial.

A estabilidade monetária só foi alcançada com a implantação do Plano Real, em 1994,


já no governo Itamar Franco. Como consequência do fim da inflação e do fim do
regressivo imposto inflacionário, houve uma melhora da renda sem precedentes para as
classes mais baixas. O ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso foi eleito
presidente com ampla margem. Sua presidência foi caracterizada por avanços nos
processos de modernização e redistribuição de renda.

A Lei de Responsabilidade Fiscal ajudou a controlar os gastos dos estados e municípios.


Por outro lado, a insistência na política de câmbio fixo valorizado gerou prejuízo na
situação fiscal que culminou com o ataque especulativo e a implementação do regime
de câmbio flutuante com Armínio Fraga. A implementação de políticas redistributivas
como Bolsa Escola e Bolsa Alimentação ajudou a reduzir a concentração de renda,
porem com efeitos muito inferiores aos do fim da inflação.

A política econômica do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, baseada no


câmbio flutuante e numa política monetária austera visando o controle da inflação, foi
mantida no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Do ponto de vista fiscal, o controle do
superávit se deu através de um aumento substancial de arrecadação que contrabalanceou
a significativa elevação nos gastos públicos. A unificação dos programas redistributivos
sob o nome de bolsa família foi a principal bandeira do governo Lula.

Apesar das reduzidas taxas de crescimento, principalmente comparadas com as obtidas


entre 1948 e 1979, houve uma significativa redução da desigualdade social no período
entre 1990 e 2007 bem como uma melhora substancial em outros índices como os de
escolaridade e de mortalidade infantil. hoje a economia brasileira cresce em ritmo
moderado,tem inflacao controlada, divida externa paga, e desigualdade em queda fruto
dos esforcos dos governos fhc e lula.

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