Plano Municipal de Saneamento Ambiental
Plano Municipal de Saneamento Ambiental
Plano Municipal de Saneamento Ambiental
Município de
Laranjal do
Jari
Diagnóstico
Técnico -
DTP Participativo
Júlio Cesar Sá de Oliveira
Reitor da Universidade Federal do Amapá
Elaboração
Alaan Ubaiara Brito Gilvan Portela Oliveira
Alan Cavalcanti da Cunha Helena Cristina Guimarães Queiroz Simões
Alzira Marques Oliveira Helenilza Ferreira Albuquerque Cunha
Arialdo Martins da Silveira Júnior Jessica Oliveira dos Santos
Carlos Henrique Medeiros de Abreu Jorge Ângelo Simões Malcher
Clezio Junior Teixeira Viegas Lucas Matheus Araújo Trajano de Souza
Cristina Maria Baddini Lucas Pâmela Nunes Sá
Daguinete Maria Chaves Brito Paulo Gibson Farias Bezerra
Daímio Chaves Brito Rafael Giovani Hansseler Saldanha
Debora Oliveira de Souza Regis Brito Nunes
Edionilde Araujo de Souza Rosemary de Carvalho Rocha Koga
Elizandra Perez Araujo Sávio Luis Carmona dos Santos
Everaldo Barreiros de Sousa Tais Silva Sousa
Geison Carlos Xisto da Silva Vithoria Cristina Borges Barreto
Acompanhamento Técnico-Administrativo-Financeiro
Ana Dalva de Andrade Ferreira
Josimar Peixoto de Souza
Alexandra Lima da Costa
Neilton Santos Nascimento
Capa
Carlos Armando Reyes Flores
Laranjal do Jari/AP
2020
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 .......................................................................................................................... 21
1. CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO: GESTÃO, POLÍTICA E
COMUNITÁRIO .................................................................................................................... 21
1.1. Compatibilização de setores censitários ........................................................................ 22
1.2. Articulação do saneamento com a política urbana ........................................................ 24
1.3 Articulação do saneamento com o meio ambiente ......................................................... 27
1.4. Articulação do saneamento com a saúde ....................................................................... 30
1.5. Relação do saneamento com a organização comunitária e o fortalecimento do papel da
mulher na comunidade.......................................................................................................... 33
1.5.1. Saneamento e organização comunitária em Laranjal do Jari ................................. 33
1.5.2. Diagnóstico da Participação Social ........................................................................ 34
1.5.2.1. Oficinas Temáticas nos setores........................................................................ 37
1.5.3. A contribuição e o papel da mulher nas questões de saneamento .......................... 44
CAPÍTULO 2 .......................................................................................................................... 47
2. CARACTERIZAÇÃO TERRITORIAL DO MUNICÍPIO ....................................... 47
2.1. Caracterização da área de planejamento ........................................................................ 47
2.2. Caracterização física do município de Laranjal do Jari................................................. 49
2.2.1. Climatologia ........................................................................................................... 49
2.2.1.1. Área de estudo e bases de dados de precipitação ............................................ 49
2.2.1.2. Métodos e procedimentos de análise ............................................................... 51
2.2.1.3. Resultados hidrometeorológicos ..................................................................... 51
2.2.1.4. Quadro geral da climatologia de precipitação de Laranjal do Jari ............... 58
2.2.2. Geologia ................................................................................................................. 59
2.2.3. Geomorfologia ........................................................................................................ 60
2.2.4. Hidrografia ............................................................................................................. 61
2.2.5. Pedologia ................................................................................................................ 66
2.2.5. Vegetação cobertura vegetal................................................................................... 67
2.2.6. Áreas protegidas ..................................................................................................... 68
2.3. Caracterização socioeconômica do município: perfil demográfico, estrutura territorial e
política pública correlatas ao saneamento ............................................................................ 69
2.3.1. Perfil demográfico do município ............................................................................ 69
2.3.1.1. Pirâmide Etária - 2010 ..................................................................................... 70
2.3.2. Estrutura territorial do município ........................................................................... 71
2.3.3. Políticas públicas correlatas ao saneamento ........................................................... 72
2.3.3.1. Saúde ............................................................................................................... 72
2.3.3.2. Habitação de interesse social ........................................................................... 76
2.2.3.3. Meio Ambiente e Gestão de recursos hídricos ................................................ 78
2.3.3.4. Educação.......................................................................................................... 80
2.4. Desenvolvimento local: renda, pobreza, desigualdade e atividade econômica ............. 86
2.4.1. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)...................................... 86
2.4.2. Indicadores de renda e desenvolvimento ................................................................ 88
Figura 2.1: Precipitação acumulada anual no município de Laranjal do Jari/AP (30 anos) .... 59
Figura 4.2: Fluxo do SAA da sede de Laranjal do Jari – sistemas isolados ........................... 119
Figura 5.2: Layout da disposição geral das residências da proposta de construção de passarelas
de concreto em zonas alagadas de Laranjal do Jari ................................................................ 189
Figura 5.3: Esquema Geral de Tanque Séptico (Fossa) - NBR 7229/1993 ............................ 196
Figura 6.1: Seção do ponto J1. Cachoeira Santo Antônio do Jari .......................................... 233
Figura 6.4: Seção do ponto LJ4. Após Vitória Jari. ............................................................... 234
Figura 6.5: Comportamento hidrodinâmico simulado do campo de velocidade (m/s) para vazão
de 2.863 m3/s .......................................................................................................................... 238
Figura 6.6: Comportamento hidrodinâmico simulado do campo de velocidade (m/s) para vazão
de -71 m3/s .............................................................................................................................. 239
Figura 6.7: Concentração de Coliformes (NM/100 mL) após 1 hora do lançamento ............ 240
Figura 6.8: Concentração de Coliformes /100 mL após 12 horas do lançamento .................. 241
Figura 6.9: Concentração de Coliformes /100 mL após 24 horas do lançamento .................. 242
Fotografia 1.1: Zona urbana de Laranjal do Jari com destaque em amarelo aos bairros mais
susceptíveis às enchentes intranuais periódicas (4-5 anos). ..................................................... 26
Fotografia 1.2: Abastecimento de água por carro pipa e risco sanitário na zona baixa da cidade
.................................................................................................................................................. 27
Fotografia 1.4: Oficinas temáticas, (a) Sede do município, (b) comunidade Padaria e (c)
comunidade Água Branca do Cajari ......................................................................................... 37
Fotografia 1.5: Biomapas, (a) eixo abastecimento de água, (b) eixo resíduos sólidos., (c) eixo
esgotamento sanitária e (c) eixo drenagem e manejo de água pluviais .................................... 40
Fotografia 1.6: Apresentação e discussão dos mapas na Oficina Temática I – Sede municipal
de Laranjal do Jari-AP. ............................................................................................................. 41
Fotografia 1.9: Participação das mulheres nas Oficinas temáticas I – (a) sede, (b) comunidade
Padaria – Laranjal do Jari (AP) ................................................................................................ 45
Fotografia 4.2: Rio Jari, a) Vista aérea, b) Mangem do rio no local da captação .................. 120
Fotografia 4.5: a) Painel de acionamento dos CMB´s e b) Abrigo dos painéis. .................... 125
Fotografia 4.6: Adução de água bruta, a)Trecho da tubulação de polietileno e b) Conexão com
a adutora de ferro aço ............................................................................................................. 126
Fotografia 4.9: Adição de polímero nos floculadores, a) Polímero e b) Floculadores ........... 128
Fotografia 4.27: Situação dos painéis de comando das motobombas .................................... 141
Fotografia 4.37: Projeto Sanear Amazônia, solução alternativa coletiva ............................... 152
Fotografia 4.38: Ponto de captação de água no rio Cajari do SAC ........................................ 153
Fotografia 4.41: Sistema de dosagem de produtos químicosda ETA Padaria ........................ 157
Fotografia 4.51: Moradias se expandindo em áreas de ressaca sem acesso de rede hidráulica
................................................................................................................................................ 167
Fotografia 4.53: a) Captação no rio Jari. b) Poço artesiano de captação ................................ 173
Fotografia 4.55: Visão aérea local: a) zona baixa com alto risco de alagamento; b) zona alta,
central, com melhor infraestrutura, e c) zona alta com estrutura menos (Laranjal do Jari-AP
................................................................................................................................................ 178
Fotografia 4.56: Visão área da zona baixa sem infraestrutura de saneamento da cidade de
Laranjal do Jari-AP ................................................................................................................. 179
Fotografia 4.57: Zona alta da cidade de Laranjal do Jari-AP com melhor infraestrutura em
comparação com a zona baixa ................................................................................................ 179
Fotografia 5.2: Destinação das águas residuárias nas áreas alagadas de laranjal do Jari ....... 201
Fotografia 5.3: Evento de alagamento em Laranjal do Jari-AP em 2000 – vista aérea 1....... 207
Fotografia 5.4: Evento de alagamento em Laranjal do Jari-AP em 2000 – vista aérea 2....... 207
Fotografia 5.5: Situação do lixo domiciliar na área de estudo durante a enchente de 2008 em
Laranjal do Jari-AP ................................................................................................................. 208
Fotografia 6.1: Detalhe do sistema de drenagem e águas pluviais na sede municipal de Laranjal
do Jari na zona baixa .............................................................................................................. 224
Fotografia 6.3: UHESAJ. Ponto Próximo ao início da Batimetria (Ponto LJ1) ..................... 231
Fotografia 6.4: Rampa da cidade de Laranjal do Jari onde ocorre movimento de balsa com
Monte Dourado ....................................................................................................................... 233
Fotografia 6.6: Vitória do Jari, trecho entre LJ3 e LJ4 do Rio Jari. ....................................... 235
Fotografia 7.1: Lona utilizada para despejo dos resíduos sólidos .......................................... 256
Fotografia 7.3: Tambor utilizado para separação dos resíduos .............................................. 257
Fotografia 7.9: Lixo caído na estrada que leva ao lixão ......................................................... 264
Fotografia 7.10. Lixão a céu aberto do município de Laranjal do Jari ................................... 270
Gráfico 2.1: Box Plots de precipitação anual (média 1982 a 2018) de Laranjal do Jari .......... 53
Gráfico 2.2: Climatologia (média 1982 a 2018) da precipitação mensal (ciclo anual de janeiro
a dezembro) para Laranjal do Jari (linha rosa) ......................................................................... 53
Gráfico 2.3: Box Plot da precipitação climatológica (média 1982 a 2018) sazonal do Regime
Chuvoso para o município de Laranjal do Jari ......................................................................... 56
Gráfico 2.4: Box Plot da precipitação climatológica (média 1982 a 2018) sazonal do Regime
Seco para o município de Laranjal do Jari ............................................................................... 58
Gráfico 2.5: Série temporal dos totais sazonais de precipitação (Dezembro a Maio) na estação
de São Francisco ....................................................................................................................... 64
Gráfico 2.6: Médias mensais ao longo do ano da precipitação climatológica (média 1974-2006)
e do ano de 2000 ....................................................................................................................... 65
Gráfico 2.7: Comparação entre a climatologia e o evento extremo selecionada; cota média
mensal (cm) em São Francisco no Estado do Amapá (LUCAS et al., 2010) ........................... 65
Gráfico 2.8: Comparação entre a climatologia e o evento extremo selecionada; vazão média
mensal (m3.s-1) na estação de São Francisco no Estado do Amapá (LUCAS et al., 2010) .... 66
Gráfico 2.9: Distribuição da População de Laranjal do Jari/AP em 2010 por Sexo e grupos de
idade ......................................................................................................................................... 71
Gráfico 2.10: Evolução do IDEB para rede pública de ensino estadual do município de Laranjal
do Jari entre os anos de 2007 e 2017 ........................................................................................ 84
Gráfico 5.1: variação das médias mensais dos parâmetros Coliformes Totais e Echerichia Coli
(E.coli) .................................................................................................................................... 216
Gráfico 6.1: Comportamento da curva de vazão simulada do Rio Jari (Seção do ponto LJ2)
devido ao comportamento do ciclo hidrológico do Rio Amazonas a jusante ........................ 237
Gráfico 7.1: Composição gravimétrica do RSUs do município de Laranjal do Jari .............. 260
Mapa 1.2: Zona urbana de Laranjal do Jari com destaque em amarelo aos bairros mais
susceptíveis às enchentes intranuais periódicas (4-5 anos) ...................................................... 25
Mapa 1.3: Setores de mobilização e locais de ocorrência das primeiras oficinas temáticas.
Município de Laranjal do Jari (AP) .......................................................................................... 38
Mapa 2.3: Área de estudo, Laranjal do Jari na cor azul claro .................................................. 50
Mapa 2.4. Climatologia (média 1982 a 2018) da precipitação anual (acumulado de janeiro a
dezembro) no estado com destaque para o município de Laranjal do Jari ............................... 52
Mapa 2.5: Climatologia (média 1982 a 2018) da precipitação sazonal do Regime Chuvoso
(acumulado de janeiro a junho) no estado, com destaque para o município de Laranjal do Jari
.................................................................................................................................................. 55
Mapa 2.6: Climatologia (média 1982 a 2018) da precipitação sazonal do Regime Seco
(acumulado de julho a dezembro) no estado com destaque para o município Laranjal do Jari.
.................................................................................................................................................. 57
Mapa 4.1: Localização dos equipamentos do SAA da sede de Laranjal do Jari .................... 119
Mapa 4.2. Rede de abastecimento de água (trechos destacados em azul) .............................. 143
Mapa 4.5: Fragilidade dos Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos ............................. 169
Mapa 4.6: Distribuição dos pontos de coleta de água no Município de Laranjal do Jari ....... 171
Mapa 4.7: Distribuição dos pontos de coleta de água no distrito de Água Branca do Cajari 172
Mapa 5.1: Modelo digital de terreno com a variação altimetrica da região da sede municipal de
Laranjal do Jari com destaque para o padrão de sistema de drenagem que esculpem o relevo da
área.......................................................................................................................................... 210
Mapa 5.2: Áreas potenciais a instalação de ETE na região da sede municipal ...................... 214
Mapa 6.1: Equipamentos do SAA da sede de Laranjal do Jari integrado ao único sistema de
drenagem na sede municipal: a) destaque no retângulo vermelho da área dotada de
infraestrutura parcial de drenagem e águas pluviais ............................................................... 222
Mapa 6.2: Destaque a) do Mapa 6.1 representando a área dotada de um sistema parcial de
drenagem e águas pluviais na sede municipal de Laranjal do Jari (retângulo destacado do mapa)
................................................................................................................................................ 223
Mapa 6.3: Sistema de drenagem e águas pluviais na sede municipal de Laranjal do Jari. destaque
no retângulo vermelho a – b) infraestrutura na zona alta, no centro da cidade (terra firme); c-f)
infraestrutura da zona baixa, periferia e orla da cidade, rio Jari; g) régua de monitoramento
hidrológico da Defesa Civil (nível do rio) para alagamentos e impactos no sistema de drenagem
................................................................................................................................................ 224
Mapa 6.5: Áreas adequadas à infraestrutura de sistema de drenagem e águas pluviais ......... 227
Mapa 6.6: Tendência dos fluxos de água pelo sistema de micro e macro drenagem das águas
pluviais indicada por setas vermelhas .................................................................................... 229
Mapa 6.7: a) Mapa da Bacia do Rio Jari, com destaque da área do baixo trecho; b) sítios de
monitoramento hidrodinâmico e de qualidade da água para fins hidrossanitários ................. 230
Mapa 7.3: Viabilidade de áreas para aterro sanitário com destaque da localização da lixeira
municipal de Laranjal do Jari ................................................................................................. 285
Mapa 7.4: Modelo digital do terreno da área da lixeira publica contendo a seção transversal
longitudinal A-A’ ................................................................................................................... 286
Quadro 2.3: Instituições de Ensino – Zona Rural do Município de Laranjal do Jari/AP ......... 83
Quadro 3.1: Gestão dos serviços de saneamento básico no município de Laranjal do Jari/AP
................................................................................................................................................ 106
Quadro 3.2: Convênios federais com o Municipio de Laranjal do Jari .................................. 112
Quadro 4.2: Características dos reservatórios do sistema de abastecimento de água ............ 138
Quadro 5.1: característica dos eventos hidrometeorológicos e repercussão social ................ 205
Quadro 8.1: Quadro resumo e analítico de abastecimento de água – Zona Urbana ............... 309
Quadro 8.2: Quadro resumo e analítico de abastecimento de água – Zona Rural .................. 318
Quadro 8.3: Quadro resumo e analítico de esgotamento sanitário – Zona Urbana ................ 325
Quadro 8.4: Quadro resumo e analítico de esgotamento sanitário – Zona Rural ................... 329
Quadro 8.5: Quadro resumo e analítico de manejo de águas pluviais – Zona Urbana ........... 335
Quadro 8.6: Quadro resumo e analítico de manejo de águas pluviais – Zona Rural.............. 342
Quadro 8.7: Quadro resumo e analítico de manejo de resíduos sólidos – Zona Urbana ........ 344
Quadro 8.8: Quadro resumo e analítico de manejo de resíduos sólidos – Zona Rural ........... 348
Quadro 8.9: Quadro resumo e analítico dos 4 serviços integrados – Zona Urbana ............... 350
Quadro 8.10: Quadro resumo e analítico dos 4 serviços integrados – Zona Rural ................ 359
Tabela 1.3: Número de atendimentos por Doenças Diarreicas Agudas em unidades de saúde,
2007 a 2017 .............................................................................................................................. 32
Tabela 1.4: Casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Estado do Amapá em 2018 e
2019 .......................................................................................................................................... 32
Tabela 1.5: Número de casos de Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e doenças diarreicas
em unidades de saúde, 2018 e 2019 no município de Laranjal do Jari-AP .............................. 33
Tabela 1.6: Instituições mapeadas consideradas público alvo direto para a elaboração do Plano
Municipal de Saneamento Básico (PMSB) – município de Laranjal do Jari-AP - ano: 2019 . 33
Tabela 2.2: Estatística descritiva das médias anuais (1982 a 2018) da precipitação para o
município de Laranjal do Jari ................................................................................................... 53
Tabela 2.3: Estatística descritiva das médias sazonais (1982 a 2018) da precipitação no regime
Chuvoso para o município de Laranjal do Jari ......................................................................... 56
Tabela 2.4: Estatística descritiva das médias sazonais (1982 a 2018) da precipitação no Regime
Seco para o município de Laranjal do Jari ............................................................................... 58
Tabela 2.5: População Residente, Taxa de Crescimento e distribuição por Gênero do município
de Laranjal do Jari/AP - 1991, 2000 e 2010 ............................................................................. 70
Tabela 2.9: Evolução do IDHM no município de Laranjal do Jari/AP – 1991 a 2010 ............ 86
Tabela 4.1: Sistema de abastecimento de água do município de Laranjal do Jari ................. 116
Tabela 4.3: Fixa técnica resumo das unidades de recalque de água bruta.............................. 124
Tabela 4.8: Fixa técnica resumo das unidades de recalque de água tratada ........................... 139
Tabela 4.12: Características técnicas do poço e motobomba – Nova Esperança ................... 145
Tabela 4.14: Características técnicas do poço e motobomba – Nazaré Mineiro .................... 147
Tabela 4.17: Fixa técnica resumo das unidades de recalque de água bruta de Padaria .......... 155
Tabela 4.18: Fixa técnica resumo das unidades de recalque de água tratada ......................... 158
Tabela 4.20: Localização dos pontos de coleta na sede de Laranjal do Jari........................... 173
Tabela 4.21: Localização dos pontos de coleta na Comunidade de Água Branca do Cajari.. 174
Tabela 4.22: Unidades de medidas dos parâmetros analisados, seus métodos, equipamentos de
análise e armazenamento ........................................................................................................ 174
Tabela 4.24: Resultado das análises realizadas na água de abastecimento em Laranjal do Jari
................................................................................................................................................ 176
Tabela 4.27: Número de ligações de água em todo o município (mês de fererência: 11/2019)
................................................................................................................................................ 184
Tabela 5.2: Critérios utilizados na análise multicritério para a seleção de áreas viáveis a
instalação da ETE. .................................................................................................................. 211
Tabela 5.3: Valores das notas atribuídas as diferentes classes ............................................... 212
Tabela 6.1: Tabela de valores de vazão e velocidade da corrente do rio Jari ao longo de sua
extensão longitudinal .............................................................................................................. 232
Tabela 7.2: Valores das notas atribuídas as diferentes classes de cada variável .................... 282
1
http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/uploads/2012/04/2b_TR_PMSB_V2012.pdf
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 21
1.1. Compatibilização de setores censitários
No município de Laranjal do Jari, de acordo com a reunião ampliada ocorrida no dia 14
de março de 2019, com base em ampla discussão, foram definidos três setores censitários: o
primeiro, destina-se o Setor Urbano, que envolve apenas a sede do município composto pela
Macrozona de Ocupação consolidada subdividida em Zona Especial de Interesse Social I, Zona
Especial de Interesse Social II e Zona de Interesse Social III (Art. 39 da Lei 0545/2016),
conforme indicada na reunião ampliada e estabelecido no Projeto de Lei do Plano Diretor de
Laranjal do Jari (Lei Municipal No. 0545/2016).
A Lei Municipal (Plano Diretor), no Art. 4º são listados os objetivos prioritários do
Município de Laranjal do Jari, a elaboração e implementação de planos e programas visando:
I) reduzir a precariedade habitacional [...] garantindo a requalificação urbanística e a titulação
da posse a população de baixa renda e a provisão de habitação de interesse social; II) garantir,
nas áreas consideradas de risco, a implementação de programas de reabilitação ou, no caso de
necessidade comprovada, a remoção e a realocação da população preferencialmente em áreas
próximas, assegurando-se seu direito à cidade; e principalmente III) ampliar a infraestrutura e
os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e limpeza
urbana a toda a população. Além disso, nos incisos IV) assegurar a fiscalização das áreas de
proteção ambiental [...] ampliando e valorizando e controlando a qualidade dos recursos
hídricos; e V) promover o desenvolvimento rural no Município e a integração dos distritos,
comunidades, vilas, povoados à sede municipal.
É válido destacar, ainda, que a sede do município abriga um Projeto de Assentamento,
denominado de Maria de Nazaré Souza Mineiro. O segundo, destina-se ao Setor Rural Terrestre
que contempla dez (10) Comunidades Terrestres, envolvendo as comunidades que têm acesso
por rodovias, estradas e ramais e 42 (quarenta e duas), além do Distrito de Água Branca do
Cajari que é acessada pela BR 156. O Terceiro, destina-se ao Setor Rural Ribeirinho composto
pelas Comunidades ribeirinha, que são acessadas por vias fluviais (principalmente o rio Jari),
conforme demonstra o Mapa 1.1. As distâncias de cada comunidades e demais municípios a
sede de Laranjal do Jari são informadas na Tabela 1.1.
Mapa 1.2: Zona urbana de Laranjal do Jari com destaque em amarelo aos bairros mais
susceptíveis às enchentes intranuais periódicas (4-5 anos)
Com base nestas informações, este tópico descreve alguns aspectos da política de
saneamento com saúde pública, observando que o abastecimento de água tem sido irregular,
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 25
principalmente nas áreas onde moram populações de baixa renda, ou que preferencialmente
escolheram morar nesta parte baixa da cidade. Por exemplo, o Rio Jari, no contexto hidrológico
e de qualidade da água, tende a ser problemático pelos seguintes motivos: 1) presença de
barragem a montante (águas de reservatórios normalmente apresentam problemas de
qualidade), 2) ausência de um sistema de esgotamento sanitário na cidade (equipamentos e
infraestrutura, principalmente) para disposição final de esgoto doméstico e 3) tendência de
deterioração da qualidade da água do rio Jari (principal manancial da cidade) sofre impactos
dos itens 1) e 2), apesar da parte alta da cidade dispor de poços de água subterrâneas que
aumentam as opções e oferta de água de abastecimento da zona urbana (ver capítulo 4),
entretanto elevam os custos de bombeamento (energia elétrica).
Nestes ambientes, frequentemente, os habitantes necessitam armazenar água em
recipientes que facilmente se tornam depositários do vetor aedes aegypti e outras doenças, com
o acúmulo de lixo e onde a limpeza pública também é precária, estimulando o aumento de focos
de vetores e, principalmente, o aumento da dengue na população (FUNASA, 2018), sendo este
o caso da zona urbana de Laranjal do Jari (Fotografia 1.1 a-d).
Fotografia 1.1: Zona urbana de Laranjal do Jari com destaque em amarelo aos bairros mais
susceptíveis às enchentes intranuais periódicas (4-5 anos).
Fotografia 1.2: Abastecimento de água por carro pipa e risco sanitário na zona baixa da cidade
O Mapa 1.2, com destaque em amarelo, indica os bairros de várzea urbana de Laranjal
do Jari. E, de acordo com dados do Plano Diretor Participativo de Laranjal do Jari, essa área
corresponde a 49% da população local desse município, o que equivale a 19.571 habitantes
(BRITO PAIXÃO e TOSTES, 2010; IBGE, 2010) apud OLIVEIRA e CUNHA (2015).
MUNICÍPIO
Doença de Notificação Compulsória
Laranjal do Jari
Cólera 0
Febre tifoide 23
Hepatite A 07
Rotavírus 0
Fonte: SINAN-NET/SVS-AP. Acesso em 13 de agosto de 2019.
Tabela 1.3: Número de atendimentos por Doenças Diarreicas Agudas em unidades de saúde,
2007 a 2017
MUNICÍPIO
ANO
Laranjal do Jari
2007 2.036
2008 2.293
2009 1.326
2010 412
2011 199
2012 97
2013 50
2014 857
2015 91
2016 1.261
2017 2.355
Fonte: SIVEP-DDA/SVS-AP. Acesso em: 14 de agosto de 2018.
Além dessas doenças, a falta de saneamento básico contribui para maiores níveis de
infestação e riscos de ocorrência de dengue. Um exemplo disso é apresentado em estudo
realizado por Oliveira & Valla (2001), em que mostraram a relação entre a precariedade dos
serviços de saneamento básico em favelas do município do Rio de Janeiro e a emergência de
epidemias de dengue. A irregularidade no abastecimento de água (considerando que as pessoas
armazenam água em vasilhas e baldes para uso doméstico) ou mesmo a falta de drenagem de
águas pluviais, dentre outros fatores são preponderantes para o desenvolvimento de larvas de
Aedes aegypti. No estado do Amapá dos 887 casos confirmados de dengue nos anos de 2018 e
2019, 164 casos foram registrados no município de Laranjal do Jari, como mostram as Tabela
1.4 e Tabela 1.5.
Tabela 1.4: Casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Estado do Amapá em 2018
e 2019
ANO Dengue Zika vírus Chikungunya
2018 721 16 167
2019 166 06 39
Fonte: Sistema Nacional de Notificação de Agravos-SINAN. Dengue, Chikungunya e Zika –
edição 25/2019 – DEVS/SVS. Informe epidemiológico n. 31/2019.
Tabela 1.6: Instituições mapeadas consideradas público alvo direto para a elaboração do Plano
Municipal de Saneamento Básico (PMSB) – município de Laranjal do Jari-AP - ano: 2019
TIPO Frequência %
Instituições Públicas (Órgão e departamentos públicos
100 55,56
federais, estaduais e municipais)
Organizações comunitárias (Colônias, associações e
54 30,00
sindicatos)
Empreendimentos particulares (escolas, lojas, clinicas
26 14,44
médicas, etc.)
Total 180 100
Fonte: Elaborado pela Equipe de Mobilização e Controle Social/PMSB (2019).
34,62%
50,00%
15,38%
Fotografia 1.4: Oficinas temáticas, (a) Sede do município, (b) comunidade Padaria e (c)
comunidade Água Branca do Cajari
Sede Municipal
Fotografia 1.5: Biomapas, (a) eixo abastecimento de água, (b) eixo resíduos sólidos., (c) eixo
esgotamento sanitária e (c) eixo drenagem e manejo de água pluviais
Fotografia 1.6: Apresentação e discussão dos mapas na Oficina Temática I – Sede municipal
de Laranjal do Jari-AP.
Comunidade Padaria
A oficina temática na comunidade Água Branca do Cajari (Fotografia 1.8a) contou com
a participação de moradores das comunidades Marinho, comunidade São José (Fotografia 1.8b)
e comunidade Dona Maria. Todas as comunidades são desprovidas de serviços de saneamento
básico, os problemas relatados pelas comunidades são apresentados no Quadro 1.1.
Fotografia 1.9: Participação das mulheres nas Oficinas temáticas I – (a) sede, (b) comunidade
Padaria – Laranjal do Jari (AP)
Concernente aos dados de precipitação pluviométrica (em mm), neste tópico são
utilizados três conjuntos de dados disponíveis numa grade (matriz com dimensões latitude,
longitude e tempo) com resoluções horizontais variadas. Os dados do CPC (resolução de 0,5°
ou ≈ 55 km), MERGE (resolução de 0,2o ou ~25 km) e CHIRPS (resolução de 0,05° ou ≈ 5 km)
foram gerados com diferentes métodos de interpolação espacial aplicados à série de dados de
estações meteorológicas e estimativas de satélites na escala global.
A Tabela 2.1 resume os três conjuntos de dados de precipitação usados neste
diagnóstico. As médias mensais de precipitação nas escalas dos municípios e das bacias
hidrográficas do estado do Amapá foram extraídos destas três bases de dados para o período de
1982 a 2018.
1
𝑃𝑅𝐸𝐶 = 𝑃𝑅𝐸𝐶
𝑛
Sendo 𝑃𝑅𝐸𝐶 a média climatológica calculada entre os anos i de 1982 a 2018 para a
𝑃𝑅𝐸𝐶 , com t em anos, ou um determinado mês ou estação do ano..
Em termos gráficos (Box Plot):
A estatística descritiva e o respectivo gráfico são utilizados para avaliar a distribuição
empírica de uma série de dados quantitativos, permitindo a identificação dos valores típicos
(média e mediana), a assimetria, a dispersão e os dados extremos (outlieres).
Primeiramente, calculam-se a mediana, o quartil inferior (q1), o quartil superior (q3) e
os extremos inferior e superior da série de dados. Em seguida, traçam-se dois retângulos (duas
caixas): uma representa a “distância” entre a mediana e o q1 e a outra a “distância entre o q3 e
a mediana. A partir dos valores de q1 e q3 são desenhadas linhas verticais até os valores
extremos, tanto abaixo quanto acima. Os valores típicos são a mediana e a média. Se as duas
caixas tiverem “alturas” semelhantes (q1 - mediana = mediana – q3), a distribuição é dita
simétrica. Quanto maiores as “alturas” das caixas maior a dispersão da série de dados, isto é,
mais assimétrica é a distribuição.
Mapa 2.4. Climatologia (média 1982 a 2018) da precipitação anual (acumulado de janeiro a
dezembro) no estado com destaque para o município de Laranjal do Jari
Gráfico 2.1: Box Plots de precipitação anual (média 1982 a 2018) de Laranjal do Jari
Médias Mensais (ciclo anual) e Regimes Sazonais Chuvoso e Seco: no Gráfico 2.2 é
mostrada a variação climatológica da precipitação mensal, representando o ciclo pluviométrico
anual de janeiro a dezembro.
Em geral, nota-se um ciclo anual muito bem definido com os máximos de precipitação
ocorrendo no primeiro semestre (março e abril) e os mínimos no segundo semestre do ano
(outubro e novembro), cuja característica denota que o estado do Amapá apresenta sazonalidade
monomodal pronunciada.
As linhas retas pontilhadas indicam as respectivas médias históricas mensais para cada
município. Essas médias são usadas para separar os regimes sazonais, tal que, o regime chuvoso
é definido pelos meses que apresentam precipitação acima da média histórica, enquanto o
regime seco é definido pelos meses que registram precipitação abaixo da média histórica. Esses
critérios resultaram para o município de Laranjal do Jari que o regime chuvoso se deflagra de
janeiro a junho e o regime seco transcorre de julho a dezembro.
Gráfico 2.2: Climatologia (média 1982 a 2018) da precipitação mensal (ciclo anual de janeiro
a dezembro) para Laranjal do Jari (linha rosa)
Gráfico 2.3: Box Plot da precipitação climatológica (média 1982 a 2018) sazonal do Regime
Chuvoso para o município de Laranjal do Jari
Gráfico 2.4: Box Plot da precipitação climatológica (média 1982 a 2018) sazonal do Regime
Seco para o município de Laranjal do Jari
2.2.2. Geologia
A configuração geomorfológica do município de Laranjal do Jari é composta por seis
unidades morfoestruturais: Colinas do Amapá, Depressão Periférica da Amazônia Setentrional,
Planaltos Residuais do Amapá, Planalto Setentrional da Bacia Sedimentar do Amazonas,
Planalto do Uatumã – Jari e Planície Amazônica. Dentro desta distribuição morfoestrutural, na
região do Jari, são observadas 28 unidades litoestratigráficas (Mapa 2.7), das quais, duas
possuem mais destaque: Complexo do Tumucumaque e o Conjunto Vila Nova (SANTOS,
2019).
2.2.3. Geomorfologia
A configuração geomorfológica do município de Laranjal do Jari é composta por seis
unidades morfoestruturais (Mapa 2.8): Colinas do Amapá, Depressão Periférica da Amazônia
Setentrional, Planaltos Residuais do Amapá, Planalto Setentrional da Bacia Sedimentar do
Amazonas, Planalto do Uatumã – Jari e Planície Amazônica (IBGE, 2004).
O município apresenta predominância do compartimento Colinas do Amapá. Esta
unidade apresenta relevos de topos aguçados e convexos e vertentes ravinadas. No município
essa unidade apresenta-se na forma de colinas e cristas ravinadas com áreas de grande densidade
de drenagens, forte entalhamento e colinas com topo convexo, com altitudes médias de 250 e
300m (HYDROS, 2010).
A Depressão Periférica da Amazônia Setentrional corresponde a uma faixa rebaixada
por processos erosivos na periferia norte da Bacia Sedimentar do Amazonas e caracteriza-se
por dissecação em colinas esculpidas em rochas cristalinas e por altitudes ao redor de 150 m
(HYDROS, 2010). Os Planaltos Residuais do Amapá são maciços que se caracterizam por uma
dissecação fluvial intensa podendo dar origem a um conjunto de cristas e picos ou formas
tabulares mais elevadas. E, no município, estão inseridos na Serra do Tumucumaque com
altitudes variáveis entre 400 e 550 m.
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 60
Planalto Setentrional da Bacia Sedimentar do Amazonas apresenta áreas de relevo com
altitudes entre 100 e 150 m e também áreas mais elevadas de topo plano, com altitudes que
chegam até 550 m. O Planalto do Uatumã – Jari caracteriza-se por formas de relevo em colinas
e morros, com altitudes que variam entre 100 e 200 m. Já a Planície Amazônica possui
superfície aplainada e grande área sujeita à inundações periódicas. É nessa área que está inserida
a sede do município e maior concentração populacional e de atividades econômicas (TORRES;
EL-ROBRINI, 2006).
2.2.4. Hidrografia
O município de Laranjal do Jari está localizado as margens do rio Jari, compreendido
na bacia do rio Jari (Mapa 2.9), considerada uma das grandes bacias da Amazônia Oriental
(SANTOS; CUNHA, 2018). Possui como principais afluentes os rios Curapi, Culari, Cuc,
Mapari, Noucouru, Iratapuru, Ipitinga, Carecuru e o igarapé Caracaru (SILVEIRA, 2014).
A bacia do rio Jari possui padrão de drenagem na forma dendrítica, semelhante a galhos
de árvores, sendo o padrão mais comum na natureza. A área de drenagem aproximada é de
58.517 km2, considerada uma bacia muito extensa; Coeficiente de compacidade 2,08; Fator de
Gráfico 2.5: Série temporal dos totais sazonais de precipitação (Dezembro a Maio) na estação
de São Francisco
M_Seco Seco Normal Chuvoso M_Chuvoso DJFMAM
2200
2000
Precipitação (mm)
1800
1600
1400
1200
1000
1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008
Anos
Fonte: LUCAS et al., (2010).
Média 2000
500
400
PRP(mm)
300
200
100
0
Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
Gráfico 2.7: Comparação entre a climatologia e o evento extremo selecionada; cota média
mensal (cm) em São Francisco no Estado do Amapá (LUCAS et al., 2010)
600
2000 Climatologia
550
500
450
400
Cotas (cm)
350
300
250
200
150
100
Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
3800
V az ão (m 3/s )
2800
1800
800
-200
Dez J an F ev Mar A br Mai J un J ul A go S et O ut Nov
2.2.5. Pedologia
A área do município é composta de Latossolos, Gleissolos, Plintossolo, Argilossolo, e
suas variações, sendo predominante o Latossolo Vermelho Amarelo distrófico, que se
caracteriza como solos profundos ou muito profundos, desenvolvidos de materiais argilosos ou
muito argilosos e de baixa fertilidade natural (Mapa 2.10). A cor vermelha e amarela
corresponde ao teor de argila rica em ferro (IBGE, 2004).
Na sede municipal o solo predominante é o Latossolo Amarelo distrófico, de material
argiloso ou areno-argiloso, sedimentares da formação Barreiras que recobre a área. A cor
amarela corresponde ao teor de argila rica em ferro e apresenta boa retenção de umidade e
permeabilidade. Este solo é passível de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e
reflorestamento e estão situados em relevo plano a suave-ondulado, o que facilita a mecanização
(EMBRAPA, 2018).
A característica geral dos solos do município é de solos que se desenvolvem em
condições de ambientes tropicais quentes e úmidos, constituídos por material mineral, formados
em terrenos com lençol freático alto ou que pelo menos apresente restrição temporária à
percolação da água. Há, ainda, a presença de solos hidromórficos desenvolvidos de sedimentos
recentes não consolidados, mal ou muito mal drenados, resultantes da influência excessiva de
umidade permanente ou temporária durante um determinado período do ano (CPRM, 2018).
O município de Laranjal do Jari tem uma característica padrão relativa à sua distribuição
populacional. Isto é, a população urbana é historicamente superior a população rural. Mas uma
característica relevante está relacionada à distribuição por gênero, concentrando um maior
percentual de população masculina, com aproximadamente 51,15%.
Foto: Acervo fotográfico de Thiago Patrick Brito de Abreu. Ação ocorrida em 25/09/2018.
2.3.3.4. Educação
A estrutura educacional do Município de Laranjal do Jari é gerenciada pela Secretaria
Municipal de Educação (SEMED/LARANJAL DO JARI). A secretaria é responsável pela
organização, execução, supervisão e controle da ação da prefeitura relativa às questões
relacionadas a educação municipal, bem como o controle e a fiscalização do funcionamento da
rede de ensino do município. Além disso, é a principal articuladora de ações vinculadas ao
governo estadual e federal, visando os aspectos político e de legislação educacionais, com efeito
sobre o contínuo gerenciamento dos recursos financeiros para o custeio e investimento do
sistema educacional vigente.
O município também conta com o apoio da Secretaria de Educação do Governo do
Estado do Amapá (SEED/AP), a qual é responsável em fornecer assistência e orientação aos
municípios no domínio de sua territorialidade. O objetivo é torná-los, por meio de instrumentos
legais, responsáveis pela estrutura e organização educacional do município. Além disso, a
SEED opera e mantém os equipamentos educacionais da rede pública estadual, apoiando e
supervisionando as atividades desenvolvidas pelas suas entidades vinculadas.
O município de Laranjal do Jari é constituído de dois distritos: distrito sede e Água
Branca do Cajari. Além desses, o município é constituído de 52 comunidades rurais, que se
estendem pelas regiões ribeirinha (dez) e terrestre (quarenta e três). O Distrito Sede do
Município dispõem de 15 (quinze) instituições de ensino vinculadas ao poder executivo
municipal, que envolvem educação infantil e ensino fundamental I e II; dez instituições de
ensino estadual, que oferece aos munícipes o Ensino Fundamental II e Médio; quatro
instituições de ensino particular, atendendo a diversos níveis de ensino; uma instituição
vinculada a uma organização da sociedade civil, com ensino especial e um Campus do Instituto
Federal de Educação do Amapá, atendendo do ensino médio ao ensino superior (Quadro 2.2).
Com relação a educação básica do município, esta é avaliada com base nos índices
calculados pelo Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), através do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O IDEB é um excelente indicador da educação
básica brasileira, o qual fundamenta-se em dois critérios: a) fluxo escolar e b) desempenho nas
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 83
avaliações do INEP, que incluem o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) para as
unidades da federação e a Prova Brasil para os municípios.
O município de Laranjal do Jari apresentou um IDEB de 4,3 para os anos iniciais
(Ensino Fundamental I) e 3,3 para os anos finais de ensino (Ensino Fundamental II). Estes dados
foram calculados com base nos resultados levantados na última avaliação do INEP (2017),
apresentando um média de 3,8. Este valor ainda é inferior à meta estabelecida para as series
iniciais e finais no município, 4,8 e 5,1 respectivamente.
Em comparação ao ano de 2007, os valores calculados na última avaliação do INEP em
2017 mostraram um aumento de 1,4 pontos no IDEB para as séries iniciais (2,9) e uma queda
de 0,2 pontos em relação ao IDEB das series finais (3,5).(INEP, 2007) (Gráfico 2.10). Embora
tenha apresentado um pequeno aumento em relação às séries iniciais. Isto sinaliza para uma
fragilidade na educação básica do município, sobretudo nas series finais do ensino fundamental,
prejudicando substancialmente a qualidade do ensino ofertado em Laranjal do Jari. É
importante mencionar que estes dados se referem ao ensino das escolas geridas pela rede
estadual e municipal em Laranjal do Jari.
Gráfico 2.10: Evolução do IDEB para rede pública de ensino estadual do município de
Laranjal do Jari entre os anos de 2007 e 2017
O fato do município não atingir a meta do IDEB nos respectivos anos de avaliação (2007
a 2017), pode estar relacionado com o fluxo escolar, variável avaliada para o cálculo do IDEB,
a qual apresentou um indicador médio (séries iniciais e finais) de 0,82, denotando em uma taxa
Fonte: Adaptado de Censo Escolar INEP (2013; 2014; 2015; 2016; 2017; 2018; 2019)
Para o ano de 2019, o número de matrículas apresentou uma pequena queda (-0,62%),
perfazendo um total de 12,606 alunos regularmente matriculados, incluindo os da rede
municipal (6,390) e estadual (6,216) das zonas urbana e rural. Destes, 7,210 (57,1%) foram
Entre 1991 e 2000 o IDHM passou de 0,349 em 1991 para 0,481 em 2000 - uma taxa
de crescimento de 37,82%. O hiato de desenvolvimento humano foi reduzido em 79,72% entre
1991 e 2000. Nesse período, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi
Educação (crescimento de 0,149), seguida por Longevidade e por Renda.
Entre 2000 e 2010 o IDHM passou de 0,481 em 2000 para 0,665 em 2010 - uma taxa
de crescimento de 38,25%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o
IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 64,55% entre 2000
e 2010. Nesse período, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação
(com crescimento de 0,315), seguida por Longevidade e por Renda.
Entre 1991 e 2010 o IDHM do município passou de 0,349, em 1991, para 0,665, em
2010, enquanto o IDHM da Unidade Federativa (UF) passou de 0,472 para 0,708. Isso implica
em uma taxa de crescimento de 90,54% para o município e 50% para a UF; e em uma taxa de
redução do hiato de desenvolvimento humano de 51,46% para o município e 53,85% para a
UF. No município, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação
(com crescimento de 0,464), seguida por Longevidade e por Renda. Na UF, por sua vez, a
dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de
0,358), seguida por Longevidade e por Renda.
A taxa média anual de crescimento foi de -0,35%, entre 1991 e 2000, e 3,03%, entre
2000 e 2010.
Em 2010, das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município, 22,40%
trabalhavam no setor agropecuário, 1,17% na indústria extrativa, 7,88% na indústria de
transformação, 5,71% no setor de construção, 0,97% nos setores de utilidade pública, 16,40%
no comércio e 39,46% no setor de serviços.
2
É um instrumento usado para medir o grau de concentração de renda. Ele aponta a diferença entre os
rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de 0 a 1, sendo que 0 representa a situação
de total igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda, e o valor 1 significa completa desigualdade de renda, ou
seja, se uma só pessoa detém toda a renda do lugar.
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 89
2.5. Infraestrutura e equipamentos público, calendário festivo e seus impactos no serviço
de saneamento básico
2.5.1. Energia elétrica
No município de Laranjal do Jari, o serviço de energia elétrica é prestado pela
Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA. A área urbana e algumas comunidades da zona
rural ribeirinha e terrestre, o serviço é prestado de forma contínua, 24h/dia. Nas demais
comunidades da zona rural, a prestação do serviço ou não existe ou é realizada de forma
racionada por meio de sistemas isolados com geração à diesel.
A falta de energia 24h/dia nessas comunidades tem impacto direto na prestação do
serviço de abastecimento de água pois, dificulta o funcionamento contínuo das instalações, em
especial de abastecimento de água, sejam elas convencionais (por exemplo, ETA compacta) ou
soluções alternativas simplificadas como o Salta-Z adotada na comunidade Padaria.
Este cenário tende a não mais existir se a CEA cumprir com as metas do Plano de
Universalização Rural que foi revisado e homologado pela ANEEL em 13 de novembro de
2018 (Resolução Homologatória Nº 2.482/ANEEL). Para o município de Laranjal do Jari o
prazo máximo para alcance da universalização rural (rede convencional) seria o ano de 2019,
atualmente vencido. Tomando como referência o ano base de 2018, a zona rural representa
5,1% da população do município, impactando em apenas 0,07% de toda energia elétrica
consumida no município.
Sabendo-se que o setor de saneamento consome cerca de 7% de toda a energia produzida
no mundo, é sempre justificável frisar a necessidade de estudos focados ao consumo energético
e eficiência energética neste setor, elevando os custos das operações que, muitas vezes, não
podem ser integralmente repassados aos usuários, sobretudo em países em desenvolvimento
como o Brasil (LIMA et al., 2019).
Além disso, pesquisas têm demonstrado que o consumo energético pode ser elevado, ou
acima de 7% da média mundial. No Brasil, esta etapa de consumo energético concentra-se na
operação de captação. Nestes casos, as despesas com energia e consumo energético per capita
em ETAs podem superar 36 milhões de reais por ano e alcançar aproximadamente 11% do
consumo energético médio por habitante no Brasil (LIMA et al., 2019).
De acordo com a legenda descritiva do Mapa 2.13, a Sede Municipal de Laranjal do Jari
dispõe de 10,32 km de ruas pavimentadas, 66,28 km de ruas não pavimentadas e extensões
dentro de áreas de pontes (alagadas ou potencialmente alagadas) 10,34 km de ruas
pavimentadas, 16,90 km. A extensão total de vias públicas na cidade é de 93,52 km. Isto é:
Com base no atual cenário relacionado com a pavimentação na sede municipal de
Laranjal do Jari, será necessário mais investimento financeiro em transporte e mobilidade em
áreas de ponte quanto em áreas não pavimentadas.
2.5.3. Cemitérios
Os cemitérios geralmente são ocupados por áreas de baixo valor imobiliário e quase
sempre de forma irregular. Assim, o município de Laranjal do Jari não se abstém dessas
prerrogativas. Sabe-se que os cemitérios produzem o necrochorume que são decorrentes da
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 94
decomposição ou putrefação dos corpos em várias fases. A fase humorosa ou coliquativa é a
mais relevante, pois ocorre a liberação do líquido humoroso (necrochorume).
É possível apontar como a principal causa de poluição dos cemitérios a eliminação do
necrochorume pelos cadáveres, particularmente, no primeiro ano do sepultamento. O
necrochorume pode veicular, além de microrganismos oriundos do cadáver, restos ou resíduos
de tratamentos químicos hospitalares (quimioterapia, por exemplo) e os compostos decorrentes
da decomposição da matéria orgânica, elevando a atividade microbiana do solo sob a área de
sepultamento. Esses contaminantes incorporados ao fluxo de necrochorume são prejudiciais ao
solo e às águas subterrâneas (SILVA e MALAGUTTI FILHO, 2009).
Em Laranjal do Jari, o cemitério é desprovido de proteção ambiental, representando um
perigo ao meio ambiente por eventual atividade de microrganismos patogênicos e seus riscos
infecciosos. Ainda é facilmente observável que as águas das chuvas podem infiltrar nas
sepulturas ou águas superficiais que escoam por drenagem superficial. Este processo de
infiltração pode atingir os lençóis freáticos e os poços amazonas contaminando corpos d´água
subterrâneos, além de provocar eventualmente danos à saúde.
Neste sentido, a Resolução CONAMA nº 335, de 3 de abril de 2003 estabelece os
critérios mínimos e que devem ser seguidos para garantir a decomposição normal e proteger as
águas subterrâneas das infiltrações. Ressalta-se que o não cumprimento desta resolução é
passível de implicações de sanções penais e administrativas.
Alternativamente, existem alguns métodos de tratamento de necrochorume como filtro
biológico, pastilhas e mantas absorventes e de forma mais inovadora, o uso de estação de
tratamento de necrochorume onde as cargas orgânicas são removidas em um tanque fechado
sendo reutilizado na irrigação do próprio cemitério.
É fundamental a periodicidade na limpeza e recolhimento dos resíduos das sepulturas e
da varrição. É importante que o cemitério obedeça ao que estabelece a NBR 12808 referente
aos resíduos de serviços de saúde e fazer a destinação adequada para cada um dos serviços.
Foi constatado que o cemitério de Laranjal do Jari não possui licença ambiental de
funcionamento, assim como a maioria dos cemitérios brasileiros, pois em sua grande maioria
iniciaram suas atividades antes da Resolução CONAMA nº 335 de 2003. Essa irregularidade
foi constatada para o cemitério da sede do município de Laranjal do Jari (Mapa 2.15 ). As
mesmas irregularidades se deram em relação ao cemitério localizado em Água Branca do Cajari
(Mapa 2.16).
Como pode ser observado pelo Mapa 2.15, por um lado o Cemitério Santa Rosa está
localizado na zona sudoeste da cidade de Laranjal do Jari. Esta zona está mais próxima de
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 95
corpos d´água e áreas sujeitas à alagamentos. E por outro lado, o cemitério Débora Damasceno
está localizado próximo da BR 156, em área de terra firme. Em ambos os casos é relevante
informar que a dinâmica de gerenciamento ambiental e sanitária de ambos, tanto atual quanto
futura, necessita de abordagens diferentes, principalmente em relação aos desconhecidos
processos dos fluxos subterrâneos que possam eventualmente estar interagindo com os dois
diferentes tipos de solos presentes no fundo de vale (Santa Rosa) e o de terra firme (próximo
da BR 156).
Os cemitérios, tanto da sede (Laranjal do Jari) quanto da zona rural terrestre (Padaria)
possuem funcionários concursados (3) e contratados (3) com a função de coveiros e da parte
administrativa. Atualmente a limpeza se dá de forma programada a cada primeiro dia do mês
pela equipe de roçagem da Secretaria do Meio Ambiente e Turismo. O descarte de EPIs dos
coveiros seguem as normas da Resolução CONAMA 335/2003.
Entretanto o município de Laranjal do Jari não segue a estes requisitos da resolução.
Além disso, na Lei Orgânica do Município de Laranjal do Jari (LOM, 2005), a palavra
“Saneamento” consta apenas um única vez no seu texto, no Art. 83, Inciso VII, do Capítulo II
da Política Urbana, o qual afirma o seguinte: “promoção do direito de todos os cidadãos à
moradia, ao transporte coletivo, à comunicação, saneamento básico (grifo nosso), energia
elétrica, abastecimento, iluminação pública, saúde, educação, lazer e segurança”.
Por outro lado, na LOM (2005), o termo “meio ambiente” é muito mais frequente, como
no Art. 99 do Capítulo I, que afirma o seguinte: “ o município promoverá, nos termos das
Constituições Federal e Estadual e desta Lei Orgânica, o direito à [...] habitação e ao meio
ambiente equilibrado”. No Capítulo II, Seção I (Da Educação), Art. 107, comenta sobre a
necessidade do [...] direito ao meio ambiente. Entretanto, o Capítulo III (Da Política do Meio
Ambiente), desde o Art. 120 até o Art. 125, há uma série proposições relevantes em relação ao
tema e, principalmente ao saneamento, com destaque para os seguintes tópicos: Art. 120,
3.1. Indicação das principais fontes técnico-científicas sobre políticas públicas nacionais
de saneamento básico
No Brasil a política pública de saneamento básico inaugurou uma nova fase a partir do
ano de 2003, representada por um marco legal e regulatório, reestruturação institucional e
retomada dos investimentos (Lei 11.4225/2007). A reestruturação institucional, com a criação
do Ministério das Cidades e da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental permitiu maior
direcionamento às ações governamentais para o setor.
A criação do Conselho Nacional das Cidades e a realização das Conferências das
Cidades possibilitaram o diálogo entre os segmentos organizados da sociedade. A Lei n.
11.445/2007 possibilitou a definição do marco legal, no seu decreto regulamentador (Decreto
nº 7.217/2010) inaugurando uma nova fase na gestão dos serviços públicos de saneamento
básico no País, tendo o planejamento assumido posição central na condução e orientação da
ação pública (BORJA, 2014). Além da referida lei, vale ressaltar o dispositivo legal que criou
a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), com diretrizes e conceitos
inovadores, integradores e articulados com a participação popular.
Entretanto, devido insuficiência de recursos e investimentos efetivos na área de meio
ambiente e saneamento básico municipais, comentado em itens anteriores, a atual estrutura do
organograma da gestão, com destaque a SEMMATUR, tem tido pouca capilaridade, integração,
efetividade e capacidade para impor ações, projetos e programas deste setor. Entretanto,
considerando-se o investimento de R$ 2.070.000,00 por ano da SEMMTUR, 60% desse
orçamento anual são gastos com EPIs, contratação de caçambas e gasolina, gastos diretos e
indiretos, os quais estão relacionados também relacionados com ações do saneamento.
Em parágrafo único da lei da política de saneamento as políticas e ações da União de
desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate e erradicação da pobreza, de
proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para
a melhoria da qualidade de vida devem considerar a necessária articulação com o saneamento
básico, inclusive no que se refere ao financiamento. Entretanto, a Lei Orgânica do Município
de Laranjal do Jari, LOM (2015), cita apenas uma única vez a palavra saneamento. Isso sugere
que a Lei Orgânica do Município necessita ser urgentemente revista, incluindo-se na referida
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 102
Lei os itens relevantes preconizado pela Lei 11.425/2007 (Política Nacional de Saneamento
Básico), bem como suas quatro dimensões indissociáveis: água, esgoto, drenagem e gestão das
águas pluviais, e limpeza pública e gestão de resíduos sólidos (FUNASA, 2018).
No contexto municipal e em relação à coleta de informações referentes à política de
gestão dos serviços de saneamento básico do município de Laranjal do Jari, portanto, ainda não
se dispõe de uma política municipal efetiva para a construção do quadro institucional. Deste
modo, foram coletados todos os dados de indicadores disponíveis do município no SNIS (2019).
Quanto às diretrizes nacionais para os serviços de saneamento básico, nas oficinas e
seminários de mobilização e controle social que ocorreram no município de Laranjal do Jari,
foi apresentada aos participantes a importância da adoção de mecanismos legais para instituição
da política de saneamento no município.
Quanto à gestão integrada de resíduos sólidos, nas oficinas que ocorreram no município
de Laranjal do Jari, também foi apresentado aos participantes a importância da adoção de
planos, projetos e ações, considerando as particularidades de cada setor, para instituição da
gestão integrada de resíduos sólidos com o apoio da prefeitura no sentido de promover a
organização da associação de catadores de materiais recicláveis, a coleta seletiva, os consórcios
públicos, a gestão de resíduos sólidos orgânicos, os instrumentos da política de resíduos, a
logística reversa entre outros.
Quanto ao item saneamento urbano para municípios com população até 50 mil
habitantes (limite este ultrapassado somente no final de 2019, após o início da elaboração do
PMSB) e saneamento rural, nas oficinas que ocorreram no município de Laranjal do Jari foram
apresentadas às informações sobre sistemas de abastecimento de água, de esgotamento
sanitário, drenagem e águas pluviais, limpeza pública e gestão de resíduos sólidos e ações em
saneamento rural.
Além dos dados primários coletados em campo, foi consultado como fonte de dados
secundários para a elaboração do Diagnóstico Técnico-Participativo as seguintes fontes:
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2019) – criado em
2002, contém informações de caráter institucional, administrativo, operacional,
gerencial, econômico-financeiro e de qualidade sobre a prestação de serviços de
saneamento básico.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018) – foram consultados
estudos e pesquisas, os Censos Demográficos, Contagens Populacionais e a
Pesquisa de Informações Municipais (MUNIC) sobre saneamento básico;
Quadro 3.1: Gestão dos serviços de saneamento básico no município de Laranjal do Jari/AP
Manejo de Manejo de
Organização dos Abastecimento Esgotamento
águas Resíduos
serviços de água sanitário
pluviais Sólidos
Existe política municipal * * * Lei 240/2003
na forma da lei? e LOM(2005)
Existe um plano para os 4 * * * *
serviços
Existe plano específico * * * *
PMLJ PMLJ PMLJ e
Quem presta o serviço Cooperativa de
Catadores de
CAESA Laranjal do Jari
(ECOJARI)
3.7. Levantamento das transferências e convênios existentes com o governo federal e com
o governo estadual em saneamento
De acordo com o portal da transparência do Governo Federal, o município de Laranjal
do Jari já foi contemplado com convênios ligados ao Governo Federal referente à saneamento
básico. Atualmente os Convênios que estão no período de vigência ativa, para o Município de
Laranjal do Jari, são Quadro 3.2.
Os convênios apresentam detalhadamente o objetivo, o valor a ser celebrado, o número
do processo, o órgão e concedente a ele vinculado, a situação que se encontra o processo (todos
em período de execução), e a vigência.
O Município de Laranjal do Jari possui 06 processos vigentes voltados ao saneamento:
pavimentação com drenagem em bairros e vias urbanas; melhoria sanitária domiciliar (sem
liberação do valor); sistema de abastecimento de água (com 30% do valor liberado) e educação
voltada para o saneamento (100% do valor liberado).
Há processos em que ainda não houve transferências de qualquer valor acordado, o que
impossibilita a execução do trabalho previsto nas respectivas metas. Contudo, não há
informação disponível sobre os motivos da ausência de transferência.
Pavimentação
asfáltica com
drenagem,
Ministério da Ddepartament 2.750.000,00
Em calcadas com 19/11/2018-
865280 00165/2018 Não se aplica defesa - unidades o do programa (nenhum valor foi
execução meio-fio e 29/10/2022
com vínculo direto calha norte repassado ainda)
sarjetas nas
vias de laranjal
do Jari.
Pavimentação
asfáltica com
drenagem, 2.750.000,00
Ministério da Departamento
Em calcadas com 19/11/2018- (nenhum valor
865276 00212/2018 Não se aplica defesa - unidades do programa
execução meio-fio e 29/10/2022 ainda foi
com vínculo direto calha norte
sarjetas nas repassado)
vias de laranjal
do Jari.
¹ Sistema de abastecimento de água para consumo humano (SAA): instalação composta por um conjunto
obras civis, materiais e equipamentos, desde a zona de captação até as ligações prediais, destinada à produção e
ao fornecimento coletivo de água potável, por meio de rede de distribuição;
² Solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano (SAC): modalidade de
abastecimento coletivo destinada a fornecer água potável, com captação subterrânea ou superficial, com ou sem
canalização e sem rede de distribuição;
³ Solução alternativa individual de abastecimento de água para consumo humano (SAI): modalidade de
abastecimento de água para consumo humano que atenda a domicílios residenciais com uma única família
incluindo os seus agregados familiares.
Fonte: Equipe de Engenharia do TEPLAN, e adaptação da Portaria 2.914/211.
Quanto a prestação do serviço pela CAESA, não existe contrato formal com o município
de Laranjal do Jari, mas sim um acordo de cooperação técnica com prazo indeterminado. O
único documento referente à regulamentação da prestação de serviço localizado na CAESA é
o Decreto 0013, de 11 de abril de 1989. Entretanto, não foi localizada tal informação no site da
CAESA, como é usual na divulgação das empresas estaduais de saneamento. Segundo
informações obtidas junto ao corpo diretivo da CAESA, o Regulamento Geral dos Serviços
Públicos de Abastecimento de Água e Coleta de Esgotos Sanitários do Estado do Amapá nunca
Fotografia 4.2: Rio Jari, a) Vista aérea, b) Mangem do rio no local da captação
Tabela 4.3: Fixa técnica resumo das unidades de recalque de água bruta
Descrição Valor
Nomenclatura EEAB-01
Tipologia CMB Monobloco Flutuante
Localização Captação no leito do Rio Jari
Coordenadas 00 49’ 26,2’’ S / 58 31’ 28,5’’ O
Vazão média 480 m³/h
Operação máxima diária 24 horas
Operação mensal 30 dias
Altura manométrica ≈ 32 m.c.a
Fonte: Modificado de PPI Laranjal do Jari (2019).
Os CMB´s estão abrigados em flutuadores de fibra (Fotografia 4.4a), não sendo possível
averiguar suas condições físicas (submersos), a exceção do CMB 3 que estava em manutenção
(Fotografia 4.4b) onde observa-se que o estado de conservação é bom. Não há equipamento
reserva no local para substituir o atual em caso de defeito. Em caso de problemas
eletromecânicos no CMB em operação este é retirado e encaminhado para manutenção,
diminuindo o volume de água aduzido (vazão operacional reduzida).
O painel elétrico de proteção dos CMB´s faz o acionamento por meio de chave
compensadora. O estado de conservação dos painéis é regular apresentando alguns contatos
oxidados que precisam ser substituídos. Quanto ao abrigo, este necessita de reforma, apresenta
muita infiltração e não possui iluminação interna.
Fotografia 4.6: Adução de água bruta, a)Trecho da tubulação de polietileno e b) Conexão com
a adutora de ferro aço
Quando o tanque de preparo da solução de sulfato de alumínio não está em uso, ele é
utilizado para preparo da solução de cal utilizada na correção do pH da água, com a dosagem
realizada também por gravidade. Porém, segundo informações do gerente operacional, a Cal é
raramente utilizada para corrigir o pH da água bruta, apesar desta se apresentar frequentemente
não conforme com a legislação. Portanto, este parâmetro nem sempre está dentro do tolerável
entre 6,0 e 9,0 (CONAMA, Resolução 354/2005). Aliás, com muita frequência, o pH está
abaixo do pH menor ou igual a 5,0. Além disso, não foi observado no local nenhuma
instrumentação ou equipamento para realizar o monitoramento e a análise da água. Entretanto,
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 129
tem sido realizada coleta da água mensalmente e enviada a CEASA em Macapá/AP para análise
que após resultado, é realizado ajuste na dosagem das soluções de polímero, sulfato de
alumínio. Mas estes dados não estavam disponíveis até o momento da execução deste
diagnóstico.
As etapas seguintes do processo de tratamento de água é a decantação (Fotografia 4.12)
e filtragem (Fotografia 4.13). O sistema de decantação é formado por 2 (dois) módulos do tipo
gravidade, convencional de colmeia onde, cada módulo possui 2 (duas) células. Já o sistema de
filtragem é formado por 4 (quatro) unidades tipo areia, rápida descendente convencional
(camadas simples de areia). A lavagem dos filtros é realizada por retrolavagem na própria ETA.
Esta unidade operacional possui uma galeria onde se operava a abertura de válvulas e
registro para execução da retrolavagem dos filtros através de um sistema pneumático de
acionamento de válvulas e registros. Mas esta unidade foi substituída por um sistema de
abertura hidráulica, conforme pode ser visualizado na Fotografia 4.14 e Fotografia 4.15.
4.1.1.7. Reservação
O sistema de abastecimento de água conta com 3 (três) unidades. O primeiro,
reservatório enterrado (Fotografia 4.21), está localizado na área da ETA. É um reservatório
antigo de 4.000 m³, cujo estado de conservação é regular, precisando apenas de manutenção
para retirada de pequenas infiltrações. Outros dois estão localizados em terreno da CAESA
distante aproximadamente 500 m da ETA, um apoiado de 100 m³ (Fotografia 4.22) e um
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 137
elevado de 300 m³ (Fotografia 4.23). Neste local foi construída uma casa de bombas (Fotografia
4.24) para recalque de água tratada para o reservatório elevado. Porém, desde sua inauguração
o reservatório elevado não está em operação em virtude de vazamentos na estrutura de concreto.
As características técnicas são apresentadas no Quadro 4.2.
Tabela 4.8: Fixa técnica resumo das unidades de recalque de água tratada
Descrição Valor
Nomenclatura ERAT - ETA
Tipologia Convencional
Localização ETA – Próximo REN-01
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 139
Coordenadas 00 49’ 28,70’’ S, 52 31’ 20,68’’ O
Vazão Nominal 200 m/h
Operação máxima diária 24
Finalidade Liga ao R1
Fonte: Modificado de PPI Laranjal do Jari (2019).
A solução alternativa coletiva – SAC ilustrada na Fotografia 4.37 tem capacidade para
atender 11 famílias. O SAC possui três reservatórios de 5 m³ apoiados a 8 m, 5m e 3 m de
altura. O reservatório a 5 m de altura é um filtro na composição de areia e carvão. A água
captada desce por gravidade e é armazenada no reservatório a 3 m de altura e depois recalcada
para o reservatório que está a 8 m de altura. A partir desse reservatório a água é distribuída para
as residências. A motobomba de captação é de 5 CV e a de recalque de 3,5 CV, ambas com
acionamento a diesel.
A captação é realizada no Rio Cajari (Fotografia 4.38) onde observa-se que no mesmo
local é realizado o despejo do esgoto doméstico. Segundo relatos dos moradores, como a água
distribuída pelo SAC é filtrada, estes têm a percepção que a água é de boa qualidade e não
costuma utilizar o hipoclorito para desinfeção.
Atualmente por dificuldade de gestão, somente uma família faz uso do SAC, pois não
conseguiram se organizar para custear os gastos de aquisição do diesel.
Tabela 4.17: Fixa técnica resumo das unidades de recalque de água bruta de Padaria
Descrição Valor
Nomenclatura EEABP-01
Tipologia CMB de superfície
Localização Captação no leito do Rio Jari
Coordenadas 00 42’ 31’’ S / 52 29’ 47’’ O
Vazão média 5,88 m³/h
Operação máxima diária 12 horas
Operação mensal 30 dias
Altura manométrica ≈ 10 m.c.a (altura estática + perda de carga na tubulação)
Fonte: Elaborado pela Equipe de Engenharia/PMSB (2020).
Com base na operação da motobomba, máximo de 12h por dia, estima-se que a volume
diário captado seja de 70 m³, haja vista que não existe sistema de medição. O atual regime de
operação da motobomba é por conta do efeito de maré do rio Jari.
O processo de tratamento da água inicia com a dosagem dos produtos químicos (Sulfato
de Alumínio, Cal e Cloro) na entrada de água bruta. O processo é automático e realizado por
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 156
meio de bombas dosadoras (Fotografia 4.41 a-d). Na data da visita técnica (12/11/2019)
somente a bomba dosadora de Sulfato de Alumínio estava em operação. As demais estavam
com a operação paralisadas por falta de produtos químicos (Cal e Cloro). A Fotografia 4.41a
ilustra os recipientes de produtos químicos. A Fotografia 4.41b ilustra as bombas dosadoras, a
Fotografia 4.41c o painel de acionamento e a Fotografia 4.41d o painel de medição dos
parâmetros medidos (ORP e PH)
Tabela 4.18: Fixa técnica resumo das unidades de recalque de água tratada
Descrição Valor
Nomenclatura ERAT – ETA PADARIA
Tipologia Compacta
Localização ETA – Próximo REN-01 Padaria
Coordenadas 00 49’ 31’’ S, 52 29’ 45’’ O
Vazão Nominal 19,6 a 1,5 m/h
Operação máxima diária 1 a 32 m.c.a
Finalidade Conexão ao reservatório apoiado
Fonte: Elaborado pela Equipe de Engenharia/PMSB (2020).
Na saída das motobombas existem dois conjuntos de filtros, cada conjunto composto
por 4 (quatro) unidades. Um conjunto é formado por filtros biológicos de carvão e o outro por
filtros de areia (Fotografia 4.44 e Fotografia 4.45).
4.1.3.4. Reservação
O sistema de abastecimento de água da Padaria conta com um reservatório de 15 m³ de
PCV elevado a 12 m de altura para armazenamento da água tratada. A torre do reservatório é
construída em alvenaria, retangular e está localizada na área da ETA compacta (Fotografia
4.47).
Fotografia 4.51: Moradias se expandindo em áreas de ressaca sem acesso de rede hidráulica
Tabela 4.22: Unidades de medidas dos parâmetros analisados, seus métodos, equipamentos de
análise e armazenamento
Parâmetro Unidade Método/Equipamento Armazenamento
-1 Platina-Cobalto
Cor mg Pt L -
Padrão/Espectrofotômetro
Físico
E.Coli/100
Escherichia coli Substrato cromogênico 24 horas
mL
Fonte: Elaborado pela Equipe de Engenharia e Saneamento Ambiental/PMSB (2020).
Sólidos
3 Em conformidade
Suspensos
Condutividade 30,4 Em conformidade
pH 5,75 Não conformidade. Na água de abastecimento a faixa entre 6,0 e 9,5
Cloreto 2,0 Em conformidade
Fluoreto 0,02 Em conformidade
Químico
Sólidos
2 1 1 1 Em conformidade
Suspensos
Condutividade 209 40,6 47,3 45,5 Em conformidade
pH 3,9 5,04 4,84 4,9 Não conformidade. Na água de abastecimento a faixa entre 6,0 e 9,5
Cloreto 14,3 2,3 2,9 3,3 Em conformidade
Fluoreto 0,01 0,19 0,01 0,01 Em conformidade
Químico
Cor 4 2 2 3 5 Em conformidade
Turbidez 0,52 0,41 0,27 0,22 0,21 Em conformidade
Físico
Sólidos
1 1 1 1 2 Em conformidade
Suspensos
Condutividade 45,5 80 54 52,6 44,6 Em conformidade
pH 5,13 4,57 4,75 4,73 4,29 Não conformidade. Na água de abastecimento a faixa entre 6,0 e 9,5
Cloreto 3,0 5,5 2,8 2,5 2,4 Em conformidade
Fluoreto 0,01 0,02 0,02 0,27 0,02 Em conformidade
Químico
Sólidos
1 1 1 Em conformidade
Suspensos
Condutividade 38,8 109 75,3 Em conformidade
pH 5,97 5,86 5,97 Não conformidade. Na água de abastecimento a faixa entre 6,0 e 9,5
Cloreto 2,3 7,9 3,4 Em conformidade
Fluoreto 0,02 0,02 0,11 Em conformidade
Químico
Cor 2 6 4 Em conformidade
Turbidez 0,39 0,45 1,12 Em conformidade
Físico
Sólidos
1 1 1 Em conformidade
Suspensos
Condutividade 91,7 45,3 50,5 Em conformidade
pH 4,5 5,91 5,91 Não conformidade. Na água de abastecimento a faixa entre 6,0 e 9,5
Cloreto 3,1 3,9 1,9 Em conformidade
Fluoreto 0,12 0,07 0,29 Em conformidade
Químico
Fonte: Prefeitura Municipal de Laranjal do Jari. Adaptado pela Equipe PMSB (2020).
Fotografia 4.55: Visão aérea local: a) zona baixa com alto risco de alagamento; b) zona alta,
central, com melhor infraestrutura, e c) zona alta com estrutura menos (Laranjal do Jari-AP
Fonte: Prefeitura Municipal de Laranjal do Jari. Adaptado pela Equipe do PMSB (2020).
Fonte: Prefeitura Municipal de Laranjal do Jari. Adaptado pela Equipe Do PMSB (2020).
Fotografia 4.57: Zona alta da cidade de Laranjal do Jari-AP com melhor infraestrutura em
comparação com a zona baixa
De acordo com a Lei Orgânica do Município (LOM, 2016), no Capítulo III, Art. 138, o
Município em relação à promoção do Saneamento Ambiental Integrado, está previsto que este
deverá ser implementado através do Plano Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental
(PLAMGESAM), como instrumento de gestão do setor.
Por exemplo, no Art. 137 da LOM (2016) é descrita a política de saneamento ambiental
integrado que deverá seguir as seguintes diretrizes: I – garantir serviços de saneamento
ambiental integrado na área urbana em todo o território municipal; II – ampliar as medidas de
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 179
saneamento básico para as áreas deficitárias, por meio da complementação e/ou ativação das
redes coletoras de esgoto e de água; III – investir prioritariamente no serviço de esgotamento
sanitário que impeça qualquer contato direto no meio onde se permaneça ou se transita; IV –
criar a rede coletora de águas pluviais e do sistema de drenagem nas áreas urbanizadas do
território, de modo a minimizar a ocorrência de enchentes e alagamento; V – Elaborar e
implementar sistema de gestão de resíduos sólidos, com a coleta seletiva do lixo e da
reciclagem, bem como a redução da geração de resíduos sólidos; VI – assegurar à população
do Município a oferta domiciliar de água para consumo residencial e outros usos, em quantidade
suficiente para atender às necessidades básicas e de qualidade compatíveis com os padrões de
potabilidade.
Além disso: VII – assegurar o sistema de drenagem pluvial e o escoamento das águas
pluviais em toda a área ocupada do Município, por meio de sistemas físicos, naturais e
construídos [...]; promover a educação ambiental, promover a qualidade ambiental e o uso
sustentável dos recursos naturais por meio do planejamento e do controle ambiental, [...] X -
garantir a conservação das áreas de proteção e recuperação dos mananciais e das unidades de
conservação; XI – promover a recuperação ambiental, revertendo os processos de degradação
das condições físicas, químicas e biológica do ambiente [...]; XIII – implementar programas de
reabilitação das áreas de risco; XIV – considerar a paisagem urbana e os elementos naturais
como referências para a estrutura do território; [...] XVI – implementar o Sistema de Controle
de Áreas Verdes e de Lazer.
No Capítulo III, da Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do rio
Jari, no Art. 6, o Poder Público do Município de Laranjal do Jari deverá considerar ações e
projetos de articulação e integração com os Municípios de Almerim – PA e Vitória do Jari –
AP, com vistas ao desenvolvimento socioterritorial da região da Bacia do Rio Jari.
Em seu parágrafo único, determina que a articulação e integração entre os municípios
deve objetivar uma agenda política comum e integrada, inclusive mediante a celebração de
ajustes de cooperação técnica, financeira e institucional com o Governo Federal e os Governos
do Estado do Amapá e do Pará.
Com base na descrição dos parágrafos anteriormente descritos, é relevante frisar o
seguinte, considerando que seja possível a identificação de futuros mananciais para o
abastecimento de água de consumo humano em três níveis: orla da cidade, zona baixa e zona
alta. Assim, a cidade de Laranjal do Jari é bastante dependente do Rio Jari, tanto para o
abastecimento de água da ETA, quanto para a dispersão de esgoto doméstico urbano integrados
com sistemas de drenagem (naturais ou artificiais). Neste contexto, as fontes de poluição deste
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 180
rio são: a) potenciais mudanças das características limnológicas do reservatório da Usina
Hidrelétrica de Santo Antônio (a montante), b) produção agroflorestal (a montante), c) indústria
de celulose (a montante), e c) poluição urbana in loco (águas superficiais e mananciais
subterrâneos).
Por um lado, como coadjuvante da autodepurarção do Rio Jari (recuperação natural dos
impactos ambientais hídricos), as suas elevadas vazões (frequentemente maiores que 1.000
m/s3), apresentam-se como favoráveis e resilientes contra a poluição ambiental, com muito boa
capacidade de diluição de águas poluídas. Mas, apesar de ser considerada como de boa
qualidade (AAI, 2011), na literatura da área tem sido mostrado justamente o contrário, como
ocorre, por exemplo, nos trechos mais urbanizados (Fotografia 4.54) (OLIV EIRA e CUNHA,
2014). Entretanto, a atual captação de água superficial da CAESA, apesar de ser insuficiente
para atender a demanda atual e futura, é um ponto estratégico para ajustes, expansão e
modernização da ETA. Este ponto, apesar de se classificar como local de risco (alagamento)
deve ser permanentemente protegido e mantido seguro, pois se configura atualmente no melhor
manancial disponível para atender a demanda atual e futura da cidade de Laranjal do Jari.
Entretanto, apesar da atual captação de água do rio Jari pela ETA, novos poços
subterrâneos estão sendo construídos (pelo menos seis, sendo 3 integrados à rede e 3 isolados)
para atender à demanda crescente de água potável, ainda é possível dispor de mais localidades
potenciais, tais como os indicados pelas setas em branco e preto da Fotografia 4.55, apesar dos
diferentes aspectos ambientais e topográficos dos diferentes bairros da cidade (Fotografia 4.56
e Fotografia 4.57).
Entretanto, devido a cidade ter sido construída numa zona de fundo de vale, por outro
lado, há poucos espaços na zona urbana de Laranjal do Jari para a exploração segura de águas
subterrâneas de boa qualidade e viabilidade (segurança, principalmente, pois se desconhece a
dinâmica dos poços). Assim, é preciso considerar em qualquer novo manancial as
características hidrogeológicas e hidrogeoquímicas locais (AAI, 2011). Entretanto, a literatura
da área apresenta muitas limitações relativas às suas potenciais funcionalidades, como
profundidade, nível estática, nível dinâmico, variação das características físico-químicas e
microbiológicas da qualidade da água, etc.
Por assim dizer, qualquer proposta de exploração dos mananciais ali presentes, devem
levar em consideração um completo estudo, para vencer o atual desconhecimento técnico-
científico sobre sua qualidade, vazão e composição físico-química e microbiológica em relação
à qualidade da água superficial (OLIVEIRA e CUNHA, 2014).
Tabela 4.27: Número de ligações de água em todo o município (mês de fererência: 11/2019)
Número de ligações de água
Classe de consumidor
com hidrômetro sem hidrômetro total
Residencial X 5658
Comercial X 184
Industrial X 3
Poder Público X 60
Outros X 0
Total 5.905
OBS: No município não é praticado economias
Fonte: CAESA (2019)
Apesar de Laranjal do Jari não contar com um Plano Diretor de Saneamento específico,
dispõe de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental do Município de Laranjal
do Jari - AP (Lei 0545/2016), o qual é abrangente, fornece as linhas gerais e algumas diretrizes
básicas para os serviços de fiscalização da construção das instalações sanitárias nas residências.
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 189
Todavia, não há estudos realizados ou em execução pela prefeitura sobre bacias de
esgotamento do município de Laranjal do Jari. Portanto, não é possível verificar a evolução
populacional das bacias de esgotamento nem de suas sub-bacias.
Neste contexto, não foi possível determinar a taxa de infiltração (i) do linear (em L/s.
Km), mas possivelmente a mesma será definida ou estimada na fase do prognóstico deste Plano
Municipal de Saneamento Básico de Laranjal do Jari.
As vazões estimadas de projeto verificadas partiram da determinação da população e do
consumo per capita com os seguintes parâmetros:
· Consumo per capita (q)
· Coeficiente de retorno (C) – considerado 0,80
· Coeficiente do dia de maior consumo (K1) – considerado 1,20
· Coeficiente da hora de maior consumo (K2) – considerado 1,50
· Comprimento da rede coletora (L). Com base em mapas de pavimentação (ruas
pavimentadas e não pavimentadas) é possível estimar aproximadamente
76,57 km de vias em que seria possível o comprimento máximo possível da
rede de esgoto para a malha urbana atual.
O comprimento inicial, L=0 uma vez que não há rede de esgoto. E como não há rede
coletora atual, portanto, não é possível estimar com precisão o valor da extensão da rede (L).
Desta forma foi ignorado para a determinação da eq1, eq2 e eq3 a adição do iL.
O manejo das águas pluviais e de resíduos sólidos é realizado pela prefeitura de Laranjal
do Jari.
Número de ligações ativas: 0
Número de ligações totais (ativas + inativas): 0
Número de economias ativas: 0
Número de economias totais (ativas + inativas): 0
Percentual da população atendida pelo SES: 0%
Volume de esgoto sanitário do Distrito (Sede): 0 m³
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 190
Percentual de economias que não estão ligadas à rede de esgoto: 100%.
Com base nas equações acima (eq1, eq2 e eq3), as vazões foram estimadas com os
seguintes valores:
Para a definição da vazão foi utilizado as seguintes equações:
× ×
(eq1) Média - 𝑄 = + 𝑖𝐿 = 70,02 𝐿/𝑠
× × ×
(eq2) Máxima Diária - 𝑄 á . á = + 𝑖𝐿 = 84,02 𝐿/𝑠
× × ×
(eq3) Máxima Horária - 𝑄 á . á = + 𝑖𝐿 = 105,02 L/s
5.1.2. Intercepetores
No município de Laranjal do Jari não existem interceptores. A norma brasileira NBR-
12207 (ABNT, 1989) define o interceptor como “a canalização, cuja função fundamental é
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 191
receber e transportar o esgoto sanitário coletado, caracterizada pela defasagem das
contribuições, da qual resulta o amortecimento das vazões máximas. E, conceitualmente, em
relação às ligações, é uma canalização que recebe contribuições em pontos determinados
providos de poços de visita (PV) e não as recebe ao longo do comprimento de seus trechos. E
quanto à localização, é uma canalização situada nas partes mais baixas da bacia, ao longo dos
talvegues e às margens dos cursos d´água, lagos, etc, para impedir o lançamento direto do
esgoto sanitário nestas águas (NUVOLARI, 2003).
Contudo, as áreas urbanas (sede), rural terrestre e ribeirinha são 100% atendidas por
fossas individuais conforme as Fotografia 5.1 a-b.
Fotografia 5.1: (a) Fossa negra e (b) fossa séptica na área urbana em terra firme em Laranjal
do Jari
As Fotografia 5.1a e Fotografia 5.1b mostram dois modelos de fossas que são utilizados
como sistema alternativo de esgotamento sanitário na área de terra firme na sede do município
de Laranjal do Jari. Na Fotografia 5.1a é observado que a fossa negra não está totalmente vedada
na tampa, estando sujeita a infiltrações e arrasto de materiais para seu interior pelas laterais,
além de susceptível à maior influência de águas pluviais e consequentemente infiltrações.
Na Fotografia 5.1b é ilustrado erros comum de dimensionamento e execução de fossas
sépticas. As fossas sépticas utilizam como conceito básico a vedação completa para que se crie
um ambiente sem oxigênio do ar no qual as bactérias anaeróbicas se proliferem e ajam sobre a
parte sólida do esgoto ajudando na decomposição tornando do esgoto residual ajudando na
redução do DBO.
Os suspiros apresentados na Fotografia 5.1b indicam a presença de circulação de ar
dentro do tanque da fossa, o que praticamente elimina as bactérias anaeróbicas prejudicando o
funcionamento e de sua eficácia no quesito de redução de DBO.
De acordo com Abreu e Cunha (2017), foi verificado que a variação espaço‑temporal
de 20 parâmetros da qualidade da água do Rio Jari, Amapá, apresenta dominância da influência
sazonal em detrimento da influência espacial, quando observada no trecho de 80 km do rio
(entre saída da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (J1) até alguns quilômetros após a cidade
de Vitória do Jari (J8) - Tabela 5.1).
Com base nestas premissas, os referidos autores obtiveram algumas conclusões sobre
os impactos urbanos e de empreendimentos no baixo trecho do Rio Jari. Por exemplo, com
exceção do OD (oxigênio dissolvido), não houve variação espacial dos parâmetros, de
qualidade da água. Em relação ao OD, através de uma análise estatística de cluster (AAH)
sugeriu a existência de grupos formados devido à forte influência da turbulência provocada pela
queda d’água na Cachoeira de Santo Antônio do Jari sobre esse parâmetro (Grupo 1). Com o
distanciamento dessa zona de turbulência (a partir do ponto J2 - Tabela 5.1) ocorre a redução
da reaeração da água, dividindo espacialmente o trecho em dois grupos amostrais. A variação
temporal dos parâmetros foi significativa (cor, turbidez, condutividade elétrica da água, DBO5,
amônia, fósforo, pH, sulfato, magnésio, cloreto, CT, E. coli e clorofila‑a), indicando forte
influência do ciclo hidrológico em comparação às influências dos prováveis impactos
ambientais urbanos, industriais ou hidrelétrico.
Além disso, os referidos autores observaram também valores relativamente elevados de
E. coli (normalmente relacionados ao despejo de esgotos sanitários, principalmente da área
urbana de Laranjal do Jari, incluindo-se pequena parcela de esgoto tratado de Monte Dourado
– PA), e aumento da concentração de sulfato em áreas à jusante das indústrias CADAM e
FACEL (Vitória do Jari). E esses valores podem decorrer do potencial impacto urbano e de
indústria de celulose.
As Fotografia 5.2 a-b mostram a disposição das águas com esgotos domésticos nas áreas
úmidas do município de Laranjal do Jari. Na Fotografia 5.2a é possível observar que nas áreas
alagadas, as excretas humanas são lançadas diretamente na água, em uma área a poucos metros
das instalações sanitárias (captação individual de água para consumo humano). Na Fotografia
5.2b, pode-se observar que as águas residuárias são lançadas em uma fossa negra aterrada.
De uma forma geral, as residências localizadas em bairros de terra firme depositam suas
esgotos domésticos em fossas negras ou fossas sépticas. Nos bairros localizados à margem do
rio e nas áreas úmidas elas lançam seus esgotos domésticos e dejetos diretamente no rio ou a
céu aberto, o que vem causando o aumento significativo de nutrientes e processos de diferentes
níveis ou estágios de eutrofização (ABREU e CUNHA, 2017; OLIVEIRA e CUNHA, 2014).
Neste aspecto, contudo, além dos riscos inerentes da construção de reservatório a
montante (Usina Hidrelétrica de Santo Antônio), somado aos problemas de excesso de
nutrientes de esgotos sanitários às margens dos rios, a eutrofização excessiva pode ter
consequências bastante nocivas para a qualidade da água, como o surgimento de “blooms” de
algas (cianobactérias tóxicas), muito comuns em reservatórios de usinas e ambientes urbanos
excessivamente poluídos (CUNHA a,b et al., 2019).
Na zona rural a destinação das águas residuárias é semelhante ao que é observado na
sede, porém em menor quantidade e com menos impactos devido a carga reduzida e menos
concentrada. Além disso, na zona ribeirinha os equipamentos de destino final de esgotos
(fossas) não têm proteção e sofrem constantes transbordamentos para área com acesso da
população inclusive de crianças. Esse problema é típico de zonas ribeirinhas, onde há contato
da água do rio (onde é captada pelo abastecimento normalmente individual), com esses resíduos
5.5. Identificação de principais fundos de vale, corpos d’água receptores e possíveis áreas
para locação de ETE
O mapeamento dessas feições torna-se um elemento importante para identificação e
melhor compreensão dos fenômenos naturais, suas interações e os produtos resultantes,
permitindo assim um melhor planejamento para o uso e ocupação do solo durante a elaboração
do PMSB. As feições relativas ao relevo foram identificadas e mapeadas a partir de
levantamentos de dados pre-existentes e da fotointerpretação de modelos digitais de terreno
(MDT) gerados por interferometria radar com resolução espacial de 2,5 x 2,5 m, compativeis
com escala 1:25.000.
No municipio de Laranjal do Jari as feições de fundo de vale são decorrentes de
processos que contribuiram para a formação das duas formas de relevo predominante na áraea,
sendo estas:
1) Planaltos e tabuleiros rebaixados do sul do Amapá, com grau de dissecação fraco a
médio, com formas convexas (relevo topo convexo) e formas tabulares (relevo topo
aplainado). O grau de dissecação é caracterizado por um espaçamento interfluvial
entre 250 a 750 m, podendo chegar a 2000 m, e um aprofundamento de drenagem
que varia de 20 a 80 m (IEPA, 2007). A variação altimétrica deste setor está entre
10 a 220 m conforme valores do Modelo Digital do Terreno - MDT (Mapa 5.1).
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 209
2) Planicies fluviais que se desenvolvem nas regiões mais rebaixadas e planas junto às
margens do Rio Jari, apresentam valores de altimetria entre 1 a 5 m. São áreas que
correspondem aos depósitos quaternários associados aos processos fluviais e
estuarinos, com solos pouco consolidados, frágeis e sujeitas à inundação.
Mapa 5.1: Modelo digital de terreno com a variação altimetrica da região da sede municipal
de Laranjal do Jari com destaque para o padrão de sistema de drenagem que esculpem o
relevo da área
Fonte: Equipe do PMSB (2019), Modelo Digital de Terreno (MDT InSAR, BCDCAP, 2017-2019).
Tabela 5.2: Critérios utilizados na análise multicritério para a seleção de áreas viáveis a
instalação da ETE.
Critérios Definição
Áreas vulneráveis à inundação e alagamentos são incompatíveis com
Áreas sujeitas a
o empreendimento relativo a ETE, devido a custos causados pelas
inundação
enchentes e/ou custos relativos a aterro da área;
Drenagem Refere-se a proximidade ao corpo d’água receptor e afluentes;
Refere-se as características físicas do terreno, onde áreas estáveis e
Topografia
planas são mais satisfatórias;
Áreas mais planas são menos sujeitas a erosão e, portanto, mais
Declividade
estáveis para a instalação da ETE;
Acessos Indica a existência e a proximidade de acessos as áreas viáveis;
Mancha urbana Proximidade das áreas viáveis à sede municipal (área edificada).
Fonte: Elaborado pela Equipe de Engenharia e Geoprocessamento/PMSB (2020).
O Mapa 5.2 representa a síntese das áreas viáveis à instalação de uma Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE) até 10 km da sede municipal de Laranjal do Jari. Os locais
apontados em vermelho representam as localidades melhor enquadradas aos pré-requisitos
estimados anteriormente. O retângulo (a) indica o local mais adequado segundo a análise
(terreno mais elevado e a jusante da ETA (captação) e o retânguo (b) área a jusante da cidade
de Laranjal do Jari, porém, com topografia inadequada para uma ET.
A interpretação sintética dos Mapa 5.1 e Mapa 5.2 é que, após análise do modelo,
aparentemente em a) não há um local ideal a jusante da ETA (CAESA, atual), apesar do terreno
mostrar alta viabilidade. Em b) a área do retângulo indica que a localidade é ideal, porém a
elevação do terreno não é muito apropriada para a construção de uma ETE.
Mapa 6.1: Equipamentos do SAA da sede de Laranjal do Jari integrado ao único sistema de
drenagem na sede municipal: a) destaque no retângulo vermelho da área dotada de
infraestrutura parcial de drenagem e águas pluviais
6.1.2.
Hidrodinâmica do Rio Jari e interações com macrodrenagem da zona urbana
Este tópico trata de uma breve análise sobre o comportamento hidrodinâmico do Rio
Jari e suas potenciais interações com o sistema de drenagem da zona urbana da sede de Laranjal
do Jari (Mapa 6.7).
Mapa 6.7: a) Mapa da Bacia do Rio Jari, com destaque da área do baixo trecho; b) sítios de
monitoramento hidrodinâmico e de qualidade da água para fins hidrossanitários
Tabela 6.1: Tabela de valores de vazão e velocidade da corrente do rio Jari ao longo de sua
extensão longitudinal
Ponto de Medida Vazão Velocidade Estado
3
de Vazão (m /s) (m/s)
LJ1 525 0-1 Vazante
LJ2 38,81 0 - 0,4 Vazante
LJ3 -2349 0-1 Enchente
LJ4 3139 0-1 Vazante
Fonte: Elaborado pela Equipe de Engenharia e Saneamento Ambiental/PMSB (2020).
No ponto LJ1 (próximo a cachoeira do Santo Antônio do Jari) a vazão observada foi de
525.4 m3/s e a velocidade máxima da corrente foi de 1 m/s (Figura 4). Em termos de cota ou é
nível da lâmina d´água, é possível observar na Figura 6.1 que a seção do ponto J1 mostrou uma
variação de profundidade entre 5 m e 15 m, mostrando que a área da seção apresenta batimetria
irregular do leito no baixo rio Jari no referido trecho. Também é possível observar que o
comprimento na seção J1 é de aproximadamente 200.
No ponto LJ2 (Laranjal do Jari - Figura 6.2, a medida de vazão não pode ser realizada
exatamente em frente à cidade, pois ocorre o deslocamento de balsas e fluxos de pequenas
embarcações para transporte de pessoas entre Monte Dourado e Laranjal do Jari (Fotografia
6.4), assim o ponto J2 fica afastado a aproximadamente 100 m.
Fotografia 6.4: Rampa da cidade de Laranjal do Jari onde ocorre movimento de balsa com
Monte Dourado
Fotografia 6.6: Vitória do Jari, trecho entre LJ3 e LJ4 do Rio Jari.
É importante observar que, com base nos resultados da Tabela 6.1, as vazões variam
longitudinalmente, de seção a seção, e de acordo com o período sazonal (não mostrado aqui,
ver tópico do clima 2.2.1 e hidrologia 2.2.4 deste Diagnóstico) e variação da fase da maré do
Rio Amazonas (ABREU et al., 2020).
represendo
2000 água na cidade
de Laranjal do Série1
1500 Jari
1000
500
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
-500
Fonte: Elaborado pela Equipe de Engenharia e Saneamento Ambiental/PMSB (2020).
Observando a Gráfico 6.1, durante a fase de enchente (com vazão próxima de -71 m3/s),
ocorre uma alta redução das velocidades da corrente, pois na seção selecionada, não ocorre uma
alta influência da elevação de maré do Rio Amazonas (Figura 6.6). As velocidades da corrente
no ponto LJ2, são próximas à 0.1 m/s. Durante esta fase da maré ocorre uma espécie de
represamento do Rio Jari, formando por breve tempo uma “reversão” do fluxo natural. Observa-
se que os vetores apresentam sentidos opostos, quase em frente da cidade de Laranjal do Jari,
onde a corrente flui no sentido de vazante (provenientes da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio
para a sede de Laranjal do Jari), encontrando-se com correntes de enchente (provenientes das
correntes da foz, sob influência do Rio Amazonas), formando um “remanso” ou um
“represamento” temporários que tendem a intensificar a elevação das cotas do nível d´água em
frente da cidade por períodos mais prolongados do que se não houvesse a influência do Rio
Amazonas.
Assim como observado na Figura 6.8, na Figura 6.9, a pluma do poluente simulada se
desloca rapidamente em direção à Vitória do Jari. Além do mais, é possível observar altas
concentrações (5.0 x 104 CFU/100 mL) ao longo de toda a margem esquerda (no sentido da
vazão principal natural de vazante), alcançando toda a orla do rio Jari entre Laranjal do Jari e
Vitória do Jari.
6.2. Análise crítica do Plano Diretor Municipal e/ou Plano Municipal de Manejo de Águas
Pluviais e/ou de Drenagem Urbana
Não há no município. Entretanto, existe apenas um Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano e Ambiental (Lei 0545/2016). Todavia, não é específico para contemplar a dimensão
Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbana, tal como previsto no Termo de Referência (TR)
da Funasa (2018) e contemplado na Lei do Saneamento Básico 11.455 (2007).
Dos RSUs gerados, a fração com maior representatividade foi a matéria orgânica
putrescível, com 33,45%. O lixo sanitário teve representação de 20,46%. Na Tabela 7.1 é
ilustrado o peso e o percentual de cada fração da composição gravimétrica na sede municipal.
24,84
32,15
43,01
Tabela 7.2: Valores das notas atribuídas as diferentes classes de cada variável
Variável Classe Nota
0 -30 m 1
30 - 50 m 1
Hidrografia 50 - 100 m 1
100 - 200 m 4
200 – 500 m 5
>500 m 5
0 – 100 m 5
100 – 200 m 4
Acessos 200 – 300 m 3
300 – 400 m 2
400 – 500 m 1
>500 m 1
Depósitos quaternários 1
Geologia Sedimentos arenosos/argilosos 5
Glei (úmido argiloso) 1
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 282
Solos Argilossolo 3
Latossolo 5
0 – 500 m 1
500 – 1000 m 2
Área urbana 1000 – 1500 m 3
1500 - 2000 m 4
> 2000 m 5
Área sujeita a inundação Não alagada 5
Alagada 1
0-3% plano 5
3-8% suavemente ondulado 5
Declividade 8-20% ondulado 4
20-45% montanhoso 1
>45% fortemente montanhoso 1
Fonte: Elaborado pela Equipe de Geoprocessamento/PMSB (2020).
O Mapa 7.3 representa a síntese das áreas viáveis a instalação de um aterro sanitário. Os
locais apontados em vermelho representam as localidades mais bem enquadradas aos pré-
requisitos estimados anteriormente. Sendo que a área onde se localiza o atual lixão da sede está
inserida em áreas de alta viabilidade, portanto, constitui uma boa alternativa para a instalação
de um futuro aterro sanitário conforme as variáveis analisadas.
7.8. Identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo
áreas contaminadas e respectivas medidas saneadoras
Laranjal do Jari tem recolhido seus resíduos sólidos, porém somente na zona urbana da
sede municipal. Mas todas as demais localidades rurais (terra firme e ribeirinhas) não dispõe de
nenhum serviço relacionado. A disposição final de RSU em lixões a céu aberto tem causado
uma série de processos e multas engendradas pelo Ministério Público Federal e Estadual. Estes
recorrentes problemas geram um passivo ambiental que poderiam ser evitados caso o município
investisse mais recursos neste setor que, como é sabido, tem entre as quatro dimensões do
saneamento básico, a melhor probabilidade de gerar emprego e renda em processos de
reutilização e reciclagem de materiais oriundos dos lixões.
Apesar disso, o município tem forte potencial para reverter esta situação. Por exemplo,
na sede municipal uma fração de RSU que é apenas parcialmente recolhida pela DSU
(SEMMUR) nas áreas de pontes (18 km de extensão aproximadamente) é despejada
O serviço de abastecimento de
1.1) O SAA da Sede Municipal apresenta sérios problemas
1 água do município é prestado 1.1) Estrutural
infraestruturais para atender a zona urbana (sede do município)
precariamente pela CAESA,
2.7) Estrutural
4.1) A ETA não atende a demanda por água atual, com sérias restrições
futuras. Com exceção da reforma e ampliação de outubro de 2012, o 4.1) Estrutural
SAA (ETA) é muito antiga e foi sistema de abastecimento não acompanhou a taxa de crescimento
projeta nos anos 1990 e populacional. Em 2010 a população do município já era de
inaugurada em 1994 para aproximadamente 39.642 habitantes (IGBE, 2010). Atualmente a
4 estimativa populacional é de 50.410 habitantes (IBGE, 2020), com
atender demandas muito
superiores à sua capacidade vertiginoso crescimento líquido populacional de aproximadamente
produtiva 27,16% na década (2010-1019).
4) Há necessidade de modernização geral da ETA para aumentar sua 4.2) Estrutural
eficiência de produção e capacidade de tratamento de água potável.
A ETA e poços subterrâneos 9.1 Não há mínimas condições infraestruturais, equipamentos, materiais
não produzem água em e recursos humanos para o monitoramento da qualidade da água da ETA;
9 quantidade nem em qualidade 9.2 Não há mínimas condições infraestruturais, equipamentos, materiais 9.1) Estrutural
que esteja em conformidade e recursos humanos para o monitoramento da qualidade da água nos poços 9.2) Estrutural
com a legislação vigente. subterrâneos;
14.1) O município conta com apenas dois técnicos para operar o sistema
Equipe técnica insuficiente para
de abastecimento de água, e um encanador. Isto faz com que os próprios
14 operar, manter e otimizar o 14.1) Estruturante
moradores realizem serviços de operação e manutenção de alguns
sistema
sistemas isolados, a exemplo do poço Nazaré Mineiro.
6.1) O único tratamento de água utilizado é a dosagem da água captada com 6.1) Estrutural
Consumo de água sem hipoclorito.
6
tratamento adequado
6.2) Há frequente consumo de água bruta captada sem o devido tratamento.
6.2) Estrutural
Pois, mesmo que a água seja tratada com cloro, não é suficiente para garantir
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 319
saúde, pois o seu excesso (trihalometanos ou similares) ou déficit (falsa
segurança da potabilidade);
6.3) Estruturante
6.3) A melhoria da qualidade da água consumida de modo inadequado pode
causar tantos ou mais problemas de saúde quanto o simples consumo de água
bruta sem tratamento (por exemplo, dos poços subterrâneos, que tendem a
ser mais “potáveis” do que as águas superficiais, e este fato é muito frequente
nos demais municípios do Estado do Amapá).
Revitalização de sistemas 8.1) Existe um sistema na comunidade São José que está abandonado. E esta
8 8.1) Estrutural
existentes. comunidade não possui outra solução.
2.1) Estrutural
2.1) As famílias captam a água do rio Jari de forma manual ou por meio de
motobombas adquiridas com recurso próprio.
2.2) Algumas comunidades não dispõem de atendimento energético e o
2.2) Estrutural
Precário sistema de captação morador arca com as custas de geração à diesel para acionamento das
de água superficial. Na zona motobombas.
rural ribeirinha é formada por 2.3) A água captada utilizada para consumo humano é tratada com a adição
2
10 comunidades. Em geral de sulfato de alumínio e hipoclorito, porém, sem orientação técnica adequada 2.3) Estruturante
não possuem sistema de quanto a dosagem dos produtos químicos.
abastecimento de água - SAA
2.4) Uma exceção à regra das comunidades ribeirinhas é a comunidade de
Padaria que dispõe de um SAA construído pela FUNASA em 2009. Em 2017
o SAA foi reformado pela empresa EDP, como forma de compensação
ambiental pela construção da hidrelétrica de Santo Antônio. 2.4) Estrutural
2.9) Estrutural
1.1) A Lei 0545 (2016) que resultou no (PDDUA) não tem sido considerada
Não cumprimento das no planejamento do setor de Saneamento Básico; 1.1) Estruturante
diretrizes do Plano Diretor de
1
Desenvolvimento Urbano e 1.2) A LOM (Leio Orgânica do Município de Laranjal do Jari), que serve de
Ambiental (PDDUA) base para a Lei 0545 (2017) precisa ser atualizada, com o objetivo de integrar 1.2) Estruturante
as soluções do setor na dimensão do PDDUA
Há poucas opções de 6.1) A geomorfologia, hidrologia e aspectos hidrodinâmicos do Rio Jari, em 6.1) Estrutural
6 instalação de uma ETE ao especial na frente a zona urbana da cidade, mostram poucas opções ou áreas
longo da extensão da de terra firme (quase zero), de modo que qualquer projeto de ETE deverá se
margem esquerda do Rio adaptar às características e comportamento hidrológicos sujeitos à fortes
8.1) Estruturante
8.1) Os indicadores da situação financeira do serviço de esgotamento
Não há indicadores sanitário estão, em sua maioria, disponíveis na Tabela 5.1 (FN001_AE até
relevantes ou exclusivos para FN14_AE; IN52_AE até IN102_AE).
8 8.2) Estruturante
Esgotos Sanitários (ES) na
Sede de Laranjal do Jari. 8.2) A ausência de informações sobre esta dimensão do saneamento básico
é um reflexo da ausência de política e gestão sobre esta componente.
8.3) Estruturante
Classificação das
Nº Problemas diagnosticados Causas dos problemas diagnosticados
causas
Na área rural de Água Branca 1.1) Na comunidade de Água Branca do Cajari 100% da população possui
do Cajari, os principais apenas fossa negras em suas residências; 1.1) Estrutural
1 sistemas utilizados são as
fossas negras e as fossas 1.2) Os banheiros geralmente são externos às residências e alguns destes não 1.2) Estrutural
sépticas. dispõem de vaso sanitário
3.1) Muitas das instalações sanitárias ficam próximas aos córregos de água.
3.1) Estrutural
Fossas negras contaminam 3.2) No período chuvoso há o transbordamento das fossas;
3 3.2) Estrutural
córregos e lençol freático
3.3) Ocorre dispersão de esgotos nas águas pluviais do sistema natural de
3.3) Estrutural
drenagem local.
4.1) Por se tratar de uma área de Reserva Extrativista o projeto teve objetivou o 4.1) Estrutural
Algumas residências abastecimento de água para comunidades extrativistas na região Amazônica
contempladas o projeto usando Tecnologias Sociais e Sistema de Acesso à Água Pluvial Multiuso
4 “Sanear Amazônia de Comunitário e Sistema de Acesso à Água Pluvial Multiuso Autônomo.
famílias extrativistas na
4.2) O projeto também forneceu às famílias beneficiárias a construção de
Amazônia” precisam de
Instalação Sanitária Domiciliar (ISD) que precisam de manutenção, expansão
manutenção, expansão ou 4.2) Estrutural
ou inclusão de novos beneficiários.
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 329
inclusão de novas 4.3) O sistema consiste em uma estrutura física composta por um cômodo anexo
residências. ao domicílio que contém uma pia, um vaso sanitário, um chuveiro, uma pia de
cozinha e uma fossa séptica e necessitam de manutenção, expansão ou inclusão
de novos beneficiários. 4.3) Estrutural
4.4) As descargas dos vasos sanitários das ISD compõem o esgoto sanitário que
é destinado para as fossas simplificadas que necessitam de manutenção. Mas
após atingir sua capacidade volumétrica máxima, esta deve ser desativada e
construída uma nova fossa nas proximidades por responsabilidade de cada 4.4) Estrutural
morador.
4.5) De acordo com os dados do projeto, as fossas simplificadas deveriam ser
construídas com 1,80 m de profundidade e abertura de 1,80 x 1,00 m com
distância horizontal mínima de 15 m dos poços tubulares profundos e com
distância vertical de 1,5 m acima do nível mais alto do lençol freático. Mas estas 4.5) Estrutural
normas não foram completamente cumpridas.
4.6) Famílias não beneficiadas pelo Sanear Amazônia utilizam fossas negras
que possuem revestimentos em alvenaria apenas nas laterais. O fundo é
desprovido de revestimento e os dejetos entram em contato direto com o solo 4.6) Estrutural
no interior da fossa.
4.7) Em uma parcela das residências o banheiro fica ao lado de fora da
residência. A fossa, na maioria dos casos, é apenas um buraco escavado no solo,
com poucos metros de profundidade.
4.8) O banheiro é construído logo acima e conta com vaso sanitário ou uma 4.7) Estrutural
latrina rudimentar.
4.8) Estrutural
A prefeitura não demonstrou 5.1) Para o Rio Jari é possível enquadrá-lo na classificação II (permite uso da 5.1) Estruturante
5 a inciativa da obtenção das água para abastecimento público com o nível de tratamento até o secundário;
licenças regulamentares
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 330
estabelecidos pela Resolução 5.2) A prefeitura não dispõe de um planejamento para a escolha da localização
CONAMA 005/88 que e construção estabelecido na Resolução CONAMA 237/97. Mas a Resolução
5.2) Estruturante
dispõem e inclusive CONAMA 377/2006 dispõe sobre o licenciamento ambiental simplificado do
determinam critérios e SES de pequenos e médios portes e a prefeitura também não possui e nem tem
padrões para o solicitação em andamento;
licenciamento.
5.3) A prefeitura não possui estabelecidos parâmetros, diretrizes e padrões
estabelecidos para a gestão do lançamento de efluentes em corpos de água 5.3) Estruturante
receptores na Resolução CONAMA 430/2011.
5.4) Também não foi identificada a classificação dos corpos de água conforme
preconiza a Resolução CONAMA 357/2005.
5.4) Estruturante
6.1) Esta dimensão não tem sido executada de forma responsável. Não há
atividades registradas para sua efetiva gestão, nem gerenciamento, nem
A concessão pelos Serviços monitoramento, nem previsão de obras de infraestrutura desta dimensão do
de Esgotamento é da Saneamento Básico. Tanto o Estado (CAESA), quanto o município (Laranjal
CAESA. Entretanto, devido do Jari) quanto os órgãos fiscalizadores dos recursos hídricos (ANA) 6.1) Estruturante
a completa ausência de redes desconhecem quase que completamente as informações sobre esgotos sanitários
ou sistemas de esgotamento nesta região.
6
sanitário coletivo (SES) tanto
na sede de Laranjal do Jari 6.2) A Lei 0545 (2016) é uma ferramenta disponível para a gestão do setor
quanto nas zonas rurais sanitário e ambiental. Porém, suas diretrizes deverão ser seguidas e 6.2) Estruturante
(terrestres ou ribeirinhas) obrigatoriamente integradas com as do presente Diagnóstico Técnico-
este serviço é inoperante Participativo. Como base ao desenvolvimento deste setor, tanto na sede
municipal quanto nas comunidades rurais, iniciando-se com as de maior
desenvolvimento (Padaria e Água Branca do Cajari).
Controle de vazão do Rio 7.1) Tem sido frequente a ocorrência de alagamentos em Água Branca do
Cajari impacta na dinâmica Cajari, Santarém do Cajari, Santa Maria, Ariranha, Timbó, Retiro São 7.1) Estrutural
7 de poluição por esgotos Raimundo, etc.
sanitários de sistemas 7.2) Estrutural
isolados 7.2) O nível de contaminação das águas por fossas negras se eleva.
Classificação das
Nº Problemas diagnosticados Causas dos problemas diagnosticados
causas
1.3) Estrutural
2.1) Muitas das instalações sanitárias com fossas negras ficam próximas aos
córregos de água. 2.1) Estrutural
Fossas negras contaminam
2 2.2) No período chuvoso há o transbordamento das fossas; 2.2) Estrutural
córregos e lençol freático
2.3) Ocorre dispersão de esgotos nas águas pluviais do sistema natural da 2.3) Estrutural
drenagem local.
3.1) Na comunidade de Padaria, por exemplo, cerca da metade da população 3.1) Estrutural
possui fossa séptica nas suas residências;
Na área rural da Padaria, os
3 principais sistemas utilizados 3.2) Nas demais residências são utilizadas fossas negras.
são as fossas negras. 3.2) Estrutural
3.3) Os banheiros geralmente são externos às residências e alguns destes não
contam sequer com vaso sanitário 3.3) Estrutural
4.1) Estruturante
4.1) Os indicadores da situação financeira do serviço de esgotamento sanitário
estão, em sua maioria, disponíveis na Tabela 5.1 (FN001_AE até FN14_AE;
IN52_AE até IN102_AE). 4.2) Estruturante
Não há indicadores 4.2) A ausência de informações sobre esta dimensão do saneamento básico é
relevantes ou exclusivos para um reflexo da ausência de política e gestão sobre esta componente. 4.3) Estruturante
4 Esgotos Sanitários (ES) na
4.3) Quase todos os indicadores referenciados sobre esta dimensão do
área Rural Ribeirinha em
saneamento básico são frequentemente calculados ou estimados em função do
Laranjal do Jari.
consumo ou faturamento da conta de água. Mas estes não são cadastrados,
fiscalizados, nem monitorados devido a uma série de limitações da própria
concessionária, que não possui recursos ou planejamento para este setor, em
específico;
4.4) Estrutural
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 333
4.4) O cenário a atual é de grave precariedade desta dimensão do saneamento
básico em Laranjal do Jari, fortemente correlacionado com os níveis da
qualidade da água dos mananciais próximos das cidades ou vilarejos;
4.5) Não há previsões, planos ou projetos voltados exclusivamente para esta
dimensão em Laranjal do Jari, apesar do seu Plano Diretor de Desenvolvimento 4.5) Estruturante
Urbano e Ambiental (Lei, 0545 de 2016) apresentar esta preocupação em termos
de políticas públicas.
4.6) Não tem sido observado ações concretas no sentido de planejar o seu
Sistema de Esgotamento Sanitário. Nem na sede municipal, nem no interior. 4.6) Estruturante
Quadro 8.5: Quadro resumo e analítico de manejo de águas pluviais – Zona Urbana
SEDE DO MUNICÍPIO
2.1) Estruturante
2.1) Há necessidade da criação de um Comitê de Bacia Hidrográfica do
Ausência de um Comitê de
Rio Jari (envolvendo tanto o Estado do Pará quanto o Estado do Amapá)
Bacia Hidrográfica para
para o gerenciamento de conflitos de uso da água na bacia e principalmente
2 gerenciamento de
devido às enchentes de período chuvoso; 2.2) Estruturante
vulnerabilidade, riscos e
conflitos na unidade territorial 2.2) Há desconhecimento sobre as características dinâmicas de uso e
ocupação da bacia, principalmente (atividade agroflorestal, conservação da
4.1) Estrutural
4.1) A área urbana contendo um sistema de drenagem e águas pluviais
correspondem a apenas 2,47% (Figura 6.2). Isto é, muito reduzida e
concentrada em uma área central e com topografia elevada da cidade, sendo
a rede de drenagem existente na sede do Município de Laranjal do Jari de
apenas 2,31 km de extensão: 1,39 km em ruas pavimentadas e 0,92 em ruas
não pavimentadas.
4.2) Onde existente, não há registros de rompimento de tubulações (apenas 4.2) Estrutural
em 2,46% da extensão total das vias), que tenha causado algum
extravasamento e exposição dos moradores a proliferação de vetores.
4.3) Estrutural
4.3) Entretanto, nas áreas onde não existem nenhum tipo de tubulação
(97,54%), muitos problemas ocorrem na zona ou terrenos inundáveis,
Principais problemas
inclusive com entupimentos de anilhas que separam áreas previamente
relacionados ao serviço de
4 aterradas e que se “isolaram” do contato direto com as águas pluviais ali
manejo de águas pluviais e uso
acumuladas.
e ocupação do solo
4.4) Como não há um sistema de drenagem, há uma série de pontos críticos 4.4) Estrutural
de obstrução da passagem das águas, principalmente após chuvas
torrenciais, quando o fluxo de água apresenta maior resistência, tanto na
zona alta quanto na zona baixa.
4.5) Na zona baixa (pontes) o problema de alagamentos e obstruções é mais 4.5) Estruturante
frequente. Isso porque não há periodicidade definida ou estratégica para
limpeza de canais (bueiros, bocas de lobo, entre outros dispositivos
existentes (principalmente durante o período chuvoso amazônico), quando
fica evidente a presença de entulhos, galhadas, e objetos volumosos
(eletrodomésticos, pneus, etc, o que também denuncia uma fragilidade
grave do serviço de manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana;
4.6) Estrutural
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 338
4.6) Há um ponto de estrangulamento considerável ao longo da curvatura
máxima (quase 180º) do Rio Jari, exatamente em frente da cidade de
Laranjal do Jari. Esse ponto de estrangulamento hidráulico/hidrodinâmico
tende a represar as águas de montante e elevar seu nível na medida em que
as vazões se elevam no período chuvoso. 4.7) Estruturante
4.7) Dentre as causas previsíveis mais relevantes das inundações, além do
equivocado uso e ocupação urbana no leito maior do Rio Jari, é a operação
da UHE Santo Antônio, a qual deverá integrar sua gestão em períodos de
alagamentos severos, apesar de terem se tornado menos graves e menos
frequentes após sua instalação;
4.8) Estrutural
4.8) A cidade se expandiu em várias direções, em especial na zona mais
crítica (“Beiradão”) próximas do Rio Jari. Mas também se expandiu em
direção à BR156. Em ambos os casos o solo tem sofrido considerável
compactação e erosão (voçorocas). E, sem o devido controle das águas
pluviais, a situação pode agravar o escoamento superficial que tende a se
acumular nas zonas mais baixas, já críticas pelos constantes alagamentos
com significativo transporte de hidrossedimentos durante os períodos
chuvosos principalmente.
4.9) Estrutural
4.9) O maior índice de áreas impermeáveis ocupadas encontra-se na zona
alta, mais urbanizada, com mais infraestruturas construtivas (prédios,
pavimentação, calçadas, etc) que dificultam a infiltração da água (1/3 da
área da zona urbana encontra-se parcial ou totalmente impermeável);
4.10) Estruturante
4.10) Não há um canal direto de comunicação que trate de resolver tais
problemas com as comunidades dos diferentes bairros, especialmente na
zona baixa, sujeita às inundações e com o solo já saturado pela zona de
inundação do Rio Jari. Além disso, onde existe algum equipamento,
também não há ações de planejamento, que minimamente previnam
eventuais problemas relacionadas com as águas pluviais; 4.11) Estrutural
6.1) O Governo Municipal, em parceria com o Municipal, está planejando 6.1) Estrutural
construir passarelas para melhorar a mobilidade urbana em alguns bairros
da cidade;
Previsão de problemas legais e
hidrossanitários devido a 6.2) Há incompatibilidade com a legislação vigente (por exemplo,
potencial implantação de ocupação de zonas de risco, áreas alagadas, ocupação de ressacas, áreas de 6.2) Estruturante
6 proteção permanente, etc) em relação ao incentivo e à ilegalidade de deste
Pontes ou Passarelas de
Concreto em zonas de terrenos tipo de empreendimento, principalmente para a ocupação destas áreas
inundáveis sujeitas à inundações;
6.3) A população que ocupa as precárias pontes de madeira atuais não têm
acesso aos serviços de coleta de lixo, nem água encanada, nem 6.3) Estruturante
esgotamento sanitário. Contudo, com as construções de concreto haverá
Município de Laranjal do Jari | Produto C - Diagnóstico Técnico-Participativo 340
maior e mais significativamente impacto à frágil geomorfologia do terreno.
Tais impactos poderão provocar uma série de problemas hidrossanitários:
proliferação de doenças de veiculação hídrica, criação de obstáculos
significativos ao livre escoamento natural, acúmulo de lixo (expansão
acelerada de moradias), e despejo de esgoto e águas servidas nos corpos
d´água, piora da qualidade do ambiente natural;
6.4) Não há registros de planejamento ou estudos de impactos ambientais
antes da proposta de instalação das pontes de concreto;
6.5) Incentivo ao uso e ocupação desordenado do espaço geográfico, sem 6.4) Estruturante
avaliação das consequências da dinâmica do sistema de drenagem e
funcionamento hidráulico das águas pluviais (por exemplo, interações
hidrológico-sanitárias entre o Rio Jari e Zona Alta da cidade). 6.5) Estruturante
Quadro 8.7: Quadro resumo e analítico de manejo de resíduos sólidos – Zona Urbana
SEDE DO MUNICÍPIO
5.1) Estruturante
5.1) A geração de resíduos é destinada para um lixão a “céu aberto”. Apesar
de haver iniciativas/adesão para o aproveitamento, reutilização e reciclagem
e de combate ao desperdício, observa-se boas iniciativas como a participação
de uma Empresa na coleta de materiais recicláveis (metal, papel/papelão).
Mas, historicamente, a prefeitura tem sido autuada pelo Ministério Público e 5.2) Estrutural
Polícia Federal, devido à precária situação ambiental da lixeira viciada.
Serviço prestado pelo 5.2) O lixão permanece operando irregularmente (não conformidade legal),
município em gestão de gerando a necessidade de novas iniciativas para otimizar a eficiência geral
5 de gerenciamento de resíduos sólidos;
resíduos sólidos carece de
melhorias 5.3) No lixão há a disposição final inadequada de resíduos sólidos (como o 5.3) Estruturante
qual fica espalhado no local e, eventualmente, nas vias de roteiro de viagem
dos caminhões coletores, gerando riscos sanitários e de segurança para os
transeuntes e funcionários;
5.4) Há áreas de ponte (16,90 km) representando 18,07% do total das vias da 5.4) Estrutural
cidade, que não dispõem de coleta adequada de lixo (limitações logísticas
dos caminhões que não podem adentrar nas zonas de pontes;
2.1) A prefeitura não atende este serviço nas áreas rurais do município
2.2) Pode ser considerado um erro estratégico, pois os cidadãos da área
2.1) Estruturante
rural precisam lidar com os resíduos sólidos.
Não há serviços de coleta de
2 2.2) Estruturante
resíduos sólidos na Padaria 2.3) Solução para o gerenciamento de resíduos sólidos é rudimentar, e
prejudicial ao meio ambiente (incineração nos quintais ou áreas 2.3) Estruturante
disponíveis, que contaminam as águas superficiais, subterrâneas e
atmosfera da vizinhança).
Quadro 8.9: Quadro resumo e analítico dos 4 serviços integrados – Zona Urbana
SEDE DO MUNICÍPIO
1.3) Pelo menos sete bairros da área de zona urbana próximas de várzeas, têm sido
avaliados como de alto risco às inundações, agravando-se tal situação a cada 4-5 anos 1.2) Estrutural
Setor de Saneamento
(em média), frequentemente deteriorando a situação sanitária e de saúde pública da
Básico em suas quatro
cidade;
dimensões é
1 1.3) Estrutural
desorganizado, não 1.4) As múltiplas soluções empreendidas pela gestão municipal e estadual para o setor
planejado, ineficiente e de saneamento básico são geralmente reativas, sem planejamento integrado, e
não integrado costumam resolver apenas parcialmente os problemas e demandas de serviços de
1.4) Estruturante
saneamento básico (e raramente ultrapassando um ou duas dimensões – água e
resíduos sólidos, desprezando-se o problema do esgoto e da drenagem). Falta visão
sistêmica sobre o Saneamento Básico. 1.5) Estrutural
1.5) A conjunção de fatores entre alagamento, precariedade sanitária e ausência de
respostas a eventos de cheias, forma a principal problemática ambiental, sanitária e
saúde pública do município de Laranjal do Jari, com significativos impactos sobre as
quatro dimensões do saneamento básico da cidade, e até afetando as cidades de
municípios vizinhos (Monte Dourado e Vitória do Jari).
7.1) Conscientizar a população com base nos princípios da Lei 11.455/2007 para 7.1) Estruturante
Falta Educação
educar, formar, capacitar a fim de que apoiem bons projetos do setor de saneamento.
7 Ambiental e Sanitária em
Todos precisam ter uma corresponsabilidade. Mas o baixo nível de participação
nível popular e técnico
popular tem sido recorrente; 7.2) Estruturante
8.1) O fato não existir uma ETE em Laranjal do Jari. Porém, é necessário
urgentemente tratar os esgotos domésticos como algo sério que impacta todo o 8.1) Estrutural
sistema de abastecimento de água, contamina as águas pluviais e interagem com RSU
aumentando os riscos de saúde pública;
8.2) Estruturante
Ausência de planejamento 8.2) Necessidade de urgente estudo de concepção do sistema de esgotamento sanitário
que inclua uma ETE para (um separador absoluto) integrado a uma ETE;
tratar esgotos e reduzir 8.3) Estrutural
8 8.3) Bairros focais críticos para o esgotamento sanitário. A Nova Esperança, Sagrado
problema de poluição das
Coração de Jesus, Rua Rio Branco, Santarém, Centro, Malvinas, Samaúma,
águas pluviais
Mirilândia, Estes bairros, por exemplo, não dispõem de sistemas de coleta e transporte
de esgoto (contaminação do solo, água e ar).
8.4) Estrutural
8.4_Na pior das hipótese atenção prioritária deveria ser dada às fossas sépticas. É
perceptível que 50% dos moradores têm e 50% não têm. Além disso, as que existem
são feitas de madeira, permeáveis e em não conformidade com qualquer norma
técnica.
10.1) A Parte Baixa da cidade, onde a cidade se instalou., apresenta uma situação
infraestrutural crítica. 10.1) Estrutural
10.2) A parte Baixa da Cidade é a mais crítica. Todo ano tem alagamento. Ocorre
problemas da coleta seletiva, e recolhimento dos resíduos sólidos.
102) Estrutural
Zonas alagadas são 10.3) Se a população não coletar o lixo, resulta em muito mais problema, pois quando
10 críticas em termos de alaga, o lixo entra nas casas.
saneamento básico
10.4) Os locais ou ruas identificadas como prioritárias são: Baixada do Ambrósio que 10.3) Estruturante
alaga todo ano. Mas é uma parte que alaga com as ruas durante o período de chuvas.
Muitas vezes as águas que alagam invadem o cemitério. Alaga próximo da Escola
Conceição. Alaga próximo da Fábrica, bairro do Buritizal, as partes baixas, e acabam 10.4) Estrutural
“indo pro fundo”.
11.1) Retirar e realocar a população das áreas alagáveis para áreas mais seguras; 11.1) Estruturante
11.2) Todo a sede do município foi construída praticamente em áreas de ressacas, sem
sistemas de drenagem nem esgotos sanitários. Por exemplo, da Castanheira pra baixo,
a cidade sofre problemas de alagamentos. 11.2) Estrutural
12.1) Drenagem construída nos 2,45% da área urbana tem apresentado problemas
construtivos recorrentes. Sistema de drenagem interage com a ausência de esgoto e
presença de resíduos sólidos acondicionados de forma irregular; 12.1) Estrutural
Drenagem construída em 12.2) A reduzida extensão da tubulação de rede de drenagem é problemática. Mesmo
12
solo frágil na área alta, o solo arenoso (latossolo arenoso). Se não houver um estudo profundo
para a instalar a rede haverá comprometimento de todo o projeto. Isso é muito grave. 12.2) Estrutural
Tem de haver o estudo geotécnico, pois em um ano os projetos poderão estar
comprometidos.
13.1) Pontos destacados de lixeiras viciadas é um problema muito sério. Destacam- 13.1) Estruturante
se: Zona Oeste da Tancredo Neves: Passarela Dom Pedro, Dom Pedro II, Boa
Esperança, Nossa Senhora de Fátima, Quatorze de Maio, Toscano, Tancredo Neves,
São Serão, João, 13 de Setembro, etc; Zona Leste da Tancredo Neves: Passarela 1º de
Junho, Almerim, Santa Rita e Vaga-Lume.
13.2) É muito difícil o manejo dos Resíduos Sólidos nas pontes. Estes ocorrem em 13.2) Estruturante
O problema dos RSUs e uma lixeira próximo da Escola São Cristóvam, além de outros locais próximos,
Lixeiras Viciadas especialmente as passarelas vizinhas.
comprometem muitos
13 13.3) As pontes de concreto parecem que resolverão parcialmente o grave problema
bairros, mas a situação é
de coleta de resíduos nestas localidades. Atualmente é muito difícil coletar os RSU
mais grave nas zonas
em áreas de pontes de madeira, devido a insegurança operacional e à precariedade da 13.3) Estrutural
baixas (várzeas e igapós)
infraestrutura. Exemplo: a Rua Goiás tem 4 pontos de lixeiras viciadas. Uma delas é
a do campo da gráfica está, muito ruim. Em frente ao Barroso, às margens do Rio
Jari tem problemas, próximos de onde será construída a ponte do rio Jari (Estacom)
tem acúmulo de RSU.
13.4) Há uma lixeira viciada praticamente às margens do Rio Jari É um local bem
13.4) Estrutural
valorizado, com projeto de arborização do ambiente. Mas as lixeiras colocadas
naquele local não funcionam, são viciadas, e todo os RSUs são depositados naquela
14.1) Falta definição e criação de pontos de coleta dentro das passarelas (que será
facilitado com as futuras pontes de concreto projetadas para as áreas de ponte). Pois f 14.1) Estruturante
tende a facilitar o processo de coleta nas residências das pontes. O correto deveria ser
o morador cuidar do seu próprio lixo. Mas as dificuldades são significativas
14.2) A prefeitura deveria disponibilizar a contêiner (caçambas) para o depósito do
lixo de forma adequada; 14.2) Estrutural
14.3) Acidentes de trabalho dos funcionários são mais frequentes em bairros sobre
pontes.
14.4) A ausência de aterro sanitário deflagrou a predisposição de uma empresa que 14.3) Estruturante
Ausência de Pontos de
tem uma parceria com o Município para estimular a coleta seletiva e a reciclagem a
14 Coleta de RSUs, RSS e
reciclagem de RSU.
RCC
14.5) Necessidade do município criar outros mecanismos de reciclagem de RSUs
além da empresa existente. Por exemplo, cooperativas (associação, etc, para suprir 14.4) Estrutural
uma proposta de criação de uma cooperativa de catadores. Esta proposta tem o apoio
da Funasa, até porque também é uma exigência da legislação para o gerenciamento
integrado de resíduos sólidos. Essa talvez seja a mais urgente proposta atual para
iniciar a resolução do problema do excesso de RSU no lixão e redução dos problemas 14.5) Estruturante
das lixeiras viciadas que poluem água, solo e ar nos diferentes bairros da cidade.
14.6) Há preocupação com o funcionário que trata da coleta e transporte do lixo. É
necessário o uso adequado de EPIs. Mas tem também o problema dos Resíduos de 14.6) Estruturante
Serviços de Saúde, pouco avaliado. A prefeitura, junto com o Estado, precisa
Problemas
Nº Causas dos problemas diagnosticados Classificação das causas
diagnosticados
Problemas
Nº Causas dos problemas diagnosticados Classificação das causas
diagnosticados
Problemas
Nº Causas dos problemas diagnosticados Classificação das causas
diagnosticados
1.1) Sistema de água funciona e tem encanamento de água nas casas. Há 1.1) Estrutural
Sistemas de captação e três bombas no sistema mas todas estão queimadas, mas estas não operam,
tratamento de água apesar da existência de energia 24h na comunidade.
interagem com o 1.2) Havia uma caixa d´água de 20 mil L próximo da Cachoeira, que poderá
comportamento do rio servir para abastecer a comunidade. Só precisa de um pouco de sulfato e 1.2) Estrutural
1 (nível maré de um pouco de cloro para torná-la potável. Mas às vezes falta material
comportamento químico.
hidrológico) 1.3) Estrutural
1.3) Este ano, no inverno, o sistema de captação, armazenamento e
distribuição, deslizou na encosta de terra e a caixa d´água ficou paralisada
e desativada.
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