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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO
Empreendedorismo consiste em realizar métodos de modo a criar e/ou dinamizar produtos, serviços e atividades de organização. Alguém empreendedor deve
ser proativo e inovador. Em Portugal a relação entre o empreendedorismo e a competitividade nacional não é totalmente clara, pois apesar de existirem cada
vez mais empresas, continuam a existir deficiências na economia que demonstram a baixa produtividade, baixos salários, produções de baixo valor acrescentado,
entre outros. Os dados do Global Competitiveness Indez 2019/2020 classificam Portugal com a 34ª economia mais competitiva do mundo, aquém da maioria
dos países europeus.
Ponderando todos os determinantes do contexto nacional ao empreendedorismo, o país que oferece um melhor contexto para os empreendedores é a Suíça,
seguida dos Países Baixos. Estes determinantes demonstram que Portugal tem tido melhorias significativas e continuadas nas infraestruturas e na incorporação
de empreendedorismo nos planos curriculares dos cursos de ensino superior, havendo o gradual surgimento de empresas e fundos de capitais de risco, os
procedimentos para a constituição de novas empresas e assim os mercados financeiros têm vindo a ganhar eficiência.
Os relatórios da GEM indicam que há quatro principais debilidades limitadoras da atividade empreendedora em Portugal: obstáculos no acesso a capitais e
desconhecimento dos meios de financiamento existentes; a inconsistência das políticas industriais, das estratégias de desenvolvimento nacional e dos programas
de apoio do governo; pouca oferta no ensino do empreendedorismo como disciplina; e o nível de impostos e burocracia que atuam como barreiras à criação de
novas empresas.
A cultura nacional
O ambiente cultural nacional influencia muitos dos valores, preferências e comportamentos das pessoas e a sua propensão para o empreender. Se a sociedade
valorizar mais o nível de formação académica é provável que mais indivíduos se esforcem por alcançar níveis mais altos de escolaridade. Se a cultura valorizar
o sucesso material (riqueza) é provável que os indivíduos procurem formas de ter esse sucesso criando empresas, envolvendo-se em negócios e assumindo
profissões de maior retorno.
A cultura portuguesa é marcada por forte coletivismo, elevadíssima aversão à incerteza, com tendência feminina e tem alta rigidez hierárquica. Destes aspetos
resultam a falta de iniciativa, elevada burocracia, processos de decisão estratificados, burocracia morosa, dependência excessiva do Estado e dos apoios ou
subsídios financeiros. Alguns dos entraves ao empreendedorismo em Portugal:
1- Atitude face ao fracasso ou insucesso;
2- Capacidade de reagir a oportunidades;
3- Atividade não estruturada;
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Márcia Félix
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O empreendedor
As motivações para o empreendedorismo variam de país para país e de pessoa para pessoa. Algumas das principais motivações individuais são a procura de
interdependência e possibilidade de gerir o seu tempo, ganhar dinheiro, ter mais satisfação no trabalho e realização pessoal.
A palavra empreendedor é usada para descrever pessoas que perseguem oportunidades de negócio independentemente dos recursos que têm ao seu dispor. Os
empreendedores formulam ideias viáveis de negócio e procuram implementá-las. O empreendedor é então alguém que tem iniciativa de criar algo e de valor
para os clientes e organiza os recursos humanos, materiais e financeiros com o objetivo de iniciar uma nova empresa recebendo as recompensas de comprometer
os seus recursos, de assumir os risco e de dedicar o seu tempo e esforço.
Características do empreendedor
Inteligência na execução; Persistência; Dedicação à empresa;
Criatividade e inovação; Competência em relações humanas; Interdependência;
Assunção de riscos moderados; Autoconfiança; Assunção de responsabilidade;
Capacidade de trabalho.
Necessidade de ser independente e realizar (atingir resultados): trabalhar com autonomia para atingir resultados é valorizado pelos empreendedores, que tendem
a ser independentes, planear e executar à sua maneira e daí retiram uma sensação de realização em vez de apenas seguir ordens.
Assunção de riscos moderados: os empreendedores aceitam que há riscos, mas não correm riscos demasiadamente altos ou desnecessários. Eles analisam o
risco financeiro, social e emocional, e estimam os ganhos e perdas potenciais, assim como as barreiras que poderão surgir.
Empreendedorismo feminino
Enquanto os homens são motivados pela independência, desejo de fazer, de realizar, enquanto que as mulheres são motivadas pela necessidade de realização
pela necessidade de uma atividade (um emprego), de ter um rendimento, e pela frustração com o emprego atual que não lhes permite o desenvolvimento pessoal
e profissional que pretendem. O empreendedorismo feminino tende a resultar da observação de uma necessidade ou lacuna no mercado, como ocorre quando
uma mãe funda uma creche para crianças vendo a dificuldade de encontrar uma baby-sitter ou uma ocupação de tempos livres dos filhos.
Dados da UE mostram que apenas um terço dos empreendedores são mulheres e quando se analisam empresas tecnológicas esse valor baixa para 1/6.
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A ideia e a criatividade
A ideia está relacionada com a oportunidade e por sua vez com a criatividade. É evidente que a criatividade é importante na combinação de oportunidades com
ideias viáveis. Criatividade é o processo de geração de algo novo, no entanto, este processo não tem de estar associado a génios ou cientistas como naturalmente
se associa.
É a criatividade que permite ao empreendedor gerar novos negócios ao repensar o que já existe e criando modelos e identificar novos segmentos e necessidades
no mercado. Novos produtos e serviços ao adicionar valor a ofertas já existentes para criar uma base de diferenciação.
Redes relacionais
Uma fonte de novas ideias e de identificação de oportunidades são as redes de relacionamento, ou seja, as pessoas com quem interage na sua vida pessoal e
profissional. No contexto dos relacionamentos, muitas informações de experiências, intuições e ideias são trocadas e partilhadas. Uma rede relacional é o conjunto
de pessoas que conhece e com quem mantém algum contacto sejam interações profissionais, pessoais ou ambas. Distinguem-se dois tipos de redes: as redes
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de laços fortes e as de laços fracos. As de laços fortes são caracterizadas por interações frequentes, tal como entre colegas de trabalho, amigos, familiares,
cônjuges. As de laços fracos são caracterizadas por interações pouco frequentes, tal como entre “conhecidos”, contactos ocasionais, parentes distantes, pessoas
que conhece há pouco tempo e com quem interage pouco.
Avaliar a ideia
Antes da decisão de criar a empresa é importante avaliar a ideia, ou seja, avaliar o potencial de sucesso da nova empresa estabelecida para explorar a ideia.
Qualquer produto/serviço é tão bom quanto a necessidade que satisfaz e o mercado que serve. Não são necessariamente as melhores soluções tecnológicas que
captam o interesse dos consumidores,
A proteção de ideias
Alguns empreendedores baseiam a sua ideia de negócio numa inovação de produto/serviço ou processo que desenvolveram. Nestes casos, proteger a inovação
ou a propriedade intelectual que a inovação incorpora é crucial para evitar que os concorrentes imitem. Em outros casos o empreendedor licencia ou vende a
inovação a outra empresa, pelo que também precisa de protegê-la da imitação por concorrentes. Há quatro formas de proteção de propriedade intelectual:
patentes, direitos de autor, marcas e segredos comerciais.
As marcas são passíveis de proteção. Uma marca é qualquer palavra, nome, símbolo ou instrumento usado para identificar a fonte ou origem dos produtos ou
serviços e para os distinguir dos produtos ou serviços das outras empresas. As marcas transmitem informação útil aos consumidores. Por exemplo, os
consumidores sabem o que esperar quando se ligam ao website da Worten ou da Goldpet. Seria muito confuso se não conseguíssemos distinguir as empresas
pelos seus nomes de marca. As leis sobre marcas protegem os seguintes itens: palavras, números e letras, designs e logos, sons, fragrâncias, formas, cores e
aparência.
Franchising
Vantagens e desvantagens para o franchisado
Vantagens Desvantagens
Maior probabilidade de sucesso: enquanto o empreendedor independente Controlo sobre as operações: o franchisador procede a auditorias frequentes
terá de construir o seu negócio do zero, o franchisado beneficia de adotar para detetar falhas no cumprimento das obrigações pelo franchisado.
um produto/serviço já conhecido, com “provas dadas” no mercado e com Controla, também as vendas para efeitos de pagamentos de royalties e fundo
uma rede e marca bem sucedida. de publicidade e observa se os procedimentos e as normas estabelecidas
Apoio continuado do franchisador: o franchisado beneficia das vantagens estão a ser respeitadas.
competitivas do franchisador (experiência de gestão, treino e suporte do Autonomia e criatividade limitadas: a autonomia e criatividade do
franchisado). franchisado são limitadas a apenas alguns aspetos básicos. O empreendedor
Potencial de maiores lucros: é possível que os lucros do franchisado sejam tem de implementar um modelo existente e não é previsto que exerça a sua
superiores aos de um comerciante independente, dado que beneficia de criatividade.
economia de escala e uma marca reconhecida. Restrições no encerramento da atividade e na cedência/venda da
Proteção da concorrência de outros franchisados da mesma rede, dado que propriedade: o franchisado não pode cedê-lo livremente a terceiros. Atenção
o contrato tipicamente concede direitos territoriais exclusivos. às clausulas de cedência no contrato.
Custo do franchising: pode ser mais elevado que num negócio independente.
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Permite aprender com as experiências de outros franchisados: os sucessos Fraco desempenho de outros franchisados: o franchising é tão bom quanto
e os erros dos outros franchisados são transmitidos à rede permitindo a o desempenho de toda a rede. A má atuação de alguns franchisados pode
todos aprender. ter efeitos negativos na reputação de toda a rede.
Inovação e empreendedorismo
O empreendedorismo não envolve necessariamente grandes inovações tecnológicas ou modelos de negócios radicalmente distintos dos tradicionais. No entanto
os progressos tecnológicos têm estado na base de muitas novas empresas que se estabelecem para explorar invenções e que baseiam a sua atuação em algo de
novo, ou em fazer atividades de forma do usual. A inovação pode estar em algo tão simples como refazer os processos internos para empoderar os trabalhadores
ou para gerar eficiência, adicional nos processos.
Tipos de inovação
Relativamente à configuração: fonte de lucro (como gera dinheiro); rede (relações com outros para criar valor); estrutura (alinhamento dos recursos e talentos
humanos); processo (método de fazer as atividades).
Relativamente à experiência: serviço (apoio e melhorias envolvidas na oferta); canal (como a oferta é disponibilizada aos consumidores e
utilizadores); marca (representação, apresentação da sua oferta e empresa); envolvimento do consumidor (interações distintivas que oferece).
Relativamente à oferta: desempenho do produto (características e funcionalidades distintivas); sistema do produto (produtos e serviços
complementares).
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Estudos de mercado
Tal como o nome indica, visam recolher dados/informações para entender o mercado. Obviamente que o objetivo do estudo de mercado será ajustado às
informações de que precisa, mas é provável que numa fase inicial o empreendedor tenha a necessidade de entender melhor aspetos como: a dimensão do
mercado potencial, quem comprará o produto/serviço, quem decide a compra, quais os benefícios desejados pelos clientes, que preço é mais adequado, qua canal
de distribuição deve ser usado e como deve ser feita a informação e capturar a atenção dos clientes.
Fontes de dados em estudos de mercado: primários, através da observação e questionários, e secundários, que podem ser internos ou externos. Também
podem ser realizadas entrevistas a clientes com experiência no mercado, ou a representantes de associações industriais ou profissionais, sendo uma forma barata
de conhecer a dimensão, necessidades e os problemas atuais que o mercado sente.
Segmentação do mercado
Para definir quem serão os clientes e entender as suas características, importa entender o que é, e como fazer a segmentação do mercado. Em essência,
segmentar o mercado significa dividir o mercado em “sub-mercados” compostos por grupos de consumidores com características similares em uma ou várias
dimensões. Estes segmentos podem ser caracterizados por aspetos como atributos que os clientes valorizam: nível de rendimentos, classe social, profissão ou
ocupação, hobbies, ter animais de estimação, onde residem, etnia ou religião, beneficio que desejam num produto ou serviço, sensibilidade ao preço, sensibilidade
ao desempenho, locais onde compram os produtos, entre outros. Feita a segmentação a nova empresa precisa de escolher o segmento-alvo. As variáveis de
segmentação mais usadas são: variáveis geográficas, variáveis demográficas, variáveis psicográficas e variáveis de uso.
Atualmente os consumidores são cada vez mais singulares e individualizados, o que salienta a importância de uma segmentação de mercado bem pensada.
Posicionamento
A nova empresa necessita de estabelecer uma posição no mercado alvo definido que a distinga dos competidores. Esta posição é baseada na perceção que os
consumidores têm da empresa ou dos produtos, de tal modo que é comum afirmar que o posicionamento se faz na mente dos consumidores. A nova empresa
estabelece uma posição única na mente dos consumidores ao atrair a sua atenção para dois ou três atributos essenciais do produto e que o distinguem da
concorrência.
Comportamento do consumidor
Para entender o consumidor é fundamental estudar o comportamento do consumidor, sendo uma tarefa difícil pois envolve tentar compreender as motivações,
atitudes, necessidades e aspirações dos indivíduos, e de como estas influenciam a forma como decidem o que comprar e onde comprar.
O comportamento de compra é influenciado por inúmeros fatores: personalidade, do indivíduo que influenciará o seu comportamento de compra; estilo de
vida, que determina o comportamento e as escolhas do que compra e do local de compra; a profissão, que determina muitas compras de produtos e serviços
cuja utilização é específica ao grupo profissional; a família, que influencia os comportamentos de compra.
Marketing Mix
Há quatro tipos de decisões (ou variáveis) de marketing que são fundamentais. Designam-se por marketing mix, ou por 4Ps do marketing, e incluem quatro
variáveis:
Comunicação: os meus disponíveis, mensagem a comunicar, o potencial da venda pessoal, promoções;
Produto: qualidade dos componentes, design e estilo, características técnicas e funcionais, opções, marca, embalagem, tamanho, serviços
incorporados, assistência e garantias;
Distribuição: seleção e extensão do canal a usar, tipo de cobertura geográfica, manutenção de stocks pelo intermediário e responsabilidade pelo
transporte;
Preço: preço praticado, prática de descontos, promoções sazonais, cupões e vales, condições de pagamento e de crédito.
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Produto
É o que a empresa vende, seja um bem, um serviço ou uma ideia. O produto comercializado pela nova empresa inclui mais do que as características físicas do
produto em si. As quatro componentes do produto são o serviço, a marca, a embalagem e o produto físico.
Preço
É das variáveis mais importantes na atuação de marketing, mas também das mais complexas de definir. As decisões sobre preços precisam de ter necessariamente
em consideração os custos. Para ter lucro é necessário que o valor das vendas seja suficiente para cobrir todos os custos e ainda originar um lucro. O preço
deve ser pensado estrategicamente de acordo com o preço dos concorrentes. A sensibilidade do consumidor ao preço varia conforme a exclusividade do produto,
a possibilidade de substituição, a dificuldade de comparação, a importância nas despesas totais do indivíduo/família, o custo repartido, o investimento já efetuado,
a relação preço-qualidade e a possibilidade de constituir stocks.
Para definir o preço deve-se considerar: elasticidade do preço, valor percebido ou benefício, preço premium, impostos, preço bundle, preço de desnatação,
discriminação de preço, preços e custos, preço por geografia, opções e preços, promoção no preço, e preço de penetração.
Distribuição
Falamos da distribuição como a forma como a nova empresa vai disponibilizar o seu produto ao consumidor, ou seja, se através de grossistas, retalhistas, internet
ou venda direta.
Marketing digital
O marketing digital é comunicação (e publicidade) usando os canais digitais como as redes sociais, aplicações de telemóvel, email, aplicações de internet, motores
de busca, páginas de internet e outros canais digitais. O marketing digital vai muito além da publicidade pois pode ser usado para construir e reforçar o
posicionamento da marca, para convencer os clientes da proposta de valor da empresa e para fazer vendas.
Ferramentas de marketing digital: objetivos; identificar os clientes; definir responsabilidades; identificar os concorrentes; avaliar; aplicações de telemóveis; pay-
per-click; otimização do motor de busca; página de internet atrativa; marketing de conteúdo; marketing por email e marketing nas redes sociais.
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Análise da indústria
A rendibilidade da empresa depende da indústria, ou setor de atividade em que atua. A indústria refere-se ao conjunto das empresas que oferecem
produtos/serviços similares. É facto que diferentes indústrias têm diferentes níveis de rentabilidade e que algumas indústrias são mais rentáveis do que outras.
Michael Porter propôs analisar cinco elementos que designou por forças para avaliar a atratividade de uma indústria. As cinco forças são: a ameaça de novas
entradas; o poder negocial dos clientes; o poder negocial dos fornecedores; a ameaça de produtos substitutos e; a rivalidade entre empresas existentes.
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A cadeia de valor
É crucial fazer uma análise correta da capacidade de geração de valor da nova empresa porque o valor oferecido determina a atração do cliente e o lucro da
empresa. A análise da cadeia de valor é uma forma de entender onde e como a empresa gera valor. Para o empreendedor isto é fundamental porque ajuda a
decidir quais as atividades que deve fazer e quais as atividade que pode subcontratar. A análise da cadeia de valor e as decisões sobre o que fazer internamente
ou subcontratar a outras empresas fornecedoras requer entender quais são os recursos e as competências que a nova empresa tem, as de que necessita e as
que geram mais valor e que podem sustentar uma vantagem competitiva.
Para entender as fontes de vantagem competitiva, Michael Porter sugere a desagregação da cadeia de valor interna da empresa em dois grupos: as atividades
de suporte e as atividades primárias. Segundo este modelo todas as empresas são compostas por nove atividades genéricas que contribuem positiva ou
negativamente para o valor gerado pela empresa. As quatro atividades de suporte incluem: compras, desenvolvimento de tecnologia, gestão de recursos humanos,
infraestrutura. As cinco atividades primárias são as envolvidas na criação física do produto ou serviço, a sua entrega ao mercado e serviço após a venda: logística
de compras, operações, logística de vendas, marketing e vendas e serviços pós-venda.
Análise SWOT
Realizada a análise externa (ambiente geral e da indústria) e interna (recursos, competência e cadeia de valor) podemos sistematizar a informação numa análise
SWOT. A análise SWOT – Strenghts, Weakness, Opportunities and Threats – é um bom instrumento de síntese para ajudar a compreender o negócio.
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O modelo de negócio
É essencial que o empreendedor defina o modelo de negócios da nova empresa de forma clara e articulada porque é este que clarifica como todos os elementos
do negócio se encaixam. Alexander Osterwalder e Yves Pigneur desenvolveram um Canvas para ajudar a desenvolver o modelo de negócios. O Canvas do Modelo
de negócio é um mapa composto por nove dimensões que englobam quatro áreas principais da empresa: clientes, oferta, infraestruturas e viabilidade financeira.
Proposta de valor: razão pela qual os clientes escolhem a empresa. A proposta de valor deve resolver um problema ou satisfazer alguma necessidade
específica de um segmento de clientes e maximizar o desempenho dos produtos/serviços de forma a criar e agregar valor.
Segmento de clientes: público-alvo da empresa. Importa definir cuidadosamente os diferentes segmentos de forma a desenvolver ações que vão
ao encontro das necessidades de diferentes segmentos.
Canais: forma como a empresa comunica com os clientes desde o momento da compra até ao serviço pós-compra. Pode usar canais diretos ou
indiretos.
Relacionamento com os clientes: deve ser definido de acordo com a política de vendas e fidelização dos clientes. O relacionamento pode ser
automatizado ou humano.
Fontes de receita: rendimentos gerados a partir de cada segmento de clientes. Inclui a venda de produtos, taxas de uso, taxas de assinatura,
empréstimos, alugueres e licenciamentos.
Recursos principais: recursos que a empresa precisa para criar valor. Podem ser recursos próprios, incorpóreos, recursos humanos e capital
disponível.
Atividades-chave: atividades fundamentais para a empresa funcionar adequadamente. Cada empresa pode desenvolver diferentes atividades tais
como a produção, desenvolvimento e investigação, logísticas, marketing e aprovisionamento.
Parcerias principais: fornecedores e parceiros fundamentais para que o negócio funcione eficientemente e para a empresa obter os recursos que
precisa.
Estrutura de custos: envolve custos fixos e variáveis. Algumas empresas focam o seu modelo de negócios direcionados pelo custo, minimizando
as suas atividades ao máximo e criando propostas de valor baixo.
Plano de Negócios
O Plano de Negócios (PN) é o documento escrito onde o empreendedor descreve, justifica e explica todo o projeto da nova empresa, incluindo as ações para
tornar a empresa viável e os fatores de risco. O PN é importante pois obriga o empreendedor a pensar de forma sistemática cada um dos elementos analisados.
O objetivo principal é que o empreendedor pense em todas as vertentes da nova empresa. Este plano também pode ser útil para outras empresas, novas ou que
pretendam expandir. O plano de negócios é importante para os financiadores e investidores procederem à análise dos fundamentos da nova empresa e da
evolução prevista do negócio.
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Formatação e apresentação do PN
A primeira impressão do leitor do PN advém da sua formatação e qualidade da apresentação, logo um plano mal formatado causa ideia de falta de profissionalismo.
Quem lê espera: aparência cuidada, dimensão, formatação, facilidade na leitura, legitimidade do promotor e empreendedor, orientação para o mercado, uso de
projeções realistas e credíveis, análise dos riscos potenciais.
Apresentação oral do PN
Esta deve ter uma duração de 15 a 20 minutos, regra geral. Deve-se ter um discurso mais eficaz através de uma apresentação visual bem concebida.
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