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Caldeira S

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Instituto Superior Politécnico Do Bengo

Departamento De Ciências Agrárias


Engenharia Em Tecnologia De Transformação Agroalimentar

Disciplina: Engenharia Alimentar II

Caldeiras

__________________________________________________________________
Grupo Único | Turma: BO-M1 | V Semestre | 3º Ano
Docente: Eng. Francisco Manuel Xavier
__________________________________________________________________

Caboxa | Bengo
2024-25
Caldeiras

Trabalho de investigação apresentado à


cadeira de Engenharia Alimentar II como
requisito para a primeira avaliação em grupo
do semestre.

Docente: Eng. Francisco Manuel Xavier

Caboxa | Bengo
2024-25
ÍNDICE

Objetivos............................................................................................................................................... 1
Introdução ............................................................................................................................................ 2
1. Generalidade Sobre as Caldeiras .............................................................................................. 3
1.1. Conceito de Caldeira ................................................................................................................. 3
1.2. Classificação das Caldeiras .................................................................................................... 3
1.2.1. Quanto à Finalidade............................................................................................................ 3
1.2.2. Quanto a Fonte de Aquecimento (Tiragem) ................................................................. 4
1.2.3. Quanto o Conteúdo nos Tubos ....................................................................................... 4
1.2.4. Quanto a Circulação da Água .......................................................................................... 5
1.2.5. Quanto a Transferência de Calor .................................................................................... 5
1.3. O Sistema de Gestão Ambiental e a Sua Implementação................................................ 5
1.4. Características da Água para o Uso em Caldeiras ............................................................ 7
1.5. Higienização da Caldeira .......................................................................................................... 7
1.5.1. Limpeza Alcalina ................................................................................................................. 7
1.5.2. Limpeza Ácida ...................................................................................................................... 8
1.5.3. Passivação ............................................................................................................................ 8
1.6. Importância das Caldeiras ....................................................................................................... 9
Conclusão .......................................................................................................................................... 10
Referências Bibliográficas............................................................................................................. 11
Objetivos

Objetivo Geral

 Apresentar uma abordagem sobre o funcionamento das caldeiras enfatizando


os benefícios que acarreta para as actividades industriais.

Objetivos Específicos

 Analisar a classificação das caldeiras baseado na sua natureza e utilizações


industriais;
 Identificar as especificações que tornam a água ideal para usar em caldeiras;
 Compreender a importância das caldeiras em diferentes sectores;

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Introdução

O uso de caldeiras em ambientes industriais onde se precisa aquecer líquidos


ou produzir vapor é muito comum. As caldeiras produzem vapor para alimentar
máquinas térmicas, autoclaves para esterilização de materiais diversos, cozimento de
alimentos e de outros produtos orgânicos, calefação ambiental e outras aplicações do
calor utilizando o vapor. O estudo apresentado neste trabalho gira em torno do
funcionamento das caldeiras, sua classificação e importância dentro das indústrias.
Elas representam um grande gasto de capital. Sua operação segura e eficaz é
frequentemente crítica para garantir lucratividade. Portanto, são essenciais os
treinamentos e o desenvolvimento dos operadores responsáveis por este
equipamento.

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1. Generalidade Sobre as Caldeiras

1.1. Conceito de Caldeira

Caldeira é um trocador de calor que, trabalhando com pressões superior a


pressão atmosférica produz vapor ou outro fluido aquecido, a partir de energia térmica
gerada por uma fonte qualquer. É constituída por diversos equipamentos integrados,
para permitir a obtenção do maior rendimento térmico possível e a maior segurança.
As caldeiras representam um grande gasto de capital pois sua operação segura e
eficaz é frequentemente crítica para garantir lucratividade.

Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor


sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-
se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo.
Caldeira não é apenas uma máquina que a qualquer problema signifique somente
uma parada para manutenção. Em muitas situações esta parada representa também
a paralisação da produção.

Dependendo do estado de conservação do equipamento, devido à má condição


de funcionamento, ou também falhas na verificação de seus sistemas de segurança,
e de um procedimento incorreto na operação, a caldeira pode explodir e destruir
parcial ou totalmente uma fábrica. Como consequência pode haver vítimas fatais,
interrupção da produção por tempo indeterminado com isto causando prejuízos
financeiros com indemnizações, reconstrução das instalações e aquisição de um novo
equipamento.

1.2. Classificação das Caldeiras

A classificação das caldeiras é ampla e complexa, obedecendo a preceitos que


se baseiam na sua finalidade, fonte de aquecimento, conteúdo nos tubos, circulação
da água, transferência de calor, tipo de fornalha, entre outras formas.

1.2.1. Quanto à Finalidade

 Caldeiras para usinas de força termoelétrica: são projectadas para


produzir vapor com alta pressão e temperatura, visando ao melhor
rendimento na geração de energia.

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 Caldeiras industriais: produzem vapor saturado ou levemente
superaquecido, empregado em aquecimento, evaporação e outros.
 Caldeiras combinadas: Utilizadas para as duas finalidades.

1.2.2. Quanto a Fonte de Aquecimento (Tiragem)

 Natural: O fluxo de gases é conseguido unicamente pela acção da chaminé


devido à diferença de densidades ao longo da mesma, provocada pela
diferença de temperatura entre os gases de combustão e o ar que entra.
 Mecânica forçada: O fluxo dos gases é obtido através da instalação de um
ventilador na linha de ar de combustão, forçando-o a entrar na câmara de
combustão. A pressão na câmara de combustão deste tipo de equipamento
normalmente é positiva.
 Mecânica induzida: O fluxo dos gases é obtido através da instalação de um
ventilador na saída de gases, induzindo, assim, os gases a percorrerem o
gerador de vapor.
 Mecânica balanceada: é instalado um ventilador de tiragem forçada que vence
as perdas de carga até a entrada da câmara de combustão, e outro de tiragem
induzida vence o restante das perdas de carga.

1.2.3. Quanto o Conteúdo nos Tubos

 Flamotubulares: os gases quentes da combustão circulam no interior de tubos


que atravessam o reservatório de água a ser aquecida para produzir vapor.
Apresentam ainda uma subclassificação em:
 Verticais: com os tubos colocados verticalmente num corpo
cilíndrico fechado nas extremidades por espelhos. A fornalha interna
fica no corpo cilíndrico logo abaixo do espelho inferior e os gases de
combustão sobem através dos tubos, aquecendo e vaporizando a
água que está em volta deles.
 Horizontais: são constituídas por um vaso de pressão cilíndrico
colocado na horizontal, com dois tampos planos (os espelhos) onde
ficam afixados os tubos da fornalha.
 Aquatubulares: a água a ser aquecida passa no interior de tubos que, por sua
vez, são envolvidos pelos gases de combustão. Esse tipo de caldeira tem mais
uso em projectos industriais, pois podem produzir grandes quantidades de

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vapor a elevadas temperatura, a produção de vapor neste tipo de caldeira
atinge até 750 ton/h.

1.2.4. Quanto a Circulação da Água

 Circulação natural: A circulação de água através dos elementos tubulares é


conseguida pela diferença de densidades.
 Circulação forçada: A circulação de água é conseguida pela instalação de
uma bomba no circuito. São normalmente caldeiras de alta pressão, onde a
circulação natural é reduzida devido a pequenas diferenças entre a densidade
do vapor saturado e do líquido saturado.

1.2.5. Quanto a Transferência de Calor

 De radiação: a superfície de superaquecimento fica exposta diretamente às


chamas.
 De convecção: é protegido da radiação pelos feixes de tubos da caldeira, e a
transferência de calor se dá apenas com os gases de combustão.
Algumas caldeiras posicionam o superaquecedor em um
encaminhamento dos gases de exaustão, que pode ser desviado
(by-pass). O desvio é feito por superfícies basculantes (damper),
que funcionam como uma válvula. Com isso pode-se variar o fluxo
de gases e, consequentemente, o fluxo de calor e o grau de
superaquecimento do vapor.

1.3. O Sistema de Gestão Ambiental e a Sua Implementação

Segundo a INPEB, existem sete principais causas que condicionam ou


interferem no funcionamento das caldeiras destacando o superaquecimento como a
principal causa, maior causador de explosão em caldeiras. Quando exposta à
temperaturas maiores que admissíveis pode vir ocorrer a redução da resistência do
aço, aumentando assim, o risco de explosão. Essas causas são:

 Seleção Inadequada do Aço na Fabricação das Caldeiras: no que diz


respeito a usos de aços com defeitos, prolongamento excessivo dos tubos,
queimadores mal posicionados, operação em marcha forçada e falta de água
nas regiões de transmissão de calor.

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 Choque Térmico: os choques térmicos ocorrem por causa da frequente
parada e recolocação em marcha de queimadores. Caldeiras que estão
expostas a este tipo de risco normalmente são as que possuem queimadores
que operam on-off, como também aquelas que possuem queimadores com
potência excessiva. Caldeiras como as do tipo fogo tubulares estão mais
suscetíveis ao choque térmico, especialmente as com câmara de reversão
traseira seca. Outro exemplo que podemos dar é quando a caldeira é
alimentada por água fria ou com entrada de água quente nas regiões frias.
 Defeitos de Mandrilagem e Juntas Soldadas: a mandrilagem é a operação
de expansão dos tubos juntos aos furos dos espelhos da caldeira, sendo
através da mandrilagem que os tubos ficam ancorados com a estanqueidade
devida. Porém, pode ocorrer com que esta estanqueidade fique comprometida,
caso no momento da operação haja corpos estranhos nas superfícies
(extremidades) dos tubos ou nas paredes. O processo de soldagem em
caldeiras pode ser aplicado em tubos, espelhos, tubulões e reforços. A falha
nas juntas soldadas aumentam o risco de explosão de caldeiras, pois
representam regiões de menor resistência do metal.
 Qualidade da Água: a qualidade da água de alimentação deve ser
cuidadosamente examinada, pois fontes com altas concentrações de sais
dissolvidos tendem a formação de incrustações sobre as superfícies de
aquecimento, ocasionando o superaquecimento destas regiões. Águas
internas de caldeiras que apresentam Dureza Total, excesso de Sílica e Sólidos
Totais Dissolvidos tendem a formar grandes placas isolantes nas paredes,
tubos e costados que conduziram a uma perda de eficiência da troca térmica e
fragilizando precocemente o aço carbono.
 Alterações na Estrutura Metalográfica do Aço: devido a alta produção de
vapor que uma caldeira pode realizar, ocorre a decomposição da água, que
provoca consequentemente o desprendimento de oxigênio e de hidrogênio.
Este H2 pode vir a reagir com o carbono, produzindo o gás metano que por sua
vez provoca o empolamento do aço.
 Corrosão: seja a corrosão interna, a oxidação generalizada do ferro, corrosão
galvânica, corrosão por aeração diferencial ou corrosão salina. A corrosão
avançada das caldeiras podem ocorrer também em pressões inferiores à PMTA

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(Pressão Máxima de Trabalho Admissível) e consequentemente tornar as
regiões do aço frágeis.
 Explosões Causadas por Aumento de Pressão: a causa pelo aumento de
pressão pode acontecer devido a uma série de fatores, uma das causadoras
pode ser as válvulas segurança não aferidas ou desreguladas, falha mecânica
da fabricação, falhas no sistema de combustão e instalação incorrepois.

1.4. Características da Água para o Uso em Caldeiras

Segundo o Buckman (1997), a água ideal para utilizar em caldeiras deve ter as
seguintes características:

 Menor quantidade possível de sais e óxidos dissolvidos;


 Ausência de oxigênio e outros gases dissolvidos;
 Isenta de materiais em suspensão;
 Ausência de materiais orgânicos;
 Temperatura elevada;
 pH adequado (faixa alcalina).

Para garantir que essas propriedades sejam garantidas, é necessário que se


faça uma análise da água que será levada ao tratamento para que seja então
selecionado os tratamentos necessários para a água de alimentação do gerador de
vapor.

1.5. Higienização da Caldeira

Segundo a NR-13 A limpeza de uma caldeira, também conhecida como


higienização de geradores de vapor, é realizada em três etapas: limpeza alcalina,
limpeza ácida e passivação. Tal processo demora alguns dias para ser totalmente
concluído, devendo ser feita apenas por profissionais competentes e habilitados para
a tarefa.

1.5.1. Limpeza Alcalina

A limpeza alcalina, também chamada de higienização alcalina, é realizada em


caldeiras novas, a fim de remover graxas, vernizes e óleos aplicados durante sua
montagem, além de depósitos de óxidos de ferro. Esta também pode ser realizada em
caldeiras usadas com o objetivo de facilitar a limpeza ácida, transformando os

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depósitos existentes em porosos e carbonatados com o auxílio de Na 2CO3 (barrilha).
Este quando aquecido, retira todo o material oleoso residual do equipamento. As
substâncias mais utilizadas durante esta etapa da limpeza são barrilha, dispersantes,
soda cáustica, fosfatos e complexantes. Assim, durante a limpeza de caldeiras em
sua etapa alcalina, acontecem os seguintes processos:

 Emulsificação de óleos e graxas minerais;


 Complexação e dispersão dos depósitos de pouca aderência.
 Saponificação de óleos e graxas, animais ou vegetais;
 Condicionamento de depósitos.

1.5.2. Limpeza Ácida

Esta etapa da limpeza de caldeiras é considerada a mais difícil, pois objetiva a


retirada de depósitos que a limpeza alcalina não é capaz de realizar. Tal remoção
pode ser realizada através do deslocamento do depósito ou por solubilização.
Diferentes ácidos orgânicos e inorgânicos podem ser usados em uma limpeza alcalina
de acordo com a natureza química do depósito, como o ácido cítrico é utilizado na
remoção de óxidos de ferro, por exemplo.

Após a remoção dos depósitos, inibidores de corrosão são adicionados às


soluções de ácidos, pois estes podem acabar corroendo vários tipos de aço presentes
nas caldeiras. Assim, o inibidor de corrosão dietiltioureia é usado junto ao ácido
clorídrico ou muriático, por exemplo.

1.5.3. Passivação

A última parte do processo de limpeza de caldeiras é a passivação. Deve ser


iniciada imediatamente após o fim da higienização ácida para não haver exposição do
metal. Durante este processo, uma camada de magnetita (Fe 3O4) é aplicada sobre a
superfície de proteção no interior dos tubos, a fim de retirar os óxidos de ferros que
foram acumulados durante a segunda etapa da limpeza. Para que ocorra a oxidação,
é necessário haver o aumento de acidez com o auxílio do hidróxido de amônio
(NH4OH) e do nitrito de sódio (NaNO2).

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1.6. Importância das Caldeiras

As caldeiras são equipamentos essenciais em muitos sectores, usados para


gerar calor ou vapor e estas possuiem fins industriais e residenciais. A nível industrial,
as caldeiras são fundamentais para a geração de energia, processamento de
alimentos, produção química, entre outros. O vapor gerado pode ser utilizado para
aquecimento, movimentação, limpeza e esterilização.

Por outro lado, no uso residencial, elas são utilizadas para aquecimento central
e fornecimento de água quente. As caldeiras são equipamentos eficientes e
produtivos, mas é importante manter o tratamento adequado da água para garantir a
vida útil prolongada do equipamento, reduzir custos operacionais e cumprir as
regulamentações. Para garantir a segurança e sustentabilidade das operações, é
essencial adotar tecnologias avançadas e práticas de segurança rigorosas.

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Conclusão

No decorrer deste estudo foi possível compreender a imensidão da caldeira


enquanto ferramenta presente no processo produtivo das indústrias. A eficiência
energética que elas proporcionam gerando vapor que é utilizado em processos como
aquecimento e limpeza são essenciais para o funcionamento da indústria como tal.
Ao considerar esses factos, enquanto engenheiros, devemos olhar também para o
impacto ambiental das emissões de gases poluentes, o que nos submete à escolha
de tecnologias mais limpas.

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Referências Bibliográficas

Apostila de Caldeiras. Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade de


Caxias do Sul, 2002. 36p. Disponível em: <http:/Awww
.segurancaetrabalho.com.br/download/caldeiras-apostila.pdf>. Acesso em: 31 de
Outubro de 2024

BUCKMAN. A importância do tratamento da água de caldeira para gerar


eficiência. Disponível em: https://multiagua.com.br/solucoes-industriais/geracao-de-
vapor/a-importancia-do-tratamento-da-agua-de-caldeira-para-gerar-eficiencia/.
Acesso em 30 de Outubro de 2024

Como funciona a limpeza de caldeiras e sua importância…disponível em:


https://www.secamaq.com.br/como-funciona-a-limpeza-de-caldeiras/. Acesso em: 30
de Outubro de 2024.

INPEB. AS Principais Causas de Explosão em Caldeiras, risco de explosão de


uma caldeira pode vir ocorrer quando aço … queimadores mal posicionados,
incrustações, operação em marcha … disponível em: blog.inbep.com.br/7-
principais-causas-explosao-caldeiras. Acesso em: 30 Outubro de 2024

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