Psicologia Cognitiva
Psicologia Cognitiva
Psicologia Cognitiva
Psicologia Cognitiva
Psicologia Cognitiva:
Estudo do comportamento de conhecer;
Estudo científico da actividade mental;
Estudo de todos os processos através dos quais “ um input sensorial é transformado, reduzido,
elaborado, armazenado, recuperado e usado.”;
Estudo dos mecanismos internos que produzem comportamentos (a partir do comportamento
humano devemos inferir os mecanismos internos) → mecanismos internos ↔
comportamentos;
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Perceção, Atenção e Memória
Susana Monteiro 2017/2018
Tal como os sistemas, o homem adquire, armazena, recupera, transforma e produz informação para
realizar uma atividade inteligente
Processamento da Informação
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Perceção, Atenção e Memória
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Sternberg (1966):
Recapitulação
Manutenção
Manutenção
Bottom- Up (Ascendente): Top Down (Descendente):
(Guiado pelos dados) (Guiado Conceptualmente)
Afetados pelo estímulo input Afetados pelos contributos do indivíduo
(Pistas ambientais) (Expectativas)
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Perceção, Atenção e Memória
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Representação da Informação
Representação em psicologia cognitiva:
Sistemas de representação
O domínio modelador representa o domínio alvo o domínio modelador capta a informação domínio
alvo o domínio modelador não representa todos os aspetos da estrutura do domínio alvo
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Perceção, Atenção e Memória
Susana Monteiro 2017/2018
Natureza da representação:
A mente como um sistema simbólico, contém e manipula representações simbólicas e influência a
metáfora computacional
Propriedades dos sistemas simbólicos:
As estruturas de símbolos são sobre objetos
Envolvem um conjunto básico de símbolos que podem ser
combinado para formar estruturas simbólicas maiores
Contêm processos que operam nas estruturas simbólicas para
produzirem novas estruturas simbólicas
Modelos Conexistas:
Conceitos representados por padrão de
activação distribuído por várias unidades de
saída
Padrão de activação depende da resposta das
unidades de entrada e do peso das conexões
(excitatórias e inibitórias)
Aprendizagem das associações entre inputs e
outputs por “autoprogramação” (propagação
retroactiva do sinal de erro; sem regras
explícitas!), que permite modificar os pesos
das ligações entre unidades
O caso particular das imagens mentais
Representações analógicas: Preserva as propriedades espaciais e sensoriais do estímulo
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Perceção, Atenção e Memória
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Atenção
Limitações de processamento e selecção de informação
Atenção: Processo através do qual nos focamos/concentramos em determinadas características do
ambiente, ou em certos pensamentos ou actividades.
Atenção dividida
Capacidade de dividir a atenção por mais do que uma coisa simultaneamente.
Perceber se este processamento é realizado automaticamente
Atenção Selectiva
Capacidade para discriminar mensagens (Cherry, 1953)
Modelo de Filtro de Broadbent, 1958: Sistema de canal único com capacidade limitada de
transmissão de informação. Necessidade de filtro que selecione a informação.
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Perceção, Atenção e Memória
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Armazém Filtro
sensorial Seletivo Detetor MCP
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Perceção, Atenção e Memória
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Treisman (1960):
Instruções para selecionar apenas a informação de um canal,
neste caso OD
A atenção muda de canal, pois não permaneceu no canal
atendido
Resultados: A atenção muda de canal, pois não permaneceu
no canal atendido
Conclusão: informação do canal não atendido passa o filtro
se houver uma relação entre o significado da informação
atendida e não atendida. A atenção muda de canal para canal
com base no significado da informação.
Treisman (1964):
É difícil apenas nos focarmos na mensagem atendida quando
no canal não atendido a mesma voz fala do mesmo assunto
que a mensagem atendida.
A capacidade de seleção (shadow) da mensagem atendida é
afetada pelo conteúdo da mensagem não atendida
Resultados: Alteração do canal atendido
Conclusão: as diferenças no conteúdo semântico das
mensagens podem ser usadas para auxiliar a seleção , mas
são menos eficazes do que as diferenças físicas. O filtro
atencional não pode operar estritamente com base nas
características físicas
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Perceção, Atenção e Memória
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Atenção consciente o sinal com mais importância entra na consciência desde que esteja acima do
nível de ativação do indivíduo
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Perceção, Atenção e Memória
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Teorias de filtro originais: Um único canal de processamento, com uma limitação estrutural - um
“estreitamento” selectivo no processamento resultante da necessidade de passar de processamento
em paralelo para processamento serial → Combinação de tarefas só pode ser conseguida por
mudança rápida do filtro
Teorias do filtro originais & Teorias de capacidade/ recursos: Processador único de objectivo
geral e capacidade limitada. Os recursos ou capacidade atencional que limitam o sistema são de
“objectivo geral” → Tarefas que requerem atenção vão depender do mesmo recurso ou competir pelo
mesmo filtro!
Atenção dividida:
Capacidade para dividir a atenção por mais do que uma coisa simultaneamente
Paradigma da Tarefa Dupla compreender as limitações e natureza do sistema de
processamento
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Perceção, Atenção e Memória
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+ dificil + fácil
Tarefas semelhantes Tarefas diferentes
Tarefas difíceis Tarefas simples
Ambas requerem atenção consciente Pelo menos uma delas é inconsciente
Tarefas com prática
Efeito da Prática
Paradigma da Tarefa Dupla (Spelke, Hirst & Neisser, 1976):
Difícil ler uma história e fazer um ditado ao mesmo tempo
Quanto mais prática temos com as tarefas (automatização) mais fácil será a sua realização em
comum com uma outra
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Perceção, Atenção e Memória
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Perceção, Atenção e Memória
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Atenção Visual
Cena global vs. Detalhe da cena
Cena global Vs. Cenas de detalhe
Capacidade para considerar uma cena global
Capacidade para descrever o significado de uma imagem
Capacidade para retirar informação de uma cena
Necessidade de focalizar atenção para obtenção de detalhe
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Cena global
Li et al., 2002:
Capacidade para rapidamente considerar uma cena global
Consciência de quase todas as características do ambiente
Posner, 1978:
Procedimento pré-primação
Apresentação de uma pista visual para onde dirigir a atenção
TR detecção presença de estímulo: pista informativa > pista não informativa ou sem pista
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Perceção, Atenção e Memória
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Perceção
Perceção:
Forma como codificamos a informação dos sentidos
Processo de reconhecimento, organização e interpretação da informação
Ilusões perceptivas
A visão é diferente da perceção visual, bem como a perceção é diferente da realidade. A este fenómeno
damos o nome de ilusões percetivas pois percecionamos o que não está lá e o que pode não ser. Assim o
processo passivo é o que recebemos, e o processo ativo é a forma como organizamos a informação.
Adaptação sensorial
Quando os recetores sensoriais modificam a sensibilidade ao estímulo
Os sentidos respondem à mudança
Estimulação constante conduz a menor sensibilidade
Constância Percetiva
O objeto permanece apesar da sensação de que o objeto muda
Perceção da profundidade
Capacidade para ver o mundo a 3 dimensões e detetar a distância
A visão tem apenas 2 dimensões, mas a perceção é a 3 dimensões
A informação tem de ser interpretada para percecionarmos a profundidade, porém nem sempre a
interpretação é correta o que leva a ilusões
Algumas pistas monoculares de profundidade:
o Tamanho relativo: é mais pequeno porque está mais longe
o Interposição: itens ocultos estão mais distantes, pois um outro que se interpõem entre ele
parece mais próximo
o Gradiente de textura: itens com menos grão estão mais longe
o Perspetiva linear: linhas paralelas convergem à distância
o Perspetiva atmosférica: quando estão mais distantes, itens parecem mais desfocados
o Paralax de movimento: objetos parecem mover-se quando é o próprio observador que se
move, parecendo assim mais pequenos
Pistas binoculares de profundidade
o Convergência binocular: olhos convergem à medida que um objeto se aproxima
o Disparidade binocular: cada olho vê um ângulo ligeiramente diferente do objeto
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Perceção de objectos
Existe um paradoxo na perceção de objetos pois é uma consciência visual espontânea e sem esforço
baseada num processo complexo.
É necessário reconhecer padrões familiares com precisão e rapidez, operando também com objetos não
familiares.
Através da perceção deve-se identificar objetos que estejam parcialmente escondidos e realizar este
procedimento de forma rápida e sem esforço.
A perspetiva de Gestalt
O todo é mais do que a soma das suas partes.
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Pressupostos Teóricos
Processo ascendente: guiado pelos dados que vai desde a informação inicial até ao reconhecimento
visual de objetos (identificação dos mesmos) processos autónomos e fora do controlo consciente
Processo descendente: guiado concetualmente (pelo conhecimento) que vai desde o reconhecimento
visual os objetos até à informação inicia processos automáticos e influência da probabilidade dos
objetos num determinado contexto top-down
Apesar de terem diferentes tamanhos, cores, formas, etc. são reconhecidos como membros da mesma
categoria
Reconhecimento (categorização menos específica e num nível mais básico) Vs. Identificação
(categorização mais específica e num nível sub-ordenado)
Por exemplo: um cão vs. o cão do meu vizinho / uma cadeira vs. a cadeira do realizador
Teorias da Perceção
Teorias da Perceção Direta
Aquisição direta de informação do ambiente
Perceção decorre do estímulo no ambiente
Processamento ascendente, ou seja, bottom-up
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Teoria de template
Teoria de reconhecimento de padrões
Reconhecimento feito por comparação do estímulo com múltiplos Templates (padrões)
armazenados em memória até que seja encontrada uma correspondência
Pode ser óbvia essa correspondência mas pode também existir correspondências imperfeitas pois
não depende da flexibilidade no sistema de reconhecimento de padrões
Teoria de protótipo
Reconhecimento feito por correspondência do estímulo com padrão mental abstrato, conhecido
como protótipo
Templates flexíveis pois há uma abstração das características comuns de diversas instâncias de
um objeto criando assim uma representação do que é que ele pode ser
Nenhuma correspondência será perfeita
Franks & Bransford: são apresentados objetos baseados em protótipos mas os protótipos não são
apresentados
Solso & McCarthy: são expostas diversas faces derivadas/semelhantes dos protótipos, e o
objetivo é os participantes reconhecerem as faces antigas, as novas e o protótipo
Teoria de características
Reconhecimento feito com base num pequeno número de características (features)
Os neurónios que respondem a características especificas são denominados por detetores de
caraterísticas (feature detectors)
Navon: nivel global vs. nível local mais facilmente se identificam características globais que
locais
Modelo pandemonio (Selfridge): reconhecimento visual de palavras
Modelo de redede carateísticas (Rumelhart & McCelland): ativação interativa, mecanismos
ascendentes e descendentes tendo por base a interação de camadas de nível básico e elevado
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Perceção, Atenção e Memória
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Imagem na retina
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Perceção, Atenção e Memória
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Etapas finais
Representação 2,5D
A partir do esboço primário completo origina-se as primitivas, que são elementos básicos (cones
ou cilindros generalizados)
O esboço primário dos contornos do objeto é dividido em regiões de forte concavidade
As seções côncavas e convexas são usadas para dividir o esboço em regiões mais pequenas,
conhecido como processo de segmentação
Cada uma das regiões é representada por um cilindro generalizado
As primitivas é a superfície criada por uma secção de forma constante mas de tamanho variável
ao longo do eixo
Representação 3D
Relação entre primitivas, onde se identificam e relacionam os componentes e discriminam os
objetos entre si
Funções dos eixos e alongamento dos componentes
Como podem as relações de componentes ser especificadas de modo a capturar a forma dos objetos em
3D? Como se passa de uma imagem dependente da posição do objeto e do ponto de vista do observador
para o reconhecimento centrado no objeto?
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Então como resolvemos? Temos de transformar a perceção que depende do ponto de vista do
observador em algo que está centrado no objeto, ou seja, descrições estruturais centradas no objeto.
Princípio do quadro ou eixos de referência: a descrição da estrutura interna do objeto relativamente aos
eixos será a mesma (invariante) independentemente da orientação do objeto.
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Memória
Memória:
Organização das ideias e de acontecimentos do passado (Gleitman et al.)
Informação armazenada na nossa memória
Recapitulação
Informação a Manutenção Informação a
que não é Manutenção pode ser
dada tanta Informação perdida com
atenção é que não é o tempo
Memória Icónica (MS): perdida recapitulada
é perdida
Grande capacidade
Curta duração (fracções de segundos)
Representação: propriedades perceptivas
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Balanço:
Tarefa secundária prejudica tarefa primária
Tarefa secundária não impossibilita tarefa primária, e por vezes o desempenho mantém-se bom
MCP é composta por componente separados
Efeito de recência em recordação imediata, relacionada com a MCP
Efeito de primazia relacionada com a MLP
Tarefas distrativas afetam a MCP, e não a MLP
A MLP é um processo com múltiplos sistemas de interação pois existem diferentes tipos de informação
e diferentes processos de codificação e armazenamento
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Efeito de Relação nas Respostas Falsas: Respostas falsas são mais lentas quando exemplar e
a categoria estão relacionados ou são semelhantes
Efeito de Tipicidade: Instâncias mais típicas são verificadas rapidamente
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Teoria da Interferência
Causa do esquecimento:
Desaprendizagem:
o Competição de aprendizagens semelhantes
o Dificuldade em localizar item em memória
Interferência Retroactiva: Interferência de novas aprendizagens na recuperação de
aprendizagens anteriores
Interferência Proactiva: Interferência de aprendizagens anteriores na aquisição de novas
aprendizagens
Esquecimento:
É provável que as memórias flashbulb (apesar de não serem exactas) sejam mais exactas do
que as memórias para acontecimentos inconsequentes ou vulgares, porque:
o contêm grande número de detalhes e estão associadas a uma forte resposta emocional,
produzindo memórias muito vivas.
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