Psicologia Cognitiva

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Susana Monteiro 2017/2018

Psicologia Cognitiva
Psicologia Cognitiva:
 Estudo do comportamento de conhecer;
 Estudo científico da actividade mental;
 Estudo de todos os processos através dos quais “ um input sensorial é transformado, reduzido,
elaborado, armazenado, recuperado e usado.”;
 Estudo dos mecanismos internos que produzem comportamentos (a partir do comportamento
humano devemos inferir os mecanismos internos) → mecanismos internos ↔
comportamentos;

Pressupostos básicos: Processos através dos quais padrões e objetos são


Reconhecidos/Atendidos/Memorizados e imaginados/Linguisticamente elaborados.

Pressupostos elevados: Processos que dependem do input dos processos básicos e


que envolvem comportamentos complexos de Resolução de problemas e tomadas de
decisão.

Pressupostos comummente assumidos:


 Capacidades cognitivas podem ser separadas, pelo que uma capacidade pode ser estudada
isoladamente → estas são muito bem organizadas pelo que nos dá possibilidade de as estudar
separadamente → não impede que estabeleçam relações;
 Capacidades cognitivas são consideradas de modo relativamente autónomo de capacidades
não-cognitivas → estudar as capacidades cognitivas sem influência das não-cognitivas
(emoções) mas tendo em conta que elas têm uma relação → não ter em conta as variáveis
 Tende a focar-se no individuo e no seu ambiente natural, com menor ênfase no papel da
cultura e da sociedade → as diferenças culturais afetam os comportamentos e o contexto
influência o funcionamento cognitivo, mas não é isto que interessa
 Toma o individuo adulto como conhecedor típico, ignorando as diferenças individuais →
baseia-se em casos típicos, pois a maior parte das pessoas têm os mesmos mecanismos.

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Perceção, Atenção e Memória
Susana Monteiro 2017/2018

A perspectiva da informação e noção de representação


Processamento da informação
A ciência dos computadores e a Metáfora Computacional:

Processamento de informação humano ↔ Computadores

Mente enquanto sistema geral de processamento simbólico

Tal como os sistemas, o homem adquire, armazena, recupera, transforma e produz informação para
realizar uma atividade inteligente

Constructos Internos da Psicologia Cognitiva:

Processamento da Informação

Processos Cognitivos - Operações e


Representações - Estruturas Cognitivas
Computações Mentais
Conteúdo e formato das representações
Processos subjacentes e etapas de mentais
através dos quais a informação é processada

Pressupostos do Paradigma de Processamento de Informação:

 A mente (através da quais interagimos com o mundo externo) é um sistema geral de


processamento simbólico;
 Os símbolos sofrem processos que os transformam noutros símbolos;
 A pesquisa psicológica prevê especificar os processos simbólicos e as representações
subjacentes ao desempenho de qualquer tarefa psicológica
 A mente é um processador de capacidade limitada;
 Os processos cognitivos demoram tempo (TR);
 O sistema de símbolos depende de um substrato neurológico mas não é totalmente constrangido
por ele.

A maioria destes pressupostos derivam da metáfora computacional  limitações de processamento


e seleção de informação  quando se realizam diversas atividades ao mesmo tempo uma delas sai
prejudicada

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Perceção, Atenção e Memória
Susana Monteiro 2017/2018

As representações e processos mentais não são diretamnete observáveis.

Fortemente guiada por teorias. Uma psicologia de modelos.

Teoria: pretende reduzir os comportamentos complexos a um conjunto limitado de


princípios que expliquem porque certos fenómenos ocorrem em algumas circunstâncias
mas não noutras.

Modelo: pretende especificar a relação entre o constructo teórico e o comportamento


a explicar.

Sternberg (1966):

 Memorizar conjunto de dígitos;


 Teste de memória: questiona se um dígito estava presente na sequencia:
 Medida da latência de resposta: Relação linear entre dimensão do conjunto em memória e o
tempo de resposta.

Codificação Comparação Decisão Resposta


do estímulo com cada
teste dígito em
Memória

 Proposta em termos de estádios de processamento de informação  Carácter


simbólico do processamento da informação;
 Semelhante ao processamento de um computador;
 Medida do tempo de resposta (pressuposto de que o processamento de
informação ocorre em estádios separados e que consomem tempo)

Atkinson & Shiffrin (1968):

Input Memória Memória Memória


Sensorial Sensorial Atenção a Curto Codificação a Longo
Prazo Prazo

Recapitulação
Manutenção
Manutenção
Bottom- Up (Ascendente): Top Down (Descendente):
(Guiado pelos dados) (Guiado Conceptualmente)
Afetados pelo estímulo input Afetados pelos contributos do indivíduo
(Pistas ambientais) (Expectativas)

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Perceção, Atenção e Memória
Susana Monteiro 2017/2018

Representação da Informação
Representação em psicologia cognitiva:

 A propriedade da mente sor acerca de algo: ideia mental de algo


 As características da mente ou do cérebro são sobre aldo no mundo. Os processos mentais
representam algo no ambiente ou estados possíveis das coisas
 A Psicologia Cognitiva foca-se simultaneamente sobre o que é representado (o mundo) e o que
faz essa representação (a mente)

Sistemas de representação

Condições de um sistema de representação:


 Domínio alvo: o que vou representar
 Domínio modelador: código
 Correspondência sistemática entre a estrutura relevante no domínio modelador e a estrutura
relavante no domínio alvo

O domínio modelador representa o domínio alvo  o domínio modelador capta a informação domínio
alvo  o domínio modelador não representa todos os aspetos da estrutura do domínio alvo

É a relação sistemática entre dois domínios que determina a natureza da representação:


 As características individuais de cada domínio são irrelevantes para a correspondência que
constitui representação num sistema de representação
 Representação não pode ser equacionada com a aparência de um domínio modelador ou com as
suas características individuais

Questão de relação ambiente-mente-cérebro:


 O cérebro tem capacidade para representar o ambiente
 Nem todos os aspetos da estrutura do ambiente são representados
 A estrutura neuronal que realiza a representação não se assemelha em nada À estrutura do
ambiente a ser representada
 Nem todos os aspetos da estrutura do cérebro são relevantes na representação
 A estrutura do cérebro é capaz de estabelecer relações sistemáticas entre subconjuntos da sua
estrutura e subconjuntos da estrutura do ambiente

Questão de relação ambiente-mente-cérebro


 O objetivo da mente é representar o cérebro enquanto sistema de processamento de informação
 Os constructos cognitivos não existem literalmente no cérebro
 Os constructos cognitivos não se assemelham em nada à estrutura neuronal do cérebro

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Perceção, Atenção e Memória
Susana Monteiro 2017/2018

Natureza da representação:
A mente como um sistema simbólico, contém e manipula representações simbólicas e influência a
metáfora computacional
Propriedades dos sistemas simbólicos:
 As estruturas de símbolos são sobre objetos
 Envolvem um conjunto básico de símbolos que podem ser
combinado para formar estruturas simbólicas maiores
 Contêm processos que operam nas estruturas simbólicas para
produzirem novas estruturas simbólicas

As redes semânticas (Collins & Loftus, 1975)


 Conceitos representados por nódulos
 Relações entre conceitos representadas por associações
 Um conceito é ativado por ativação de outros, tendo por base
as associações
 Adição ou alteração de associações

A mente como sistema de processamento distribuído em paralelo, conexionista


Representação distribuída por unidades de processamento organizadas em camadas: Os
conceitos são padrões de activação na rede
Informação processada em paralelo
Influência das redes neuronais
Não usam símbolos explícitos para representar conceitos, nem regras
Os conceitos são padrões de activação numa rede de representações distribuídas

Modelos Conexistas:
 Conceitos representados por padrão de
activação distribuído por várias unidades de
saída
 Padrão de activação depende da resposta das
unidades de entrada e do peso das conexões
(excitatórias e inibitórias)
 Aprendizagem das associações entre inputs e
outputs por “autoprogramação” (propagação
retroactiva do sinal de erro; sem regras
explícitas!), que permite modificar os pesos
das ligações entre unidades
O caso particular das imagens mentais
Representações analógicas: Preserva as propriedades espaciais e sensoriais do estímulo

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Perceção, Atenção e Memória
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Atenção
Limitações de processamento e selecção de informação
Atenção: Processo através do qual nos focamos/concentramos em determinadas características do
ambiente, ou em certos pensamentos ou actividades.

 Compreende um conjunto de fenómenos psicológicos distintos


 Caracterizada por uma capacidade limitada para processar informação
 A alocação da atenção pode ser intencionalmente controlada
Atenção selectiva
Informação que atinge os recetores sensoriais > Informação processada em termos de
significado e compreendida. Não podemos prestar atenção.
Estudar e modelar a atenção ajuda a compreender como é que determinada informação é
seleccionada para ser processada a todos os estímulos do ambiente!

Atenção dividida
Capacidade de dividir a atenção por mais do que uma coisa simultaneamente.
Perceber se este processamento é realizado automaticamente

Atenção Selectiva
Capacidade para discriminar mensagens (Cherry, 1953)

 Apresentação de duas mensagens misturadas, a ambos os


ouvidos
 Repetir uma das mensagens (palavra por palavra ou frase por
frase) Separar uma das mensagens
 Resultados: Poucas transposições entre mensagens
 Conclusão: Capacidade para separar mensagens

Se prestarmos atenção a uma mensagem é difícil ou impossível


considerar a informação de outra mensagem apresentada
simultaneamente.

Paradigma da escuta dicótica Fenómeno Cocktail Party


Tarefa: prestar atenção a uma de duas mensagens Capacidade para prestar atenção a uma
apresentadas simultaneamente mensagem e ignorar todas as restantes
Resultados: É possível focarmo-nos numa
mensagem, mas pouca informação é obtida a
partir da outra mensagem
Conclusão: Dificuldade em atender
simultaneamente a 2 estímulos da mesma
modalidade
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Perceção, Atenção e Memória
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Shadowing (Cherry, 1953):


 Apresentação de duas mensagens diferentes, uma a cada ouvido
 Repetir em voz alta uma das mensagens (Shadowing) Rejeitar
uma das mensagens (a não atendida)
 Resultados: Poucos erros na repetição da mensagem atendida &
Ausência de conhecimento do conteúdo da mensagem não atendida
 Conclusão: O processo de reconhecimento pode concentrar-se
numa mensagem

Técnica Varrimento Dividido (Broadbent, 1954):


 Recordar correctamente as letras
o Livremente: Recordação por canal (MRW, HSP)
o Por ordem de apresentação: Recordação par a par (MH, RS,
WP)
o Sequências correctas: por canal (65%) > por item de
apresentação (20%)
 Resultados: Não conseguimos atender aos dois canais, e é difícil
mudar a atenção de um canal para o outro. Atendemos apenas a um
canal e esperamos apanhar alguns traços da mensagem apresentada
ao canal não atendido.

Modelo de Filtro de Broadbent, 1958: Sistema de canal único com capacidade limitada de
transmissão de informação. Necessidade de filtro que selecione a informação.

Modelo de Filtro de Canal Único Modelo de Seleção Precoce


 Apenas um canal pode ser atendido de cada vez  O filtro opera antes da informação ser
 A informação do canal não atendido é filtrada mas o analisada para determinação do
seu significado não é processado, logo não é significado (ao nível das características
compreendido físicas).
 Apenas há consciência de características físicas
básicas da informação não atendida (por exemplo o
tom de voz)

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Perceção, Atenção e Memória
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Armazém Filtro
sensorial Seletivo Detetor MCP

Mantém a Identifica a Determina


informação mensagem características elevadas
sensorial por breves atendida com da mensagem (como o
base em
instantes e seu significado) e envia
características
transfere-a para o físicas e envia-a para o sistema de
filtro atencional apenas a ela para memória a informação
o detetor analisada

Desafios ao modelo de filtro


Escuta Dicótica com shadowing (Moray, 1959):

 Atender à informação que vai ser num dos canais e rejeitar a


informação do outro canal
 No canal não atendido é pronunciado o nosso nome e nós
temos consciência disso
 Resultados: o nome próprio passou o filtro atencional
 Conclusão: informação apresentada no canal não atendido é
suficientemente processada para permitir alguma consciência do seu significado. Há algum
processamento semântico em paralelo antes da identificação consciente. O filtro não pode ter
como base sempre as características físicas

Gray & Wedderburn (1960):

 Pedir para focar apenas um ouvido (neste caso OE)


 Os participantes respondem Querida Tia Joana
 Resultados: A atenção saltou para a mensagem supostamente
não-atendida pois a informação completa-se
 Conclusão: A atenção teve em conta o significado da
mensagem supostamente não atendida, o que nos ajuda a
concluir que não está sempre focada no mesmo canal

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Perceção, Atenção e Memória
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Treisman (1960):
 Instruções para selecionar apenas a informação de um canal,
neste caso OD
 A atenção muda de canal, pois não permaneceu no canal
atendido
 Resultados: A atenção muda de canal, pois não permaneceu
no canal atendido
 Conclusão: informação do canal não atendido passa o filtro
se houver uma relação entre o significado da informação
atendida e não atendida. A atenção muda de canal para canal
com base no significado da informação.

Treisman (1964):
 É difícil apenas nos focarmos na mensagem atendida quando
no canal não atendido a mesma voz fala do mesmo assunto
que a mensagem atendida.
 A capacidade de seleção (shadow) da mensagem atendida é
afetada pelo conteúdo da mensagem não atendida
 Resultados: Alteração do canal atendido
 Conclusão: as diferenças no conteúdo semântico das
mensagens podem ser usadas para auxiliar a seleção , mas
são menos eficazes do que as diferenças físicas. O filtro
atencional não pode operar estritamente com base nas
características físicas

Teoria da Atenuação de Treisman (1964)


Teoria da Atenuação
 A seleção ocorre em duas etapas

Filtro Atenuador Filtro Análise Dicionário


 Identifica mensagens atendidas e não atendidas  Mensagem é analisada por unidades de dicionário, e
com base em características físicas, língua e envia para o sistema de memória a mensagem
significado, e diminui a força da mensagem não analisada
atendida  Permite detetar palavras mas dependendo da força da
 Mensagem não atendida é atenuada mensagem
 Ambas as mensagens são enviadas  O limiar de ativação depende da familiaridade com a
 ≠Broadbent palavra, por exemplo Inês para mim tem um linear de
ativação baixo, mas Margarida já é maior

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Perceção, Atenção e Memória
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Modelo de selecção precoce (early-selection model) ou de selecção intermédia (intermediate-


selection model):
 Selecção precoce: mensagem atendida pode ser separada cedo na sequência de
processamento
 Selecção intermédia: selecção adicional pode ocorrer posteriormente
Armazém Filtro Filtro de análise
sensorial Seletivo Dicionário MCP

 Identifica a mensagem atendida Mensagem é analisada por


com base em características unidades de dicionário (palavras
 Mensagem não atendida é com diferentes limiares de
atenuada activação)  envia para a
 Ambas as mensagens são enviadas
memória a informação analisada

Teoria da Selecção Tardia de Deutsch & Deutsch (1963)


A seleção para a atenção consciente ocorre após o input sensorial ter sido analisado inconscientemente
para o significado.

Análise semântica inconsciente  todas as mensagens são analisadas

Atenção consciente  o sinal com mais importância entra na consciência desde que esteja acima do
nível de ativação do indivíduo

Armazém Análise Atenção


Semântica MCP
sensorial Consciente
Inconsciente

 Todas as mensagens são semanticamente analisadas


 É o sinal com maior importância que entra na
consciência

MacKay (1973), reforça a Teoria da Seleção Tardia.


 Selecionar entre um par de frases qual se aproxima mais, em
significado, da frase ouvida
 O significado da palavra enviesadora afeta as escolhas dos
participantes
 Processamento de duas mensagens
 Resultados: Palavra altera o sentido da frase
 Conclusão: a informação do canal não atendido é processada ao nível do significado

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Perceção, Atenção e Memória
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Abordagem da dependência da Tarefa (Lavie)


 A informação que é processada durante uma tarefa de atenção seletiva depende da natureza da
tarefa
 A sobrecarga (quantidade de recursos cognitivos utilizados) imposta pela tarefa é uma das
variáveis
 Seleção precoce  tarefas de grande sobrecarga – mensagem atendida é processada, e
mensagem não atendida não é processada
 Seleção tardia  tarefas de baixa sobrecarga – mensagem atendida e não atendida são
processadas

Atenção dividida e automatizada


A dificuldade em realizar duas tarefas simultaneamente

Teorias de filtro originais: Um único canal de processamento, com uma limitação estrutural - um
“estreitamento” selectivo no processamento resultante da necessidade de passar de processamento
em paralelo para processamento serial → Combinação de tarefas só pode ser conseguida por
mudança rápida do filtro

Teorias de capacidade/ recursos: O “estreitamento” não resulta da estrutura do sistema de


processamento, mas sim deste ter capacidade limitada → Capacidade pode ser alocada a uma única
tarefa, ou pode ser partilhada entre tarefas de acordo com as prioridades

Teorias do filtro originais & Teorias de capacidade/ recursos: Processador único de objectivo
geral e capacidade limitada. Os recursos ou capacidade atencional que limitam o sistema são de
“objectivo geral” → Tarefas que requerem atenção vão depender do mesmo recurso ou competir pelo
mesmo filtro!

Dificuldade em realizar duas tarefas simultaneamente  Os recursos ou capacidade atencional que


limitam o sistema são de objetivo geral  tarefas que requerem atenção vão depender do mesmo
recurso ou competir pelo mesmo filtro

Tarefas não podem competir ao mesmo tempo pelo mesmo recurso

Atenção dividida:

 Capacidade para dividir a atenção por mais do que uma coisa simultaneamente
 Paradigma da Tarefa Dupla  compreender as limitações e natureza do sistema de
processamento

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Perceção, Atenção e Memória
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Fatores que determinam a capacidade para dividir a atenção:


 Tipo de tarefa
 Dificuldade da tarefa
 Prática e automatização
 Quantidade de informação que requer exigências de processamento

+ dificil + fácil
Tarefas semelhantes Tarefas diferentes
Tarefas difíceis Tarefas simples
Ambas requerem atenção consciente Pelo menos uma delas é inconsciente
Tarefas com prática

Efeito da Prática
Paradigma da Tarefa Dupla (Spelke, Hirst & Neisser, 1976):
 Difícil ler uma história e fazer um ditado ao mesmo tempo
 Quanto mais prática temos com as tarefas (automatização) mais fácil será a sua realização em
comum com uma outra

Paradigma da Procura Visual (Schneider e Shiffrin, 1977):


 Quanto mais caracteres, pior o desempenho dificuldade da tarefa
 Quanto mais distratores, pior o desempenho
 Quanto mais praticamos, mais familiarizados estamos com a atividade, mais fácil se torna a
tarefa prática
 Atenção pode ser dividida para lidar com várias informações, quando o mapeamento é
consistente e o processo automático e em paralelo
 É necessário prestar atenção, quando o mapeamento é variável e controlado

Efeito da Dificuldade da Tarefa


Tyler et al., 1979:
 Duas tarefas só podem ser realizadas ao mesmo tempo se um delas não for demasiadamente
difícil
 Se uma das tarefas for muito difícil, o desempenho diminui na tarefa mais fácil, ou menos
importante
 O aumento da dificuldade da tarefa pode não eliminar por completo a atenção dividida, mas
diminui o desempenho na outra tarefa
 Um processo mais difícil requer mais atenção do que um processo mais fácil
 O desempenho será maior no processo dificíl

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Perceção, Atenção e Memória
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Posner & Boies, 1971:


 Mais atenção disponível quando realizamos tarefas mais fáceis  Limite gral na atenção

McLeod& Posner, 1984:


 Sem interferência de tarefas, o desempenho aumenta  Efeito do Tipo de Tarefa
 Quanto maior a semelhança das atividades pior o desempenho

Teorias da capacidade ou Recursos

Modelo de capacidade de Kahneman (1973):


 Atenção relacionada com recursos limitados que podem ser alocados de modo flexível de
acordo com a política de alocação de recursos num dado momento → Atenção pode ser
focalizada ou dividida
 Quanto mais difícil é uma tarefa, tanta mais atenção é necessária, diminuindo a atenção
disponível para outras tarefas → Esforço aumenta atenção disponível para dirigir a uma dada
tarefa
 O que afecta a alocação da atenção? Nível de activação (arousal), a capacidade de esforço
disponível e também: disposições individuais, intenções momentâneas, avaliação

O papel dos recursos na atenção (Norman & Bobrow, 1975):


 “Performance resource function” (PRF):
o Para uma tarefa única os recursos podem ser investidos até ao ponto a partir do qual o
desempenho não melhorará, independentemente de quantos mais recursos sejam
investidos
o Para a combinação de duas tarefas, os recursos têm de ser alocados entre as duas
tarefas; dependendo das prioridades que estabelecemos, mais ou menos recursos
podem ser alocados a uma ou outra tarefa

Perspetivas dos Recursos Múltiplos


McLeod & Posner, 1984:
 O desempenho numa tarefa não é prejudicado por tarefa concorrente que faça uso de outra
modalidade sensorial
 Não se trata de uma limitação geral de recursos
 Não se trata de um canal ou recurso único de objetivo geral
 Tarefas só interferem se competirem pelo mesmo recurso

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Perceção, Atenção e Memória
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Posner & Snyder, 1975:


 Teoria do Processo Dual da Atenção

Processos automáticos Processos Controlados


Processos pré-atentivos Processos atentivos
 Não conscientes  Consciente e intencional
 Não intencionais  Capacidade limitada
 Não depende da capacidade atencional  Sistema de objetivo geral
 Sem competição de tarefas  A realização de uma operação diminui a
 Sem interferência disponibilidade para realizar uma outra
operação
 Intenções pessoais

 Efeito Stroop (1935)


o Nomear a cor > ler a palavra
o Interferência de estímulos

Shiffrin & Schneider (1977):


 Teoria Geral de processamento automático e controlado
o Condição de Mapeamento Consistente – Processamento Automático e em paralelo:
 Atenção pode ser dividida para lidar com várias informações simultaneamente (nº
de caracteres não afecta desempenho)
 Sem intenção
 Usando poucos recursos cognitivos
o Condição de Mapeamento Variável – Processamento Controlado:
 Necessidade de prestar atenção (nº de caracteres prejudica desempenho – menos
acertos e procura mais lenta do alvo)
 Nem com prática é possível dividir atenção!

Atenção Visual
Cena global vs. Detalhe da cena
 Cena global Vs. Cenas de detalhe
 Capacidade para considerar uma cena global
 Capacidade para descrever o significado de uma imagem
 Capacidade para retirar informação de uma cena
 Necessidade de focalizar atenção para obtenção de detalhe

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Perceção, Atenção e Memória
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Cena global
Li et al., 2002:
 Capacidade para rapidamente considerar uma cena global
 Consciência de quase todas as características do ambiente

Detalhes de cena e cegueira à mudança


Rensink et al., 1997:
 Não reparar nos aspetos e pormenores diferentes em duas imagens, aparentemente iguais
 Grande falha em detetar a mudança
 Importância da atenção focalizada para deteção de detalhes

Modelos Teóricos e Evidências Empíricas


Atenção enquanto foco
Spotlight Model
 Permite atender seletivamente a partes do campo visual
 Atenção a uma localização especifica melhora o processamento de um estímulo apresentado
nessa localização
 Atenção baseada na localização  atenção opera num qualquer estímulo que esteja numa
determinada localização

Posner, 1978:
 Procedimento pré-primação
 Apresentação de uma pista visual para onde dirigir a atenção
 TR detecção presença de estímulo: pista informativa > pista não informativa ou sem pista

Eriksen e Eriksen, 1974:


 TR a um estímulo aumenta conforme a aproximação espacial de competidores
 Os competidores atrasam a resposta ao alvo particularmente quando estão próximos do
centro da atenção porque estão próximos do foco da atenção

Atenção enquanto lente de aumento


Zoom Lens Model:
 Atenção pode ser distribuída por uma área mais ou focalizada numa área menor
 Atenção melhora o desempenho quando folcalizada (zomed in) na área respectiva, mas alguma
melhoria ocorre ainda quando a atenção está distribuída (zomed out) por uma área maior
 Atenção baseada na localização

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Perceção, Atenção e Memória
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Atenção baseado no objecto


 Atenção está associada a objetos
 Atenção pode centrar-se num objeto em particular ao invés de uma localização em particular
 Quando a atenção é dirigida para um espaço do objeto, o efeito da atenção estende-se a todo o
objeto
 Atenção pode afetar o objeto como um todo, mesmo que parcialmente tapado por outro objeto

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Perceção, Atenção e Memória
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Perceção
Perceção:
 Forma como codificamos a informação dos sentidos
 Processo de reconhecimento, organização e interpretação da informação

Ilusões perceptivas
A visão é diferente da perceção visual, bem como a perceção é diferente da realidade. A este fenómeno
damos o nome de ilusões percetivas pois percecionamos o que não está lá e o que pode não ser. Assim o
processo passivo é o que recebemos, e o processo ativo é a forma como organizamos a informação.

Adaptação sensorial
 Quando os recetores sensoriais modificam a sensibilidade ao estímulo
 Os sentidos respondem à mudança
 Estimulação constante conduz a menor sensibilidade

Constância Percetiva
 O objeto permanece apesar da sensação de que o objeto muda

Perceção da profundidade
 Capacidade para ver o mundo a 3 dimensões e detetar a distância
 A visão tem apenas 2 dimensões, mas a perceção é a 3 dimensões
 A informação tem de ser interpretada para percecionarmos a profundidade, porém nem sempre a
interpretação é correta o que leva a ilusões
 Algumas pistas monoculares de profundidade:
o Tamanho relativo: é mais pequeno porque está mais longe
o Interposição: itens ocultos estão mais distantes, pois um outro que se interpõem entre ele
parece mais próximo
o Gradiente de textura: itens com menos grão estão mais longe
o Perspetiva linear: linhas paralelas convergem à distância
o Perspetiva atmosférica: quando estão mais distantes, itens parecem mais desfocados
o Paralax de movimento: objetos parecem mover-se quando é o próprio observador que se
move, parecendo assim mais pequenos
 Pistas binoculares de profundidade
o Convergência binocular: olhos convergem à medida que um objeto se aproxima
o Disparidade binocular: cada olho vê um ângulo ligeiramente diferente do objeto

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Perceção, Atenção e Memória
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Perceção de objectos
Existe um paradoxo na perceção de objetos pois é uma consciência visual espontânea e sem esforço
baseada num processo complexo.

É necessário reconhecer padrões familiares com precisão e rapidez, operando também com objetos não
familiares.

Através da perceção deve-se identificar objetos que estejam parcialmente escondidos e realizar este
procedimento de forma rápida e sem esforço.

Estrutura e Invariância Processos Automáticos

 Segregação ou agrupamento percetivo  Rapidez


 Dimensão Bidimencional  Tridimencional  Eficácia
 Imagem retiniana vs. Perceção  Espontaneidade
 Informação retiniana parcial e incompleta  Sem esforço deliberado e com poucos
recursos

A perspetiva de Gestalt
O todo é mais do que a soma das suas partes.

Princípios da perceção visual

Lei da pregnância ou da boa forma:


 A experiência é organizada da forma mais simples, concisa, simétrica e complexa possível
 O mundo é percecionado da forma mais simples de chegar a organização coesa e constante dos
objetos

Leis de agrupamento percetivo


 Continuidade: continuidade suave (AD, CB) é preferida a mudanças abruptas de direção (AC,
BD)
 Proximidade: elementos tendem a ser agrupados com base na proximidade
 Semelhança: elementos semelhantes tendem a ser agrupados conjuntamente
 Destino comum: os elementos agrupados parecem mover-se em comum e comportam-se como
um todo
 Fechamento: itens são agrupados e tendem a completar a figura
 Simetria: preferência por perceber o objeto como imagens no espelho

Leis de segregação figura-fundo


 É figura a região convexa, mais pequena, em movimento, simétrica e mais
próxima

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Perceção, Atenção e Memória
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Pressupostos Teóricos

Processo ascendente: guiado pelos dados que vai desde a informação inicial até ao reconhecimento
visual de objetos (identificação dos mesmos)  processos autónomos e fora do controlo consciente
Processo descendente: guiado concetualmente (pelo conhecimento) que vai desde o reconhecimento
visual os objetos até à informação inicia  processos automáticos e influência da probabilidade dos
objetos num determinado contexto  top-down

Reconhecimento Vs. Identificação

Apesar de terem diferentes tamanhos, cores, formas, etc. são reconhecidos como membros da mesma
categoria
Reconhecimento (categorização menos específica e num nível mais básico) Vs. Identificação
(categorização mais específica e num nível sub-ordenado)
Por exemplo: um cão vs. o cão do meu vizinho / uma cadeira vs. a cadeira do realizador

Reconhecimento Vs. Utilização e Nomeação

Processos complexos e distintos


Dissociações: pacientes que conseguem informação para a utilização e não para o nome
Modelo genérico de Humphreys: Modelo geral dos processos envolvidos no reconhecimento visual e na
nomeação de objetos. Por exemplo: objeto  padrão luz  retina / ver abelha  armazém estrutural:
descrevê-la  memória semântica: o que faz/suas funções  sistema fonológico: Abelha

Teorias da Perceção
Teorias da Perceção Direta
 Aquisição direta de informação do ambiente
 Perceção decorre do estímulo no ambiente
 Processamento ascendente, ou seja, bottom-up

Teoria da Perceção Direta de Gibson


 Toda a informação necessária para formar uma impressão está disponível no ambiente
 Não é necessário processamento descente
 Perceção imediata e espontânea
 Perceção e ação não podem ser separadas pois a perceção guia a ação e a ação gera uma nova
informação percetiva
 Toda a informação visual que chega ao olho é constituída por um padrão de luz estruturado,
conhecido como padrão ótico
 Este padrão ótico dá informação invariante acerca da configuração dos objetos no espaço
 Os invariantes podem ser percecionados através de diversas formas
 Objetos e meio com um significado direto

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Perceção, Atenção e Memória
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Teoria de template
 Teoria de reconhecimento de padrões
 Reconhecimento feito por comparação do estímulo com múltiplos Templates (padrões)
armazenados em memória até que seja encontrada uma correspondência
 Pode ser óbvia essa correspondência mas pode também existir correspondências imperfeitas pois
não depende da flexibilidade no sistema de reconhecimento de padrões

Teoria de protótipo
 Reconhecimento feito por correspondência do estímulo com padrão mental abstrato, conhecido
como protótipo
 Templates flexíveis pois há uma abstração das características comuns de diversas instâncias de
um objeto criando assim uma representação do que é que ele pode ser
 Nenhuma correspondência será perfeita
 Franks & Bransford: são apresentados objetos baseados em protótipos mas os protótipos não são
apresentados
 Solso & McCarthy: são expostas diversas faces derivadas/semelhantes dos protótipos, e o
objetivo é os participantes reconhecerem as faces antigas, as novas e o protótipo

Teoria de características
 Reconhecimento feito com base num pequeno número de características (features)
 Os neurónios que respondem a características especificas são denominados por detetores de
caraterísticas (feature detectors)
 Navon: nivel global vs. nível local  mais facilmente se identificam características globais que
locais
 Modelo pandemonio (Selfridge): reconhecimento visual de palavras
 Modelo de redede carateísticas (Rumelhart & McCelland): ativação interativa, mecanismos
ascendentes e descendentes tendo por base a interação de camadas de nível básico e elevado

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Perceção, Atenção e Memória
Susana Monteiro 2017/2018

Teoria de descrição estrutural


 Reconhecimento feito pelo reconhecimento de componentes e relações
entre eles
 Explicam perceção 3D
 Explicam perceção centrada no objecto
 David Marr: Cones ou cilindros generalizados
 Biederman: geões resultado da perceção depende da quantidade de
informação ausente

Teorias da Perceção Indireta


 Perceções ativamente construídas com base nas expetativas
 Processamento descendente, ou seja, top-down
 Perspetivas construtivas
 A perceção não é automática a partir do estímulo em bruto
 É necessário processamento para construir a perceção, pois a perceção é construída
 Processamento descendente ocorre rapidamente e envolve a realização de inferências
 Perceção como processo ativo e construído
 Decorre através da influência de expetativas, hipóteses, fatores motivacionais e emocionais
 Processo que depende de associações e experiência prévia
 O conhecimento adquirido influencia a perceção do objeto
 O contexto ajuda a identificar corretamente o objeto
 Objetos apresentados em contexto são mais fácil de reconhecer do que objetos apresentados
isoladamente

Reconhecimento visual de objetos – O Modelo de David Marr


*Processo Ascendente*

Imagem na retina

Intensidade de luz em pontos da imagem  Níveis de cinzentos

Regiões potencialmente significantes  esboço primário bruto

Fronteiras e contornos dos objetos  esboço primário completo

Esboço da superfície dos objetos  esboço 2,5D

Descrição do objeto  reconhecimento do objeto

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Perceção, Atenção e Memória
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Etapas precoces relacionadas com o processamento da imagem

Matriz de níveis cinzentos


 Medida de intensidades de luz em cada ponto da imagem retiniana
 Células respondem de acordo com a intensidade de luz
 A matriz corresponde ao estado da retina quando estimulada pela luz, onde as células estão
dispostas em linhas e em colunas, de acordo com os níveis de intensidade, ou seja, os níveis de
intensidade estão agrupados (ou podem ser ligados) tendo em conta os seus valores
 Os níveis cinzentos são independentes da cor do objeto e funcionam como uma análise da luz

Esboço primário bruto


 Procura de mudança de intensidades de luz na matriz de níveis cinzentos
 Identifica mudanças de grande intensidade, médias e aleatórias
 Deteção de mudanças significativas
 Remove mudanças aleatórias

Etapas intermédias relacionadas com o agrupamento dos componentes

Esboço primário completo


 Distinguir mudanças de intensidade intermédias com mudanças de intensidade de grande
magnitude
 Gestalt: atuam de forma a agrupar os pontos de mudança de intensidade para extrair-se o
contorno externo dos objetos e os seus componentes internos
 Vários segmentos de contornos vão sendo agrupados uns com os outros, formando regiões
 Contorno da oclusão e componentes importantes da estrutura dentro desse contorno, formando
assim um esboço da estrutura global dos objetos

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Perceção, Atenção e Memória
Susana Monteiro 2017/2018

Etapas finais

Representação 2,5D
 A partir do esboço primário completo origina-se as primitivas, que são elementos básicos (cones
ou cilindros generalizados)
 O esboço primário dos contornos do objeto é dividido em regiões de forte concavidade
 As seções côncavas e convexas são usadas para dividir o esboço em regiões mais pequenas,
conhecido como processo de segmentação
 Cada uma das regiões é representada por um cilindro generalizado
 As primitivas é a superfície criada por uma secção de forma constante mas de tamanho variável
ao longo do eixo

Representação 3D
 Relação entre primitivas, onde se identificam e relacionam os componentes e discriminam os
objetos entre si
 Funções dos eixos e alongamento dos componentes

Como podem as relações de componentes ser especificadas de modo a capturar a forma dos objetos em
3D? Como se passa de uma imagem dependente da posição do objeto e do ponto de vista do observador
para o reconhecimento centrado no objeto?

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Perceção, Atenção e Memória
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Modelo de Marr & Nishiara


Será que guardamos todas as perspetivas em memória? Apenas existe uma única representação.

Então como resolvemos? Temos de transformar a perceção que depende do ponto de vista do
observador em algo que está centrado no objeto, ou seja, descrições estruturais centradas no objeto.

Princípio do quadro ou eixos de referência: a descrição da estrutura interna do objeto relativamente aos
eixos será a mesma (invariante) independentemente da orientação do objeto.

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Perceção, Atenção e Memória
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Memória
Memória:
Organização das ideias e de acontecimentos do passado (Gleitman et al.)
Informação armazenada na nossa memória

Final do Séc. XIX – estudo experimental da memória


Início do Séc. XX – estudo da memória quotidiana

Principais abordagens de estudo


A Estrutura da Memória (componentes do sistema de memória) está interligada com os Processos de
Memória (etapas ou princípios temporais da memória).

Processos de Memória, numa visão global


 Aquisição de informação  fase de aprendizagem
 Codificação  transformação em representações
 Armazenamento  retenção das representações, ou seja, do traço mnésico
 Recuperação  extração do traço mnésico

Estrutura da Memória, numa visão tradicional


 Memória Sensorial
 Memória a Curto-Prazo  retenção, re-codificação e manipulação temporárias do conhecimento
 Memória a Longo-Prazo  estrutura e conteúdo, representação e acesso ao conhecimento

Os diferentes Sistemas de Memória


A teoria dos Multi-Armazéns, de Atkinson & Shiffrin
Input Memória Memória Memória
Sensorial Sensorial Atenção a Curto a Longo
Codificação
Prazo Prazo

Recapitulação
Informação a Manutenção Informação a
que não é Manutenção pode ser
dada tanta Informação perdida com
atenção é que não é o tempo
Memória Icónica (MS): perdida recapitulada
é perdida
 Grande capacidade
 Curta duração (fracções de segundos)
 Representação: propriedades perceptivas

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Perceção, Atenção e Memória
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Memória Ecóica (MCP):


 Sistema de capacidade limitada
 Curta duração (máx. 20seg)
 Recapitulação
 Representação: códigos não perceptivos

Memória a longo prazo:


 Sistema de capacidade virtualmente ilimitada
 Longa duração (relativamente permanente)

Balanço:
 Tarefa secundária prejudica tarefa primária
 Tarefa secundária não impossibilita tarefa primária, e por vezes o desempenho mantém-se bom
 MCP é composta por componente separados
 Efeito de recência em recordação imediata, relacionada com a MCP
 Efeito de primazia relacionada com a MLP
 Tarefas distrativas afetam a MCP, e não a MLP

Reconceptualização dos Armazéns


A MCP passa a ser uma unidade de processamento ativa e de múltiplos tipos de informação

A MLP é um processo com múltiplos sistemas de interação pois existem diferentes tipos de informação
e diferentes processos de codificação e armazenamento

MCP  Memória do trabalho

MLP  Vários sistemas de interação  Diferentes tipos de informação (episódica, semântica e


procedimental) e Diferentes tipos de acesso (explicita e implícita)

Memória do Trabalho, de Baddeley


Ouvido e olho interior que regista informação, para depois decidir se passa ou não para a MLP
Existe um executivo central que decide qual a informação guardada e de que forma
Existem dois armazéns, um de natureza verbal e outro visual

Memória a Longo Prazo pode ser


 Explicita declarativa processo consciente e informação especifica
o Episódica eventos específicos (Tulving)
o Semântica conhecimento geral (Tulving)
 Implícita não declarativa procedimental processo não consciente, sem esforço e incremento
da memória
o Skills
o Condicionamento clássico
o Priming

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Perceção, Atenção e Memória
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Memória enquanto processo


Abordagem dos Níveis de Processamento – LOP, de Craik e Lockhart
 Hierarquia de níveis de processamento: perceptivo  semântico
 Tipo de recapitulação  Tipo de codificação
o Manutenção = repetir item
o Semântico = codificação do significado
 Persistência do traço mnésico é função da profundidade do processamento: quanto mais
profundidade um item é codificado, tanto melhor é recordado

Transferência do processamento Adequado – TAP, de Morris, Bransford & Franks


 A forma de processamento ótimo depende também dos requisitos da utilização do traço mnésico
 Codificação: tarefa de decisão semântica ou não semântica
 Recuperação: teste de reconhecimento semântico ou não semântico

Modelos de Representação da Informação


Modelos de Rede Associativa
 Conceitos associados em rede
 Padrão de ativação de unidades de informação na nossa memória, que só fazem sentido se forem
ativadas juntas
 A informação é armazenada em redes associativas
 A informação é representada e organizada em nódulos, que funcionam como unidades de
informação baseadas em conceitos e ideias ligados entre si por redes associativas
 Relações semânticas entre conceitos
 Nódulo: unidade de informação
 Ligação: conexões entre nódulos

Modelo Hierárquico, de Collins e Quillian


 Rede hierárquica de associações
 Nódulos só contém caraterísticas desse nódulo  economia cognitiva
 Ligação entre conceitos indica natureza da relação  relações de pertença
 Significado do conceito determinado pela relação com outros conceitos
 Previsão: O tempo necessário para a recuperação de informação sobre um conceito depende
da distância que tem de ser percorrida na rede
 Efeito Hierárquico: Informação transmitida dos níveis sub- para os supra-ordenados ao longo
da rede
o Verificação de afirmações
o Medida do TR
o Resultado típico
 Inversão do Efeito Hierárquico:
o Solução possível: Ligação entre “galinha” e “animal” ser percorrida mais rapidamente
o Mas… Viola natureza hierárquica do modelo

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Perceção, Atenção e Memória
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 Efeito de Relação nas Respostas Falsas: Respostas falsas são mais lentas quando exemplar e
a categoria estão relacionados ou são semelhantes
 Efeito de Tipicidade: Instâncias mais típicas são verificadas rapidamente

Modelo de Comparação de Traços, de Smith, Shoben e Rips


 Conceitos representados por conjunto de atributos ou caraterísticas semânticas
 Significado do conceito determinado pelos seus valores num conjunto de atributos primitivos
 Traços caracteristicos(comparação global) Vs. traços definidores (comparação analítica)
 1º etapa: comparação rápida e global. Quando a sobreposição é elevada a resposta é V, quando a
sobreposição é baixa a resposta é F. Se houver sobreposição intermédia passa-se à segunda etapa
 2ª etapa: comparação analítica tendo por base traços característicos. Traços presentes a resposta
é V, traços ausentes a resposta é F.
 Efeito hierárquico: menor distância, mais semelhança de traços, mais sobreposição, decisão mais
rápida / menor semelhança, menor sobreposição, mais lento, traços definidores, 2ª etapa
 Inversão do modelo hierárquico
 Efeito de relação nas respostas falsas
 Efeito de tipicidade
 Importância da semelhança de traços na representação do conhecimento
 Explicação de efeitos hierárquicos não requer que se postule representação hierárquica
 Computações rápidas

Modelo Dispersão de Ativação, de Collins & Loftus


 Modelo associativo
 Incorpora aspetos do Modelo de Comparação de Traços
 Representação não é estritamente hierárquica
 Ligações diferentes em tipo e grau de importância
 Memória organizada pela inter-conexão de conceitos
 Grau de relação semântica
 Processo de recuperação não está limitado ao uso de informaçãp hierárquica
 Maior dispersão de ativação por ligações mais forte
 Menor dispersão quanto mais ligações
 Previsões:
o Informação frequente acedida mais rapidamente (ligações que codificam relações mais
frequentes são mais fortes e, como tal, maior a activação que se dispersa por essas
ligações)
o Tempo necessário para reconhecer uma frase é tanto maior quanto maior for o número
de frases aprendidas que envolvem os mesmos conceitos (quanto maior o número de
ligações, menor a activação que se dispersa por cada uma delas)

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Modelo Conexionistas, de McCelland e Rummelhart


 Modelo associativo
 Novos princípios operativos
 Redes neuronais
 Representação distribuída
 Processamento distribuído em paralelo (PDP)
 Representação de um estímulo: padrão de ativação nas unidades de saída
 Padrão de ativação depende da resposta das unidades de entrada do estímulo e dos pesos das
conexões
 Padrões de activação a diferentes estímulos criados por aprendizagem
 Se a saída ≠ entrada, há que reajustar o peso das ligações, para mais tarde a saída ser = entrada
 Estamo-nos sempre a corrigir
 Conhecimento com base na aprendizagem generalizada

Esquecimento e enviesamento da memória


Teoria do Desuso ou do Declínio do Traço Mnésico (Ebbinghaus 1885)
Causa do esquecimento:
 Passagem do tempo
 Alteração nos estados internos

Teoria da Interferência
Causa do esquecimento:
 Desaprendizagem:
o Competição de aprendizagens semelhantes
o Dificuldade em localizar item em memória
 Interferência Retroactiva: Interferência de novas aprendizagens na recuperação de
aprendizagens anteriores
 Interferência Proactiva: Interferência de aprendizagens anteriores na aquisição de novas
aprendizagens

Teoria do Esquecimento como Dependente de Indicadores


 Acesso a informação armazenada guiado por pistas ou indicadores
 Indicadores codificados com itens no momento da aquisição
 Esquecimento resulta da ausência de pistas adequadas (dificuldade no acesso)
 Princípio da Codificação Específica: Desempenho mnésico é tanto melhor quanto maior a
sobreposição entre contextos de codificação e de recuperação
 Transferência do Processamento Adequado

Esquecimento:
 É provável que as memórias flashbulb (apesar de não serem exactas) sejam mais exactas do
que as memórias para acontecimentos inconsequentes ou vulgares, porque:
o contêm grande número de detalhes e estão associadas a uma forte resposta emocional,
produzindo memórias muito vivas.

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Perceção, Atenção e Memória
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o Eventos distintivos são recordados mais facilmente


 Atribuições erradas à fonte: Ocorrem quando as pessoas recordam erradamente o tempo,
local, pessoa, ou circunstâncias envolvidas numa memória
 Enviesamentos nos testemunhos oculares: Pecado da “suggestibility”: as pessoas tendem a
desenvolver memórias enviesadas quando lhes é fornecida informação enganadora
 Falsas memórias: Falsos reconhecimentos e falsas recordações: As pessoas recordam ou
reconhecem erradamente acontecimentos que não ocorreram.

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Perceção, Atenção e Memória

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