Aula - Geostudio - Básico

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APOSTILA DE GEOSTUDIO

25/06/2018
Sumário
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1. INTRODUÇÃO
a) Software Geostudio
Desenvolvido pela empresa canadense Geoslope, o software Geostudio utiliza
de elementos finitos para a realização de estudos geotécnicos. O programa é
composto por 5 ferramentas distintas, que interagem entre si, fornecendo dados que
servem de base para as análises de outros, são eles:
− SLOPE/W – Utilizado para análise do deslizamento de solos e rochas.
− SEEP/W – Utilizado para análise do fluxo d’água no interior de solos.
− SIGMA/W – Utilizado na análise de tensões e deformação em solo e materiais
estruturais.
− QUAKE-W – Utilizado na análise de liquefação devido a terremotos e
carregamentos dinâmicos.
− TEMP/W – Utilizado na análise da transferência de calor.
No presente tutorial, nosso enfoque será nas ferramentas SLOPE/W e SEEP/W,
porque nosso objetivo é estudar a distribuição de pressões no interior da barragem e
observar como ela altera a estabilidade dos taludes de montante e jusante. É
necessário entender o funcionamento de cada um dos softwares, para melhor utiliza-
los.
b) SEEP/W
A ferramenta SEEP/W permite estudar o fluxo, seja ele confinado ou não, em
uma seção de solo. Para configurar o sistema, são necessárias algumas informações
básicas de entrada, sendo elas:
− Nível de montante e jusante: Caso haja o nível de montante e jusante da
barragem, ambos devem ser anotados, pois serão utilizados para definir as
condições de contorno do sistema.
− Localização de piezômetros e poços de alívio: É essencial, caso haja na
seção, localizar piezômetros e poços de alívio, uma vez que, os primeiros nos
permitem visualizar se a situação teórica está semelhante à pratica e os
segundos servem de condição de contorno, uma vez que a existência deles faz
com que a pressão diminua.
− Características do solo: É necessário saber, para cada um dos materiais, os
valores de permeabilidade. É essencial os dados do maciço argiloso e da
fundação, enquanto os dados de enrocamento, areia e outros materiais
granulares, podem ser aproximados com os da bibliografia.
− Projetos – É essencial localizar as camadas de solo e ao mesmo tempo, garantir
que a geometria da seção seja corretamente representada, portanto, são
essenciais os projetos da seção a ser estudada.
c) SLOPE/W
A ferramenta SLOPE/W serve para o cálculo do fator de segurança das seções,
podendo ele medir, tanto o talude de montante, quanto o de jusante, de acordo com
as solicitações do usuário. Para esse estudo, são necessárias as características:
− Dados oriundos do SEEP: A análise de percolação do SEEP é essencial para
fornecer a distribuição de pressões no interior da barragem, que por sua vez,
influenciam na estabilidade global do talude.
− Dados do solo: Para a avaliação da estabilidade utiliza-se como método de
ruptura o círculo de Mohr-Coulomb, ou seja, é necessário saber o peso
específico (kN/m³), a coesão (kN) e o ângulo de atrito do materiail (º). Esses
dados são essenciais e provenientes de ensaios de compressão triaxial, tendo
diferença se forem informados, valores efetivos ou valores totais, entretanto,
essa discussão poderá ser feita posteriormente. Valores de ângulo de atrito para
enrocamento e areia são mais generalizados, entretanto, devem ser bem
estudados para o maciço argiloso e outras camadas.
− Projetos: A geometria e o posicionamento dos materiais são essenciais para a
o estudo.
2) INICIANDO UM PROJETO
a) Preparação do desenho no AutoCAD
No Geostudio é essencial a criação de regiões e atribuição de materiais para os
estudos, sendo possível fazê-lo no AutoCAD ou no próprio Geostudio. Ao fazê-lo no
AutoCAD, geralmente, pela experiência do usuário, o processo é mais rápido e
prático, exigindo apenas a noção dos BOUNDERIES (BO), entretanto, é muito
comum, na transmissão, que ocorram bugs um tanto complicados de resolver. A
segunda opção, seria de desenhar no próprio Geoslope, o que, é mais fácil caso o
desenho já esteja na posição certa e você carrega todas as informações do desenho.
Antes de tudo, é necessário encaixar o desenho no local correto e deixar ele na
escala correta para a utilização. Para deixar na escala correta, selecione todo o
desenho, utilize o comando Escala (Scale), selecione o ponto base e depois escreva
Referência (Reference), selecione um comprimento que você sabe o tamanho real e
dê ok! Assim, aquele trecho terá o comprimento que você estabeleceu.
Figura 1 – Comando escala.

Para deixar o desenho no lugar certo, você pode selecionar a crista da barragem,
exatamente no eixo dela, porque você sabe para esse ponto, a cota (y) e que no eixo
o (x) é 0. Portanto, selecione tudo, utilize o comando Mover (Move) clique no encontro
do eixo com a crista da barragem e insira as coordenadas (x,y) , que no caso será (0,
cota da crista). Assim, o desenho vai para o local certo!
Figura 2 – Comando Move.
PRIMEIRA OPÇÃO
Para utilizar o primeiro método, é necessário que cada material diferente esteja
separado em polilinhas diferentes, de tal forma que, possa ser visto diferentes regiões
e que os pontos sejam em comum. Caso não sejam em comum, o programa pode
interpretar mal.
Uma vez prontas as polylines, você pode usar o comando BOUNDERIES (BO)
no interior para criar as regiões. Clique em todos os pontos em comum durante a
criação da Polyline e desative as outras linhas que podem atrapalhar a criação dos
bounderies.
Figura 3 – Representação da seção.

Figura 4 – Criação de uma boundary.


É importante ressaltar que, caso você não consiga ver a região inteira dentro da
sua tela, ele não será capaz de criar a região. Portanto, tire o zoom para permitir a
criação.
Para salvar, você deve salvar no formato .dxf, de preferência, em uma versão
um pouco mais antiga, para não ocorrer problemas de incompatibilidade. No
Geoslope, você deve ir em Arquivo(File)->Importar Regiões (Import Regions)
SEGUNDA OPÇÃO
Você pode apenas enviar os desenhos para o Geostudio, ou seja, sem os pontos
e as regiões, criando no próprio Geostudio os pontos e as regiões. Apesar de demorar
um tempo maior para se acostumar e dos pontos não ficarem idênticos aos do
AutoCAD, esse método costuma dar menos erros e exige menos prática inicial. Sugiro
que comecem dessa foram e depois que aprenderem onde estão os erros, passem
para a segunda Opção.
Basta salvar o desenho em .dxf e no Geostudio você clica em Sketch Pictures,
importando apenas o desenho como um esboço.
Figura 5 – Criação de um esboço.

Figura 6 – Criação de um esboço (2).


Figura 7 – Criação de um esboço (3).

Caso você tenha colocado o desenho no lugar correto, não será necessário
realizar ajustes, portanto, clique em OK e o desenho estará posicionado. Por vezes, a
folha pode estar menor que o desenho. Para ajustar, é necessário ir em Set -> Page
e aumentar o tamanho da página. De preferência, tente usar em mm, não se preocupe
se o houver muito espaço em branco, a preocupação é o desenho estar inteiramente
contido.
Caso o desenho não esteja na folha, é necessário utilizar as coordenadas no
Set->Units and Scale e alterar os valores mínimos. Você pode alterar a escala caso
tenha dificuldade para visualizar, sem prejuízo de alterar o resultado, sendo a
mudança apenas visual.
Figura 8 – Ajuste na folha do desenho
Para a criação dos pontos e das regiões, é recomendado primeiro definir os

pontos com o Drawn Points ou você pode começar diretamente com o botão

Regions . Caso você erre, pode usar Ctrl+Z para voltar um ponto. Para deletar

uma região ou ponto, você tem de usar o botão Modify object , clicar sobre ele e
ir em deletar. O programa é meio travado nesse quesito, mas é questão de costume.
Para desenhar, recomendo desativar o Snap Grid no canto inferior direito

, pois ele faz com que os pontos possam ser colocados apenas nas
coordenadas inteiras! O outro botão, da esquerda, é útil pois mostra as coordenadas
de onde o cursor está localizado.
Figura 9 – Seção com as regiões.

Para finalizar, é necessário apenas que os cantos estejam na mesma


coordenada (x) para evitar erros. Para tal, é necessário usar o comando Drawn Points

nos pontos das extremidades e alterar a coordenada x para um número inteiro, de


preferência, múltiplo de 10 ou 5, para ficar mais agradável visualmente.
Figura 10 – Ajuste dos pontos das extremidades.

Pronto, assim é possível agora, começar as análises.


3) ANÁLISE DE PERCOLAÇÃO
Para o estudo é necessário informar quais são as características dos materiais.

A entrada desses dados pode ser feita pelo botão Materials , apenas depois que
foi definida, pelo menos, uma região. Para a análise do tutorial, vamos supor que o
usuário não possui a versão completa, portanto, com a versão de estudante, ele
possui um limite de 3 materiais para o estudo.
Tabela 1 – Características dos materiais.

Material K (m/s) K (m/dia) Ky’/kx’ ratio


Maciço
5.83E-08 5.04E-03 .33
Argiloso
Areia (Filtro) 1.00E-04 8.64E+00 1
Fundação 1.60E-06 1.38E-01 1

A primeira análise que precisamos criar é do SEEP/W, portanto, na janela KeyIn

Analyses você deve criar uma análise do SEEP/W, Steady-State que


é uma análise em regime permanente, ou seja, em regime normal, sem variação das
características no tempo.
Figura 11 – Criação de uma análise de percolação.

Para adicionar os materiais, basta ir em Materials -> KeyIn -> Add. Sugiro que
crie um material primeiro e clone ele para fazer os outros, assim, você não precisa
configura-los de novo! O critério que usaremos agora é materiais saturados apenas
(Saturated Only), essa escolha, apesar de não ser a mais correta, é um bom início.
Figura 12 – Definição da permeabilidade dos materiais.

Agora, é necessário estabelecer as condições de contorno do nosso


escoamento. Essa parte é a mais difícil de ser estabelecida, pois depende da
experiência do usuário e das condições de campo. As situação podem ser:
− Fácil: Você conhece o nível de montante e jusante.
− Difícil: Você conhece o nível de montante, mas não o de jusante.
O não conhecimento da situação de jusante faz com que seja necessário criar
uma situação hipotética de pressões com as ferramentas do programa. Isso pode
fazer com que, a situação real seja representada, ou não, já que é uma suposição.
Para que você confira se está ou não saindo resultados adequados seria necessário
a existência de piezômetros na seção. Mais para frente, aprenderemos a comparar os
dados do projeto com os de campo.
Para determinar as condições de contorno, é necessário ir na aba Draw

Boundaries Conditions -> KeyIn e vamos criar as condições de contorno:


− Nível de montante: Vamos definir um Head (m) de 298 m, ou seja, é como se
definíssemos que o nível d’água de montante estará nessa cota de 298 m.
− Nível de Jusante: Podemos considerar o nível de jusante como sendo 291 m.
Ou seja, vamos colocar um Head (m) de 291 m.
− Zero pressura: Consideramos como sendo o ponto de pressão zero, nesse
caso, podemos colocar em algum filtro, para induzir a passagem do fluxo,
entretanto, no atual cenário, como temos o nível de jusante, não será necessário
utilizar.
− Potential Seepage Face: Consideramos como sendo uma linha ou região em
que não há passagem de água. Serve também para a calibração, uma vez que,
induz o fluxo a passar nos seus limites e não por ele. Não utilizaremos por
enquanto.
Dessa forma, espera-se que existam as seguintes condições de contorno:
Figura 13 – Definição das condições de contorno.

Após a definição das condições de contorno e dos materiais, é necessário atribui-


los. Os materiais serão atribuídos às regiões, podendo ser atribuídos também a pontos
e a linhas, entretanto, não será o caso do presente treinamento. As condições de
contorno serão atribuídas ao talude de montante e ao pé do talude de jusante. Eles
podem ser atribuídos pela própria janela anterior ao KeyIn.
Figura 14 – Atribuição dos materiais e das condições de contorno.

Uma vez atribuídas as características, a simulação pode ser executada, a partir

do botão Start . Entretanto, é sugerível, anteriormente, diminuir a malha


para obter resultados mais refinados, o que pode ser feito utilizando o botão Mesh

. A ideia é que os locais mais importantes possuam malhas menores e nos locais
mais generalizados, exista um padrão de tamanho, tal que não exija tanto
processamento. Para o estudo com a versão de estudantes, o máximo são 500 nós,
ou seja, uma malha com 1.8 m de espaçamento. Se você já definiu a malha, pode
começar.
Figura 15 – Resultado de carga total para a seção estudada.

Observa-se, com o resultado, que há no interior do maciço a dissipação da


diferença de carga entre a montante e a jusante. Pela direção das linhas, observa-se
que o fluxo tende a se direcionar para o filtro e de lá a água percorre
preferencialmente, perdendo menos carga.
Para o gráfico de poropressão, observa-se que ocorre a diminuição gradual, a
medida que se sobe no talude, sendo maior para o talude de montante e menor no
talude de jusante. Para habilitar a linha freática, ou seja, a linha onde a poro-pressão
é nula, é necessário ir em Draw->Isolines, e criar uma linha de pore-pressure = 0,
como na Figura 16.
Figura 16 – Parâmetros pra criação da linha freática.

Figura 17 – Resultado de carga total para a seção estudada.

A linha freática é um representativo da posição onde, abaixo o solo estará


saturado e com pressão positiva, acima haverá pressão negativa e pode haver água
por capilaridade. A posição exata dessa linha, na prática, pode ser determinada com
os instrumentos instalados na barragem.
4) ANÁLISE DO FATOR DE SEGURANÇA DOS TALUDES
Para a análise de estabilidade e simulação da ruptura dos taludes, são
necessários os dados de solo. Como a ruptura considerada é pela envoltória de Mohr-
Coulomb, são necessários: peso específico (kN/m³), coesão (kPa) e ângulo de atrito
(º). Esses dados são mais difíceis de se obter que os dados de percolação, uma vez
que, é necessário um ensaio triaxial, o qual geralmente, é mais caro e só é feito
durante a construção das barragens.
Para a nossa análise, estamos utilizando valores hipotéticos, que vieram de
uma outra barragem. Observa-se que, a maior precisão é necessária para o maciço
argiloso, uma vez que será ele, para a maioria das barragens, o material que vai
compor a maior parte dos taludes. Materiais de proteção, como enrocamento, areia,
entre outros, podem ser feitos baseados na bibliografia, se considerarmos valores
mais baixos. O melhor, seria possuir todos os parâmetros do solo, mas raramente será
informado.
Tabela 2 – Características dos materiais.

Coesão
Material Peso (kN/m³) Phi (º)
(kPa)
Maciço
19 14 27
Argiloso
Areia (Filtro) 20 0 30
Fundação 26 0 45

Com os dados da Tabela 2, é possível começar a análise de estabilidade da

barragem. Para criar uma nova análise, basta ir em KeyIn Analyses ,


em Add-> SLOPE/W Analyses -> Limit-Equilibrium. É necessário definir alguns
parâmetros para a Análise.
Figura 18 – Parâmetros das análises de estabilidade.
Os presentes parâmetros foram adotados, uma vez que:
− Name: Nome da análise. Sugiro que coloque algo que facilite a sua organização,
por exemplo: 1 – Análise em regime normal
− Parent: Informa a relação parental, para o nosso caso, além da organização,
você deve colocar no Parent a análise de percolação feita, assim o programa
pegará para utiliza-los na análise de estabilidade.
− Analysis Type: É o método de análise utilizado, no nosso caso, estamos
utilizando Morgenstern-Price, uma vez que vem da convergência entre o método
de Janbu e de Bishop, analisando, tanto o equilíbrio de momento quanto de
forças.
− Side Function: É a função utilizada nos cálculos, pode deixar como sendo Half-
sine function.
− PWP Conditions from: Nessa aba, você pode escolher de onde você quer tirar
as informações de pressão, que nesse caso, será da Parent Analysis, você
pode também determinar a linha de outra análise ou desenhar manualmente.
Na aba Slip Surface é necessário alterar algumas configurações dependendo
da análise:
Figura 19 – Parâmetros da superfície de ruptura.

Para os parâmetros da superfície de ruptura, temos as seguintes decisões:


− Direction of movement: Estabelece a direção da ruptura, sendo Left to right a
ruptura da esquerda para a direita, ou seja, para o nosso caso, a ruptura da
jusante e Right to left a ruptura da direita para a esquerda, ou seja, da montante.
− Slip Surface Option: Define qual é o método utilizado na seleção da superfície
de ruptura. Essa parte é importante, pois deve-se atentar para obter o pior caso
possível, desde que, ele seja plausível. No mercado, você pode encontrar as
análises feitas pelos dois métodos: Entry and Exit (entrada e saída) e Grid and
Radius.
o Entry and Exit: O usuário define uma região na crista, da qual, se
inicia a superfície de ruptura. Depois, define outra região, próximo
ao pé da barragem, onde será o fim da ruptura.
o Grid and Radius: O usuário define uma malha fora do talude,
onde, cada ponto é considerado como um centro e no talude,
define linhas, as quais, darão o raio utilizado para encontrar a
superfície de ruptura. É interessante, por ser visual, mas não
utilizaremos agora.
Escolhido o Left to right e o Entry and Exit, podemos voltar para a análise.
Atribui-se os materiais, como feito para o SEEP/W e agora, é necessário definir a

superfície de ruptura, o que pode ser feito com o botão Draw Entry and Exit , que
abrirá o Menu
Figura 20 – Parâmetros de entrada e saída das superfícies de ruptura.

Com o cursor, você pode clicar na crista para definir o início e arrastar até o outro
ponto, que será o fim da região de entrada. O Number of increments over range
defini a quantidade de pontos intermediários que serão criados, podendo ser
aumentado ou diminuído, para aumentar a precisão da análise. Para o nosso caso,
pode deixar 6 no início e 10 no fim. Depois de determinada a entrada, faça o mesmo
para a saída, mas começando um pouco antes da primeira berma e terminando após
o pé do talude. Caso você erre, clique em Clear e comece o processo de novo. No
fim, deve parecer a Figura 21.
Figura 21 – Superfícies de entrada e saída.

Não é necessário que a entrada e saída sejam exatamente iguais ao desenho


feito no tutorial, a ideia é que você desenvolva aos poucos, a noção de onde seriam
os piores cenários e quantos pontos serão necessários. Por exemplo, no nosso caso,
consideramos que a ruptura pode se dar em toda a crista e abaixo, pode acontecer
da ruptura acontecer na primeira berma ou no pé do talude.
Podemos então, iniciar a análise, lembrando de selecionar a análise em questão,
podendo, caso queira, já retirar a análise de percolação, para não exigir mais dos

computadores. Podemos então, iniciar com o Start .


Figura 22 – Superfícies de entrada e saída.

Figura 23 – Resultado obtido para a análise de estabilidade.


A presente análise, apesar de ter funcionado, apresenta algumas características
que nos permitem repensar um pouco se o que foi feito está ou não correto.
Analisando o pé da barragem, podemos observar que o ponto crítico selecionado foi
exatamente no último ponto da nossa saída. Isso é um problema, porque não se sabe
na verdade, se a ruptura poderia ter acontecido depois, o ideal é que sempre seja um
valor intermediário, portanto, podemos recomeçar a análise, voltando e alterando a
saída, prolongando mais um pouco e alterando a quantidade de pontos. Acho que 15
será o suficiente. Para voltar a alterar, mude de Results para Analyses. Para alterar
o final, você pode simplesmente arrastar um pouco o último ponto com o mouse.
Figura 24 – Novo resultado obtido após alteração na saída.

Agora observamos que o ponto mais crítico não está mais localizado na
extremidade, o que garanta para nós, que aquela é a situação mais crítica.
5) AJUSTANDO A ANÁLISE PARA APRESENTAÇÃO
Além de realizar a análise, é necessário aprender a apresenta-la da melhor
forma, tal que, o leitor consiga ver bem o que está acontecendo, sem que haja muita
informação no desenho. Para tal, são necessários alguns ajustes anteriores à
impressão. O menu visual possui os presentes botões gerais:

− : Mostra os limites entre as regiões, recomendo deixa-lo ativado.

− : Mostra a numeração das regiões, pode deixar desativado.

− : Mostra os pontos, recomendo deixa-lo desativado.

− : Mostra a numeração dos pontos, recomendo deixar desativado.

− : Mostra a malha de elementos finitos, recomendo deixar desativado.


− : Mostra os detalhes da superfície, recomendo deixar desativado.

− : Mostra os materiais utilizados, recomendo deixar ativado no SLOPE/W, mas


não no SEEP/W.

− : Mostra a superfície do terreno, recomendo deixar desativado.

− : Mostra as linhas limites dos intervalos dos resultados do SEEP/W,


recomendo deixar desativado.

− : Mostra os intervalos dos resultados em cores do SEEP/W, recomendo


deixar ativado para o SEEP/W, mas não no SLOPE/W.

− : Mostra os desenhos e anotações feitos na análise, recomendo deixar


ativado.

− : Mostra os eixos da escala utilizada, recomendo deixar ativado.

− : Mostra os desenhos importados do AutoCAD ou de outras fontes,


recomendo deixar desativado.
O menu visual possui os presentes botões exclusivos do SLOPE/W:

− : Mostra a entrada e saída utilizadas, recomendo deixar desativado.

− : Mostra a linha de contorno da superfície de ruptura, recomendo deixar


ativado.

− : Preenche a superfície de ruptura com a cor verde, recomendo deixar


ativado.

− : Mostra as linhas das fatias utilizadas no estudo de ruptura, recomendo


deixar ativado.

− : Mostra todos os fatores de segurança, não recomendo deixar ativado.

− : Mostra todas as superfícies de ruptura, não recomendo deixar ativado.

− : Mostra um mapa de segurança, não recomendo deixar ativado.

− : Mostra a linha freática, recomendo deixar ativado.

− : Mostra os tirantes colocados, pode deixar ativado.

− : Mostra as cargas pontuais aplicadas, pode deixar ativado.


− : Mostra as sobrecargas aplicadas, pode deixar ativado.

− : Mostra os carregamentos aplicados, pode deixar ativado.

− : Mostra a linha de ruptura devido à tensão, pode deixar ativado.

− : Mostrar o sombreado da região de ruptura devido à tensão, pode deixar


ativado.
O menu visual possui os presentes botões exclusivos do SEEP/W:

− : Mostra as condições de contorno utilizadas, recomendo deixar desativado.

− : Mostra as seções de fluxo, recomendo deixar ativado.

− : Mostra os vetores velocidade, é escolha do usuário, mas recomendo deixar


desativado.

− : Mostra os caminhos de fluxo, que devem ser desenhados, pode deixar


desativado.

− : Mostra as isolinhas, que no caso, é a linha freática, pode deixar ativado.


Definido os menus, é necessário agora definir o tamanho das fontes, colocar as
legendas, escritos, etc.
a) Inserindo os eixos

Para inserir os eixos, basta utilizar o botão Sketch Axes e clicar no início do
desenho e depois, no final do desenho. É importante, antes de começar a fazer,

reativar o Snap Grid , no canto inferior direito, para que ele fique com a legenda
bem escrita. A configuração deve ser feita, de forma a estar conforme a Figura 25. No
final, a ideia é que o desenho fique conforme a Figura 26. Font Size indica o tamanho
da fonte e Inc. Size define o incremento do gráfico.
Figura 25 – Definição dos limites e características dos eixos.

Figura 26 – Resultado dos eixos aplicados.

b) Ajustando as fontes e letras


Para definir o tamanho das fontes é necessário ir em View Preferences and

Fonts , nele, há uma série de configurações. Como padrão, para melhor aparência
estética, o melhor é aumentar o tamanho do FS, assim, ele se destaca e pode ser
facilmente visualizado. Recomendo tirar as setinhas de represamento, para que o
desenho fique mais limpo e por fim, retirar o risco branco da superfície crítica. De tal
forma que, espera-se que que as configurações fiquem parecidas com a Figura 27. O
resultado será o que está exposto na Figura 28.
Figura 27 – Configuração das preferências.

Figura 28 – Resultado da configuração.

c) Inserindo as legendas
Para cada uma das análises é útil saber informações diferentes: para a análise
do SEEP/W é útil ver os intervalos das informações, enquanto para o SLOPE/W é útil
ter uma legenda dos materiais. Portanto, para o primeiro, é necessário clicar em Draw
Contours , ativar as legendas no quadrado ao lado do Show Legend, ir em
Properties e colocar ambos os tamanhos no tamanho desejado, no caso, 25,
conforme a Figura 29.
Figura 29 – Configuração das legendas.

A legenda deve surgir próxima ao desenho e você pode movimenta-la livremente

utilizando o cursor Modify Objects , posicionando onde preferir. Costumo deixar


do lado direito da análise, conforme a Figura 30. Normalmente, ele tende a reabilitar

as linhas, que podem ser desabilitadas clicando em .


Figura 30 – Resultado da colocação da legenda.

A inserção da legenda para os materiais do solo pode ser feita clicando em Draw

Materials e assim como no SEEP, ativar o botão Show Legend e depois, em


Properties, definir o tamanho das palavras, que no caso, sugiro 25. Por fim, você
pode deslocar também a legenda e coloca-la no mesmo lugar da outra, já que elas
não podem ser ativadas ao mesmo tempo.
Figura 31 – Configuração da legenda.
Figura 32 – Resultado da configuração da legenda.

d) Escrevendo no desenho
É útil, para a apresentação do estudo, colocar a legenda da análise no próprio
desenho, evitando assim que você tenha que escrevê-los posteriormente em outro
programa, como no excel ou no próprio paint. Para fazê-lo, você pode usar o comando

de texto Sketch Text , o qual abrirá uma janela com um grande espaço, no qual
você pode escrever.
A aba Font permite que você troque a fonte utilizada, assim como o tamanho da
letra. Em Color... você pode mudar a cor utilizada. Em Show in: você pode deixar All
analyses caso queira que se aplique para todas as análises e Current Analysis only
caso queira que se aplique somente nessa análise. Entretanto, cuidado ao mudar isso
em uma determinada análise, pois ela apaga de todas as outras, deixando apenas
naquela.
Existem algumas informações essenciais que devem ser colocadas. O programa
permite colocar automaticamente o título da análise e o caso estudado, dessa forma,
caso você altere de análise, você não precisa reescrever.
TÍTULO DO ARQUIVO – RECOMENDO COLOCAR O NOME DA SEÇÃO.
Para fazer, clique em Insert Field... -> Advanced -> File Information -> Title -
> Insert.
No Font. -> Arial -> Negrito -> 36
Clicar no desenho, onde você quiser que se insira.
TÍTULO DA ANÁLISE – POR EXEMPLO: PERCOLAÇÃO.
Antes, apague o que está escrito no quadrado branco.
Para fazer, clique em Insert Field... -> Advanced -> Analyses Settings ->
Name
No Font -> Arial -> Negrito -> 28
Clicar no desenho, abaixo do título da análise.
O resultado deve ser algo próximo da Figura 33.
Figura 33 – Resultado da colocação do texto.

Caso seja necessário modificar, pode-se utilizar a ferramenta Modify Text


sobre o texto que se deseja modificar. Nele, abrirá novamente a janela da inserção de
texto e o procedimento é o mesmo citado anteriormente.
6) AJUSTES PARA SOLUÇÕES MAIS COMPLEXAS
a) ALTERANDO O TEMPO DA ANÁLISE
Para uma melhor visualização da análise é melhor que se altere a configuração
padrão de tempo, mudando de segundos para horas, porque se não, toda vez, será
necessário definir o tempo em segundos, o que não é prático, porque 20 dias, por
exemplo, seriam 1.728.000 segundos. Para evitar esse tipo de problema e confusão,
vamos mudar o tempo, entretanto, teremos assim, que mudar a permeabilidade,
colocando em m/dia e não mais m/s.
Para alterar, basta ir em Define -> Set -> Units and Scale e mudar a aba Time
(t) de Seconds para Days. Agora, será necessário alterar os dados de
permeabilidade, em Materials -> KeyIn, da presente forma:
Tabela 3 – Características dos materiais.

Material K (m/s) K (m/dia) Ky’/kx’ ratio


Maciço
5.83E-08 5.04E-03 .33
Argiloso
Areia (Filtro) 1.00E-04 8.64E+00 1
Fundação 1.60E-06 1.38E-01 1

Figura 34 – Configuração do tempo da análise.

b) ALTERAÇÃO DOS MATERIAIS PARA CENÁRIOS MAIS REALÍSTICOS


A versão de estudante faz com que sejam feitas, uma série de suposições que
na realidade não são existentes, entre elas, que todos os materiais estão saturados a
todo tempo. Cabe, para que a análise seja real, a mudança do materiais,
especialmente no SEEP, principalmente do maciço argiloso, mais sensível da água.
É essencial considerar os materiais que estão, no presente estado:
− Maciço argiloso: Está parcialmente saturado, ou seja, a linha freática corre no
interior dele, deixando uma parte submersa e outra não. Por ser composto de
argila, há uma maior dificuldade da água sair do seu interior e também de
preencher completamente os vazios, ou seja, é o material de maior importância.
− Areia do filtro e enrocamento: São materiais que estão parte do tempo
saturadas ou não saturadas, mas que, pela grande quantidade de vazios em seu
interior, não seja necessário considerar um comportamento diferente.
− Fundação: Material que está sempre saturado, uma vez que, encontra-se
submerso e abaixo da linha freática na maior parte do tempo, ou seja, não é
necessário considerar um comportamento diferente.
Para considerar essa diferença, especialmente para o maciço argiloso, vamos
ter que mudar as configurações em Define -> Análise do SEEP/W(Steady-State

Seepage) -> Draw Materials -> KeyIn... -> Maciço Argiloso. Lá, vamos mudar
a aba Saturated Only para Saturated / Unsaturated. Aqui, é necessário estabelecer
duas funções, uma que controla o conteúdo de água do solo e a segunda que controla
a condutividade.
VOLUME WATER CONTENT FN
Essa função serve para medir a quantidade de água que está no interior do
material a medida que se altera a pressão no talude. Para defini-la, basta clicar nos

três pontos que abrirá uma nova


janela para configurar o material.
Na nova janela, vá em Add e crie uma nova categoria de materiais, que pode se
chamar Argila (colocar em Name). Em Types, você deve selecionar Vol WC Data
Point Function, que é uma maneira de criar uma função. Depois, deve-se clicar em
Estimate e configurar da presente forma:
Figura 35 – Configuração do Vol. Water Content Function.

Nesse espaço, não mexeremos nas relações de Suction Range, mas em cima,
Sample functions indica que estamos usando dados da própria bibliografia do
Geostudio. Sample Material: Clay indica que o material escolhido é a argila.
Saturated WC é o quanto de água se tem no material quando ele está saturado. Esse
valor foi retirado dos recomendados no curso do Professor Guttemberg da UFOP.
Assim, o resultado está exposto na Figura 36. Volte uma janela e atribua Argila
ao Vol. Water Content Fn:, agora, é hora de configurar o Hyd. Conductivity Fn., no

“...” . Crie, com a função Add um novo


material e dê o nome a ele de Maciço Argiloso (Name). Em Types escolha Hyd K
Data Point Function, depois em Estimate, entra os dados da figura 37.
Figura 36 – Resultado do Vol. Water Content Function.
Figura 37 – Configuração do Hyd. Conductivity Function.

O método de Van Genuchten é também da bibliografia do próprio software e


permite criar uma curva da variação da permeabilidade a medida que se satura o solo.
O Saturated Kx é a mesma permeabilidade colocada antigamente, quando se
considerava apenas saturada. Residual Water Content informa a quantidade mínima
de água que tem no solo, mesmo depois que o lençol tenha rebaixado, é a água
residual. Confirme tudo e assim, o resultado estará exposto na figura 38.
Na figura 39 está a nova configuração de permeabilidade, você deve selecionar
a função Maciço Argilo. Assim, o material está configurado e as análises podem ser
refeitas, dando os resultados das figuras 40 e 41.
Figura 38 – Configuração do Hyd. Conductivity Function.
Figura 39 – Configuração do Hyd. Conductivity Function.

Figura 40 – Resultado obtido após mudar os parâmetros para carga total.

Figura 41 – Resultado obtido após mudar os parâmetros.


7) ANÁLISES TRANSIENTES
A análise transiente necessita da versão completa ou a versão de avaliação, uma
vez que a de estudante não permite que sejam feitas análises transientes. Diferente
da análise em regime permanente, é necessário agora, que o usuário crie uma função
ou forneça uma função do comportamento de uma das condições de contorno.
O software GEOSTUDIO permite a fácil inserção e criação das funções,
entretanto, para tal, é necessário em um primeiro instante configurar uma nova análise
e entender quais são os requisitos. É necessário dessa forma:
− Criar uma análise com a situação inicial: Toda análise transiente, cobra que,
antes de acontecer a variação, deve existir alguma situação de regime
permanente. Ou seja, nas condições iniciais é necessário colocar alguma outra
análise ou colocar ela mesmo no Parent.
− Estabelecer o tempo de análise: Recomenda-se que as manobras não
ultrapassagem o valor de 1 m/dia, ou seja, se deve rebaixar ou preencher 20
metros, são necessários 20 dias. Além disso, recomenda-se dobrar o tempo da
análise, para observar o comportamento a partir do momento em que o nível se
estabiliza. Ou seja, se deveria ser 20 dias de movimentação, são 40, somados a
outros 20 constantes.
Para cada tipo de análise, é necessário entender o que varia e isso será
explicado agora.
a) ANÁLISE DO REBAIXAMENTO DE MONTANTE
A análise do rebaixamento de montante é uma análise crítica, porque, antes do
rebaixamento, o solo possui seu interior preenchido por água, com uma configuração
de poro-pressão, que, ao rebaixar, se altera completamente, e assim altera também,
a resistência do solo, já que, a água está presente, mas não absorve mais o
carregamento como anteriormente.
Portanto, é necessário simular como será o comportamento do solo ao longo
desse rebaixamento. A tendência é que, por mais que o nível de montante diminua,
no interior do maciço, haja uma certa resistência para camadas com menor
permeabilidade, por exemplo, no maciço argiloso.
Para configurar o rebaixamento, é necessário criar uma segunda análise, que
pode ser feita em Define -> KeyIn Analyses -> Add -> SEEP/W Analyses ->
Transient. Nas configurações, coloque em Parent a análise feita anteriormente, em
regime permanente. É necessário que haja uma análise de base estável, que no nosso
caso, é a análise anterior, já que, retrata a situação anterior ao rebaixamento. Assim,
em Initial Head/PWP Conditions from: você deve escolher Parent Analysis.
Em Time, devemos estabelecer a duração da nossa análise. Para esse exemplo,
vamos supor que desceremos 8 metros em 8 dias (1m/dia) e depois, veremos durante
mais 8 dias o comportamento. Logo, o tempo da nossa análise é 16 dias. Em Duration
coloque o tempo da análise (16 days). No # of Steps é o número de passos
necessários, que no caso, como não se trata de muitos dias, podemos colocar 16
passos e ver assim, o comportamento a cada dia de rebaixamento.
Além da análise da percolação, é interessante estudar o comportamento do
talude de montante a medida que ocorre o rebaixamento, portanto, é necessário criar
uma nova análise do SLOPE. Va em Add -> SLOPE/W Analyses -> Limit
Equilibrium. Em Parent coloque a sua análise do rebaixamento. Tente nomear tudo
da forma que te ajude a organizar. Ele vai avisar que ao mudar o nome, você apaga
as informações da análise, não se preocupe, é só clicar novamente no Start após.
Como se trata de uma análise transiente, é necessário alterar algumas coisas.
Em Settings -> PWP Conditions from -> Parent Analysis e ao lado Time -> All.
Dessa forma, será feita a análise de todos os dias. No Slip Surface, mude o Direction
of Movemnt para Right to left, já que se trata de um estudo de montante e a ruptura
vem da direita para a esquerda. Após isso, você pode clicar em Close.
Agora é necessário realizar as mudanças. Provavelmente, a análise aparecerá
sem os materiais definidos corretamente, para resolver isso, atribua os materiais
novamente, mas, marque o quadrado Aplly to all Analyses. Agora, em Define ->
Transient Seepage (análise transiente criada), va em Draw Boundaries
Conditions -> KeyIn -> Add -> New Hydraulic BC. Nisso, chamaremos a nova
condição de Rebaixamento (Name), definindo em Type: Head (H), mas agora,
marcaremos o botão Function e no B. Fn.: vamos definir uma nova equação no ...

.
Na nova janela, clique em Add e chame a nova função de Rebaixamento
(Name), em Parameters, coloque Total Head vs. Time, ou seja, carga total contra
tempo e no Types, coloque Spline Data Point Fn. Depois vá em Add, em baixo,
coloque os dados como na figura.
Figura 42 – Função do rebaixamento do reservatório.

A função de rebaixamento está pronta. Agora, falta aplicar as condições de


contorno, como feito na análise inicial, mas dessa vez, selecione a nova Condição de
contorno. Não esqueça antes de selecionar a função no rebaixamento, conforme a
figura 43. O resultado das definições será a figura 44.
Figura 43 – Definições da Condição de contorno do rebaixamento.

Figura 44 – Condições de contorno do rebaixamento.


No SLOPE/W criado, é necessário agora mudar as regiões de início e final, que
podem ser 10 para o início e 10 para o final, com a distribuição parecida com a da
figura 45. O resultado, após executar a análise, será as figuras 46, 47 e 48.
Figura 45 – Estabelecimento das superfícies do rebaixamento.

Figura 46 – Poropressão para o caso de rebaixamento.

Figura 47 – Carga total para o caso de rebaixamento.


Figura 48 – Fator de segurança para o caso de rebaixamento.

Entretanto, o interessante é observar outros pontos da análise, como a variação


do FS com o tempo. Para fazer isso, você pode gerar um gráfico ou visualizar

normalmente. Para visualizar, vá em Graph e clique no Factor of Safety vs.


Time, que já é um gráfico padrão, igual ao da Figura 49.
Figura 49 – Variação do Fator de segurança com o tempo.

Para que esteja melhor apresentado, você pode alterar as informações,


colocando em português e ocultando as informações irrelevantes. A figura 50 ilustra
as configurações para deixar o gráfico em português e com uma melhor formatação.
Figura 50 – Configurações do gráfico.

b) ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO
Para o estudo do enchimento do reservatório, o ideal seria adotar valores totais,
obtidos em ensaios rápidos, não drenados e não consolidados, entretanto, poucas
empresas vão disponibilizar os dados separados, para cada tipo de ensaio. Nesse
caso, é necessário utilizar uma nova condição de montante, que vá do 0 até o nível
máximo de operação. A velocidade de enchimento depende das decisões de obra,
entretanto, pela simulação, é possível analisar o fator de segurança e entender se há
ou não um risco.
Para estudar o enchimento do reservatório, é primeiro, como para as outras
análises, criar uma situação inicial em regime permanente, só que dessa vez, o
reservatório vai estar vazio e não cheio. Para tal, vá em Define -> KeyIn Analyses -
> Add -> Seep/W Analyses -> Steady-State. Não coloque nenhuma análise no
Parent e pode nomeá-la “Reservatório vazio”.
Figura 51 – Configuração inicial.

Feche a aba com Close e vá em Draw Boundaries Conditions -> KeyIn-


>Add->New Hydraulic BC. Coloque o nome de Vazio e estabeleça um Head (H) igual
ao pé do talude de montante, que no caso, será de 290 m. É necessário, nesse caso
também, criar uma condição de jusante, por que o reservatório primeiro enche a
montante e depois enche a jusante. Podemos intercalar e colocar o enchimento da
jusante posteriormente, agora, por enquanto, essa condição é suficiente. Aplique as
condições de contorno nas bordas, conforme a Figura 53.
Figura 52 – Configuração da condição de contorno para o enchimento.

Figura 53 – Aplicação das condições de contorno para o reservatório vazio.

Figura 54 – Resultado de carga total para o reservatório vazio.


Uma vez pronta a análise inicial, é necessário criar a análise do enchimento, o
que pode ser feito clonando a análise de rebaixamento, em Define->KeyIn->Clique
sobre a análise do rebaixamento->Add->Clone. Na nova análise, mude o nome
dela para enchimento, mude o Parent para a análise do reservatório vazio. Não é
necessário alterar mais nada, apenas o Parent, porque os tempos estão já
programados. Você pode também clonar o SLOPE/W utilizado para obter o FS do
Enchimento, porque ele estuda a montante. Define->KeyIn->Cllique sobre a análise
do FS do rebaixamento->Add->Clone. Mude o parente dele para a análise do
rebaixamento, no final, todas as análises devem parecer a Figura 55.
Figura 55 – Resultado de carga total para o reservatório vazio.

Agora, é necessário criar duas condições de contorno, uma para a montante e


outra para a jusante, de acordo com o enchimento. É necessário que ambas estejam
na cota 490 no instante 0, mas a de montante vai chegar até 498 após 8 dias e
estabilizar, enquanto a de jusante vai começar nos 8 dias, encher um metro até o dia
9 e depois estabilizar.
Ensaio não-drenado, não consolidado – Enchimento do reservatório
Ensaio não-drenado, consolidado – Rebaixamento
Ensaio drenado, consolidado – Reservatório em operação no NA max.

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