Caracteristicas Gerais de Fungos Odonto

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Universidade de São Paulo

Instituto de Ciências Biomédicas


Departamento de Microbiologia

Características gerais dos


fungos

Profa. Kelly Ishida


E-mail: [email protected]
Bolor Levedura
O maior ser vivo do mundo
Floresta nacional Malheur, no Oregon Armillaria solidipes

Os cogumelos são comestíveis área de 9,6 km²


Parasitam as árvores – matando-as 1.900 e 8.650 anos de idade
~ 1,5 milhão de espécies de Fungos
~ 75.000 (5%) espécies foram descritos

Vias de dispersão dos fungos


Habitat Substratos
Vias: ar, água, homem,
Solo, água, vegetais, animais, insetos Solo, água, vegetais,
homens, animais homens, animais e
substratos diversos

Propágulo fúngico Fatores que influenciam:


(levedura, conídios, Velocidade de dispersão Substratos:
fragmento de micélio):
Fatores climáticos Nutrientes,
Forma
Distância Percorrida Fatores ambientais,
Tamanho
Barreiras geográficas Suscetibilidade do
Quantidade hospedeiro
Viabilidade

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Fungos do ar – fungos anemófilos

l Principais gêneros de
fungos:
• Alternaria
• Aspergillus
• Penicillium
• Fusarium
• Cladosporium
• Curvalaria
• Rhizopus
Técnica: Sedimentação
• Leveduras
gravitacional - Exposição da
placa por 15 -20 minutos. l Importância da
qualidade do ar
Análise qualitativa
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Amostrador de Andersen®
Impactação direta do ar (UFC/m3) – Análise quantitativa

Análise de fungos, leveduras e bactérias em ambientes fechados.


É reconhecido internacionalmente como o Amostrador de Ar mais eficiente
na quantificação dos microrganismos e na determinação de sua
capacidade de penetrabilidade no trato respiratório.
(simula a deposição das partículas nas vias aéreas).
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l ANVISA – Resolução no. 9, 16/01/2003 –
Padrões referenciais de qualidade do ar em
ambientes climatizados artificialmente de uso
público ou privado

l ≤ 750 UFC/m3

l “É inaceitável a presença de fungos


patogênicos e toxigênicos”

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Boff et al. The indoor air as a potential determinant of the frequency of invasive
aspergillosis in the intensive care. Mycoses, 56: 527–531, 2013.

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Importância dos fungos
l Ambiental
Decompositores e reciclam matéria
orgânica – degradação de celulose e
lignina

Micorrizas e Líquens - mutualismo


Penicillium spp.

Indústria alimentícia

Fermento biológico –
Sacharomyces cerevisiae

Fermentação alcoólica

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Cogumelos Comestíveis:
Sem toxicidade e com Alto Valor Proteíco

> 30 espécies cogumelos - cultivados


produtores de antimicrobianos
(penicilina), imunossupressores
Indústria farmacêutica (ciclosporina) e hormônios
(esteróide)
1928 - Alexander Fleming - Escocês
Biólogo e Farmacologista
Howard Walter Florey – Australiano
Farmacologista e Patologista
1945 - Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia
Descoberta da Penicilina

Penicillium chrysogenum
Aplicação biotecnológica

-Produção de biodiesel
primeira e segunda geração

-Proteínas humanizadas

-Leveduras “breaking bad


Δ9-tetrahydrocannabinolic acid (THCA)
Tratamento da dor, esclerose múltipla,
diminuição da pressão ocular

Zierpel et al. Engineering yeasts as platform organisms for cannabinoid biosynthesis. J Biotechnol. 10;259:204-212, 2017.
Modelos para estudo celular, molecular
e genéticos dos seres eucariotos

Célula
fúngica

Célula
animal
Ex. Saccharomyces cerevisiae
Produtores de toxinas (Ex. aflatoxina de
Aspergillus sp.) – carcinogênicos

Alcinógenos

Amanita muscaria Psilocybe spp.

Amendoim, milho soja cevada e outros...


Aspergillus, Fusarium
Aflatoxina
Aspergillus
Ocratoxina A
Tricotecenos
Zearalenona
Fumonisina
Síndrome dos Edifícios Doentes

l Má qualidade do ar
l Fadiga
l Dores de Cabeça
l Irritação no olhos nariz
e trato respiratório
l Coriza
l >20% dos ocupantes alergias, rinites,
bronquite, asma
Doenças em plantas e animais

Fitopatógeno: pode causar


Causadores de micoses em animais
prejuízos na agricultura
Classificação dos fungos
Carolus Linnaeus (1707-1778)

Considerado o PAI DA TAXONOMIA MODERNA

De acordo com Linnaeus os seres vivos podiam


ser classificados em 2 reinos: vegetal e
animal.

Sistema hierárquico: classe, ordem, gênero,


espécie e variedade.

Foi primeiro a utilizar o sistema binomial de


classificação

1958 – aplicação da Nomenclatura binomial

13 Edições: 1ª. (1935) – 10 p.


13ª. (1970) – 3000 p.
Haeckel (1866)
l Haeckel apresentou um
esquema que seria conhecido
como a árvore da vida

l Classificam os seres vivos em


3 reinos: Animalia, Protista,
Plantae.

l Reino Protista: para classificar


"animais" e "vegetais"
unicelulares.

l Neste momento, os Fungos


pertenciam ao Reino Plantae
l A partir de 1969, reclassificação:

• Ausência de clorofila → Heterotróficos


• Nutrição por absorção
• Não possuem movimento próprio
• Parede celular de quitina e não de celulose
• Armazenam glicogênio
Whittaker (1969)

Whittaker propôs dividir os


seres vivos em 5 reinos,
separados, principalmente,
pelas características
morfólogicas e fisiológicas

Monera: Procariotos
Protista: Eucariotos
Plantae: Vegetais
Fungi: Aclorofilados
Animalia: Animais

http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/intromicro/intromicro.html
Carl Woese (1977): Domínio dos
seres vivos
Aspectos Filogenéticos - Baseada no DNAribossômico 16S

http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/intromicro/intromicro.html
Filos
Características gerais dos
fungos
l Eucariotos
l Quimioheterotróficos - necessitam de matéria orgânica
para obtenção de energia
l Nutrição por absorção
l Armazenamento de energia: glicogênio, manitol,
trealose e alcoóis
l Parede celular de quitina e glucanas
l Na maioria, são seres haplóides
l Podem se apresentar: Levedura ou hifas
l Pode ter ciclo assexuada e sexuado
A célula fúngica
Parede celular

Quitina: 1 – 2%
Glucana: 50 – 60% peso seco da parede
Proteína: 30 – 50%
Nather K & Munro CA. FEMS Microbiology Letters 285: 137-145, 2008.
28
Gow et al. Nature Reviews 10:112-122, 2012.
Erwig & Gow. Interactions of fungal pathogens with phagocytes. Nature Reviews Microbiology 14, 163–176 (2016).

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Cápsula mucopolissacarídica
Cryptococcus spp.
Papel: Evasão do sistema imunológico
Membrana citoplasmática
l Bicamada lipídica com proteínas transmembranas associadas,
l Controla entrada de nutrientes/substâncias (permeabilidade seletiva)
l Ancoram importantes enzimas: glucana sintase e quitina sintase
l Transdução de sinais do meio externo para a célula
l Ergosterol como principal esterol de membrana de fungos
• Vital para a sobrevida dos fungos – principal alvo dos agentes
antifúngicos

Ergosterol

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Ciclo de vida dos fungos

Ciclo
sexuado

* Ciclo assexuado
Características morfológicas
Ciclo assexuado
Ø Porque é importante conhecer as
estruturas dos fungos?

Ø Essencial para a identificação do


fungo - diagnóstico laboratorial da
micose!!
Morfologia – organização fúngica
• Unicelulares → fungos leveduriformes

• Pluricelulares → fungos filamentosos (“bolor”)


Hifa – unidade básica do fungo
Micélio – conjunto de hifas
Leveduras...
Característica macroscópica

Coloração e Consistência

Forma, superfície, margem, coloração, aspecto (seco, úmido),


Tamanho – dependem do tempo de incubação, meio e temperatura
Leveduras...
Característica microscópica
Leveduras...
Reprodução assexuada – Formação Blástica

Brotamento / fissão binária


Fungos Filamentosos...
Característica macroscópica

Forma, superfície, margem, coloração verso e reverso, aspecto (seco, úmido),


tamanho – dependem do tempo de incubação, meio e temperatura
Crescimento radial Tipos de hifas
Fungos Filamentosos...
Característica microscópica

• Micélio Vegetativa
Reprodutiva

– Não-septadas /Contínuas
Septadas/cenocíticas
– Hialino X Demáceo
– Espessa X Delgada
Fungos Filamentosos...
Reprodução assexuada – Hifa reprodutiva
• Formação Blástica

•conídios externos •conídios internos


•Formação de Esporângios
•conídios internos
•Formação de Esporângios
•conídios externos
Reprodução assexuada – Hifa reprodutiva
•Formação Tálica - Artroconídios
Fungos Filamentosos...
Estruturas de reprodução assexuada
Outras estruturas fúngicas
Reprodução Assexuada (leveduras e bolores)

Parede celular espessa


Reserva de nutrientes
Metabolismo lento
Estrutura de resistência
Clamidoconídio – C. albicans
Dimorfismo térmico
Capacidade de um fungo em possuir duas formas
distintas dependendo das condições ambientais.
Importante na patogênese do fungo

Paracoccidiodes spp.
Blastomyces dermatitidis
Histoplasma capsulatum
Coccidioides spp.
Sporothrix spp.
25-28 ºC 37 ºC Penicillium marneffei
saprofítico patogênico

Principal fator regulador do dimorfismo: TEMPERATURA


Fisiologia dos fungos
Curva de crescimento

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Condições ambientais para o
crescimento dos fungos

l Temperatura

• Psicotolerante - abaixo de 5 ⁰C
•Psicrófilo – 5-20 ⁰C
•Mesófilo – 20-30 ⁰C Fungos de
importância médica
•Termófilo – 30–50 ⁰C

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pH

• Variável (1,5-11)
• pH ótimo: 5-7
• Muitos fungos são ácidos tolerantes
• Possui alta capacidade tamponante:
• Bombas de prótons
• Troca de material entre o citosol e os vacúolos (conteúdo
ácido)
• Interconversão de açúcares e polióis com manitol, que
envolve o sequestro e a liberação de H+
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Mitocôndria

l Oxigênio
• Aeróbios obrigatórios (a maioria)
• Aeróbios facultativos
• Obrigatoriamente fermentativo
• Obrigatoriamente anaeróbio – Hidrogenosomos
Alguns Chytridiomycota (ex. - vivem
no rúmem de ruminantes)

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l Água

• Todos necessitam de água para a absorção de


nutrientes

• Os esporos/conídios necessitam de água para


germinarem

• Excassez: o fungo é capaz de forma estruturas de


resistência – (clamidoconídio) e podem formar
esporos.

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Atividade da Água – medida de água livre no substrato

Aw=p/po
• onde p é a pressão do vapor de água no material, e
po é a pressão do vapor de água pura à mesma
temperatura
l É considerada um parâmetro de estudo para
a química dos alimentos
l Umidade, temperatura, O2, e pH –
determinantes para a estabilidade do
produto alimentício
l Aw < 0,6 – pequeno ou nenhum crescimento
de micro-organismo
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Elementos essenciais para o crescimento,
Nutrientes mas não ideais para obter um
crescimento ótimo.
l Condições básicas de crescimento
• Meio rico em carboidratos
• pH levemente ácido (5-6)
• Diferente das bactérias (N, pH básico)
• Nutrientes essenciais: C, N e íons (NaNO3, KH2PO4,
MgSO4, CaCl2, KCl, FeSO4, ZnSO4, CuSO4)

• Meios: ágar batata dextrose, ágar extrato de malte, ágar


milho, Sabouraud, BHI, dentre outros.

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Carbono fonte de energia para o fungo

l Nutrição por processo de absorção

l CH4 ↦ ligninas

l Os fungos podem adquirir C de várias fontes, no entanto,


é necessário que o nutriente seja o mais simples para ser
absorvido

l Pequenas moléculas como monossacararídios,


aminoácidos, peptídeos que passam pela parede celular

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Metabolismo do açúcar como fonte de Carbono

Fermentação de carboidratos Assimilação de fontes de C e N


Zimograma Auxanograma

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l Kits de identificação de leveduras
• Baseados em testes bioquímicos

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