Estouretodasasbolhas A6def6

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© 2023 Pablo Marçal

Editora Plataforma
Barueri – SP – Brasil
[email protected]
www.editorplataforma.com.br

1ª edição – Outubro de 2023


A reprodução parcial ou total desta obra, por qualquer meio,
somente será permitida com a autorização por escrito da editora.
(Lei nº 9.610, de 19/02/1998)

Impresso no Brasil – Printed in Brazil

Publisher: Elisangela Freitas


Editor: Cristian Fernandes
Coordenação editorial: Sandra Selino
Transcrição: Daiane Battistel
Preparação de conteúdos: Carol Cardoso
Neves, Ivana Mazetti, Wilma Kelly Gomes
Revisão: Wilma Kelly Gomes, Sandra Selino e
Thais Teixeira Monteiro
Diagramação: Deborah Figueira
Capa: Gerson Nascimento
Arte-finalista: Rogério Salgado

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Marçal, Pablo
Estoure todas as bolhas / Pablo Marçal. --Barueri, SP : Plataforma
Internacional, 2023.

ISBN 978-65-84702-04-2

1. Autoconhecimento 2. Mudança de atitude 3. Sucesso I. Título.

23-175465 CDD-158.1

Índices para catálogo sistemático:


1. Autoconhecimento : Psicologia aplicada 158.1

Eliane de Freitas Leite - Bibliotecária - CRB 8/8415

estoure as bolhas ficha.indd 1 23/10/23 04:28


SUMÁRIO
Introdução..............................................................7
CAPÍTULO 1
Em qual bolha você vive?................................................13
CAPÍTULO 2
As bolhas da vida..............................................................21
CAPÍTULO 3
Dominação......................................................................33
CAPÍTULO 4
As minha bolhas................................................................43
CAPÍTULO 5
Estoure as bolhas.............................................................51
CAPÍTULO 6
Ecossistema...............................................................63
CAPÍTULO 7
Domine!.....................................................................71
CAPÍTULO 8
Plano estruturado.............................................................81
CAPÍTULO 9
Ciclos da vida.....................................................................89
INTRODUÇÃO
A ssim como o planeta Terra é uma esfera, os sistemas con-
tidos nele também são formados por esferas: as bolhas. Eu
não costumava ver dessa forma, mas, quando entendi que
vivemos em bolhas, muita coisa ficou clara na minha mente e pude
compreender melhor o processo de dominação.
Neste livro, quero lhe mostrar as bolhas em que normalmente es-
tamos inseridos, das maiores às menores, expondo uma verdade que
muitos ainda não perceberam, e outros, nem imaginam existir.
Para que pudéssemos nascer, por exemplo, estouramos a nossa
primeira bolha. E para dominar, teremos que estourar muitas outras.
Quando minha filha nasceu, de parto natural, em casa, a bolsa não
se rompeu. Então, no momento do nascimento, pude vê-la nascendo
dentro daquela bolsa. E estourar aquela “bolha”, para que de fato ela
rompesse, foi um momento intenso e falou muito comigo.
É assustador saber que há uma infinidade de pessoas que vivem
e são comandadas por essas bolhas sem ao menos ter consciência de
que estão inseridas nelas. Basta conversar com uma pessoa sobre re-
ligião ou política, por exemplo, para saber a qual bolha ela pertence.

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PABLO MARÇAL

O mais impressionante é que esse processo de dominação já exis-


tia antes de Jesus Cristo e segue até hoje, num modo gradual de ma-
nipulação em massa. Esteja em qual bolha estiver, saiba que você está
sendo manipulado e, para se ver livre, precisa romper com elas.
Se observarmos na atualidade homens poderosos, dominadores e
bilionários, como Elon Musk, Jeff Bezos e Richard Branson, veremos
que eles estão saindo da Terra rumo ao espaço. Isso acontece porque
eles já romperam todas as bolhas aqui e dominaram sobre todas as
coisas, inclusive sobre o planeta Terra.
Durante a leitura deste livro, você ampliará seu entendimento,
rompendo com as bolhas que o impedem de avançar e isso vai fazer
muito sentido!
Vamos falar sobre dominação e domínio, como romper as bolhas,
ecossistema e muitas outras coisas que, talvez, você nem consiga su-
portar. Mas, se terminar este livro, tenha certeza de que sua visão es-
tará definitivamente mais aguçada em relação ao mundo no qual está
inserido e aos sistemas que existem nele.
Abra sua mente para algo extraordinário do qual você faz parte e
nem sabe.
Vamos “cair pra dentro”?

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CAPÍTULO 1

EM QUAL
BOLHA
VOCÊ VIVE?
E stava pensando sobre o que faz uma pessoa crescer e alcan-
çar prosperidade pessoal e profissional, além de uma vida de
intimidade e de conexão com Deus. Olhando para minha pró-
pria história, percebi que minha vida mudou radicalmente, quando
consegui furar todas as bolhas que me impediam de ser livre e de
cumprir o meu propósito.
Primeiro, eu precisei compreender o que significavam as bo-
lhas e de que forma elas me aprisionavam, impedindo-me de cres-
cer para atingir o exponencial. É exatamente isso o que vou revelar
neste livro, o que são as bolhas e de que forma elas nos escravizam.
Bolhas são um conjunto de pessoas que inconsciente ou invo-
luntariamente pensam e convivem da mesma forma, como numa
torcida de futebol, por exemplo, em que os amantes de um time se
vestem da mesma forma, usam os mesmos jargões e não aceitam
argumentos contrários ao clube do “coração”.
Normalmente, é nessas bolhas que as pessoas passam a maior
parte do tempo. Muitas pensam que, de certa forma, o mundo acon-
tece dentro delas. Por exemplo, quando uma pessoa mora numa ci-

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PABLO MARÇAL

dade, ou até mesmo num determinado bairro, e não cogita a hipótese


de se mudar de lá, é porque tem aquele lugar como o “mundinho”
dela. Isso significa que está presa ali, em uma bolha geográfica!
Pegue este código:

Muitas pessoas estão presas


em bolhas sem saberem disso.

Existem muitas bolhas que precisam ser estouradas. Quando


você descobrir a existência delas e identificar em quais está inse-
rido, terá consciência do que é preciso ser feito para se libertar de
cada uma e prosperar.
Algumas das bolhas que controlam a vida das pessoas são:
• Religião
• Política
• Entretenimento
• Cultura
• Meio empresarial
• Família
• Mídia
• Mercado financeiro
• Redes sociais e tecnologia

Você consegue identificar em quais dessas bolhas está inserido e


o motivo de estar preso a elas? Afinal, como podemos dominar se ver-
dadeiramente nos encontramos aprisionados dentro dessas bolhas?
A política é uma bolha que contém duas outras bolhas distintas
inseridas. Bastam alguns minutos de conversa para detectarmos em

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ESTOURE TODAS AS BOLHAS

qual delas a pessoa está presa. Alguns defendem seus partidos e são
tão fiéis a eles que atacam sem compaixão aqueles de partidos con-
trários. Além disso, acreditam que apenas sua visão e a ideologia de
seu partido é a correta e são incapazes de questionar ideias e atitudes
de seus representantes.
Outros passam a vida presos a uma empresa e não sabem o que
fazer quando são mandados embora, pois acreditam que aquela é
a única maneira de prosperar. Dessa forma, se fecham para outras
possibilidades que poderiam ser ainda melhores. A visão é tão limi-
tada que um lugar se torna o mundo da pessoa, ou seja, ela “vive”
pela empresa e pelo trabalho e se esquece, muitas vezes, de que há
outras áreas essenciais na vida, como a família. Agindo assim, é
perceptível que ela esteja presa à bolha do meio empresarial.
Eu me recordo de quando era executivo na Brasil Telecom e
decidi sair da empresa. Muitos ficaram espantados, pois, na mente
deles, aquele era o emprego perfeito, afinal, eu possuía estabilidade
e um ótimo cargo. No entanto, eu sabia quem poderia me tornar.
Ficar naquela bolha me impediria de cumprir o meu propósito. En-
tão, eu furei a bolha do meio empresarial e decidi investir nas mi-
nhas próprias empresas. E adivinhe? Eu me tornei uma pessoa bem
mais próspera. As redes sociais e a tecnologia em geral, por sua
vez, exemplificam uma bolha muito forte, pois elas já se tornaram
essenciais para muitas pessoas e estão associadas a outras esferas da
vida social, como a política, o entretenimento, a mídia e a cultura.
Elas afetam nossas conexões interpessoais e até nossa saúde (afinal,
por que sair de casa e encontrar um parente, se posso fazer uma
videochamada?).
Uma pesquisa do American Economic Review mostra que, ape-
sar dos benefícios gerados pelas mídias digitais, elas também cau-
sam muitos impactos negativos, como o aumento expressivo nos ca-
sos de depressão e suicídio, além da perigosa influência em questões
políticas, que favorecem a polarização e a divulgação de notícias

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PABLO MARÇAL

falsas. Também é fundamental mencionar os algoritmos presentes


nessas redes sociais, afinal, são eles que controlam as informações
que recebemos e condicionam o usuário a consumir somente o con-
teúdo indicado por eles. Dessa forma, sem perceber, você está sendo
manipulado e absorvido por essa bolha quando, na verdade, deveria
dominá-la.
A igreja e a religião também são bolhas, talvez umas das maio-
res, porque possuem muitos adeptos e sua influência se inicia na
infância, fase em que a possibilidade de questionar autoridades e
tomar as próprias decisões é quase nula. Muitos frequentam igrejas
por influência da família e trilham esse caminho sem refletir a res-
peito da verdade que estão vivendo e seguindo. Tornam-se os famo-
sos “não praticantes”, que apenas aumentam os números estatísticos
e não vivem, de fato, a sua fé. E o pior, as pessoas que estão presas
a essas bolhas acreditam que somente a religião delas é correta e
soberana, e assim julgam outras denominações, considerando-as in-
feriores. Inclusive, há religiosos que deixam suas próprias famílias
em casa para estar em todas as programações e eventos da igreja,
ou seja, deixam de dedicar a devida atenção e tempo a uma parte
fundamental de sua vida. Para mim, não faz sentido trocar nada pela
minha família. Eles são minha prioridade, meu time e minha primei-
ra equipe.
Entenda, não estou falando que sou contra a igreja, não é isso,
mas é preciso saber discernir quando se está preso a algo e viven-
do focado naquele mundo, sem conseguir dimensionar tudo o que
existe fora dele. Frequente igrejas, não pare de ir, apenas não viva
dentro dessa bolha, como se não existisse nada além dela.
Espero que o objetivo deste primeiro capítulo tenha se cumpri-
do, fazer com que você entenda o conceito de “bolhas” e perceba o
quanto elas estão presentes em nossa vida, mesmo que de maneira
imperceptível. No capítulo dois você entenderá, de maneira mais
detalhada, quais são as bolhas da vida e como começar a estourá-las.

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ESTOURE TODAS AS BOLHAS

Mas antes de finalizar esta seção, gostaria de convidar você a refletir


sobre algumas coisas.
A vontade de Deus é que você cuide da sua vida e transborde
na vida dos outros. Ou seja, você precisa primeiro resolver os seus
bloqueios e travas, para depois alcançar e ajudar mais pessoas. No
entanto, isso não é possível se você está preso a diversas bolhas.
Sendo assim, para ajudar a cumprir o seu propósito e viver o trans-
bordo, eu o convido a realizar o seguinte exercício.
Observe quais são as bolhas que o impedem de crescer, se co-
nectar com pessoas diferentes e expandir. É o apego ao lugar em que
você está? As pessoas com quem você se relaciona? A política? A
religião? As redes sociais? Seu trabalho? Sua família?
Tudo o que nos aprisiona, seja fisicamente ou com ideias, deve
ser questionado. Por isso, pare um instante e faça uma lista. Em
quais bolhas você vive?

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CAPÍTULO 2

AS BOLHAS
DA VIDA
E
u e a Carol, minha esposa, já temos quatro filhos e ainda não
me acostumo com o fato de uma pessoa ficar nove meses den-
tro da outra. E mesmo sendo um cara viril e à frente do meu
tempo, diante do parto natural da minha filha, eu me emocionei de-
mais. Como a bolsa não havia estourado antes do nascimento, nós a
estouramos. Um fato bem inusitado.
Pegue este código:

O nascimento só aconteceu
porque uma bolha foi estourada.

O relato do nascimento da minha filha é apenas um exemplo,


porém ilustra algo muito importante, já que desde o início da nossa
existência, estamos presos em bolhas. Por isso, quero lhe mostrar

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PABLO MARÇAL

quais são as bolhas da vida, para que você tenha consciência de


cada uma delas e, dessa forma, saiba como agir para estourá-las e
dominá-las.

Desde o início da nossa existência


estamos presos em bolhas.

No capítulo anterior, apresentei as principais bolhas que nos


aprisionam: a religião, a política, o entretenimento, a mídia, a cul-
tura, o meio empresarial, a família, o mercado financeiro e as redes
sociais. Existem muitas outras, mas essas exercem um domínio sig-
nificativo sobre a vida das pessoas que pertencem a elas, de for-
ma ampla e premeditada. E dentro de cada bolha “master”, existem
outras bolhas menores (por exemplo, na bolha da política, existem
os partidos). Neste capítulo você compreenderá cada uma delas de
maneira mais aprofundada para, assim, ter o conhecimento necessá-
rio para sair delas.
Na minha opinião, a bolha mais poderosa de todas é a da reli-
gião. Ela é a mais forte porque consegue dominar sobre as outras
e abrange um pouco mais de 6 mil religiões, ou seja, há milhares
de “pequenas” bolhas dentro dela. Muitos acham que sou contra a
religião, o que não é verdade. Eu sou contra a ideia de as pessoas
colocarem a religião como o centro de sua existência, esquecendo e
diminuindo a importância de outras pessoas e áreas da vida. Enten-
da, eu sou cristocêntrico.
A palavra “religião” vem do verbo latino religare, que significa
“religar-se”. Ou seja, é o ato de piedade de Deus de religar-se aos
homens. E perceba um fato interessante, Jesus não era evangéli-

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ESTOURE TODAS AS BOLHAS

co ou católico, Ele era judeu, mas nunca usou isso em seu próprio
benefício ou impôs sua religião àqueles com quem convivia. Se o
próprio Deus não defendeu com “unhas e dentes” a própria religião,
por que você faria isso?
A verdade é que os religiosos se preocupam mais em seguir e
ouvir outros homens do que buscar o contato real e verdadeiro com
a Fonte, e isso é errado. São pessoas que, se não tiverem cargos ou
não estiverem dentro de um prédio, não conseguem servir a Deus.
Se você quer encontrar a verdadeira religião, leia (Tiago 1:27) “A
religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é
esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se
deixar corromper pelo mundo.” É isso que deveria constituir a ver-
dadeira religião.
Hoje, fora da bolha religiosa, eu entendo que Cristo é suficiente.
Se você conseguir furá-la e se desprender de todas as regras e cren-
ças limitantes que ela impõe, vai acessar o Reino de forma profunda
e absurda e viver a verdadeira religião.
Cuidado ao seguir somente o que homens dizem e não se pre-
ocupar em realizar obras maiores. Vá direto à Fonte, ao Criador.
Se você não cuidar da sua vida, não se sentir amado e não amar
a Deus, você pode frequentar qualquer igreja, mas continuará do
mesmo jeito. Novamente, não estou dizendo para você abandonar a
igreja, pois o seu servir é importante e necessário, mas é essencial
enxergar o que de fato importa quando falamos de religião: Deus e
seu infinito amor por nós.
Inacreditavelmente, a política só abrange duas bolhas masters,
das quais surgem várias outras menores: os partidos. Se o seu po-
sicionamento está condicionado a essas bolhas, significa que você
não é totalmente livre para escolher suas opções de voto e debater
política, pois a sua visão já é tendenciosa. Ou seja, você possivel-
mente não aceitará receber opiniões contrárias e acreditará que so-

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PABLO MARÇAL

mente o seu ponto de vista é o correto, o que o torna uma pessoa


limitada, alienada.
Cair na bolha da política é muito fácil, porque há diversas no-
tícias tendenciosas e discursos políticos convincentes, que podem
nos fazer encarar uma “verdade” como única e universal. Eu, por
exemplo, não sou fã de ninguém, me sento à mesa com qualquer
pessoa, independentemente de gostar ou não dela e de concordar ou
não com sua opinião política. Para mim, o importante é não estar
em bolhas. Agindo dessa forma, você poderá sentar à mesa com o
Presidente da República e, mesmo assim, não concordar com tudo
que ele está falando ou fazendo.
A bolha da cultura, por sua vez, pode parecer a mesma que a
do entretenimento, mas não é. A cultura está em tudo o que vemos
e fazemos: nossa história, roupas, família, jeitos de falar e nos com-
portar, até mesmo no “jeitinho brasileiro de ser”. A cultura penetra
todas as outras bolhas e limita a nossa visão, por exemplo, quem
nunca ouviu a expressão “cultura da empresa” ou, de maneira mais
ampla, a referência a diferentes regiões e povos, como “cultura nor-
destina”? A ideia da cultura é justamente expressar um padrão de
hábitos, conhecimentos e crenças que constituem um grupo. Eu e
você estamos inseridos em uma cultura, porém não podemos nos
limitar a ser o que ela dita.
Há duas bolhas diretamente relacionadas à cultura, a do entrete-
nimento e a da mídia. Entretenimento é tudo aquilo que desperta o
interesse e distrai uma audiência. Atualmente, as principais formas
de entretenimento são as redes sociais (mais uma bolha, percebe?).
Costumo dizer que, se você não está produzindo conteúdo na inter-
net, você está consumindo, e se está consumindo, significa que já
caiu na bolha do entretenimento.
Ela é um potencial distrator para tirar o foco e fazer procrasti-
nar. Pare e analise: Quantas horas por dia você perde na internet?
Como essas horas poderiam ser mais bem aproveitadas? E note que

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ESTOURE TODAS AS BOLHAS

até mesmo quem produz conteúdo está condicionado a fazer o que a


rede social pede (como dançar, por exemplo). Isso acontece porque
acredita que determinado comportamento traz mais engajamento,
ou seja, a pessoa se torna escrava dos algoritmos que controlam
essas redes.
A bolha da mídia abrange todos os meios de comunicação, como
redes sociais, jornais, imprensa e canais televisivos. Embora seja
uma excelente ferramenta de divulgação de informações, o que ve-
mos nos dias atuais está mais para especulação do que para informa-
ção. No fim das contas, grande parte da mídia está mais preocupada
com a propaganda do que com o teor informativo. Em todo meio
de comunicação prevalece uma ideologia, por isso é tão importante
buscar informações em diferentes fontes, para que sua visão não
seja totalmente limitada e presa a uma única bolha comunicativa.
Pegue este código:

Nenhuma mídia é
totalmente imparcial.

O sistema financeiro, por sua vez, é um sistema que derruba e


levanta quem eles querem. Essa bolha, por exemplo, se manifesta
a partir do momento em que você começa a ganhar muita grana.
Quando você começa a dominar e ganhar muito dinheiro, se não
tiver sensibilidade e um bom networking, certamente eles vão der-
rubá-lo.
Um exemplo disso foi um evento que realizei através de uma
dessas empresas on-line de eventos e que vendeu muito em um úni-
co dia. Pelo fato de ter ocorrido algo fora do padrão, mandaram es-

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PABLO MARÇAL

tornar todos os pagamentos. Eu fui atrás para saber o porquê disso e


eles não me deram nenhuma explicação, apenas estornaram. A partir
desse dia, eu quis dominar sobre essa bolha e criei minha própria
empresa de eventos, a EventX.
Quando eu digo que investir em networking é fundamental para
qualquer negócio e para a própria vida, eu não estou brincando. Ne-
tworking ou rede de trabalho é o que mais converte em termos de
relacionamento, já que ele antecede os negócios. E isso deve ficar
muito claro, sem relacionamentos um negócio não tem futuro.
Tudo o que você precisa e não sabe onde encontrar, preste aten-
ção, está em alguém: não em coisas, mas em pessoas. De toda a cria-
ção de Deus, o ser mais precioso e importante é o humano, pense
nisso. Cada um tem uma característica diferente que o torna único
diante dos demais e todos necessitam de conexão, mas para isso é
fundamental conquistar a confiança daquele com quem deseja se
conectar.
Conecte-se com outras pessoas, porque é nelas que você vai
encontrar as chaves de que tanto necessita para ir mais longe. Se as
pessoas se preocupassem verdadeiramente em construir uma rede
de relacionamento, não passariam tanto tempo presas à bolha em-
presarial, por exemplo. Estar em contato com pessoas diferentes
permitirá adquirir mais conhecimento, fazer novas parcerias e ex-
pandir horizontes. Não tenha medo de mudar e iniciar em uma nova
empresa, principalmente abrir a sua própria empresa. Fortaleça o
seu networking e você terá pessoas ao seu lado para o auxiliar.
Entenda que você não é tudo, você é imagem e semelhança do
Criador. Ele é multifacetado, portanto, quanto mais conexão com
o próximo, mais de Deus você absorve e mais dEle recebe. Um
completa o outro e assim a rede de conexões acontece e fortalece
a todos os que fazem parte dela. Porém, para acessar o outro, você
precisa ser sincero em seu coração e ter liberdade, não ter sua vida
aprisionada em bolhas.

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ESTOURE TODAS AS BOLHAS

Finalmente, a última bolha que eu gostaria de trazer é talvez


uma das mais importantes, porque influencia diretamente a nossa
vida do início ao fim: a bolha familiar.
Eu iniciei este capítulo afirmando que o nosso nascimento só
ocorre porque uma bolha foi estourada. Porém, antes desse momen-
to, outras bolhas precisaram ser rompidas também. Veja, saímos do
saco escrotal do nosso pai em direção ao útero da nossa mãe (ou
seja, duas bolhas). Dentro do útero, passamos meses crescendo e
expandindo até que, em situações normais, aquele espaço se tornou
tão pequeno que precisamos sair dele.
A lição que eu tiro disso é: Você sai da bolha quando cresce e
amadurece, porque ela se torna pequena demais para você. E nem
sempre será algo imediato, pode levar um tempo (assim como a
maioria das pessoas leva nove meses para nascer). Percebemos, en-
tão, que a vida só acontece quando estouramos bolhas. Se ela não
for estourada, você não nasce!

Você sai da bolha quando cresce


e amadurece, porque ela se
torna pequena demais para você.

Atualmente, as famílias têm mantido todos os integrantes em


bolhas familiares. Pais que não preparam os filhos para o mundo,
querem mantê-los dentro de casa e depositam inúmeras expectativas
neles. A verdade é que você não deve esperar nada dos seus filhos.
Deus é que espera algo de você como pai e mãe, que você seja um
verdadeiro treinador e acione a identidade e o propósito dos seus
filhos, que os crie para governar, não que os limite cada vez mais.

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PABLO MARÇAL

Muitas pessoas fazem faculdades que nem querem, porque estão


dentro de uma bolha e cedem à pressão familiar! Na verdade, dentro
desse contexto familiar, os pais estruturaram os filhos de uma ma-
neira que eles pensam que agir dessa forma, obedecendo à escolha
dentro da bolha, é honrar. E, na verdade, não é bem assim.
Pegue este código:

Se quiser sair dessa bolha,


seja o fracasso da sua família.

“Como assim, Pablo? Por que eu deveria ser o fracasso da mi-


nha família?” É simples. Porque senão você vai ser o objeto de so-
nhos frustrados deles. Não estou dizendo que sou contra a família,
nunca. Nem quero que você seja. Apenas quero alertá-lo a ter dis-
cernimento a respeito de todos os conselhos que receber, pois eles
advêm de pessoas que estão presas em uma bolha e farão o possível
para o manter nela, mesmo sem perceber. Seja um fracasso, senão
você não vai experimentar coisas que são suas.
Quando descobri que havia três famílias, eu, verdadeiramente,
passei mal. Nunca ouvi isso da boca de nenhum ser humano e espe-
ro que esse conhecimento mude a sua visão a respeito da importân-
cia de priorizar e cultivar a sua própria família. São elas:

• A família 1: de onde eu vim


• A família 2: a que eu formei
• A família 3: a que eu estou treinando

Quando tive clareza disso, pude perceber que a família que de


fato importa é a que eu estou formando. Ou seja, eu preciso honrar

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ESTOURE TODAS AS BOLHAS

e aceitar meus pais como eles são, carregar os seus princípios, en-
tretanto, anular as regras deles na minha vida. A regra deles serve
para eles. Muitos bloqueios da nossa mente advêm dos nossos pais,
e por mais que os honremos e amemos, não temos que aceitar todas
as verdades que nos impõem. Se você está nessa situação, eu tenho
um direcionamento para dar: estoure a bolha familiar e crie a sua
própria família. Ou seja, é preciso edificar a família 2, a mais impor-
tante, porque é nessa edificação que treinamos a família 3, que será
a família dos nossos filhos.
Quando observamos o que acontece nos dias atuais, percebemos
famílias com os filhos próximos o tempo todo, jovens que crescem
e continuam dependentes das opiniões e decisões dos pais, ou seja,
que não estouram as bolhas familiares. A esse respeito, gostaria de
compartilhar uma experiência particular com você. Quando eu era
mais novo, meu pai me deu duas opções de faculdade: Medicina ou
Direito. Optei pelo Direito.
Como muitas pessoas, eu também achava obrigatório ter esse
tipo de “estabilidade” e fazer exatamente o que meu pai achava me-
lhor para mim. Meu coração falava “não faça isso” e, mesmo assim,
eu fiz. Quando decidi anos depois deixar a carreira jurídica, percebi
que estava em uma bolha que me travava e me impedia de cumprir
o meu real propósito.
A partir daquele dia, compreendi que Deus nos chama para o
movimento, para a liberdade, e que as bolhas, de maneira contrária,
criam paralisação. Por isso é tão importante estourá-las. Quando você
percebe o que está por trás de cada uma delas, logo é possível concluir
o alto nível de bloqueio por ter vivido tantos anos nelas, achando que
aquilo era tudo o que havia. A partir de agora, conhecendo as bolhas
da vida, você está apto a agir e a não se deixar dominar.
Diante do que leu até aqui, faça uma reflexão a respeito das
bolhas em que você está inserido e responda: Quais bolhas da vida
você precisa estourar?

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CAPÍTULO 3

DOMINAÇÃO
N
a vida, dominamos ou somos dominados. Talvez você nem
saiba que se enquadra na segunda opção, por isso quero
alertá-lo: se você permanece preso às bolhas, com certeza,
é vítima do processo de dominação. Além disso, há outro problema
em questão, já que as bolhas maiores podem dominar as menores
e assim aumentar o campo de domínio. Por exemplo, a meu ver, a
bolha mais forte claramente é a da religião, porque ela se associa à
cultura e passa a ditar diversas regras sobre a maneira como deve-
mos (ou não) nos vestir, falar ou comportar.
A dominação chega ao ponto de essas bolhas ditarem até mes-
mo como devemos viver a nossa vida! Por isso, neste capítulo eu
quero abrir os seus olhos para essa realidade, a fim de que você
deixe de ser dominado e passe a governar.
Vamos começar falando sobre um dos principais mecanismos
que a bolha da cultura utiliza para exercer dominação, o marxismo
cultural. Esse movimento começou em 1920 e, na verdade, a visão
do filósofo Antonio Gramsci formulou um marxismo diferente do

35
PABLO MARÇAL

originalmente exposto por Marx, mas que foi usado como uma base
de sustentação para a sua teoria.
A Escola de Frankfurt é mencionada como responsável pela
formulação dessa ideia. Segundo eles, o consumo dos meios de co-
municação em massa é feito de forma passiva, e em vez de formar
leitores críticos, produz a alienação da população. Assim, formula
uma cultura de massa que gera comportamentos semelhantes na so-
ciedade.
A verdade é que 98% das pessoas do mundo são alienadas a
algum tipo de coisa, ou seja, não governam certas áreas mentais. A
alienação existe porque as pessoas não gostam de pensar e permi-
tem que outros assumam o controle de suas decisões. Se você não
acordar e continuar dessa forma, a alienação vai matar você, seus
filhos e os impedirá de experimentar o melhor dessa Terra.
Quer continuar sendo alienado? Feche este livro e não faça
nada. Quer deixar de ser? Leia e releia este livro com muita atenção.
Comece a reparar que somente 2% da população governa o mundo.
E eles só alcançaram isso porque se tornaram livres e entenderam o
poder da autorresponsabilidade.
Não é difícil identificar os comportamentos de uma pessoa alie-
nada, por exemplo, ela vive dando opinião na vida alheia, porque
controlar a vida dos outros é mais fácil do que gerir a própria. Além
disso, é uma pessoa “chata”, que sempre está certa, nunca volta
atrás. Também é vitimista e cria dependência, para não deixar você
“fugir” e ser livre. Por isso, cuidado com a alienação. Sem perceber,
sua vida está sendo governada por grandes corporações, religiões,
mentiras e ignorância.
Jesus, em oposição a tudo isso que descrevi, era livre. Com ape-
nas 12 anos de idade, Ele “tocava o terror” nos mestres da lei. E
você pode me questionar: “Claro que sim, Ele era o filho de Deus, já

36
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

possuía toda a sabedoria necessária para tal”. Eu concordo, mas não


foi só por esse motivo. Jesus tinha tanta sabedoria, mesmo sendo
tão jovem, porque estudava e buscava conselhos direto na Fonte.
Por isso, deixe de ser ignorante e aprenda com Ele, busque a verda-
deira sabedoria e seja livre, pois a sabedoria não é uma qualidade
humana, ela é um acesso. E quanto mais próximo ao Criador você
estiver, mais acesso terá e, consequentemente, estará mais livre para
governar.
Uma pessoa livre sabe fazer perguntas, não aceita nada que seja
imposto, questiona e faz tudo de um jeito diferente. Por isso, para
dominar, não aceite que as pessoas o proíbam de ser ou fazer algo.
Guarde seu coração e seja livre.

Quem acessa os códigos


é livre e governa.

Com certeza você conhece a história de Adão e Eva, mas já se


perguntou por que Adão quis comer do fruto proibido? É simples!
Porque lá havia todos os códigos do conhecimento do bem e do mal,
porém não havia a verdadeira sabedoria, a que vem de Deus. Não
existem falhas nos códigos que vêm direto da Fonte, o problema é
que não os alcançamos. Isso acontece porque estamos fechados em
bolhas e alienados. Adão, portanto, trocou a legítima sabedoria pelo
conhecimento da Terra, e se você fizer o mesmo, continuará sendo
um grande alienado.
Da mesma forma que se deu no âmbito cultural, o modelo de
produção de Henry Ford também quis dominar todas as bolhas. Ele
criou uma religião no meio empresarial relacionada ao automobilis-

37
PABLO MARÇAL

mo, o fordismo. Esse modelo de produção é caracterizado, princi-


palmente, pela padronização, pela montagem de linhas de produção
e criação de produtos em massa. Esse mecanismo prevalece até hoje
e talvez, sem perceber, você seja resultado dele. Ao viver em bo-
lhas, você se torna mais um produto em uma esteira, uma pessoa
“padrão”, que não questiona, apenas repete o que mandam. Ou seja,
é dominado.
Outro exemplo forte de dominação foi o de Constantino, que em
325 D.C., quis dominar pela política e foi além, tanto que o Império
Romano foi o maior por muito tempo. Ele transformou a política em
um modelo de Estado e estabeleceu uma religião oficial. Controlou,
assim, duas grandes bolhas. E, dessa forma, iniciou o envolvimento
de outras bolhas com o Estado: o entretenimento, a cultura e as em-
presas; todas passaram a ser dominadas por esse mecanismo.
Para quem ainda não leu, recomendo um livro que ajudará nes
se processo de reconhecer a dominação e estourar bolhas: Admi-
rável mundo novo, de 1932, escrito por Aldous Huxley. O livro se
passa em uma sociedade futurista, na qual os indivíduos são condi-
cionados biológica e psicologicamente, desde o nascimento, a viver
em harmonia com as leis sociais e o sistema. Apesar de ficcional,
essa distopia simplesmente reflete o sistema de bolhas, no qual nos-
sos pensamentos e ações são subordinados e alienados sem que nos
demos conta.
Se você observar, as redes sociais constituem outro sistema de
dominação. A coisa mais poderosa que o homem possui é o rela
cionamento, e é por isso que as redes sociais fazem tanto sucesso,
no entanto, elas levam pessoas a adotarem um comportamento de
“manada”, apenas replicando ideias ou vídeos virais sem reflexão.

Atualmente, muitos produtores de conteúdo, em vez de ensina


rem algo relevante ou espalharem a mensagem que arde em seus
corações, dançam na frente da tela, na crença de que o algoritmo
favorece apenas esse tipo de vídeo. Eu, Pablo, não vou dançar! Sabe
por quê? Porque é uma prática de pessoas presas a essa bolha. Quem

38
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

não compreende o funcionamento das redes, e não as usa ao seu fa


vor, não domina, mas é dominado.
A mídia também exerce sua dominação. Experimente acessar
o maior portal de notícias do Brasil três vezes ao dia e analisar as
notícias. Você perceberá que, se a notícia for boa, possivelmente
não terá tanta visibilidade, mas, se for ruim ou gerar muitos cliques,
será potencializada. Dessa forma, a mídia controla o nosso acesso às
informações sobre o mundo e tornam a nossa visão sobre as notícias
mais tendenciosa.
Diante de todos esses aprendizados, percebi que é possível jo-
gar um jogo bem sujo, ou seja, é possível criar uma bolha que domi-
ne todas as outras. Quem compreende o sistema de dominação tenta
controlar os outros em três esferas: corpo, alma e espírito, e é sobre
isso que quero alertá-lo
O corpo é aquilo que você enxerga no espelho, o material. A
alma é um campo energético, onde está a sua mente. Ela é o lugar
responsável pelas tomadas de decisão e construção da identidade.
O espírito é oculto, entretanto é ele que mostra a direção que você
deve seguir.
Essas três esferas compõem o seu ser e se você permitir que elas
sejam dominadas por outras pessoas ou instituições, perderá não só
a sua essência como também a capacidade de viver o seu propósito.
Nesse processo é essencial compreender que assim como nós, todas
as bolhas têm três esferas: espiritual, almática e física.
Você precisa ser líder de si mesmo e não permitir que as bolhas
da vida dominem os seus pensamentos e ações. Lidere sobre si mes-
mo, governe suas emoções. Para liderar, você deve ser flexível com
as mudanças e aprender todos os dias, ou seja, estourar bolhas, en-
trar em movimento. Quem governa é a alma, assim, não faz sentido
você se submeter ao jugo da escravidão sendo que Deus o fez para
dominar sobre todas as coisas.
Por fim, a mensagem que você precisa levar para a sua vida após
a leitura deste capítulo é: fure bolhas se quiser fugir da domina

39
PABLO MARÇAL

ção. Você só deixará de ser dominado e passará a dominar quando


reconhecer as bolhas que o aprisionam e estourar cada uma delas.
Para que isso aconteça, busque direcionamento direto na Fonte, na
verdadeira sabedoria.
Agora que você já sabe em quais bolhas está vivendo, reflita!
De todas as bolhas em que está inserido, quais são as que impe-
dem você de viver coisas extraordinárias e avançar?

40
CAPÍTULO 4

AS MINHAS
BOLHAS
A
Terra é a maior bolha de todas. Eu e você fazemos parte
dela, porém, muitas vezes, permitimos que nossa energia
seja gasta com bolhas menores, que tiram nossa capacida-
de de liberdade, exploração e expansão. Preciso confessar para você
que eu já fui preso a muitas bolhas.
Em 1987, eu estava preso na bolha do útero da minha mãe. Es
capei dessa prisão de um jeito bem diferente porque nasci no banco
da frente de um Voyage 87, em Chateaubriand, Goiânia. Foi a pri-
meira bolha que estourei.
Em 1992 vivi mais uma prisão, os meus anos escolares. Nin-
guém me contou que eu era autodidata, e em vez de passar 13 anos
da mi nha vida estudando, eu apenas fui escolarizado (perceba que
há uma grande diferença entre de fato aprender e ser escolarizado).
Passei a ser uma pessoa igual às outras, que não perguntava ou criti-
cava, ou seja, fui moldado de maneira a ser mais um alienado.
Pegue este código:

45
PABLO MARÇAL

Cuidado com lugares que têm


muita padronização e não
permitem questionamentos

Imagine uma prisão ou uma indústria. Nesses lugares, todas as


pessoas vestem as mesmas roupas, são submetidas aos mesmos re-
gimes de horário, são vigiadas e não possuem liberdade de comu-
nicação ou expressão. Ou seja, vivem em uma bolha. Talvez seu
ambiente de trabalho ou familiar seja semelhante e tenha esta des-
crição: um espaço em que você não pode expressar suas ideias ou
questionar. Se esse for o caso, comece a se perguntar se não é o
momento de furar essas bolhas.
Quando decidi viver meu segundo pior ano, eu era líder na igre-
ja e, ao contrário do que muitos pensam, foi uma das melhores expe-
riências que tive na vida. Eu amo a vida da igreja e como já afirmei
várias vezes não sou contra esse ajuntamento, pelo contrário, invisto
em igrejas. No entanto, um dia percebi que estava 100% preso em
uma bolha religiosa.
Naquele momento, eu entendi que teria que enfrentar tudo
aquilo, um sistema no qual estava envolvido há 20 anos e que con-
trolava tudo o que eu queria fazer. Notei que era um ambiente de
muitas críticas, inclusive para rebaixar o próximo, e quando fui me
posicionar, eu vi meu pai (se lembra da bolha familiar?) querendo
me parar.
Conforme observava, comecei a notar mais coisas, como minha
mãe, sempre desanimada. Enfim, percebi que precisava romper com
essas bolhas e, consequentemente, com essas pessoas. Parece duro
quando olhamos para tal decisão dessa forma, mas, além de ser duro
aceitar esse posicionamento, também é difícil levá-lo adiante.

46
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

Anteriormente, eu não chamava essas situações de bolhas, mas


sabia que precisava acessar aquilo que estava dentro do meu cora-
ção. Foi quando comecei a perceber que passava mais de dez horas
por dia brigando com pessoas na internet por causa de política. Hoje
em dia eu não me atenho mais a esses debates, e isso não significa
que sou alienado, pelo contrário, possuo meu posicionamento po-
lítico, mas percebo que não vale a pena discutir o assunto, pois a
maioria das pessoas continua com a visão limitada dessa bolha.
Eu também já briguei por causa de religião, mas agora não sou
mais escravo. Respeito a opção de cada um e defendo que sigam
suas próprias religiões, porém eu não vou me prender a uma bolha,
e por isso sempre busco ouvir pessoas diferentes. Muitas vezes sou
criticado por escutar diferentes líderes religiosos, como padres e ra-
binos, mas eu faço como o apóstolo Paulo diz, em 1 Tessalonicenses
5:21: “Examinai tudo. Retende o bem.”
Assim também aconteceu com as palestras em igrejas. Em de-
terminado momento eu disse que deixaria de fazê-las, porque eu não
queria mais me submeter à bolha da religião. Em oração, o Senhor
falava para não continuar com elas, porque não era o que Ele que-
ria. Eu achava esquisito e pensava: “Mas, Senhor, não é isso que eu
deveria fazer?” E o mais impressionante era que toda vez que eu
palestrava em uma igreja, alguma “treta” acontecia. Até que resolvi
ser obediente e furar mais essa bolha. Minha última palestra em
uma igreja foi nos Estados Unidos, alguns anos atrás, e desde então,
nunca mais o fiz.
Outra bolha que me prendia era o entretenimento, e apesar de
gostar, não sou mais escravo dela. O maior entretenimento que pos-
suímos hoje é a internet, e quando entendi o código de cada rede
social, passei a dominá-las e não mais a ser escravo delas.
Você conhece o Richard Branson? Nós pagamos 1,4 milhão de
reais para ele falar em um evento, por 40 minutos. O homem do
Grupo Virgin, um conglomerado de 300 empresas com segmentos

47
PABLO MARÇAL

diversificados, veio em um jato enorme, particular, para dar apenas


uma palestra. Nesse evento, eu senti que estava estourando bolhas,
rompendo, afinal, captei a atenção e consegui trazer um dos nomes
mais importantes do ramo empresarial ao meu ecossistema. Até co-
mentei com quem estava comigo: “Eu estourei uma bolha impor-
tante hoje!”

Estourar bolhas é libertador!

Aconteceu também quando fui para Israel e quando fiz missão


na África, onde estourei bolhas importantes. Sempre que me movi
para outras nações, bolhas estouraram na minha cabeça, pois
rompia a bolha geográfica e expandia a minha mentalidade.
Porém, é preciso manter os princípios firmes. O dia que pa-
rei de seguir as regras dos meus pais doeu demais, mas comecei a
estourar bolhas. Veja bem, não deixei os princípios deles, deixei as
regras. Princípio é tudo aquilo que vem de Deus, que foi criado pri-
meiro, por isso sempre são os mesmos e não podem ser rompidos,
já as regras surgem para nos limitar, portanto, podem ser quebradas.
Para me libertar, eu também fiz uma reprogramação. Comecei lis-
tando 40 coisas que não queria da minha mãe e 40 coisas que não
queria do meu pai, como comportamentos, hábitos, mentalidade,
vícios e linguagem. Eu simplesmente cancelei cada uma delas na
minha cabeça e reprogramei. Da mesma maneira fiz com o “jeitinho
brasileiro” de ser.
Coisas que eu não aceito e não concordo, listei e reprogramei.
Você percebeu que já estive preso a várias bolhas: família, re-
ligião, política e várias outras. Porém, eu descobri como estourar

48
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

todas elas. A verdadeira liberdade está em estourar as bolhas, e é


sobre isso que falaremos no próximo capítulo.
Até aqui, você entendeu quais são as bolhas que fazem parte da
sua vida e como elas podem dominá-lo se você não assumir o go-
verno da sua história. Agora chegou a hora de agir, general. Vamos
“cair pra dentro” e governar?

49
CAPÍTULO 5

ESTOURE AS
BOLHAS
Q uando descobrimos a existência dessas bolhas, é natural
que o desejo de dominar cada uma delas se apodere do
nosso ser, afinal elas têm nos aprisionado durante déca-
das. Isso acontece, inclusive, de maneira muito sutil, então a nossa
vontade é estourar cada uma delas para experimentar uma vida de
verdadeira liberdade. No entanto, estourar bolhas não é um processo
simples e, muito menos, rápido.
Para que isso aconteça é necessário se tornar maior que a bolha,
e isso se dá apenas quando crescemos de maneira exponencial, a
ponto de aquele espaço ocupado por ela se tornar insuficiente para
nós. Porém, mesmo quando atingimos uma envergadura suficiente
para estourar uma bolha, ela não deixa de existir e nós não escapa-
mos totalmente de outras.
Isso acontece porque – quando entramos no processo, nos cons-
cientizamos da necessidade de nos livrar das dominações e começa-
mos a estourar as bolhas que nos aprisionam – descobrimos esse novo
problema, isto é, ao mesmo tempo em que uma delas se estoura e nos

53
PABLO MARÇAL

libertamos, outra se forma e novamente somos aprisionados. Portan-


to, trata-se de um processo contínuo de libertação e transformação.
Nesse caso, o mais importante é a direção que assumimos após
estourar uma bolha: se para a horizontal ou para a vertical. Quando
uma bolha é furada horizontalmente, aquele que conseguiu a faça-
nha, apesar de ter conquistado um grande feito por se ver livre de
uma prisão, em pouco tempo cai em outra igual e permanece no
mesmo ciclo. Porém, se a bolha for rompida na direção vertical, sig-
nifica que a pessoa vitoriosa entendeu o movimento necessário para
que isso aconteça e, dessa forma, ela começa a superar as demais
bolhas até ficar por cima de todas.
Quem estoura bolhas para a horizontal continua vivendo os mes-
mos ciclos, pois migra para uma bolha semelhante. Agora, quem es-
toura na direção vertical começa a “escalar” e a superar diferentes bo-
lhas, até conseguir se posicionar acima delas. Entenda, nós estouramos
bolhas exclusivamente para nós mesmos. Esse romper é individual!
Cada um é responsável pelas próprias decisões e nem todos vão
entender ou querer sair das bolhas em que vivem. E mais, quem atingiu
maturidade suficiente e quer romper suas bolhas precisa estar atento às
pessoas presas a elas, porque sempre vão tentar parar quem já se con-
sidera livre. Isso acontece porque quando a mensagem é disseminada,
alguns a compreendem muito mais rápido que outros. Dessa forma,
os livres não permitem mais serem dominados, apesar das tentativas.

Lendo este livro, você está tendo acesso a códigos que a maio-
ria das pessoas nem sonha conhecer, porque o que as impede de
alcançá-los são justamente as tais bolhas que cegam o entendimento
de quem vive nelas.

54
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

Neste momento, você tem a oportunidade de ficar acima des-


sas bolhas e ser livre, viver a vida de forma plena, lançando a boa
semente e colhendo frutos poderosos para desfrutar do que há de
melhor na Terra. A sua vida é a completa liberdade, basta que você
acesse os códigos e fure as bolhas verticalmente.
Pegue este código:

Só governa quem está


por cima das bolhas.

Você alguma vez já parou para pensar no motivo que leva as


pessoas a defenderem com unhas e dentes uma ou outra bolha? É
como se todas essas esferas aprisionadoras se transformassem em
objetos de estimação, daqueles que não se pode ao menos tocar, ta-
manho o seu poder dominador. A política e a religião são exemplos
claros do que estou afirmando.
Pessoas morrem por aquilo em que acreditam, e isso mostra
claramente que estão enclausuradas dentro de uma bolha, sem con-
dições de questionar ou de contradizer argumentos defendidos ali.
Porém, é muito importante que isso fique bem claro para que nin-
guém diga que nunca foi informado.
Apesar de essas bolhas funcionarem como uma engrenagem,
nenhuma delas deveria ter o poder de se transformar na vida de
alguém. A vida é insubstituível!
Jamais se deixe dominar, faça perguntas, use a sua capacidade
de questionar, busque a verdade, mergulhe na Fonte da água da vida
e se farte. Pense em todos aqueles que mais dominaram na Bíblia:

55
PABLO MARÇAL

Josué, José, Salomão, Daniel. Se você ler a história de cada um de-


les, entenderá que todos acessaram os códigos diretamente na Fon-
te, e por isso governaram.
Você também nasceu para governar, deste modo, a fim de con-
cretizar seu propósito, precisa acessar a Fonte, conhecer as bolhas
da vida e, acima de tudo, se tornar maior que elas. Para isso, é pri-
mordial ter conhecimento do meio em que você está inserido e do
seu teor de envolvimento com ele, para assim, ciente do seu perten-
cimento, começar a agir para ter condições de romper.
O ser humano, apesar de não ter sido criado para viver em bo-
lhas, permanece nelas, porque o cérebro não gosta de tomar deci-
sões, ele trabalha para que o corpo não sofra. E como estourar bo-
lhas exige foco e atenção redobrados para identificar o problema, o
cérebro, quando precisa tomar uma decisão, elege outra pessoa para
fazê-lo.
Isso também acontece porque as pessoas são inseridas no siste-
ma como se fossem meras peças. Como eu gostaria que você sou-
besse o seu valor. Eu falo, ensino, fico nervoso para chamar a sua
atenção para isso, mas há tantas pessoas que não ativaram sua ver-
dadeira identidade ainda, simplesmente, porque não acreditam na
obra da Criação de Deus.
Um adulto que vive debaixo da autoridade da mãe ou do pai não
vai dar conta de dominar nada. Entenda, o grande feito dos pais é
treinar os filhos para que eles desejem e lutem, para que no momen-
to devido saiam de casa, sejam capazes de cuidar da própria vida,
governem sobre todas as coisas, prosperem e desfrutem.
Você precisa entender isso para deixar de ser escravo. E, para
entender, é preciso sair e descobrir o que está por trás dessas bolhas,
porque, na verdade, é justamente isso o que interessa. Para que aconte-
ça a expansão e a dominação, você tem que sair de dentro das bolhas!

56
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

Só estoura bolha quem


não é mais peça do sistema.

E não é apenas isso, além de vivermos aprisionados por es-


sas bolhas, também somos pessoas emocionalmente bloqueadas, e
isso independe de boa índole, de honestidade ou de sermos pessoas
transparentes. Os bloqueios emocionais dificultam ainda mais o de-
sempenho de cada um no cumprimento do seu propósito de vida.
É comum e natural, eu diria, existirem pelo menos 25 bloqueios
básicos nas pessoas. O que prejudica, assim, excelentes oportuni-
dades de realizar algo bom e útil, não são capazes de fazer o que
precisa ser feito porque têm medo do que os pais ou outras pessoas
vão pensar a seu respeito, ou seja, elas sofrem do bloqueio chamado
necessidade de aprovação.
Anote este código:

Furar bolhas desbloqueia


crenças, promovendo um
verdadeiro destravar

Esse bloqueio paralisa nossas ações porque nosso cérebro ques-


tiona o tempo todo sobre o que o outro vai pensar a respeito de nos-
sas ações. Por vezes, a pessoa tem a oportunidade de pegar o micro-
fone e falar daquilo que está dentro dela e não faz porque acha que

57
PABLO MARÇAL

tem medo de falar, quando, na verdade, ela tem medo de falhar em


público. Se você é esse tipo de pessoa, tenho apenas um conselho
para dar: O que você sabe e guarda para si, mesmo que pouco,
é remédio para quem está morrendo nos dias de hoje. Por isso,
pratique e transborde. Fale e saia dessa bolha, por favor!
Contudo, podemos perceber que há uma bolha dentro da outra.
E, mesmo quando conseguimos nos livrar das menores, ainda esta-
mos dentro das maiores porque, automaticamente, entramos nelas.
E aí está um importante detalhe que eu ainda não havia revelado: É
possível sair da última bolha.
Talvez alguns não acreditem, porque é isso mesmo o que acon-
tece, nem todos acreditam, mas temos a promessa de que o nosso
corpo será glorificado. A alma será salva e o espírito, que está pronto
desde a fundação do mundo, chegará ao ápice. Isso é bíblico e vai
acontecer, não tem como não ser verdade. A cena é esta: A alma sen-
do salva e o corpo glorificado. Nesse dia, as pessoas vão romper
(ou não) a bolha maior.
O que me deixa louco com o ser humano é que o que ele de-
sejou, o que ele viu, foi possível fazer. A diferença de quem vê e
de quem morre com essa visão no meio do caminho é não ter
conseguido sair de dentro de suas bolhas.
Mais uma vez, o nascimento da minha filha me fez observar
o comportamento dela e a quantidade de coisas que ela precisou
aprender a partir dos primeiros instantes de vida. Ela tomou banho,
chorou porque estava com fome, aprendeu a mamar e a dormir so-
zinha. Eu fui contando e ela teve mais de 20 aprendizados, somente
nas primeiras 24 horas.
Por décadas não foi possível estudar o cérebro dos bebês porque
eles não ficavam quietos durante a tomografia. No entanto, assisti a
um documentário em que especialistas estudaram muito o compor-
tamento do bebê dentro da mãe e descobriram que eles já nascem
esperando o que vai acontecer, não é uma surpresa para eles.

58
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

O que acontece com a mãe durante a gravidez vai sendo grava-


do no cérebro deles, e isso faz com que os bebês esperem o que está
por vir, caso contrário, o choque seria muito forte. Este é um código
poderoso dos bebês: Eles já nascem sabendo o que vai acontecer.
Não é novidade!
Até as crises e os problemas que acontecem com a mãe ficam
gravados no cérebro da criança. Dessa maneira, podemos observar
que o cérebro não é mais uma folha em branco, ele já tem uma pre-
disposição.
O que aprendemos diante disso é mais um código valioso. Afi-
nal, se já sabemos que vamos dominar porque nascemos preparados
para isso, o que acontece? Por que o ser humano, mesmo não tendo
sido criado para ficar em bolhas, permanece nelas por anos, décadas
ou a vida toda?
Precisamos entender que para dominar é preciso romper as
bolhas. O segredo é estourar todas as bolhas. E para que isso
aconteça, você precisa se movimentar, ir para outros lugares, fazer
amizades novas e aprender a questionar. Questione tudo e aja de
maneira diferente do habitual.

Deus chama você para o movimento


e para a liberdade. Vá contra a
paralisação que as bolhas geram e
toque o terror na Terra. Governe!

Por isso, o melhor sempre é sair de todas as bolhas e depois


criar um ecossistema, esse é o assunto do próximo capítulo, para

59
PABLO MARÇAL

que nenhum país e nenhuma outra bolha consiga pará-lo, aprisio-


nando seus pensamentos, desejos e impedindo que suas ações ge-
rem os frutos previstos.
A partir do que você leu até aqui, reflita e responda: Quais
bolhas você já conseguiu estourar? Que atitudes você vai to-
mar para não se fechar nem se permitir dominar pelas bolhas
da vida?

60
CAPÍTULO 6

ECOSSISTEMA
P
ara funcionar adequadamente, um ecossistema precisa ter um
povo próprio, e para deixar isso bem claro, acionei no Google
o dicionário Oxford Languages, sobre o significado da pala-
vra povo: “É um conjunto de pessoas que falam a mesma língua, têm
costumes e interesses semelhantes, história e tradições comuns.”
Eu, Pablo Marçal, sou um “ecossistema de lançamentos”, ou
seja, tudo o que chega às minhas mãos eu “jogo pra cima”. Alguns
entendem, ligam a turbina e seguem em frente tocando o terror.
Outros não compreendem, caem e se “arregaçam”, não sobra nada.
Mas está tudo bem, porque um ecossistema não comporta todas as
espécies. Permanecem nele apenas os elementos para compor um
sistema estável.
Há um povo incansável neste ecossistema, tanto na cidade onde
moro quanto por este país, e também pelo mundo, que se importa
com o que eu falo em minhas redes sociais, que sabe que não se trata
de balela e muito menos de exibicionismo. Esse povo tem consci-
ência de que há um único propósito capaz de me despertar todos os
dias para ativar o batalhão do 459, daqueles que não são acordados

65
PABLO MARÇAL

pelo Sol nem se rendem ao conforto do caixão. Eles compreendem


a mensagem que arde em meu coração porque tudo o que importa
está relacionado ao Reino.
Este ecossistema não mede esforços para cumprir o propósito e
sabe perfeitamente o que precisa ser feito, porque ele tem a missão
de ativar os trabalhadores da última hora, o maior exército de gene-
rais jamais visto do Reino. Para criar um ecossistema, precisamos
desenvolver uma linguagem própria, com objetivos comuns,
transmitir um legado e viver em unidade.
Um povo que vai para o mesmo lugar, que fala a mesma língua
e vive em unidade vai dominar! Esse código está na Bíblia, de forma
bem clara, para quem quiser ver.

“E toda a terra era de uma língua, e de uma fala. E aconteceu


que, eles viajando do Leste, acharam uma planície na terra de Si-
nar, e eles habitaram ali. E eles disseram uns aos outros: Vamos,
façamos tijolos e queimemo-los. E eles tiveram tijolos por pedra, e
betume por argamassa. E eles disseram: Vamos, edifiquemos para
nós uma cidade e uma torre, cujo topo possa alcançar o céu. E
façamos para nós um nome, para que não sejamos espalhados so-
bre a face de toda a terra. E o Senhor desceu para ver a cidade e
a torre que os filhos dos homens edificavam. E o Senhor disse: Eis
que o povo é um, e todos eles têm uma língua. E isto eles começam
a fazer, e agora nada lhes será restrito, do que eles imaginam fazer.
Vamos, desçamos, e ali confundamos a língua deles, para que eles
não possam entender a fala uns dos outros.”
(Gênesis 11:5-7)

No texto em destaque, foi apresentado um povo que possuía


uma mesma língua e uma mesma fala. Juntos, eles estavam edifi-

66
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

cando uma cidade, ou seja, estavam em unidade, tinham um objeti-


vo em comum e trabalhavam na mesma direção para que o objetivo
fosse devidamente cumprido.
Quando estavam juntos, dentro do mesmo propósito, chamaram
a atenção de Deus, que desceu à Terra. Aprendam que sempre que
Deus desce à Terra é “treta”!
Observem que Ele diz que nada nos seria restrito, dentro do
que imaginássemos fazer. Muitas pessoas não gostam de que eu fale
isso, mas, para mim, Deus desceu à Terra para bloquear o nosso
cérebro. Falou que cada um teria uma língua diferente na cabeça e,
assim, dificultou o processo de convivência e de unidade entre as
pessoas.
O mais impressionante desse versículo TOP 10 é que eles eram
um só povo, falavam a mesma língua e tinham o mesmo objetivo,
ou seja, tudo o que eles tentassem fazer seria de forma ilimitada.
Pegou o código? Agora imagine, alguma bolha se formaria a
partir dessa situação, apesar de se tratar de um único povo? Você
consegue entender o valor de ser capaz de fazer algo ilimitado?
Leia a Bíblia e se você acha que ela não tem a importância que
verdadeiramente tem, quero abrir seus olhos para que você a use
como um livro de sabedoria milenar e aprenda com ela, assim, a
ignorância vai diminuir dia após dia. Eu sei que muita gente não
gosta da Bíblia, mas, independentemente da religião, ela tem códi-
gos pesados.

E se você verdadeiramente
não gosta de ignorância, passe
a gostar da Bíblia.

67
PABLO MARÇAL

Por outro lado, quando ela está debaixo de uma bolha chama-
da religião, fica mais fácil entender por que as pessoas não gostam
dela, já que na verdade, dentro dessa bolha, é difícil até entender
o que ela é. Portanto, preste atenção e grave isto de uma vez por
todas: a Bíblia não é um entretenimento, um livro de leitura como
qualquer outro, ela precisa ser lida e seu conteúdo aplicado para
gerar transformação e resultados positivos, ou seja, frutos abun-
dantes, VIDA!
Contudo, ela está fora de qualquer religião. O povo judeu, por
exemplo, acha que a Bíblia é deles, mas não é. Na verdade, o povo
judeu está na Bíblia, é diferente.
É interessante lembrarmos que a Igreja Católica é a mais ins-
titucionalizada que existe no mundo, com quase 1 bilhão de fiéis –
segundo a conta deles. Pela conta de quem está fora do catolicismo,
seriam quase 700 milhões. E a maior religião, que não é institu-
cionalizada, é o Islã, com 1,8 bilhão de fiéis. No entanto, nenhuma
delas é dona da Bíblia.
A Igreja Católica fala que Jesus e Maria são católicos, mas eles
nem sabem o que é isso. Pegaram os ossos de Pedro e levaram para
Roma, mas, de acordo com os relatos bíblicos, Pedro nunca esteve
em Roma.
Dessa forma, pegam o contexto bíblico para dominar o contexto
cultural. Esse é um grande problema! E não tem nada a ver com os
católicos, está tudo bem ser católico, mas tem a ver com o sistema
de dominação utilizado dentro das bolhas, de todas elas, em que
informações são deturpadas para que não se conheça a verdade evi-
tando que as pessoas se apropriem do que é legítimo e bom. Dessa
forma, evitam-se questionamentos.
Observe que esse tipo de informação não deve ser usado de
forma negativa, e sim de forma positiva. Isso significa que para se
desenvolver um ecossistema a pessoa tem que estar, em primeiro lu-
gar, dentro dos princípios estabelecidos por Deus, para que o ecos-

68
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

sistema possa ser um ambiente de transformação e edificação para


aqueles que a ele se juntarem. Em outras palavras, é preciso falar a
linguagem do Reino!
Ainda sobre ecossistema, quero ensiná-lo a não olhar para os
seus colaboradores como funcionários. Se isso acontecer, você vai
acabar se aborrecendo com eles. Eu enxergo as centenas de cola-
boradores das minhas empresas de uma única forma: eles são ou-
tras empresas. Empresas com as quais eu talvez nem tenha lucro,
mas que sei que experimentam vivências únicas dentro do meu
ecossistema.
Ecossistema, povo, linguagem, ter um propósito e multipli-
car talentos, sem parar. DESSA FORMA, NINGUÉM SEGURA
VOCÊ!
E para reforçar o que foi apresentado neste capítulo, sugiro que
você comece a ler a Bíblia pelo livro de Provérbios e aplique o que
aprendeu com a leitura, depois transborde o conhecimento em suas
redes sociais.

69
CAPÍTULO 7

DOMINE!
A
té este momento, você entendeu as etapas necessárias
para estourar as bolhas: identificá-las, listá-las, furá-las e
construir o seu ecossistema. Não são tarefas simples, mas
paraquem quer governar, são fases necessárias, afinal, tudo aquilo
que sua mente é capaz de visualizar, você pode realizar. Agora que
você passou por tudo isso, está pronto para aprender a dominar?
O Criador fez o homem para governar sobre a Terra e todas
as coisas que estão nela. Mas, para dominar, você precisa acessar
a Fonte e assumir a sua identidade. Entender quem você é nEle e
ser livre para viver o seu propósito. Você pode estourar todas as
bolhas e reinar sobre elas, pois você está aqui para isso. Portanto,
seja forte, corajoso e cresça tanto que nenhuma bolha será capaz
de prendê-lo.

Como dominar?
Saia das bolhas.

73
PABLO MARÇAL

O grande “problema” no mundo são as pessoas livres, que


governam independentemente das organizações, ou seja, pessoas
que não dependem de instituições ou de terceiros para dominar. O
“problema” é que elas são tão livres que não se deixam manipu-
lar ou dominar por diferentes bolhas. Inclusive podem até mesmo
ser excluídas da sociedade por serem tão “fora da casinha”. Elas
dominam onde estão e também em outras nações, mesmo não es-
tando lá.
Para lateralizar um negócio em outros países, por exemplo, é
preciso estudá-los, porque existem bolhas a serem estouradas nesse
caminho, como a bolha da política, que pode ser contra essa expan-
são. Quem tem um plano de dominação já coloca data para realizá-
-lo, e quem não tem leva um “tranco” e vê tudo o que é seu jogado
no chão, acabado.
Pegue o código:

Coloque data para


tudo o que for realizar.

Data para trocar de emprego, data para começar a empreen-


der, data para concretizar os seus objetivos. Ao definir uma data
você coloca pressão naquilo e se força a não procrastinar essa
decisão.
Se eu morrer, ninguém vai apagar o que eu fiz, não tem como
fazer isso, porque eu transmito o que sei para tantas pessoas, que
é impossível me parar. Meu plano de dominação é multiplicar
talentos, transbordar na vida das pessoas. Porém, é importante
entender que a minha dominação não é para impérios, é para o Rei-
no. Eu não milito para impérios.

74
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

Tudo em que fui colocando a mão, ao longo dos anos, fui do-
minando. As plataformas de lançamentos e hospedagens de cursos
são um bom exemplo, porque elas faturavam milhões com os nossos
cursos, até que dominei essa bolha, investindo alto para ter a minha
própria plataforma, e hoje ninguém mais controla o que vou faturar
ou não com minhas produções.
Há um código que você precisa entender agora para não se frus-
trar lá na frente. É preciso “se ferrar” por um ano, “sacando” dinhei-
ro do passado e do futuro, até alcançar o verdadeiro domínio. Das
dezessete empresas que existem no meu grupo empresarial, doze
dão prejuízo desde o primeiro dia, e isso acontece porque elas estão
sacando dinheiro do futuro. Como assim, Pablo?
Por exemplo, você investe em um curso e se programa para
recuperar o dinheiro investido em X tempo. Alguns conseguem ra-
pidamente, outros levam mais tempo. De qualquer forma, quando
você está apenas investindo, sem retorno imediato, você está sacan-
do dinheiro do futuro.

Sacar dinheiro do
futuro é gerar valor.

E como sacar dinheiro do passado? Contando histórias. Quan-


do você conta a sua própria história, está sacando dinheiro do pas-
sado sem parar. Se você é um ex-traficante que mudou de vida, será
lindo o seu storytelling! Foi morador de rua ou um bilionário que
quebrou? Não importa! Qualquer história é linda, desde que você
aprenda a conectá-la com o agora e faça com que ela ajude as pesso-
as ao seu redor. Ou seja, saco dinheiro do passado com storytelling

75
PABLO MARÇAL

e saco dinheiro do futuro gerando valor. Independentemente de


sacar dinheiro do passado ou do futuro, esse dinheiro serve no ago-
ra. Neste processo, você pode utilizar o marketing e o branding a
seu favor.

Crie um sistema de sacar dinheiro:


conecte passado e futuro ao agora.

Observe que branding é atração, enquanto o marketing é um


mecanismo de automação de venda. Nele eu posso criar meios que
fazem as pessoas comprarem, enquanto no branding eu faço as
pessoas implorarem para fazer parte daquilo. Quando eu crio um
sistema de branding, eu crio um sistema de sacar dinheiro do
futuro.
O drive mental do marketing é venda e não imagem. As pessoas
querem dominar, no entanto, qual é a pessoa que domina algo que não
vende? Seja uma ideia, um produto, um serviço ou um acesso. Para
dominar é preciso vender. Flávio Augusto é um exemplo vivo dis-
so, dominando e ensinando todos os dias através da mesma resposta,
quando diz que, se tivesse que recomeçar, aprenderia a vender.
Portanto, agora que você entendeu a importância de sacar di-
nheiro do passado e do futuro, e como pode fazer isso, quero mos-
trar os sintomas de quem está dominando (veja se você se encaixa
em algum deles):
• As pessoas que você conhece não vão suportá-lo e até mes-
mo se afastarão de você.
• Você vai pensar o tempo inteiro que está fazendo alguma
coisa errada.

76
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

• As pessoas irão chamá-lo de “rebelde”, assim como fizeram


com Jesus. No entanto, você apenas será livre.
Por causa desses sintomas, muitas pessoas não conseguem lidar
com a liberdade, porque dói demais ter que reconfigurar a cabeça
toda. Dói demais quando se percebe ser um escravo. Dói demais,
afinal, são tantas coisas. Hoje eu não me deixo mais manipular por
nenhuma bolha, seja a mídia ou o empreendedorismo. Eu já não
sou mais do tamanho delas.
Eu me lembro bem de quando me tornei o mais novo executivo
de uma multinacional de telecomunicação com 200 mil funcioná-
rios. E isso só aconteceu porque, durante um ano, eu “me lasquei”
inteiro. Sem dormir, sem descansar, não fui à casa de ninguém, não
estava pensando em mais nada. E apesar de, naquela época, não ser
tão bem estruturado como hoje, eu me dediquei. Assim, em 2008, eu
explodi com a internet. Sem parar!
Outro ponto importante é que eu respeito cada ciclo em que
entro. No dia 18 de abril de 2021, eu entrei em um ciclo chamado
desfrute. E, neste momento, o meu maior problema é desfrutar!
Estou no meu pior ano, pela terceira vez, ou seja, meu terceiro
pior ano, e desta vez já não há mais nada que eu queira. E eu vou
lhe falar que é muito estranho olhar para todas as coisas e saber que,
aconteça o que for, nada me prende mais em bolha nenhuma.
Recentemente, por exemplo, comprei 11.000 reais em fer-
ramentas. E depois voltei na mesma loja e comprei mais 5.000.
Agora, eu tenho um lugar só para desfrutar dessas coisas que me
fazem feliz. Se não fizer isso, a pessoa morre e não aproveita
tudo o que tem.
Muitas pessoas dominam e não têm mais nada que elas possam
querer, assim, acabam por não sentir prazer em quase nada. Não
acompanham o crescimento do filho, não conseguem desfrutar. O
desfrute tem a ver com compartilhar daquilo que foi conquistado
nos anos anteriores do ciclo com as pessoas que amamos.

77
PABLO MARÇAL

Um dia desses, em Interlagos, foi libertador dar “cavalo de pau”


com uma Ferrari. Entrei na curva da junção e dei dois “rodos”, os
dois de 360º graus, e o espanto das pessoas estava relacionado ao
fato de eu estar fazendo aquilo com uma Ferrari. Mas, entendam, ela
é menor que eu. Já não ligo para ela, porque aprendi que, quando se
é menor que uma coisa, não é possível dominar.
Porque para dominar é preciso dar tudo que você tem! Nes-
se caso, não é somente sobre estudo e conhecimento, mas também
sobre estrutura. O conhecimento vaza, mas montar uma estrutura
cria uma fundação. E, posteriormente, edifica uma base, que depois
forma pilares e na sequência abre pisos. E assim, você só sobe. Se
eu pudesse dar um conselho, diria para sempre focar em criar uma
base sólida. Todo edifício, para subir, precisa de uma boa fundação.
Pense nisso!
A parte difícil de dominar é que as pessoas querem começar de
qualquer jeito e logo assumir o comando para saírem dominando.
Quando isso acontece, no primeiro tranco já querem desistir. E esta
é uma das funções do povo em um ecossistema bem estruturado:
eles não o deixam voltar atrás. E, mesmo que seu ecossistema lhe
dê prejuízo, pode ter certeza de que estará expandindo, porque você
estará multiplicando talentos.
Talvez não seja possível ver pela internet, mas eu sou bem enér-
gico. Se marco uma reunião às 11 horas, quando for 10h45min, todo
mundo deve estar lá porque, depois do horário marcado, não entra
mais ninguém. E, inacreditavelmente, são sempre os mais queridos
que atrasam. Dessa forma, verdadeiramente eles não participam e
precisa ser assim, porque como líder do ecossistema, não posso dei-
xar que ninguém seja frouxo.
Eu desafiei os dezenove executivos das minhas empresas a en-
tregarem um livro no prazo médio de trinta dias, e quem não en-
tregasse seria desconectado. Eu fiz isso porque há pessoas com te-
souros guardados no seu interior e se não conseguem escrever um

78
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

livro, imagine arrancar o que tem lá dentro para os negócios! Eles


têm que conseguir retirar as soluções de dentro deles, externalizar
seu conhecimento.
Na minha empresa, a cada semana realizamos atividades para
desenvolvermos talentos ou habilidades. Dentre elas, trocamos
pneus de carros, e alguns demoram quatro minutos para realizar
uma tarefa que eu faço em dezessete segundos. Por isso, trabalha-
mos precisão durante uma semana.
Isso faz parte da multiplicação de talentos. Se a pessoa não está
avançando, está parada, certamente está sendo dominada por
uma bolha. Para tornar esse processo ainda mais efetivo, você pre-
cisa de um plano estruturado e eu vou lhe ensinar. Responda agora:
Você já domina?

79
CAPÍTULO 8

PLANO
ESTRUTURADO
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

N
ão podemos construir uma bolha para dominar sobre outras,
mas podemos construir um plano estruturado para, literal-
mente, “estar ferrado” por um período e dele extrair códigos
para montar um ecossistema.
Para darmos início a esse plano, vamos começar com um có-
digo poderoso: encontre doze “vícios”. Claro que não se tratam de
vícios nocivos. Justamente por isso, a palavra vício está entre aspas,
para que fique claro de que não se trata de algo para prejudicar a sua
vida. Significa que você deve aprender doze coisas novas e encon-
trar códigos em cada uma delas.
É muito importante descobrir um vício de cada vez! Descobri
que o cérebro não consegue ficar sem um vício, não existe essa pos-
sibilidade. Então, encontre um novo vício, mas que não seja um
daqueles que o destrua.
Por exemplo, eu odiava pilotar e acabou virando o meu vício.
Mas, agora, já estou estudando outro para sair desse. Pode parecer
besteira, mas o vício precisa existir, porque só se domina um cére-
bro viciado.

83
PABLO MARÇAL

Dentro dos vícios saudáveis, podemos descobrir códigos


preciosos!
Todo cérebro é viciado e, por vezes, acaba viciado nas coisas
erradas, que prejudicam a saúde e o impedem de viver com bem-es-
tar. Como tristeza, por exemplo, ou rancor, ódio, amargura, cigarro
e besteiras que matam. Temos que nos viciar em coisas que vão nos
tirar do lugar, não o contrário.
E ao longo do percurso, nesse plano estruturado, temos que des-
cobrir 12 vícios diferentes, com a finalidade de pegar códigos, ex-
pandir a mente e estourar bolhas. É necessário fazer isso!
Alguém pode dizer que isso é um hobby, então, que seja. Mas o
importante é que, à medida que você aprende e se desenvolve na ati-
vidade, substitua esse hobby por outro. Há atividades de que nunca
ouvimos falar, mas que são possíveis de aprender e são justamente
essas que nos permitem ampliar nosso campo de visão e treinar o
novo.
Esse plano estruturado pode ser comparado a um concurso, se
você for uma pessoa meia boca, vai demorar em média cinco anos
estudando, depois, certamente, conseguirá passar. E, para os apres-
sadinhos, que não têm paciência de esperar um ano, posso afirmar
que, se não cumprirem esse período de tempo, terão que esperar
cinco anos. Se não aguentarem esperar cinco anos, pode ter certeza
de que terão que esperar vinte anos. Se não derem conta de fazer no
tempo certo, acabarão escalando a falta de paciência.
É preciso entender que nós podemos investir e mudar a nós mes-
mos já que, como você sabe, não temos o poder de mudar ninguém.
Quando criamos nosso plano bem estruturado, estamos nos
preparando para formar o nosso próprio ecossistema e nele receber
as pessoas que falam a mesma linguagem, têm o mesmo propósito;
e também estão dispostas a andar em unidade conosco.
Nós renovamos a nossa mente e, com uma nova postura, cria-
mos um ecossistema novo, onde quem quiser pode ir. Fui perce-

84
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

bendo isso ao longo do caminho. Não mudamos a mentalidade dos


outros, mudamos a nossa.
Faísca não explode motor sozinha, ela precisa de ar e combus-
tível. Uma faísca também não move o carro do lugar, é preciso al-
guém que o acelere, além de todo um processo de hidráulica, elé-
trica e impulsionamento. Nós somos as faíscas nos processos das
outras pessoas, mas, não fazemos por elas.
Quando eu saí da bolha da religiosidade, tentei levar um monte
de gente comigo, mas eles não entendiam. Então, preste bem aten-
ção no que eu aprendi: Não seja antissistema!
Aprendi isso porque todo mundo que saiu desconectado do meu
ecossistema ficou contra mim. E os que receberam a notícia de que
não continuariam mais conosco ficaram muito bravos. Mas, por fim,
percebemos que era porque essas pessoas tratavam a empresa como
uma religião. Já os que saem prosperando nunca deixam de falar bem.
A igreja, a empresa e as instituições em que você está envolvido
não são a sua vida, mas apenas o intervalo do jogo, o momento em
que você desce no vestiário, combina novas estratégias e volta para
o campo. O jogo acontece mesmo é na vida real, no seu casamento
e com seus filhos.
Por isso, para poder dominar, é preciso criar um sistema novo e
estourar as bolhas que o prendem às instituições.
Outro código importante:

Os antissistemas não prosperam!

Há 100 anos, em Frankfurt, foi estruturada a “cultura” que co-


nhecemos como marxismo cultural, no entanto, essas ideias só estão

85
PABLO MARÇAL

funcionando agora. Criaram um sistema novo, que foi se desenvol-


vendo durante o período de 100 anos, e atualmente manda na polí-
tica e na religião.

Para dominar, saia das bolhas!

Por isso dominar é um problema, porque você percebe que pode


e deve construir um ecossistema e nele ter um povo. E, dentro dele,
multiplicar algo que ninguém pode tomar de você nem de quem
aprende a dominar.
Tendo como base toda a estrutura das bolhas, identificando que
elas existem em esferas maiores e menores, e ainda fazem parte da
nossa realidade diária, é preciso estar atento durante todo o tempo a
fim de estourar todas elas.
Você precisa colocar em prática o plano estruturado, desenvol-
ver vícios saudáveis, encontrar códigos em cada um deles, estudar e
desenvolver novas habilidades, para assim criar o seu próprio ecos-
sistema. Dê uma atenção especial aos ciclos da vida e dedique-se
ao seu plano estruturado, para depois poder colher resultados nos
ciclos seguintes.
Você conhece os ciclos da vida? É o que apresentarei a você no
último capítulo.
Agora prepare uma lista com 12 novas habilidades que vai co-
nhecer e vivenciar por, pelo menos, um ano cada.

86
CAPÍTULO 9

CICLOS
DA VIDA
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

O
s ciclos da vida dizem respeito a um período de 7 anos.
Cada um desses anos possui um significado, o que nos pro-
picia e nos habilita a vivê-los melhor e intensamente.
O ciclo um é o do APRENDIZADO e pode ser um ano difícil,
porque requer dedicação. Muitas pessoas querem alcançar resulta-
dos, mas não querem aprender e esta etapa é fundamental. Quem
aprende não depende de ninguém. Nesta fase é mais importante
aprender do que ganhar e, ao aprender, você já estoura diversas
bolhas. Quanto mais se aprende, mais conteúdo se adquire, por-
tanto mais condições de contribuir com a vida do próximo, trans-
bordando o conhecimento adquirido nesse período e fazendo valer
o ciclo do serviço.
O segundo é o ano do SERVIÇO, ou seja, tempo de trabalho
duro. Servir é a base de tudo. Você só poderá gerar valor se colo-
car em prática o aprendizado do ano anterior e servir por meio das
habilidades adquiridas com esse conhecimento.

91
PABLO MARÇAL

No terceiro ano, o da ALIANÇA, há reconhecimento e geração


de novas conexões. É o ano em que surgem alianças, como conse-
quência da aprendizagem e do serviço.
O ciclo quatro, que é o quarto ano, está relacionado à PROSPE-
RIDADE. Nesse tempo haverá reconhecimento e colheita de frutos.
As conexões da fase anterior atrairão novas oportunidades, mas de-
pende da sua atitude fazê-las prosperar. Você começará a ver resul-
tados, mas ainda não colherá todos os frutos.
O quinto é o ano da PERSEVERANÇA, em que muitas defini-
ções acontecem e é nesse ano que não devemos desistir, mas insistir
sempre. Pessoas vitimistas, por exemplo, não perseveram porque
desistem do que querem e precisam reiniciar todo o ciclo.

Todo o investimento dos


ciclos anteriores é provado
na perseverança.

O sexto é o ano EXPONENCIAL e nos mostra que, se perse-


veramos no ano anterior, colheremos exponencialmente bênçãos e
frutos. Porém, não existe multiplicação do zero. Ela virá se você
tiver cumprido os ciclos dos anos anteriores.
E, por último, para finalizar os ciclos da vida, o sétimo ano é
o do DESCANSO. Descansar significa desfrutar de tudo o que foi
plantado, investido, compartilhado, perseverado e aplicado nos anos
anteriores, e apenas quem completar os ciclos estará pronto para o
desfrute. Desfrutar ao máximo significa desfrutar de pessoas. Com-
prar um carro novo, por exemplo, é bom, porém é com as pessoas
que ama que você vai desfrutar disso.

92
ESTOURE TODAS AS BOLHAS

O desfrute é igual a descansar, contudo, não está relacionado


a dinheiro, mas, sim, ao propósito. Quem está no desfrute está no
propósito! A terra precisa de descanso, nós precisamos de descanso,
tudo precisa de descanso. E descanso é relacionamento.

“Então, ensina-nos
90
a numerar
nossos dias, para que possamos
aplicar nossos corações sábios.”
Salmo 90:12

Quando você sabe o que significa cada um desses anos, você


relaxa. Na hora do esforço, você dá o dobro. E, assim, quando for
o momento de relaxar, acaba tendo que tirar metade da energia
que carrega para conseguir desfrutar. É importante ter a sabedoria
de contar os seus dias de forma amena na desaceleração de um
ciclo. Cada ano deve ser dedicado a viver da melhor forma para
dar tudo de si.
Quando paramos para observar, verificamos que as empresas
quebram no ano três ou no ano sete, e assim também acontece com
mais de 90% dos casamentos. O terceiro ciclo é um ano de aliança
e nele muitas empresas não conseguem estabelecer uma boa relação
com seus fornecedores, ou até mesmo com clientes, por isso passam
por uma crise. Nesse momento, muitos caem. Já no sétimo ano, se
não houver descanso, ninguém aguenta. Nem a terra aguenta, nem a
empresa, nem o casamento.
Aconselho você a fazer uma planilha com os ciclos. Eu tenho o
meu ciclo, os ciclos dos meus filhos, do meu casamento, da Carol,

93
PABLO MARÇAL

das minhas empresas, enfim, de tudo. Quando a empresa entra no


ano da oportunidade é a situação mais interessante do mundo, não
param de aparecer oportunidades. Mas depois vem a perseverança,
que para mim é o mais difícil de todo o ciclo, o quinto ano, pois re-
quer muita paciência, persistência e prudência, os três Ps.
Conhecendo esses ciclos da vida, você pode reconhecer em qual
fase está e traçar o seu plano de dominação. Lembre-se, só domina
quem é livre, ou seja, quem já estourou todas as bolhas.
Portanto, agora que você entende quais são as bolhas que o apri-
sionam, compreende os conceitos de ecossistema e dominação, tem
um plano estruturado, está trabalhando para abandonar a alienação
e se localizou nos ciclos da vida, está na hora de aplicar tudo o que
aprendeu e assumir a sua posição de governo.
Anote em que ciclo da vida você está vivendo, redija um
plano de dominação conforme as características do ciclo e dê
o seu melhor neste período. Você só tem a ganhar com isso. Não
dá mais para voltar atrás, General. É como eu sempre digo: Vá
cuidar da sua vida!

94
ESTOURE TODAS
AS BOLHAS E
VAMOS TOCAR O
TERROR NA TERRA!
Esta edição foi impressa em formato
fechado 160x230mm e com mancha de
115x182mm. O texto foi composto
em Book Antiqua 13/18 e os títulos
em Galderglynn 1884 34/41.

OUTUBRO de 2023
E
m quais bolhas você vive? Você consegue
identificar o que o mantém preso a elas?

Muitos estão presos a inúmeras bolhas sem


terem consciência disso. Não fazem perguntas, não
questionam e vivem alienados, sem governar a própria
vida. Nesta obra, o autor Pablo Marçal, com seu estilo
disruptivo traz clareza sobre esse tema tão necessário
ao contexto social, onde prevalecem narrativas que
aprisionam a maioria da população.

Você precisa identificar as bolhas que o impedem de


assumir sua real identidade e de cumprir seu propósito.
Tudo o que o aprisiona, seja fisicamente ou com ideias,
deve ser questionado.

Seja ativado por meio desta leitura, descubra quais as


bolhas que o aprisionam e como estourá-las. Prepare-
se para assumir o governo de sua vida!

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