Acórdão 2677 de 2016 Plenário

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 007.

057/2005-6

GRUPO II – CLASSE I – Plenário


TC 007.057/2005-6
Natureza: Embargos de Declaração.
Unidades: Fundação Estadual de Cidadania – FEC e Secretaria
Nacional de Políticas Públicas de Emprego – SPPE/MTE.
Embargantes: Café Curaçao Bar Ltda. - ME (CNPJ 73.300.014/0001-
02); J. T. Basso – Bar ME (CNPJ 03.558.359/0001-77) – antiga Basso
e Bellani Ltda. e Jonny Tobias Basso (CPF 583.200.839-15).
Representação legal: Gelson Barbieri (OAB/PR 17.510) e outros,
representando Café Curaçao Bar Ltda. - ME, Jonny Tobias Basso e
J.T. Basso Bar ME, peças 208, 273, 274, 277, e outros.

SUMÁRIO: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE


RECONSIDERAÇÃO. CONHECIMENTO. OMISSÕES E
OBSCURIDADES NÃO CONFIGURADAS. REJEIÇÃO.
CORREÇÃO DE ERRO MATERIAL. ENCAMINHAMENTO AO
RELATOR A QUO PARA APRECIAÇÃO DE PEDIDO DE
PARCELAMENTO DA DÍVIDA E DE DISPENSA DE
PAGAMENTO DE JUROS.

RELATÓRIO

Trata-se de embargos de declaração apresentados por Jonny Tobias Basso e pelas empresas
Café Curaçao Bar Ltda. - ME e J. T. Basso – Bar ME contra o acórdão 1.523/2016 – Plenário, com o
seguinte teor (peça 421):
“1. DA TEMPESTIVIDADE
Primeiramente, cumpre destacar a tempestividade dos presentes embargos declaratórios tendo em vista
que o procurador dos ora embargantes, foi intimado em 16/06/2016 sobre o teor do v. acórdão em discussão nos
presentes embargos.
Deste modo, considerando o disposto no art. 287 c/c artigo 185 do Regimento Interno do Tribunal de
Contas da União e nos artigos 32 e 34 da Lei 8.443/1992 quanto ao prazo de 10 (dez) dias a contar da intimação
do ato, tempestivos os presentes Embargos de Declaração, cujo prazo final para oposição termina em
30/06/2016.
2. DAS OBSCURIDADES E OMISSÕES EXISTENTES
2.1) DA OBSCURIDADE QUANTO À IMPOSSIBILIDADE DE JULGAMENTO DE MÉRITO
DE CONTAS POR QUEM NÃO GERIU RECURSOS PÚBLICOS
Não obstante o contido no do item "71" de do acórdão em cujo teor se destacou que:
"71. A possibilidade de julgamento das contas de terceiros contratados pela administração pública
foi objeto dos embargos de declaração interposto pela empresa. Como reconhecido pelo relator a quo,
embora não haja jurisprudência pacificada a respeito, é majoritário o entendimento no âmbito do TCU
de que há possibilidade de julgar as contas de empresas que tenham dado causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte em dano ao erário (art. 71, inciso II, da Constituição Federal). O
conjunto de evidências neste caso concreto não permite afastar a constatação de pagamento sem
contraprestação dos serviços, o que implica possibilidade de julgar as contas da terceira contratada. ",
Contudo, como é sabido, o dever de prestar contas dos recursos públicos está expressamente estabelecido
na Constituição Federal de 1988. Para tanto, cabe ao Congresso Nacional, por meio do TCU, bem como ao
sistema de controle interno de cada Poder, proceder às fiscalizações necessárias com o objetivo de verificar a
regular aplicação dos recursos públicos.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 007.057/2005-6

Destaca-se que o tema encontra-se sob a apreciação do Supremo Tribunal Federal, nos termos do já
iniciado julgamento do Mandado de Segurança nº 29599, impetrado por uma empresa privada condenada
solidariamente à devolução de valores ao erário, com decisão liminar deferida pela suspensão dos efeitos da
condenação de devolução de valores ao erário, in verbis:
MS 29599 MC / DF. DISTRITO FEDERAL
MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLl
Julgamento: 17/12/2010
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-030 DIVULG 14/02/2011 PUBLIC 15/0212011
Partes
IMPTE.(S): CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ S/A
ADV.(AlS) : ALEXANDRE AROEIRA SALLES E OUTRO(A/S)
IMPDO.(AlS): TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ADV.(AlS): ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Decisão
DECISÃO:
Vistos.
Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de liminar, impetrado por CONSTRUTORA
ANDRADE GUTIERREZ S.A em face de ato do colendo TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO,
consubstanciado no Acórdão 151312010, de 9.7.2010, que
cominou pena de multa à impetrante.
A inicial apresenta os seguintes argumentos fático-jurídicos:
(...).
É requerida liminar para suspender os efeitos da condenação de devolução de valores ao erário.
No mérito, é requerida a concessão da segurança.
Custas recolhidas.
Documentos juntados.
É o relatório.
No marco da teoria contratual do Direito Privado, cujos fundamentos podem ser transpostos
modus in rebus para o Direito Administrativo, a relação jurídico-obrigacional (ou o processo
obrigacional, como quer Josef Esser) tem no momento de conclusão a etapa definidora do conteúdo do
negócio jurídico. Após tomarem a decisão jurídica fundamental de contratar, passam os agentes a
deliberar sobre o núcleo ou o feixe de direitos e deveres aos quais se submeterão até o termo daquele
vínculo.
No Direito Privado, por muito tempo, admitiu-se que a liberdade de contratar e a liberdade
contratual, a saber, a autonomia para se contratar ou não e a definição do conteúdo da declaração
jurídico-negocial, seriam insusceptíveis ao controle judicial, salvo quando desbordassem dos limites da
lei, da moral e dos bons costumes. No século XX, a relevância de princípios, cânones hermenêuticos e
cláusulas gerais (v.g. boa-fé objetiva, bons costumes e função social) sobrepujou a antiga esfera de
intangibilidade dessas duas manifestações da autonomia privada. Passou-se a aceitar figuras jurídicas
novas ou a modos diferentes de se interpretar os contratos, ao exemplo das contratações coativas, da
manutenção compulsória de vínculos extintos e do amplo desenvolvimento das teorias ligadas à
alteração de circunstâncias (mudança da base do negócio jurídico, teoria da imprevisão, teoria da
onerosidade excessiva).
No centro desse processo de transformação da teoria contratual, que muito deve, no Brasi l, a
Antonio Junqueira de Azevedo, está a intervenção judicial na economia desses negócios jurídicos. O
controle do conteúdo negociai, após diversas resistências, foi considerado /feito aos juízes, conquanto
mais recentemente haja um movimento para diminuir a ingerência do Poder Judiciário nesse campo.
Se não há dúvidas quanto a essa franquia da intervenção judicial nos contratos de Direito
Privado, o que dizer dos contratos da esfera do Direito Administrativo?

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É desnecessário encarecer a notória influência dos acórdãos do Conselho de Estado em França,


no início do século XX, ao exemplo do aresto da Companhia Francesa de Trens, de 11.3. 1910, na
concepção de que seria possível a preservação da equação econômico-financeira do contrato.
Diferentemente do problema da intervenção judicial na economia desses negócios jurídicos, a atuação
do Conselho de Estado é um exemplo da ação de órgão administrativo sobre contratos de interesse
público.
Essas observações prévias servem para colocar os termos do problema deste mandado de
segurança: o poder de intervenção do TCU no conteúdo dos negócios jurídico administrativos.
De partida, considere-se que o TCU não é um tribunal administrativo, no sentido francês, dotado
de poder de solução dos conflitos em última instância. O princípio da inafastabilidade da jurisdição
impede que haja essa equiparação, além do que os Poderes desse órgão estão devidamente delimitados
constitucionalmente no artigo 71.
Especificamente no que se refere ao caso dos autos, os incisos VIII, IX e X do artigo 71 fornecem o
núcleo das prerrogativas do TCU no exame de atos e negócios administrativos. Seus poderes abrangem
(a) a aplicação de sanção aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de
contas, (b) a assinação de prazo ao órgão ou à entidade a fim de que adote providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; (c) a sustação, se não atendido, a execução do ato
impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal.
De acordo com a jurisprudência do STF, em torno desses incisos, tem-se que "0 art. 71 da
Constituição não insere na competência do TCU a aptidão para examinar, previamente, a validade de
contratos administrativos celebrados pelo Poder Público.
Atividade que se insere no acervo de competência da Função Executiva. É inconstitucional norma
local que estabeleça a competência do tribunal de contas para realizar exame prévio de validade de
contratos firmados com o poder público." (ADI 916, Rei. Min. Joaquim Barbosa, julg amento em 2-2-
2009, Plenário, DJE de 6-3-2009.)
Ademais, "o Tribunal de Contas da União, embora não tenha poder para anular ou sustar
contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade
administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou".
(MS 23.550, Rel. p/ o ac. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 4-4-2002, Plenário, DJ de 31-10-
2001.)
A participação do TCU no processo de anulação, resolução ou de resilição, conforme haja ou não
o elemento ilícito ou o culposo na causa determinante da extinção anormal da avença, limitar-se-ia a
determinar essa conduta à autoridade. Os efeitos da não observância do comando do Tribunal de Contas
dilatar-se-iam em outra esfera.
O caso dos autos, como narrado pela parte autora, implicou ampla intervenção no conteúdo do
negócio jurídico-administrativo. Até que ponto essa atuação do TCU foi contrária aos limites do artigo
71, CF/1988, é matéria a ser resolvida quando do julgamento do mérito. Por hora, contudo, é evidente a
ocorrência do fumus boni iuris, na medida em que o nível de comprometimento do objeto negocial dá
suporte à tese da impetrante, com as ressalvas indispensáveis ao fato de se estar em fase inicial de exame
da demanda.
Estou convencido de que se conforma à utilidade do processo a interrupção ad limine dos efeitos
do acórdão do TCU, até que, desenvolvida a marcha processual, com a colheita das informações e
outros elementos cognitivos.
É notória a ocorrência do periculum in mora, dadas as vultosas quantias envolvidas e o risco de
comprometimento da idoneidade cadastral da empresa em face do que decidido pelo TCU. Há ordem de
devolução de quantitativos e, ante a existência de dúvida fundada sobre a regularidade do título, é mister
que se interrompa o curso eficacial do acórdão.
Ante o exposto, defiro a liminar para suspender os efeitos da condenação de devolução de valores
ao erário, nos termos do item 9.1.2 do Acórdão n° 854/2005.
Notifique-se a autoridade impetrada para prestar informações, no prazo de dez dias.
Cumpra-se o disposto no artigo 7", inciso 11, Lei do Mandado de Segurança, para fins de colher
manifestação da Advocacia-Geral da União sobre seu interesse no ingresso da lide.
Após, remetam-se os autos à douta Procuradoria-Geral da República para que atue como custos
legis.
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Publique-se. Int.
Brasília, 17 de dezembro de 2010.
Ministro DIAS TOFFOLl
Relator
Documento assinado digitalmente"
Nesse caso, o tema em análise envolve o exame da competência deste E. Tribunal de Contas em condenar
particulares, independentemente de sua solidariedade com gestores públicos.
Assim, deve ser considerado o fato de que, tal como colocado na defesa, os ora embargantes não se tratam
de gestores de recursos públicos, mas sim de fornecedores de produtos (no caso, fornecedores de lanches e
refrescos) para os quais foram contratados pela Administração Pública após a realização de procedimento
licitatório, evidente que não podem ter suas contas julgadas como irregulares, sendo necessário opor os
presentes embargos declaratórios para fim de corrigir tal obscuridade.
2.2) DO CONTRATO ADMINISTRATIVO QUE NÃO EXIGE QUALQUER FORMALIDADE
PARA COMPROVAÇÃO DA ENTREGA DOS LANCHES E APONTA SER DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA A RESPONSABILIDADE PELA FISCALIZAÇÃO NO RECEBIMENTO LANCHES E
REFRESCOS – DOS DOCUMENTOS QUE EVIDENCIAM O FORNECIMENTO DOS LANCHES
Já não bastasse, omitiu-se o v. acórdão em analisar o disposto nos itens 77,78 e 79, in verbis:
"O contrato celebrado, de fato, não detalhou como se daria a liquidação da despesa para
comprovação da entrega dos lanches, que implicaria fornecimento em vários locais e em dois turnos.
78. No entanto, deve ser observado que a execução do contrato ocorreu nos meses de março a
julho de 2005 e que os responsáveis foram citados em julho de 2006. Apesar do período decorrido de
apenas um ano e da citação tanto dos responsáveis da FEC quanto das empresas, não foram
apresentados outros documentos que contribuíssem para evidenciar o fornecimento de 1.531 lanches por
dia (em média), a exemplo de cardápios utilizados controles de produção ou de distribuição ou ainda,
comprovante de recebimento nos sete locais diferentes previstos no contrato. "
Conforme conta na "CLÁUSULA QUARTA" da "MINUTA CONTRATUAL N°. 01/2005 (fls.
1076/1081), documento juntado com a defesa dos ora embargantes, a fim de comprovar a regular contratação do
fornecimento de lanches pela Administração Pública.
Da análise do referido contrato, em especial, o disposto na "CLÁUSULA SEXTA - OBRIGAÇÕES DA
CONTRATADA" constata-se que a Administração Pública não impôs qualquer formalidade para comprovação
de entrega dos lanches e refrescos aos jovens participantes do "programa", exigindo somente a obrigação quanto
à entrega destes, sem o que não haveria o pagamento dos valores contratados (fls. 1078/1079 dos autos), a
entrega foi devidamente efetuada, sendo os valores pagos. Assim não pode a Administração Pública cobrar
formalidade no contrato ou exigir documentos que contribuíssem para evidenciar o fornecimento dos lanches,
vez que estes já foram devidamente apresentados!
Ainda, merece destaque também o disposto no "Parágrafo segundo" da "CLÁUSULA QUARTA" (que
dispõe acerca do pagamento dos valores à empresa embargante BASSO & BELANNI) taxativo quanto à
responsabilidade da Administração Pública pelo "aferimento da disponibilidade dos lanches e refrescos,
atestada pelo servidor designado para a fiscalização dos respectivos".
Deste modo, se é dever EXCLUSIVO da Administração Pública fiscalizar a entrega dos lanches nos
quantitativos contratados, evidente que se houve o pagamento integral dos valores contratados foi porque a
empresa contratada forneceu os referidos lanches em sua integralidade.
Assim, resta totalmente inadmissível a afirmação de ausência de comprovação quanto à entrega dos
referidos lanches mesmo porque, como visto tal incumbência não era da empresa contratada BASSO &
BELLANI), entretanto da própria Administração Pública que somente pagou os valores contratados após
fiscalizar a efetiva entrega dos lanches, independentemente de eventuais acusações de irregularidades no
processo licitatório.
Neste exato sentido foi o entendimento do r. acórdão proferido pela 4a Câmara Cível do Tribunal de
Justiça de Minas Gerais na apelação cível nO.147.461/8, determinando à Administração Pública realizar o
pagamento do valor contratado ao particular, independentemente da existência de irregularidades na
contratação. Veja-se:

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"Apelação Cível Número: 147.461/8. Comarca: CARMO DO PARANAÍBA. Apelante: 1°) JD


COMARCA CARMO PARANAÍBA - 2°) MUNICÍPIO CARMO PARANAÍBA. Apelado: MATERIAIS
CONSTRUÇÃO CARMO LTOA. Relator: EXMO. SR. DES. CORR~A DE MARINS. Ementa: ACÃO
ORDINÁRIA DE COBRANCA • ENTREGA DOS MATERIAIS ADQUIRIDOS ILEGALIDADE NO
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. Em ação ordinária de cobrança,
comprovada a entrega dos materiais adquirido, cabe o provimento requerido. Eventuais irregularidades
no processo aquisitivo não se transmitem ao direito do credor, cabendo perquirir em ação própria a
responsabilidade do autorizador da despesa.
O improvimento do feito é causa de enriquecimento ilícito. Acórdão: (...). Presentes os
pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço. Inconforma -se o apelante com a r. decisão
singular prolatada nos autos de ação Ordinária de Cobrança, aforada pelo apelado, em que o MM. Juiz
"a quo" julgou procedente o pedido. Reclama o autor do feito o pagamento por materiais de construção
que forneceu ao apelante, quando da execução de seu programa de construção de casa s populares, no
ano de 1.992. Informa o município recorrente a ausência de comprovação de que tais materiais tenham
sido efetivamente entregues, além de a operação de compra e venda, da qual derivou a cobrança,
constituir-se em negócio eivado de ilegalidades, sem a observância do procedimento licitatório. (....).
Quanto ao defeito do procedimento na aquisição, a matéria refoge dos contornos do presente feito, eis
que reclama ação própria com vistas a responsabilizar o administrador público que tenha agido com
incúria, abuso de poder ou dolo. Não cabe ao fornecedor a fiscalização do processo aquisitivo, cabendo-
lhe tão-somente fornecer o que lhe é solicitado e receber pelo que vendeu. Nesse sentido, a expressão do
Des. Sérgio Lellis Santiago, deste colendo sodalício, na Apelação Cível nº 86.285-2, quando assentou:
"Ora, a credora nada tem com as questões internas da administração municipal e, por óbvio, não pode
ser penalizada por alguma irregularidade administrativa. Vendeu a quem quis comprar e tem direito de
receber de quem deve pagar, que é a Prefeitura executada. Se a aquisição de bens foi irregular que aja a
executada de acordo com a lei contra os responsáveis, sem ampliar a ilegalidade deixando de pagar a
quem se mostra credor legitimo.". Fica evidente pois, o acerto do decreto sentencial objurgado, que
milita em prol do não-enriquecimento sem causa do apelante voluntário. Nesta conformidade, em
reexame necessário, mantenho a sentença, dando por prejudicado o recurso do município. Custas ex
lege. O SR. DES. REYNALDO XIMENES CARNEIRO: VOTO Conheço do recurso voluntário, aos
pressupostos de sua admissibilidade, a par da remessa necessária. Acompanhando o voto proferido pelo
d. Relator, e através da análise de todo o contexto probatório trazido à colação, não é permissível outra
conclusão senão a de que a apelada realmente faz jus ao recebimento do crédito reclamado, à vista de
estar regularmente comprovado o fornecimento dos materiais de construção ao Município, senão veja-se.
Os documentos trazidos à colação comprovam, quantum satis, que o material de construção teria sido
entregue ao Município, notadamente aqueles de fls. 14, 36, 51, 66 e 90, assinados por membros da
própria Municipalidade. (...). Constata-se que, realmente, o Chefe do Executivo Municipal adquiriu
produtos da apelada inobservando os trâmites legais, o que, contudo, não desobriga a pessoa jurídica de
direito público de cumprir a obrigação. Se houve culpa ou desídia por parte do administrador em
relação à dívida assumida, caberá, se for o caso, ação regressiva da Administração contra o causador
direto do dano. Noutro vértice, a existência ou não de empenho das despesas referentes ao material
adquirido pela Administração Pública em nada afasta a conclusão acerca da efetividade do débito, posto
que o empenho não constitui requisito para a existência deste, tendo como finalidade precípua impor à
Administração o respeito à Lei Orçamentária, com a realização das despesas segundo as dotações
prefixadas, sendo que a inobservância da Lei de Meios pelo administrador é passível de sanção, não
resultando, entretanto, em prejuízo de terceiros que tenham agido de boa-fé. Finalmente, é de se
constatar que o apelante apenas nega a existência do débito, não se desincumbindo de provar
satisfatoriamente a veracidade de suas alegações, ou seja, que as mercadorias não foram entregues,
tendo em vista, inclusive, que tal ônus lhe compete, segundo o estatuído no art. 333, II, do CPC. Em face
essas considerações, em reexame necessário, CONFIRMO a r. decisão monocrática, prejudicado o
recurso voluntário. Custas ex lege. PARTICIPOU DO JULGAMENTO o Desembargador Carreira
Machado. Súmula: MANTIVERAM A SENTENÇA, NO REEXAME NECESSÁRIO, PREJUDICADA A
APELAÇÃO. H/M.N./CSCI Data do Documento: Belo Horizonte, 12/08/1999."
No mesmo sentido já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar caso semelhante:

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ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS. LICITAÇÃO.


AUSÊNCIA. SERVIÇOS PRESTADOS. PAGAMENTO. NECESSIDADE. DISPOSITIVO LEGAL COM
INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO. SÚMULA 284/STF. REEXAME DO
CONTEXTO FÁTICO DA DEMANDA.
(...). 3. Afirmada a efetiva prestação de serviços à Administração, é devido o pagamento ao
contratado que os prestou de boa-fé, mesmo que indevidamente dispensada a prévia licitação. Conforme
estabelece o art. 59, parágrafo único da Lei 8.666/93 "A nulidade não exonera a Administração do dever
de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por
outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a
responsabilidade de quem lhe deu causa".
Precedentes: AgRg no REsp 303730/AM, 28 T., Min. Paulo Medina, DJ de 02.12.2002; AgRg no
REsp 332956/SP, 18 T., Min. Francisco Falcão, DJ de 16.12.2002; REsp 545471/PR, 18 T., Min. Denise
Arruda, DJ de 19.09.2005. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. (STJ,
REsp 707710 / MG, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Órgão Julgador: 18. Turma; Data de
Julgamento: 20/1012005; DJ 07.11.2005 p. 117).
Também o E. Tribunal de Justiça do Paraná já se posicionou a respeito do assunto:
AÇÃO DE COBRANÇA - CRÉDITO REGULARMENTE CONSTITUÍDO PERANTE A
MUNICIPALIDADE, TENDO SIDO INCLUSIVE OBJETO DE EMPENHO. NEGATIVA DE
PAGAMENTO CALCADA POR PROBLEMA INTERNO DA ADMINISTRACÃO. DESAFETACÃO COM
O PARTICULAR. AO QUAL EM QUALQUER MODO ASSEGURA O RESSARCIMENTO. DEMANDA
JULGADA PROCEDENTE. SENTENÇA CONFIRMADA EM GRAU DE REEXAME NECESSÁRIO.
APELAÇÃO IMPROVIDA. (TA/PR - REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL 0083106-3 -
PARANACITY - VARA CÍVEL - Ac. 5035. JUIZ S~RGIO ARENHT - OITAVA CAMARA CÍVEL.
UNANIME - Julg. 12/08/96- DJ: 06/09/96).
Origem do Acórdão: TRIBUNAL DE ALÇADA DO ESTADO DO PARANA. Tipo do Processo:
REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL. Número do Processo: 94326200. Comarca de Origem:
IRATI. Órgão Julgador: SÉTIMA CÂMARA CÍVEL. Data de Julgamento: 22/12/97. Decisão: Unânime.
Número de Arquivo do Acórdão: 7358. Ramo do Direito: Cível. Data de Publicação: 06/02/98.
REEXAME NECESSSÁRIO. AÇÃO DE COBRANÇA. MUNICÍPIO. PAGAMENTO. RECUSA.
IMPOSSIBILIDADE. CARACTERIZAÇÃO. MANDATO. ANTERIORIDADE. IRREGULARIDADE.
IRRELEVÂNCIA. COMPRA E VENDA. COMPROVAÇÃO. OCORRENCIA. SENTENÇA.
MANUTENÇÃO. Ementa: AÇÃO DE COBRANÇA - CRÉDITO CONSTITUIDO PERANTE A
MUNICIPALIDADE - AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO - NEGATIVA DE PAGAMENTO CALCADA EM
ALEGADAS IRREGULARIDADES DA ADMINISTRAÇÃO ANTERIOR - ÓBICES INOPONIVEIS AO
PARTICULAR - RECURSO VOLUNTARIO IMPROVIDO, MANTIDA A SENTENÇA EM SEDE DO
REEXAME NECESSSÁRIO. COMPROVADA A EXISTÊNCIA DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA
ENTABULADO ENTRE A MUNICIPALIDADE E O PARTICULAR, COM A CONSEQÜENTE
ENTREGA DE MERCADORIA PELO FORNECEDOR, NÃO PODE A ADMINISTRAÇÃO SUBTRAIR-
SE AO PAGAMENTO DA DÍVIDA, AVENTANDO IRREGULARIDADE DA GESTÃO ANTERIOR. AO
PARTICULAR, QUE INTEGROU O NEGOCIO JURÍDICO, RESGUARDA-SE O DIREITO DE,
COMPROVADO O CUMPRIMENTO DA AVENCA DE SUA PARTE, RECEBER O PRECO AJUSTADO.
LEGISLAÇÃO: CC - ART 1092. CCOM - ART 127. CCOM - ART 191 E SS. L 4320/64. DL
2300/86. L 86663.3. CF/88 - ART 37. DOUTRINA: MEIRELLES, HEL Y LOPESDIREITO
ADMINISTRATIVO BRASILEIRO, 19 ED, P 217. JURISPRUDENCIA: TAPR- 2 CC, AC 7719, REL
JUIZ CRISTO PEREIRA. TAPR - 5 CC, AC 3669, REL JUIZ ARNO KNOERR.
Deste modo, necessária a oposição dos presentes embargos para sanar a omissão quanto à análise
do referido "contrato administrativo" o qual evidencia a ausência de obrigação da empresa BASSO &
BELLANI quanto ao controle de entrega dos referidos lanches, bem como, que era de incumbência da
Administração Pública, e não da empresa contratada (no caso, a ora embargante Basso & Bellani).
Destarte, resta claro, que a fiscalização quanto à entrega dos lanches e refrescos, afastando, por
consequência, a alegação de "não comprovação do efetivo fornecimento" e "que não foram
apresentados outros documentos que contribuíssem para evidenciar o fornecimento de 1.531 lanches
por dia (em média)" que, por conta disto, é devida a devolução integral dos valores, o que, como visto,
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não há como se aceitar ante o dever da Administração Pública de cumprir com o contrato mediante
pagamento dos valores previstos para os lanches, independentemente da existência ou não de
irregularidades na contratação, sendo que os documentos (fotos e comprovantes) que evidenciam o
fornecimento, foram devidamente apresentados, não a o que se falar quanto sua inexistência.
2.3) DA NECESSIDADE DE ESCLARECIMENTO
Ainda, às fls. 18 do v. acórdão ora embargado constou a determinação de envio do presente
processo à SECEX para recálculo do valor da condenação excluindo o valor dos lanches. Veja-se:
"(...). Ante o exposto, divergindo do encaminhamento proposto pela Serur, posiciono -me por
conhecer dos recursos de reconsideração interpostos para, no mérito, dar-lhes provimento parcial, de
sorte a excluir os custos dos lanches fornecidos do débito imputado solidariamente aos Srs. Edson
Miguel Torquato Padilha, Estanislau Borecki Neío, às empresas Café Curaçao Bar Ltda. e Basso &
Bellani Ltda, bem como sócio-proprietário, Sr. Jonny Tobias Basso. Sugiro que o processo seja remetido
à Secex/PR para a realização do cálculo do débito. " (fl. 18) ".
Ante o exposto, necessária a oposição dos presentes embargos declaratórios para que seja sanada també m
esta obscuridade quanto ao envio dos autos à SECEX/PR para cálculo do débito de modo a "a excluir os custos
dos lanches fornecidos do débito imputado" e que, após isto, sejam os ora embargantes intimados a se
manifestar a respeito do valor apurado.
3. DO REQUERIMENTO
Ante o exposto, requer-se, pois, digne-se estes D. Ministros do E. Tribunal de Contas da União em
receber os presentes Embargos de Declaração, concedendo o efeito suspensivo necessário e, ao final, conhecer e
dar provimento aos referidos embargos a fim de sanar as omissões e obscuridades apontadas, consoante
fundamentação, atribuindo os efeitos modificativos necessários, no que for necessário.”
2. Adicionalmente, a unidade técnica, com anuência do Ministério Público junto ao TCU,
apontou a necessidade de corrigir inexatidão material no item 3 do acórdão (peças 420, 422, 423), para
alterar:
a) o nome do responsável grafado como "Robinsom Malhke" para a grafia constante na base
de dados da Receita Federal, “Robinsom Mahlke”; e
b) o CNPJ da empresa Café Curaçao Bar Ltda.-ME de “73.300.014/0001-2" para
"73.300.014/0001-02" (peças 420, 422 e 423).

É o relatório.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 007.057/2005-6

VOTO

Atendidos os requisitos de admissibilidade, cabe conhecer dos embargos de declaração


opostos por Café Curaçao Bar Ltda., J. T Basso-Bar e Jonny Tobias Basso contra o acórdão 1.523/2016 -
Plenário, que apreciou recursos de reconsideração interpostos por vários responsáveis contra o acórdão
2.914/2011 - Plenário (alterado pelos acórdãos 1.037/2012 e 3.363/2013 - Plenário) e, em relação aos
embargantes, negou provimento ao apelo.
2. Na deliberação que julgou a tomada de contas especial, os embargantes foram considerados
responsáveis solidários em relação aos valores pagos para fornecimento de lanches, sem comprovação da
efetiva prestação dos serviços.
3. Nos embargos alegaram, em síntese, que:
a) o acórdão conteria obscuridade ante a impossibilidade de julgamento de mérito de contas
por quem não teria gerido recursos públicos;
b) o contrato administrativo não exigiria qualquer formalidade para comprovação da entrega
dos lanches e a responsabilidade pela fiscalização do recebimento do produto contratado seria da
administração; e
c) haveria necessidade de esclarecimento, porque teria constado do acórdão embargado
determinação de envio de processo à Secex/PR para realização do cálculo do débito, já que deveriam ser
excluídos os custos dos lanches fornecidos.
4. De plano, verifico que, em relação aos dois primeiros pontos, os embargantes buscam
rediscutir o mérito da deliberação adotada, o que não é admissível na via recursal escolhida. A
jurisprudência deste Tribunal é pacífica no sentido de que embargos de declaração se prestam a integrar a
decisão e corrigir eventual obscuridade, omissão ou contradição interna ao julgado. Em sede de embargos
não cabe discutir suposta incompatibilidade entre acórdão e as normas aplicáveis.
5. Em particular, a obscuridade mencionada se referiu a suposta impossibilidade de aplicação
dos dispositivos legais que levaram ao julgamento das contas dos embargantes como terceiros contratados
pelo convenente. Esse ponto havia sido objeto de embargos de declaração quando do julgamento da TCE
e foi novamente mencionado como parte do pedido de reconsideração.
6. O voto condutor da deliberação ora embargada tratou desse aspecto, e não se verifica qualquer
obscuridade. Nele foi destacado que:
"71. A possibilidade de julgamento das contas de terceiros contratados pela administração
pública foi objeto dos embargos de declaração interpostos pela empresa. Como reconhecido pelo relator a
quo, embora não haja jurisprudência pacificada a respeito, é majoritário o entendimento no âmbito do TCU
de que há possibilidade de julgar as contas de empresas que tenham dado causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte em dano ao erário (art. 71, inciso II, da Constituição Federal). O conjunto de
evidências neste caso concreto não permite afastar a constatação de pagamento sem contraprestação dos
serviços, o que implica possibilidade de julgar as contas da terceira contratada.
72. Ademais, no caso do pagamento por produtos não entregues, a condenação solidária do
fornecedor, como parte interessada que, de qualquer modo, haja concorrido para o dano, tem respaldo
expresso no art. 16, inciso III, § 2º, alínea “b”, da Lei 8.443/1992."
7. Também não se identifica omissão, obscuridade ou contradição no que concerne aos motivos
que levaram a concluir pela falta de comprovação da entrega dos lanches. No voto (itens 77 a 81) foi
mencionado que o contrato, de fato, não detalhava o procedimento de liquidação da despesa, mas foram
citados os vários aspectos que, em conjunto, fundamentaram tal conclusão, dentre os quais se destaca a
apresentação de documento fiscal inidôneo, emitido por empresa diferente da contratada pelo convenente,
sem atestação de recebimento e sem apresentação de outros comprovantes da entrega de 144 mil unidades
de lanches, apesar de a empresa ter sido citada um ano após a suposta prestação dos serviços.
1

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 007.057/2005-6

8. Sobre o mesmo ponto não há esclarecimentos a fazer quanto à alegada determinação para
restituição do processo à Secex/PR para cálculo do débito com a exclusão dos custos dos lanches
fornecidos. Essa determinação havia sido formulada pelo representante do Ministério Público, que propôs
o provimento parcial do recurso, para reduzir o débito, o que tornaria necessário o referido cálculo pela
unidade técnica. Como destacado no voto:
"8. No mérito, os posicionamentos da Serur e do MPTCU foram uniformes pela denegação de
provimento aos recursos, com exceção apenas do débito relativo à aquisição de lanches. Enquanto a Serur
propôs o não provimento, o MPTCU defendeu o provimento parcial, com redução do débito ao lucro
auferido pela contratada por considerar que, apesar da fraude à licitação, os lanches teriam sido fornecidos.
9. Pelos motivos que destaco a seguir, acolho em grande parte o encaminhamento da Serur, cujos
fundamentos, nos pontos de concordância, adoto com razões de decidir.”
9. Especificamente a proposta do MPTCU quanto a isso não foi acolhida, conforme
expressamente registrado no voto quando da conclusão da seção VIII, relativa aos pedidos de
reconsideração dos embargantes:
"83. Dessa forma, acompanho a proposta da unidade técnica, em relação a esses responsáveis,
para negar provimento ao recurso e manter inalterado o débito a eles imputado."
10. Desse modo, ante a inexistência das omissões e obscuridades suscitadas, concluo por negar
provimento aos presentes embargos.
11. Adicionalmente cabe, nesta oportunidade, promover a correção do erro material apontado pela
unidade técnica e endossado pelo Ministério Público junto ao TCU (peças 420-423) para alterar, no item
3 do acórdão 1.523/2016-Plenário, o CNPJ da empresa Café Curaçao (de 73.300.014/0001-2 para
73.300.014/0001-02) e corrigir o nome de um dos responsáveis, Robinsom Mahlke, que foi grafado no
acórdão como “Robinsom Malhke”.
12. Por fim, destaco pedido de parcelamento da dívida e de dispensa do pagamento dos juros de
mora formulado por Maurício Cheli por meio de expediente juntado aos autos em 5/8/2016 (peça 425),
que deve ser submetido ao relator a quo após a presente deliberação.
Ante o exposto, voto por que o colegiado aprove a minuta de acórdão que submeto à sua
consideração.

TCU, Sala das Sessões, 19 de outubro de 2016.

ANA ARRAES
Relatora

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 007.057/2005-6

ACÓRDÃO Nº 2677/2016 – TCU – Plenário

1. Processo TC 007.057/2005-6.
2. Grupo II – Classe I – Embargos de Declaração.
3. Embargantes: Café Curaçao Bar Ltda. ME (CNPJ 73.300.014/0001-02); J. T. Basso – Bar ME
(CNPJ 03.558.359/0001-77) – antiga Basso e Bellani Ltda. e Jonny Tobias Basso (CPF 583.200.839-
15).
4. Unidades: Fundação Estadual de Cidadania – FEC e Secretaria Nacional de Políticas Públicas de
Emprego – SPPE/MTE.
5. Relatora: ministra Ana Arraes.
5.1. Relatora da deliberação recorrida: ministra Ana Arraes.
6. Representante do Ministério Público: subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado.
7. Unidade Técnica: não atuou.
8. Representação legal: Gelson Barbieri (OAB/PR 17.510) e outros, representando Café Curaçao Bar
Ltda. ME, Jonny Tobias Basso e J.T. Basso Bar ME, e outros.

9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos os embargos de declaração apresentados por Jonny Tobias
Basso e pelas empresas Café Curaçao Bar Ltda. ME, e J.T. Basso Bar ME contra o acórdão 1.523/2016
– Plenário, que apreciou recursos de reconsideração interpostos em face do acórdão 2.914/2011 -
Plenário, alterado pelos acórdãos 1.037/2012 e 3.363/2013 - Plenário.
ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do Plenário,
ante as razões expostas pela relatora e com fundamento nos arts. 32 e 34 da Lei 8.443/1992 e na
Súmula TCU 145, em:
9.1. conhecer dos embargos de declaração e rejeitá-los;
9.2. corrigir, por inexatidão material, o item 3 do acórdão 1.523/2016 - Plenário, para que:
9.2.1. onde se lê "Robinsom Malhke", leia-se "Robinsom Mahlke"; e
9.2.2. onde se lê “Café Curaçao Bar Ltda.-ME (CNPJ 73.300.014/0001-2)”, leia-se “Café
Curaçao Bar Ltda.-ME (CNPJ 73.300.014/0001-02)”;
9.3. dar ciência desta deliberação aos embargantes e aos demais responsáveis e entes
interessados;
9.4. restituir os autos ao relator a quo para apreciação do pedido à peça 425.

10. Ata n° 41/2016 – Plenário.


11. Data da Sessão: 19/10/2016 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-2677-41/16-P.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (na Presidência), Walton Alencar Rodrigues, Benjamin
Zymler, Augusto Nardes, Ana Arraes (Relatora) e Bruno Dantas.
13.2. Ministros-Substitutos convocados: Marcos Bemquerer Costa e Weder de Oliveira.

(Assinado Eletronicamente) (Assinado Eletronicamente)


RAIMUNDO CARREIRO ANA ARRAES
Vice-Presidente, no exercício da Presidência Relatora

Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
PAULO SOARES BUGARIN
Procurador-Geral

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