Neurologia Clínica

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01/11/2024

REVISÃO ANATÔMICA

▪ Sistema Nervoso Central


NEUROLOGIA CLÍNICA DE PEQUENOS ANIMAIS
▪ Sistema Nervoso Periférico

CLÍNICA MÉDICA E TERAPÊUTICA DE PEQUENOS ANIMAIS

SISTEMA NERVOSO CENTRAL SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO


❖Nervos Cranianos: 12 pares

• I Par – Olfatório • VII Par – Facial


• II Par – Óptico • VIII Par – Vestibulococlear
• III Par – Oculomotor • IX Par – Glossofaríngeo
• IV Par – Troclear • X Par – Vago
• V Par – Trigêmeo • XI Par – Acessório
• VI Par – Abducente • XII Par – Hipoglosso

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NERVO CRANIANO SINAIS DE PERDA DA FUNÇÃO


I Olfatório
II Óptico
Anosmia; hiposmia – Teste algodão com álcool
Perda da visão, pupila dilatada e perda reflexo à luz
PARTICULARIDADES
III Oculomotor Estrabismo – Teste reflexo palpebral
IV Troclear
V Trigêmeo ▪ Animais Jovens ▪ Animais de Meia Idade ou Idosos
VI Abducente
▪ Malformações congênitas
VII Facial Queda do lábio, pálpebra e orelha ▪ Processos neoplásicos
VIII Ataxia, desvio da cabeça, nistagmo e surdez
Vestibulococlear ▪ Intoxicações
▪ Primários ou metastáticos
IX Glossofaríngeo Perda do reflexo de engasgo, disfagia
X Vago Perda do reflexo de engasgo, disfagia e paralisia laríngea ▪ Doenças infecciosas
▪ Doenças degenerativas
XI Acessório Atrofia mm. Trapézio, esternocefálico e braquiocefálico
▪ Traumas
XII Hipoglosso Perda de força da língua

ANAMNESE INÍCIO DA DOENÇA


▪ Súbito: Sinais desenvolvem-se rapidamente Intensidade
▪ Descrição completa do quadro
máxima em 24 horas
▪ Determinar como foi o início e a evolução da doença
▪ Traumatismos, intoxicações ou acidente vascular cerebral
▪ Nível de consciência do animal/ mudanças de comportamento,

de personalidade ou convulsões
▪ Progressivo: Doenças subagudas Desenvolvem-se por vários
▪ Avaliação dos nervos cranianos e locomoção
dias a algumas semanas
▪ Antecedentes mórbidos – quedas, traumatismos, intoxicações,
▪ Doenças inflamatórias, infecciosas e neoplásicas
etc.

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CRISE EPILÉPTICA/ CONVULSÃO

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO SISTEMA ▪ Sinal clínico mais comum de problemas no SNC

NERVOSO ▪ Descarga elétrica repentina excessiva e anormal dos

neurônios

▪ Desequilíbrio entre sinapses inibitórias e excitatórias

CRISE EPILÉPTICA EPILEPSIA


▪ Condição caracterizada por crises epilépticas recidivantes
▪ Evento súbito
de origem intracraniana
▪ Intensidade variável
▪ Acomete 0,5 – 5,7% população canina

▪ Alterações motoras tônico-clônicas   tônus muscular


▪ Raças: Pastor Alemão, São Bernardo, Collie, Husky, Cocker,

extensor seguido por períodos de relaxamento Poodle e Beagle

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EPILEPSIA STATUS EPILEPTICUS


▪ Intra ou extracraniana
▪ Crise epiléptica com duração maior que 5 minutos
▪ Estrutural
▪ Crises recidivantes que persistem por mais de 30
▪ Reativa
minutos
▪ Idiopática ( 0,62 a 0,75%)
▪ Cluster
▪ Distúrbio cerebral de prosencéfalo
▪ Duas crises ou mais em um período de 24 horas

EPILEPSIA – FASES DA CRISE EPILEPSIA – ETIOLOGIA


▪ Pré-ictal/ aura: Período que antecede a crise convulsiva. Pode durar dias
V – vascular
ou horas
▪ Agitação, andar compulsivo, salivação, latir muito, agressividade, se esconder
I – inflamatório/ infeccioso
T – traumático/ tóxico
▪ Período ictal: Crise propriamente dita. Duração de segundos a minutos
▪ Movimentos involuntários, perda de consciência, micção, defecação, sialorreia
A – anomalia
M – metabólico
▪ Pós-ictal: Pode durar de segundos a dias após a crise
▪ Desorientação, polifagia, polidipsia, micção, defecação, fraqueza, sono e
I – idiopático
cegueira N – neoplásico/ nutricional
D – degenerativo/ desenvolvimento

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ETIOLOGIA
CEREBRAL
PRIMÁRIA OU IDIOPÁTICA SECUNDÁRIA
Epilepsia verdadeira Encefalites infecciosas/
inflamatórias
Hidrocefalia
Neoplasias
Trauma craniano
Malformações
Alterações vasculares
Deficiência de tiamina
Doença lisossomal

ETIOLOGIA CLASSIFICAÇÃO
EXTRACEREBRAL OU REATIVA
ENDÓGENA EXÓGENA Focalizada
Hipoglicemia Intoxicações: simples ou
Encefalopatia hepática Organofosf/ carbamatos complexa
Encefalopatia urêmica Plantas
Hiperlipidemia Clorados
Policitemia Chumbo
Focalizada
Alterações eletrolíticas Micotoxinas
parcial
Hipóxia
Hiperosmolaridade Generalizada
Hipocalcemia

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CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES EPILÉPTICAS CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES EPILÉPTICAS


▪ FOCAL (PARCIAL) Alteração estrutural no ▪ GENERALIZADA: Causa sinais simétricos
▪ Sinais córtex cerebral
▪ Movimentos na face associados à atividade motora ▪ Sinais:
Originada de ambos os
▪ Uni ou contralateral
▪ Inconsciência hemisférios cerebrais
▪ Manifestações variáveis
▪ Área motora: mastigação, pedalagem, contração uinilateral da face ou ▪ Movimentos tônicos ou clônicos
membros
▪ Área occiptotemporal: alucinações ▪ Midríase
▪ Área parietal: lamber ou morder partes do corpo
▪ Tremores
▪ Área límbica e hipotalâmica: micção, defecação, salivação, midríase,
vômito, diarreia ▪ Micção e defecação

CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES EPILÉPTICAS

FOCALIZADA (SIMPLES OU
COMPLEXA)

EVOLUI PARA GENERALIZAÇÃO


SECUNDÁRIA

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CAUSAS DE EPLEPSIA RELACIONADAS COM A IDADE DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS


<6 MESES - 1 ANO 6 MESES A 5 ANOS > 5 ANOS
▪Síncopes
TÓXICO NEOPLASIA
ENCEFALITE INFECCIOSA VASCULAR
▪Fraqueza
MAIS
HIDROCEFALIA EPILEPSIA IDIOPÁTICA METABÓLICO ▪Hipoglicemia
PROVÁVEL
METABÓLICO: ▪Hipoadrenocorticismo
HIPOGLICEMIA, INFECCIOSO
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA ▪Tremores
HIDROCEFALIA EPILEPSIA IDIOPÁTICA ▪Dor
MENOS
ENCEFALITE HIDROCEFALIA
▪Compressão nervosa em doença de disco cervical
EPILEPSIA IDIOPÁTICA NEOPLASIA TRAUMA
PROVÁVEL ▪Alterações de comportamento
METABÓLICO
INTOXICAÇÃO
▪Síndromes vestibulares agudas

CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS ÀS CRISES EPILEPSIA – DIAGNÓSTICO


▪ Resenha – Idade, raça...
▪ Hipertensão arterial
▪ Anamnese – Descrição completa do episódio
▪ Policitemia
▪ Início, frequência, duração, comportamento do animal entre
▪ Uremia as crises
▪ Encefalopatia hepática ▪ Exposição a agentes tóxicos

▪ Intoxicações ▪ Doenças anteriores

▪ Ocorrência de trauma craniano

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EPILEPSIA – DIAGNÓSTICO EPILEPSIA – TRATAMENTO


▪ Exames complementares de acordo com a suspeita
▪ DEVE SER REALIZADO APENAS EM PACIENTES COM CRISES EPILÉPTICAS
▪ Hemograma, proteína total, albumina DECORRENTES DE EPILEPSIA VERDADEIRA/ SECUNDÁRIA
▪ Urinálise, ureia e creatinina
▪ INFORMAR TUTORES QUE RARAMENTE TEM CURA
▪ Enzimas hepáticas (ALT, AST, FA)

▪ Glicemia
▪ TRATAMENTO VISA CONTROLAR A DOENÇA, REDUZIR FREQUÊNCIA E
▪ Sorologias
INTENSIDADE DAS CRISES
▪ Análise de líquor

▪ Rx, ultrassom, tomografia e ressonância magnética

STATUS EPILEPTICUS
▪Objetivos: interromper o status epilepticus 
O QUE FAZER DURANTE A CRISE? proteger o cérebro e permitir recuperação do
paciente

EMERGÊNCIA!

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STATUS EPILEPTICUS STATUS EPILEPTICUS


▪TRATAMENTO EMERGENCIAL ▪TRATAMENTO EMERGENCIAL
▪Fármacos de primeira linha (benzodiazepínicos) ▪Midazolam IC: 0,2-1,0 mg/kg/h.
▪Midazolam (via intravenosa ou intranasal): IV/IN - ▪ 2 bolus no máximo de benzodiazepínicos. Se não
0,1-0,2mg/kg respondeu, IC de midazolam. Se respondeu mas dentro
Via IM não tem boa eficácia – não recomendada. de 10-15 min nova crise, IC.

▪Diazepam (via intravenosa): 0,5 – 2mg/kg, até 2 ▪Infusões contínuas: após controle redução deve ser
bolus de 25% da dose a cada 3-4 horas.
>>Via IR – Não é mais indicada! Sucesso: desmame total da IC sem recidiva das crises
em 24h.

STATUS EPILEPTICUS TRATAMENTO DOMICILIAR


▪TRATAMENTO
▪ Critérios para indicação de tratamento domiciliar:
▪ Caso paciente tenha tido muitas convulsões  PIC
▪ Período interictal de 6 meses
▪ Manitol 20% 1 – 2g/kg, IV em 10min
▪ 2 ou mais crises epilépticas em um período de 6 meses
▪ Dexametasona 0,25mg/kg, IV – Não usar em casos de

hiperglicemia!
▪ Status epiléptico ou convulsões em cluster

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TRATAMENTO DOMICILIAR EPILEPSIA – TRATAMENTO


▪ MEDICAÇÕES DE ESCOLHA – TRATAMENTO DOMICILIAR
▪ Critérios para o tratamento domiciliar:
▪ Primeira escolha: Fenobarbital

▪ Sinais pós-ictais considerados graves ▪ 2,5 – 4mg/kg, BID

▪ Eficaz, barato

▪ A frequência e/ou duração das crises epilépticas está ▪ Metabolização hepática e excreção renal (hepatotoxicidade)

aumentando e/ou a gravidade da convulsão piora ao longo ▪ Sedação, PU/PD

de 3 períodos interictais ▪ Associações*

OBJETIVOS DO TRATAMENTO FENOBARBITAL


▪ TRATAMENTO VISA CONTROLAR A DOENÇA, REDUZIR FREQUÊNCIA E ▪ Monitoramento sérico do fenobarbital

INTENSIDADE DAS CRISES ▪ 14 dias após início da terapia

▪ Coletar sangue sempre no mesmo horário

▪ FARMACORRESISTÊNCIA EM 20 – 30% DOS CÃES ▪ Cada 6 meses a 1 ano

▪ [ ] sérica ideal: 25 a 35 µg /ml

▪ Sedação inicial TAXA DE SUCESSO EM


CÃES 93% DOS CASOS

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QUANDO INDICAR UM SEGUNDO FÁRMACO? BROMETO DE POTÁSSIO (KBR) – SOMENTE PARA CÃES
▪ Dosar a concentração sérica após 14 dias do início do tratamento ou ▪ Cães : 30 a 60 mg/kg, SID
antes de mudar a dose
▪ Eficaz, seguro, barato
▪ Se houver falha no controle de crises:
▪ Dose de ataque: 80 mg/kg SID, 15 dias
▪ Dosagem sérica fenobarbital < 30 mg/l  aumentar dose do FB
▪ Monoterapia ou associado ao Fenobarbital
▪ Dosagem sérica fenobarbital entre 30-35 mg/l  iniciar o Brometo ▪ Monitorar [ ] sérica ( 1 , 5 - 3 ug /mg)

▪ Dosagem sérica fenobarbital > 35 mg/l  reduzir dose do FB e ▪ Excreção renal


iniciar terapia com Brometo

OUTRAS MEDICAÇÕES EPLEPSIA – MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE


▪ Quando animal desenvolve tolerância, efeitos colaterais ou status ▪ Acompanhamento a cada 3 – 6 meses

epilepticus ▪ Dosar concentração sérica do antiepiléptico

▪ Associação do FB com um dos medicamentos abaixo: ▪ Avaliação clínica

▪ Levetiracetan 20mg/kg, VO, BID/ TID ▪ Exames laboratoriais: hemograma, bioquímicos (ALT, FA, bilirrubina,

albumina, ureia, creat, colesterol, glicemia )


▪ Gabapentina 10 - 30mg/kg, VO, BID/ TID (65% eficácia)
▪ Se necessário US
▪ Topiramato 2 - 5mg/kg, VO, BID/ TID (50% eficácia)
▪ Castração dos machos ou fêmeas – cio ou excitação favorecem

episódios convulsivos

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PARTICULARIDADES DE EPILEPSIA EM GATOS ETIOLOGIA


▪ Meningoencefalites

▪ Abscesso cerebral

▪ Acidente vascular cerebral

▪ Trauma crânio encefálico


▪ 0,5 - 3,5% da população felina
▪ 33 - 44% das doenças do SNC são inflamatórias ▪ Meningioma ( 8 anos, > machos)
▪ Massas (neoplasma, granuloma fúngico ou parasitário)
▪ Hidrocefalia ( PIF; siameses)

SINAIS CLÍNICOS EM FELINOS DIAGNÓSTICO


▪ Generalizadas ▪ Tremor de cabeça, espasmos musculares
▪ Histórico, resenha, exame físico
▪ Sialorreia
▪ Focais
▪ Exame neurológico
▪ Micção
▪ Pálpebras
▪ Midríase ▪ Triagem sanguínea

▪ Bigodes ▪ Hipertermia
▪ Exames de imagem avançada
▪ Status epilecticus: crises epilépticas
▪ Orelhas
focais ▪ Análise do líquor

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TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO EM FELINOS TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO EM FELINOS


▪ Fenobarbital
▪ Indicado quando: ▪ [ ] sérica entre 15 e 45 ug /ml
▪ Poucos efeitos colaterais
▪ Mais de uma crise em 6 meses

▪ Levetiracetam
▪ Cluster
▪ Terapia adjuvante ( Bailey , 2008)
▪ Status epilecticus ▪ > 50 % redução das crises

ATENÇÃO!
CASO CLÍNICO
O QUE NÃO FAZER EM GATOS:
▪ Diazepam
▪ PACO
▪ Nunca usar VO  induz hepatotoxicidade
idiossincrática
▪ Paciente canino, shith tzu, 48 dias, com queixa de anorexia, êmese e diarreia
há 2 dias . Tutor refere que no caminho até o seu consultório, paciente teve
uma crise generalizada, com presença de movimentos de pedalagem e
▪ Brometo de potássio sialorreia. Após a crise animal ficou inconsciente, mas ao chegar na sua sala
▪ 40% dos pacientes com broncoalveolite e fibrose teve um novo episódio convulsivo. Sua primeira abordagem clínica é:
pulmonar grave ▪ O que fazer primeiro?

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CASO CLÍNICO DÚVIDAS?


▪ PACO

▪ Glicemia: 20mg/dL

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