Apostila - Jornada de Formação em Gênero e Raça

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ASSOCIAÇÃO DE MULHERES NEGRAS DO ACRE E SEUS APOIADORES – NEGRITUDE

Acre
2024
ASSOCIAÇÃO DE MULHERES NEGRAS DO ACRE E SEUS APOIADORES – NEGRITUDE

JORNADA DE FORMAÇÃO EM GÊNERO E RAÇA

Público alvo: Representantes de órgãos públicos e movimentos sociais e AMN


Objetivo: Formar multiplicadores, por local de trabalho e agremiações, na temática
de Gênero, Raça e Direitos Humanos.
Municípios presentes: Todos os 22 municipios do Estado do Acre.

Conteúdo:
Conceitos: preconceito, discriminação, racismo, intolerância religiosa, genocídio,
patriarcado, machismo, misoginia, LGBTQIA+fobia e feminicídio. Marco Regulatório
das Políticas Públicas de Gênero, Raça e Direitos Humanos; Equidade de Gênero,
Igualdade Racial, Declaração Universal dos Direitos Humanos e feminicídio no Acre.

Comitê da Jornada de Gênero e Raça: Associação de Mulheres Negras do Acre e seus


Apoiadores (AMN/AC), Conselho estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM), Instituto Mulheres
da Amazônia (IMA), Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (COEPIR), Secretaria
de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), Centro de Defesa dos
Direitos Humanos e Educação Popular (CDDHEP), Departamento de Promoção da
Igualdade Racial (DPIR), Centro de Atendimento à Vitima do Ministério Público (CAV-
MP/AC), Secretaria de Estado de Educação (SEE), União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação (UNDIME), Fórum Permanente de Educação Étnico Racial
(FPEER/AC), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (SESACRE), Núcleo de Estudos
Afro-Brasileiros, indígenas e Africanos (NEABI), Conselho Municipal de Promoção da
Igualdade Racial (COMPIR), Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM),
Sindicato dos Trabalhadores Domésticos (SINDOMÉSTICO).
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ORGANIZAÇÃO DESTA APOSTILA

1. Capa;
2. Contracapa;
3. Declaração dos Universal dos Direitos Humanos;
4. Editorial – Contexto das Jornadas
5. Apresentação dos executores e palestrantes;
6. Conceitos: preconceito, discriminação, racismo, intolerância religiosa, genocídio,
patriarcado, machismo, misoginia, LGBTQIA+fobia e feminicídio.
7. Entendendo o racismo e o Marco Regulatório;
8. Marco Regulatório de Políticas para Mulheres: Lei Maria da Penha;
9. Feminicídio no Acre;
10. Pelos Caminhos dos Direitos Humanos;
11. Lei 10.639/2003;
12. Poesias: Madrasta Brasil e Negras Belas;
13. Referencias e endereços digitais;
14. Biblioteca Digital.
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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS


Versão Popular de Frei Betto

Todos nascemos livres e somos iguais em dignidade e direitos.


Todos temos direitos à vida, à liberdade e à segurança pessoal e social.
Todos temos direito de resguardar a casa, a família e a honra.
Todos temos direito ao trabalho digno e bem remunerado.
Todos temos direito ao descanso, ao lazer e às férias.
Todos temos à saúde e assistência médica e hospitalar.
Todos temos direito à instrução, à escola, à arte e à cultura.
Todos temos direito ao amparo social na infância e na velhice.
Todos temos direito à organização popular, sindical e política.
Todos temos direito de eleger e ser eleito às funções de governo.
Todos temos direito à informação verdadeira e correta.
Todos temos direito de ir e vir, mudar de cidade, de Estado ou país.
Todos temos direito de não sofrer nenhum tipo de discriminação.
Ninguém pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais perante a lei.
Ninguém pode ser arbitrariamente preso ou privado do direito de defesa.
Toda pessoa é inocente até que a justiça, baseada na lei, prove a contrário.
Todos temos liberdade de pensar, de nos manifestar, de nos reunir e de crer.
Todos temos direito ao amor e aos frutos do amor.
Todos temos o dever de respeitar e proteger os direitos da comunidade.
Todos temos o dever de lutar pela conquista e ampliação destes direitos.
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JORNADA DE FORMAÇÃO EM GÊNERO E RAÇA

A Associação de Mulheres Negras do Acre e seus Apoiadores – NEGRITUDE,


com o apoio do Fundo ELAS+ , do Fundo Brasil de Direitos Humanos e da Emenda
Parlamentar do Deputado Estadual Daniel Zen, realizou, em parceria com outras
instituições, o Projeto de Jornada de Formação em Gênero e Raça, em todo o Estado
do Acre.
Com o intuito de combater o racismo, o feminicídio e as discriminações que
vitimizam as mulheres negras, optamos por investir na formação e sensibilização da
sociedade acreana.
Nessa formação, serão abordados os conceitos, causas e consequências da
violência contra a mulher, da sociedade patriarcal e das violências contra a mulher, do
genocídio da população negra, do feminicídio, do racismo estrutural, do racismo
institucional e da exclusão social.
Nossa intenção é trabalhar com representantes que possam multiplicar os
conhecimentos e reflexões em seus locais de trabalho, municípios e agremiações.
Neste sentido, estamos investindo na formação para descontruir teorias e
conceitos que segregam, excluem e matam mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+.
Estas são ideias cristalizadas, oriundas da sociedade escravocrata, patriarcal,
heterocisnormativa, discriminatória e intolerante com a diversidade.
Ideias se combatem com outras ideias, de forma que precisamos desconstruir
aquelas que levam à exclusão e à morte, construindo uma sociedade com novas
relações de gênero e de raça, em que haja respeito e civilidade entre todos e onde
todas as pessoas possam ter o direito à vida e ao exercício pleno da cidadania.

SOMOS TODOS CIDADÃOS E CIDADÃS PORTADORES DE DIREITOS


CONSTITUCIONAIS!!!
SOMOS TODOS HUMANOS COM DIREITO À VIDA!!!
PAREM DE NOS MATAR!!!
VIDAS NEGRAS IMPORTAM!!!
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EXECUTORES
A Jornada de Gênero e Raça será executada pela Associação de Mulheres
Negras do Acre com a colaboração mobilizadora de um comitê composto pelos órgãos
governamentais e movimento social.

PALESTRANTES
As palestras serão efetivadas por:

PROFESSORA ALMERINDA DE SOUZA CUNHA OLIVEIRA


E-mail: [email protected]

Licenciada em Pedagogia pela UFAC


Pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior
Especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça
Sindicalista há mais de 40 anos e militante do Movimento Negro
Diretora Administrativa da AMN

AMANDA SILVA ALVES


E-mail: [email protected]

Doutoranda em Linguagem e Identidade pela UFAC


Mestra em Linguagem e Identidade pela UFAC
Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão de Educação a Distância
pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Bacharela e licenciada em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
Professora do Ensino Superior
Diretora de Comunicação da AMN
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AMINE CARVALHO MASTUB


E-mail: [email protected]
Graduada em História pela UFAC
Diretora de Finanças da AMN

OTÍLIA MARINHO DE AMORIM NETA


E-mail: [email protected]
Coordenadora de Administração do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) do
Ministério Público do Estado do Acre

ROSELENE MARIA DE LIMA


E-mail: [email protected]
Pós Graduada em Educação das Relações Étnico
Raciais e História e Cultura Africana, Afro-Brasileira e
Indígena pela UFAC

Graduada em Gestão Pública pela UNINORTE


Graduanda em Liderança Social pela Falcons University
Diretora de Projetos da AMN

SILVANIA OLIVEIRA DA SILVA


E-mail: [email protected]
Bacharel em Geografia pela UFAC
Pós-graduanda em Metodologia de Ensino da História e Geografia
Diretora de Interiorização da AMN
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ENTENDENDO O RACISMO E O MARCO REGULATÓRIO

EQUIDADE RACIAL

Existe racismo no Brasil e no Acre? E Negros?


O que comprova o racismo no Brasil?
Precisamos entender os seguintes conceitos:

PRECONCEITO

Uma opinião formada antecipadamente, sem base, sem ponderação e sem


conhecimento dos fatos. Em outras palavras, é uma ideia preconcebida, elaborada
sem uma análise crítica e fundada num sentimento desfavorável e generalizado ou
numa concepção irracional e a priori. É o prejulgamento de algo sem, de fato, conhecê-
lo.
https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe/sobre-discriminacao-preconceito-e-
outras-expressoes-da-desigualdade/

DISCRIMINAÇÃO

Consiste numa ação ou omissão que dispense um tratamento diferenciado


(inferiorizado) a uma pessoa ou grupo de pessoas, em razão da sua pertença a uma
determinada raça, cor, sexo, nacionalidade, origem étnica, orientação sexual,
identidade de género, ou outro fator. É a prática de tratar as pessoas de maneira
diferente com base em distinções feitas sem levar em conta o mérito individual. Se a
discriminação for motivada por raça, cor, sexo, nacionalidade ou religião deve ser
enquadrada na esfera criminal.
https://apav.pt/uavmd/index.php/pt/intervencao/discriminacao
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RACISMO
De acordo com o dicionário, é o conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma
hierarquia entre as raças, entre as etnias. É uma doutrina ou sistema político fundado
sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
O conjunto das atitudes preconceituosas e discriminatórias constitui o que chamamos
de intolerância. É como agem aqueles que não admitem opiniões divergentes das
suas, tanto em relação a questões sociais e políticas, quanto a expressões de
religiosidade ou sexualidade.
https://www.cartacapital.com.br/

GENOCÍDIO
Genocídio pode ser definido como os “atos cometidos com a intenção de
destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Dentre
esses atos, estão explicitados: 1) o assassinato e provocação de danos à integridade
física ou mental de membros do grupo; 2) a imposição de condições de vida que
possam causar sua destruição física e mental ou que impeçam a reprodução física de
membros do grupo.
Atualmente, há um grande debate sobre o reconhecimento do genocídio da
população negra, particularmente da juventude negra, em países com perfis carcerário
e de violência policial como os do Brasil e dos Estados Unidos, onde os índices de
desigualdade racial dentro dos presídios são tão alarmantes que o encarceramento
em massa é visto, por muitos, como uma continuidade das políticas de segregação
racial.
https://www.politize.com.br/genocidio-o-que-e/

O racismo Individual “parte de atitudes, interesse e pensamentos pessoais,


inclusive de estereótipos”; o Institucional é aquele “praticado por instituições e
comprovado por números, dados e estatísticas, acontece em lugares em que os
negros são marginalizados trabalho, educação”; e o Estrutural estrutura a sociedade
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a partir da desvalorização e restrição de oportunidades de pessoas negras à não


ascensão social.

O QUE COMPROVA O RACISMO NO BRASIL?

1. Desigualdade Racial;
2. Segundo o IBGE, os negros representam 70% do grupo abaixo da linha da pobreza;
3. Assassinato de mulheres negras cresce 22% em comparação com as brancas;
4. Negros são 78,9% dos 10% dos indivíduos com mais chance de serem vítimas de
homicídios;
5. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado;
6. A cada 100 assassinados no Brasil 71 são negros;
7. Dois milhões de crianças negras estão em situação de trabalho precoce;
8. Falta de pesquisadores negros nas principais universidades públicas do país;
9. Quantidade de líderes políticos negros. Dos candidatos eleitos em 2014, apenas
3% são negros.
10. Cotas e acesso ao Ensino Superior;
11.Preconceito e Injúria Racial nas redes sociais.

RACISMO ESTRUTURAL

Racismo Estrutural é a formalização de um conjunto de práticas institucionais,


históricas, culturais e interpessoais dentro de uma sociedade que coloca um grupo
social ou étnico em uma posição melhor para ter acesso e ao mesmo tempo prejudica
outros grupos de modo consistente e constante causando desigualdade racial
(ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen,
2019).
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Exemplos de racismo estrutural:


1. Ausência de negros e negras em cargos de lideranças nas maiores empresas do
país;
2. números de negros encarcerados;
3. negros abaixo da linha da pobreza;
4. representação mínima nas universidades e cursos de maior valorização;
5. genocídio das mais variadas formas;
6. população mais vulnerável.

O Racismo no Brasil é sutil e disfarçado, mas eficaz.


Se construirmos uma linha do tempo veremos que de 1500 a 1888 tivemos, no
país, um regime escravocrata perverso, atroz e desumano contra negros e indígenas.
Em 13/05/1888 veio a abolição da escravatura, mas que não libertou realmente
os negros, os jogou nas ruas (daí surgiram as favelas) sem as mínimas condições de
sobrevivência. Não tinham qualquer direito e nenhuma política pública que lhes
beneficiasse. Não podiam estudar, trabalhar, não tinham acesso à terra, nem aos
meios de produção.
Em 1965 o Brasil tornou-se signatário da Convenção Internacional sobre
eliminação de todas as formas de discriminação racial.
Em 1988, na revisão da Constituição, o racismo é reconhecido como crime
inafiançável e imprescritível.
Em 2001, em Durban, na África, aconteceu a III Conferência Mundial contra o
racismo, discriminação social, xenofobia e a intolerância correlata, que resultou na
Declaração e plano de ação para reparar e diminuir as desigualdades ediscriminações
raciais. Somente a partir daí é que as políticas de promoção de igualdade racial e de
combate ao racismo se fortalecem.
Em 2003 foi criada a SEPPIR: Secretaria Especial de Promoção da Igualdade
Racial. E foi sancionada a lei 10.639/2003, a primeira lei assinada pelo Presidente
Lula.
Em 2005 foi realizada a I CONAPIR: Conferência Nacional de Promoção da
Igualdade Racial, com o tema “Estado e sociedade promovendo a igualdade Racial”.
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Em 2009, ocorreu a II CONAPIR: “Avaliação dos avanços desafios e


perspectivas da política Nacional de Promoção da igualdade racial”. Foi criada a
Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, portaria 992 de 13/05/2009-
PNSIPN, que visa garantir a equidade e a efetivação do direito à saúde de negro/as e
combater o racismo institucional no SUS.
Em 2010 foi sancionado o Estatuto da Igualdade Racial que define um conjunto
de garantias para a população negra na cultura, na educação e lazer, liberdade de
crença, acesso à terra e moradia, trabalho e meios de comunicação.
Em 2013, realizou-se a III CONAPIR: “Democracia e desenvolvimento sem
racismo: Por um Brasil afirmativo”, regulamentado pelo decreto 8.136/2013 foi criado
o SINAPIR – Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Foi aprovada a Lei
de Cotas para ingresso nas universidades. Cotas para negros e índios nos concursos
públicos federais.
Em 2017, ocorreu a IV CONAPIR “O Brasil na década dos afrodescendentes:
Reconhecimento, Justiça, desenvolvimento, Justiça, desenvolvimento e igualdade de
direitos”.
Maio de 2022: realizou-se a V CONAPIR: “Enfrentamento ao racismo e outras
formas correlatas de discriminação ético racial e de intolerância religiosa, política de
estado é responsabilidade de todos nós”.
Como viram, tivemos avanços após Durban, porém, o marco regulatório ainda
não foi implementado. A complexidade do racismo é grande. As políticas precisam ser
efetivadas. Para isso, é preciso conhecer, se conscientizar e lutar para desconstruir
as ideias racistas, segregadoras e mortais. Racismo mata!

Texto organizado por Almerinda Cunha


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ENTENDENDO AS QUESTÕES DE GÊNERO E O MARCO REGULATÓRIO DE


POLÍTICAS PARA AS MULHERES

PATRIARCADO
Patriarcado é um sistema sociopolítico que coloca os homens em situação de
poder, de superioridade, ou seja, o poder pertence aos homens. As sociedades
patriarcais têm gênero masculino e a heterossexualidade como superiores em relação
a outros gêneros e orientações sexuais. Por isso, é possível verificar uma base de
privilégios para os homens. O patriarcado valoriza o poder masculino em detrimento
do feminino. No capitalismo, fica evidente a sua atuação quando homens são
considerados com mais aptidões para cargos de liderança, por exemplo.
https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/dicas/o-que-e-patriarcado

MACHISMO
Qualidade, comportamento ou modos de macho (homem); macheza,
machidão. 2. Orgulho masculino em excesso; virilidade agressiva. 3. Ideologia da
supremacia do macho que nega a igualdade de direitos para homens e mulheres.
É a ideia de que existem diferenças entre homens e mulheres, que fazem deles
grupos de pessoas totalmente distintas, sendo os homens superiores.
https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2021/04/06/o-que-significa-machismo-entenda-o-
conceito-e-evite-replica-lo.htm
MISOGINIA
Misoginia é a base psicológica dos comportamentos masculinos nocivos em
relação às mulheres. A palavra misoginia é usada para definir sentimentos de aversão,
repulsa ou desprezo pelas mulheres e valores femininos. É traduzida na prática
comportamental machista, cujas opiniões e atitudes visam o estabelecimento e a
manutenção das desigualdades e da hierarquia entre os gêneros, corroborando a
crença de superioridade, do poder e da figura masculina pregada pelo machismo.
https://www.politize.com.br/misoginia/
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SEXISMO
O sexismo pode ser definido como um conjunto de atitudes discriminatórias e
de objetificação sexual que buscam estabelecer o papel social que cada gênero deve
exercer, para isso são utilizados estereótipos de como pessoas de cada gênero devem
falar, agir, pensar e até mesmo o que vestir.
https://www.politize.com.br/misoginia

LGBTQIA+FOBIA
O termo LGBTfobia não é tão conhecido, já que outro é normalmente usado
como sinônimo para se referir ao ódio à população LGBT: a homofobia ou LGBTfobia.
Tecnicamente, essa expressão refere-se apenas à hostilidade direcionada a
homossexuais – lésbicas e gays –, mas o termo se popularizou e é utilizado
amplamente. Nesse sentido, Maria Berenice Dias – presidente da Comissão da
Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB –, define a homofobia como o “ato
ou manifestação de ódio ou rejeição a homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e
transexuais”.
https://www.politize.com.br/lgbtfobia-brasil-fatos-numeros-polemicas/

FEMINICIDIO
A palavra feminicídio ganhou destaque no Brasil a partir de 2015, quando foi
aprovada a Lei Federal 13.104/15, popularmente conhecida comoa Lei
do Feminicídio. Isso porque ela criminaliza o feminicídio, que é o assassinato de
mulheres cometido em razão do gênero, ou seja, a vítima é morta por ser mulher.
A pesquisa "Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil"
mostrou que o atentado à vida dessas mulheres foi 34,8% maior que o de mulheres
brancas dentro de casa; fora de casa foi 121,7% maior. A pesquisa analisou o ano de
2019, pré-pandemia. Em 2020, o cenário foi ainda mais assustador.
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HISTÓRICO E MARCO REGULATÓRIO DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES

No final da década de 1960 e no início da década de 1970 que se iniciou um


processo de conscientização sobre a criação de mecanismos institucionaisespecíficos
para a proteção e a melhora da condição de vida das mulheres.
No Brasil, a significativa e importante atuação do movimento feminista durante
a revisão do texto da Constituição de 1988 ficou conhecida como o Lobby do Batom.
Neste sentido, a Constituição Federal Brasileira de 1988 estabelece em seu artigo 5º
que todos os homens e mulheres são iguais em direitos e em obrigações.
Em 1985 houve a criação e instalação da primeira Delegacia da Mulher, órgão
especializado da Polícia Civil que procura fornecer um atendimento mais adequado
às vítimas de violência doméstica e sexual.
Em 1994 o Brasil sediou um importante evento da ONU, a Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher,
denominada Convenção Belém do Pará, ratificada em 1995, e que serviu de
parâmetro para muitas das políticas locais de enfrentamento e erradicação da
violência contra a mulher. Define em seu artigo 1º o conceito de violência contra a
mulher: qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause ou passível de causar
morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher tanto na esfera
pública quanto na esfera privada.
Em 2002 o novo Código Civil Brasileiro eliminou, em seu texto, todas as
discriminações legais contra as mulheres que ainda vigoravam (tais como
dependência legal da mulher diante do homem).
Em 2003, a lei 10.683/2003, criou a Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres (SPM), que assumia dentre suas principais competências: assessoramento
na formulação, coordenação e articulação de políticas para as mulheres, e à igualdade
entre mulheres e homens e o combate à discriminação.
Em 2004 realizou-se a 1ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
(CNPM) e a publicação I Plano Nacional de Políticas Para as Mulheres, cujo foco foi
a promoção da equidade de gênero.
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Em 2005, a Secretaria Especial de Políticas Para as Mulheres publicou a


cartilha “Enfrentamento a violência contra a mulher: orientações práticas para
profissionais e voluntários(as)”.
Em 2006 foi promulgada a lei 11.340/2006, mais conhecida como Lei Maria da
Penha. Dentre as conquistas dessa lei, cabe ressaltar: 1) A tipificação da violência
doméstica, que pode ser física, sexual, patrimonial, psicológica e moral; 2) a proibição
da aplicação de penas pecuniárias aos agressores e a pena imputada ao agressor
que era de até um ano passou a ser de até três anos; 3) o encaminhamento de
mulheres em situação de violência e dos seus dependentes a programas e serviços
de proteção e de assistência social.
Em 2006, a SPM publicou a Norma Técnica de Uniformização para os Centros
de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, a fim de padronizar
os procedimentos de funcionamento desses serviços, assegurando a qualidade do
serviço e coletando dados e informações para manter e reformular as políticaspúblicas
de atendimento à mulher.
Em agosto 2007 realizou-se a 2ª Conferência Nacional de Políticas para as
Mulheres brasileiras para avaliar a implementação do Plano.
Em 2007 foi publicado o I Pacto Nacional Pelo Enfrentamento à Violência
Contra a Mulher, articulado com o I PNM de 2004, com o objetivo prevenir e enfrentar
todas as formas de violência contra as mulheres.
Em 2011 foi realizada a 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
em Brasília.
Em 2015 foi realizada a 4ª conferência Nacional de Políticas Para Mulheres na
cidade de Goiânia.
Em 2015, a partir de uma recomendação da CPMI (Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito) sobre Violência contra a Mulher, foi criada a Lei 13.104/15, mais
conhecida como Lei do Feminicídio. Esta lei alterou o Código Penal brasileiro,incluindo
como qualificador do crime de homicídio o feminicídio e o colocou na lista decrimes
hediondos, com penalidades mais altas.
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MECANISMOS DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 (Lei Maria da Penha)


Denunciar e buscar ajuda a vítimas de violência contra mulheres. A Central de
Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta uma escuta e acolhida qualificada às
mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de
violência contra a mulher aos órgãos competentes. Fornece informações sobre os
direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para
cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de
Atendimento à Mulher (DEAM), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de
Atendimento às Mulheres, entre outros. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24
horas por dia, todos os dias da semana.

A Campanha do Sinal Vermelho


Busca engajar a sociedade para auxiliar a mulher isolada, sem acesso a celular,
computador, familiares, presa em sua própria casa, para que possa denunciar,de forma
silenciosa, uma situação de violência que esteja vivendo. Ela pode ir a umafarmácia,
drogaria, supermercado, hotel ou condomínio participante da ação e apresentar um X
vermelho desenhado em uma das suas mãos a um dos atendentes do local, orientado
a pedir ajuda à polícia.

Organismos para implantação de políticas para as mulheres.


Atualmente temos o Ministério da Mulher, dos Direitos Humanos e da Família,
que cuida de políticas públicas para as mulheres. Entre os destaques da gestão à
frente da SNPM, estão o lançamento dos programas Mães do Brasil e Mulher Segura
e Protegida, a implementação do Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio, a
criação dos projetos Mais Mulheres na Política e Qualifica Mulher, além de diversas
de outras ações integradas para a promoção de direitos e o enfrentamento à violência.
Nos Estados, atualmente há secretarias ligadas a políticas para as mulheres.
Nos municípios há as secretarias municipais e também os Organismos de Políticas
Municipais para as Mulheres (OPM).
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FEMINÍCIDIO NO ACRE
O TRABALHO DO CENTRO DE ATENDIMENTO À VÍTIMA

Na noite de 01/09/2021, quarta-feira, o Ministério Público do Acre (MPAC), por


meio do Centro De Atendimento à Vítima (CAV), lançou um estudo sobre feminicídios
ocorridos no Estado nos 3 anos anteriores, a saber, 2018, 2019 e 2020. O estudo faz
parte da publicação "Feminicídio no Acre: uma realidade que se enfrenta"1. Foram
lançadas, também, as seguintes ferramentas para o enfrentamento dessa terrível
epidemia:

1 – O Observatório de Violência de Gênero;


2 – O Feminicidômetro;
3 – Um Infográfico sobre os feminicídios no Acre;
4- A Campanha de Mídia Digitais, Rádio e TV, tudo pensando em dar mais
transparência, informações e apoio aos membros do Sistema de Justiça, à rede de
proteção e à sociedade.
A primeira edição da publicação “Realidades”, com o tema “Feminicídios no
Acre: uma realidade que se enfrenta” narra contextos de violência contra a mulher na
perspectiva do machismo estrutural; apresenta estatísticas dos 37 feminicídios no
período ao mesmo tempo em que narra 16 casos de mulheres assassinadas. Por fim,
expõe a visão de alguns profissionais que atuam no Sistema de Justiça, bem como
traz o olhar de mulheres que atuam ativamente nos movimentos sociais feministas,
direitos humanos e LGBTQI+ no Acre.
A publicação é produto do trabalho em equipe e parte de uma estratégia maior
do MPAC no enfrentamento ao crime de feminicídio no estado. Espera-se que essa
narrativa jogue luz sobre o problema e que o Acre deixe no passado a triste realidade
do assassinato de mulheres por sua condição de mulher.
Patrícia de Amorim Rêgo
Procuradora de Justiça e Coordenadora no Centro de Atendimento à Vítima do Ministério Público do
Estado do Acre.

1 Caso tenha interesse em conhecer e ler a publicação na íntegra visite o site:


https://issuu.com/ulisseslima21/docs/realidades_e091bca1fa359f
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INFOGRÁFICO DOS FEMINICÍDIOS NO ACRE ENTRE 2018 E 2020


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PELOS CAMINHOS DOS DIREITOS HUMANOS

Existem várias discussões em relação aos direitos humanos e uma delas é a


tradicional pergunta: O que são direitos humanos? Naturalmente, haverá várias
respostas, mas não são tão diferentes assim, são sempre definições que nos ajudam
a compreender a importância e a necessidade dos direitos na vida das pessoas e em
avanços civilizatórios para a humanidade.
Para essa nossa conversa levaremos em conta o pensamento do Dr. Paulo
Carbonari, Coordenador de Formação do Movimento Nacional dos Direitos Humanos
(MNDH), que tem uma visão de mundo crítico-libertadora e considera que os direitos
humanos são bens comuns à toda humanidade; são necessários ao bem viver, a
participar e a ser reconhecido/a; são conquistas da organização social e da luta dos
“sem-direitos” e são responsabilidade do Estado garantir a realização e a reparação
das violações. É responsabilidade, também, das empresas, principalmente não violar
os direitos dos indivíduos e da sociedade. A estes, cabe exigir e monitorar a realização
dos direitos.
Lutar por direitos humanos é, sobretudo, acreditar nas potencialidades
humanas e na liberdade de cada sujeito para protagonizar a sua vida por meio das
suas escolhas. Entendemos direitos humanos como conquistas concretas que se
fazem através de lutas por dignidade, igualdade, fraternidade, contra todas as formas
de opressão, de violência e de exploração.
A compreensão e luta por conquistas de direitos nem sempre foi assim,
podemos dizer que o que se conhece hoje é resultado de longo processo que se deu
a passos lentos. A questão dos direitos humanos, tendo o reconhecimento do ser
humano como sujeito que tem direito a ter direitos e de viver com dignidade, é muito
recente e vem se aprofundando a partir da Segunda Guerra Mundial. Pode-se dizer
que foi nesse período que a humanidade tomou consciência da possibilidade da
“autodestruição”, ou seja, atos humanos como a guerra e outras ações destrutivas
podem extinguir essa mesma humanidade.
O conceito de Direitos Humanos mudou ao longo da história, houve
acontecimentos que contribuíram para a evolução dos direitos. Há autores que
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consideram o reconhecimento a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos


(DUDH), mas há outros eventos que não são universais, mas que apontam para o
reconhecimento dos direitos humanos. Eis alguns: 1) 500 anos antes de Cristo, Ciro,
rei da Pérsia, declarou a liberdade de escravos e alguns outros direitos de igualdade
humana; 2) Declaração de Direitos de Virgínia, nos Estados Unidos (1776); 3)
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), na França.
A criação da Organização das Nações Unidas, em 1945, também faz parte da
história da evolução dos direitos humanos e um dos seus objetivos é trabalhar para
garantir a dignidade de todos os povos e para diminuir as desigualdades mundiais.
O documento que universaliza ou tenta universalizar os direitos humanos é
realmente a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1948 pela
Organização das Nações Unidas (ONU). Esse documento contém os princípios
básicos relacionados à garantia desses direitos. Em 1966 foram criados mais dois
documentos que também são muito importantes: o Pacto Internacional sobre os
Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais.
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LEI Nº 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 20032


Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º: A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos
seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e
particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da
História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira
e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo
negro da formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro
nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil.
2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no
âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de
Literatura e Histórias Brasileiras.
3º (VETADO)
Art. 79-A (VETADO)
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como Dia Nacional da
Consciência Negra.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 09 de janeiro de 2003: 182º da independência e 115º da república
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
CRISTOVAM RICARDO CAVALCANTE BUARQUE

2
É importante destacar que esta Lei foi alterada pela Lei nº 11.645/2008, a fim de acrescentar a
valorização da história e da cultura indígena. A Lei nº 10.639/2003 foi normatizada pelo Conselho
Nacional de Educação Nacionais no Parecer do Conselho Nacional de Educação/CP 003/2004 e a
Resolução CNE/CP 01/2004/Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais
para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira.
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MADRASTA BRASIL
José Luiz R. dos Santos
Professor do CEFET/BA

Ouve-se nas terras do Brasil Filhos negros


Um grito de um povo que lutou a Que construíram e constroem este
Todo instante Imenso país?
Que constrói este imenso país
E precisa ter vida digna constante “Gigante pela própria natureza
És belo, és forte, impávido colosso”
Nós queremos uma terra de igualdade Por que tu exploras e ignoras
Não esmorecermos, pois, nossos Teus negros filhos?
ideais
São fortes Terra, tu és adorada por nós “entre
Que injustiça... “Ô pátria amada”!!! outras mil”
A nós só sobrou à má sorte? Queremos justiça Brasil. Ô pátria
amada.
Ô pátria, ama-nos como tu és amada... Se dos filhos negros não és “mãe
E serás sempre idolatrada. gentil”
Como podes ser “Pátria amada Brasil?
Brasil! Desperta do teu sonho e seja “Deitado eternamente em berço
Um raio vivido. Esplendido
Olha como vive a maioria do teu povo Ao som do mar e a luz do céu
negro: profundo”.....
Nas favelas, nos presídios Desperta Brasil do teu sonho e faze
Perambulando pelas ruas Justiça
Sem saúde, sem lar, sem educação e Pois já é tarde
Sem emprego. E a alegria do meu povo se verá
Quando o nosso país se libertar
Se em teu formoso céu risonho é De todos os exploradores
Límpido a imagem do cruzeiro E os nosso bosques terão mais vida
Esplandece “E a vida em teu seio mais amores”
Por que não resplandecem os teus
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Ó pátria! Responde:
Ama-nos como tu és amada Somos ou não discriminados?
E serás sempre idolatrada. Nunca te desprezamos
“Brasil de amor eterno seja símbolo” Te amamos e para a morte somos
Nossos olhos brilham por justiça, como Condenados
Um céu estrelado
“E diga o verde-louro dessa flâmula” Terra! Tu és adorada por nós entre
Que queremos dignidade e paz no Outras mil
Presente e no futuro Faça-nos justiça Brasil!
Por tudo que construímos. “Ó Pátria Amada”
Se dos outros filhos tu és Mãe Gentil
Nós merecemos uma justiça imparcial Por que dos negros tu és Madrasta
E duradoura por tudo que passamos Brasil?
Olha para os teus filhos e me Medianeira/PR, 21/11/96

NEGRA BELA
Francis Mary – Bruxinha

Quando passa a Negra Bela


Minha rua se enfeita com uma feira de Quando fala a Negra Bela, a fala não é
quimeras só dela
Quando canta a negra bela É de Dandaras, Marielles, Almerindas
Os lamentos das senzalas cantam no É de todas as negras mulheres
canto dela Que cantam em coro com ela
Mas a alegria de viver, nela também Que amam assim como ela
reverbera Que lutam junto com ela!
Quando dança a Negra Bela
Uma África se agita, luta e se liberta
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Fundo Brasil de Direitos Humanos
www.fundobrasil.org.br
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https://camtra.org.br

INDICAÇÕES DE LIVROS

RAÇA
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen,
2019.
BORGES, Juliana. Encarceramento em massa. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen,
2019.
DEVULSKY, Alessandra. Colorismo. São Paulo: Jandaíra, 2021.
MOREIRA, ADILSON. Racismo recreativo. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
NOGUEIRA, Sidnei. Intolerância Religiosa. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2020.
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte (MG). Letramento:
Justificando, 2017.
RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

GÊNERO
AKOTIRENE, CARLA. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
BERTH, Joice. Empoderamento. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
GONZÁLEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios,
intervenções e diálogos. Organização de Flavia Rios e Márcia Lima. Rio de Janeiro:
Zahar, 2020.
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LINKS

RAÇA
Instituto Geledés - Questão Racial
https://www.geledes.org.br/raca/
Dez livros de escritoras negras para pessoas brancas entenderem o racismo
https://oglobo.globo.com/celina/black-lives-matter-dez-livros-de-escritoras-negras-
para-pessoas-brancas-entenderem-racismo-1-24146010
Síndrome do impostor sob a ótica racial: como o racismo afeta a vida
profissional dos negros?
https://www.todasfridas.com.br/2021/07/02/sindrome-do-impostor-sob-a-otica-racial-
como-o-racismo-afeta-a-vida-profissional-dos-negros/
Quem é que mora nas favelas e quebradas?
https://www.todasfridas.com.br/2019/08/08/quem-e-que-mora-nas-favelas-e-
quebradas/
O que é genocídio
https://www.politize.com.br/genocidio-o-que-e/
Racismo: como essa prática é estruturada no Brasil
https://www.politize.com.br/racismo-como-e-estruturado/
Quais as origens do racismo estrutural no Brasil?:
https://www.politize.com.br/origens-racismo-estrutural/
As mulheres negras estão em cargos de poder no Brasil?;
https://www.politize.com.br/mulheres-negras-em-cargos-de-poder-no-brasil/
Por que o índice de negros em cargos políticos é baixo?
https://www.politize.com.br/indice-de-negros-em-cargos-politicos-e-baixo/
O que é intolerância?
https://www.politize.com.br/o-que-e-intolerancia/
Racismo estrutural: uma reflexão sobre baixa diversidade racial nas
organizações brasileiras
https://www.todasfridas.com.br/2019/12/26/racismo-estrutural-uma-reflexao-sobre-
baixa-diversidade-racial-nas-organizacoes-brasileiras/

GÊNERO
Instituto Geledés - Questões de Gênero
https://www.geledes.org.br/genero/
O que é homofobia?:
https://www.politize.com.br/homofobia-o-que-e/
LGBTfobia no Brasil: fatos, números e polêmicas
https://www.politize.com.br/lgbtfobia-brasil-fatos-numeros-polemicas/
Feminicídio: a faceta final do machismo no Brasil:
https://www.politize.com.br/feminicidio/
O que é feminicídio
https://brasildedireitos.org.br/atualidades/o-que-feminicdio
O que você precisa saber sobre a Lei Maria da Penha
https://www.politize.com.br/lei-maria-da-penha-tudo-sobre/
O que é objetificação da mulher?
https://www.politize.com.br/o-que-e-objetificacao-da-mulher/
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Machismo: você entende mesmo o que significa?


https://www.politize.com.br/o-que-e-machismo/
Desigualdade salarial entre homens e mulheres
https://www.politize.com.br/desigualdade-salarial-entre-homens-e-mulheres/
Com oficina de beleza negra, associação trabalha autoestima e politização
https://brasildedireitos.org.br/atualidades/com-oficina-de-beleza-negra-associao-
trabalha-autoestima-e-politizao
Num dos estados que mais mata mulheres, uma ativista sob ameaça
https://brasildedireitos.org.br/atualidades/num-dos-estados-que-mais-mata-mulheres-
uma-ativista-sob-ameaa
Explore os dados sobre violência de gênero compilados pelo instituto Patrícia
Galvão
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/postagens/
Sobre as violências contra as mulheres
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/sobre-as-violencias-contra-a-
mulher/
A violência contra meninas e mulheres em 2020, nos números do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública
https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/07/6-a-violencia-contra-
meninas-e-mulheres-no-ano-pandemico.pdf
Enfrentamento da violência contra as mulheres
https://ambfeminista.org.br/lutas/enfrentamento-da-violencia-contra-as-mulheres/
Políticas para as mulheres
https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/politicas-para-mulheres
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas Discriminação contra a
Mulher
https://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2013/03/convencao_cedaw.pdf

DIREITOS HUMANOS
A evolução dos direitos humanos no Brasil:
https://www.politize.com.br/direitos-humanos-no-brasil/
O que são direitos humanos?
https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos
Declaração Universal dos Direitos Humanos
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
As Nações Unidas e os direitos humanos
https://www.unicef.org/brazil/nacoes-unidas-e-os-direitos-humanos

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