Analise Revisado

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Aluna: Janaina Amador

Disciplina: Análise Institucional


Professor (a): DATA:

1 - Discorra sobre o conceito de Instituição conforme a Análise Institucional


indicando, dando exemplos, de como ele contribuiu para o campo da Psicologia.

De acordo com Rodrigues e Souza (1987, apud Rossi; Passos, 2014), as


instituições estão relacionadas com as regras e normas de uma sociedade, diferente do
conceito de organizações. Segundo Rossi e Passos (2014, p. 4), “A grande importância
desse conceito basal é a análise que provoca, quando se diferencia o conceito de
instituição daqueles de organização e estabelecimento”.
Nesse sentido, em seu artigo “Movimento institucionalista: principais
abordagens”, Pereira conceitua a Instituição da seguinte forma:
As instituições são instâncias de saber que permitem a todo tempo recompor
as relações sociais, organizar espaços e recortar limites. A despeito de sua
forma virtual, imaginária e simbólica, não estão desvinculadas da prática
social. Cada sociedade, segundo o modelo infraestrutural a que obedece, cria
um tipo de instituição, que será mantida e sustentada em todos os níveis, do
Estado à família, Igreja, escola, relações de trabalho, sistema jurídico etc.
(Pereira, 2007, p. 11).

Este conceito contribui para o campo da psicologia, e no artigo “O papel da


psicologia escolar na perspectiva da análise institucional” as autoras Zucolotto e
Mendes (2020) trazem um exemplo disso, quando discorrem sobre o fato de que alguns
conceitos são pensados a partir do movimento institucionalista, como o conceito de
instituição, que é usado de forma a compreender a escola a partir de um lugar que se
desenvolve através das relações que a permeiam e, portanto, a constituem. Ou seja, são
conceitos que fundamentam a percepção de um outro olhar e uma outra postura e
comprometimento ético do psicólogo para com a instituição escola.

PEREIRA, William Cesar Castilho. Movimento Institucionalista: principais abordagens.


Estudos e pesquisas em Psicologia, UERJ, RJ, v. 7, n. 1, p. 10-19, abr. 2007. Disponível
em: https://www.revispsi.uerj.br/v7n1/artigos/pdf/v7n1a02.pdf Acesso em: 31 abr.
2024.
ZUCOLOTTO, Marcele da Rosa; MENDES, Luiza Baumer. O papel da psicologia
escolar na perspectiva da análise institucional. Diálogos, Canoas, n. 43, p. 89-98, abr.
2020.

2 - Conceitue Análise de Implicação e Sobreimplicação dando ao menos 1 exemplo


da operação de cada conceito na Psicologia.
De acordo com André Rossi e Eduardo Passos (2014) Lourau foi um dos
sociólogos que mais contribuiu para os conceitos de Análise Institucional, e a análise da
implicação representa um dos principais conceitos abordados por ele. Os autores citados
irão dizer que conceito é muito importante porque nele se busca perceber como todos os
envolvidos estão inseridos na realidade institucional, ou seja, a relação que indivíduos
desenvolvem com a instituição.
Para Rossi e Passos (2014), dos conceitos da A.I, a análise da Implicação é o
conceito que tem mais variações, está em constante evolução, é caracterizado por uma
trajetória que envolve diversas variações, rupturas e integrações de partes distintas.
Rossi e Passos (2014, p. 170) afirmam que “de 1970 a 1990 Lourau acompanhou
os rumos que o conceito de análise de implicação tomou e partir da década de 1980,
identifica que o conceito sofre uma ‘deriva utilitária’, que chamará de sobreimplicação”.
Em outras palavras, isso aponta para uma mudança na análise da implicação, em que a
ênfase é substituída por uma demanda generalizada de engajamento do outro: uma
pressão contínua para estar constantemente ativo no trabalho. Nesse contexto, a
implicação é muitas vezes associada à identidade de um indivíduo.
Um exemplo que podemos apontar é que o conceito de Análise de Implicação
permite que o psicólogo use a escuta e a observação para diferenciar os modos de
produção de subjetividade nas instituições, os seus conflitos e seus incômodos. O que
não pode ocorrer é que o psicólogo que está realizando a análise caia na
sobreimplicação que poderá prejudicar a implicação, por exemplo na observação apenas
dos alunos com dificuldades, e não a análise de um todo.

PEREIRA, William Cesar Castilho. Movimento Institucionalista: principais abordagens.


Estudos e pesquisas em Psicologia, UERJ, RJ, v. 7, n. 1, p. 10-19, abr. 2007. Disponível
em: https://www.revispsi.uerj.br/v7n1/artigos/pdf/v7n1a02.pdf Acesso em: 31 abr.
2024.

ROSSI, André; PASSOS, Eduardo. Análise Institucional: Revisão conceitual e nuances


da pesquisa-intervenção no Brasil. Rev. Epos, Rio de Janeiro, v.5, n.1, p. 156-181, jun.
2014

3 - Conceitue analisador e dê 3 exemplos autorais de analisadores naturais


ou artificiais.

Rossi e Passos conceituam “Analisador” da seguinte forma:


O analisador é um conceito-ferramenta forjado por Guattari ao longo de
vários anos, exposto no livro Psicanálise e transversalidade. Apesar de seu
aborrecimento com os seus estudos de Farmácia, Guattari não deixou de
propor termos como molar, molecular e analisador. Este último, no sentido
químico, é aquele ou aquilo que provoca análise, quebra, separação,
explicitação dos elementos de dada realidade institucional. Esse conceito é
inseparável do conceito de transversalidade, porque é numa situação de
questionamento das hierarquias e especialismos que o analisador surge como
uma ferramenta analítica que deslocaliza ou despessoaliza a intervenção.
Assim como Guattari expandiu os conceitos de transferência e
contratransferência institucionais com o conceito de transversalidade,
substituiu o conceito de analista pelo de analisador (2014, p. 170).

De acordo com o texto citado, o papel do analista é auxiliar a tornar claro o


material que está sendo apresentado pela instituição, e isso se torna possível por meio
do que os analistas institucionais chamam de "dispositivos analisadores".
Como afirma Pereira (2007), esses dispositivos podem ser classificados em duas
categorias: construídos e espontâneos. Os dispositivos construídos são criados pelo
analisador e pelo coletivo para iniciar o processo de análise, por exemplo, alguma
dinâmica de grupo, exibição de filmes ou pesquisas. Já os dispositivos espontâneos são
fenômenos que já estão presentes no cotidiano das organizações institucionais, como as
leis, as práticas ou os horários de entrada e de saída de uma escola, por exemplo.

ROSSI, André; PASSOS, Eduardo. Análise Institucional: Revisão conceitual e nuances


da pesquisa-intervenção no Brasil. Rev. Epos, Rio de Janeiro, v.5, n.1, p. 156-181, jun.
2014
4 - Conceitue Análise de Encomenda, Análise de Oferta e Análise de Demanda e
construa um exemplo operando os 3 conceitos.

No percurso de consolidação enquanto campo de produção de conhecimento


humano e de intervenção sobre a realidade, surgiram novos conceitos e perguntas
críticas para nortear os trabalhos, dentre elas a Análise da Demanda e Análise da
Encomenda, representado pela reflexão do pesquisador sobre quem está pedindo a
intervenção e sobre o que é pedido.
Para Rossi e Passos (2014), é a análise da encomenda que desdobra o pedido de
análise feito pela organização. A análise da encomenda gera a demanda como o seu
desdobramento problemático, expondo o emaranhado de forças contido no pedido de
análise. O trabalho de análise institucional se inicia quando dinâmicas não observadas
se expressam, juntamente ao pedido explícito de intervenção
Na separação entre encomenda e demanda, Lourau (2003c) opera uma
distinção entre campo de intervenção e campo de análise. Essa distinção
indica dois níveis que na prática analítica estão imbricados. A encomenda
que chega ao analista institucional é de intervenção em vários tipos de
grupos, com objetivos previamente fixados. Confunde-se entanto, a
encomenda explícita com a demanda de análise, se ficarmos restritos aos
limites prévios dos pequenos coletivos nos quais a intervenção é feita. A
análise da encomenda e da demanda promove uma alteração do campo de
intervenção a partir das conexões constituidoras do campo de análise (Rossi;
Passos, 2014, p. 167).

A análise da oferta é um processo reflexivo no qual o analista observa o que


poderia oferecer e quais os efeitos da sua intervenção. Para Rossi e Passos (2014, p.
164), a análise da oferta pode ser anterior, mas também pode se dar ao mesmo tempo
que a análise da encomenda. Ela coloca em análise o próprio grupo-interventor como
instituição que propõe um serviço, problematizando o modo como as intervenções
podem gerar um especialismo e produzir ou modular as encomendas de intervenção que
lhe são propostas.
Para exemplificar, podemos imaginar uma escola municipal de Ensino Médio,
onde a Secretária de Educação pede uma intervenção no colégio, ou seja, uma “análise
da encomenda” (quem pede intervenção), sendo a análise de encomenda o pedido de
restruturação do processo educacional e a introdução de mudanças na instituição que
tem mostrado muitos problemas, principalmente em relações de poder.
A partir do pedido, o analisador irá oferecer a “análise da oferta”, ou seja, o que
será ofertado e os efeitos da sua intervenção. Tratou-se de estabelecer, durante seis
meses, o contato com alunos, direção e funcionários e a observação do dia a dia da
escola, e além das observações fazer anotações e relatórios, e ainda entrevistas com os
alunos e funcionários. Os efeitos da intervenção vem a ser melhorias na comunicação
entre alunos e professores, verificar se os alunos estão conseguindo acompanhar a
programação curricular e oferecer planos de melhorias e orientação na melhoria das nas
relações de poder.

ROSSI, André; PASSOS, Eduardo. Análise Institucional: Revisão conceitual e nuances


da pesquisa-intervenção no Brasil. Rev. Epos, Rio de Janeiro, v.5, n.1, p. 156-181, jun.
2014

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