Aula Alto Forno.

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Alto forno e Produção de Aço

INTRODUÇÃO

Docente: Leandro Peres


Produção de Aço
• O aço é produzido, basicamente, a partir
de minério de ferro, carvão e cal. A
fabricação do aço pode ser dividida em
quatro etapas:
– Preparação da carga,
– Redução, refino e
– Laminação.
Fluxo de Produção
• .
Desenvolvimento dos altos-fornos

Começou-se a aumentar, paulatinamente, a altura


dos fornos primitivos. (fornos de cuba ou fornos
chaminé).
Fornos chaminé: Carga  introduzida pelo topo
Ar  soprado pela parte inferior

1500  Inglaterra  Alto-forno mais próximo aos


modernos
1619  Inglaterra  Introdução do coque
1800  Inglaterra  Aquecimento do ar
MINÉRIO DE FERRO CARVÃO MINERAL CALCÁRIO
(Fe2O3 – ferro) (Carbono- redutor) (CaO)

PELOTIZAÇÃO COQUERIA
(homogeneização) (produção Coque)

ALTO FORNO
Ar (O2) (redução do minério de Escória
ferro e fusão do metal)

FERRO GUSA LINGOTEAMENTO

DESSULFURAÇÃO

DESCARBONETAÇÃO
(Conversor)

DESGASEIFICAÇÃO
OU DESOXIDAÇÃO

AÇO LÍQUIDO

LINGOTEAMENTO

LAMINAÇÃO
Minério de ferro

É a principal matéria-prima do alto-forno, pois é dele que


se extrai o ferro. Os minerais que contêm ferro em
quantidade apreciável são os óxidos, carbonatos, sulfetos
e silicatos. Os mais importantes para a indústria
siderúrgica são os óxidos, sendo eles:
Magnetita (óxido ferroso-férrico)  Fe3O4 (72,4% Fe).
Hematita (óxido férrico)  Fe2O3 (69,9% Fe).
Limonita (óxido hidratado de ferro)  2Fe2O3.3H2O
(48,3% Fe).

O minério de ferro é composto por três partes a saber:


Útil  parte que contém o ferro
rejeito  impurezas sem valor direto
Estéril  rocha onde o minério é encontrado.

O minério de ferro pode ser classificado como:


Rico  60 a 70% de Fe
Médio  50-60% de Fe
Pobre  <50%
Carvão ou coque

O combustível utilizado no alto-forno é o carvão,


coque ou carvão de madeira, cujas funções são:

• Fornecedor de calor

• Fornecedor do carbono para a redução de


óxido de ferro

• Fornecedor de carbono como principal


elemento de liga do ferro gusa.
Fundente

A função do fundente é combinar-se com as


impurezas (ganga) do minério e com as cinzas do
carvão, formando as chamadas “escórias”.

O principal fundente é o calcário, de fórmula CaCO3.


CaCO3 + Calor  CaO + CO2
Outras matérias-primas da indústria
siderúrgica

Entre elas, a mais importante é o minério de manganês.


Outras matérias-primas incluem as “ferro-ligas” de silício,
cromo, vanádio, molibdênio, níquel, tungstênio, titânio,
etc...Finalmente, deve-se ainda mencionar como
importante matéria-prima a sucata de aço, ou seja,
subprodutos da fabricação de aço e itens ou componentes
de aço desgastados, quebrados ou descartados.
Blocos de Carbono no Cadinho de um Alto-Forno
Corrida de Gusa
O ferro-gusa é transferido no estado líquido
ou lingotado na forma de barras
Lingotamento de Gusa
Barras de Gusa
Escória
Produção do ferro Gusa: Alto-forno

O alto-forno constitui ainda o principal aparelho utilizado na metalurgia do


ferro. A metalurgia do ferro consiste, essencialmente, na redução dos
óxidos dos minérios de ferro, mediante o emprego de um redutor, que é
um material a base de carbono (carvão).

O alto-forno trata-se de uma estrutura cilíndrica, de grande altura, que


compreende essencialmente uma fundação e o forno propriamente dito.
Este, por sua vez, é constituído de três partes essenciais, isto é, cadinho,
rampa e cuba.

O equipamento acessório e auxiliar do tem como objectivo limpar os


gases que saem do alto-forno, bem como pré-aquecer o ar que é
introduzido no forno através das ventaneiras.
Secção transversal de uma instalação de alto-forno, incluindo o
equipamento auxiliar principal.
Secção transversal de um alto-forno moderno.
ESTRUTURA

• A estrutura do alto-forno é dividida em:

• topo, goela, cuba, ventre, rampa e cadinho,


Reações no interior do alto-forno
Principio operacional do alto forno incluindo os
equipamentos auxiliares
Operação do alto-forno

Num alto-forno, existem duas correntes de materiais


responsáveis pelas reações que se verificam, isto é, uma
corrente sólida, representada pela carga que desce
paulatinamente e uma corrente gasosa que se origina
pela reação do carbono do carvão com o oxigênio do ar
soprado pelas ventaneiras, que sobe em contracorrente.
Reações químicas:

As temperaturas mais elevadas ocorrem nas proximidades das


ventaneiras: da ordem de 1.800 a 2000 °C. Nesta região, verifica-se a
reação:
C + O2  CO2
Originando-se grande quantidade de calor.
Este CO2, ao entrar em contacto com o coque incandescente,
decompõe-se:
CO2 + C  2CO
O CO originado é o agente redutor.
A carga introduzida pelo topo, ao entrar em contacto com a corrente
gasosa ascendente sofre uma secagem.

A decomposição dos carbonatos, contidos no calcário dá-se a


aproximadamente 800oC, conforme as seguintes reações:
CaCO3  CaO + CO2
MgCO3  MgO + CO2
Além do CO como agente redutor, o próprio carbono do carvão actua
nesse sentido.
Reações químicas de redução do minério
de ferro:
3Fe2O3 + CO  2Fe3O4 + CO2
Fe3O4 + CO  3FeO + CO2
ou
Fe2O3 + 3C  2Fe + 3CO

Na região que corresponde ao topo da rampa (região acima do


cadinho onde o ferro líquido e a escória são depositados), inicia-
se a formação da escória, pela combinação da cal (CaO) com
a ganga (impurezas do minério de ferro) e uma certa quantidade
de óxido de ferro e manganês.

Essa escória formada, juntamente com o ferro, começa a


gotejar através dos interstícios (espaços vazios) da carga
ainda sólida, para depositar-se no cadinho.
Outras reações:

Mn3O4 + C  3MnO + CO
MnO + C  Mn + CO
SiO2 + 2C  Si + 2CO
P2O5 + 5C  2P + 5CO
FeS + CaO + C  CaS + Fe + CO

Finalmente, as últimas reações fundamentais são representadas


pelas equações:
3Fe + C  Fe3C
3Fe + 2CO  Fe3C + CO2

Todas estas reações produzem, então, o ferro gusa, que além de


ferro e carbono também incorpora os elementos manganês
(Mn), silício (Si), fósforo (P) e enxofre (S).
A formação da escória compreende reações bem mais
complexas. Essa escória resulta da combinação do CaO e
do MgO do calcário (fundente) com a ganga (impurezas)
do minério e as cinzas do carvão.

A escória caracteriza-se por sua grande fluidez e seu


baixo peso específico. Assim, no cadinho (reservatório), a
escória e o gusa líquido separam-se por gravidade,
formando duas camadas, isto é, a inferior (metálica) e a
superior (escória), facilitando o vazamento de ambos os
produtos.
Produtos do alto-forno

O principal produto do alto-forno é o ferro gusa. O ferro


gusa é uma liga ferro-carbono de alto teor de carbono e
teores variáveis de silício, manganês, fósforo e enxofre.
De um modo geral, a maioria dos ferro gusas possíveis
de serem obtidos em alto-forno está compreendida na
seguinte faixa de composições:

Carbono - 3 a 4,4%
Silício - 0,5 a 4,0%
Manganês - 0,5 a 2,5%
Fósforo - 0,05 a 2,0%
Enxofre - 0,20% máx.
Um outro produto do alto-forno é a escória, cuja composição
varia igualmente dentro de largos limites, isto é:

SiO2 - 29 a 38%
Al2O3 - 10 a 22%
CaO + MgO - 44 a 48%
FeO + MnO - 1 a 3%
CaS - 3 a 4%

Este material depois de solidificado pode ser utilizado como


lastro de ferrovias, material isolante etc... Sua mais
importante aplicação dá-se na fabricação do chamado
“cimento metalúrgico”.
Finalmente, o gás de alto-forno é um subproduto muito
importante devido ao seu alto poder calorífico. Sua
composição é a seguinte:

CO2 - 13%
CO - 27%
H2 - 3%
N2 - 57%

Este gás é utilizado na própria usina siderúrgica nos


regeneradores, fornos diversos de aquecimento,
caldeiras etc...
Uma tonelada de aço
Para cada tonelada de ferro
produzida, são usadas cerca de 2
t de minério, 0,5 t de calcário, 1 t
de coque e 4 t de ar. E, como
subprodutos, cerca de 0,5 t de
escória e 6 t de gás.
Fabricação do aço

O ferro gusa é uma liga Fe-C com outro elementos resultantes do


processo de fabricação. Estes outros elementos são o Si, Mn, P e S.
Para a fabricação do aço, estes outros elementos, inclusive o carbono,
devem ter seus teores reduzidos. Esta redução da concentração destes
elementos químicos ocorre por oxidação.

Os “agentes oxidantes”, isto é, aqueles que oxidam o ferro gusa para


baixar o teor dos elementos químicos, podem ser de natureza gasosa
( ar ou oxigênio) ou sólida (minério de ferro).

• Processos pneumáticos  agente oxidante  ar ou oxigênio

• Processo Siemens-Martin ou elétrico  agente oxidante 


substâncias sólidas contendo óxidos (minério de ferro).
Dessulfuração
• Dessulfuração é a retirada do enxofre
utilizando óxido de cálcio (CaO) que
reagem com o enxofre, formando sulfeto
de cálcio (CaS).
CaO + S + C → CaS + CO
• Após este processo será iniciado o Refino,
ou seja, conversão do ferro gusa em aço.
Dessulfuração
CaO ou CaC2

CaC2 + S → (CaS)+ 2C
CaO + C+ S → (CaS)+ CO
Processos Pneumáticos
• O princípio básico de qualquer dos processos é
introduzir ar ou oxigênio, pelo fundo, lateralmente
ou pelo topo, através de uma “lança”, gerando
temperaturas próximas a 1.700ºC.

• Diferentes tipos de equipamentos são chamados de


conversores pneumáticos. Sendo as reações de
oxidação dos elementos contidos no ferro gusa
líquido fortemente exotérmicas.
Processos pneumáticos para produção de aço, a partir de ferro
gusa
Reações químicas de oxidação do ferro gusa:

As primeiras reações de oxidação do gusa são as


seguintes:
2Fe + O2  2FeO
2FeO + Si  SiO2 + 2Fe
FeO + Mn  MnO + Fe
O resultado da oxidação é a formação de sílica SiO2,
que, juntamente com os óxidos de ferro e manganês que
igualmente se formam durante o “sopro”, originam uma
escória de baixo ponto de fusão, a base de silicatos de Fe
e Mn.

A medida que o sopro continua, inicia-se a oxidação do


carbono:
FeO + C  Fe + CO
Após este primeiro estágio de oxidação, o metal está
pronto para ser vazado na panela onde são, então,
adicionadas as “ligas” Fe-Mn ou alumínio para desoxidar e
dessulfurar o metal, segundo as seguintes reações:
FeO + Mn  MnO + Fe
FeS + Mn  MnS + Fe ou
3FeO + 2Al  Al2O3 + 3Fe
Existem alguns problemas operacionais no processo de
oxidação do ferro gusa. Os mais importantes são:

• Controle do final da oxidação, da temperatura e


Controle da composição química do banho
metálico.

Os conversores mais conhecidos são o Bressemer,


Thomas, de sopro lateral e de sopro pelo topo (conversor
L-D).
Equipamentos para Refino
• Conversor Thomaz;
• Conversor Besssemer;
• Conversor LD;
• Forno Siemens Martin
MLC – Maquina de ligotamento continuo

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