Gravidez Na Adolescência Previnir É Melhor Que Remediar
Gravidez Na Adolescência Previnir É Melhor Que Remediar
Gravidez Na Adolescência Previnir É Melhor Que Remediar
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA :
PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIAR
São Paulo
2019
© Luiza Maria Miranda Martins, 2019
É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio sem a
autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei n.º 9610/98) é
crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal
CAPA
NÚCLEO NELPA
DIAGRAMAÇÃO
NÚCLEO NELPA
REVISÃO GRAMATICAL
Luiza Maria Miranda Martins
Meus irmãos
Katia Fernandes Miranda, José Geraldo Fernandes e Renata Fernandes
Miranda Hilário – Obrigada pela torcida!
Ao meu marido
Marcelo dos Santos Martins
Um grande companheiro que a vida me deu, um incentivador do meu
sucesso. Sem ele não teria conquistado tantas vitórias!
Na antiga Pérsia
Na antiga Roma,
No Renascimento
- Devido à ação dos hormônios e à maior demanda de energia, a mulher pode sentir-se
cansada mais sonolenta, mais emocionalmente sensível e algumas vezes até mesmo confusa.
- Alterações bruscas de humor e choro repentino podem ser frequentes.
- Diminuição do desejo sexual, fadiga e desconforto físico ou medo de prejudicar o bebê.
- Se a mulher sempre valorizou sua independência e pro ssão, ela pode sentir a gravidez como
um obstáculo, afetando sua autoestima.
Segundo trimestre
Terceiro trimestre
Sistema tegumentar
Aparelho Digestivo
aversão a alimentos gordurosos e pode surgir a malácia (desejo de comer substâncias não
convencionais como terra, giz ou arroz cru). O desejo de ingerir alimentos especí cos,
também, pode surgir na fase inicial da gestação (desejos), sendo justi cado pela presença de
gestações.
Aparelho respiratório
Com o evolver da gestação, o útero cresce rechaçando alças intestinais, estômago e fígado
contra o diafragma, reduzindo o tamanho do pulmão no sentido céfalo-caudal. Como
posterior, mas o volume pulmonar global acaba reduzido no nal da gestação. Esta restrição é
ritmo da respiração. O volume minuto passa de 7 para 10 litros e o pCO2 de 40 para 30mmHg.
Essas alterações contribuem, signi cativamente, para o incremento das trocas gasosas a nível
placentário.
Sistema Urinário
Sistema Olfativo
algumas situações curiosas. Nos casos mais leves de retenção, observa-se rinite vasomotora
células responsáveis pelo olfato é acentuado, predispõem à parosmia4. Nos quadros mais
graves, pode ser observado até anosmia5. Felizmente, estas alterações regridem no puerpério,
retornando à normalidade.
Sistema Endócrino
endócrino funcionando com todas as suas reservas. Sobressaem o pâncreas, hipó se, tireoide,
paratireóide e adrenais. Existe uma maior exigência metabólica, em troca do aumento do uxo
e a gonadotro na coriônica.
Metabolismo
Sabe-se que o catabolismo, durante a gravidez, é elevado, mas o anabolismo se sobrepõe. Por
glícides.
Mamas
observa-se aumento do volume mamário e de sua rede arterial e venosa, tornando-se visível a
ectoscopía. Na pele, acentua a coloração da aréola primária e surge a aréola secundária, de
da gestação.
Útero
fundos de saco vaginal posterior, constituindo-se num dos sinais indiretos de gravidez.
Quadro 3: Modi cações do organismo materno decorrentes da gestação
Fonte: Carrara e Duarte (1996)
É sabido que a sexualidade não pode ser evitada e nem removida do ser
humano, e é sabido também que na adolescência geralmente é vivenciada
mais intensamente. A questão crítica de tudo isso é que esse despertar
precoce da sexualidade vem acompanhado de desinformação, especialmente
por parte dos pais que muitas vezes por constrangimento evitam falar com
os lhos sobre sexo. O resultado dessa falta de orientação sexual adequada
acaba acarretando, dentre outros problemas, a gravidez na adolescência, que
tem sido considerada como uma das mais preocupantes ocorrências
relacionadas à sexualidade dos jovens na atualidade (Heilborn et al. (2002;
Moreira et al. 2008).
Mas, ainda que a gravidez na adolescência tenha assumido na atualidade
o status de problema social, este evento não é novo no cenário brasileiro.
Nos relatos de Souza (2002) a gravidez na adolescência, longe de representar
um acontecimento novo, esteve sempre presente na história da humanidade.
Em civilizações antigas, comenta a autora, tão logo surgiam os primeiros
sinais de puberdade, a jovem era considerada apta para o casamento.
No Brasil do século passado, conforme relatos de Cavasin e Arruda
(2008, p. 3), a faixa etária entre 12 e 18 anos não possuía o caráter de
passagem da infância para a vida adulta, e as meninas de elite entre 12 e 14
anos, já estavam aptas para o casamento e para a maternidade. “[...] no
passado de cada um de nós é facilmente reconhecida em nossas memórias e
nos álbuns de família, onde aparecem nossas mães, avôs ou bisavós, ainda
em tenra idade, cercada de numerosa prole” assinalam as autoras.
Em tempos mais antigos, portanto, a gravidez na adolescência não era
considerada evento preocupante, porque a capacidade reprodutiva estava
associada ao frescor da juventude, sem questionamento da capacidade
psicobiologica das jovens e imaturas mães, que podiam parir, cuidar e
educar seus lhos (Souza, 2002).
Conquanto, entre o que era no passado e o que ocorre hoje, há uma
diferença: a gravidez na adolescência acontecia dentro da instituição do
casamento. Na atualidade acontece o inverso, primeiro surge a gravidez,
para depois os parceiros passarem a morar juntos, e na maioria das vezes
contando com a ajuda material dos pais. A situação assusta, preocupa e vem
ocupando a cena de vários levantamentos estatísticos. De acordo com
Finotti, (2010, p. 2):
A gravidez entre adolescentes no Brasil é alta e tem repercussões econômicas
relevantes para a sociedade, para as jovens e suas famílias. Segundo o DATASUS, 600 mil
partos no país (21,5% do total), são de mães com menos de 20 anos, 75% das adolescentes
que têm lhos não estudam e 57,8% não estudam nem trabalham.
Sob este ponto de vista, especialmente nas classes populares, apesar das
circunstâncias sociais desfavoráveis, o desejo de ter um lho se mantém
fortalecido e transformado em fato corriqueiro nessa classe social.
“Constata-se uma valorização da maternidade, onde ser mãe equivale a
assumir um novo status social, o de ser mulher”, observa Dadorian (2003, p.
6).
Essa também é a opinião de Siqueira Neto (2004) quando a rma que
dentre as condições que propiciam a gravidez na adolescência encontra-se a
falta de objetivos encontrada nos jovens da classe social mais baixa, que
vislumbram em um lho a chance de um projeto de vida, além da
oportunidade de encontrar a oportunidade de construir uma identidade,
pela di culdade que enfrentam para inserir-se na vida pro ssional.
Outro ponto reforçado pelo mesmo autor é a constante falta de diálogo
entre pais e lhos esclarecendo sobre a importância do uso de preservativo.
“Os pais precisam se preparar com conhecimento [...], trabalhar melhor sua
participação em assuntos “delicados”, acompanhar equilibradamente a vida
de seus lhos”, alerta Siqueira Neto (2004, p. 4).
Taquette (2008) por sua vez a rma que a gravidez na adolescência
encontra-se associada à baixa escolaridade e ao baixo nível socioeconômico.
A solução que se apresenta nas políticas públicas de saúde e educação é a do
planejamento familiar, com forte ênfase nos métodos contraceptivos. É como se
disséssemos: adolescentes pobres e com pouca escolaridade não devem ter lhos. Não
seria mais justo resolver o problema da gravidez na adolescência investindo em melhores
condições de vida (aumentar a escolaridade e as oportunidades de ascensão social e
melhorar a renda) para que as pessoas tenham o direito e a possibilidade de escolher em
que momento ter ou não lhos? (Taquette, 2008, p. 23).
A questão é polêmica e não são poucos os estudiosos e pesquisadores de diversas
áreas que buscam se debruçar sobre o tema, na tentativa de encontrar resposta para o
fenômeno, cercado por inúmeras variáveis. Ainda assim,
o senso comum re ete uma realidade parcial e reducionista, que colabora para
manter a questão como problema exclusivo da adolescente que engravida. Ficam fora
dessa análise o parceiro e o contexto social, cuja in uência na sexualidade das pessoas não
pode ser negada e muito menos desprezada ou ignorada (Taquette, 2008, p. 26).
Motivos
Alternativa para sair de casa, da escola e car livre da pressão dos pais;
Carência afetiva;
inserção social;
Abortamento espontâneo;
Pré-eclâmpsia e eclampsia;
Parto prematuro;
parceiro;
Deste modo, muito além de ser apenas uma estratégia de integração das
políticas setoriais, o Saúde na Escola (PSE) se apresenta como um noivo
caminho da política de educação e saúde, uma vez que (Brasil, 2019a):
JUSTIFICATIVA
Ainda que se vislumbre um cenário de redução, a gravidez na
adolescência permanece sendo uma realidade preocupante no Brasil. No
Estado do Amazonas, dados do Sistema de Informações Governamentais do
Estado do Amazonas mostram que até dezembro de 2018, 14.378 meninas
com idade entre 15 e 19 anos deram à luz. Desse total, 988 eram garotas na
faixa etária entre 10 e 14 anos (A CRÍTICA, 2018).
É dentro dessa problemática que se busca implementar projeto de
intervenção que visa primordialmente elevar o conhecimento sobre as
consequências e os riscos de uma gravidez precoce. O interesse e/ou os
motivos que levaram ao desenvolvimento da temática, parte do pressuposto
de que diante do número signi cativo de adolescentes grávidas, há que se
fomentar iniciativas que promovam ampliação de conhecimentos sobre as
questões, além de um trabalho de monitoramento contínuo.
A prevenção e a informação são importantes estratégias neste sentido,
pois como a rmam os teóricos, é preciso discutir mais a respeito do
problema, quebrar tabus que ainda envolvem a questão, mostrar a
importância do sexo seguro, do uso dos métodos anticoncepcionais, que não
apenas protege a jovem de uma gravidez indesejada, como também a
mantém protegida das DSTs e Aids.
OBJETIVOS
Geral: implementar projeto de intervenção visando avaliar e
elevar o conhecimento sobre as consequências e os riscos de
uma gravidez precoce.
Especí cos
PÚBLICO ALVO
As participantes do projeto serão alunas do Ensino Médio de uma escola
pública na cidade de Manaus, com idade entre 15 e 19 anos.
METODOLOGIA
Pretende-se trabalhar atividade que possibilitem a participação de todas
as alunas, fazendo uso de métodos e recursos que estimulem o interesse pelo
assunto e que promovam uma re exão sobre os riscos e problemas advindos
de uma gravidez na adolescência, estimulando o interesse pelas formas de
prevenção e pelo cuidado com a saúde, fazendo uso de palestras, materiais
didáticos, prospectos, vídeo com a temática sexualidade na adolescência e
dramatizações.
Far-se-á também usa da aplicabilidade modular ministrado um dia por
semana, utilizando atividades lúdicas embasadas na literatura seguindo os
preceitos do Ministério da saúde, no que diz respeito a prevenção.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
As intervenções serão realizadas em uma escola pública na cidade de
Manaus, Estado do Amazonas e contará com o apoio de educadores do
ensino médio ee de um pro ssional da Atenção Básica de Saúde,
devidamente habilitados para intervir junto aos adolescentes cuja
participação voluntária, será fundamentalmente importante para aumentar
o nível de informações e conhecimento sobre a gravidez precoce, a saúde
sexual e reprodução, métodos contraceptivos e prevenção das doenças
sexualmente transmissíveis (DSTs).
A proposta do grupo operativo será de levar para o ambiente escolar a
discussão sobre sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, uso de
contraceptivo e preservativo e gravidez precoce, tendo como estratégias a
realização de atividades de conscientização, educação e orientação da
populaçã o adolescente da comunidade escolar, por meio de palestras,
desenvolvimento de dinâmica de grupo e psicodinâmica para discutir os
assuntos propostos e realização de dramatizações para mostrar as
consequências de uma gravidez precoce, visando situações de re exão nas
adolescentes.
Acha que a mulher e o homem têm a mesma responsabilidade para prevenir uma
gravidez indesejada?
É possível pegar alguma doença fazendo sexo?
Exemplo:
Direitos Deveres
Ter quantas relações sexuais desejar. Evitar uma gravidez não planejada e prevenir-se das
Preparar-se para ter relações DST/aids.
sexuais. Planejar o melhor momento
Escolher o parceiro. Frequentar os serviços de saúde da sua Comunidade.
Decidir o melhor momento para Fazer anticoncepção (utilizar métodos
engravidar. anticoncepcionais e cazes).
Sugestões de histórias com enfoque comportamental para serem
dramatizadas e discutidas.
História 1
Em uma balada, Luiza (16 anos) e joão (19 anos) se conheceram e começaram a car.
Continuaram cando e se relacionaram sexualmente sem camisinha por algumas vezes. Após
alguns meses, João soube que uma das suas ex namoradas contraiu HIV e veio a falecer. João
se desesperou e contou para Luiza. O que eles farão agora?
História 2
Marcelo, 16 anos e Maria, de 17 anos, são colégas de colégio e namoram há dois ano. Ele
não sabe se vai terminar os estudos e tentar o vestibular ou se começa a trabalhar. Há uma
semana, Maria lhe contou que acha que está grávida. Agora, Marcelo tem que tomar uma
decisão em sua vida. Qual a melhor solução para Maria e para Marcelo na sua opinião?
História 3
História 4
O aluno Ricardo, 15 anos, que procura seu professor para pedir ajuda, porque, sua
camisinha estourou durante sua transa com Marília
O professor pediu que ele procurasse o serviço de saúde . O médico que o atendeu, disse-
lhe que não havia nada a ser feito a não ser rezar para que Marília não tenha engravidado.
Orientou que ele mandasse Marília a procurar o serviço de saúde, caso a menstruação atrase. O
que vocês fariam neste caso? .
RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se com este projeto de intervenção promover maior
conhecimento sobre a prevenção da gravidez na adolescência, bem como
também a respeito da sexualidade e das doenças sexualmente transmissíveis,
visando empoderar a adolescente, despertando nela o pensamento crítico e
favorecendo subsídios informativos para que possa tomar decisões
conscientes e responsáveis relacionados a sua sexualidade.
Assim, a intenção é promover conscientização comportamental
relacionada a sexualidade, planejamento do uso de contraceptivos,
planejamento reprodutivo e sexo seguro, para que a adolescente aprenda a
responsabilizar-se pelas ações que possam repercutir física, social e
emocionalmente em sua vida, como é o caso de uma gravidez precoce.
Finalmente, é de fato preocupante o início da atividade sexual precoce.
Requer maior cuidado por parte dos pro ssionais da educação, saúde em
conjunto com as famílias no intuito de promover informações precisas
permeados na siologia e anatomia humana.
REFERÊNCIAS
Jornal A crítica – Editorial. Gravidez na infância e adolescência.
Manaus, dezembro de 2018. Disponível em: https://www.acritica.com/opinions.
Acesso em 28 de janeiro de 2019.
APÊNDICE 2
QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS ADOLESCENTES
Esta é uma pesquisa para conhecer a sua opinião a respeito de assuntos
relacionados à gravidez precoce. Seu objetivo, puramente acadêmico, visa
atender as exigências de um Projeto de Intervenção. Este questionamento é
con dencial, não sendo necessário que você se identi que, mas sua
franqueza é sumamente importante.
I. Per l do entrevistado
Idade:
Escolaridade/Série
Sexo
Per l familiar do adolescente
1 Efebo é uma palavra grega que signi ca adolescente. Ainda que na Grécia Clássica estava
destinado seu uso aos Varões Atenienses de 18 a 20 anos, que eram instruídos na efebeia uma
espécie de serviço militar (DICIONÁRIO INFORMAL, 2016).
2 Como muitos estudiosos da época, que se inspiravam na idéia evolucionárias de Darwin, Stanley
Hall, Psicólogo e educador norte-americano, acreditava que o desenvolvimento individual de toda
criança repete toda a história evolucionária da espécie humana. Segundo este estudioso, a segunda
infância corresponde a um período antigo do desenvolvimento histórico, quando a razão humana, a
moralidade, os sentimentos de amor por outras pessoas e a religião eram subdesenvolvidos se
comparados aos padrões modernos. Hall acreditava que só quando os jovens atingissem a
adolescência conseguiriam ir além do passado biologicamente predeterminado (Cole e Cole, 2003).
3 A síndrome do ninho refere-se ao estado de hiperatividade, muito frequente nas últimas semanas
de gravidez, especialmente em mulheres que serão mães pela primeira vez. Estas grávidas se
empenham em fazer todo tipo de trabalhos de casa, que anteriormente nunca tinham feito, para que
o bebê chegar tudo esteja ‘preparado’. Assim, elas limpam tetos, o chão, arrumam os armários, pintam
os quartos de cores diferentes, e assim por diante (Medina, 2019).
4 Trata-se de uma sensação alterada do olfato, normalmente dando a sensação de cheiros estranhos
ou desagradáveis
5 Perda do olfato
Biológicos
Psicossociais
Fatores de risco
Gravidez na adolescencia
Repercussões
Obstétricos
Prevenção
Capacitação de recursos
humanos;