Educação e Foucault-1

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EDUCAÇÃO E FOUCAULT

RESPEITO À INDIVIDUALIDADE

CASTRO, Cláudia Maria Andrade Skrzypietz


BULOW, Marilei Andrade Skrzypietz
MALINOWSKI, Sandro Antonio
SOBOTA, Simone Silvia

RESUMO

Este trabalho foi realizado para apresentação no II Congresso Interdisciplinar


Cenecista, da Faculdade CNEC Campo Largo, e tem como objetivo propor a reflexão
sobre o processo educativo e suas consequências no desenvolvimento do indivíduo,
tendo como base algumas obras de Michel Foucault. As principais obras utilizadas
foram: As palavras e as coisas – Uma arqueologia das ciências humanas e Vigiar e
Punir: o nascimento da prisão. A discussão proposta pelo autor apresenta o
desrespeito ao ser humano, com formas de punir que não levam ao crescimento ou
mudanças de atitudes, gerando um ciclo contínuo nas ações dos indivíduos. Relata
que a forma de punição, abordada em seus estudos e realizada pelo estado, gera a
manutenção do poder constituído sobre a sociedade de um modo geral, sem contribuir
para a mudança nos hábitos, e sim a alteração, por vezes para pior, nos punidos. O
trabalho propôs ainda a relação das idéias do autor, principalmente, a importância do
sujeito livre, com os objetivos da educação. Neste estudo fica evidente que, mesmo
Foucault não escrevendo nenhuma obra sobre Educação, deixou um enorme legado
para esta área em suas obras.

Palavras-chave: Educação. Direitos humanos. Foucault.

INTRODUÇÃO

O filósofo francês Michel Foucault, atuou por anos na docência no Collège de


France, onde desenvolveu o importante estudo e pesquisa sobre a estrutura das
instituições judiciais e penitenciárias antigas e modernas. Em 1975, publicou a obra
Vigiar e punir: nascimento da prisão, que passou a ser considerada como um novo
marco na forma de pensar e fazer política social no mundo ocidental. Esta obra
influenciou intelectuais, artistas e políticos, pois mesmo baseada em documentos e
estudos realizados na França, é referência para as sociedades contemporâneas.

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Outra obra de destaque de Foucault, abordada neste estudo, é As palavras e
as coisas, do ano de 1967. Esta obra apresenta a linguagem como extensão dos
próprios modos de funcionamento da mente humana e de seus sujeitos e não apenas
como reflexo ou expressão do mundo percebido.
A relação das obras do autor e sua influência na educação geram interesse
para desenvolvimento de estudos e análises de outros pesquisadores, que
relacionaram as idéias do autor com o cotidiano da educação. Algumas destas obras
também foram utilizadas para este trabalho.

FALANDO SOBRE O PROCESSO EDUCATIVO

Por ter proposto abordagens inovadoras para entender as instituições e os


sistemas de pensamento, a obra de Foucault tornou-se referência em uma grande
abrangência de campos do conhecimento. Em seus estudos de investigação histórica,
o filósofo tratou indiretamente das escolas e das idéias pedagógicas na Idade
Moderna. Além disso, inspira pesquisas sobre educação em diversos países
Para chegar ao conceito de Educação utiliza-se o significado da palavra, que
tem sua origem em termos latinos, com sentido de conduzir, criar ou alimentar.
Destacam-se duas expressões práticas da ação de educar:

[...] de um lado, a ideia de conduzir, impondo uma direção, o que a


aproxima de “ensino” – introjetar a sina, o destino de alguém; de outro
lado, a idéia de oferta, dádiva que alimenta, possibilitando o
crescimento. É um processo de vida, de construção, de
experimentação. A rigor, é a passagem do ser para o dever-ser. A
educação tem, portanto, uma conotação lógica alimentada por uma
ação teleológica, num processo pleno de intersubjetividade
(SAMPAIO e SANTOS, 2002, p.1).

Nesta relação de educação, pensar na escola do século XXI é pensar na


heterogeneidade que está em todos os espaços escolares. Nas diferenças
econômicas, sociais, religiosas, étnicas, culturais e de gênero, em alunos com
necessidades especiais, que apresentam dificuldades de aprendizagem e/ou alunos
que não demonstram interesse. Com estas características, destaca-se que, cada vez
mais, os discentes não são iguais e não é possível o desenvolvimento de uma única e
homogênea ação pedagógica.
Faz-se necessária a reflexão sobre o trabalho desenvolvido na escola, pública
ou privada, que deve levar em consideração o respeito às diferenças presentes em
todo o ambiente escolar. Esta diversidade pressupõe trabalhos com a prática

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pedagógica, criando metodologias que permitam um olhar atento às especificidades
de todos, sem discriminações.
Foucault evidenciou em seus estudos que, antes de reproduzir, a escola
moderna produziu, e continua produzindo, um determinado tipo de sociedade e não é
só a escola que exclui os indivíduos com diferenças, mas é por meio dela que,
segundo Cury (2008, p. 219),

estamos diante de um desafio instaurador de um processo que


amplia a democracia e educa a cidadania, rejuvenesce a sociedade e
irriga a economia. Estamos diante da necessidade de uma saída
urgente para a educação de qualidade. Uma saída que obedeça aos
ditames da razão que a educação inaugura. O Estado que não
assume essa via decreta sua perdição. A sociedade que não busca
essa saída aceita a autoridade da submissão e refuga o caminho da
autonomia. (CURY, 2008, p.219)

Se a educação cumprir seu papel de real construção do conhecimento,


contribuirá para o desenvolvimento do indivíduo até sua liberdade e autonomia.
Até o final do século XX, a sociedade não se dava conta da diversidade
humana. As características e necessidades próprias de cada grupo, ainda hoje são
difíceis de serem consideradas pelas escolas, que demonstram problemas para
atender e respeitar as diferenças, mantendo concepções e práticas pedagógicas que
entendem o processo de ensino aprendizagem como homogeneizado, sem considerar
as variantes de cada povo.
Urge que o professor conheça a identidade da comunidade escolar em que
está trabalhando, para conseguir desenvolver um papel de mediador desprovido de
estigma, exclusão e preconceito. A equipe pedagógica precisa considerar a reflexão
da comunidade escolar nas ações e condutas cotidianas, desenvolvendo novas
formas da transmissão do conhecimento para o sucesso do aluno.
Para atender às necessidades do processo de ensino aprendizagem na
atualidade é necessário que este desenvolvimento contemple também os aspectos
cognitivos, afetivos e socioculturais, pois não pode ser deixada de lado a interação do
aluno com o seu ambiente, com suas experiências de vida e sua cultura.

EDUCAÇÃO E FOUCAULT

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Michel Foucault foi um filósofo muito conhecido nos meios de comunicação. Há
estudiosos que definem o seu pensamento, apresentando controvérsia, e alguns
destes pensadores, o negam como filósofo.
O pensamento de Foucault, transversal, atravessa vários campos da área do
conhecimento e muda suas orientações, pesquisas e investigações.
Consequentemente, alguns pensadores passam a apresentar as três fases de
Foucault: o arqueológico, genealógico e o ético.
A primeira fase, ele próprio intitula em sua obra como arqueologista, centrando
o saber e, está ligada à sua obra As palavras e as coisas. Na segunda fase, o autor
reflete sobre a ordem das relações econômicas, neste momento, influenciado por
Nietzsche, discute sobre o controle e adestramento social. A terceira fase, é quando
ele direciona sua produção para a ética, volta aos antigos gregos e romanos,
destacando toda uma maneira de viver e pensar a questão da existência humana.
Nesta fase, o autor elabora seus últimos trabalhos acadêmicos (MANSANO, 2016).
Então percebe-se que as obras de Foucault sofrem mudanças em sua
caminhada. Mas, em entrevistas, o próprio pensador deixa claro não ver estas
mudanças em sua vida. Segundo ele, a preocupação central em suas pesquisas
sempre foi o problema do sujeito. O sujeito e seus problemas atravessam toda a sua
obra, desde suas primeiras pesquisas até as últimas, direcionando o sujeito e o saber
na fase arqueológica, o sujeito e o poder na fase genealógica, e o sujeito e sua
relação consigo mesmo, na fase da ética, destacando a existência.
Mesmo este autor sendo chamado de filósofo transversal, a Educação nunca
foi um tema sobre o qual ele tenha escrito especificamente em suas obras. Mas é
possível perceber que o assunto educação, indiretamente, circula entre os seus
trabalhos. Um exemplo é a obra Vigiar e Punir, que traz uma reflexão da história e
violência nas prisões, com o tema da disciplina sendo o centro de sua análise.
A relação com a instituição escolar fica evidente, mesmo não sendo uma obra
sobre educação. Ele critica a forma de realizar as punições e os resultados obtidos no
processo, por vezes piorando o desenvolvimento do indivíduo e gerando um ciclo
vicioso, chegando o piorar as atitudes dos punidos.
Em seus estudos, o autor coloca muitos temas que nos remetem a situações
escolares e problemas pedagógicos. Para realizar reflexões sobre Foucault e a
Educação é necessário deslocamentos conceituais, ou seja, relacionar seus
pensamentos de outros campos e aplicar no campo educacional.
De acordo com o próprio Foucault o pensamento deve ser usado como uma
caixa de ferramenta, pois há muito a aprender, e quem ensina não pode antecipar o

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que será aprendido. Aprender é um trabalho de criação de tirar sentido no que será
aprendido (FOUCAULT, 1999).
Assim, é possível questionar como acontece o processo de ensino-
aprendizagem dos alunos em sala de aula. Se os professores têm, em sua formação,
inicial ou continuada, a preocupação com a construção do conhecimento, ou seja, se
há apenas a preocupação com a transmissão do conhecimento histórico a ser
passado, sem relacionar com o cotidiano ou considerar o indivíduo por trás do
processo.
Segundo Alfredo Veiga-Neto (2018), não é necessário sacralizar Foucault,
transformando-o em um deus, mas é importante realizar leituras e reflexões de suas
obras, visando o auxílio em sala de aula e até nas políticas educacionais. Segundo
estudos do autor, o pensamento de Foucault tem ajudado, e muito, na compreensão
das transformações no campo social e educacional (VEIGA-NETO, 2018, p. 134).
Para relacionar Foucault e suas contribuições para a educação, é necessário
pensar no sujeito, mas sabendo que há diferenciações, pois na educação o sujeito
clássico é visto como alguém que pode e precisa ser educado, e partindo desta idéia,
pensar em ferramentas que vão ser usadas para “lapidar” este aluno. Já com Foucault
é diferente, pois, para ele, o sujeito é resultado de uma construção histórica
(FOUCAULT, 1981).
Na obra As palavras e as coisas, ele apresenta o sujeito como um conceito,
uma ideia construída historicamente. O autor demonstra, neste estudo, que o sujeito
foi inventado e que outras obras de concepção do sujeito serão criadas no lugar, e que
assim é que se constroem as formas históricas de sujeitos. Na educação, também há
formas históricas, conforme o momento vivido.
O sujeito é um ser que surge em um momento da história, e que, portanto, não
está presente em qualquer hora e em qualquer lugar. Diferentes períodos da história
influenciam na geração de diferentes sujeitos. Entendendo que não existe o aluno,
assim como não existe o professor, como modelos prontos (FOUCAULT, 1999).
Alunos e professores são variáveis sujeitos em contato e articulação. Foucault auxilia
no pensamento da subjetivação que é um processo de fabricação histórica do sujeito.
Os sujeitos podem ser fabricados, construídos com determinadas ferramentas,
e a educação é uma delas. Esta é uma ideia moderna da educação como sendo o
processo para ir além dos limites. O ser humano pode ser menor por não fazer uso da
razão, mas aprendendo a utilizá-la pode tornar-se maior, ou seja, autônomo.
Pela autonomia, a sociedade é capaz de construir suas próprias leis, por um
processo de educação de formação. A autonomia pode gerar a liberdade, pois, está

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diretamente ligada ao princípio da dignidade da natureza humana, enquanto ser
racional (HUPFFER, 2019).
Na educação, utiliza-se com mais frequência a expressão conhecimento. Para
Foucault, o termo mais utilizado é saber. Termo abordado por ele como algo a ser
construído e não dado. Se o indivíduo constrói seu saber, conquistará sua autonomia,
sua liberdade. A construção do saber, de acordo com suas idéias, são construídas
cotidianamente.
Novamente, citando a obra As palavras e as coisas, o autor apresenta que a
cada momento histórico, determinados fazeres são possíveis ou não, e é aí que ele
fala em escavar, como um arqueólogo, para descobrir itens que permitam construir
uma teoria, buscando os elementos que ajudam a construir saberes naquele momento
(FOUCAULT, 1981).
A proposta desta análise do autor leva a várias teorias educacionais para
entender o surgimento da educação como uma ciência. Partindo da concepção que os
saberes são construídos a partir de determinados elementos.
Para entender Michel Foucault é necessário entender a filosofia como sendo
uma relação com o pensamento. Um exemplo é a forma de pensar em alguém que se
desloca procurando em vários problemas outras maneiras de resolver um problema,
tentando pensar o que ainda não pensamos na maioria das vezes (FOUCAULT, 1981)
Trabalhar com uma noção da verdade única, que pode ser desvendada,
conhecida e chamada de verdade lógica, ou trabalhar com uma espécie de verdade
psicológica e que muitas vezes leva a uma concepção relativa da verdade.
Foucault, influenciado por Nietzsche, não trabalha nem com a verdade
universal nem com a verdade psicológica. Ele trabalha com a verdade sendo uma
produção histórica. Uma invenção histórica e uma invenção que depende de todo um
conjunto de forças, cada qual contribuindo para o todo.
Destaca que a relação de poder e verdade, aquilo que determinadas pessoas
em uma relação de poder impõem como sendo verdadeiro, depende de um
determinado momento histórico e que sua compreensão depende de fazer e conhecer
como estes jogos acontecem (FOUCAULT, 1999).
Na prática, é difícil separar os efeitos do saber e do poder, pois saber e poder
estão intimamente relacionados. Novamente, o saber imposto pode ser relacionado
com a educação, que sofre alterações de acordo com o momento histórico, ou seja, o
poder impõe os conceitos determinados de acordo com o momento ou situações.
Os últimos trabalhos de Foucault nos levam a refletir sobre a prática da
liberdade. Em sua pesquisa da história da sexualidade no ocidente, ele vai estudar a

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prática sexual dos gregos e romanos na antiguidade, encontrando o conceito de si. O
que ele traz destes filósofos antigos é o cuidado próprio de uma maneira mais ampla
que apenas o cuidado com o corpo, mas, o cuidado de si como cultivo de si, que tem a
ver com o corpo, mente e cultura. Assim construindo sua personalidade com o cuidado
de si que está ligada a liberdade (GUARESCHI, 2014).
Surge, então, a indagação de como trazer este cuidar de si para a educação.
Utilizando a crítica que Michel Foucault fez sobre a instituição escolar como o padrão
da educação. Se pensar a educação como um dos instrumentos do cuidado de si, é
possível relacionar o processo educativo como algo que venha a agregar para o
indivíduo.
O processo de transmissão do conhecimento, como proposto na sociedade
moderna, está apresentando objetivos externos ao sujeito, sempre preocupado com
algo de fora, poucas vezes pensando o sujeito constituído neste processo educativo.
Nas últimas obras de Foucault, relaciona-se a educação como este processo
do cuidar-se de si mesmo. A tarefa do educador é a tarefa de cuidar do outro. O
professor cuida do estudante, velando por seu aluno, mas deve cuidar de si próprio
também, pois só é possível cuidar do “outro” se cuidar-se a si. Assim, se o docente
compreender esta importância sobre cuidados e crescimento, poderá abrir espaço
para que o aluno cuide dele mesmo (MANSANO, 2016).
Estas reflexões possibilitam a construção de uma teoria da educação com todo
este processo do cuidar de si. Para compreender este processo de cuidar de si,
levando, assim, cada sujeito a aprender a lidar com o seu corpo, com seu espírito e
mente, conseguindo assim a liberdade. O processo de dominação, não pode ser
entendida como dominação e sim como liberdade.
Nas salas de aula é fundamental o cultivo da liberdade. O docente só pode
formar um sujeito autônomo, ou seja, livre, se primeiro se colocar como um sujeito
autônomo e cuidar de si próprio.

DISCIPLINA

Michel Foucault apresenta em sua produção que a concepção do homem como


objeto foi necessária, para a efetiva mudança do corpo e da mente, na Idade Moderna.
O conceito definidor da modernidade, segundo ele, é a disciplina como instrumento de
dominação e controle, destinado a suprimir ou domesticar os comportamentos
diferentes dos considerados normais.

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Portanto, além das instituições de assistência e proteção aos cidadãos - como
família, hospitais, prisões e escolas, também há mecanismos de controle e punição.
Esses mecanismos formam o que Focault chamou de tecnologia política, com poderes
de manejar espaço, tempo e registro de informações, tendo como elemento unificador
a hierarquia..
O filósofo não acreditava que a dominação e o poder fossem originários de
uma única fonte, como as classes dominantes ou o Estado, mas que são exercidos em
várias direções, cotidianamente, em escala múltipla (um de seus livros se intitula
Microfísica do Poder). Esse exercício também não era necessariamente opressor,
podendo estar a serviço, por exemplo, da criação. Foucault via na dinâmica entre
diversas instituições e idéias uma teia complexa, em que não se pode falar do
conhecimento como causa ou efeito de outros fenômenos.
Para dar conta dessa complexidade, o pensador criou o conceito de poder-
conhecimento. Segundo ele, não há relação de poder que não seja acompanhada da
criação de saber e vice-versa. Com base nesse entendimento, pode- se agir
produtivamente contra aquilo que não se quer ser e ensaiar novas maneiras de
organizar o mundo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho foi muito proveitosa para o entendimento dos


saberes. E a reflexão das três fases de Foucault auxilia muito a entender a importância
deste processo. No processo arqueológico do conhecer, investigar; do genealogista
que está relacionado com o poder; e o da ética, conhecer a si mesmo.
Pode-se perceber, ainda, que os conflitos ininterruptos na cidade, não
ameaçam a ordem, muito pelo contrário, a constituem e o que organiza a sociedade é
a guerra civil, a luta, o agonismo.
O que Foucault apresenta em sua obra é a origem de uma nova economia
política do poder apresentando as forças que o fazem aparecer e se sustentar.
Os conceitos da disciplina nascem na necessidade obstinada em vigiar para
produzir mais e melhor. O cidadão deve ser moralizado, treinado e formado para um
novo sistema de controle que faz a ligação entre moral e penalidade, com o intuito de
ensinar os sujeitos a serem esforçados, pacientes, morais.
Por meio das leituras e reflexões percebemos um Michel Foucault que
contribuiu, não só no meio penal, ao analisar o sistema prisional, mas na sociedade
contemporânea, propondo discussões sobre o sujeito. Utilizando uma expressão

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popular, ele é “um doce meio amargo”, que traz coisas novas, uma concepção clara da
importância sobre pensamento do presente histórico, gerando um conhecimento de si
mesmo, destacando a importância do docente de entender como sujeito histórico para
poder direcionar seus alunos. Destacando que o sujeito histórico, preparado para
autonomia, torna-se livre, atinge sua liberdade, reconhecendo quando o a estrutura de
poder impõe seus ideais desrespeitando as características próprias dos indivíduos.

REFERÊNCIAS

CURY, Carlos Roberto Jamil. A Educação Escolar, a exclusão e seus


destinatários. Educação em Revista: Belo Horizonte, n.48, p. 205-222, dez/2008.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas – Uma arqueologia das ciências


humanas. RJ Editora Martins Fontes, 1981.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 20. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1999.

GUARESCHI, Neusa Maria (org.). Foucault e a Psicologia. Porto Alegre: PUCRS,


2014.

HUPFFER, Haide Maria. O princípio da Autonomia na ética Kantiana e sua


recepção na obra Direito e Democracia de Jürgen Habermas. Disponível em
http://www.anima-opet.com.br/pdf/anima5-Seleta-Externa/Haide-Maria-Hupffer.pdf.
Acesso em 10 de outubro de 2019.

MANSANO, Sônia Regina (org.). Michel Foucalt: desdobramentos. Belo Horizonte:


Autêntica, 2016.

REVEL, Judith. Foucault conceitos essenciais. Editora Clara Luz.

SAMPAIO, Carlos Magno Augusto; SANTOS, Maria do Socorro dos. Do conceito de


educação à educação no neoliberalismo. Curitiba: Revista Diálogo Educacional, vol.
3, núm. 7, 2002, PUCPR.

VEIGA-NETO, Alfreto. Critica pós-estruturalista e educação. Porto Alegre: Editora


Saraiva, 2018.

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