Preparados Orgânicos EMATER

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

91º Semana do Fazendeiro

AGRICULTURA ORGÂNICA

EMATER-MG

Instrutor: Fernando Cassimiro Tinoco França

Julho, 2020

1
SUMÁRIO
1-
Apresentação e Conceito ........................................................................................................................................ 3
2- Objetivos............................................................................................................................................................. 3
2.1- Objetivos Gerais ............................................................................................................................................ 3
2.2- Objetivos Específicos .................................................................................................................................... 4
3- Certificação.........................................................................................................................................................4
4- Metodologia ....................................................................................................................................................... 5
5- Principais Técnicas Ecológicas ............................................................................................................................ 5
5.1- Adubação Verde e Cobertura Morta............................................................................................................5
5.2- Biofertilizantes Sólidos e Líquidos................................................................................................................6
5.2.1- Agrobio......................................................................................................................................................6
5.2.2- Tinocão......................................................................................................................................................6
5.2.3- Urina de Vaca............................................................................................................................................8
5.2.4- Composto orgânico...................................................................................................................................8
5.2.5- Bokashi Alternativo...................................................................................................................................8
5.2.6- Tsuti Koji....................................................................................................................................................9
5.2.7- EM...........................................................................................................................................................11
5.2.8- Minhocultura...........................................................................................................................................14
5.3- Caldas minerais, naturais, vegetais e controle biológico............................................................................17
5.3.1- Calda Sulfocálcica....................................................................................................................................17
5.3.2- Calda Bordalesa.......................................................................................................................................17
5.3.3- Calda Viçosa............................................................................................................................................18
5.3.4- Calda Detergente Neutro e Óleo de Cozinha..........................................................................................18
5.3.5- Calda de Leite..........................................................................................................................................19
5.3.6- Calda de Macerado de Mamona.............................................................................................................19
5.3.7- Extrato de Nim........................................................................................................................................19
5.3.8- Extrato Primavera...................................................................................................................................20
5.3.9- Extrato de Alho e Pimenta do Reino.......................................................................................................20
5.3.10- Controle biológico e insumos biológicos...............................................................................................20
5.3.11- Homeopatia...........................................................................................................................................20
5.4- Caldas e Extratos para uso na Pecuária Orgânica.......................................................................................21
5.4.1- Fitoterapia e Fermentados......................................................................................................................21
5.4.1.1- Atonia Ruminal (Timpanismo)..............................................................................................................21
5.4.1.2- Carrapato, Mosca do Chifre, Berne......................................................................................................21
5.4.1.3- Mamite/Desinfetantes.........................................................................................................................21
5.4.1.4- Mamite.................................................................................................................................................21
5.4.1.5- Diarréia.................................................................................................................................................21
5.4.1.6- Mosca do Chifre...................................................................................................................................21
5.4.1.7- Pomada Fitoterápica............................................................................................................................21
5.4.1.8- Repelentes para Carrapato e Mosca do Chifre....................................................................................21
5.4.1.9- Retenção de Placenta...........................................................................................................................21
5.4.1.10- Selador de Teto..................................................................................................................................21
5.4.1.11- Verminose..........................................................................................................................................21
5.4.2- Homeopatia.............................................................................................................................................21
5.4.2.1- Mamite.................................................................................................................................................21
5.4.2.2- Verminose............................................................................................................................................21
5.4.2.3- Piolhos e Pulgas....................................................................................................................................21
5.4.2.4- Formigas...............................................................................................................................................21
5.5- Caldas e Extratos para uso na avicultura
5.5.1- Acaros......................................................................................................................................................21
5.5.2- Coriza.......................................................................................................................................................22
5.5.3- Piolhos.....................................................................................................................................................22
5.5.4- Verminose...............................................................................................................................................22

2
1- Apresentação e conceito
Geralmente, a agricultura orgânica e entendida como um processo de produção agropecuária em que
técnicas específicas são adotadas, por meio da otimização do uso dos recursos naturais e
socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais. Ela tem por
objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a proteção do meio ambiente, a maximização dos
benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não renovável e o emprego de métodos
culturais, biológicos e mecânicos. Portanto, a agricultura orgânica é frequentemente entendida como
a agricultura que não faz uso de produtos químicos. Também há a falsa crença de que ela representa
um retrocesso às práticas antieconômicas de décadas passadas e à produção de subsistência de
pequena escala, usando métodos agronômicos já superados. A realidade, porém, é outra. Embora os
agricultores orgânicos não usem agrotóxicos sintéticos, fertilizantes solúveis, hormônios, sulfas,
aditivos e outros produtos químicos, e utilizem várias práticas que foram muito eficientes no passado,
o conceito é bem mais amplo do que isso. Os métodos alternativos de agricultura são métodos
modernos, desenvolvidos em sofisticado e complexo sistema de técnicas agronômicas, cujo objetivo
principal não é a exploração econômica imediatista e inconsequente, mas, sim, a exploração
econômica por longo prazo, mantendo o agroecossistema estável e autossustentável. Leis e princípios
ecológicos e de conservação de recursos naturais são, assim, parte integrante destes métodos. As
questões sociais são prioritárias, procurando-se preservar métodos agrícolas tradicionais apropriados,
ou aperfeiçoá-los (PASCHOAL, 1994).
O conceito de Agricultura Orgânica, estabelecido em 1984 pelo Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos, pode ser assim descrito “Agricultura Orgânica é um sistema de produção que evita ou
exclui amplamente o uso de fertilizantes, agrotóxicos, reguladores de crescimento e aditivos para a
produção vegetal e alimentação animal, elaborados sinteticamente. Tanto quanto possível, os sistemas
agrícolas orgânicos dependem de rotações de culturas, de restos de culturas, estercos animais, de
leguminosas, de adubos verdes e de resíduos orgânicos de fora das fazendas, bem como de cultivo
mecânico, rochas e minerais e aspectos de controle biológico de pragas e patógenos, para manter a
produtividade e a estrutura do solo, fornecer nutrientes par as plantas e controlar insetos, ervas
invasoras e outras pragas” (EHLERS, 1996).
Mas, segundo PASCHOAL (1994), a Agricultura Orgânica ou Ecológica, pode ser também definida como
sendo “um método de agricultura que visa o estabelecimento de sistemas agrícolas ecologicamente
equilibrados e estáveis, economicamente produtivos em grande, média e pequena escalas, de elevada
eficiência quanto à utilização dos recursos naturais de produção e socialmente bem estruturados que
resultem em alimentos saudáveis, de elevado valor nutritivo e livres de resíduos tóxicos, e em outros
produtos agrícolas de qualidade superior, produzidos em total harmonia com a natureza e com as reais
necessidades da humanidade”.

2- Objetivos

2.1- Objetivos gerais:


Desenvolver e adaptar tecnologias às condições sociais, econômicas e ecológicas de cada região;
trabalhar a propriedade rural dentro de um enfoque sistêmico envolvendo todas as atividades da
mesma; priorizar a propriedade familiar; promover a diversificação da flora e da fauna; reciclar os
nutrientes; aumentar a atividade biológica do solo (o solo é encarado como um organismo vivo e a
base do sucesso da agricultura orgânica); promover o equilíbrio ecológico das unidades de produção
da propriedade; preservar o solo, evitando a erosão e conservando suas propriedades físicas, químicas
e biológicas; manter a qualidade da água, evitando contaminações por produtos químicos ou
biológicos nocivos; controlar os desequilíbrios ecológicos pelo manejo fitossanitário; buscar a
produtividade ótima e não a máxima; produzir alimentos sadios, sem resíduos químicos e com alto
valor biológico; promover a auto-suficiência econômica e energética da propriedade rural; organizar e
melhorar a relação entre os produtores rurais e os consumidores; preservar a saúde dos produtores
rurais e dos consumidores.

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2.2 – Princípios e objetivos específicos:
2.2.1- Princípios:
2.2.1.1- A construção do agroecossistema produtivo e a conversão:
Ecossistema é um sistema funcional de relações entre organismos vivos e seu ambiente, delimitado
arbitrariamente, mantendo um equilíbrio dinâmico e estável, no espaço e no tempo. A manipulação e
a alteração humanas dos ecossistemas, com o propósito de estabelecer uma produção agrícola,
tornam os agroecossistemas muito diferentes dos ecossistemas naturais, ao mesmo tempo que
conservam processos, estruturas e características semelhantes. Veja as ilustrações desses sistemas,
nas Figuras abaixo, propostas por GLIESSMAN (2000).
Os agroecossistemas, comparados aos ecossistemas naturais, têm muito menos diversidade funcional
e estrutural, além do que, quando a colheita é o enfoque principal, há perturbações em qualquer
equilíbrio que se tenha estabelecido, e o sistema só pode ser mantido se a interferência externa com
trabalho e insumos for mantida.

Componentes funcionais de um ecossistema natural. Os componentes identificados como Atmosfera,


Chuva e Sol estão fora de qualquer sistema específico e fornecem insumos naturais essenciais.
Fonte: GLIESSMAN (2000).

Para se converter para a Agricultura Orgânica, o agricultor, de uma maneira geral, deverá fazer uma
série de procedimentos, a exemplo:
- Respeitar um período médio/aproximado de carência que vai até 1-2 anos entre a utilização das
práticas convencionais e a adoção das técnicas ecológicas de produção;
- Melhorar a gestão da propriedade através de anotações (plano de manejo): fazer a listagem de
produtos e/ou procedimentos que não são permitidos: neste contexto encontram-se os agrotóxicos e
os fertilizantes de síntese química, especialmente os nitrogenados;
- Fazer a listagem de produtos e/ou procedimentos tolerados, a critério da organização
certificadora;
- Melhorar a gestão da propriedade através de anotações (plano de manejo): fazer a listagem de
produtos e/ou procedimentos recomendados, onde incluem-se a ciclagem e reciclagem de nutrientes
e de biomassa, o controle de biológico, a rotação de culturas, as plantas de cobertura, adubação
orgânica (verde, estercos e compostos), além, é claro, da recuperação, proteção e conservação dos
recursos naturais, como o solo, a água, a fauna e a flora nativa, entre outros aspectos, onde se inclui
o harmônico relacionamento entre os membros da família.
Por fim, considerar que o processo deve ser conduzido segundo uma sequência lógica e explícita, isto
é, um projeto de conversão. Este projeto basicamente constitui-se de um diagnóstico de toda a
propriedade, levantando todos os recursos disponíveis, além das relações sociais e comerciais que esta
mantém, assim como a ocupação da área e o seu respectivo rendimento físico e econômico.
Segundo a Lei Federal de número 10.831 do MAPA, “todo produto orgânico deverá ser certificado”.

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Portanto, o agricultor, para ser considerado orgânico, deverá cumprir todas as exigências desta lei.
A certificação é também necessária para assegurar a idoneidade do produto e os direitos aos
agricultores de um produto diferenciado. A área ou propriedade estará convertida quando tiver
cumprido os prazos e prescrições previstas nas normas, quando estarão habilitados a receber o selo
de qualidade (ver lei 10.831/2003 do MAPA).

2.2.2- Objetivos específicos:


1. Ofertar produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais.
2. Preservar a diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a recomposição ou incremento da
diversidade biológica dos ecossistemas modificados em que se insere o sistema de produção.
3. Incrementar a atividade biológica do solo.
4. Promover um uso saudável do solo, da água e do ar, e reduzir ao mínimo todas as formas de conta-
minação desses elementos que possam resultar das práticas agrícolas.
5. Manter ou incrementar a fertilidade do solo no longo prazo.
6. Reciclar resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego de recursos não renováveis.
7. Basear-se em recursos renováveis e em sistemas agrícolas organizados localmente.
8. Incentivar a integração entre os diferentes segmentos da cadeia produtiva e de consumo de produ-
tos orgânicos e a regionalização da produção e comércio desses produtos.
9. Manipular os produtos agrícolas com base no uso de métodos de elaboração cuidadosos, com o
propósito de manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas.

3- Certificação
De acordo com a lei 10.831/2003 do MAPA, para que um produto seja comercializado como orgânico,
precisa ter sua conformidade avaliada. Essa avaliação pode ser realizada de três formas: por auditoria
(OAC, individual ou coletivo), sistema participativo de garantia (SPG/OPAC) ou organismo de controle
social (OCS). Tanto o processo por auditoria quanto aqueles pelo sistema participativo permitem o uso
do selo de “produto orgânico”. Já o controle social, que não é uma forma de certificação, está restrito
aos agricultores familiares organizados em grupo e para venda direta aos consumidores, o que inclui
a comercialização de porta em porta, a venda através dos programas de compras públicas de alimentos
(PAA e PNAE) e as feiras livres.

4- Metodologia
A metodologia a ser utilizada neste curso será a de debates técnicos, através de diálogos e
demonstrações visuais de experiências exitosas de técnicos da Emater-MG em todo o Estado de Minas
Gerais. Além dos debates, iremos realizar durante o curso, diversas práticas utilizadas pelos técnicos e
agricultores, permitidos na lei 10.831 do MAPA (lei da agricultura orgânica). A seguir segue um resumo
das técnicas debatidas e a serem realizadas nas práticas do curso e no dia a dia de trabalho.

5- Principais técnicas ecológicas utilizadas na agricultura e pecuária orgânica

5.1- Adubação verde e cobertura morta


O que é adubação verde:
Consiste no cultivo de plantas (ex.:leguminosas, gramíneas, mato espontâneo) que contribuem para a
melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo. Há espécies como leguminosas que se
associam a bactérias fixadoras de nitrogênio do ar, transferindo-o para as plantas. Estas espécies,
também estimulam a população de fungos micorrízicos, que são microrganismos que aumentam a
absorção de água e nutrientes pelas raízes.
Como fazer a adubação verde:
Consórcio: A adubação verde pode ser feita através do plantio das sementes de leguminosas e/ou
gramíneas em consórcio com lavouras permanentes (citros, café, etc.) e anuais (milho, sorgo, etc.).
Depois de crescerem e florirem, estas plantas são roçadas e deixadas no terreno, nas entrelinhas das

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culturas, para se transformarem em adubo natural.
Plantio Direto: Outro método é o plantio direto, que consiste no plantio de culturas de interesse
econômico (milho, feijão, hortaliças, citros, café, etc.) sobre as palhadas de plantas espontâneas (mato
roçado), de leguminosas ou gramíneas, previamente semeadas e manejadas.
As leguminosas, como o feijão guandu, mucuna, crotalária, dentre outras, são capazes de fazer uma
associação com bactérias fixadoras de nitrogênio aumentando significativamente a quantidade deste
nutriente no solo.
Pré-cultivo ou em rotação: Consiste no plantio das sementes de gramíneas e de leguminosas antes ou
depois da implantação da cultura principal. Quando bem cultivadas e manejadas, produzem uma
excelente cobertura morta, proporcionando um ambiente adequado à melhoria das condições físicas,
químicas e biológicas do solo, além de não deixar o solo exposto às ações do sol e da chuva.
Benefícios da adubação verde:
- Aumento do teor de matéria orgânica no solo;
- Proteção do solo contra o impacto das chuvas e da irradiação solar direta, diminuindo índices de
erosão;
- Aumento da retenção de água no solo;
- Recuperação de solo degradados e adensados;
- Diminuição da perda de nutrientes como o nitrogênio;
- Diminuição da incidência de plantas invasoras;
- Aumento da vida microbiana do solo proporcionando a diminuição da incidência de insetos pragas e
de doenças.
- Ciclagem de nutrientes de camadas mais profundas para depósitos nas camadas superficiais.
- A mucuna-preta e o feijão-de-porco promovem a descontaminação de solos afetados com resíduos
de herbicidas.

5.2 – Biofertilizantes sólidos e líquidos

5.2-1- Agrobio:
Indicações de uso:
Adubações foliar e de solo para tratamento de mudas, hortaliças folhosas, hortaliças de frutos e
frutíferas.
Materiais a serem utilizados:
200 litros de água; 100 litros de esterco bovino fresco; 20 litros de leite de vaca ou soro de leite;3 kg
de melaço de cana-de-açúcar; diversos minerais (vejam abaixo).
Modo de preparar:
Misturar e deixar fermentar por uma semana a água, o esterco, o leite ou soro e o melaço. Durante as
7 semanas seguintes (a cada 7 dias), deverão ser acrescentados os seguintes ingredientes:
430 g de bórax ou ácido bórico + 570 g de cinza de lenha + 850 g de cloreto de cálcio + 143 g de sulfato
ferroso + 60 g de farinha de osso + 60 g de farinha de carne + 143 g de termofosfato magnesiano + 1,5
kg de melaço + 30 g de molibdato de sódio + 30 g de sulfato de cobalto + 43 g de sulfato de cobre +
86 g de sulfato de manganês + 143 g de sulfato de magnésio + 57 g de sulfato de zinco + 29 g de torta
de mamona.
Observações de preparo:
a) Antes de serem adicionados à primeira mistura, os produtos deverão ser dissolvidos em um pouco
de água.
b) A calda deverá ser bem misturada duas vezes ao dia.
Nas quatro últimas semanas, adicionar 500 ml de urina de vaca.
Após oito semanas, o volume deverá ser completado com 500 litros de água.
Antes da aplicação o Agrobio deverá ser coado.
Modo de usar:
Tratamento de mudas:

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Foliar a 2% (2 litros do biofertilizante para 98 litros de água).
Hortaliças folhosas:
Foliar a 4% (4 litros do biofertilizante para 98 litros de água) após o transplante e uma semana depois
(ou 2%, duas vezes/semana).
Hortaliças de fruto:
Foliar a 4%, semanalmente.
Fruteiras:
Foliar a 4% (4 litros do biofertilizante para 98 litros de água), em 5 pulverizações/ano,
preferencialmente, em períodos após as podas, colheitas e estresse hídrico.
Nas pulverizações, molhar totalmente as folhas e os ramos das plantas, chegando ao ponto de
escorrimento, para um maior contato do produto com a planta.
Validade do produto: máximo 12 meses.

5.2.2- Tinocão:
Indicações de uso:
Adubações foliar e de solo.
Materiais a serem utilizados:
Tambor com capacidade de 200 litros; água; 40 kg de esterco de curral (fresco); 10 kg de esterco novo
de galinha caipira (ou cama de frango ou torta de mamona); 10 a 20 litros de garapa ou 1 a 2 kg de
rapadura triturada ou açúcar cristal; 3 a 5 kg de cinza de madeira (fogão a lenha) ou 3 a 5 kg pó fino
de carvão; 2 a 3 kg de termofosfato magnesiano ou 5 kg fosfato natural ou farinha de osso; 2 a 3 kg
micronutrientes - FTE-BR 12 (dividido em 3x); 3 a 5 litros de urina de vaca (ou mais de 5 litros); 2 a
3kg de folhas trituradas de diversas plantas: bougainvillea; urtiga; ramos de alecrim; melão-de-são-
caetano; boldo nacional; tomate “orgânico”; alho; capuchinha, crotalária, urucum, mamona, tiriricas,
beldroega, caruru, etc; EM-4 (aproximadamente 3 litros); pode-se acrescentar leite e soro de leite
(máximos 20 litros).
Modo de preparar:
Colocar esterco fresco no tambor ou bombona de 200 litros e sobre ele adicionar os demais
ingredientes. Adicionar água pura, não clorada, até atingir o ponto de 15 a 20 centímetros abaixo do
nível máximo do tambor (espaço vazio de 15 a 20 cm de altura). Agitar bem para uniformizar os
ingredientes repetindo este procedimento 2 a 3 vezes por dia durante as duas primeiras semanas.
Depois, procede-se esta agitação 1 vez por semana. A fermentação total dos ingredientes acontece
em aproximadamente 30 dias. Existem experimentos que apontam um acréscimo de nutrientes ao
deixarmos fermentar por 60 dias).
No momento da utilização do biofertilizante para ser pulverizado, o material deverá ser agitado e,
posteriormente, coado em uma peneira para separar a parte sólida mais pesada. Em seguida, deverá
ser filtrado em um pano ou uma tela fina. Para o uso em adubação de cobertura das plantas via solo,
podemos utilizar o produto sem ser coado (ou apenas retirando os materiais remanescentes mais
grosseiros), utilizando um balde ou um regador sem o bico/chuveiro, como instrumentos auxiliares de
acondicionamento e transporte do fertilizante.
Obs.: O FTE deverá ser colocado aos poucos, semanalmente (dividido em 3x), até completar a
dosagem recomendada. Pode-se substituí-lo por uma outra fonte de boro e de zinco.
Modo de usar:
Foliar: A 10% (10 litros do biofertilizante para 90 litros de água), a cada 15 dias.
Solo: A 30% (30 litros do biofertilizante para 70 litros de água), a cada 7 - 10 dias. A parte sólida
eliminada na filtragem do produto poderá ser utilizada como adubo em canteiros ou covas.

5.2.3- Urina de vaca:


Indicações de uso:
Adubações foliar e de solo.
Materiais a serem utilizados:

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urina de vaca; água
Modo de preparar:
Coletar a urina de vaca no momento da ordenha e armazená-la por no mínimo 3 dias em recipiente
fechado (para transformação da uréia em amônia).
Modo de usar:
Frutíferas:
Foliar: 5% de urina (9,5 litros de água + 500 ml de urina).
Hortaliças:
Foliar: 0,5% na formação de mudas e entre 1 a 3% no campo, dependendo do estágio de
desenvolvimento da planta.
Café:
5% em 2 a 4 pulverizações/ano após a colheita, quando também se pode regar o tronco com 2
litros/planta.
Controle do bicho-mineiro: pulverizar a 15% (3 litros de urina em 17 litros de água).
Formação de mudas com rega: 3% (3 litros de urina em 97 litros de água).
Formação de mudas com pulverização: 1% (1 litro de urina em 99 litros de água).
Tratamento de sementes, manivas de mandioca e toletes de cana: imergi-los, antes do plantio,
durante um minuto, na urina pura – concentração de 100%.

5.2.4- Composto orgânico:


Indicações de uso:
Adubo orgânico utilizado na adubação de plantio e de cobertura.
Para a produção de um composto orgânico de qualidade utilizamos a reciclagem de materiais
encontrados na propriedade (esterco, folhas, palhas, restos culturais, etc.) e o seu enriquecimento
principalmente com fontes de cálcio, fósforo e potássio.
Materiais a serem utilizados:
25% de esterco bovino; 65% de resíduos vegetais; 5% de fosfato natural (ou termofosfato, ou farinha
de osso) ou pós de rocha; 5% cinza de madeira ou pó fino de carvão; água.
Modo de preparar:
Escolha do local adequado: terreno com boa drenagem, pequena inclinação e preferencialmente
protegido de sol e chuva. Misturar palha, capim, restos culturais, sobras de silagem, esterco, cinzas,
fosfatos, etc, antes do empilhamento e, a seguir, fazer o umedecimento dessa massa. (Teste da mão:
espremer o material e verificar o escorrimento entre os dedos. O ideal é que não haja excesso de
umidade, ou seja, o líquido não deve escorrer entre os dedos.) Empilhar. O comprimento poderá variar
de acordo com a quantidade de material a ser compostado. O ideal é formar uma pilha com a mistura
umedecida até 1,20 m a 1,60m de altura. Finalmente, cobrir com palha seca para manter a umidade
e a temperatura. O controle da temperatura se faz com o uso de água e com auxílio de um pedaço de
vergalhão de ferro que deve ser introduzido no centro da pilha. Em compostagens pequenos pode-se
revirar para diminuir a temperatura, mas não se faze necessário de controlar a mesma com água.
Obs.: O período de compostagem depende das temperaturas e do tamanho das partículas dos
materiais e da aeração, como, por exemplo:
Partes pequenas, tipo capim picado, com temperaturas em torno de 60ºC = 55 a 60 dias.
Partes médias, com 15 a 20 cm, com temperaturas em torno de 60ºC = 60 a 80 dias.
Partes inteiras, com temperaturas até 60ºC = em torno de 90 dias.
Somente esterco bovino, com temperaturas de 60 a 70ºC = 30 a 35 dias.
O acréscimo de microrganismos promove a aceleração da decomposição.
A massa não necessita ser revirada nos casos de grandes produções de compostos. Utiliza-se a água.
Acrescentando/inoculando o EM-4 diminui o período de compostagem.

5.2.5- Bokashi alternativo:


Indicações de uso:

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Adubo orgânico utilizado na adubação de plantio e de cobertura das plantas.
Materiais a serem utilizados:
70 kg de cama de frango caipira (ou cama de frango de granjas ou esterco de galinha de granjas ou
caipira ou torta de mamona ou esterco fresco de curral)
20 kg de farinha de osso (ou termofosfato ou fosfato natural)
8 Kg de cinzas de lenha, peneirada (ou pó de carvão)
2 kg de FTE BR12
3 a 4 Kg de açúcar (ou 4 Kg de rapadura triturada ou 40 litros de garapa)
2 (ou mais) litros de microorganimos eficientes (EM-4*)
Modo de preparar:
Misturar os materiais e deixá-los fermentar durante 20 a 30 dias. Na primeira semana a massa
deverá ser revirada diariamente (2 a 3 vezes/dia).
Dosagens e modo de usar:
500 g a 1.000 g/cova (tomate, etc.)
300 a 400 g/m² no preparo de canteiros de hortaliças
300 a 500 g/m em sulcos
1.000 g/cova em fruteiras
*O EM (Effective Microrganisms = Microrganismos Eficientes) é uma suspensão, na qual coexistem
mais de 10 gêneros e 80 espécies de microrganismos eficazes, assim chamados porque agem no solo,
fazendo com que a capacidade natural do solo tenha plena ação. É composto basicamente de
leveduras, actinomicetos, bactérias produtoras de ácido láctico e bactérias fotossintetizantes. Estes
microrganismos poderão ser capturados através da utilização de arroz cozido (sem óleo e sem sal) que
deverá ser colocado em um recipiente de barro (Ex.: telha) e levado para uma mata, permanecendo
por um período mínimo de 7 dias. Após este período, procede-se pela seleção visual das colônias de
microrganismos, eliminando aquelas de coloração mais escura. Em seguida, esfarela-se o arroz
colonizado em um balde com tampa (ou garrafas PET's com tampa ou bombonas com tampa, ou cxs
dágua com tampa), com melaço (ou água com rapadura trirurada ou açúcar) permanecendo em
fermentação aeróbia por um período mínimo de 10 dias e em ambiente escuro. O teor de melaço,
açúcar mascavo ou rapadura (ou açúcar cristal) pode variar mas em média coloca-se 2 a 5% do volume
total, ou seja 4 a 10 kg melaço ou açúcar mascavo (ou rapadura ou açúcar cristal)/200 l de água. O
Melaço é o mais indicado. Em seguida iremos explicar sobre o EM com mais detalhe.

5.2.6- Tsuti koji:


Definição e origem:
Tsuti Koji quer dizer, solo inoculado e rico em micro-organismos. Terra viva e rica em colônias de
microrganismos benéficos.
O Tsuti Koji é o produto obtido da inoculação de micro-organismos selecionados (BIOCAC ou EM-4),
em terra de barranco (estéril), onde estas se multiplicarão e deixarão a terra fofa, viva e utilizável para
a agricultura. Este produto é muito utilizado no Japão para devolver a vida aos solos carentes e
doentios. Esta técnica foi trazida para o Brasil e é utilizada por produtores rurais descendentes de
japoneses em diversas regiões do Brasil.
Objetivo:
A aplicação do Tsuti Koji visa melhorar as propriedades biológicas do solo. Ultimamente a quantidade
de micro-organismos patogênicos têm aumentado consideravelmente no solo, sendo que a aplicação
do Tsuti Koji funciona como um recolonizador de micro-organismos benéficos limitando a atividades
dos micro-organismos patogênicos.
O Tsuti Koji tem um potencial muito grande que através de agentes de fermentação: consegue
transformar os elementos não assimiláveis prontamente como fósforo, cálcio e magnésio em
elementos prontamente assimiláveis para planta. Devido ao seu alto valor de capacidade de troca de
cátions melhora a CTC do solo, melhora o ambiente onde cresce a planta, isso naturalmente ocasiona
aumento de produtividade.

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Ingredientes:
a) Solo: de preferência solo argiloso e onde a raiz não atingiu (terra de barranco), na medida do
possível escolher solo com alto teor de CTC. Melhor utilizar solo ou meio seco.
b) Farelo de arroz: usado para a alimentação do micro-organismo. Evitar o uso de farelo sem
qualidade, endurecido, velho e embolorado.
c) Maisena: ou qualquer outra fonte de amido serve para fornecer energia para os micro-organismos.
d) BIOCAC (o mesmo que o EM 4 – microrganismos eficientes coletados na mata através de uma isca
a base de arroz cozido sem óleo e sem sal). Seleção de micro-organismos, isto é, escolha dos que
melhor atuam na decomposição da matéria orgânica e colonização do solo.
e) Água.
f) Açúcar cristal ou mascavo ou rapadura triturada.
Quantidades:
solo ….....................................500 Kg
farelo arroz (ou de trigo) ......15 Kg
maisena.................................1,5 Kg (ou mais)
BIOCAC (EM-4) ….................. 1,0 L (ou mais)
água …....................…............ 50 – 55%
açúcar …................................1,5 Kg (ou mais)
Modo de preparo:
1- Em um piso limpo, peneirar a terra de barranco e amontoar;
2- Fazer pasta de maisena com água e misturar bem de modo que não fique empelotado;
3- Acrescentar nesta pasta 35 litros de água fervente e o açúcar;
4- Separado, misturar o BIOCAC (ou EM-4) com farelo de arroz;
5- Distribuir essa mistura sobre a terra peneirada;
6- Revolver a mistura para homogeneizar;
7- Com um regador distribuir uniformemente parte da pasta sobre mistura;
8- Misturar novamente;
9- Repetir a operação (7 e 8) até que acabe a pasta;
Detalhes complementares:
1- Fazer o acerto da umidade;
2- Amontoar e cobrir com saco de estopa para que haja boa aeração evitar insolação;
3- Após 24 a 36 horas elevará a temperatura máxima chegando de 50 a 60 graus C;
4- Revolver somente quando atingir esta temperatura máxima;
5- Após 24 horas fazendo-se um corte no monte, pode-se notar crescimento do fungo em camadas,
nas partes superficiais
6- A partir daí revolver a cada dia e em 5 dias ficará pronto;
7- Depois de 3 a 4 reviradas vai começar a secar. Não umedecer. Manter seco;
8- Na última operação de revolvimento, 15 cm da superfície fica igual uma massa de pão e há formação
de uma enorme colônia de micro-organismos;
9- Depois de pronto, colocar em local bem ventilado, fresco e na sombra. Secar o mais rápido possível
evitando contaminação com outros agentes;
10- Armazenar em embalagens que permitam a aeração;
11- A umidade ideal de armazenamento 15%;
Os micro-organismos tem 4 pontos básicos para estarem ativos: temperatura, umidade e nutrientes.
Na falta de um desses fatores os micro-organismos entram em inatividade;
OBS.: O Tsuti Koji pronto tem a cor de chocolate e possui cheiro adocicado.
Modo de usar:
- Aplicar em área total. Dosagem 3,0 t/ha;
- Em solos de baixa fertilidade, aumentar para 5,0 a 6,0 t/ha;
- Solos fumigados com brometo de metila, não aplicar o Tsuti Koji por semanas;
- Substrato para mudas utilizar de 1 a 2% do volume;

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- Desinfecção de solos de estufas na dose de 1000kg de Tsuti Koji/10 m², mais 50 kg de farelo de arroz,
espalhando no solo com 50% de umidade. Deixar a estufa fechada por 7 dias, até que a temperatura
do solo se eleve a 50 graus C diminuindo a infestação dos patógenos;
- O Tsuti Koji pode ser misturado com composto, solos e adubos orgânicos (estercos, farelo de
mamona, etc).

5.2.7- EM:
Quem são os Microrganismos Eficientes (EM)?
Os microrganismos são minúsculos seres vivos. Apesar de extremamente pequenos e simples,
exercem função primordial, desde a captação de energia solar, até suas transformações na Terra. São
dois grandes grupos: os microrganismos de regeneração, e os microrganismos degenerativos. Os
microrganismos regenerativos produzem substâncias orgânicas úteis às plantas, e via metabolismo
secundário podem produzir hormônios e vitaminas. Melhoram as propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo. Estão nesse grupo os microrganismos que constituem o EM. Os microrganismos
degenerativos produzem no seu metabolismo primário substâncias como amônia, sulfeto de
hidrogênio, com ação prejudicial à planta e endurecem o solo. Consequentemente impedem o
crescimento das plantas e favorecem infestações de pragas e doenças. O EM é formado pela
comunidade de microrganismos encontrados naturalmente em solos férteis e em plantas, que
coexistem quando em meio líquido. Quatro grupos de microrganismos compõem o EM: ‒ Leveduras
(Sacharomyces): utilizam substâncias liberadas pelas raízes das plantas, sintetizam vitaminas e ativam
outros microrganismos eficazes do solo. As substâncias bioativas, tais como hormônios e enzimas
produzidas pelas leveduras, provocam atividade celular até nas raízes. ‒ Actinomicetos: controlam
fungos e bactérias patogênicas e também aumentam a resistência das plantas. ‒ Bactérias produtoras
de ácido lático (Lactobacillus e Pediococcus): produzem ácido lático que controla alguns
microrganismos nocivos como o Fusarium. Pela fermentação da matéria orgânica não curtida liberam
nutrientes às plantas. ‒ Bactérias fotossintéticas: utilizam a energia solar em forma de luz e calor.
Também utilizam substâncias excretadas pelas raízes das plantas na síntese de vitaminas e nutrientes,
aminoácidos, ácidos nucleicos, substâncias bioativas e açúcares, que favorecem o crescimento das
plantas. Aumentam as populações de outros microrganismos eficazes, como os fixadores de
nitrogênio, os actinomicetos e os fungos micorrízicos.

Como fazer? Como capturar os microrganismos e fazer a sua multiplicação? Onde utilizar os
Microrganismos Eficientes? Para que servem? Onde atuam?

1) Captura dos microrganismos eficientes: cozinhe aproximadamente 700 gramas a 1,0 kg de arroz
sem óleo e sem sal. Coloque o arroz cozido em bandeja de plástico ou de madeira ou ainda em calhas
de bambu (ou outros materiais que não sejam metais). Aqui iremos citar a bandeja como exemplo.
Cobrir com tela fina visando proteger. Coloque a bandeja com arroz cozido e a tela em mata virgem
pra assim esperarmos alguns dias para capturar os microrganismos. No local onde deixar a bandeja,
afastar a matéria orgânica (serrapilheira). Após colocar a bandeja, a matéria orgânica que foi afastada
deve cobrir a bandeja sobre a tela. Após 7 a 15 dias os microrganismos já estarão capturados e criados.
Reparem que o arroz irá mofar e ficará multicolorido. As colorações brancas, bege claro, rosada,
azulada, amarelada e alaranjada estarão os microrganismos eficientes (regeneradores). As partes com
coloração cinza escuro, marrom e preto devem ser descartadas (deixe na própria mata). Um outro
local muito bom para captura de microrganismos é o interior de uma moita de bambu.
Observação: as colorações no arroz variam em função do tipo de mata onde foram capturados os
microrganismos. Quanto mais diversificada e estruturada for a mata mais cores estarão presentes.
2) Ativar os microrganismos eficientes: distribuir o arroz colorido/colonizado em mais ou menos 5 ou
6 garrafas de plástico de 2 litros ou recipientes de vidro com tampa. Acrescentar mais arroz,
aproximadamente 100 g de arroz cozido, sem óleo e sem sal e também aproximadamente 200 mL de
melaço (ou 300 a 400 g de rapadura ou açúcar mascavo ou açúcar cristal) em cada garrafa. Completar

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as garrafas com água limpa (sem cloro) ou água de arroz. Fechar as garrafas e deixar à sombra por 10
a 20 dias. Liberar o gás (abrir a tampa) armazenado nas garrafas, de 2 em 2 dias. Coloque a tampa e
aperte a garrafa pelos lados retirando o ar que ficou dentro da garrafa (a fermentação deve ser
anaeróbica, ou seja, sem ar, sem presença do Oxigênio). Aperte bem a tampa. Está pronto o EM (neste
momento não há mais produção de gás dentro da garrafa). O EM tem coloração alaranjada. Pode ser
mais clara ou mais escura, o que depende da matéria-prima, não implicando, porém, na qualidade do
produto. O cheiro é doce agradável. No caso de apresentar mau cheiro, o EM não deve ser usado.
Pode ser armazenado por até 1 ano. Observações: ‒ A água tratada com cloro (água de rua, água de
cidade) deve ser previamente colocada em recipiente destampado. Somente após 24 horas a água
poderá ser usada. Isso porque o cloro mata os microrganismos. A água de mina é usada diretamente.
‒ O melado (pode ser substituído por caldo de cana ou açúcar cristal mais escuro) é alimento dos
microrganismos. Por isso faz crescer a comunidade microbiana ativa que pelas reações de
fermentação, produzem ácidos orgânicos, hormônios vegetais (giberelinas, auxinas e citocinina), além
de vitaminas, antibióticos e polissacarídeos, enriquecendo a solução.
Os microrganismos eficientes trabalham na matéria orgânica e por esse motivo têm ampla atuação.
Nos Solos Todos os seres vivos coexistem e se desenvolvem com os microrganismos. A base que
sustenta a cadeia alimentar é o solo e nele habitam os menores seres vivos que são os microrganismos.
Baseando-se neste conceito, descobriu-se que o uso do EM contribui com o fortalecimento natural do
solo. Os microrganismos eficientes têm sido utilizados na revitalização do solo. A presença dos
microrganismos eficientes torna o solo mais rico em energia vital fazendo com que a capacidade
natural de produção seja plena. 16 Para que o solo manifeste sua força e tenha seu equilíbrio é preciso
conservá-lo sempre puro. Quanto mais puro o solo estiver, maior será sua força no desenvolvimento
das plantas. Todos os microrganismos que coexistem no EM realizam trabalhos importantíssimos,
equilibrando o ambiente do solo. Há o controle de microrganismos nocivos e os microrganismos úteis
tornam-se mais numerosos. Esse ambiente no solo, favorece a produção agrícola e as doenças
dificilmente ocorrerão. As respostas do solo tratado com EM são principalmente e diretamente: a)
Recompor a microbiota saudável do solo. Quanto maior a quantidade e a diversidade de vida no solo,
melhor será a qualidade do alimento produzido. Lembrete: a diversidade de plantas implica em
diversidade de microrganismos no solo. b) Restaurar as condições físico-químicas e microbiológicas
do solo. c) Estimular a emergência total das plantas (inclusive as plantas medicinais e as plantas
companheiras) facilitando o manejo e a cobertura do solo. d) Atuar juntamente com a adubação verde
diminuindo a compactação do solo. Aumentar: a agregação, a porosidade do solo, a infiltração de
água, a água disponível no solo e a profundidade de enraizamento. Como consequência há redução
da erosão e da frequência de irrigação. e) Facilitar a decomposição da matéria orgânica, favorecer a
mineralização e a disponibilidade de nutrientes essenciais às plantas. f) Permitir a redução ou a
dispensa do fertilizante químico. g) Biorremediar os solos contaminados neutralizando os metais
pesados e os resíduos de agrotóxicos. Via compostagem também poderá neutralizar resíduos de
petróleo e outros óleos. h) Diminuir ou eliminar doenças e patógenos do solo. i) Acelerar o processo
de compostagem de resíduos. B) Nas Plantas As diversas espécies de microrganismos que compõem
o EM, produzem ácidos orgânicos, hormônios vegetais (giberelinas, auxinas e citocininas), além de
vitaminas, antibióticos e polissacarídeos. Todos esses produtos exercem, direta ou indiretamente,
influência positiva no crescimento da planta. O EM é utilizado no cultivo de hortaliças, cereais, frutas
e flores pelas seguintes razões: a) Melhora o metabolismo das plantas (exemplo: a capacidade
fotossintética). b) Ativa o crescimento radicular. c) Aumenta a germinação, florescimento e
frutificação. d) Ativa a maturidade dos frutos e grãos. e) Faz adubação foliar (semelhante à adubação
nitrogenada). f) Aumenta a produtividade agrícola. g) Melhora a qualidade dos produtos colhidos
(aumenta o teor de proteínas, óleos e o peso de grãos). h) Reduz os prejuízos causados pelo plantio
consecutivo. i) Reduz os danos causados por insetos. j) Elimina o uso de inseticidas pela maior
resistência das plantas (principalmente quando é associado à homeopatia).
3) Na água: os microrganismos eficientes aceleram a decomposição natural dos compostos orgânicos
que poluem a água. Os EM produzem substâncias bioativas que atuam sobre os patógenos da

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putrefação e da produção de gases nocivos que contaminam a água e causam maus odores. O EM é
útil na descontaminação da água e restaura o equilíbrio natural do sistema aquático com efeitos
benéficos e sustentáveis.
4) No saneamento ambiental: os microrganismos eficientes amenizam os impactos ambientais das
indústrias porque atuam na decomposição dos resíduos e efluentes. Com a utilização do EM em
resíduos é possível: 1) Controlar maus odores nas instalações. 2) Eliminar o mau cheiro dos resíduos,
diminuir a produção de gases nocivos como hidrogênio sulfídrico (H2S) e metano. Qualquer tipo de
matéria orgânica poderá ser compostada com EM pois não há produção de odores ofensivos. 3) Ajudar
no controle da poeira. 4) Promover rápida decomposição natural (4 a 6 semanas) das matérias
orgânicas, tratando naturalmente o chorume. No meio rural a família agrícola utiliza o EM no
tratamento dos esgotos e nas fossas. Há redução do mau cheiro e de moscas. A família agrícola é
consciente e compromissada com a Natureza.
5) Na Compostagem: o EM pode ser utilizado na compostagem de resíduos de diversas origens. É
indicado principalmente na compostagem de resíduos de decomposição lenta, como por exemplo:
resíduos com alta relação C/N (partes lenhosas da planta, troncos, galhos, palhadas), gramíneas,
gorduras, dentre outros. O EM acelera a decomposição reduzindo o tempo de compostagem.
6) Na criação de animais: O EM melhora o ambiente do manejo da criação reduzindo o estresse e
melhorando a qualidade de vida dos animais. Não se deve utilizar o EM como se fosse remédio ou
vacina, mas como meio de melhorar o ambiente (dentro e fora da instalação de criação animal) e o
organismo dos animais. O EM é ser vivo e com a sua utilização é possível obter condições bem
próximas às encontradas na natureza, melhorando a qualidade de vida dos animais, porque: a)
Controla cheiros desagradáveis em instalações com animais (suinocultura, aviários, canis, etc.). b)
Limpa e elimina o cheiro em animais (banhar com solução de EM). c) Fonte de vitaminas e de outros
nutrientes. d) Diminui moscas e carrapatos. e) Melhora a manutenção da cama (aumento do período
de uso da cama e redução do custo). f) Melhora a qualidade de produtos da agropecuária e o tempo
de conservação pós-colheita. g) Reduz o uso de desinfetantes e medicamentos. h) Reduz os custos. i)
O animal torna-se mais saudável e com melhor aparência. Quando aplicado na pastagem o EM/solo
ativa o crescimento da pastagem aumentando a disponibilidade de alimento aos animais.
7) Outros usos: o EM é utilizado na limpeza da casa: pisos, paredes, azulejos, janelas, vasos sanitários,
ralos de pia, caixa de gordura. O EM retira a gordura e o mau cheiro proporcionando ambiente limpo
e harmonioso. Qual é a vantagem? Abandonar produtos químicos de limpeza, tóxicos e poluidores do
ambiente. Outra vantagem? A redução de casos de alergia ou intoxicação dos moradores das casas
(inclusive animais de estimação e criação). O EM também pode ser utilizado na lavagem de roupas.
Seu uso não elimina manchas, mas elimina “aquele cheiro de suor” impregnado nas roupas usadas
(como, por exemplo, as “roupas de cama”). O EM retira a ferrugem em maquinarias e instalações.
Formas de utilização do EM Na maioria das vezes, o EM deverá ser diluído, podendo ser utilizado de
várias formas. Depende do equipamento disponível, da fase da cultura, preparo de solo, e outros usos.
A partir da experiência popular há algumas sugestões.
8) Nos solos e nos berçários de plantio: Cada 1 litro do EM dissolver em 1000 litros de água. Está
pronto o EM/solo (solução de aplicação ao solo). Lembrete: a água tratada com cloro deve ser
colocada um dia antes em recipiente destampado, por 24 horas. No dia seguinte acrescente o EM. O
cloro mata microrganismos. O EM/solo é utilizado na pulverização da terra como ativador/acelerador
da decomposição da matéria orgânica, contribuindo com o aumento da vida no solo. É tecnologia de
mobilização dos nutrientes. O bom preparo do solo é feito cobrindo o solo com produtos naturais de
origem vegetal (folhas, adubação verde, capim picado, restos de cultura, etc.) e de origem animal
(esterco, “cama de galinha”). Molhar o solo ou as leiras com a solução de EM/solo. Atenção! Molhar
bem as leiras. Após a aplicação do EM/solo cobrir as leiras com capim ou palha. Manter o solo úmido.
Esperar 7 a 10 dias até o semeio ou o transplante das mudas. Além de aplicado diretamente sobre o
solo a ser cultivado, o EM pode ser aplicado sobre a cobertura verde do solo, como pastagens,
gramados ou plantações. Na recuperação de solos degradados a sugestão de dosagem e frequência
de uso é a seguinte:

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• 100 a 200 L por ha, realizando 4 a 8 aplicações anuais;
• 1º ano ‒ 200 L por ha / 8 aplicações por ano;
• 2º ano ‒ 150 L por ha / 6 aplicações por ano;
• 3º ano em diante ‒ 100 L por ha / 4 aplicações por ano. Seja criativo, observe seu solo e o ambiente.
Essas sugestões podem ser alteradas mediante as necessidades locais. A matéria orgânica é essencial
na manutenção do solo vivo, no desenvolvimento sadio das plantas e por ser reservatório de
nutrientes e estruturar o solo (grumos, poros, circulação de ar e água). Os Microrganismos Eficientes
aceleram a degradação da matéria orgânica bruta. Isso é bom, pois disponibiliza alimento às plantas
promovendo crescimento e produtividade. Entretanto, é importante sempre enriquecer com matéria
orgânica a área de cultivo. O uso de partes vegetais lenhosas (galhos, troncos de árvore, etc.) e de
gramíneas (capins, milho, etc.) favorece o uso do EM. Esses produtos naturais são de decomposição
mais lenta, mas garantem a continuidade da matéria orgânica no solo. O EM é um ser vivo. Deve-se
ter cuidado no manejo dos microrganismos de modo que seja feita sua fixação no solo. Por isso é
essencial a matéria orgânica. Outras práticas de manejo aumentam no solo os alimentos da microvida
destacando as seguintes:
1 ‒ Manter o solo coberto por vegetação, palhada e restos de planta.
2 ‒ Evitar sempre que possível revolver o solo (aração e gradagem). A matéria orgânica deve ficar
sobre o solo. Não é preciso enterrar.
3 ‒ Roçar o mato e deixar sobre o solo.
4 ‒ Rotação de culturas e adubação verde diversificada.
5 ‒ Cultivos consorciados com leguminosas e com gramíneas.
6 ‒ Retorno da matéria orgânica ao solo.
7 ‒ Plantio de árvores como quebra-ventos (por exemplo nas pastagens). Plantio de árvores
sombreando culturas (por exemplo no cafezal) e consórcio de plantas de porte elevado com plantas
de pequeno porte (a ex. do sistema agroflorestal).
8 ‒ Uso de composto e compostagem laminar.
Pulverização das plantas:
A pulverização das plantas é feita com o EM/planta. Como produzir o EM/planta? Adicione em 100
litros de EM/solo, ½ litro de vinagre. Está pronto o EM/planta. É indicado após a germinação ou em
culturas já estabelecidas. Aplicar via pulverizações foliares ou via regador. Fazer aplicação semanal até
melhorar a estrutura do solo ou melhorar a saúde da planta. Depois fazer pulverizações quinzenais.
No ano em que se começa a usar o EM o número de aplicações é maior. Se as condições de
crescimento das plantas estiverem em ordem, ano após ano, a frequência pode diminuir. Pulverizar
no período da manhã ou após a chuva.
Inoculação de sementes:
Coloque as sementes imersas em solução de EM/solo durante 1 hora. Sementes que absorvem mais
água ficam tempo menor. Sementes que absorvem menos água ficam maior tempo imersas. Pode ser
feita a peletização das sementes. Umedecer sementes com a solução EM/solo. Acrescentar cinza de
fogão ou farelo (pode ser farelo de arroz, soja, mamona, etc.) envolvendo as sementes. Pronto, está
feita a peletização.

5.2.8- Minhocultura:
Definição:
A minhocultura é a criação racional de minhocas, sob condições minimamente controladas,
com o objetivo de produzir húmus para adubação orgânica.
Escolha do local e tipos de minhocário:
Existem vários tipos de minhocário: dos mais simples, montados apenas com as leiras de
matéria orgânica no próprio chão, até os mais caros, feitos com canteiros de tijolos e piso de
concreto. É possível também aproveitar instalações já existentes na propriedade, como
galpões e paióis sem atividades da propriedade. A tomada de decisão passa também na
questão financeira sendo que, em muitos casos, o mais indicado é fazer um minhocário de

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baixo custo e pouca manutenção, que possa servir para produzir húmus a partir do esterco
dos animais e dos restos de frutas e verduras da horta da propriedade. Os canteiros devem
ser construídos com materiais de alvenaria ou utilizando bambus e lonas plásticas. Este tipo
de instalação precisa ser muito bem localizado, pois é necessário proteger o minhocário da
chuva e do sol direto. Uma alternativa é montá-lo na sombra de uma árvore, num terreno
que apresente uma leve declividade. Assim, evita-se o encharcamento da área, a lavagem dos
nutrientes dos húmus e a insolação direta nas horas mais quentes do dia. É desejável também
proporcionar uma cobertura de palha sobre o minhocário, para melhorar estas condições
sempre que possível. Contudo, é importante observar que os minhocários ao ar livre nunca
fiquem próximos a riachos ou poços de água, pois o chorume do esterco pode contaminar a
água da propriedade. Em geral, não se recomenda fazer um minhocário com mais de 1 m de
largura e não mais do que 40 a 50 cm de altura, porque isto dificulta o manejo do canteiro e
pode comprometer a vida e a multiplicação das minhocas. Por sua vez, o comprimento pode
variar com o espaço e alimento disponível. O esterco deve estar semi-curtido, ou seja, é
preciso fazer uma pré-compostagem antes de oferecê-lo às minhocas e poderá também ser
enriquecido com uma fonte de fósforo (pós de rochas, fosfatos naturais, termofosfatos,
farinha de osso) a 1 ou 2% (1 a 2kg destas fontes minerias/100 kg de esterco de curral). Para
tanto, deve-se montar uma pilha de 30 cm de altura com o esterco a ser preparado e
emparelhar o seu topo. A pilha deve ser umedecida periodicamente para que nunca fique
ressecada externamente, evitando, porém, o escorrimento do chorume, pois, neste caso,
perde-se uma grande parte dos nutrientes. A cada 2 ou 3 dias, o monte de esterco deve ser
revirado, invertendo a parte de baixo com a parte de cima. O processo de pré-compostagem
do esterco pode se estender por 15 a 25 dias, conforme as condições climáticas. Para poder
ser usado, a temperatura do esterco não deve ser superior a 30°C. É possível ter uma idéia
aproximada desta temperatura enfiando um pedaço de barra de ferro de construção no
monte de esterco, mantendo-a por um período de 30 a 60 minutos. Se ao final deste tempo
não for possível segurá-la na mão, o esterco ainda está muito quente e não deve ser usado.
Se o material que será fornecido ficou guardado ao ar livre, também é necessário verificar se
não há nele minhocas de espécies diferentes da Vermelha-da-Califórnia (compare a cor e o
tamanho de indivíduos adultos), aranhas, formigas ou outros insetos. A minhoca Vermelha-
da-Califórnia se alimenta de praticamente qualquer resíduo de origem animal ou vegetal.
Dentre os materiais mais usados, estão os estercos e os restos de culturas. O esterco bovino
é o mais utilizado na produção de húmus, por sua grande aceitação pelas minhocas e pela
facilidade de ser obtido nas propriedades familiares. Também é possível usar estercos de
outros animais, como porcos, aves, cavalos, ovelhas ou coelhos. Contudo, estes requerem
alguns cuidados adicionais antes de serem ofertados às minhocas e por isso somente são
indicados para os minhocultores com maior experiência. Ao contrário do que muitos pensam,
não é recomendado alimentar as minhocas com estercos “verdes”.
Umidade:
Durante o processo de produção de húmus pelas minhocas, o fator mais importante a ser
observado é a umidade do alimento. Deve-se procurar manter o esterco sempre com a
umidade em torno de 80% a 85%, nunca permitindo que a umidade fique abaixo de 50%. Para
fazer o controle da umidade de forma prática, se pega um pouco do material na mão e aperta-
se: se não escorrer água, é sinal que está seco e é preciso umedecer; se surgirem algumas
gotas entre os dedos, a umidade está adequada; mas se houver escorrimento de grande
quantidade de água pela mão e braço, então se deve suspender o molhamento do minhocário
até que a umidade retorne aos níveis indicados. As minhocas gostam de ter uma alimentação

15
diversificada. Assim, a incorporação ao esterco de resíduos vegetais existentes da
propriedade, como palhas, restos de frutas e hortaliças impróprias para o consumo ou sem
valor comercial, pode ser uma boa alternativa. Contudo, é preciso ter alguns cuidados,
evitando que plantas doentes possam ser incorporadas ao húmus que posteriormente será
utilizado para adubar outras plantas da mesma espécie ou da mesma família. Também é
importante evitar o acúmulo de restos vegetais muito suculentos, pois isto pode atrair
moscas, outros insetos e até ratos, além de fermentar, prejudicando o desenvolvimento das
minhocas. Sempre que possível, estes resíduos devem ser picados, pois facilita a sua
decomposição e consumo pelas minhocas.
A coleta do húmus:
Mesmo sendo grandes produtoras de húmus, apenas 60% da matéria orgânica consumida
pela minhoca Vermelha-da-Califórnia é transformada em húmus. Os demais 40% a minhoca
usa para seu próprio desenvolvimento e reprodução. Assim, para cada 10 kg de esterco serão
produzidos aproximadamente 6 kg de húmus. Apesar desta diferença em quilos, o húmus de
minhoca é um produto muito superior ao esterco. As minhocas conseguem concentrar e
disponibilizar no húmus os elementos nutricionais necessários às plantas de forma mais
rápida do que a decomposição natural do esterco. O húmus ainda possui uma grande
quantidade de hormônios vegetais importantes para o crescimento e desenvolvimento das
plantas, além de conter uma grande quantidade de microorganismos que auxiliam na
decomposição da matéria orgânica e na microbiodiversidade do solo. É importante ressaltar
que as minhocas não aumentam os níveis de nutrientes no húmus, mas apenas os tornam
mais disponíveis para as plantas. Ou seja, um esterco de baixa qualidade resultará em um
húmus igualmente ruim, independente da espécie de minhoca ou manejo adotado. Da
mesma forma, as características químicas de cada lote de húmus produzido poderão variar
conforme o esterco da espécie animal, da sua idade, alimentação e até tipo de criação. Essa
variação também é válida para os resíduos vegetais. Assim, é muito importante que o
minhocultor que pretende vender húmus realize análises periódicas do húmus produzido,
especialmente quando há troca de fornecedor de esterco ou mudança no sistema de
produção dos animais na propriedade. O momento da coleta do húmus pode ser percebido
de forma prática ao realizar uma análise visual do material no canteiro. A coloração do húmus
pronto é escura e uniforme, com um odor agradável de terra molhada e uma granulometria
que lembra o pó-de-café. Numa observação mais criteriosa, pode-se notar também que as
minhocas diminuem de tamanho quando o húmus está pronto, sinalizando que não há mais
alimento no canteiro. O húmus fica pronto entre 45 e 90 dias aproximadamente, dependendo
das condições climáticas, da qualidade do alimento e da população de minhocas no canteiro.
Para utilizar o húmus produzido, é necessário retirar as minhocas que estão nele. Ao adotar
o sistema de alimentação em camadas, este processo fica muito mais fácil, pois a grande
maioria das minhocas está na camada superficial do canteiro, onde recebeu a última
alimentação. A forma mais prática de realizar esta retirada é com o auxílio de iscas. A isca
nada mais é do que esterco novo colocado sobre uma rede que permite que a minhoca
atravesse em busca do alimento. As minhocas da isca podem então ser transferidas para um
outro canteiro que se deseja iniciar. Este processo deve ser repetido tantas vezes quantas
forem necessárias, até o momento em que poucas minhocas apareçam na isca. Mesmo após
o uso das iscas, algumas minhocas permanecerão no húmus e outras tantas ainda nascerão
dos casulos ali existentes. Isto apenas será um problema se a intenção do minhocultor for
vender húmus. O ideal é que, quando pronto, o húmus seja retirado do canteiro e
armazenado em local sombreado e protegido da chuva, onde os microorganismos irão

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finalizar o processo de humificação da matéria orgânica.
O húmus atinge sua melhor qualidade química cerca de 3 meses após o armazenamento e
começa a perder estas propriedades a partir de 12 meses.
Uso na agricultura:
O húmus é rico em nutrientes e de rápida absorção pelas plantas. Pode ser utilizado em diversas
culturas, principalmente na horticultura e em paisagismo. As dosagens variam de cultura para cultura
e da fertilidade do solo. É também muito utilizada pelos produtores orgânicos como substrato para
produção de mudas de hortaliças.

5.3- Caldas minerais, naturais, vegetais e controle biológico para uso na agricultura orgânica

5.3.1- Calda sulfocálcica:


Indicações de uso:
Controle de doenças fúngicas, ácaros e insetos.
Materiais a serem utilizados:
Para 10 litros de calda:
2,5 kg de enxofre ventilado (enxofre pecuário/flor de enxofre; 1,2 kg de cal virgem pura ou 2,0 kg de
cal hidratada e bem calcinada; 2 tambores/latas (com capacidade mínima de 18 litros)).
Modo de preparar:
Colocar aproximadamente 10 litros de água para ferver, em dois tambores de ferro ou latão, cada qual
com 5 litros de água. Colocar 2,5 kg de enxofre peneirado em um dos tambores (esmaltado de
preferência ou de ferro, nunca de cobre), fora do fogo. Adicionar (lentamente e ir mexendo) e longe
do fogo, 5 litros de água quente e mais 1 copo de álcool (ou cachaça) sobre o enxofre peneirado, para
facilitar a mistura. Se não tiver o álcool ou a cachaça também dará certo. Em seguida, agitar
fortemente essa calda com um bastão de madeira ou colher de pau até formar uma pasta. Espalhar
em cima da pasta, aos poucos, 1,2 kg de cal virgem moída (ou 2,0 kg cal hidratada) e adicionar mais 5
litros de água quente, mexendo continuamente a mistura.
Colocar o tambor sobre o fogo intenso e deixar a mistura cozinhando durante 10 a 15 minutos.
Acrescentar à pasta mais água fervendo, até completar/manter o volume de 10 litros (o tambor deve
apresentar no seu lado interno uma marca para indicar este volume). Deixar ferver em fogo alto por
mais 30 minutos, devendo-se repor a água perdida por evaporação, mantendo constante o volume
inicial de 10 litros. Essa reposição deverá ser feita com a água quente do outro tambor (uso de água
quente reduz o tempo de preparação da calda). No início, a calda apresenta coloração amarelada;
com o tempo de preparo, vai-se transformando num tom avermelhado cada vez mais intenso e, por
fim, evolui para um líquido transparente de cor pardo-avermelhada ou vinho e de fundo preto ou café.
Ao atingir esse ponto, deverá ser retirado do fogo.
Deixar a calda coberta por um descanso de 12 horas, após o qual será formado um precipitado
(resultante da reação do enxofre com a cal). A partir daí, deve-se recolher apenas o sobrenadante com
uma caneca esmaltada ou de plástico e coar em pano (saco de pano). A solução não deverá ser agitada.
Realizar a leitura com o densímetro - Aerômetro de Baumé. Considera-se boa a calda na faixa de 28º
a 32º Baumé.
Dosagem:
1 a 2% (200 a 400 ml/20 l de água).

5.3.2- Calda bordalesa:


Indicações de uso:
Fungicida, repelente de insetos (vaquinhas, cochonilhas e trips).
Materiais a serem utilizados:
200 g de sulfato de cobre; 200 g de cal virgem (ou aproximadamente 350 g de cal hidratada); 20 litros
de água.
Modo de preparar:

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Dissolver as 200 g de sulfato de cobre em 10 litros de água dentro de um balde de plástico. Caso
necessário, para melhor dissolver o sulfato de cobre, pode-se usar água um pouco morna. Em outro
recipiente, com capacidade superior a 20 litros, colocar 200 g de cal virgem (ou 300 g de cal hidratada)
e, colocar um pouco de água e em pequenas quantidades, sempre mexendo com uma colher de pau
até formar uma pasta consistente. Este procedimento se chama “queima da cal virgem”. Chega a
esquentar o balde e a sair fumaça. Este procedimento demora alguns minutos. Em seguida, juntar
água até completar 10 litros. Caso for usar cal hidratada, não há necessidade desta “queima da cal”.
Coloca-se as 350 gramas de cal em 10 litros de água e agita-se com uma colher de pau.
Após este procedimento, despejar a calda contendo o sulfato de cobre sobre a calda, contendo a cal
ou, então, em um terceiro recipiente de capacidade superior a 20 litros, juntar as duas soluções
simultaneamente, sempre em pequena quantidade, agitando a mistura durante o processo de
preparação. Para verificar se a calda apresenta pH neutro (desejável), mergulhar na solução uma
lâmina de canivete bem limpa, durante meio minuto, e, ao retirá-la, observar se houve formação de
ferrugem sobre ela, o que indica acidez. Se isso acontecer, juntar mais um pouco da solução de água
e cal, até que não mais se processe a reação.
Modo de usar:
A aplicação da calda deverá ser feita no mesmo dia de seu preparo.
Em plantas novas, deverá ser usada a metade da quantidade de sulfato de cobre e de cal virgem.
Pulverizar preferencialmente em horários de temperatura amena. Se usar cal hidratada ao invés de
cal virgem, a dosagem deve ser 1,8 vez maior.
A calda bordalesa pode ser misturada com os inseticidas, como: o extrato de fumo, extrato de
confrei e outros extratos.
Casos especiais - dosagens para 20 litros de água.
Cultura Sulfato de Cobre (g)* Cal Virgem (g)*
Abobrinha, alface, chicória, 50 a 100 150 a 100
caqui, couve, repolho morango, pepino, etc.
Alho, batata, beterraba, cebola 100 a 200 100 a 200
Cucurbitáceas 30 a 60 30 a 60
Solanáceas (tomate, pimentão, pimenta, etc.) 100 a 200 100 a 200
* as dosagens variam em função do estágio de desenvolvimento das doenças. Dosagens menores
para os estágios iniciais das doenças e dosagens maiores para os estágios mais avançados.

5.3.3- Calda viçosa:


Indicações de uso:
Adubo foliar e fungicida.
Materiais a serem utilizados:
20 litros d’água;
100 g de sulfato de cobre (em épocas propensas a maiores ocorrências de doenças fúngicas, essa
dosagem poderá chegar a 200 g;
40 g de sulfato de zinco;
40 g de ácido bórico;
120 g de sulfato de magnésio;
100 a 130 g de cal hidratada (ou 170 a 200 g de cal hidratada).
Modo de preparar:
Misturar a quantidade, especificada anteriormente, de sulfato de cobre + sulfato de zinco + sulfato de
magnésio + ácido bórico em recipiente de plástico (balde) contendo 10 litros. Em outro recipiente de
plástico de capacidade mínima de 20 litros, colocar 10 litros d’água e adicionar a quantidade de cal
hidratada especificada anteriormente. Despejar os 10 litros de água contendo os minerais sobre os 10
litros contendo a cal virgem ou a cal hidratada, tb previamente diluída em água.
Obs.: Não aplicar calda bordalesa e viçosa em goiabeira quando os frutos atingirem diâmetro superior
a 2 cm. Aplicar a calda viçosa isoladamente, sem inseticidas ou espalhantes. Agitar o pulverizador

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antes e durante a aplicação. Não guardar a calda preparada de um dia para o outro. Lavar bem os
equipamentos após a aplicação, evitando assim sua corrosão.

5.3.4- Calda detergente neutro e óleo de cozinha:


Indicação de Uso:
Controle de pulgões e de mosca-branca.
Ingredientes:
10 litros de água; 100 a 150 ml da mistura (óleo + detergente neutro)
Modo de preparo e uso:
Em uma garrafa PET de capacidade de 2 litros adicione 500 ml a 900 ml de óleo de soja (1 lata ou 1
frasco), 1/2 litro de detergente neutro (1 frasco). Agitar bem, homogeneizando a mistura. Colocar a
dosagem indicada em um pulverizador com 10 litros. Aplicar nas plantas atacadas procurando atingir
toda área atacada. Uma única aplicação é poderá ser o suficiente para controlar a população das
insetos pragas. As plantas devem ser observadas e caso seja necessário fazer uma segunda aplicação,
repetir 15 dias após a primeira aplicação. Aplicar a calda nas horas mais frescas do dia,
preferencialmente no final da tarde.
Na hora da aplicação da calda, pode misturá-la com extratos de plantas (NIM, Santa Bárbara, mamona,
pimenta do reino + alho, etc.) tornando a calda de espectro maior (controle outras pragas).

5.3.5- Calda de leite:


Indicações de uso:
Fungicida (oídio, míldio e outras), ácaro, ovos de lagarta.
Materiais a serem utilizados:
0,5 a 1 litro de leite natural, in natura e de boa procedência; 10 litros de água.
Modo de aplicação:
Pulverização semanal a quinzenal.
Indicação de uso:
Isca atrativa.
Materiais a serem utilizados:
Saco de estopa ou de algodão; leite.
Modo de aplicação:
Embeber os sacos de algodão ou de estopa no leite e espalhá-los próximos dos canteiros ou das
plantas. Nos períodos da manhã, inverter os sacos e matar mecanicamente as lesmas que se
aninharam por debaixo desse material.

5.3.6- Extrato de macerado de mamona:


Indicação de uso:
Controle de formigas cortadeiras e de cupins.
Materiais a serem utilizados:
Mínimo 4 folhas de mamona para cada litro de água.
Modo de preparar:
Retirar os talos das folhas e triturá-las. Deixar de molho na água em local escuro por cerca de 12 horas.
Modo de usar:
Para controle de formigas:
Coar e regar com fartura os olheiros dos formigueiros.
Para controle de cupim de montículo:
Fazer a perfuração vertical e central do cupinzeiro (que pode ser feito com auxílio de um cano de ferro
chanfrado na extremidade), até que se atinja a câmara celulósica. Percebe-se facilmente que se atingiu
a câmara celulósica, uma vez que não se constata mais resistência na penetração. Despejar, com
fartura, o Extrato de Mamona Aquoso (EMA) dentro do orifício perfurado.

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5.3.7- Extrato de nim:
Indicações de uso:
Inseticida (traças, lagartas, larva minadora dos citros, pulgões, gafanhotos).
Materiais a serem utilizados:
Para pulverização foliar:
300 g de folhas secas ou 600 g de folhas verdes; 50 g de sabão; 10 litros de água.
Modo de preparar:
Em um vasilhame colocar 20 litros de água e a quantidade recomendada de folhas, picadas ou batidas
em liquidificador com um pouco de água. Deixar em repouso durante 12 horas.
Modo de usar:
A mistura deverá ser coada e utilizada em pulverização no mesmo dia. Para aumentar a eficiência,
acrescentar 50 g de sabão neutro derretido em banho-maria aos 20 litros de calda diluída.

5.3.8- Extrato primavera (bougainvillea):


Indicação de uso:
Controle do trips (vetor do “vira cabeça” do tomateiro) e pequenos insetos em geral.
Materiais a serem utilizados:
200 a 300g de folhas de bougainvillea; 1 litro de água.
Modo de preparar:
Bater no liquidificador 200 g (300 g) de folhas de buganvília com 1 litro de água. Deixar de molho por
12 horas, coar e em seguida diluí-lo em 20 litros de água.
Modo de usar:
Pulverizar imediatamente (em horas frescas do dia). Não pode ser armazenado. Para tomateiro,
pulverizar semanalmente até 60 dias após o transplantio.

5.3.9- Extrato de alho e pimenta do reino:


Indicações de uso:
Fungicida e inseticida (pulgões e vaquinhas).
Materiais a serem utilizados:
Receita 1:
2 litros de álcool; 100 gramas de alho macerado; 20 litros de água; 100 g de pimenta-do-reino; 30 a
50 gramas de sabão neutro.
Modo de preparar:
Numa garrafa colocar 1 litro de álcool + 100 g de pimenta-do-reino. Em outra garrafa colocar 1 litro
de álcool + 100 g de alho macerado. Deve-se manter a garrafa fechada durante 7 dias.
Modo de usar:
No momento da aplicação, diluir: 20 litros de água + 200 ml da calda de pimenta-do-reino + 100 a 200
ml da calda de alho + 30 a 50 gramas de sabão neutro (previamente dissolvidos em 1 litro de água
quente). Pulverizar periodicamente, de 7 em 7 dias, nas horas de temperatura amena do dia.
Receita 2:
Bater no liquidificar com aproximadamente 1 L de água: 100 gramas de alho macerado; 100 g de
pimenta-do-reino; coar e depois diluir em 10 L de água (altas infestações) ou em 20 L de água (baixas
infestações), sempre acrescentando um espalhante adesivo (sabão neutro ou detergente neutro).

5.3.10- Controle biológico e insumos biológicos:


O uso de insetos predadores e de microrganismos para controlar ovos de insetos e até mesmo insetos
adultos danosos na agricultura, vem crescendo a cada ano. O mesmo vale para o controle de doenças
através do uso de microrganismos específicos.

5.3.11- Homeopatia:
A homeopatia também está em ascensão na agricultura orgânica, principalmente na horticultura e na

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cafeicultura.

5.4- Caldas e extratos para uso na pecuária orgânica

5.4.1- Fitoterapia:
5.4.1.1- Atonia ruminal (timpanismo): 250 gramas de café, 1 copo de cachaça, 1 litro de água.
Misturar tudo e dar uma garrafa para o animal.
5.4.1.2- Carrapato, mosca do chifre e berne: 100 gramas de grimpa de araucária torrada e moída com
2 kg de sal mineral. Máximo 3 dias de tratamento. A panela deve ser usada só para isto pois é tóxico.
5.4.1.3- Controle de mamite/desinfetantes: Carqueja, hortelã, erva-de-bugre, picão preto. Ferver 50
gramas em 1 litro de água por 3 minuto. Usar para selador de tetos ou em equipamentos.
5.4.1.4- Mamite: 50 gramas de babosa picada, em cima da ração, de manhã e à tarde, por 10 dias.
5.4.1.5- Diarreia de terneiras: Casca de romã, pitangueira, goiabeira. 20 gramas da planta em 1 litro
de água. Fazer a infusão e dar ao animal 2 vezes por dia.
5.4.1.6- Mosca do chifre: Catinga de mulata no óleo. Deixar macerar e passar no animal.
5.4.1.7- Pomada fitoterápica – Feridas, amochamento, castração: tanchagem (transagem), confrei,
mil ramas, calêndula, carqueja. 20 gramas de planta verde e 100 g de vaselina ou banha de porco sem
sal.
Fritar até as folhas secarem. Mistura 1 colher sobremesa cera de abelha picada. Validade 1 ano.
5.4.1.8- Repelente para carrapato e mosca do Chifre: 450 gramas de esterco; 450 gramas de água, 50
gramas de mel, 50 gramas de cinza. Colocar num recipiente fechado e deixar fermentar por 30 dias.
Coar com um pano. Diluir a 5% em água e pulverizar sobre os animais.
5.4.1.9- Retenção de placenta: 1 a 2 de cebolas picadinhas. Colocar a cebola picadinha dentro do
útero da vaca, com auxílio de luvas de inseminação. As cebolas picadas devem ser introduzidas 8 dias
após o parto (vacas) ou 12 dias após o parto (novilhas).
5.4.1.10- Selador de teto: 200 gramas de linhaça em 2,5 litros de água. Ferver até desmanchar a
linhaça (ficar gelatinosa). Adicionar 200 ml de iodo. Pode usar o iodo desinfetante comercial. Guardar
em vidros escuros.
5.4.1.11- Verminose:
Receita 1: 30 gramas de eucalipto limão por 5 dias. Repetir em 21 dias.
Receita 2: 2 folhas grandes de bananeira por novilha, 1 vez ao dia por 5 dias, e 1 folha grande por
terneira por cinco dias. Repetir a cada 21 dias.

5.4.2- Homeopatia:
5.4.2.1- Mamite: Strepetococcinum CH8; Staphyloccinum CH 8; Pulsatilla CH 200; pingar 45 gotas em
1 kg de açúcar cristal e depois misturar no sal mineral; Validade 180 dias álcool 20%.
5.4.2.2- Verminose: Sulphur CH 20; Cina Marítima CH 200. 45 gotas em 1 Kg de açúcar; espalhar bem
e misturar no sal mineral; Validade 180 dias álcool 20%.
5.4.2.3- Staphysagria CH 13 contra Piolho e pulgas: 5 gotas na língua1 vez por dia. No ambiente: 45
gotas em um litro de água e pulverizar o ambiente. Validade 180 dias álcool 20%.
5.4.2.4 Para Formigas: Belladoba CH199; Appis CH 10. Aplicar no Ambiente: 45 gotas em 1 litro de
água e pulverizar o local ou plantas onde estão as formigas.

5.5- Caldas e extratos para uso na avicultura orgânica

5.5.1- Ácaros (perda de penas/depenagem): Óleo de Neem (1%) + detergente neutro (0,3%); diluir
100 ml de óleo de nem e 30 ml de detergente neutro em 10 litros de água, mexendo bem com uma
colher de pau; pulverizar as aves (em média 200 ml da calda/ave adulta); 3 pulverizações com
intervalos de 7 dias;
5.5.2- Coriza: Alho e limão; macerar 2 a 3 dentes grandes de alho; espremer 5 a 6 limões grandes;
colocar tudo em 1 litro de água mineral ou filtrada ou fervida/fria; separar as aves doentes e fornecer

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somente esta água com alho e limão até a melhora; casos + graves recomenda-se fornecer o alho
macerado, 2 a 3 vezes/dia, diretamente no bico das aves. Também auxilia no combate de vermes
5.5.3- Piolho: forrar os ninhos das aves com galhos e folhas de erva de Santa Maria ou Mastruz;
fornecer estas folhas às aves (também atua como vermífugo).
5.5.4- Verminose: fornecer folhas de bananeiras, picadas, diariamente.
O cocho tipo bebedouro poderá ser feito com o próprio “tronco” (pseudocaule) da bananeira.
Completar o mesmo com água, diariamente.
Sementes de abóboras, folhas e sementes de Neem, folhas da erva de Santa Maria são excelentes
vermífugos.

Realizado por: Fernando Tinoco/Coordenador Estadual Agroecologia/Emater-MG

Referências bibliográficas:
Fonte Biofertilizantes e Caldas: Diversas cartilhas
Fonte Fitoterapia e Homeopatia Controle de Ecto e Endo Parasitas: Emater-RS – Oficina de Fitoterapia
e Oficina de Homeopatia – Mara Saalfeld/Emater/RS; Uso de Fitoterapia em Aves - Mara
Saalfeld/Emater/RS.

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