O Manual Do Endividado

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Sol Dantas é Educadora Financeira e

Administradora de Empresas. Atuou durante


alguns anos à frente do setor financeiro de uma
Sobre a autora grande empresa de varejo e como diretora de
vendas de uma multinacional de cosméticos.

Em 2014 se tornou endividada, passou por uma


longa e difícil jornada para aprender como sair do
caos financeiro de dívidas e se fortalecer
emocionalmente.

Caiu em várias armadilhas financeiras no


caminho, pegando empréstimos e se enrolando
ainda mais. Mas o que parecia ser o fim, se tornou
o início de uma nova vida e de uma missão: mudar
a realidade financeira do nosso país.
NEGOCIAÇÃO NA PRÁTICA
Passo a passo de como negociar dívida referente a cartão de crédito e/ou cheque
especial, que se encontra em aberto há um período superior a 180 dias.

*Lembrando que dívidas antigas com empréstimos também podem seguir esse
passo a passo, PORÉM as dívidas com empréstimos só entram nesse critério
quando se passam 180 dias contados a partir do final do contrato, e não 180 dias
de parcelas em aberto de um contrato ainda em vigor.

Mas antes de irmos para a prática, eu vou te explicar de forma simplificada, o


que significa “PDD Bancário”, para que você tenha mais clareza sobre como o
sistema funciona e porque esse mecanismo de negociação existe e como ele
acontece.
A sigla PDD, que significa Provisão para Devedores Duvidosos, como o próprio
nome já diz, é uma reserva de dinheiro feita pelos bancos (e pela maioria das
grandes empresas), que tem como foco os casos de inadimplência dos clientes.

Os bancos são conhecidos pelos melhores e mais altos PDD´s, pois quanto maior
for o risco de o cliente não pagar o que deve, maior será o montante reservado
por eles nessa “Provisão”.

Então isso significa dizer que os Bancos já emprestam e/ou liberam crédito
esperando por essa alta inadimplência? SIM!

Quando você vai ao banco em busca de dinheiro a juros através de empréstimos,


cheque especial ou mais limites em cartões, com a intenção de
quitar outras dívidas, o banco já sabe, antes mesmo de você, que essa não é a
melhor opção e que você terá sérios problemas.

Resumindo, eles possuem uma reserva financeira para se preparar para o seu
previsível “calote” de um dinheiro/crédito que eles fingem te ajudar te
emprestando a juros pela sua falta de educação financeira.

Depois de ganhar bastante com esse dinheiro/crédito ofertado a juros altos, de


ganhar com seus vários acordos e parcelamentos que não conseguiu honrar, de
ganhar com o seguro que eles recebem por cada inadimplente e de ganhar com a
venda da sua dívida a uma empresa de cobrança, finalmente eles se abrem para
uma negociação “mais justa”. E toda essa tramitação acontece dentro de um
período de 180 dias, por isso surgiu a estratégia do “tudo ou nada”.
Calma, eu sei que a primeira emoção que sentimos ao conhecer como funciona o
sistema é a raiva, mas eu te convido a refletir sobre a nossa auto
responsabilidade e te convido a fazer o que eu fiz, substituir esse sentimento de
revolta por uma constante busca por conhecimento em educação financeira, e o
quanto isso pode mudar fortemente o seu futuro e futuro das próximas gerações.

Agora mais ciente da sua posição dentro dessa situação de dívida, você vai
aprender o passo a passo para tomar as rédeas dessas negociações?
PRIMEIRO PASSO:

Ter construído de fato a sua reserva de quitação de dívida.


Isso parece óbvio, mas eu ainda encontro muitas pessoas em busca de atalhos e
pulando os passos que são imprescindíveis para que consiga uma excelente
negociação.

Esses acordos com descontos justos só acontecem com pagamentos a vista, o


parcelamento que eles oferecem, por mais tempo em aberto que tenha a dívida,
sempre terá mais juros inserido. Então, se você aprendeu os 05 passos do
“Negociômetro” ensinados na Imersão Ponto Final, mas ainda não colocou ação,
volte e pratique para que consiga dar sequência nos passos seguintes.
SEGUNDO PASSO:

Saber com quem irá realizar a negociação. Como assim?

Como as instituições vendem a dívida depois desse período, é importante que você
exija deles uma certeza (de preferência através do contrato de venda da dívida),
para que você não finalize a negociação e depois seja cobrada pela mesma dívida
por outro credor.

Existe uma máxima no direito que diz: “Quem paga mal, paga duas vezes”. Então se
certifique de que está lidando com o "verdadeiro dono” da sua dívida.
TERCEIRO PASSO:

Entrar em contato com a instituição credora para descobrir o valor atualizado e


também há exatamente quantos dias a dívida se encontra em aberto.

Essas duas informações serão fundamentais para calcular o valor da sua oferta
financeira no momento da negociação, pois, quanto mais tempo uma dívida possui
em atraso, maiores serão as chances de se conseguir melhores descontos.

Você também pode aproveitar uma das inúmeras ligações de cobranças rece-
bidas e já começar sua negociação, porém, pelo excesso de golpes que estamos
sofrendo hoje em dia de diversas formas, eu te oriento investigar se é de fato seu
real credor quem está ligando e antes de efetuar o pagamento do boleto recebido
com desconto, ligar para a empresa e confirmar que de fato as informações do
acordo são reais.
QUARTO PASSO:

Agora já ciente do seu real credor, você irá solicitar o seguinte documento:

O “DED”, que é o Demonstrativo de Evolução da Dívida, também conhecido em


algumas instituições pelo nome de “Memória de Cálculo da Dívida”.

Muita ATENÇÃO a esse detalhe dessa estratégia.

Eles não vão te entregar esse documento, porque se o banco te der acesso a esse
DED/MCD, ele estará construindo provas processuais contra ele mesmo.
Afinal, esse documento descreve todo histórico de abuso dos juros que sua dívida
sofreu até chegar nesse valor exorbitante que ela está hoje.

Obs: Acompanhando meus alunos, eu já percebi que tem alguns bancos enviando
um relatório qualquer, somente com o intuito de te enrolar e te fazer desistir.

Mas então porque eu estou orientando que você solicite algo que não terá acesso?

Porque só sabe que esse documento existe, quem está sendo bem orientado, e
quando o banco percebe que ele não está mais falando com um leigo no assunto, o
jogo da negociação começa a virar e ele começa a te tratar com menos ameaça e
mais “respeito” e a partir daí ele se abre para o começo de uma negociação justa.
QUINTO PASSO:

Calcular em média o percentual de desconto e começar as negociações.


Vou te ajudar a calcular um valor de oferta aproximado de acordo com o período
de atraso.

Lembrando que, esse cálculo que vou te ensinar é uma média que foi baseada em
inúmeras quantidades de amostragens das experiências empíricas do mercado de
inadimplência bancária que eu atendo durantes os últimos anos. Podendo
conseguir um pouco mais ou um pouco menos.

Após os primeiros 180 dias corridos de atraso, o valor da dívida já recebe um


desconto entre 75% e 80%, que varia por instituição.
Como eu falei anteriormente, quanto mais dias em atraso, maior o percentual de
desconto.

Decorridos mais 90 dias (totalizando nove meses), esse desconto sobe para o
intervalo entre 80% e 90%.

Passados um ano de dívida em aberto, aumentam-se as chances de conseguir os


90% em alguns casos até um pouco mais.

Dívidas superiores há 2 anos consegue a partir de 95% de descontos, e com mais de


3 anos entre 98% e 99% de desconto.
SEXTO PASSO:

PERSISTA!!!

Não ache que essa negociação acontecerá na primeira ligação.


Você já percebeu até aqui que os bancos e as financeiras odeiam perder, não é
verdade? Então não se iluda. Quanto mais dinheiro de juros eles conseguirem te
arrancar, o farão.

Você provavelmente não irá conseguir um acordo no primeiro contato,


principalmente se a dívida estiver mais recente, acabado de completar os 180
dias.
Portanto, o que você precisa fazer é persistir, ser firme no seu valor proposto, e
deixar claro para eles que você possui outras dívidas e que caso eles não aceitem
sua proposta você irá honrar com outro credor (mesmo que ele seja seu último
credor).

Caso você tenha margem em sua reserva e o valor ofertado por eles esteja próximo
da sua oferta e você queira se livrar de uma vez desse peso, aceite e seja feliz.

O mais importante é ter a consciência de não fazer nenhuma outra dívida para
pagar essa, nem aceitar um acordo que não vai conseguir honrar.

A decisão da sua negociação está em suas mãos.


SEGURO PRESTAMISTA
(CANCELAMENTO E RESSARCIMENTO)
Antes de tudo você precisa entender alguns pequenos conceitos para saber o que
está fazendo e ter argumentos para os possíveis questionamentos que irão surgir
durante as solicitações.

O que é esse seguro prestamista e qual a sua função?

É um produto ofertado pelos bancos e financeiras no momento em que o cliente vai


em busca de um financiamento, parcelamento ou empréstimos.

Teoricamente a função do seguro prestamista seria a de proteger o segurado


contratante em situações de imprevistos financeiros que impossibilitassem este de
continuar honrando com a dívida, como por exemplo: desemprego involuntário,
invalidez ou morte, ou seja, ficando o cliente incapaz de pagar as parcelas do
contrato, o seguro deveria garantir o pagamento das
parcelas, desde que o motivo da impossibilidade estivesse devidamente
contemplado na apólice do seguro.

A grande questão é que na teoria é tudo perfeito, mas na prática não funciona
assim.

Nesse material eu vou te mostrar:


Porque essa forma de venda é proibida por lei em nosso país;
Porque esse produto tem mais desvantagens do que vantagem em
determinados contratos;
Em quais casos eu recomendo contratar esse seguro e, se já tiver, é claro, não
cancelar
Como cancelar esse produto e pedir ressarcimento de tudo que já foi pago.
O primeiro argumento legal para solicitação do cancelamento desse seguro e
ressarcimento dos valores pagos referente a esse produto é que, ao vender esse
produto, a instituição praticou um ato ilícito, ou seja, usou de uma prática que é
proibida por lei em nosso país que é a VENDA CASADA.

Vamos conhecer o que diz o nosso Código de Defesa do Consumidor sobre essa
prática:

Art. 39.
"É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas
abusivas:

Inciso I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de


outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a
limites quantitativos;

Inciso IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em


vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social para impingir-lhes seus
produtos ou serviços;”

Quando o fornecimento de um produto ou serviço está atrelado a outro, que


usualmente é vendido separado, de forma a compelir o consumidor a aceitá-los
em razão de sua necessidade ou vulnerabilidade, isso caracteriza a prática da
VENDA CASADA.

A maioria dos clientes sequer sabe que possui o seguro prestamista em seu
contrato e quando sabe, relata que o produto foi ofertado como uma condição
para conseguir o empréstimo, financiamento ou parcelamento, sob
ameaça inclusive de aumentar a taxa de juros, caso o cliente não aceitasse o
seguro.

Só aí você já tem um excelente motivo para pleitear o cancelamento e


ressarcimento do seu seguro prestamista.

O segundo ponto são as desvantagens do seguro na prática pela sua ineficácia.

Quando os trabalhadores ficam desempregados e por ventura descobrem que seu


contrato de empréstimo ou financiamento tem esse seguro (porque a grande
maioria sequer é informado), eles não conseguem quitar o contrato pois as
instituições sempre alegam que eles não tem direito a cobertura.
E mais, quando o endividado morre, uma dívida de empréstimo/parcelamento
não é objeto de herança, ou seja, os herdeiros não herdam as prestações de forma
automática, não cabendo qualquer ação direta contra os herdeiros, apenas
contra o espólio (conjunto de bens que formam o patrimônio do falecido, a ser
partilhado no processo de inventário entre os herdeiros).

Como funciona:
Havendo bens do devedor, deverá ser aberto um processo de inventário (que é um
processo judicial ou extrajudicial necessário para fazer a transferência dos bens
de uma pessoa falecida para seus herdeiros), para que o saldo devedor desse
contrato comprometesse a herança, a instituição financeira tem de se pronunciar
judicialmente pleiteando o recebimento dessa dívida no processo de inventário, o
que na prática não acontece, pois a instituição já ganhou tanto com os juros do
contrato, que não vale a pena para o banco
ter todas essas despesas jurídicas para receber o saldo devedor, caso o falecido
tenha alguma herança.

Então, por esse motivo, não há vantagem na aquisição desse seguro para o caso
de falecimento, tendo em vista que na prática essa proteção se torna ineficiente.

PORÉM, por esse mesmo motivo de inventário explicado acima, quando eu oriento
NÃO CANCELAR o seguro em casos de financiamento de bem móvel ou bem
imóvel, é justamente porque existe um bem alienado ao financiamento, e caso o
cliente venha a falecer, existem mais chances da instituição pleitear o
recebimento durante o inventário, tendo em vista o patrimônio existente como
garantia e esse sim será objeto de herança no processo de inventário.
Nesse caso o seguro ajuda a quitar o saldo devedor para que o bem seja objeto de
partilha entre os herdeiros.
DÚVIDAS FREQUENTES:

Como saber se meu contrato tem esse seguro prestamista?

Através da leitura do seu contrato, na cláusula que fala sobre seguro. Se não
constar nenhum seguro no contrato é porque o seu contrato não foi feito com
seguro.
DÚVIDAS FREQUENTES:

Eu não possuo mais o meu contrato de empréstimo ou parcelamento?

Todo cidadão tem direito a segunda via de contrato. Caso tenha perdido seu
contrato, solicite uma segunda via para a instituição financeira.
DÚVIDAS FREQUENTES:

O cliente tem o direito de cancelar e ser ressarcido do seguro prestamista?

Sim. É direito do cliente segurado cancelar o seguro prestamista durante o


contrato no momento em que ele quiser.
DÚVIDAS FREQUENTES:

Posso solicitar o ressarcimento mesmo após o encerramento do contrato?

Pode solicitar até 12 meses após o encerramento do contrato


DÚVIDAS FREQUENTES:

Como cancelar e solicitar reembolso dos valores já pagos?

O cliente deve solicitar o cancelamento e ressarcimento dos valores já pagos,


através 0800 da instituição, se quiser pode solicitar o número da apólice do
seguro, e realizar a solicitação naquela ligação. Não aconselho ir na agência e
solicitar através do gerente, pois eles trabalham com metas altíssimas e
qualquer produto cancelado e qualquer devolução financeira eles precisam
justificar para a instituição e comprometer seu resultado como vendedor
naquele período, portanto ele dificilmente fará esse serviço para você.
DÚVIDAS FREQUENTES:

Caso eu entre em contato com a instituição financeira de todas as formas e não


consiga o que posso fazer?

Ir no PROCON da sua cidade e fazer uma denúncia exigindo que se cumpra a


Lei do CDC em seu Art. 39 exposto neste material.
AGORA ME AJUDE NESSA MISSÃO:

PARABÉNS!!!
Depois de seguir esses preciosos passos com muita determinação e afinco, você obterá
êxito tanto em suas negociações quanto nos ressarcimentos, com isso você já pode me
ajudar nessa missão de salvar mais pessoas das dívidas.

COMO? Nos enviando provas das conquitstas, fotos de boleto de quitação da sua
dívida, print da conversa de negociação, print do extrato com valor de ressarcimento,
para o contato do suporte: (79)99907-3664

Não se preocupe que todos os seus dados pessoais e de contrato serão devidamente
cobertos, preservando a sua identidade.

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