Resumo - PALMARES, Flavio Gomes

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

Capítulos para focar:

+ Invenções do mundo de Palmares;


+ Entre conexões atlânticas;
+ Tentativas e acordos de paz.

Resumo introdução da obra:


➔ Nas sociedades escravistas modernas surgiram diversas comunidades de fugitivos;
➔ Essas sociedade transformaram-se, algumas delas, em microssociedades
duradouras;
➔ Nas Américas, essas sociedades recebiam diversas denominações.
➔ O Brasil recebeu 40% de todos os escravizados pretos que vieram às américas,
dessa forma, não só a quantidade de escravizados era uma característica potencial,
mas sim a densidade de MOCAMBOS e QUILOMBOS;
➔ A maior e mais importante dessas comunidades surgiu em XVI e perdurou até XVIII
e era a base da esperança e resistência, além de ser a maior ameaça ao poder
colonial escravista: O QUILOMBO DO PALMARES.
➔ O grande mocambo de Palmares não estava concentrado em uma só comunidade,
mas era a junção de várias conc entrações interdependentes articuladas no nordeste
açucareiro de Pernambuco até o Alagoas;

➔ O que significa MOCAMBOS: pode significar acampamento militar e também


moradias (em bantu).
➔ O que significa QUILOMBOS: se referia a um ritual de iniciação de uma sociedade
militar dos guerreiros dos povos imbengalas. esses povos realizaram uma expansão
para novas terras e como prática, faziam um ritual de iniciação - QUILOMBO - para
incorporar habitantes novos. OUTRO SIGNIFICADO seria o que significa para
algumas sociedades africanas: uma espécie de forquilha para construção de
moradias em acampamentos provisórios!
➔ No Brasil, essas nomenclaturas sempre parecem estar ligadas a comunidades
formadas por fugitivos do sistema escravocrata.
+ Invenções do mundo de Palmares;
Neste capítulo o autor inicia com uma afirmação interessante: Palmares foi um mundo de
diferentes faces africanas reinventado no Brasil pelos palmaristas - africanos de grupos de
procedências étnicas diversas, além daqueles nascidos lá - os quais forjaram espaços
sociais próprios e originais.

Dessa forma:
● o Mocambo dos Palmares foi uma sociedade de resistência e reinvenção que surge
a partir da Necessidade de garantia de sobrevivência (EM SI e metafisicamente,
numa espécie de aprovação do que significa o SER Culturalmente e socialmente.
● Essa possibilidade de sobrevivência física e cultural abalou os alicerces da coroa
portuguesa, ao passo que não só as fugas potencializavam o número de habitantes
do local mas sim a possibilidade de sobrevivência garantia que novas gerações de
palmaristas começassem a nascer nessas localidades.

Neste ponto, o autor descreve práticas de subsistência do mocambo:


● Além da caça e da pesca era necessário outras formas de subsistência para
desenvolver as atividades econômicas e manter sua população numerosa -
organizaram então uma economia de base agrícola.
● em torno dos mocambos haviam cultivo de feijão batata e diversos legumes, a
mandioca e o milho eram seus principais alimentos. Além de plantar em
cana-de-açúcar para consumo próprio e produção de melado, era realizado
colheitas acompanhadas de festas em todos os mocambos ao passo que a
produção era coletiva. eles também realizavam atividades extrativistas desfrutando
da floresta que os protegia.
● A sociedade ainda produzia sua própria cerâmica, fazia uso de ferro e tinha sua
própria metalurgia, fabricando e arquitetando todas as suas ferramentas
necessárias para o cotidiano - o que era proveniente de alguma sociedades
africanas. A figura do ferreiro no território africano - baseando-se em Congo e
Angola - estava muitas vezes ligadas aos poderes espirituais políticos e militares,
dessa forma era uma figura de liderança.
● Com os excedentes da produção, os palmaristas realizavam trocas entre as regiões
próximas, realizando trocas inclusive com os escravizados das senzalas próximas.

O ator comenta que esse contato entre mocambos e senzalas a partir de relações
comerciais geraram uma extensa rede de Solidariedade.
+ Esse comentário desfaz uma crença historiográfica e comum de que o mundo dá
senzalas eram o mundo isolado. haviam Comunicações, mesmo que silenciosas -
ao passo que seriam resistência ao sistema escravocrata.
+ Com alguém de força da sociedade de Palmares e de seu forte comércio de
resistência e solidariedade, essas trocas mercantis estenderam-se para relações
não só com a senzalas mas sim com pequenos sitiantes e taberneiros da capitania -
isso provocava algumas tensões e desconforto para coroa.
OS TRECHOS DE CARTAS - Muito interessante perceber - acerca dos trechos de cartas
colocados por Flávio Gomes durante o texto - O papel que a sociedade do Mocambo de
Palmares ocupava no contexto Colonial daquela conjuntura, também o reconhecimento e a
caracterização da sociedade: dita para o reino uma carta como: um povo cuja experiência,
apesar de serem Bárbaros, poderiam combater e derrotar os sertanistas que fossem
adentrar Na tentativa de dominar e acabar com os mocambos.

+ Conforme a documentação dos Palmares - eles citam que formaram uma espécie
de angolanos Janga - sem exageros ou romantismo é possível argumentar que as
culturas africanas principalmente da África Central inventaram Palmares.
+ as práticas religiosas nos mocambos reuniam tanto traços Mágicos e rituais
africanos quanto os traços indígenas e formas de catolicismo que foram sendo a
reinterpretados na senzalas com traço Claro do hibridismo cultural católico
reinventado em várias regiões da África no séculos XVI e XVII.
+ Não só os mocambos mas também os nascidos nas florestas reinventaram áfricas
nos mundos coloniais.

Nos mocambos de Palmares sempre procuravam constituir famílias e se compor em


comunidades, entretanto o pequeno número de mulheres sempre foi uma problemática
Principalmente nos primeiros anos de sua formação.
as mulheres eram um pouco número na senzalas e nas plantações escravistas, os navios
Negreiros sempre traziam uma mulher para cada 10 homens - ao passo que a mulher no
tráfico africano era muito cara, na própria África elas eram mais valorizadas para o
trabalho.

uma estratégia para contornar o problema da falta de mulheres nos mocambos foi a prática
de sequestro. as mulheres escravas eram procuradas da senzalas elevadas muito Muitas
vezes forçadas para os mocambos - o próprio autor diz que há controvérsia sobre esses
relatos.
+ O autor define uma formação familiar diferenciada: às vezes uma mulher tinha dois,
três ou quatro homens Como marido e todos eles viviam em boa paz no mesmo
Mocambo.
+ O autor também cita que os maridos se reconhecem obedientes à mulher que tudo
ordena na vida, no trabalho.
Importante ressaltar que esse problema era inicial - que a partir 00 de 1630 a falta de
mulheres já não era o principal problema do Mocambo.
nesse ponto temporal, elas podiam trabalhar tanto nas plantações quanto no fabrico de
farinha ou em atividades produtivas; também participavam de batalhas contra os
reescravizadores. elas poderiam se tornar importantes líderes religiosas, que possuíam
poderes metafísicos colaboravam com informações para derrotar as tropas anti-mocambos
+ Lá pelo século 17 falava se que a população palmarita já alcançaria 20 mil pessoas
- Lembrando que Palmares não era o único Mocambo e sim uma junção de
dezenas de comunidades e povoados. alguns eram maiores outros eram menores
alguns eram mais estáveis alguns eram provisórios mas sempre eram articulados
por funções sociais e parentescos.
+ os mocambos mais importantes eram sempre denominados pelos nomes dos seus
chefes e comandantes.
+ um dos principais era conhecido como macaco, era o centro político e
administrativo funcionando como se fosse a capital de Palmares. Esse era o mais
povoado com milhares de casas e nele residia ganga zumba um dos principais líder
dos Palmares. cada uma dessas pequenas regiões dentro do campo do Palmares
era dedicada para uma função social, a região de subupira era utilizada como
treinamento de Campo militar por exemplo.

+ Com cada vez mais violência regando as visões coloniais acerca dos Palmares a
sociedade dos mocambos foi criando cada vez mais uma divisão militar na sua
organização social.

Por uma interpretação Das culturas inventadas em Palmares


+ esse trecho é muito interessante nele o autor discorre sobre as possibilidades de
escrever uma “ história que realmente aconteceu” em Palmares. E afirma que
pouquíssimo se sabe sobre o que significou o palmares para o império Atlântico
português, sobre sua estrutura interna ou dimensões africanas.
+ Nesse trecho o autor também comenta sobre duas fontes principais que seriam
confiáveis e Pilares para a construção da história de Palmares na atualidade - feita
por um diário de viagem do Capitão João Blair e “a relação das Guerras feitas ao
Palmares de Pernambuco no tempo do governador Dom Pedro de Almeida”.
Uma coisa interessante citada por Flávio é que não teria uma insuficiente de dados
historiográficos mas sim que eles foram travados e tratados em termos historiográficos de
diversos contextos diferentes.

O autor afirma ainda que a reflexão historiográfica e acadêmica sobre a escravidão no


Brasil excluiu um debate a Palmares.
Nessas duas fontes em que relata-se sobre Palmares alguns temas importantes para a
análises historiográfica atual iriam aparecer:
+ a relação de Palmares com indígenas;
+ organização cultural e social detalhada;
+ uma visão “ nova” do que é a organização social nesses mocambos;
+ Estruturas arquitetônicas e militares de organização de defesa de território;
+ estratégias militares e sociais de estabilidade;

“OS MOCAMBOS DE PALMARES TINHAM QUE SER ENGRANDECIDOS, ASSIM COMO


OS ESFORÇOS RELAIZADOS PARA DESTRUÍ-LOS!”

Ao final desse Capítulo o autor realiza um movimento interessante problematizando A


análise historiográfica acerca de Palmares, realizando perguntas aos critérios tidos como
corretos e absolutos até então.
Ele realiza até uma análise ressaltando uma descrição da organização política dos
palmaristas que iriam além de reis, ministros e associação à república, dando ênfase para
a economia e o sistema militar.

+ Entre conexões atlanticas


Neste capítulo o autor constrói comentários a partir da seguinte tese: As Américas, áfricas
e europas não se constituíram como o mundo isolados, apartados de historicidade, mas
sim foram constituídos como mundos conectados em permanentes contextos de
transformações atlânticas.
No caso de Palmares, quando se fala do século 17 pode-se sugerir conexões
históricas atlânticas com áreas africanas e americanas.
pode ser feito conexão entre os grupos fugitivos de negros do Suriname e descendentes
palmaristas. O que reforça a resistência das Comunidades de fugitivos escravizados nas
Américas.
Nesse trecho o autor irá estabelecer relações entre políticas De paz, guerra e
construção de acordos entre palmaristas e escravizados de descendência Suriname.
colocando hipóteses interessantes sobre os impactos do que se aprendia nos mocambos de
Palmares para o desenvolvimento de tratados no Suriname.
O autor destaca que é possível reescrever a história de Palmares considerando
experiências - principalmente angolanas - e suas diferentes dimensões coloniais como as
políticas de domínio e circulação de saberes, técnicas e ideias do mundo Atlântico.

TENTATIVAS E ACORDOS DE PAZ

Você também pode gostar