História Do Brasil Colônia
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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57
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UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO
de Portugal. O rei ou a nobreza não dava regalias para o governo local aplicando a
justiça. O poder do rei se fortaleceu e foram construídos núcleos: burocrático fiscal e
judiciário junto ao monarca.
Durante o século XIV, Portugal foi atingido pelo ciclo de pestes. A lei da
sesmaria surge da crise do século XIV. O declínio demográfico fez o rei aumentar o
controle sobre os camponeses coagindo os detentores de terras a expandir a
produção. O governo convocou a corte para solicitar novos subsídios.
A história do Brasil entre os séculos XVI e XIX não pode ser estudada fora
do contexto do império colonial criado pelos portugueses. O império Português
organizou-se a partir da população do reino, proporcionalmente pequena para as
necessidades de uma expansão em escala mundial.
AS GRANDES NAVEGAÇÕES
O que se sabia até então era que a Terra estava dividida em três partes
(Europa, Ásia e África), que estavam separadas por mares estreitos e pelos rios
Ganges, Eufrates, Tigre e Nilo, e, por fim, que ela era cercada por um único oceano,
cheio de perigos e habitado por monstros aterrorizantes.
de Caminha, na qual ele afirma ao rei português o seguinte: “[...] Porém, o melhor
fruto que dela [da terra descoberta] se pode tirar me parece que será salvar esta
gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza nela deve lançar. [...]”
Assim, a partir das viagens iniciadas no século XV, a América passou a fazer
parte dos mapas europeus, bem como o restante dos lugares descobertos por eles,
as rotas marítimas passaram a ser mais seguras e precisas, e os instrumentos de
navegação aperfeiçoaram-se cada vez mais.
Verificou-se que o país não contava com uma sólida estrutura capitalista
mercantil que permitisse enfrentar os novos concorrentes que tinham aparecido:
holandeses, franceses e ingleses. Portugal é um país voltado para o mar, o sal e a
pesca, já constituem riquezas básicas. Isso também possibilitou as descobertas
técnicas: bússola, astrolábio, caravela.
Expulsar os franceses;
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Tão grandes quanto a terra, eram os problemas. Oitenta homens que tinham
ido ao interior em busca de ouro morreram em luta com os indígenas. Não
adiantava fundar uma vila aqui e outra ali, pois era tudo muito distante. A terra
brasileira continuava sem proteção. O rei de Portugal teve que pensar em outra
solução.
O Governo Geral pode ser definido como primeiro esboço do poder público
no Brasil. O Marquês de Pombal, sabendo da carência de gente para administrar a
colônia, se valeu de brasileiros. O centralismo político já tinha ultrapassado a fase de
experiências para se tornar um projeto mais amplo.
Bandeirismo
Os Quilombos
A formação de quilombos foi uma atitude próspera que muito atraiu os que
não aceitavam o caráter antiprodutivo latifundiário. Devido à diversidade cultural,
quanto à língua, adotaram-se heranças lusitanas, os costumes africanos tiveram a
sua continuidade, naquilo que não influenciaria a administração do quilombo. No
aspecto econômico, Palmares evoluiu da coleta e do ataque à fazenda e aldeias,
para uma economia de base coletivista e não monetária.
As invasões
As classes de negros não eram iguais. Havia uma certa distinção entre
escravos domésticos, escravos de ganho, e os escravos de eito, estes, submetidos
a um trabalho mais árduo, nos canaviais. Os escravos não formavam um todo
homogêneo, os crioulos não gostavam dos recém-chegados da África, os mulatos
(em especial os que assumiam funções remuneradas: feitores, mestres-de-açúcar,
etc.), desprezavam os escravos em geral, os escravos urbanos viam com certa
superioridade os escravos agrários e, às vezes até ajudavam na luta contra os
quilombos. Os ladinos se julgavam melhores que os boçais. Afora isso, haviam
ainda as diferenças culturais, os negros islamizados (fula, mandinga e haussá), por
exemplo, eram rebeldes, e não se misturavam aos companheiros de infortúnio,
mantendo-se isolados (AZANHA; VALADÃO, 1991).
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Ciclo da cana-de-açúcar
Condicionamentos Internos:
Mão-de-obra:
Tecnologia:
Capital:
Políticas Econômicas:
Regime Agrário:
Regime Fiscal:
Transportes:
Finanças Públicas:
Empresa Produtora:
Reflexos:
Também surgiram novas cidades, como: Ouro Preto, Sabará, Mariana, São
João d’El Rey, entre outras, bem como a criação de novas capitanias (Minas Gerais,
Goiás, Mato Grosso).
O ouro brasileiro que foi entregue aos cofres portugueses, lá ficou, isto é,
não foi utilizado para pagar os déficits lusitanos, serviu para estimular os gastos
suntuários da monarquia.
O ciclo da mineração
Condicionamentos Externos:
Condicionamentos Internos:
Recursos naturais:
Tecnologia:
Capital:
Mão-de-obra:
Tributação:
Inflação:
Lavras e faisqueiras:
O Nativismo
O século XVIII, além da mineração, também foi marcado pelos diversos
sintomas de descontentamento em relação à política metropolitana, os “movimentos
nativistas”. Não se deve, no entanto, levar este termo ao pé da letra, visto que os
primeiros movimentos visavam corrigir injustiças, exatamente apelando ao poder
absoluto do rei.
O barroco brasileiro
As rebeliões nativas
A crise do capitalismo comercial e as contradições no interior da Colônia
geraram a crise do colonialismo a partir da segunda metade do século XVIII. Com a
Revolução Industrial, tornou-se ultrapassado o mercantilismo. Portugal, não se
adequando aos novos tempos, procurou separar a crise ampliando a exploração ao
Brasil. Tal atitude estimularia as rebeliões nativistas e as rebeliões de liberação
nacional.
No ano de 1640, foi divulgado no Brasil um documento escrito pelo papa que
condenava a escravização dos índios americanos. Essa medida tinha por objetivo
proteger a mão-de-obra indígena que era empregada pelos jesuítas nas missões,
verdadeiros impérios da Igreja na América.
entanto, os latifundiários das capitanias mais pobres, Rio de Janeiro, São Paulo e
Maranhão, não tinham recursos para comprar escravos negros. Por isso, o trabalho
indígena era indispensável nos engenhos de açúcar do Rio de Janeiro, que contava,
na época, com aproximadamente dois mil habitantes. Também os índios eram
necessários na Baixada Santista, onde, no início do século XVII, havia cerca de
catorze engenhos.
Essas dificuldades tornavam a situação nas minas cada dia mais tensa e
foram o motivo para a eclosão de algumas revoltas, como a guerra dos Emboabas e
a revolta de Filipe dos Santos.
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Não era mais Portugal quem abastecia o Brasil, e sim a Inglaterra via
Portugal, o qual se constituiu num intermediário encarecedor. Terminar com o
monopólio, tornou-se no século XVIII, um ideal do capitalismo liberal que veio ao
encontro dos interesses de duas classes sociais bastante distanciadas entre no
espaço, o latifundiário do Brasil, e o burguês da Inglaterra.
Estas revoltas integravam várias classes sociais diferentes, cada qual com
objetivos comuns em relação às outras, e específicos para si próprias. Ao começar o
século XIX, a independência para o Brasil parecia, apesar das manifestações já
havidas, algo distante, mas, só parecia. As várias classes sociais estavam
descontentes, o monopólio comercial já não era aceito nem pela classe dominante
colonial nem pelo capitalismo internacional em expansão.
Pombal não visava romper com a Inglaterra, pois precisava do seu apoio nas
disputas com a Espanha pela posse das fronteiras do sul, entretanto procuravam dar
uma margem de autonomia à Portugal. Segundo alguns historiadores, as medidas
econômicas tomadas por Pombal objetivaram fortalecer a burguesia portuguesa, e
também a colônia, cujas defesas contra invasores políticos e econômicos eram
débeis. Sacrificava-se o arcaico monopólio em nome de uma política de
empreendimentos capaz de trazer o progresso a uma nação estagnada.
O Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas foi uma carta régia
promulgada pelo príncipe regente Dom João de Portugal no dia 28 de Janeiro de
1808, em Salvador, na Capitania da Baía de Todos os Santos, no contexto da
Guerra Peninsular. Foi a primeira Carta Régia promulgada pelo Príncipe Regente no
Brasil, o que se deu apenas quatro dias após sua chegada, com a Família Real, em
24 de Janeiro de 1808.
Por esse diploma era autorizada a abertura dos portos do Brasil ao comércio
com as nações amigas de Portugal, do que se beneficiou largamente o comércio
britânico. Foi a primeira experiência liberal do mundo após a Revolução Industrial. A
carta marcou o fim do Pacto Colonial, o qual na prática obrigava a que todos os
produtos das colônias passassem antes pelas alfândegas em Portugal, ou seja, os
demais países não podiam vender produtos para o Brasil, nem importar matérias-
primas diretamente das colônias alheias, sendo forçados a fazer negócios com as
respectivas metrópoles. Para poder ter sua independência, o Brasil precisou de
dinheiro, este emprestado pelo Reino Unido, sob a condição de que fossem abertos
os portos para as nações amigas, pondo fim no pacto colonial, sendo possível o
comércio direto com os produtos brasileiros.
Esse foi o primeiro passo para que o Brasil deixasse de ser Colônia de
Portugal, o que foi oficializado em 1815, quando o Brasil foi elevado à categoria de
Reino Unido a Portugal e Algarves (PACIEVITCH, 2009).
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REFERÊNCIAS
ARRUDA, José Robson de. História Integrada. Vol. 3. Rio de Janeiro: Ática, 1998.
COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Ed. Cia das Letras, 2007.
GOMES, Laurentino. 1808 – A fuga da Família Real para o Brasil. São Paulo:
Editora Planeta, 2007.
KOSHIBA, Luis; PEREIRA, Denise M. F. História do Brasil. São Paulo: Atual, 1996.
LOPES, Luis Roberto. História do Brasil Colonial. Porto Alegre: Mercado Aberto,
1991.
MELLO, José Antônio Gonsalves de (ed.). Fontes para a História do Brasil Holandês
(Vol. 1 - A Economia Açucareira). Recife: Parque Histórico Nacional dos Guararapes,
1981.
MESGRAVIS, Laima. O Brasil nos primeiros séculos. São Paulo: Contexto, 1994.
PRADO JUNIOR, Caio. Evolução política do Brasil: Colônia e Império. São Paulo:
Brasiliense, 1988.
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Moderna, 1999.
REFERÊNCIAS BÁSICAS
COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
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FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Ed. Cia das Letras, 2007.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
PRADO JUNIOR, Caio. Evolução política do Brasil: Colônia e Império. São Paulo:
Brasiliense, 1988.